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Prótese Fixa – PREPARO EM DENTES ANTERIORES – 19.03.

2021
RCO
 Inicialmente é importante entender o paciente, colher todas as informações sobre o que o paciente quer,
verificar o que ele realmente precisa, para depois, elaborar o seu plano de tratamento adequado. É
necessário promover as adequações na cavidade bucal, para que essa cavidade esteja pronta para receber
uma restauração indireta, seja ela de cerâmica, metalo-cerâmica, metalo-plástica, plástica entre outras.
No final, o objetivo é: Adaptar a cavidade bucal para receber a prótese, afim de restaurar as funções
do aparelho estomatognático.
 Com isso, é possível ter um restabelecimento maxilo mandibular, pela dimensão vertical de oclusão,
dimensão vertical, máxima intercuspidação habitual, relação cêntrica, relação cêntrica oclusal e
restabelecimento das guias. Tudo isso é importante para a manutenção do aparelho estomatognático.

PREPAROS DENTAIS
Desgaste seletivo da estrutura dental por meio de instrumentos (pontas diamantadas em alta rotação)
com o propósito de criar espações adequados para instalação de uma restauração indireta.
O desgaste seletivo pode ser em dente ou restauração ou no pino ou no núcleo, esse desgaste é feito com
uma sequência de pontas, especialmente pontas diamantadas, em média e alta rotação.
A
 PREPAROS TOTAIS
É o tipo de preparo realizado em todas as faces do dente, para que a restauração indireta
recubra totalmente esse remanescente dentário. Na imagem ao lado (A) é possível ver uma
estrutura de pino, com material restaurador de resina ainda presente, que é essa parte branca da
frente, temos a presença do remanescente dentário e da dentina.
Os preparos totais podem ter diferentes substratos, pode ter um pino de vidro, resina, pino metálico
e entre outros. Mas, de forma geral, é necessário realizar todo o desgaste, para que depois a
restauração venha e promova a recuperação de todas as alterações de forma que o dente sofreu.

Esse tipo de preparo depende de alguns fatores, que são chamados de princípios do preparo:
Princípios biológicos, princípios mecânicos e princípios estéticos.
Historicamente falando, esses princípios foram elaborados por Herbert T. Swillingburg, por volta de 1960, e
são utilizados até hoje nas nossas preparações.
AB
Nos ultimos 20 anos, a reabilitação oral teve grande revolução na área tecnologica, desenvolvimento
de dispositivos e nos materiais restauradores. Os princípios
clássicos dos preparos dentários (biológicos, mecânicos e A reabilitação é muito dependente
estéticos) vão depender de acordo com o tipo de restauração que
vai ser feita. É importante que se entenda os principios, para que dos passsos anteriores, cada etapa
possa solucionar qualquer tipo de reabilitação. Nem sempre vai depende da outra, todas devem ser
poder realizar a reabilitação mais avançada do momento e nessas bem feitas!
situações, vai se precisar utilizar todos os princípios. Eles estão
relacionados com o sucesso do tratamento.

PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS
São relacionados a preservação da estrutura dentária, hoje são extremamente relevantes. Quando pensamos
em uma reabilitação moderna, pensamos em preservar a maior quantidade de estrutura dentária. Baseado
na conservação da estrutura dental. Nesses ultimos 20 anos aprendeu-se mais como funciona a estrura dental
e como a reabilitação se relaciona a isso. A vitalidade pulpar vai fazer com que a dentina seja hidratada e
adesão dela seja diferente da adesão no esmalte.
A primeira camada que é o esmalte, é extretamante importante para o tratamento restaurador. Tem que se
fazer uma analise da quantidade de esmalte recobrindo os dentes.
 Na região cervical: 0,3 mm
 Incisivo lateral: 0,3 mm
 Canino: 0,3 mm
Significa dizer que se o desgate for maior que essa milimetragem, vai ta expondo a dentina que tem
comunicação com a camada vital do dente (polpa), mas é uma camada muito mais hidratada que o esmalte.
E a adesão se comporta de forma diferente quando se tem uma matriz organica maior, com mais fibras
colagenas e água. Já o esmalte é composto por grande fase inorgânica, hidrofobica, que se comporta melhor
com estruturas poliméricas como as resinas, cimentos resinoso, materiais poliméricos. Ou seja, a adesão no
esmalte é totalmente diferente da adesão em dentina.
MAR
TERÇO MÉDIO  Quando analisamos o terço médio do incisivo central, lateral e canino, já se tem uma
camada de esmalte mais espessa (0,9mm).
TERÇO INCISAL  Face vestibular (1mm) e borda incisal
(1,5mm).

Também é assim nos DENTES POSTERIORES. A única


coisa que muda é que no terço médio e mais oclusal,
essa camada se torna mais espessa. Então, nos
dentes posteriores, no lugar de 0,3 é 0,5, no lugar
de 0,9 é 1,2 e no lugar de 1 é 1,5. Na face oclusal,
ao invés de 1,5 vai ser em torno de 2.

Quando observamos a morfologia, visualizamos que as camadas acima da polpa acompanham o


formato geométrico da cavidade pulpar (a macrogeometria pulpar é seguida pela dentina e pelo esmalte).
Isso é importante, pois o desgaste seletivo deve acompanhar essa geometria.

Precisa-se entender o que visualizamos externamente e a existência das camadas internamente!

Pontas diamantadas  quanto mais diamantes presentes


por área quadrada, maior é o potencial de desgaste dela
(melhores: American Burrs e KG/ piores: fava e
microdont). No entanto, a partir do momento que
passamos essas pontas sobre os dentes, esse diamante vai
soltando da ponta. Desse modo, quando a ponta se
apresenta com menos diamante (como na segunda imagem)
ela gera em torno de 10% a 15% a mais de calor, pelo atrito que ela proporciona durante o preparo. Se há
uma geração maior de calor durante o preparo, há uma agressão maior ao dente durante o desgaste
seletivo. Quando a ponta chega a ficar lisa, sem diamantes, ela gera mais aquecimento do que desgaste.
Quando estamos fazendo qualquer tipo de preparo seletivo, seja fazendo preparo cavitário, seja
desgastando os dentes para fazer uma coroa total, um laminado cerâmico ultrafino, estamos criando traumas,
os quais podem ser: FÍSICOS, QÚÍMICOS E BIOLÓGICOS. Esses traumas devem ser controlados, pois se eles
forem descontrolados podem gerar uma pulpite, por exemplo, uma sensibilidade pós-operatória que pode
chegar a necessidade de realização de um tratamento endodôntico.

 Dentro do princípio de PREPARO que foi comentado, deve-


se ter em mente que a ponta, durante o preparo, deve seguir a
curvatura da coroa clínica.
 Lembrando que, para diferentes dentes, temos diferentes
curvaturas.
 Desse modo, deve-se pensar também nos diferentes
formatos de pontas ativas disponíveis para que se possa desgastar
apenas o suficiente.
 Deve-se permanecer sempre na camada mais externa, ou
seja, de preferência, sempre em esmalte (se não conseguir, pode-se expor o mínimo de dentina possível,
porém, levando em consideração que quanto mais profundo for o preparo cavitário, maior será a diminuição
da dentina intertubular e maior será a exposição de dentinas tubulares, ou seja, há a exposição dos túbulos
dentinários que estão cheios de água e fibras colágenas – canais de comunicação com a polpa).

LE
-É preciso nós termos em mente que
a ponta diamantada, durante a preparação,
deve seguir a curvatura da coroa clínica que
está sendo trabalhada. E para os diferentes
dentes, nós encontramos diferentes
curvaturas. Portanto, temos que pensar nos
diferentes formatos de pontas ativas que
podemos utilizar para desgastarmos apenas
o suficiente e, se possível, permanecer
sempre na camada mais externa, em
esmalte; caso não consigamos, devemos
expor o mínimo de dentina possível.

