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Oclusão normal na dentição mista

⮚ Dentição mista
● Início- erupção do primeiro
dente permanente
● Final- esfoliação do último
dente decíduo

Pacientes de 6,7,8 anos nessa faixa etária já se tem o 1M permanente e na maioria


das vezes já tem irrompido os incisivos inferiores... Primeiro período transitório é
quando se tem a erupção do molar e troca dos incisivos. Essa é a fase da dentição
mista em que haverá análise, vamos verificar se terá espaço para acomodação de
todos os dentes permanentes de substituição.
Necessita avaliar o espaço avaliado e o espaço requerido. Espaço avaliado é o
tamanho do osso que se tem para acomodar esses dentes. Os molares permanentes
que são dentes permanentes de complementação, o espaço dele é determinado pela
sequência de crescimento dos ossos, já o espaço na dentição decídua não, é
exatamente o tamanho que nasce. O crescimento na primeira infância de 0 a 3 anos
tem todos os dentes decíduos irrompidos, o dente decíduo rompe a cada seis meses, 2
anos e meio.
Precisamos conhecer bem esse espaço avaliado, o osso disponível, medindo osso e o
dente que estar prestes a irromper. Esse é o período inicial da dentição mista e caso
haja alguma dificuldade pode utilizar algum recurso, como um mantedor de espaço ou
arco lingual, através da discrepância de modelos. Se houver alguma ausência de dente
pode colocar uma ponte com um dente para substituir, ou colocar um bumper para
conseguir espaço. E a fase final da dentição mista é quando esfolia o último dente
decíduo que é por volta dos 11 anos, o canino na arcada superior e o pré-molar na
inferior.
Na dentição mista o paciente vai ao dentista a cada 6 meses, se algum dente que cair
ou se teve algum problema clínico para fazer avaliação, com o intuito de evitar que
imprevistos aconteçam.
Na região dos dentes sucessores é onde se tem o espaço avaliado... Lembram do
leeway space ou espaço migratório? É a diferença entre a somatória do diâmetro
mésio-distal do canino, do primeiro e segundo molar decíduo menos a somatório dos
sucessos permanente (canino permanente, 1PM E 2PM).

A cronologia pode ser dividida em três idades


distintas: idade óssea, dentária e cronológica.
A idade cronológica se baseia no nascimento. A
dentária na cronologia de erupção dos dentes. A
óssea pode ser analisando pela radiografia de
mão e punho avaliando se as epífises estão
“fechadas”- não haverá mais crescimento dos ossos. Se a maloclusão for esquelética
tem que aproveitar enquanto o paciente ainda está crescendo.
Na oclusão mista tem também a fase do patinho
feio, caracterizado pelo diastema entre os
incisivos. Tendo em vista que o canino superior
permanente é último dente da maxila a irromper,
a coroa dele se posiciona distalmente com as
raízes dos incisivos laterais superiores, abrindo um
diastema nos incisivos centrais. Pelo fato do
canino ser robusto quando ele vai irrompendo
esse diastema vai se fechando. Só se toma alguma
atitude quando o canino está irrompido e o diastema não fechou.

À medida que o canino vai “descendo”, vai se


posicionando e após a completa erupção fica
fechado. É uma condição fisiológica.

O estabelecimento da chave de oclusão,


quando não está na dentição mista é comum o
molar ficar em relação de topo a topo.

Na dentição mista, basta 1 dente decíduo se tiver relação topo a topo, será classificado
como Classe I. Já a Classe II, classifica quando não tem nenhum dente decíduo.
Topo a topo, dentição mista, é classe I. Mas, se for dentição permanente, classe II.

O estabelecimento da chave de oclusão, pode ter ajuste esquelético ou ajuste


dentário.
1,7 mm de cada lado na arcada inferior, então tem 3,4mm do comprimento da arcada. Já na
arcada superior tem 0,9mm, ficando 1,8mm.

Por que faz a análise da discrepância é feita sempre na arcada inferior e não na superior?
Porque todo o arco superior em uma chave de oclusão normal circunscreve o inferior, então ele
fica por fora. Logo, se aumentar a inclinação axial do superior, aumenta o perímetro do arco,
mas no inferior não, porque o superior estará na frente.

