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Desenvolvimento Craniofacial

II: Face e Pescoço

Prof. Ms. Augusto César Leal


Recife-PE
2022
Disciplina de Histologia e Embriologia Oral
DESENVOLVIMENTO DA TIREOIDE
A tireoide é a primeira glândula
endócrina a se desenvolver no embrião,
começando a se formar no 24º dia;

 Espessamento endodérmico mediano no


assoalho da faringe primitiva que logo se
transforma no primórdio da tireoide;
 Conexão com a língua por um tubo
estreito, o ducto tireoglosso;

 Na 7ª semana, a tireoide já assumiu a


sua forma definitiva e geralmente está
localizada na sua posição final no
pescoço.
TIREOIDE LINGUAL
 Tecido glandular tireóideo ectópico;
 2/3 desses pacientes não possuem
tecido tireoidiano cervical;
 Incidência varia de 1:100.000 a
1:3.000;
 O sexo feminino é o mais acometido
DESENVOLVIMENTO DA LÍNGUA
 2/3 anteriores da língua
Perto do final da 4ª semana, uma
elevação triangular aparece no assoalho
da faringe primitiva – tubérculo lingual
mediano (broto da língua/tubérculo
ímpar);

 Logo, dois tubérculos linguais laterais


(brotos linguais distais) ovais se
desenvolvem de cada lado do broto
lingual mediano.
 Derivados do 1º par de arcos faríngeos.
 Terço posterior da língua
 Duas elevações que se desenvolvem
caudalmente ao forame cego:

 A cópula formada pelo 2º par de


arcos faríngeos;
 A eminência hipofaríngea que se
desenvolve caudalmente à cópula, a
partir do mesênquima do 3º e 4º
pares de arcos.
DESENVOLVIMENTO DA FACE
 24 dias:
 O primórdio da face aparece ao redor do estomodeu (primórdio da boca);
 O desenvolvimento facial depende da influência indutora dos centros organizadores
do encéfalo; Os cinco primórdios da face são:
 uma proeminência
frontonasal;
 um par de proeminências
maxilares;
 um par de proeminências
mandibulares.
DESENVOLVIMENTO DA FACE
 28 dias:
 Os processos mandibulares se fundem, sendo projetados mais para posterior;
 Espessamentos ovais bilaterais – placodes nasais – se desenvolvem nas partes
inferolaterais da proeminência frontonasal;
 Aparecimento do placode do cristalino.
DESENVOLVIMENTO DA FACE
 31 dias:
 O processo mandibular fica mais para anterior;
 O mesênquima nas margens dos placodes nasais prolifera, produzindo elevações em
forma de ferradura - as proeminências nasais mediais e laterais. Como resultado, os
placodes ficam nas depressões – as fossetas nasais;
 Cada proeminência nasal lateral é separada da proeminência maxilar por uma fenda
chamada sulco nasolacrimal.
DESENVOLVIMENTO DA FACE
 33 dias:
 Temos em evidência o processo maxilar, o processo mandibular, o processo nasal
medial, o processo nasal lateral e o processo frontal;
 Os processos nasais laterais ficam mais próximos do processo maxilar. Ao se
fusionarem, formam o ducto nasolacrimal;
 O meato acústico externo fica evidente.

Meato acústico externo


DESENVOLVIMENTO DA FACE
 35 dias:
 Os placodes da lente ficam mais frontais;
 Os processos nasais mediais ficam mais volumosos
DESENVOLVIMENTO DA FACE
 40 dias:

 48 dias
MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA
DESENVOLVIMENTO DA FACE
14 semanas:
A proeminência frontonasal forma a testa, o dorso e
o ápice do nariz, além do filtro labial;

 As prieminências nasais laterais formam as asas do


nariz;

 As proeminências nasais mediais formam o septo


nasal, o osso etmoide e a placa cribriforme
DESENVOLVIMENTO DA FACE
14 semanas:
 As proeminências maxilares formam as
regiões superiores das bochechas e, junto às
proeminência frontonasal, o lábio superior;