-Como vimos: quanto mais profundamente nós entrarmos com o nosso preparo
cavitário, mais nós diminuímos a nossa dentina intertubular e expomos mais dentina tubular, ou seja, mais
nós expomos túbulos dentinários, que são áreas que estão cheias de água e fibras colágenas e são os canais
de comunicação com a polpa. Então quanto mais superficial essa dentina for, mais dentina intertubular nós
temos e menos canais dentinários nós temos expostos; já quando a dentina for mais profunda/interna, nós
teremos mais dentina tubular e mais canais dentinários expostos.
-O aumento de até 20ºC à temperatura normal da polpa provoca necrose de 60% dela, por isso nós
devemos ter uma caneta com muita irrigação. Caso nós não tenhamos uma caneta de boa irrigação, teremos
que dispor de pontas novas e fazer movimentos intermitentes com a finalidade de não aumentar demais a
temperatura do dente na hora do desgaste. Porém, como a experiência dos alunos com a caneta ainda é
pouca, ela tende a ficar um pouco descontrolada na hora do procedimento e às vezes o desgaste sai muito
irregular. O que acontece? Nossa caneta gira no sentido horário, isso significa que se eu sou destro e a caneta
gira nesse sentido, quando eu trago a caneta para mim, o dente está em sentido contrário, a caneta está
desgastando o dente, pois a ponta está girando no sentido contrário à superfície. De modo contrário, se eu
pegar a caneta que gira no sentido horário e trabalhar com ela no sentido oposto ao mencionado
anteriormente (empurrando), ela irá a favor da superfície dentária, então ela não desgasta tanto quanto se
nós estivéssemos arrastando-a no sentido contrário.

As setas estão exemplificando os sentidos que vamos -O movimento deve ser contínuo (não de vai e vem)
passar a caneta no dente durante o desgaste. Para um colocando-se um ponto de apoio no dente vizinho
lado nós teremos um maior desgaste e para o outro nós para melhor manuseio da caneta. Se o movimento
for de vai e vem, o preparo ficará irregular. Nós
teremos menos desgaste (sentido usado para devemos fazer o movimento contínuo, retirar a
acabamento polimento. ponta de contato com o dente, colocarmos ela no
início novamente de onde começamos o desgaste e
fazer o mesmo movimento contínuo. Fazendo dessa maneira, o nosso movimento automaticamente será
intermitente. Quanto mais próximos estivermos da polpa, maior deve ser o nosso cuidado. Então nós temos
que equilibrar/ponderar algumas relações de custo-benefício, como por exemplo o quanto tecnicamente nós
seremos agressivos na hora do preparo e o quanto nós vamos causar de danos, pois quanto mais rápidos nós
fizermos o preparo, mais calor será gerado e mais danos será causado também, então nós devemos ponderar
esses fatores para poder decidir o que for melhor.
MHS

FATORES

1º) Calor gerado x irrigação: O quanto vai gerar de calor, que sabemos que depende da ponta da caneta, o
quanto ela solta de ar e o quanto ela gira;

2º) Caneta e pontas diamantadas: Na caneta de alta rotação não temos um controle tão bom assim, do que,
por exemplo, com um motor onde controla a rotação dele. Nossa caneta de rotação gira em torno de 200000
rpm, quando topar no acelerador, quando pisar no acelerador ao máximo, imagine um carro, diringindo um
carro e quando pisa no acelerador o limite dele quando pisar no acelerador vai ser de 6000 giros, no acelerador
da caneta quando topar o pé e quando ela estiver girando ao máximo ela vai estar em 200000 mil giros/RPM
(rotação por minuto), isso é muito rápido

 Quando aumenta a velocidade, diminui o torque da caneta, ou seja, diminui a potência que ela aplica,
a força que ela toca no dente;
 Quanto mais veloz, mais gera calor; mas não necessariamente desgasta mais, porque o desgaste
depende da força do giro. É tipo uma carro 1.0 e um carro 2.0, quando pisa no acelerador o giro do motor vai
estar naqueles mesmos 6000 rpm, só que a força do motor 1.0 para a força de um carro 2.0, a força de giro
do motor é diferente, então um vai sair mais, um vai acelerar mais, vai ter mais velocidade do que outro que
tem a mesma quantidade de giro, mas a potência é diferente;
 Na caneta de alta rotação, quem controla a potência, basicamente, é o ar que sai da caneta, porque
aquele sistema, aquela cadeira que usamos é pneumática, ou seja, ela gira pela força do ar, tem um
compressor que joga um ar dentro da caneta, ela gira, e quando acelera vai ter 200000 rpm, se tirar um
pouquinho o pé ela vai girar um pouco menos, mas não sabemos o quanto, porque não temos esse controle;
mas sabemos que temos um melhor controle tátil já que ela está correndo, girando menos, assim, vai ter
uma maior sensibilidade de uso e vai ter um pouquinho mais de
força;  Tem que pensar em calor gerado,
 Quanto mais pisa, mais calor é gerado; irrigação, caneta, ponta e todas
 Quanto mais velha a ponta, mais calor gera; essas questões
 Quanto menos água na caneta, mais calor é gerado;
 Quanto mais deixa a ponta em contato com o dente, mais calor gera;

CONTEXTUALIZANDO O EXEMPLO COM OS CARROS: Um liquidificador gira, mas não muda a potência. Por
exemplo: Temos dois liquidificadores, um bem antigo com o copo de plástico e um de metal industrial que
tem em restaurantes, o liquidificador mais antigo, mais pebinha, tem uma potência menor, e isso significa
que ele tem uma menor capacidade de força de giro, as duas hélices do liquidificador quando colocar no
giro 1, ela vai girar, por exemplo, em 100 vezes por minuto, as duas estão girando 100 vezes, só que a potência
desse liquidificador melhor é maior do que essa outra potência, significa dizer que apesar do giro ser igual,
a força está sendo diferente, ou seja, esse liquidificador corta mais porque tem mais força. Suponhamos
que colocamos no liquidificador duas pedras de gelo em cada um, no liquidificador que tem mais força quando
a hélice bater na pedra de gelo, como ele vai vir com mais força, tem mais chance de cortar do que o outro
que vem só com velocidade, nesse, vai demorar mais tempo para cortar essa pedra de gelo do que o outro
liquidificado. No carro, significa dizer que quando olhamos o carro, têm dois visores, um da velocidade e
outro do rpm que é o giro do motor, que vai de 1000 até, geralmente, 8000 a 9000 rpm, é a quantidade em
que o motor está girando, só que se tem um carro com 1.0 de potência significa dizer que o motor vai girar
nos mesmos 6000, 7000, só que nesses mesmos 7000, ele vai desenvolver uma velocidade menor do o 2.0,
porque esse motor mesmo girando rápido tem menos força, já o outro carro onde o motor tem mais potência,
quando ele der os 3000 giros igual o de 1.0, o motor está girando com mais força e pressão e ele vai andar
mais, com mais velocidade;
 DÚVIDA: No liquidificador mais potente, mesmo que coloque a velocidade 1 ele consegue quebrar o
gelo, mesmo girando menos ele tem mais força e às vezes no liquidificador mais fraco, pode colocar para ele
girar mais, ou seja, na velocidade 3 e muitas vezes ele vai ter mais dificuldade de quebrar porque ele tem
menos força, é isso? R. Isso, só que se ele girar mais rápido, por exemplo, qual é a tendência? Se o
liquidificador é ruim e aumenta-se a velocidade porque se ele não está quebrando a pedra tem que aumentar
a velocidade para ver se ele quebra, se aumentar a velocidade ele vai girar mais rápido e vai gerar mais calor,
assim acontece também com a caneta;
 Com a caneta convencional, trabalhamos só com a velocidade, apesar de quando gira um pouquinho
menos ela dá uma potência, por exemplo, a potência de uma caneta de alta rotação é em torno de 3, 5
newton, quando gira um pouco menos ela vai para 4,5; 5,5 newton; ou seja, ganha um pouco mais de força e
diminui um pouco mais de giro;
 O ideal seria ter um equipamento que girasse pouco e tivesse muita força que são os motores
elétricos, eles são bem caros e não tem como ter na graduação, mas são equipamentos que existem;
 Quanto mais quer que o preparo seja rápido, mais cuidado deve ter porque provavelmente vai
gerar mais calor, e isso depende de fatores como:
 Irrigação;
 Caneta;
 Pontas diamantadas;
 Quantidade de estrutura dentária;
 Esmalte;
 Dentina;
 Nível de permeabilidade
YH
-Eu tenho que saber que tenho que controlar, porque quanto mais rápido quero fazer meu preparo, mais
cuidado tenho que ter, porque vou gerar mais calor, isso vai depender de alguns fatores, como:
 Calor gerado X Irrigação
 Caneta e pontas diamantadas
 Quantidade de dentina
 Permeabilidade dentinária (quanto mais profundo, mais permeável)
Questionamento: E se esse dente em questão já tiver sido tratado endodonticamente, devo me ter toda essa
preocupação? R: Talvez não, mas quanto mais estrutura eu desgasto, menos resistência vou ter porque terei
menos substrato.
- O segundo aspecto que eu tenho que me preocupar é na relação entre o meu
desgaste dentário e o meu periodonto. Essa relação é de grande importância,
porque se essa for ruim terei uma maior tendência ao acumulo de biofilme e
posterior desenvolvimento de problemas gengivais e periodontais.
 Qual a profundidade ideal para a terminação?
-Preciso me preocupar com o que chamamos de teminação cervical, que é o
limite do meu preparo, onde a minha coroa ou restauração indireta vai
encaixar. A minha restauração vai “cobrir” esse preparo dental e o valor ideal
para terminação é de 0.
-Se terminar antes, vou ter área exposta e uma área exposta, um batente exposto é uma área de acumulo de
biofilme.
- Por outro lado, se minha restauração não terminar em 0 (não terminar rente), e tiver maior vou ter presença
de uma fenda, que também vai ser um fator retentivo de biofilme ou de algum resto alimentar.
-Então, tendo em vista todas essas informações eu tenho que pensar qual seria a profundidade ideal para a
minha terminação. O ideal é que eu termine acima do nível da gengiva, a nível da gengiva ou um pouco abaixo
do nível gengival? R: Para ter essa resposta devo levar alguns aspectos em consideração:
 Ponto de vista periodontal – 2mm acima do nível gengival
 Ponto de vista dental – 0.5mm subgengival
 Nível gengival – área mais susceptível a problemas
-Se eu pensar do ponto de vista periodontal, seria ideal que essa interface estivesse acima, um pouco distante,
porque se acontecesse algum acumulo de biofilme ou se tiver sub ou sobrecontorno, eu teria um acumulo de
biofilme ainda distante da margem gengival e seria mais fácil de retirar e de enxergar. Por volta de 2 mm
acima do nível da gengiva.
-Do ponto de vista dental (estético) o ideal seria que eu escondesse essa minha restauração dentro da minha
gengiva, no limite do que o meu paciente consegue passar o fio dental e remover o biofilme, por volta de
0.5mm.
-Se eu deixar a nível gengival, esse é o pior cenário, porque vou ter tudo de ruim do meio bucal (muita saliva,
resto alimentar tocando nessa área, acumulo de biofilme, maior área de fluido crevicular e ruim do ponto de
vista estético pois provavelmente a interface da restauração vai ficar exposta) interferindo ali.
-Logo, o ideal é que eu trabalhe ou acima da gengiva ou dentro desse sulco gengival. Você pode trabalhar
acima, mas as situações não são muitas porque esse substrato terá dano.
-Na maioria dos casos nosso ponto de término será a nível subgengival.

