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Restaurações Adesivas de Porcelana na Dentição Anterior

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Título em Inglês: Bonded Porcelain Restorations in the Anterior Dentition: A Biomimetic
Approach

Título em Português: Restaurações Adesivas de Porcelana na Dentição Anterior -


Uma Abordagem Biomimética

Tradução e
Revisão Científica: • Luiz Narciso Baratieri - Coordenador da tradução
Professor Titular e Responsável pela Disciplina de Dentística,
Departamento de Estomatologia, Centro de Ciência da Saúde,
Universidade Federal de Santo Catarina - Florionópolis/SC
• Sylvio Monteiro Jr.
Professor Titular de
Dentístico, Departamento de Estomatologia,
Centro de Ciência da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina -
Florionópolis/SC
• Saulo Fortkomp
Graduado e Mestrando em Dentístico Restauradora pelo Universidade
Federal de Santo Catarina - Florianópolis/SC

Diagramação: Adriano Volnei logo

Revisão de Texto: Mori lda lvonov

Copa: Gilberto R. Salomão

© Quintessenz Verlags-GmbH, Berlin


© Quintessence Editoro Ltdo.
l g Reimpressão, 2012

ISBN 978-85-87425-47-8

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sem a permissão
prévia do Editor.

Rua Joaquim Távora, 112 - Vila Mariana


Cep 040 15-0 l O - São Paulo-SP
quintessence Tel.: (11) 55 74-1200
editoro. ltdo.. www.quintessenceditora.com.br

. . . . es1vas orce ano
• ,.,,, •
na en I ao n er1or:
. . , .
ma 1om1me 1ca

Pascal Magne, PD., DR. MED. DENT.


Professor Adjunto
Departamentos de Prótese Fixa e Oclusão
Universidade de Genebra
Facu ldade de Odontologia
Genebra, Suíça

U rs Bel ser, PROF., DR. MED. DENT.


Professor Titular e Chefe
Departamentos de Prótese Fixa e Oclusão
Universidade de Genebra
Facu Idade de Odontologia
Genebra, Suíça

Quintessence Editora Ltda.


São Pau lo, Barcelona, Berlim, Chicago, Copanhague,
quintessence Istambul, Milão, Moscou, Nova Délhi, Praga,
editoro ltdo. Tóquio e Varsóvia
,

A' minha esposa, Geibi, e ao meu pai, Albin, que me apo iaram e me encorajaram
em todas as situações. Ao meu irmão, Michel, que compartilhou e fez brotar
essa paixão pela Odontologia e pela técnica odontológ ica. Pela memória de
minha mãe, Agnes, que partiu precocemente devido ao câncer.

- PM

Pela memória de minha mãe, Heidi. Ao meu pai, Theodor.


'
A minha esposa, Christine, pela paciência e apoio incansáveis.
Aos meus filhos, More e Michele.

- UB
1•

PREFÁCIO 19
-
APRESENTAÇAO 20
,
CAPITULO 1
-
COMPREENSAO DA ESTRUTURA DENTAL INTACTA E
/ /

DO PRINCIPIO DE BIOMIMETICA 23
• Biologia, Mecânica, Fun ção e, Estética
1
• Deformação e Flexibilidade Otimas
• Compreensão da Forma Dental Anterior
• Mecânica e Geometria Durante a Função
• Fendas no Esmo lte Fisiológico e JED
• Envelhecimento Dental Natura l e Redução da Espessura do Esmalte
• Biomimética Aplicada à Mecânica

,
CAPITULO 2

ESTÉTICA ORAL NATURAL 57

• Considerações Gera is
• Critérios Fundamentais
• Integração Estética

CAPÍTULO 3
-
OPÇOES DE TRATAMENTO ULTRACONSERVADORAS 99
• Tratamentos Químicos e Biomimética
• C lareamento de Dentes Vitalizados
• Microabrasão e Megaabrasão
• Técnica de Clareamento de Dentes Desvitalizados
• Colagem de um Fragmento Dental
• Resinas Compostas Diretas Simplificadas
,
CAPITULO 4
.., ,.., ,.,
EVOLUÇAO DAS INDICAÇOES DE RESTAURAÇOES
ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA 129

• Perspectivas Históricas
• Tipo 1: Dentes Resistentes ao Clareamento
• Tipo li: Alterações Morfológ icas Ma iores
• Tipo Ili: Restaurações Extensas em Adultos
• Indicações Combinadas
• Considerações Biológicas
• Perspectivas de Faceta mento de Dentes Posteriores

,
CAPITULO 5
/

PLANO DE TRATAM ENTO INICIAL E ABORDAGEM DIAGNOSTICA 179

• Relações Interativas Paciente-Dentista-Laboratório


• Tratamento do Paciente pela Equipe Operatória
• Tratamento do Paciente pela Equipe do Laboratório
• Plano de Tratamento e Tratamento Inicial
• Enceramento Diagnóstico
• Ensaio Diagnóstico
• Casos Peculiares
• Resumo dos Abordagens Diagnósticas
• Fotografia Clínica
• Documentação do Cor

,
CAPITULO 6
,
PREPARO DENTAL, MOLDAGEM E PROVISORIOS 239

• Considerações Gerais
• Redução Tecidual
• Configuração e Localização das Margens
• Situações Peculiares
• Adesão Dentinária Imediata
• Moldagens Definitivas
• Provisórios D iretos e sua União
CAPÍTULO 7

PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS 293

• Escolha da Técnica e Material Restaurador


• Modelos-Mestre na Técnica de Troquei Refratá rio
• Estratificação Cerâmica e Acabamento
• Efeitos Especia is
• Configuração da Peça Cerâm ica

,
CAPITULO 8
-
PROVA E PROCEDIMENTOS DE CIMENTAÇAO ADESIVOS 335

• Escolha da Resina Composta para Cimentação


• Prova e Passos Preparatórios
• Condicionamento da Superfície Cerâm ica
• Condicionamento da Superfície Dental
• Colocação da Restauração Cerâmica
• Ajustes Finais e Controle Oclusal
• Considerações Especia is

,
CAPITULO 9
-
MANUTENÇAO E REPAROS 37 1

• Performance Máxima, Manutenção Mínima


• Higiene Profissional de Rotina
• Complicações e Repa ros
• Substituição de Restaurações C lasse 3 de Resin a Composta

ÍNDICE DOS CASOS C LÍNICOS 387


,
INDICE 400

,

,
E uma enorme satisfação escrever o prefácio do novo livro do Dr. Pascal Magne e do Prof. Urs Belser,
o qual conduz a ciência da reconstrução dental estética a um novo nível, tanto no ambiente clínico
como acadêmico. O Dr. Magne passou 2 anos como professor visitante do Centro de Pesqu isas
Odontológicas de Biomateriais e Biomecânica de Minnesota (CPOMBB), na Universidade de Min-
nesota, onde muitas das idéias divulgadas neste livro foram ardentemente discutidas, refinadas e
testadas em um ambiente modelo e experimental. Neste livro, o clínico encontrará tudo aquilo que
deseja em termos de técnica e os passos clínicos clássicos, tais como indicações, preparo dental,
procedimentos laboratoriais, proced imentos de cimentaçc10 e protocolo de manutenção. Aqueles
que já ouviram o Dr. Magne em suas conferências, não serão desapontados. No verdade, eles
acharão esta obra muito mais gratificante, tanto sob o aspecto prático como intelectual.

A filosofia central deste livro é o princípio do biomimética, ou seja, a idéia de que o dente intacto, em
seus matizes e cores ideais, e, talvez, o mais importante, em sua anatomia intracoronol e localização
no arco, é o guia para a reconstrução e o determinante do sucesso. A abordagem é basicamente
conservadora e biologicamente saudável. Sendo o oposto da abordagem metalocerâmica, onde
o metal, devido ao seu alto módulo elástico, torna a dentina subjacente hipofuncional. O ob jetivo
da abordagem dos autores é restituir a função integral dos tecidos dentais preparados por meio da
criação de uma adesão com o tecido duro que permita que as tensões funciona is sejam transm itidas
através da estrutura dental, incluindo a coroa de forma g lobal, no resultado estético final.

Espero que os leitores apreciem este livro e que os princípios se jam cuidadosamente estudados
e integralmente estabelecidos no ensino e no pesquisa, assim como é 'de rigueur' no prática da
Odontologia Restauradora.

William H. Douglas, BDS, MS, PhD


Diretor do Centro de Pesquisas Odontológicas de Biomateriais e Biomecânica de Minnesota;
Presidente do Departamento de Ciência Oral, Universidade de Minnesota;
Minneápolis, Minnesota
Os mais deslumbrantes desenvolvimentos surgiram no Odontologia no década passado. lm-
plantodontia, regeneração Teciduol Guiada e Odontologia Restauradora Adesiva são áreas estra-
tégicas de crescimento, tanto na pesquisa como na prática clínica. Todavia, os grandes avanços em
tecnologia e materiais dentários geraram uma quantidade excessivo de produtos odontológicos em
nível comercial. Tanto clínicos como técnicos laboratoriais defrontam-se com escolhas difíceis, pois
o número de modalidades de tratamento continua a crescer. Além disso, as alterações na tecnologia
nem sempre simplificam a técnico ou reduzem os custos do tratamento. Prudência e sabedoria ne-
cessitam estar associados ao conhecimento e progresso, quando realmente pretendemos melhorar
o bem-estar de nossos pacientes.

Neste contexto de perplexidade, ninguém contestará a necessidade de substitutos lógicos e de menor


custo, mais aceitáveis e satisfatórios para os tratamentos atuais. A resposta poderia vir de uma nova
ciência biomaterial e interdisciplinar, denominada Biomimética. 1 Esse conceito de pesquiso médica
envolve a avaliação das estruturas e funções físicas dos "co mpostos" biológicos e o desenho de
novos e melhores substitutos. A Biomimética, na Medicina IDental, é de uma importância crescente.
O significado primário em Odontologia refere-se ao processamento do material de forma similar
ao do cavidade oral, tal como a ca lcificação de um tecido mole precursor. O significado secundário
refere-se ao mimetismo ou recuperação da biomecânica do dente original através da restauração.
Isso, sem dúvida, é o objetivo da Odontologia Restauradora.

Várias disciplinas de pesquisa na Medicina Dental têm se desenvolvido com o propósito de mimetizar
as estruturas bucais. Todavia, esse novo princípio é aplicado principalmente em nível molecular, com
o objetivo de aumentar o poder de cicatrização, reparo e regeneração dos tecidos moles e duros. 2 ,3
Quando estendido em nível macroestrutural, a Biomimética pode desencadear aplicações inova-
dores na Odontologia Restauradora. Restaurar ou mimetizar a integridade biomecânica, estrutural
e estética dos dentes constitui a forço motriz desse processo. Sendo assim, o objetivo deste livro é
propor novos critérios para a Odontologia Restauradora Estética com base na Biomimética.

A Biomimético, em Odontologia Restauradora, tem início com o entendimento da estrutura de tecido


duro e o relação de distribuição de tensões dentro do dente intacto, que é o foco de abordagem
do primeiro capítulo deste livro. Em seguida, tem-se uma visão sistemática dos parâmetros rela-
cionados à estético oral natural. Devido às forças motrizes do Odontologia Restauradora serem a
manutenção da vitalidade dental e a máximo conservação dos tecidos dentais duros, um capítulo
sucinto descreve as opções de trotamento ultraconservodores que podem preceder um tratamento
mais sofisticado. A essência deste livro centra-se na aplicação do princípio da Biomimético na formo
de restaurações adesivos de porcelana (RAP) . Descreve-se o amplo espectro de indicações das RAP,
seguido de uma orientação detalhada sobre o plano de tratamento e abordagem diagnóstica, que
são os primeiros passos na aprendizagem dessa técnica. O tratamento, dessa forma, é descrito
passo a passo, incluindo o preparo dental e a moldagem, procedimentos laboratoriais relaciona-
dos à confecção da peça cerâmica e sua inserção final através de procedimentos de cimentação
adesivos. O livro finaliza com a discussão do controle, manutenção e reparo das RAP.

Não teria sido possível a realização deste trabalho sem a colaboração de outros dentistas, técnicos
laboratoriais, especialistas e pesquisadores. Nós sempre devemos lembrar que o elemento-chave
para uma restauração previsível e bem-sucedida é a equipe de trabalho e um ingrediente essencial
para a equipe de trabalho é a humildade em considerar os outros melhores do que os nossos. Nós
devemos tentar servir uns aos outros e não esperarmos ser servidos.

Sou muito grato ao Prof. Urs Belser, por ter estudado sob sua orientação; seus apontamentos e
ensinamentos têm sido de extremo valor.

Agradecimentos especiais aos Drs. William Douglas, Ralph Delong, Maria Pintado, Anthenius Vers-
luis e Thomas Korioth, da Universidade de Minnesota, pelo auxílio, colaboração e amizade durante
meus dois anos de estudo e pesquisa nessa instituição. Eles ampliaram minha visão e conhecimento
na pesquisa científica em Biomateriais e Biomecânica .

Gostaria de estender meus agradecimentos a Michel Magne, TPD, por sua contribuição significativa
no capítulo de procedimentos laboratoriais e pela extrema habilidade na confecção das restaurações
cerâmicas de todos os casos deste livro. Também gostaria de agradecer a meus pacientes, que
indiretamente contribuíram para a realização deste livro e aos dentistas que doaram dentes extra- •

ídos para os estudos e ilustrações. Agradecimentos especiais, nesse sentido, à Ora. Rosa Serrano
de Genebra, Suíça, e ao Dr. José de Souza Negrão de São Paulo, Brasil.

Finalmente, quero honrar e glorificar nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, que tornou possível
todos os meus projetos em seu bondoso amor.

Pascal Magne

Referências
l. Sorikaya M. An in1roduction to biomimetics: A structural viewpoint. Micros Res Tech 1994; 27 :360-375 .
2. Slavkin HC. Biomimetics: Replocing body parts is no longer science fiction. J Am Dent Assoe 1996; 127: 1254- l 257.
3. Monn S. The biomimetics of ena mel: A paradigm for organized biomaterial synthesis. Cibo Founf Symp 1997; 205:261 -269.


,
CAPITULO 1

,
,

O mimetismo no campo da ciência envolve a reprodução ou cópia de


um modelo, uma referência. Se nós, dentistas, quisermos repor o que foi
perdido, teremos de entrar em consenso sobre qual a referência correta.
A estrutura de referência aceita deverá ser a mesma para todos os pro-
fissiona is, intemporal e imutável. Uma vez estabelecida essa referência,
poderemos construir desenhos de pesquisa apropriados, plane jar conceitos
válidos e criar planos de tratamento dentário lógicos. Para o dentista,
a estrutura dental intacta constitui a referência indiscutível. Vestígios da
civil ização Inca, na América do Sul, como também de múmias do Egito, 1
demonstram princípios milenares: o número original, as dimensões e a
estrutura dos dentes não sofreram alterações. Enquanto o padrão de
doenças bucais (infecções, desgaste, parafunções) foi influenciado pelo
estilo de vida humano, sempre mutável, a estrutura original do esmalte
e da dentina pa rece ser a mesma atualmer1te como há três mil anos.
Nesse contexto, antes de considerar quaisquer conceitos ad icionais em
Odonto logia Restauradora, parece recomendável estudar e entender a
admirável arquitetura dos dentes naturais.

23
l C OMPREENSÃO DA ESTRUTURA ÜENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

BIOLOGIA, MECÂNICA, FUNÇÃO E ESTÉl-lCA

A performance fisiológica dos dentes intactos é Sabemos, através de estudos3 sobre impactos,
resultado da relação íntima e equ ilibrada entre que fraturas mais profundos (envolvimento ra-
os parâmetros biológico, mecânico, funcional dicular), que seriam problem6ticos em restau-
e estético (fig. 1 - la).
rar, são encontrados quando coroas rígidos e
inflexíveis são empregadas. Isso contrasta com
As situações mais instrutivos que suportam esse o comportamento de coroas de jaqueta mais
fato são encontrados nos casos de traumatis- frágeis, que geralmente se despedaçam, dei-
mos, como ilustrado no figuro 1- l . O preço xando a estruturo dental remanescente intacto.
de um traumatismo pode ser pago, tanto no Uma fraturo coronal parcial pode ser preferível
formo de uma folho mecânico (envolvimento de se considerarmos que a energia dissipada du-
tecido duro) como no de uma falha biológico rante o fratura pode prevenir dono biológico
(envolvimento pulpar) . Em ambos os casos, adicional ou traumatismo radicular.
o influência sobre os parâmetros estéticos e
funcionais é óbvia. Felizmente, no paciente do
figuro 1- 1, uma estratégia de trotamento simples Em consideração aos parâmetros mencio-
e econômico pôde ser utilizado (colagem do nados, é de fundamental importância nos
fragmento dental no incisivo central esquerdo; questionarmos: é melhor procurar o desen-
tratamento endodôntico e clareamento no outro volvimento de materiais restauradores mais
incisivo). Todavia, uma dúvida crucial surge: fortes e rígidos ou, pelo contrário, encontrar
qual teria sido o resultado de tal traumatismo tipos de tratamento que reproduzam o com-
se, ao invés da estruturo intacta, esses incisivos portamento biomecânico do estruturo dental
centrais já tivessem sido restaurados com duas intacta? O mais rígido e forte nem sempre é
coroas totais rígidas e extremamente resistentes? o melhor.

FIGURA 1-1: PERFORMANCE FISIOLÓGICA DOS DENTES. A performance dos dentes é o resultado de um intrincado
quebro-cabeça constituído por elementos biológicos, mecânicos, funcionais e estéticos (1 - 1o) . Caso clínico ilustrativo: o
incisivo central superior esquerdo fraturou após sofrer um traumatismo que envolveu ambos os incisivos centrais superiores
(1-1 b). O fragmento dental foi recuperado (1 - 1c). A situação é potencialmente comprometedora devido à exposição pulpar
(l - 1d). Após capeamento pulpar direto sob isola mento absoluto com dique de borracha, o fragmento dental foi colado à
estruturo dental remanescente. A visão pós-operatória, após uma semana, revelo a situação favorável (1-1 e). Um mês após,
o incisivo central que não sofreu fraturo revela sinais evidentes de dano pulpar (1-1 ~. A descoloração orgânica severo foi
tota lmente removida através de técnico de clareamento interno (Técnico de e/areamento de dentes desvitalizados, ver Fig.
3-6) após o tratamento endodôntico ter sido rea lizado. (O tratamento endodôntico foi indicado apenas devido à presença
de sintomas e evidência radiográfico) . O dente foi clareado um pouco mais, a fim de antecipar a recidiva inicial de co r
(l -1 g). A visão pós-operatória de 5 anos demonstra resultados estáveis (1- l h). (As Figs. de 1- 1b a 1-1 g foram reimpressas
com autorização de Magne e Magne2 .)

24
BIOLOGIA MECÂNICA

-
FUNÇAO ESTÉTICA
1-1 a

1-l b 1-l d

1-1 e

l -1 h
1 COMPREENSÃO DA ESTRUTURA DENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE B IOMIMÉTICA

DEFORMAÇÃO E FLEXIBILIDADE ÓTIMAS


A seção anterior evoca o conceito de prote- absorver maior energia de fratura quando com-
ção resistente e natural, presente nos dentes, parados com dentes restaurados com diferentes
chamado deformação ou flexibilidade. Esta tipos de coroas. Embora a resiliência promova
última constitui uma qua lidade essencial, 4 que proteção contra o impacto, através da absor-
permite a uma estrutura absorver a energia de ção de energia, a elasticidade excessiva pode
uma força. Em outras palavras, uma estrutura produz.i r uma estrutura muito flexível para esse
deformóvel iró absorver um impacto imediato propós'i to {Fig. l -2b, à esquerda). A estrutura da
através da flexão elóstica sob uma determinada dentina, em si, seria funcionalmente inadequada
carga. Até certo ponto, quanto mais resiliente sem sua rígida cobertura de esmalte (Fig. l -2b,
uma estrutura, me lhor. Essa capacidade de ar- à direit,a).
mazenar energia sem sofrer dano permanente
é inerente aos dentes anteriores intactos e pode Nesse sentido, os dentes naturais, através
ser considerada uma referência. A dentina é o da ótima combinação de esmalte e dentina,
elemento-chave nesse sentido. As figuras 1-2a constituem a união perfeita e única entre dure-
e l -2b demonstram a forma e estrutura exatas za, resistência e resiliência. Os procedimentos
desse componente "resil iente" essencia 1. Foi restauradores e as alterações na integridade
demonstrado por Stokes e Hood 3 que durante estrutural dos dentes podem facilmente violar
um impacto, os dentes intactos são capazes de esse sutil equi líbrio.
1

1-20

FIGURA 1-2: COMPONENTE RESILIENTE DOS DENTES. Um dente extraído foi especialmente tratado com ácido paro
eliminar a cobertura de esmalte (l -2d) e expor a estruturo de dentina (visão proximat à esquerdo; visão palatal , à direito).
O volume de esmalte perdido é evidente em l -2b. A estrutura de dentina é frág il e o flexão sob carga de 5 kg pode ser
percebida a olho nu ( l -2b, porte inferior esquerdo, deslocamento do borda incisiva de cerca de 0,5 mm). A cobertura de
esmalte oferece resistência suficiente à flexão da coroa dental (l -2b, parte inferior direito, deslocamento da bordo incisiva
de cerca de O, l mm). (Os diagramas da porte inferior no fig. l -2b foram produzidos com o método de elemento fi nito.)

26
DENTINA DENTINA + ESMALTE

DENTINA
1 COMPREENSÃO DA ESTRUTURA DENTAL INTACTA E DO PRI NCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

-
COMPREENSAO DA FORMA DENTAL ANTERIOR
Deslocando-se do segmento posterior para o fundamental na eficiência de corte do dente.
anterior do arco dental, ocorre o processo de Alguma.s vezes, os lóbulos verticais provenientes
"incisivização" (fig. 1-30), no qual a mesa oclu- do cíngulo interrompem a concavidade pala-
sal é gradualmente substituída por uma bordo tal. A porção da coroa caracterizada por uma
incisiva que apresenta, obviamente, a função camada de esmalte mais fino , principa lmente
de corte. no terço cervical, também é a óreo de máxima
espessura de dentina. Inversamente, o esmalte
Anatomicamente, os incisivos apresentam um incisivo espesso é suportado por uma fino pa-
contraste perceptível entre a morfologia das rede de dentina.
faces vestibular e palatal. A face vestibular da
coroo é caracterizado por um contorno liso e Os caninos apresentam uma morfologia di-
convexo, ao passo que a face palatal do dente ferente. O cíngulo é grande e as cristas mar-
apresenta uma concavidade profunda que se ginais, fortemente desenvolvidas. Todos esses
estende oxialmente do cíngulo à borda incisiva elementos convexos são confluentes e não há
e, lateralmente, entre as duas cristas proximois nenhuma fosso palatal {Figs. l -3b o l -3d).
acentuadas (Fig. 1-3b). Com essa formo, o A peculiaridade de tal arquitetura será mais
borda incisiva apresenta-se como uma lâmina , adiante explicada em função das necessidades
o que, sem dúvida, desempenha um papel funcionais deste estratégico dente.

1-3a

-
INCISIVIZAÇAO

, -
FIGURA 1-3: ANATOMIA BASICA DA DENTIÇAO ANTERIOR. Visões comparativas demonstrando as superfícies funcionais
de dentes removidos. As faces polotois

dos caninos (l -3a, ao centro; 1-3b, à direito; 1-3c, 1-3d) demonstram curvaturas
suaves e convexos em relação às concavidades dos incisivos (l -3b, à esquerda).

28
l C OMPREENSÃO DA ESTRUTURA Ü ENTAL INTACTA E DO PRI NCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

~ -
MECAN ICA E GEOMETRIA DURANTE A FUN ÇAO
O completo entendimento das tensões e defor- sob condições simu ladas através de medidores
mações correspondentes permite a otimização de tração aderidos à estrutura dental (Fig. 1-40)
das técnicas restauradoras. Testes de falha sob e por métodos numéricos, tal como o método
carga são comuns entre a enorme varieda- de elemento finito (MEF, Figs. l -4 b a l -7). 5 · 9
de de abordagens de testes mecânicos. Mas
esses estudos "convencionais" de resistência, Tais instrumentos de pesquisa devem reproduzir
independentemente da precisão como são a configuração de carga dos dentes anteriores,
conduzidos, nem sempre são suficientes para o que tem sido evidentemente estabelecido e
garanti r a integridade estrutural sob condições pode ser caracterizado da seguinte forma:
operacionais. A falha sob condições de carga,
bem abaixo do limite de elasticidade, ocorre • Devido ao arranjo e à posição da dentição
freqüentemente em estruturas com pequenas anterior, as cargas mecânicas agem princi-
trincas ou fendas, tais como em dentes e alguns palmente no plano vestibu lolingual de cada
materiais dentários. Portanto, as abordagens dente. As áreas de contatos proximais lim itam
dos testes modernos devem incluir métodos não as cargas mesiodistais (Fig.1-4b).
destrutivos. Po r exemplo, o efeito de uma carga • O componente horizontal de ca rga de mor-
funcional pode ser quantitativamente determi- dida real induz à flexão - o principal desafio
• • •
nado pela flexão coronal, que pode ser med ida para os 1nc1s1vos.

FIGURA 1-4: MÉTODO EXPERIMENTAL NÃO DESTRUTIVO EM TESTE MECÂNICO. Espécime experimental (incisivo
central intacto) montado com medidores de comparação de trações no fossa e no cíngulo; os medidores de tração esta-
vam orientados oo longo do longo eixo do dente (1-40) . Modelos numéricos dos dentes anteriores podem ser realizados
através de cortes transversais e métodos bidimensionais com elementos fi nitos"' (l -4b). (A Fig. 1-40 foi reimpresso com a
autorização de Mogne et ol. 9 .)

* Em uma análise de elemento finito, uma estruturo maior é dividida em um grande número de elementos com formos simples {Fig. l -4b), através
do qual a deformoçõo individual (deformação e tensão) pode ser calcu lado mais facilmente do que a estruturo integral, não dividido. Por meio do
determinação do deformação de cada pequeno porte simulta neamente, o deformação do estruturo integral pode ser reconstruído. O método de
elemento finito tornou-se uma ferramenta-modelo bem aceito, e novos tendências no pesquiso visam combinar tanto o abordagem experimental
com medidor de tração como a avaliação com o MEF no mesmo pesquiso.

30
EXPERIMENTAL

l-4a

NUMÉRICO

1-4b
l COMPREENSÃO DA ESTRUTURA DENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

E importante ter consciência dos critérios de limi- Deslocando-se em direção à posição topo-a-
te de elasticidade usados no prognóstico de falha topo (Fig. 1-5b), concentrações significativas
nas análises numéricas. O critério de Von Mises de terlsão de tração são detectáveis na fossa
(VM) é comumente utilizado. Ele se comporta palatina.
de forma adequada com materiais nos qua is
os limites de elasticidade medidos em tensão e Mesmo naquela posição desafiadora (que induz
compressão uniaxiais são iguais. Contudo: momentos de flexão máxima), a metade vesti-
bular do dente e a área de cíngulo ainda não
I

Tanto o esmalte como a dentina são materiais apresentam tensões prejudiciais. E conveniente
frágeis, que apresentam maior resistência à analisar as tensões em uma direção em que os
compressão do que à tensão. componentes de tensão x e y apresentam seus
va lores máximos. A análise resultante (parte
A razão entre a resistência compressivo e a re- superior d ireita das Figs. l -5a e 1-5b) delineia
sistência à tração tem sido incorporada em um as tensões principa is na forma de áreas de com-
critério de falha mais adaptado aos materiais do pressão e tensão. O incisivo superior original
tipo frágil: o critério de Von Mises modificado é separado em duas áreas distintas quando
(VMm} 1º· As figuras l -5a e l -5b ilustram a dis- submetido à flexão máxima: a metade palatal
tribuição de tensão (utilizando o critério VMm) do dente exibe valores positivos, principalmente
no incisivo central como um todo, durante os tensões de tração, ao passo que a metade ves-
movi mentes protrusivos. tibular ap resenta tensões de compressão. Note,
novamente, a área inerte do cíngulo em relação
A guia inicial que se inicia na posição in- às tensões de tração .
tercuspídea (Fig. 1 -5a) não provoca tensões
significativas, como determinado pelo VMm.

Nessa posição, a maior parte da coroa dental


está sujeita a forças compressivas, e a flexão é

FIGURA 1-5: DISTRI BUIÇÃO DE TENSÃO SOBRE UM INCISIVO SU PERIOR NATU RAL DURANTE A FUNÇÃO. Anólise
de elemento finito não-linear de contato. O incisivo inferior está deslizando em protrusão, iniciando na posição intercus-
pídeo {l -5a) e movendo-se em direção à posição topo-o-topo (1 -5b). A deformação dental rea l é ampliado 5 vezes paro
evidenciar o modo de flexão da coroa. Em 1-Sa, a maior parte do área do corte transversal está sujeita à compressão (área
cinza na tensão principal) ou a tensões de tração desprezíveis. Em l -5b, o dente comporto-se como um contiléver, com um
lodo compressivo {metade vestibular) e outro de tração {metade palatal) sepa rados por um eixo neutro. Forças de tração
máximas são verificadas no nível da fossa. A forço externo criado pelo incisivo inferior é de aproximadamente 50 N, e a
deformação horizontal real no borda incisivo superior é de cerco de 100 µm (1-Sb, distância da linha troceiada). O dente
está fixo (deslocamento zero) no plano de corte da raiz.

32
Von Mises modificado (VMm} Tensão principal

1-So
Von Mises modificado (VMm) Tensão principal

1-5b

l C OMPREENSÃO DA ESTRUTURA ÜENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

Pode-se querer saber o que ocorre com os o se desenvolver na face vestibular (Fig. 1-6c).
incisivos inferiores (Fig. 1-60) quando subme - Esse padrão de tensão é exatamente o oposto
tidos a condições de cargo sim il ares. Poro os daquele do dente antagonista. Devido à geome-
incisivos superiores, o guio inicia l que se inicio tria vestibular favorável dos incisivos inferiores,
na posição intercuspídea não produz tensões que apresentam contornos planos ou convexos
VMm significativas. Nessa posição, o coroa (Fig. 1 -60), o níve l de tensão de tração vestibu-
está somente sujeito o forças compressivos (Fig. lar pe rmanece moderado e menos prejud icial
1-6b). Deslocando-se em direção à posição àquele encontrado no fossa antagonista (ver
topo -o-topo, as tensões de tração começam Figs. 1 -5b e l -6c) .

l -60

FIGURA 1-6: DISTRIBUIÇÃO DA TENSÃO SOBRE UM INCISIVO IN FERIOR NATURAL DURANTE A FUNÇÃO. Análise de
elemento finito não-linear de contato. A face vestibular do incisivo inferior exibe uma morfologia extremamente simples, com
a maior porte dos superfícies planas ou levemente convexas (l -60). Como no fig ura 1-5, o incisivo inferior está deslizando em
protrusão, iniciando na posição intercuspídea (l -6b) e movendo-se em direção à posição topo-a-topo (1-6c). A deformação
dental real é ampliado 5 vezes. Em 1-6b, o maior parte do área do corte transversa l está sujeito à compressão (óreo cinzo
no tensão pr;ncipol). Na fi gura l -6c, o dente comporta-se como uma contiléver, com um lado compressivo (metade lingual)
e outro de tração (metade vestibular) separados por um eixo neutro. Forças de tração máximos são verificados no terço
médio vestibular da coroo, mas são menores em relação às tensões do dente antagonista no fossa palatal. A forço externa
criada pelo contato é de aproximadamente 50 N e o deformação horizontal real no borda incisivo inferior é em torno de
60 µm (l -6c, distância da linho tracejado). O dente está fixo {deslocamento zero) no plano de corte da raiz .

34
Von Mises modificado (VMm) Tensão principal

l-6b

Von Mises modificado (VMm) Tensôo principal

1-6c
1 COMPREENSÃO DA ESTRUTURA Ü ENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE 8 10MIMÉTICA

Como delineado anteriormente, a forma, isto Um canino com seu contorno biconvexo
é, a geometria e função são determinantes acentru ado (corte vestibulolinguol) apresento
essenciais no distribuição do tensão. um desenho de convexidade quase perfeito,
, que leva a uma configuração mecânica muito
E importante lembrar que níveis de tensão favorável.
baixos são encontrados em superfícies de
curvatura com convexidade máximo, isto é,
Uma anatomia de superfície irregular, isto é,
no cíngulo e parte cervical do face vestibular.
a anatomia da face lingua l de um incisivo
Portanto, pode-se concluir que superfícies
(Fig. l -7 b), produz obviamente um padrão de
convexas com esmalte espesso geram menos
tensão diferente. A concentração de tensão na
concentrações de tensão do que áreas côn-
fosso lii ngual contrasta com as baixos tensões
cavas, que tendem o acumulá-los. 9
observadas sob áreas lisas e convexas {isto é,
a metade cervical da coroa, tanto para faces
Esta afirmação é claramente sustentado pe lo
linguais como vestibulares). Conseqüentemente,
figura 1-70, que demonstra a influência da
pode-se concluir que:
geometria e espessura do esmalte após a mo-
dificação do contorno da face lingual de um • A concavidade lingual proporciona ao in -
incisivo inferior. O contorno resultante pode cisivo central uma borda incisiva afiado e
ser admitido como o aspecto proximal de um faci lidade de corte, porém, constata-se que
incisivo (Fig. l -7b) ou como os lóbulos verticais é uma área de concentração de tensão.
I

que se estendem do cíngulo. O acréscimo de • Areas específicas ca rocterizadas por esmo lte
esmalte revela equilíbrio e distribuição de ten - espesso, como o cíngulo e as cristas margi-
sões aparentemente melhores. Nesse sentido, nais, podem compensar essa deficiência e
pode -se supor que concentrações de tensão agirem como redistribuidoras de tensão.
moderadas ocorreriam sobre as faces pa latinas
totalmente convexas, tais como as encontradas Cíngulos e cristas marginais também represen-
em caninos. Os caninos apresentam superfícies tam apoios linguais essenciais que permitem a
vestibulares muito curvilíneas, que podem supor- manutenção do dimensão vertical de oclusão
tar me lhor os forças compressivas. no segmento anterior.

FIGURA 1-7: DISTRIBUIÇÕES DE TENSÃO COM A VARIAÇÃO DA ESPESSURA E G EOMETRIA DO ESMALTE. Um corte
tra nsversal vestibulolinguo l original (1 -70 , à esquerdo) é comparado com um incisivo modificado com esmalte lingual espesso
e convexo (l -7a, direita). O dente modificado apresento os mais baixos tensões superficíoís linguais. Dois pequenos picos
de tensão ainda subsistem na face lingual e correspondem às áreas côncavas que delimitam o esmalte espesso.• O modelo
de elemento finito modificado reproduz o crista distal proeminente do dente (l -7b). Este aspecto incisivo típico contribu iu
para melhorar a distribuição do tensão ao longo da face lingual.

* Emboro o condição de cargo (carga lingual de 50 N) tenho sido escolhida para reproduzir uma situação real, deve-se enfatizar que as conclusões
são baseadas apenas nessa condição de cargo. Contudo, os conclusões sobre o efeito do formo (convexo versus côncavo) e composição (distribuição
esmalte-dentina) são universais e não dependem do direção ou magnitude do carga.

36
Von Mises modificado (VMm)

1-70

1-7b
1 C OMPRE ENSÃO DA ESTRUTURA Ü ENTAL INTACTA E 00 PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

,
FENDAS NO ESMALTE FISIOLOGICO E JED
A disposição de dois tecidos com módulos elás- A JED é uma interface pouco mineralizada
ticos completamente diferentes necessita de uma entre dois tecidos altamente mineralizados
complexa fusão para se obter sucesso funcional (esmalte e dentina). Feixes colágenos orien-
a longo prazo. A transferência de tensão em tados paralelamente e de forma grosseira
estruturas bilaminares simples com propriedades (provavelmente fibras von Korff do manto
divergentes gera lmente promove o aumento das dentirlário) formam consolidações maciças,
tensões focais na interface. 11 Se o esmalte e a que podem desviar e enfraquecer as fendas
dentina das superfícies funcionais de um dente do esmalte através de considerável deforma-
constituíssem um bilaminado de união simples, ção plástica.
então, as fendas iniciadas no esmalte atravessa-
riam facilmente a junção esmalte-dentina (JED) Fractografias de microscopia eletrônica de
e se propagariam na dentina. Na realidade, a varredura da JED de espécimes demonstraram
situação parece ser bastante diferente. Embora o deflexão da fenda para um outro plano de
sejam encontradas múltiplas fendas tipicamen- fratu ra quando forçadas através da zona de
te no esmalte de dentes envelhecidos, elas JED. 14 A estrutura da JED apresenta dois níveis
raramente afetam a integridade estrutural do de festonamento (Fig. 1 -80), que aumenta a
comp lexo esmalte-dentina. área de interface efetiva e reforça a união en-
tre esmalte e dentina. O festonamento é mais
A exp licação reside em uma das mais fascinan- proeminente onde a junção está sujeita a mais
tes características inerentes à estrutura dental tensões funcionais.
natura l, isto é, uma complexa fusão encontrada
na JED (Figs. l -8a a l -8c), que pode ser consi-
derada uma união fibrorreforçada. 12

FIGURA 1-8: ARQU ITETURA ESPACIAL E FORMAÇÃO DA JED. Representação esquemática da relação espacial das fibras
cológenas (1-8a). Feixes e fusos espessos reforça m a fusão do esma lte e dentina (centro) . Feixes cológenos mais grosseiros
formam "microfestonamentos" (parte inferior, setas pretas trace;adas) dentro dos festonamentos maiores do contorno da JED
(centro, setas broncos tracejados). Esses ramos sofrem fusão com outras fibras, antes e após entra rem na motriz de esmalte
(parte inferior). (A figu ra no parte superior foi reimpressa com a autorização de Sieber. 13 As figuras do centro e parte inferior
foram adaptadas com a autorização de Lin et al. 12)

38
Fusos de
Prismas de
ji...Esmalte ~
Esmalte

Dentina

Esmalte
1 COMPREENSÃO DA ESTRUTURA DENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

,
E interessante notar que a JED é pré-formada no dente se expandindo b idirecionalmente da JED
estógio mais in icial de desenvolvimento da coroa do que da po lpa.
dental, no momento de mineralização inicial e
mais precocemente do que a polpa identificóvel 11
Em outras palavras, a JED é o centro'' do
(Fig. 1 -Bd). Essa cronolog ia não é coincidente,
dente, não a polpa.
e uma outra seqüência não permitiria a criação
de tal complexa fusão esmalte-dentina. Prova-
velmente, é mais correto considerar a coroa do

Esmalte

JED

De ntina

l -8b

FIGURA 1-8 (CONT.). Corte denta l fino sob luz polarizada demonstrando os fusos de colágeno no lado do esmalte (l -8b;
aumen to original de 250x, cortesia de N. Allenspach, Universidade de Genebra). Microfotografia eletrôn ica de varredu ra com
emissão de campo de baixa voltagem da JED descalcificado com ácido etilenodiominotetracético neutro: fibras co lágenos
com 80-120 nm de diâmetro fundem-se com as fibras da motriz dentinária (ponta dos setas) e difundem-se dentro da matriz
de esmalte (setas abertas); note a faixa transversal de fibras cológenas a cada 600 A (setas pretos) (l -8c, aumento original
de 50.000x). Essa penetração profundo do colágeno dentro do esmalte, que é cond ição sine qua non da JED, pode não
ocorrer com o esmalte totalmente ca lcificado (99% de mineral por peso). Isso assina lo o foto de que o formação do JED
é um evento embriológico inicial, sendo calcificada posteriormente. A JED de um dente decíduo está sendo formado no
estágio tard io de campânula (estágio inicial de coroa) de formação do dente; dentina e esmalte começaram a se formar
na cristo do dobra do epitélio dental interno. Nesse estágio e no cresci men to contínuo inicia l, ocorre a interpenetração de
colágeno no órgão do esma lte contíguo. Na maturidade, isso forma a completa JED funcional, que deve ser considerada
antes como uma interfase do que como uma interface. (l -8d, cortesia do Dr. W.H. Douglas, Universidade de M innesota.}
(A figura 1 -8c foi reimpressa com a permissão de Lin et al. 12)

40

1-8c

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ESTÁGIO DE ,
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1 COM PREENSÃO DA ESTRUTURA ÜENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

Devido à fragilidade inerente do esmalte e da Assim, as fendas no esmalte podem ser


consolidação colagenosa da JED, as fendas no consideradas uma característica aceitável
esmalte devem ser considerados um processo do esmalte, e a JED desempenha um papel
norma l de envelhecimento. Além disso, existem significativo, auxiliando na transferência de
outros efeitos das fendas no esmalte, que podem estresse (em oposição à concentração de
ser previstos em modelos de elementos finitos. estresse) e resistindo à propagação de fendas
A tensão no esmalte é red istribuída ao redor da no esmalte (Fig. 1 -8f). As propriedades da
fenda através da JED, que gera uma concentra- JED devem servir de referência no desenvolvi-
ção de tensão na extremidade da fenda e deixa mento de novos agentes adesivos dentinórios,
relativamente inativa a superfície dental nesta que permitiriam a recuperação da integridade
área (Fig. l -8e}. biomecânica da coroa restaurada.

FIGURA 1-8 (CONT. ). A fotomicrografio de um espécime de estudo com um medidor de tração demonstro múltiplas fendas
na face palatino (l -8e, parte superior). Condições experimentais simi lares, incluindo um modelo de fendas simples e múl-
tiplas, fora m simuladas com o MEF. O esmalte circundando as fendas parece estar totalmente inativo em relação às forças
de tração (as áreas cinzas correspondem às tensões VMm entre O e l MPa). Tensões no término da fenda estão bem acima
dos 200 MPa (l -8e, porte inferior, dentes estão sob carga horizontal de 50 N sobre a borda incisiva, fator de deformação
de 7 vezes). Visão com micrografio eletrônica de varredura {1-8f) de fendas em esmalte palatino, acima de um medidor
de tração (G). Esta parece ser a área de tensão de tração máxima no m,o delo numérico. A espessura total do esmalte (E)
apresenta fendas, mas essas nunca se propagam na dentina (D). (A Fig. l -8e foi reimpressa com o autorização de Magne
et al. 9 . A Fig. 1-8f foi reimpressa com a autorização de Magne e Douglas. 7)

42
l-8e
Von Mises modificado equivalente (MPa)

1-8f
1 COMPREEN SÃO DA ESTRUTURA Ü ENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE 8 IOMIMÉTICA

,..,

ENVELHECIMENTO DENTAL NATURAL E REDUÇAO DA ESPESSURA


DO ESMALTE
Como mencionado anteriormente, o esmalte e A morfologia e espessura originais do estru-
o dentina exibem diferentes propriedades físicos turo de esmalte (Fig. 1-90) parecem ter sido
básicos. desenhados de formo o prever o desgoste e os
necessidades funcionais 16 : as áreas de desgoste
O esmalte pode resistir ao desgoste oclusal, máximo são especificamente aquelas que apre-
mos é frágil e fraturo facilmente. A dentina, sentam ma iores estrutu ras de esmalte, isto é, o
por outro lodo, é flexível e deformável, mos bordo incisivo no coso dos dentes anteriores.
não é resistente ao desgoste e não sofre Essa arquitetura "preventiva" ainda perm ite
envelhecimento de formo favorável quando que o desgoste fisiológico produzo exposição
exposto diretamente ao ambiente oral. dentinário no área incisivo (Figs. 1-9b o 1-9d).
Através dessa mesmo evidência, onde os forças
Devido a suas respectivas deficiências, nem mostigatórios são mais fortes, os dentes poste-
esmalte nem dentina seriam considerados in- riores apresentam uma espessura de esmalte
dependentemente como materiais restauradores maior do que os onteriores. 17
efetivos. Contudo, eles formam uma estruturo
"composto" que proporciona um dente com O padrão de desgaste dinâmico do bordo
característicos únicos: 15 a dureza do esmalte incisiva permanece como referência no de-
protege a dentina mole subjacente, enquanto senvolvimento de novos materiais que deve-
o efeito de detenção de fendas da dentina e da riam ser capazes de sofrer envelhecimento de
JED 14 compensa a fragilidade natural inerente formo similar ao esmalte e à dentina.
do esmalte. Essa inter-re la ção estrutural e físi co
entre um tecido extremamente duro e outro mais O envelhecimento natural dos dentes também
flexível proporciona ao dente singular beleza, traz impacto sobre a interação óptico entre o
como também capacidade de suportar mas- esmalte e a dentina (Figs . 1-9e e l -9f). Aqui,
tigação, cargas térmicas e desgaste durante um novamente, a área da borda incisiva é a mais
período de vida. afetado (ver Fig. 2-8).

FIGURA 1-9: AS FASES DE VIDA DOS DENTES. Os dentes anteriores, inicialmente, apresentam mamelões típicos e tex-
turas superficiais perfeitas (1-9a). Esses elementos são progressivamente eliminados pelo desgaste. O estabelecimento de
fe ndas no esmalte e a exposição da dentina (l -9b a l -9d) são acompanhados de alterações de cor óbvios. O desgoste
excessivo permite entender a interação óptico do esmalte e dentina, especialmente o papel crucial da dentina no limitação
da transmissão de luz no área incisiva (l -9e, l -9~ . Cerâmica otimizada ou técn icos de estratificação com resina composta
são necessários para reproduzir a transmissão seletiva de luz do esmalte e do dentina .

44


1 C OMPREENSÃO DA ESTRUTURA DENTAL INTACTA E DO PRI NCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

As alterações relacionadas à idade da N o processo fisiológ ico de envelhecimento, a


dentição constituem o principa l desafio da espessura do esmalte original é progressivamen-
Odontologia moderna, que se defronta com te reduzid a (Figs . 1-1 Oca 1- 1Oe) .
uma população que está ficando mais velha
e mantendo seus dentes por mais tempo. Os problemas de cor e cosméticos relacionados
ao envelhecimento dental não devem ser a única
Os sorrisos podem demonstrar sinais físicos e preocupação do dentista. 5 Como mencionado
estéticos de envelhecimento. Entre estes, o des- anteriormente, a dentina desempenha um papel
gaste excessivo da área incisiva contribui com fundamen tal, proporcio nan do fl exibilidade e
a perda da proem inência dental anterior e gu ia deformação ao dente, ao posso q ue a estru-
anterior insuficiente, crian do, assim, novas res- tura de esmalte assegura rigidez e resistência.
ponsabilidades para o dentista. Esse fenômeno O aumento da flexib ilidade coronal de dentes
degenerativo é ofuscado pelas alterações de cor desgastados pode estar associado a problemas
após a exposição da denti na, fendas no esmalte fu ncionais e mecânicos.
e infiltração extrínseca relacionada (Figs. 1 - 1 Oa
e 1- 1Ob) . O g rande inte resse no cl o reo mento Uma espessura de esmalte vestibular uniforme
de dentes vita lizados torn o u-se a força motriz da e suficiente é essencial para o equilíbrio das
Odontologia estético no sentido de rejuvenescer tensões funcionais na dentição anterior. 9
a aparência denta l a ba ixo custo. Todavia, esse
tratamento químico ultraconservador trata ape-
nas o componente cosmético de um probl ema
compl exo.

1 - 1Oo 1-1Ob

FIGURA 1- 1 O: O ESMALTE NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO . Dentes de um paciente com 70 anos de idad e, com
desgoste de esmalte re lacionado à idade, fendas e infiltração extrínseca em ambos os incisivos centrais (1- 1Oa, 1-1Ob).
O clareomento não iró tra tor dos questões biomecônicos, que necessitam do recuperação da dureza da coroa através de
abordagens resta urad o ras adequados (veja os possos do tratamento nos Figs. 5- 4 e 6-22}. Visões detalhadas de incisivos
centrais removidos (1-1 Oca 1- 1 Oe). Luz tangencia l é utilizada poro revelar o perda do formo dental , da a rq uitetura super-
fi cial e o desgaste palato-incisivo.

46
l -1 Oc

1-1 Od

1-1 Oe
l C OMPREENSÃO DA ESTRUTU RA D ENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

Resultados combinados de diferentes estudos e 1-11 c). 7•9 0 total de perda de esmalte vestibular
geraram informações significativos sobre o efeito afeto negativamente o comportamento do esmal-
do redução de vários tecidos sobre o flexibilida- te palatino remanescente. Similarmente, a perda
de de coroas anteriores.7-9 do esmalte palatino afeto significativamente o
esmalte vestibular remanescente.
Perda substancial do esmalte vestibular ou o
presença de cavidades de acesso endodôntico A recuperação do espessura e arquitetura origi-
provavelmente afeto mais o rigidez coronal nais do esmalte é necessária para o equilíbrio
do que o redução interdental do esmalte ou biomecânico da coroa dental. A escolha deres-
amp las cavidades Classe 3 (Fig. 1- 11 a). taurações adequadas é essen cial nesse sentido
(Figs. 1-11 d e 1-11 e).
Na verdade, o esmalte envelhecido, com espes-
sura reduzida, pode levar a altos concentrações
A restituição do espessura do esmalte repre-
de tensão durante a função. As fendas superficiais
sento , portanto, um esforço combinado de
encontradas normalmente em dentes envelhe -
estética e função. Os procedimentos com
cidos são responsáveis por esse problema. O
restaurações cerâmicas adesivos apresen-
efeito significativo do estrutura do esmalte sobre
tam o potencial de reverter os manifestações
o distribuição de tensão foi demonstrado utili-
estéticas no processo de envelhecimento dos
zando-se tanto estudos com medidor de tração
dentes (Figs. 1 - 1 1 b o 1- 11 e).
como modelos com elemento finito (Figs. 1-11 b

o 2,2
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lL 1, 15 1,30 1,37 1,40 2, 16
1,0
lntacto8 Esmalte Esma lte Cavidades Acesso Esmalte Esmalte
proximo l7 vestibu lar, Classe 3 8 endo- vestibular, vestibular,
1/ 39 dôntico8 2/39 3/ 39

Remoção de tecido duro dos incisivos

1- 11 a

FIGURA l -11 : IMPACTO DA PERDA E DA RESTITUIÇÃO DO ESMALTE. Representação grófica do deformação relativa
(alterações do deformação re lativa com relação ao valor padrão) poro incisivos na tu rais após a remoção dos tecidos coro -
nais (1-11 a); a remoção total do esmalte proxi mal (segunda coluna) não afeta a rigidez do coroa, mas o remoção tota l do
esmalte vestibular (última colu na} é mais adversa; 1/3, 2/3 e 3/ 3 indicam a quantidade de espessura de esmalte vestibular
removido. O preparo dental pelo remoção tota l do esmalte vestibular foi simulado com o MEF (1-11 b o 1-11 e); o curvo
dos tensões tangenciais (linho vermelha) encaminho-se poro cada dente ao longo da face palata l, de cervical a incisai; um
aumento dramático nas tensões de tração é constatado no esmalte remanescente da fosso palatina (dente sob carga palatina
de 50 N no borda incisivo, fator de deformação de 1O vezes sobre o mapeamento de te nsão mVM) (1 - 11 b, 1-11 e). O perfil
original do tensão tangencia l é totalmente recuperado após o adesão do faceto de porcelana fe ldspática (1-1 1d); o uso de
resino composta como material de focetamento permite apenas a recuperação parcial do rigidez (1-11 e). A distribuição de
tensão original do dente natura l (linho cinza) é relatada como referência .

48
Preparo
dental

Faceto Faceto de
" .
ceram1co resino composto


l C OMPREENSÃO DA ESTRUTURA DENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

BIOMIMÉTICA APLICADA À MECÂN ICA


A capacidade única de um dente natural de restaurações com res inas compostas permitem
suportar as cargos mastigatórias e térmicas a recuperação da rigidez do dente, o que não
durante um período de vida é resultado da foi possível com restaurações de amálgama.
inter-relação estrutura l e física de um tecido
extremamente duro (esmalte) e outro mais mole Todavia, deve ser lembrado que os propriedades
e flexível (dentina). O reconhecimento dessa físicas das resinas compostas são, de certa for-
inter-relação tem levado a uma preocupação ma, limitadas. Uma limitação é o módulo elás-
crescente sobre a resposta biomecânica do tico, que em resinas híbridas de microportículas
tecido duro intacto aos procedimentos restau- pode ser até 80% mais baixo (aproximadamente
radores. A situação tem sido particularmente 10-20 GPa) do que o módulo elástico do es-
instrutiva nos dentes posteriores. Um passo malte (cerca de 80 GPo). Como anteriormente
importante foi obtido quando os pesquisadores mencionado, o estruturo do esmalte prova ser
focalizaram a atenção sobre os efeitos colaterais benéfico no sentido em que as tensões são dis-
biomecânicos de restaurações de amálgama tribuídc1s dentro da coroa .
(isto é, as fraturas de cúspides e a síndrome
do dente rachado). 18•20 Em resposta, inúmeros Quando um material mais flexível substitui
estudos 21 -24 analisando a tensão e deformação a estrutura do esmalte, espera-se apenas a
biofísicas têm demonstrado que: recuperação parcial da rigidez coronal .

• Os procedimentos restauradores podem Estudos conduzidos por Reeh et al. 26 e Reeh


tornar o coroa dos dentes mais deformável. e Ross 6 demonstraram uma recuperação de
• Os dentes podem ser reforçados através do 7 6-88% da rigidez coronal após a colocação
aumento de suas resistências à deformação de restaurações e facetas de resina composta.
coronal. Por outro lado, foi demonstrado que a rigidez
da coroa pode ser 100% recuperado quando
Com base nesses princípios, reforço dental foi uma porcelana feldspática (módulo elástico de
obtido através de alguma forma de cobertura aproximadamente 70 GPa) for utilizada como
pa rcial ou total (reforço extracoronal) à custa substituta do esmalte, como no caso de restaura-
da substância dental intacta. 25 ·27 Atualmente, a ções com faceta de porce lana (ver Fig. 1- 11 d) 7 .
tecnologia adesiva tem provado sua eficiência Dentes restaurados com facetas de porcelana
em restabelecer simultaneamente a rigidez da adesivas também provaram seu comportamento
coroa e permitir o máximo de preservação do biomimético absoluto quando submetidos a
tecido duro remanescente (reforço intracoro - procedimentos 8 restauradores cumulativos e
nal). 28-30 Esses estudos demonstraram que as a testes catastróficos (Fig. 1-12).

50
FIG URA 1-12 : FA LHA CATASTRÓFICA DE IN CISIVOS INTACTO S VERSUS INCISIVOS RESTAURADO S C OM FAC ESTAS
DE PORC ELAN A UNIDAS A' DENTINA*. Incisivos naturais (l -l 2a, 1- l 2b} e facetados (l - l 2c, l - l 2d) foram submetidos
a procedimentos restauradores cumulativos (trotamento endodôntico seguido de restaurações de Classe 3), seguidos por
simulação de envelhecimento (termociclagem de SºC a 55°(, 1OOOx) e testes de impacto (carga palatina catastrófica na
borda incisiva, com entalhe na face palatina). Note o padrão de fraturo similar. Ambos os dentes se comportaram como um
cantiléver devido à d istribuição de tensão dentro do dente, as fendas não se propagaram horizontalmente, mas obliqua-
mente, respeitando a órea vestibular de tensão compressivo (ver Fig. 1-Sb}. A propagação de fendas no dente restaurado
(1- l 2c, 1-l 2d), contudo, segue uma trajetória característica que se desvio da faceta unida à dentina. Uma quantidade
significativa de dentina sofre folha coesiva (l -12d), deixando o restauração intacta e sem fendas. A restauração foi realizada
com porcelana feldsp6tica.