A análise da dentição mista vai avaliar a quantidade de espaço no arco inferior para o
alinhamento dos dentes permanentes. Os elementos diagnósticos são: modelo de gesso,
radiografia periapical, radiografia cefalométrica em 45 graus, tomografia computadorizada.

Espaço presente (EP) é o comprimento do osso basal ou perímetro do arco, representa o


espaço disponível para o correto alinhamento dentário, de mesial do primeiro molar
permanente de um lado ao outro.

Espaço requerido (ER) é a soma dos diâmetros mésio-distais dos dentes no mesmo arco, de
segundo pré-molar de um lado ao segundo pré-molar do outro lado, representando o volume
dental.

Discrepância dos arcos é a diferença entre o espaço presente e o espaço requerido.

EP > ER discrepância positiva (sobra de espaço, possibilidade de diastemas)

EP = ER discrepância zero

EP < ER discrepância negativa (deficiência de espaço, apinhamento ou projeções dentárias)

O arco inferior tem maior dificuldade de recuperar ou conseguir espaço, sendo esse o arco
base para o planejamento do tratamento.

“Qualquer deficiência no comprimento do arco deve ser diagnosticada com antecedência e os


procedimentos clínicos indicados prematuramente” Huckaba (1964)

o Podemos conduzir a evolução da dentição, mas para isso é preciso utilizar exames
complementares como a radiografia para verificar a presença do germe permanente.

MEDIÇÃO DO ESPAÇO PRESENTE


Existem três técnicas:

● Fio de latão = ele é posicionado nas cúspides vestibulares (indo da mesial do 1° molar
permanente até a mesial do 1° molar permanente do hemiarco oposto), para isso o fio
deve ser retificado e depois medido.
● 6 Segmentos = é a técnica mais indicada, pois é a mais fidedigna. Como o canino fica
na área do contorno do arco, medimos a área da linha média até a mesial do canino,
seguindo a medição do canino isoladamente, finalizando com a medição da distal do
Canino até a mesial do 1° Molar, repetindo o procedimento da mesma forma no outro
hemiarco oposto.

● 4 Segmentos = vai da linha média até mesial do canino, em seguida da mesial do


canino até a mesial do 1° Molar permanente , repetindo a mesma coisa até hemiarco
oposto.

MEDIÇÃO DO ESPAÇO REQUERIDO


- Procedimento simples na dentição permanente.

- Materiais: compasso de pontas secas ou paquímetro

🡺 diâmetro mésio-distal de 2° PM de um lado ao 2° PM do outro.

- Fase de dentição mista = Como obter a medida dos dentes não-erupcionados?

🡺 Método radiográfico = EX: tomografias AP (fonte de radiação vinda da parte anterior


para posterior) e PA (vinda de posterior para anterior)
🡺 Uso de tabela de predição de tamanho = EX: Tabela de Moeyrs

🡺 Combinação de ambos

- Genética determina o tamanho dentário

🡺 Igual variação de tamanho

- Fase de transição = possibilidade de redução natural do perímetro do arco (ou seja, tem a fase
da dentição mista onde temos os dentes temporários)

❖ ANÁLISE DE NANCE (1947)

🡺 TABELA DE BLACK

🡺 LEEWAY
❖ RADIOGRAFIAS CEFALOMÉTRICAS EM 45°

- Aperfeiçoamento da análise de NANCE (1947)

- Pequena distorção

- Constatação da presença dos elementos (temos que saber se o dente permanente vai estar
presente para poder tentar preservar espaço para ele) ou até para um futuro implante.

OBS: Radiografias = medir com um paquímetro

❖ ANÁLISE DE MOYERS (1963)

- Alto coeficiente de correlação entre incisivos inferiores e caninos + pré-molares

🡺 INCISIVOS INFERIORES:
Presentes durante a dentição mista
Fáceis de medir apuradamente
Estão diretamente no centro da maioria dos problemas de gerenciamento de espaços.
🡺 INCISIVOS SUPERIORES:
Grande variação de tamanho e baixa relação.
🡺 VANTAGENS:
Erro sistemático mínimo
Simplicidade
Rapidez
Não necessita de radiografias ou equipamentos especiais
Pode ser feito diretamente na boca do paciente, apesar de não ser aconselhável
Pode ser feita no arco inferior e superior
🡺 DESVANTAGENS:
Superestimar o tamanho dos dentes (75% de acordo com a tabela)
Associar com radiografias
Presença dos elementos
Ectopias de desenvolvimento
Anomalia da forma da coroa