Razões para colocação intra-sucular do término cervical


 Razões estéticas (principal razão);
 Restaurações cujas paredes cervicais se encontram a esse nível (restaurações classe V por exemplo);
 Presença de cáries na região;
 Presença de fraturas ou trincas;
 Razões mecânicas (dentes curtos).
MHGV
-Em dentes curtos a gente pode também preparar mais e deixar o dente
mais longo, mas veremos isso mais a frente. Então, essas são as razões
que englobam questões estéticas, como numa situação como essa.
-Imagine aqui que o paciente tem uma restauração antiga de cerâmica
que não está bem adaptada ao remanescente dental e que o término está
bem embaixo; e a coroa foi colocada acima do nível do término e aqui a
gente tem um substrato que já está bem escurecido em que até mesmo
a restauração já está em uma coloração inadequada, necessitando de um clareamento bem maior do que a
situação da restauração.
-Então, para que eu possa esconder esse escurecimento do remanescente preciso levar o término abaixo do
nível da gengiva, em que eu irei cobrir esse manchamento aqui.

PRINCÍPIOS MECÂNICOS
-É um princípio que se coloca em conflito
com a biologia, porque as vezes para
alcança-lo, você precisa agredir mais a
biologia, mas é algo que precisamos ter em
mente, já que o futuro da reabilitação é que
coloquemos a biologia em 1º lugar e, em
determinadas situações, utilização dos
princípios mecânicos.
-Este princípio é baseado em estratégias de
desgaste que vão fazer com que a coroa seja PRINCÍPIOS
encaixada e que possa estar estável durante Retenção
muito tempo naquele local. Resistência ou Estabilidade
Retenção: É a qualidade que uma prótese Rigidez estrutural
apresenta de atuar contra forças que Integridade marginal
desloquem ela no eixo de inserção.
O que é o eixo de inserção? A prótese vai ter a possibilidade entrar e ser colocada nesse espaço, sobre o
preparo, por uma única via (é o ideal). Ou seja, se sua peça encaixa de várias formas, sua prótese vai ter
alguns problemas. Resumindo – limitação de movimentação para o encaixe – só entra em um sentido.
Portanto, a retenção é eu encaixar a peça no substrato e não saia.
-Imagine que eu fiz uma coroa em um dente e masco um chiclete, e esse chiclete gruda
justamente naquele dente. Se a coroa não tiver o princípio mecânico de retenção a coroa
vem junto com o chiclete.
-A retenção ela vai se dar a partir da qualidade do preparo, ou seja, do desgaste e
inclinação das paredes do preparo.
-Essas paredes vão ser expulsivas no sentido cervico-oclusal? Vou chegar nisso aí já já.
-É como se fosse o parafuso e porca, com uma trajetória única, e que quando eu removo
essa peça, ela saia por apenas um caminho, logo, se eu tenho essa via única, eu tenho
retenção.
-A retenção depende da retenção friccional da parede, significa dizer que, quanto mais
reta a parede tiver, mais retenção eu tenho, já que iria dificultar a saída da peça.
-Então um fator é a inclinação da parede que quanto mais reta ela tiver maior será a retenção. E o outro fator
importante é a altura, quanto mais alto for o preparo maior será a retenção.
MML
-Resumindo: quanto mais reto, mais alto e menos estreito maior será a retenção. Se o
preparo for muito largo, até mais largo que a altura, menor será a retenção (Na imagem
tem o exemplo de um preparo baixo e largo quase da altura do preparo).
-Pensa-se em um tipo de restauração que não dependa de adesão ao substrato, como por
exemplo uma restauração metálica. É igual a amálgama e resina, o amálgama precisa de
princípios de cavidade para ficar retido na caixa já a resina não, pois ela depende da adesão,
isso é semelhante ao que ocorre na prótese, pois quanto mais princípios mecânicos tiver no
preparo irá depender menos da capacidade adesiva do sistema adesivo e cimento resinoso.
Pode-se utilizar um sistema de fixação ou cimentação que não tenha adesão a esse
substrato.
-Existem algumas limitações:
 Se deixar a parede muito reta será quase impossível colocar um material de fixação de modo que ele tenha
um bom escoamento pelas paredes, e que o técnico consiga fazer uma restauração indireta que consiga
encaixar precisamente no preparo. Nesse processo laboratorial existe uma leve
distorção, micrométrica e controlada, e quanto mais reto ficar será impossível de Encaixe impossível
fazer uma restauração indireta que encaixe. Por isso o preparo precisa ter uma
certa convergência/inclinação.
-Quanto mais reto ficar mais princípios de retenção terá. Mas, se ficar muito reto
terá dificuldade na hora da confecção da restauração indireta. Então tem que
deixar o mais reto possível dentro de um padrão que cientificamente se mostra
que tem bons resultados do ponto de vista retentivo.
-Precisa ter um ângulo mínimo para que o cimento possa escoar durante
a fixação da coroa e que possa dá uma margem de segurança para que o
técnico consiga fazer uma restauração e consiga encaixar nesse substrato
e selar no término cervical, ou seja, fechar essa área terminando em vero.
A interface entre restauração e substrato precisa terminar em verso, ou
seja, como se fosse uma superfície contínua (Imagem ). Se fizer o preparo
muito reto vai ser difícil disso acontecer.

