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Beatriz Ornelas | 4º ano | 2022-2023

Caderno prático prótese total


PS: Esta copia do caderno prático não possui as imagens.
Trabalho prático 1 – Anatomia do desdentado total
A importância da anatomia do desdentado total:
Nos desdentados totais, a área disponível para a base da prótese (área de suporte da prótese) é muito limitada.
Assim, é muito importante conhecer e identificar as estruturas anatómicas que a limitam. Se nós compreendermos
os limites até onde a prótese pode ser estendida podemos obter, simultaneamente, a estabilidade necessária para
não ocorrerem movimentações durante a função e também obter o máximo de retenção da prótese, resistindo às
forças que promovem a sua deslocação. Desde modo, obtemos uma relação harmoniosa entre os tecidos e as
estruturas residuais do paciente desdentado total e a prótese que tem de permanecer por longos períodos em
contacto com estas estruturas.
A base protética deve ter uma extensão de modo a não interferir com a função e saúde dos tecidos
periféricos. Pelo que, aquando das impressões finais, deverá conseguir identificar à a zona de suporte ou zona
mioestática e o limite periférico até onde a prótese se deverá estender.

Estruturas de suporte no desdentado total:


As bases protéticas contactam diretamente com a mucosa oral que está sobre o osso de suporte maxilar e
mandibular.
A mucosa oral é constituída por uma primeira camada de tecido epitelial escamoso que normalmente é
queratinizado à subjacentemente, tem uma fina camada de tecido conjuntivo conhecido como lâmina própria à
após esta 1ª camada, existe a submucosa, que é formada por tecido conectivo (que faz a conexão ao osso) e varia na
sua densidade e espessura. Pode conter tecido glandular, adipócitos, músculo e fornece suprimento vascular e
nervoso à mucosa.
A mucosa oral está aderida ao osso através do periósteo que o recobre.
No desdentado total, esta mucosa oral é designada de mucosa mastigatória e é caracterizada por uma
camada bem definida de tecido queratinizado que cobre o palato duro e rebordo alveolar residual, no maxilar e na
mandíbula. Esta gengiva queratinizada vai variar em espessura, dependendo do uso ou não da prótese e de outros
fatores mecânicos.
A espessura desta mucosa não é constante, variando na percentagem de tecido conjuntivo, adiposo,
glandular, muscular, etc. Consoante a natureza e resistência dos tecidos subjacentes, algumas áreas são
consideradas áreas de suporte primário ou secundário. Assim, as zonas de suporte secundário poderão necessitar
de serem aliviadas da pressão que a prótese exerce. A mucosa tem uma função de amortecimento das forças que
são exercidas sobre a base protética para as estruturas de suporte.
A espessura e consistência da submucosa determinam o suporte que a mucosa oral fornece à prótese.
Assim, numa mucosa oral saudável, se a submucosa está firmemente aderida ao periósteo subjacente, esta vai com
sucesso suportar as pressões transferidas pela prótese. Quando a mucosa é fina, os tecidos moles são friáveis e a
mucosa oral facilmente ficará traumatizada.
Outro fator que poderá influenciar a estabilidade da prótese é quando a camada submucosa está pouco
aderida ao periósteo ou está inflamada/edema, levando a que os tecidos de suporte sejam facilmente deslocados.

Estruturas anatómicas de uma prótese total inferior:


1. Corpo periforme:
a. Apresenta tecido conjuntivo denso com uma zona aderente e outra móvel.
b. Estabelece o limite posterior da prótese inferior (união dos 2/3 anteriores com o 1/3 inferior).
c. É influenciado pelo músculo masséter.
d. É uma estrutura importante para a obtenção de suporte e selamento periférico.

2. Região de fish ou bucal shelf:


a. Situado entre os freios laterais e o bordo anterior do masséter e sobre a linha oblíqua externa, que
por vezes pode até ser ultrapassada.
b. É uma zona de suporte primário da prótese inferior, requerendo cuidados na tomada da sua
impressão à deve cobrir-se toda a área disponível.
c. Em largura pode ir de 5-6mm numa mandíbula grande a 2-3mm, ou menos, numa mandíbula
pequena.
d. A zona superior à região de fish, adjacente ao corpo periforme, ajuda na resistência ao
deslocamento distal da prótese.
e. Na maioria das situações, a região de fish pode ser totalmente recoberta, devendo o bordo da
prótese ter cerca de 2mm de espessura e ser liso e arredondado para não lesar a bochecha.
f. Quando o rebordo residual é baixo, devemos usar um bordo espesso para promover um melhor
suporte da bochecha e selamento periférico.
g. Quando o músculo bucinador está hipertónico, não se pode recobrir totalmente a região de fish.

3. Rebordo residual posterior:


a. Apresenta uma vertente vestibular (maior área de suporte) e uma vertente lingual.
b. É uma zona de suporte primário da prótese inferior.
c. Quando se apresenta muito reabsorvido, a região se fish é a principal responsável pelo suporte,
sendo necessários cuidados acrescidos na toma de impressão.

4. Rebordo residual anterior:


a. Situado entre os locais de extração dos caninos.
b. Tende a reabsorver sob pressão, sendo por isso considerado uma zona de suporte 2º da prótese
inferior.

