Você está na página 1de 26

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA

ELIMINAÇÃO
INTESTINAL
PROF. CRISTINA G. ALENCAR
Videos
 https://youtu.be/3a3R2E42wZ0 - colostomias
 https://youtu.be/Hlmqfw-lUsQ - O Que é
Enteroclisma, Clister e Fleet Enema ou Lavagem
Intestinal?
APARELHO INTESTINAL
 O canal gastrointestinal é um tubo que mede
aproximadamente 7,5m de comprimento,
através do qual o alimento passa e está sujeito
a transformação para aproveitamento dos
nutrientes, depois de liquefeito(quimo).
 Compreende: Boca, esôfago, estômago,
intestino delgado e intestino grosso.
 ESÔFAGO: Tubo de fibras musculares longitudinais
que conduz o alimento da boca ao estômago através
de movimentos contráteis, percurso de
aproximadamente 45 cm, que dura em média 15
segundos.
 ESTÔMAGO: Bolsa distendível com a capacidade de
conter 1.500 ml, localizado entre o esôfago e
duodeno.Possui dois orifícios: Cárdia (entrada) e Piloro
(saída). Nesse local são armazenados e preparados
mecanicamente para digestão e absorção.Antes de
deixarem o estômago, os alimentos são transformados
em uma massa semi-líquida chamada quimo.
 INTESTINO: Tubo muscular que vai desde
o piloro ao ânus.Compreende intestino
delgado e intestino grosso:
• Intestino Delgado: Compreende o
duodeno,jejuno e íleo.Ocorre no duodeno, a
absorção da porção utilizável da digestão
através da vilosidade da membrana,
mucosa e entra nos vasos sanguíneos e
linfáticos das paredes intestinais.
• Intestino Grosso: Aproximadamente mede 1,5m
de comprimento desde o ceco até o canal anal.O
intestino grosso é o principal órgão de evacuação.

Da porção do ceco ascendente em direção em


direção ao fígado – Colón ascendente –
Atravessa o abdômen – Colón Transverso –
Desce o flanco esquerdo – Colón Descendente –
Termina numa pequena curvatura denominada
sigmóide, a qual se liga ao reto.
 Damos, o nome fezes, aos resíduos
alimentares que alcançam a porção sigmóide
do colón.O sigmóide armazena as fezes até o
momento da evacuação.
TIPOS DE FEZES
CARACTERÍSTICAS DAS FEZES

 COR: Amarela na lactente; Castanha no


adulto(urubilinogênio); Preta ou cor de alcatrão –
ingestão de ferro ou hemorragia da porção superior
do trato GI (melena); Vermelha – Hemorragia da
porção superior do trato GI (enterorragia); Clara e
gordurosa – Má absorção ou presença de gordura.
 ODOR: Penetrante, depende da alimentação;
 CONSISTÊNCIA: Mole e Formada;
 FREQUÊNCIA: Varia de paciente e o problema;
 VOLUME: 150g por dia;
 FORMA: Corresponde ao diâmetro do reto;
 ELEMENTOS: Alimentos não digeridos,
bactérias mortas, gordura, pigmento biliar,
células da mucosa intestinal, água.
PROBLEMAS COMUNS NA ELIMINAÇÃO
INTESTINAL

 Problemas com a evacuação podem ser causados


por alteração fisiológicas no interior do trato GI, a
alteração da anatomia das estruturas intestinais ou
distúrbios que dificultam a evacuação.
 O cuidado para o pacientes que têm ou estão sob
risco de apresentar problemas de eliminação por
causa de estresse emocional, mudanças
fisiológicas no trato GI, doenças inflamatórios,
terapia prescrita, distúrbios que prejudicam a
defecação, é comum na prática de enfermagem.
CONSTIPAÇÃO
 É a eliminação de fezes ressecadas e
endurecidas, requerendo esforço para
evacuar.A maior parte da água contida nas
fezes é absorvida, restando pouco líquido para
amolecer e lubrificar as fezes. A constipação é
um sintoma e não, uma doença.
 CAUSAS: Uso de morfina; câncer no intestino
grosso; hemorróidas dolorosas; fissuras anais;
hábito necrótico de adiar a evacuação; dieta
pobre em resíduos; abuso de laxantes.
DIARRÉIA
 Consiste no aumento da freqüência de
evacuações e na eliminações de fezes
líquidas, não formadas; é sinal de algum
distúrbio afetando a digestão, a absorção ou
na secreção no interior do trato digestivo.
 CAUSAS: Erros alimentares, infecciosos;
ulcerações na parede intestinal; carcinoma.
IMPACTAÇÃO DE FEZES (FECALOMA)

