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Síndrome inflamatória

multissistêmica pós covid


(MISC)
Alunos:

Jeanini Maria Carminati Righetti

Maria Luiza de Freitas Feliciano Moreira

Marite Yasunaka Herradon


Introdução
Fisiopatologia
Manifestações clínicas

Febre alta persistente;


Manifestações gastrointestinais exuberantes:
Dor abdominal intensa;
Diarreia;
Vômitos;
Conjuntivite não purulenta;
Exantema polimórfico;
Edema em mãos e pés;
Mucosite oral;
Manifestações clínicas
Linfadenopatia generalizada (mediastinal e intra-abdominal);
Hepatoesplenomegalia;
Serosites (pleurite, pericardite e ascite);
Irritabilidade;
Cefaleia;
Alteração do nível de consciência;
Casos graves complicam com choque:
Hipotensão arterial;
Taquicardia;
Distúrbio de perfusão.
Manifestações clínicas

Alguns autores sugerem a existência de três


padrões de doença:

1. Crianças que apresentam febre persistente e aumento significativo de


provas de atividade inflamatória, mas sem características de Doença de
Kawasaki, choque ou falência de órgãos;

2. Crianças que apresenta doença grave com disfunção miocárdica,


choque e aneurismas coronarianos, além amplo espectro de
manifestações incluindo febre, sintomas gastrointestinais e rash;

3. Crianças que preenchem critérios diagnóstico para Doença de


Kawasaki;
Manifestações clínicas
Exames complementares

Abordagem inicial: provas de atividade inflamatórias;


hemograma completo; função renal; função hepática e
vias biliares; glicemia; eletrólitos; pesquisa de outra
causa infecciosa (EAS, urinocultura, hemocultura,
sorologias virais, análise do líquor).

Suspeita confirmada: LDH, triglicerídeos, ferritina,


CK, TAP, TTPA, D-dímero, fibrinogênio, troponina, CK-
MB, pró-BNP, ECG, ECO e radiografia de tórax.
Exames complementares
EXAMES DE IMAGENS – PRINCIPAIS ACHADOS

Ecocardiograma e ECG: evidências de miocardite, pleurite e/ou


dilatação de artérias coronárias;

Raio x: infiltrados simétricos e/ou derrame pleural;

Ultrassonografia: sinais de colite, ileíte, linfadenite, ascite e/ou


hepatoesplenomegalia;

Tomografia computadorizada de tórax: anormalidades de


artéria coronária sem contraste.
Critérios diagnósticos da MIS-C
Conduta
Não foi estabelecido ainda um protocolo definitivo
para tratamento desta síndrome, variando conforme
países e serviços.

O tratamento visa diminuir o quadro inflamatório e


diminuir a incidência de sequelas (lesões
coronarianas, disfunção cardíaca,…), reduzindo a
mortalidade.

Tratamento similar ao da doença de Kawasaki.

Institui-se o isolamento.
Critérios de hospitalização
Desconforto respiratório

Alteração de sinais vitais: taquicardia, taquipneia, hipotensão

Choque

Alterações neurológicas (diminuição do nível de consciência,


convulsões, encefalopatia, cefaleia)

Lesão renal, hepática ou coagulopatia

Dor abdominal intensa, vômitos incoercíveis, inapetência

Sinais de desidratação
Critérios de hospitalização
Sinais de síndrome de Kawasaki (completo ou parcial)

Condições clínicas de base (pneumonia, cardiopatias,


neoplasias, imunodeficiências, doenças autoimunes)

Incapacidade de seguimento clínico ambulatorial

Marcadores inflamatórios muito alterados (PCR


>10mg/dL)

Alterações eletrocardiográficas ou de enzimas de lesão


miocárdica
Tratamento
Sintomáticos e hidratação

Antibióticos

• Em casos de choque e com sinais de sepse iniciar


antibioticoterapia empírica. O atb de escolha varia
para cada caso. A associação mais utilizada até o
momento é ceftriaxona associado à clindamicina.

Antivirais

• Seu uso ainda não está bem estabelecido.


Tratamento

Imunoglobulina endovenosa (IGEV)

• Para casos moderados e graves e os que apresentarem


critérios completos ou parciais para doença de
Kawasaki e/ou síndrome de ativação macrofágica.
Usada também em casos de síndrome do choque
tóxico refratários.

• Dose: 1-2 g/kg em infusão contínua de 12h.

• Pode se repetida nos casos refratários à primeira dose.


Tratamento
Corticoesteroides

• Medicamento de escolha é o metilprednisolona


administrada em forma de pulsoterapia.

• Usado junto com a IGEV em casos graves e casos


refratários a IGEV.

• Dose de 10 a 30 mg/kg/dia por 1 a 3 dias


consecutivos, seguido de 2 mg/kg/dia por 5 dias,
sendo diminuído gradativamente ao longo de 2 a 3
semanas.
Tratamento

Anticoagulantes

• AAS deve ser utilizado se sinais de doença de Kawasaki e/ou


plaquetose ≥ 450.000.

• Dose 30 a 50 mg/kg/dia, sendo reduzida para 3 a 5 mg/kg/dia (máx


80 mg/dia) assim que afebril por 48 horas e mantida até a
normalização da contagem plaquetária e confirmação de coronárias
sem alterações com pelo menos 4 semanas do diagnóstico.

• AAS deve ser evitado em pacientes com plaquetas ≤80.000/μL.

• A enoxaparina deverá ser associada ao AAS nos casos com


aneurismas coronarianos.
Tratamento
Imunomoduladores

• Benefícios e riscos ainda não estabelecidos.

• Anakinra, canaquinumabe ou tocilizumabe, reservados para


casos refratários ao tratamento com IGEV e corticoide.

Suporte inotrópico

• Dobutamina ou milrinona são indicados em pacientes com


sinais de baixo débito sistêmico ou insuficiência cardíaca e que
apresentem disfunção ventricular com PA adequada.

• Em casos de hipotensão, usar epinefrina em infusão contínua.


Conclusão
A MISC é uma condição clínica causada por reação imunológica pós
COVID, mas ainda pouco se sabe sobre sua fisiopatologia.

É uma patologia complexa, rara e em estudos, que necessita de


profissionais diversos (pediatra especialista em infectologia,
cardiologia, medicina intensiva, reumatologia,…) para melhor
condução dos casos.

Os pacientes podem evoluir progressivamente para as formas graves da


doença (insuficiência respiratória aguda, insuficiência cardíaca aguda,
DRA, hipotensão, choque), sendo importante, então, reconhece-lá
prontamente para adequado manejo e manter intensa monitorização.

Após alta hospitalar as crianças devem ser acompanhadas


periodicamente.
Referências

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Síndrome inflamatória


multissistêmica em crianças e adolescentes provavelmente associada à
COVID-19: uma apresentação aguda, grave e potencialmente
fatal. Departamentos Científicos de Infectologia e de Reumatologia , [s. l.],
v. 1, p. 1-9, 20 maio 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Síndrome inflamatória


multissistêmica pediátrica (MIS-C) temporalmente associado ao COVID-19:
Pediatric inflammatory multisystem syndrome (PIMS) temporally related
to SARS-CoV-2. Residência RP pediátrica, [s. l.], v. 1, n. 2, p. 348, 23 jun.
2020.

LIJIANG et al. COVID-19 and multisystem inflammatory syndrome in


children and adolescents: Pediatric inflammatory multisystem syndrome
(PIMS) temporally related to SARS-CoV-2. Lancet Infect, [s. l.], v. 20, n. 2,
p. 6-88, 2020.
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