 Área friccional: é aquela situada no terço cervical do dente preparado, mostrando um paralelismo de
paredes que confere uma retenção friccional ou mecânica ao retentor nela colocado.
-Quando se pensa na restauração e que tem que manter uma inclinação, significa dizer que a área mais
oclusal/incisal precisa ser um pouco mais inclinada, e a área final (faces) precisa dá um maior contato entre
a restauração e substrato porquê corre menos risco da peça não encaixar perfeitamente no término, ou seja,
dela não descer. Inclina um pouco mais do terço médio para o terço oclusal/incisal, e um pouco menos no
terço cervical para que possa ter uma área friccional, ou seja, de maior contato entre a interface
restauradora e substrato.
-Quando remove a coroa, nota-se que no terço médio e oclusal não há contato entre a restauração e o
substrato dentário. Quando encaixa a peça, no terço cervical irá ter um contato maior entre a restauração
e o substrato.
-Se for um material mais dúctil como metal (se a restauração for metálico-cerâmica)
essa retenção deve ser maior. Se for totalmente de cerâmica, não pode deixar essa
retenção tão grande visto que é um material muito friável, ou seja, quando ultrapassa
o limite elástico já trinca, diferente do metal que já aceita uma leve deformação
plástica.

FG
Diferente do metal que ele “aceita” um empenamento, ele aceita uma leve deformação plástica. Então
eu tenho que manter essa via de inserção.

Quanto mais curto for o meu preparo, mas eu preciso que


a minha parede seja reta. Então vocês vão ver que na maioria
dos casos em que você pegar uma situação clínica, você não vai
como no laboratório.

Mas como é no laboratório? Você tem lá um dente hígido,


ou seja, um dente que teoricamente só tem uma restauração,
e vai lá preparar ele. E aí quando eu preparo um dente assim,
eu posso deixar do jeito que eu quiser. Mas imagine que eu
pegue um dente que esteja fraturado, e eu terei que realizar
um preparo para a coroa total, e as vezes eu tenho que fazer
uma restauração de conveniência para poder melhorar essa situação, as vezes eu não vou ter que só
desgastar, mas sim acrescentar para fazer uma adequação, daquele substrato, para que eu tenha esse
princípio.
Então eu sei que quanto mais curto é o meu preparo, mais eu dependo do paralelismo das paredes.

Esse acrescimo ele é feito com Resina Composta é? Pode ser feito com ela, ou pode ser feito com Pino
e preenchimento de resina, então existem possibilidades para os diferentes casos, mas geralmente, é com
Resina Composta.

Pode ser feito com Ionômero de Vidro? Não dá pra ser feito com ele, pois o mesmo tem baixa quantidade
de carga, então ele tem pouca resistência a ABRASÃO (desgaste friccional), e essa área sofre muita
resistência friccional, ou seja, ela precisa de um material que tenha uma estabilidade superfical grande, e
seja feito uma força de cisalhamento (foi o que deu pra entender).

Então se fosse o Ionômero, ele se soltaria com facilidade? É, mas nem falo que ele se soltaria, mas ele
se desgastaria mais fácil. É tanto que se você pegar um Ionômero, e pegar uma colher de dentina ou lecron
e raspar ele, você vai ver que ele vai se desgastando, e mesmo que seja aquele Ionômero Modificado com
Resina (que é o fotopolimerizável), ele será um Ionômero com mais carga com polímeros dentro da sua
composição para que ele possa se enrigecer, e atingir a cura dele por meio de fotoativação, mas mesmo que
seja esse Ionômero, se você passar essa colher, voce^vai ver que ele se desgasta a abrasão. Já a Resina se
você fizer isso ela não se desgasta.

Antes desse slide, teve um sobre a questão dos ângulos, e eu não


entendi direito a sua explicação para a questão dos ângulos, em que na
parte mais incisal/ oclusal o senhor disse que o ângulo tinha que ser de
uma forma e na parte cervical tinha que ser de outra, mas eu não entendi,
como é essa questão. Tem como explicar de novo? Então eu vou responder
sua pergunta um pouquinho mais na frente, mas se você não entender ainda,
eu volto para explicar.

Voltando aqui, então significa dizer que a minha retenção depende da altura do meu preparo, da
inclinação da minha parede e da largura do meu preparo. Então por exemplo: Um molar, é um dente que
vai me dar um preparo com largura grande, já um incisivo vai me dar um dente bem mais alto do que largo.
Dessa forma, imagine, o molar é mais largo do que alto e um incisivo é mais alto do que largo, então fazer
um preparo num dente anterior é mais fácil de você estabelecer aqueles princípios do preparo, do que
num dente posterior, que tem uma tendência de ser mais largo e mais curto. Então significa dizer então que
a gente viu que não poderia fazer um preparo tão reto. Mas porque? Porque se eu fizer um preparo muito
reto, o meu técnico não vai ter a capacidade de construir uma restauração que passa por aquele processo
que vocês viram, que é o processo de fundição, processo de cera perdida em que vocês viram em materiais,
num viram? Esse processo de confecção de uma restauração assim. Vocês viram? Ainda não!

Então esse processo a gente vai ver que existe


uma certa distorção, em que ela é pequena, mas ela
ocorre. Então eu vou fixar uma coroa por meio de um
cimento, e vai dar uma micro retenção friccional, e
essa minha coroa ela tem que descer até o final, ou seja,
eu preciso ter um micro espaço que vai ser preenchido
por um agente cimentante.
Então do ponto de vista técnico fazer uma
restauração assim, como na imagem ao lado (imagem
com detalhe em cinza) é impossível. Assim, eu preciso ter uma ligeira inclinação.
Só que a minha coroa ela vai transcrever uma trajetória de saída e de entrada, ou seja, um eixo, uma via
única de inserção e remoção.
Se minha parede é ligeiramente inclinada,
significa dizer que a minha coroa está feita com essa
inclinação. Só que essa parede aqui (primeira imagem
ao lado – esquerda), mais do terço médio e
incisal/oclusal, só vai ter contato quando a coroa chegar
na sua via de final de inserção.
Então no inicio quando eu vou encaixando a minha
coroa, essa minha parte aqui (onde está apontando a seta amarela, na região escura) não está tocando no
dente.
ILM
E essa parte também não (onde está o ponto amarelo), porque tem uma
inclinação. Essa parte (a ponta da estrutura branca) só vai tocar lá no final.
A parte de cima também só vai tocar no final da inserção, então quando vai
colocando, ela vai encaixar no final. Dessa forma, na descida fina, vai ter
uma retenção friccional da parede com a restauração. Então essa retenção
friccional vai ser dada no final da trajetória de inserção.

 Se o preparo for mais alto, tem-se um preparo mais retentivo;


 Se o preparo for com menor altura, tem-se um preparo menos
retentivo;
 Se o preparo for mais estreito e mais alto (como um incisivo), vai depender menos da inclinação da
parede, então a inclinação da parede pode ficar mais convexa, mais inclinada.
 Por outro lado, em um molar, que é um dente muito largo e um dente pouco alto, precisa que a
parede esteja um pouco mais reta -> então precisa inclinar o mínimo possível, mas os preparos em
dentes anteriores tendem a ser muito mais retentivos do que os preparos em dentes posteriores.

Quanto mais eu inclino, mais facilidade o técnico vai ter para fazer a coroa, mais facilidade do cimento
escoar, porém perde retenção. Quanto mais inclinados, mais perde retenção. Mas tem que avaliar três
fatores para ter o meio termo de retenção friccional: inclinação da parede, altura do preparo e largura
do preparo.
Quando se tem um preparo mais inclinado, não vai ter aquela retenção friccional do terço, principalmente
do terço mais médio para inferior, porque toda a parede está inclinada. Então se tem um dente que estava
fraturado ou foi muito desgastado, ele tem que ser bem alto para que isso possa ser compensado. Se isso não
acontecer, vai ter que desgastar mais dente na cervical, para que assim o preparo possa ficar mais reto e
tenha uma área friccional maior, ou tem que utilizar outras maneiras para que não tenha múltiplos eixos de
inserção, porque um preparo muito cônico pode ser encaixado em várias vias.
Se o substrato/o dente remanescente já é assim, e se não quero restaurar, posso fazer uma canaleta ao
invés de acrescentar resina ou outro material para dar retenção, porque para deixar essa parede mais reta só
tenho dois caminhos: ou acrescenta material restaurador, ou desgasta mais dente. Mas desgastar mais dente
está mexendo em biologia, podendo ter problemas biológicos em relação á isso, ficar próximo da polpa...
então tem que avaliar “posso desgastar mais ou não posso? Vou acrescentar ou vou fazer um artifício
secundário para melhorar essa via de inserção? (tipo uma canaleta no preparo)”. Então temos que ponderar
o custo benefício da situação para poder analisar. Se estiver em dúvida, prepara e coloca um provisório, se o
provisório ficar soltando/caindo muito, significa que o preparo não tem uma retenção adequada.

