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Introdução ao estudo de PPR - 07/03/22

O QUE É UMA PPR?

R: Um aparelho dentossuportado destinado a substituir um ou mais dentes em um ou ambos


os maxilares. Podendo ser removido da boca com relativa facilidade.

Partes consti tuintes de uma PPR

1. Conector maior
2. Conectores menores
3. Grampos
4. Malhas
5. Dentes artificiais (sobre malhas)

Indicações

 Espaços edentados sem pilar posterior;


 Espaços edentados extensos;
 Excessiva perda de tecido ósseo (casos onde uma PF não teria boa estética é possível
utilizar a PPR);
 Dentes suporte com sustentação periodontal relativa (casos mais complexos onde
pode-se utilizar de princípios mecânicos para manter uma PPR com maior
estabilidade);
 Aparelhos temporários / Provisórios (Protocolos de prótese conjugadas);
 Como prótese imediata (logo após uma exo);
 Protetor para implantes (principalmente enxertados);
 Fator de ordem econômica;
 Pequenos movimentos ortodônticos (desuso);
 Estado físico e emocional do paciente;
 Odontopediatria e casos cirúrgicos envolvendo fraturas.

Contraindicações

 Problemas motores (englobam todas as próteses);


 Debilidades mentais;
 Pobre higiene bucal;
 Quando uma PPF pode ser construída com sucesso.

Classifi cações em PPR

Adotamos como universal a classificação de Kennedy (1925) + Regras de Applegate (1960).

São critérios dessa classificação:

 Topografia;
 Localização / tipos de dentes remanescentes;
 Rendimento;
 Função;
 Fisiologia;
 Biomecânica.

São objetivos dessa classificação: Auxiliar na discussão do caso clínico / desenho; permitir a
visualização de maneira simplificada do caso em questão.

Existe ainda a classificação funcional, subdividida em:

Próteses dentossuportadas PPF e PPR


Próteses dentomucossuportadas PPR (extremidade livre / alavanca anterior)
Próteses mucossuportadas PT

Classifi cação de Kennedy (1925)

Classe Desdentado posterior bilateral (Extremidade livre bilateral)


I
Classe Desdentado posterior unilateral (Extremidade livre unilateral)
II
Classe Desdentado lateral com suporte posterior (suporte dental)
III
Classe Desdentado anterior (ultrapassa obrigatoriamente a linha
IV mediana)

Regras de Applegate (1960)

 Classificação só pode ser feita após o preparo da boca (podem ocorrer exos que virão a
alterar a classificação do caso);
 Se o terceiro molar está ausente não se deve usar em conta a zona edentada (não
reabilitamos o 3º por ser inviável para a PPR);
 Se estão presentes os terceiros molares, e esses vão ser utilizados como suporte, eles
devem ser considerados na classificação);
 O segundo molar pode entrar nas mesmas regras dos casos envolvendo terceiros
molares em alguns casos específicos (como quando os antagonistas do 2 molar estão
ausentes, não havendo motivos para uma reabilitação);
 Quando existir mais de uma zona edentada na arcada, a que se encontra na região
mais posterior é que irá definir a classificação, as demais entrarão como subdivisão /
modificação (numeral cardinal);
 A extensão de áreas não importa, mas sim o número delas;
 A classe IV tem subdivisões.

Delineamento 07/03/22

O principal objetivo do delineamento é estabelecer um eixo de inserção adequado para a PPR,


sendo deveras importante compreender a sequência de delineamento.
Defi nição: Mapeamento da topografia do modelo.

O delineador consiste em uma haste ao longo eixo horizontal.

Trajetória ou eixo de inserção: Define a maneira adequada de como a PPR irá entrar ou
sair da boca do meu paciente.

É imprescindível que a PPR seja firme em relação ao eixo das forças de mastigação (ao colocar
o modelo no delineador devemos posicioná-lo de modo que o eixo oclusal fique paralelo com
o longo eixo horizontal, sendo que existem diferenças entre as PPRs com e sem extremidade
livre, essas serão vistas posteriormente).

