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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: EPIDEMIOLOGIA
DOCENTE: DRA. TELMA MARIA EVANGELISTA DE ARAÚJO

ARBOVIROSES COMUNS

TERESINA-PI
2023
COMPONENTES

1. Amanda Gomes Portela Menezes;


2. Aparecida Mylenna Batista Santos;
3. Rhebeca Victória Souza de Araújo;
4. Roberta Maria de Jesus Lima Barbosa;
5. Sara de Moura Andrade Batista.
TÓPICOS QUE SERÃO ABORDADOS NAS
ARBOVIROSES

1. Características Gerais;
2. Manifestações Clínicas;
3. Diagnóstico;
4. Vigilância Epidemiológica;
5. Tratamento;
6. Arboviroses -Diagnóstico Diferencial;
7. Arboviroses -Vigilância Epidemiológica;
8. Arboviroses -Vigilância Entomológica.
DENGUE

1. Características Gerais

• Arbovirose mais prevalente nas Américas, atingindo países tropicais e


subtropicais - condições climáticas favorecem o vetor;
• Transmissão - Picada da fêmea infectada da espécie Aedes aegypti;
• A doença é febril aguda, sistêmica e dinâmica, varia de casos
assintomáticos a graves, em que pacientes possuem evolução para
recuperação, para as formas graves ou para a morte.
DENGUE

2. Manifestações Clínicas
Infecções clínicas presentes em 25% dos casos apresentadas em 3 fases:
Fase febril – Febre de 38ºC, duração de 2 a 7 dias. Associada a cefaleia, astenia,
mialgia, artralgia e dor retro-orbitária. Também pode aparecer anorexia, naúseas,
vômitos, diarreia (na maioria dos casos) e exantema com ou sem prurido.

Fase crítica - Declínio da febre entre 3 e 7 dia do ínicio da doença. Os sinais


ocorrem nessa fase: aumento da permeabilidade capilar, piora clínica e evolução
para o choque, por extravasamento plasmático. O choque é de curta duração,
podendo levar ao óbito entre 12 a 24 horas ou à recuperação (terapia antichoque).
Quadro 1 – Sinais de alarme e de choque da dengue

Fonte: Sanarmed.com
DENGUE

2. Manifestações Clínicas

Fase de Recuperação - Após 24 a 48 horas da fase crítica (reabsorção do fluido


extravasado no período de 48-72 horas seguintes;
Observa-se melhora do paciente, retorno do apetite, equilíbrio da homeostase e
melhora do débito urinário.
DENGUE

2. Manifestações Clínicas

Em crianças maiores de 2 anos - Infecção assintomática ou febre aguda. Pode


apresentar astenia, sonolência, recusa de alimentação e líquidos, vômitos,
diarreias ou fezes amolecidas.
Em crianças menores de 2 anos – choro persistente, adinamia e irritabilidade,
podendo ser confundidos com outras doenças infeciosas.
DENGUE

2. Manifestações Clínicas

Em Gestantes – aumento de sangramento obstétrico e alterações fisiológicas da


gravidez que podem interferir nas manifestações clínicas da doença.
Questionamentos quando há presença de sangramento: Se tem e o histórico da
febre nos últimos 7 dias.

Em Idosos - + 65 anos estão mais suscetíveis à hospitalização e formas graves da


doença.
DENGUE
3. Diagnóstico
Diagnóstico Laboratorial ​

Específicos

• ​Métodos diretos (Vírus)​


-Pesquisa de vírus (isolamento viral por inoculação em células);
-Pesquisa de genoma do vírus da dengue por transcrição reversa seguida de
reação em cadeia da polimerase (RT-PCR).

• ​Métodos indiretos (Anticorpos)​
- Pesquisa de anticorpos IgM por testes sorológicos (ensaio imunoenzimático –
ELISA); ​
- Teste de neutralização por redução de placas (PRNT);
- Inibição da hemaglutinação (IH); ​
- Pesquisa de antígeno NS1 (ensaio imunoenzimático - ELISA);
- Patologia: estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por
imuno-histoquímica (IHQ)​.
DENGUE
3. Diagnóstico
Diagnóstico Laboratorial ​

Inespecíficos

• Hematócrito, contagem de plaquetas e dosagem de albuminas.


