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Motilidade Gastrointestinal

 Principais funções:
 1- Propelir o alimento ao longo do TGI
 Movimento do conteúdo alimentar ao longo
 do TGI em resposta a contrações musculares
 2- Degradar mecanicamente o alimento
 3- Misturar o alimento com as secreções
gastrointestinais
Propriedades da musculatura
lisa do TGI
 Ritmicidade
Fator determinante: Ondas Lentas
Potencial de ondas lentas
 Tempo
Despolarizam a membrana de 5 a 15 mV
 Fatores que podem variar o potencial de repouso
da membrana:
 Despolarizantes
 Estiramento do músculo, acetilcolina (estimulação
Parassimpática) e hormonal
 Hiperpolarizantes
 Norepinefrina e epinefrina (estimulação simpática)
Rede neural que desencadeia a resposta persitáltica

Músculo longitudinal

Plexo mioentérico

Músculo circular

Submucosa

Mucosa

8 – células enterocromafins (5HT)  neurônio aferente primário (1)  interneurônios


ascendentes (2) e descendentes (3) das vias reflexas locais. Contração segmento oral via
neurônio motor excitatório (6) e relaxamento do segmento anal via neurônio inibitório. (4)
interneurônios; neurônio aferente primário intrínseco (7)
Importância:
Permite que alimentos ingeridos sejam transportados durante um
período de tempo
adequado para que os nutrientes do lúmen e sejam digeridos e
absorvidos
Exercido pelo:
Sistema Nervoso
Hormônios
Substâncias parácrinas
Principais funções da motilidade do TGI

Principais funções:
1- Propelir o alimento ao longo do
TGI
2- Degradar mecanicamente o
alimento
3- Misturar o alimento com as
secreções
gastrointestinais
FÁRMACOS QUE ESTIMULAM A
MOTILIDADE GASTRINTESTINAL
Agentes pró-cinéticos – estimulam motilidade GI coordenada e favorecem o
trânsito do bolo alimentar no TGI.

ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DA DOPAMINA


Metoclopramida e domperidona

DA  efeitos inibitórios na motilidade


↓ pressão intragástrica e esfíncter esofágico inferior (D2)

Agentes pró-cinéticos
Antagonismo de D2 no TGI além de aliviar náuseas e vômitos por antagonismo
de receptores D na zona gatilho dos quimiorreceptores
Metoclopramida
Agonista 5HT4; antagonistas 5HT3 e D2. Bloqueiam D2 zona gatilho quimioreceptora
Efeito limitado ao TGI superior  - ↑ tônus do esfíncter esofágico inferior
- estimula as contrações do antro e do ID
Rápida absorção VO (início 30-60min), IM e IV. t½ 4-6h
Indicações:
• Náusea intensa
• Profilaxia quimioterapia
• Dose pediátrica (gastroparesia)

Efeitos adversos
 Reações extrapiramidais; distonia logo após IV e sintomas parkinsonianos
(semanas após início do tratamento) Reversíveis
 Discinesia tardia (meses a anos – reversível em alguns casos)
Domperidona
Antagonistas D2. Pouco efeito sobre outros receptores

Atividade pró-cinética moderada (10-20mg 3x/dia)

Não atravessa facilmente BHE  age no centro do vômito, controle de


temperatura e secreção de prolactina

Sem efeito sobre o TGI inferior.


MODULADORES DOS RECEPTORES DE SEROTONINA

5HT – 90% no TGI

Células enterocromafins 
estímulos químicos e mecânicos
(bolo alimentar)

Função
Desencadeia reflexos
peristálticos (via 5HT4 e 5HT3)
Tegaserode
Agonista parcial 5HT4
Ações:
• estimula motilidade
• acelera trânsito do esôfago, estômago, ID e cólon ascendente
• estimula secreção de cloreto
VO (6mg 2x/dia) – absorção retardada por alimentos
Indicações
 síndrome do cólon irritável
 prisão de ventre
 redução da flatulência e dor (??)

Efeitos colaterais
Diarréia e cefaléia;. Não usar em pacientes com IH ou IR grave
LAXANTES, CATÁRTICOS
Dieta rica em fibras, ingestão adequada de líquidos, exercícios físicos regulares
e atenção da necessidade natural  uso desnecessário

Absorção de nutrientes e água em função do tempo de trânsito.


Redução da motilidade e remoção excessiva de líquidos  fezes endurecidas e
impactadas  prisão de ventre
Capacidade de absorção de líquidos do cólon é suplantada  diarréia
Prisão de ventre
Número de evacuações – 3X/dia a 3X/semana (dieta ocidental)
• redução da frequência
• dificuldade para iniciar ou evacuar
• eliminação de fezes duras ou pequenas
• sensação de evacuação incompleta
Causas reversíveis ou secundárias
 baixa ingestão de fibras dietéticas
 fármacos
 problemas hormonais
 doenças sistêmicas ...

