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O padrão da coroa do dente foi estabelecido pelo dobramento do epitélio dentário interno.
Dois outros importantes eventos ocorrem durante o estágio de campânula (veja Figura 5-20).
Primeiro, a lâmina dentária (e a lâmina lateral) que unem o germe dentário ao epitélio oral se
fragmenta, finalmente separando o dente em desenvolvimento do epitélio oral. Em segundo
lugar, o epitélio dentário interno completa seu dobramento, possibilitando a identificação do
formato do futuro padrão da coroa do dente.
O dobramento que ocorre à medida que a coroa se desenvolve resulta do crescimento
intrínseco causado por taxas diferenciais da divisão mitótica dentro do epitélio dentário
interno. A interrupção da divisão mitótica nas células do epitélio dentário interno determina
o formato de um dente. Quando o germe dentário está crescendo rapidamente durante a
transição do estágio de capuz para o de campânula, divisões celulares ocorrem em todo o
epitélio dentário interno. À medida que o desenvolvimento continua, a divisão cessa em um
determinado ponto porque as células estão começando a se diferenciar e a assumir sua
função definitiva de produção de esmalte. O ponto no qual a diferenciação das células do
epitélio dentário interno ocorre primeiro representa o local do desenvolvimento da futura
cúspide. Como o epitélio dentário interno está confinado entre a alça cervical e a ponta da
cúspide, a contínua proliferação celular faz com que o epitélio dentário interno se curve e
forme um contorno na cúspide (Figura 5-21). Desse modo, a futura cúspide é empurrada em
direção ao epitélio dentário externo.
Consequentemente, os dentes das dentições primária e secundária se formam essencialmente
da mesma maneira, mas em momentos diferentes (veja Figura 5-25). Toda a dentição
primária é iniciada entre 6 e 8 semanas do desenvolvimento embrionário; os dentes
permanentes sucessores entre a 20a semana no útero e 10 meses após o nascimento; e os
molares permanentes entre a 20a semana no útero (primeiro molar) e 5 anos de idade
(terceiro molar). Aberrações nesse padrão de desenvolvimento resultam em ausência de
dentes ou formação de dentes extras.
A raiz do dente consiste em dentina recoberta por cemento.
Uma vez a formação da coroa esteja completa, as células dos epitélios dentários interno e
externo proliferam a partir da alça cervical do órgão do esmalte para formar uma camada
dupla de células, conhecida como bainha epitelial radicular de Hertwig. Essa bainha de
células epiteliais estende-se ao redor da polpa dentária entre esta última e o folículo dentário,
até que ela envolva toda a polpa, com exceção de sua porção basal. A margem dessa bainha
radicular, o diafragma epitelial, delimita o forame apical primário. À medida que as células
epiteliais internas da bainha radicular (ou seja, células do epitélio dentário interno) envolvem
cada vez mais e progressivamente a polpa dentária em expansão, elas iniciam a diferenciação
dos odontoblastos a partir das células ectomesenquimais na periferia da polpa, voltadas para
a bainha radicular. Essas células finalmente formam a dentina da raiz. Desse modo, forma-se
um dente unirradicular (com uma única raiz).
À medida que a bainha radicular se fragmenta, ela deixa para trás uma série de agregados
distintos de células epiteliais, separados do tecido conjuntivo circunjacente por uma lâmina
basal, conhecidos como restos celulares epiteliais de Malassez