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TERAPIA NUTRICIONAL

Terapia A terapia nutricional tem como principais


objetivos prevenir e tratar a desnutrição,
Nutricional em preparar o paciente para o procedimento
cirúrgico e clínico, melhorar a resposta
Cirurgia (Cirurgia)
imunológica e cicatricial, modular a
resposta orgânica ao tratamento clínico e
cirúrgico, prevenir e tratar as complicações
REALIDADE HOSPITALAR infecciosas e não infecciosas decorrentes
 Grande contingente de pacientes do tratamento e da doença, melhorar a
malnutridos/desnutridos → qualidade de vida do paciente, reduzir o
negligência: 85% dos pacientes não são tempo de internação hospitalar, reduzir a
avaliados nutricionalmente. mortalidade e, consequentemente, reduzir
custos hospitalares.
 Acarreta em longo tempo de  Manual de Terapia Nutricional na
permanência hospitalar → predispõe Atenção Especializada Hospitalar no
infecções e aumento de custos. Âmbito do SUS.

 Dificuldade do reconhecimento da ATUALIDADES


importância e no trabalho  Paciente pós cirurgia bariátrica →
multidisciplinar → escassa oferta resolve de maneira estética e não
profissional. orgânica.

 50% dos pacientes do SUS apresentam  Pacientes oncológicos → muito


desnutrição moderada a grave. consumidos (catabolismo).

 Pacientes desnutridos apresentam  Avanços na técnica operatória e


maiores chances de complicações pós- anestesia.
operatórias.
 Evolução na suplementação alimentar.
 Pacientes oncológicos desnutridos
apresentam maior incidência  Pacientes imunodeficientes.
morbimortalidade pós-operatória.
OBS.: obesidade sarcopênica, aumendo do
tecido adiposo e diminuição do tecido
 A desnutrição é um fator independente
muscular.
de maior risco de morbidade e
mortalidade pós-operatória. A CIRURGIA É UM TRAUMA
OBS.: morbidade = doença, mortalidade = REMIT: adaptação para garantir a
morte. homeostase e a sobrevivência → resposta
proporcional ao trauma.
NRS-2002
 Hormônios: ACTH e cortisol;
Triagem de risco nutricional →
catecolaminas; ADH; aldosterona;
recomendado pela ESPEN para
glucagon.
rastreamento de risco nutricional intra-
hospitalar.
 Metabolismo: citocinas pró-
inflamatórias (TNF-α, IL-1, IL-6);
hormônios contrarreguladores
(glucagon, catecolaminas, cortisol); tecidual ou corporal, na função orgânica e
mediadores inflamatórios (PGs, TXs, na evolução clínica do paciente.
LTs); PTNs de fase aguda.
 Má cicatrização.
 Maior tempo de internação.
 Catabolismo proteico e lipídico + BN
 Maior risco de complicações pós-
negativo.
operatórias.
 Aumenta a morbidade.
 Fases Pós-Operatórias: fase
adrenérgica-corticóide; fase anabólica QUANDO INDICAR TN?
precoce; fase anabólica tardia.  Pacientes desnutridos.
JEJUM  Cirurgias de maior porte.
Estado de estresse metabólico.  Complicações pós-operatórias.
 Pacientes sem previsão de alimentação
 Jejum Pré-Operatório: o jejum (após 5 dias).
prolongado agrava o estresse cirúrgico,
contribuindo para a exacerbação NUTRIÇÃO ENTERAL
inflamatória → reduzir o tempo de Usa o TGI, inclui VO → mais fisiológico.
jejum para líquidos com CHOs não - VO, sondas ou ostomias
resulta em aumento da morbidade
anestésica. ex.: sonda nasoenteral (Dobbhoff) → mais
cômoda.
OBS.: estados de hiperglicemia podem
aumentar os riscos de infecções, mas ainda OBS.: abaixo da mucosa intestinal, temos a
assim, a hipoglicemia é mais deletéria. submucosa que promove a vascularização
→ a atrofia da mucosa expõe os vasos,
O objetivo da TN perioperatória é prevenir permitindo a translocação bacterianas →
a desnutrição e minimizar seus efeitos. sepse; microvilosidades da mucosa
 Paciente Cirúrgico: quantidade dependem do estímulo trófico.
adequada de kcal e PTNs → OBS.: paciente com gastroparesia pode
imunomodulação. vomitar e broncoaspirar.

 Dieta Perioperatória Adequada → NUTRIÇÃO PARENTERAL


favorece a cicatrização, reduz o Não usa o TGI.
impacto metabólico pós-operatório e
- IV ou IM.
complicações.
- Acesso profundo → via central ou
 Complexo estresse imunoinflamatório periférica.
e oxidativo do pós-operatório →
OBS.: via central mantida devido a
modulado pela suplementação de
osmolaridade.
nutrientes que melhoram a resposta
imunológica e inflamatória, otimizando NO PRÉ-OPERATÓRIO
desfechos.  Período de 7-10 dias em pacientes com
DESNUTRIÇÃO risco nutricional grave e para cirurgias
Estado de deficiência ou desequilíbrio de de médio e grande porte.
kcal, PTNs e outros nutrientes que
provocam efeitos adversos na estrutura  Pacientes com CA no TGI e cabeça e
pescoço: 7-14 dias.
 Pacientes candidatos a cirurgia  Cuidado com estados de hiperglicemia
oncológica de grande porte, mesmo mantidos no pós-operatório →
sem desnutrição grave. predispõe infecções.

OBS.: risco nutricional grave: perda >10% PLANEJAMENTO


do peso em 6 meses; IMC <18,5kg/m²; MULTIDISCIPLINAR
albumina sérica <3mg/dL. Dificuldade no manejo da dor
OBS.: em pacientes oncológicos o uso de  Controle da dor deve ser feito desde o
imunonutrientes se faz muito importante. início
 Estímulo álgico no nociceptor é
ABREVIAÇÃO DO JEJUM
transmitido ao corno posterior e sobe
Maltodextrina a 12,5%, 200-400ml → 2-6h
pelo trato espinotalâmico até o cortéx.
antes da cirurgia.
 Anestesia combinada: bloqueio da
TN PÓS-OPERATÓRIA medula e apaga o córtex
A TN precoce diminui a morbidade
infecciosa e tempo de internação em
pacientes cirúrgicos.

Importante: prever o percentual de ingesta


básica pelo paciente e dar preferência a NE.

IMUNONUTRIENTES
 Melhora da resposta imunológica e da
oxigenação intestinal e microperfusão;

 Menor taxa de infecções;

 Diminuição da morbidade e de fístulas


intestinais;

 Redução do tempo de internação pós-


operatória. ex.: maltodextrina, ômega
3, glutamina, Impact (Nestlé).

RECOMENDADO
 25-30kcal/kg/dia
 1,5-2gPTN/kg/dia
 SIRS ou sepse: 20-25kcal/kg/dia →
situações de estresse imunológico.

EVITAR
 Síndrome da Realimentação: evitar o
aporte calórico proteico rápido em
pacientes desnutridos graves.

 Superalimentação: aumento excessivo


do aporte calórico proteico → cuidado.

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