*O espécime facetado nas figuras l -12c e l -l 2d foi inicialmente preparado através do remoção total do esmalte do face vestibular, reduzindo em
1,5 o 2 mm o bordo incisivo e criando um envelopomento interdentol moderado (penetrando metade da superfície proximal). Um procedimento
adesivo dentinório especial foi util.izodo. 7 A extenso remoção do esmalte e exposição do dentina não representam umo abordagem trodicionol no
preparo de faceta. Este desenho experimental de risco foi escolhido no sentido de criar um desafio máximo poro o complexo dente-restauração.
1 C OMPREENSÃO DA ESTRUTURA Ü ENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

Através das figuras 1- 11 e 1- 12, pode-se facil - O substituto mais próximo da dentina é re-
mente entender o impacto do princípio biomi- presentado pelas resinas compostas híbridas
mético, o que nos leva logicamente a analisar devido ao módulo elástico similar. A maioria
quais materiais, atua lmente, podem simu lar dos compósitos, contudo, desenvolve tensões
melhor o comportamento do esmalte e da den- de contração e apresenta a lta expansão térmica
tina, respectivamente . Parte dessa abordagem {até 4x a expansão térm ica dos dentes naturais
está representada na tabela l - l . A porce lana ou porcelana). Isto aumenta os problemas signi-
, simples pode ser comparada com o
feldspática ficativos quando combinamos finas camadas de
esma lte. E importante mencionar que: porcelana e cimentos resinosos, especialmente
quando espaçadores de troquéis mais espessos
A maioria das cerâmicas dentais apresenta (> 200 mm) são usados durante a fabricação
uma resistência limite à tração maior do que das restaurações (ve ja Fig. 8-13). 42 · 44
o esmalte natural. Materiais com resistências
maiores, tais como as cerâmicas reforçadas, O parâmetro mais desafiador é a simulação
não parecem necessárias para atingir os da JED, complexidade pela qual parece estar
princípios biomiméticos. fora do a lcance. 12 , 24 Entretanto, o progresso na
adesão tem permitido melhorar a integridade
As propriedades de desgaste (abrasão) dos da interface dente-restauração (Figs. l - l 2c e
materiais feldspáticos, todavia, permanecem l - 12d, ver também Fig. 8- 11).
sendo uma preocupação, 41 especia lmente no
caso de cobertura total dos segmentos latera is Na aplicação do princípio biomimético, pa-
da dentição, como também em inlays e onlays. rece sensato concluir que novas abordagens
Nesse sentido, cerâmicas vítreas bioativas po- restauradoras não deverão procurar criar
dem trazer melhorias significativas no futuro restaurações ainda mais fortes, mas, pelo
próximo. Por outro lado: contrário, produzir restaurações que sejam
compatíveis com as propriedades mecâni-
As facetas de porcelana não podem ser sub- cas, biológicas e ópticas dos tecidos dentais
metidas a dentes antagonistas devido a pro- subjacentes.
blemas de desgaste significativos em função
da natureza conservadora do tratamento : o
lado lingual e funcional do dente mantêm-se
freqüentemente intacto.

FIGURA 1- 12 (CONT.). A simulação in vitro em 1-120 a 1- 12d parece ser clinicamente relevante, como ilustrado por este
coso de fraturo; uma fenda tem iníc io no concavidade palatina e propago-se obliquamente em direção à face vestibular
do raiz (l - l 2e, l -l 2f, cortesia do Dr. L. N. Baratieri et ai., Un iversidade Federal de Santa Catarina). A similaridade entre as
figuras 1-120 e l -l 2f é impressionante. Tal situação clínica não é fictícia, como demonstrado por Baratierl et a l. 45

52
l - l 2e

1-l 2f

'
Tabela 1- 1. Propriedades físicas dos tecidos dentais duros e biomateriais correspondentes.*
Coeficiente Resistência
Tecido Módulo de expansão limite Coeficiente Resistência
dental elástico térmica à tração Material Módulo de expansão limite à
duro (GPa) (x l 0-6/ºC) (MPa) correspondente elástico térmica tração

Esma lte 8031 1732 1033 Cerâmicas feldspáticas 60-70 34 13- 1635 25-4036
Dentina 1437 1 1 32 10537 Resinas compostas híbridas 10- 2038 20-4039 40-6040
.

* Todos os valores são aproximados.


1 COMPREENSÃO DA ESTRUTURA ÜENTAL INTACTA E DO PRINCÍPIO DE BIOMIMÉTICA

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55
,
CAPITULO 2
,

Os procedimentos restauradores estéticos só poderão ser dominados


solidamente se ambos, clínico e ceramista, estiverem perfeitamente
familiarizados com os princípios básicos da estética oral natural. Neste
capítulo, os critérios mais importantes foram selecionados na forma de
uma lista de conferência e são apresentados para a obtenção de restau-
rações estéticas bem-sucedidas. Este resumo dos princípios estéticos não
está limitado simplesmente à estética dental, mas inclui a estética gengival
e a integração estética final dentro da estrutura do sorriso, da face e, de
forma geral, do indivíduo.
2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

-
CONSIDERAÇOES GERAIS

C ritérios estéticos fundamentais dagem didótica. A dupl icação dos espécimes


com gesso-pedra pode facilitar a apreciação
Uma apresentação didática da estética oral deve da forma e textura. Os dentes, em si, podem
primeiramente incluir os critérios fundamenta is ser observados através de transluminação para
objetivos relacionados aos tecidos moles e determinar os efeitos de reflexão luminosa.
duros, que podem ser facilmente controlados Finalmente, corte e desgaste seletivos têm sido
utilizando-se uma lista de conferência estética 1 utilizados para criar acesso às estruturas internas
(Fig. 2-1 ). do dente e permitir uma me lhor compreensão da
disposição de certas colorações intensas dentro
Tanto a estética dental como a gengival atuam dos tecidos, tais como os lóbu los de desenvolvi-
em conjunto para proporcionar um sorriso mento e zonas de infiltração denti nó ria. 4
com harmonia e equilíbrio. Um defeito nos
tecidos circundantes não pode ser compen- A configuração das bordas incisivas, como tam-
sado através da qualidade da restauração e bém, a re lação desta última com a linha labia l

vice-versa . baixa e a simetria de sorriso são determinantes
na idade do sorriso e podem ainda ser incluídas
Os critérios fundamentais relacionados à estéti - entre os critérios objetivos ( 12 e 14 ).
ca gengival estão bem-estabelecidos. 1,2 •3 Tanto
a saúde gengiva l como também a morfolog ia
têm sido incluídas entre os primeiros parâmetros
Integração estética subjetiva
a serem avaliados (critérios l , 2, 4 e 5).

Os parâmetros mencionados podem ser tota l-


Até aqui, as características dos dentes foram
mente controlados, contudo, não conduzem
consideradas, sua importância re lativa entre os
ao sucesso estético restaurador final . Na rea-
parâmetros objetivos foi priorizada da seguinte
lidade, o resu ltado estético a inda depende da
forma:
integração harmoniosa dos critérios estéticos
• Forma e dimensão (critérios 7 e 8).
fundamentais com o sorriso e, finalmente, com
• Caracterização (critério 9), especialmente
a personalidade do indivíduo. 5
opalescência, translucidez e transparência.
• Textura superficial (critério l O).
Critérios adicionais devem ser considerados nes-
• Cor (critério 11 ), especialmente fluorescência
se estágio, tais como variações na forma dental,
e bri lho.
disposição e arranjo, compri mentos relativos
A observação ana lítica de dentes removidos e das coroas, como, também, pequenos ajustes
naturais, in vivo, é essencial para essa abor- no denominado espaço negativo.

58
5 4
11 To T

"""~ , .•.•. , • º"


- ... .....

2- 1

Critérios fundamentais objetivos


1 . Saúde gengival 8. Características básicas da forma dental
2. Fechamento interdental 9. c:aracterização dental
3. Eixo dental 1O. Textura da superfície
4. Limite do contorno gengival 11 . Cor
5. Equilíbrio do triângulo gengival 12. Configuração da borda incisiva
6. Nível do contato interdental 13. Linha de sorriso baixa
7. Dimensões dentais relativas 14. Simetria do sorriso

Critérios subjetivos {integração estética)


Variações na forma dental
Arranjo e posicionamento dentais
Comprimento relativo dcl coroa
Espaço negativo

FIGURA 2-1: Lista de conferência estética. (Modificado com o permissão de Belser 1.)
2 ESTÉTICA ÜRAL NATURAL

CRITÉ RIOS FU NDAMENTAIS

C ritério 1 : Saúde g engival o preparo e a moldagem do dente (ver Figs.


6-4 e 6-23), respeitando a chamada distância
Os tecidos moles saudáveis devem apresentar
biológica; 8,9 as margens do preparo devem ser
os seguintes elementos (Fig. 2-20) :6
precisas e as restaurações provisórias correta-
mente adaptadas. Finalmente, o contorno axial
• Gengiva livre estendendo -se da margem
das restaurações como também a natureza do
gengival livre (coronal) até o sulco gengival
material restaurador escolhido irão influenciar
(apical), com uma superfície rosa e fosca .
a saúde gengival. 10· 16
• Gengiva inserida estendendo-se do sulco
gengival livre (coronal) até a junção mu-
cogengival, cor-de-rosa e textura firme (que- Critério 2: Fechamento interdenta l
ratinizada e inserida no osso alveolar subja-
cente), com aparência de casca de laranja Na gengiva juvenil saudável, os espaços inter-
presente em 30-40% dos adultos. dentais são fechados através do festonamento
• Mucosa alveolar apical à junção mucogen- dos tecidos que formam papilas (Fig. 2-2b). A
gival, com aspecto vermelho-escuro e frouxa negligência temporária de higienização bucal
{móvel). e a doença periodontal podem alterar essa
arquitetura gengiva 1 (por ex., perda das papi-,
Durante o envelhecimento, a saúde gengival las i nterdenta is, ver Figs. 4-5, 5-4 e 6-22). E
pode ser mantida através de higiene oral ótima 7 possível compensar a perda de inserção e vãos
e tratamento periodontal, caso necessário. Para abertos apenas por meio de procedimentos
manter a saúde gengival, procedimentos clíni- restauradores (ver Fig. 4-5).
cos atraumáticos devem ser utilizados durante

FIGURA 2-2: ESTÉTICA GENGIVAL E RELAÇÃO DENTE-GENGIVA. Componentes básicos da gengiva saudável: gengiva livre
(FG), sulco gengival (linha pontilha bro nca), gengiva inserido (AG), junção mucogengivo l {linha ponti lhada preto) e mucoso
alveolar (AM) (2-20). Devido à presença de papilas interdentais, a margem gengival livre segue um contorno festonado,
que fecha o espaço interdentol (2-2b, setas).

60
,
1. SAUDE GENGIVAL

AG

FG

2-2a
2. F E C H A M E N TO I N T E R D E N TA L

2-2b
2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

Critério 3: Eixo dental Critério 4: Limite do contorno gengival

O principal eixo do dente inclina -se distal mente O limit,e gengival (ponto mais a picai do contor-
na direção incisoapical. Essa inclinação apa- no gengival) em geral se posiciona distalmente
rentemente aumenta dos incisivos centrais em em relação ao centro do dente (Fig . 2-2d), o que
direção aos caninos (Fig . 2-2c). Esse critério é resulta em um colo dental triangular excêntrico.
mencionado neste estág io devido a posição/ De acordo com Rufenac ht, 2 essa regra nem
morfologia e o contorno gengival serem interde- sempre se aplica aos incisivos laterais superio-
pendentes, como demonstrado no critério 4. res ou ,aos incisivos inferiores, o limite gengiva l
pode também estar centrado ao longo do eixo
Variações no eixo dental e na linha média dental.
são freqüentes e nem sempre comprometem
o resultado estético final (ver Fig. 2- l 4c). Os preparos denta is para coroas totais ou fa-
cetas devem respeitar esta forma básica da gen -
giva (ver Fig. 6-7). O posicionamento adequado
do fio retrator é instrutivo nesse aspecto.

FIGURA 2-2 (CONT.). Cada critério é demonstrado no dentição de referência (2-2c, à esquerda) e na dentição desgostada
(2 -2c, à direita). O eixo do incisivo central (linhas broncas pontilhadas) é compa rado com o eixo do incisivo latera l e canino
(linhos pretas); o inclinação disto-apical tende a aumentar dos incisivos centrais paro os caninos (2-2c). O limite da margem
gengival está situado no distal em re lação ao eixo dental (2-2d).

62
3. E I X O D E N 1- A L

2-2c
4. L I M I T E D O C O N TO R N O G E N G IV A L

2-2d
2 ESTÉTICA ÜRAL N ATURAL

Critério 5: Equilíbrio do triângulo Critério 6: N ível de contato interdental


gengival
A posição do contato interdentol está re lacio-
O contorno gengival dos incisivos latera is deve nada o posição e morfologia do dente. Ao
estar situado mais coronal em relação àquele posso que este é mais coronal entre os incisivos
dos incisivos centrais e caninos (Fig. 2 -2e). centrais, ele tende o avançar poro opico l dos
Essa situação ideal representa a altura gengival incisivos no sentido do dentição posterior (Fig.
Classe 1 .2 2-2g).

Variações moderadas relacionados o esse


critério são freqüentes. No altura gengiva l Critério 7: Dimensões dentais relativas
Classe 2, o contorno gengival dos incisivos
laterais situa-se apical aos incisivos centrais Devido às variações individuais e ao desgoste
e caninos; para um resultado harmonioso, dental proximal/incis ivo, é difícil proporcionar
os incisivos laterais com gengiva mais apical "números mágicos" para definir o dimensão
devem apresentar uma borda incisivo mais denta l adequada. Como resultado, teoremas
estreita {Fig. 2-2n . Concomitantemente, tais matemáticos, tal como a "proporção áurea" 18 , 19
incisivos laterais devem levemente sobrepor e a "percentagem áureo" têm sido propos-
os incisivos centrais, proporcionando uma tos na determinação dos chamados espaços
variação natural à composição dental (de mesiodistois (Fig. 2 -3b). Essas regras têm sido
acordo com Rufenacht2 ). aplicadas ao tamanho "evidente", visto fron-
talmente.
N o caso de deformidade severa, cirurgia plás-
tica periodonto l deve ser utilizado, a fim de oti-
mizar os contornos gengivais para o tratamento
restaurador. 17

FIGURA 2-2 (CONT.). O nível médio horizontal do gengiva é mais ba ixo para os incisivos laterais em comparação com os
incisivos centrais, definindo uma a ltura gengival Classe 1 (2-2e). Variações no critério são comuns, como ilustrado neste caso
de prótese (2-2n, visto antes e depois do substituição de coroas cerâmicas totais preexistentes no arco superior. O contorno
gengival ao redor do incisivo lateral direito é norma l (Classe 1), mos o contorno gengival a lto ao redor do incisivo lateral
esquerdo (altura gengival Classe 2) teve de ser equilibrado através de uma borda incisiva relativamente curta em comparação
com o coroo preexistente. Contatos interdentais avançam poro cervical, dos incisivos centrais aos can inos (2-2g).

64
, ,
5. E Q U I L I B R I O D O S N IV E I S G E N G I V A I S

•• i

2-2e

2-2f

6. N Í V E L D O C O N TATO I N T E R D E N TA L

••• ••••
••••• •••
••••

2-2g
2 ESTÉTICA Ü RAL NATURAL

A percepção de simetria, dominância e pro - Embora seja raro observar números áureos nos
porção, todavia, está fortemente relacionada à dentes anteriores (Fig. 2-30), os incisivos laterais
a ltura do dente, proporção largura/comprimen- e caninos apresentam ângulos interincisivos
to da coroa, transição dos ângulos lineares e abertos que geram natura lmente a percepção
outros "efeitos especiais" da formo denta 1 (ver de redução. Esses dentes parecem mais estreitos
Critério 8). Como resultado, a rígido aplicação do que realmente são, portanto, proporcionam
da proporção áureo tem provado ser tão forte a ilusão de proporção áurea, dominada pelos
na Odontologia, como afirmado por Lombardi, incisivos centrais.
que foi o primeiro a mencionar números áureos
para os dentes anteriores. 18 A natureza fictícia
da regra áurea foi confirmada nas medidas de Como afirmou Lombardi, 18 "Da mesma for-
Preston. 21 A rígida concordância com essa regra ma qtJe a unidade é o requisito fundamental
original resultaria em redução excessiva do arco de urna boa composição, a dominância é
maxi lar e "compressão" dos segmentos laterais, o requisito fundamental poro proporcionar
como ilustrado na figura 2 -3b. unidade''. A boca é a característica domi-
nante da face devido ao seu tamanho. Pelo
Novamente, deve ser apontado que a percep- mesmo princípio, o incisivo central é o dente
;

ção da largura de um dente é altamente influen- domir,ante do sorriso. E claro que a domi -
ciada pela forma e, em especial, pelos ângulos nância deve ser medida de acordo com a
interincisivos. personalidade.

FIGURA 2-3: PROPORÇÕES E DIMENSÕES DOS DENTES ANTERIORES. Medidos têm sido realizados de acordo com o
comprimento evidente dos dentes, vistos fronta lmente. A visão original, intocóvel de incisivo centra l o canino não está de
acordo com o proporção óureo (2-30). A mesmo imagem foi modificado digitalmente poro gerar números óureos (2-3b) .
A proporção do incisivo lateral é agora de 1 : 1,618 com o incisivo centrei! (que é rea l para apenas l 7% dos indivíduos, de
acordo com Preston21 ) e 1:0,618 com o canino (esta proporção não foi encontrado em nenhum indivíduo, de acordo com
Preston21) . O tama nho do incisivo central foi mantido como em 2-30. A proporção áurea não é real, pois esta proporciona
um arco maxilar anormalmente estreito (endognático ou micrognático).

66
2 ESTÉTICA ÜRAL N ATURAL

As medidas médios realizadas em indivíduos mulhe1·es. A proporção largura/ altura do coroo


broncos normais oferecem auxílio significativo provou ser a referência mais estável, pois de-
no defini ção das dimensões dentais relotivas. 22 monstrou variações mínimos entre o gênero ou
Os achados de Sterrett et a 1. 22 podem ser uti- os dentes (Fig. 2-3c). Essa proporção é essen-
lizados poro determinar uma aproximação de cial na percepção dos dimensões dos dentes,
trabalho do comprimento e largura dentais finais como ilustrado na figura 2-3d. Um outro fator
(Fig. 2-3c). Parece que as dimensões gerais do que pode afetar significativamente a percep-
dente não estão correlacionadas com a estatura ção deis dimensões e posição no plano frontal
do indivíduo (altura). O mesmo estudo 22 revelou é o brilho do objeto (Fig. 2-3e; ver também o
largura e comprimento dentais anteriores supe- Critério 11).
riores maiores para os homens em relação às

7.
-
DIMENSOES D E NTAIS RE LAT I VAS

..: ... .... ······~


·······--·....... ,1 . ..
# • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• ' . . . . . .

77% ;.. 76% l... i.. 85% t..


....
.: •
.. ... ..
...'• ..•
< .•
..•

•.
..• ~
.
.. ...
! . .. .
81 % l 79%
:• .•.•.••.......•.•..••.•....••.:•
1 1
. 86%
~.,., , , , , , . . ,,,,,,u,,u.....-...,,.-,,!
1
.

2-3c
Proporções largura/altura

FIGURA 2-3 (CONT.). As proporções altura/ largura corona is são idênticas paro incisivos e caninos dentro do mesmo
gênero. 22 Uma comparação das proporções entre homens e mulheres n,ã o encontrou nenhuma diferença, exceto para os
caninos (2-3c), que tendem o ter comprimento maior nos homens (ver também 2-3ij . Os dentes com largura igual, mos
com proporções diferentes, parecem ter larguras distintos (2-3d). Em dois dentes com mesmo tamanho, o dente mais claro
iró parecer maior e mais próximo do que o dente mais escuro (2-3e).

68
2-3d

2-3c
2 ESTÉTICA ÜRAL N ATURAL

Resu !todos adiciona is de Sterret e a 1. 22 (Fig. • Os incisivos centrais e caninos apresentam al-
2-3f), juntamente com outras conclusões, 2,23 turas coronais similares (variação de apenas
conduziram às seguintes d iretrizes para os den- aproximadamente 0,5 mm), uma variação de
tes anteriores superiores: l a 1,5 mm mais longa do que os incisivos
laterais.
• A proporção largura/comprimento da coroa
dos incisivos e caninos são idênticas (varia- Em pacientes com próteses com dentes supe-
ção de 77 a 86%). 22 riores alterados, os incisivos inferiores permane-
• Os incisivos centrais são mais largos do que cem geralmente intactos e podem ser importan-
os can inos em cerca de l a 1,5 mm. tes auxiliares na redefinição da dimensão dos
• Os caninos são mais largos dos que os inci- incisivos centrais superiores, como ilustrado na
sivos laterais em cerca de l a 1,5 mm. figura 2 -3g.

FIGURA 2-3 (CONT.). Média da altura e largura da coroa clínica medida por Sterrett et al. 22 (2-3f, linhas 1 e 2), e larg ura
coronal proposta por Reynolds23 para o seleção do pilar para prótese fixa (2-3f, linha 3). Medidas reais da altura e largura
coronais anatômicas (2-3f, fi la 4) dos dentes extraídos fotografados nesta figura (todos do mesmo paciente) . Os dentes in-
feriores podem auxiliar na definição do largura incisiva superior aproximado. A largura do incisivo central superior é obtida
através da adição do diâmetro mesiodistal do incisivo central inferior mais a metade do incisivo lateral inferior.

70
Média da altura coronal Média da largura coronal

11,3 1 0,0 11,0 Real 9,0 6,7 7,6

*DPF = dimensão da prótese fixa


2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

C ritério 8: Ca racterística s básica s da A forma realística do incisivo também está


forma denta l relacionada à anatomia das cristas interpro-
xi mais, também chamadas ângulos de
Incisivos centrais. Os incisivos centrais e late - transição lineares, que representam áreas
rais são a natômica e funcionalmente similares, estratégicas de reflexão luminosa (Figs. 2-4b
sendo util izados para cisalhamento e corte. Os e 2-4<:). Essas cristas verticais e oblíquas não
incisivos são caracterizados da seguinte forma 24 influe11ciam no contorno coronal; contudo, o
{Fig . 2-4) : comprimento e a largura dentais aparentes
podern ser facilmente modificados pelo com-
• O cortorno mesial da coroa pode ser reto ou primento, posição e direção dos ângulos de
levemente convexo nos incisivos superiores, transição lineares (ver Fig. 7 - 1O).
com um ângu lo mesioincisivo arredo ndado
nos incisivos laterais. A erosão e o desgaste tendem a acelerar o
• O contorno distal da coroa é mais convexo envelhecimento, suavizando essa arquitetura
em comparação com o contorno mesial. ca racterística da face vestibular e resultando,
Sua curvatura e inclinação podem variar possivelmente, em perda significativa do volume
significativamente, conforme a forma típica coronal, estética deficiente e alterações mecâ-
do dente (ver Fig. 2-5). O ângulo d istoincisivo nicas (ver Fig . 5-7) .
é arredondado.
• O contorno incisivo da coroa pode se r irre-
gular ou arredondado, mas geralmente se
torna mais regular e reto devido ao desgaste
funcional.

8. F O R M A D E N T A L

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FIGURA 2-4: CONTORNO DO INCISIVO CENTRAL E ANGULOS LINEARES DE TRANSIÇAO. Faces vestibulares típicas
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dos in.cisivos centrais (2-40): contorno mesial reto (setas pretas retas), borda incisiva levemente curva (setas broncas retos),
contorno distal curvo (setas pretas cuNas). Os ângulos distoincisivos são mais abertos que os mesioincisivos (linhas broncas
planos). Vista tangencial das faces vestibulares dos incisivos centrais (2-4b): o ângulo de transição linear mesial (setas únicos)
é mais proeminente em comparação com o crista distal mais suave (setas triplas). A fotografia intrabucal com um flash com
dois pontos luminosos (ver equipamento na Fig. 5-14e) realça a crista mesia l {2 -4c, setas únicos e área pontilhada) .


2 ESTÉTICA ÜRAL N ATURAL

Devido às inúmeras variações individuais (Fig. • Triangular {Fig. 2-5c): Contorno reto com
2-5), a forma do incisivo a ser restaurado pode ângulos de transição lineares e lóbu los acen-
ser derivada dos dentes adjacentes ou antago- tuados apresentando convergência cervical
nistas, como também de modelos de estudo an- {inclina ção distinta do contorno distal).
teriores. Acima de tudo, devido à subjetivida de
da forma dental, a meta fi nal deve ser testada Para coroas totais, facetas pré-fabricadas de
na forma de um enceramento diagnóstico e cera, com base na forma típica dos dentes na-
modelo intrabucal correspondente 25•26 para turais (por ex., FormUp, Schuler Dental) podem
que seja aprovada pelo paciente (ver Figs. 5-7 ser utilizados para facilitar e melhorar a técnica
a 5- 12). de enceramento anterior. Esse método (''face-
tamento por enceramento") permite a produção
Existem três tipos principais de formas dentais de um enceramento total sofisticado em tempo
(Fig. 2-5) 27 : recorde {cerca de 25 minutos para 6 dentes
• Quadrado (Fig. 2-5a): Contorno reto com anteriores) .25 Para facetas de porcelana, a for-
lóbulos e ângulos de transição lineares acen- ma do dente original pode freqüentemente ser
tuados e parale los. derivada da estrutura dental preexistente; assim,
• Ovóide (Fig. 2 -Sb): Contorno arredondado o enceramento diagnóstico é em geral limitado
com ângulos de transição lineares suaves à adição de cera sobre o modelo preliminar (ver
(sem lóbulos), apresentando convergência Figs. 5-7e o 5-7k).
incisiva e cervical (forma de "barril").

FIGURA 2-5: VARIAÇÕES EXTREMAS DO CONTORNO DO INCISIVO - FORMAS DENTAIS TÍPICAS. No tipo de dente
quadrado, os contornos mesial e distal são retos e paralelos, e definem uma grande área cervical; a borda incisiva é reta
ou levemente curva (2 -Sa). No tipo ovóide, ambos os contornos, mesial e distal, são curvos e definem uma área cervical
estreita; a borda incisiva é estreita e ocasionalmente arredondada (2-5b). I\Jo tipo triangular, o contorno distal não é paralelo
ao contorno mesial, mas claramente inclinado, definindo uma área cervical estreito; o bordo incisivo é ampla e levemente
curvo (2 -Sc) .

74
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2 ESTÉTICA ÜRAL N ATURAL

Incisivos laterais. Como já mencionado, os Esta anatomia especial (forma de cunha) pa-
incisivos laterais apresentam uma íntima seme - rece equilibrar as forças funcionais e conferir
lhança com os incisivos centrais (no contorno a este dente a capacidade única de resistir às
básico e nos ângu los de transição lineares), os - • •
cargas nao-ax1a1s.
quais eles suplementam em função. Eles diferem
principa lmente pelo tamanho reduzido (ver Fig. • O contorno mesia I da coroa pode ser leve-
2-3f) e ângulo mesioincisivo mais arredondado mente convexo e assemelhar-se àquele do
(Fig. 2-6). Os incisivos laterais, contudo, podem incisivo lateral. O ângu lo de transição linear
apresentar a maior variação na forma, e é co - mesial é bem-desenvolvido na forma de um
mum indivíduos apresentarem incisivos latera is pequeno lóbulo mesia 1.
conóides (ver Fig. 4-4a) ou outras anomalias, • O contorno distal da co roa é plano ou côn-
tais como tubérculos pontiagudos e um sulco de cavo e assemelha-se àque le do pré-molar.
desenvolvimento profundo estendendo-se para • O contorno incisivo da coroa é acentuado
lingua l no sentido da raiz. 24 pela ponta da cúspide, que segue a orienta -
ção do centro da raiz (dente sem desgaste).
Caninos. Os caninos superio res são caracteri- No canino com desgaste, a vertente d ista l
zados por uma série de curvas dos arcos 24 (Fig. dessa ponta é convexa e bem-curva, e difere
2-6). Os caninos são "naturalmente reforça- da vertente mesial, côncava e menor.
dos", sendo mais espessos vestibu lolingualmen-
te devido ao maior desenvolvimento do cíngulo
em comparação com os incisivos (ver Figs. 1-3
e 1-70).

FIGURA 2-6: CONTORNOS E ÂNGULOS DE TRANSIÇÃO DO INCISIVO LATERAL E CANINO. Visões tangenciais das su-
perfícies vestibulares do canino (à esquerdo) e incisivo lateral (ô direita) (2-60). Similar aos incisivos centrais, a cristo mesi~I
(setas únicas) estó presente e proeminente em ambos os dentes; a fa ce distal (setas triplas) é muito mais suave. A fotografia
intrabucal com um flash com dois pontos luminosos (ver o equipamento na Fig. 5- l 4e) rea lço o contorno das cristas mesiais
de desenvolvimento (2-6b, setas únicos e áreas pontilhadas).

76
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2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

Critério 9: Caracterização do dente certo variação dos comprimentos de luz naturais


{tona lidades vermelho-alaranjados) e refletir os
A caracterização do dente envolve tanto um demais (tonalidades azul-arroxeadas).
fenômeno de reflexão/transmissão luminosa
(opalescênc ia, translucidez, transparência) A opal,escência do esmalte é facilmente com-
como também, coloração intensa (manchas, preendida quando comparada à atmosfera da
fissuras, lóbu los de dentina, zonas de infiltração Terra (Fig. 2-70). Devido à presença de peque-
dentinório) e efeitos específicos de forma (atri- nas partículas similares a gotas de água, que
ção, abrasão). Essas características determinam interagem com a luz solar, o céu pode pa recer
o envelhecimento percebido e o característico tanto Clzul (ao meio dia) como vermelho (no
de um dente. nascer ou pôr-do-sol). Um efeito simi lar ocorre
na borda incisiva devido à dispersão luminosa
A opa lescência é uma propriedade óptica do dos cristais microscópicos de hidroxiapatita (Fig.
esmalte e refere-se à capacidade de transmitir 2-7b).

Percepção amarelada

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Céu azul

Comprimento de
Terra onda curto (ele-
mentos azuis)

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78
OPALESCÊNCIA

2-7b

TRANSPARÊNC IA

2-?c

FIGURA 2-7: OPALESCÊNCIA E TRANSPARÊNCIA (DE ACORDO COM YAMAJ\lt0T0 28). O céu parece vermelho-alaranjado
pelo manhã ou no final do tarde, e azul durante o dio (2-70). O mecanismo físico que estó por trás desse fenômeno pode
ser explicado pelos pequenos partículas suspensos na atmosfera (gotículas de água), que permitem a difração da luz solar,
especialmente as ondas de curto comprimento (azul-arroxeado) (direito). A maioria dessas ondas de curto compr imento
não são capazes de penetrar na espesso camada da atmosfera gerada pela incidência oblíquo do luz solar, constatado
;
no nascer e pôr-do-sol. Apenas os comprimentos de onda mais longos (vermelho -oloronjodo) são capazes de "viajar"
tongenciolmente até a Terra (à esquerda). O esmalte, especialmente na bordo incisiva e na JED, age similarmente como a
"atmosfera do dente" (2-7b). Ele normalmente apresenta um efeito ozulddo de transparência sob luz direto (2-7c, setas) ou
um tom alaranjado de opalescência sob luz indireto (2-7b, setas).
2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

A translucidez é a aparência entre a opa- ficativa opalescência . Porcelanas específicas


cidade completa (similar ao marfim) e a têm sido projetadas para simular esses efeitos
transparência completa (similar ao vidro). 29 de "esmalte" (ver Cap . 7) . No fim do espectro,
Os dentes, especialmente as bordas incisivas, efeitos mais opacos de "dentina" são encon-
demonstram características intensas integran- trados na borda incisiva, como revelado pela
do a grande variedade de efeitos definida pela abrasão/ atrição. A estrutura interna da dentina
trans lucidez e transparência. e sua arquitetura complexa tornam-se visíveis na
forma dos raios, mamelões, infiltrações denti-
No fim do espectro, como ilustrado nas figuras nárias etc. (Fig. 2 -8). A fluorescência dentiná ria
2 - 7b e 2-lc, áreas de transparência azuladas (ver Critério 11) é essencial para esses tipos de
estão presentes, demonstrando também sign i- efeitos .

E F EITO S D A DE N TIN A

2-8b

80
-
MALELOES DE D E NTINA

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2-Sc 2-8d
-
INFILTRAÇAO DA DENTINA

2-8e

FIGURA 2-8: EFEITOS DA DENTINA. Os elementos estruturais mais corr1plexos da borda incisiva podem ser compreendidos
melhor através do desgaste do esmalte palatino de dentes extraídos (2-f~a, 2-8c, 2-8e). A atrição palatino vertical da borda
incisiva enfatizo os raios subjacentes de dentina (2-80, 2-8b). A arquitetura dentinária geralmente apresento três momelões
de dentina bem-organizados (2-8c, ponta dos setas). Essas estruturas são vistas freqüentemente na presença de esmalte
transparente (2-8d). Efeitos da infiltração dentinária também podem ser notados; sua direção é definido com precisão
através do convergência dos raios de dentina, nas direções mediana e apical; o manchomento externo da dentina resulta
tipicamente do fraturo da bordo de esmalte (2-8e, ponta do seta) ou do desgaste progressivo.

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2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

Critério 1O: Textura superficial • O componente vertical é definido através


da segmentação superficial do dente em
A textura superficia l está intimamente relaciona- diferentes lóbu los de desenvolvimento {Figs.
da à cor através do brilho, um pa râmetro que o 2 -9c e 2-9e).
influencia diretamente. A topografia superficial
acentuado de dentes jovens faz com que eles Em Dentístico (tonto no acabamento de resi-
reflitam mais luz e pareçam mais claros (Fig. nas compostas ou cerâmicos) , o reprodução
2-90). A textura diminui com a idade, resulta n- de tais detalhes necessita de uma seqüência
do em menor reflexão luminosa e dentes mais determinada: as ca racterísticos verticais devem
escuros. se r rea lizadas primeiramente, sendo a linhos de
crescimento horizontais reproduzidas apenas
Os elementos determinantes do textura es- no final do polimento superficial. A fricção de
tão essencialmente orientados horizontal e pape l de articulação contra a superfície do dente
verticalmente sobre o superfície dental ves- auxilio a visualização desses efeitos {Figs. 2-9d e
tibular. 2-9e) . A textura superficia l e morfolog ia podem
tambérn ser utilizadas poro gerar efeitos ilusó-
• O componente horizonta l é resultado direto rios de tamanho {comparar Figs. 2-9b e 2-9c).
das linhas de crescimento (linhas de Retzius), Componentes horizontais acentuados farão o
que partem como listras para lelas delicadas dente parecer maior ou menor; componentes
sobre a superfície do esmalte, também de- verticais acentuados farão o dente parecer ma is
nominadas periquimácias (Figs. 2-90, 2-9b longo ou estreito.
e 2 -9d).

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1O. T E X T U RA D A S U P E R F I C I E

82
HOR I ZONT A L VERTICAL

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FIGURA 2 -9: COMPONENTES BASICOS DA TEXTURA DA SUPERFICIE. O componente horizontal da textura da superfície é
claramente ilustrado em incisivos no momento da erupção (2-9a). Uma inclinação diferente do fonte luminosa revelo uma
arquitetura bem-definida no mesmo dente envelhecido (2-9c). Note que o dente em 2-9b perece maior do que o dente em
2-9c (uma ilusao gerada pelo efeito de segmentação). Atrição seletiva com papel de articulação auxilio a revelar a textura
horirontol (2-9d, atrição leve) e os lóbulos verticais (2-9e, atrição mais agressivo).
2 ESTÉTICA ÜRAL NATURAL

Critério 11 : Cor Valor. Como já mencionado, o brilho é o com-


ponen1te mais importante do cor 18•31 e deve ter
A cor é freqüentemente considerado o principal prioridade durante a seleção de cores (ver Figs.
elemento no sucesso estético de uma restaura- 5- 15 o 5-17). Além disso, ele está intimamente
ção. Contudo, um pequeno erro na cor pode correlacionado com a textura da superfície.
não ser percebido, caso outros critérios tenham ,
sido respeitados. E mu ito comum observar uma grande varie-
dade de brilhos na mesmo coroa dental (Figs.
Dos três componentes da cor, 30 o valor (tam- 2-lüc o 2-lOe). Geralmente, o terço médio é
bém chamado luminosidade ou brilho) é o de o mais brilhoso, seguido do terço cervical. O
maior influência, 18•3 1 seguido do cromo {tam- terço incisivo apresenta freqüentemente o valor
bém denominado saturação ou intensidade) e mais baixo, explicado pela maior transparência
matiz (o cor, em si, ou "nome" da cor). e absorção luminosa dessa área.

Matiz. O matiz não é de importância crucial de- O bril~,o também pode ser utilizado poro criar
vido à baixo concentração de matizes nos cores ilusões de tamanho e posição. Dentes mais
dos dentes. Todavia, a percepção de matiz será brilhosos gera lmente parecerão maiores e mais
influenciado por fatores ambientais. Lom bardi, próximos (ver Fig. 2-3e).
por exemplo, sugere que a prova em pacientes
do sexo fem inino se ja realizada com o uso de Deve-se enfatizar que valor e cromo são in-
batom, devido ao forte efeito dos cores com- versamente relativos . Um aumento de croma
plementares 18 : Por exemplo, o vermelho-intenso {p. ex., dentina radicular) logicamente induz à
fará parecer verde. De forma similar, os dentes diminuição do brilho. Isso ocorre pela perda de
próximos ao batom vermelho poderão parecer valor no terço cerv ical, que é influenciado pe la
verdes (Figs. 2- 1Oo e 2- 1Ob). Portanto, o dente dentina radicular, comparado ao terço médio
deve conter pigmento vermelho ou cor-de-rosa, do coroa.
suficiente para neutralizar o cor esverdeado
indesejada.

FIGURA 2-1 O: MATIZ E BRILHO DO DENTE NATURAL. O batom verrr1elho pode fazer com os dentes pareçam verdes
(compare os Figs. 2-1 Oo e 2-1 Ob). O terço rnédio do coroo do incisivo freqüentemente represento o área mais brilhante,
seguido do terço cervical; o terço incisivo geralmente apresento o valor mais baixo devido à absorção luminoso através
da transparência e translucidez (2- l Oc). Dentes intactos in vivo podem apresentar variações extremos de brilho na mesma
coroo; o terço médio sobressai como o mais brilhante (2-1 Od, 2- 1Oe).

84

1 1. COR

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BRILHO

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2 ESTÉTICA ÜRAL NATURAL

Fluorescência . Por esta tornar os dentes ma is Contudo, é muito difícil reproduzir fielmente o
claros ou brancos à luz do dia, 32 a fluorescência espectro de luminescência (cor e intensidade)
é um parâmetro adicional a ser considerado. do esmalte e da dentina {Figs. 2-1 Og a 2- 1Oi),
Ela é definida como a capacidade de absorver como demonstrado através de estudos espec-
energia radiante e emiti-la na forma de um tra is in vitro. 33134 Metais terras-raras (isto é,
comprimento de onda diferente. 29 A dentina európio, térbio, cério e itérbio) são atualmente
parece ser três vezes mais fluorescente do que utilizados como luminóforos, mas nenhum de-
o esmalte, o que gera uma "luminosidade inter- les reproduz de forma precisa a fluorescência
na". Esta última é instrutiva na apresentação de azul/violeta-claro dos dentes naturais (Fig.
uma aparência dental vital, também chamada 2- 1Oj). Para o clínico, uma forma simples, mas
"vitalescência" (Fig. 2- 1 on.
Determinados mate- eficiente, de ava Iiar de forma aproximada a
riais cerâmicos têm sido otimizados com relação fluorescência de uma restauração in vivo (ou
a esse aspecto específico {Creation, Klema; ver material) é verificar sua interação óptica com
Figs. 7-9p a 7-9r e 7-9qq). uma fonte luminosa modificada, tal como a luz
preta (Figs. 2-1 Of, 2-1 Oi e 1-1 Oj). 35 Esta fonte
luminosa é freqüentemente usada para criar
efeitos de luminosidade especiais.

2-1 Of

FIGURA 2-1 O (CONT.). Embora ele seja menos saturado e possa parecer mais claro que a dentina (2-1 Of, à esquerda),
o esmalte, na realidade, demonstra menos luminescência do que a raiz (2- 1Of, à direito ). Um paciente apresenta-se com
dentes manchados e restaurações preexistentes (2-1 Og). Fotografias em preto-e-branco (2 - 1Oh) e luz escura (2-1 Oi) são
úteis para uma rápida avaliação dos materiais restauradores. A deficiência da restauração Classe 4 com resina composta
no incisivo central superior direito é evidente, como é o monchamento não-fluorescente natural nas superfícies cervicais. Um
outro paciente apresenta-se com uma coroa metalocerâmica no incisivo central direito, incisivo centra l esquerdo natural e
uma faceta de porcelana no incisivo latera l esquerdo (2-1 Oi); embora a luminescência dos materiais cerâmicos pareça mais
fácil de controla r, varia ções ainda são perceptíveis com a fluorescência azul/ violeta -cloro dos dentes naturais.

86
"
FLUORESCENCIA

2-1Oh

2-1 Oj
2 ESTÉTICA ÜRAL NATURAL

Critério 12: Configuração da borda no sorriso (2-11 a, à direita). No paciente jovem,


• • •
I nc1s1va as bordas incisivas estão configuradas na forma
de "gaivota", devido às dimensões originais
A configuração das bordas incisivas é um parâ- relativas dos dentes {Fig. 2-11 a, à esquerda, e
I

metro crucia 1. Quando desenhadas incorre- 2-11 b). E extremamente importante notar que
tamente, as bordos incisivas podem fazer com as bordas incisivas dos dentes inferiores, que
que os dentes pareçam artificiais. Existem três freqüentemente estão intactas, podem auxiliar
componentes a considerar. significativamente na configuração dos dentes
superiores, por exemplo, através da criação de
Contorno geral. Em pacientes de meia-idade um padrão de desgaste compatível (Fig. 2- 11 c).
I

e mais velhos, a d ireção das bordas incisivas é E possível rejuvenescer ou envelhecer o sorriso
freqüentemente uma linha reta ou uma curva através da transformação da borda incisiva de
invertida, que gera uniformidade e nivelamento acordo com a figura 2 - 11 a.

12. BO RD AS INCISIVAS

2- 11 o
Forma de "gaivota" Curva invertido

EFEITO DO ENVELHECIMENTO

FIGURA 2-11: CONTORNO DAS BORDAS INCISIVAS. As dentições envelhecidos apresentam incisivos planos e desgosta-
dos (2- 1a, à direito), o oposto dos dentições jovens que apresentam bordos incisivas com uma configuração com formo de
gaivota (2-11 a, à esquerdo). A borda incisivo dos incisivos laterais está 0,5 a 1,5 mm acima da linho reta, unindo o ponto
mais incisivo dos incisivos centrais e caninos (2- 11 b). O padrão de desgoste incisai dos dentes antagonistas também deve
ser utilizado como guia. Um espaço harmonioso pode ser visto entre os dentes in feriores e superiores quando o paciente
abre levemente a boca através do posição topo-o-topo (2-11 c).

88
2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

....
Angulos interincisivos (ver ta mbém Critério desgastados {que, por fim, apresentaram-se
8) . Os ângulos mesioincisivo e distoincisivo entalhadas) são indicados em incisivos muito
/

têm grande influência sobre a definição do estreitos. E importante lembrar, todavia , que
denominado espaço negativo, isto é, o espaço espaços negativos apresentam um componente
escurecido entre os dentes superiores e inferio- subjetivo óbvio (ver fig. 2- 1 4).
res durante o riso e o abertura da boca. Uma
regro objetiva ("V invertido") é descrito na figura Espessura. Incisivos esteticamente agradáveis
2-11 d. Os ângulos interincisivos podem ser uti- apresentam uma bordo fina e delicado. Bor-
lizados para criar efeitos ilusórios de dimensão: das incisivas espessos podem fazer com que os
bordas incisivas arredondados contrabalançam dentes tenham aparência envelhecida, artificial
dentes que são muito grandes e retos, bordas e volumosa.

ÂNGULOS INTERINCISIVOS

V invertido estreito

V invertido assimétrico

V invertido amplo

2-11 d

FIGURA 2-11 (CON T.) : REGRA V INVERTIDA. Relações interincisivas. Note o espaço escuro ("negativo") entre os dentes
superiores e inferiores (2-11 d).

90
Critério 13: Linha labial baixa (linha de de mais esforços restauradores para respeitar e
sorriso baixa) otimizar a relação dentogengival. Defeitos den-
togengivais não serão visíveis em pacientes com
uma linha labial superior baixa, que a torna um
O controle final da forma e comprimento da co-
disfarce para uma Odontologia deficiente.
roa e borda incisiva é revelado pe la associação
harmoniosa com o lábio inferior durante o sorriso
suave. Os incisivos laterais permanecem a uma Critério 14: Simetria do sorriso
distância de 0,5 a 1,5 mm do lábio, ao passo que
os incisivos centrais e caninos estão em íntima A simetria do sorriso refere-se à disposição
relação com a linha de sorriso (Fig. 2-120). relativamente simétrica dos ângu los da boca
no plano vertical, que pode ser diretamente
A coincidência das bordas incisivas com o derivada da linha pupilar (Fig. 2- l 3a). 2 Ela
lábio inferior é essencial para um sorriso é um pré-requisito para a análise estética do
agradável . Os contatos proximais, bordas •
sorriso.
incisivas e lábio inferior definem linhas para-
lelas (Fig. 2-120), o que geralmente denota A linha oclusal deve estar em conformidade
harmonia . 18 com a comissura labial, embora seja de-
sejável assimetria leve no segmento dental
Um espaço desagradável entre o lábio inferior (Fig. 2- l 3b). Sempre existem variações entre
e os incisivos centrais é típico nas dentições que ambos os lados da face humana e contraria-
estão propensas ao envelhecimento acelerado se a natureza acreditando-se que a simetria
{Fig. 2-12b), o que resulta na perda das forças absoluta é necessária.
coesivas da com posição dentofacial. 2
O mesmo pode ser dito sobre o eixo da linha
O contorno do lábio superior pode variar con- média, a disposição exata dessa é freqüente-
sideravelmente e não parece ser tão relevante mente superestimada. As linhas médias facia l
para o aspecto agradável do sorriso. Indivíduos e dental coincidem em 70% das pessoas; as
com lábio superior alto apresentarão quantida- linhas médias superior e inferior não coincidem
des de tecidos gengivais que pode necessitar em quase três quartos da população. 36

FIGURA 2- 12 (PRÓXIMA PÁG INA): LÁBIO INFERIOR COMO GUIA PARA A COMPOSIÇÃO DENTOFACIAL. Existe uma
coincidência direto dos contatos interdentais (linho branco sólida), bordas incisivas (linha bronca pontilhada, também cha-
mado linho de sorriso) e o lábio inferior (fin ho preto pontilhado) que proporciona forças coesivas à composição dentofacia l,
como definido por Rufenacht2 (2- 120). Este equ ilíbrio é quebrado por uma configuração invertido do borda incisiva, que
produz estresse visual (2- 12b; ver Figs. 6-23, 6-28 e 8-2 para o tratamento deste caso).

91
13. LINHA LABIAL INFERIOR

2-120

2-12b
14. S I M E T R IA D O S O RRI S O

••• •• •• • • • •• • • •• • • •

2 - 130

2-13b

A ~

FIGURA 2-13: COINCIDENCIA DOS PONTOS DE REFERENCIA FACIAIS. A linha comíssuro l (linho preta pontilhado, definida
pelos ângulos da boca) e o linha oclusal (linho preta sólida, definido pelas pontos das cúspides) devem coincidir com a linha
pupilar (linho bronco pontilhada); esta último é um importante ponto de referência utilizado quando se define a simetria do
sorriso {2-130) . A leve assimetria na morfologia labial e posição/arranjo dentais não afetam o equilíbrio deste sorriso, que
apresento muitos outros critérios fundamentais da lista de conferência estética (2-13b, mesmo indivíduo do Fig. 2-130).
2 ESTÉTICA Ü RAL N ATURAL

INTEGRAÇÃO ESTÉTICA definido em conformidade com a personalida-


de do indivíduo (Fig. 2 - 14). Portanto, esforço
"Efeitos especiais" extremamente úteis têm sido técnico e artístico combinado é necessário e
descritos por Goldstein 37 para solucionar pro - depende não apenas da intuição e sensibilidade
blemas estéticos difíceis, demonstrando que a do operador, como também da capacidade de
harmonia "objetiva" do sorriso pode ser criada pe rceber exatamente a personalidade ún ica e
considerando-se todos os critérios objetivos dinâmica de um paciente.
fundamentais descritos neste capítulo .
Os indivíduos com trabalhos odontológicos
A harmonia global do resultado final, con- preexistentes deficientes são os mais desafiantes
tudo, permanece subjetiva e dependerá da para tratar, pois eles perderam a própria percep-
integração desses parâmetros em re lação a ção de estética. Eles devem ser "reprogramados"
sorriso do paciente , forma da face, idade e com diferentes modelos diagnósticos que per-
persona lidade. 25 O arranjo, posição e com- mitam a recuperação progressiva dos pontos de
primento relativo dentais finais, como também, referência estética (ver Cap. 5). Dessa forma,
determinação dos vãos incisivos e espaços clínicos e técnicos laboratoriais não devem ter
negativos, são importantes para a integração medo de tratar os componentes subjetivos do
subjetiva da restauração . Cada um desses pa- sorriso, sabendo que:
râmetros pode variar em relação a um mesmo
paciente, de acordo com o ambiente cultura l. O ob jetivo final do tratamento resultará sem-
Freqüentemente, é difícil definir com precisão pre de uma combinação de conhecimento e
quais componentes são os elementos principais aplicação dos critérios objetivos já menciona-
da integração estética total, o que pode ser dos, tempo e interação com o paciente.

FIGURA 2-14. VARIAÇÕES EXTREMAS DOS CRITÉRIOS ESTÉTICOS OBJETIVOS EM RELAÇÃO À PERSONALIDADE. Esses
três indivíduos apresenta m sorrisos estéticos agradáveis, que estão em conformida de com suas personalidades. Contudo,
alguns elementos de seus sorrisos diferem grandemente dos critérios objetivos já mencionados: alteração extremo entre
os bordos dos incisivos central e lateral (2- 140), espaço negativo irregular e rotações dentais (2- l 4b), e eixos rad icu lares
convergentes e centra is proeminentes (2 - l 4c).

94
SENSUALIDADE

2-14a

PERSONALIDADE

2- l 4b

FANTASIA

2-14c

'
2 ESTÉTICA ÜRAL NATURAL

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96

,
CAPITULO 3

Embora as cerâmicas adesivos pareçam representar o que há de melhor


em termos de restauração bio lógico, funcional, mecânica e estético em
dentes anteriores comprometidos (ver Fig. 1-11 ), o número de estratégias
de trotamento ultroconservodor continuo o crescer, e muitas modalidades
de trotamento estético apresentam-se ao clínico. A maior desvantagem
dessa evolução é que se torno cada vez mais difícil fazer a escolho ade-
quada em uma dada situação clínico. Por outro lodo, o disponibilidade
de várias alternativos de trotamento permite freqüentemente a seleção de
uma abordagem que conserve o quantidade máxima de tecido intacto, que
esteja de acordo com o princípio biomimético. As opções de trotamento
devem sempre primeiramente incluir os procedimentos mais simples (tais
como os trotamentos químicos e o uso de resinas compostos diretos) e, por
conseguinte, passar paro abordagens mais sofisticados (facetas laminados
de porcelana e coroas totais), apenas quando necessários 1 • O objetivo des-
te capítu lo é determinar quais situações clínicos não necessitam de facetas
cerâmicos e podem ser abordados com técn icos ultroconservodoros.

99
3 ÜPÇÕES DE TRATAMENTO LJLTRACONSERVADORAS

TRATAMENTOS QUÍMICOS E BIOMIMÉTICA


Entre as modalidades ultraconservadoros, os patologia) {Fig. 3- 1) ou interno (caso o dente
trotamentos quím icos de dentes descoloridos tenha sofrido trotamento endodôntico) pode ser
representam as opções mais biomiméticas de- repeticla para restabelecer e manter aceitável a
vido à conservação da estrutura dental intacta estético por vários anos. Quando os métodos
remanescente. descritos não alcançam mais sucesso estético
e mecânico, moda lidades de tratamento mais
O conhecimento preciso dessas técn icos, invasivo, tais como facetas de porcelana ou co-
combinado com uma seleção bem-definida roas totais, podem ser adotadas. Estas não são
dos indicações, permite freqüentemente que recomendadas em crianças devido à posição
tipos de tratamento mais invasivos sejam dental imaturo e ao periodonto.
evitados, e, em função disso, previne quais-
quer riscos de violar a biomecânica do dente Paro a maioria dos dentes vitalizados, o trata-
original . mento químico pode ser proposto como uma
terapêutica definitiva na redução de manchas
Um tratamento químico pode freqüentemente e descolorações idiopáticas ou diferentes graus
ser proposto como uma alternativa semide - de fluorose denta l {Fig. 3-2). Manchas esbran-
finitiva e permite que uma abordagem ma is q u içacJas e marrons podem ocasiona Imente
radica I seja adiada. Um exemplo clássico é o ser el iminadas permanentemente através da
paciente jovem com traumatismo em um ou comb inação de cloreamento com tratamentos
mais dentes anteriores. A descoloração pode mecânicos abrasivos.
aparecer como resultado de uma hemorragia
pulpar pós-traumática e, ocasionalmente, de-
vido à retração fis iológica da extensão coronal
e radicular da polpa pela aposição de dentina Os tratamentos químicos têm reduzido sig-
secundária. A técnica de clareomento externo nificativa mente as indicações originais de
{caso o dente traumatizado não demonstre restaurações adesivas de cerâmica ou outras
nenhum sintoma e evidência radiográfica de abordagens mais invasivas.

FIGURA 3-1: CLAREAMENTO BEM-SUCEDIDO EM UM DENTAL VITALIZADO, COM DESCOLORAÇÃO PÓS-TRAUMÁTICA.


Visão pré-operatória {3-1 a). A cor do dente foi totalmente recuperada com o clareamento com peróxido de carbam ida
em uma placa (3 -1 b). Uma abordagem especial foi utilizado poro assegurar o cloreamento na área cervical (ver detalhes
descritos no fig. 3-3). A radiografia demonstra fechamento pulpar fis iológico como conseqüência do traumatismo (3- 1c).
O dente não reagiu aos testes de vitalidade tradicionais, mas foi positivo aos testes elétricos com um scanner para teste de
vitolidode 2 (3-1 d, 3-1 e).

FIGURA 3-2: REMOÇÃO PERMANENTE DE MANCHAS MARRONS POR FLUOROSE. A descoloração marrom por fluo-
rose (3-2a) praticamente desapareceu após 2 a 3 semanas de cloreamento caseiro. O paciente ficou l 00% satisfeito e
nenhum tratamento adicional foi necessário (3-2b). {Paciente tratado com colaboração do Dr. O livier Duc, Universidade
de Genebra.)

