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Cefalometria

Permite ao ortodontista elaborar um diagnóstico correto e planificar o tratamento


com mais segurança.
Telerradiografia: é a radiografia da cabeça obtida à distância com o feixe central
do raio x incidindo perpendicularmente ao plano sagital mediano (telerradiografia
lateral) ou perpendicular ao plano frontal (telerradiografia frontal).
Cefalometria: é um método que, empregando radiografias orienntadas, obtém
mensurações lineares e angulares dos diversos elementos anatômicos do crânio e da
face, propiciando importantes informações para elaboração das análises cefalométricas.
Análise cefalométrica: é a interpretação dos valores obtidos nos cefalogramas.
Indicações da cefalometria:
 Permite a avaliação do crescimento e desenvolvimento dos ossos maxilares e
faciais.
 Os dados fornecidos pelo cefalograma dão ao ortodontista meios eficientes para
diagnosticar as anomalias e alterações encontradas nas várias regiões do crânio.
 As telerradiografias tiradas do mesmo paciente nas várias fases do tratamento,
permitirão que sejam observadas as alterações que estão se processando tanto
pelo crescimento como pela mecânica empregada.
 Ao final do tratamento, a telerradiografia é analisada com intuito de avaliar os
resultados obtidos e verificar se as metas propostas foram atingidas.
 Como documentação legal visando a salvaguarda do ortodontista.
Técnica radiográfica:
Filme 18 x 24 cm
Distância da fonte de raios x até o plano sagital da cabeça é aproximadamente 1,52
metros. A cabeça deve estar perfeitamente posicionada no cefalostato, para que as
superposições das estruturas anatômicas bilaterais sejam coincidentes e projetem
imagem única.
Cefalograma:
O cefalograma se compõe de duas partes principais:
Desenho anatômico: perfil mole, estruturas ósseas, estruturas dentarias.
Traçado de orientação: linhas e planos, grandezas lineares e angulares.
Desenho das estruturas anatatômicas:
a- sela túrcica
b- glabela e ossos nasais
c- meato acústico externo
d- borda inferior da órbita
e- fissura pterigomaxilar (limite posterior da tuberosidade maxilar, e na sua parte
posterior pelo limite anterior da pófise pterigóide do osso esfenóide; forma de
gota invertida)
f- maxilar (assoalho da fossa nasal, palato duro, perfil alveolar superior)
g- mandíbula
h- perfil tegumentar
i- dentes – incisivo superior e incisivo inferior (importante visualizar o apice e a
face incisal
molares – coroas dos primeiros molares, e dos segundos se estiverem em
oclusao, em caso de duplicidade faz-se a média; último molar em oclusão
se não tiver o primeiro.
Pontos Cefalométricos