5. Freio lingual:
a. Usualmente é uma banda de tecido conjuntivo fibroso de base estreita, podendo, contudo, ser
largo ou múltiplo.
b. Requer um alívio correto, quer na moldeira individual, quer na prótese, sob pena de causar dor ou
deslocamento da prótese. Contudo, um alívio excessivo pode comprometer o selamento do bordo
lingual e, consequentemente, a retenção da prótese.
c. Poderá haver a necessidade de ser realizada frenectomia nos seguintes casos à freio inserido
próximo ou na crista do rebordo residual, freio lingual curto que causa dificuldades de protusão
da língua.

6. Freio labial:
a. Usualmente único e de base estreita, podendo, contudo, ser múltiplo.
b. Atua principalmente no sentido vertical, requerendo um alívio estreito na prótese.
c. Normalmente o freio labial mandibular é mais curto e mais largo que o freio correspondente
maxilar.

7. Freio bucal ou vestibular:


a. Localizado na zona do 1PM, é múltiplo na maioria dos casos.
b. Requer um alívio mais largo na prótese, pois a atividade oral desta área efetua-se tanto no sentido
vertical como no horizontal.

8. Vestíbulo labial:
a. É o sulco existente entre os 2 freios bucais/vestibulares ou entre os 1ºs PMs, se os freios estão
ausentes ou numa localização diferente.
b. É principalmente influenciado pelo músculo orbicular dos lábios (cujas fibras são maioritariamente
horizontais), devendo ter-se o cuidado de não estender demasiado a impressão desta zona.
c. É também influenciado pelo músculo mentoniano, que pode apresentar-se hipertónico em alguns
pacientes. Nestes casos, a contração vertical do músculo impede a colocação do bordo da prótese
no fundo do vestíbulo (com 2mm de espessura), devendo colocar-se mais acima e com 0,5 a 1mm de
espessura, o que pode comprometer o selamento periférico da prótese. Requer, por isso, uma
impressão cuidadosa desta zona.

Notas: os bordos labial e bucal não são tão importantes para o selamento periférico da prótese, pois o recobrimento pelos lábios e
pelas bochechas irá criar um “selamento facial”; quando o rebordo residual anterior é alto, o bordo labial deve ser fino (1-2mm);
quando o rebordo residual é baixo, deve usar-se um bordo espesso para prestar suporte ao lábio e à bochecha, de modo a promover
um melhor selamento periférico; o recurso aos bordos espessos deve ser usado com precaução pois estes podem causar
desconforto, má estética ou interferência com a atividade muscular normal.
9. Vestíbulo bucal:
a. A sua largura e o seu comprimento dependem da região de fish e do músculo bucinador, podendo
ser determinados por palpação.

Notas: anatomicamente o músculo bucinador é constituído por 3 conjuntos de fibras à as fibras médias, mais ativas, que controlam
o bolo alimentar durante a mastigação e cruzam-se a nível das comissuras labiais numa zona chamada modíolo, continuando-se
com as fibras do músculo orbicular dos lábios; as fibras superiores e inferiores são relativamente flácidas.

10. Músculo masséter:


a. Influencia a área lateral do corpo periforme.
b. A sua ação cria uma linha reta que vai da base do corpo periforme até à área distovestibular da
prótese, devendo efetuar-se a impressão correta desta zona, de modo a evitar:
i. Sobre extensão e consequentemente lesão;
ii. Perda de suporte e resistência ao deslocamento distal por impressão deficiente.
c. Um músculo masséter ativo criará uma concavidade no bordo distovestibular da prótese, enquanto
um menos ativo criará um bordo convexo.

11. Linha milohioideia ou linha oblíqua interna:


a. Serve de inserção ao músculo milohioideu.
b. A sua extremidade distal está próxima da crista do rebordo residual, enquanto a sua extremidade
anterior está próxima do bordo inferior da mandíbula.
c. É necessário determinar a sua proeminência (pode intereferir com a vertente lingual da prótese) e a sua
forma (uma crista afilada pode causar dor durante a mastigação).

12. Ligamento pterigomandibular:


a. Vai desde a apófise pterigoide até à extremidade distal da linha milohioideia.
b. Serve de inserção ao músculo bucinador, por fora, e ao músculo constritor da faringe por dentro.
c. Quando é proeminente, interfere com a estabilidade da prótese superior, requerendo alívio
adequado na mesma. Contudo, a maioria dos pacientes não necessita de alívio da prótese superior.
d. Durante o selamento periférico ou impressão superior, deverá ser pedido ao paciente para encerrar
a boca, exercendo o médico dentista a ação de impedir o encerramento de modo a realizar a
impressão deste ligamento em ação.

13. Fossa submandibular:


a. Concavidade óssea inferior e mesial à linha milohioideia, que aloja a glândula salivar
submandibular.
b. Sem importância na toma da impressão.