DENGUE

4. Vigilância Epidemiológica
Definição de caso
• Caso suspeito de dengue – Residir ou viajar nos últimos 14 dias - área de ocorrência de transmissão
de Aedes aegypti, febre entre 2 a 7 dias e apresentar 2 ou mais destas manifestações:
a. Náusea/vômitos;
b. Exantema;
c. Mialgia/artralgia;
d. Cefaleia/dorretro-orbital;
e. Petéquias/prova do laço positiva;
f. Leucopenia.
• Criança com quadro febril agudo, entre 2 a 7 dias, sem sintomas indicativos de outra doença.
DENGUE

4. Vigilância Epidemiológica
• Caso suspeito de dengue com sinais de alarme – No período de declínio da febre
apresentar os sinais de alarme:
a. Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua ou sensibilidade;
b. Vômitos persistentes;
c. Acúmulo de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico).
d. Hipotensão postural e/ou lipotimia;
e. Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal;
f. Letargia/irritabilidade;
g. Sangramento de mucosa;
h. Aumento progressivo do hematócrito.
DENGUE

4. Vigilância Epidemiológica
• Caso suspeito de dengue grave – Apresentar 1 ou mais manifestações a seguir:
a. Choque, desconforto respiratório em função do extravasamento grave de plasma; choque evidenciado
por taquicardia, pulso débil ou indetectável, taquicardia, extremidades frias e tempo de perfusão capilar
>2 segundos, e pressão diferencial convergente <20 mmHg, indicando hipotensão em fase tardia;

b. Sangramento grave segundo a avaliação do médico (exemplos: hematêmese, melena,


metrorragia volumosa e sangramento do sistema nervosocentral);

c. Comprometimento grave de órgãos, a exemplo de dano hepático importante (AST/ALT >1.000 U/L),
do sistema nervoso central (alteração da consciência), do coração (miocardite) ou de outros órgãos.
DENGUE

4. Vigilância Epidemiológica
• Caso confirmado laboratorial – Atende à definição de caso suspeito e foi confirmado por 1
ou mais testes laboratoriais a seguir:
1. ELISA NS1 reagente;
2. Isolamento viral positivo;
3. RT-PCR detectável (até o quinto dia de início de sintomas da doença);
4. Detecção de anticorpos IgM ELISA (a partir do sexto dia de início de sintomas da doença);
5. Aumento %4 vezes nos títulos de anticorpos no PRNT ou teste IH, utilizando amostras
pareadas (fase aguda e convalescente).
DENGUE

4. Vigilância Epidemiológica
• Caso confirmado por critério clínico epidemiológico – Quando é impossível realizar a
confirmação laboratorial, ou tem confirmação laboratorial inconclusiva, deve-se considerar a
confirmação por vínculo epidemiológico após 1 caso confirmado no laboratório, na área que
ocorreu o caso. Exceto em gestantes, casos graves e óbitos.

• Caso descartado - Diagnóstico laboratorial negativo ou não reagente, seguindo a


preconização do Ministério da Saúde (o cuidado com o tempo, transporte e armazenamento de
amostras), caso suspeito de gestantes, casos graves ou óbitos são descartados a partir de 2
sorologias não reagentes ou PRNT.
DENGUE

5. Tratamento

Reposição volêmica e infusão de fluidos de acordo com quadro a seguir:


Quadro 2 - Grupos de estadiamento clínico dos pacientes suspeitos de dengue

Fonte: Guia de Vigilância em Saúde, 2022


Fonte: Guia de Vigilância em Saúde, 2022
CHIKUNGUNYA

1. Características Gerais

• Infeccões possuem altas taxas, 75%-95% de acometidos possuem manifestações


clínicas;
• Transmissão - Picada da fêmea infectada da espécie Aedes, no Brasil até o
momento é pelo Aedes aegypti
• A doença é febril ou aguda (5-14 dias), pós-aguda (3 meses) e crônica,
apresentando artralgia crônica em 50% dos casos.
• Alguns pacientes apresentam casos atípicos e graves que podem evoluir para
óbito.
CHIKUNGUNYA