Plano guia
Interferências Trajetória Delineamento Projeto da
Retenções de inserção Prótese
Estética

Plano guia: São duas ou mais superfícies paralelas dos dentes suportes que determinam a
direção de inserção e remoção da PPR (é importante realizar a redução do espaço morto para
evitar a retenção de alimentos que podem levar à cárie, doenças periodontais e halitose).

A trajetória de inserção seria uma estrada ou o espaço por onde desce o elevador, já o plano
guia seria o trilho do trem ou os espaços laterais que guiam o elevador pela descida.

Interferências: Estruturas que interferem na trajetória de inserção da PPR. São exemplos de


interferências em tecido mole: Torus mandibular, região lingual dos dentes anteriores,
processo alveolar com retenção e etc. já interferências dos tecidos duros seria principalmente
a inclinação inadequada dos dentes.

Podemos manipular as áreas de interferência pela seleção da trajetória de inserção através de


preparos gerais na boca.

Retenção: São áreas localizadas “abaixo” cervicalmente da linha do equador protético (a qual
serve para definir áreas de retenção importantes para a boa adaptação da PPR).

Equador dental: É a linha demarcada na superfície do dente, que indica a maior


circunferência do mesmo.

Equador protéti co: Linha demarcada na superfície do elemento dental, por intermédio do
delineador, que indica a maior circunferência do dente em uma trajetória de inserção
adequada (sendo essa variável).

Meios de promover retenção:

 Alterar o contorno dos dentes (ângulo de convergência vertical) - principal;


 Profundidade da ponta do grampo na área de retenção;
 Flexibilidade do braço de retenção do grampo;
 Inclinação do modelo.

Pontas uti lizadas no delineador:

 Ponta de diagnóstico:
 Faca ou lâmina de corte vertical: Corta o gesso ou a cera estabelecendo planos guia.
Serve também para marcar a trajetória de inserção; realizar fresagem e recortes de
cera;
 Localizador de pontos: Usado para retornar o modelo em posição;
 Grafite com calha ou bainha protetora: Utilizado para marcar o equador protético do
dente;
 Calibradores: Servem para tirar medidas referentes ao tamanho das áreas retentivas
(0,25 mm, 0,50 mm e 0,75 mm).

Sequência de delineamento:

1. Seleção do eixo de inserção;


a. Método de roach (3 pontos);
b. Método de Roth (bissetrizes);
c. Método por conveniência: É a posição antero-posterior e latero-lateral do
modelo baseada na experiência do operador, sendo essa a determinante da
trajetória de inserção (colocar um cartão no plano oclusal e deixa-lo nivelado
com o longo eixo horizontal e estabelecer os planos guia dente e rebordo) –
Utilizado.
2. Registro do eixo de inserção do modelo;
a. Método dos 3 pontos – mais utilizado
b. Fixação de haste metálica;
c. Registro do eixo de inserção na base da mesa do delineador.
3. Técnica de delineamento;
4. Medição das áreas de retenção.

Preparo da boca para PPR – 11/03/22

Preparos gerais (intervenções preliminares) : Procedimentos que irão restabelecer a


saúde dos tecidos orais remanescentes, possibilitando um melhor prognóstico.
 Urgências (dor);
 Preparo cirúrgico;
 Preparo periodontal;
 Oclusão;
 Endo / Dentística;
 Movimentos ortodônticos;
 Orientação de higiene oral;
 Manutenção e controle.

Preparo cirúrgico: Regularização do rebordo alveolar, exo de raízes residuais ou ainda


realização de reabilitação do elemento com lima PT caso possível:

Oclusão: Nivelamento do plano oclusal; ajustes de contatos prematuros e interferências.

Importante realizar radiografias dos dentes de suporte, a fim de garantir que erros não
ocorram (tais como apoiar a PPR em dentes com lesão periodontal).
A PPR não deve estar direcionada primariamente a repor estruturas perdida (dentes e rebordo
alveolar), e sim manter os elementos remanescentes com saúde e qualidade.

Após a moldagem para confecção do modelo de estudo e delineamento, partiremos para os


preparos específicos.

Preparos específi cos: Procedimentos que visam adequar o contorno de dentes


remanescentes para o correto assentamento e desempenho da PPR a ser confeccionada.

