Você está na página 1de 36

Disciplina de Oclusão | Departamento de Odontologia | Universidade Federal de Santa Catarina

AULA 1
Introdução ao Estudo da Oclusão
Professora: Beatriz DMS

1. OCLUSÃO
“Uma das disciplinas mais importantes da Odontologia”

1.1 CONCEITO

1.1.1 Oclusão
Contato dos dentes superiores e inferiores que ocorre com a aproximação da
mandÍbula com a maxila;
Relação estática e dinâmica entre as superfícies oclusais dos dentes, que devem
estar em harmonia com as demais estruturas do sistema estomatognático (SE)
Funções do Sistema Estomatognático: mastigação, fonação, respiração,
deglutição e postura.
1.1.1 Desoclusão
É desencostar os dentes

1.2 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

- Conseguimos o sucesso profissional e a realização pessoal através da longevidade


dos trabalhos realizados nos pacientes e com a manutenção dos dentes naturais;
- A oclusão equilibrada é muito importante para a longevidade dos trabalhos protéticos
e dentes naturais;
- A oclusão é uma das disciplinas mais importantes da Odontologia pois está inserido
em várias disciplinas;
- Quase todas as especialidades da odontologia necessitam dos princípios básicos
da oclusão;
Disciplina de Oclusão | Departamento de Odontologia | Universidade Federal de Santa Catarina

- Independente da complexidade do procedimento restaurador devemos sempre


respeitar os princípios básicos da oclusão;
- Existe uma relação ideal estática e dinâmica entre os dentes e as arcadas dentárias;
- A Oclusão é a base da odontologia;
- Para estudarmos a oclusão, precisamos conhecer intimamente o sistema
estomatognático (SE), que é a base de atuação do dentista;
- O SE é extremamente complexo e refinado, possui várias funções e é controlado
pelo sistema nervoso que regula e coordena todos os seus componentes estruturais;
- O SE apresenta muitas funções: mastigação, deglutição, fonação, respiração e
postura.

1.3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA OCLUSÃO

1.3.1 Posições

RC – Relação Cêntrica
MIH – Máxima Intercuspidação Habitual: posição de acomodamento mandibular,
independente da posição dos côndilos na cavidade articular (cavidade glenóide).
-Dentes posteriores: seguram a mordida
-Dentes anteriores: não devem se tocar ou se tocam levemente
ROC – Relação de Oclusão Cêntrica
DVR – Dimensão Vertical de Repouso
DVO – Dimensão Vertical de Oclusão
ELF – Espaço Livre Funcional

1.3.2 Movimentos Mandibulares

Protrusão: movimento póstero-anterior da mandíbula


Lateralidade: movimento lateral da mandíbula
Disciplina de Oclusão | Departamento de Odontologia | Universidade Federal de Santa Catarina

1.4 ALGUNS PRECEITOS DA OCLUSÃO

1.4.1 Quando ocluimos, são os dentes posteriores que seguram a mordida e


determinam a Dimensão Vertical de Oclusão (DVO)

Os dentes posteriores possuem a anatomia adequada para receberem as forças


longitudinais (oclusais). Possuem uma mesa oclusal larga, raízes, cúspides e fossas
integradas para que a energia seja dissipada ao longo eixo do dente e crie uma
resposta fisiológica de amortecimento e distribuição desta energia.
Os molares são alinhados de tal forma que as forças verticais intensas de fechamento
possam ser suportadas por estes dentes sem prejuízo

1.4.2 Quando vamos reconstruir ou repor um dente, é necessário existir espaço


suficiente

1.4.3 Nos movimentos de lateralidade, idealmente os caninos é que devem se


tocar e desocluir os dentes posteriores (guia canino)

Incisivos e caninos são preparados anatomicamente para receber forças laterais.


A função principal dos incisivos e caninos é cortar e rasgar o alimento, porém, é
importante saber, que a principal função desses dentes é a PROTEÇÃO do sistema,
servindo de guia para a desoclusão, tanto na protrusão (incisivos) quanto na
lateralidade (caninos). Os dentes anteriores foram desenhados para receber as
cargas laterais e dissipar a energia gerada ao longo do seu eixo, distribuindo para os
tecidos de sustentação.
DENTE CANINO: maior comprimento radicular, anatomia favorável, envolvido por
osso compacto e denso, posicionamento estratégico (longe do fulcro), menos força
para fazer movimento de lateralidade.

1.4.4 Nos movimentos de protrusão, os incisivos devem desocluir os dentes


posteriores (guia incisiva)
Disciplina de Oclusão | Departamento de Odontologia | Universidade Federal de Santa Catarina

1.5 IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO OCLUSAL

1. Para verificar se existe desequilíbrio oclusal;


2. Para verificar se existem dentes com sobrecargas oclusais (traumas
oclusais);
3. Para avaliar se existe espaço suficiente para restaurar o dente;
4. Para avaliar se existe a necessidade de planejar o caso no articulador;
5. Para que o trabalho restaurador tenha longevidade.

SUPER IMPORTANTE:
Mais importante do que uma oclusão ideal é como ela é usada.
Portanto, sempre avaliar a presença de hábito parafuncional (por exemplo, o
bruxismo).
aula 2

sistema de órgãos e tecidos interdependentes, anteriormente


conhecido por sistema mastigatório.

ossos, dentes e estruturas de suporte, articulações, ligamentos e


músculos.
A cinemática mandibular depende da saúde dos músculos e ligamentos e também de
como os dentes de ambos os arcos se relacionam.

Ossos
forma a maior parte do esqueleto facial superior, assoalho de cavidade nasal,
de órbita, palato e rebordos alveolares.

não tem inserção óssea com o crânio e é sustentada abaixo da maxila por
músculos, ligamentos e tecidos moles. Inclui o côndilo/cabeça da mandíbula, processo
coronoide, ângulo e ramo da mandíbula.

possui a cavidade glenoide/cavidade articular/fossa articular, a


eminência articular e a fissura escamotimpânica. Constitui o teto da articulação
têmporo-mandiular e a mandíbula se movimenta sobre ele.