S- centro da sela túrcica


N – násion junção osso nasal e frontal
A – ponto A ou subespinhal; parte mais profunda da concavidade alveolar da
maxila, ou ponto mais interno da concavidade do perfil alveolar da maxila
B – ponto b ou supramentoniano; parte mais profunda da concavidade alveolar inferior ;
ou ponto mais interno da concavidade do perfil alveolar da mandíbula.
M ou Me – Mentoniano; ponto mais inferior da sínfise mentoniana; no plano sagital
mediano; ou ponto de encontro do traço da cortical mentoniana externa com a interna e
com base da mandíbula.
Go – gônio: ponto mais posterior e inferior do ângulo da mandíbula.
Or – orbital ponto mais inferior da imagem da órbita, quando dupla determina-se o
ponto médio.
Pó – pório - pório anatômico (ponto mais superior do meato ou conduto auditivo
externo) e pório metálico (parte mais superior das olivas auriculares do cefalostato); ou
ponto tangente ao bordo superior da imagem das olivas metálicas auriculares.
P – pogônio ponto mais anterior da eminência mental.
E – eminência ponto mais saliente do mento em relação a uma perpendicular ao plano
mandibular (interlandi).
Gn – gnátio ponto mais inferior e anterior do contorno do mento, determinado pela
bissetriz do ângulo formado pelo plano mandibular e linha násio-pogônio; ou é um
ponto virtual, isto é, não faz parte do desenho anatômico, é o ponto em que a linha N-P
cruza com o plano mandibular.
P’ – situa-se na intersecção da linha N-A com a linha p. A linha p é o traço radiopaco do
assoalho da fossa nasal que se estende do forame incisivo até a espinha nasal anterior.
Ba – básio: ponto mais inferior e anterior do forame magno; é o ponto mais posterior e
inferior da base craniana.
Co – côndilo ou condilar: é o ponto do côndilo mandibular localizados mais posterior e
superior.
PTM – pterigomaxilar: é o ponto da fissura pterigomaxilar localizado mais superior e
posterior.
ENA –espinha nasal anterior: ponto mais posterior do assoalho das fossas nasais.
ENP – espinha nasal posterior: ponto mais posterior do assoalho das fossas nasais.
Pr – Próstio: ponto mais inferior do rebordo alveolar superior, localizado entre os
incisivos superiores.
ID – infradental: ponto localizado na parte mais superior do rebordo alveolar inferior
entre os incisivos inferiores.
D – ponto D: ponto mais central da sínfise mentoniana (Steiner).
Pg’ – pogônio mole: ponto mais anterior do pogônio do tecido mole.
LS – lábio superior: ponto mais proeminente do lábio superior.
Planos e linhas cefalométricas;
Como pontos são bilaterais, as imagem poderão estar duplicadas havendo a
necessidade de tirar a média das mesmas.
Linha S-N: une ponto S e N, representa a base do crânio;
Linha N-A: dá o posicionamento da região anterior da maxila em relação à base cranial.
Linha N-B: dá o posicionamento da mandibular em sua região anterior em relação à
base cranial.
Linha S-Gn ou eixo y de crescimento da mandíbula:
Longo eixo do incisivo central superior – I.
Longo eixo do incisivo central inferior – I
Plano oclusal: tem como referência a borda incisal do incisivo central inferior e o ponto
de contato mais posterior do último molar em oclusão. O traçado fica entre o incisivo e
o molar, e do molar para posterior.
Plano mandibular: tem como referencia os pontos Go e M.
Plano de Frankfurt ou plano pório-orbital:tem como referencia os pontos Pó e Or,
representa o terço médio da face.
Linha N-P ou Plano Facial: indica a posição da mandíbula em relação à base do crânio.
Esta linha se inicia no ponto N passando por P até o plano mandibular.
Linha AP: posiciona-se a régua em A e P, porém o traçado se inicia pouco acima do
palato duro terminando 5 mm acima da linha SN.
Linha H (holdaway): tem como referência a porçãoo mais saliente do mento tegumentar
(Pg’) e a porção mais saliente do lábio superior (LS). O traçado tem como limites o
plano mandibular e a linha S-N. Num perfil harmônico essa linha passa pelo centro do
nariz.
Linha I (interlandi): para mostrar a posição do incisivo inferior. Para efetuar o traçado é
necessário encontrar o ponto P’ através da intersecção da linha NA no assoalho das
fossas nasais. Posiciona-se a régua em P’ e E (eminência) traçando-se um segmento de
reta cortando o plano oclusal. Esta linha I mede 5 mm, ficando 2,5 mm de cada lado do
plano oclusal.
Linha m: traça-se um segmento de reta que vai do ponto B perpendicularmente ao plano
mandibular dentro da sínfese.
ENA-ENP: inicia-se em ENA até ENP continuando até a margem esquerda do
cefalograma. Alguns pesquisadores a chamam de plano palatino.
ND: também mostra o posicionamento da mandíbula, particularmente a sínfese em
relação a base do crânio. Inicia-se dois milímetros abaixo de N, termiando no ponto D.
O ponto D é mais estável, não sofrendo pela mecânica ortodôntica empregada, o que
não ocorre com o ponto B, que fica no alvéolo e pode ser alterado quando os dentes
anteriores são movimentados.
Grandezas Cefalométricas
Com o cefalograma completo passa-se a determinar as grandezas cefalométricas,
isto é, a medição dos valores lineares e angulares.
As medidas a seguir representadas, são componentes do cefalograma padrão
USP (base na análise de Steiner, somada com análise de Tweed).
 Bases ósseas x Base do crânio;
- SNA: 82° (±2°)
Medida angular que mostra o posicionamento antero-posterior da maxila em
relação à base do crânio
Maior que 84°: maxila protruída em relação à base do crânio
Menor que 80°: maxila retruída em relação à base do crânio
- SNB: 80° (±2°)
Mostra se a mandíbula está prognata, retrognata ou bem posicionada em
relação à base do crânio.
Maior 82° - mandíbula protruída
Menor 78° - mandíbula retruída
- ANB: 2° (±1°)
Indica o relacionamento entre maxila e mandíbula. O valor angular é dado
pela diferença entre os ângulos SNA e SNB.
ANB = 2°: classe I esquelética (padrão I)
ANB > 3°: classe II esqueletica (padrão II)
ANB 0° ou negativo: classe III esquelética (padrão III)
- SND: 76° (±2/)
Também fornece informações a respeito do posicionamento mandibular em
relação à base do crânio. Steiner adotou este ângulo porque entendeu que ser
ele menos suscetível a ações mecânicas e somente alterado devido ao
crescimento. O ponto B também pode dar falsa interpretação por causa da
fossa da sínfese.
SND> 78°: protrusão mandibular
SND< 74°> retrusão mandibular