Finalidades de um preparo:

1. Primárias:
a. Suporte: Impedir movimentos no sentido ocluso-gengival;
b. Retenção: impedir movimentos no sentido gengivo-oclusal;
c. Estabilidade: impedir movimentos no sentido oblíquo.
2. Secundárias:
a. Remoção de áreas de interferências;
b. Confecção de planos guia;
c. Melhora da estética.

Podem ser feitas por intermédio de alterações no contorno dental, tais como: desgastes:
restaurações ou próteses fixas.

Tipos de preparos específicos (bioestático dos dentes):

 Desgastes: “Slices”; Planos guia; “Dimple”; descansos ou nichos;


 Acréscimo: Resinas, coroas metalo-cerâmicas, ...

Slices : fatia, remover no máximo 0,5 mm do dente. Tem como função realocar o equador
protético, com o intuito de melhorar o contorno dos dentes para receber a PPR. Posso usar tal
técnica na proximal dos dentes a fim de remover os espaços mortos.

Utilizamos de brocas cilíndricas inclinadas ou cônicas, sempre com muita irrigação e sem
anestesia.

Continuação Preparo de Boca – 18/05/22

Plano Guia: É a superfície paralela à trajetória de inserção


preparada sobre dentes de suporte ou sobre restaurações metálicas
fundidas. A somatória dessas áreas dará retenção friccional para a
PPR orientará a inserção e a retirada da prótese. São realizados nas
superfícies lingual / palatina, mesial e distal dos dentes que mantem
íntimo contato com os elementos rígidos da prótese.

“Superfícies paralelas entre si com a broca que irão guiar a inserção e


a remoção da prótese”

“Por tabela o plano guia diminui o espaço morto presente entre os


dentes”
Localização ideal: O limite cervical do plano guia coincidir com o limite do terço médio /
cervical, e o limite oclusal na junção das faces lingual interproximal com a oclusal. Espessura
de aproximadamente 0,5 mm.

Dimple: Quase não usado (por conta da difícil higienização do local).

Recurso utilizado para diminuir a retenção por intermédio de desgastes; um pequeno recesso
ou concavidade no esmalte, de formato circular e com no máximo 0,3 mm (broca 1015 ou
1016 – sendo utilizado em torno de um quarto do tamanho da broca.

Desvantagens do dimple:

 Moldagem difícil;
 Bolha no vazamento do gesso;
 Falha na duplicação do modelo;
 Falha na fundição;
 Dificuldade de adaptação;
 Higienização difícil na região (principalmente em áreas de esmalte).

Preparos dos descansos ou nichos:

Descanso / nicho é definido como um recesso preparado no dente suporte; servindo de apoio
para o elemento definido da estrutura metálica.

“Cuidado com cargas oblíquas, elas podem gerar a reabsorção dentária”.

Tipos de descansos:

 Oclusais;
 Incisais;
 Linguais / cíngulo;
 Taça.

Transmissão da força masti gatória: Axial ao dente pilar. Quanto maior for o apoio no
sentido M-D, maior é a possibilidade de centralizar o ponto de força.

Os preparos de descansos podem ser feitos diretamente em esmalte dental hígido; por
intermédio de próteses fixas fresadas; ou ainda por intermédio de adição de material
restaurador.

Formas preparos descanso oclusal:

 Pré-molares: Formato triangular, com angulações arredondadas, tem


o tamanho de 1/3 no sentido M-D e 1/3. no sentido V-L;
 Molares: A mesma coisa dos pré-molares, porém a dimensão M-D
respeita a proporção de ¼.

Ele serve para transmitir as cargas da mastigação para o longo eixo do dente – oferecer
suporte; ajuda na estabilidade; fornece uma retenção indireta.

São utilizadas brocas esféricas (1015, 1016) ou tronco-cônicas (2130, 2131) para realização do
preparo.