Motilidade do intestino
IG – mistura do conteúdo  facilita absorção de água e transferência do
material dos segmentos proximais aos distais  contrações propulsoras
Cólon  contrações estacionárias (não-propulsoras) - curta ou longa duração
Tratamento
Não farmacológico: dieta rica em fibras, ingestão adequada de líquidos,
hábitos intestinais apropriados; atividade física...
Farmacológico – idade avançada ou fraqueza

Laxante, catártico, purgante, laxativos e evacuantes = sinônimos

Laxação  evacuação do material fecal formado no reto


Catarse  evacuação do material fecal não-formado, geralmente na forma
líquida, presente em todo o intestino grosso
Mecanismos dos laxantes

• Colóides hidrofílicos: agentes formadores de bolo fecal


(farelo de cereais, psílio, etc.)
Fármacos ativos no • Agentes osmóticos (sais inorgânicos ou açúcares não-
lúmen intestinal absorvíveis)
• Agentes umectantes (surfactantes) e emolientes fecias
(docusato, óleo mineral)

Estimulantes ou irritantes • Difenilmetanos (bisacodil)


inespecíficos (secreção de • Antraquinonas (sena e cáscara sagrada)
líquidos e não motilidade) • Óleo de rícino

Agentes pró-cinéticos • Agonistas do receptor 5HT4


(motilidade) • Antagonistas dos receptores opióides
Efeitos de alguns laxantes na função intestinal

Intestino delgado Intestino grosso


Tempo de Concentrações Contrações Ações de Água
trânsito misturadores propulsivas massa fecal
FIBRAS DE DIETA E SUPLEMENTOS

Fibra  parte do alimento que resiste à digestão enzimática e chega ao IG


praticamente inalterada

Fermentação pelas bactérias  forma ác. graxos cadeia curta  pró-cinético


Fibra insolúvel e pouco fermentáveis  ↑ volume fecal e o trânsito intestinal

Tipo de fibra Hidrossolubilidade % de fermentação


Não-polissacarídios
Lignina Baixa 0
Celulose Baixa 15
Polissacarídios que não a celulose
Hemicelulose Boa 56-87
Mucilagens e gomas Boa 85-95
Pectinas Boa 90-95
LAXANTES OSMÓTICOS
Laxantes salinos
Cátions de magnésio e ânions fosfato
• Retenção de água mediada osmoticamente e em seguida estimula peristalse
• Evacuação imediata – 1-3 horas

Usos: Constipação crônica, preparação do intestino grosso antes de procedimento


Não prescrever para pacientes debilitados, idosos e com insuficiência renal –
flutuações eletrolíticas

Açúcares
Lactulose (galactose + frutose), sorbitol e manitol
Estimulam motilidade propulsora do cólon  atrai água para o lúmen intestinal

Sorbitol e lactulose – metabolizados por bactérias colônicas flatulência e cólica

Usos: Prisão de ventre causada por opióides ou vincristina; Prisão de ventre em idosos
Início do efeito 24-48h
AGENTES UMECTANTES E EMOLIENTES FECAIS

Docusato (VO ou retal)


Reduz tensão superficial das fezes  facilita a mistura das substâncias aquosas e
gordurosas, amolece as fezes e permite evacuação mais fácil

Evita constipação e minimiza o esforço na defecação.

Óleo mineral
- viscoso, claro
- lubrifica o material fecal, retardando a absorção da água das fezes

Indicações: prevenção e tratamento da impactação fecal


em crianças pequenas e adultos debilitados.
Pode ser misturado ao suco.

Efeitos colaterais: interfere na absorção de vitaminas lipossolúveis,


eliminação de óleo pelo esfíncter anal
LAXANTES ESTIMULANTES (IRRITANTES)

Induzem inflamação branda e limitada dos intestinos delgado e grosso, que


promove o acúmulo de água e eletrólitos e estimula a motilidade intestinal

Estimulação do peristaltismo por estimulação da mucosa

Irritação peristaltismo
da mucosa
DERIVADOS DA ANTRAQUINONA

Sene – folhas secas das vagens da Cassia acutifolia ou Cassia angustifolia


glicosídio diantrônico do rhein senosídio A e B
Cáscara sagrada – glicosídio barbaloína e crisaloína

