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Contudo, em algumas pessoas, existem locais onde esta fase Por norma, não suspendemos os
não é suficiente e o tratamento é refratário. Nestes casos, a anti-agregantes como o AAS,
fase 3 é fundamental e necessária. Para passarmos para a ticlopidina e clopidogrel, mas pode
fase 3 tem de haver condições para isso controlo ser importante para melhorar
sistémico, doente empenhado e colaborante, ... condições de visualização
operatória.
O paciente valoriza mais o que fizemos até a fase 2 (dentes
reduziram a mobilidade, deixou de sangrar, aspeto de gengiva mais
saudável, ...). A partir daqui (fase 3), temos um controlo mais
As tetraciclinas são contraindicadas
particular da doença e então os doentes não valorizam tanto devido à interferência com a
(a não ser que seja cirurgia plástica gengival como em casos de recessões) .
formação de protrombina.
Endocardite e Profilaxia antibiótica (statement ADA
FATORES QUE INFLUENCIAM O RESULTADO DO transplantados 2003).
2 gr amoxicilina ou 600 mg
TRATAMENTO PERIODONTAL
clindamicina 1h antes.
Higiene oral; Tetraciclinas e eritromicina não
Motivação do paciente; são recomendáveis para profilaxia
Condições sistémicas; Ab.
Suscetibilidade genética; Bochechos prévios com CHX
Fatores ambientais; 0,2%.
Idade e sexo; Ciclosporina A, é o fármaco
Experiência do clínico; imunosupressor mais utilizado.
Microbiologia; Discrasia Doentes com leucemias agudas,
Tipo de tratamento; sanguínea agranulocitose, linfogranulomatose
Potencial de cicatrização; NÃO devem ser sujeitos a
Características locais; cirurgia periodontal.
Instrumental. Anemias leves ou moderadas não
excluem procedimentos cirúrgicos.
CONTRA INDICAÇÕES SISTÉMICAS Abordagens a anemias mais severas
Praticamente não existem contraindicações absolutas para a e pouco compensadas devem ser
cirurgia periodontal, exceto algumas situações restritas. articuladas com médico especialista.
Abordagens com patologias pouco compensadas devem ser Patologia Doentes diabéticos controlados
articuladas com o médico especialista. hormonal podem ser sujeitos a cirurgia
periodontal.
Hipertensão Normalmente não é impeditivo para Tratamentos crónicos com
Angina de peito a cirurgia periodontal corticosteroides podem levar a
Uso de anestésicos sem ou com alterações da função adrenal com
baixa concentração de adrenalina resistência reduzida a stress físico e
Seringa com aspiração previne psíquico. As doses terapêuticas
injeção intravascular podem ter de ser alteradas durante o
Pré-medicação com sedativos período da cirurgia periodontal.
Enfarte do Não deve ser sujeito a cirurgia
miocárdio periodontal nos 6 meses após ALGORITMO DE SELEÇÃO
hospitalização
Coordenação com o cardiologista
Anticoagulantes Monitorização do tempo de
protrombina (se necessário ajustar
tratamento anticoagulante 2-3 dias antes da
radicular e bolsas;
Eliminação da inflamação periodontal;
Eliminação de tecidos periodontais
doentes;
Melhorar o controlo de PB.
Usada em... Setor anterior porque não
removemos gengiva < recessões
pós-operatórias (podemos fazer de 0,5 mm ou 2. Retalho mucoperiósteo:
1 mm); A gengiva é retraída vestibular e lingualmente para expor as
Periodontites avançadas porque já temos superfícies radiculares acometidas, que são cuidadosamente
pouco tecido, não podemos remover mais desbridadas. Os defeitos ósseos angulares são curetados.
conservação do periodonto;
Casos de perio-orto porque já temos O retalho é de espessura total inclui o periósteo (camada de
pouco tecido, não podemos remover mais 1mm de espessura que reveste o osso), desnudando o osso.
conservação do periodonto. A ponta da lâmina tem de tocar mesmo no osso se não, não vamos
Técnicas Retalho modificado de Kirkland; promover um retalho de espessura total! O descolador depois
Retalho modificado de Widman; descola osso-periósteo e levanta o retalho.