“Não usar brocas muito pequenas para evitar a criação de áreas de retenção desnecessárias, e
para manter um nivelamento ao longo do preparo”.
Para dentes mesializados (muito comum com segundos molares inferiores pelo fato de o
primeiro molar inferior ser o dente perdido mais precocemente) o preparo é feito da mesma
maneira, porém precisamos optar por uma das três opções descritas abaixo, a fim de garantir
que as cargas oclusais sejam dissipadas para o longo eixo do dente de maneira adequada.

1. Utilizar de dois apoios, um na mesial e um na distal do elemento mesializado;


2. Utilizar de uma placa guia na mesial e um apoio na distal;
3. Utilizar de um apoio longo (respeita as mesmas dimensões do apoio normal, porém,
no eixo M-D ocupa ½ da distância oclusal do dente).

Posso ainda ter apoios em regiões que não são edentadas, para casos assim utilizamos
de grampos e apoios gêmeo / geminado.

Para dentes com restaurações em amálgama, devemos respeitar 1 mm de espessura do


amálgama / outra restauração para evitar a ocorrência de fraturas da restauração (em
situações onde a restauração em amálgama é muito estreita optamos ou por realizar a troca
da restauração ou ainda por romper esse limite entre restauração-elemento dental,
diminuindo também as chances de fratura).

Descanso Incisal:

Utilizamos a broca cilíndrica (1092), ou a tronco-cônica, formando uma área maior ou igual a
90º, para garantir que a mesma seja expulsiva e não promoverá forças oblíquas ao dente.
Respeitamos geralmente o tamanho de 1 mm por 1
mm.

Preparos sempre terão ângulos arredondados e não


vivos.

Por ser um preparo nada estético é pouco utilizado.

Descanso lingual / Cíngulo:

Profundidade: 1,5 a 2 mm.

Largura: 2,5 a 3 mm M-D.

Broca: 1035 ou 1036 (tronco cônica invertida), e 3195


ou 2200 somente para regularizar caso necessário.

Em uma visão palatina é semi-lunar.

É mais estético que o descanso incisal, e por conta disso é utilizado em quase 100% das vezes.

Vantagens:

 Estética;
 Biomecânica – ponto de apoio com um braço de potência menor que quando
comparado com o descanso incisal, portanto a força implicada ao fulcro do dente é
muito menor.

Descanso em forma de taça:


Utilizado quando tenho uma oclusão sobre o cíngulo dos dentes superiores. Sendo assim, é
utilizado apenas quando pacientes tem uma oclusão desfavorável para o descanso de cíngulo,
isso pois o descanso de taça se localiza mais para as regiões proximais.

Distribuição e número de apoios:

 Dentes adjacentes aos espaços desdentados.

“Quanto maior a área geométrica formada pelas linhas imaginárias entre os pontos de apoio,
melhor a distribuição de cargas e a retenção da prótese”.

Depende de:

 Distribuição e número de dentes;


 Tipo de grampo;
 Quanto maior o número maior a estabilidade ...

Alterações de contorno por restaurações:

 Criação de retenção: adaptação de grampos;


 Permitir o preparo de descansos linguais / cíngulo.

Podemos também obter alterações de contorno por meio de fresagem de PPFs.

Biomecânica em PPR – 25/03/22

Biomecânica: Ramo da bioengenharia que procura esclarecer a resposta dos tecidos vivos
frente às forças a ele aplicadas.

Força: entidade capaz de provocar uma deformação em um corpo ou em seu movimento.

Momento de força: Quanto maior a distância de ação em relação ao ponto de fulcro maior
será a intensidade da força sobre o mesmo. Ex.: aumentar o tamanho da chave de roda p tirar
parafuso das rodas do caminhão.

“Quanto mais para cervical a ponta do grampo menor a chance de gerar uma força de alavanca
suficiente para causar a movimentação do dente”.

A biomecânica precisa levar em conta os 3 planos anatômicos em suas análises: Vertical (mov.
Pendular); Horizontal (mov. Intrusão); anteroposterior.

Máquinas simples: Objetos que se destinam a transmitir e modificar de modo oportuno a


ação das forças que são de duas naturezas (potência e resistência). Plano inclinado, alavanca,
parafuso.