14. Vestíbulo lingual:


a. Divide-se em 3 zonas: zona lingual anterior ou zona sublingual, zona média ou milohioideia, zona
posterior ou retromilohioideia.
i. Vestíbulo lingual anterior ou zona sublingual:
b. É influenciada principalmente pelos músculos genioglossos, pelo freio lingual e, em menor grau,
pela porção anterior das glândulas sublinguais.
c. Por vezes, quando o rebordo residual está muito reabsorvido, as apófises geni ficam acima da crista
residual, não havendo espaço vestibular. Neste caso está indicado o afundamento do vestíbulo ou
o recobrimento das apófises, pois é impossível obter selamento periférico se a prótese terminar
em tecido duro.
d. A espessura do bordo da prótese nesta zona será cerca de 2mm, mas poderá ser ± , dependendo
da atividade dos genioglossos e do freio lingual.

i. Vestíbulo médio ou zona milohioideia:


e. É a zona mais extensa e é principalmente influenciada pelo milohioideu e, em menor grau, pelas
glândulas sublinguais.
f. A ação do músculo milohioideu ocorre durante a deglutição, na qual as fibras em contração
apresentam uma inclinação para a frente e para baixo, pelo que a prótese poderá ser estendida
abaixo da inserção na linha milohioideia.
g. Para controlar a ação deste músculo, coloca-se o dedo no fundo do vestíbulo e pede-se ao paciente
para deglutir.
h. Em média, o bordo da prótese localiza-se cerca de 4-6mm abaixo da linha milohioideia e com uma
espessura de 2-3mm. Quando o rebordo residual é inexistente, o bordo deve ser mais espesso (4-
5mm ou mais).

i. Vestíbulo distolingual ou fossa retromilohioideia:


i. Está limitado à frente pelo músculo milohioideu, lateralmente pelo corpo periforme,
posteriormente e lateralmente pelo músculo constritor da faringe, posteriormente e medialmente
pelo músculo palatoglosso e medialmente pela língua.
j. O limite posterior da prótese inferior é determinado principalmente pelo músculo palatoglosso e,
em menor grau, pelo músculo constritor superior da faringe. O espaço pode ser observado
clinicamente, colocando o espelho intraoral nessa zona e pedindo ao paciente para efetuar
pequenos movimentos com a língua.
k. Classificação de Neil: A prótese inferior pode ter 3 comprimentos possíveis dependendo da
tonicidade, atividade e inserções anatómicas das estruturas adjacentes.
i. Classe I à O bordo da prótese irá localizar-se cerca de 5mm abaixo da linha milohioideia,
com uma espessura de 2,3,4 e 5mm até onde o músculo palatoglosso permitir (devendo ser
liso e arredondado para não interferir com este);
ii. Classe II à intermédia entre a classe I e III. A classe I e II são as mais frequentes;
iii. Classe III à O bord da prótese termina na própria linha milohioideia ou mesmo acima
dela. A sua espessura não deverá ser mais de 2mm ou, poderá mesmo terminar em lâmina
de faca, se terminar sobre a linha milohioideia. A classe III é rara.

15. Glândulas sublinguais:


a. Localizadas acima dos músculos milohioideos, apresentam-se como estruturas moles, de tamanho
variável e facilmente deslocáveis;
b. Apenas podem ser avaliadas por palpação, não apresentando grande importância para a toma de
impressões.

16. Língua:
a. A sua posição deve ser avaliada, pedindo ao paciente para abrir a boca apenas o suficiente para
uma pequena porção de alimento e observando nas diferentes posições.
b. Normalmente a língua aparece relaxada, preenchendo toda a arcada inferior e com a sua ponta
tocando levemente as faces linguais dos incisivos inferiores. Esta é a posição mais favorável para
a manutenção do selamento do bordo lingual, incrementando assim a retenção da prótese.
c. A posição retruída da língua permite a entrada de alimentos e de ar sob o bordo lingual da prótese,
rompendo o selamento periférico. Esta situação é acompanhada de um pavimento bucal mais alto
devido à maior tensão nos músculos linguais associados. Pode ser melhorada com exercícios.

17. Tórus linguais:


a. Protuberâncias ósseas, normalmente bilaterais, observadas sobretudo na região pré-molar e
cobertas por uma mucosa muito fina cuja compressão causará dor e desconforto.
b. A presença deste tórus inviabiliza, na maioria dos casos, a obtenção de um bom selamento
periférico e caso, a remoção cirúrgica seja impossível, deverão ser recobertas, sendo os bordos tão
espessos quanto a língua tolerar.

Estruturas anatómicas de uma prótese total superior:


1. Freio labial:
a. Usualmente único e de base estreita, podendo, contudo, ser múltiplo.
b. Atua principalmente no sentido vertical, requerendo um alívio estreito na prótese.
c. Na tomada de impressões, devem evitar-se movimentos laterais excessivos, pois criarão um alívio
demasiado largo que poderá comprometer o selamento da prótese, principalmente se o paciente
possui um lábio curto e ativo.

2. Vestíbulo labial:
a. É o sulco existente entre os 2 freios bucais ou entre os 1ºs PM, se os freios estão ausentes.
b. É principalmente influenciado pelo músculo orbicular dos lábios (cujas fibras são maioritariamente
horizontais), devendo ter-se cuidado para não estender demasiado a impressão desta zona.
c. Quando o rebordo residual anterior é alto, o bordo labial deve ser fino (cerca de 2mm ou menos).
d. Quando o rebordo é baixo, devemos usar um bordo espesso para fornecer o suporte ao lábio e
para promover um melhor selamento periférico.