 Resulta de constipação prolongada não


resolvida. É uma coleção de fezes
endurecidas, encravadas no reto, e que a
pessoa não pode expelir ou seja ficam retidas
no reto.
 Um sinal óbvio de impactação é a
incapacidade de eliminar fezes por vários
dias, a despeito para vários impulsos para
defecar.
INCONTINÊNCIA
 É a incapacidade para controlar o trânsito de
fezes e gás no ânus. A incontinência causa
dano à autoimagem do paciente. As causas
patológicas mais comuns são traumatismo na
medula espinhal, e esclerose múltipla e
tumores dos tecidos esfincterianos.
 A incontinência ocorre em uma variedade de
cenários.Condições que criam freqüente
perda de grandes volumes de fezes aquosas
também predispõem à incontinência.
FLATULÊNCIA
 É o acúmulo de gás nos intestinos, suas
paredes se estiram e distendem-se. Essas é
uma causa comum de distensão abdominal, dor
e cólicas.Normalmente, o gás intestinal escapa
pela boca (arroto) ou pelo ânus (eliminação de
flatos).
HEMORROIDAS
 São veias dilatadas e ingurgitadas do
revestimento do reto e podem ser externas ou
internas; as hemorróidas externas são
claramente visíveis como protrusões da pele.
Se a veia é dura, ela usualmente é de coloração
purpúrea (trombose). Isso causa dor crescente
e freqüentemente ela necessita ser retirada.
Desvio intestinal
 Certas doenças causam condições que
interferem no trânsito de fezes pelo reto. O
tratamento para esses distúrbios resulta em
necessidade de abertura artificial temporária ou
permanente (estoma) na parede abdominal. As
aberturas cirúrgicas são criadas no íleo
(ileostomia) ou cólon (colostomia), com as
terminações dos intestinos trazidas através da
parede abdominal para criar o estoma .
 Colostomia em Alça, usualmente é executada
em situação de emergência médica, quando o
médico antecipa o fechamento da colostomia.
 Colostomia Terminal, consiste em estoma
formado na terminação proximal do intestino,
com a porção distal do trato GI removida ou
suturada (chamada de bolsa de Hartmann) e
deixada na cavidade abdominal.
 Colostomia em Barreira Dupla, ao contrário
da colostomia de alça, o intestino é
cirurgicamente danificado na colostomia de
barreira dupla e as duas terminações são
retiradas do abdômen. A colostomia de barreira
dupla consiste em dois estomas distintos.
Lavagem intestinal
 A lavagem intestinal, também chamada de limpeza intestinal, é um
procedimento que efetua a limpeza das vísceras (intestino grosso), com o
objetivo de promover a retirada de resíduos fecais, que são fontes de processos
intoxicativos do corpo. É usada uma sonda retal, tendo por finalidade: eliminar
ou evitar a distensão abdominal e flatulência, facilitar a eliminação de fezes,
remover sangue nos casos de melena e preparar o paciente para cirurgia,
exames e tratamento do trato intestinal.
 Há também o método natural de limpeza intestinal. Nele são usados plantas,
como o mastruço, o sene, ambos com alto poder desintoxicante do trato
intestinal. Óleos minerais, como o óleo de rícino, também fazem parte do
tratamento caseiro de limpeza dos intestinos, desobstruindo resíduos de fezes
acumulados, por décadas, no trato digestivo dos que se alimentam de carne. O
posicionamento do paciente a ser submetido à lavagem intestinal deve
proporcionar conforto e facilitar o acesso ao trato intestinal. Para isso, é
necessário que o paciente seja colocado em decúbito lateral esquerdo.
Material