Tipos de alavanca:

Alavanca interfixa ou de 1° Alavanca inter-resistente ou Alavanca interpotente ou de


classe (tesoura) de 2° classe (quebra nozes) 3° classe (pinça)
Biomecânica da PPR Dentossuportada

Linha de fulcro: Linha imaginária que passa


pelo último apoio de cada lado dos dentes
suportes.

Retenção indireta: Perpendicular de maior


extensão à linha de fulcro.

Braço de potência: área de forças de potência


sobre a PPR (edentada).

Braço de resistência: áreas de força de resistência da PPR (dentada).

Fatores que interferem na distribuição da força sobre o rebordo em


extremidade livre:

 Extensão do rebordo residual: P = F / S (Pressão = força / superfície). Quanto maior a


superfície menor a pressão / melhor a distribuição das forças.
 Tipos de rebordo residual: O rebordo ainda pode ser reto; ascendente distal;
descendente distal; descendente ascendente distal, e seu formato / extensão interfere
diretamente sobre a distribuição das forças mastigatórias.
 Número de dentes: quanto menor o número de dentes menor o braço de potência
pois menor é a área da PPR que ficará responsável pela mastigação.
 Moldagem funcional: “pelo fato de o rebordo possuir uma resistência maior que a do
ligamento periodontal do dente suporte eu preciso de uma moldagem desse rebordo
em sua forma mais profunda / deformada, a fim de garantir uma melhor adaptação da
PPR e consequentemente uma melhor distribuição de forças”.
 Redução Vestibulo-lingual da mesa oclusal: Mais usado em PPF que em PPR.
 Tipo de grampo: tem relação direta com a retenção (visualizada a partir do equador
protético traçado na etapa de delineamento).
Aqui entra o conceito da localização do apoio no último dente suporte, determinado
por três fatores, sendo eles:
1. No plano vertical quando a ponta do grampo está localizada na distal do dente
temos um aumento da angulação das forças quando comparado com a mesial
(isso faz com que o dente receba uma maior incidência de forças que podem
gerar um movimento de alavanca, acarretando em sua movimentação). Ponto
para mesial
2. No plano horizontal quanto mais para distal estiver a ponta do meu grampo
maior será o meu braço de resistência. Ponto para distal
3. Na visão anteroposterior pode ocorrer uma distalização do elemento e uma
hiperplasia gengival por conta da pressão do braço do grampo quando a ponta
do mesmo está localizada na mesial do dente, o que não ocorre quando
colocado na distal. Ponto para distal
Na FOA preconizam a colocação da ponta do grampo na distal do último dente
suporte.
 Manutenção das raízes.
 Associação de PPR com implantes.
 Qualidade do dente suporte: Visar sempre diminuir o braço de potência dos dentes
para regredir a ação das forças oblíquas.
 Oclusão em PPR.

Associação PPR com implantes – 01/04/22

A interface osso x implante é uma região muito vulnerável mecanicamente.

Transformar a PPF Classe I em Classe III por meio de coroa fresada sobre implante: Não posso
realizar isso pois pode vir a ocorrer uma potencialização de uma força oblíqua sobre o
implante, favorecendo a reabsorção óssea da região. Por conta disso mantemos apenas o
implante com um sistema de retenção (o’ring).

Vantagens associação PPR x implantes:

 Previne a reabsorção óssea abaixo da base de resina;


 Retenção adicional da PPR;
 Reduz o estresse no dente suporte;
 Reduz o número de retentores extracoronários;
 Mais conforto para o paciente;
 Mais força mastigatória;
 Melhor estética.

Sistema de retenção em PPR – 01/04/22

Tipos:

 Grampos (retentores extracoronários do tipo grampo):


o Circunferencial ou de Ackes;
o Por ação de ponta;
o À barra ou de Roach.
 Encaixes (Attachment):
o Precisão ou semi-precisão;
o Intracoronário ou extracoronário;
o Rígido ou resiliente.

É função dos grampos resistir às forças de desalojamento, conferindo retenção, suporte e


estabilidade.
Classificação:

Segundo espaço edentado


Grampo retenção direta (RD) Grampo retenção indireta (RI)

Segundo a coroa dental


Intracoronário Extracoronário

Segundo construção
Grampo fundido Grampo adaptado Grampo combinado

Partes consti tuintes do grampo:

1. Apoio;
2. Ombro;
3. Braço;
4. Ponta terminal ou retentiva;
5. Braço de oposição.

O braço de oposição fica sempre acima do equador protético, caso há grandes chances de que
ocorra a vestibularização do dente suporte em questão.