3. Freio bucal:
a. Pode ser único, múltiplo, ausente ou estar numa localização totalmente diferente.
b. Requer um alívio mais largo da prótese, pois a atividade oral desta área efetua-se quer no sentido
vertical quer no sentido horizontal devendo o bordo ser fino (cerca de 2mm).
c. Quando o rebordo é baixo, devemos usar um bordo espesso para promover um melhor selamento
periférico e para prestar suporte ao lábio e à bochecha, melhorando a estética.

4. Vestíbulo bucal:
a. Estende-se desde o freio bucal ou desde a área do 1PM até à fossa pterigomaxilar.
b. É principalmente influenciado pelo modíolo e pelo bucinador e distalmente pela apófise
coronóide.
c. A apófise zigomática apenas requer cuidados durante a impressão se o rebordo residual for baixo,
de modo que não seja usada como uma zona de suporte, pois a sua mucosa é muito fina e
frequentemente requer alívio.
d. As regiões das tuberosidades maxilares são essenciais para a retenção e requerem cuidados na
impressão, pois por vezes a prótese necessita de um bordo mais espesso para o selamento (2-5mm
ou mais).
e. A espessura da zona tuberositária depende do tamanho da tuberosidade, da proximidade da apófise
coronoide durante os movimentos funcionais e da inserção do músculo bucinador. Pode ser
avaliado, colocando um espelho intraoral no vestíbulo junto à tuberosidade e pedindo ao paciente
para efetuar movimentos de lateralidade e observando se o espelho é deslocado.

5. Fossa pterigomaxilar e ligamento pterigomandibular:


a. Zona depressível situada entre a tuberosidade maxilar e as asas internas da apófise pterigoide do
esfenoide.
b. A sua identificação é importante pois estabelece o limite posterior da prótese superior, sendo
detetada clinicamente com a ajuda de um espelho intraoral que, ao percorrer o rebordo residual
do maxilar, encontra subitamente uma depressão.
c. Se a impressão for limitada à tuberosidade, o resultado será uma prótese sem retenção, pois é
impossível obter um selamento periférico numa zona não resiliente.
d. Se for estendida para além destas fossas, teremos interferências dos ligamentos
pterigomandibulares, com desinserção da prótese e desconforto.

6. Papila incisiva:
a. Almofada de tecido conjuntivo fibroso que recobre a emergência dos vasos e nervo nasopalatino.
b. Não deve ser comprimida ou deslocada durante a tomada de impressões, sob o risco de causar
parestesia, dor, sensação de ardor ou outros sintomas por compressão pela prótese. Deverá mesmo
ser alivada.

7. Rebordo residual anterior e rugosidades palatinas:


a. É considerada uma zona de suporte secundário, pois é mais suscetível à reabsorção.
b. A toma de impressão deve ser feita sem grande pressão, de modo que a futura prótese não
comprima as rugosidades palatinas. Estas não são mais do que elevações de tecido conjuntivo
denso que irradiam a partir da linha média no 1/3 anterior do palato.

8. Sutura palatina média:


a. Apresenta-se frequentemente elevada e coberta apenas por uma fina camada de mucosa, podendo
por isso necessitar de algum alívio.

9. Tórus maxilar:
a. Encontrado frequentemente no centro do palato duro, com forma e tamanho variável.
b. Quando pequeno, recobre-se com a prótese aliviando o suficiente.
c. Quando grande, deverá remover-se cirurgicamente e em casos que esteja contraindicada, poderá
recobrir-se ou abrir janela no palato da prótese para acomodar o tórus, comprometendo um pouco
a retenção da mesma.

10. Forma do palato duro:


a. Pode ser à plano, arredondado, em forma de U ou em forma de V.
b. Uma prótese total sobre um palato do tipo plano resiste ao deslocamento vertical, mas é facilmente
deslocada por forças laterais.
c. Nos palatos do tipo arredondado e em forma de U, é onde a resistência aos movimentos laterais e
verticais é melhor, sendo, contudo, preferível o primeiro tipo.
d. O palato em forma de V, é o menos desejável, pois qualquer movimento vertical ou lateral tende
a quebrar o selamento. Está frequentemente associado à classe III de Neil.

11. Rebordos residuais posteriores e tuberosidades:


a. Os rebordos residuais posteriores são considerados áreas de suporte primário, visto que são menos
suscetíveis à reabsorção.
b. As tuberosidades são as extremidades distais dos rebordos. Por vezes necessitam de redução
vertical (porque contactam com o corpo periforme quando a DVO é a correta) ou de redução lateral (quando a
apófise coronoide interfere nos movimentos de lateralidade e de abertura, não havendo espaço para a extensão
vestibular correta. Caso a cirurgia não seja possível, podemos recobrir as tuberosidades com metal).
c. Em alguns pacientes, a forma da tuberosidade mantém-se, mas o osso foi substituído por tecido
conjuntivo fibroso. A remoção ou não deste tecido depende da sua quantidade e da sua mobilidade.

12. Linha do A:
a. Zona localizada na, ou para distal, da união do palato duro com o palato mole. Esta união é fácil
de ser visualizada quando o paciente diz “A”, sendo visível uma zona que vibra e outra que fica
imóvel.

13. Fóveas palatinas:


a. São a coalescência de canais excretores de múltiplas glândulas mucosas palatinas, localizadas de
cada lado da linha média, na terminação do palato duro.
b. Servem de referência para determinar a linha do A (sobre elas ou 2mm para distal).