 As proeminências mandibulares dão origem


ao queixo, ao lábio inferior e às regiões
inferiores das bochechas.
DESENVOLVIMENTO DA MAXILA
 A maxila desenvolve-se por meio de um centro
de ossificação no processo maxilar do 1º arco
faríngeo;
 A partir desse centro, a ossificação vai
progredindo:
 Abaixo da órbita, em direção ao zigomático;
 Em direção à região incisiva;
 Em direção ao processo frontal, formando o
processo frontal;
 Para a região dos processos palatinos, para
formar o palato secundário
Ao nascimento o corpo da maxila é relativamente pequeno, pois os seios maxilares ainda
são rudimentares!
DESENVOLVIMENTO DA MANDÍBULA
 A partir da 6ª semana, o processo mandibular
contém a cartilagem de MECKEL;
Ainda na 6ª semana, ocorre, lateralmente à
cartilagem de MECKEL, uma condensação de
ectomesênquima, na altura da divisão do nervo
alveolar inferior em seus ramos incisivo e
mentual;
Na 7ª semana inicia-se a ossificação nessa
região;
A formação do osso da mandíbula ocorre em
torno da porção lateral da cartilagem
DESENVOLVIMENTO DO PALATO
 A palatogênese começa na 6ª semana; entretanto,
o desenvolvimento do palato não está completo até
a 12ª semana;
 O palato se desenvolve em 2 estágios: o
desenvolvimento de um palato primário e o
desenvolvimento de um palato secundário.
No início do desenvolvimento, as cavidades oral e
nasal comunicam-se, e o espaço entre elas é
ocupado pela língua em desenvolvimento e
delimitado anteriormente pelo palato primário.
Somente quando o palato secundário se desenvolve
é que as cavidades oral e nasal se separam.
DESENVOLVIMENTO DO PALATO
 PALATO PRIMÁRIO
 Começa a se desenvolver no início da 6ª semana –
processo mediano;
 É formado pela fusão das proeminências nasais
mediais;
 Forma:
 O aspecto anterior/linha média da maxila;
 A parte pré-maxilar da maxila

Representa apenas uma pequena parte do palato


duro no adulto.
DESENVOLVIMENTO DO PALATO
 PALATO SECUNDÁRIO
 Começa a se desenvolver no início da 6ª semana,
a partir de projeções mesenquimais das
proeminências maxilares – os processos palatinos
laterais;
 Inicialmente, essas estruturas projetam-se
inferomedialmente de cada lado da língua.
DESENVOLVIMENTO DO PALATO
 PALATO SECUNDÁRIO
 À medida que a maxila e a mandíbula se
alongam, elas puxam a língua para a sua raiz e,
como resultado, ela assume uma posição inferior na
boca;

 Durante a 7ª e 8ª semana, os processo palatinos


laterais assumem uma posição horizontal superior à
língua.
DESENVOLVIMENTO DO PALATO
O osso se desenvolve gradualmente no palato
primário, formando a parte pré-maxilar da maxila;

 Concomitantemente, o osso se estende da maxila e


dos ossos palatinos para os processos palatinos
laterais, formando o palato duro;

 As partes posteriores desses processos não se


tornam ossificadas. Elas se estendem e se fundem
para formar o palato mole, incluindo sua projeção
cônica mole - a úvula.
FISSURAS LABIOPALATINAS
Fissuras labiopalatinas são malformações congênitas faciais que se dão através de uma
abertura/ruptura na região do lábio e/ou palato, ocasionada pelo não fechamento dessas
estruturas, que ocorre durante a formação e desenvolvimento do feto;
Pode ocorrer uma falha na fusão do processo frontonasal com o processo maxilar,
ocasionando a fenda labial;
A falha de penetração do tecido mesodérmico no sulco ectodérmico da linha média do palato
posterior a lateral da pré-maxila ocasiona a fissura palatina.
ETIOLOGIA
Para explicar a etiologia dessas fissuras, os pesquisadores têm se apoiado na teoria
multifatorial, que consiste em interações de determinantes genéticos e ambientais. Entretanto,
os mesmos ainda não estão bem elucidados;
Dentre os fatores etiológicos que parecem estar mais frequentemente relacionados a esta
anomalia estão: infecção congênita, deficiência nutricional, diabetes gestacional,
consanguinidade, viroses, radiações ionizantes, alcoolismo, uso de drogas, trauma mecânico e
hereditariedade.
PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA

No Brasil, a prevalência varia entre 11,89/10.000 e 3,09/10.000 nascidos, dependendo da


região geográfica (RIBEIRO-RODA; GIL-DA-SILVA-LOPES, 2008).
A incidência em relação à presença de familiares fissurados, observa-se nas seguintes
proporções (CERQUEIRA et al., 2005):
a) pais normais = 0,1% de chance de ter um filho fissurado;
b) pais normais e um filho fissurado = 4,5% de chance de ter outro filho fissurado;
c) um dos pais e um filho fissurado = 15% de chance de ter outro filho fissurado.
CLASSIFICAÇÃO
Muitas foram as tentativas de classificação de fissuras ao longo dos anos, atualmente elas se
dividem em quatro categorias, tomando como ponto de referência o forame incisivo, limite
entre o palato primário e secundário.
Assim, as fissuras são classificadas em:
CONSEQUÊNCIAS
 As fissuras labiopalatinas desencadeiam uma série de alterações que podem
comprometer severamente:
 a fala, a alimentação,
 o posicionamento dentário
 a estética.
 Sem o devido tratamento, as fissuras podem provocar sequelas graves, como a perda
da audição, problemas de fala e déficit nutricional, além do sofrimento com o
preconceito.
TRATAMENTO
 A maioria das crianças afetadas por fissuras orofaciais é tratada por uma equipe
multiprofissional, envolvendo:
 Medicina, Odontologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, Psicologia, Enfermagem,
Serviço Social, Recreação, Educação e Nutrição,
 Acompanharão o paciente do nascimento até a idade adulta
REFERÊNCIA

Capítulo 9: Aparelho faríngeo, face e pescoço

augustocleal@hotmail.com

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