100
3-1 b 3-1 e

3- l d 3-l e

~. •

3-2a 3-2b
3 ÜPÇÕES DE TRATA1\AENTO LJLTRACONSERVADORAS

CLAREAMENTO DE DENTES VI TALIZADOS


O clareamento de dentes com vitalidade repre- mente bem -conhecido clareomento caseiro
senta o trotamento estético mais conservador de supervisionado, 5 que tornou o c lareamento
um dente vitalizado descolorido . dental mais acessível e econômico.

Ele pode ser realizado em descolorações orgâ- Atua lmente, essa técnica tem demonstrado
nicas intrínsecos do esmalte e do dentina, entre sua eficiência. 6 O agente clareador peróxido
outras, em pacientes trotados com tetraciclina de carbomida a 1 0%, já conhecido como
durante o período de formação denta l.3•4 Dife- anti-séptico intrabucal, é aplicado na forma
rentes técnicos têm sido descritas na literatura, de um gel viscoso em uma placa maleável,
incluindo o clareamento original no consultório, 4 permitindo a liberação lenta e contínua do
que tem como desvantagem o tempo excessivo oxigênio. Uma resposta inflamatória transitória
consumido na cadeira odontológica e os incon- e reversível dos tecidos moles e polpa pode
venientes do uso de calor. ocorrer. A técnico é extremamente versátil. As
duas arcadas podem ser clareadas (ver Fig .
Um ponto crucial foi alcançado nos tratamentos 3 -2); a aplicação localizada também é possí-
químicos na década de 80, quando Haywood ve l para o clareomento de apenas um único
e Heymann começaram a pesquisar o atual- dente (Fig. 3-3).

.. , ,
FIGURA 3-3: CLAREAMENTO VITAL CASEIRO SEQUENCIAL PARA OBTER EFEITO MAXIMO NA AREA CERVICAL. A desco-
loração pós-traumática é mais intensa cervica lmente (3-3a; mesmo paciente da Fig. 3 - 1). Após 2 semanas de cloreamento
caseiro de um único dente, a cor da borda incisiva é recuperada, porém, é necessário mais clareamento na área cervical. A
placa deve ser modificada através de reembasomento para evitar o cloreomento adicional do área incisivo. Um orifício retentivo
foi perfurado através da face vestibular do placa (3-3c). Uma pequena quantidade de resina composta não-polimerizada
foi aplicada no óreo do borda incisiva da placa (3-3d), sendo assim, reposicionada na boca e polimerizado (3-3e). A placa
agora está intimamente adaptada ao dente, exceto na área cervical onde o agente clareodor é aplicado (3-3f).

102
••

'

3-30

3-3c

3-3e 3-3f

,
3 ÜPCÕES

DE TRATA1ViENTO LJLTRACONSERVADORAS •

Clareamento de dentes vitalizados sem Clareamento de dentes vitalizados,


a combinação de outros procedimentos combinado com outros procedimentos

O clareomento de dentes vitalizados sem o com- Esta abordagem pode tratar de outros tipos de
binação de outros procedimentos, é eficiente problemas. O uso de resinas compostas pode
no tratamento de manchas por tetrociclina 7 e comp lementar o clareamento em muitos casos
no descoloração traumática endógena devido de descoloração traumática, quando há perda
à obstrução pulpar fisiológica em dentes vitali- de alguma estrutura dental ou para tratar um
zados {Fig. 3-3). Ele também é útil na remoção dente descolorido permanentemente por hipo-
de descolorações marrons por fluorose (vertam- plasia devido a traumatismo ou infecção do
bém Fig. 3-2) 118 ou, classicamente, no clorea- dente decíduo correspondente. Descolorações
mento de uma dentição intacta sob solicitação severas resistentes ao clareamento (por ex.,
do paciente. Manchas esbranquiçadas por fluo- tetraciclina) são tratadas melhor com facetas
rose podem ser eficientemente tratadas através laminadas de porcelana. Mesmo nesses casos
do clareamento de dentes vitalizados sem mi- difíceis, sugere-se, ainda, primeiramente, o cla-
croabrasão (Fig. 3-4). Todavia, o cloreamento reomer1to no sentido de suavizar a cor básica
de dentes vito lizados sem a combinação de dos dentes, a fim de que as futuras restaurações
outros procedimentos, pode necessitar de mais tenham um aspecto natural.
tratamento para a obtenção da cor desejada em
casos severos de manchamento por tetraciclina Uma palavra de advertência deve ser enfati-
(até 6 meses) ou descoloração por nicotina (até zada. Como revelado originalmente em um
3 meses), ou o manchamento dental via infiltra- estudo de Titley et al., 9 o clareamento com
ção dentinária, que freqüentemente tem início peróxidos reduz a resistência adesiva ao
em uma borda incisiva desgostada. esmalte. Um efeito similar foi demonstrado
em relação à resistência adesiva à dentina . 10
Em todos os casos, qualquer procedimento
adesivo deve ser adiado por pelo menos duas
semarlas após o finalização do clareamento 6
paro permitir a remoção dos remanescentes
de peróxido, especialmente da dentina, e o
estabilização da cor.

FIGURA 3-3 (CONT.). Resultado final após cloreamento cervical adicional (3-3g). A visão externa demonstra a situação
pré-operatória.

FIGURA 3-4: MANCHAS BRANCAS POR FLUOROSE TRATADAS APENAS COM CLAREAMENTO. Esses dentes similares o
"leopardos" seriam ideais para a microobrasão. Contudo, apenas o cloreamento dental foi suficiente poro eliminar o con-
traste entre as áreas escvros anteriores e os áreas brancas. A expectativa primária do paciente foi completamente atendida
e nenhum tratamento adicional foi necessário.

104
3-3g
'

. . . . .._
3-4a 3-4b
3 ÜPÇÕES DE TRATAMENTO LJ LTRACONSERVADORAS

- -
MICROABRASAO E MEGAABRASAO

Microabrasão Megaabrasão

Para lesões provocadas por fluorose moderada A técnica de megaabrasão (também conhecida
e envolvendo o esmalte superficial, a técnica como macroabrasão de Heymann et al. 12) é
de microabrasão 1 1 se ria indicada. Contudo, é outro tipo de tratamento coadjuvante que re-
importante estar consciente de que a microabra- presenta uma abordagem útil e previsível para
são modifica levemente a textura superficial do eliminar manchas opacas do esmalte (ver Fig.
esmalte. O esma lte que sofre microabrasão 3-1 ). 12• 13 A microabrasão é contra-indicada na
suave absorve mais luz e, como conseqüência, presença de descolorações profundas provo-
o brilho dental é diminuído e o croma, aumenta- cados por traumatismos em dentes em desen-
do. Esses efeitos colaterais negativos podem ser volvimento; a área opaca pode tornar-se mais
facilmente compensados caso a microobrosão visível após o tratamento, revelando o aspecto
se ja combinada com o clareamento de dentes intacto da mancha. Os clín icos freqüentemente
vitalizados. Coso um dente apresente fluorose apresentam-se receosos em relação à idéia da
leve, a microobrasão pode ser desnecessária, remoção mecânica dessas manchas. A forma
pois apenas o cloreamento de dentes vitalizados mais eficiente para eliminar tais manchas bran-
é capaz de proporcionar bons resu ltados através cas, todavia, é pela erradicação total da lesão
da diminuição do contraste entre os manchas e subseqüente restauração com uma resina
brancas e os tecidos circundantes (Tabela 3- l; composta neutra e translúcida {Fig. 3-5).
ver Fig. 3-4).

3-Sa

FIGURA 3-5: MEGAABRASÃO PARA REMOVER MANCHAS BRANCAS DO ESMALTE. Visões pré -operatórios (3 -Sa, 3-Sb;
mesmo pa ciente das f igs. 3-1 e 3-3). Brocas diamantadas ásperas usadas em baixa rotação (cerca de 5 .000 rp m) permi -
tem a remoção segura e controlado do esma lte manchado (3-Sc). Acabamento fino foi contra-indicado devido à superfície
áspera do esmalte ser um melhor substrato para a adesão. Uma resina composta neutro (Herculite Incisai, Kerr) foi aplicada
juntamente com a técnica clássica de condicionamento ácido (3-5 d). Vis,ã o pós-operatória após a reidratação (3-Se).

106
3-Sb

3-Sc

3-Se
3 ÜPCÕES
, DE TRATAMENTO LJLTRACONSERVADORAS

A megaabrasão é indicada para essas man - simples aplicação direta de uma resina compos-
chas, pois o esmalte branco-opaco não é um ta neutra, translúcida e levemente fluorescente
bom substrato para a adesão. Na verdade, permite a restauração da morfologia superficial
um estudo de Andreasen et al. 14 relatou que do esmalte sem sobrecontorno, produzindo uma
a origem das manchas envolve um distúrbio aparência dental mais natural. Como explicado
no estágio de maturação da mineralização anterio1-mente, o aspecto marrom possivelmente
dental. associado à lesão pode ser eliminado eficiente-
mente com um procedimento de clareamento
Pelo fato de a lesão geralmente não se estender p re Ii mi ri ar.
até a dentina, apenas uma quantidade limitada
de esmalte deve ser substituída com resina com- Novamente, a aplicação de materiais restaura-
posta. A dentina intacto subjacente proporciono dores adesivos deve ser odiado por 2 semanas
os efeitos ópticos naturais do dente (cor, lóbulos (tempo seguro transcorrido) após o cloreamento
dentinários destacados, fluorescência, etc). A preliminor. 6

Ta bela 3 - 1 Abordagens ultraconservadoros e suas indica,ções

Situação clínico Microabrasão 11 Cloreomento Megoabrosão

Fluorose suave, branca e marrom Sim* Sim Não

Fluorose suave, branca Sim* Sim Não


-
Traumatismo durante o desenvolvimento dental,
Não Sim+ Sim
manchas brancas e marrons, e defeitos superficiais

Traumatismo durante o desenvolvimento dental,


N ão Sim* Sim
manchas brancos e marrons

Traumatismo durante o desenvolvimento dental,


Não N ão Sim
manchas brancas

* Indicado apenas quando o clareomento prel iminar nõo proporcionou um resultado satisfatório.
+cloreamento preliminar poro eliminar os descolorações amarelo-pardas, antes do megoabrosõo.

FIGURA 3-5 (CONT.). Resultado final após o reidrataçõo (3-5f). A visão externa demonstra a situação pré-operatória. Outro
paciente foi tratado com a mesmo técnica, isto é, sem o utilização de corantes, mos apenas com a aplicação de resino
composto translúcido que revelo os efeitos ópticos internos do dentina (3-Sg). (A Fig. 3-Sg foi reimpressa com o autorização
de Mogne 13 .)

108
3-5f

3-5
3 Ü PÇÕES DE T RATAMENTO LJLTRACONSERVADORAS

TECNICA DE CLAREAMENTO DE DENTES DESVITALIZADOS


Uma descoloração interna provocada por extra- O sucesso do clareamento interno a longo pra-
vasamento de produtos sanguíneos ou mate- zo pode ser decepcionate. 18 O índice de suces-
riais endodônticos pode ser tratada através da so pode ser inferior a 50%. Esse procedimento
aplicação de uma pasta oxidante, uma misturo tem sido associado ao risco de reabsorção
de perborato de sódio e peróxido de hidrogênio radicular externa, fatores etiológicos aos qua is

de 3 a 30%, aplicada diretamente na câmara sugerimos que:
pulpar. Tratamento endodôntico adequado deve
preceder esse procedimento. 1. O aquecimento do peróxido de hidrogênio a
30% deve ser evitado. O clareamento interno
Os dentes tratados endodonticamente apre- é possível com perborato de sódio misturado
sentam o rigidez das coroas danificados de- com água ou pe róxido de hidrogênio de 3
vido à perda estrutural de tecidos duros (ver a l 0%.
Cop. l ).15•17 Nesse estógio, deve ser utilizado 2. O agente cloreador não deve ser colocado
uma abordagem mais conservadora e evitado muito profundamente dentro do canal radi-
a perda adicional de esmalte e dentina. cular. Um fator fundamental é a colocação de
uma barreira de fosfato de zinco no sentido
O método mais antigo e confiável é o técnico de prevenir a difusão do oxidante na área do
de clareamento de dentes desvitalizados, que Iigamento periodontal (Fig. 3-6) .19•2º
envolve o se lamento temporário da pasta oxi-
dante {coberta com bolinhas de algodão) com Uma sessão típica de clareamento é descrita na
IRM (Caulk/Dentsply) no câmara pulpar, por figura 3-7. Descolorações recorrentes e pigmen-
cerco de l semana (Fig. 3-60). O processo de tações resistentes (por ex., manchas metálicas)
clareamento normalmente necessito de várias têm de ser mascaradas através de restaurações
sessões. O agente é substituído a cada consulta adesivas de cerâmica (ver Figs. 4-3 e 4-13) ou,
consecutivo até a obtenção da cor desejada. O nos casos severos, por coroas totais.
clareamento um grou acima do que é necessá-
rio é indicado com o objetivo de compensar a
pequena reincidência de cor que ocorre.

, -
FIGURA 3-6: TECNICA DE CLAREAIVtENTO DE DENTES DESVITALIZADOS - APLICAÇAO DE UMA BARREIRA ADEQUADA.
Configuração dos materiais utilizados no técn ica de clareomento de dentes desvitalizados {3-6a; ver também os figs. 3-7 g a
3-7i). O material endodôntico é removido não mais do que 2 mm abaixo da gengiva (asterisco). Uma barreiro de cimento de
fosfato de zinco é oplicoda 19•2º (3-6b) e reproduz a configuração da membrana periodontol ou da junçóo cemento -esmalte
(isto é, um contorno vestibular festonado e "asas" proximais). Para criar essa barreira, o fosfato de zinco é inicialmente
aplicado com uma consistência similar à do IRM (3 -6c) e condensado dentro do canal. Ap6s a presa, o excesso de materia l
do barreiro é removido com uma broca d ia mantodo em baixa rotação, com um movimento suave vestibulolinguol (3 -6d).
A configuração do barreira é finalme nte controlado através do sondagem (3-6e o 3-6g). Esse procedimento deverá deixar
excesso de cimento (asas da barreiro, 3-6h, setas) nos paredes proximais (3-6h a 3-6j) e impedir o difusão do agente cloreador
na zona proximal críti ca. (As Fígs. 3 -6b, 3 -6d, 3-6d, 3-6f e 3-6i foram alterados com a perm issão de Steiner e West19 .)

110
,.

Guta-percha
Barreira de ZnPO4
~ 2mm Agente clareodor

Bolinha de algodão
Selomento com IRM

Barreiro com de-


senho de "túnel em
formo de trenó"

3-60 3-6b

3-6c
Sondagem
- vestibular

3-6e 3-6g
Sondagem
proximal
3 ÜPÇÕES DE TRATAMENTO LJLTRACONSERVADORAS

Após fina lizar o tratamento, o câmara pulpor é e a cârnara pulpar é preenchida por ionômero
copiosamente lavado. A barreira de fosfato de de vidro . A camada superficial de ionômero
zinco pode ser deixada no local. de vidro é, dessa forma, reduzida e substituído
por uma camada de resina composta unido ao
Após qualquer trotamento clareador, a aplica- esmalte condicionado (Figs. 3-7 e 3-8).
ção de materiais restauradores adesivos deve
ser odiada por 2 semanas 2 devido ao efeito O preenchimento total do câmara pulpar com
inibitório dos resíduos de oxigênio sobre a resino composta não é recomendado. O retrata-
força adesiva dos resinas compostos. 9•1º Du- mento dentro de 1 o 3 anos é freqüente, e uma
rante esse período, hidróxido de cálcio 21 ou base de ionômero de vidro no câmara pulpor
catolose22 devem ser aplicados no sentido de facilito a reabertura.
neutralizar ou inativor qualquer vestígio de pe-
róxido que posso ter infiltrado no canal. Esse Devido os dentes descoloridos freqüentemente
retardo é necessário também paro o liberação apresentarem alguma perda de estrutura dental
dos resíduos de oxigênio do dentina. incisiva, o cloreomento de dentes desvitalizados
é freqüentemente seguido da colocação deres-
Finalmente, os paredes dentinárias são condi- taurações diretas de resina composto (Fig. 3-7).
cionados com hipoclorito de sódio o 5%23 •24 ou Isso geralmente é necessário em crianças, nos
EDTA mais hipoclorito de sódio25 a l %, a fim quais é aconselhável retardar o uso de restau-
de aumentar o adesão do ionômero de vidro, rações adesivas de porcelana.

FIGURA 3-7: INDICAÇÃO EXTREMA PARA CLAREAMENTO INTERNO E RESINAS COMPOSTAS. O paciente foi original-
mente atendido por um clínico geral poro trotamento protético do incisivo central esquerdo (3 -70). De forma diferente da
an terior, o dente foi trotado com sucesso com cloreomento interno e restauração direto da borda incisiva (3-7b, 3-7c). Possos
detalhados do trotamento: visões pré-operatórios (3-7d, 3-7e) demonstram descoloração profundo do dentina . O clarea-
mento pôde ser realizado apenas após a eliminação de um pino intra-radicular preexistente, retrotamento endodôntico (Dr.
Jean-Pierre Ebner, Universid ade de Genebra) e colocação de uma adequada barreira de fosfato de zinco. Cada sessão de
cloreomento consistiu da lavagem e limpeza da câmara pulpor (3-7n, que foi parci al mente preenchido por agente clareodor
(3-7g). Uma bolinho de algodão condensado (3-7h) foi inserido; em seguido, foi rea lizado o fechamento hermético doca-
vidade com IRM (3 -7i). O brunimento intenso das margens durante o preso do IRM é necessário paro assegurar um perfeito
selamento, fundamental poro o sucesso do procedimento. Cinco a seis sessões em intervalos de 5 a 1O dias permitem a
tota l recupe ração da cor original (3-7j) . Após a última sessão de clo reamen1o, recomendo -se que hidróxido de cálcio seja
aplicado por 1 mês para neutralizar e libera r os peróxidos remanescent,es. Após esse período, a câmara pulpar é lavada
com hipoclorito de sódio a 5% (3 -7k) e preenchido por ionômero de vidro tradicional (3-71). Na sessão final, uma camada
de ionômero de vidro de l a 2 mm é removido. Instrumentos rotatórios (3-7m; visto tam bém no Fig. 6-9) são os ferra mentas
mais conservadoras poro gerar margens proximois limpos (3-7n). Após o cond iciona mento ácido, resina adesivo e resina
com posto similar à dentina são utilizadas poro preencher o cavidade palatina. A bordo incisiva é criado utilizando-se uma
técnico com três incrementos, em que o incremento similar à dentina é aplicado (3-70, 3-7p), em seguida, é coberto por
massas similares ao esmalte e incisivo (ver também os figs. 3-14 e 3-15). Uma suave concavidade criada na borda incisivo
(3 -7q) permite a aplicação de manchas amareladas para simular o exposição de dentina. O resultado final é apresentado
nas figuras 3-7r e 3-7s. A aplicação adicional de uma resta uração adesivo de cerâmica serio indicada poro restaurar a
resistência original do coroa e compensar um eventua l relapso de cor resistente ao clareamento.

112
3-7e

3-7g

3-7i


• >
3-71 3-lm

3-7n

3-lr
3 Ü PÇÕES DE TRATAMENTO LJ LTRACONSERVADORAS

O aspecto final do fechamento da câmara pul- Quando permitido pela oclusão, a aplicação
par com resina composta deve ser enfatizado. de resina composta palatina deve ser modela-
Devido à rig idez inferior das coroas dos dentes da para recriar algum tipo de crista palatina
tratados endodonticamente, 15- 17 não é reco- (Fig. 3-9; ver também as Figs. 3-7s e 1-70),
mendado tornar a superfície palatina muito que poderia compensar parcialmente o com-
"
concava. portamento ma is flexível dos dentes tratados
endodonticamente.

3-8

FIGURA 3-8: CONFIGURAÇÃO DO MATERIAL FINAL APÓS O CLAREAMENTO INTERNO. Note o vo lume do cavidade
principal preenchida por ionômero de vidro e a simulação dos cristas pa latinas com a restauração com resina composto.

FIGURA 3-9: RESTAURAÇÃO PALATINA APÓS CLAREAMENTO INTERNO. Visão clín ico pré-operatório (3-90). Após o clo-
reamento interno bem-sucedido, o câmara pulpor é preenchida por ionômero de vidro e o face palatina, restaurado com
resino composto (3 -9b). Atenção especial deve dada poro criar preferivelmente elementos planos ou convexos (cristas), a
fim de reforçar o estrutura denta l remanescente (3-9c) .

116
Guta-percha

Barreira de ZnPO 4

lonômero de vidro

Resina com posta

3-90 3-9b

3-9c
3 ÜPÇÓES DE TRATAMENTO LJLTRACONSERVADORAS

COLAGEM DE UM FRAGMENTO DENTAL

A colagem de um fragmento denta l, quando Para aumentar a longevidade dos dentes res-
possível, deve sempre ser considerada pelo fato taurados através da colagem de fragmentos
de este procedimento simplificar o tratamento, dentais em crianças, parece benéfico criar
facilitar o resultado estético e diminuir a quan- um "excesso controlado" (ou superposição)
tidade de material restaurador artificial. 26 Ela da resino composto sobre o linha de fraturo
pode obter sucesso mesmo no caso de exposi- (Fig. 3-10).31,32
ção pulpar (ver Fig. 1-1 ). Experimentos clínicos
iniciais, todavia, têm demonstrado que 50% dos A criação de contornos aditivos poro o aumento
fragmentos colados são perdidos dentro de 2,5 do morfologia dental (na forma de cristas e ân-
anos após a colagem inicial. 28 Por essa razão, gulos de transição) é um conceito universal de
o suplementação dos fragmentos colados com resistên cia. Esse princípio, que será abordado
uma faceta de porcelana tem sido sugerida por no capítulo 5 (ver Fig. 5-7), pode ser recomen-
Andreasen et ai., 29 •3º o que tem demonstrado dado para todos aqueles casos de aplicação
que esse método pode restaurar ou, até mesmo, direto de resinas compostas, especialmente em
ultrapassar o resistência dento I origina 1{ver Fig. restaurações de Classe 4 (ver Fig. 3-15) e em
4-9). A colocação de restaurações adesivas restaurações pa latinas após cloreomento interno
de porcelana em crianças, contudo, não pode (ver Fig. 3-9).
ser recomendada devido às posições dentais
instáveis e ao estabelecimento do maturação
dos tecidos moles.

FIGURA 3-1 O: TRAUMATISMO EM UMA PESSOA JOVEM - TRATAMENTO PROVISORIO. O paciente tem 15 anos de idade.
O incisivo central, que havia sido tratado endodonticamente antes do traumatismo, e o incisivo lateral esquerdo fraturaram
(3-1 Oa). O fragmento do incisivo latera l foi recuperado (3 - 1Ob) e colado através do técnica de condicionamento (incluindo o
uso de um agente adesivo dentinório) e uma resina composta regular fotopolimerizóvel (3- 1Oc, 3-1 Od). O fragmento colado
foi, dessa forma, suplementado com uma resina composta adicional: com uma broca, uma superfície rugosa foi criada no
esmalte da face mesial do dente e condicionada; foram adicionadas resina adesiva e res ino composta para sobre-contornar
o ôngulo mesial de transição (3- 1Oe; papel de articulação foi friccionado sobre a superfície do dente para demonstrar o
excesso de resina composta na face mesial). A transição dente-restauração é invisível (3- 1Of). O mesmo pri ncípio (criação
de um contorno aditivo com uma sobreposição de resina composto) foi utilizado poro reforçar o incisivo central esquerdo
fraturado; o incisivo central direito foi clareado e restaurado com a aplicação direta de resina composta (3- 1Og, visão pos-
operotória). A luz tangencia l delineia os lóbulos vestibu lares e os cristas translúcidas que contribuem paro um melhor resultado
estético e mecânico do tratamento (3-1 Oh). Esse procedimento é compreendido como apenas um tratamento provisório; o
paciente, agora, deve ser encaminhado ao ortodontista. Os dentes trotados devem ser cu idadosamente monitorados devido
à necessidade de restaurações adesivos de porcelana, quando adulto.

118
3-1Oo

3-1Oe

• - ~ :.i,

3-lOg 3-1 Oh
3 Ü PÇÕES DE TRATM4ENTO LJ LTRACONSERVADORAS

RESINAS COMPOSTAS DIRETAS SIMPLIFICADAS

De acordo com o princípio biomimético, a As resinas compostos diretos apresentam


estrutura denta l localizado perdida não é uma limitações. Elas oferecem resultados de tra-
indicação poro facetas cerâmicos. Ela pode ser tamento adequados paro crianças, mas em
substituído por resinas compostos, desde que o adultos só são apropriadas quando o volume,
dente não tenha que suportar cargos funcionais o extensão ou o número de restaurações é
significativos (Fig. 3-11 ). limitado.
I
Quando vários dentes anteriores apresentam Existem duas razões para essa limitação: (1) E
perda significativo do estrutura coronal, os res- muito difícil dominar simultaneamente o adap-
taurações adesivos de porcelana são indicadas. tação marginal, o formo e o cor em restaura-
Graças ao trabalho de Bowen 33 e Buonocore, 34 ções amplas ou em várias restaurações; e (2)
as propriedades físico-químicas e estéticas das o substituição extensa do esmalte com resinas
resinas compostas têm sido significativamente compostos mais flexíveis não permite a recupe-
melhoradas. Em particular, com algumas resinas ração da rigidez da coroo. 17 Há uma associação
compostos híbridos fotopolimerizáveis (por ex., entre o desgoste incisai (por ex., formação de
Herculite XRV, Kerr; Enamel Plus HFO, Mycerium; fragmentos, fratura) e o módulo elástico e o
Miris, Coltene), restaurações anteriores com resistência à fratura dos materiais restauradores.
resinas compostas diretas podem ser realizadas A cerâmicas adesivas oferecem melhor perfor-
com me lhor previsibilidade de sucesso e ilu - mance nesse sentido, especialmente no recons-
sões surpreendentes. 35 ·39 As me lhorias estéticos trução de bordos incisivas maiores de dentes
superiores são baseadas no desenvolvimento que suportam tensões. 40
de materiais com d iferentes opacidades (Figs.
3-12e3 - 13).

FIGURA 3- 11: TRATAMENTO DE APENAS UM DENTE COM A APLICAÇÃO DIRETA DE RESINA COMPOSTA. Este incisivo
lateral mau formado e girado (3-11 o) é ideal poro a aplicação direto de resinas compostos. A correção da forma e posição
pode ser faci lmente tratada com resinas compostas diretas (3- 1 1b). Além disso, o material restaurador é completamente
suportado por esmalte subjacente intacto, e este dente não estará sujeito o cargas funcionais significativos.

FIGURA 3-12: MODELAGEM ANATÔMICA E OPACIDADE DIFERENCIAL DAS RESINAS COMPOSTAS. Essas amostras es-
tratificados demonstram que o potencial estético das resinas compostas reside na combinação ideal de corpos anatômicos
de dentina cobertos por material incisivo translúcido. Um elemento-chave é a modelagem do borda incisiva : plano reto paro
um efeito simples de halo (3- l 2a; 3- l 2b, à esquerdo) ou anatomicamente esculpida de formo o seguir a morfologia da
dentina subjacente, em dentes jovens (3 -12a; 3-12b, à direito) . Nenhum corante foi utilizado. (A Fig. 3 - 12b foi fotografada
sob a combinação de luz escura e luzes transmitidas.)

120
3-11 o 3-11 b

3-12b
3 ÜPÇÕES DE TRATAMENTO LJ LTRACONSERVADORAS

Técnica com três incrementes dentina é coberta por esmaltes transparentes/


translúcidos (por ex., Herculite XRV Incisai claro)
As propriedades ópticas das resinas compostas ou mais material incisivo opalescente (Ename l
atuais podem ser rapidamente avaliadas com Plus rllFO). A forma incisiva da estrutura de
lâminas de vidro (Fig. 3-13). A apl icação direta dentina deve ser adaptada de acordo com o
de resinas compostas fotopolimerizáveis não idade do dente: cortante para dentes jovens
permite técnicas de estratificação sofisticadas. sem desgaste (Fig. 3- l 4a). O resu ltado estético
Uma técnica incremental simplificado com três e mecânico pode ser notavelmente melhorado
incrementos (dentina -esmalte-incisai ou DEI) pelo aumento da estrutura da restauração, a
pode ser aplicado {Figs. 3- 14 e 3- 15). 36 Uma fim de simular os ângulos de transição nas faces
estruturo anatômica semelhante à dentina (Her- vestibular e proximais do dente (Fig. 3- 15, ver
cu lite XRV Dentin; ou Enomel Plus HFO dentina) também Fig. 3-1 O). Finalmente, alguns casos
é coberto com resina composta trans lúcida particL1larmente difíceis podem ser tratados com
semelhante ao esmalte, que se estende sobre uma abordagem em dois estágios, uti lizando a
o esmalte biselado. Na incisai, a estrutura de denominada técnica sanduíche. 36

Dentina Esmalte Incisai


..
--- ~.~~ •• e r ,.,..

3 - 13

FIGURA 3-13: AVALIAÇÃO RÁPIDA DA TRANSLUCIDEZ DA RESINA COMPOSTA. A compressão de pequenas quantida-
des de material entre duas lâminas de vidro e fotopolimerizoçõo permite uma rápido avaliação dos materiais: Herculite
Dentin (esquerda), Herculite Enamel (centro) e Herculite Incisai Light (direito). Esses três diferentes graus de opacidade são
necessários para uma estratificação natural da resina composta. A leve opalescência (reflexos azul e amarelo) do material
Incisai Light é visíve l.

FIGURA 3-14: TÉCNICA DE ESTRATIFICAÇÃO SIMPLIFICADA E EFICIENTE COM TRÊS INCREMENTOS. Dentes não des-
gostados (3- 14a) e desgastados (3- l 4b) diferem pelo forma incisiva do corpo de dentina (D) e quantidade de cor incisai
(1). A resina composto de esmalte (E) sempre cob re o bisei vestibular e progressivamente adquire uma espessura fina sobre
dentina incisivo. Efeitos diferenciais de halo são criados através do forma e arquitetura da borda incisivo (também ilustrado
na Fig. 3-12).

122
-
NAO DESGAS-rADO

3-l 4a

DESGASTADO
3-1 Sa 3-15b

~-:-------___,...,.D E N T I N A

3- l 5c

ESMALT E I NC I SAL
I

3- 1 Se

FIGURA 3-15: PEQUENOS DEFEITOS DE CLASSE 4 RESTAURADOS COM UMA TÉCNICA COM TRÊS INCREMENTOS. O
paciente queixou-se do aspecto amarelado dos restaurações de resino composto de microportículas nos incisivos centrais
(3-1 Sa). Após a remoção do resina antigo, um suave bisei convexo foi cric1do (3- l 5b). A técnica DEI foi usado, iniciando com
os lóbulos de dentina (3-1 Sc, 3-1 Sd), seguida, dessa formo, pelo incremento de esmalte cobrindo o área de bisei (3-1 Se,
quase invisível). Finalmente, a cor mais translúcida foi usado para restaurar a bordo incisiva (3-15~. Esse último incremento
deve estender-se mais paro cervical (além do bisei, o que freqüentemente necessito de uma cunha/motriz, como no Fig. 3-1 Sij
paro criar um ângulo de transição acentuado (ver Fig. 3-15i, ponto dos setas). Resultado clínico após os procedimentos de
acabamento (Figs. 3- l 5g a 3-1 Sj). Note o tronslucidez incisivo e a cristo mesiol acentuada na face vestibular de ambos os
incisivos centrais (ver reflexos do flash nas Figs. 3-1 Sg e 3- l Sj; ponto das setas na Fig. 3- l 5i), o que reoiço o morfologia
dental e favorece a transição óptico entre o dente e a restauração. Essas cristas também reforçam os restaurações, pois o
estruturo vestibular é aumentado. Isso irá auxiliar na prevenção de fraturas na bordo incisiva, que podem ocorrer devido ao
limitado módulo elástico e resistência da resino composto à fratura.

\

3-15g

3-1 Si
3 ÜPÇÕES DE T RATA1YlENTO LJLTRACONSERVADORAS

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126
ÜPÇÕES DE TRATMl1ENTO LJ LTRACONSERVAOORES 3

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'

,
i

127
,
CAPITULO 4

,.,,

Como explicado no capítulo 1, o grande potencial das restaurações


adesivas de porcelana pode ser compreendido com base nos parâmetros
científicos e clinicamente relevantes relacionados à biologia, função e
mecânica. As facetas cerâmicos também oferecem ao profissional uma
poderosa modalidade no campo da estética. Mesmo quando o estética
não é o objetivo primário, ela ainda necessita de consideração especial. A
modificação do formo, posição e cor dos dentes anteriores origina efeitos
significativos no sorriso, que por sua vez podem reforçar a personalidade
e o convívio social do paciente. Usados inic:ialmente para tratar vários
tipos de descoloração dental, os laminados de porcelana têm sido cada
vez mais substituídos por modalidades terapêuticas mais conservadoras,
tais como o clareamento químico, a microabrasõo e a megoobrasõo {ver
Cap. 3) . Contudo, essa evolução não levou à diminuição das indicações
de restaurações adesivas de porcelana, pois novas indicações foram
criadas e estão ilustradas neste capítulo.


4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

,
PERSPECTIVAS HISTORICAS
Ao que tudo indico, foi o Dr. Charles Pincus, oi. 5 •7 Na Américo do Norte, desenvolvimentos
no década de 30, 1 quem primeiramente uti- essenciais {por exemplo, me lhoria da adesão)
lizou finas facetas provisórios paro melhorar foram postos em prática por Horn, Calomoia,
a aparência dos atores, em close-ups, no in- Christensen, Garber, Goldstein, Feinmon e
dústria cinematográfica. A cobertura cerâmico Friedman. 2,3,s-13 Surpreendentemente, o mé -
adesivo peculiar dos dentes anteriores somente todo não evoluiu muito desde 1980, embora
foi descrita no início da década de 80, 2, 3 inte - o potencial dos cerâmicos adesivos seja bem
grando os princípios de adesão desenvolvidos conhecido devido à capacidade de preencher
inicialmente por Buonocore e Bowen; porém, os prir1cípios biomiméticos (ver Cap. l ).
foi Rochete que, em 1975, no França, primei-
ramente propôs o uso de restaurações adesivas O sucesso dos laminados de porcelana não
de cerâmica na dentição anterior. 4 Ele descre- é obtido por meio do uso da denominada
veu uma técnica para realizar restaurações oito tecnologia ou de materiais avançados,
com porcelana em incisivos fraturados sem mas simplesmente através do associação de
interferência operatório. O bloco cerâmico dois rnateriais tradicionais, isto é, os resinas
era queimado no laboratório sobre um mo- compostas híbridas e a porcelana.
delo matriz de ouro 24 quilates. Uma resina
composto era unida ao bloco de porcelana Tal realização reside no fato de que apenas os
tratado com silono e ao esmalte condiciona- vantagens específicas desses dois materiais são
do. Considerando-se as técnicas modernas, utilizados (Tabela 4- l) . Suas respectivos desvan-
é óbvio que o abordagem de Rochete era tagens são evitadas através do uso de camadas
excêntrica. As facetas adesivas de porcelana finos de resina composto e com sufi ciente espes-
unidos ao esmalte condicionado evoluíram a su ro de porcelana. Uma vez unida ao dente, o
partir dessa técnico e tornaram-se populares porcelana não deve apresentar mais problemas
no Europa através dos trabalhos de Touoti et re lacionados à sua fragilidade inerente.

FIGURA 4 - 1: EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES PARA PEÇAS CERÂMICAS. Devido ao desenvolvimento dos procedimentos de
clareamento e de uma Dentística Operatória minimamente invasiva, os indicações originais para as facetas de porcelana
diminuíram (tipo li). Novas indicações, todavia, foram acrescentadas (tipos li e Ili). Elas correspondem a situações mais
comprometedoras, com a possibilidade de extensão da cobertura do borda incisivo e envelopamento proximal.

130
Tabela 4 -1 Características clínicas das resinas compostas e porcelanas

Vantagens Desva ntagens

Resina s composta s • Adesão • Contração de polimerização


• Economia de estrutura dental • Expansão térmica
• Rigidez similar à da dentina
1

Porcelana s • Estética • Brilho


• Durabil idade • Propriedades de desgaste
• Rig idez similar à do esmalte
,

ESPECTRO . . .

---_
..
-- ~ -....;;: ' ---

Tipo I Tipo 11 Tipo 111

4-1

DE
-
INDICAÇOES
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

Finalmente, as cerâmicas adesivas permitem A evolução das indicações demonstra uma


cada vez mais que a estrutura dental permaneça tendência no sentido da possível substituição
intacta, especialmente na superfície palatal, que de qLiantidades extensas de estrutura dental
representa o elemento mais complexo da coroa (Fig. 4-1 e Tabela 4-2).
dental intacta (ver Cap. 1).
Três gru pos principais de indicações são dis-
Ainda que Rochette 4 já tivesse proposto o uso de tinguidos: descoloração dental resistente aos
cerâmicas adesivas para o tratamento de dentes procedimentos de clareamento (tipo 1), neces-
fraturados, o real potencial dos lam inados de sidade de alterações morfológicas nos dentes
porcelana foi subestimado até recenteme nte. O anteriores (tipo li) e restaurações extensas de
entendimento de diferentes fatores de configu- dentes anteriores comprometidos (tipo Ili} .
ração e geometria perm itiram o ressurgimento Muitas situações nas indicações dos tipos I e
das restaurações adesivas de porcelana. li correspondem ao espectro original e são as
indicações mais tradicionais para laminados
de porcelana .2 ,3,8 · 1° Algumas indicações dos
tipos li e Ili (e especialmente do tipo IIIA) foram
14 24
adicionadas mais recentemente. -

132
Tabela 4-2 Nova classificação das ind icações de facetas de porcelana.

TIPO I

DENTES RESISTENTES AO CLAREAMENTO

Tipo IA Descoloração por tetraciclina de graus Il i e IV

Tipo IB Nenhuma resposta aos clareamentos interno e externo

TIPO li

ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS MAIORES

Tipo IIA Dentes conóides

Tipo IIB Oiastemas e triângulos interdentais muito próximos

Tipo IIC Aumento do comprimento e proeminência incisiva

TIPO 111
-
RESTAURAÇOES EXTENSAS EM ADULTOS

Tipo 11 IA Fratura coronal extensa

Tipo IIIB Perda extensa de esmalte por erosão e desgaste

Tipo IIIC Ma lformações congênitas e adquiridas generalizadas


4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES A DESIVAS DE PORCELANA

TIPO 1: DENTES RESISTENTES AO CLAREAMENTO


Exemplos de indicações do tipo I incluem den- tem de assegurar um efetivo mascaramento da
tes acentuadamente descoloridos devido ao descoloração subjacente e criar, simultanea-
tratamento com tetraciclina (graus Il i e IV , de mente, a ilusão de uma intensidade natural na
acordo com Jordan e Boksman; 25 tipo IA) e den- cor denta 1. Em dentes envelhecidos, a inclusão
tes anteriores que apresentam bordas incisivas de aspectos característicos e distintos, tais
severamente desgastadas que, subseqüente- como coloração intensa, manchas e linhas de
mente, levam à infiltração da dentina exposta fratura, podem facili tar a integração final das
(tipo 18, Fig. 4-2). facetas, apesar da falta de espessura do material
º
restaurador (Fig. 4-2). 2 Alguns aspectos dos
procedi- mentos laboratoriais relacionados ao
Tipo IA: Descoloração por tetraciclina problema de mascaramento são apresentados
na figura 7 - l l .
Recentemente, a ocorrência de indicações de
tipo IA sofreu redução devido às novas abor- Mesmo nesses casos mais difíceis, ainda se
dagens com ela reamento caseiro de dentes sugere primeiramente o clareamento para
vitalizados com moldeiras, que estendem o tornar a cor de referência dental mais clara e,
tratamento químico por períodos de até 6 assim, fazer com que as futuras restaurações
meses. 26 Esses pacientes podem ser tratados apresentem-se mais naturais . Devido à perfor-
mesmo por meio do clareamento sob facetas mance cada vez melhor dos adesivos dentiná-
de porcelana existentes .27 As situações de tipo rios, as abordagens futuras poderão também
1, que freqüentemente necessitam de preparo incluir preparos mais profundos envolvendo a
dental mínimo, são as mais difícies de tratar em dentina, fa cilitando, dessa forma, o trabalho
termos d.e profundidade de cor. O ceramista do técnico dental.

FIGURA 4-2: DENTES ENVELHECIDOS RESISTENTES AO CLAREAMENTO CASEIRO DE DENTES VITALIZADOS, COM
MOLDEIRA. A descoloração é supostamente devida ao desgaste incisai e subseqüente infi ltração da dentina exposta. Várias
semanas de clareamento caseiro com moldeira, com peróxido de ca rba mida, não apresentaram nenhum efeito sobre a
cor do dente (4-2a). Apesar do preparo dental que foi bostante conservador (4-2b), os dois laminados integraram -se bem
com os dentes opostos devido à inclusão de efeitos de ilusão, tais como linhas de fratura e outras manchas inte rnas (4 -2c,
4-2d). A coroo total tradicional no incisivo lateral esquerdo foi substitu ída.

134
/
I

4-2b 4-2c

--

4-2e
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES OE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCEIANA

Tipo 18: Dentes que não respondem aos conservadoras), vários tipos de pinos e núcleos
clareamentos externo e interno de preenchimento são comumente recomenda-
dos. Estes, por suo vez, podem gerar inúmeros
Esta categoria inclui até mesmo dentes despol- compl icações, tais como fendas e fraturas
podos (Fig. 4-3). O facetomento com porcelana radiculares. Determinou-se, atualmente, que
e os procedimentos endodônticos não parecem tonto os propriedades biomecân icos como o
ser incompatíveis. Dentes facetados são carac- conteúdo úmido dos dentes sem vitalidade não
terizados por seu comportamento "natural''; diferem significativamente daquelas dos dentes
por exemplo, incisivos facetados demonstram com vitolidode. 31•32 A perda do estrutura dental,
uma distribuição de tensão que não pode ser assim, torna -se o causo primário de folho, não
diferenciado daqueles incisivos intactos sob o efeito do remoção pulpor, em si.
corga 28 (ver Fig. 1-11 d). Essa é a essência do
biom imético 29 - quando as restaurações se Com exceção dos dentes tratados endodontico -
comportam funciona lmente como dentes na- mente, com destruição severo da estrutura den-
turais, com relação à transferência de tensão ta l, não existe atualmente nenhuma evidência
e deformação, diferente dos dentes trotados que contra-ind ique o focetomento de dentes sem
com restaurações extensas de resina composto. vitalidade; é importante re lembrar o seguinte:
1

Por outro lado, afirmo-se, geralmente, que os


facetas de porcelana não são indicadas em Os laminados de porcelana podem aumentar
dentes despolpados, muito embora seja difícil substc1nciolmente o resistência mecânica 14, 15,3º
constatar forte evidência poro tal afirmação. coronal e restaurar o rigidez dental originol, 28
Em um estudo in vitro, incisivos despolpados especialmente quando o cerâmico apresento
facetados comportaram-se de formo similar aos espessura suficiente poro reproduzir volume e
dentes naturais tratados endodonticomente. 30 comprimento coronois originais (ver Fig. 5-7) .
Quando dentes despolpados são tratados por Parece sensato admitir que um efeito similar
meio de procedimentos protéticos tradicionais pode ser obtido em um dente despolpodo.
(ao invés de técnicos de facetomento mais

FIG URA 4-3: DENTES RESISTENTES À TÉCN ICA DE CLAREAMENTO NÃO VITAL CONVENCIONAL. Os incisivos central
e lateral direitos são dentes sem vita lidade e não apresentam resposta ao cloreomento interno (4-30, 4-3b). A descolora-
ção residual interno profundo torna-se evidente após o preparo dental (4 -3c). O incisivo central esquerdo é incluído poro
permitir a redefi nição simultânea da formo coronal e o com primento incisivo de ambos os incisivos centra is (ver também
o próxima seção relacionado às indicações do tipo li) . As visões pós-operatórios demonstram a fo rma dental otimizado,
recuperação da cor e linha de sorriso. {4-3d; coso trotado com o colaboração do Dr. O. Duc, R. Perroud e Prof. 1. Krejci,
Universidade de Genebra.)

136
I

4-30
.....-------,.----,

4-3b 4-3c

4-3d
4 EVOLUÇÃO DAS J NDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

- ,
TIPO li : ALTERAÇOES MORFOLOGICAS MAIORES

Este grupo de indicações consiste de pacientes necessário é mínimo; apenas um leve chanfro
com expectativas altas e, como conseqüência, marginal é necessário para o técnico em pró-
apresentam sentidos desenvolvidos poro o es- tese der1tória confeccionar uma peça cerâmica
tético. Essas situações clínicas seriam d ifíce is de adequada. Seria teoricamente possível proceder
corrigir previsivelmente por meio de restaurações sem preparo dental. A atuação, dessa forma,
diretos de resina composta. Em crianças, tais contudo, geraria uma margem cerâmica em
condições são trotadas de uma formo melhor pluma e frágil, o que não permitiria uma ade-
com resinas compostas diretas como restaura - quada adaptação periférica durante os proce-
ções provisórias, antes da colocação definitiva dimentos laboratoriais e a colocação clínica.
de cerâmicos adesivas, que são co locadas, de
preferência, na vida adulta . Um laminado de porcelana não seria indicado
em um único incisivo lateral malformado, como
o apresentado na figuro 3- 11. Tal problema
Tipo IIA: Dentes conóides pode ser facilmente tratado com a aplicação de
resinas compostas d iretas, desde que o material
Os dentes conóides apresentam natura lmente restaurador seja suportado pelo esma lte intac-
uma configuração ideal para o uso de facetas to sub jacente e o dente não seja submetido a
de porcelana (Fig. 4-4). 16, 11 ,20 O preparo dental cargas funcionais significativas.

- , I

FIGURA 4-4: INDICAÇAO DO TIPO !IA-ABORDAGEM TIPICA PARA DENTES CONOIDES. O paciente apresento-se com
incisivos laterais conóides e o incisivo central com uma coroa de resina (4-4a). Os prepa ros dentais são controlados com
duas guias de silicone distintas provenientes de um enceramento diagnóstico (4-4 b, controle incisivo; 4-4c, controle axial).
Aspecto fina l após a colocação adesiva de uma coroa metalocerâmica no incisivo central e duas facetas de porcelana nos
laterais {4-4d}. (As Figs. 4-40, 4-4b e 4-4d foram reimpressos com a autorização de Belser et oi. 2º)

138
4-4b 4-4c


4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES A DESIVAS DE PORCELANA

TIPO IIB: Fechamento de diastemas e meticuloso da direção de inserção do lamina-


triângu los interdentais escuros do são fundamentais (ver Fig. 6 -20). O exame
cuidadoso dos figuras 4-2b a 4-2d revela um
Como é o caso de dentes malformados, um preparo interdental insuficiente. Conseqüente-
problema isolado pode ser facilmente tratado mente, o espaço interdental pe rmanece aberto
com a aplicação de resinas compostas diretas. mesmo após a colocação dos laminados.
Todavia, no caso de diastemas múltiplos {Fig.
4-5), a ap licação de resina composta direta é Deve-se ter em mente que os triângulos
um processo maçante e não permite o controle interdenta is escuros são seqüelas comuns de
adequado e simultâneo da forma, do perfil de alinhamento ortodôntico de incisivos apinha-
emergência, da adaptação cervical e cor. A dos38 ou doença periodonta 1.
adição de resinas compostas pode apresentar
um efeito adverso sobre a saúde periodonta l Vãos cervicais abertos apre sentam o mes-
marginal , que pode consistir em maior reten- mo dilema dos diastemos e têm chamado a
ção de placa bacteriana, inflamação gengiva l atenção de muitos periodontistas, que têm
e destruição periodontal. 37 Por outro lado, desenvolvido vários procedimentos cirúrg icos
laminados indiretos de porcelana podem su - sofisticados para as respectivas correções. 39
perar esses problemas desde que um preparo Parece que o osso interdental é um pré-re -
dental específico seja reolizado .20 A penetração quisito para o sucesso de tais procedimentos
suficiente do espaço interdental e a escolha a longo prazo.

FIGURA 4 -4 (CONT.). O prepa ro denta l foi mínimo, ta nto poro o coroa tradicional como para o laminado (4-4e a 4 -4 g).
A co nfecção de provisórios paro os incisivos latera is não foi necessário, exceto co m o propósito de diagnóstico. Foi possível
utilizar uma coroo trad iciona l no incisivo central direito pelo fato da realização de uma margem de porcelana estend ida e
redução da estrutura metólico33 ·36 (4-4 h, à direito), que permiti u simultaneamente uma interação luminosa ótima com os
tecidos moles (4- 4i) .

140
4-4i
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS C)E PORCELANA

,
Os triângulos interdentais escuros também (ver Fig. 7-6). E importante mencionar que uma
podem ser corrigidos com uma abordagem cerâmica com croma mais a lto deve ser usada
racional não -cirúrgica, uti Iizando "m in iasas" na área interdental (Fig. 4-Sm). Essa precaução
interdentais (Fig. 4-Sj; ver também Fig. 6-22). 35 é até mesmo mais crítica quando do desenho
Facetas de porcelana podem compensar razoa- de miniasas interdentais. Se a cor e a saturação
velmente as deficiências interdentais dos tecidos da extensão interdental diferirem do restante da
moles. Contudo, a superfície proximal natural coroa, a forma da coroa anatômica poderá ser
convexa do dente deve ser modificada. Para "opticamente" preservada, apesar do "excesso"
realizar isso, uma leve extensão interdental é cerâm ico interdental. O fechamento total do
feita, respeitando -se o perfil emergencia I da espaço interdental necessitaria idealmente das
coroa. O ponto de contato interdenta l torna-se margens intra-sulculares do preparo (ver Fig.
uma linha de contato interdental (Fig. 4-Sn). 6-21). O aparelho fibroso gengival não é teori-
Um mode lo mestre especial {isto é, um modelo camente afetado por tal modificação do desenho
de tecido mole, proporcionado ao ceramista a interdental, 40 e o sucesso estético a longo prazo
completa morfologia da geng iva) é fundamenta l pode ser estabelecido (Figs. 4-Sr a 4-St).

- •• I

FIGURA 4-5: INDICAÇAO TIPO 118 - TRATAMENTO ABRANGENTE DE SEQUELAS SEVERAS APOS PERIODONTITE DE
- ,
PROGRESSAO RAPIDA. O paciente foi encaminhado pelo periodontista (Dr. Bertrand Dubrez, Lausanne, Suíça) após o
trotamento de periodontite de progressão rápida. A situação estava estabilizada, mas havia perda severa de tecido mole
combinada com migrações dentais, diastemas e coroas clínicas excessivamente longos (proporção largura/altura coronal
irreal), que comprometiam o resultado estético (4-5a, 4-Sb). Após os passos de diagnóstico adequados, incluindo a colocação
de aparelho ortodôntico (4-5c, 4-Sd), a redistri buição dos espaços foi estabelecida. (4 -Se; tratamento ortodôntico realizado
pelo Prof. Ali Darendeliler, Universidade de Sidnei.) A fase pós-ortodôntica (4-5f) foi segu ida imediatamente pelo preparo
dental. A penetração máxima do espaço interdental foi necessária (4-Sg, 4-Sh). A redução vestibular deve ser cuidadosa-
mente controlada utilizando-se uma guia de silicone seccionada horizontalmente, proveniente de um enceramento (4-Si).
Uma d ireção de inserção horizontal com uma margem palatal em topo teve de ser escolhido para evitar a perda excessiva
de estruturo denta l intacto e permitir a máximo preservação de esmalte (4-Sh). As facetas de porcelana apresentam uma
arquitetura específico compreendendo miniasos interdentais que compensam a perda das papilas (4-S j).
- ,
FIGURA 4-5 (CONTINUAÇAO NAS PAGINAS SEGUINTES). Apesar do espessura excessivo do bordas incisivos remanes-
centes, a bordo incisiva das facetas pôde ser mantido com um espessura fina e delicado através do aumento da curvatura
vestibular e leve subcontorno do margem palatal (4-Sk). Após os procedimentos de cimentação, o excesso de esmalte foi
removido com pontos d iama ntadas finos (4-51) e polido com pontas de borracho siliconizado; um fio poro estabilização
foi, assim, unido às faces palotois (ver Fig. 4-5s). A visão pós-operatório imediata ainda demonstro leves aberturas inter-
dentois (4-5m), mos elos estão limitadas o linhos de contato proximal longos (Fig. 4-Ss). Observe os sofisticados efeitos de
estratificação do porcelana, que reproduzem cores diferentes e translucidez dos dentes antagonistas (4-So), e o relação
harmoniosa das bordos incisivos com o contorno labia l inferior (4-5p, 4-5p). O resultado é estável após 6 meses (4-Sr a
4-St). O periodonto fino e delicado apresenta excelente tolerância com as restaurações (4-St). (As Figs. 4-Sf e 4-Sm foram
reimpressos com a autorização de Belser et ol. 2º)

142
4-Sa 4-Sb

4-Sh 4-Si

4-5i
4-Sk 4 51

4-Sm
4-Sr

4-5s 4-5t
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

TIPO IIC: Aum ento do comp ri mento e Nos casos onde o sorriso do paciente, como
• I'\. •

proem I nenc,a I nc1s1vos


• • •
um todo, é reconsiderado, as dificu ldades já
mencionadas são combinadas com a dificul-
Como mencionado no capítulo 2, o envelheci- dade de dominar simultaneamente tanto a
mento acelerado tende a inverter a denominada forma geral como o comprimento dos dentes
força coesiva do sorriso. Por essa razão, não é envolvidos. Conseqüentemente, os laminados
raro tratar pacientes ansiosos em recuperar a de porcelana podem ser propostos no sentido
proeminência do incisivo, especialmente aque- de assegurar um resultado mais previsível (Figs .
les influenciados pelos modelos de revistas de 4-6e a 4 -6h) . 18 -20, 25, 45 O paciente deve ser infor-
I

moda. E fácil entender essa tendência no sentido mado das razões para o sacrifício moderado de
de sorrisos mais brancos e jovens, que logica- estrutura dental sadia e os custos envolvidos. A
mente preenche o princípio da dominância restauração do comprimento e da proeminência
descrito por Lombardi 41 (dominância da boca incisivos não é apenas uma questão estética;
dentro da face, dominância dos incisivos cen- a recu peração da rigidez da coroa também é
tro is dentro do sorriso). assegurada pela restauração do volume inicia l
do dente (simu lação da espessura original do
Para alcançar esse objetivo, materiais restau- esmalte através da porcelana). 21 , 23 , 28 •46 Uma
radores diretos podem ser aplicados, mas é preocupação importante pode ser levantada
importante lembrar que as resinas compostas com respeito à guia anterior acentuada, cria-
tendem a apresentar sinais precoces de fadiga da quando o comprimento e proeminência
(desgaste e pequenas fraturas) quando utili- incisivos são restaurados. Como parece haver
zadas para restaurar as bordas incisivas (Figs. uma associação entre a ausência de guia
4-60 o 4-6d). 42 ,43 Um resultado estético não anterior (isto é, mordida aberta) e desordens
pode ser garantido a longo prazo utilizondo- tem porema ndibu lares, 47 um elemento-chave
se a adição de resinas compostas diretas. 44 no desenvolvimento da oclusão harmoniosa é,
Uma alteração típica das coroas clínicas é o portanto, a guia incisiva, 48•49 fato pelo qual não
aumento progressivo na proporção largura/ parece ser importante para a harmonia neuro -
altura (perda da forma anatôm ica), que se muscu lar.48
desenvolve gradativamente como resultado
do desgaste incisivo.