Dentes e Estruturas de Suporte


Incisivos e caninos: função de cortar e rasgar
Pré-molares e Molares: função de triturar os alimentos
As estruturas de suporte são formadas por osso alveolar e ligamento periodontal.

em oclusão normal, o canino deve ser o único dente em função durante a


lateralidade. Caso haja um desgaste do canino, o pré-molar vai acabar fazendo essa
função.

 Maior comprimento radicular (coroa/raiz)


 Área radicular favorável (raiz robusta)
 Envolvido por osso compacto e denso
 Posicionamento estratégico (longe do fulcro mandibular, ou seja, recebe menos
carga)

1
 Menor atividade muscular quando comparada com a função em grupo
*fulcro mandibular: local que recebe a maior força da mastigação/apertamento

Articulações
vai articular a mandíbula com o crânio. É formada pelo côndilo, fossa mandibular e
pelo disco articular. Por ser formado por essas 3 estruturas “ósseas”, é caracterizado
como composto.
*o disco foi inicialmente considerado um osso, e permaneceu assim

 É uma articulação gínglimo-artroidal (rotação e translação)


 Articulação sinovial bilateral
 Interdependente
 Recobrimento das estruturas articulares por fibrocartilagem (ligamentos)
 Possui nutrição e inervação
 Articulação composta
 Possui disco articular bicôncavo

2
A ajuda a conter a abertura de boca. De forma saudável, o paciente
vai abrir a boca até o côndilo chegar na eminência articular. Uma abertura de boca
normal tem 40mm.

o côndilo não sai de posição, vai apenas rotacionar no próprio eixo. Esse
movimento vai fazer com que haja uma abertura de boca de 20-25mm.
o côndilo translada para baixo, gerando uma abertura média de
40mm.

tecido fibroso em formato de gravata borboleta, tendo a parte média mais fina, o
tornando bicôncavo. Não é inervado e nem vascularizado, por isso não dói e nem
inflama (o que dói e inflama são os ligamentos). Sua posição é mais anterior, superior e
mesial.

Ligamentos
Tem papel importante na proteção das estruturas. Formados por tecido cartilaginoso,
eles agem como agentes limitadores ou de restrição de movimento. Os ligamentos são
inervados e vascularizados, normalmente quando há dor na ATM, é esse tecido que está
lesionado.
*colágeno permite elasticidade. Uma vez que o ligamento é estirado, ele não volta à
posição inicial.

3
 Ligamento Retrodical
Prendem as bordas medianas e laterais do disco ao côndilo, restringem o movimento do
disco para fora do côndilo (para frente) e também participam do movimento de abertura
de boca.

 Ligamento Capsular
Envolve e circunda toda a ATM, retendo o fluido sinovial. Age para resistir a qualquer
força medial, lateral ou inferior que tende a separar ou deslocar as superfícies
articulares.

 Ligamento Têmporo-Mandibular
É duplo, tendo 2 feixes: um mais externo e outro mais interno

protege os tecidos retrodiscais do traumatismo provocado por um


deslocamento posterior do côndilo.

impede a queda excessiva do côndilo, limitando sua abertura.

 Ligamento Estilomandibular
Liga o processo estiloide ao ângulo da mandíbula, limitando os movimentos protrusivos.

 Ligamento Esfenomandibular
Liga a espinha do esfenoide à língula da mandíbula, limitando a protrusão e lateralidade
mandibular.

4
Músculos

 Músculo Masseter Superficial


 Origem: arco zigomático
 Inserção: ângulo da mandíbula/borda inferior do ramo
 Funções: fechamento e protrusão
 Afim de observar as patologias, se deve realizar uma força de 1,5kg nas 3 partes do
músculo (origem, corpo e inserção).

 Músculo Masseter Profundo


Possui a mesma origem, inserção e funções do masseter superficial. O masseter
profundo se localiza na frente do côndilo e atrás do masseter superficial.

 Músculo Temporal
 Origem: fossa temporal e superfície lateral do crânio
 Inserção: processo coronoide
 Funções: fechamento e retrusão
Possui 3 regiões: anterior, média e posterior. Se deve fazer uma força de 2kg para
apalpá-lo.

acima do arco zigomático e anterior a ATM (acima da linha dos olhos)

acima da ATM e superior ao arco zigomático

acima e atrás do ouvido


5

 Músculo Pterigoideo Medial
 Origem: fossa pterigoidea
 Inserção: superfície interna do ângulo da mandíbula
 Funções: sustentação, fechamento e protrusão
 Nesse músculo não se faz palpação por naturalmente estar dolorido

 Músculo Pterigoideo Lateral


Não é palpado na avaliação clínica. Possui 2 feixes, sendo um superior e outro inferior:

 Origem: asa maior do esfenoide


 Inserção: na cápsula, disco e côndilo
 Função: fechamento e acertura

 Origem: plexo pterigoideo


 Inserção: côndilo
 Função: protrusão, abertura e fechamento e lateralidade

Intensidade da Dor na Palpação


0. Ausência de dor
1. Leve desconforto
2. Desconforto ou dor
3. Dor intensa ou fuga

Dos números 1 a 3 há algum grau de patologia presente.

Padrões de Dor Referidas


Uma dor muscular em um local
específico, onde a contração desse
músculo pode irradiar para um dente.

6
estuda a relação/contato que ocorre entre os dentes superiores e inferiores quando a
mandíbula e a maxila se encontram. É a relação estática e dinâmica entre as superfícies oclusais que
devem estar em equilíbrio/harmonia com as demais estruturas do sistema estomatognático. O histórico
da reabilitação oral é fundamentado em princípios da oclusão.