Obs.: além desses princípios de preparo, o dente está dentro de um aparelho estomatognático, são diferentes
cenários que o dente vai estar inserido (um perfil pode ter hábito parafuncional, não ter estabilidade oclusal,
pode estar passando por um processo de transição...), e precisamos fazer uma escolha. Faz o preparo, coloca
o provisório e acompanha para ver como é que esse provisório vai se comportar. Se o provisório não ficar
soltando e ficar certo, significa que o definitivo vai dar certo. Se ficar soltando muito, significa que o preparo
não está bem feito ou tem uma condição de extremo carregamento e não está sendo favorável a restauração.

O grau de convergência é inversamente proporcional a retenção:


 Quanto mais convergente é o preparo (quanto mais inclinada é a parede), menor a retenção.
 Quanto mais baixo o preparo (quanto mais baixa é a coroa anatômica do meu dente), menor o
potencial retentivo de preparo.
 Quanto mais largo é o substrato/remanescente dentário, menor o potencial de retenção.

Se for fazer uma avaliação, tem que avaliar retenção x inclinação:


 Coroas curtas têm que ter ângulos de convergência menores;
 Coroas longas aceitam ângulos de convergência maiores.

Um dos princípios de preparo e de retenção é que: quando faço o preparo, a inclinação tem que ser
suficiente para que quando eu olhe de uma vista superior veja todo o meu término. Então tenho que olhar
em cima do meu preparo e ver toda a terminação cervical. Para eu conseguir fazer isso, o meu preparo tem
que ser ligeiramente convergente, ligeiramente com as paredes inclinadas.
JLM
PRINCÍPIOS MECÂNICOS

 Alguns estudos avaliando o nível de inclinação e


proporção de altura, largura e inclinações de paredes,
fizeram avaliações de quanto deveria ser essa inclinação.
 Retenção e estabilidade
Sugere como altura mínima para pré-molares e dentes anteriores, com
convergência entre 10 e 20 graus- 3mm. Para molares a sugestão é de 4 mm –
dado a dificuldade de obter a convergência sugerida.
Se chegou em um consenso que nos dentes posteriores deve-se ter um ângulo de
convergência de 2 a 5º na cervical de cada lado, e no terço médio e oclusal de 5 a
10º. A altura mínima do preparo para que pudesse fazer isso é de pelo menos 3 mm.
Por que fala que tem de ter uma convergência de 10 a 20º no texto? Pois é 5 de um
lado + 5 do outro, forma 10, terço médio com terço oclusal, 10 de um lado com 10
de outro, 20 graus. Então, o ângulo de convergência total variando entre 10 e 20 graus. Cada parede
idealmente deve ter uma inclinação de 2- 5º na cervical e de 5-10º na oclusal.
Isso é para que haja retenção independente da interação do cimento com o substrato, não se tá
pensando em adesão, está pensando em princípios do preparo, pode correlacionar com os princípios de Black
que seriam os princípios cavitários para que o amálgama fique dentro da cavidade sem que exista uma
interação entre o substrato e o amálgama.
Então, precisa do terço médio para cervical de 2 a 5 graus e de 5 a 10 graus do terço médio para o terço
oclusal.
Para se ter retenção e estabilidade um preparo deve ter um certo paralelismo das
paredes opostas e altura adequada, sendo que cada um indica 50 e 60,
respectivamente.

D.: No caso ela vai ser mais inclinada no terço medial e oclusal?
Exato. O terço cervical tem que ser mais reto e o terço médio oclusal ou médio incisal deve mais longo.

Sugere uma convergência entre 2 e 5 graus, uma sugestão que só seria testada
cientificamente 30 anos mais tarde.
Dentes anteriores: tem uma coroa mais longa então poderia inclinar um pouco mais sem
perder tanta retenção mecânica. O ideal é o que está na imagem, mas tem maior
possibilidade de modificação do que na situação anterior (dentes posteriores).
Isso é clinicamente comprovado há mais de 50 anos.

 Quanto maior a área;


 Maior a retenção.
Estávamos tratando de situações de apenas um
dente isolado, imagine um preparo para repor mais de
um dente. Tem dois dentes pilares, um molar e um
pré-molar, um dente que vai ser reposto será
suspenso. Vai repor 2º molar, 1º molar e 2º pré-molar
numa prótese parcial fixa, ou popularmente conhecida
como ponte fixa.
Deve-se trabalhar a retenção dos dois dentes, o molar é um dente mais largo e menos alto, no
pré-molar consegue ter uma altura razoável. Além da retenção, deve-se pensar que a convergência
dessas paredes, imagine que o ângulo de convergência dessas paredes deve ter uma trajetória de
inserção e remoção para essas duas coroas, logo precisa ter uma convergência das paredes que permita
encaixar a ponte fixa nos dois dentes pilares e ela possa descer até o final. Então esses dentes devem
ter preparos paralelos entre si, os ângulos de convergência devem ser paralelos para que se possa
encaixar a peça e ela entrar com a retenção funcional e chegar até o final. Isso se torna mais fácil,
pois agora se tem maior área para reter essa peça.
 Depois que se fez o preparo,
observou-se que a coroa ficou curta em seu
comprimento;
Nos dois casos se observa dentes mais
largos do que altos. Quais são as
alternativas?
Posso colocar resina na oclusal para deixar esse dente mais alto, mas se deixar mais alto vai ter problema
por precisar de espaço suficiente para recuperar o dente e ter uma oclusão dentro da dimensão vertical do
paciente. Então, às vezes se tem limitação pelo espaço interoclusal insuficiente.
E se deixar mais paralelo? Se deixar mais paralelo pode ser que invada muito, deixe o dente mais sensível,
é um dente vital, pode ter problemas.
Como veremos, pode ser feitas algumas canaletas que favoreçam um eixo e dê mais retenção ao preparo.
JP
 Retenção e Estabilidade – Dentes curtos e preparos cônicos

Então eu posso fazer algumas


canaletas que favoreçam o eixo e
me dê mais retenção ao meu
preparo, é comum de se fazer isso?
Não é muito comum, especialmente
porque as pessoas vão tender a
preferir um implante, porém na
faculdade ou serviço público como o
CEO é mais comum.
Dúvida de José Palhano: esse tipo
de retenção vamos fazer apenas em
último caso, quando não houver mais
como resolver a retentividade da coroa? Resposta do professor: Isso, só em último caso!

 Textura superficial

Não há a necessidade de a superfície estar muito polida para a obtenção de uma prótese
bem adaptada e com retenção adequada. O polimento pode contribuir para a diminuição
da capacidade de retenção da prótese e o cimento apresentar somente características de
união por imbricação mecânica.
Quando a restauração for aderida ao preparo ideal é que o preparo esteja bem polido
para diminuição de áreas de concentração de tensão.
Uma outra situação que teremos nesse preparo é a textura superficial, quando eu for
preparar, minha ponta é cheia de irregularidades, microscopicamente essa ponta é toda
irregular e os diamantes são colocados ali junto com minha ponta, só que quando eu passo
a minha ponta seja ela de granulação normal, uma ponta de granulação fina (F e FF), mesmo
assim se eu não passar determinadas pontas eu ainda vou ter uma irregularidade superficial,
uma textura superficial, uma microirregularidade. Se eu for pensar em fricção que é a
retenção sem adesão, essa microirregularidade que minha ponta faz é satisfatória porque
essa microirregularidade vai dar microretenção.
Entretanto quando a gente for pensar na restauração aderida, se eu deixar microirregularidades eu vou
ter pontos de microtensão ou pontos de concentração de pulsão quando eu tenho como meu ponto de vista a
adesão.