14. Forma do palato mole:


a. A classificação de House indica a forma do palato mole e a quantidade de tecido disponível para
o selamento palatino posteiror:
i. Classe I à mais de 5mm de tecido móvel disponível para o selamento, sendo ideal para a
retenção e necessitando apenas de um bordo fino com 1-2mm de espessura.
ii. Classe II à Entre 1 a 5mm de tecido móvel disponível para o selamento sendo assim
possível obter uma boa retenção.
iii. Classe III à Menos de 1mm de tecido móvel disponível para o selamento, sendo a
retenção pobre e necessitando de um bordo espesso com 3-5mm de espessura, podendo a
posição vertical do palato mole ajudar a retenção.

Material necessário:
ü Modelo maxilar;
ü Modelo mandibular;
ü Lapiseira de grafite.

Estruturas a identificar - maxilar:


ü Freio labial;
ü Vestíbulo labial;
ü Freios bucais;
ü Vestíbulo bucal;
ü Fossa pterigomaxilar;
ü Ligamento pterigomandibular;
ü Papila incisiva;
ü Rebordo residual;
ü Rugosidades palatinas;
ü Tuberoasidade maxilar;
ü Fóveas palatinas;
ü Linha do “A”.

Estruturas a identificar - mandíbula:


ü Corpo periforme;
ü Região de fish;
ü Rebordo residual;
ü Freio labial;
ü Freio lingual;
ü Vestíbulo labial;
ü Freios bucais;
ü Vestíbulo bucal;
ü Área de inserção do masséter;
ü Linha milohioideia;
ü Linha oblíqua externa;
ü Vestíbulo lingual;
ü Zona sublingual;
ü Zona milohioideia.

Trabalho prático 2 – Moldeiras individuais


O que são moldeiras individuais?
São moldeiras individualizadas para o paciente, normalmente confecionadas em resina acrílica (auto ou
fotopolimerizáveis) sobre um modelo preliminar obtido a partir de uma impressão realizada com uma moldeira
universal.

Quais os requisitos das moldeiras individuais?


Respeitar, em absoluto, os limites das estruturas periféricas identificadas no modelo preliminar ® só assim,
será possível obter um modelo preciso da anatomia do paciente desdentado total;
Devem ser rígidas e confecionadas num material que permita uma fácil correção da sua extensão, após
prova na boca do paciente;
Superfície lisa com bordos regulares atraumáticos;
A pega não deve interferir com os lábios, e deve facilitar a remoção após a impressão.

Confeção das moldeiras individuais:


1. Modelo preliminar com qualidade ® feito a partir de uma impressão com alginato;
2. Visto que uma moldeira universal pode não possuir a extensão necessária para a recolha de todas as
informações de todos os detalhes anatómicos, é deveras importante, dentro do possível, individualizar
esta moldeira ao paciente. Nos locais onde existe sub extensão da moldeira, pode ser necessário colocar
um material de impressão termo moldável ® godiva vermelha;
3. Assim, conseguimos obter um modelo preliminar com a qualidade necessária para confecionar uma
boa moldeira individual;
4. Obtido este modelo, vamos identificar e desenhar, no modelo, com linha a cheio, os limites
periféricos da extensão da futura prótese total;
5. Desenhar no modelo, com linha a tracejado, uma linha 1-2mm acima do limite periférico identificado
anteriormente;
6. Sobre os modelos, mandibular e maxilar, deverá ser colocada uma folha de cera rosa, com 1mm de
espessura, até aos limites desenhados a tracejado. Este espessamento tem o objetivo de criar um espaço
virtual que será ocupado pelo material de impressão ® garantimos uma espessura ideal para o material
de impressão. Uma espessura < 1mm poderá provocar uma rutura do material de impressão. Uma espessura
maior provocaria gastos desnecessários de material e pode levar a faltas de suporte de material aquando da
impressão;
Maxila:
7. Após ajustar a extensão da moldeira individual, 1-2mm aquém da reflecção dos tecidos moles móveis
identificáveis no modelo preliminar, devemos verificar a extensão posterior da moldeira à a extensão
posterior da moldeira deverá ser até à fossa pterigomaxilar e ligamento pterigomandibular e até 2mm
aquém da linha do “A”;
8. A forma da pega deverá ser reta (sem curvatura) e na diagonal (com inclinação de 10-15º) com origem na zona
do rebordo alveolar anterior. Deverá ter 1-2cm de altura dependendo da abertura bucal e da existência,
ou não, de dentição na arcada oponente.
Mandíbula:
9. Após ajustar a extensão da moldeira individual, 1-2mm aquém da reflecção dos tecidos moles móveis
identificáveis no modelo preliminar, devemos verificar a extensão posterior da moldeira à a extensão
posterior da moldeira deverá ser até ao corpo periforme (a moldeira deve cobrir todo o corpo periforme) de
modo que a impressão final tenha todas as estruturas de suporte aproveitáveis para a base final da
prótese;
10. A forma da pega deve ser vertical, com origem na zona do rebordo alveolar anterior, terminando com
uma ligeira curvatura. Deverá ter 1-2cm de altura dependendo da abertura bucal e da existência ou não
de dentição na arcada oponente.