Posições e Movimentos Mandibulares

Horizontais -> MIH, RC, ROC


Posição
Verticais -> DVO, DVR, EFL

Lateralidade
Movimento
Protrusão

1. Máxima Intercuspidação Habitual (MIH)


Posição de acomodamento mandibular, onde ocorre o maior número de contatos dentários
independente da posição dos côndilos na cavidade glenoide, observando apenas como os dentes se
acomodam quando a boca se fecha.

 Fisiológica
 Depende do contato dental
 Mutável

Os maxilares se adaptam aos problemas mudando a posição de MIH. Ex.: restauração alta ou
ortodontia.

Se utiliza a posição de MIH para observar onde está incidindo a (que


deveria estar em dentes posteriores). Quando ocluímos, os contatos devem ser bilaterais e
simultâneos e são os dentes posteriores que devem segurar a mordida, determinando a
dimensão vertical de oclusão. Os molares inclusive são anatomicamente para receber as forças
oclusais. No entanto, não estão preparados para forças laterais.

é a que recebe a força! É a cúspide palatal dos dentes


superiores e a vestibular dos dentes inferiores. Muito importante na mastigação. Sustentam a
altura vertical da face.
7
minimiza o impacto tecidual, mantém bolo alimentar na mesa oclusal e dá estabilidade
mandibular.
*Mordida cruzada: os dentes ocluem de tal forma que as cúspides vestibulares superiores
contatam a fossa central dos inferiores .

2. Relação Cêntrica - RC
Posição crâniomandibular, onde o côndilo e o disco estão firmemente alojados na posição mais
antero-superior da cavidade glenóide, fixados por ligamentos e músculos. Relação funcional
ideal entre várias estruturas da articulação têmporo-mandibular e do sistema estomatognático.
Como não se baseia na posição dos dentes, é utilizada também quando se perdeu todo o
parâmetro (edentulismo), já que é uma posição muscular.
Ao longo dos anos se discutiu e por muitas vezes a posição ideal do côndilo na fossa glenoide
em relação cêntrica foi mudado. Hoje se entende que essa questão não é tão importante.
Todos têm uma posição de relação cêntrica individual.

 Fisiológica (mais que MIH)


 Imutável
 Independe do contato dental
 Reproduzível
 Posição de diagnóstico

1. Necessidade de diagnóstico de problema oclusal


2. Perda na dimensão vertical
3. Perda nas guias anteriores
4. Contatos unilaterais
5. Pacientes sintomáticos
8
*Quando não se sabe por onde começar se utiliza a relação cêntrica. E SEMPRE montar no
articulados em relação cêntrica.

1. Deglutição
2. Posicionar a língua no palato
3. Manipulação frontal ou bilateral
4. Dispositivos Oclusais

O paciente é posicionado deitado com o cabeça levemente para trás, abrindo a boca em 1
mm. O dentista vai manipulá-lo abrindo e fechando a boca (segurando o queixo com uma
mão e a outra na gengiva superior. Esse movimento serve para confundir o cérebro.
Quando a mandíbula estiver mais solta, fazer o fechamento de boca de forma lenta e
observando quando o primeiro dente se tocar, essa é a relação cêntrica! Automaticamente
o paciente vai deslizar a mandíbula e acomodar os dentes, voltando à MIH.

Dispositivos Oclusais
O paciente não deve abrir a
o Desmemorização do reflexo proprioceptivo dos dentes e da musculatura; boca em demasia, pois há
deslocamento condilar
o Permite o afastamento dos dentes posteriores; acentuado para a região
anterior, às vezes
o Mantidos de 5 a 15 min;
ultrapassando a eminência
o Facilita a manipulação dos pacientes. articular. Nessa condição
torna-se impossível
 Roletes de algodão manipular o paciente em RC

 Sistemas rocca
 Placas oclusais lisas
 JIG de Lúcia (dentes anteriores desocluindo afim de deixar o mínimo de espaço nos
posteriores sem que se encostem e então se faz registro de cera)

 Fitas calibradas (Hard long)

Para saber se estamos na RC correta precisa manipular o paciente várias vezes para ser ver
coincide o dente que encosta primeiro.

desvia a mandíbula de relação cêntrica para MIH.

Em Lateralidade; em Protrusão
Ambos poderão ser patológicos ou fisiológicos:

Patológico: pulpite, faceta de desgaste, necrose, reabsorção, fratura, migração patológica dos
dentes, etc.
9
Bruxismo não é causada por contato prematuro ou interferência oclusal. Tem etiologia no SNC,
parte um comando do SNC para que músculo contraia.

3. Relação de Oclusão Cêntrica - ROC


Posição intermaxilar onde ocorre o maior número de contatos dentários com o côndilo em
relação cêntrica. É o ideial, mas apenas 10% da população tem MIH=RC

Vertical:
1. Dimensão Vertical de Oclusão
Distância entre 2 pontos localizados na face, 1 na parte inferior do nariz e outro abaixo do
queixo, com dentes ocluídos em relação de MIH. Essa dimensão pode ser perdida com o
tempo/perda dental/etc.

2. Dimensão Vertical de Repouso


É definida pelos músculos, quando dentes estão desocluídos e relaxados. Pessoa se encontra
em posição ereta, em estado de relaxamento. A mandíbula assume uma posição de descanso
postural, isso é com os músculos elevadores e depressores em um estado de atividade mínima.

3. Espaço Livre Fonético / Espaço Funcional Livre - EFL


Espaço existente entre os dentes antagonistas quando a mandíbula se encontra em posição de
repouso, na qual o tônus muscular está em estado de equilíbrio.

Define o espaço livre para fonética. Ideal: 2 a 4mm.