Retalho de preservação da papila.
3. Desbridamento:
Remoção do tecido de granulação (1º) e instrumentação das
Técnica de Kirkland ou retalho modificado superfícies radiculares (2º) com curetas e brocas cirúrgicas.
Procedimento designado de “operação com retalho
modificado”. Consiste em, basicamente, um acesso por Perioset.
Vermelha alisamento
meio de retalho para o adequado desbridamento da raiz. das raízes.
Azul restaurações
Técnica: Curetas. transbordantes;
Amarela instrumentar
1. Incisão intra-sulcular: diretamente o osso e
Cabos de bisturi redondos e lâmina de bisturi 15C e 12D. remover tecido
Notas: A 15C é a mais fina. A 15 é muito grossa. A 11 tem um bordo muito granulação que exista em
afilado que pode fenestrar. O 12D tem um corte por dentro e por fora, é apical.
usado em setores posteriores porque com a reta temos mais dificuldades. Os
cabos de bisturi devem ser redondos para termos mais sensibilidade tátil. Brocas Curetas removem
cirúrgicas. tecido de granulação
4. Sutura: mais extenso.
Pontos simples interrompidos.
OU
Pontos em colchão vertical/horizontal (mailtress sutures).
Até ao fundo da bolsa nas faces vestibulares e lingual da região
interdentária.
Devemos desenhar o contorno cervical e da papila.
As incisões estendem-se tanto no sentido mesial como distal
Devemos evitar fazer incisões verticais nestes
casos (contudo, às vezes é difícil porque os
defeitos são muito profundos e precisamos
destas incisões verticais para ter melhor
acesso).
O afastamento do retalho deve ser limitado para permitir a Estas técnicas são uma regeneração por reparação o
exposição de apenas alguns milímetros da crista óssea alveolar. epitélio juncional, apesar de tudo, clinicamente é compatível
com saúde periodontal não há ali um > risco de criação
3. 2ª incisão: de bolsa se conseguirmos controlar a placa clinicamente.
Para facilitar a separação suave do colar do epitélio da bolsa e do
tecido de granulação das superfícies radicular, é feita uma incisão
intrasulcular ao redor do dente até a crista alveolar.
A evidência histológica indica que não é previsível a
formação de uma nova inserção após a curetagem radicular
4. 3ª incisão: ou tratamento cirúrgico.
Horizontal e próxima à superfície da crista óssea alveolar, separa o
colar de tecido mole das superfícies radiculares do osso.
5. Desbridamento:
O epitélio da bolsa e o tecido de granulação são removidos com o
auxílio de curetas.
As raízes expostas são cuidadosamente raspadas e alisadas, exceto
uma área estreita, perto da crista óssea alveolar, na qual
remanescentes das fibras de inserção podem ser preservados.
Os defeitos ósseos angulares são cautelosamente curetados.
6. Sutura:
Após a curetagem, os retalhos são aparados e adaptados ao osso
alveolar para se obter uma proteção completa do osso
TRATAMENTO DE PERIODONTITE ESTADIO I-III
interproximal. – momentos de evidência:
Os retalhos são suturados com pontos interproximais.
7. Sutura:
Suturas em colchão externo para
fixação do retalho numa posição mais
Onde é que eu faço a minha incisão? apical.
Olhemos para o exemplo acima.
A diferença entre a margem gengival e a crista óssea é de 4mm no
molar, 5mm no 2PM e de 3mm no 1PM.
Para calcularmos onde vamos fazer a nossa incisão devemos
sempre descontar o espaço biológico, que é cerca de 3mm é
esta altura que eu preciso para repor o retalho em cima do osso
para ficar com o espaço biológico normal.