FIGURA 4 -6: RECUPERAÇÃO DA ESTÉTICA E FUNÇÃO EM DENTES ANTERIORES DE UM PACIENTE EXIGENTE. O paciente
repetidamente se queixava da formo dos dentes anteriores, especialmente do comprimento insuficiente (proporção largura/
altura coronal > 90%) e guio anterior instável (4-60 a 4-6d). Resinas compostas foram originalmente utilizados poro restaurar
as bordas incisivas dos dentes anteriores superiores (4- 6c). A abordagem d iag nóstico incluiu um modelo acrílico confec-
cio nado em laboratório (ver Fig . 5-10). Melhoras significativas ocorreram após o procedimento de focetomento (cobertura
cerâmico incisiva de aproximadamente 3 mm), incluindo a harmonia das bordos incisivas com o linha labial inferior (4-6e),
proporção largura/ altura dos coroas clínicos (4 -6f; agora de aproximadamente 84%} e função (4-6g). Freqüentemente,
sinais óbvios de melhor aparência também incluíram o alteração do estilo do penteado (4-6h). As alterações específicas
re lacionadas à linho da borda incisiva estão detalhadas em 4-6i e 4-6 j. (As Fi gs. 4-4b, 4-4e, 4-4i e 4-4 j foram reimpressos
com a a uto rização de Mag ne e Douglas. 29)

146
4-6a

4-6e
4 EVOLUÇ.Ã.O DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

Para minim izar os tensões durante os movimen- Não há nenhuma evidência científica indicando
tos do guio dental protrusiva, a lguns clínicos que essa cond ição oclusa l ideal não se ja apli -
reduzem o comprimento dos dentes corrigidos cável o dentições anteriormente desgastadas e
esteticamente. Essa abordagem inadequado pacientes com parafunções oclusais. De fato, as
resulto em uma linha de sorriso invertido e pode RAP colocados em dentes desgastados e fratu -
envelhecer significativamente o paciente. 49 Co- rados, no início dos anos 90, e acompan hadas
mo provado cl inicomente, 24 não deve haver me- por 5 anos, apresentaram-se favoravelmente em
do de rejuvenescer o sorriso do paciente através relação às facetas de porcelana tradicionais e
do aumento da proeminência e comprimento inloys. 19 Esse índice de sucesso é permitido em
incisivos, pois o oclusão ideal refere-se o uma função da abordagem minimamente invasivo,
estética e fisiologia ideais. 48•5º que deve ser sempre a primeira escolha para
pacientes com dentições desgastados.
Uma outra razão pa ra não distribuir simetrica-
mente o guia anterior em um número máximo de Especialmente para indicação nos tipos IIC e
dentes é o comportamento mecânico favorável IIIA (ver próxima seção), o conforto e resultado
das restaurações adesivas de porcelana {RAP). estético devem ser previstos através de u mo
estraté,g ia 2 1 de diagnóstico especialmente de -
Em outras palavras, as características funcio - senvolvido (descrita no Cap. 5) para redefinir
nais dos dentes restaurados com restaurações reversivelmente uma linha de sorriso que comb i-
adesivas de porcelana podem ser conside- ne também com o caráter e personalidade única
radas idênticas àquelas dos dentes naturais do paciente (Figs . 4-6i e 4 -6j). Em muitos casos,
"
intactos. Enfase particular deve ser orientada, a recuperação do proeminência dental anterior
todavia, para o manutenção ou restabele- apresenta impactos social e pessoal positivos,
cimento de uma guia anterior funcional e relatados em última análise pelo paciente (com-
adequada, independentemente de esta guio pare as f igs. 4-6a e 4-6h) .24
envo lver ou não as novos restaurações.

FIGURA 4-6 (CONT.). A linha labial inferior é extremamente importante na orientação do configuração da nova borda
incisiva (ver Fig. 2-12). A linho labial inferior e as linhas das bordas incisivos não se complementam, produzindo estresse
visual (4-6i) . Cerco de 2 mm teve de ser adicionado aos incisivos centrais poro obter uma situação mais harmoniosa {4-6j).
Em a lgumas situações, o lóbio inferior tinha sido modelado pelos restaurações inadequadas preexistentes. Em tais circuns-
tâncias, é altamente recomendado "desprograma r" o lábio uti lizando-se, por exemplo, um ensaio restaurador de acrílico
(mock up) por 1 ou 2 semanas (ver Figs. 5-8k o 5-8m). 21

148
1/1
---·...-·--·---..................---
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕ ES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES A DESIVAS DE PORCELANA

Como fo i comentado para as indicações de Há evidência de que o tipo de linha de acaba-


tipo 1, não há nenhuma razão para não facetar mento incisiva a ser recomendado seja em função
dentes sem vitalidade com indicações do tipo li do tipo e da quantidade de cobertura incisiva.
{Fig . 4-7), exceto no caso de destruição severa O min ichanfro palatal, rotineiramente utilizado,
da estrutura denta 1. Geralmente, não se reco- deve ser ocasionalmente substituído por uma
menda a superposição da cavidade de acesso linha de acabamento simples como uma mar-
endodôntico com a faceta nem o uso de pinos. gem em topo, 23 ,51 especialmente em incisivos
Essas precauções permitem uma fácil re-entrada desgastados. Essas opções serão cientificamente
na câmara pulpor original e possibi litam um explicadas em função do distribuição de tensão
novo clareamento quando necessário. funcional durante os movimentos protrusivos da
mandíbula (ver Figs. 6-11 a 6-16).

FIGURA 4-7: RECUPERAÇÃO DE INCISIVO CENTRAL PROEMINENTE EM UM SORRISO ENVELHECIDO. A pri ncipal queixa
do paciente foi a fa lta de volume e comprimento de ambos os incisivos centrais (4 - 7 a, 4 -7b). O incisivo central esquerdo não
era vita lizado e apresentava descoloração (4-7c) . Os passos prepa ratórios incluíra m o clareame nto interno do incisivo central
e a substituição das resinas com postas interdenta is preexistentes (4-7d). A cavidade de acesso endodôntico fo i parcialmente
preenchida por ionômero de vid ro e, em seguida, foi coberta com uma camada de resina composto (ver Figs. 3-7 a 3-9).
As facetas de porcelana perm itiram a recuperação substancial do volume e comprimento coronais (4-7e-g). O lóbio inferior
"remodelou-se" de formo a adaptar-se perfeitamente às bordas incisivos recém-defin idas (4-7n. Visão introb ucol após mais
de 4 anos (4-7h). Os dentes intactos envelheceram e sofreram escurecimento , porém, os dentes facetados e o periodonto
permaneceram inalterados. Os passos do preparo dental deste coso estão detalhados na fig ura 6-4.

150
4-7c 4-7d 4-le

'•

,..,.---l-_7g..___,..,,.,,--_

t
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES ADESIVAS OE PORCELANA

,..,
TIPO Ili: RESTAURAÇOES EXTENSAS EM ADULTOS

Fraturas coronais extensas {tipo IIA, Fig. 4 - 8), Esses t ipos desafiantes de dentição d eficiente, às
perda de esmalte extensa (tipo 11 18) e malfor- vezes, envolvem o ma ioria do volume coronal
mações (tipo II IC) são ind icações poro esse tipo ou do su perfícíe denta 1.
de restauração adesivo de porcelana.

4-80

4-Bc

FIGURA 4-8: TRATAMENTO CONSERVADOR DE FRATURAS CORONAIS SEVERAS. Visão vestibula r pré-operatória (4-80).
Devido ao traumatismo, volume significativo dos incisivos centrais foi perdido (4-8b, visão palatal). A linha de fratura acaba
paragengivalmente na face mesial do incisivo central direito. A perda de tecido duro, estimado em mais de 5 m m de altura,
é evidente (guia de silicone proveniente do enceramento) (4-8c). (As Figs. 4-8a e 4-Bd foram reimpressas com permissão
de Mogne e Magne. 52)

152
4-8d

.. -
4-8e

4-8i

FIGURA 4-8 (CONT.). Faceta adesiva de porcelana definitivo (4-8d). Detalhes dos passos de diagnóstico são apresenta-
dos na figura 5-5 e o preparo dental é apresentado no figura 6-3. As restaurações foram unidas apenas no esmalte, pois
adesivos dentinórios efetivos ainda estavam em desenvolvimento no época da colocação. Situação inalterada 4 anos mais
tarde (4-8e). Manchas claras no esmalte são detectados no face palatal, mas o selamente e a adaptação marginal clínica
não se alteraram (4-8~. Nenhuma folha foi observada no porcelana, apesar da óbvia guia anterior funcional acentuada
(4-8g). Integração estético ótima: a linho de sorriso {4-8h) e a personalidade do paciente foram respeitados através dos
passos diagnósticos. Sete anos depois, a situação permanece inalterodo(4-8i).
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADES IVAS DE PORCELANA

TIPO IIIA: Fratu ra coronal extensa in vitro, afirmaram surpreendentemente que a


resistência limite coronal de dentes restaurados
As facetas de porcelana permitem que a vitali- excederam em alto grau àquela dos dentes in-
dade de dentes seja mantida, apesar da consi- tactos (Fig. 4-9a). Essa conclusão poderia até
derável destruição coronal. Nos crio nças, ta is mesmo ser mais forte atualmente, considerando
condições seriam preferencialmente tratadas o progresso dos adesivos dentinórios. Contudo,
com resinas compostas diretas, como restau- a adesão dentinária poderia não ser tão crucial
rações transitórias, do que com restaurações como pensada inicialmente para esse tipo de
de porcelana, que deveriam ser utilizadas indica ção. Foi claramente demonstrado que
basicamente em adultos. Espaços extensos de o poter,cial do conceito reside no desenho da
material cerâmico na borda incisiva só foram restauração, que é explicada através da confi-
investigados recentemente 23 e subseqüentemen- guração de carga favorável, geometria e arranjo
te utilizados com sucesso clinicamente. 24 Para tecidual dos incisivos superiores (Figs. 4-9b e
incisivos severa mente fraturados (Fig. 4-8), o 4-9c) .23 •46 Como conseqüência, a resistência
desenho extremo das restaurações sugere que a coronal prova ser suficiente até mesmo quando
terminologia possa necessitar de alteração: nós do uso de RAP com espaços extensos na borda
ainda podemos chamar essas restaurações de incisiva de cerâmica. Em uma aval iação clínico,
"laminados" ou "facetas"? Conseqüentemente, nenhum prob lema foi detecta do quando até
o termo "restaurações adesivas de porcelana" 5,5 mm de material feldspático médio livre foi
tem sido, por suo vez, proposto. 24 utilizado. 24

Apenas um número limitado de estudos cien- Coroas restauradas com RAP com espaços
tíficos têm explorado esse novo campo de extensos do borda incisai de cerâmica são ca-
in dicações. Wall et al. 45 demonstraram que até racterizadas pelo desenho de "baixo -estresse"
2 mm de espaço da bordo incisai dos cerâmi- e rigidez coronal maior quando comparados
cos poderia ser criado nos incisivos inferiores, com dentes intactos. 53 Como mencionado no
sem afetar a resistência limite coronal, porém Cap. 1, todavia, a flexibilidade prova ser uma
Andreasen et al. 15 podem ter sido os primeiros qualidade essencial em qualquer estrutura. Do
autores a estudar o tratamento de incisivos com contrário, seria incapaz de absorver a energia
coroas fraturadas com RAP do tipo laminado, de um trauma. Até certo ponto, quanto mais
no começo dos anos 90. Suas investigações, resiliente uma estrutura, melhor. 53,54

FIGURA 4-9: RESISTÊNCIA DE INCISIVOS INTACTOS E FRATURADOS RESTAURADOS COM DIFERENTES TIPOS DE TRATA-
1\/\E NTO. Os resultados de vários estudos de Andreasen et oi. (borro bronco 14 e barros cinzas 15) e Munksgaard et ai. (barras
pretas55) foram combinados neste gráfico. As restaurações cerâmicas consistiram de laminados vestibulares trad icionais
(nenhuma cobertura incisiva), com exceção do último grupo (dente fraturado mais estruturo de faceto), que apresentou a
resistê ncia médio mais alto e correspondeu aos dentes em que as facetas incluíram a parte ausente da borda incisiva , como
também, da face vestibular. Os grupos que não eram estatisticamente diferentes estão ligados por colchetes na esquerda.
Note os desvios padrão extremos inerentes ao teste de falha catastrófica (4-9a). Carga vestibular foi aplicada (ponto dos
setas de cor cinza-cloro).

154
RESISTÊNCIA LIMITE (MPa)

Dente natural

Dente natural
+ FACETA

Dente fraturado
+ fragmento colado

Dente fraturado
+ fragmento colado
+ FACETA
Dente fraturado +
estrutura de resino
composta + FACETA

Dente nat ural +


estrutura de faceto

Von Mises equivalente


modificado (MPo)

FIGURA4-9 (CONT). DISTRIBUIÇÃO, DE TENSÃO VON MISSES MODIFIC:ADO ATRAVÉS DE SECÇÕES VESTIBULOLINGUAIS
DE INCISIVOS RESTAURADOS (ANALISE DE ELEMENTO FINITO). A seta pontilhada mais grosso demonstra a locolizoçõo
e direção de carga de 50 N. A linha branco pontilhada representa o cimento resinoso. Apesar das diferenças extremas no
desenho da restauração, a interface dente-restauração e a restauração, em si, não são submetidas a altas tensões, tanto no
faceta mínimo como no faceto que está restaurando o dente fraturado (4-9c). Em ambos os casos, a interface não cruzo a
concavidade palatal. As tensões no esmalte palatal remanescente são até mesmo mais altas em 4-9b em co.mparaçõo com
as tensões no mesmo local, no concavidade da peça cerômica na figuro 4-9c. Os dois incisivos foram restaurados com a
mesmo cerâmico feldspática (ver também a Fig. 6- 12).
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

Pesquisa adicional é necessária para determinar priado antes da colocação de uma faceta de
se a resistência modu lada através de desenhos porcelana devido à expansão térmica uniforme
com alta deformação pode ser ind icada, isto é, e ausência de expansão higroscópico do frag-
através da inclusão de estruturas subjacentes de mento colado.
resina composta. Essa modalidade fo i incluída
no estudo de falha sob carga de Andreasen et Quando o fragmento dental fraturado não
al. 15 (ver Fig. 4-90) e produziu resistência limite estiver disponível, recomenda-se o desenho
coro na I favorável. A distribuição de tensão simpl ificado "apenas em cerâmica" {Figs. 4-8
relatada foi calcu lada em um estudo de ele- e 4-1 O), pois é simp les e apresenta resultados
mento finito. 23 A presença de resina composta estéticos ótimos. O técnico em prótese dentária
proporcionou um efeito significativo, permitindo pode usar porcelanas específicas para reprodu-
simultaneamente uma diminuição das tensões zir, com precisão, a anatom ia e as características
na concavidade palatal (redistribuição de ten- ópticas da dentina, isto é, dentina opaca para
são em uma resina composta mais f lexível) e obter uma adequado translucidez e corantes
reposicionamento do margem da faceto em fluorescentes, a fim de obter luminescência
uma área incisiva "segura". Todavia, a estrutura adequada (ver Figs. 7-8 e 7-9). A maioria das
de resina composta subjacente deve ser cuida- resinas compostas não permite uma caracteri-
dosamente considerada. Pesquisas científicas zação tão precisa.
adicionais são necessárias com relocão à alta .;,

expansão térmica de certas resinas compostas. Dentes inferiores fraturados podem ser tratados
As resinas compostas provaram ter uma influên- com algumas abordagens (Fig. 4-1 O) . Muito
cia significativa no desenvolvimento de fraturas embora os estresses funcionais possam gerar
pós-adesivas na cerâmica, quando aplicadas forças de tração na face vestibular de incisivos
em excesso como agente de cimentação 56 ·58 ou inferiores (ver Fig. 1-6), isto não é uma contra -
quando utilizadas na forma de restaurações de indicação para RAP. Devido à geometria vestibu-
C lasse 3 preexistentes. 59 lar favorável dos incisivos inferiores, morfologia
que apresenta contornos planos ou suavemente
No momento, a colagem de fragmen tos dentais convexos, tais tensões de tração vestibulares per-
º
fraturados, 55 •6 quando possível, é certamente manecem moderadas. A configuração de carga
indicada pelo fato de ter sido provado que dos dentes inferiores (isto é, carga vestibular)
esta proporciona bons resultados quando su- foi reproduzida em estudos de Wall et ai. 45 e
plementados com uma faceta (ver Fig. 4-9a). 14 produziu resultados favoráveis em comparação
De fa to, esse tipo de trotamento parece opro- com os dentes intactos.

FIGURA 4-1 O: INCISIVOS INFERIORES FRATURADOS PREVIAMENTE. Este coso apresento indicações combi nados para RAP:
recuperação da proeminência incisiva no maxila e resta urações definitivas dos incisivos centra l e lateral direitos inferiores
restau rados previamente com resinas compostos (4-1 Oa). Visões detalhadas do preparo denta 1 (4- 1Ob) e restaurações cerâ-
micas definitivas (4 -1 Oc). A guia anterior acentuada asseguro função adequada, e o situação permanece estável após 3 anos
(4 -1 Od; esta visão também demonstra laminados de porce lana no incisivo central superior direito até o can ino esquerdo).
Visões adicionais deste coso, como ta mbém procedimentos diagnósticos detalhados, são apresentados na figura 5-8.

156
4-lOo

4-lOb 4-1 Oc

4- lOd
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

Tipo 1118: Perda de esmalte extensa (por ex., solução de bicornonoto de sódio) e o
aplicação tópico de géis fluoretados neutros
podem ser recomendados. Sempre que possível,
A abrasão dental extensa é encontrada tipica -
o Odontologia adesivo deve ser uti lizado, coso
mente em pessoas de faixas et6rias mais ve lhos - - • I •
uma restauraçao seio necessor10.
e nos dentes superiores; os dentes anteriores
apresentam freqüentemente maior desgaste (Fig. A perda de esmalte loca lizado pode ser facil-
4-11 ). Todavia, a perda da superfície dental é mente tratada pe la aplicação direta de resinas
61
um
, problema crescente em indivíduos jovens. compostos . No coso de um padrão de desgoste
Acidas na dieta são bostante comuns (especial- mais extenso, restaurações adesivos de porce-
mente em refrigerantes) . Buli mio, consumo de lana podem ser propostas e incluir os dentes
a limentos ácidos, refluxo de ácido e ingestão de posteriores. As ind icações de tipo IIIB podem
cloro (dos piscinas) são outros fatores etiológicos parecer, de certo formo, similares às do tipo
típicos em pacientes jovens. IIC, mas as primeiras apresentam uma natureza
mais generalizado (que freqüentemente envolve
A erosão dental, particularmente em pessoas mais que 4 dentes poro tratamento), quando
jovens, apresenta-se como um desafio conside- comparadas com os últimas (que freqüente-
rável para o dentista . Em todos os casos, estra- mente envolvem apenas dois dentes). Um outro
tégias conservadoras e preventivas são essen- paciente típico de tipo IIIB é apresentado nos
ciais . O uso de soluções bucais neutralizantes figuras 8-89 a 8-88j.

4 - 1 lo 4 11 b 4-11 c

í - ...
(

4- 11 d 4 - 11 e ,i. 11 f

FIGURA 4-11: EROSÃO DO ESMALTE DE DENTES ANTERIORES SUPERIORES. O paciente apresentou-se com desgaste
vestibular severo nos dentes anteriores superiores e restaurações de resino composta Classe 3 com infiltração (4- 11 a a
4-11 c). Note exposições definidos de dentina no face vestibular de ambos os incisivos centrais (4-11 b). O plano de tro-
tamento incluiu o substituição das restaurações preexistentes e os dentes foram preparados de acordo com um modelo
diagnóstico; observe que as margens proximais estendem-se dentro dos novas restaurações interdentais (especialmente
entre os incisivos central e lateral) paro minimizar o volume da resina composta remanescente (4 - 11 d). As restaurações de
porcelana apresentam a lterações mínimas na forma e no comprimento dentais, contudo houve recuperação substancial
do volume vestibular (4-11 e a 4-1 1h).

158
4-11
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

Tipo IIIC: Malformações congênitas e preferencialmente utilizadas em adultos. A colo-


adquiridas generalizadas cação prematura de restaurações de porcelana
(antes de 16 ou 18 anos de idade} pode não
Um grande número de malformações localiza- ser apropriada devido às alterações significa-
dos da superfície coronal pode ser tratado pre- tivas que ainda ocorrem na dentição (por ex.,
ferencialmente através de meios conservadores, erupção passiva e crescimento da crista alveolar
incluindo o uso de resinas compostas diretas (ver residual) .
Figs. 3-5 e 3- 1 1) .62 •63 A displasia do esmo lte
generalizada (Fig. 4-12), todavia, necessita de A displasia de esma lte genera lizada deve ser
uma abordagem mais globa l e pode ser trata- disting uida da amelogênese imperfeita. Esta
1

da com sucesso e de forma conservadora com última necessita de atenção particu lar: com
RAP, caso a junção esmalte-dentina não tenha maior freqüência, um procedimento com co -
sido a lteroda. 29 Como foi dito para o tipo IIIA, bertura total ainda é o tratamento de esco lha. 64
resinas compostos diretas podem ser utilizados Pesquisa adicional é necessária para determinar
como restaurações provisórias em crianças, se a amelogênese imperfeita pode ser tratada
antes da colocação definitiva de porcelanas, com cerâmicas adesivas .

4-120 4 l 2b

FIGURA 4-12: ABORDAGEM DE TRATAMENTO ABRANGENTE PARA DISPLASIA DE ESMALTE GENERALIZADA. Os dentes
superiores foram trotados previa mente com coroas metalocerâmicas, que alteraram significativamente a auto-estima do
pacien1e: seus olhos fugiam do câmera e seus lábios tentavam esconder seus dentes (4- l 2a, 4- l 2b). Os dentes inferiores
ainda exibiam os defeitos superficiais originais (4- l 2c). A situação mandibular é complicada pelo apinhomento acentuado
(4 - l 2d). A fa se pré-protético incluiu o confecção de provisórios para os dentes superiores e o remoção de um incisivo inferior
após o tratamento ortodôntico (4- l 2e). (A Fig. 4- l 2c foi reimpresso com a autorização de Mogne e Mogne. 52)

160
'•
.• l r
••

4-l 2c

4- l 2d

4-12e
4- l 2f

4-12

4- l 2h
4- l 2i

4-121

FJGURA 4-12: (CONT.). Uma vez realinhados (4- l 2ij, incisivos, caninos e primeiros pré-molares inferiores são preparados
(4- l 2g), restaurados com laminados de porcelana (4- l 2h) e estabilizados com um reten·tor unido adesivamente no face
lingual. As restaurações definitivas nos dentes superiores foram realizadas em um segundo estágjo (4- l 2i), o que favoreceu a
reprodução exato da cor das facetas inferiores integradas (4- l 2j, 4- l 2k). Espera-se um impacto significativo na auto-estima
e na vida social da pa.ciente (4- l 2j a 4- l 2m). Essas restaurações têm estado em função por mais de 7 anos, sem maiores
problemas. Os possos detalhados do confecção dos facetas inferiores são mostrados na figura 7-11.
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

-
INDICAÇOES COMBINADAS
Não é raro encontrar pacientes com apenas O paciente, no figura 4-13, demonstra particu-
uma razão para justificar o uso de RAP. A maio- larmente este fato, pois havia pelo menos três
ria dos pacientes, neste livro, apresenta uma razões principais para usar RAP. As restaurações
combinação de fatores que finalmente levam à permitiriam solucionar simultaneamente o pro-
decisão de usar porcelanas em uma abordagem blema de manchamento residual, fechamento
indireta. de diastema e redefinição da formo e do com-
primento dentais.

4- l 3b

4-130 4- l 3c

FIGURA 4 -13: TÍPICO PACIENTE COM INDICAÇÕES COMBINADAS PARA RAP. Visões pré-operatórias: a solicitação do
paciente incluía o fechamento dos espaços interdentais entre os incisivos superiores (4-130). Além disso, o incisivo central
esquerdo apresentava manchas resistentes ao clareomento e a análise do sorriso revelou um espaço significativo entre o
lábio inferior e os incisivos superiores (4-13b). O volume e comprimento dentais foram conseqüentemente redefinidos; a
curvatura aproximada do lábio (curva pontilhada) serviu como referência (4 - l 3c; dentes não preparados e guio de sil icone
do enceramento). Situação inicial (4- l 3d), visões correspondentes dos prepores dentais (4- l 3e, 4-13fj e as RAP finaliza-
dos {4-13g a 4- l 3i). Agora pode ser observado harmonia entre os dentes superiores e o lábio inferior (4- l 3h) e há uma
significativo melhoro no composição dentofociol do paciente (4- l 3i). {Paciente tratado com a co laboração do Dr. Valérie
Fovez, Universidade de Genebra.)

164

4-l 3g


.

., ,.·, ..., • •

4-13h
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES A NTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

- ,
CONSIDERAÇOES BIOLOGICAS
I

Uma discussão ampla de novas ind icações para significativas no lndice de Placa e vitalidade
RAP deve incluir considerações biológicas. Para das bactérias da placa após a colocação de
aqueles pacientes que apresentam indicações facetas de porcelana. Tais resultados chamam
de tipos li e Ili, as abordagens de tratamento a atenção para a questão da hipótese geral de
tradiciona l (coroa total) envolvem a remoção de que os sofisticadas restaurações adesivas não
grandes quantidades de substância dental sadia, seriam indicados em pacientes com higiene
com efeitos adversos sobre a polpa, geng iva e bucal insuficiente. De fato, devido ao seu com-
II
biomecânica da coroo, para não mencionar portamento amigável", as cerâm icas adesivos
as sérios conseqüências finance iras. O uso podem ser as restaurações mais tolerantes em
da tecnologia adesivo, por sua vez, permite a pacientes que "brigam" com a higiene bucal
máximo preservação dos tecidos (incluindo a (Fig. 4- 140). Pode-se supor que o periodonto
manutenção da vita lidade dental) e limita os daqueles pacientes poderia responder melhor
custos, o que também contribui para a satisfa - ao material cerâm ico, considerando-se que a
ção do paciente. porcelana dental é menos suscetível ao acúmulo
de placa do que o ouro, a resina ou, até mesmo,
Um resultado significativo é a excelente resposta estruturas dentais minerolizadas. 66,67 Não existe
periodontal (ver fotografias de controle nas Figs. virtual rnente nenhuma degradação superficial
4-5r, 4-7h, 4-8e a 4-8h, 4- 1Od e 4- 14), que do material cerâmico, o que é corroborado pela
24
foi primeiramente observada por Calamia no ausência de acúmulo de placa (Fig. 4-14b).
final da década de 80. 9 Devido à estética favo- Uma vantagem adicional das RAR da perspec-
rável intrínseca na área marginal, restacfrações tiva periodontal, é evitar os procedimentos de
cerâmicas adesivas não necessitam de pene - aumento de coroa clínico, pois, até mesmo
tração no sulco gengival, que representa dano coroas muito curtas podem ser recuperados
potencial aos tecidos periodontais. Kourkouta (ver Fig. 4 -8).
et a i .65 demonstraram, até mesmo, reduções

FIGURA 4-14: VISÕES DO ACOMPANHAMENTO DOS TECIDOS MOLES PERIODONTAIS AO REDOR DE RAP APÓS 5 A
6 ANOS SEM MANUTENÇÃO ESPECÍFICA. Visão pós-operatória 6 anos após a colocação de uma faceta de porcelana
no incisivo latera l demonstrando uma situação periodontal favorável, apesar do hig iene bucal insuficiente; houve evolução
significativa do lesão cervical no canino (4- l 4a). Este coso foi detalhado na figura 4-4 (linha de referênci a do incisivo lateral
na Fig. 4-4g). Visão ampliada de um outro paciente, 5 anos após a colocação de RAP (4- l 4b). A superfície de porcelana
ainda est6 brilhante, a margem é invisível e não há nenhum acúmulo de placa bacteriana , apesar do foto de que nenhuma
manutenção específica foi realizado (o mesmo pode ser d ito paro o paciente do Fig. 4- 140).

166
4-140

4-14b
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES A DESIVAS DE PORCELANA

Finalmente, o ótima estética do periodonto lábio superior: a proximidade do lábio pode


marginal na presença de RAP é assegurado criar um "efeito de guarda-chuva" (sombra)
através do denominado largura estética ine- caracterizado pelas gengivas marginais acin-
rente o essas restaurações {Fig. 4-15). 35 Com zentados e papilas interdentois escuras (Figs .
restaurações trad icionais com cobertura total, 4-1 Sa e 4-1 Sd; ver também Fig. 4-12b). As
as armações metálicas estendidos e a estrutura RA~ por outro lado, exibem um comportamento
cerâmico de alumínio opaco estão associados o óptico excelente e promovem uma aparência
efeitos ópticos desagradáveis nos tecidos moles natural dos tecidos moles marginais {Figs.
circundantes. Esse problema é realçado pelo 4- l Se e 4- l Sd) .

4-1 Sa

4 - 1Sb

FIGURA 4 -15: LARGURA ESTÉTICA E EFEITO DE GUARDA-CHUVA SOBRE OS TECIDOS MOLES. As restaurações (coroas
totais de cerâmica nos cani nos direito e esquerdo) estão muito opacas e são res ponsóveis pelas papilas acinzentados ob-
servadas apenas na presença do lá bio (compare a Fig. 4-150 e o 4- l Sb; ver Fig. 4-1 Sd, porte superior). Em contraste, os
tecidos periodontois ao redor das RAP (incisivo central direito até canino esquerdo) ou coroas de jaqueta parecem saudáveis e
naturalmente ilum inados (4-1 Sc, 4-1 Sd, parte inferior) . {A Fig. 4-1 Sd foi reimpresso com o autorização de Mogne et al. 35)

168
4-lSc


JI
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4- l 5d
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

PERSPECTIVAS DE FACETAME NTO DE DENTES POSTERIORES


As necessidades dos pacientes e o interesse dos dentes posteriores intactos apresentam flexão
clínicos em restaurações estéticas não estão li- de cúspides devido à morfologia e oclusão.
m itados aos dentes anteriores. Como resultado, Procedimentos restauradores podem aumentar
técnicas restauradoras adesivas com a cor dos o movimento das cúspides sob carga oclusal,68 ,72
dentes posteriores têm crescido consideravel - o que, por sua vez, pode resultar em resistên-
mente na última década. cia alterada, fratura por fadiga e síndrome do
dente rachado .73 -75 Tal conhecimento permitiu
considerável desenvolvimento dos métodos para
Os princípios biomiméticos que têm sido
discutidos para os dentes anteriores podem melhorar a resistência dos dentes à fratura, 76,77
ser similarmente aplicados aos molares e através de várias formas de cobertura total ou
pa rcial 78 ·80 e, mais recentemente, através do uso
pré-molares. A seguinte consideração biomi-
de técnicas adesivas conservadoras .69·8 1,82
mética deve ser lembrada. Como no caso
da flexão coronal nos dentes anteriores, a
A integridade da crista marginal é uma impor-
flexão de cúspide representa a característica
tante característica anatômica em limitar a
biomecânica mais importante nos dentes
posteriores. flexão de cúspides, que é o contribuinte mais
significativo para a rigidez e resistência da
coroa dos dentes posteriores. 83
Importantes avanços têm resultado do estu-
do e compreensão da flexão das cúspides e Como 1m encionado no capítulo 3 para os den-
limites plásticos, que são os parâmetros prin- tes anteriores, um grande número de dentes
cipais na performance do complexo dente- posteriores pode ser tratado de forma ultracon-
restauração. 68,69 A microdeformação subclínica servadora com resinas compostas d iretas, 84 •85
de cúspides, isto é, abaixo do lim ite de obser- especialmente se as cristas proximais estiverem
vação no consultório, tem sido identificada intactas para assegurar a integridade b iomecâ -
desde o início da década de 80, por Douglas 68 nica do coroa dental {Figs. 4- 16 a 4- 17).
e Morin et al .70, 71 e, atualmente, se aceita que

FIGURA 4- 16: SUBSTITUIÇÃO DE TAMANHO PEQUENO A MÉDIO DA ESTRUTURA DENTAL COM A APLICAÇÃO DE
RESINAS COMPOSTAS DIRETAS. As cristas marginais estão intactas neste molar, que apresenta a indicação ideal paro
resinas compostos diretas (4- l 6a). Preparo do cavidade após a remoção do tecido cariado {4- l 6a) e biselamente (4- l 6b).
A res ino composto foi estratificada utilizando-se a técnica sanduíche, 86 que consiste de uma base com cores similares ao
esmalte (4- l 6d), que são caracterizadas com corantes intensos e cobertas com massas mais translúcidas (4- l 6e). Cada
cúspide e lóbulo anatômico pode ser polimerizodo separada mente (4-16~, o que permite o elaboração de uma morfologia
sofisticado e uma superfície mastigatório funcional (Fig. 4- l 69 a 4- l 6 i). O acabamento da restau ração é significativamente
simplificado; os contornos fi na is e o bril ho são faci lmente obtidos com discos Soflex, entalhados, feitos sob medido (3M}
(4- 16j o 4-161).

170
4-160 4- l 6b

4- l 6d 4- 16e 4- l 6f

.....

4-16i

\ \

4- l 6j 4-16k 4- 161

4-170 4- l 7c

FIGURA 4-17: ACOMPANHAMENTO POR SETE ANOS DE RESINA COMPOSTA DIRETA. Visão pré-operatória de uma
restauração antigo de amálgama (4-170) e visão pós-operatória após 7 anos (4- l 7b). O monchamento da restauração
aproxima-se muito do aspecto oclusol natural dos dentes adjacentes. A visão detalhado não demonstra alteração do margem
e comportamento excelente do material (4-17c). O sucesso clínico pode ser atribuído à quantidade limitada de estrutura
dental substituída.
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

O módulo elástico comparativamente mais bai- Os procedimentos de cimentação para RAP


xo da maioria das resinas compostas, contudo, posteriores seguirão os mesmos passos descri -
nunca pode ser totalmente compensado com a tos no capítulo 8 para RAP anteriores, 28 isto é,
perda das fortes cristas proximais de esmalte, aplicação imediata de agente adesivo dentinário
especialmente em restaurações de Classe 2 (antes da moldagem) e uso de uma resina com-
maiores. Nessas situações, especialmente quan- posta regular fotopolimerizóvel como agente de
do a cobertura das cúspides é necessária, inloys/ cimentação; cimento resinoso de dupla polime-
onloys cerâmicos diretos parecem ser a melhor rização pode ser omitido nessa abordagem, pois
opção. 84 •85 A rigidez adequada da porcelana as RAP parecem oferecer translucidez suficiente
permite potencialmente a total recuperação da para urna fotopolimerização efetiva. 87 A apli-
rigidez coronal. As resinas compostas atuais cação rigorosa dessa seqüência é fundamental
sofrem não apenas pelo módulo elástico baixo para se evitar sensibil idade pós -operatória.
e rigidez limitada, mas também pela expansão
térmica alta; nesse contexto, seu uso como ma- Como discutido nas indicações de tipo Ili para
terial restaurador em reabilitações que suportam RAP ainteriores, o uso de RAP posteriores no
grande carga oclusal é questionável. forma de onloys e overlays de cerâmica é,
de fato, uma maneira sensata de evitar os
No caso de cobertura oclusal total em dentes procedimentos protéticos tradicionais que
vitalizados com coroa clínica curta, overlays necessitariam de tratamento endodôntico e
indiretos de cerâmica são indicados (Figs. 4-18 de aumento cirúrgico da coroa clínica. A má-
e 4-19).84,85 xima preservação tecidual e a biomimética,
forças motrizes da Odontologia restauradora
moderna, possibilitam isto.

FIGURA 4-18: ACOMPANHAMENTO POR 5 ANOS DE COBERTURA oc:LUSAL TOTAL DE UM DENTE VITALIZADO, COM
'
UMA COROA CLINICA CURTA. Visão comparativa de uma coroa metalocerâmica e um overJay cerâmico (4 -180). A van -
tagem do overloy para este molar com uma coroa clínico curta é óbvia: o dente ainda tem vitalidade e está fu ncional sem
problemas após 5 anos em função clínica (4- l 8b, 4- l 8c; agora aos 7 anos em função clínico). Note que nenhum agente
dentinário efetivo estava disponível na época do colocação. A adesão ao esmalte marginal é a única responsável pelo
sucesso clínico.

- -
FIGURA 4- 19: SUBSTITUIÇAO CONSERVADORA DA RESTAURAÇAO
'
DE AMALGAMA COM OVERLAY CERAMICO - 7
,..

ANOS DE ACOMPANHAMENTO. A espessura remanesce nte insuficiente dos cúspides (4 - l 9a) justificou o cobertura total
do dente, sendo este mantido com vita lidade. Visão fina l do over/ay cerâmico sobre um troquei unitório (4- l 9b) e após a
cimentação adesiva (4 - 19c). Visão aproximado após mais de 7 anos sem intervenção (4- l 9d; agora aos 9 anos em função
clín ica). Aqu i, novamente, nenhum agente dentinário efetivo estava disponível na época da colocação. A adesão ao esmalte
marginal é o único responsável pelo sucesso clínico.

172
4-180 4-l 8b 4-l 8c
4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA

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174
EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES ADESIVAS DE PORCELANA 4

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4 EVOLUÇÃO DAS INDICAÇÕES DE RESTAURAÇÕES ANTERIORES A DESIVAS DE PORCELANA

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176



,
CAPITULO 5

,
'

Os capítulos anteriores enfatizaram que (1) a estética e a função são


preocupações similares quando da restauração da dentição anterior e
(2) os conceitos modernos da Odontologia Restauradora introduziram
novas soluções através das restaurações adesivas de porcelana (RAP), que
distribuem para as tensões e envo lvem a coroa dental como um todo, ao
suportar a carga oclusal e a fun ção mastigatório. A natureza biomimética
resultante da RAP é particularmente interessante quando se considera a
restauração de uma dentição envelhecida, tonto o fun ção como a apa-
rência são afetados pelas característicos físicas dos dentes envelhecidos.
A erosão e o desgoste superficial levam ao prog ressivo adelgaçamento
do esmalte, provocando, finalmente, o aumento da flexibilidade coronal
e mais manchas superficiais. A restauração do volume dental não ape-
nas restitui o aparência mais original e jovial do sorriso, como também
permite uma ampla recuperação biomimética do coroo. Esse resultado
do tratamento depende grandemente do abordagem terapêutica escolhi-
da, a força motriz de tal escolha deve ser a preservação do fino esmalte
remanescente. Ao passo que um grande número de técnicas de preparo
levou a uma maior exposição dentinário, o princípio de preservação do
es malte pode ser preenchido por meio de uma abordage m específica.
Este capítu lo descreve uma base de trotam ento que incorporo um modelo
diagnóstico resultante das relações interativas entre o clín ico, o paciente e
o laboratório dentário. Esse tipo de estratégia de trabalho, documentado
com casos clín icos, integra enceramentos ad itivos e ensaios restau radores
de acrílico. Estes últimos oferecem grande quantidade de informa ção e
economia de estrutura dental para o realiza ção e o prognóstico da res -
tau ração definitiva.

179
5 PLANO DE TRATA/\1\ENTO INICIAL E ABORDAGE/vt D IAGNÓSTICA

- ,
RELAÇ OES INTERATIVAS PACIENTE-DE NTISTA-LABORATORIO

Em muitos casos de reabilitação estético, o ob- Essa estratégia depende completamente do


jetivo do trotamento será alcançado por meio tratamento ad equado do paciente e de uma
de um esforço diognóstico. 1 íntima relação interativa com o laboratório
den -tário.
O estágio de diagnóstico pode ser alcançado
em uma abordagem de dois possos, incluindo O domínio das técnicas restaurado ras, o
(1) a elaboração de um enceramento diagnósti- controle ótimo dos parâmetros estéticos e a
co e (2) a confecção de um modelo correspon- seleção terapêutica adequada aumentaram
dente para ser avaliado in vivo, tanto pelo clínico significativamente as chances de sucesso, mas
como pe lo paciente. No caso de RAP, uma abor- o resultado final só terá impacto real se a co-
dagem específica necessita ser desenvolvida. municação entre os equipes clínica e técnica
Ferramentas simples, porém essenciais, serão for efetivo. Esse intercâmbio de conhecimento
apresentadas neste capítulo: o enceramento também inclui o paciente, 2•3 avaliado tanto pelo
aditivo diagnóstico e o ensaio restaurador de clínico como pelo técnico, e sua participação
acrílico, que serão util izados durante os passos ativa com eles na ''tríade de sucesso" (Fig. 5-1 ).
diagnósticos e os procedimentos de preparo O acompanhamento e o tratamento in icial do
dental para a ótima restauração da dentição paciente são, portanto, discutidos nas primeiros
envelhecida com RAP Dois elementos são en- seções deste capítulo.
fatizados: (1) a objetividade e a simplicidade da
abordagem, e (2) a quantidade representativa
de informações de diagnóstico e a conservação
da estrutura dental, obrigatórios na realização
do prognóstico da restauração definitiva.

FIGURA 5-1: TRÍADE OE SUCESSO E FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO E AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DO PACIENTE. A


tríade de sucesso é definido pelo relação harmoniosa entre o paciente E~ as equipes clín ico e laboratorial. O dentista que
irá realizar a restauração é apenas um "dedo" da equipe clín ica que compõe a "mão" no círculo desta relação. O utros
"dedos" incluem o periodontista, o ortodontisto, ele. Uma abordagem sistemático é proposto. Tonto o clínico como o téc-
nico em prótese denlário (TPD), devem compreender as necessidades do paciente. Portanto, recomenda-se que o paciente
. visite o laboratório dentário antes do início do plano de tratamento. O TPD desenvo lve uma condição estética no forma de
imagens e anotações. A cor pode ser documentada nesse es~ógio, mos é reco,nendáve l que o paciente visite o laboratório
dentá rio novamente, especialmente quando clorea,nento e outros procedimentos preliminares venham a ser executados.
No caso de dentes descoloridos, docurnentação adiciona l de cor deve ser realizada após o preparo dental. Entre os proce-
dimentos laboratoriais preli,ninares, o enceramento diagnóstico é de fundamental importância no tratamento inicial. A fase
diagnóstico representa o parte mais criativa e interativo do tratamento e o ensaio restaurador deve permitir o visualização
do objetivo fina l. Dessa formo, o esforço criativo d urante a fase restauradora é mínimo e será limitado à reprodução do
ensaio restaurador na forma de RAP

180

,
OPERATOR I A LAB O RA TORI A L

Compreensão dos necessidades do paciente

o
-o Condição estética
e • Radiografias, slides, modelos -"

e
Q)
nformoção ao paciente
Documentação de co.c
-o • 1
Discussão ··... ··.
·-
(/)
e: • Plano de trotamento seqüencial
o
u • Discussão
.•
• Documentação do co r .
.
.'
.
...
••

.
.
-o · ....-............................ ······ ............... ......... o·1spos1t1vo
· · orto d"ont1co
·
·-u O rto dont1a :
·-
e: .
·- Cirurgia ortognática ..•
;

.
-o
e:
(l) Endodontia, clareamento
..
..
'.•
E .
o
-+- C irurgia periodontol ....... . ·-··... ..

~
e •
•....... ......
................ ..........
.....:::::;.... !.•
..•

Resinas compostos d iretas ~ - ..... ...... . .. •····· ...• ...... .....


Enceramento
......
o ..• diagnóstico
u
·-
-+- .
(/)
~o Ensaio restaurador.--- •'•
.·· ..·· ..
e: ..... .·· .
O) dia gnóstico ...... ;,;, ..
o
·- ..-.·••
__

..·· Documentação de cor :


••
Q) _ ...··•• .
.
V) .·
o ...····,• •
.·.
..·...
-lL.
.··
'

,.,..· ..

Preparo dental e Documentação de cor
eo confecção de provisórios (dentes descoloridos)
-o
2
::>
Moldagem Modelos mestres
E(/)

~
Q)
(/)
o Cimentação adesivo
u..

M an utenção
5 PLANO DE T RATAMENTO INICIAL E A BORDAGEM ÜIAGNÓSTICA

TRATAM ENTO DO PACIENTE PELA EQUIPE OPERATORIA


O tratamento e aconselhamento apropriado dos 3 . Informar ao paciente. Com base nos do-
pacientes com problemas estéticos representa cumentos mencionados, o clín ico explica os
indubitavelmente a fase cl ínica ma is crítica do problemas existentes ao paciente, utilizando os
tratamento. A tarefo pode ser particula rmente rad iografias, fotografias e mode los de estudo
desafiadora caso a confiança do indivíduo (que como auxiliares. O uso de uma te rminologia
sofreu com a fo lha de um tratamento anterior) simples e compreensível é essencia l. Um pacien-
tenha de ser recuperada. Um tratamento com- te que entenda completamente o informação
binado e estruturado através da operatória perceberá melhor os possibil idades e limitações
denta l e do laborató rio dentário proporcionarão do tratamento. Nesse contexto, os mode los de
bases adequados para o tota l cooperação do demonstração (Fig. 5-2) e/ ou fotos clínicas de
paciente. Durante a fase inicial, o clín ico deverá outros pacientes podem ser auxiliares no expli-
respeita r a seguinte seqüência (ver Fig. 5-1 ): cação dos diferentes tipos de restaurações.

1. Conhecer o paciente. O primeiro passo ob- 4 . P/a,10 de tratamento seqüencio/. Nesse mo-
jetiva a compreensão
, da necessidade primária mento, o clínico elaboro um plano de tratamen-
do paciente. E de importância fundamental o to seqüencial , incluindo possíve is alternativas.
clínico ouvir atentamente as explicações dopa- Duração e custos são determ inados. Os honorá -
ciente no sentido de definir as principa is expecta- rios do laboratório deverão se r apresentados
tivas. O pacie nte não deve se sentar no cadeira separadamente. Quando o acompanhamento
odonto lógica nesse estágio (Fig . 5-2 ). O uso de e tratarr1ento do paciente são partilhados pelo
modelos de denti ções intactos, fotografias e re - dentista e TPD de forma similar, é comum os
vistas de moda podem auxil iar signifi cativamente honorários do laboratório e do clín ico serem
• •
no comunicação com o paciente. 1gua1s.

2. Documentação inicial. Após o paciente ter 5. Fase final do tratamer1to inicial do paciente.
expressado seus desejos, o clínico coleta os ele- Esse estágio não é clínico, mas envolve uma dis-
mentos básicos de uma documenta ção inicial, cussão em que o cl ínico explica os parâmetros
isto é, uma pesquisa rad iográfica e um exame do tratamento (ob jetivo, seq üência, duração,
cl ínico sistemático (avaliação das condições custos, lim itações, prognóstico e alternativas).
periodonta is e endodônticas, restaura ções exis- Uma vez autorizado o tratamento pelo paciente,
tentes, etc.). Fotografias e modelos de estudo, através de conse ntimento informado, as mo-
possivelmente montados em um articulador, da !idades práticas do tratamento podem ser
completam a documentação inicia l. p ia nejadas .

182

FIGURA 5-2: PRIMEIRO CONTATO COM O PACIENTE. Os pacientes freqüentemente se sentem dominados e repri111idos,
coso estejam sentados na cadeira odontológica. A comunicação pode ser otimizado sentando-se ambos no "mesmo nível"
(meio). O uso de fotografias e revistos de moda auxilio o clínico o entender os estilos de vida individuais e os gostos (porte
superior). Os modelos de simulação e os exemplos de restaurações e dentições intactas aiudom a otimizar a informação
do paciente (porte inferior).
5 PLANO DE TRATAME TO I ICIAL E ABORDAGEJ\i\ D IAGNÓSTICA

,
TRATAMENTO DO PACIENTE PELA EQUIPE DO LABORATORIO
O desenvolvimento de técnicas sofisticadas ceramista inclui condição fotográfico e seleção
paro restaurações estéticas envolve cada vez de cores.
mais uma íntima cooperação com o laboratório O primeiro contato entre o paciente e o labo-
dentári·o. O paciente deve visitar o ceramista o ratório dentário é de fundamental importância.
quanto antes possível, durante os estágios ini- Infelizmente, na prática diária, tal abordagem
ciais do tratamento (ver Fig . 5-1 ). A primeira vi- é em gera l negligenciada . Indubitavelmente,
sita ao laboratório dentário é essencial por duas muitos clínicos hesitam em so licitar aos seus
razões: ( 1) tendo algum conhecimento sobre os pacientes que visitem um laboratório dentário,
aspectos técnicos, o indivíduo irá compreender ta lvez pelo medo de uma recepção inadequada
melhor o tratamento que foi proposto, e (2) isso e ausência de higiene. Um laboratório dentário
proporciona ao ceramista a oportun idade de deve ter uma área especial pa ro a consu lta do
completar uma documentação inicial, o que paciente que incluísse itens básicos, tais como
representa a base para o plano de trabalho. O cadeiras confortáveis, pia com sistema pa ra
tratamento do paciente pelo laboratório é quase lavagem das mãos com desinfetante, luvas pa ra
similar àquele operatório . A documentação do exame e guardanapo protetor (Fig . 5 -3).

FIGURA 5-3: AMBIENTE LABORATORIAL RECOMENDADO. Este laboratório comercial (Centro de Desenho Oral, Mon-
treux, Suíça) integro uma área especial para o paciente {5-3a}. O TPD nunca deve tocar a face do paciente ou boca sem
o uso de luvas. Um aparelho de desinfecção com acionamento automático (5-3b, seta) também auxilio no manipu lação
das amostras de cores e ou tros objetos, sem contaminação. A observação do laboratório do ceramista pelo paciente, com
sua variedade de pós cerâ micos e corantes (5 -3c, 5 -3d), aj uda o compreender o processo de confecção e o preço dessas
peços cerâm icas personalizados. A aceitação do trata mento futu ro pelo paciente é melhorada significativamente através
da visita ao laboratório.

184

-- --
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5-3d
5 PLANO DE T RATAMENTO INICIAL E A BORDAGEM D IAGNÓSTICA

PLANO DE TRATAMENTO E TRATAME NTO INICIAL


O plano de tratamento consiste na determina- próximas seções, podem influenciar significa-
ção da seqüência de tratamento, coordenação tivame nte essa fase. As seguintes intervenções
clínica e intervenções técnicas. O clín ico define são ma is freqüentemente empreendidas quando
o número de sessões clínicas correspondentes a estética desempenha um papel fundamental:
a seqüência de tratamento. Com base nisso, o cirurgia mucogengival, clareamento, ortodontia
laboratório é informado sobre o plano de tra- e restaurações diretas de resina composta.
tamento inicial e as datas das fases principais
da restauração: enceramento, moldagens finais,
ensaios clínicos e co locação final. Cirurgia mucogengival

A fase inicial do tratamento compreende tip i- A saúde e morfologia adequadas do periodonto


camente aspectos preventivos, periodontais e são responsáveis por 50% do resultado estético
operatórios, mu ito freqüentemente negl igen- final. Mesmo a me lhor restauração não será
cia dos. Eles representam "aperfeiçoamentos" capaz ele compensar os defeitos periodontais .
. . as
essenc1a1s, '
vezes, apenas pequenas correçoes - Em algumas situações, intervenções tipo enxe rto
que terão um efeito expressivo sobre o resu ltado (Fig. 5-4) ou pequenas remodelagens dos con-
fina l. O enceramento diagnóstico e o ensaio tornos geng iva is (ve r Fig. 5-6) podem assegu rar
restau rador correspondentes, descritos nas o resultado fina l das restaurações .

FIGURA5-4: ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO PARA MELHORAR O CONTORNO GENGIVAL ANTES DA REALIZACÃO J

DE RAP. Existe envelhecimento dental significativo e espessura reduzido de esmalte em ambos os incisivos centrais e incisivo
latera l esquerdo, mais um triâ ng ulo escuro de mó aparência entre os incisivos centra is (5-40, 5-4b). A recessão progressiva
oo redor dos incisivos central esquerdo e latera l é responsável pelos contornos gengivais assimétricos (5-4b) . Um enxerto
de tecido con juntivo do palato foi co locado primeiramente utilizando-se a técn ico de "envelope" 4•5 (Clínico, Dr. Jea n Pierre
Ebner, Universidade de Genebra). Incisões solapados de espessura parcial criam o envelope. Incisões verticais relaxantes
não são necessárias (5-4c). O enxerto combinado de tec ido epitelial e tecido conjuntivo é colocado sobre as áreas desnu-
das, e o retalho é suturado com suturas de polipropileno 7-0, sendo o enxerto mantido com duas suturas adicionais (5- 4d).
Visão pós -operatória há uma semana (5 -4e). A comparação das visões pré (5-4D e pós-operatórios demonstro aumento
consideráve l dos contornos gengivais. A resina composto Classe 5 preexistente foi removida, exceto o parte mais coronal,
que suportava e mo ntinho temporaria mente o perfil gengival. Uma fase de diagnóstico específica foi realizado, dessa for-
ma, seguido do preparo do dentes envolvidos poro laminados, alguns destes aspectos estão detalhados no figura 6-22.
O preparo interdental máximo permiti u que a cerâmico com "miniasas" fosse estendido próximo do triângulo interdental
escuro (5-4h; ver também Figs. 6-20 e 6-2 l ).

186
5-4c 5-4d 5-4e

'


5 PLANO DE T RATAMENTO INICIAL E A BORDAGEM D IAGNÓSTICA

Clareamento Em alguns casos raros, cirurgia ortognática


pode ser indicado em conjunto com Ortodontia,
As condições ópticas dos tecidos dentais sub ja- o que requer um plano de trotamento especial
centes podem ter influência negativa sobre a (ver Fig. 5- 12).
estética final; os procedimentos de clareamento
permitem o restabelecimento da cor dental, o
que facilita a integração das RAP (ver Fig. 4-7). Resinas compostas diretas
O tratamento de dentes desvitalizados descolo-
ridos a serem restaurados com RAP é recomen- Pequenas alterações nos dentes adjacentes
dado exatamente da forma descrita no capítulo são freqüentemente necessárias antes da
3. A fase restauradora deve ser retardada por colocação das facetas. Uma situação típica
2 a 4 semanas, após o final do clareomento, é a otimização da formo e do volume dos
devido ao efeito inibitório dos resíduos de oxi- incisivos laterais, antes do facetamento dos
gênio sobre a resistência ades iva de resinas incisivos centrais {Figs. 5-5 e 5-6). Os incisi -
compostas. O mesmo proto loco é seguido para vos laterais são alvos ideais para a aplicação
o clareamento de dentes vitalizados. de resir1os compostas diretas. A correção da
forma e posição pode ser facilmente trotada
com resinas compostas diretas, pois o mate-
Ortodontia e ci rurg ia ortognática ria I restaurador é tota Imente suportado por
esmalte sub jacente intacto, e os incisivos late-
O real inhamento dos dentes a serem facetados rais não estão normalmente suje itos a cargas
é geralmente realizado antes da fase restaurado - funcionais significativas.
ra. Contudo, çoroas provisórias (ver Fig. 4- 12)
ou "retoques" com resina composta podem O enceramento e o ensa io restaurador de
melhorar a forma corona l e faci litar o delicado acrílico correspondentes auxiliam significati-
posicionamento de cada dente pelo o rtodon- vamente na detecção e correção de pequenos
tista; esses dentes, por sua vez, são orientados problemas de comprimento e forma coronais
através de dispositivo ortodôntico {ver Fig. 4-5). em dentes adjacentes (Figs. 5 -5 e 5-6) .