: mordida aberta anterior. Há menos espaço para


falar e fala batendo os dentes posteriores, podendo causar fraturas.

muda a fonética.

invasão do EFL, extrusão dos dentes posteriores e pela


confecção de trabalhos de próteses e placas.

aumento do EFL (dor para articular palavras), atrições


severas e perda dos dentes posteriores. Relacionada com uma acentuada sobremordida,
facetas de desgaste, instabilidade oclusal, lábio fino, queixo para frente e nariz para baixo.

que incisivos superiores cubram 1/3 dos inferiores


incisivos superiores projetados para frente
sobremordida, dentes superiores cobrem os inferiores 10
Para saber se perdeu dimensão vertical se faz técnica para avaliação da dimensão vertical
de oclusão:
1. Estética e proporção facial
2. Testes fonéticos (JIG fonético)

Movimentos Mandibulares
1. Lateralidade
Movimento lateral da mandíbula. O ideal é que todos os dentes desocluam, a não ser o canino,
pois é preparado anatomicamente, delineado para fazer guia lateral, está em local estratégico
(longe da ATM) e possui força para fazer o movimento.
Ao fazer o movimento de lateralidade, se estabelecerão duas situações: o lado de trabalho e o
de balanceio. Quando a mandíbula faz o movimento de lateralidade para o lado direito, por
exemplo, idealmente os caninos superior e inferior direitos irão se encostar e os demais
dentes permanecerão em desoclusão. O lado direito será o de trabalho e o esquerdo de
balanceio.

Guia Canino Durante o movimento de lateralidade, o canino inferior desliza na


concavidade palatina do canino superior, desocluindo os demais dentes, tanto do lado de
trabalho, quanto o de balanceio.

Guia em Grupo Grupo de dentes de segundo molar até canino, tocam-se


simultaneamente desde o início do movimento, desocluindo os dentes no lado de balanceio. A
medida que a mandíbula se movimenta, vai ocorrendo desoclusão progressiva dos dentes
posteriores no lado de trabalho.

são gerados quando é feito pelos incisivos ou quando há


contato no lado de balanceio. De deve fazer um ajuste oclusal quando há contato no lado de
balanceio apenas nos seguintes casos:

 Desgaste
 Mobilidade dental
 Trauma
 Lesão apical com recidiva

11
2. Protrusão
Movimento da mandíbula no sentido ântero-posterior. O ideal é que os incisivos façam a
desoclusão dos dentes posteriores. No mínimo um incisivo central.

Caso haja contato dos posteriores ou pouco contato dos anteriores irá causar
problema apenas caso o paciente tenha bruxismo.

a transmissão das forças oclusais devem ser em direção ao longo eixo


dos dentes posteriores.
Dimensão vertical em oclusão adequada: guia lateral e anterior adequadas. Contatos
dentários bilaterais e simultâneos. A oclusão se protege mutuamente: os molares protegem
os dentes anteriores e os dentes anteriores protegem os molares por conta dos movimentos
que suportam.

Ajuste Oclusal

Utilizar com muita cautela, “tecido dentário não volta”


Dente com lesão apical recidivante

Dente isolado com mobilidade aumentada sem causa periodontal

Dente com faceta de desgaste atípica

Dente com restauração ampla, sem proteção de cúspide

12
BRUXISMO

1.1 CONCEITO
De acordo com um último consenso internacional de 2018, o bruxismo pode ser definido como uma
atividade repetitiva dos músculos da mastigação, caracterizada por apertar, encostar, bater ou ranger
os dentes ou manter a mandíbula na mesma posição. Sua origem é no Sistema Nervoso Central (SNC).
Atenção: Bruxismo não é Disfunção Temporomandibular (DTM)

1.2 PREVALÊNCIA

Estudos epidemiológicos têm mostrado que as taxas de prevalência entre adultos podem variar de 10-
13% para Bruxismo do Sono e 22-31% para bruxismo na vigília. Em crianças e adolescentes o
bruxismo pode ser mais frequente, afetando até 40-50% dessa faixa etária. Em crianças é mais comum
o bruxismo do sono.

1.3 CLASSIFICAÇÃO

O bruxismo pode ser subdividido em relação:


a. Ao tipo de contração muscular (FÁSICO X TÔNICO);
b. A sua manifestação circadiana (BRUXISMO DO SONO X BRUXISMO NA VIGÍLIA);
c. A sua etiologia.

TIPO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR

Contração fásica: tem contração e relaxamento do músculo. Ocorre quando rangemos ou batemos os
dentes.
Contração tônica: Ocorre contração sustentada, não tem picos ou períodos de relaxamento durante a
contração.

MANIFESTAÇÃO CICARDIANA

A depender de sua manifestação circadiana, o bruxismo pode ser subdividido em bruxismo do sono (BS)
ou bruxismo na vigília (BV).
BRUXISMO DO SONO (BS)

O BS é uma atividade muscular mastigatória durante o sono. Associado a um evento que acontece na
microestrutura do sono, um micro despertar, onde o paciente não tem consciência e logo depois ele
contrai a musculatura e faz bruxismo.

O BS é fator de risco para:


Desgaste dental*
Fratura do dente ou restauração
Hipertrofia muscular
Mobilidade dentária
Desconforto, cansaço ou dor muscular*
Travamento fechado ao acordar* Língua,
bochechas ou mucosa marcada Cefaleia
matinal recorrente, boca seca

A detecção do BS é realizada por: anamnese, questionários, exame físico, eletromiógrafos portáteis e


polissonografia

O BS pode ser:
POSSÍVEL: relato do paciente - questionário e/ou anamnese PROVÁVEL:
achados em exame físico com ou sem relato do paciente
DEFINITIVO: polissonografia com ou sem relato do paciente e/ou exame físico

BRUXISMO NA VIGÍLIA

O BV é uma atividade muscular mastigatória durante a vigília, caracterizada por contato repetitivo ou
sustentado com os dentes e/ou apoio ou empurrão da mandíbula.
Associado a concentração e a fatores psicossociais de forma significativa.

