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HIGIENE ORAL EM PACIENTE

INTERNADO: ROTINA
Professora Cristina Galdino de Alencar
 Cuidado ao paciente cuja doença
sistêmica possa ser fator de risco
para agravamento e ou instalação de
doença bucal, ou cuja doença bucal
possa ser fator de risco para
agravamento e ou instalação de
doença sistêmica.
Exemplos:

 Endocardite infecciosa
 Infecção das válvulas cardíacas ou tecidos endoteliais do coração
 Partos prematuros
 Pneumonia recorrente
Pneumonia recorrente

 Em pacientes hospitalizados, é comum a pneumonia nosocomial, derivada de patógenos oriundos do


ambiente hospitalar.
 Os pacientes mais acometidos são aqueles submetidos a intubação orotraqueal e ventilação mecânica.
 Caso o paciente aspire conteúdo infectado oriundo da cavidade bucal, a pneumonia pode se agravar
 ± 300 espécies de bactérias
 Higiene bucal precária:
• Altera o pH oral desencadeando interações físico-químicas que modificam homeostase oral

• Gram Negativos
• Proteases
• Neuraminidases
• Saliva
• Imunoglubolinas
 Essas alterações fazem com que reduza fibronectina (substância protetora)
AÇÕES DE ENFERMAGEM - Avaliar região
oral

 Lábios
 Dentes
 Língua
 Mucosas
 Palato
 Fossas das amígdalas
 Gengivas
 Região sub lingual
Principais anormalidades que o enfermeiro pode identificar
na avaliação da cavidade bucal

 Sinais e sintomas peculiares


 Hipossalivação
Redução do fluxo salivar ou da produção salivar que pode acarretar sensação subjetiva de boca seca
(xerostomia).
 Trismo
Espasmos musculares tônicos, independentes da fibrose dos músculos da mastigação e da cápsula da articulação
temporomandibular (ATM)
o Ageusia, hipogeusia e diseugia
Perda (ageusia), redução (hipogeusia) ou alteração (disgeusia) da sensação do paladar
Língua Saburrosa ( saburra na língua)
Infecções fúngicas

 O agente causal mais comum das infecções fúngicas na mucosa bucal é a Candida albicans, que pode
apresentar-se clinicamente como lesão pseudomembranosa, eritematosa, crônica hiperplásica ou
mucocutânea.
Infecções virais

 A mais comum é a infecção causada pelo herpes simples tipo 1 (HSV-1), que pode ser primária ou
recorrente.
Hemorragia na cavidade bucal

 Sangramento imediato ou tardio sem causa aparente (hemorragias espontâneas)


 Gengivite
 Periodontite
 Cáries
Hiperplasia gengival medicamentosa

 Aumento do volume gengival provocado por


drogas anticonvulsivantes (fenitoína),
imunossupressoras (ciclosporina e bloqueadoras
dos canais de cálcio (diidropiridinas, benzeno-
acetilnitrilas e benzodiazepínicas).
Mucosite oral

 Toxicidade na mucosa bucal decorrente dos


efeitos citotóxicos diretos e indiretos oriundos
tanto da quimioterapia geral, quanto da
radioterapia localizada em região de cabeça e
pescoço. A mucosite oral inclui diversos estágios
de gravidade, que vão desde somente hiperemia
localizada até múltiplas ulcerações na mucosa
oral.
Graus de Mucosite

Escala 0 1 2 3 4
Toxicidade Oral Nenhuma Sensibilidade e Eritema, úlcera, Úlcera, eritema Úlcera, mucosite
(OMS) eritema pode deglutir extenso, não extensa, não é
alimentos pode deglutir possível deglutir
sólidos dieta sólida
FINALIDADE:

 • Reduzir a colonização da cavidade bucal


 • Conservar os dentes, evitando cáries e odor desagradável na boca
 • Manter a integridade das mucosas orais
 • Melhorar o paladar e estimular o apetite
 • Remover partículas de alimentos e placas
 • Massagear as gengivas.
 • Proporcionar conforto e bem-estar
 • Prevenir infecções
• EQUIPE DE EXECUÇÃO

 Enfermeiro
 Cirurgião Dentista
 Técnico de enfermagem
 Técnico de Saúde Bucal (TSB)
 Auxiliar de enfermagem
 Acadêmicos de enfermagem e do curso TSB sob a supervisão do professor e/ou responsável
ENFERMEIRO e CIRURGIÃO DENTISTA