2. Manifestações Clínicas

Fase Aguda – febre alta de ínicio súbito (>38,8ºC), intensa polialtragia (em 90% dos casos)
acompanhada de dorsalgia, exantema com prurido ou não, cefaleia, mialgia, fadiga. A fase
dura de dias a semanas. A queda da febre não é associada à piora da doença, como na
dengue, e sim a uma badicardia;
Outros sintomas: dermatite esfoliativa, lesões que simulam eritema nodoso, úlceras orais,
dor retro-ocular, calafrios, conjuntivite sem puz, faringite, náusea, vômitos, diarreias (em
crianças), dor abdominal e neurite e pode haver linfadenomegalias.
CHIKUNGUNYA

2. Manifestações Clínicas

Fase Pós-aguda – Febre desaparece, mas pode ter recorrência, pode ter melhora da
artralgia, persistência ou o seu agravamento, astenia, prurido generalizado, exantema
maculopapular, lesões purpúricas. Alguns pacientes desensolvem doença vascular
periférica, fadiga, alopecia e depressão. Quando tais sintomas persistem por mais de 3
meses, inicia-se a fase crônica.
CHIKUNGUNYA

2. Manifestações Clínicas

Fase Crônica – Persistência dos sintomas, principalmente da dor articular, nos músculos
esqueléticos e neuropática, atinge até 50% dos pacientes. Os fatores de risco para a
cronicidade envolvem a idade maior de 45 anos, artropatia preexistente e intensidade de
sintomas na fase aguda. Duração de mais de 6 anos, mas no Brasil há tratamentos da fase
crônica em pacientes por mais de 4 anos;
Alguns pacientes desenvolvem alopecia, exantema, distúrbios do sono, alterações de
memória, deficit de atenção, alterações de humor e até mesmo a depressão.
CHIKUNGUNYA

2. Manifestações Clínicas

Formas atípicas e graves – Manifestação clínica que não é comum de ocorrer e é


considerada grave quando requer hospitalização, possuem maior risco de evolução para o
óbito;
As formas graves acometem pacientes com doenças associadas: diabetes, hipertensão, asma,
cardiopatia, alcoolismo, doenças reumatológicas, anemia falciforme, talassemia.
Assim como, crianças menores de 2 anos, idosos maiores de 65 anos e aqueles que estão em
uso de alguns fármacos.
CHIKUNGUNYA

Fonte: Guia de Vigilância em Saúde


CHIKUNGUNYA

2. Manifestações Clínicas

Em Idosos – Grupo de risco. 1/3 daqueles que procuram assistência não apresentam febre.

Em Gestantes - Não modifica o curso da gravidez e não há efeitos teratogênicos, há


raros relatos de aborto. Durante o parto pode ser transmitido o vírus e o vírus não é
transmitido pelo aleitamento materno.
CHIKUNGUNYA

2. Manifestações Clínicas
Recém Nascido - Assintomático nos primeiros dias, sintomas surgem a partir do 4 dia (3 a
7 dias): febre, síndrome álgica, recusa da mamada, exantemas, descamação, lesões vesiculobolhosas e
edema de extremidades;
As formas graves são mais recorrentes nessa faixa etária com complicações neurológicas, hemorrágicas,
miocardiopatia hipertrófica, disfunção ventricular e pericardite;
Os quadros neurológicos são mais frequentes nessa faixa etária e incluem meningoencefalites, edema
cerebral, hemorragia intracraniana, convulsões e encefalopatias. As infecções perinatais podem levar a
sequelas neurológicas, com retardo do desenvolvimento neuropsicomotor ou óbito.
Imagem 1 – Alguns sintomas observáveis da Chikungunya em adultos

Fonte: Google imagens


Imagem 2 – Alguns sintomas observáveis da Chikungunya em lactentes

Fonte: Revista Brasileira de Saúde Materna Infantil


CHIKUNGUNYA
3. Diagnóstico
Específico

• Métodos diretos (Vírus)


- Pesquisa de vírus (isolamento viral por inoculação em células e camundongos recém-
nascidos);
- Pesquisa de genoma do vírus da Chikungunya por reação em cadeia da polimerase
via transcriptase reversa (RT-PCR).