FIG URA 5-5: RESINA COMPOSTA DIRETA PARA MELHORAR A FORMA CORONAL DOS DENTES ADJACENTES, ANTES
DA COLOCAÇÃO DAS FACETAS. Modelos prel iminares (Figs. 5-50, 5-5b; situação o rigi nal e enceramento diagnóstico,
respectivamente) demonstram a recuperação do comprimento coronal de c1mbos os incisivos centrais. Esta situação é testado
in vivo utilizando um ensaio restaurador removível de acrílico, proveniente do enceramento (Fig. 5 -Sc a 5 -Se) (técnica descrita
nas próximas seções}. O comprimento dos incisivos centrais é adequado em relação ao contor,10 do lábio inferior, mas o
.ensaio restaurad or revela comprimento insuficiente do incisivo lateral esquerdo (5-Se), coroa clínica a q ua l apresenta uma
proporção largura/ altura inadequada (5-SD. Uma guia de silicone proveniente do enceramento reve la a estrutura dental
a usente (5-Sg) . Após o condicionamento do esmalte e adesão, uma pequena q uantidade de resino composta para dentina
é apl icado e polimerizado (5-5h), então, esta é coberta com as cores tra nsl úcida de esmalte e incisiva, uti lizando-se urna
guio de silicone como molde para ser pressionado sobre a bordo incisiva (5 -5i, 5-Si). A forma coro nal é significativamente
melhorada com esse procedi mento (S-5k). Tal detalhe é essencial poro o resultado das facetas de porcela na nos incisivos
centra is adjacentes e demonstro o harmonia com o lábio inferior (5 -5 1). Outros aspectos e o acompanhamento deste caso
são apresentados nas figuras 4-8 e 6-3.

188
5-So 5-5b

5 5c 5-Sd 5 Se

5-Sf

5-Sh 5-5, !:>-Si ·

5-5k 5-51
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5-6d 5-6e

5-6f 1 5-69

FIGURA 5-6 (CONT.). PASSOS DETALHADOS. Os procedimentos preliminares {primeira sessão clínica) são descritos nas
figuras 5-6d o 5-6m. Papel de articulação foi friccionado sobre a superfície do incisivo lateral d ireito para realçar o volume
coronal mesial ausente e o ôngulo de transição correspondente {5-6d). Adesão d ireto foi realizado após a colocação de um
fio retrator e do condicionamento ácido do esrnalte (5-6e). O dente pode ser levemente aumentado pela adição de resinas
_compostas para esmalte e incisai (5-6~. A formo dental modificada apresenta crista mesial e volume mesial adequados (5 -6g).
Em segundo lugar, o incisivo lateral esquerdo é muito curto (5 -6h) e deve ser modificado com o mesma técnica descrita
na figura 5-5, utilizando-se uma guio de silicone proveniente do enceramento (5-6i) . Imediatamente, no pós-operatório,
o dente ainda está desidratado (5 -6j), porém demonstro uma formo que agora é compatível com o aumento planejado
do comprimento do incisivo central. Finalmente, o contorno gengival ao redor do incisivo central esquerdo é muito plano
(S-6k). Uma pequena gengivectomia foi necessária (5 -61). Duas semanas mais tarde (S-6m), o paciente está pronto para os
prepores dentais. Os prepares dentais passo o passo, para este caso em particular, podem ser encontrados no figuro 6-1 O
e a confecção dos modelos-mestre e estratificação cerâm ica nas figuras 7-4 a 7-8.
• -

S-6h 5-6i

5-6j

5-61

'

ft •

5-óm
5-6n

5-6p

FIGURA 5-6 (CONT.) . As visões in-


tra bucais demonstram uma relação
harmonioso entre os dentes e os
tecidos moles (5-6n, S-60). Face
e sorriso no pré-operatório (5-6p, 5-6
S-6q) em comparação direta com a ..:::...,_::.........1_ _ _ _ _ __ _ : i , =

nova situação (5-6r, 5-6s).


5-60

5-60

S-6s
5 PLANO DE T RATAMENTO INICIAL E ABORDAGEflA DIAG~ÓSTICA

ENCERAMENTO DIAGNOSTICO

Conside rações gerais também é contra-indicado. No procedimento


proposto, urna redução uniforme do dente, de
pe lo menos 0,5 mm, é realiza da utilizando-se
O esmalte é um tecido a ltamente especia lizado.
pontas diomantadas com anéis ca librados. Um
Ele tem sido particularmente de grande valor
outro rnétodo clássico de preparo, util izando -
para o clínico, desde 1955, quando Buono-
se o superfície dental preexistente como guio,
core provou que ele era uma estrutura essencia l
consiste em obter guias de silicone da face vesti-
na adesão.6 Atua lmente, o valor previsível da
bu lar dos dentes não preparados . Poderá haver
adesão ao esma lte é testemunhado pelo suces -
exposição sign ificativa da denti na qua ndo ta is
so clínico das facetas de porcelana a médio e
procedimentos diretos fo rem util izados em inci-
longo prazos. 7• 1 ° sivos centrais intactos, como demonstrado por
Nattress et ol. 13 A situação é mais crítica quando
O esma lte é uma estrutura frágil e suo inte-
do tratamento de dentições enve lhecidas, com
gridade depende do capacidade de detenção
esmo lte remanescente fino 1.
de formação de fendas das fibras colágenas
espessas, orientados long itudinalmente, na Conseqüentemente, um elemento-chove paro
junção dentina-esmolte 11 (JDE) (ver Figs. l -8a a preserva ção durante o preparo dental é o
a 1-Sc). Portanto, tanto o esmalte como a JED definição anterior do volume denta l final.
devem ser cuidadosamente preservados durante
o preparo denta l. Quando não houver uma espessura significativa
I
• de esmalte devido o desgaste ou erosão (Fig .
E extremamente importante identificar o padrão 5 -7d), o restau ração futu ra deve buscar restituir
de desgaste vestibular do esmalte dos dentes a o volume orig inal denta l que foi pe rdido com
serem resto urados (Figs. 5 - 7 a a 5-7 d). Quando o tempo. Esta, por suo vez, irá restaurar uma
o esmalte remo nescente for fino, como no caso proeminência dental adequa da e o comporta-
de incisivos envelhecidos ou desgastados, os mento biom imético da coroa; 14 acima de tudo,
métodos de preparo dental uti lizando-se a su- permitirá uma preservação significativo da
perfície dental preexistente como referência poro estruturo dental e da JED de suporte, durante
o redução do esmalte, serão abso lutamente o prepa ro dental. 15 Po rtanto, uma guia de si-
contra-indicados. O "preparo laminado simpl i- licone proveniente de um enceramento aditivo
ficado", que utiliza fe rramen ta s de corte especí- é essencial como· refe rência na redução dental
ficas para evitar o denominado preparo direto, (ver Figs. 6 -2 a 6-5).

196
Envel hecimento

5-70 5-7b
DESGASTE MENOR

:ias ,

FIGURA 5-7: ENVELHECIM EN TO TÍPI-


CO DO ESMALTE E EFEITO SOBRE A
ARQUITETURA CORONAL. Visão inci-
sivo esquemático demonstrando perda
de volume e "arredondamento" do
arqu itetura coronal vestibu lar (5-70).
Os incisivos centrais apresentam ori -
ginalmente fortes cr istas de esmalte
5 lc e ângulos de trans ição acentuados
(5- 7b, visão vestibular to ngencial).
Exemplos de dentes exibindo diferentes
SEVERO padrões de.desgaste: pouco desgoste
vestibular com uma superfície com
textura (5 -7 c) ou desgoste vestibular
severo com uma superfície brilhante
(5- 7 d). O esmalte fino requer métodos
de preparo especiais utilizando- se um
enceramento aditivo .


5 PIANO DE T RATAMENTO INICIAL E A BORDAGEM D IAGNÓSTICA

Bases para o enceramento aditivo

Nesse primeiro estágio da abordagem diag- cristas são as primeiras a serem desgastadas e,
nóstica, a intuição, a sensibilidade e a boa portanto, devem ser os primeiros elementos a
percepção da personalidade do paciente devem serem restaurados através da adição de cera
permitir ao TPD definir um objetivo restaurador sobre o modelo preliminar (Fig. 5-7g) .
preliminar. Como descrito anteriormente para a
dentição envelhecida, isso é obtido, na maioria A posição e o arranjo desses lóbulos influen-
das vezes, pela adição de cera sobre modelo ciará na forma dental. A colocação diferencial
preliminar (Figs. 5-7e a 5-7k). Esse procedimen- e o cor1torno dos ângulos de transição podem
to requer conhecimento preciso dos elementos facilmente criar a ilusão de um dente mais cu rto
estratégicos da anatomia dental. Uma base ou mais largo. Uma seção especial relacionada
essencial pode ser encontrada através da obser- a esses efeitos está incluída no capítulo 7 {Fig.
vação sistemática dos dentes naturais (ver Figs. 7-1O).
5-7b e 5-7c; ver também Cap. 2).
Um passo secundário do procedirnento de
As formas dentais básicas são definidas pelas enceramento é recriar os lóbulos de desenvol-
cristas verticais proximais. Elas representam os vimento superficiais e componentes horizontais
ângulos de transição entre as faces vestibular da topografia superficial resultante da linho de
e proximais. Devido à suo proeminência, essas crescimento .

. FIGURA 5-7 (CONT.). ENCERAMENTO ADITIVO ''l\SSISTIDO COM A PONTA DO DEDO" (MESMO PACIENTE DA FIG.
5-6). Os modelos origina is demonstrara m volu me e comprimen1o vestibula res insuficientes (5 -7e e 5-lf; ver também Figs.
5-60 e 5-6q). O enceramento aditivo pode ser facilmente realizado corn uma espátula elétrico, co meçando com a redefi-
nição das cristas proximais e ângu los de transição (5-7g). O dedo é pressionado sobre a face pa latal e usado como guia
paro alongar os cristas e constru ir a porte ausente da borda incisivo (5-7h, 5-7i). As visões fi nais apresentam os volumes e
as formos (S-7j, 5-7k). Compare com os visões de referência (5-7e e 5 -7f). Embora o esforço de diagnóstico principal te nho
se foca lizado nos incisivos centra is, o formo dos incisivos laterais também foi otimizada pelo aumento da crista mesiol do
incisivo lateral direito e leve alongan1ento do incisivo lateral esquerdo (5-7 j) .

198
5-7g 5-7i
5 PLANO DE T RATAM ENTO INICIAL E ABORDAGErV1 D IAGNÓSTICA

ENSAIO DIAGNOSTICO
A previsão do resultado de tratamento é essen- Devido à reduzida espessura do laminado e
cial quando do plane jamento de uma reabilita - da abordagem intrinsecamente conservadora,
ção estética substancial. 1 A anólise diagnósti ca o preparo dental, em si, está intimamente re-
é a base da terapêutica futu ra. Todavia, isso lacionado ao volume final da restauração. A
deve ser um procedi rnento simples e lógico. avalia ção ir, vivo e o total aprovação do mo-
Caso alterações sutis se jam consideradas , é delo pelo paciente deve, portanto, preceder
aconselhável comunicar-se com o paciente os procedimentos de preparo dental.
utilizando -se os aparatos ma is concretos para
evitar, até mesmo, o menor mal-entendido. O método mais simples envolve a confecção
de um modelo acríl ico, diretamente no boca
Nesse estág io da abordagem diagnóstica , o do pa ciente (ou sobre um rnodelo de estudo
novo volume dos dentes deve ser aprovado intacto), util izando -se resina autopo limerizáve l
pe lo paciente, resu ltando em conco rdânci a moldada sobre as faces dentais não prepa radas,
total sobre a forma, o ta manho e com pri mento com uma matriz de silicone do enceramento
dentais. Na prótese trad icional (coroa total), o (Fig. 5-71 a 5-7t). Posteriormente, o paciente
prepa ro denta l preliminar geralmente precede pode facilmen te apreciar essa máscara remo-
a confecção do modelo diagnóstico, uti lizado vível. LJma guia de sil icone altamente precisa
como restauração provisó ria , em si. 1·2 •16•17 Tal pode ser co nfeccionada através da ap licação
plano de tratamento não é possível co m RAP. firme do material so bre o modelo, dessa formo,
submetendo-a imed iatamente a uma pressão
de 4 otm du rante o presa (Fig. 5 - 7m) . Sendo

assi m, a matri z de silicone também apresentará
au mento da rigidez, o que facilitará a manipu-
la ção e o reposicionamento (que, po r sua vez,
gera somente pequeno excesso de resina).

FIGURA 5 -7 (C ONT.). ENSAIO DIAGNÓSTICO AC RÍLICO DIRETO (1\AESMO PACIENTE DA FIG. 5 -6). Uma guia de sil icone
rígido e preciso deve ser obtido primeiramente através do adaptação da mosso de silicone sobre o enceramento {5-71) e
aplicação imediato de uma pressão de 4 afm, com uma prensa hidráu lica ou um compoctodor (5 -7m) . O silicone deve
. sobrepor pelo menos um dente em cada lodo do segmento modificado, f)Orém, as faces polotais devem perrnanecer aces -
síveis pa ra permitir a eliminação prematuro do excesso palatino de resino (5-7n). Uma fino co rnada de vaselina deve ser
aplicado nos dentes e tecidos moles circundantes poro impedir o aderência da resina acrílica às restaurações preexistentes
e à geng iva (5-70), sendo as reentrâncias poloto is e interdentois bloqueados com cera pega josa. A matriz de silicone é,
dessa forma, preenchido parcialmente por resino líquido (por ex. , New O utline, AnaxDent) e o superfíci e deverá se torna r
fosco (5 -7p). A guio é, dessa formo, aplicada aos dentes e ,nantida nessa posição (5-7q) até que a resino polimerize total-
mente (o ensaio restaurador é geralmente fino e pode ser deformado pelo remoção prematuro), sendo o ca mpo operató rio
resfriado com lavagem abundante.

200
5- 71

5-7m

5-7n 5-70

5-7p 5- 7q
5 PLANO DE T RATAMENTO INICIAL E ABORDAGEM D IAGNÓ STICA

Uma situação comum deve se r o bse rva d a. Tem sido observada a remodelagem labial
Q uando se olha o mo delo pela pri mei ra vez, através do uso do ensiao restaurado r, em
o paciente te nde a queixa r-se d o excessivo a lguns casos (Fig. 5-8), o que realça a im-
vo lume dental. Essa reação é normal e co m- portância dessa sutil cronologia.
preensível. O p rocesso que con duz ao desgaste
e à erosão é vagaroso e estende-se por vários Visto q ue o método não conso me m uito tempo,
anos; as alte rações no comprimento e na forma modificações no estudo diag nóstico fina l podem
denta is ocorrem progressivamente, sem gera r ser real izadas e integradas em um novo modelo.
modifi cações repentinas no sorriso do paciente. Fotografias do ensai o resta urador podem ser
Q uando esse longo p rocesso degenerativo so- apreseritadas ao pa ciente para discussão (Figs.
frer ação co ntrária, através de um procedimento 5-8n e S-80) . Os preparas dentais atuais serão
restaurado r insta ntâneo (o ensaio restaurador), rea lizaclos somente após a a provação forma l
envolvendo ma io r extensã o no desenh o do do paciente.
sorriso, o paciente poderá se surpreender. O
indivíduo deve ser informado que o objetivo do O ensaio restaurador també m pode ser pre pa-
ava liação estética requer uma aná lise clínica rado indiretamente no laborató ri o dentário, o
de vá rios dias. Conseqüentemente, o ensa io que pet"m ite resu ltados e ca racteri za ções ma is
restaurador inalterado é dado ao pa ci ente paro sofisticadas (ver Fig. 5- 1O).
uso por 1 a 2 sema nas. A man ipulação do mo -
delo acrílico req uer instruçõ es específicas (ver Tanto nas técnicas diretas como indiretas,
Figs . 5-9k e 5-91). O modelo ta m bém pode ser recomenda-se que resinas acrílicas se jam usa-
temporariamente un ido ao esmalte através d o das ao invés de resina compostas ou resinas
condic iona me.nto de uma área pontua l, caso mais duras, que são muito frágeis. Resinas
necessário. Na próxima consu lta , o paciente ge- autopolimerizáveis apresentam propriedades
ralmente irá se sentir mais co nfortável e di scutirá óti mas paro a confecção do ensaio restaura-
as a Iterações com maior objetividade. dor devido à elasticidade e às propriedades
de man ipulação favoráveis .

.FIGURA 5-7 (CONT. ): O modelo de resino cobre os quatro incisivos (5-7r a 5-71; uma visão pré-operatória é apresentada
para comparação). Ele pode ser destacado e removido através do inserçc-So interproximal de uma cureta . O ensa io restau-
rador removível de acrílico é dado ao paciente para u1TI0 avaliação prolongada. Ele pode ser unido ao esmalte através do
cond icio namento de um pequeno ponto na superfície deste, o que reduz o período poro a lguns dias. Em comb inaçã o com
o que foi captad o pelo paciente no fi na l desta análise, o ensaio restau rador auxilio o detector defeitos no gengiva e nos
dentes ad jacentes, e o orientar o otimização do ambiente (ver Fig . 5-6) para as futuras RAP. Os detalhes dos pro cedimentos
de preparo denta l para este coso estão apresenta dos na fig ura 6-1 O e a confecção dos modelos-mestre e estratificações
cerâmicos, nos figuras 7-4 o 7-8.

202

S-7r

- " O '"--= : ![f

5-7s

5-7s
ENSAIO RESTAURADOR
DIAGNÓSTICO
5 PLANO DE T RATAMENTO INICIAL E A BORDAGEM D IAGNÓSTICA

CASOS PECULIARES ensaio restaurador, que agirá como uma res-


tauração provisória (Fig . 5-8) mantida através
Retração/ deslocamento dos volumes do condicionamento de um ponto no esmalte
, . e fotopolimerizada com resina sem cargo {o
coronar,os
condicionamento de um ponto do esmalte é
Sob algumas circunstâncias específicas, orien- descrito nas figuras 6-25g a 6-25 i).
tadas na retração ou deslocamento do volume
dental original (por ex., correção da pos ição Apenas após a aprovação do paciente ou o
dental), o abordagem anteriormente descrita modificação objetiva do configuração do en-
necessitará de correções prelirninares da forma saio restaurador, que o preparo dental pode
coronal para criar espaço necessário para o ser finalizado .

FIGURA 5-8: CORREÇÕES DA FORMA CORONAL ANTES DO ENSAIO RESTAURADOR. Visões clínicos iniciais demons-
trando os indicações combinadas para facetas de porcelana: restituição da proeminência incisiva e restauração de coroas
fraturados previamente (5-80 o 5 -8c). As restaurações de resina composto nas porções vestibular e incisivas de incisivo
central superior di reito a can ino esquerdo, e dos incisivos central e lateral direitos estão desgastadas. Observe a inclinação
dos incisivos centrais superiores (5-8b). O objetivo do trata mento foi defi nido através de um procedimento de enceramento
.aditivo. As guias de silicone seccionados correspondentes são co locados intrabucalmen1e (5 -8d, 5-8e). Note o repo-
sicionamento e o alteração do linha média {linho interincisiva) e o espaço insuficiente deixado poro o ensaio restau rador
(setas), especialmente no níve l de incisivos centrais e laterais esquerdos. Essas áreas sõo marcados e são rea lizadas os
correções das resinas compostas preexistentes (5-8D paro criar um espaço adequado paro o ensaio restaura dor d ireto de
acrílico (5-8g). Essa fino máscara removíve l (5-8h, 5-8i) é dado ao paciente por uma semana . Coso necessário, o ensaio
restaurador pode ser estabil izado com uma resina sem ca rgo e através do cond icionamento de apenas um ponto do esmalte.
Melhoras significa tivas foram obtidas com essa técnica simples, que perm itiu o estabeleci mento do correto comprimento
dental e linho de sorriso (5-8i, 50-8j).

204
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5-8i 5-Bj
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SITUAÇAO INICIAL ENSAIO RESTAURADOR DIAGNOSTICO
,f

5-8k 5-81 5-8m


I I I

FIGURA 5-8 (CONT.). MODELAGEM DO LABIO INFERIOR ATRAVES DO ENSAIO RESTAURADOR DIAGNOSTICO. A
restauração da proeminência incisivo gerada pelo ensaio restaurador é acompanhado freqüentemente pela remodelagem
(recontorno natural) do lábio inferior; compare o lábio plano na referência (5-8k) com o lábio contornado no "dia do
.ensaio restaurador diagnóstico" (5-81) e ainda mais contornado após l semana (5-8m). Modificações no objetivo final
podem ser fócil e objetivamente discutidas uti lizando-se registros fotográficos do "antes e depois" do ensaio restaurador,
que são apresentados ao paciente (5-8n, 5-80). Neste caso, essa abordagem revelou que o paciente desejava formas mais
arredondadas e suaves. Os prepares dentais foram orientados pelas guias de silicone. O incisivo central esquerdo teve
de ser preparado mais extensivamente devido à sua posição mais vestibula rizada {5-8p). A redução dental foi mínima no
outro dente. As visões finais imediatos e o sorriso (5 -8q o 508s) demonstram as modificações objetivos em comparação
com o ensaio restaurador. Situação correspondente após 3 anos (5 -8f). Observe a estabilidade e saúde do tecido mole. A
satisfação e a absoluto integração das restaurações são evidentes no sorriso e face da paciente (5 -8r).

5-8n 5-8p

~ - - _ ·\
~

5-8a

5-8r 5-Bs

5-Bt
5 PLANO DE TRATAME1'-. TO INICIAL E ABORDAGEM ÜIAGNÓSTICA

Ensa io restaurador d iagnóstico em a 5-9e), mas este pode ser facilmente melhorado
pacientes exi gentes com o uso de manchas fotopolimerizáveis para
caracterizar a área interdental e uma resina lí-
Os métodos de ensaios restauradores apresen- quida de glazeamento para suavizar a superfície
tados nas figuras 5-7 e 5-8 são muito simples (Figs. 5-9f a 5-9i). O manchamento interdental
e rápidos de confeccionar. Alguns passos ele- marrom aumenta a ind ividualidade do dente
mentares, contudo, podem ser adicionados a (efeito de "separação"), e a superfície polida sua-
essa técnico básica para melhorar o conforto do ve do glazeamento melhora a refl exão superficial
paciente e a judá- lo a visualizar o objetivo fin al. e o conforto do paciente. Os mesmos "truques"
A figura 5 -9 parece descrever primeiramente um podem ser apl icados para confeccionar restau-
ensaio restau rador direto tradicional (Figs. 5-90 rações provisórias atrativas (ver Fig. 6-26).

J!
r Oo
:J-, 5 -9c

j
1
1
1

5-9d 5-9e

FIGURA 5 -9: MELHORIA DIRETA DO ENSAIO RESTAURADOR DIAGNÓSTICO. Q uatro RAP foram planejadas para os
incisivos superiores deste paciente. O protocolo de ensaio restaurador reg ular é aplicado primeiramente: o bloqueio dos
reentrâncias palatois e espaços interdentais com cera pega josa, isolamento dos dentes e tecidos moles com uma generosa
camada de va selina (5-90), o carga de resino acrílico dentro da guio de silicone (5-9b) e colocação sobre os dentes com
pressão digital até o polimerização total (5-9 c). O ensaio restaurado r diagnóstico permanece no local e o fino camada de
. excesso de resino é removido com um bisturi através do incisão no sulco gengival (5-9d, 5-9e). O ensaio restaurador diag-
nóstico é caracterizado primeiramente pelo infiltração, no óreo de co nexão, de manchas marrons folopolimerizáveis (Kolor
Plus 1 Kerr) para proporcionar o efeito de dentes individuais (5-9f, ponta do seta). Após o polimerização da mancha interdental,
o ensaio restaurador diagnóstico é glozeado co,11 uma resina de baixa viscosidade (Pala seal, Kulzer) e fotopolimerizado.
Polimerização comp lementar através de u,11a camada de geléia de glicerina {5-9g) é necessário para se obter um brilho
perfeito (5- 9h). Somente nesse estágio o ensaio restaurador d iagnóstico pode ser recolhido do paciente; o uso delicado de
uma cu reta solta a resina acrílica (5-9i). O ensaio restaurador diagnóstico é fino e delicado e pode ser dado ao paciente
em uma ernbalagem para filme {S-9j).

208

-
APLICAÇAO
DE CORANTE GLAZEAMENTO

l
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1

::>- Qf

5-9h ?

5-9k
-
SITUAÇAO INICIAL ENSAIO RESTAURADOR DIAGNOSTICO
'

S-9rn 5-911

5 T :.-9p

FIGURA 5-9 (CONT.). A paciente foi instruído a inserir e remover o modelo utilizando suas unhas (5-9k, 5-91). O ensaio
restaurador diagnóstico ajuda a definir novos formas: a simetria e proporção larg ura/altu ra coronais reduzidas (compare a
Fig. 5 -9k e 5-9n), como também, a melhor relação com os lábios (compare as Figs. 5-90 e 5-9p), face e personalidade do
paciente (compare 5-9q e 5-9r). A paciente está satisfeito, porém, algumas alterações foram discutidas e transferidas para a
RAP definitivo. Várias versões do ensaio restaurador diagnóstico foram apresentadas ao paciente e usadas paro especificar
essas alterações (5-9s). Visão clínico final correspondente com os RAP definitivas {5 -9t) . Outras visões deste caso podem
ser encontradas nas figuras 6- 18 e 8- l O.
- ENSAIO RESTAURADOR
,
SITUAÇAO INICIAL DIAGNOSTICO

5-9q j 9r

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5 9s


5 PlANO DE TRATAM ENTO INICIAL E A BORDAGEi'v\ D IAGNÓSTICA

Pacientes extremamente exigentes podem ficar trotamento, resultando am alta probabi lidade
confusos em relação à qual idade estética do de restabelecimento da confiança do paciente.
ensaio restaurador tradicional, 111esmo em suo Essa relação é de valor incalculável quando
forma melhorado. Eles são incapazes de avaliar da comparação dos possíveis conseqüências
objetivamente o modelo, o menos que acrílicos dos objetivos de trotamento inadequadamente
mais translúcidos sejam usados. Neste caso, definidos. Na real idade, é muito mais oneroso
preparos denta is prel iminares e moldagens são falhar em alcançar o ob jetivo estético e ter que
melhor indicadas no confecção de um modelo rea lizar o traba lho cerâmico novamente . Do
elaborado utilizando-se, por exemplo, o técni- contrário, o esforço adicional proporcionado
ca sanduíche {Fig . 5-1 O) . 1, 18 Tal compromisso pelo modelo diagnóstico oferece previsibilidade
diagnóstico pode ser exagerado; todavia, ele e segurança para o TPD quando do confecção
oferece previsibi lidade máximo do resu ltado de das peças cerâmicas finais.

5 l Oa o

FIGURA 5- 1O: MODELO DIAGNÓSTICO INDIRETO PARA UM PACIENTE EXTREMAMENTE EXIGENTE. A recuperação da
estética e fu nção dos dentes anteriores foi a força 111otriz para a colocação de RAP neste paciente (5- l Oa; observe também
, a Fig. 4-6). Pelo fato de o ensaio resta urador direto não ter satisfeito o paciente, prepares dentais preliminares e moldogens
(5- l Ob; situação clín ica logo após as moldagens finais) foram realizados poro confeccionar um modelo indireto que repro-
duzisse a forma exato do enceramento diagnóstico (5-1 Oc). Materiais acrílicos com diferentes característicos de tra nslucidez
{similar ao esma lte e à dentina) foram usados na técnica sanduíche (5-1 Od). 1•18 Devido à incompatibilidade dos eixos de
inserção, o modelo foi dividido em três segmentos (5-1 Oe). Essas resta urações provisórias foram colocadas duas o duas
utilizando-se um cimento resinoso clo ro provisório (ver Fig. 6-28). As partes acrílicas foram, dessa forma, conectadas e
adaptadas em posi ção através da odiçõo de un,o res ino líquida nos vãos polatais. (As Figs. 5-1 O a e 5-1 Ob foram reim -
pressos com a autorização de Mogne e Douglos. 19)

212

,MODELO
DIAGNOSTICO INDIRETO

5- l Oc

5- 1(,

5- lCe


DIAGNÓSTICO
1

5-1 Og 5 -lOh

FIGURA 5-1O (CONT.) . A sotisfoçõo e confiança da paciente foram estabelecidas através de um modelo diagnóstico indi-
reto, como observado pelo sorriso e face (5- 1Oh) da paciente (5-1 Of, 5- l Og; compare a 5-1 Of com a fotografia exterior de
referência). Pelo fato de os preparos dentais não necessitarem de modificações, as restaurações de porcelana definitivos
poderiam ser confeccionados sem os possos clínicos adicionais, e os troquéis originais unitários foram utilizados (5- l Oi;
observe as Figs. 7-3 o 7 -7 quanto à confecção dos modelos mestres). Visões finais após a inserção definitivo das RAP
(5- 1Oj o 5- 1OI). Outras visões deste caso são apresentadas no figura 4-6. {A fig. 5 -1 Oj foi reimpresso com o autorização
de Magne e Douglas. 19)

DEFINITIVO

5- l OI
5 PLANO DE TRATAMENTO INICIAL E ABORDAGEtv', DIAGNÓSTICA

RAP combinadas com coroas totais sobre as restaurações preexistentes e dentes


tradiciona is {Figs. 5- 1 1d a 5- 1 1j).
,
E comum encontrar situações em que coroas 2. Fase restauradora /. Restaurações adesivas
totais preexistentes devem ser colocadas nos de porcelana são prime iramente produzidas,
dentes adjacentes (ou antagonistas) co1T1binadas unidas defin itivamente e combinadas com pro-
com RAP. A figura 5- 11 apresenta um caso difícil visórios acrílicos sobre os dentes que necessitam
que necessita de uma coroa metalocerômico de cobertura total (Figs. 5- 1 l k a 5- l 1n).
(MC) trad icional em um incisivo central e uma
faceta de porcelana no outro. Seria difícil paro 3. Fase restauradora li. Aproximadamente 2 a 4
o TPD confeccionar esses diferentes tipos de semanas ma is tarde (tem po estimado necessário
restauração simultaneamente. O desafio está para a estabi lização de cor/ hidratação dos den-
no fato de que a integração estético de uma tes com restaurações adesivas), uma mo ldagem
RAP está altamente relacionada à estrutura sub- separada é tomada para substituir as coroas
jacente, com a cimentação adesiva e as condi- acrílicas remanescentes por coroas tradicionais
ções de hidratação. Por outro lado, o resultado definitivas (tanto por MC como por porcelana
estético final de uma coroa MC (ou outro tipo pura) . A seleção de cor e as fotografias devem
de coroa opaca, sem metal, cimentada) é mini- ser repetidas nesse estágio. Dessa fo rma, o
mamente influenciado pelo dente, pelo cimento ceramista pode reproduzir com precisão as
subjacente e pelas condições de hidratação. restaurações adesivas já "integradas".
Uma seqüência especial deve ser adotada para
facilitar o trabal ho do ceramista. Para o caso da figura 5- 11, a inversão ou sim-
• plificação dessa seqüência (isto é, procedendo
1 . Fase· diagnóstico. Coroas inadequadas são com moldagem simples única e confecção si-
eliminadas e substituídas por provisórios diretos multânea de restaurações definitivas em ambos
(Fig. 5- 11) util izando-se, por exemplo, coroas os incisivos centrais) teria criado um resu ltado
de resina pré-fabricadas; o ensaio restaurador estético imprevisível devido aos diferentes modos
tradicional de acrílico é, dessa forma , realizado de integração das coroas MC e das RAP.

FIG URA 5- 11 : COROAS M ETALOCERÂMICAS EM COMBINAÇÃO COM RAP. A paciente (5-1 1a) apresenta-se co m uma
coroa de ouro aberta, no incisivo lateral direito, e uma coroa antiga de resina , no incisivo central esquerdo (5- 1 1b) . Após
o remoção dos anteriores, um provisório de resino acrílica fo i co locado; o remoção da coroo aberto não necessitou da
confecção de provis6rio (5- 11c). Duas facetas de porcelana foram planejados poro os incisivos lateral e centra l direitos, e
uma coroo metalocerâm ica paro o incisivo central esquerdo. Os novos volumes, incluindo incisivos centrais mais compri -
dos, foram cu idadosamente desenhados através do enceramento (5- 1 l d). O objetivo do trata mento fi nal fo i testado in vivo
através do confecção de um ensaio restaurador trad icional (5 - 11 e o 5 - 11 j; o mesmo téc nico das Figs. 5 -7 e 5-8). Uma
camada espesso de vaselina foi previamente aplicado aos dentes poro evitar o adesão entre o ensa io restaurador de acrílico
e o restauração acrílica preexistente (5-11 e).

216

5-11 o

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5- 1 l k

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5-1 l m 5- 11 n

FIGURA 5-11 (CONT.). Após a aprovação do ensaio restaurador pela paciente (5-11 i, 5 - 11 j), os incisivos lateral e central
d ire itos foram preparados para as RAP (5 - 11 k), seguido imediatamente pelas moldagens finais. O ce ramista confeccionou
as duas RAP juntamente com um provisório acrílico " sanduíche" para o incisivo central esquerdo (5- 111). A sessão segu inte
consistiu no provo e co lo cação adesivo final das restau rações cerâmicas e cimentação provisório do coroa acrr.lico; observe
o triâ ngulo interdentol escuro entre os incisivos centra is (5-11 m). Duas semanas mais tarde, os tecidos moles já haviam
sofrido maturação (5 - 11 n; note o fechamento perfeito do espaço interdental), e o sorriso recém -desenhado j6 combina
com a face da paciente (5 - 11 o) . A coroa metalocerômico no incisivo centra l esquerdo foi co nfeccionada apenas no estágio
f inal (5-11 p), seguido de uma segunda moldagem. Com esta seqüência específica, o TPD fo i capaz de confeccionar uma
resta uração metalocerâmica que se assemelhasse às RAP preexistentes (5-1 1q).

PFM = Prótese metalocerômica


5 PLANO DE TRATAMENTO INICIAL E A BORDAGEM Ü IAGNÓSTICA

C onsi deraçõ es especia is relacio nados ao restauradores. A figura 5 - 12 apresenta um


t rata mento o rtodôntico caso severo de maloclusão Classe li, divisão 1
(esque lética e dentária), tratada com cirurg ia
ortognática/ortodôntica (Figs. 5 - 12b e 5-12c).
O desgaste da borda incisiva desenvolve-se No estágio pré-ci rú rg ico, a a nó Iise do espaço
como um padrão específico em relação à pos i- necessitou da remoção de um incisivo inferior
ção dental e ao longo eixo. Quando RAP forem e do desgaste interproximal dos dentes ante-
plane jadas, subseqüentemente aos movimentos riores superiores. O paciente foi encaminhado
ortodônticos, o ortodontista deverá posicionar apenas no fina l desse extenso tratamento (figs.
os dentes de forma ideal, de acordo com seu 5- 12d a 5- 12f). A forma e o comprimento co -
eixo princ ipal (ver Fig. 2-2c), emergência coro- ronais ainda pareceram inadequados, como
nal e contorno gengiva l. Facetas de desgaste ilustrado pela linha incisiva invertida (Figs.
preexistentes e configuração da borda incisiva 5- l 2g a 5- l 2i), mas esse problema é facil -
devem ser ignoradas nesse estág io . mente corrigido com as restaurações futuras.
O mais importante é que os posições dentais
Como resultado dessa abo rdag em, o compo- e os contornos gengivais estavam favoráveis
sição dental pode parecer esteticamente de- e permitiram um procedimento d iagnóst ico
sagradável (imediatamente após o tratamento aditivo trad iciona 1. Dois ensaios restauradores
ortodôntico) devido às bordos incisivas não se consecutivos foram necessários para alcançar
conformarem mais ao plano e sorriso recém- uma situação satisfatória (Figs. 5- l 2j o 5- l 2q),
desenhados. Isso é normal e será solucionado subseqüentemente reproduzido na formo de
subseqüentemente através de proced imentos quatro RAP (Figs. 5- l 2r o 5-12y) .

FIGURA 5-12: APLICAÇÃO DE RAP APÓS A COMBINAÇÃO DE CIRURGIA ORTGNÁTICNORTODONTIA. A paciente


origina lrTiente se apresentou com maloclusão de Classe li, d ivisão 1, claramente evidente em sua face e sorriso {5 - 120).
A remoção de urTI incisivo inferior e o desgaste de dentes anteriores superiores precedeu o ciru rg ia ortognática. A telerra-
diogra'Íia demonstra claramente o defeito esquelético pré -cirúrgico e a sobressaliência acentuada (5-12b}. Relações esque-
léticas e dentários adequados foram obtidas após uma osteotom io de divisão sogitol bilateral (5- l 2c). Visões intra bucais
após o remoção do aparelho ortodôntico revelam posicionamento denta l adequado e arquitetura periodontal fovor6vel; as
formos dentais, contudo, sofrerorTI com o desgaste das faces proximais (5 - l 2d a 5-12 f) . A configuração dos bordos incisi-
vas foi inadequada (inversa) quando comparada às linhas labial e de sorriso (5 - 12g o 5- l 2 i). Um primeiro enceramento e
seu ensa io restaurador correspondente foram realizados para restaurar o linha coesiva da bordo incisivo (5- l 2j o 5- 12 1) . A
paciente estava satisfeito, porém, ainda solici tava de incisivos mais compridos (5- l 2m, 5-12n). Um novo modelo foi con -
feccionado e resulto u em uma relação harmo nioso entre o lábio inferior e os bo rd os incisivos (5- 120, 5- l 2p); a paciente
estava cornpletamente satisfeita. O alongamento final do borda incisivo foi de aproximadamente 3 rnm; esse objetivo está
agora bem-definido (5-12q, parte inferior); compare com o primeiro enceramento (5- 12q, centro) e o situação in icial (5- l 2q,
porte superior) . (As Figs. 5 - 1Oh, 5-1 Oj, 5-1 OI, 5-1 Oo e 5- 1Oq foram rei mpressos com a autorização de Belser et ol. 2º)

220
- 2o 5-12r ) 12i

5-1 ?,


-
• 5 120 5 l 2p 5-12q


• •

5 12r


• • •


5-12s

FIGURA 5-12 (CONT.). Prepores dentais logo após os moldogens finais (5-12r). As visões intrabucais finais dos RAP demons-
tram o volume e comprimento coronais restaurados {5- l 2s a 5- l 2u), que reproduzem exatamente o modelo diagnóstico.
Portanto, o paciente não ficou surpreso em sentir a confortável harmonia das bordas incisivas recém-desenhadas com o
lábio inferior (5- l 2v, 5- l 2w). Corno observado freqüentemente em ta is casos, a transformação do sorriso também resulta
em alterações significativos no estilo de penteado (5-12x, 5- l 2y) . As reproduções preto-e-branco, antes e depois, ajudam a
entender a força coesiva do bordo incisiva e a conformidade do lábio inferior. Outros aspectos deste caso são encontrados
nas figuras 6-25 e 7- 1O. (A Fig. 5 - 1Ow foi reimpressa com a autorização de Belser et ol. 2 º)

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5 PLANO DE T RATAMENTO INICIAL E A BORDAGEM D IAGNÓSTI CA

RESUMO DAS ABORDAGENS DIAGNOSTICAS


ErTI todos os casos, o prirneiro estágio envo lve bilidade de uma ava liação diagnóstico in vivo
o redefinição da morfologia dental desejada do objetivo de tratamento, visualizado apenas
(e nceramento} e, finalmente, dos tecidos moles após o preparo pre liminar dos dentes. O ensaio
circundantes sobre o 111odelo de estudo . Em uma restaurador subseqüente agirá como um provi-
segunda fase, o esforço diagnóstico é ava liado sório. Caso os primeiros preparas sejam apenas
in vivo. Três situações clínicas podem ser distintas preliminares (como na Fig. 5-8), eles deverão ser
(Fig . 5- 13): corrigiclos antes da moldagem final (Fig. 5- 13,
coluna do meio, moldura tracejada).
l . O volume dental tem de ser definido através
de aumento (ver Figs. 5-5 e 5-9). Esta situação 3. O paciente solicito um n1odelo mais delicado
é o ma is freqüente e oferece o opção de con- (Fig. 5- 1O). Nessas situações pré-operatórios
feccionar um modelo diagnóstico de acrílico complexas, pa rece justificável confeccionar
diretamente na boca do paciente (sobre dentes restaurações provisórios no laboratório dentário
não preparados), utilizando-se resi no acrílico após obter uma moldagerTI preciso. Caso os
outopolimerizáve l, aplicada em uma motriz de preparas sejam adequados, a mesma molda -
sil icone. gem poderá ser posteriormente usada na pro-
dução dos modelos -mestre . Coso os primeiros
2. O volume dental tem de ser redefinido via preparas tenham sido preliminares, eles deverão
redução/deslocamento (ver Fig. 5-8) . Essa situa- ser corrigidos e tomado uma nova moldagem
ção é, de fo to, excepcional e oferece o possi - (Fig. 5-13, coluna direita, moldura tracejado).

1

224
Aumento de Redução de Confecção de
volume fina l volume final modelo indireto

Enceramento Enceramento Enceramento


... ........ ...
Ensa io restaurador Preparo dental Prepa ro dental
na boca preliminar prelimina r

..·· Ensaio restaurador ··.. •


...
Moldagem
Prepa ro •• •
dental final :• (= provisórios} : (+provisórios diretos)
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M oldagem fina l .~ ..~ Preparo .i .~ ••

Provisórios •
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(+ provisórios diretos) j ~ dental final il ••

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laborato riais • •

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Restauração fin a l Moldagem fin a l •



••• Preparo i• ~
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( + provisórios diret0s) • •

dental fina l f :•
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Restauração final ~ i M o ldagem final !

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·~ Resta uração final J;;-'

FIGURA 5-13: RESUMO DAS POSSÍVEIS SEQÜÊNCIAS DE TRATAMENTO.


5 PLANO DE TRATAMENTO INICIAL E ABORDAGE/vl D IAGNÓSTICA

FOTOGRAFIA CLINICA A característica mais importante do corpo,


quer nos d igitais como nas tradicionais, é a
Apenas alguns dos objetivos já mencionados capacidade de leitura do flash no plano sen-
serão possíveis sem o uso de um equipamento sor/ fi lme da câmera e o a juste da intensidade
fotográfico . Como diz o ditado, ''uma imagem correta do flash poro o exposição correta .
va le por mil pa lavras", e esse importante prin- Essa característico essencial é denominada
cípio deve ser usado paro otimizar o comunica- leitura TTL, "through the lens" (através da
ção. Uma situa ção idea I é criado quando tanto lente).
operador como o laboratório estiverem utilizan-
do equipamentos sim ilares, especia lmente no
coso do denominada Teleodontologia , isto é, As lentes
quando o laboratório estiver loca lizado em um
outro local, cidade ou estado. Nessa situação, Uma distância focal adequado para a Odon-
os slides fotográficos, quando co rretamente ti- to log ia clínica é a de l 05 mm, que pe rm ite
rados, pouparão o paciente de inúmeros visitas ótima distância de trabalho e distorção mínima
ao laboratório . O corpo da câmera , lentes e da imagem. As lentes devem oferecer um fator
sistema de flash são elementos cruciais a serem de amp liação de l: l, que possa ser facilmen te
considerados (Fig. 5- 14). aumentado para l : 1,5 com lentes close-up. A
distância focal máxima é obtida através da se le-
ção de uma abertura mínima de f22 a f32. Uma
O corpo da câmera lente teleconverter de 2x pode ser acoplada pa ra
se obter uma proporção de reprodução de l : 3.
O corpo pode ser a parte menos importante do Nesse ,caso, a distância focal pod erá ser reduzi-
sistema . Câm.eras monorreflex (CMR) podem ser da pelo foto de a abertura ter sido aumentada
tanto numéricas (CMR d igitais) como tradicio- para f l 6. Algumas lentes de l 05 mm podem ser
nais (CMR de 35 mm). As câmeras modernas de usadas somente {isto é, sem lentes adicionais)
35 mm apresentam tracionodor interno de filme para o retrato do paciente. Nessa situação, em
(com avanço automático), rebobinador automá - particular, selecio na-se uma abertura de f2,8,
tico de filme e ajuste automático de ASA, que proporcionando um ambiente suave {através da
eliminam muitos erros cometidos, gera lmente redução da distância focal) e pe rmitindo o uso
pelos novatos. Tanto nas CMR tradicionais como de flash pontual independentemente da maior
nas digita is, recomenda-se o uso de um modo distânc:ia de trabalho.
de exposição com prioridade paro a abertura
(diafragma). Isso possibilitará a seleção manual
de diferentes d istâncias foca is paro criar dife-
rentes profundidades de campo.

, FIGURA 5 - 14: EQ UIPAMENTO FOTOGRÁFICO PADRÃO RECOMENDADO PARA ODONTOLOGIA ESTÉTICA. O sistema
co nsiste de um co rpo tradiciona l (câm era monorreflex de 35 mm, CMR), um flash com do is pontos luminosos (compatível
com o sistema de leitura TTL} e uma lente macro de 1OS mm (5- l 4o). Este corpo do câmera M onorreflex d ig ital (5- 1 4b;
Fi nePix s l Pro, Fuji} pode ser usad o com as mesmos lentes e sistema de fl ash ilustrado na figuro 5- 120. Ela é eq uipada
com um ci rcuito integ rado, o dispositivo de carga acoplada (CCD), capaz de registrar até 6 ,5 megapixels e inclui um visor
regu lável (ponto da seta) e uma tela de crista l líquido {LCD). O fi lme regular é substituído por cartões de memó ria, q ue
perm item o acesso imediato aos dados (5 - l 4c).

226

5-l 4a

5- 14c
5 PLANO DE TRATAMENTO INICIAL E A BORDAGEt\/1 D IAGNÓSTIC.A

O sistema de flash diferentes. Os seguintes princípios gerais devem


ser conhecidos (Fig. 5- 14e):
Sistemas luminosos com dois pontos lu111i11osos
(ver Fig. 5-140) representam o escolha ideal no • O flash com dois pontos luminosos é uma luz
sentido de oferecer simu ltaneamente distribuição tridimensional que gera sombras, revelando
lum inoso adequado , permitindo, dessa formo, oti mamente textura, forma e contorno; é utili-
uma reprodução tridimens ional detalhado do zado melhor em visões intrabucois anteriores,
vo lume dental (Fig. 5-15). sorriso, face e mode los (inclu indo trabalhos
laborato riais) .
O f lash deve ser compatível com o câmera
com leitura TT L, que controlo a exposição. A • O flash circu lar gera uma luz difuso e sem
iluminação típica para macrofotografia inclui sombras, que não esconde nenhuma parte
um flash com dois pontos ou com anel. Essas do tema (Fig. 5- l 4e); é utilizada melhor em
duas fon tes luminosas apresentam diferenças c irurg ia, fotos intrabucais com espelhos e
fundamentais e são usadas com do is propósitos fotografia de patologias.

FLASH COM DOIS PONTOS LUMINOSOS

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5-l 4d

FIGURA 5 - 14 (CONT. ). FONTE LUM IN O SA IDEAL - FLASH CIRCULAR VERSUS FLASH COM DOIS PONTOS LUM INO -
SO S. Esta visão resulta do combinação de urn flash vertical com dois pontos luminosos, uma lente de 105 mm e uma lente
odiciono l cfose -up, oferecendo uma proporção de a umento de l: 1,5 (5- l 4d); os refl exos do flash aumentam o natureza
tridimensio nal do dente pelo delineam ento dos âng ulos mesiais (áreas pontilhados), proporcionan do, dessa fo rma, u,no
percepção adequado do textura superficia l (circulado). Visões comparativas (5 - l 4e): observe a ca racterística plano das
imagens produzidas com o flash circular compara dos com as imagens geradas co m o flash com dois pontos luminosos.

228

FLASH COM DOIS PONTOS LUMINOSOS FLASH CIRCULAR


5- l 4e
5 PLANO DE T RATAM ENTO INICIAL E A BORDAGEM Ü IAGNÓSTICA

-
DOCUMENTAÇAO DA COR evoluem, a lguns princípios básicos permanecem
ina lterados. Esses princípios são d iscutidos em
Não é o ob jetivo desta seção cobrir o extenso uma abordagem lógica utilizando-se as ferra -
tóp ico sobre cor em Odonto logia, mos simp les- mentas atualmente disponíveis, isto é, fotogra-
mente oferece r ao leitor a lguns princípios que fias digitais, amostras de cor e uma folho com
podem proporcionar melhorias sign ificati vos. mapa cromático .

Primeiramente, todos os laboratórios dentários


devem ter um loca l q ue possa ser usado paro Pri ncíp io 1: Uso de múltiplas fontes
a documentação do cor (Fig. 5-15). Embora lumi nosas
isso pareça primariamente necessário para o
laboratório dentário (ve ja Fig. 5-1 b), a lguns casos Pa ra cada paciente, o operado r (dentista o u
poderão ser solucionados quando o documenta- técnico) deve tenta r entender e documentar a
ção ad equada da cor for realizada pelo próprio cor (interações dente-luz) ao invés de escolher
dentista, especialmente qua ndo o laborató rio a cor. Isso impl ica , idealmente, na utilização
dentário ficar em uma outra cidade ou estado. de vá rias condiçõ es lumi nosos (Fig. 5 -1 6), por
exem plo, luz do dia , luz a rtificia l e o fla sh da s
Como discutido no capítu lo 2, a cor não é o câmera s digitais.
elem ento principa l do sucesso estético em uma ,
restaura ção. Por déca das, a escolha da cor E impc)rtante cons iderar também o ambiente
permaneceu como um processo subjetivo. O habitua l do paciente. Se ele traba lhar prima -
futuro ce rtamente reside na esco lha automático riamente dentro de uma ed ifício, o se leção de
de cor através de ferramentas mu ltifun cionois

cor deverá ser também real izado sob luz fluores-
inovadoras, incluindo câmeras d igitais e reg istro cente. Essa abordagem pode auxilia r, evita ndo
dos da dos de cor. Ao passo que as ferramentas efeitos de meta merismo .

FIGURA 5- 15 : LOCAL PARA A DOCUMENTAÇÃO DE COR EM UM LABORATÓRIO DENTÁRIO . Esse "loca l para o paciente"
. inclui um dispositivo desi nfetante, uma escala de cores com ercial, fo lho de seleção, amostra s de cor confeccionados, luz
circular artificia l e luvas poro exame (Centro de Desenho Ora l, Montreux, Suíça) .
, -
FIG URA 5-1 6: PRIMEI RO PRINCI PIO PARA A DOCUMENTAÇAO DE COR. O metomerismo impl ica em cerâmico e dentes
poderem se co mbinar sob uma condição luminosa, porém, não sob o utras fontes luminosas. Por esse motivo, o compreensão
detalhado do cor deve ser rea lizada com mais de uma fonte lum inosa . A luz natu ra l parece ideal, porém, va ria de acordo
co m as co nd ições atmosfé ricos. Lu zes artificiais são mais estáveis e confiáveis, especialmente os fotogra fi as digitais mais
novos, que excluem o va riabilidade intrínseca de processamento do filme.

230


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1 •

5-15

-
COMPREENSAO DA COR
.... ....
FONTES DE LUZ VARIADAS

1 li 11 1

• Luz do dia • Luz artificial • Flash de câmera

Ideal - 6.500 K Luz circular portátil I Fotografias digitais

Extremamente variável Estável e constante Estável e constante


5-16

5 PLANO DE T RATA1\AENTO INICIAL E ABORDAGEM Ü IAGNÓSTICA

Princípi o 2 : Adquirir experiência com uma Princípio 3: Utilize uma referência


guia de sel eção de cores e um dental e gere, conse qüentem ente,
sistema de porcelana registr,os de cor funciona is

O sistema de seleção de cor pode ser o ele- Registro s d e cor não devem apenas of erecer
mento menos importante no se leção de cores. dados ge rais sob re as co res denta is básicos
A esca la de cores Vito Lumin Vocuum (Vito), (po r ex. , dados do esca la de cor), mas também
ainda universalmente reconhecida e tem sido informação mais detalhada que apresente ca-
usada com sucesso e fielmente pela maioria ra cte rísticas ind ividuais de um dente intacto de
dos marcas de porce lana, parece ap rese ntar referê nc ia, gera lmente o dente controlatera l ou
defeitos importantes. Por exemplo, dentro do antagon ista (Figs. 5-170 o 5- l 7c).
m esmo matiz, {A , B, C ou D), há uma varia ção
simultânea e não- linear dos duas dimensões de Operadores habil idosos podem rotinei ramente
cor (croma e va lor). Como pa ro m uitos esco - reuni r informações através de:
lhas em tecnologia dental de ponto , o seguinte
rea lidade deve ser enfatizado : l . Tomadas fotográfi cos com os amostras de
co r selecionadas através de escalas de cores
A experiência adqu iri da com um dado sistema comerciais posici o nados topo o topo, com os
de porcelana e sua esca lo de cores correspon- dentes de referência (Figs. 5-17d a 5- l 7g).
dente é ma is importante do que o escolho real 2. Folhas com o ma pa cromático completo com
e as características do sistema em si. referên cia do amostro de cor, sob medido,
pa ra uma ,nosso específico de porce lana
(Figs 5- 1 7 h e 5- l 7i). A imagem d igital pode
1

facil itar esses passos.

FIGU RA 5- 17:
-
DOCUM ENTAÇAO DA COR
-
E POSIÇAO DAS AMOSTRAS D E COR. Informações geral e detalhado po -
dem ser registrados com fotografias (slides ou arqu ivos digitais) (Figs. 5- 1 7a a 5- l 7h). Este paciente necessita de uma
faceta de porce lana no incisivo central direito (5 - l 7a) . A referê ncia dental lóg ica é o incisivo centra l esquerdo intacto, que
.apresenta várias características (S- l 7b, 5 - l 7c). As fotografias intrabucai.s das amostras de co r devem incluir visões gerais
(5 -1 7d) e tomadas mais próximas (5- 1 7e, 5 -17~. Antes de tudo, as amostras de cor devem ser posicio nados para receber
a mesma quanti dade de luz poro o referência dental durante a fotografic1 . Por esse motivo, os amostras de cor não devem
ser colocados lado o lado com os dentes naturais (devido à alteração fronta l entre os dentes e o esca la de cor}; apenas a
posição topo·a-topo é recomendada, pois os dentes e as amostras de cor estão no mesmo plano, paralelas ao plano do
co rpo do câmera e do filme, e na mesma distância do sistema de flash (5- 1 7g). As portes cervica is das amostras de cores
são freqüentem ente rnais saturados e devem ser omitidos; elos nunca devem ser justapostas contra os bordos incisivas do
dente de refe rência.

