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(S04P02)
CONSTIPAÇÃO
Constipação funcional
Desimpactação
Via oral:
Polietilenoglicol 3350:
Dose: 1- 1,5/kg/dia VO por 3-6 dias. A dose diária deve ser dissolvida em
aproximadamente 10ml/kg de água. (sucesso com 3 doses chega a
95%).
Manutenção
Treinamento
Diagnóstico
Anamnese convencional
Duração do sintoma
Frequência das evacuações
Consistência das fezes
Hábitos de evacuação
Estilo de alimentação
Sangue nas fezes?
Sintomas sistêmicos associados?
Aspectos psicossociais (ansiedade? depressão? violência sexual?)
Tratamento convencional
Individualizar, orientar em conformidade.
Intervenções não farmacológicas (mudanças alimentares e aumento de atividade
física): úteis para constipação com trânsito normal e casos leves de constipação com
trânsito lento.
Laxativos: não é aconselhado o uso rotineiro na constipação crônica.
Biofeedback e reeducação intestinal: particularmente úteis em casos de disfunção do
assoalho pélvico.
HEMORROIDAS
Etiopatogenia
Veia varicosa: dificuldade do esvaziamento sanguíneo do canal anal no ato
defecatório, com congestão e dilatação dos corpos cavernosos.
Degenerativa: prolapso anormal do plexo hemorroidário interno, durante a
evacuação, por deficiência de sua fixação pela musculatura longitudinal da
submucosa (músculo de Treitz).
Mecânica: excessivo esforço defecatório e/ou pela dieta pobre em resíduos
(fibras) e pouca ingestão de líquidos, que pode acarretar o endurecimento das
fezes e aumentar ainda mais o esforço evacuatório.
Hiperplasia vascular: hiperplasia dos corpos cavernosos do canal anal que
poderá ocasionar sua dilatação e aumento.
Hemodinâmica: comunicações arteriovenosas, muito calibrosas, na submucosa
do canal anal, facilitando o aumento e dilatação dos corpos cavernosos.
Disfunção do esfíncter anal interno: Hiperatividade do esfíncter anal interno do
ânus com hipertonia ocasionando distensão dos corpos cavernosos.
Fatores agravantes: hábitos defecatórios errôneos, tais como: insistência em
evacuar todos os dias, esforçar-se para defecar em um determinado horário
por conveniência ou forçar o esvaziamento total do conteúdo retal de uma só
vez.
Fatores desencadeantes são: constipação intestinal, abuso de laxativos (em
especial, os catárticos), diarreia crônica, gravidez (pelo aumento da pressão
intra-abdominal), e a posição bípede do ser humano.
Não há remissão espontânea para a doença hemorroidária; uma vez
manifestada e sem tratamento, sua evolução é progressiva.
Classificação
Localização do mamilo hemorroidário no canal anal e com a presença ou não
de seu prolapso.
Os mamilos podem ser: internos, externos ou mistos no canal anal. Apresentam
consistência amolecida e forma abaulada. Devido à ramificação arterial da retal
superior, pode haver três mamilos internos, de localização anterior direita,
posterior direita e lateral esquerda, denominados principais, e os demais,
quando existentes, são ditos secundários
Clínica
Sangramento
Prolapso: quando o mamilo hemorroidal interno se exterioriza
Exsudação perianal: irritação da mucosa, acompanhado por prurido e
dermatite
Desconforto anal
Dor: a presença de dor no canal anal concomitante à doença hemorroidária ou
é causada pelas suas complicações, como a trombose vascular (endoflebite), o
hematoma, ou pela presença concomitante de outras enfermidades dolorosas
dessa região, como a fissura anal, a infecção perianal (criptite, papilite ou
abscesso), as lesões inflamatórias ou tumorais
Diagnósticos diferenciais
procidência retal, papila anal hipertrófica, hemangiomas perianais, condiloma,
plicomas, fissura anal, processos infecciosos (criptites, papilites ou abscessos),
doenças inflamatórias, tumores benignos ou malignos do canal anal e tumores
retais prolabados benignos.