• Métodos indiretos (Anticorpos)


- Pesquisa de anticorpos IgM/IgG por testes sorológicos (ensaio imunoenzimático – ELISA);
- Demonstração de soroconversão nos títulos de anticorpos (não reagente & reagente
por ELISA e IH) ou por alteração de %4 vezes no PRNT entre as amostras nas fases aguda
(a partir do 5º dia) e convalescente (após 15 dias da primeira coleta).
- Inibição da hemaglutinação (IH);
- Patologia: estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por imuno-
histoquímica (IHQ).
CHIKUNGUNYA

3. Diagnóstico
Inespecíficos

-Alterações laboratóriais: Leucopenia com linfopenia menor que 1.000 cels/mm3


é a observação mais frequente;
-A trombocitopenia inferior a 100.000 cels/mm3 pode ocorrer, sendo menos
frequente que na dengue;
-A proteína C reativa se encontra geralmente elevada, podendo permanecer assim
por algumas semanas;
-Outras alterações podem ser detectadas, como elevação discreta das enzimas
hepáticas, da creatinina e da creatinofosfoquinase (CPK).
CHIKUNGUNYA

4. Vigilância Epidemiológica

• Caso suspeito – Febre de ínicio súbito maior que 38,5ºC e artralgia intensa
de ínicio agudo. Residir ou viajar na para a área de transmissão até 15 dias
antes do ínicio dos sintoma ou que tenha vínculo epidemiológico com caso
importado confirmado.
CHIKUNGUNYA

4. Vigilância Epidemiológica
• Caso confirmado – Caso suspeito confirmado laboratorialmente por isolamento viral
positivo, detecção de RNA viral por RT-PCR, detecção de IgM em uma única amostra de
soro durante a fase aguda (a partir do sexto dia) ou convalescente (15 dias após o início dos
sintomas), demonstração de soroconversão entre as amostras na fase aguda (primeira
amostra) e convalescente (segunda amostra) ou detecção de IgG em amostras coletadas de
pacientes na fase crônica da doença, com clínica sugestiva;
• Óbito – estudo anatomopatológico seguido de pesquisa de antígenos virais por imuno
histoquímica (IHQ), mediante coleta imediata de tecidos de vísceras (no máximo 48 horas
após o óbito).
CHIKUNGUNYA

4. Vigilância Epidemiológica
• Para fins de encerramento no Sinan:
-Confirmação laboratorial específica é recomenda a fim de priorizar os grupos: idosos, recém-
nascidos, gestantes, manifestações atípicas, casos graves e óbitos;
-Durante surtos, considera-se as famílias dos Alphavirus (chikungunya) e Flavivirus (dengue/Zika),
para distinguir melhor as doenças;
• Caso confirmado por critério clínico-epidemiológico – Impossibilidade de confirmação
laboratorial ou inconclusão desses resultados, situados na mesma área, considera-se um caso
confirmado no laboratório e os demais casos são confirmados por critério clínico-epidemiológico,
exceto: recém-nascidos, gestantes, manifestações atípicas, casos graves e óbitos.
CHIKUNGUNYA

4. Vigilância Epidemiológica
• Caso descartado - Que possua 1 ou mais desses critérios:
-Diagnóstico laboratorial não reagente/negativo (cuidado com o tempo, transporte e
armazenamento, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde);
-Diagnóstico laboratorial não reagente/negativo para chikungunya e positivo para outra
doença.
-Caso suspeito sem exame laboratorial, cujas investigações clínica e epidemiológica
sejam compatíveis com outras doenças.
CHIKUNGUNYA