IRREGULARIDADES = CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO EM ÁREAS ADESIVAS = PONTOS SUSCEPTÍVEIS À FALHA

Quando eu penso em uma restauração que não visa adesão, deixar microirregularidades superficiais é uma
coisa positiva. Quando eu penso em uma restauração aderida é ideal que eu deixe bem polido, só que bem
polido eu não consigo apenas com pontas diamantadas, as pontas que deixam muito liso e bem polido não são
pedidas para evitar gastos a mais na compra dos materiais dos alunos, porque dificilmente vai ter na faculdade
um caso de prótese aderida, mas pode comprar se quiser, só perguntar ao professor. Mas no kit de vocês vem
uma ponta de granulação normal e uma ponta de granulação fina para dar o acabamento.

 Resistência ou Estabilidade
A forma de resistência ou estabilidade conferida ao preparo previne o deslocamento
da prótese quando esta é submetida a forças oblíquas, que podem provocar sua rotação.
Ela deve conferir ao preparo, uma característica de permanecer parado nesse local,
a retenção é uma característica que impede a remoção no eixo de inserção e remoção.
A estabilidade é uma característica proporcionada de que os princípios que eu faço
no meu preparo fazem com que a minha coroa ou aquela restauração indireta não se
movimente, permaneça estática naquele local quando submetida a uma força oblíqua, se eu tenho um contato
dentário na vertente da cúspide que é um plano inclinado, é considerado um carregamento oblíquo e teria
tendência a girar a minha coroa.
Se atinjo o lado esquerdo, o lado direito tende a pender e se deslocar e vice versa. Então no meu preparo
eu tenho que promover características para prevenir esse micromovimento, porque pode ocorrer uma hora
em que eu perca a retenção, perdendo estabilidade e haja a expulsão completa da coroa. Prevenir o
deslocamento da prótese quando essa é submetida ao carregamento oblíquo.
Essa característica vai depender de três fatores:
 Magnitude e direção da força
 Relação largura/ altura do preparo
 Integridade do dente preparado

Magnitude e direção da força  Se for ao longo do eixo, eu não precisaria ter princípios de estabilidade
porque ela estaria sempre aplicando e empurrando a coroa para baixo e eu não teria ausência de estabilidade,
só que isso não ocorre na boca, especialmente nos dentes posteriores e dentes que fazem movimentos
excursivos tipo canino e incisivos. Eu tenho em algumas áreas a protrusão, guia em canino, eu tenho
movimentos oblíquos sendo transmitidos.
Integridade do dente preparado  Se eu tiver uma coroa baixa, essa altura da coroa não vai impedir
esse giro da peça, quanto mais reto o meu preparo, mais tenho controle sobre essa força que tende a girar a
minha restauração.
Relação largura/ altura do preparo  Quanto mais baixo é o meu preparo, menos eu tenho
estabilidade, porque menor é a capacidade dessa minha parede impedir um movimento ou um giro de uma
carga que está sendo aplicada nessa região.

JG
Então todos aqueles fatores que influenciam na retenção, também vão influenciar no meu preparo. Se o
meu preparo é muito curto, às vezes, aquela minha canaleta feita nas paredes externas melhora a retenção,
mas para melhorar a estabilidade preciso fazer uma canaleta interna no dente, só que isso nem sempre é
possível, pois se tiver um dente vital vou ficar limitado em fazer um preparo como esse, então em algumas
situações vou poder fazer (se tiver muita estrutura dentária) e se eu não tiver não vou poder fazer.

A - A forma de resistência do preparo deve impedir


a movimentação da coroa quando esta é submetida
à ação de forças laterais (seta) que tende a
movimentá-la em torno do fulcro. A ação do cimento
interposto entre as superfícies do dente e a coroa do
lado oposto, auxiliada pelo paralelismo das paredes no
terço médiocervical, evitará a movimentação da
coroa.
B e C - Para impedir o deslocamento da coroa, a
largura do dente preparado tem que ser no mínimo
igual a sua altura.
D e E - Dente preparado com coroa curta e inclinação
acentuada das paredes. A ausência da área de
resistência não impedirá a rotação da coroa quando
for submetida às forças laterais.
F - Nesses casos a presença de canaletas compensará
as deficiências do preparo, minimizando a tendência
de rotação da coroa.

Então, como regra, para que eu possa impedir


a movimentação da coroa, quando tenho esse
carregamento lateral (ele estava apontando para a imagem B, embaixo da seta e na oclusal) tenho que ter
princípios de inclinação de parede e minha parede deveria ser o mais reta possível, dentro daquele padrão –
de 2 a 5 graus, de 5 a 10.
E a minha altura da coroa deveria ser pelo menos igual à largura, então para que eu tenha uma
estabilidade ideal a altura do meu preparo precisa ser pelo menos igual à largura.
Se não tiver isso vou ter que fazer alguns ajustes no meu preparo para que eu possa adequá-los da
melhor maneira. E quais seriam esses ajustes? Essas figuras E e F teria criar algum artificio interno no meu
preparo para impedir esse giro.
Então, tenho que ter a inclinação da parede igual a da retenção e tenho que ter uma altura do meu
preparo pelo menos igual à largura, para ter uma estabilidade dentro dos padrões ideais e também impedir
essa movimentação latero-lateral.

 Rigidez Estrutural

Outro principio mecânico é a rigidez estrutural

 Conciliar -> Quantidade de desgaste com o mínimo exigido para manter a


rigdez do material restaurador.
Definição de rigidez estrutural: o meu preparo pudesse permitir uma espessura
de material restaurador adequada que consiga resistir ao carregamento
mastigatório. Quanto preciso ter de espessura? Depende do material, pois foram
feitas pesquisas de ensaio mecânico avaliando o carregamento e os níveis de
espessura para saber quanto precisaria ter.
 A quantidade de desgaste pode sofrer alteração em função do tipo de
material restaurador e da área a ser preparada.
Então, eu preciso desgastar o dente, o suficiente para ter uma espessura mínima Cúspide funcional
para que o meu material consiga resistir aos meus carregamentos mastigatórios ou
carregamentos de movimentação, como os movimentos excursivos.
E se meu paciente tiver hábitos parafuncionais? Quer dizer que essa restauração
vai ser submetida a um carregamento mais frequente, ou seja, vai envelhecer mais rápido, e se tiver uma
espessura um pouco maior, teoricamente, ela vai conseguir resistir um pouco mais a esse carregamento mais
frequente ou algo até, muitas vezes, de maior intensidade.

Dentes Posteriores -> em dentes posteriores preciso ter um desgaste que segue a conformação da minha
coroa clínica/anatômica e que tenha essa espessura, em torno de 1 a 1.2 mm nas paredes axiais e 1.2 a
1.5mm, sendo a maior altura, 1,5mm na cúspide funcional, então na cúspide funcional, preciso desgastar um
pouco mais para ter uma maior espessura de material restaurador. Já na cúspide não funcional, de balanceio,
que é responsável por manter o alimento dentro da cavidade bucal posso ter uma espessura um pouco menor.
Isso varia em função do material.

 Rigidez em função do material restaurador:

 Para coroas de Metal


o Face axial = 0,5mm
o Face oclusal = 1,2mm
 Metalocerâmica
o 1,2mm (0,3mm metal e 0,9mm de porcelana)
 Metaloplástica
o 1,2mm (0,3mm metal e 0,9 de resina) ou 0,3 o metal e 1,2 na cúspide
funcional
 Cerâmica/Porcelana pura
o Face axial = 1,0mm -> as características que tem na imagem
o Face oclusal = 1,2mm

O metal não é muito usado, a metalocerâmica é usada em alguns lugares/situações sociais, a


metaloplástica é pouco usada, mas tem alguns planos odontológicos que cobre (então se for trabalhar com o
plano odontológico ficaremos limitado ao material que o paciente escolha). Preciso saber de tosas e se tiver
dúvidas faz esse preparo de 1 a 1.2 nas paredes axiais e de 1,5 na caixa oclusal para todos os casos para ter
uma boa resistência, se não tirar uma foto disso, pois não somos obrigados a decorar, para quando for fazer
um preparo.