❖ ANÁLISE DE HUCKABA:

Radiografias periapicais = regra de três

P–P‘ P = D . P’

X => D’ Não elimina todas as distorções

D–D‘

❖ TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS
- Representação 1:1
- Medição diretamente na imagem do dente
- Desvantagem:
Alto custo
Exposição do paciente à altas doses de radiação

DISCREPÂNCIA DOS ARCOS

OBS: o ER tem que ser < ou = ao espaço avaliado, caso contrário irá ter apinhamento
dentário.

o EP > ER = discrepância positiva


- Sobra de espaço
- Possibilidade de diastemas

o EP = ER – discrepância zero
o EP < ER – discrepância negativa
- Deficiência de espaço
- Apinhamento ou projeções dentárias

DISCREPÂNCIA NEGATIVA (maior que – 4mm)


- Tratamento ortodôntico corretivo com extrações
- ATENÇÃO : Hoje afirma-se que até 5 mm não é necessário corrigir com
extrações, discrepância interarcos de Bolton (são realizados desgastes de
canino a canino em torno de 0,5 mm de cada lado (face interproximal)
totalizando um desgaste final de 12 mm.

- Se estiver faltando até 6 mm, e a dentição for Classe I, pode-se extrair um incisivo
central inferior, desse modo ficará um incisivo na linha média.

DISCREPÂNCIA POSITIVA ( maior que 0 mm)

- Situação de normalidade na dentição mista;


- Alinhamento espontâneo dos dentes.

DISCREPÂNCIA ZERO

- Tratamento ortodôntico preventivo

- “Apinhamento = Leeway space”;


- Caninos, 1º e 2º molares decíduos são temporários, quando
forem esfoliados e caírem terá 3,4 mm ( 1, 7 em cada lado), sendo
necessaŕio o uso de uma mantenedor de espaço para aproveitar
todo o espaço de leeway space.

DISCREPÂNCIA LIGEIRAMENTE NEGATIVA ( entre 0 e 4 mm)

- Tratamento ortodôntico interceptativo.


- Em caso de apinhamento anterior = “leeway space” e acarretará em:
1. Não haverá desenvolvimento espontâneo da oclusão normal
2. Três situações são disponíveis:
❖ 1º Alinhamento dos Incisivos

- Incisivos alinham,ocupando o “leeway space”;

- Não há espaço para o ajuste dentário, ou seja, não há migração


mesial do molar inferior para estabelecer a chave de oclusão;

- Relação de molares em topo ou Classe II.

❖ 2º Permanência do Apinhamento
- Os primeiros molares migram, realizando o ajuste dentário e
estabelecendo a chave de oclusão;
- Não há espaço para o alinhamento dos incisivos,
permanecendo o apinhamento.

❖ 3º Impactação do 2º pré-molar inferior

- Incisivos ocupam o “leeway space”, alinhando;

- Os primeiros molares migram mesialmente, realizando o ajuste


dentário e estabelecendo a chave de oclusão, mas ocupam o espaço
dos 2º pré-molares;

- Sem espaço para erupcionar, o 2º pré-molar fica impactado ou fora


do contorno do arco.

DISCREPÂNCIA DE ARCOS E APROVEITAMENTO DO “LEEWAY SPACE”

➔ Discrepância zero ou ligeiramente negativa

O aproveitamento do “ Leeway space” se dá pela manutenção de espaço ou


recuperação do espaço. - se for negativa teremos que recuperar

- pode-se usar o Bumper para verticalizar um dente que migrou mesialmente liberando
espaço e salvando a extração de um dente.
➔ Discrepância ligeiramente negativa entre 0 e 4 mm

Para o aproveitamento do "Leeway space" o segundo molar permanente deve não


está erupcionado
Caso Clínico 1

● Discrepância Zero:

- Uso de Bumper.

Caso Clínico 2

● Discrepância Zero:
- Uso de barra
lingual.

Caso Clínico 3

● Discrepância Ligeiramente negativa:


- uso de bumper
CONCLUSÃO

● Deve-se fazer a identificação e prevenção de situações propícias ao desenvolvimento


da maloclusão;
● Deve-se ter o conhecimento de oclusão normal na dentição mista;
● Os procedimentos são simples;
● Uso de Tomografias - tornam mais fáceis a execução e a precisão.

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