A extensão da moldeira individual deve ser de tal forma que consiga obter os detalhes das estruturas anatómicas
de suporte, mas que não comprima as estruturas móveis que possam deslocar ou destabilizar a prótese total.
Nas zonas de suporte primário a moldeira deve, pelo contrário, favorecer a compressão da mucosa oral aquando
da impressão de modo a estas zonas serem as mais bem aproveitadas.

Acabamento e finalização das moldeiras individuais:


Todos os bordos e limites das moldeiras devem estar polidos e sem arestas;
Devem ser o mais atraumáticos possíveis para a mucosa oral e tecidos orais do doente;
Polimento e acabamento cuidadosos e devemos ter atenção para não alterar a extensão da moldeira (embora
esse desgaste excessivo possa ser depois compensado por adição de material termo-moldável, como a godiva vermelha, aquando da
técnica de selagem periférica). Um excesso deste material de suporte de resina acrílica poderá levar a fracasso, por
fratura, aquando da impressão.

Trabalho prático 3 – Selagem periférica e cofragem


O que é a selagem periférica?
Técnica que permite definir o limite externo da moldeira em harmonia com a ação fisiológica das estruturas
anatómicas limitantes da extensão da base da prótese total.
Esta técnica garante a obtenção de uma réplica fiel e precisa da mucosa oral, das estruturas de suporte da
prótese e dos tecidos orais periféricos móveis.
Podemos colocar em evidência os limites da futura prótese total.
O que é a cofragem?
Técnica que permite preservar todos os limites anatómicos, após a passagem da impressão a gesso.
O material de impressão usado para esta técnica não pode ser hidrocolóides, como o alginato, pois a
cera utilily não adere!

Consulta de selagem periférica:


Uma vez obtida a moldeira individual para o paciente, deve verificar-se na cavidade oral do paciente a sua
adaptação e a não compressão dos tecidos orais móveis à se tivermos uma sobre extensão da moldeira devemos
desgastá-la imediatamente com a peça de mão e verificar de novo a extensão.
A selagem periférica é feita antes da impressão definitiva.
Existem várias técnicas para fazermos a selagem periférica, mas a que vamos explicar é a que vai ser
utilizada na prática clínica na faculdade à impressão muco funcional.

Impressão muco funcional:


É uma impressão onde se utiliza a pressão seletiva sobre os tecidos orais com o conseguimos reproduzir os
paciente de boca aberta; detalhes anatómicos das áreas
de suporte, comprimindo as
Aquando da selagem periférica são realizados movimentos funcionais; áreas de compressão e
Depois são feitos outros movimentos funcionais aquando da impressão aliviando as zonas de alívio e
definitiva; registando as inserções
musculares que delimitam as
áreas de suporte.
Objetivo da impressão muco funcional:
1. Obter os detalhes anatómicos das áreas de suporte;
2. Comprimir as zonas de compressão;
3. Aliviar as zonas de alívio;
4. Obter retenção da prótese;
5. Satisfazer o conforto do paciente;
6. Obter uniformidade do assentamento da base da prótese.

Passos para a selagem periférica:


1. Colocação de 3 pontos de godiva, 2 em posterior e 1 em anterior, com ± 1mm de altura no interior da
moldeira à STOP à o propósito é manter o espaço para o material de impressão e garantir que a moldeira
tenha sempre a mesma posição tridimensional cada vez que é colocada na cavidade oral;
2. Vamos verificar que existe 1-2mm de espaço desde o bordo da moldeira individual até ao limite até onde
a prótese se vai estender;
3. Podemos começar a técnica de selagem periférica à Por partes ou só de 1 passo à independentemente
da técnica usada, os movimentos funcionais usados são os mesmos à a escolha de uma técnica em
detrimento da outra apenas depende da escolha e preferência do profissional;
Técnica por etapas:
4. Usamos um material termo moldável à godiva vermelha;
5. Aquecemos a godiva, até à sua temperatura de trabalho à apresenta um aspeto brilhante, com uma chama;
6. Colocámo-la nos bordos da moldeira individual;
7. Podemos adaptar a godiva à moldeira, com os dedos (atenção: molhar os dedos antes de adaptar porque estará
quente);
8. Levar a banho quente;
9. Ir á boca do doente à aquando da inserção da cavidade oral, a godiva deve apresentar-se brilhante;
10. Registamos, de um modo funcional, os tecidos móveis da cavidade oral;
11. Podemos corrigir a godiva sucessivamente, basta aquecê-la (vantagem);

Godiva brilhante à estado plástico e moldável da godiva. Os músculos é que empurram o material de
impressão e não o contrário.

Técnica de 1 só passo:
12. Realizada com um material tipo poliéter ou silicone de adição de consistência putty ou heavy body;
13. Não podemos corrigir o material após a sua presa, pelo que, em caso de necessidade, todo o procedimento
deve ser repetido com novo material (desvantagem).

14. Uma vez acabada a técnica de selagem periférica maxilar e mandibular, deverão ser removidos os excessos
com faca de cera ou bisturi.

Movimentos a realizar na selagem periférica:

Maxila:
1. Do rebordo posterior ao freio labial:
Devemos tracionar a mucosa jugal para a frente e para baixo à ação do masséter e freios vestibulares;
Lateralizar a mandíbula para o lado oposto à fossa pterigomaxilar.