232

5- l 7c

5-17f

AMOSTRAS DE COR E
DENTES TOPO - A - TOPO

5-17g
5 PlANO DE T RATAME NTO INICIAL E A BORDAGEM Ü IAGNÓSTICA

Antes de tudo, a documentação da cor deve se Importante: A documentação de cor não deve
conformar com a técnica de estratificação de ser realizada no fina l de uma sessão clínica
cor e o sistema de porcelana usado para que regular. A desidratação do dente comumente
elas possam se r co nti nua mente consultadas ocorre durante o tratamento dental e gerará
durante o traba lho cerâmico. A mesma docu- cores mais claras. Pela mesma razão, durante
mentação deve ser repetida no estág io de prova a documentação de cor, em si, as fotografias
quando os ajustes são necessários. Quando as deverr, ser tiradas de forma intermitente para
restaurações cerâmicas adesivas forem substi- perm itir a reidratação dos dentes pe la saliva
tuir dentes manchados, recomenda-se que a do paciente.
documentação de cor seja feita após o preparo
dental; a estrutura dental manchada deve ser
identificada, a fim de se colocar a quantidade
correta de cor para o mascaramento desta na
estrutura cerâm ica (ver Fig. 7-11) .


1

FIGURA 5- 1 7 (CONT.). A câmera foi inclinada para cervica l, a fim de impedi r os reflexos do flash na borda incisiva (5- 1 7h).
A visão ampliada do dente de referên cia constitui um mapa para a aplicação de massas específicas de porcelana, tais como
os esma ltes opalescentes, incisivos e corantes; esta figu ra va le mais do que mil palavras (5- l 7i). Uma tomado fotográfico
digita l instantâneo pode ser usada para gerar uma folha com o mapa cromático, que especifica as massas de porcelana
correspondentes (5- l 7j).

234
l

5- 17i

5 - l 7i
5 PLANO DE TRATArV,ENTO INICIAL E A BORDAGEt>.~ DIAGNÓSTICA

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236
'

'



,
CAPITULO 6

Com a compreensão da biomecânica da coroa denta l e o progresso dos


adesivos dentinórios, os restaurações adesivas de porcelana ap resentam
um grande espectro de indicações para os dentes anteriores. Para pre-
1
venir falhas prematuras, as novos gerações de "facetas de porcelana"
• necessitam do conhecimento preciso da d istribuição de tensão dentro
do complexo dente-restauração. O ótimo desenho do preparo e a linha
de acabamento podem variar de acordo com a situação clínica inicial,
forma e arran jo dos tecidos duros intactos. Pelo foto de o preparo den-
tal, a moldagem e os provisórios serem realizados geralmente durante a
mesma sessão clínica, as moldagens finais e a confecção dos provisórios
também serão discutidos neste capítulo.

239
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

-
CONSIDERACOES GERAIS j

Quando os passos de dia gnóstico fo rem se-


Isso leva à máxima preservação do tecido
g uidos com rigor, procedi mentos restauradores
sadio mineral izado remanescente durante o
práticos poderão ser iniciados co,n máxima con-
preparo dental e, conseqüentemente, a uma
fiança e previsibilidade. Estando o objetivo fina l
abordagem conservadora (Fig . 6- l ).
bem-definido, o esforço terapêutico ativo pode
se foca lizar ago ra nos procedimentos técnicos
para o preparo dental. Uma qua ntidade mínim a de geometria de pre-
paro, todavia, ainda é necessária para facilita r
O desenho de prepa ro para restaurações ade- a colocaçã o e o posicionamento da peço cerâ -
sivos de porcela na (RAP) deve perm itir sim ulta- mica durante o procedimento final de adesão.
neamente uma ada ptação marg inal ótimo do A preservação da integ rida de do comp lexo
restau ração defi nitivo e refleti r o máximo de de nte-resta uração, a lo ngo p razo, tam bé m
respeito à morfo logia dos tecidos d uros. implica na necessidade de espessura sufici ente
e homogênea de cerâm ico poro propo rcio nar
As RAP devem ser diferenciados das coroas al guma resistência mecân ica intrínseca.
tradicionais cimentadas, especia lmente em
re lação à retenção e forma de resistência. Este capítulo irá revisar sistematicam ente a
redução dos tecidos, a configura ção e local i-
As propriedades adesivas e as características zação do margem e os aspectos fun da mentais
físico- quím icas dos ci mentos resinosos permitem relacionados ao envelopamento e à sobrepos i-
que o interfoc.e dente-restaura ção se ja submeti- ção incisivo, e irá trotar de situações pecu li ares,
da a tensões substancia is. Desse ponto de visto , ta l como dentes mais es pessos versus dentes
os parâmetros geométrico e mecânico do pre - m en os espessos , resta urações preexistentes,
paro dental são de importância secundário . dio stemos, etc.

FIGU RA 6- 1: RAP BEM-SUCEDIDA APÓS 5 ANOS. Visões iniciais de incisivos com fratu ras corona is prévias (6-1 a). Ape nas
uma película de esmal te foi re movida (6 -1 b). A cirurg ia periodonta l não foi necessória, apesar da destru ição severa de
tecido duro e coroas clínicas muito curtas (6- 1c) . Visõ es deta lhadas do modelo mestre (6- 1d o 6 - 1D. Restaurações cerâ-
micos correspondentes confeccionadas com a combi nação de porcela na feldspática, vidro hidrotérmico de baixa fusão e
uma técnica com troq uei refratá rio (6- l g o 6- 1 i). A borda incisiva estende -se mais do que 5 mm sobre o incis ivo ce ntra l
. esquerdo. Hó pouca estabilidade primária dos restaurações; o sucesso o lo ngo prazo essencialmente reside na adesão.
Resultados clín icos com mais de 5 anos a pós a colocação (6- l j, 6- 1k). A técnico de cond icionamento ácido foi usado com
um adesivo para esma lte e uma resino co mposta fotopolimerizóvel (híbrida de minipartículas) co,no agente de cimentação
(os restaurações foram unidas apenas em esmalte devido à ausência de agentes adesivos denti n6rios eficientes disponíveis
na época da colocação). As resta urações estão suportando uma g uio protrusivo sign ifi cativo. O acompanhamento de 5
a nos revelo uma resposta favorável do tecido mole (6- 11). As restaurações demonstram excelente adaptação marg inal e
selam ento , estabilidade de cor e superfícies lisos. Não há lesão de cárie recorre nte nem fendas no cerâ mica (6 -1 m). (A Fig .
6- 1a foi reimpressa com a auto rização de Magne et al. 1}

240
1
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6 PREPARO ÜENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

-
RED UCAO TECID UAL
.:,

Princípios básicos Portanto, um enceramento diagnóstico que


restaure o vo lume origina l deve ser utilizado
Infelizmente, as primeiras técnicas de preparo como referência na redução denta l (Fig. 6-3).
denta l para RAP não promoveram a ótima Esse princípio básico poupará uma quantidade
prese rvação do esma lte. Pontas diamantadas significativa de tecido dental sadio, não apenas
para redução, com anéis calibrados, foram esm alte , como também a importante jun ção
propostas para o desgaste do esmalte, e o dentina -esmalte.
controle da profundidade era baseado na su-
perfície dental preexistente (Fig . 6 -2). Quando o
esmalte inicia l já apresentava pouca espessura, A ferramenta mais simples e importante na
a redução com base nos desgastes de profundi- redução do esmalte é a guia de silicone pro-
dade levava a uma maior exposição dentiná ria . veniente do enceramento (Fig. 6-3), secciona -
Como explicado no capítu lo 5, a faceta deve te r da horizontalmente e bem-adaptada.
como objetivo a restauração do volu me dental
original, 2, 3 especialmente nos casos de esmalte
inicial pouco espesso .


1

FIGURA 6-2: PONTAS DIAMANTADAS PARA A REDUÇÃO VESTIBULAR INICIAL. Desenho esq uemático do visão incisiva de
secções transversais de incisivos centrais {P = palatino, F = vestibular). (Porte superior) Pontas diamantodos calibradas com
anéis não são recomendadas, pois elos desgostam de acordo com a superfície e volume dentais preexistentes. Quantidade
excessiva de esmalte é desgasjoda (linho vermelha pontilhada) com o risco de expor dentina (ponto dos setas brancas),
especialmente nos ângulos de transição de dentes envelhecidos. (Parte inferior) O uso de pontas diamantadas tradiciona is
(de extremidade arredondado e levemente cônicos), juntamente com guias de silicone provenientes do enceramento aditivo,
irá permitir a redução controlada de esma lte e minimizar a exposição dentinário, pois o desgaste (linho pontilhada vermelho)
é realizado de acordo com os ângulos de transição aumentados (ponto dos setas broncos) e volume coronal expandido.
- ,
. FIGURA 6 -3: CONSERVAÇAO MAXIMA DO ES/\~ALTE VESTIBUlAR REDUZIDO. As visões iniciais demonstram incisivos cen-
trais com resi nas compostos preexistentes e pouco espessura de esmalte (6-30 a 6-3c). Espaço significativo estó inicialmente
presente poro a futura restauração (6-3b, como indicado pelo guia de silicone seccionado horizontalmente, proveniente
do enceramento) e permitirá preparo dental extremamente conservador. A técnico de preparo inclui a realização de sulcos
interdentais e vestibu lares (6 -3d, 6-3e) seguido de redução vestibular (6-3f). As RAP definitivas apresentam ângulos de
transição acentuados e espessura uniforme (6-3g o 6-3i) . Esta restauração iá apresenta mais de 5 anos, como il ustrado na
fig uro 4 -8. A abordagem d iagnóstica é apresentado na fig uro 5-5 e a estratificação cerâmico, na figu ra 7-9. (A Fig. 6 -3i
foi rei mpressa com a autorização de Magne.~)

242
Redução dentol de oco,do com
o superfície preexistente

Reduçõo dental de acordo tom o


objetivo final do enceramenlo ,,,. -···-~·-··~····---·······-····
,'
aditivo {guia) ,•

6-2
F ;:: vestibular; P = palatino

6-3b 6-3c

6-3d 6-3e 6-3f

6-3h 6-3
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

Procedimento seqüencial recomendado primeiramente poro cortar os sulcos de redução


proximois (Figs. 6-4b e 6-4c).

O preparo passo o posso é demonstrado no


3. Colocação de um fio retrator. O objetivo de
figuro 6-4. Como é o coso do realização de
retrair levemente o gengiva não é produzir uma
um ensaio restaurador, uma motriz rígido e
margem intra-sulcular, mos melhorar o visibili-
preciso deve ser obtido através do colocação
dade durante o preparo do margem porogen-
do silicone sob pressão, durante o presa (ver
givol . Uma técnico especial, com traumatismo
Figs. 5-71 e 5-7m).
reduzido, é usado na colocação (6-4d). Deta-
lhes adicionais em relação aos preparas inter-
1. Controle inicial com o guio de silicone. Antes dental e cervical são dados na próximo seção
da redução do esmalte, a colocação da guia
("Configuração marginal e localização").
vestibular revela os áreas da superfície dental
que necessitarão preparo mínimo (tipicamente 4. Redução axial li: Sulcos vestibulares. A ponta
os cristas proximais e linhos de transição) (Fig. diomontodo com diâmetro médio é utilizado
6-40). para criar os sulcos de redução vestibulares
(Figs. 6-4e e 6-4f). Três sulcos verticais são re-
2. Redução axial /: Preparo interdentol. A re- comendados nos incisivos centrais e caninos, e
dução axial necessita do uso de três diferentes dois sulcos nos incisivos laterais. A profundidade
diâmetros de pontos diamontodas cônicos com de cada sulco é controlada individualmente,
extremidade arredondado, desenhados clas- utilizando-se a guio de silicone (Fig. 6-49). A
sicamente poro próteses fixos tradicionais. As superfície preexistente do dente deve ser igno -
brocas recomendados são a 856L-O 14, 856L- rada; apenas a superfície do guio de silicone
O16 e 856L-020 (Brosseler) ou 06, 235 e 23 7 deveré1 ser usado poro verificar os cortes de
(lntensiv.). A broco de menor diâmetro é utilizado profundidade.

FIGURA 6-4: PROCEDIMENTO LÓGICO DE PREPARO DENTAL. O controle inicial com o guio de silicone já demonstro
espaço disponível poro o futuro restauração (6-40). O preparo dental começo com o penetração interdentol parcial (6-4b,
6-4c), seguido do colocação de um fio retrator. A tecnico de inserção bimanual é usado poro evitar traumatismo aos tecidos
moles: o fio é estabilizado com uma sondo periodontol no local do inserção, enquanto uma espátula é utilizado paro posi-
cionar o fio no sulco (6-4d). Os desgostes do profundidade vestibular são, dessa forma, realizados com uma ponto diomon-
todo grande (6-4e). Elos são pouco visíveis devido ao sacrifício mínimo dos tecidos sadios (6 -4 ij. Cada sulco e controlado
individualmente com uma motriz de silicone (6-49). Alguns aspectos do superfície preexistente serão quase intocodos, por
exemplo, os ângulos de transição vestibuloproximais no face distal do incisivo cen1rol direito. A maior ponto diomon1odo é
usado poro a redução axial (6-4h), o que previne o formação de superfícies ondulados resultantes do re-penetroção denrro
de cortes profundos. O controle do redução axial revelo que cristas proximois são quase intocodos, permitindo o máxima
preservação do esmalte (6-4i). O espaço livre do bordo incisivo é controlado com uma guio palatal (6 -4 j), seguido pelo
definição do linho de acabamento palatal (isto e, uma margem levemente côncavo em topo), com uma ponto diomontodo
arredondado grande (isto é, 801-016 ou 801-023, Brosseler) (6-4k). E extremamente importante arredondar todos os bor-
dos agudos, o que pode ser realizado utilizando-se discos flexíveis moles (6-41). A visão final dos prepores após o remoção
do fio retrator demonstro margens porogengivois limpos (6-4m). Mesiolmente, os margens permanecem dentro dos resinas
compostos, ao posso que, distolmenle, a margem tem de ser estendido mais poro palatino devido à desmineralização do
esmalte. Os possos do preparo e os visões pós-operatórios deste coso podem ser encontrados no figuro 4-7.

244
}
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

5. Redução axial Ili: Preparo maior. A redu ção (espaço livre suficiente pa ra a cerâmica, con-
axial maior é realizada preferencialmente com tornos suaves, ausência de reentrâncias) e as
uma ponta diamantada grande (Fig. 6 -4 h) para moldagens finais irão facilitar significativamente
prevenir repe netração nos su lcos. Dessa forma o tra bal ho do ceramista dental , levando ao uso
simples, supe rfícies o nduladas podem se r evi- mínimo do espaçador de troquei e, assim, redu-
tadas. Um espa ço uniforme de 0, 5 a 0,7 mm zindo o risco de fen das pós-adesivas. 1•5,6
deverá ser gerado através desse método {Fig. /

6-4i), produzindo fi nalmente a mesma espess ura E importante controlar o espaço disponível
de cerâmica nos níve is proximal e axia l. em níveis horizontais diferentes do preparo
(de cervical a incisai); isso pode ser facilmente
6. Controle do redução incisivo. A metade pa- realizado através do seccionamento do guio
latal da g uia de sil icone é finalrnente utilizada de si licone, de acordo com o "método do
para verificar o espa ço incisivo livre (Fig. 6 -4 j) . caderno de matérias" (Fig. 6-5), que crio uma
Pe lo menos 1,5 mm é necessário. guia múltipla com camadas unidas.

7. Envelopomento palatino e preparo incisivo. O Os elernentos básicos para o preparo dental são
estabelecimento da li nha de acabamento pa latal a presentados na figu ra 6-6. Um co ntrole final
é gera lmente o último passo no preparo dental do preparo deve in cluir o exame cuidadoso da
(Fig. 6-4 k) . Deta lhes od iciono is em relação aos direção de inserção da futura restauração e a
preporos incisivo e pa latal são da dos na seção verificação de reentrâ ncias , especialmente nos
" Envelopamento e sobreposição" . ca sos onde as margens proximais se estende m
/
mais poro pa latino (ver Fig. 6-20). Situações
8. Acabamento. E essencia l para produzi r pre- específicos relacionadas à localizão e configu -
paros sem ân gulos agudos, cons idera ndo -se ração marginais serão discutidos na próxima
que a melhor qualid ade de ambos os prepa ros -
seçao.

FIGURA 6-5: GUIA DE SILI CONE VESTIBULAR DO TIPO CADERNO DE MATÉRIAS. A guia de silicone trad icio nal é pol i-
merizada sob 4 atm em um recip iente sob p ressão, então, esta é seccionada horizon ta lmente. As diferentes camadas ainda
estão unidas em um dos lodos da guio (à direita). A matriz pode ser aberta como um livro para visua lizar o aspecto total
da red ução, desde a borda incisiva até o porte mais cervica l (à esq uerdc1).
I

FIGURA 6-6: ELEM ENTOS BASICOS DO PREPARO DENTAL. Esta visão esquemático demonstra que a redução axi al pode
variar entre mais do que 0 ,7 mm, incisolmente (veja a Fig. 6 -4i), e cerca de 0,5 mm, cervica lmente. O espaço livre incisivo
deve ser de pelo menos 1,5 mm, porém, pode se estender até 5 a 7 mm nos dentes fraturados (ver Cap. 4, tipo IIIA) .

FIGURA 6-7: LIMITE DA MA RGEM GENGIVAL. O posicionamento do margem durante o preparo dental deve considerar
o ponto mais apica l do contorno gengival, q ue fica dista l ao eixo denta l principa l (à esquerdo ).ª O feston omento simétrico
não parece natural (à d ireito).

246
;
6 PREPARO DENTAL, M OLDAGEM E PROVISÓRIOS

-
CONFIGURAÇAO
-
E LOCALIZAÇAO DAS MARGENS

M argens cervical e proximais A quant id ad e de pe netraçã o interdentol


depende do tipo de contato interdentol (Fig.
Nos áreas cervical e proximois, aceito-se univer- 6 -8).
salmente o criação de uma margem suave em
chanfro, sem ângulos lineares internos.
Contatos leves podem ser removidos através de
Tal linha de acabamento permitirá o preservação uma ext,ensão conservadora do limite do preparo
máxima do esmalte e, portanto, também irá pre- (Fig. 6-8, à esquerda). Contudo, com uma área
venir o microinfiltroção morginol. 7 Poro resultados de contato maior, recomenda-se que a superfície
estéticos ótimos, recomendo-se que o contorno se ja desgostado poro criar margens acessíveis,
festonado do gengiva seja respeitado (Fig . 6-7; sem penetração excessiva {Fig . 6 -8, à direita).
ver ta mbém 6 -4 m). A inserção de fio retrato r (Gin- Com exceção de duas situações peculiares que
gibraid Oo ou la, VanR) facilita essa tarefo através necessitam de penetração interdentol excessivo
do contorno do perímetro gengival individua l (ver (envelopame nto de antigos restaurações Classe
Fig. 6-4d) . Os cortes de profundidade são man - 3 e redução de diastemo/triôngulo interdenta l;
tidos o uma d istância adequado do fio, cerco de ver Fig. 6-20), é melhor evitar sacrifício desne-
0,5 mm, levando a uma margem parageng ival. cessário do estrutura dental interproximol .
Margens intra-sulculares são recomendadas so-
mente quando o f~chomento de um diostema ou Progresso significativo foi realiza do com a
triângulo interdental permitir ao TPD criar um perfil introdução de técnicos de preparo oscilatórias
de emergência progressivo (ver Fig. 6-21 ). 9 (Sonicflex/Sonicsys, KaVo) (Fig. 6 -9 ).

FIGURA 6 -8:
-
DEFINIÇAO DA
-
PENETRAÇAO INTERDENTAL. A margem interdental (ponta das setas vermelhas) pode
estender-se além de um leve ponto de contato, sem sacrifíc io significativo do estruturo denta l (à esquerda) . Por outro lodo,
recom enda-se que o preparo não seja estendido além de uma superfície de contato maior (centro), devido à quantidade
significativo de esmo lte, que deve ser desgostado, e aos riscos associados à exposição dentin6ria (ponto das setas bra,1-
cas). Assim, de forma oposta, o localização do margem pode ser 1nantida co nservadoramente, desde que a superfície de
contato seja desgostado (à direita), facilitando a reprodução precisa durante a moldagem. No caso de um leve ponto de
contato proximal (à esquerdo), um ponto de contato "cerâmico com cerâm ica" será recuperado quando os resta urações
forem colocadas.

FIGURA 6 -9: INSTRUMENTOS OSCILATORIOS '


E SUAS VANTAGENS SOBRE OS INSTRUMENTOS ROTATORIOS. ' Os
instrumentos oscilatórios incluem uma peça de mão sônica rnovido o ar (porte superior) e vórias pontos com forma de
"meia-broco", apresentando uma superfície de trabalho plano (6 -90). Os instrumentos típicos são os pontos em forma de
torpedo (à esquerdo) e hemisféricas (à direita ).

248

Preparo interdental de acordo com o tipo


de contato interdental preexistente

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·..
·. •
••
•.. .! • .• .• ...·
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...::;_

Superfície~ cooto-
toto proJ<imol g ron·
de - desgosle
6-8

6-90
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRlOS

Devido à suo ação não-rotatória e forma de e dentes com sobreposição, as pontas sônicas
meia-broca (Figs. 6-9 e 6- l O), as pontas oscila- permitem um preparo mais conservador quando
tórias permitem um preparo rápido e pouco comparadas com as pontos diomontodos (Fig .
invasivo. A definição da margem é significativa- 6 -9b) .
mente melhorada e não apresento nenhum risco
às superfícies dentais adjacentes. Ta is ferramen- Uma outro indicação paro o preparo oscilatório
tas são 111uitos úteis nos casos de apinhamento é a necessidade de margens subgengivais, que
excessivo. Especia lmente , quando utilizadas podem sofrer acabamento de formo precisa,
sobre grandes superfícies de contato interdentais sem dano aos tecidos moles .

.... ......................... ...... -·················


• ••

••• ••
• •


••
••

--
,,,.---
·----
\
,..
\
-....____
----
:
Instrumento i nstrumento
oscilolório rotatório

6-9b

FIGURA 6-9 (CONT.). Uma quantidade significativo de tecido poderá ser preservado quando o preparo interdental for
rea lizado com uma ponto em formo de torpedo, pois a secção transversal se conformo exatamente com o desenho do
margem (6-9b, à esquerda). Mesmo q uando uma ponto diomantoda cilíndrico tradicional mais fi no for usado (6-9b, à
direito), haverá grande risco de superpreparo e exposição dentinária (ponta das setas brancas), além do risco de danificar
o dente ad jacente (ponto das setas pretos).

FIGURA 6-1 O: PREPARO COM INSTRUMENTOS OSCILATÓRIOS EM UM CASO PADRONIZADO. O incisivo centra l direito
havia sido fraturado e ambos os incisivos centra is seriorn facetodos (veja passos de preparo e diagnóstico deste caso nas
Figs. 5 -6 e 5 -7). Pontas diomantadas extremamente finos podem ser usadas para iniciar o preparo interden tal; cuidado
especial deve ser tomado (por ex., uso de matriz metálica) para proteger o dente ad jacente (6-1 Oa). A definição fi na l da
margem é realizada com um instrumento oscilatório em formo de torpedo (6- 1Ob). Nesta situação específico, a tarefa foi
facilitada pela restauração de resino composto no incisivo latera l, que pôde ser desgostada na face mesiol (6-1 Oc; restau-
ração de resina composta detalhada na Fig.5-6). A margem proximal é aguda e acessível (6-1 Od). Após a colocação de
um fio retra1or e realização dos sulcos de profun didade orie11tados pela gu ia de sil icone (6- 1Oe), o preparo axial é realizado
com pontas d iamantados tradicionais (6 - l Of) para gerar um espaço uniforme de 0,7 o 0,8 mm (6 - 1Og). As pontas sônicas
foram usadas novamente após a redução incisiva: o ponto hemisférico é ideal paro a rredondar e suavizar o co ntorno da
margem na transição entre a parede axioproximal e a borda palatoincisiva (6-1 Oh; 6- 1Oj, ponto do seta). Todas as superfícies
preparadas apresentam contornos suaves e foram mantidos dentro do esma lte, exceto o área fraturado do incisivo central
d ireito (6-1 Oi, 6-1 Oi). Parece haver um espaço reduzido poro a resta uração no incisivo centra l direito nas figuras 6-1 Og e
6 -1 Oj devido ao plano de secção transversal mais cervica l e ângulo de visão diferente .

250
6-5

- ---

6-6

6-7
6 PREPARO D ENTAL, M OLDAGEM E PROVISÓRIOS

-
CONFIGURAÇAO
-
E LOCALIZAÇAO DAS MARGE NS

M arge ns cervical e proximais A quantidade de penetração interd e ntal


depende do tipo de contato inte rdentol (Fig.
Nas á reas cervica l e proxi ma is, aceita-se univer- 6-8).
salmente a criação de uma ma rgem suave em
chan fro, sem ângu los lineares internos.
Contatos leves podem ser removidos através de
Ta l linha de acabamento permitirá a preservação uma ext,e nsão conservadora do lim ite do preparo
máxima do esmalte e, portanto, tam bém irá pre- {Fig. 6 -8 , à esq uerdo). Contudo, co m uma área
venir a microinfiltração marg ina l. 7 Pa ra resultados de contato maior, recomenda -se que a superfície
estéticos ótimos, recomenda-se que o contorno se ja desgastada pa ra criar margens acessíveis,
festonodo do gengiva seja respeitado {Fig. 6-7; sem penetração excessiva (Fig. 6-8, à direito).
ver também 6-4m). A inserção de fio retrator (Gin- Co m exceção de d uas situações pecu liares q ue
gibroid Oa ou 1o, VanR) facilito essa ta refa através necessitam de penet ração interdentol excessivo
do contorno do perímetro geng ival ind ividual (ver (envelof)a m ento de antigos restaurações C lasse
Fig. 6-4d). Os cortes de profund idade são man- 3 e redu ção de diaste ma/ triângulo interdenta l;
tidos o uma distância adequada do fi o , cerco d e ver Fig. 6-20), é m elho r evitar sacrifício desne -
0,5 mm, levando o uma margem porogengivol. cessá rio do estruturo dental interproxi m o l.
Margens int ro- sulculo res são recomendadas so -
mente quando o fechamento de um diastema o u Progresso significat ivo f oi rea liza do com a
triângulo interdental permitir ao TPD c riar um perfil int rodução de técn icas de prepa ro osci latóri as
de emergêncid prog ressivo (ver Fig . 6-21 ).9 (Sonicflex/ Sonicsys, KaVo) (Fig. 6-9).

FIGU RA 6-8 : D EFIN IÇÃO DA PEN.ETRAÇÃO INTERDENTAL. A ,nargem ínterdenta l (ponto das setas vern1efhos) pode
estender-se além de um leve ponto de contato, sem sacrifício significativo da estruturo dental (à esquerdo). Por outro lado,
recome nda-se que o preparo não seja estendido a lérn de uma superfície de contato maior (centro), devido à quantidade
significativa de esma lte, que deve ser desga stada , e aos riscos associados à exposição dentinário (ponto dos setas bron-
cos) . Ass im, de formo oposto, a localização da margem pode ser mantida conservodoramente, desde q ue a superfície de
co ntato seja desgastada (à direito), facilitando a reprodução preciso du rante o moldagem. N o coso de um leve ponto de
contato proximal (à esquerda), um ponto de contato " cerâ mica com cerâm ico" será recuperado quando os restaurações
fo re1n colocadas.
I I

FIGURA 6 -9 : INSTRUMENTOS OSCILATORIOS E SUAS VANTAGENS SOBRE OS INSTRUM ENTOS RO TATORIOS. Os


instrumentos o scilatórios incl uem uma peça de mão sônico movido a ar (porte superio r) e vá rias pontas co m fo rmo de
"meia-broca", a presentando uma superfície de traba lho plana (6-90). Os ínstrurnentos típicos sã o as po ntas em forma de
torpedo (à esquerda) e hemisféricas (à di,-e ita).


248
6-1 Oo 6- lOb

6-lOc 6-1 Od

1

6-1 Oe

6-1 Oh 6-1 Oi
6 PREPARO Ü E 'TAL, M OLDAGEM E PROVISÓRIOS

Envelopamento e sobreposição No final da década de 80, um estudo fotoelás-


tico de Hyghton et ai . 11 reve lou a importância da
A criação sistemático de um envelopamento sobreposição incisiva/ interdental, que parecia
incisivo e interproximal é aplicado na prática proporcionar uma resistência intrínseca supe-
pelo maioria dos clínicos, e fo i recenteme nte ri or à c:erâmica devido à melhor distribuição J

otimizada em função do integra ção biornecâ - de estresse na própria restau ração. Evidência
nica dos facetas. A extensão do envelopomento científica ad icional sugere que o tipo de lin ha
depende do situ ação in icial (po r ex., fra tura de acabamento incisiva a ser usada é uma
coronal preexistente) e objetivo protético (por função do tipo e quantidade de sobreposição
ex., caso seja plane jado uma modificação maior incisiva. 12• 13 Visto que as indica ções para RAP
da formo ou o fechamento de diostemos, um têm sido estendidas com sucesso ao tratamento
enve lopomento máximo é fundamental). de incisivos com coroas fraturadas e denti ções
anteriores desgastadas (ve r Cap. 4), 3•1 14· 18 º·
novos questionamentos têm sido levantados
Em termos práticos, o estabelecimento do en- com relação ao desenho de tais restaurações.
velopamento interproximal e incisivo oferece A extensão da estrutu ra denta l perdida deve ser
muitas vantagens: 10 ele facilita a defin ição considerada, pois irá influenciar significativa-
estética do RAP na zona incisiva , melhora mente na localização da linho de acabamento
a liberdade do ceramista dental com rela- palata l (Fig. 6-11 ). Diferentes pad rões de estres-
ção à forma e ao perfil de emergência da se são esperados sobre a margem pa latal do
restauração e, o mais importante, facilita a faceta, dependendo do nível original da linha
colocação da restauração final (por exemplo, de fratura (por ex., fratu ro moderad a através
estabilização das RAP e o fácil acesso a todas
• da concavidade pa latal versus fraturo extenso
as margens durante a adesão). através do tubérculo do cíng ulo).

FIGURA 6- 1 1: LOCALIZAÇÃO MAGINAL DIFERENCIAL PARA FRATURAS CORONAIS MODERADAS OU SEVERAS PREE -
XISTENTES. As possíveis localizações da linho de fraturo palatal (ponta dos setas): no área de concavidade pa latal para
fratura moderado (esquerda) e no área de convexidade do tubérculo poro fraturo severo (à direita). A d istribuição de tensão
no margem da futu ra resta uração pode d iferir, dependendo da área de fra tura .

- - "
· FIGURA 6- 120: TENSAO DE TRAÇAO TANGENCIAL NA MARGEM PALATINA CERAMICA (INCISIVOS SU PERIORES). Contor-
nos originais e rede do estudo de elemento fi nito paro o otimi zação dos RAP (porte superior) . 11 A posição da margem palatal
é indicada para as diferentes situações iniciai s: 11 a 14 (perda mínima da estrutura incisiva), F1 e F2 (perda moderada em
conseq üência de fraturo ou desgaste) e F3 e F4 (perda severa em conseq üência de fratu ra ). O aspecto da faceto é o mesmo
paro todos os desenhos. A localização da margem palatal é a mesmo poro 14 e F2. Os deslocamentos horizonta l e vertica l
são fixados no plano de corte do raiz (diagra ma em rede, setas) . A carga incisivo (50 N ) está localizada aproximadamente
em 1,5 m m abaixo do borda incisa i. Fa lando de uma fo rmo genera lizada , tensões de tração elevados são encontradas nas
margens localizados próxirnas à fosso palatal (mais expl icações no Fig . 6- l 2b).

252
Fraturo moderada Fratura severa

preexistente preexistente

1\/\orgem no Morgem no
concovidode convexidade
do fosso do tubérculo
6- 1 1

,f-- - ~-...: \

'

-t Borda incisai

- --- +
0,00 mm para o margem
0,01 mm poro a margem
0,02 mm poro a margem
Médio
Fora
t
Cíngulo

t
6
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGE/1/1 E PROVISÓRIOS

Considerando-se a al ta tensão de t ração na concavidade palatal. O uso de um chanfro


que pode ser gerada na concavidade pa lata I longo que se estenda na concavidade palatal
durante a carga funcional (Fig. 6- 12i ver não é recomendado, pois ele cria uma extensão
também Fig. 1-5), 19 poderio ser questionado de cerâmica com pequena espessura em uma
se o "min ichanfro" palatal, freqüentemente área de tensões de tração máximas.
preparado, 20 não deve ser substituído ocasio -
nalmente por uma linha de acabamento ma is A extensão dos margens palatais muito distantes
simples, tal como uma ma rgem em topo. Na dentro da concavidade freqüentemente resulta
realidade, o uso de uma margem em topo de um preparo proximal extenso, que tende a
proporciona à margem da restauração uma dar à faceta um desenho próximo àquele de
forte e st r u tu r a d e por c e Ia na, o o invés d e uma coroa 3/ 4 (Fig. 6- 13, à esquerda). 21 Por
criar uma extensão marginal com pequena esse motivo, no caso de preparo interdenta l
espessura de cerâmico (como o com chanfro extenso, uma margem em minichanfro ou em
palatal) . A f igura 6-12b demonstra como as topo é recome ndada no sentido de evitar a
a lterações no desenho da margem palatal, concavidade palatal (Fig. 6- 13, à direito).
como também a extensão das restaurações
adesivas de cerâmica, influenciam na distri - 2. Nos fraturas coronais moderadas (terço incisi-
buição de tensão durante uma carga funcional vo) ou desgaste severo, a linha de acabamento
extrema. A restauração de incisivos moderada palatal está freqüentemente localizada na zona
e severamente fraturados é considerada. Os de tensões de tração máximas. Nessas situa-
resultados podem ser resumidos da seguinte ções, uma margem em topo limito a extensão da
forma: cerâmica, reduzindo, dessa forma, a quantidade
de tensão no interface da restauração.
1. Paro o máximo de substância dental rema-
nescente, o padrão de tensão ao longo do face Os dentes desgastados apresentam o mesmo
palatal quase não é influenciado pelo linha de d ilema dos dentes com fratura moderada: a
acabamento das RAP. Diferenças consideráveis linha incisiva cruza a zona crítica da concavida-
são detectadas, contudo, quando da compa- de palatal. Aqui, novamente, uma margem em
ração das tensões na margem da restauração. topo (F l) permite extensão mínima do preparo
Sobrepos ições incisivos limitadas (margem em na concavidade, ao passo que o minichanfro
topo ou minichanfro) protegeram a margem da (F2) coloca a margem da restauração em uma
restauração de tensões de tração prejudiciais área com maior tensão .

FIGURA 6- l 2b: DISTRIBUIÇÃO DE TEN SÃO VON MISES i\i\ODIFICADA ATRAVÉS DA SECÇÃO VESTIBU LOLINGUAL DE
INCISIVOS RESTAURADOS. As setas pontilhados espessos demonstram o localização e direção do cargo. As setas broncos
finos demonstro mo local ização do margem (m) . (Coluna esquerdo/ 11 o 14) A localização da ,nargem é mu ito favorável para
11 e 12, menos favorável paro 13 e pre jud icial poro 14. As tensões no concavidade palatal estão bem acima dos l 00 M Pa
apenas em 14 (ver no Fig. 6- l 2a) . (Colu na direito, F l o f 4) A local ização do margem não é ideal, mas aceitóvel em F 1 e
prejudicial em F2. As tensões no concavi dade pa latal estão bem acima de l 00 MPa em F2 (ver Fig. 6-120). A localização
do margem e o desenho geral de F3 e F4 são mu ito favoráveis; o interface dente-restau ração e a resta uração, em si, não
estão sujeitos o altos tensões (ver Fig. 6- 120).

254
Equivalente Von Mises modificado (M Pa)


1


6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

Deve-se ter cautelo quando do desenho de Essa moda lidade fo i estudada por Andreosen
uma margem em topo no esmalte. Essa situ- et ol. 16, em um teste de folho sob carga, e
ação pode apresentar os prismas de esmalte apresentou grande resistência lim ite coronal.
seccionados longitudinalmente, o que pode A rede do estudo de elemen to finito foi utili-
apresentar um efeito negativo sobre o subse- zada poro reproduzir essa situação e calcu lar
qüente adesão ao esrna lte. 22 A orientação dos o distribuição de tensão (Fig. 6-15). A res ino
prismas do esmalte é ilustrado no figura 6- 14. composta apresenta um efeito favorável, per-
A situação parece mais crítico na área incisiva, mitindo simultaneamente a d im inuicão das ..>

onde os prismas de esmalte são seccionados tensoes na concavidade palatal (d istribuição


em um ângulo inferior de 30° . Um minichanfro de tensão em uma resina composta mais flexí-
(intermediário entre os dentes 12 e 13) pode vel) e reposicionamento da margem da fa ceta
ser recomendado nesta situação, pois ele irá em uma área incisiva "segura" . Todavia, tais
seccionar os prismas de esmalte em um ângulo núcleos de preenchimento devem ser cuidado -
de 90° e permanecer razoavelmente distante do samente considerados devido às camadas mais
concavidade. Para os dentes fraturados, uma espessas de resina composto, que ind uzem o
margem horizontal em topo é adequado, pois desenvolvimento de falhas pós-adesivas. 1, 5,6 A
uma linha de acabamento horizontal irá em colagem de fragm ento dental fraturado, quando
geral seccionar obliquamente os prismas de possível, é certamente indicada, pois proporcio-
esmalte em um ângu lo ma ior do que 50° . no bons resultados quando suplementada com
uma faceta . 15 No realidade, esse tipo de trota-
Uma outra forma de evitar a concavidade pa - mento parece apropriado antes da colocação
latal nos dentes fra turados é fazer um núcleo de uma faceta laminada devido à expansão
de preench imento em res ina composta, dese- térmica uniforme e à ausência de expansão
II
nhado como um amortecedor de estresse" . higroscópico do fragmento dental colado.

FIGURA 6-13: DILEMA DE PREPAROS INTERDENTAIS EXTENSOS. (À esquerda) A penetração máximo do espaço interdental
leva o clínico o estender a sobreposição incisiva durante o preparo dental. A faceta resultante envolve desfavoravelmente a
concavidade palatal. (Centro) Fotografia clínica das facetas apresentando desenhos problemáticos ilustrados à esq uerdo. A
degradação acelerado dos margens e o fo lho dos cerâmicos o curto prazo aparecem no nível do chanfro palatal longo no
'
incisivo central esquerdo. (A direito) A penetração interdental máxima é compatível quando se evita a concavidade palatal
e se realiza uma sobreposição incisivo em to po. Tal desenho é especialmente recomendado poro o fechamento de espaços
interdentais devido à recessão gengival, como também no envelopamen to total de resinas compostas Classe 3 preexistentes,
º
quando indicadas (ver Figs. 6- 19 e 6-20). 1

FIGURA 6-14: DETERMINAÇÃO DA ORIENTAÇÃO DOS PRISMAS DE ESMALTE EM UMA SECÇÃO DENTAL IN TACTA. A
· orientação do prisma é indicada (em grous) com base nas medidas realizadas em possíve is locais da morgem. 12

FIGURA 6-15: DISTRIBUICÃO DE TENSÃO, ATRAVÉS DE UM INCISIVO FRATURADO RESTAURADO COM UMA FACETA,
J ,

NA PARTE SUPERIOR DE UM NUCLEO DE PREE NCHIMENTO EM RESINA COMPOSTA (Fl cp) . A seta pontilhada espessa
demonstro a loca lização e direção da cargo. As setas brancos finos demonstram o localização da margem. As tensões na
concavidade palatal são redistribuídas dentro da resina composta mais flexível. A margem da faceto (m 1) é reloca lizada
em uma área incisai "segura".

256

6-13

O rientação dos:

-À rismes de-
~
~ , esmalte

/ Interface do
• restavr-oçõo

6 1,,

Equivolente Von Mises


modificado MPo

6
6 PREPARO DENT.A.L, M O LDAGEM E PROVISÓRIOS

3. Nas fraturas coronais severas (dois terços porcelana. A interface dente- restauração não
incisivos), as margens palatais são submetidas está sujeita a tensões mais prejudiciais do que
a forças de baixa tensão, pois elas estão locali - aquelas encontradas em outros desenhos de
zadas em uma área de baixa tensão do cíngulo. restauração.
Esta última, com sua convexidade lisa, pode ser
combinada com uma margem em topo ou um Coincidentemente, para os pacientes com fra-
minichanfro, sem gerar tensões prejudiciais. turas coronais em que RAP foram colocadas
em ambos os incisivos centrais {Figs . 6 - l, 6-3
Surpreendentemente, as fraturas severas (F3 a e 6-1 O), a margem palatal sobre um incisivo
f 4) apresentam características menos comple- foi colocada abaixo da concavidade palatal e
xas do que aquelas encontradas nas fraturas a outra foi co locada acima desta {Fig . 6- l 6).
moderadas. A restauração, em si, apresenta Esse desenho, resultante da perda diferencial
tensões menores no concavidade pa latal devi- preexistente de tecido, é favorável em função
do à redistribuição das tensões na estrutura da dos dados científicos discutidos nesta secão . .;;,

'
FIGURA 6- 16: NIVEL IDEAL DAS MARGENS PALATAIS. Visões dos incisivos centra is preparados (porte superio,; paciente
da Fig. 6- 1O) e RAP sobre os modelos-mestre (parte inferior). O incisivo cen tral esquerdo é uma RAP do tipo F3. A RAP no
incisivo ce ntral direito apresenta um desenho intermediório entre o dente 12 e 13. A margern de ambas as RAP (setas) pode
ser colocado fora da fossa (oval translúcido vermelho) . Observe q ue o ponto de contato interdentol "cerômica à cerâmica"
foi restaurado.

258

6- 6
6 PREPARO DE'\JTAL, M OLDAGElv\ E PROVISÓRIOS

,.,
SITUAÇOES PE CU LIARE S

Dentes pouco espessos versus dentes redução incisiva mínima. Observação cuidado-
muito espessos sa das características anatôm icas dos dentes a
serem restaurados (espesso versus fino, plano
Os dentes restaurados com facetas de porce- versus côncavo) é fundamental na otimização
lana são capazes de imita r o comportamento do desenho de RAP
de dentes intactos, com padrões de distribuição
de tensão similares. Através da seção anterior,
foi possível cornpreender que as tensões estão Defeitos Classe 4 existentes
altamente re lacionadas com a formo (convexo
versus côncavo) e composição (por ex., distri- A perda extenso de estruturo dental (defeitos de
buição esmalte-der1tino e espessura do material Classe 4 extensos) podem ser restaurados por
restau rador), e não dependem do direção ou
meio ele facetas laminadas de porcelana (Fig.
magnitude exata da carga. Essa observação 6-18, abordagem simp lificada). 3, 10, 12, 16 Uma res-
foi confirmada através do inversão da direção tauração pré-protético com núcleo de preenchi-
da carga .23 Devido à anatomia contrastante mento de resina composta não contribuirá com
da superfície palatal, não é surpreendente que o aumento da resistência limite do complexo
a tensão na margem palatal cerâmica esteja restaurador, 16 mas poderá ser considerado um
re lacionada com a tensão do incisivo intacto
componente resi Iiente positivo. 23 Nessa abor-
no loca l correspondente (isto é, alta na conca- dagem, uma restauração C lasse 4 preexistente,
vidade palatal e ba ixa, no tubé rculo). ancorada através de um pino parapu lpar ou urn

parafuso intra-radicu lar, pode ser usada como


Esses fatores anatômicos podem va riar de dente uma restauração protético suplementar.
para dente e de paciente para paciente, e é
possível preve r que dentes extremamente finos
estarão su jeitos o mais tensões de flexão em
relação aos dentes mais espessos. Dois tipos Todavia, grandes estruturas de resina com -
anatômicos são representados no figuro 6- l 7: posta sob facetas de porcelana devem ser
um dente fino plano, que obviamente necessita evitadas, pois existe grande preocupação em
de um espaço livre incisivo substancia l po ro criar relação aos efeitos adicionais da contração
uma adequada estrutura incisivo de porce lana, de polimerização e alta expansão térmica de
e um incisivo curvo espesso, que necessita de certas resinas compostas. 1•5 ,6

,
FIGURA 6- 1 7 : ESPAÇO INC ISIVO VARIAVEL DE ACO RDO CO M O TIPO DE ANATOMIA. Pa ra cria r uma espessura ótima
de porcela na incisivo (linha de osferiscos), a borda incisiva de um dente fino plano deve ser red uzida ma is do que 1,5 mm.
A resistência intrínseca do lo 11inado será aum entado, sem submeter a margem pal ata l o tensões prejud iciais (nenhuma
concavida de palatal) . Em um dente espesso com curvatura, umo estrutura simila r de porcelana incisiva é freq üente mente
compofíve l com menos do que 1,5 m111 de espaço livre incisivo. Redução incisivo extenso não é recomendado em ta l dente,
po is colo caria as margens pa iatais em um nível de oito tensão de tração no parte profu ndo da fossa.

260

6- 7
Dente fino plano Dente espesso com curvatura

.•
..,_ 1()~l 18b

•••

. .•• ••
1

. •
• •
•• :
.• • .....
• •
•• •• •
••
••
••

• •• •• ••
• ••
•• •
••

• •• ••
•• • ••• •
•• • • • •• ••
•• •• • •
•• •• • •••
•• •

6-, 8 .. \ 8e

FIGURA 6-18: RESINAS COMPOSTAS CLASSE 4 EXTENSAS PREEXISTENTES. Ambos os incisivos centrais apresentam resinas
compostas Classe 4 extensos (6- 18a) previamente removidas antes do preparo dental (6- 18b). O preparo final demonstra a
extensão dos defeitos interdentais mesiais; as áreas pontilhadas delineiam o dentina exposta que foi selada com um agente de
adesão dentinário antes das moldogens finais (6 - l 8c, modelo-mestre sólido). As restaurações de porcelana correspondentes
apresentam uma face mesiol volumosa, mas não envolvem a superfície palata l re rTionescente (6- l 8d). Visão pós-operatória
depois da inserção de RAP nos quatro incisivos (6- 18e).
6 PREPARO Ü ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

Restau rações Classe 3 existentes de polimeriza ção do cimento re sinoso e os


extre mos d e alt era ções té rm icas. Problem as
O facetamento de d entes com resta ura ções relaci o nad os a estresses té rm icos podem piora r
C lasse 3 de resi no co mpo sto trata novamente no prese nça d e resta ura ções C lasse 3 de resino
do prob lema do pe netração interd ento l e do composta (Fig. 6- 19).
pos icionamento dos margens. A seg ura nça do Um estudo numérico determinou que o enve-
enve lopo mento interdental pod e ser alega do lopamento parcia l ou total de resta urações de
devido ao s eventos mecân icos ma is importa ntes resi na composta preexistentes é ind icado no
nos incisivos aparecerem dentro do pla no vesti- senti do de minimiza r estresses térmicos. 26
bu lo l ing ua 1.24 ,25
Nos er1velopame nto s médios e longos, parte
Tensões e deformações dentro da coro o pa re- da estrutura de res ina composta preexistente é
cem ser m inimamente afetadas pe los prepo ros substituída através da ext ensão da cerâm ica,
interdentais. Contudo, a carga mecân ico não que redu z o infl uê ncia da expa nsão/ contração
é a única fo nte de tensão . Fatores ad icio na is p róxim o do restaura ção de resina composta
devem ser co nsiderados, ta is como contração (Fig. 6- l 9c).

FI GURA 6-19: ANÁLISE DE ELEMENTO FIN ITO BIDliVtENSIONAL DE ESTRESSES TÉRMICOS NA PRESENÇA DE RESTAU-
RAÇÕES CLASSE 3 DE RESINA COiVtPOSTA. O modelo numérico foi gerado através de uma secção horizontal no altura
méd ia do coroa (6-190, à esquerdo). Devido à simetria, apenas o metade mesio l da secção foi utilizada. Modelo de EF
bidimensional (6- l 9a, ce ntro; Mentol software, MSC Software}. A localização da margem de cada faceto (curto [SJ, média
[M], longa [L]) é indicado sobre o modelo (6- l 9b, à direito). Primeiros estresses principais (ps 1) no faceta com envelopa -
mento médio, submetido apenas o a lterações térrni cas (6-19b). Os traços representam o formo original a 3 7°C (linho de
referência). A deformação devida o alterações de temperatura (60°C e 5°C) foi ampliado por um fator 500. Os valo res
I

negativos de estresse aparecem em preto e delineiam o área de tensões compressivos. Areas cinza-claro indica m tensões
de tração. Um "efeito de mistura" pode ser observado (setas pontilhacios indicam o deslocamento relativo do margem
restauradora) : uma determinado cargo térm ico apresenta efeitos opostos sobre a superfície do restauração e na interface,
criando tensões compressivos puras em um lodo da restau ração, enquanto gerando tensões d e tração no outro lado .
Sim ulação de estresse térmico negativo (5°C) para facetas com envelopamento curto e longo (6 - l 9c). A deformação do
comp lexo dente-restauração é a mpliada por um fator 400. Os troços e linhos pontilhados apresentam a f ormo original
do complexo da restauração den tal o 37°(. A deformação é ,nenos uniforme com a faceta com envelopamento curto:
o corpo do resta uração de resino composta crio um pólo de contração e induz à flexão do faceto. A deform ação é mais
uniforme (poucos momentos de flexão) no faceta com envelopamento longo devido ao menor volume de contração de
resino composta . Visão de microscopia eletrônica de varredura (MEV) de uma secção dental ho rizontal, no junção entre a
faceto cerâmica vestibular e uma restauração C lasse 3 de resino composta (6 -1 9d). 25 Uma fenda cerâmica induzida pela
temperatura é encontrada na ma rgem do resta uração em uma situação similar à da faceto com envelopamento curto, que
estó correlacionado com o localização das tensões máximas encontradas no modelo acima de elemento finito. (As Figs.
6-190 a 6 - l 9d foram reimpressas co,n a autorização de J\/logne e Douglas. 26)

262

6 190

Apenas estresse térmico (envelopamento médio) Apenas estresse térmico (S°C)

Curto longo

• Compressivo

O Tensão de troçõo
6 -, 9b 6-l 9c

6- 19d

cer = cerâmica;
CR = cimento resinoso; RC resina composta
100.00 mm = 100.00 µm
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

As performances g lobais com diferentes graus de incisivo e interdental é manter o eixo principal do
desenhos de enve lopamento interdentol podem po nta d iama ntada (ou ponta osciladora) oblíquo
ser ava liadas na luz de pa râ metros práticos e ou horizo nta 1 {Fig. 6 - l 9D. O desenho de preparo
cl ínicos. A faceto co m enve lopa mento curto inco rreto freq üentemente resu lta simp lesmente
corresponde a um preparo proximal tradiciona l e de um eixo de instrumentação vertica l (6- 199).
conservador da faceto, que permanece vestibula r O envelopa mento máximo é obtido quando
ao contato. Isso freqüentemente evita a necessi- alte raçõ es maiores de formo ou fechamento
dade de provisórios, po rém fina lmente to rno vi- de diastema (ou triângu los interdentais) fore m
síve l a interface dente-resta uração. Ultimo rilente, plane jadas, desde que uma ma rgem adequado
os preporas q ue se estendem dentro do á rea de (chanfro interdenta l acentuado) e espessura ce-
contato tornaram -se populares - eles escondem a râmica seja m obtidas.
margem e proporcionam uma adaptação positivo
Em outras situa ções, um envelopamento parcia l
para uma inserção precisa. 27 Na luz dessas va nta-
(envelopa mento médi o) pode ser a me lhor com-
gens clínicas e com o con hecimento da influência
binação entre distri buição de tensão, estética e
negativa da estruturo intacta de resinas com pos-
p raticidade clín ica quando da co locação de fa-
tas interdentois preexistentes sobre a distribu ição
cetas de porcelana em dentes com restaurações
de estresses térmicos (Fig. 6 - l 9d), recomenda-se
Classe 3 de resin o co m posto. Nessa situação,
não utilizar facetas com envelopa1ilento curto.
restau rações preexistentes devem ser cuidadosa-
Os profissionais e TPDs, contudo, devem saber
mente examinadas poro se verificar a qua lidade
que as facetas com envelopo mento longo são
e, fi nal mente, serem substituídas.
de difícil confecção e man ipulação, como resul-
tado da extensão do cerâm ica, eixo de inserção
A substituição de restaurações Classe 3 de
del icado e defin ição da margem. C linicamente,
resina composta é possível sem afetar a face
um erro típico nos prepo ras proximo is estendidos
vestibular de uma RAP preexistente. Uma
é o uso de um chanfro profu ndo (Fig. 6- l 9e,
cavidade de acesso palatal deve ser usada
longe à direito ). Ao invés disso, recomenda-se
e combinada com uma adequada adesão à
uma cobertura incisivo em minichanfro o u em
cerâ m ica (ver Fig. 9 -6). 25
topo. Um método seguro para o prepa ro dental

FIG URA 6-19 {CON T.) : OTIMIZAÇÃO DO DESEN HO DE ENVELOPAMENTO NA PRESENÇA DE UMA RESTAURAÇÃO
CLASSE 3 DE RESINA COMPOSTA PRE EXISTENTE. As setas brancas tracejadas demonstram o níve l de preparo interdental. A
a usência de preparo interdental (6 - l 9e, mais à esquerdo) não é recomendada devido à limitação estética e efeito s tér,n icos
. negativos da resina co mposta intacta re manescente (ver Fig. 6- 19d)26 O envelopomen to parcial (6 - 19e, centro, à esquerdo)
parece oferecer uma comb inação favorável, ianto para a estética como em relação ao estresse térmico. O envelo parne nto
tota l (6- l 9e, centro, à direito) pode ser indicado e é vontaioso quando combinado com uma margem incisivo em topo. O
chanfro excessivo na co ncavidade palatal (6- l 9e, mais à direito) deve ser evitado devido às te nsões fu ncionais (ver ta ,nbém
f ig . 6- 13, centro ) e pelo fato de este gerar freqüentemente uma borda incisiva aguda (ponta do seta preto) . Embora o
preparo axial vestibular possa ser real izado com uma ponta alinhado paralela ao longo eixo dental, desgaste interdentol
e incisivo adeq uado é obtido com um movimento horizonta l (6 - l 9D. Qua ndo esta técnico for om itida e apenas um eixo
vertical foi utilizado, os riscos de chanfro e superpreparo da face palata l serão óbvios (6 - 199).

