Kawan Deivid Teixeira de Araújo - 2070367 Letícia de Almeida Marinho – RA 2338902 Luciana da Silva Matheus – RA 2120712 Paulo Ricardo Arantes – RA 1977210
Enfermagem – Liberdade – Noturno
São Paulo – SP 2022 1. Acesse os artigos nos links abaixo e faça a leitura.
1) Respondas as questões propostas baseado nos artigos científicos indicados:
a) Quais são as formas clínicas encontradas da febre amarela?
Clinicamente, a febre amarela pode se apresentar assintomática, leve, moderada, grave e maligna. Forma leve: caracterizada pela febrícula ou febre moderada de início súbito que pode ou não vir acompanhada de cefaleia discreta, astenia ou indisposição passageira e tontura. Esse quadro evolui por horas até dois dias. Pode ser confundida com mal estar passageiro, resfriado e enxaqueca. Forma moderada: o quadro é arrastado. Início súbito de febre e cefaleia. Pode apresentar náuseas com ou sem vômitos, mialgias e artralgias que não incomodam nem dificultam a locomoção. A febre se eleva, mas cede com antitérmicos. Esse quadro pode durar de dois a três dias. Forma grave: febre elevada de início abrupto e cefaleia intensa. Sinal de Faget é evidente (bradicardia acompanhando a febre elevada). Dores musculares generalizadas. Náuseas e vômitos incomodam. Pelo menos um dos sintomas clássicos pode ser observado: icterícia, oligúria e hematêmese. Usualmente, dura 5 dias . Forma maligna: ocorre toxemia abrupta, náuseas e encefalopatia, Além disso, todos os sintomas clássicos encontram-se presentes. Caracterizando a falência hepato-renal em torno de 5 a 7 dias. O quadro evolui em duas fases ou períodos com um período de remissão entre as mesmas. Mas, nem sempre é possível separar estas fases. A letalidade é alta, cerca de 50%, mas os sintomas podem involuir em uma semana.
b) Quais são as vias de transmissão e quais agentes envolvidos da febre amarela?
A febre amarela é transmitida ao homem por mosquitos como o Aedes aegypti, no ciclo urbano, e o Haemagogus (H. janthinomys e H. albomaculatus) e Sabethes (S. chloropterus), no ciclo silvestre. No ciclo urbano, não são encontrados outros reservatórios animais, e o vírus é transmitido diretamente ao homem que quando infectado, atua ele mesmo como amplificador e disseminador do vírus na população. No ciclo silvestre, os principais amplificadores são primatas não humanos como o macaco guariba e macaco prego. Além de marsupiais e roedores. c) Quais as situações clínicas para a contraindicação da vacinação da febre? Crianças menores de 6 meses; Mães amamentando bebês menores de 6 meses; Gestantes; Pessoas com AIDS, câncer e em uso de medicação imunossupressora não devem ser vacinados, salvo em casos particulares e após cuidadosa avaliação dos riscos e benefícios; Pessoas que realizaram transplante de órgãos ou de medula óssea; Pessoas com história anterior de doenças no timo; Pessoas com antecedentes de alergia a substâncias presentes na vacina ou à proteína do ovo também não devem ser vacinadas pelo risco acentuado de desenvolveremreação alérgica do tipo I (choque anafilático).
d) Quais as lesões microscópicas descritas no fígado?
Nos seres humanos, os achados histopatológicos assemelham-se aos observados em macacos e decorrem principalmente de exames de necropsia. No fígado de macacos, o vírus infecta as células de Küpffer e os hepatócitos. Nas primeiras, determina degeneração acidófila em zonas focais durante o período inicial de replicação, cerca de 24h após a inoculação. Em seguida, ocorre degeneração baloniforme e, posteriormente, necrose do tipo hialina detectável cerca de 3 dias pós a inoculação, sem ocorrer aparentes lesões nos hepatócitos. Nessas células, o vírus amarílico causa necrose em grandes extensões do parênquima hepático, preferencialmente nas áreas médio-zonais, poupando as extremidades do lóbulo, sendo raro o encontro de células necrosadas antes do terceiro dia pós-inoculação. A lesão no hepatócito é principalmente necrose de coagulação hialina, com pouco processo inflamatório.
e) Quais os testes clínicos indicados para detecção do vírus?
Podem ser realizados exames específicos como o isolamento do vírus em cultura de tecidos, identificação de antígenos virais e do RNA viral e métodos sorológicos – dosagem de anticorpos específicos pelo método de IgM – Elisa que captura anticorpos IgM em ensaio enzimático ou conversão sorológica em testes de inibição de hemaglutinação. Este último método pode fornecer o diagnóstico presuntivo rápido em uma amostra sorológica, se a mesma for obtida a partir do 5º dia de doença. A presença de IgM decorre de infecção recente (2-3 meses) ou corrente (atual), daí a importância de se obter a história clínica completa para a boa interpretação do resultado laboratorial. Vale lembrar que a vacinação contra a febre amarela também induz a formação de IgM e, por isso, importa conhecer os antecedentes vacinais do caso suspeito. f) Qual o impacto na saúde pública causado pela febre amarela? A febre amarela é doença infecciosa não contagiosa de curta duração e sua gravidade varia. Cerca de 90% dos casos da doença apresentam-se com formas clínicas benignas que evoluem para a cura, enquanto 10% desenvolvem quadros dramáticos com mortalidade em torno de 50%. É uma doença de notificação compulsória, que não exige suscetibilidade específica, que desconhece raça, cor ou faixa etária. Por vezes, numa mesma família, alguns adoecem de forma branda, enquanto outros sucumbem com as formas graves da doença. Importante dizer que não há medicamento específico para o tratamento da doença e o tratamento medicamentoso deve se voltar para o combate aos sintomas e os sinais manifestos da doença. Para diminuir a incidência de febre amarela, a vacinação é bastante eficaz como método de prevenção. Outro recurso que pode reduzir a ocorrência de febre amarela é a conscientização da população sobre como evitar a proliferação dos vetores e o uso de medidas de proteção individual. De todo modo, a melhora da vigilância sobre os casos suspeitos, a educação permanente dos profissionais de saúde e a imunização das populações suscetíveis são ações que podem restringir a febre amarela a ocorrências anuais com reduzido número de casos.
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