O BV é fator de risco para:


Hipertrofia muscular
Desconforto, cansaço ou dor muscular
Língua, bochechas ou mucosa marcada
Cefaleia final de tarde
A detecção do BV é realizada por: anamnese, questionários, método ecológico (aplicativos), exame
físico, eletromiografia.

O BV pode ser:
POSSÍVEL: relato do paciente - questionário e/ou anamnese PROVÁVEL:
achados em exame físico com ou sem relato do paciente
DEFINITIVO: eletromiografia com ou sem relato do paciente e/ou exame físico

ETIOLOGIA

Em relação a sua etiologia, o bruxismo pode ser:


Primário: idiopático, não se conhece a causa, não está relacionado a nenhuma causa médica evidente,
clinica ou psiquiátrica.
Secundário: modulado por fatores externos, por exemplo por efeito adverso de drogas de abuso e
medicamentos. Relacionado com outros transtornos clínicos ou neurológicos.
1. síndrome genética
2. obstrução vias aéreas
3. Distúrbio do sono, Sindrome da apneia obstrutiva do sono
4. Refluxo gastroesofágico
5. TDA (transtorno de déficit de atenção)
6. Fumo, álcool, drogas
7. Estresse, fatores psicológicos
8. Algumas medicações

1.4 BRUXISMO EM CRIANÇAS

Bruxismo na infância pode ser entendido como sinalizador de que algo pode estar errado com o
bem-estar da criança. BS em crianças não é fisiológico! BS não está relacionado com a troca de
dentes! Aparelhos ortodôntico e ajustes oclusais não tratam bruxismo! É muito importante
determinar fatores etiológicos pois o bruxismo pode estar tendo um papel protetor. Doenças que
podem estar relacionadas:
Doenças respiratórias, distúrbio do sono, refluxo, medicamentos e fatores psicossociais.
1.5 CONTROLE DO BRUXISMO

1.5.1 CONTROLE DO BRUXISMO DO SONO


-Tratamento oclusal (ajuste oclusal ou ortodontia): NÃO HÁ SUPORTE NA LITERATURA
- Medicação (efeitos colateriais)
- Placa oclusal
Ideal: Placa rígida, Estabilidade e retenção, Sem báscula, lisa, sem marcas edentadas, Se possível,
lateralidade em canino, Espaço de 2 a 2,5 mm no último dente
- Toxina Botulínica: MUITA CAUTELA (atenção aos efeitos colaterais)
- Aconselhamento: HIGIENE DO SONO
Evitar estimulantes (cafeína, nicotina)
Manter horários rotineiros para dormir
Não dormir de estômago vazio
Reduzir barulho e claridade no quarto
Exercícios de relaxamento antes de dormir
Evitar telas antes de dormir
Prática de esportes

1.5.2 CONTROLE DO BRUXISMO NA VIGÍLIA


Utilizar algo cognitivo para mudar o comportamento do paciente.
Biofeedback: aplicativo
Lembretes
Respirar
Controlar ansiedade

1.5.3 CONTROLE DO BRUXISMO EM CRIANÇAS

Aconselhamento Higiene e sono


Tratamento local: uso de placas
Controle periódico
Psicologia
Médico otorrino
Efeitos da Sobrecarga Oclusal

Forças Oclusais ; Processos Mecânicos ; Processos Químicos ; Tratamento

Lesões não cariosas:

Perda de tecido dental duro (esmalte e dentina) sem ação de bactérias. A perda de estrutura dentária pode
estar associada a processos fisiológicos ou patológicos, sendo um processo multifatorial e progressivo,
acarretando em sensibilidade, problemas funcionais e estéticos.

Atrição

Desgaste dental resultante da fricção dente a dente que causa perda de tecido dental.

Fisiológica: ocorre ao decorrer da vida, mais perceptível com o aumento da idade.

Características:

 Facetas de Desgaste

 Desgastes de Caninos
 Desgaste Sincrônicos
 Desgaste Incisal e Oclusal.

Etiologia: Apertamento dental (bruxismo)

Tratamento:

o Controle de hábitos parafuncionais


o Reabilitação oral
o Prevenção: uso de placa oclusal total rígida

Nathalia Ricci Madaloni


Abrasão

Perda de tecido dental duro decorrente de processos mecânicos anormais que envolvem objetos
introduzidos repetidamente na boca.

Etiologia: Escova dental (escovação incorreta com excessiva pressão, palitos de dente, onicofagia, piercing
lingual/labial…)

 Causado pela fricção de um objeto nos dentes


 Relacionados a hábitos parafuncionais, ofício, escovação incorreta.
 Desgaste dental mais localizado
 Prevalência de 5% a 85%

Características:

 Superfícies vestibular
 Dentes posteriores
 Margens agudas e bem definidas
 Superfícies dura e polida
 Associada à recessão gengival

Cuidados:

Técnica de Escovação Incorreta, dentifrícios abrasivos, excesso de força

Não escovar os dentes logo após as refeições, Conscientizar o paciente, Cerdas Macias + Técnica de
escovação

Tratamento:

o Dentifrícios menos abrasivos, escova macia, troca de escova


o Restaurações
o Sensibilidade: Flúor

Abfração

Perda de tecido dental duro, na região do terço cervical, provocada por tensões excessivas.

Características:

 Etiologia conflitante na literatura

 Terço cervical caninos e pré-molares

Nathalia Ricci Madaloni


 Formato de cunha, profunda, bordas e ângulos vivos

 Hipersensibilidade dentária

Etiologia: Forças de tração e compressão tornam susceptível a ruptura dos cristais de hidroxiapatita,
diminuindo a união química.

Tratamento:

o Ajuste oclusal
o Dispositivo interoclusal
o Terapia ortodôntica
o Restaurações.