Princípios dos grampos:

 Suporte: o grampo resiste às forças no sentido ocluso-gengival (garantido pela


confecção adequada do apoio no dente, caso o mesmo não seja realizado podemos
afetar a saúde da ATM do paciente);
 Retenção: O grampo resiste às forças no sentido gengivo-oclusal, que tendem a
remover a PPR de sua posição (função do braço de resistência). É por consequência da
resistência que o metal oferece a deformação, sendo que a deformação elástica ocorre
pela flexão sofrida ao passar pelo equador protético;
 Reciprocidade: o grampo resiste frente às forças horizontais, que tendem a desloca-lo
no ato da inserção / remoção ou ainda durante a função (função do braço de
oposição);
 Estabilidade: A PPR se mantém estável frente às forças que atuam sobre ela durante o
repouso / atos funcionais (função do grampo como um todo);
 Abraçamento: Deve ser maior que 180° para evitar que o grampo saia do lugar;
 Passividade: O grampo não pode imprimir ao dente suporte nenhum tipo de força
quando a prótese estiver perfeitamente assentada em seu sítio próprio.

A passividade é comprometida quando o grampo de retenção se deforma em consequência de


falha laboratorial ou pelo uso de alicates por parte do cirurgião dentista.

Tipos de grampo:

 De oclusal para gengival: Circunferencial ou de Arckes;


 De gengival para oclusal: Grampo por ação de ponta (mais estético, deformação por
torção).
Ambos os grampos apresentam o mesmo grau de retentividade.

Fatores que infl uenciam a retenção:

 Valor do ângulo de convergência cervical;


 Distância entre a ponta ativa do grampo e o equador protético (quanto maior a
distância maior a retenção);
 Materiais utilizados (0,25 mm na liga de CrCo) – flexibilidade do grampo é baseada em
sua resistência;
 Comprimento do braço de retenção (quanto mais comprido o braço maior a retenção);
 Diâmetro de secção transversal do braço de retenção (ao passar pelo equador
protético o braço de retenção deve ter metade do diâmetro do seu início);
 Formato da secção transversal do braço de retenção (geralmente semi-círculo);
 Tipo de liga utilizado (quanto maior o módulo de elasticidade maior a rigidez da liga);
 Tratamento térmico (Au).

Grampo circunferencial simples:

 Apoio do lado desdentado;


 Indicado em praticamente todos os dentes (menos
incisivos pela estética).

Grampo circunferencial reverso:

 Apoio contrário ao lado desdentado;


 Indicado para molares com inclinação para espaços
edentados (mesializados).

Grampo circunferencial duplo ou geminado:

 Utilizado em molares ou pré-molares para promover


retenção à distância (retenção indireta).
 Unidos pelo apoio.

Grampo circunferencial múlti plo:

 Unidos pelo braço de oposição;


 Serve como contenção periodontal para pacientes com
perda óssea severa.

Grampo circunferencial laço reverso:

 Pega retenção abaixo da sua origem;


 Coroa clínica do dente alta;
 Braço de oposição normal;
 Molares / pré-molares com área de retenção abaixo do
apoio.
Grampo circunferencial em anel:

 Molares inclinados posteriores ao espaço


protético;
 Classe III ou II.

Grampo circunferencial em anel modifi cado:

 Grandes áreas retentivas em região


posterior (pode abrir).

Grampo meio a meio / “Half and Half”:

 Entre dois espaços desdentados;


 Pré molares.

Grampo Mesio-disto-lingual (MDL):

 Região anterior;
 Estética determinante.

Grampo MDL modifi cado:

 Diferença no conector menor (mais usado na


unesp).

Grampo em y:

 Preparo incisal não mais utilizado.

Grampo contí nuo de Kennedy:

 Utilizado como retenção indireta na mandíbula.