 Tendência de Crescimento:
- SNGn: 67° (±2°) (mesofacial)
SNGn > 69° - tendência crescimento vertical (dolicofacial)
SNGn < 65° - tendência crescimento horizontal (braquifacial)
É resultante vetorial de crescimento mandibular, no sentido
anteroposterior, indica qual é a tendência de crescimento.
- SNGoGn ou SNGoM: 32° (±2°)
> 34° - altura total da face aumentada (dolicofacial)
< 30° - altura total da face diminuída (braquifacial)
Mostra o quanto a mandíbula está inclinada, através de sua base em
relação à base cranial.

- SN.Ploclusal: 14° (±2°)


> 16°: terço médio da face aumentado
< 12°: terço médio da face diminuído
Relaciona o plano oclusal com a base do crânio.
- GoGnPlocl: 18° (±2°) ou GoMPlocl
> 20° terço inferior com tendência de crescimento vertical
< 16° terço inferior com tendência de crescimento horizontal
Mostra a inclinação do plano oclusal em relação ao plano mandibular.

 Inclinação dos incisivos em relação a suas bases apicais:


- 1.NA: 22°
Revela a inclinação do incisivo suuperior em relação à linha NA;
mostrando se o incisivo está inclinado para vestibular ou palatino.
> vestibularizado
< palatinizado
- 1.NB: 25°
Revela a inclinação do incisivo inferior em relação à linha NB;
mostrando se o incisivo está inclinado para V ou L.
> vestibularizado
< lingualizado

- 1.1: 130°
Mostra a inclinação dos incisivos superior e inferior, entre si; ângulo
interincisivo.
Quando o ângulo está diminuído está vestibularizado; ângulo aumentado,
os incisivos estão verticalizados; não vê-lo isoladamente.
- 1-NA: 4mm (±1)
É a distância linear entre o incisivo superior e a linha NA, mostrando se o
mesmo está protruído ou retruído em relação à sua base apical. Mede-se da
face V do incisivo até a linha NA.
> protrusão
< retrusão

- 1-NB: 4mm (±1)


É a distância linear entre o incisivo inferior e a linha NB, mostrando se o
dente está protruído ou retruído em relação à sua base apical. Mede-se da
face vestibular do incisivo até a linha NB.
> protrusão
< retrusão
 Perfil Mole x Perfil Ósseo
- H.NB: 9° a 12°
Ângulo do perfil mole;
> 12° - perfil convexo
< 9° - perfil côncavo

- H-Nariz: 9 a 12mm
É a distância linear medida desde a linha H até a ponta do nariz. Se a
linha H passar fora do nariz, o valor será negativo. Segundo Holdway essa
linha deverá passar pelo centro do nariz para se ter um perfil agradável.
Menor perfil convexo
Maior perfil côncavo
- NAP: 2° (±1°)
É o ângulo que nos dá informações sobre o perfil, se é convexo, reto ou
côncavo.
< 0° - perfil côncavo
> 3° - perfil convexo

 FNP: 88°
Ângulo formado pela intersecção da linha NP com o plano de Frankfurt.
Relaciona NP com a região média da face.
 1.NS: 103°
Esta medida angular mostra a inclinação do incisivo superior em relação a
base cranial.