Erosão

“Resultado físico de uma perda patológica, crônica, localizada do tecido dental submetido quimicamente ao
ataque ácido, sem envolvimento de bactéria...”. Desgaste dental provocado por ação de agentes químicos de
origem endógena ou exógena.

 Amolecimento da superfície
 Dissolução da periferia dos prismas
 Remoção das camadas sucessivas de esmalte
 Exposição de dentina
 Erosão gradativa da dentina
 Exposição pulpar

Características:

 Evolução crônica e lenta  Sensibilidade dentinária

 Superfície lisa e brilhante  Ilhas de amálgama


 Superfície livre de placa macroscópica  Cavitação na região cervical

 Todos ou um grupo de dentes  Formação de diastema

 Diminuição do brilho do esmalte  Concavidade nas superfícies incisais e


 Perda da microanatomia oclusais
 Restaurações com resina destacadas

Casos Extremos

• Exposição pulpar; • Perda da dimensão vertical

• Incapacidade de estabelecer contato oclusal;

Nathalia Ricci Madaloni


Etiologia:

• Fatores intrínsicos • Fatores ocupacionais


• Fatores extrínsicos

Deve-se manter o pH bucal em torno de 6,9

Fatores extrínsicos
Alimentos que contenham
 Ácido cítrico (limão);
 Ácido carbônico e fosfórico (Refrigerantes, energéticos, água gaseificada);
 Ácido Málico e Tartárico (vinhos)
 Drogas Sintéticas
Acomete principalmente a superfície VESTIBULAR dos dentes ânterosuperiores.

Fatores intrínsicos
 Ácido Cítrico (gravidez, refluxo, anemia e anorexia)

Fatores Ocupacionais

• Nadadores profissionais;

• Enólogos;

• Trabalhadores expostos a gases ácidos industriais.

Nathalia Ricci Madaloni


Tratamento

• Fatores intrínsicos: multiprofissional + orientações

• Fatores extrínsicos: orientações e mudança de hábitos

• Fatores ocupacionais: orientações + bochechos com água e fluór.

•Reeducação alimentar • Restaurações

• Atenção psicológica • Sensibilidade: Vernizes, Potássio, Oxalatos,


Flúor
• Prescrição de soluções remineralizadoras
(flúor) • Remoção do agente etiológico.

• Reabilitação oral

• Prevenção e controle.

Prevenção de Danos

• Tomar líquidos com canudos • Visitas periódicas ao dentista

• Não escovar os dentes logo após as • Bochecho com água para controlar o pH
refeições

Atrição Abrasão Abfração Erosão

Mecânico Mecânico Mecânico Químico

Incisal/oclusal Vestibular Cervical Palatal/Oclusal

Restaurações Restaurações Restaurações Restaurações


acompanham o levemente desprendem-se desprendem-se
desgaste do dente desgastadas Ilhas amálgama

Facetas de desgaste Formato variado Formato de cunha - Formato variado -


coincidentes bordas vivas bordas arredondadas

Nathalia Ricci Madaloni


Posicionamento e Oclusão da Dentição - Mecânica do Movimento
Mandibular - Interação Reabilitação Oral e Oclusão

ESTÁTICA
Relações de Angle

1. Classe I: Padrão oclusal típico

Cada dente inferior oclui com seu antagonista e com o dente mesial adjacente

2. Classe II: mandíbula reuzida MI mais distalizado

Arco maxilar> mandibular

Projeção vestibular do arco maxilar > mandibular

Arco mandibular pequeno ou posicionado posteriormente

3. Classe III: dentes jogados p frente MI mesializado

Crescimento predominante da mandíbula. Posicionamento dos MI mesialmente a classe I

Seis Chaves da Oclusão de Andrews

1. Relação Interarcos
a) As cúspides mesiovestibulares do 1MS permanentes ocluem nos sulcos mesiovestibulares do 1MI
b) As cristas marginais distais dos dentes 1MS devem ocluir com as cristas marginais mesiais dos 2M
c) As cúspides mesiopalatinas dos 1MS devem ocluir nas fossas centrais do 1MI
d) As cúspides vestibulares dos PMS devem manter uma relação de cúspide-ameia com os dentes PM e M
inferiores
e) As cúspides palatinas dos PMS devem ocluir com as fossas distais dos PMI
f) Os CS devem fazer uma chave uma relação cúspide ameia com o CI e 1 PM
g) Os IS devem fazer uma sobremordida e uma sobressalência com os inferiores e apresentar coincidência de
suas linhas médias

2. Angulação das Coroas


Inclinação mesio-distal
Coroa clínicas apresentam uma inclinação para mesial

3. Inclinação das Coroas


Inclinação vestíbulo-lingual

4. Ausência de Rotações
Cúspides e sulco central seguem uma linha

5. Pontos de Contatos Justos


Ausência de diastemas

6. Curva de Spee
1
Nathalia Ricci Madaloni
Alinhamento e Oclusão da Dentição

Cúspides V inferiores ocluem na fossa central dos superiores

Cúspides P superiores Ocluem na fossa central dos inferiores

Cúspides Cêntricas: Vestibulares dos Inferiores – Palatinas dos superiores

VIPS

Mordida cruzada posterior: pode ser causada por discrepâncias esqueléticas

 Falha em manipular o paciente em RC pode gerar um registro em protrusiva, falsa ideia de Classe III

Estabilidade Oclusal

Contato dental impede a extrusão

 Cada dente oclui com 2 dentes antagonistas, exceto ICI e 3M


 A relação de 1 dente para dois é boa para: distribuir forças oclusais e estabilização dos contatos oclusais
 O padrão de contato dental mantém a posição dentária
 Se uma superfície oclusal do dente é perdida ou alterada, o dente poderá sofrer movimentação
 A perda de um dente leva a perda da estabilidade dos arcos dentários