5. Tratamento
- Não há antiviral específico. É utilizado analgesia e suporte, estimular hidratação, atentar-se a
avaliação hemodinâmica para reposição de volumes e tratar complicações;
- Não pode usar anti-inflamatórios não esteroides e os corticosteroides na fase aguda da
doença. O ácido acetilsalicílico também é contraindicado na fase aguda, pelo risco de
síndrome de Reye e de sangramento;
- Avaliar a existência de disfunção renal, sinais e sintomas neurológicos, insulficiência
hepática, acometimento cardíaco, hemoconcentração e plaquetopenia;
- Recomenda-se tratamento não farmacológico e exercícios de intensidade leve ou moderada;
CHIKUNGUNYA

5. Tratamento

- É importante o acompanhamento diário das gestantes com suspeita de chikungunya


(fase aguda), pelo risco de sofrimento fetal;
- Todos os recém-nascidos cujas mães tiveram sintomas iniciados em até sete dias antes
do parto devem ser mantidos internados para observação, pelo período de até sete
dias, acompanhados da mãe.
ZIKA

1. Características Gerais
• O Zika é uma arbovirose causada por um vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae,
transmitido, principalmente, por fêmeas dos mosquitos do gênero Aedes;

• Quanto ao ZIKV, até o momento são conhecidas e descritas duas linhagens do vírus: uma africana e o
utra asiática;

• No Brasil, em 2019, foi identificada uma linhagem circulando no mosquito Aedes albopictus e em
macacos no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Fonte: Google imagens


ZIKA

2. Manifestações Clínicas
• Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus zika não desenvolvem manifestações clínicas;
• No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a
7 dias;
Principais sintomas:
• Dor de cabeça;
• Febre baixa;
• Dores leves nas articulações;
• Manchas vermelhas na pele;
• Coceira;
• Vermelhidão nos olhos.
Fonte: Google imagens
ZIKA

2. Manifestações Clínicas

Sintomas menos frequentes:


• Inchaço no corpo;
• Dor de garganta;
• Tosse;
• Vômitos.
• Dor nas articulações persistentes por
aproximadamente um mês.

Fonte: Google imagens


ZIKA

2. Manifestações Clínicas

- Sintomas mais graves: são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito.
• Distúrbios neurológicos em adultos;
• Malformação congênita em recém-nascidos.

Fonte: Google imagens


ZIKA
3. Diagnóstico
Diagnóstico Laboratorial

• Métodos diretos (Moleculares)


-Pesquisa de vírus (isolamento viral por inoculação em
células e camundongos recém-nascidos);
- Pesquisa de genoma do vírus Zika por transcrição reversa
seguida por reação em cadeia da polimerase (RT-PCR).

• Métodos indiretos (Anticorpos)


Pesquisa de anticorpos IgM/IgG por testes sorológicos
(ensaio imunoenzimático – ELISA);
- Teste de neutralização por redução de placas (PRNT);
- Inibição da hemaglutinação (IH);
- Patologia: estudo anatomopatológico seguido de pesquisa
de antígenos virais por imuno-histoquímica (IHQ).
ZIKA
3. Diagnóstico

Diagnóstico Laboratorial

• Diagnóstico por imagem : (Zica Congênita)

- Fundoscopia ou oftalmoscopia

- Ultrassonografia obstétrica (USG)

- Ultrassonografia transfontanela (US-TF)