Dentes Anteriores -> a mesma coisa, mesmos espaços e dependendo do material pode variar, mas é a
mesma coisa. Um padrão, e se você fizer isso, vai ter uma boa resistência do seu material.
 Metal
o Face axial = 0,5mm
o Face oclusal = 1,2mm
 Metalocerâmica
o 1,2mm (0,3mm metal e 0,9mm de porcelana)
 Metaloplástica
o 1,2mm (0,3mm metal e 0,9 de resina)
 Porcelana pura
o Face axial = 1,0mm
o Face oclusal = 1,2mm

 Integridade marginal

O último aspecto mecânico que é extremamente importante é a integridade marginal é a capacidade


que eu vou dar ao meu preparo da minha peça encaixar bem na minha terminação cervical, então tenho que
ter um termino evidente/visível mesmo que ele seja pequeno, para minha peça encaixar perfeitamente nesse
término e se manter ao longo do tempo aqui sem danos.

BG
Então, como é que eu faço isso?
Mantendo um bom formato para esse
meu preparo nessa área e deixando ou
ela subgengival 0,5mm ou ela
supragengival.

P: Qual o término que nós vamos


usar?
R: O chanfrado, que é um término
arredondado.

Se você for fazer um preparo


menor do que 1,2mm ele é chamado de
chanferete que seria menor que um chanfro. Um chanfro tem 1,2mm de espessura como o preparo
convencional de 1,0 a 1,2 na cervical é chamado de chanfrado, quando você termina no formato arredondado
que já é dado pela ponta em que a gente vai preparar, é um formato com um ângulo axiopulpar arredondado.
Existem outros tipos de preparo, só que esses preparos em verde na foto acima são os mais seguros
que é o Preparo Em Chanfro Arredondado que seria a terminação mais reta, nesse tipo algumas pessoas
preconizam mais para a cerâmica. O professor prefere usar o chanfrado. O chanfro arredondado ou o chanfro
são excelentes terminações.
Se eu desgasto menos do que 1,2mm eu vou ter menos que um chanfro que é chamado chanferete,
chanferete é a metade do chanfro. Por que precisamos saber disso? Para uma prova, concurso, isso é
meramente uma terminologia didática.

 PRINCÍPIO ESTÉTICO
Imagine que tenho dentes assim, então posso ter algumas
possibilidades. Um paciente chega assim com uma restauração
metalocerâmica, só que quando analisamos esse paciente ele tem
restaurações que são metalocerâmicas.
Quando olhamos a cervical observamos que existe um preparo
supragengival, nesse preparo o remanescente dental está escurecido, no
dente vizinho temos um dente muito restaurado com uma restauração
que não está com um polimento muito adequado, não está em uma forma
muito adequada.
Então, para que a gente mantenha a estética precisa levar esse
término subgengival intrasulcular (dentro do epitélio sulcular).

Ou por exemplo, temos um caso com uma paciente que realizou um


tratamento endodôntico em um elemento dentário, ela fez clareamento
interno e externo e esse dente não regrediu a coloração igual ao dos
dentes vizinhos.
Então também temos que levar essa terminação intrasulcular para
que esse remanescente mais escurecido após o preparo não apareça.

D: Nesse caso aí o clareamento poderia ser resolvido com uma faceta de resina composta?
R: Poderia ser resolvido com faceta de resina composta desde que ela também fosse intrasulcular, a faceta
de resina a única coisa é que vai mudar o material, mas ainda vai precisar fazer um preparo, não é porque é
uma faceta de resina que não vai precisar de um preparo, pois se você não fizer um preparo e você só adicionar
material você vai gerar sobrecontorno.

D: Mas isso seria uma técnica mais simples do que você fazer uma coroa completa?
R: Teria um laminado completo por exemplo uma faceta. Então, quando eu faço um preparo para uma
restauração ultrafina, para uma faceta convencional que é uma restauração que não pega todas as partes do
dente ou no dente posterior quando faço um preparo para um onlay, um inlay ou um overlay que são preparos
parciais, então, o material restaurador quem vai decidir é o profissional em função da qualidade que esse
material tem. Então, não é que eu faça uma faceta ou uma restauração muito fina de resina composta que
eu não tenha que fazer um preparo.
Então, essa imagem em que muitos profissionais vendem de que se usar resina não vai precisar preparar
o dente não é verdade, pode ser verdade se por exemplo tiver um microdente, ou um dente conoide, ou um
dente com uma má formação, aí sim só vai precisar adicionar. Mas em um dente que tem alterações nesse
nível irá precisar realizar algum tipo de desgaste se não vai ficar anti-estético. E por exemplo, dependendo
da situação pode ser que não seja uma coisa fácil eu dar um acabamento e polimento em uma resina estando
0,5mm subgengival. Então, são coisas que temos que avaliar e tem que saber das dificuldades e limitações de
cada situação.

Aqui nós temos uma situação mais drástica, onde temos uma
coroa desadaptada, em que vemos que nos centrais já existem uma
grande alteração de cor, mas nos laterais também existem.
Então, essa é uma paciente em que tem um dente muito
restaurado, então se fizesse restaurações sejam elas totais ou parciais
posso melhorar bastante essa estética. Mas se o meu preparo for
supra/acima do nível gengival eu não vou estar mascarando a interface
de um remanescente que vai estar mais escuro. Então, vai ficar uma
restauração que não vai corrigir totalmente a estética desse caso.
Nessa situação precisamos fazer um preparo dentro desse princípio estético que leve essa terminação
que precisa ter aquele princípio mecânico de integridade, precisa estar bem visível, que precise encaixar bem
o material, terminar em zero e se manter ao longo do tempo.
MAP
 Nessas situações é muito comum. Essas situações representam 80% dos casos.
 Situações de laminados cerâmicos ultrafinos, facetas muito finas, preparos de facetas com resina
composta, são situações muito específicas;
 Situações de um paciente jovem que já tem um dente numa cor bonita, que deseja fazer pequenos ajustes,
pequenos detalhes NÃO é a maioria dos casos, mesmo que as redes sociais/mídia mostrem como sendo
algo muito frequente não é algo muito frequente.
 Embora essas alternativas fizeram com que pessoas que antigamente não se submetiam a procedimentos
estéticos, estão conseguindo ver essa possibilidade e estão buscando esses procedimentos, mas não são a
maioria dos casos.
 Quando se pensa em reabilitação, se pensa em situações mais próximas dessas situações citadas.
 Uma situação como essa, de uma paciente com dentes conoides,
então a paciente restaurou esses dentes que foram dentes que há
muito tempo fez essas restaurações, era uma paciente jovem, porém
já se nota ali áreas de fratura, ou seja, esse material não está resistindo
aos movimentos expulsivos, as guias, que a resina dependendo da sua
aplicação e do perfil do paciente, muitas vezes não vai resistir a isso;
 Então o paciente precisa estar consciente disso pois se decidir
utilizar esse material restaurador sabe que precisará reparar mais
vezes, do que se reabilitar com um material mais resistente.
 Essa paciente tinha essas restaurações desde o início da adolescência pois tinha dentes conoides, dentes
pequenos, só que esses dentes não estavam resistindo aos esforços mastigatórios que estavam sendo
submetidos, então já se tem restaurações fraturadas, coloração inadequada do substrato pra
restauração, áreas de inflamação, áreas de um polimento inadequado;
 Então isso acontece depois de um tempo que ficou sem solução, mas que não é grande maioria dos casos,
então nessas situações específicas pode-se utilizar sim preparos menos invasivos, mais conservadores,
restaurações cerâmicas, mais finas
 Por exemplo, aqui tem-se um preparo supra-gengival (imagem), o nível da
gengiva está “aqui” e a terminação da restauração “aqui” coisa de 0.3mm
acima, não está a nível da gengiva, está ligeiramente acima;
 Mas não é algo fácil de enxergar, então utilizar ferramentas que ampliem a
visão, como microscópios, lupa, é para ver além do que o olho humano é capaz,
então consegue-se perceber esses detalhes, e nota-se que a cor do dente é
bem próxima da cor da restauração, então um tipo de restauração mais difícil
de ser executada.
 Para que isso fosse possível fazer esses tipos de restaurações adesivas, sejam elas parciais, como laminados
ultrafinos, como facetas (laminados ultrafinos entendam como “lentes de contato”, só que “lentes de
contato” não existem na odontologia, lentes são para olhos, ficam em contato com a superfície do olho e
pode tirar e colocar, essa não, é uma lâmina ultrafina fixa aderida ao dente, então “lente de contato” é
um nome popular para se vender no marketing, laminados ultrafinos é o termo cientifico mais apropriado.
 Dentro desses princípios clássicos de preparo, aprendeu-se que:
 O preparo clássico é baseado em preservação da estrutura sadia,
que é o princípio biológico.
 Depois nos princípios mecânicos que são baseados em retenção,
estabilidade, integridade, resistência.
 E na estética, mas a estética engloba e faz parte de qualquer
restauração, precisa fazer uma restauração estética, as vezes
podendo deixar um preparo supra ou intrasucular.
 Mas os preparos que norteiam o preparo clássico é a preservação
da estrutura (que é princípio biológico), retenção, estabilidade e resistência.
LP