Manutenção da DVO

Cúspides Centricas:
 As VIPS são responsáveis por manter a distancia entre a maxila e mandíbula- DVO
 As VIPS também são fundamentais na mastigação – pontas das cúspides localizadas
 Dentes Posteriores forças axiais
 Dentes Anteriores não devem receber forças excessivas- vestibularizam

Contatos oclusais comuns dos dentes anteriores

 Contatos anteriores em intercuspidação são ausente ou muito mais leves comparado aos contatos posteriores
 A função dos anteriores é guiar os movimentos mandibulares e também incisar o alimento
 GUIA ANTERIOR: contatos dentários que orientam a mandíbula

2
Nathalia Ricci Madaloni
DINÂMICA

1. Mutuamente protegida:

Posteriores protegem os anteriores de vestibularizarem, funcionam para parar a mandíbula durante o


fechamento, devem ter contato oclusal mais forte;
Anteriores protegem os posteriores durante as movimentações mandibulares (lateralidade e protrusão),
funcionam guiando a mandíbula nos mov excêntricos, contato mais fraco
o Guia canino ou Desoclusão em grupo (distribui forças)

2. Bilateral balanceada:

o Contatos bilaterais balanceados, todos os dentes estarão em contato durante os movimentos excursivos da
mandíbula
o Desenvolvida para próteses totais – ajuda a estabilizar as bases da prótese durante os movimentos mandibulares

EFL é aproximadamente 3mm

Como é a oclusão ideal? Com boa estabilidade, curva de spee subindo

3
Nathalia Ricci Madaloni
Articuladores I

São instrumentos que realizam movimentos oclusais em modelos de gesso.

Classificação dos Articuladores:

1. Articuladores não Ajustáveis

Classe I - Verticularizador, faz apenas movimentos verticais, registro estático

Classe II - Instr. Capaz de realizar movimentos horizontais e verticais, porém não orientados pela ATM. Possuem
lateralidade de forma genérica.

Seu uso é responsável por erros de prótese

Não reproduz movimentos excêntricos como de lateralidade

Só movimentos de abre e fecha

 Vantagens

+ Menor custo do articulador

+ Modelos montados em tempo Mínimo

 Desvantagens

- Reproduz com precisão apenas MIH

- Tratamentos realizados de maneira imprecisa

1
Nathalia Ricci Madaloni
2. Semi ajustável

Classe III - Capaz de simular os caminhos condilares a partir de valores médios para parcialmente ou todos os
movimentos. É possível individualizar o ângulo de Bennet, a guia condilar e a distância intercondilar

Possível ajustar a distância dos côndilos

Não tão completo quanto o totalmente ajustável

Chamado também de ASA. Articuladores Semi Ajustáveis - ASA

Reproduz lateralidade e protrusão

 Vantagens

+ Tipo Intermediário

+ Reproduz as condições encontradas no paciente

+ Movimentos Excêntricos, contato oclusal (não só MIH)

 Desvantagens

- Tempo Clínico (relativo, prótese muito melhor adaptada, assim não perde tempo em ajustes)

- Custo mais elevado

Já trás pro protético a anatomia, altura de cúspides correta e etc.

ARCON: Imita a Articulação Condilar. Posição inferior dos elementos condilares. (O que usamos)

Não Arcon: Não representa a Articulação. Mas não faz diferença na prática

Se monta em relação cêntrica ?

3. Articulador Totalmente Ajustável

Classe IV

Faz exatamente os movimentos do paciente na lateralidade, protrusão

Individualização das medidas de cada paciente - na oclusão, usa-se medidas médias- individualiza ângulo de Bennet,
guia condilar, distância intercondilar e ângulo de fisher

2
Nathalia Ricci Madaloni
 Vantagens

+ Repete maioria dos movimentos de maneira individualizada

+ Mínimo de ajuste intra-oral necessário

 Desvantagens

- Custo

- Dificuldade da Técnica

- Tempo para individualização - teria que ter mais que um articulador para usar em mais de um paciente

Articuladores :

Vantagens gerais

+ Permitem visão geral dos D e estruturas adjacentes

+ Permite o exame da oclusão por uma vista lingual

+ Reprodução dos Mov. Mandibulares

+ Completar achados clinicos e diagnóstico

+ Permite execução do Enceramento Diagnóstico

+ Menor tempo clínico para ajustes de prótese

+ Análise detalhada do caso, permitindo avaliar as dificuldades

+ Discutir com o paciente as alternativas para o tratamento

+ Demonstrar as modificações que serão realizadas pelo tratamento

Estudo da Oclusão  Planejamento e Enceramento Diagnóstico  Confecção de: próteses, aparelhos interoclusais...

3
Nathalia Ricci Madaloni
Componentes:

1. Corpo: é a parte central do articulador onde são fixados os ramos e as guias condilares.
Estabelece a distância bicondilar e distância inter-ramos.

2. Ramos: são compostos por dois suportes horizontais e paralelos, destinados à fixação das placas de montagens.
Cada aparelho possui dois ramos, um superior e outro inferior.

3. Elementos Condilares: representam os côndilos, possuindo a regulagem para a distância condilar pequena,
média ou grande.

4. Guia Condilar: são dispositivos geralmente planos com capacidade de controle de angulação. Estão posicionadas
nos três pontos de apoio, ou seja, esferas condilares e pino incisal. A angulação varia de 0 a 60°, usa 30°. As guias
se apresentam em dois tipos:
Guia condilar - Guiam movimentos protrusivos.
Guia Incisal - Altura entre os ramos
Ângulo de Bennet - Guiam o movimento de lateralidade (entre 0 e 30°). A média é 15°.