- Tomografia computadorizada de crânio (TCC) sem contraste


ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso suspeito - Presença de exantema maculopapular pruriginoso acompanhado de
um ou mais dos seguintes sinais e sintomas:
a) Febre;
b) Hiperemia conjuntival/conjuntivite não purulenta;
c) Artralgia/poliartralgia;
d) Edemaperiarticular.
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso confirmado por critério laboratorial – Atende a definição de suspeita e foi
confirmado por um ou mais dos testes laboratoriais:
a) Isolamento viral;
b) Detecção de RNA viral por RT-PCR;
c) Sorologia IgM.
Caso confirmado por critério clínico-epidemiológico- Na impossibilidade de
confirmação específica ou em casos com resultados laboratoriais inconclusivos,
considera-se a confirmação por vínculo epidemiológico com um caso confirmado
laboratorialmente, após avaliação da distribuição espacial dos casos confirmados.
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso confirmado por critério clínico-epidemiológico - Se o caso for em gestantes,
idosos, casos graves e óbitos, é priorizada a continuidade da investigação. Indica-se a
repetição de sorologia e, para casos inconclusivos, a realização do PRNT.
Caso descartado – Caso suspeito com um ou mais dos seguintes critérios:
a) Diagnóstico negativo para Zika e positivo para outra enfermidade;
b) Caso com exame laboratorial negativo (RT-PCR) ou sem exame laboratorial, cuja
investigação clínica e epidemiológica seja compatível com outras doenças.
OBS: Casos suspeitos em gestantes, idosos, casos graves e óbitos devem ser descartados
a partir de duas sorologias não reagente ou PRNT.
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso de transmissão de Zika congênita
Suspeito
Pré-natal: Feto (a partir da 8° semana até o nascimento) que, na gestação, apresente um ou
mais destes critérios:
Critério de imagem - Exame de imagem com presença de calcificações cerebrais e/ou exame
de imagem com presença de alterações ventriculares e/ou exame de imagem com pelo menos
dois dos sinais mais frequentes (alterações do sistema nervoso; dismorfias craniofuncionais,
alteração do volume do líquido amniótico; retardo do crescimento uterino.
Critério laboratorial – Mãe com resultado laboratorial positivo ou reagente para Zika vírus.
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso de transmissão de Zika congênita
Suspeito
Recém-nascido com até 48h de vida: RN que, nas primeiras 48 horas de vida, enquadre-se em um
ou mais destes critérios:
Critério antropométrico - circunferência craniana menor que -2 desvios-padrão, segundo a curva de
crescimento do InterGrowth , de acordo com a idade gestacional ao nascer e sexo.
Critério clínico/imagem - desproporção craniofacial (microcrania em relação à face); malformação
articular dos membros (artrogripose), sem outra causa conhecida, com histórico de suspeita de
infecção por vírus Zika durante a gestação; ultrassonografia com padrão alterado na gestação.
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso de transmissão de Zika congênita
Suspeito
Recém-nascido após 48h de vida: Mesmas condições de critério antropométrico e clínico que RN
até 48 horas de vida. Havendo, porém, quanto ao critério clínico acréscimo de condições de
persistência de duas ou mais manifestações neurológicas, visuais ou auditivas quando não houver
outra causa conhecida, independentemente do histórico materno, assim como, se a mãe tiver
infecção pelo vírus Zika na gestação; alteração do crescimento/desenvolvimento neuropsicomotor
(escala de Denver), sem causa definida, com histórico de suspeita de infecção pelo vírus Zika
durante a gestação.
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso de transmissão de Zika congênita
Suspeito
Óbito fetal ou natimorto: Mesmos critérios de RN até 48 horas com acréscimo da condição de
exantema e/ou febre sem causa definida durante a gestação. Além disso, tem como critério
laboratorial o resultado de exame laboratorial positivo ou reagente da mãe para o vírus Zika,
realizado na gestação ou nas primeiras 48 horas após o parto.
Óbito neonatal precoce: Presença das condições acrescidas no tópico de óbito fetal ou natimorto
(exantema e/ou febre; diagnóstico laboratorial positivo da mãe).
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso de transmissão de Zika congênita
Próvavel: Serão considerados como prováveis casos de SCZ todos os RNs, crianças, fetos,
natimortos e óbitos que possuírem dois ou mais dos sinais e sintomas (em exame de imagem ou
exame clínico); mães com relato de exantema ou febre sem causa definida e sem resultado
laboratorial para Zika por falta ou erro na coleta de amostra; ou com resultado laboratorial
inconclusivo em amostra de mãe ou RN, e resultado inconclusivo ou negativo para pelo menos um
STORCH.
Confirmado: Considera-se confirmado para SCZ , casos que possuam os sinais e sintomas
apresentados.
ZIKA