CONHECIMENTOS..
Durante os preparos clássicos, só tinha o material restaurador à base de metalocerâmica, metal com
resina, metaloplásticas, na década de 60. Depois, na década de 80 e pouco, início de 90, começou a se utilizar
as restaurações de cerâmicas. Nessa mesma época, por volta de 1982, se descobriu o efeito do
condicionamento ácido (tratamento superficial com ácido fosfórico a 37% na estrutura dental se criam
microirregularidades no esmalte, aumentando a possibilidade de adesão). Esse tratamento também é possivel
de ser feito na cerâmica, e isso começou a ser desenvolvido nesse mesmo período.
Por volta de 1992, se descobriu a possibilidade de hibridização (formação da camada híbrida). Ou
seja, o condicionamento ácido na dentina, o tratamento superficial, expor os túbulos dentinários e fibras
colágenas, um sistema adesivo mais avançado, composto por uma partícula bifuncional hidrofílica com
hidrofóbica (que é o primer), começou a ter adesão na dentina.

PREPAROS MINIMAMENTE INVASIVOS

Tivemos o avanço na adesão e no nível do preparo. E


como ter um preparo que desgaste menos e seja
biologicamente menos invasivo? Só podemos ter isso se tiver
um material que resista e que fique aderido aquela
superfície. Porque, normalmente, se desgastar menos, passo
a não ter princípio: mecânico, de resistência, de integridade
marginal, de estabilidade. O preparo minimamente (ou
precisamete) invasivo só pode ser aprendido pelo avanço
da adesão.

ADESÃO
Foi descoberto que um tratamento numa superfície que tenha água,
grande quantidade de matriz orgânica, como a dentina, também poderia ser
aderida, desde que tivesse um sistema adesivo específico. Já aprendemos também
o quanto tem de camada em cada dente (NA IMAGEM). São informações que nos
criaram conhecimento e nos favoreceram as restaurações adesivas, sejam elas
diretas ou indiretas.
ESMALTE
O esmalte é composto por mais matriz inorgânica (96%) e pouca matriz
orgânica (4%). Isso favorece a adesão. A partir de um tratamento ácido,
faz a exposição desses cristais, que é facilmente aderida à um sistema
adesivo. Essa foi a primeira modificação, tanto das restaurações diretas
como das indiretas. Então, a partir desse momento, foram se criando
resinas compostas para fazer restaurações que, ateriormente, eram feitas
por meio de princípios cavitários pra restaurações que eram retidas dentro
daquela cavidade.

DENTINA
Depois de entender melhor como funcinava a dentina, que é uma
camada que tem cerca de 30% de matriz orgânca e água, que se
tinha uma maior dificuldde de adesão, com algumas técnicas e
desenvolvimento de materiais, conseguimos entender que um
condicionamento ácido controlado por 15 segundos gera exposição
dos túbulos dentinários, remove a smear layer on e in. A partir disso,
um sistema adesivo com a partícula bifuncional, chamada de primer,
tem hidrofilia e consegue penetrar nos túbulos, se unir às fibras
colágenas, formar micro tags, e uma camada de união desse material
restaurador é o agente cimentante.
CERÂMICAS
Concomitante à evolução dos sistemas adesivos, já que teve a possibilidade de união da interface, era
necessário desenvolver um sistema para restaurações indiretas que pudesse ter resistência aos esforços
mastigatórios, além de recuperar a estética e todas as outras características das estruturas que foram
perdidas. As cerâmicas foram evoluindo, passando de princípios da estética com princípios de resistência.
Quanto mais aumento a resistência, diminui a estética, a sensibilidade adesiva, e/ou impossibilita a
capacidade de adesão dessa cerâmica ao substrato. Não é porque uma cerâmica é totalmente livre de metal
que ela não precisa de princípios de preparo, mas as que tem a possibilidade de adesão ao substrato (dente,
resina, pino) requerem um menor desgaste

PR
Temos cerâmicas mais
estéticas, cerâmicas mais
reforçadas que são empregadas pra
diferentes cenários clínicos e
diferentes níveis de espessura.
Vimos que vamos trabalhar na
espessura de até 1,5mm, só que
para isso temos que trabalhar em
cerâmicas mais reforçadas.
O aprendizado sobre a
estrutura que forma o dente,
esmalte e dentina; a evolução dos
sistemas adesivos e a evolução das
cerâmicas permitiram que
fizéssemos preparos menos invasivos.

PLANEJAMENTO REVERSO

E outra revolução, talvez tão grande quanto o


tratamento de superfície do dente é o Planejamento
Reverso. Que é fazer uma prova em boca antes de começar
a reabilitação, definir se o paciente deseja esse tratamento
e essa restauração final vai guiar os preparos ou não que serão
conduzidos nesse substrato pra receber essa restauração, que
pode ser direta ou indireta. Mas no nosso caso, como estamos
tratando de prótese, vamos discutir apenas as restaurações
indiretas.
Tivemos aumento de conhecimento de estrutura
dentária, dos sistemas adesivos, a evolução dos sistemas
cerâmicos, sobre o planejamento e planejar a restauração
antes de começar e saber os níveis de desgaste que iremos
precisar e, por fim, o desgaste. Aprendemos a fazer menos
desgaste, mudamos/ampliamos nossa possibilidade de
desgaste porque todas essas quatro opções possibilitaram
isso.
Antes de começar já se pensava como iria fazer tal
desgaste, vamos aprender a preparar baseando-se nos princípios modernos (falados acima) e nos princípios
clássicos, mas quem vai determinar isso é o resultado final.

PREPARO DENTAL: enceramento diagnóstico + material selecionado

O preparo moderno/atual, depende de dois fatores determinantes:

 Enceramento diagnóstico:
- Posição e anatomia pretendida com a restauração;
- Guia de silicone.
Planejamento reverso: meu resultado final que é dado pelo enceramento diagnostico, que é dado
pela prova em boca (mockup), que é obtido na boca pelo enceramento diagnóstico.

 Material Selecionado:
- Resistência – Retenção – Estabilidade;
- Espaço necessário
Então a quantidade que vou desgastar de dente depende do enceramento diagnostico e do material
restaurador (vai ser um material que visa a adesão ou não? É uma cerâmica reforçada que não tem adesão,
uma metalocerâmica, metaloplástica, metal com resina ou é metálica. Ou seja, restaurações que não tem
adesão ao substrato dentário). Nessas restaurações preciso de princípios de preparo (biológicos, mecânicos e
estéticos) e, portanto, preciso de um espaço mínimo necessário. Mas se vou tratar de uma restauração que
vai ser aderida, que vai ter uma cimentação resinosa e vai estar colada ao substrato aí posso utilizar
mecanismos mais modernos, fazer preparos mais difíceis tecnicamente de serem executados e guiar meu
preparo para essa condição.
Antes de começar a fazer um caso clinico, no dia que vou fechar o tratamento, mostrar o planejamento
ao meu paciente ele vai dizer se vai querer uma cerâmica pura que tem possibilidade de adesão ao dente ou
não, aquilo vai guiar meu tratamento. Antigamente decidia o material restaurador no final, quando fosse
moldar tinha que ver como ia preparar para receber o material restaurador. E agora antes de começar já
deixamos tudo definido. Hoje em todas as áreas da odontologia precisamos de planejamento reverso.
Se não soubermos os princípios clássicos do preparo, se não entender os princípios de resistência,
estabilidade, integridade marginal, estética, biologia, não vamos conseguir fazer um preparo minimamente
invasivo. Então os princípios modernos + clássicos (ponto de vista contemporâneo), baseados no nosso projeto
final vão orientar cada passo do nosso desgaste realmente seletivo pra que nossa restauração tenha toda
característica necessária pra ter longevidade e recuperar todas as funções do nosso aparelho estomatognático.

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