2. Desde o freio bucal ou vestibular ao freio labial:


Tracionar a mucosa jugal e o lábio para baixo à fundo do vestíbulo anterior e ação dos freios.
3. Atrás da tuberosidade:
Fechar a boca contra a vontade à ligamento pterigomandibular à colocar 2 dedos no rebordo inferior e pedir
ao doente para fechar a boca.

4. Entre as tuberosidades:
Banda de godiva com 0,5mm de largura ântero-posterior, sobre o acrílico da moldeira.

Mandíbula:
Devemos verificar a existência de interferências do músculo mentoniano e da língua (a moldeira deve ficar imóvel,
mesmo com a língua levantada).
1. Do freio labial até ao freio bucal:
Puxar lábio para cima, para o lado e para fora à freio labial e músculo mentoniano.
Região vestibular

2. Freios bucais:
Puxar o lábio e a mucosa jugal para a frente e para cima à ação do músculo que se inserem no modíolo.

3. Dos freios bucais ao corpo periforme:


Pedir ao paciente para fechar a boca contrariando o movimento à impressão funcional dos músculos masséteres.

4. Atrás do corpo periforme:


Pedir ao doente para abrir a boca contrariando o movimento à impressão funcional do ligamento
pterigomandibular.

5. Freio lingual:
Colocar a língua para fora, para a frente, para os lados ou passar a língua por todo o lábio superior à elevação do
Região lingual

pavimento bucal;
Deglutir à elevação do pavimento bucal.

6. Do freio lingual à zona retromilohioideia:


Deglutir à impressão da fossa retromilohioideia;
Colocar a língua para fora da cavidade oral e para o lado oposto à impressão da fossa retromilohioideia.

Passos para a cofragem:


A cofragem é realizada após a impressão definitiva dos tecidos de suporte da prótese total e das estruturas
envolventes, onde obtivemos a largura e a extensão funcional da base protética à é necessário, após isto, que esta
preciosa informação seja passada para o modelo final.

1. Colocar 1 tira de cera utility em torno de toda a impressão à 2mm abaixo do bordo superior da impressão.
Deve ser posicionada onde o perímetro da impressão é maior, de modo que seja possível separar o modelo
definitivo da impressão e que a cera se mantenha longe das zonas importantes da impressão;
2. Colocar 1 folha de cera rosa, de 1mm de espessura, em torno da tira de cera utility de modo a fazer uma
parede vertical à esta barreira deve estender-se 10 a 15mm acima do ponto mais alto da impressão, de
modo que o modelo de gesso no seu ponto mais fino seja dessa espessura.

Este sistema cera utility – cera rosa deverá ser um sistema hermético à não deverá passar gesso para a porção
exterior da moldeira aquando do vazamento da impressão. Se for necessário, podemos recorrer a cera colante para
promover o selamento ao auxiliar na união da cera rosa com a utility.

3. Após remoção, o modelo deverá ser finalizado, mantendo a forma dos bordos. A altura dos bordos de
gesso deve permitir um bom acesso ao fundo do vestíbulo durante a confeção das placas de registo
intermaxilar.

Material necessário:
1. Godiva;
2. Lamparina;
3. Faca de cera;
4. Bola com água;
5. Vaselina;
6. Cera utility;
7. Cera rosa;
8. Cera colante.

Procedimentos laboratoriais:
1. Vaselinar o modelo;
2. Colocar a godiva no limite da moldeira;
3. Aquecer a godiva à chama e arrefecer na bola com água;
4. Registar os limites anatómicos do modelo.

Cofragem:
1. Colocar a cera utility à volta da moldeira, não invandindo os limites anatómicos marcados na godiva;
2. Executar uma barreira com folha de cera rosa;
3. Correr a gesso.

Trabalho prático 4 – Placas de registo intermaxilar


O que são placas de registo intermaxilar?
São bases de registo que devem simular a extensão final da prótese, nas quais são fixadas ceras de oclusão
para recolher as seguintes informações necessárias:
ü Dimensão vertical de oclusão (DVO);
ü Determinantes estéticos do paciente, tais como, o suporte de tecidos orais e posições dentárias de alguns
dentes que vão servir de referência para a montagem dos restantes;
ü Registo intermaxilar, de modo a poder transferir esse registo para um articulador e reproduzi-lo em
laboratório.
As ceras de oclusão servem também para estabelecer o nível do plano oclusal e para realizar um registo da relação
intermaxilar. Este registo é tridimensional, uma vez que é registada a relação horizontal e vertical maxilo-
mandibular, assim como a DVO.