 Diagnosticar o problema •
 Planejamento de metas e intervenção
 Realizar ação de acordo com a necessidade
 Prescrever ação
 Reavaliar paciente
 Evoluir em prontuário
ENFERMEIRO - Prescrição

 Aspirar trato oral e respiratório (de acordo com o nível de cuidado do paciente), quando necessário
 Passar fio dental nos sucos entre dentes (de acordo com o nível de cuidado do paciente), a cada higiene oral
 Escovar cavidade oral (de acordo com o nível de cuidado do paciente), a cada higiene oral
 Realizar bochecho com solução oral (quando possível), a cada higiene oral
 Passar solução de clorexidina 0,12% oral em paciente em VM por TOT ou TQT, a cada 12 horas
 Umedecer a cavidade bucal de clientes em VM (ventilação mecânica)com água, pelo menos, a cada 6 horas,
intercalando com a higiene bucal
 Hidratar lábio a cada 06 horas ou se necessário
AUXILIAR E TÉCNICO DE ENFERMEGEM
e TÉCNICO de SAÚDE BUCAL

 Desenvolver a intervenção  Relatar a ação realizada em prontuário do paciente


MATERIAL

PROFISSIONAL
 Luvas de procedimento
 Máscara cirúrgica
 Gorro
 Óculos protetor
PACIENTE INDEPENDENTE:

 Espátula envolvida com gazes ou escova de dentes - https://youtu.be/or8yYN9XRvA


 Solução antisséptica bucal (digluconato de clorexidine 0,12%) ou creme dental
 Toalha de rosto ou compressa
 Copo descartavel com água e sem água
PARA PACIENTES NÃO-INTUBADOS:

 Caso o paciente esteja recebendo alimentação por via oral, deve-se escovar os dentes com escova dental 3
vezes ao dia, após as principais refeições.
 Caso o paciente não esteja se alimentando por via oral, os procedimentos de higiene oral devem ser
realizados 2 vezes ao dia.
PACIENTE DEPENDENTE:
https://youtu.be/VNTxppBtrhk

 Seringa de 20 mL com água, se necessário


 Abaixador de língua, se necessário
 Raspador de língua, se necessário
 Cufômetro, - Medidor de Cuff Analógico Universal
se necessário https://youtu.be/srXZFTMUg14
 Sistema de aspiração montado:
cateter de aspiração de 10 a 14 french
extensões de látex ou de silicone
frascos redutor de pressão
coletor intermediário
rede de vácuo
PARA PACIENTES INTUBADOS:

 • Verificar a angulação da posição de decúbito do paciente. Embora ainda não existam estudos em relação à
posição do paciente no momento da higiene bucal, recomenda-se 30° para evitar pneumonia aspirativa.
 • Calçar luvas de procedimento.
 • Aspirar na região da orofaringe antes do procedimento.
 • Embeber escova de dente e/ou “boneca de gaze” em solução não-alcoólica de clorexidina 0,12% e realizar os
seguintes movimentos:
* Friccionar os vestíbulos e a mucosa jugal no sentido póstero-anterior.
* Friccionar o palato no sentido póstero-anterior.
* Friccionar as superfícies vestibulares, linguais e oclusais dos dentes.
* Friccionar o tubo orotraqueal.
 • Passar raspador na língua no sentido póstero-anterior.
 • Aspirar na região da orofaringe durante todo procedimento.
PARA PACIENTES QUE USAM PRÓTESES

 https://www.youtube.com/watch?v=O-TXOwXQ3AU
Protocolo do uso de clorexidina a 0,12% em
pacientes hospitalizados

 Para pacientes acamados conscientes:


 Bochechos de 12 em 12 horas;
 Para pacientes acamados inconscientes:
 limpeza com espátula envolvida com gazes duas vezes ao dia
 Não exceder 15 dias
 Efeitos colaterais: manchamento nos dentes( reversível); perda do paladar(reversível)
REFERENCIAS:

 SILVEIRA,I.R; MAIA, F.O.M.; GNATTA, J.R. e LACERDA, R.A. Oral hygiene: a relevant practice to
prevent hospital pneumonia in critically ill patients. Acta paul. enferm. [online]. 2010, vol.23, n.5 [cited
2016-08-05], pp.697-700. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002010000500018.
 São Paulo. Secretaria de Saúde. Manual de odontologia hospitalar. - São Paulo: Grupo Técnico de
Odontologia Hospitalar, 2012.
 STACCIARINI, T.S.G.; CUNHA, M.H.R. Procedimentos operacionais padrão em enfermagem. Atheneu,
2014. 442p.
 Departamento de Odontologia e de Enfermagem da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

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