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Embriologia e Histologia Oral- Prof.

Andreza Targino- Resumo- 1ª avaliação da 1ª


unidade

Durante a 4ª (quarta) semana de gestação, ocorre o dobramento do embrião, que é


caracterizado pelo:

- Reconhecimento da extremidade encefálica;

- Surgimento de cavidade: encéfalo se expande e empurra o coração para baixo.

- Cavidade primitiva ou estomódeo na região da placa pré-cordal;

Delimitações do Estomódeo:

Superiormente: Processo frontal/encéfalo

Inferiormente: Eminência cardíaca

Posteriormente: Membrana bucofaríngea*

Lateralmente: Arcos branquiais (6 arcos), sendo o 1º arco responsável pelo processo


maxilar e processo mandibular, e o quarto, quinto e sexto rudimentares.

A boca ainda não tem contato com o tubo digestório, por delimitação da membrana
bucofaríngea, que irá se romper no 27º dia, formando a orofaringe.

O desenvolvimento das estruturas da face ocorre entre a 4ª e a 12ª semana, período


curto.

O que ocorre entre a 4ª a 12ª semanas de vida intra-uterina, e quais cuidados a


gestante deve ter durante esse período?

A partir da quarta semana, onde ocorre o dobramento do embrião, com a formação dos
arcos branquiais, irá ocorrer o período de histo e morfodiferenciação, formando a maior
parte dos constituintes da face e do pescoço. A gestante precisa ingerir ácido fólico na
dieta, e evitar exposição à radiação, para que não haja erro durante esse período,
evitando as malformações como o lábio leporino.

Desenvolvimento do crânio

Ossos da calota craniana e da face- Ossificação intramembranosa, que tem como base o
tecido conjuntivo/mesenquimal.

Base do crânio- Ossificação endocondral, tendo como base um modelo de cartilagem.

7ª ou 8ª semana até após o nascimento: Formação da calota craniana ou neurocrânio.


Os ossos estão separados por amplas suturas e fontanelas que desaparecem
gradualmente, e permitem o desenvolvimento neurocraniano e facilita o parto
transvaginal.

Base do crânio ou condocrânio: Estrutura cranial cartilaginosa do embrião; Forma-se


em torno da notocorda, a partir do mesênquima da região occipital, estendendo-se em
direção cefálica. Junção entre o neurocrânio e o viscerocrânio.

Viscerocrânio/Esqueleto da Face:

*Terço Superior: Se confunde com o neurocrânio; Maior componente: Osso frontal;


Cresce mais rápido.

*Terço Médio: Parte da base do crânio incorporado a extensão nasal do terço superior,
dentes superiores e maxila.

*Terço inferior: Corresponde a mandíbula e dentes inferiores; Cresce lentamente até a


adolescência tardia, completando-se quando termina a formação do terceiro molar.

Desenvolvimento:

-Lábios: 4ª semana
-Lábio superior: O processo frontonasal se desloca pra cima, há a proliferação
mesenquimal dos processos maxilares em direção para os processos nasais mediais.

OBS: o ponto de união dos processos maxilares é bilateral, por isso o lábio leporino é
mais comum em lábio superior.

-Lábio inferior: Junto com a mandíbula é uma das primeiras partes da face que se
forma. Resulta da fusão medial dos processos mandibulares.

-Nariz e cavidades nasais: Final da 4ª semana

28º dia- Formação dos placóides nasais; Proliferação do mesênquima subjacente e


marginal originando saliências em forma de ferradura.

-Bochechas: Processos mandibulares e maxilares se fusionam, diminuindo o


estomódeo.

Pequeno tamanho da face ao nascimento resulta de:

1- Maxila e mandíbula rudimentares;


2- Dentes não irrompidos;
3- Pequeno tamanho das cavidades nasais e seios maxilares.

-Palato:

-Palato primário (Pré-maxila): Entre a 5ª e 6ª semana. Forma-se através da fusão dos


processos nasais mediais.

*Componentes do palato primário:

Componente labial: Filtro do lábio;

Componente maxilar: 4 incisivos centrais e mucosa bucal;

Componente palatino: tecido ósseo em forma triangular.

OBS: As cavidades oral e nasal somente se separam após a formação do palato


secundário, até então esse espaço é ocupado pela língua.

-Palato secundário: Entre a 7ª e 8ª semana. Forma-se pela fusão das cristas palatinas
(“pontinhas” dos processos maxilares).

Sequência: Crescimento rápido da língua- Rebaixamento da língua-Elevação das cristas


palatinas- Fusão entre si e com o palato primário.

9ª Semana: Processos palatinos ainda não estão unidos

10ª Semana: Palato secundário se funde com o palato primário.

12ª Semana: Cristas fusionadas entre si e com o septo nasal; Formação de trabéculas
ósseas e esboços glandulares do palato.
-Língua: Na 4ª semana.