Bases de registos:
Extensão à da prótese final à facilmente identificável se os passos anteriores tiverem sido feitos de
forma correta. Se usarmos a extensão máxima da prótese vamos obter o máximo de retenção desta;
Espessura à uniforme;
Bordos à lisos e atraumáticos;
As bases de registo vão suportar as ceras de oclusão que vão permitir fazer registos estéticos e
intermaxilares necessários para que nos passos seguintes laboratoriais seja possível a montagem de dentes ideal,
do ponto de vista estético e funcional para o paciente.
Material das bases à cera rosa (desde que reforçadas internamente com arame metálico) ou em resina acrílica (PRI
de base estabilizada). A vantagem de usarmos resina acrílica pois evita que haja distorções na forma da base para os
registos intermaxilares. A única desvantagem de usarmos resina acrílica é que, quando fazemos a montagem dos
dentes, esta ocupa espaço que pode ser necessário para a montagem dos dentes e sendo necessário desgastar
acrílico nesses espaços. A vantagem de usarmos cera rosa é que, as bases totalmente construídas em cera, podem
ser aquecidas até à base do modelo e os dentes podem tocar diretamente no gesso, se necessário.
Antes de fazermos as bases de registo devemos eliminar zonas retentivas dos modelos de gesso à este
procedimento pode provocar diminuição da estabilidade da PRI na boca do paciente, mas é essencial para não
haver danos no modelo definitivo durante os procedimentos laboratoriais.

Dimensões e posicionamento das ceras de oclusão e registo:


Ceras de oclusão à perpendiculares ao rebordo residual maxilar/mandibular; A zona neutra é o espaço
Ceras de oclusão à devem respeitar a forma do arco dentário do modelo; potencial para a futura prótese
e corresponde à área da
Ceras de oclusão em boca à não devem invadir uma área virtual, de extrema cavidade oral onde, durante a
importância, para a estabilidade da futura prótese à zona neutra; função, as forças musculares se
neutralizam entre si.
Dimensões standards para as ceras de oclusão à maxila:
ü Espessura: 4-6mm a nível anterior e 8-10mm a nível posterior;
ü Plano oclusal da cera: paralelo ao rebordo;
ü Em distal: deve terminar em rampa, 5mm à frente do centro da tuberosidade, para não haver interferências
com a base de registo inferior;
ü Face vestibular da cera: vertical, exceto na zona anterior onde simula o suporte do lábio superior e onde
deve apresentar a mesma inclinação dos dentes naturais;
ü Altura: 22mm, desde o fundo do vestíbulo até ao limite incisal (medido na zona do freio labial). Posteriormente
6mm da base até à face oclusal.

Dimensões standards para as ceras de oclusão à mandíbula:


ü Espessura: 4-6mm a nível anterior e 8-10mm a nível do corpo periforme;
ü Altura: 20mm, desde o fundo do vestíbulo até ao limite incisal (medido na zona do freio labial);
ü Posteriormente: A altura é delimitada pela união do 1/3 médio com o 1/3 superior do corpo periforme
(caso esteja firme e fibroso) ou na união do ½ inferior com a superior, em casos de ser mais flácido e móvel.

Procedimentos para registos com as PRIs:


1. Ajustar a cera de oclusão maxilar tendo em conta o paralelismo entre o plano oclusal e o plano de camper
(base da asa do nariz até o tragus) posteriormente e anteriormente pelo plano interpupilar;
2. Ajuste do comprimento vertical, a nível anterior, da cera de oclusão. Este limite antero-inferior vai ditar a
posição exata do bordo dos incisivos centrais superiores.
a. Na literatura foi aceite que, numa pessoa jovem, quando os lábios estão em repouso, os dentes 11 e 21
devem estar 1-2mm visíveis à em classes I de Angle, num lábio de tónus e fisionomia normal;
b. Num idoso o bordo incisal deverá estar ao mesmo nível do bordo inferior do lábio superior, ou 1mm
visível. Esta diferença deve-se ao facto de, fisiologicamente, a pele, com o avançar da idade, apresenta
menos elasticidade, provocando uma descida do lábio e tecidos periorais. Estes fatores fisiológicos deverão
ser considerados de modo a conseguir um suporte natural dos tecidos.
3. Após a determinação do comprimento das PRIs em anterior, vamos colocar o plano oclusal paralelo ao
plano de camper à com a ajuda do nosso amigo plano de fox. Este plano serve para que o plano oclusal
seja posicionado paralelo ao plano horizontal da cabeça. A zona anterior da cera de registo NÃO deve ser
mais alterada, pelo que a paralelização deve ser feita à custa de acrescentos/remoções da cera na porção
posterior.
a. A parte anterior do plano de fox deverá estar paralela ao plano interpupilar, com o paciente a olhar em
frente e com a cabeça na horizontal;
4. Ajustar a cera de oclusão inferior relativamente à superior consoante a DVO que foi determinada. Os
blocos devem ser paralelos entre si. A cera superior deverá estar contida nos limites da cera de registo
superior.

Determinação da DVO:
As ceras de oclusão deverão ser aumentadas ou diminuídas em altura até se obter a DVO determinada
funcionalmente. Após acertos das ceras de oclusão à DVO pré-determinada, esta deverá ser de novo confirmada
com testes fonéticos e de conforto neuromuscular. Existem inúmeras técnicas para a determinação da DVO sendo
que cada uma pode ser usada isoladamente ou em conjunto (permitem confirmar medidas). Vamos descrever algumas
das técnicas mais usadas.
ü Avaliação geral do suporte facial;
ü Avaliação da simetria dos terços faciais da face;
ü Determinação da dimensão vertical de repouso (DVR) à Esta dimensão é imutável ao longo dos anos.
Nos pacientes com dentes foi estabelecido que existe uma diferença de 2mm de altura entre a DVO e a
DVR. Assim, uma vez determinada a DVR, podemos chegar à DVO à DVR – DVO = 2mm.

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