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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU

Atividade Prática Supervisionada – APS


Interação Clínico-Patológica
Profa. Dra. Jozélia Ferreira

ALUNOS:

André Felipe Coutinho dos Santos – RA 1656041


Kawan Deivid Teixeira de Araújo - 2070367
Letícia de Almeida Marinho – RA 2338902
Luciana da Silva Matheus – RA 2120712
Paulo Ricardo Arantes – RA 1977210

Enfermagem – Liberdade – Noturno


São Paulo – SP
2022
1. Acesse os artigos nos links abaixo e faça a leitura.

https://www.scielo.br/j/rbepid/a/X56sxtMwdzXqrqTTMCxZYBc/?format=pdf&lang=pt

1) Respondas as questões propostas baseado nos artigos científicos indicados:

a) Quais são as formas clínicas encontradas da febre amarela?


Clinicamente, a febre amarela pode se apresentar assintomática, leve, moderada,
grave e maligna. Forma leve: caracterizada pela febrícula ou febre moderada de início
súbito que pode ou não vir acompanhada de cefaleia discreta, astenia ou indisposição
passageira e tontura. Esse quadro evolui por horas até dois dias. Pode ser confundida com
mal estar passageiro, resfriado e enxaqueca.
Forma moderada: o quadro é arrastado. Início súbito de febre e cefaleia. Pode
apresentar náuseas com ou sem vômitos, mialgias e artralgias que não incomodam nem
dificultam a locomoção. A febre se eleva, mas cede com antitérmicos. Esse quadro pode
durar de dois a três dias.
Forma grave: febre elevada de início abrupto e cefaleia intensa. Sinal de Faget é
evidente (bradicardia acompanhando a febre elevada). Dores musculares generalizadas.
Náuseas e vômitos incomodam. Pelo menos um dos sintomas clássicos pode ser observado:
icterícia, oligúria e hematêmese. Usualmente, dura 5 dias .
Forma maligna: ocorre toxemia abrupta, náuseas e encefalopatia, Além disso, todos
os sintomas clássicos encontram-se presentes. Caracterizando a falência hepato-renal em
torno de 5 a 7 dias. O quadro evolui em duas fases ou períodos com um período de
remissão entre as mesmas. Mas, nem sempre é possível separar estas fases. A letalidade é
alta, cerca de 50%, mas os sintomas podem involuir em uma semana.

b) Quais são as vias de transmissão e quais agentes envolvidos da febre amarela?


A febre amarela é transmitida ao homem por mosquitos como o Aedes aegypti, no
ciclo urbano, e o Haemagogus (H. janthinomys e H. albomaculatus) e Sabethes (S.
chloropterus), no ciclo silvestre. No ciclo urbano, não são encontrados outros reservatórios
animais, e o vírus é transmitido diretamente ao homem que quando infectado, atua ele
mesmo como amplificador e disseminador do vírus na população.
No ciclo silvestre, os principais amplificadores são primatas não humanos como o macaco
guariba e macaco prego. Além de marsupiais e roedores.
c) Quais as situações clínicas para a contraindicação da vacinação da febre?
Crianças menores de 6 meses; Mães amamentando bebês menores de 6 meses;
Gestantes; Pessoas com AIDS, câncer e em uso de medicação imunossupressora não
devem ser vacinados, salvo em casos particulares e após cuidadosa avaliação dos riscos
e benefícios; Pessoas que realizaram transplante de órgãos ou de medula óssea; Pessoas
com história anterior de doenças no timo; Pessoas com antecedentes de alergia a
substâncias presentes na vacina ou à proteína do ovo também não devem ser vacinadas
pelo risco acentuado de desenvolveremreação alérgica do tipo I (choque anafilático).

d) Quais as lesões microscópicas descritas no fígado?


Nos seres humanos, os achados histopatológicos assemelham-se aos observados em
macacos e decorrem principalmente de exames de necropsia. No fígado de macacos, o
vírus infecta as células de Küpffer e os hepatócitos. Nas primeiras, determina degeneração
acidófila em zonas focais durante o período inicial de replicação, cerca de 24h após a
inoculação. Em seguida, ocorre degeneração baloniforme e, posteriormente, necrose do
tipo hialina detectável cerca de 3 dias pós a inoculação, sem ocorrer aparentes lesões nos
hepatócitos.
Nessas células, o vírus amarílico causa necrose em grandes extensões do parênquima
hepático, preferencialmente nas áreas médio-zonais, poupando as extremidades do lóbulo,
sendo raro o encontro de células necrosadas antes do terceiro dia pós-inoculação. A lesão
no hepatócito é principalmente necrose de coagulação hialina, com pouco processo
inflamatório.

e) Quais os testes clínicos indicados para detecção do vírus?


Podem ser realizados exames específicos como o isolamento do vírus em cultura de
tecidos, identificação de antígenos virais e do RNA viral e métodos sorológicos – dosagem
de anticorpos específicos pelo método de IgM – Elisa que captura anticorpos IgM em
ensaio enzimático ou conversão sorológica em testes de inibição de hemaglutinação. Este
último método pode fornecer o diagnóstico presuntivo rápido em uma amostra sorológica,
se a mesma for obtida a partir do 5º dia de doença. A presença de IgM decorre de infecção
recente (2-3 meses) ou corrente (atual), daí a importância de se obter a história clínica
completa para a boa interpretação do resultado laboratorial. Vale lembrar que a vacinação
contra a febre amarela também induz a formação de IgM e, por isso, importa conhecer os
antecedentes vacinais do caso suspeito.
f) Qual o impacto na saúde pública causado pela febre amarela?
A febre amarela é doença infecciosa não contagiosa de curta duração e sua
gravidade varia. Cerca de 90% dos casos da doença apresentam-se com formas clínicas
benignas que evoluem para a cura, enquanto 10% desenvolvem quadros dramáticos com
mortalidade em torno de 50%.
É uma doença de notificação compulsória, que não exige suscetibilidade específica,
que desconhece raça, cor ou faixa etária. Por vezes, numa mesma família, alguns adoecem
de forma branda, enquanto outros sucumbem com as formas graves da doença. Importante
dizer que não há medicamento específico para o tratamento da doença e o tratamento
medicamentoso deve se voltar para o combate aos sintomas e os sinais manifestos da
doença.
Para diminuir a incidência de febre amarela, a vacinação é bastante eficaz como
método de prevenção. Outro recurso que pode reduzir a ocorrência de febre amarela é a
conscientização da população sobre como evitar a proliferação dos vetores e o uso de
medidas de proteção individual. De todo modo, a melhora da vigilância sobre os casos
suspeitos, a educação permanente dos profissionais de saúde e a imunização das
populações suscetíveis são ações que podem restringir a febre amarela a ocorrências anuais
com reduzido número de casos.

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