Existem ainda os grampos por ação de ponta (da gengiva para a oclusal), são mais
utilizados em casos com extremidade livre posterior (classe I e II) por promover um torque
menor ao dente quando comparado com o grampo circunferencial. Ponta terminal pode ter
diversos formatos (T, U, r, I, 7, RPI), a escolha irá depender do equador protético do elemento.

Sistema de conexão (Conectores maiores) – 08/04/22


Funções: Ligação; união; nexo; relação de dependência; estabilidade; dissipação de forças;
suporte; transmissão de forças para a fibra mucosa; manutenção da saúde do periodonto e
fibromucosa.

Classifi cação segundo a rigidez:

 Rígidos; Elásticos (não usado); Articulados (não usados).

Característi cas fundamentais:

1. Rigidez;
2. Relação com a fibromucosa (maxila contato, mandíbula alívio);
3. Distância dos tecidos gengivais;
4. Manter o contorno natural das estruturas adjacentes;
5. Bordas arredondadas;
6. Biocompatibilidade.

1. A ausência de rigidez leva a deflexão e a concentração de forças. Essa falha pode gerar
traumas ao periodonto de sustentação dos dentes pilares, injúria ao rebordo
remanescente ou impactos sobre os tecidos subjacentes.
2. Conector maior na maxila: Relação de contato para melhorar a distribuição de cargas
(menos nas rugosidades palatinas ou em casos com tórus / sutura mediana profunda).
Conector maior na mandíbula: alívio entre o conector e a mucosa lingual por conta de sua
mobilidade e sensibilidade. Evitar contato com o assoalho bucal!
Lembrar que a resiliência da fibra mucosa (1,5 a 2 mm) é diferente da resiliência do
periodonto.
3. No mínimo 4 mm de distância dos tecidos gengivais (gengiva livre).
4. Sempre manter o contorno natural das estruturas para garantir maior conforto ao
paciente.
5. Bordas arredondadas; barra lingual em formato de fita ou meia pera; bordas devem
sempre seguir o contorno das depressões das cristas e das rugosidades (sempre que
possível utilizar essas rugosidades como limite).
6. CO-Cr, material biocompatível mais utilizado.

Seleção do conector:

1. Biomecânica: necessidade de retenção indireta, qualidade e quantidade de dentes;


estabilização lateral e/ou vertical.
2. Características anatômicas: presença de tórus, interferência dental e/ou óssea.
3. Fonética e estética: região de rugosidade.

Conectores maxilares:

 Placa palatina (parcial / total):


Mais utilizadas em casos onde o suporte é precário, como em casos envolvendo
extremidade livre bilateral (classe I).
 Barra palatina ântero-posterior / barra dupla:
Classe I, II com bons suportes, casos com tórus pequeno, classe III com espaço longo e
classe IV.
4 mm de espessura na barra anterior, posterior um pouco mais fina 2 a 3 mm.
 Barra palatina anterior / em U / Ferradura:
Tórus palatino com extensão posterior.
6 a 8 mm de espessura.
 Barra anterior suspensa (pode ser associada à placa ou barra):
Não mais utilizado.

Devemos manter o conector maior de 4 à 6 mm de distância da borda gengival da maxila.

Conectores mandibulares:

Devem ficar sempre de 3 a 4 mm da margem gengival (ou recobri-la por completo).

 Barra lingual:
Forma de secção retangular / meia cana / meia pera.
Largura 4-5 mm
Afastado 3-4 mm da gengiva
Afastado 1-1,5 mm do rebordo
Indicado para todas as classes desde que haja profundidade de sulco suficiente.
 Placa lingual:
Indicadas em casos com tórus lingual, freio lingual muito alto, estabilizador de dentes
abalados.
Tem como principal característica tocar a superfície lingual dos dentes mas não a
mucosa.
 Placa dental:
Split lingual
Ocupa terço médio e cervical dos dentes
Tórus muito elevado
 Barra sublingual:
Não mais utilizada
Localizada no sulco lingual, logo acima dos tecidos móveis do assoalho da boca.
 Barra vestibular:
Sulco gengivolabial
Indicada em casos com lingualização excessiva dos dentes.

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