Podem causar contrações gigantescas do cólon e induzir a secreção de água


e eletrólitos
DERIVADOS DE DIFENILMETANO

Fenolftaleína – retirada do mercado – cardiotoxicidade

Bisacodil
Preparações de revestimento entérico e supositório
Ativação do fármaco  hidrólise por esterases endógenas no intestino
 Efeito após 6h (VO); supositório (30-60min)
Não mastigar o fármaco, triturar ou administrar com leite ou antiácidos

Não usar por mais de 10 dias  disfunção atônica do cólon


Óleo de rícino

Derivado da semente de mamona

Hidrolisado na parte superior do ID a ácido ricinoléico, um irritante local que


estimula a motilidade GI  estimula secreção de líquidos e eletrólitos e
aumenta trânsito GI

Ingestão com estômago vazio


4mL de óleo de rícino  efeito laxante em 1-3h

Gosto desagradável
LAXANTES FORMADORES DE MASSA
Colóides hidrofílicos não-digeríveis que absorvem água formando um gel
emoliente e volumoso que provoca distensão do cólon e promove peristaltismo.
Preparações mais comuns:
psyllium, metilcelulose (plantas) e policarbofil (sintéticas)

ENEMAS E SUPOSITÓRIOS
Glicerina
Atua como agentes higroscópico e lubrificante quando aplicado via retal
Retenção de líquido  peristalse com evacuação em menos de 1h

Supositório de glicerina –
contém estearato de sódio  irritação local
Dependência de laxantes
AGENTES ANTIDIARREICOS
Evacuação muito rápida de fezes muito líquidas

Mecanismo
• Sobrecarga osmótica presente no intestino
• Secreção excessiva de eletrólitos e água no lúmen
• Alteração da motilidade GI

TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL

Tratamento farmacológico
Diarréia aguda leve a moderada.
Não administrar em pacientes com diarréia sanguinolenta, febre alta ou
toxicidade sistêmica – risco de agravar o processo subjacente.
Suspender uso se diarréia estiver agravando, apesar da administração
COMPOSTOS DE BISMUTO COLOIDAL
Subsalicilato de bismuto, subcitrato de bismuto e dinitrato de bismuto
Pouco absorvido (1%)
Recobre as úlceras e erosões; Estimula secreção de PGs, muco e bicarbonato
Subsalicilato de bismuto
reduz a freqüência de evacuações e a liquidez das fezes na diarréia infecciosa
aguda

Bismuto – efeitos antimicrobianos diretos e liga-se às enterotoxinas

Usos clínicos
Previne diarréia do viajante; esquemas múltiplos fármacos erradicação H. pylori
Efeitos adversos
Enegrecimento das fezes
Formulações líquidas – escurecimento da língua
Uso prolongado: encefalopatia (rara) – cefaléia, confusão, convulsões
CAULIM E PECTINA

Caulim – silicato de alumínio e magnésio hidratado


Pectina – carboidrato não-digerível derivado da maçã
Reduzem a liquefação das fezes
Úteis na diarréia aguda mas não na crônica

RESINAS DE LIGAÇÃO DE SAIS BILIARES

Sais biliares – normalmente absorvidos no íleo.


A doença do íleo terminal ou ressecação cirúrgica resultam em má absorção de sais
biliares podendo causar diarréia secretora colônica

Colestiramia e colestipol
resinas de ligação de sais biliares
podem reduzir a diarréia causada por excesso de ácidos biliares fecais
AGONISTAS OPIÓIDES
Reduzem movimentos colônicos de massa e o reflexo gastrocólico;
aumenta tempo de trânsito colônico e absorção de água fecal.
Mecanismos:
• Alteração na motilidade intestinal (receptor )
• Alteração da absorção (receptores  e )

Loperamida
Agonista opióide () adquirido sem prescrição médica
Aumenta o tempo de trânsito no ID e do trajeto da boca ao ceco; aumenta o tônus
do esfíncter anal.
Atividade antisecretora contra toxina da cólera e da E. coli.
Não atravessa BHE; não tem propriedade analgésica / tolerância uso prolongado

Indicação: Diarréia crônica


Overdose: depressão SNC e íleo paralítico
Difenoxilato
Agonista opióide sem propriedade analgésica em doses baixas.
Potencial de abuso (atravessa SNC)
Overdose – prisão de ventre, megacólon tóxico; efeitos SNC

Elixir paregórico (EP)


Tintura canforada de ópio (contém equivalente a 2mg de morfina/5mL)
Tintura desodorizada de ópio (contém o equivalente a 50mg de morfina/5mL)

Confusão na prescrição e/ou dispensação  overdose

Dose antidiarréica
• adultos – 5-10mL 1 a 4X/dia
• crianças – 0,25 – 0,5mL/Kg (1-4X/dia)

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