• Irrigador com extensão clampada, contendo


solução prescrita: água morna, glicerina, solução
salina, SF + glicerina, fleet enema, minilax;
• Sonda retal (mulher: 22 ou 24; homem: 24 ou 26);
• Pincha para fechar o intermediário; gazes; vaselina
ou xilocaína; cuba-rim; papel higiénico; luva de
procedimento; suporte de soro; comadre; biombo;
impermeável; lençol móvel; solução glicerinada ou
fleet enema; saco para lixo.
Técnica
• Verifique na prescrição médica a indicação da realização do procedimento;
• Higienize as mãos, conforme a sua técnica;
• Prepare a solução prescrita para a lavagem à temperatura de 37°C;
• Adapte o equipo de soro ao frasco que contém a solução preparada para a
lavagem;
• Preencha a câmara de gotejamento e retire o ar da extensão do equipo;
• Prepare numa bandeja o material necessário para o procedimento;
• Leve o material para o quarto do paciente;
• Promova a privacidade do paciente, colocando biombo e/ou fechando a porta do
quarto;
• Explique o procedimento ao paciente;
• Pendure o frasco da solução em suporte de soro com altura não superior a 70 cm
em relação ao paciente;
• Forre a cama com material impermeável ou plástico;
• Oriente/ auxilie/coloque o paciente em decúbito dorsal;
• Calce as luvas de procedimento;
• Remova a bolsa coletora, se o paciente estiver usando sistema de duas peças, e mantenha
a placa protetora aderida. Se a bolsa for na parte superior da bolsa, para facilitar acesso ao
estoma;
• Identifique a boca da colostomia em que será realizada a lavagem (boca distal);
• Lubrifique o quinto dedo (mínimo) com lidocaína em gel a 2%;
• Realize o toque digital, introduzindo o dedo lubrificado delicadamente através do estoma,
para avaliar a perviedade do estoma;
• Lubrifique a extremidade da sonda com lidocaína em gel a 2%;
• Introduza a sonda aproximadamente 10 cm no estoma com movimentos suaves;
• Insufle o balão da sonda conforme orientação do fabricante, mantendo observação do
estoma para detectar sinais de isquemia (escurecimento do estoma);
• Tracione a sonda suavemente para avaliar a oclusão da alça pelo balão da sonda;
• Passe a sonda através da bolsa coletora (sistema de duas peças) e adapte a bolsa à placa,
ou feche a abertura da parte superior da bolsa (sistema de uma peça) com esparadrapo,
fixando a sonda na bolsa;
• Mantenha a presilha de fechamento da bolsa disponível para ser reutilizada no final do
procedimento;
• Conecte o equipo à extremidade da sonda;
• Abra a pinça do equipo de soro e infunda à solução a velocidade adequada ao
objetivo da lavagem;
• Mantenha uma comadre ou cuba-rim abaixo da abertura da bolsa para coletar o
liquido que retorna pela boca da colostomia que está recebendo a lavagem;
• Mantenha outra comadre para coletar a eliminação retal;
• Desinsufle o balão da sonda e remova-a quando terminar de infundir a solução ou
quando a eliminação retal estiver clara (preparo de cólon distal);
• Feche a abertura da bolsa coletora (sistema de duas peças) ou troque a bolsa, se
for de uma só peça;
• Auxilie o paciente na higiene perianal, se houver eliminação pela via retal;
• Deixe o paciente confortável;
• Recolha o material, mantendo a unidade organizada;
• Encaminhe o material permanente e o resíduo para o expurgo;
• Lave a bandeja com água e sabão, seque com papel-toalha e passe álcool a 70%;
• Despeje o conteúdo da comadre no vaso sanitário e lave a comadre no expurgo;
• Retire as luvas de procedimento;
• Higienize as mãos;
• Cheque e anote o procedimento realizado na folha de anotação de enfermagem do
prontuário do paciente, registrando o aspecto do retorno intestinal.
• Procedimento finalizado.
REFERÊNCIAS
 POTTER, Patricia A; Fundamentos de
Enfermagem - 8.ed.-Rio de Janeiro: Elsevier,
2013.
 TIMBY, Barbara K; Conceitos e habilidades
fundamentais no atendimento de enfermagem-
8. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2007.

Você também pode gostar