4. Vigilância Epidemiológica
Caso de transmissão de Zika congênita
Excluído/inativo: Caso notificado que não cumprir qualquer definição de caso para notificação ou
que estiver duplicado ou tiver sido notificado apenas para teste de digitação.
OBS: Esse caso não deve entrar na contabilidade da série temporal de casos.
Descartado: Caso que cumprir a definição de suspeito, mas após investigação não se enquadra nas
definições de provável, confirmado, inativo/excluído ou inconclusivo.
Inconclusivo: Caso suspeito, no qual, não se possa realizar investigação epidemiológica, por recusa
ou por não ser possível encontrá-lo após 3 tentativas, durante a gestação, e cujos resultados
laboratoriais e informações disponíveis não permitam classificá-lo em outra categoria.
ZIKA

5. Tratamento
Ainda não existe antiviral disponível para tratamento da infecção pelo vírus Zika.
Para os quadros sintomáticos, aplicam-se as seguintes medidas:
• Repouso relativo, enquanto durar a febre.
• Estímulo à ingestão de líquidos.
• Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre.
• Não administração de ácido acetilsalicílico.
• Administração de anti-histamínicos.
ARBOVIROSES

6. Diagnóstico Diferencial
Uma série de doenças, inclusive as próprias arboviroses, possuem uma variedade de sintomas
comuns entre si, portanto, o Diagnóstico Diferencial busca nortear a identificação da
enfermidade por meio do critério de eliminação baseado na sintomatologia do paciente.
Quadro 1 – Diagnóstico Diferencial de Arboviroses

Fonte: https://portal.fiocruz.br
ARBOVIROSES

7. Vigilância Epidemiológica das Arboviroses


• ATRIBUIÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS ARBOVIROSES

(I) Notificar e investigar oportunamente os casos suspeitos de dengue, chikungunya e Zika,


para acompanhar, de forma contínua, a evolução temporal desses agravos, e detectar
efetivamente mudanças no padrão de ocorrência, surtos e epidemias;

(II) Realizar análises epidemiológicas descritivas dos casos, em função de variáveis


relacionadas a pessoa, tempo e espaço;
ARBOVIROSES

7. Vigilância Epidemiológica das Arboviroses


• ATRIBUIÇÕES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS ARBOVIROSES

(III) Integrar as informações de vigilância de casos, vigilância entomológica e vigilância


laboratorial;

(IV) Promover a integração entre as áreas de controle vetorial, assistência e demais entes que
atuam na prevenção e no controle das arboviroses, visando à adoção de medidas capazes de
controlar e/ou impedir a transmissão, se possível e reduzir a magnitude, a gravidade e a
mortalidade dessas doenças.
ARBOVIROSES

7. Vigilância Epidemiológica das Arboviroses

• São Doenças de Notificação Compulsória segundo a Portaria n.º 1.061, de 18 de


maio de 2020 (BRASIL, 2020).

• Óbitos são de notificação compulsória imediata para todas as esferas de gestão do SUS
(em até 24 hrs) no meio mais rápido disponível, depois adiciona-se ao Sinan

• Mal formação congênita e manifestações neurológicas são registrados em programas


específicos Sinasc (bebês com crânio pequeno congênito); Sinan (mães suspeitas e/ou
confirmadas antes ou após a gestação.
ARBOVIROSES

7. Vigilância Epidemiológica das Arboviroses

Registro das notificações de dengue e chikungunya Notificações de Zika

Ficha de Notificação/Investigação da Dengue Ficha de Notificação Individual/Conclusão


e Chikungunya

Sinan Net
Sinan On-line
ARBOVIROSES

7. Vigilância Epidemiológica das Arboviroses


• ENCERRAMENTO DE CASOS
- Em até 60 dias após a notificação;

- Em períodos epidêmicos, recomenda-se investigar 100% dos


casos, se não for possível, investigar os primeiros casos de uma
área, prioritariamente os mais graves, em idosos, gestantes e mães
que tiveram o vírus durante a gestação;

- Devem ser obrigatoriamente investigados 100% dos casos


suspeitos de manifestações neurológicas e óbitos por Dengue,
Chikungunya e Zika;