5. Mesa Incisal: localizada na parte anterior do ramo interior. Apoia o

6. Pino incisal- mantém altura entre os ramos (paralelos entre si)

7. Placas de montagem: recebem o gesso que fixará os modelos no articulador

Arco Facial

Braços articulados, parafusos de fixação, correlator nasio (fixa o conjunto em relação ao ponto násio), Garfo(Entra
em contato com a arcada superior para a transferência da posição Maxilar, é esterilizado), parafusos de fixação do
garfo, olivas (fixa o braço no meato acústico externo, limpar com álcool
A função primária do arco facial é orientar a transferência dos modelos ao articulador, respeitando as características
individuais de cada paciente.

Tomada do Arco Facial


Três pontos de Referência Oclusal com a Godiva no garfo ou uso de silicone denso
Garfo (estéril) coincidente com a linha média e pede pro paciente pressionar com os polegares
Posicionar as olivas no meato Acústico (cobrir com PVC)
Braços Articulares Paralelo ao plano de frankfurt
Correlator Násio
Segurar o braço firmemente até apertar os parafusos

4
Nathalia Ricci Madaloni
Ordem de Apertamento:
1 Central do Braço Articulado,
2 Laterais do Braço
3 Násio
4 Súperior-inferior do garfo
5 Ântero-posterior do garfo

Soltura: Násio. Laterais, central *não soltar os parafusos do garfo

Cuidados:

Deixar na bancada com o garfo pra cima,


Montar imediatamente o articulador
Antes da montagem ajustar a distância intercondilar

Montagem do Arco Facial e Modelo no Articulador

Sequência:
1. Remover o piso incisal
2. Encaixar as olivas no corpo do articulador
3. Posicionar o modelo superior sobre o garfo
4. Fixar modelo na placa de montagem com Gesso IV (baixa expansão)
5. Recobrir com gesso tipo II (para melhor acabamento/estética)

 Travar a lateralidade para o transporte (na parte detrás laranja)

5
Nathalia Ricci Madaloni
Articuladores II

"Um instrumento mecânico que representa a articulação temporomandibular, maxila e mandíbula, onde os modelos
são fixados para simular parcialmente ou totalmente os movimentos mandibulares".

Tipos: não ajustáveis, semi ajustáveis e totalmente ajustáveis.

Modelo Superior: utiliza o arco facial, gesso tipo IV no centro, e externamente gesso tipo II.

Técnicas para registro oclusal

1. MIH

Estabilidade oclusal
Pré-requisitos
Reabilitação será realizada sem alterar a MIH do paciente

2. Jig de Lucia

Dispositivo para registro em Relação Cêntrica - RC

Confeccionado sobre os IC superiores

Contato oclusal em um IC inferior

Confeccionado em Resina de baixa contração

Isolar dentes anteriores com vaselina ou lubrificante a base de água .....em casos de restaurações extensas ou
contenção palatina ortodôntica utiliza-se facetas em resina para isolar

Confecção: resina de baixa contração – pattern ou duraley

Manipulação: colocar o liquido (monômero) e depois o pó (resina) em um pote dappen; saturar todo o liquido
com o pó; homogeneizar; tampar até atingir a fase plástica

Posicionar a resina na fase plástica sobre os ICS – e ir colocando em uma cuba com gelo mais esquenta durante a
reação de presa

Deixar com volume lingual suficiente para promover a desoclusão dos dentes posteriores, diminui o volume até
quase tocar algum dente posterior

Ajustar para que toque apenas um incisivo inferior com inclinação para palatina

Jig finalizado – deixar o paciente com o JIG de 10-15 min. para desprogramar a musculatura

Estabilização oclusal com cera 7 ou 9 – uma ou duas laminas de cera, esquentar a cera dobrada e recortada
sobre a lamparina

A estabilização pode ser feita com silicone de adição a técnica é mais simples, porém tem um custo elevado.
1
Nathalia Ricci Madaloni
3. Palitos

Dispositivo para registro em Relação Cêntrica - RC

Interposto entre os ICS e ICI

Utilização de palitos de madeira

Utilizado em registros com maior afastamento dental para placas oclusais – utiliza quantos palitos forem necessários
para promover a desoclusão desejada

Estabilização oclusal com cera 7 ou 9- utiliza mais placas de cera em relação ao JIG

A estabilização também pode ser feita com silicone de adição

Preparo do Articulador

Verificar se está bem posicionado os seguintes elementos:

 Pino incisal em 0º - caso for utilizada a técnica do Jig de Lucia deve-se aumentar o pino incisal em 2mm, pois
o Jig promoveu uma leve abertura de boca
 Ângulo de Bennet 15º
 Guia Condilar 30º
 Distância intercondilar – não deve estar frouxo
 Mesa incisal deve estar centralizada com o pino incisal

Travar as guias (menor que zero ou trava laranja)

2
Nathalia Ricci Madaloni
Modelo Inferior

1. Hidratar o modelo

2. Posicionar o modelo inferior em MIH


(ou em casos de JIG e Palitos deve colocar a cera entre o modelo superior e inferior)
Confirmar que possui estabilidade oclusal
*cuidar para não haver contato posterior do modelo gerando uma montagem incorreta

3. Estabilizar o modelo inferior junto ao superior: uso de elástico (não indicada)


Uso de palitos de madeira e cola quente
Possível substituir a cola quente por godiva em bastão

4. Aplicar gesso tipo IV na região central- maior precisão

5. Aplicar o gesso tipo II e utilizar lixa d’água para melhor acabamento

“Em caso de montar o modelo inferior com registro utilizando JIG, deve-se aumentar o pino incisal em 2mm para
compensar aumento da provocada pelo JIG”

Com os modelos montados em um articulador é possível reproduzir os movimentos mandibulares do paciente, é


possível identificar desgastes, por exemplo, perda da guia em canino assim planejamos a reabilitação para não haver
falhas.

Cuidados para Movimentar o Articulador Semi ajustável

 Travar as lateralidades
 Aumentar o pino incisal para promover desoclusão dos modelos de gesso

3
Nathalia Ricci Madaloni

Você também pode gostar