264
• Sem envelopomento Envelopamento parcia l Envelopomento total com " topo" Envelopamento total com chanfro

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6- 1 9g
6 PREPARO Ü ENTAL, M O LDAGEM E PROVISÓRIOS

Preparos para o fechamento ou do eixo de inserção da futura faceto lam ina -


redução de diastemas ou triângulos I n-

da . Recomenda-se, portanto, que os preparos
diag nósticos sejam realizados sobre os modelos
terdentais escuros . . . .
1n1 CIOIS.
Os coso em que diastemas ou t riâ ngulos inter-
dentais escu ros estão m uito próximos necessitam
de preparo interdentol interproximol , q ue, p or No caso de um periodonto reduzido, uma
sua vez, permite ao cera m ista prod uzir um a via de inserção horizontal é necessária paro
emergência prog ressivo do extensão interdental preservar o estruturo dental corona l, apesa r
(Figs 6-200 e 6-20b). Essas situa ções, muito do diâmetro dental reduzido na área cervical
específicos, necess ita m de estudo meticuloso º
(Figs. 6-20c a 6-20e). 1

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Preparo dental máximo para


fechamento de d iostemo

FIGURA 6-20: PREPARO D ENTAL PARA FECHAMENTO DE DIASTEMA. Os fechamentos de triâng ulos interdenta is ou dias-
temas são situações ra ros em que a máxima penetração da face proximal é necessária para permitir ao TPD criar miniasas
interdentais com um perfi l progressivo que compense a perda de tecido mole ou a posição anorma l do dente (6-200).
Aspecto típ ico da RAP correspondente; as m iniasas, que fo rmam um ângulo preciso (realçado em vermelho), são rea lizadas
com uma porcelan a com croma mais oito poro prevenir o ilusão de um dente volu moso (6 -20b). Os dentes são freqüente-
mente maiores no área incisiva (6-20c, 1), em co mparação co m a área cervical (C ). A penetração proxi mal máximo deve ser
combinad a com uma margem pa latal em topo, pois isso permitirá uma d ireção de inserçã o horizo ntal do faceto (6-20c). A
d ivergência natural dos paredes axiais pode ser mo n1ida, o que logi ca mente leva à máximo preservação do esmalte (6-20d;
visões ad icio nais deste coso podem ser encontradas no Fig. 4 -5). Q uando a penetração proximal máxima é combinado
com um chanfro palatal, isso apenas permitirá uma direção de inserçõo oblíquo do faceta (6 -20e). A d ivergência natu ral
das paredes axiais não pode ser mantida, o q ue logicamente leva o uma penetração denta l mais invasiva e ao aumento
do risco de exposição dentinória em comparação co m o figuro 6-20c. (A figuro 6- 20b foi reimpressa com a auto rização
de Belser et ai. 10)

266

Via de inserção horizontal Compatível com a divergência

6-20c

6 20d

Via de inserção oblíqua Convergência necessária

6-20e
6 PREPARO DENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

O fechamento dos triângulos interdentais {sub- no figura 6-22. Poro esse complexo coso, o
seqüente à perda das pap ilas) requer o mesmo fechamento do espaço foi primeiramente visuali-
princípio abordado para os diastemas. A figura zado com o ensaio restaurador de diagnóstico e,
6-21 apresenta um requisi to adicional para o então, seguido pelo preparo dental apropriado.
fecham ento sutil de qualquer tipo de espaço in- Devido à proeminência original desses dentes,
te rdental : pa ra produzir um perfil de emergência exposi ções excess iva s de dentina não podem
gradualmente progressivo, a margem gengival ser evitadas, o que necessita do uso de uma
deve ser colocada dentro do sulco gengival. Tal técn ico adesivo denti nó rio imed iota, descrito
abordagem foi aplicado no coso demonstrado nas páginas seguintes.

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6-21

FIGURA 6-21: MARGEM INTRA-SULCUlAR PARA O FECHAMENTO INTERDENTAL ÓTIMO. As ,norgens intra-su lcu lares
(centro) não apenas permitem um fecha,nento interdental ótimo, mas tambérn um perfil de emergência melhorado em
comparação com as margens supra -geng iva is (à direita). O aparelho de fibras gengivois não é afetado por tal modifica-
ção do desenho interdentol quando uma margem intro-sulcular for utilizada, 28 e o sucesso estético a longo prazo pode ser
estabelecido.

FIGURA 6-22: INDICAÇÕES COJV1BINADAS PARA RAP - FECHAMENTO DE TRIÂNGULO INTERDENTAL. O trotamento
inicial deste caso incluiu intervenções do tipo enxerto (detalhado no Fig. 5-4), após o confecção dos modelos de estudo
(6- 22a). As facetas de porcelana foram propostas ao paciente para cornpensar o envelheci1nento dental, as trincas, pe-
q uenas fraturas e redução do espessura do esmalte, como também poro reduzir o triângulo interdentol escuro entre os
.incisivos centra is. Devido à proeminência origina l de ambos os incisivos, não fo i possível rea lizar um enceramento aditivo,
e uma qua ntidade muito limitado de cera foi adicionado ao modelo para recriar contornos corono is adequados (6 -22b).
Um ensaio restaurador simples de acrílico foi real izado (6-22c o 6-22e) poro perm itir ao paciente visualizar o objetivo do
tratamento. As visões cornparativas, antes e após o apl icação do ensaio restaurador, foram demonstradas e explicados ao
pocienje (6-22f, 6-229), que imediatamente aceitou o proposto de trotamento. Decidiu-se manter a coroo metalocerâmica
preexistente no incisivo lateral d ireito. Os procedimentos de preparo dental tradicional incluíram o rea lização de sulcos de
profundidade {6-22h), segu ida de redução axial, que foi cuida dosamente controlado utilizando-se uma guio de silicone do
tipo caderno de matérias (6-22i, 6-22 j) .

268
'

6-22a

6 22


1

2 'e 1 -?2e

-22 e--~
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

- ,
ADESAO DENTINARIA IMEDIATA
Apesar do esforço no sentido de confinar o a presa da faceta possa criar um co lapso do
preparo à estrutura de esma lte, situações pe- denti nc1 desm i nero Iizoda (fibras co lágenas) e
culiares, tais como dentes inicia lmente proe- posteriormen-te afetar o coesão na interface
minentes ou mal-alinhados (Fig . 6-22), podem adesiva. 2 4, 29 •3º Mais recentemente, uma abor-
ainda envolver preparos mais profundos que dagem original foi proposta para otirnizar a
atingem a dentina . Sempre que uma quantidade apl icação do MO. 24,3 1•33
substancial de dentina é exposta pelo preparo,
recomenda -se a aplicação loca l de um agente
Pelo fato de o MD apresentar um potencial
adesivo dentinário {MO). Clinicamente, dois
superior para o adesão quando apl icado à
métodos podem ser aplicados pa ra promover
dentina recém-preparada, recomenda -se sua
a adesão à dentina quando da colocação de
aplicação imediatamente após a finalização
restaurações adesivas indiretas. A abordagem
do preparo, antes da moldagem final.
convencional e primeira consiste na aplicação
retardada do MD (por ex., condicionamento
ácido seguido da ap licação do líqu ido primer Uma vantagem clínica é que essa medido pre-
e resina adesiva) até o último estágio de tra - ventivo selo e protege o órgão polpa-dentina
tamento, quando se procede à cimentação e, por essa ra zão, impede o sensibilidade e
do faceta. Para evitar o assentamento parcial infiltração bacteriana durante a fase provisó-
da restauração, recornenda-se, geralmente, ria. O uso de uma resina adesiva com carga
que a resina adesiva não seja polimerizoda (por ex. , Opti bond FL, Kerr) pode facil itar esse
quando da c.o locação da faceta. Admite-se proced imento, que será explicado no capítulo
que o pressão do cimento resinoso durante 8 (ver Figs . 8- 11 e 8-12).

FIGURA 6-22 (CONT.): ADESÃO DENTINÁRIA IMEDIATA ANTES DAS MOLDAGENS FINAIS. Devido à proximidade do
coroa metalocerômica preexistente, o acabamento dos prepares dentais só pode ser rea lizado com segurança, com pontas
diamontadas oscilatórias, úteis ern gerar rnargens intra-sulculares lisas e com pouco traumatismo (6-22k). Exposições den-
tinárias extensas res ultam de enceramento não-aditivo; o adesão dentinário imediato deve ser realizada, iniciando com o
condicionamento ácido da dentina cervica l esclerótica (ácido fosfórico a 35%), o que requer um te mpo de condicionarnento
maior de 30 segundos (6-221) . A dentina remanescente é condicionado por 15 segundos (6-22m) . Após a lavagern e remoção
do excesso de água, um monômero hidrofílico (primer) é aplicado com urn suave movimento de fricção, seguido da sucção
do excesso de solvente (6-220). Finalmente, uma fina camada de resino adesivo com carga (Optibond FL) é aplicada e
polimerizada. O uso de uma sonda periodontol permite uma colocação preci sa e cuidadosa (6-22p). O excesso de resina
adesiva deve ser removido das margens da dentina e do esmalte com pon1os dioman tados de granulação fino (cervical mente)
ou pontas oscilatórias (interdentalmente), em ba ixa rotação (6-22q; observe a Fig. 6 -22z). Paro evitar a inte ração com o
material de moldagem, a superfície da camada adesivo deve ser privado do cornada de oxigênio inibitória ; recomendo-se
o polimerização adicional após o cobertu ra do adesivo com geléia de gl icerina. Novos fios retratores foram co locados para
o moldagem fina l; observe o margem in tro -sulculor no face mesiol de on1bos os incisivos centra is (6-22r).

270
1

6-22k 6 221

6-22ro o-22ri

6 220

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6-22q -.. 2,

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6 PREPARO D ENTAL, M O LDAGE,Vi E PROVISÓRIOS

,
Recomenda-se a polimerização adicional do resta uração supro jace nte (Fig . 6-22z) . Oculos
AAD através de uma camada de geléia de com aumento a uxiliam a colocar o ades ivo
gl icerina para remover a camada de inibição com precisão e o rem ove r o excesso de resino
de oxigênio e prevenir a interação do adesi - da margem.
vo dentinário com o material de moldagem
(especialmente poliéteres). A adesão posterior do agente de união à ca-
mada adesiva preexiste nte deve se r promovida,
Qua ndo os ma rgens gengivais estivere m em tornando a su perfície ás pera através de uma
dentina, recom enda -se um chanfro acentua- ponta d iama ntada o u micro jateamento, ma is a
do para pro porcionar definição adeq uada da secagem co m álcool so mente a ntes da ci men-
margem e espaço sufic iente poro o adesi vo e tação (ver Figs. 8-6 b e 8- l 2 b).24

6 '27s

6 72

FIGURA 6-22 (CONT.) : As margens intro -sulculares permitiram a utilização de miniosos interdentais para fechar o triângulo
interdental escuro (6-22s, 6-22t). Uma cerâmico com um cromo mais oito foi escolhido nos áreas interdental e cervica l
(6 -22u, 6 -22t). A simulação da porção radicular também é possível com facetas de porcelana e foi essencial poro o resultado
estético deste caso (6-22w). As visões antes e ap6s enfatizam o re juvenescimento estético e funcional do sorriso através do
resta uração do estruturo de esmalte, o que reo iço a cor, a forma do coroa e seu comprimento (6-22x, 6-22y).

272

6-22w

6-22x

,,
1
MARGENS DENTINARIAS

6-22z

'
FIGURA 6-22 (CONT. }: CONDICIONAMENTO DAS MARGENS DENTINARIAS. Visões esquemáticas de secção transversal
de margens dentinórias gengivais (O) com um fio retrator no local (amarelo) (E) Esmalte residual. A adesão dentin6ria ime-
diata não é possível na presença de um chanfro suave tradicional (6 -22z, centro, à esquerdo), pois a camada adesiva (Adh)
tende a estacionar sobre a margem, criando uma linha de acabamento em pluma e definição insuficiente da margem. A
adesão dentinária imediata pode ser facilmente real izado na presença de um chanfro acentuado (6-22z, centro, à direito),
pois o aplicação de adesivo pode ser confinada à superfície preparada e deixar espaço suficiente para a restauração. Para
a definição ótimo da margem, resina pode ser removida aproximadamente 0,5 mm do perímetro dentinário com pontas
diamantadas de granulação fina (6-22z, mais à direito; ver Fig. 6-22q). Neste último coso, o agente adesivo dentinário deve
ser reapl icado ao preparo da margem (sem polimerização preliminar) somente antes da colocação fina l da restauração.

'
6 PREPARO DE NTAL, M OLDAGEM E PROVISÓRIO S

MOLDAGENS DEFIN ITIVAS são essenciais na confecção de modelos-mestre


adequados (ver Fig. 7-6). 9,35,37

Devido às margens acessíveis (em gera l favorá-


A reprodução adequa da dos tecidos moles
veis às RAP), as moldagens finais não apresen-
circundantes é imprescindível nos moldagens
tam um maior desafio. Preparos dentais precisos
finais, pois esta auxiliará o ceramista
, o otimizara
e os tecidos gengivois adequadamente condi-
formo e o contorno denta is. E o caso quando da
cionados, em combinação com uma técn ica de
inclusão das linhas de acabamento, um método
moldagem "de passo único e de dupla mistura"
de retração gengival com pouco traumatismo
(Fig. 6-23), proporcionarão reprodução apro-
é essencio l .36 •38 O uso de fios retratores {sem
priado dos preparas e tecidos circundantes.
o impregnação por adrenalino) induz o dono
clínico mínimo aos tecidos periodonta is, em
Materiais de moldagem com siliconas de adição comparação com os outros métodos. 39 O fio
(pol ivinilsiloxanos) são recomendados devido à preexistente {usado durante o preparo) é remo-
elasticidade e resistência ao rasgamento am- vido e substituído por outro fio definitivo (Figs.
plamente reconhecidos; eles também propor- 6-23b a 6-23h) . Uma abordagem sistemático
cionam precisão em vazamentos múltiplos, que utiIiza ndo dois fios é recomendada. 40


1

o-

FIGURA 6-23: CONDICIONAMENTO DA GENGIVA PARA A TÉCNICA DE MOLDAGEM DUPLA EM PASSO ÚNICO. Visão
. clínica após os prepa ros definitivos: o fluido crevicular contamina as margens do preparo (6-230, ponta das setas). Mol-
dagens de alta qualidade são possíveis quando um fio de compressão (aq ui, suturo cirúrg ica 2-0) é co locado para selar a
parte inferior dos sulcos. Fios de compressão individuais são colocados, um paro cada dente, da face mesial à distal (6-23b
a 6 -23e}. O segundo fio é colocado sobre o fio de cornpressõo; ele é maior, porém, é mais superficial (aqui, Gingibraid
Oa, Van R). O uso de dois instrumentos (técnica bimanual com uma sonda periodontol e uma espótula) facilita a inserção
co m força s menores (6 -23D. O con junto deve permanecer no local e absorver umidade por aproximadamente 5 minutos,
a fi m de gerar alguma expansão da superfície do fio (6-23g). O excesso de umidade é eliminado logo após a moldagem.
O fio refrator pode ser colocado continuamente em vários dentes (6-23h).

274

FIOS DE
-
COMPRESSAO

6 23b 6-23ç 6-23d

/
'


6-23e

FIO DE
-
RETRAÇAO - --,.,.-,---,
1

Umeolecimenlo por S min

6 23f 6-239

Ó· '23h
6 PREPARO Ü ENTAL, MOLDAGEM E PROVI SÓRIOS

Retração gengiva l Moldagem de mistura dupla em passo


.
'UíllCO
U m fio de çompressão com peq ue no d iâmetro
(sutura cirúrg ica 2 -0 ou Geng ibraid Oa , Va nR) é No técnica de mo ldagem de m ist ura dupla em
primeiramente colocado no fu ndo do sulco . Esse passo único, o fio retrato r é removido , imed ia-
fio pe rmanece neste local d ura nte a moldage m, tamente faz-se a aplicação de um materi a l de
assim, "se lando" o su lco e lim itando o flu xo do mo ldagem leve dent ro do su lco e insere -se
fl uido crevicula r. u ma molde ira carregada com um mate ri a l mais
vi scoso {Figs. 6-23 i a 6-23q). Devido ao com-
Uma fio retrato r mais superfic ial (Geng ib ra is portame nto viscoe lástico dos tecidos gengiva is,
Oa ou 1a , Va nR) é, dessa forma, inserido na e les perma necem retraídos após a remoção do
entrada do sulco com uma técnica bima nual fio (Fig. 6-23r), o que permite a pe netração do
(Fig. 6 -23f; ver ta mbém Fig. 6-4d). Um único material de moldagem leve no su lco, suavemen-
f io pode ser ut ilizado em m últiplos preparas te a lém das ma rgens do preparo (Figs. 6-23s
(Fig . 6-23h). Quand o se aplica a adesão ime- o 6-23 u) . Tonto m o ldeiros comerciais como
diata à dentina , a camada de ini bi ção deve individuo is podem se r adaptados à técnica.
se r removi da da superfície da ca ma da adesiva A s m o ld ei ras individuais, todavia, oferecem
para evita r a intera ção com o material de mol- pos icio namento intrabuca l mais prec iso, neces-
dagem; a fricção suave com pedra-pom es ou sita m de menos materia l de moldagem pesado
a fotopol ime rização ad iciona l após a cobertu ra e fa c ilitam o confecção do modelo -mest re no
com geléia de gliceri na (bloqueador de ar) pode lo boratório.
, .
ser necessa r1 a .

A retração gengiva l deve ser realizada por


pe lo menos 5 a l O mi nuto s a ntes da mol da-
gem, a fim de perm itir que o fio retrator se
expanda através da absorção de ág ua.

' ,
FIGURA 6-23 (CONT.): TECNICA DE MOLDAGEM DE M ISTURA DUPLA EM PASSO UN ICO. Visão esquemótica da situ-
açã o clínica com fio duplo (6 -23 i). Durante a moldagem, as seqüências 1, 2 e 3 (Fig . 6-23i) são real izadas rapida mente.
O fio retrator é removido e um materia l de moldagem fluido (azul) é imed iatamente injetado no sulco. O preparo inteiro
é coberto com um material leve e, em seguida, o moldeiro, que já havia sido carregada com um materi al mais viscoso, é
, inserida (roxo). A seqüência clínico "dinâmico" correspondente é descrita nos figuras 6-23k o 6-23q . O mesmo operador
pode simultaneamente remover o fio retrator e injetor o materia l leve (6 -23k o 6 -23 n). A inserção do moldeiro é precedida
de um suave jato de ar sobre o materia l de baixa viscosidade (6-230). O procedimento completo é rea lizado com retratores
labiais no local (6-23p, 6 -23q). O propósito dessa técnica e a viscoelasticidade dos tecidos moles são ilustrados pela visão
clínica logo após o remoção do mold eira : a gengiva ainda está bem retraído e o fi o retrator mantém o sulco seco (6-23r) .
A moldagem demonstro a reproduçóo preciso dos preporos, ma rgens e ausência de sangue (6-2 3s, 6-23t) . Visão ampliada
da secção transversa l do moldagem ao redor do incisivo centra l esq uerdo (6- 23u). As restaurações provisórias deste coso
podem ser vistos no figuro 6-28. (Pa ciente trotado co111 coloboroçõo do Dr. N. Perakis, Universidade de G enebra .)

276

6-23i

Remoção do fio •


6 23k 6 231

· 6-23m

6-230 -:i 23p

6-23q


- .

6 23r

6-23s

6-23t 6-23u
6 PREPARO Ü ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

I -

PROVISORIOS DIRETOS E SUA UNIAO


Técnicas de confecção sinas acríli cas sim ilares à dentina e ao esmalte
{Fig. 6-24). A escala de cor Vito, amp lamente
As facetas provisórias podem ser confecciona- conhecida, pode se r utilizada para selecionar
das da mesma forma qu e os ensa ios restaurado- o materia l de estrutura dentinária correto (por
res de diagnóstico, isto é, utilizando uma matriz ex., New Outlin e, dentina, AnaxDent). Acrílicos
rígida de si licone carregada com resina acrílica similares ao esmalte não devem apresentar
autopol imerizável e aplicada nos prepares, até cores específicas; as resinas vítreas transpa-
a pol imerização total . rentes (por ex., New Outline, ba ixo valor) e a
translúcida leitosa (por ex., New Outline, alto
O uso de resi na composta ou resinas ríg idas valor) podem ser combinadas para se obter
não é recomendado pelo fato de que elas são diferentes efeitos in cisivos. Qualquer que seja
muito frágeis . O acrílico autopolimerizóvel a técn ica uti lizada, ela sempre se inicia com
padrão, com sua elasticidade e propriedades a apl icação abundante de vaselina sobre os
de manipu lação favoráveis, é um óti mo ma- prepares, dentes adjacentes e a gengiva . Três
terial para ser usado como provisório. modos de apl icação da resina serão explica-
dos: m istura única em passo único (um único
Existem vá rias formas de confeccionar facetas, ti po de resina); mistura dupla em passo único
que envolvem diferentes tempos de confecção (transp,o re nte + dentina); mistura dupla em
e resultados estéticos. Os métodos mais sofis - passo duplo (corpo de dentina/corte para
ticados necessitam do uso combinado de re- redução + translúcido).

I I ' - ' "

FIGURA 6-24: MATERIAIS ACRILICOS BASICOS N ECESSARIOS PARA RESTAURACO , ES ESTETICAS PROVISORIAS. Restou-
rações provisórios altamente estéticos podem ser realizados utilizando-se um material com corpo de dentina (à esquerda)
e resinas incisivos (centro, à direito) (New Oufline). Vá ri os aspectos do bordo incisiva são obtidos através do mistura de
diferentes proporções de materiais incisivos tra nsparentes e translúcidos: 50%:50°/o para um dente médio, 70%:30% para
uma bord a incis iva jovem transparente. O corpo de resina paro dentina apresenta cores padronizadas baseadas na esca la
de cores Vito .
# I I I

· FIGURA 6 -25: FACETAS PROVISORIAS MULTIPLAS COM UMA TECNICA DE MISTURA DUPLA EM PASSO UNICO. Visão
clínico imediatamente após o preparo e moldagem final de quatro incisivos superiores (6-25a). Uma camada muito clara
de mistura autopolimerizóvel tra nslúcido/transparente é aplicada na guio de silicone (6 -25b). A resino não-polimerizada
é, dessa formo, coberta com o materia l poro dentina (6-25c), e o guia é imediatamente pressionada sobre os prepores; o
ca mpo operatório é, assim, resfriado através de lavagem. Devido às facetas finas poderem sofrer deformação pelo elimi-
nação prematuro da gu io de silicone, esta é removida apenas após a polimerização total (6-25d). As restaurações unidas
são fac ilmente removidos com uma cureta inserida no face proximal. Visão final do provisório após a remoção do excesso
grosseiro e o glozeamento (6-25e, 6-25f) .

280
Corpo do resina Transparente Translúcido ,
6-24 (Cores Vito) {brilhante) (leitoso)
,'

M I S T U RA D U P LA, P A S S O Ú N I C O

6-250 . o 25b
...,1

6-2:Jc 6-25ct •

6-25e 6-25t
6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

Mistura única em passo único. Esse é o método Misturo dupla em passo único (Fig . 6 -25). Uma
tradicional e mais simples. Uma quantidade úni- pequena quantidade de mistura translúcida/
ca de resina acrílica é misturada, carregada na transparente é primeiramente vazada dentro da
guia de silicone e pressionada contra os dentes. borda incisiva da guia de silicone. Ela é imedia-
O conteúdo do pó pode consistir de 1 00% de tamente preenchida por uma segunda mistura
resina similar à dentina (para dentes descolori- de materia l similar à dentina e pressionada
dos) ou incluir 10% de uma resina transparente sobre os dentes. Esse método de passo único
para um resultado mais natural. Esse método é simpl ,es e não consome tempo, e pode gerar
sempre resulta em uma restauração com cor provisórios com uma translucidez que gradual-
e opacidade uniformes. Toda via, pequenos mente aumenta na direção da borda incisiva.
retoques, ta I como o manchamento adiciona l
e glazeamento podem produzir um resultado
estético favorável (ver Fig. 6-28).

FIGURA 6-25 (CONT.): UNIÃO DO PROVISÓRIO COM CONDICIONAMENTO PONTUAL. Cada dente pilar é submetido
ao condicionamento pontual do esmalte (6-259), após isso é lavado e seco. Os prepares são, dessa forma, cobertos com
uma resina sem carga fotopolimerizóve l (6 -25h), pol imerizada apenas após o assentamento do provisório (6-25i). A si tuação
final apresento estabilidade primária excelente devido à união e adesão combinadas (6-25j) . Esses provisórios rep r·oduzem
o enceramento aditivo com alta fidel idade; o forma dental e os contornos incisivos conformam-se muito melhor com os
tecidos moles e a linho labial (6 -25k) do que no início do tratamento (suplemento). As visões finais e outros aspectos deste
caso são encontrados nos figuras 5-12 e 7- 1O.

282
o JSg 6-25h

6 251 .., 2 1

'
-
,
6 25k


6 PREPARO DENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

Mistura dupla em passo duplo (Figs 6-26 e 6-27). G lazeamento


Uma mistura uniforme de dentina é ap licada na
guio de silicone, pressionada sobre os preparos Devido à extremo fragilidade, as facetas provi-
até a polimerização total. A borda incisiva é, sórias não devem ser polidas mecanicamente.
então, reduzida para reproduzir a morfologia Uma resina fotopolimerizável para glazeamento,
natural da dentina. Corantes fotopolimerizóveis por sua vez, pode ser usada (Palaseal, Ku lzer).
podem ser aplicados ao co rpo da dentina pa ra Em restaurações múltiplas unidas, uma resina
simular as características incisivas (linhas fendi- para glozeamento pode ser misturado com co-
das, manchas brancas, etc.). A guio de silicone rantes rnarrons para a infiltração nas áreas de
é, dessa forma, recarregada, desta vez com uma ligação (vãos incisivos e proximais; figs . 6 -26m
mistura translúcida / transparente, e pressionada e 6-26n), assim, separando opt icamente as
sobre o corpo de dentina caracterizado. Essa restaurações unidas e melhorando o resultado
técnica corresponde à aplicação intrabucal de estético.
uma técnica sanduíche loboratorial 41,42 e pode
resultar em provisórios altamente sofisticados.

FIGURA 6 -2 6: FACETAS PROVISÓRIAS REALIZADAS COM A TÉCNICA SANDUÍCHE. Os prepa res dentais, dentes adja-
centes e tecidos moles foram isolados com vaselina (6-260). A guia de silicone é carregado primeiramente com resina
poro dentina com base no escala de cores Vito (6-26b, 6-26c) e a pressionada sobre os prepares, até a polimerização
tota l (6-26d). As óreas que serão desgastadas são marca dos a lápis (6-26e). Uma ponta diamantada é utilizada em baixa
. rotação (sem spray de água) para modelar a bordo incisivo para a estrutura anatômico de dentina (6 -26f). Os vãos incisivos
podem ser contornados com precisão com discos abrasivos (6-269) e um bisturi. As manchas brancas e linhos de trinca
podem ser pintados sobre esta estrutura de dentina utilizando-se corantes fotopolimerizáveis {não demonstrados). Depois
de a superfície do resina desgastada ser umedecida co rn um monômero líquido, o guio de silicone é carregada com uma
misturo transparente/ trans lúcido (6-26h, 6-26i) e pressionado sobre o estruturo de dentina preexistente até o polimerização
tota l (6 -26i). Ambas os facetas são mantidos unidos para aumentar a estabilidade primário. Após a remoção do excesso
grosseiro, a área de ligação pode ser esculpida com um bisturi para criar um sulco fino (6 -26k). A restau ração é finalmente
removido para o acabamento (6-261).

284

M ISTURA DUPLA EM PASSO DUPLO

· Corpo de resina

6-26b 6-26c

6-26c 6-26e 6-261

Translúcida

6-26g 6-26h o-26i

6-26t 6-26k 6-261


CORANTES

6-26rn ô 26n,

GLAZEAMENTO
Pct ~seal'

Pro thes enlacJ<

2 )( 15ml ~u_::S•ll"~ ._,..,..


f(.ufzer:
. .........
....:

6-260

6-26p 6-26q 6-26r

FIGURA 6-26 (CONT.): ACABAMENTO. Uma misturo de resina para glazeamento e corantes marrons é usada para a leve
infiltração nos su lcos de ligação (6-26m, 6-26n). Após a polimerização, o superfície externa é coberta com uma resino
para glazeomento pura (Paloseal) e polimerizoda (6-260 a 6-26q). UmcJ último polimerização deve ser realizada através
do camada de geléia de glicerina (6-26r) poro impedir a formação de uma cornada de inibição e assegurar o perfeito
polimerização da superfície glazeoda. A integração fina l das facetas provisórias é demonstrada nas fig uras 6-26s a 6-26v.
Note como os corantes interdentois marrons moscaram a óreo de ligação e criam o ilusão de dentes individuais (6-26t).
As provisórias de acrílico integram-se bem com o gengiva e os lábios (6-26u, 6-26v), o que assegurará uma transição
confortável paro o paciente.
, , ,
FIGURA 6-27: CARACTERISTICAS INCISIVAS DOS PROVISORIOS TIPO SANDUICHE. As facetas nos incisivos centra is
foram confeccionados através da técnico sanduíche de mistura dupla em posso duplo. As relações interorcos permitiram
que as provisórias fossem estendidas acima do margem do preparo palatal (ponta dá seta), o que aumentou a estabilidade
primária e o travamento dos restaurações (6-270). Efeitos distintos têm sido obtidos (6 -27b, 6-27c) como resultado do
contraste de opacidade entre a dentina e as cores incisivas (ver fig. 2-8), mas também devido à anatomia acentuado da
estruturo de dentina simulado subjacen te, que apresento vários lóbu los individuais. Nenhum corante de fotopolimerização
foi usado neste caso.
-

,,.
-
1

6 26s 6-26t

6-'26u 6 26v

'

6 270


6 PREPARO Ü E"1TAL, M OLDAGEM E PROVISÓRIOS

Adesão e trava me nto do p rovisório A estabi lidade adicional e o travamento defini-


tivo podem ser obtidos adicionando-se resina
Após o condicionamento em apenas um pon- líquida em excesso nas faces pa lata is (ver Fig.
to do esmalte, o cimentação do provisório é 6-270) e vãos interdentais pa latais. A un ião de
rea lizado com uma resino adesivo sem carga, restaurações múltiplos pode aumentar signifi-
polimerizada através dos restaurações (ver Figs. cativamente a estabi lidade primária da restou-
6-259 a 6-25i).
- . , .
raçao prov1sor1a.

A adesão em um ponto condicionado, to-


davia, deve ser evitada quando exposições
denti nó rios extensas já foram cobertos com
um agente adesivo dentinário, devido às
possíveis interações entre o agente adesivo
dentinário e a resina adesiva do provisório.
Nesses casos, a restauração pode ser mantida
primeiramente com um cimento transparente •

para provisório (Temp-Bond Clear, Kerr) (Fig.


6-28).

6 2' t

- ' ,
FIGURA 6-28: ADESAO DO PROVISORIO COM CIMENTO FOTOPOLIMERIZAVEL TRANSPARENTE. O Tem p-Bond Cleor é
um cornponente duplo, levernente da cor denta l e tra nsl úcido (6-28a, 6-28b). Ele pode ser autopolimerizável, como também
fotopolimerizável, o q ue melhoraria o rigidez e retenção . Visão c línica das facetas provisórias antes do el iminação do excesso
de cimento (6 -28c). Este provisório foi confeccionado com uma técnica de misturo único em posso único e caracterizado
com o ,nanchamento dos vãos interdentais e glazeamento (ver Figs. 6-261 a 6 -2 6r). O cimento provisório translúcido pode
assegurar um resultado estético favorável, apesar da pequeno espessura e relativa translucidez das facetas provisórios (6-28d ,
6-28e). Os prepares dentais e o moldagem fina l deste coso podem ser encontrados no figuro 6 -23.

288

6-28c

6-28d 6-28e

6 PREPARO D ENTAL, MOLDAGEM E PROVISÓRIOS

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291

'
J


,
CAPITULO 7

Inúmeros métodos têm sido propostos para a confecção de restaurações


ades ivas de porcelana. Este capítulo trata da confecção de modelos-
mestre

e também da escolha co rrespondente de materiais restauradores
• e técnicas. Durante esta fase de tratamento, o esforço essencialmente
se focal iza na reprod ução de um desenho que já tenha sido testado e
aprovado pelo paciente durante a fase de diagnóstico. Paciente, clín ico e
ceram ista irão interagir no sentido de uma análise clínica fi nal das restau-
rações definitivas, antes de realizar o procedimento fina l de cimentação,
que freqüentemente conclu i esta etapa cl ínica.

293
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

ESCOLHA DA TÉCNICA E MATERIAL RESTAURADOR

Resinas Com postas versus Cerâmicas Cerâmicos: Qual escolher?

Um grande número de sistemas que usam as Esta d iscussão é baseada no uso de porcelana
denom inadas revolucionárias tecnologias das feldspática tradiciona l. O uso de cerâmicos ma is
resinas compostas tem sido comercializado na resistentes, porém mais sofi sticadas, tais como
tentativa de reduzir os custos laboratoriais. Con- ln-Ceram {Vito), Procera (Nobel Biocare) ou Em-
tudo, o uso de cerâmicas, ao invés de resinas press (lvoclar), é questionável. Em uma análise
compostas, tem demonstrado sua eficiência de clín ica sobre a reconstrução da borda incisiva
modo que os pacientes podem ter percepção com urn espaço maior, utilizando-se RAP felds -
dos restaurações anteriores, como demonstra- póticas,8 a pior falho foi uma fratura acidental
do em um estudo clínico de Meijering et oi. 1 A que ocorreu durante uma mordida traumática
cerâm ica também é o material mais bio lóg ico após l ano. A faceta foi polida e nenhuma
quando da substituição de quantidades sig- complicação ad icional ocorreu (a faceta está
nificativas de estrutura dental, provavelmente em função por ma is de 7 o nos). No mesmo
devido à sua capacidade de simu lar e res- estudo, 12% dos dentes demonstraram trincas,
taurar a rigidez corona l.2·3 Devido a sua alta o que poderia justificar o uso de cerâmicas mais
expansão térmica e elasticidade, as facetas de resistentes. As possíveis origens dessas trincas
resina composta não são capazes de alcançar pós-adesivos, contudo, podem ser identificadas
este ob jetivo 4 e parecem apresentar estética (por ex., erro no preparo dental, como na Fig.
desfavorável, integridade marginal instável e 7- 1, ou limpeza insuficiente da superfície inter-
menor índice de longevidade. 5 - 7 Por outro lado, na da porcelana após o condicionamento com
mesmo as porcelanas fe ldspáticas tradicionais, ácido fluorídrico, como explicado na Fig. 8-3d)
ta is como os materiais feldspáticos tradicionais, e podem não estar relacionados à resistência
são capazes de compensar a fragi lidade dental inerente do materia l. Em qualquer caso, deve-
estrutural. Quando utilizadas no forma de fa- se determinar que extensão de trinca deve ser
cetas adesivas, elas podem contribuir com a considerada uma fa lha.
recuperação da biomecânica coronal, mesmo
em incisivos desvita lizodos. 3 As trincos são um fenômeno inevitável no
enve lhecimento de materiais fráge is, que
se apresentam em . camadas. No esmalte,
as triricas são um processo protetor natural
9 10
centrei as tensões de tração. - A maioria dos
dentes intactos apresenta numerosas tri ncas
no es rilalte.

FIGURA 7- 1: ACOMPANHAMENTO DE TRÊS ANOS DE UMA FACETA APRESENTANDO TRINCA NA FACE PALATAL. Visão
vestibular de referência dos facetas de porcelana (7 -1a). Trinca palatal ocorrido 2 anos após o colocação (7- 1b) devida a
um erro no preparo dental (ver Fig. 6- 13, centro). Nõo foi detectado progressão da fenda após 3 anos {7- 1c). A restauração
ainda se apresenta em função por mais de 5 anos.

294

7- l a

7-1 b

7-1 e
7 PROC EDIMENTOS LABORATORIAIS

Papel fundamental é desempenhado pelo jun- As propriedades de desgaste das cerâmicas den -
ção dentina-esmalte, que age como uma ''blo- ta is são seus aspectos mais contestáveis. 16· 18 As
queadora qe trincas" devido à suo arquitetu ra porce lanas feldspáticas adequadamente quei-
específico e ao arronio de fibras colágenos. 10 O mados, contudo, podem demonstrar sign ificati-
mesmo pode ser dito sobre as RAP feldspáticas vamente me nos abrasão em comparação com
trincados: desde que a adesão entre o dente e as porcelanas alumin izadas e vidros de ba ixo
a restauração posso ser mantida, o restauração fusão não cristolinos. 19 A lém disso, as facetas de
será preservado, como foi o caso dos seis dentes porcelana não podem ser a fonte de problemas
trincados no estudo mencionado. 8 A figuro 7- l de desgoste significativo do esmalte devido à
sustenta este aspecto, demonstrando o falha ini- natureza conservadora do tratamento: o lado
cia l de uma faceta que apresentou trinca sobre palatino e funciona l do dente é, freqüentemente,
a face palatina, após 2 semanas em função. preservado e mantido intacto. Essa supos ição
Este problema não impediu que a complexa está de acordo com o aspecto de que a maioria
restauração-dente continuasse otimamente em das aval iações clínicas sobre facetas de porce-
função por mais 5 anos. Um erro bás ico no lana e RAP 7•8,20-24 não tem revelado problemas
preparo dental (invasão excessiva da superfície de desgoste significativo.
palatina com um chanfro longo) provou se r a
causa desta falha relativa. 11
Escolha da técnica de confecção
A propensão à trinca pode ser min imizado
II
através ( l) de preparos suaves" (sem ângu lo A cerâmico queimada sobre troque i refratário
agudo), (2) espessura suficiente de material é o método mais antigo25 e mais divulgado
cerâm ico 12, 1~ e (3) envelopomento e dese- poro a confecção de uma peça de porcelana.
nho adequados do restouroção 11 • 14, 15 e (4) As principais vantagens dessa técnica são as
através do clareamento da superfície interna segu intes:
da porcelana, seguido ataque com ácido
f luorídrico. • Ner1hum equipamento especial é
/ .
necesso r1 o .
,
E importante lembrar que o resistência à tração- • Efe itos de cor e translucidez extremamente
limite dos cerâmicos utilizados na técn ica de por- sofisticados podem ser obtidos através de
celana fund ido sobre metal é 2 a 3 vezes ma is uma técn ica de estratificação com espessura
alta do que o esmalte natural (ver Tabela l - l) . total (Fig. 7-1 a).
• Porce lanas feldspáticas tradiciona is podem
ser util izadas; quando combinados com
co ndicionamento com ácido fluoríd rico e
silan ização, elas demonstram adesão extre-
mon1ente confiável com resinos. 26

' , '
FIGURA 7-2: FACETAS DE PO RC ELANA FE LDSPATICA Q UEIMADAS SOBRE TRO QU EIS REFRATARIOS. Essas facetas sã o
confeccionadas através da estratificação da porcelana feldspática sobre o material refratário melhorado. A fidelidade mar-
g inal pode ser excelente, como ilustrado pelo reposicionamento da resta uração em seu troq uei refratá rio intacto o riginal.

296
:

7-2
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

Essas vantagens também são encontradas na desenvolvimento adicional desse sistema.


técnica de lâmina de platina, que é a alternativa O s vidro s ceramizados p rensados34 (Emp ress,
ma is próxima da técnica do troquei refratário, lvoclar) oferecem duas modalidades de elabora-
porém requer menos esforço no ato da fundição. ção: a porcelana prensada reforçada é utilizada
Além disso, dados do início da década de 9027 · 29 para confeccionar tanto a restauração inteira
demonstra ram repetidamente a fidelidade margi- como apenas o corpo. Esta última opção per-
nal superior dos facetas com lâmina de platino. mite melhorias estéticas e caracterização através
Esses resulta dos perderam sua relevância desde da queima adicional da cerâmica . A caracteriza-
a introdução de materiais refratários mel hores ção estética, contudo, é muito lim itada quando
(por ex., Ducera -Lay, Ducera) e o uso de troquéis comparada com a técnica de estratificação com
indiv idua is menores. 30 ,31 O microjateomento espessura total, que pode ser aplicada com a
com pérolas de vidro com 25 a 50 µm agora técn ica de troquei refratário.
é utilizado para remove i- o material de revesti-
mento das facetas fina lizadas, o que também A s po rcela n as alu mi n izada s, através da
permitiu me lhorias significativas nos fechamentos técnica slip casting 35 (ln-Ceram Sp inell, Vito
marginais de facetas originárias de refratários, Zahfabrik), podem gerar restaurações com
que podem facilmente aproximar-se de 40 µm. res istência intrínseca superior em comparação
A técn ica da lâm ina de platina apresenta des - com os outros sistemas. O método origina l
vantagem pelo fato de que os modelos devem foi inicia lmente comercializado para coroas
ser preparados através do recorte da parte gen- totais, e depois adaptado para RAP com o uso
gival do modelo de gesso. Novos métodos com do espinél io (MgAl20 4 ), ao invés da alumina.
troquéis refratários permitem que o gengiva em Devido ao alto conteúdo crista lino desse mate-
gesso seja ma_ntida (ver seção sobre "Modelos- rial, o cond icionamento trad iciona l com ácido
mestre na técnica de troquei refratário"), que é fluorídrico não é eficaz . O ln -Ceram alumina,
o elemento mais importante a orientar a estrati- por exemplo, necessita de uma cobertura com
ficação e elaboração dos contornos cerâmicos sílica triboquímica ou o uso de um monômero
finos e o perfil de emergência. Outras técnicas resinoso especia 1. 36
que têm sido propostas na confecção de RAP
são discutidas o seguir. A s cerâm ica s usin a d a s (Cerec, Sirona; Celay,
Mikrona), embora tenham sido elaboradas origi-
O s vid ros ceramizados fundidos (Dicor, Caulk/ nalmente para o uso em consultório, tornaram-
Dentsply) foram introduzidos primeiramente se popLilares também para uso em laboratório.
para confeccionar coroas de cerâmica pura. As RAP confeccionadas com cerâmicas usinadas
Os materiais ex ibiam propriedades físicas e sofrem em relação à uniformidade de cor e à
químicas interessantes, 33 mas os a ltos custos anatomia muito simples, a não ser que sejam
de fabricação e a estética inferior limitaram o rea Iizados queimas ad iciona is .

298
PROCEDIMENTOS LABORATO RIAIS 7

/ /

MODELOS -MESTRE NA TECNICA DE TROQUEL REFRATARIO

Os materiais de moldagem com silicona de (por ex., White Fujirock, GC); eles devem ser
ad ição são ideais na técnica de troquei refra- cuidadosamente manipulados, pois representam
tário: eles são elásticos, resistentes à ruptura e, o reprodução mais preciso do preparo. As mar-
acima de tudo, permitem vazamentos múltiplos gens são recortadas imediatamente, marcadas
precisos, o que é essencial na confecção dos com um lápis vermelho e cobertas com um en-
modelos-mestre. 37 -39 Uma seqüência para o durecedor de cianoocrialato (Marg idur, Benzer
confecção dos mode los -mestre é explicado Dental). Recorte adicional deve ser realizado de
no figura 7-3. Essa técnico é uma variação de forma a reproduzir uma formo radicular com
outros protocolos propostos por Sheets e Tani - dois sulcos anti - rotativos (Figs. 7-4a e 7 -4b).
guch i,30 e Chiche e Pi nau lt.31
Esses troquéis originais deve,n ser mantidos
A produção de RAP refratárias com qual idade guardados, pois serão utilizados para ve rificar
pode estar re lacionada ao uso de múltiplos a ada1:)tação final das restaurações (troquéis
modelos resultantes de três vazamentos conse- de controle).
cutivos da mesma moldagem final, sendo cada
modelo utilizado paro um propósito específico
(Fig. 7-3). Os modelos com propósitos múltip los Troquéis refratários. Os troquéis de contro le
não são ind icados porque seu uso resulta em são irrled iatamente duplicados utilizando -se
deterioração progressivo . siliconas laboratoriais de alta qua lidade (por ex .,
Degufc)rm, Degussa) (Fig. 7-40). Dois conjuntos
de réplicas são vazados em gesso-pedra. Um
Primeiro vazamento: troquéis unitários conjunto é coberto com um espaçador de tro-
quei de 1 mm, antes da margem e, dessa formo,
Uma seqüência de confecção precisa deve serres- duplicado para gerar um conjunto de troquéis a
peitada e apresenta-se resumida na figura 7-4. ser utilizado na confecção do modelo de tecido
mole. Os troquéis refratários também integrarão
Troquéi s de gesso. Os troquéis unitários são o modelo de tecido mole, mas necessitam de
confeccionados com gesso misturado a vácuo passos preparatórios adicionais .

299
M O D E LO S-M E S T R E

2
'--~~-1_ _Vi_a_za~m_e_n_tº~~~~J ~
J ~~~2-º_V_a_z_a_m_e_n_tº~~~~I ~I~ ~ ~3-Q_Vi_a_za~m_e_n_tº~~~~I

Troquéis individuais Modelo sótido Modelo de tec ido mole

Desgaste para simular raiz Réplica de troque i


com sulcos anti-rotativos repos icionado
~ na moldagem

••
••
••


••
fv\ontado em um articulador ••


Múltiplos conj untos com o antagonista •

• Original (troquei de gesso-pedra} ••




Gengiva de gesso-pedra +
•• troquéis removíveis e
••
• Répl ica do troquei ·· ··· ·· ··· ··· ···· ····· ··· ········· ·· ····· ············~· intercambióveis(gesso -
• Réplica do troquei refratário · ••• ·· · · · ·•··•••·•·· · · ··· · ·· · ••· ••• •· •· • ••• •·• ··•• pedra • • refratário)
••••

Controle final do assentamento e do Ajustes oclusais e
••
••

...
···~ Estratificação cerâm ica
odoptaçõo marginal (troquei origiool) . .
1
prox1ma1s e acabamento
7-3

.. ,.. -
FIGURA 7-3 : RESUMO DA SEQUENCIA PARA A CONFECÇAO DOS MODELOS - VAZAMENTOS CONSECUTIVO S DA
MOLDAGEM FINAL. Um conjunto de modelos é usado para um único propósito, como indicado na parte inferior (setas
pretos). As réplicas de gesso-pedra e refratário dos troquéis individuais são necessários para gerar um modelo do tecido
n1ole (setas pontilhados). Os detalhes do confecção de cada modelo são apresentados nas figuras segu intes.
•• A - - ,

FIGURA 7-4: SEQUENCIA PARA A CONFECÇAO E DUPLICAÇAO DE TROQUEL UNITARIO. O desenho e o configu ração
do troquei de gesso-pedra original inclui uma ra iz com forma cônica e duas fendas laterais. O pri,neiro passo é produzir

um molde de silicone com oito precisão deste troquei (moldagem de duplicação l ). Uma réplica é vazada utilizando-se o
mesmo gesso-pedra (réplica do troquei l) e o espaçador de troquei é aplicado l mm aquém da margem (óreo vermelho),
um molde de silicone de alto precisão da mesma réplica de gesso-pedro com o espaçodor de troquei é produzido (mol-
dagem de duplicação 2). Dois conjuntos de troquéis são finalmente criados: um em materia l refratário, na moldagem de
duplicação 2 e outro de gesso-pedro (réplica de troquei 2) vazado na moldagem de duplicação 1 (7-4a) . A segunda réplica
de troquei não inclui o espaçodor de troquei e será reposicionada no moldagem original poro o confecção do mo delo de
tecido mole (ver Fig. 7-60).
' ' '
TECNICA DE TROQUEIS MULTIPLOS

Moldagem de
duplicação 1

Troquei original

Moldagem de
duplicoçõo 2

l __ _ L___
Réplica de troquei 1 + Espoçodor de troquei

7-40
7 PROCEDl1\I\ENTOS LABORATORIAIS

Os troquéis refratários devem passar pelos se- Segundo vazamento: modelo sólido
guintes passos prepa ratórios:
O mesmo gesso extraduro é utilizado para o
1. As margens são marcadas com um lápis vazamento total do arco. Este deve ser recortado
especial que seja resistente à queima . e montado em um articu lador (Fig. 7-5).
2. Uma queima de desidratação é realizada
(l l O0°C por 5 mi n.) . Pelo foto de o modelo sól ido representar uma
3. Uma camada com pasta de porcelana de boa referência para as relações interdentois,
granulação fina (camada de ligação) é apli- será uti lizado na verificação final da oclusão
cada acima das margens e queimada (970º( {pontos de contato intra e interarcos).
por l min.).
O uso de uma mesa de montagem, permitindo
O posso 3 pode ser repetido até que uma super- o transferência do eixo de rotação sobre um
fície liso e regular seja obtida. A porcelana de articulador sem i-ajustável (por ex., Ponodent),
ligação de granulação fina (por ex., Connector é recomendado. 40 Seguindo esse método,
Ducera-Lay, Ducera) é um ingrediente essencial pode-se esperar uma estabi Iização preciso.
no adaptação final das restaurações; ela age Numerosos erros podem ser gerados durante
tanto como uma seladora da superfície refra tá- o montagem dos modelos maxilares com um
rio como um adesivo (ancorado ao troquei) na arco facia l; 4 1 como resultado, o arco facial
direção na qua l o contração de queimo deve não apresenta nenhuma melhoria produtiva no
ocorrer. Paro dentes maiores, a porção radicu- precisão oclusal.
lar dos troquéis refratários pode ser levemente
reduzido, pois a experiência tem indicado que Os dentes posteriores devem apresentar relações

quanto menor o troquei melhor a adaptação oclusais adequadas, permitindo que o mode lo
marginal. inferior seja posicionado em máxima intercuspi-
dação habitua l sem materia l de registro. Um
reg istro de mordida de silicona mole deve ser uti-
O recorte entediante é evitado, pois todos os lizado apenas no caso de uma posição instável;
conjuntos de troquéis (incluindo os refratários) ele é importante para a percepção, todavia, de
apresentam uma porção idêntica que cons- que um erro vertica l no plano oclusol e no côn-
titui a réplica exato dos troquéis individuais dilo de um articulador pode ser gerado quando
• • •
or1g I na 1s. o materia l de registro estiver presente.

FIGURA 7-4 (CONT.). Exemplo de molde de silicone de precisão em um anel plástico (figuro inserido) . Dois moldes diferentes
fo ram utilizados paro gerar réplicas de gesso-pedra dos troquéis originais (à esquerdo) e um conjunto refratário (à direita).
As margens dos troquéis refratários fora,n marcadas com urn lápis refratário, seguido de queima paro a desidratação a
1100°(. Uma pa sta de porcelana para ligação foi aplicada sobre o preparo inteiro em mais l mm acima das morgens
(ponto dos setas); isso produziu uma superfície brilhante após uma queimo o 970°(. Cada conjunto de troquéis apresenta
a mesma configuração e desenho (forma radicula r co m sulcos anti-rotativos} (7 -4b}.

302
,
TROQUEIS INDIVIDUAIS

_/

Troquei de gesso-pedra 2 Troquei refratário

7-4b
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

Terceiro vazamento: modelo de teci do intercambiados devido ao desenho idêntico às


mole suas porções rad icu lares, que apresentam os
mesmos sulcos anti-rotativos (Fig. 7-6c) . Esse
Poro gerar este modelo, réplicas em gesso dos modelo é uti lizado princ ipalmente durante o
troq uéis individua is orig ino is são cu idodosa- processo de estratificação cerâm ico, e pode ser
mente reposic ionadas dentro da moldagem, montado em um articulador como uma guio
estabilizadas (Fig. 7-6a) e iso lados. O gesso é oclusal simples. O modelo de tecido mole não
vazado ao redor dos troquéis, resultando em deve ser considerado preciso e, portanto, não
uma base do modelo com contornos gengivais deve ser utilizado nos ajustes oclusais finos.
precisos e alvéolos artificiais, conforme a for- Poro confeccionar múltiplas facetas, troqué is de
ma original dos troquéis (Fig. 7 -6b). A maior gesso reproduzindo o enceramento podem ser
vantagem desse modelo é que os troquéis de inseridos para orientar a aplicação da porcelana
gesso e os refratários podem ser inseridos e (Fig. 7-7).

,
MODELO SOLIDO

7-So 7-Sb

,
FIGURA 7-5: MODELO SOLIDO. Este modelo unitário é o único que deve ser montado em um articulador (7-So, 7-Sb).
A geng iva de gesso-pedra pode ser desgasloda ao redor do dente pila r po ro assegura r o assentamento dos restaurações
defi nitivos (não ilustrado).

FIGURA 7-6: CONFECÇÃO DO MODELO DE TECIDO 1\1\0LE . Os troquéis de gesso são repos icionados na moldagem,
estabilizados co m pinos e cera pegajoso (7-60) e, finalmente, isolados e selados com uma fino camada de cera (utilizando-se
uma espátula elétrica quente, não demonstrado). A primeira quantidade de gesso é vazada ao redor dos troquéis, sendo a
base do modelo vazado em um segundo posso, após o re moção dos pinos. O modelo de tecido mole inclui alvéolos pa-
dronizados (7-6b). Os sulcos anti-rotativos dos troquéis individuais são reproduzidos e permitem o posiciona mento delicado
de a mbos os troqué is de gesso (o), dos troquéis refratários (b) ou dos troq uéis que reproduzem o enceramento (c) (7-6c).

FIGURA 7-7: VANTAGEM DOS TROQUÉIS INTERCAMBIÁVEIS PARA A CONFECÇÃO DE MÚLTIPLAS FACETAS. Uma matriz
de silicone é usado poro reprod uzir o enceramento d iagnóstico sobre os troquéis de gesso do modelo de tecido mole (7-70,
7-7b). O mesmo modelo pode ser carregado com os troquéis refratários (7-7c). Os troquéis corn cera podem ser inseridos
seletivamente durante o estrotificoçõo cerâmico poro orientar a elaboração dos faces proximois e respeitar as dimensões
parti culares de cada dente.

304
• MODELO DE TECIDO MOLE

7-6c

1-7d 7-7b
'

7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

- /\

ESTRATIFICAÇAO CERAMICA E ACABAM ENTO

Métodos de estratificação elaborados têm sido O método apresentado aqui é uma adaptação
propostos pelos mais distintos ceramistas do didática e racional da estratificação esmalte/
mundo. Para os clínicos, o entendimento dos dentina encontrada no natureza; ela é baseada
princípios da estratificação cerâm ica resultará no uso de uma porcelana feldspática (Creation,
em uma melhor avaliação e apreciação da peça Klemo) e pode ser utilizada tanto no focetamento
cerâmica. Ob jetivos inatingíveis e correções de núcleos metolocerâmicos como na aplicação
fictícias são freqüentemente solicitados pe los direta sobre troquéis refratários (facetas, inlays
clínicos que não detêm conhecimento suficiente e onlays). Ela cons iste simp lesmente de duas
da técnica dentária. Por outro lado, aqueles que ou três queimas consecutivas seguidas pelo
desenvolveram sua compreensão sobre a estra- glazeamento (f ig. 7-8): (1) queimo do dentina
tificação cerâmica irão diretamente se beneficiar opaca (opcional, apenas nos dentes manchados
deste conhecimento: (1) pela melhoria da forma ou fraturados); (2) queima do corpo de esma lte/
com que eles manipulam as peças cerâmicas dentina; e (3) queima da "pe le de esmalte". O
e (2) por reforçar suas próprias técnicas de es- acabamento e po limento mecân icos também
tratificação intrabucal, embora com o uso de serão discutidos. Um planejamento típico da
restau rações diretas de resino composto. queima é apresentado na tabela 7-1 (localizada
no final desta seção) .


1

FIGURA 7-8: PASSO-A-PASSO DA ESTRATIFICAÇÃO CERÂMICA. Visões p ré e pós-operatório imediata (7-8a, 7-8b) de
uma paciente com indicações mistos poro RAP (tipos 118, IIC e IIIA). A primeira q ueima irá gerar um corpo opaco de dentina
sobre o dente fraturado (7-8c a 7-Se). Isso é segu ido pelo aplicação de um corpo de denti nas regulares (7 -8f) e esmaltes
incisivos translúcidos (7 -8g). As dentinos modificadas são infiltradas pa ra simular as características internas da borda inci-
sivo (7 -8h). Uma cobertura de esmalte translúcido interno recobre essa estrutura (7 -8i, 7 -8j) e, dessa fo rma, uma segunda
queima pode ser realizada (7-Sk; observe a contração do vo lume da coroa).

306
7-Ba

- .-A
.
'1
J
JII

f
l t
IA
1

7-8b A

REFERENCIA DENTINA OPACA QUEIMA l

7-Bc 7-8d 7 8e
CORPO DE DENTINA PAREDE INCISIVA MANCHAMENTO INTERNO

7-8f 7-Bg
'
PELICULA DE ESMALTE INTERNA QUEIMA 2

...