1º arco: responsável pela formação do corpo da língua, através da dilatação da linha


média (tubérculo ímpar) e formação de saliências linguais laterais.

2º e 3º arcos: formação da cópula

2º, 3º, 4º arcos: formação da eminência hipobranquial

-Mandíbula:

6ª Semana: junto com os lábios, é uma das primeiras partes da face que se formam;
Resulta da fusão medial dos processos mandibulares.

OBS: É uma ossificação intra-membranosa com condensação de ectomesênquima,


porém é guiada lateralmente pela cartilagem de Merkel!!!

ODONTOGÊNESE

O desenvolvimento dos dentes ocorre por interação entre epitélio e ectomesênquima


passando por 5 diferentes fases: botão, capuz, campânula, coroa e raiz. 

Dentes se formam em processos independentes, são morfologicamente diferentes,


apesar de seguir o mesmo processo embrionário.

Entre a 5ª e 6ª semana, ocorre a proliferação do epitélio e invade o mesênquima,


formando a banda epitelial primária, que se divide em:

-Lâmina vestibular (lado externo): forma o vestíbulo da boca.

- Lâmina dentária: A partir dessa, os germes dentários surgem e sofrem mudanças


morfológicas e histológicas. 

OBS: a lâmina dentária se divide em sucessória e acessória (no caso de molares


permanentes que não possuem antecessor)
8ª semana:

Estágio de botão

Após a proliferação inicial, a lâmina dentária passa a apresentar atividades mitóticas


diferenciais. Como resultado, em cada arco originam-se 10 pequenas esférulas que
mergulham no ectomesênquima. Nelas, é possível diferenciar as células cubóides da
periferia das células poligonais do centro. O ectomesênquima subjacente apresenta
uma discreta condensação celular em torno da parte mais profunda da esférula
epitelial.

Estágio de capuz

Marcado pela proliferação contínua, porém não de forma uniforme, cresce mais nas
bordas do que no centro, modifica-se morfologicamente para uma estrutura semelhante
a um boné ou capuz, daí o nome dessa fase.

Componentes do germe dentário:

-Órgão do esmalte (natureza epitelial)= Formará o esmalte

-Papila dentária (natureza conjuntiva)= Formará dentina e polpa

-Saco dentário= Formará cemento, ligamento periodontal e osso alveolar.

-Lâmina dentária

Componentes do órgão do esmalte:

Epitélio interno do órgão do esmalte

Epitélio externo do órgão do esmalte

Alça cervical (União entre os epitélios)

Nó do esmalte

Retículo estrelado

Estágio de campânula:

A taxa de proliferação das células epiteliais reduz; Nessa fase o órgão do esmalte
atinge sua concavidade máxima e assemelha-se a um sino;

Esta fase se caracteriza pela morfo e histodiferenciação das diversas células do orgão
dentário, principalmente epitélio interno do epitélio interno do órgão do esmalte,
onde as células colunares baixas passam a ser colunares altas, com a função de
depósito de esmalte.
Depois ocorre o *desprendimento do germe dentário em relação à lâmina dentária e
desenvolvimento do osso alveolar (processo alveolar) e formação da cripta óssea
alveolar. 

*Esse desprendimento, pode fazer com que restos da lâmina dentária gerem cistos,
tumores ou dentes supranumerários sobre o germe.

Estágio de coroa/campânula avançada:

Corresponde a deposição de dentina e esmalte e formação da coroa do futuro dente.

Mudanças:

No órgão do esmalte: ocorre inversão da polaridade do epitélio interno; O núcleo fica


voltado para o estrato intermediário (pré-ameloblastos);

Na papila dentária: células se diferenciam em odontoblastos e a polpa inicia sua


caracterização.

A deposição de dentina pelos odontoblastos ocorre de forma centrípeta, enquanto a


deposição de esmalte pelos ameloblastos ocorre de forma centrífuga.

*A indução recíproca se caracteriza:

-Início da dentinogênese;

- Diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos;

- Início da amelogênese.

Estágio de raiz:

No final da fase de coronogenese, a região da alça cervical se prolifera, resultando em


uma bainha epitelial de Hertwig.

Inicia-se a formação da dentina radicular devido à presença dessa bainha que estimula o
aparecimento dos odontoblastos a partir das células da papila dentária.

As dimensões e a quantidade de raiz do dente em formação são determinadas por uma


dobra perpendicular da extremidade da bainha que forma um colarinho, o diafragma
epitelial.

Essa fase e caracterizada também, pela movimentação do dente em direção à cavidade


bucal, erupção dentária pré-oclusal, formação da polpa radicular pela papila dentária e
formação dos tecidos de inserção ou sustentação do dente - cemento, ligamento
periodontal e o osso alveolar fasciculado - a partir do foliculo dentario.

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