Tratamento
Depende de haver sintomas e de seu tipo e gravidade.
Tratamento clínico:
sintomas discretos e esporádicos ao paciente, com longos períodos de
acalmia. Está indicado, também, nas gestantes com doença
hemorroidária não complicada, em especial no terceiro trimestre. Em
doentes terminais, cirróticos, cardiopatas graves ou com importante
comprometimento do estado geral.
Medidas higiênico-dietéticas. Orientar os hábitos evacuatórios
do paciente, tais como o fato de evacuar sempre que sentir
desejo. Provocar amolecimento das fezes e diminuição do
tempo de trânsito intestinal, evitando o trauma local e o esforço
evacuatório. É importante a proibição do uso de laxativos, em
especial dos catárticos. Orientar a utilização de uma dieta rica
em fibras (farelos, germe de trigo etc). Indicar a ingestão
abundante de líquidos (aproximadamente 2 l/dia) e evitar
bebidas alcoólicas, pimentas e condimentos pela ação irritante
sobre a mucosa do canal anal.
Cuidados locais. Deve-se proibir a utilização de papel higiênico
para limpeza anal, substituindo-o por banhos de assento com
água morna.
Medicação tópica. É indicada para aliviar o desconforto local,
fazendo-se uso de pomadas e/ou supositórios à base de
anestésicos e anti-inflamatórios.
Drogas vasoativas. A administração oral de drogas va- soativas
na doença hemorroidária está indicada para comple- mentar o
tratamento clínico e, muitas vezes, também, nas crises de
agudização.
Técnicas de hemorroidectomia
Mamilos hemorroidários externos ou mistos. Este procedimento pode
ser realizado em ambulatório ou com o paciente hospitalizado. Em
nosso serviço, somente indicamos a hospitalização para a cirurgia na
doença hemorroidária mista de grandes proporções em que para sua
realização seja necessária a anestesia por bloqueio ou em situações
especiais do enfermo.
Durante a dissecção dos mamilos hemorroidários, é importante a
correta delimitação do plano anatômico entre eles e o esfíncter anal
interno, pois sua lesão poderá acarretar graus variáveis de incontinência
fecal.
Hemorroidectomia aberta: excisão de todo o mamilo
hemorroidário com ligadura do seu pedículo vascular,
mantendo-se a área de dissecção aberta para a sua cicatrização
por segunda intenção (3 e 4 semanas).
Hemorroidectomia fechada: fechamento das feridas operatórias
com sutura contínua, tendo como vantagens a cicatrização mais
rápida (2 semanas), com pouca secreção local e menor
incidência de defeitos cicatriciais.
Trombose hemorroidária
Alguns pacientes podem apresentar estase sanguínea, aguda e volumosa, nos
plexos hemorroidários, tanto externos quanto internos, que, com frequência,
evoluem para um processo inflamatório endoflebítico, desencadeando uma
trombose hemorroidária
Quando a trombose hemorroidária é extensa, também pode ser chamada de
pseudoestrangulamento hemorroidário. Caracteriza-se por apresentar, além do
processo inflamatório endoflebítico, intenso edema e necrose. Sem tratamento
correto, pode evoluir para ulceração e dor intensa da região afetada
Quadro clínico:
aparecimento é abrupto.
Dor local intensa, contínua e latejante
edema local e sensação de tenesmo retal.
Poderá haver secreção perianal com mau cheiro associado, ou não, ao
sangramento do mamilo trombosado. Poderá provocar dificuldade
evacuatória e retenção urinária.
Tratamento: banhos de assento mornos, bolsa quente perianal, uso de
analgésicos e inflamatórios tópicos, na forma de pomadas, e parenterais,
auxiliares da defecação, como mucilagens e fibras, e repouso físico.
Cirúrgico: hemorroidectomia.