- Ficha de Notificação Individual para os demais casos em


momentos epidêmicos.
ARBOVIROSES

7. Vigilância Epidemiológica das Arboviroses


• MEDIDAS DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

- Conjunto de ações diferenciadas estabelecidas de acordo com a


situação epidemiológica do município;

- Comparação da ocorrência de casos durante o ano por semana


epidemiológica para se obter um maior controle;

- Dados laboratoriais do Gerenciador de Ambiente Laboratorial


(GAL) devem ser inseridos no Sinan para analise real da positividade
dessas arboviroses a não se subestimar a real situação local;

- Monitoramento detalhado e permanente dos arboviroses circulantes


a fim de evitar introdução/reintrodução/predominância deles,
consequentemente a ocorrência de epidemias.
ARBOVIROSES

7. Vigilância Epidemiológica das Arboviroses


• AÇÕES DE CONTROLE VETORIAL - (PREVENÇÃO)
- Individuais:
Uso de telas;
Roupas que cubram a pele , principalmente durante o dia;
Repelentes;
Mosqueteiros.
- Ações de bloqueio
Aplicação de adulticidas;
Controle casa a casa no perímetro do local provável de infecção (LPI);
Orientação à comunidade.
Figura 1 – Formas de eliminar o Aedes Aegypti

Fonte: http://www.tribunafeirense.com.br
ARBOVIROSES

8. Vigilância Entomológica das Arboviroses

Os métodos de vigilância entomológica e das medidas de prevenção e controle


do Aedes pelos sistemas locais de saúde devem ser orientados pela estratégia do
Manejo Integrado de Vetores (MIV)
um processo decisório racional que otimiza os recursos disponíveis, procurando
melhorar a eficácia e a eficiência dos programas de controle.
ARBOVIROSES

8. Vigilância Entomológica das Arboviroses


O Manejo Integrado de Vetores (MIV) busca a utilização de métodos sustentáveis e
ecologicamente corretos. Ademais, segue aos seguintes critérios:

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

IMPLEMENTAÇÃO MIV ANÁLISE SITUACIONAL

DESENHO DAS OPERAÇÕES E PLANIFICAÇÃO


ARBOVIROSES

8. Vigilância Entomológica das Arboviroses


Objetivos:
a) Conhecer as espécies vetoras no território e seus aspectos biológicos e ecológicos;
b) Identificar e classificar seus locais de reprodução;
c) Avaliar os níveis de infestação vetorial e suas modificações sazonais;
d) Estratificar áreas conforme a densidade de infestação;
e) Propor, de acordo com as evidências entomológicas, as ações de prevenção e controle vetorial;
f) Avaliar o impacto das ações de controle vetorial desenvolvidas;
g) Avaliar a susceptibilidade/resistência dos vetores à inseticidas.
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8. Vigilância Entomológica das Arboviroses

Principais indicadores:
Referenciados à fase da larva (Índice de Infestação Predial – IIP, Índice de Tipo de
Recipientes – ITR e Índice de Breteau – IB), à fase de ovo (Índice de Positividade de
Ovo – IPO e Índice de Densidade de Ovo – IDO) e à fase de adulto (Índice de
densidade de mosquitos nas residências, Índice de positividade de armadilhas e Índice
de densidade de mosquitos em armadilhas).
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Cenários entomoepdemiológicos:
• Município não infestado;
• Munícipio infestado sem transmissão de Dengue, Chikungunya e/ou Zika;
• Município infestado com história prévia de transmissão de Dengue, Chikungunya e/ou Zika;
• Ações para períodos não epidêmicos;
• Ações para períodos epidêmicos.
OBRIGADA
PELA
ATENÇÃO!
REFERÊNCIAS

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Fundação Oswaldo Cruz. Disponível em:


https://www.fiocruz.br/. Acesso em: 27 jun. 2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Ministério da Saúde:


Secretaria de Vigilância Epidemiológica, 2022.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).


Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/. Acesso em: 27 jun. 2023.

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