 P-NB: 4mm
É a distância linear entre o ponto P e a linha NB. Holdway diz: para que haja
harmonia entre os ossos basais e dente (incisivo inferior) essa medida tem
que ser a mesma que 1-NB.
 1-NP: 0mm
Medição linear do incisivo inferior à linha NP.

 Eminência mentoniana: 8mm


Distância de E à linha “m”.
 Linha “I”: 0mm
É a distância da linha “I” ao ângulo incisivo lingual do incisivo inferior. Se o
valor encontrado for negativo, a linha “I” estará passando atrás do incisivo
inferior, o valor será nulo se a linha “I” for coincidente e positivo se a mesma
passar à frente do incisivo inferior.

 6-NA: distância linear da face mesial do primeiro molar superior até a


linha NA.
 6NB: distância linear da face mesial do primeiro molar inferior até a
linha NB.

 1-Or: 3 a 5mm
É a distância linear entre o ponto Or e a linha do longo eixo do incisivo
superior, medida sobre o plano de Frankfurt. Seu valor será negativo quando
a linha 1 passar anteriormente ao ponto Or.
 Triângulo de Tweed:
É formado pelo Plano Mandibular, Plano Horizontal de Frankfurt e a linha do
Longo Eixo do Incisivo Inferior.
O ângulo formado pelo Plano Mandibular e Plano Horizontal de Frankfurt
denomina-se FMA (“Frankfurt Mandibular Angle”).
O ângulo formado pelo Plano Mandibular e a linha do Longo Eixo do Incisivo
Inferior é chamado IMPA (“Incisor Mandibular Plane Angle”).
O ângulo formado pela linha do Longo Eixo do Incisivo Inferior e pelo Plano
Horizotal de Frankfurt denomina-se FMIA (“Frankfurt Mandibular Incisor Angle”)>
 Interpretação Cefalométrica
O conjunto de medições nos fornece informações corretas quanto às anomalias
existentes e sua localização. Os pontos são representados por um ponto e as medidas
lineares por traço.
I – Padrão do Esqueleto Cefálico
Os ângulos que definem o padrão do esqueleto cefálico são: NAP, SNGn, NS.GoM,
SNPlocl e FMA. Esses ângulos determinam o tipo facial e a tendência de crescimento.
Se os ângulos estiverem diminuídos em relação aos padrões normais, há indicação de
tendência de crescimento horizontal; o padrão é braquicefálico. Neste caso o
cefalograma mostra uma tendência de paralelismo entre os planos horizontais. Se os
ângulos estiverem aumentados há tendência de crescimento vertical, cujo padrão
cefálico é dolifacial, e os planos horizontais são divergentes. Quando os ângulos são
próximos dos valores normais existe harmonia no crescimento e o padrão cefálico é
mesocefálico.
Se os valores obtidos fugirem muito da normalidade o prognóstico é sombrio,
principalmente se os vetores de crescimento forem verticais. O controle do crescimento
exacerbadamente vertical é muito difícil na mecânica ortodôntica, onde não contamos
com o auxílio dos músculos elevadores da mandíbula em contraposição aos ossos e
dentes. Já nos braquifaciais, a musculatura forte e atuante impede a ação de forças
verticais adversas.
A determinação desses ângulos avalia o tipo facial e tipo de crescimento,
determinando o padrão do esqueleto cefálico: bom, regular ou ruim.
II – Relação das Bases Apicais:
SNA, SNB, ANB e SND: essas grandezas definem o posicionamento da maxila e
mandíbula em relação à base anterior do crânio e a relação entre ambas.
III – Relação entre Perfil Ósseo e Perfil Mole:
NAP, H.NB, H-Nariz
A convexidade do perfil geralmente é encontrada nas classes II com protrusão
maxilar ou retrusão mandibular; ou até as biprotrusões; perfil reto na classe I e o
côncavo quando há prognatismo mandibular ou retrognatismo maxilar, geralmente na
classe III.
V – Relação entre os Arcos Dentais:
Classificação de Angle.

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