Se eu já tenho 3mm no 1PM vou fazer apenas uma Podemos fixar o retalho ao periósteo.
incisão intrasulcular, porque não preciso de remover tecido, para já.
No molar faço uma incisão de 1mm.
No 2PM faço uma incisão de 2mm.
2. Retalho:
Possibilita a exposição adequada dos defeitos ósseos e
proporcionar mobilidade ao retalho.
Um retalho mucoperiósteo de espessura total, abrangendo a
gengiva e a mucosa alveolar vestibular/lingual, é afastado
utilizando-se um descolador de mucoperiósteo. O retalho deve ser
estendido além da linha mucogengival, a fim de possibilitar,
posteriormente, o reposicionamento apical do tecido mole.
MAS, como podemos fazer sem ficar curto? Ok, ele não fica curto,
mas irá ficar mais fino/menos espesso:
4. Desbridamento:
Remover tecido de granulação no defeito infraósseo e na furca dos
Neste caso, o retalho ficou curto. molares superiores e RAR.
7. Sutura:
Recobrimento total da crista óssea e sutura
simples descontínua.
Cicatrização por primeira intenção.
Instrumental manual:
Cinzeis de ochsenbein;
Limas de surgaman. Profundidade da bolsa:
“If the pocket depth is more than 5 mm, the chances of failure are so great
Técnica para a cirurgia óssea periodontal: that there is an obvious indication for surgical pocket elimination”.
1. Preparação de sulcos verticais:
Nos espaços interproximais, diminuição da espessura V-L.
Quanto maior a profundidade de sondagem menor o
Com broca esférica de coronal para apical. controlo de placa, pelo profissional e pelo doente, e maior a
dificuldade de instituir um protocolo de manutenção
previsível.
funcional seguro.
Que dente/raiz Características periodontais
tem um lesões de furca (grau II e III), defeitos
prognóstico ósseos verticais, perda óssea
“questionável”? horizontal > 2/3 da raiz;
Características endodônticas
tratamento canalar incompleto,
patologia periapical, presença de
espigões volumosos;
Características dentárias cáries
radiculares extensas.
Que dente/raiz Características Periodontais
tem um Abcessos periodontais recorrentes, Pior Divergência radicular pouco
prognóstico lesões endo-perio, perda de inserção prognóstico acentuada (proximidade radicular perda
“impossível”? até ao ápex dentário de inserção mais facilmente);
Características Endodônticas individual Tronco radicular curto (<4mm. A furca
fica logo exposta após mínima perda de
Perfuração radicular na metade inserção);
apical da raiz, lesões apicais extensas Tronco radicular longo;
Características Dentárias fratura Nível ósseo interproximal não mantido;
radicular vertical, lesões de cáries Lesões de furca as do tipo II e III
intracanalar têm pior prognóstico, especialmente
Características Funcionais 3s em molares superiores. As furcas M/D
molares sem antagonista e com palatinas superiores são piores do que
periodontite/cárie. as vestibulares;
Mobilidade dentária grau 2 e 3 são
Fatores ANATÓMICOS na determinação do os piores.
prognóstico:
Pior Raízes curtas, estreitas e cónicas
prognóstico (perdem o suporte mais facilmente, a mobilidade
dentário é >);
individual Raízes fusionadas (zona de fusão é difícil de
descontaminar);
Projeções cervicais de esmalte e pérolas
de esmalte;
Concavidades radiculares;
Sulcos de desenvolvimento (podem
originar bolsas profundas);
Continuação aí ao lado
Este é um:
Sistema de prognóstico mais assertivo para
dentes com bom prognóstico inicial em relação às
outras categorias; Associação significativa entre a falência de dentes
Mais eficaz em dentes anteriores do que molares e:
posteriores; Profundidade de sondagem aumentada;
Mobilidade dentária > 1;
Beatriz Ornelas | 4º Ano 2º Semestre 2022/2023
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CONCLUSÕES
A determinação do prognóstico dentário é essencial no plano
de tratamento do paciente com periodontite.