7-Bi 7-8j 7-8k


MANCHAS DE ESMALTE/
REDUÇÃO DE QUEIMA 2 QUEIMA 2 PELÍCULA DE ESMALTE EXTERNA

7-81 7-8m 7 -Bn


QUEIMA 3 GLAZEAMENTO E POLIMENTO PEÇAS JATEADAS

7-Bo 7-8q


FIGURA 7-8 (CONT.). Uma leve redução (7-81) deve permitir a aplicação de corantes superficiais de esmalte após a queima
de fixação, em baixa temperatura (800°C) (7-8m). O volume final da restauração pode ser obtido precisamente através da
aplicação de uma fina película de esmalte {7-8n) e subseqüente queima (7 -80). O glozeomento e polimento mecânico são
. combinados poro obter uma textura superficial final e brilhante (7-8p). O material refratário é removido através do microja-
teamento somente após a finalização dos procedimentos de acabamento (7 -8q). Note os lóbulos verticais bem-definidos
(7 ~Br, 7-8s), a emergência natural, a arquitetura e o brilho da superfície vestibular (7-8t). Devido ao corpo adequado de
dentina (opaco mais dentinas regulares), nenhuma transição pode ser observada entre a parte de suporte dental da restau-
ração e o bordo incisiva de porcelana independente (7-8u}. A integração estético final do RAP só é possíve l na presença
de um contorno gengival adequado (observe a linho gengival distal perfeita) e resposta periodontal favorável (7-8v). Os
possos diagnóstico e preparatório deste caso estão ilustrados nos figuras 5-6 e 5-7 e o preparo dental e confecção de
provisórios, nas figuras 6- l O e 6-26.

7-8t

7-81.,

7-8v
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

As figuras 7 -9a até 7-9c apresentam os visões Corpo de dentina


do preparo dental e pós-operatória, respec-
tivamente, de um caso desenvolvido com os A menos que um corpo opaco especia l prel i-
princípios de estratificação deta lhados nos minar seja necessário (como já mencionado), a
parágrafos segu intes. estratificação normalmente pode ter início com a
aplicação dos pós de dentina, utilizando-se uma
dentina de cor base (g era lmente várias cores
Corpo opaco d e dent ina com cromas maiores na área cervical e valores
maiores no incisiva). Um dente com tamanho
Duas situações típicas necessitam do uso de completo é construído na dentina utilizando-se
dentina opaco modificada: dentes manchados a guio palatal de silicone do enceramento como
(ver seção "Efeitos de mascaramento") e bordos molde {Figs. 7-9g e 7-9h).
incisivas fraturadas . Neste último caso, a au-
sência de dentina natural de suporte suficiente
deve ser compensada por um corpo especial de Redução
_,
dentina opaca que reproduza um esboço similar
em todos os preparos (Figs 7 -9d até 7 -9f). A Essa forma básica é, dessa forma, reduzida,
ausência de dentina opaco resultaria em maior especia lmente no nível incisivo e proximo inci-
absorção lum inosa no nível de dentina natural sivo poro criar espaço para os outros pós (Fig.
ausente. Com preparos em dentes manchados, 7-9i). A redução da dentina deve reproduzir
a ausência de forramento com dentina opaco o corpo de dentina incisiva, descrito na figura
modificada resultará na impossibilidade de 1-2 . Para os incisivos centrais, essa arqu itetu-
mascarar eficazmente as facetas. Valores de ra inclui tipicamente três lóbulos verticais ou
dentina . maiores podem ser usados com esse mamelões. O enceramento é constantemente
propósito . uti lizado co mo referência (na forr11a de uma
gu ia palatina de silicone) para a colocação de
diferentes mossas.

- "
FIGURA 7-9 : PASSO-A-PASSO DA ESTRATIFICAÇAO CERAMICA.* Visão fina l do caso que será desenvolvido e os preparos
dentais iniciais (7-9a a 7-9c; a foto preto -e-branco análoga é apresentado poro permitir uma melhor percepção do brilho
e valor). Todas as camadas serão realizadas sobre o modelo de tecido mole; os troquéis refratários já terão desidratado,
· sendo cobertos com o porcelana de ligação e queimados (7-9d). Nos dentes fraturados, os primeiros incre mentas são fe itos
com pós de dentina opaca (7 -9g, 7 -9h). O vo lume é reduzido inciso lmen te e proximo lmente po ra cria r superfícies côncavas
(7-9i) . Ambas os visões em 7 -9e e 7-9i, são direcionadas po ra o porte inferior do borda incisai pa ra melhorar a percepção
da re lação entre o corpo e a gu ia de silicone. (A Fig. 7-90 foi rei mpresso com o autorização de Mogne.'12)

"' Alguns pós cerâmicos foram corados artificialmente paro permitir uma melhor percepção do técnico de corpo. Rosa = dentinos regulares; azul =
esn1oltes incisivos; on1arelo :=: dentinos modificados; sem corante :=: esmalte sombreado e pefícu la de esmalte.

3 10


1
J
J
ü ~

f)


1-90

7-9b 7-9c
SITUAÇÃO INICIAL DENTINA OPACA QUEIMA 1


.;I' -
f
'\ I

7-9e 7.9f
CORPO DE DENTINA -
REDUÇAO
-


a
"'
7-9g 7-9h 7-9i
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

Parede incisiva d e esmo lte 7-90). Vá rios efeitos internos na borda incisivo
são cri ados através da aplicação eq uil ibrada
Dois "cornos" de esmalte puro distintos são de ma nchas flu orescentes e não-fluorescentes
colocados nos fa ces mesial e distal do borda (Figs. 7-9p até 7-9r) . Manchas fluorescentes
incisiva (Figs. 7-9 j e 7-9 k) . Suo localização e criarão áreas com alto valo r (por ex. , idea l paro
comprimento exatos são orientados pe la guia a intensificação dos mamelões de dentina), ao
de silicone pa latina (Fig. 7-91). Esses cornos posso que as manchas fluorescentes tende m a
incisivos mesial e dista l defi nem a parede in ci- reduzir o valor (Fig. 7-9r) . Essas ca racte rísticas
sivo palatal resultante da colocação de outros e efeitos internos distintos devem ser def inidos
incrementes de esmalte verticais (Figs. 7-9m precisamente utilizando-se um slide de um dente
e 7-9 n) . A aparência natura l dessa parede é de referên cia intacto. O mesmo procedimento
obtida alte rnando -se os pós de esma lte com é aplicado à face palatina.
variada tra nslucidez e croma. Cerâ mico incisiva
totalmente tra nsparente pode ser mistu rada com
os pós originais de esmalte pa ra criar vários va- Cobertura de esmalte e primeira queima
lores. Os pós da cor do esmalte també m podem
ser usados. A parede incisiva deve apresentar A parede de dentina caracterizado a inda está
um tamanho levemente ma ior (aproximada- fina {Figs. 7-9s e 7-9n . O próximo passo é a
mente 0,5 mm ma is comprida e larga do que ap lica ção de uma cobertura interna de esma l-
a guia de sil icone), prevendo a co ntração de te ; o face vestibula r inteira é coberta com uma
.
queima. combinação de pós translúcidos e opalescentes,
especialmente projetados para simula r a cor do
esmalte. Os terços ce rvical, médio e incisivo da
Cara cteriza ção da denti na face vesti bu lar são cobertos sepa radamente.
Esmaltes transpare ntes cervicais são primei-
A parede incisiva é utilizada como um substrato ramente aplicados (Fig. 7- 9 u), segu ido pe lo
poro a infiltração dos pós de dentina que tenham defini ção de um "cinto" central cobri ndo o terço
sido mod ificados com manchas intensas (Fig. médio (Fig . 7-9v) .

FIG URA 7-9 (CONT.). A parede incisiva é defi nida primeiramente através da colocação de incrementos mesia l e dista l ou
cornos incisivos (7-9 j, 7-9k). Seu comprimento inicial conforma-se com a guia de silicone (7 -91). lncrementos verticais com
translucidez e cromo va riados são usados para con stru ir o restante do parede, co,nprimento fina l que deverá ser de ta ,n a nho
extragronde com cerco de 0,5 mm (7-9m, 7-9n). A parede é, dessa fo rmo, infi ltrado com denti nos coradas (óreo amarelado
na Fig . 7-90) para produzír efeitos especiais internos no bordo incisiva (momelões de dentina). Essas dentinas são modificados
com corantes fluorescentes (por ex., ln Novo, Creation) e não- fluorescentes (por ex., Make Up, Creation); ambos os tipos
de corantes apresentam uma ampla va riedade de cores (7-9p). A luz escura realça o diferente comporta mento de cada tipo
(7 -9q). Mesmo as cores escuros ln Novo podem apresentar u,n suporte de brilho através da fl uorescência, ao posso que os
corantes cla ros Moke Up podem parecer escuros sob co ndições de luminescência (7-9r). O laminado incisivo caracteriza do
deve ser mantido delgado (7 -9s). Os mesmos passos são aplicados à superfície palatina (7-9t). Uma cobertura de esmalie
preliminar (cobertura interna ) é aplicada utiliza ndo-se esn1altes son1breados (7-9 u a 7-9w). O dente deve ser extrog ra nde
para compensa r a contração de queimo subseqüente.

312
PAREDE INCISIVA

•• r

7-9j ! 9k 1 91
PAREDE INCISIVA MANCHAMENTO INTERNO

\ )

7-9rn 7-9n 7-90

. ·,~· !,

r\
7-9r

7-9s 7.9t
PELÍCULA DE ESMALTE INT:ERNA

7-9u 7-9v 7-9w


7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

Diferentes combinações de cores de esmalte ção desta última camada geralmente é precedido
são uti lizados de acordo com o tipo de dente pela introdução das características do esmalte,
(escuro versus cloro), mas elas são sempre por exemplo, na forma de manchas brancas e
aplicadas alternadamente em minúsculos in- linhas de fissura (Fig. 7-900). Uma temperatura
crementos verticais (Fig. 7 -9v). Pós de esmo lte de queima ba ixa perm ite a fixação dessas man-
azuis trans lúcidos especiais podem ser aplicados chas antes da cobertura final com uma pe lícula
ao nível proximoincisivo quando necessários. externa de esmalte. Aqui, novamente, diferentes
Finalmente, o jane la incisiva restante é coberta pós devem ser util izados alternadamente em
com pós de esmalte que podem integrar alguma incrementas verticais (Figs. 7-9bb e 7-9cc). Os
opalescência {Fig. 7 -9w). esmo ltes opalescentes translúcidos/ transparentes
são ind icados neste estág io. Pelo fato dessa ca-
A queima subseqüente (segunda queima na mada ser fina, apenas uma pequena contração
confecção de dentes fraturados) é rea lizada de queima ocorrerá, perm itindo o controle fin o
e deve revelar três áreas características com da forma e volume fi nais. A última queima revela
va lores bem definidos: terço médio com a lto o manchamento interno e o estruturo do corpo
va lor, terço cervical com valor médio e terço (Figs 7-9dd e 7 -9ee).
incis ivo com baixo valor (Figs. 7 -9x e 7 -9y). Essa
distribuição dos valores é encontrada em 60 a Contorno
70% dos dentes naturais.
Devido à ma ioria dos efeitos especiais (por ex.,
dentina manchada e características do esmalte)
Queima e caracterização da película de ter sido incluída dentro das camadas anteriores,
esmalte a superfície de desgaste pode ser realizada sem
a alteração dessas características essenciais . O
Nesse estágio, os vo lumes devem ser levemente contorno final é facilitado quando os pontos de
subdesenvolvidos (Fig. 7-9x). Pode ser necessário referência da forma da coroa são marcados a
red uzir levemente a superfície a fim de deixar um lápis (Figs. 7-9ff e 7-9gg). As cristas e os ângulos
espaço fino e uniforme pa ro o aplicação de uma lineares de transição podem ser tanto suavizados
película externa de esma lte (Fig . 7-9z). A aplico- como acentuados com pontas diamantadas .

. FIGURA 7-9 (CONT.). A queima deve gerar um dente com volume reduzido, apresentando todos os efeitos infernos e ca-
racterísticas da dentina (7 -9x). A visão palatal revela uma borda incisiva com baixo valor e as dentinas opacas uniformes
subjacentes (7-9y). A primeiro cobertura de esmalte deve ser levemente menor (7-9z} poro permitir suo ca racterização e
subseqüente cobertura . O desgaste geralmente é necessório paro aumentar o espaço em nível proximoincisivo (7 -9z, ponto
dos setas). Minúsculos pontos bro ncos e linhos de trinca são pintados sobre o superfície reduzido (7 -900) . Observe esses
efeitos especiol,nente na bordo incisiva do incisivo central esquerdo (7-9aa, ponto dos setas). Após queimo em baixa tem-
peroturo, esses corantes são finalmente cobertos com uma camada de esmalte externo {7 -9bb) . A formo fi nal do dente deve
ser obtido (7-9cc). Após o últi,na queima, a forma dental principal deverá ser quase definitiva (7-9dd, 7-9ee).

314
QU EIMA 2

7-9x 7-9y
-
LEVE REDUÇAO DA QUEIMA 2 CORANTES DE ESMALTE/ QUEIMA 2

í

7-9z 7 9ao
PELÍCULA DE ESMALTE EXTERNA

r
• l I

7-9bb 7-9cc
QUEIMA 3

\\

7-9dd 7-9ee
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

A morfologia adequada da superfície deve ser da porcelana pode ser igual ou superior à lisura
obtida, especialmente os lóbulos de desenvol- da porcelana glazeada. Atualmente, reconhece-
vime nto verticais, antes da elaboração da su- se que resultados estéticos melhores são obtidos
perfície de textura. Sulcos de desenvo lvimentos através do polimento. 52 Contudo , o grau de
horizontais minúsculos devem ser produzidos sucesso de qualquer técnico de polimento ainda
{quando necessários) apenas no estágio final, depende de uma porcelana bem-condensada
às vezes, mesmo após o glazeamento. Qual - e de condições adequadas de queima, pois
quer tipo de contorno deve ser realizado com a porosidade da porcelana não é totalmente
instrumentos relativamente novos. Os ceramistas eliminada através do po limento, como se apre-
devem estar conscientes dos possíveis problemas sento no queimo com o glazeamento natural. 53
relacionados ao uso de pontas diamantad as Portanto, o uso combinado de glozeomento e
velhas: as partículas de diamante removidas pol imer1to pode ser defendido paro o mel horio
não apenas provocam desgaste prematuro da tanto do estética como das características su-
ponta, mas também aumentam os resíduos de perficiais.
aglutinantes metálicos sobre a superfície da
porcelana. Resíduos de níquel sobre as estrutu- Em geral, o polimento mecânico tem início com
ras cerâmicas têm sido demonstrados. 43 Como rodas de diamante-sílica (Figs. 7-9hh e 7-9ii),
conseqüência, novas pontas diamantadas seguido de superglazeamento (com adição de
caracte rizadas por uma superfície cortante de líquido glazeador) ou autoglazeamento, tendo-se
diamante puro, sem aglutinantes metálicos entre conhecimento que geralmente o superglazea-
os cristais, tê m sido propostos, mas ainda estão mento suaviza o textura superficial. Superfícies
em desenvolvimento. 43 muito refletivas são finalmente obtidos com
pedra -pomes e carbonato de cálcio {Silogin,
Thompson Siegel). O carbonato de cálcio é um
Glozeamento e acabamento da mate ria I abrasivo comum utilizado em dentifrícios.
superfície Ele é mais mole e fino do que a pedra-pomes
e perm ite excelente acabamento do superfície
Um grande número de técnicas de polimento do porcelana. Ele é usado com escovas e pon-
mecânico são descritos no literatura e foram tas de feltro (Fig. 7 -9jj) em diferentes rotações :
comparadas com os padrões de excelência escovas para cabelo longo, usados em rotação
resultantes do glazeamento original. Alguns relativamente alto, são ideais poro o acabamento
autores demonstraram inicialmente a lisura de superfícies lisas e convexas, ao passo que
superior das porcelanas glazeadas. 44 •45 Outros, as escovas para cabelo curto, usados em baixo
contudo, realçaram o polimento mecânico. 46 -49 rotação, são melhores poro o acabamento de
º·
Haywood et al .5 51 concluíram que o polimento superfície ondulados e côncavas.

316
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7-9gg

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7-9hh 1-9 i
GLAZEAMENTO E POLIMENTO

7-9jj 7-9kk

"
FIGURA 7-9 (CONT.). Angulos de transição, lóbulos e sulcos superficiais são marcados com um lápis paro auxil iar na otimi-
zação dos contornos e morfologia superficial (7-9ff; suplemento, análogo em preto-e-branco) . As restaurações de porcelana
devem permanecer nos troquéis refratários durante o acabamento e contorno mecônico (7-9gg) . Discos de sílica-diamante,
pontas de feltro e posta diamantoda podem ser utilizados no acabamento preliminar (7 -9hh). Visão vestibular das facetas
antes do glazeomento (7 -9ii). Após o glozeamento, uma ponta de feltro compacta, em formo de pêro, e pedra -pomes podem
ser usados (7-9jj). O bri lho final (7-9kk, 7-911) é alcançado com escovas e carbonato de cálcio abrasivo.
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

N este estágio do procedimento, a restauração passos de diagnóstico apropriados foram rea-


ainda está unida ao troquei refratário (Figs. lizados. Pelo fato desse estágio da restauração
7-9kk e 7-911). O troquei deve ser removido com não ser ma is suportado fisicamente pelo troquei,
jato de areia (com partículas de vidro de 50 µm) qua lquer q ueima de correção deve ser rea lizada
somente após a finalização dos procedimentos somente com cerâm icas de baixa fusão (por
de acabamento da superfície. O polimento ex., Ducera - LFC, Ducera). Nenhuma correção
mecânico requer o suporte físico de um mate- foi necessária para o caso da figura 7-9. As
rial de revestimento subjacente e sua remoção visões finais demonstram opac idade adequada
prematura pode resultar em alto risco de fratura do corpo cerâm ico devido ao uso de dentina
durante a manipulação das peças cerâmicas opaca (Figs. 7-900 e 7-9pp). A quantidade cor-
(Fig . 7-9mm). As peças de porcelana jateadas reta de luminescência também foi obtida (Fig .
{Fig . 7-9mm) podem ser reposicionadas sobre 7-9qq), pois manchas fluorescentes estavam
os troquéis de gesso (Fig. 7-9nn), mas o controle adequadamente integradas dentro do corpo.
final dos contatos proximais é obtido idealmente O toque final é dado pelas ca racterísticas e
com o modelo só lido. manchamento interno da película de esmalte,
que si111ula a opalescência e as imperfeições
A prova clínica não deve revelar a necessidade naturais do esmalte (Fig. 7-9 rr).
de maiores correções, especialmente quando

Tabela 7-1 Exemplo de planejamento do tempo de queima


'
Inativo lndice de Alto temp. Secagem Manutencão em
~
Início do Parado do
(ºC) calor (°C/ mín) (ºC) {min) oito temp. (min) vácuo (ºC) vácuo (ºC)

Desidratação do troq uei 575 55 1. 100 9 5 - -


Pasto de ligação 300 55 970 4 1 620 969
Dentina 300 130 960 9 o 620 959
Fixação do co rante 403 80 800 2 o 620 800
Película de esmalte 300 130 950 3 o 620 949
Glozeomento o vócuo 300 55 950 1 o 620 949
Glozeomento sem vácuo 300 130 930 9 o - -
Correções, baixo fusão 300 55 660 3 0,5 380 659
G lozeamento, baixo fusão 300 55 645 3 0,5 - -

·FIGURA 7-9 (CONT}. Visão fi nal das restaurações após a remoção do material refratário (7-9mm). Pelo fato de o modelo
de tecido mole não apresentar precisão nos relações oclusais, o reposic ionamento dos facetas sobre os troquéis originais
pode não ser possível (7 -9 nn, ponta da seta demonstrando o assentamento parcial da restauração). Sendo assim, o modelo
sólido dever ser usado. Tanto a luz direto como a transluminação (7-900, 7-9pp) apresentem o traba lho bem-sucedido do
ceramista: o corpo de toda o bordo incisiva não difere da porte cervical de suporte dental do restauração, e é impossível
d istinguir essas duas áreas, apesar dos estruturas subjacentes bastante di ferentes (observe a visão do prepa ro dental inserido
em 7-900) . (As Figs. 7-900 a 7-9qq foram reimpressas com a perm issão de Magne e Magne. 54)

318

PEÇA JATEADA

1
k- • j

7-911 7-9mm 7-9nn


7-9pp 7-9qq

7-9rr

FIGURA 7-9 (CONT.). Uma luz escura usada poro avaliar a fluorescência revela o uso equilibrado de vários pigmentos
{7-9qq). O uso de batom pode fazer com que os dentes pareçam mais claros e realça os características do esmalte (7-9rr).
As visões gerais finais demonstram integração satisfatória com os dentes inferiores (7-9ss a 7-9uu). Visões detalhadas dos
passos de diagnóstico para este caso podem ser encontradas na figura 5-5, o preparo dental na figura 6-3 e as visões de
acompanhamento, na figura 4-8.

7 9ss 7-9tt

7-9uu


7 PROCEDlMENTOS LABORATORIAIS

EFEITOS ESPECIAIS horizontal da face vestibular e o posiciona-


mento ,d os ângulos de transição mesial e disto I
Efeitos de forma foram utilizados poro faze r com que os dentes
parecessem mais curtos do que realmen te
Como mencionado no capítulo 4 (sob "Encera- eram. O efeito oposto (fazer com que os den-
mento diagnóstico") 1 características especiais da tes parecessem mais longos) teria sido obtido
arquitetura da face vestibular podem ser utiliza- através do aplainamento da face vestibular e
das para criar a ilusão de dentes mais curtos ou do posiciono,nento dos ângulos de transição
maiores. Esses efeitos devem ser integrados no mais próximos do centro do dente. As ilustrações
enceramento diagnóstico inicial. A figura 7-1 O esquen1óticos dos possíveis alterações ópticas
apresenta um caso em que o comprimento da das formas dentais são dadas nas figuras 7-1 Og
coroa teve de ser substancia lmente aumentado a 7 - l Oi. Outros truques úteis de efeitos especiais
para se conformar ao contorno do lábio inferior podem ser encontrados em trabalhos clássicos
e restaurar a coesão do sorriso. O segmento publicados por Lombardi 56 e Goldstein. 57

FIGURA 7-1O. EFEITOS ESPECIAIS COMPENSANDO O COMPRIMENTO EA LARGURA DO DENTE. O paciente apresentou-
. se após um tratamento combinado ortognático/ortodôntico (ver Fig. 5-12). A situação inicial revela incisivos desgastados
e linha de sorriso invertida (7-1 Oa). Foi planejado um aumento significativo do comprimento incisivo, permitindo o recu-
peração de uma curvo incisiva positiva em conformidade com o contorno labia l (7-1 Ob}. Para compensar o comprimento
excessivo dos incisivos centrai s, a face vestibular do restauração de porcelana fo i dividido em vários segmentos horizontais
representando diferentes planos (7- l Oc} . Visões intra bucais pós-operatórias (7 -1 Od a 7 - 1OD. A luz do câmera do sistema
de flash pode refletir apenas um segmento em um momento (7- 1Oe, finhas e setas indicam pelo menos três segmentos) ,
dando o ilusão de um dente mais curto. A explicação teórica de tal ilusão é dada na figura 7-1 Og. (As Figs. 7- 1Od e 7- l Oe
foram reimpressas com o autorização de Bel ser et ai. 55)

322
--

7-1 Oc


7-1 Oe 7-1 Of

"DE NTE MUITO GRANDE" "DENTE MUITO LONGO"

7-lOg

FIGURA 7- 1O (CONT.). 11 li e Ili representam diferentes segmentos hornzontais do face vestibular (7- 1Og). Um dente que
parece "muito grande" (ou "muit~ pequeno") pode ser corrigido através do posicionamento dos ângulos de transição mais
próximos do centro do dente e aplainamento da face vestibular para obter um segmento central maior (7- 1Og, à esquerdo).
Um dente que parece "muito longo" (ou "muito curto") é corrigido posicionando -se os ângulos de transição mais próximos
. do face proximal e dividindo-se a face vestibular em pelo menos três segmentos distintos (7- l Og, à direita) . Os incisivos
centrais em 7-1 Oh (porte superior) apresentam o mesma largura. A imagem foi alterada digita lmente através do suave mo-
vimentação das cristas mesiais, distolmente para o incisivo central direito e mesialmente poro o incisivo centra l esquerdo;
como resultado, o incisivo central esquerdo agora parece maior e mais próximo (7-1 Oh, porte inferior). Quando os ângulos
de transição são mantidos, variações na forma proximal provavelmente não geram alterações maiores no comprimento
a·p orente da coroa (7-1Oi); esse princípio é usado poro o fechamento de diastema e pode ser combinado com outros
efeitos, sendo a extensão interdentol do porcelana realizado com uma porcelana radicular mais saturada (7 - 1Oi, óreos
avermelhadas) (ver também Fig. 4-5).
7-1 Oh

FECHAMENTO DE DIASTEMA

e---::--
. .-.:-.)


7-101
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

Efeitos de mascaramento mento, obtido pelo integração de um certo grau


de opacidade dentro da peço cerâmica (isto é,
Mascaramento intrínseco seletivo. Após o prepa - pelo mascaramento intrínseco seletivo). A técni-
ro dental, os descolorações residuais do esmalte ca de troque i refratário oferece a possibi lidade
e do dentina resistentes ao clareamento podem de incorpora r uma camada fina e localizada de
prejudicar a integração óptico final da peça cerâm ica opaca dentro da primeira camada da
cerâmico. Diferentes métodos têm sido pro- restauração. As cerâmicas apresentam maior
postos para mascarar os áreas descoloridas da capacidade de mascaramento do que as resinas
estruturo dental durante o processo de foceto- compostas. Como ilustrado na figura 7- 11c, o
mento . Os defeitos superficiais e localizados {po r ceramista procede a aplicação seletiva de um
ex., manchas broncas do esmalte) podem ser forramento cerâmico opaco; este não deve co-
removidos mecanicamente durante o preparo brir o superfície inteira preparada, a menos que
denta 1. Reentrâ ncios e exposições denti nárias seja necessário pelo extensão da descoloração.
relacionadas com o erradicação mecânica da Isso é particularmente importante no sentido de
área manchado podem ser imediatamente tra- limitar a área de forramento opaco quando o
tados com um agente adesivo (e aplicação de dente apresenta superfícies cervical e marginal
resino composto) paro restabelecer um contorno sem mancha; visões intrabucais (Fig . 7- 11 b)
adequado do preparo. Essa abordagem, con- são utilizadas como mapas topográficos para
tu do, permanece restrito devido à capacidade localizar as áreas manchadas. Dessa forma,
limitado das resinas compostos atuais. Além as facetas definitivas (Fig. 7-1 1e) se compor-
disso, espessas camadas de agente adesivo ou taram opticomente como facetas regulares,
resina composto não devem ser aplicadas (ver especialmente em re lação à gengiva marginal
próxima seção sobre "Configuração da peça (redistribuição luminosa ótima, nenhuma "linha
cerâm ica"). Nesses casos, como também no bronco opaco") e, simultaneamente, apresentam
descoloração extensivo (Fig. 7- 11 ), uma outra zonas opacas localizadas mascarando somente
abordagem conservadora é recomendada: a as áreas manchados dos dentes.
estrutura descolorida é mantida e o mascaro-

FIGURA 7- 1 l : COMPENSAÇÃO DA DESCOLORAÇÃO RESIDUAL NA ESTRUTURA DENTAL. O paciente originalmente se


apresentou com d isplosia genera lizada e coroas totais preexistentes nos dentes anteriores superiores. Após uma fase pre-
paratório complexa (ver Fig.4-12), coroas provisórios de segunda geração foram colocadas nestes dentes superiores, e os
incisivos e pré-molares inferiores foram preparados para receberem cerâmicos adesivas (7- 1 1a). Vários visões intrabucois
· dos superfícies preparadas foram tirados, incluindo fotog rafias com uma escola de cores confeccionada correspondente ao
manchamento residual (7- 1 1b) . Esses sfides foram usados pelo ceram ista como mapas topográficos poro co locar manchas
d istintas de forramento opaco sobre os troquéis refratários (7-1 1c). Pós trans lúcidos foram utilizados cervical e incisivamente,
pois essas áreas não estavam significativamente 1nanchados (7 -1 1d). A superfície interno dos facetas definitivas demonstra
uma zona opaca intrínseca e li1nitada (7-11 e, ponto dos setas). Situação clínico logo após a prova (7- 11f). As facetas foram
provados alternadamente para controlar o efeito de mascaramento (7 -11 g, 7- 1 l h); uma geléia de g licerina trans lúcida
neutro pode ser usada como uma posto de prova.

326

7-11 a 7-11 b

7-11 e 7-11 d 7-11 e


·- •
.

..

7- l 1f l - 1l g

7-1 l h
7 PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS

Quando se segue o conceito de mascaramento Quando do tratamento de dentes com clarea-


intrínseco seletivo, a restauração de porcelana mento preliminar malsucedido, quaisquer proce -
inerentemente mascara a descoloração, que d imentos adesivos devem ser evitados por pelos
é notável no estágio de prova (Fig . 7 - l l h) . A 2 a 4 semanas após o final do cloreamento,
vantagem princ ipal é que as resinas compostas pois os remanescentes de oxigên io podem inibir
com translucidez regular podem ser usadas para a resistência adesiva. O clareamento de dentes
o cimentação (não há necessidade de agentes vitalizados sob restaurações de porcelana sem-
de cimentação opacos ou sem transparência). pre é possível e valioso; 58 ele não pode a lterar
a co r da porcelana, mas pode aumentar a cor
O mascaramento intrínseco seletivo contrasta aparente dos dentes no caso de descoloração
com outras técnicas util izadas para esconder recorrente.
a descoloração. Um método comum ignora
a descoloração até o cimentação final da res- Masca ramento preventivo de dentes desvi-
tau ração; em uma cerâmico sem opacidade talizados. Dentes desvitalizados são caracteriza-
acentuada, uma resina opaca líquida deve ser dos pe la cor instável. Todavia, pe lo fato de as
pintada no superfície interna da peça cerâm ica. RAP poderem se r colocadas sem a invasão da
O resultado é imprevisível, pois esses fo rradores face palatal (ver Fig. 4-7), é possível o cl area-
opacos orgânicos não podem ser pol imerizados mento interno em dentes sem polpa com facetas
antes de a restauração ser assentadas (a polime- de porce lana presentes. Uma abordagem pre -
rização preliminar sofreria o risco de a lterar a ventiva pode antecipar a possível reincidência
adaptação da restauração). Como resultado, através de um forramento opaco un iforme e
a espessura e extensão da resina pintada são moderado à peça cerâmica, no momento da
muito variáveis. confecção .

Qua ndo necessári o, o po rcelana deve in- Para obter resultados uniformes quando do fo-
tegra r um fo rrado r intrín seco opa co po ro cetamento de dentes vital izados e desvitalizados,
co mpe nsar a d escoloração resid ual denta l, a mesrr1a técnica de estratificação {incluindo
e o uso de cimentos resinosos opa cos deve fo rra dor opaco) deve ser aplicada em todos os
ser evita do . O uso de agentes de cimenta- dentes.
ção opa cos pode rá se r respo nsável pelas
lin has brancas nas margens da restaura çã o,
opacidade uniforme desnecessária da peço
cerâ m ico e distribuição luminosa desfavorá vel
"'
co m os tecidos moles ci rcundantes .

FIGURA 7-1 1 (CONT.). As restaurações inferiores estão unidas, porém as provisórias de acrílico ainda estão no local nos
dentes anteriores superiores (7-11 i); uma moldagem separada seró real izada poro co nfeccionar os coroas superiores de-
fi nitivas. Apesar do descoloração residua l subjacente nos dentes inferiores, os restaurações foram unidas com uma resina
composta translúcido . A cerâmica integrou-se bem devido ao mascaramento seletivo intrínseco. Nenhum forramento opaco
foi necessário no nível cervical, otimizando o interação ó ptica com os tecidos circundantes (7- 1 l j}. Visões adicionais deste
caso podem ser encontradas na figura 4 - 12.

328

7-11 i
7 PROCEDIMEI\.TOS LABORATORIAIS

- ~

CONFIGU RAÇAO DA PEÇA CERAMICA

A performance estrutural dos materiais dentá- A proporção CR/ CER parece ter uma influência
rios frágeis não pode ser diretamente correla- relevante sobre o distribuição de tensão em um
cionada com seus valores de resistência .59 As laminado de porcelana devido tanto à contra -
propriedades cerâmicas padrões {resistência ção de polimerização dos cimentos resinosos
flexura l, res istência à fraturo} não são suficien- como à combinação imperfeita do coeficiente
tes para serem responsáveis pelas falhas em de expansão térmico dos dois matérias restau -
uma situação clínico. Fatores de configuração rado res envolvidos.
do restauração também desempenham um
pape l importante, e o espessura pode ser o Esses achados importa ntes são resumidos na fi -
mais re levante, pois elo pode ser controlado gura 7- 12, que também auxilia no entendimento
ob jetivamente pelo operador (tanto pelo clínico dos elementos que podem afetar diretamente
como pelo técnico}. Na verdade, freqüentemen - a propo rção CR/ CER e, portanto, o propen-
te se questiono se existem orientações lógicos são à trinca, isto é, um cimento resinoso que
definindo a espessura mínimo possível de uma seja muito espesso {> 200 µm) e uma faceta
RAP anterior. Atua lmente, não existem números cerâm ica que seja rnui to fina ( < 600 µm). Suo
mágicos que fixem o limite no qua l o peço ce- combinação levo, logicamente, a um risco de
râmico torno-se muito fraco intrinsecamente. A falha rnois alto {Fig. 7-12, D). Implicações in -
integridade estrutural do restauração resulto no diretos são gerados tanto pelo ceramista como
maior porte de suo adesão à estruturo dental. pelo clínico:
O risco teórico de falha deve, todavia, inclu ir
todos os elementos do complexo dente-restau - • Quando a porcelana pretender reproduzir o
ra ção, inclusive o cimento resinoso. O termo contorno preexistente do dente (sem contorno
propensão à fenda, ao invés de propriedades ad icional), o cerâmico deverá ser fina e o pro-
específicas do material, tem sido proposto poro porção CR/CER será comprometida. Nessa
caracterizar o performance estrutural do sistema situação, somente uma adaptação interno
restaurador g loba l. muito precisa do restauração ( < 100 µm)
prevenirá a proporção CR/CER de cair abai-
Análises numéricos-experimentais têm de- xo do valor recomendado de 3,0 (Fig . 7-12,
monstrado que o propensão à fenda da por- B). A importância de uma redução denta l
celana pode estar relacionado à respectiva controlada e uniforme deve ser assinalada,
espessura do cimento resinoso {CR) e do pois a espessura mínimo e homogêneo da
cerâmica (CER) . 12•13 cerâmica proporcionará à restauração uma
configuração favorável (alta proporção CR/
As medidos dos cerâmicos e cimentos resinosos CER). No caso de superfícies de esmalte des -
foram tomadas em diferentes locais da restau- gostadas, é essencial restabelecer o volume
ração (vestibular, incisai, proximal). Quando a original do dente. O uso de um encero mento
proporção desses valores (CR/CE R) paro cada diagnóstico aditivo e as matrizes de silico-
· localização foi considerada, diferenças signifi- ne correspondentes são imperativos nesse
cativas foram observados: a maioria das facetas sentido, pois elas aumentam a espessura
de porcelana com trincos exib iu uma propor- potencia
,
I da cerâmica (Figs. 7 - l 2, A e C).
ção vestibular abaixo de 3,0, ao posso que o • E essencial obter uma adaptação precisa da
maioria dos espécimes sem trincos teve um a restauração, especialmente no nível vestibu-
proporção vestibular maior do que este valor. looxia l do preparo, que freqüentemente

330
PROCEDIMENTOS LABORATORIAIS 7

apresenta a espessura cerâmica mais baixa. A qualidade melhorada, tanto dos preparos
Durante os procedimentos la boratoriais, o {contornos lisos, ausência de reentrâncias)
espaçador de troquei deve ser cuidadosa - con10 das moldagens finais, facilitarão signifi-
mente aplicado para evitar uma espessura cativamente o traba lho do ceramista, usando
excessiva de cimento res inoso nesse locai. 60 ao mínimo o espoçodor de troquei.

-
PROPORÇAO VESTIBULAR CR / CER

--
DE FALHA
7-12

FIGURE 7- 12: POSSÍVEL VARIAÇÃO DA ESPESSURA DO MATERIAL RESTAURADOR E PROPENSÃO À FENDA CORRES-
PONDENTE. A espessura do cerômica (CER) e da resina composta (CR) foi variada para simular quatro casos clinicamente
relevantes (A a D). A proporção (R) CR/ CER é dado, juntamente com o espessura média dos ma teriais restauradores em
parênteses (em mícron}. Os quatro dentes preparados são idênticos. As facetas A e C são mais espessas para simular um
contorno aditivo, ao passo que as facetas B e D foram manlidas finas poro reproduzir o contorno original do dente. A
espessura do cimento resinoso é de l 00 µm poro A e B e 200 µm pa ra C e D. Riscos mínimos de falha são co nstatados
nos facetas mais espessos (> 600 µm} com cimentos resinosos finos(< 200 µm), uma configuração que mantém uma alta
proporção CR/ CER (> 3 ,0).

331
7 PROCEOh\t\ENTOS LABORATORIAIS

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332
PROCEDl1"'ENTOS LABORATORIAIS 7

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333

,
CAPITULO 8

A integridade estrutural do dente intacto tem sido explicado em parte


através da re lação estrutura/propriedade na junção esmalte-dentina (JED).
O esmalte e a dentina, em si, não apresentam prop riedades mecânicas
superiores. Todavia, quando combinados no JED, eles representam uma
estrutura única que pode assegurar função e transferência de tensões
ótimas durante toda o vida. A mesma afirmação pode ser sustentado poro
as restaurações adesivos de porcelana, e a JED estabelece uma referência
para o complexo restaurador cerâmica-resina composta-dente. O sucesso
na adesão da peça cerâmica pode ser obtido pela rigorosa aplicação de
procedimentos seqüenciais, incluindo o cond icionamento específico das
superfícies envolvidas, isto é, a superfície cerâmica (cond icionamento e
ap licação de silano) e os tecidos dentais mineralizados (condicionamento
do esmalte, condicionamento do dentina) . Este capítulo trota, em detalhe,
de cada posso dos procedimentos de cimentação . Considerações adicio-
na is incluem abordagem especial da adesão dentinária, possíveis efeitos
da contração de polimerização e propensão o fendas da porcela no.

335
8 PROVA E PROCEDIM ENTOS DE CIMENTAÇÃO ADESIVOS

-
ESCOLHA DA RESINA COMPOSTA PARA CIMENTAÇAO

No que diz respeito ao sucesso do adesão, mais altos (por ex., 800 o 1.000 mW/ cm 2),
esta se baseio no preparo adequado e con- tempos de polimerização reduzidos de 60 o 90
dicionamento das superfícies envolvidos. Esse segundos por superfície, são suficientes paro
condicionamento deve finalmente proporcionar RAP anteriores, que são mais finos do que os
uma adesão durável entre o substrato (dente ou inloys e onloys. Concluindo:
porcelana) e o cimento resinoso. A escolho deste
1. As RAP anteriores podem ser cimentadas
último origino um problema crítico: devido à
utilizando-se uma resina composto resta u-
sua capacidade de fluir e outopo limerizar, ma-
radora fotopolimerizável regu la r, desde que
teriais de duplo polimerização são erroneamente
um modo extenso de polimerização se ja
preferidos a resinas compostos mais viscosos e
aplicado. As resinas fotopol imerizáveis tra-
apenas polimerizáveis. Nenhum estudo científico
dicionais oferecem vantagens cons ideráveis
realizou a distinção entre a pe rformance clínica
devido à facilidade de manipulação (tempo
desses mate riais. Contudo, nenhum irá discor-
de traba lho ilimitado, consistência ideal), 2
dar do fato de que tempo de trabalho suficiente
propriedades físico-mecânicas favoráveis (alto
é essencia I para o correto posicionamento
conteúdo de carga) e estabilidade de cor. 4
da restau ração e o eliminação cuidadosa do
excesso de resina. Nesse sentido, os cimentos Deve -se selecionar, de preferência, uma re-
de duplo po limerização estão sujeitos o contro - sina composta neutro {Fig . 8-1 ), que perm ita
vérsias: sua capacidade de autopolimerização uma redistribuição de luz e profundidade de
está inversamente re lacionado ao seu tempo de polimerização (isto é, translucidez do tipo inci-
trabalho e seu escoamento dificulta a remoção sivo), que seja compatível com a luminosida-
do excesso de resina. Um outro d il ema das de inerente da restauração,, em si (isto é,
resinas compostas de duplo polimerização é o levernente fluorescente). E importante lembrar
comprometimento entre seu grou de conversão que a viscosidade dos resinas compostos está
e sua instabilidade de cor devido à degradação inveirsamente relacio nada à tempe ratu ro .5
do a mina . 1 As híbridos finos podem se espessar muito
quando manipuladas em ambientes com
Por essas razões combinados, as resinas com- ar-condicionado frio. Nesse caso, o coloca-
postas fotopolimerizóveis restau radoras (híbri- ção da seringa de resina composta em uma
das finas) foram propostas como agentes de embalagem que posso ser novamente selada
cimentação, mesmo para inloys cerâmicos. Foi e colocada em banho com água morna re-
dernonstrado que as resinas de dupla polimeri- duzirá a espessura da película.
zação não ap resentavam nenhuma vantagem
sobre os produtos apenas fotopolimerizóveis, 2 . No maioria dos casos clínicos, os cimentos de
com relação ao índice de polimerização, desde dupla polimerização podem não ser necessá-
que cada superfície proximal restaurado fosse rios devido à dificuldade de manipulação e
po limerizada por pelo menos 120 segundos estab ilidade químico incerta (degradação da
. (modo de polimerização regular). 2 Esse proto- omino). A indicação para produtos de dupla
co lo de cimentação tem sido utilizado com su- polimerização permanece limitada a peças
cesso por mais de 8 anos, mesmo nos casos de cerâmicas de espessura vestibula r extrema (>
restaurações adesivos de porcelana anteriores 2 m,n ) ou para situações em que os facetas
(RAP) com espaços maio res da borda incisiva se tornaram a ltamente opacas (pelo desco-
de cerâmica. 3 O uso de modos de intensidade loração residua l severa).

336
LUZ ESCURA

8-1 o 8-1b
LUZ DIRETA LUZ INDIRETA

, •

.i


..
~


• •
• "' •
:JJ

Q • •... ••

8-1 c

I' .-

8-1e

. FIGURA 8-1: AMOSTRAS DE RESINAS COMPOSTAS INCISIVAS POLIMERIZADAS. Devido à natureza neutro e translúcida,
os cores incisivos dos materiais restauradores fotopolimerizáveis regulares podem ser usados como agentes de cimentação
nas RAP anteriores (8- 1a). As propriedades estéticas dos materiais selecionados podem ser avaliadas sob uma luz escura
(8- 1b, apresentando duas cores incisivos, sendo o do direito insuficientemente luminescente). A luz direto {8- 1c) ou transmitida
(8- 1d) também deve revelar um certo grou de opalescência. Alguns lotes do material podem apresentar numerosas lacunas
de ar (visíveis em 8- l c e 8-1 d), que devem ser detectadas antes da manipulação, através da pressão de uma amostra do
material com duas lâminas de vidro (8-1 e).
8 PROVA E PROCEDlfv1ENTOS DE ( IMENTACÃO A DESIVOS
-

,
PROVA E PASSOS PREPARATORIOS

A inserção final da peça cerâmica deve ser pre - restaurações são mostradas ao paciente com
cedida de uma prova meticu losa {Fig . 8-2 ). Após um ,espelho pa ra a verificação dos atributos
a remoção do provisório, uma ta ça de silicone estéticos e certificação de que o modelo
(Hawe-Neos} macia e uma pasta abrasiva leve diagnóstico foi respeitado. Em nen hum mo-
são util izadas para limpar as superfícies prepa- mento deve ser perm itid o ao paciente fechar
radas. Quando os provisórios forem ma ntidos totalmente a mordida . Isso pode provocar
através do condicionamento em um único ponto frotL,ro.
{ver Figs. 6-25g a 6-25i), um raspador ou d isco
abrasivo (em baixa rotação} deverá ser uti lizado Tempo de prova superior deve ser evitado, pois
para remover a resina adesiva da área (ponto) o desidrata ção dos dentes de referência pode
condicionada . A seguinte seqüência de p rovo alterar a avaliação do cor. Nenhuma posta de
é recomendada : prova é necessária, considerando -se que a peça
de porce lana deve apresentar propriedades
1. As restaurações devem ser analisadas primei- ópticas intrínsecos {ver Fig. 7-11 ). As superfícies
ramente sobre seus troquéis de gesso origi- de porcelana contaminadas pelos produtos de
nais (assenta mento e adaptação marginal). provo d evem ser cuidadosamente limpas com
2 . Cada restau ração é, dessa formo, colocado solventes de resi na (acetona, etano l, metanol
ind ividua lmente, in situ, paro a adaptação ou cloreto de metileno) .67
ser analisada com uma sonda. Note que o
assentam ento parcial raramente é devido a Quando uma técnico de troquei refratário for
prob lemas ·de adaptação interna , mas resulta utilizado, o restauração deverá ser finalizada o
tipicamente do excesso de resina para cimen- quanto antes do primeiro prova, pois somente
tação provisória que se acumula sobre os su- cerâmicas de baixa fusão podem ser utilizados
perfícies interdentais dos dentes ad jacentes. uma vez removido o material de troquei refra-
3. Todas as restaurações são, dessa forma, co - tário. No maioria dos casos, o procedimento
locadas em grupos adjacentes para verificar de provo deve apenas confirmar o modelo
as relações proximais. diagnóstico e ser imediatamente seguido da
4. Uma vez adaptadas em conjunto, in situ, as cimentação final.
.;,

FIGURA 8-2: PROVA. A remoção dos provisórios (8-20) revelo res inas sem carga cobri ndo a superfície interna das facetas,
com exceção do área (ponto) condicionado (8-2b, ponta da seta}; a resino sem cargo deve ser removido do local co rres-
pondente do superfície dental com uma cure1a ou disco abrasivo em ba ixa rotação (8-2c). Os prepares dentais são, dessa
forma , limpos com uma posta abrasiva sua ve e uma taça de borr·acho (8 -2d). As resta urações devem ser verificadas nos
modelos de gesso, primeiro individualmente, em seguido, nos gru pos adjacentes (8-2e a 8 -29). O mesrno procedimento
é realizado na boca (8-2h, 8-2 i) .

338

8-2c 8-2d

(
I /

8-2e

8-2h 8-2i
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE C iiVtENTAÇÃO A DESIVOS

A prova sempre resulta em algum tipo de con- difícil . Uma últi ma provo da faceta laminada
taminação química das superfícies a sofrerem deve ser rea lizada sob dique de borracha . In-
adesão e, desta forma, em redução potencial formação ad ici ona l poro o assentamento final
do futura adesão. Conseqüentemente, as pode ser encontra do poste riormente neste ca -
superfícies cerâmicas e de esmalte devem pítulo , sob o título 'Ajustes interdenta is du rante
ser sistematicamente condicionadas após o os procedimentos de cimentação". O processo
prova e não antes. 8 completo de adesão é, assim, rea lizado após os
segme11tos de matrizes tra nspa rentes e cu nhas
Como para todas os técnicos adesivas, o in- interdentais terem sido colocados. Esta último
serção defi nitiva das restaurações tem de ser preocu pa ção protege do cond icioname nto os
preced ida de isolame nto ótimo do campo de dentes ad jace ntes, facilita a inserção do fa ceta
tra balho co m dique de borracha ou, pelo me- lam inada em suo pos ição fina l e, fina lmente,
nos, inserçã o de fio retrator caso a a plicação de previn e o acú mulo de excesso de resina com -
dique de bo rracha se apresente extremam ente posta na área interproxima l.

FIGURA 8-2 (CONT.). O assentamento das RAP deve ser avaliado através do provo dos resta urações em grupos adjacentes
(8-2 j, 8-2k). Os ajustes finais, toda via, devem ser rea lizados após o colocação do dique de borracho . Este último é co locado
. sobre os dentes que sofrerão adesão, incluindo um dente adicional em cada lodo do segmento considerado; o cimentação
dos quatro incisivos implico no colocação do dique de borracho de cani no o can ino e grampos nos primeiros pré-molares
(8-21). Um ca1Tipo operató rio ótimo pode ser obtido através do colocação de um gram po adicional (nº 9 ou 12, lvory) no
pri meiro dente a sofrer adesão (8 -2 m, retângulo sólido; 8-211); o grampo é posicio11ado no próximo dente, conforme avança
a ci mentação (8-2 m, retông ufos pontilhados). Uma de cada vez, a restauração é provada novamente poro os a justes finais
(8-20); cun has de madeiro e uma matriz são colocados paro proteger os dentes ad jacentes do conta minação por substâncias
químicas e pelo agente de cimentação (8-2 p). (O co so conti nuo nos Figs. 8-5 a 8 -8. Paciente trotado com a colaboração
do Dr. N. Perokis, Universi dade de Genebra.)

340

8-21

8-2k

8-21

8-2n 8-20 8-2p


8 PROVA E PROCEDltv\ENTOS DE ( tMENTAÇÃO A DESIVOS

,. /'\

CONDICIONAMENTO DA SUPERFICIE CERAMICA


I

E de amplo conhecimento e baseado em evi- lntertravamento micromecânico: cond i-


dência científica, que uma combinação de in- ciona rnento com ácido fluorídrico
tertravamento mecânico (condicionamento com
ácido fluorídrico) e adesão química (si lanização) Um protocolo comum é a aplicação de ácido
é necessária pa ra obter uma adesão mais efetiva fluorídrico a l 0% (HF), por 90 segundos (por
das porcelanas fel dspáticas. 9•1º ex., Biodent I nlay- Keromik, Dentsply/ De Trey),
na superfície interna da restauração (Fig . 8-3b).
A manipulação cuidadosa da restauração é ne - Este procedimento tem de ser reali zado sob
cessária durante os passos de condicionamento. medidos protetoras rígidos, compreendendo
Cera pegajosa mole pode ser utilizada poro o uso de luvas de borracho, máscara e óculos
manter a peça cerâmica no extremidade pla no protetor.
de um instrumento (Fig. 8 -30), por exemplo, um
co lcador de amálgama antigo. Após a lavagem (Fig. 8-3c), o resíduo cerâ -
mico e os sais remineralizadores (Figs. 8-3d
e 8-3e) 11 devem ser eliminados através da
colocação do restauração em água destilada,
álcool a 95% ou acetona, em um banho ultra-
sônico po r 4 a 5 minutos (Figs . 8-3f e 8-3g).

8-30

"
FIGURA 8-3: CONDICIONAMENTO E LIMPEZA DA PEÇA CERAMICA. A peça cerâmico pode ser facilmen1e manipulado
utilizando-se um instrumento com ponta plana (por ex., o Accu Plocer, Hu-Friedy, ou u1n calcador de am61gama grande) e
cera pegajosa {8-3a). A superfície interna do cerâmico é condicionada com ácido fluorídrico o l 0%, por 90 segundos {8 -3b),
e lavado (8-3c). Mesmo a lavagem copiosa é insuficiente paro limpar o porcelana, que freqüentemente é contaminada por
um resíduo ou depósito branco (8 -3d; 8-3e, micrografio eletrônica de varred ura, aumento de l .200 x do original). Estes
últimos são removidos seletivamente através do colocação das restaurações em um banho ultra-sônico (em álcool a 95%,
acetona ou óguo destilada), por 4 a 5 minutos (8-3f, 8-3g).

342

8-3b 8-3c

ATENÇÃO!
,
RESIDUOS DEVEM
SER REMOVIDOS

8-3d
t .

-,:;· .---
----~ -----------·-=
-

~-. • ••
8-3f 8-3g
8 PROVA E PROCEDltv\ENTOS DE C IMENTAÇÃO A DESIVOS

Devido à abundante motriz vítreo circundando vidro hidrotérmico Ducero LFC [Ducera]). Pas -
o fase cristalino, as porce lanas feldspáticos ofe- sos adicionais são necessá rios para alguns
recem uma estruturo ideal poro o condiciona- desses produtos gerarem um intertravamento
mento com ácido fluorídrico (HF) : o dissolução mecânico positivo, por exemplo, através da
do matriz vítrea finalmente cria túneis e orifícios sinterização das partículas de sílica. 14
retentivos entre os cristais ácido-resistentes (Fig. • Vidros ceramizo dos prensados com calor,
8-4). A limpeza ultra-sônica é essencial para à base de lítio, podem ser eficientemente
alargar e aumentar o acesso a essas reentrân - condicionados com HF e si lanizados, ao
cias. 12 A análise de espectroscopia de energia passo que a adesão dos vidros ceramizados
dispersivo tem demonstrado que os precipitados prensados com calor, à base de leucita, é
cristalinos sobre os superfícies condicionadas, dominada apenas pela união química (silono)
que não são prontamente solúveis em água, e pode ser significativamente enfraquecida
são os produtos de reação do sódio, potássio, pela ap licação do ácido. 15
cálcio e alumínio. Os precipitados permanecem
sobre a superfície após a aplicação do ácido;
eles só podem ser removidos através de limpeza União química : silanização
ultra-sôn ico, não através de lavagem. 13
Para evitar o contaminação, a prova final da
Os profissionais devem ser extremamente pru- restauração (Fig. 8-Sb) deve sempre preceder
dentes quando do condicionamento de outros o condicionamento com ácido fluorídrico (Fig.
tipos cerâm icos. Eles devem estar conscientes 8-Sb) e silanização. Devido ao conteúdo de
de que a resistência à tração de fratura dos sílica da porcelana feldspática, uma adesão
zonas de adesão resina composta-cerâmico é quírnica pode ser potencialmente obtida entre
controlado primariamente pela microestrutura a porcelana e o cimento resinoso. Essa união
cerâmica e trotamento da superfície cerâmica. requer moléculas de ligação, isto é, y -metacrilo-
Por exemp lo : xipropi I tri metoxisi lano, tom bém denominados
si la nos organofu nci ona is. Eles são uti Iizados
• O condicionamento com HF é incapaz de ge- tipicamente como promotores da adesão entre
rar uma superfície retentivo sobre cerâmicas os substratos ino rgânicos e os polímeros orgâ-
altamente cristalinas, com conteúdo vítreo nicos. A porcelana tratada com silano oferece
insuficiente (por ex., os materiais de corpo mol habilida de superior e os grupos metacrila-
ln-Ceram [Vito] ou Procera [Nobel Biocare]) tos podem formar uma adesão com os grupos
ou cerâmicas não-cristalinas puras (por ex., meta cri lotos da resino .

A ,

FIGURA 8-4: MICROGRAFIAS ELETRON ICAS DE VARREDURA DA PORCELANA FELDSPATICA. (Porte superior) Visão
ampliada da superfície do porcelana (C reation, Klema) após a re,noção si1nulado do material de revestime nto, através do
jateamenio corn partícu las de vid ro de 50 µm . O caráter retentivo dessa superfície é insuficiente; não é observado nenhuma
reentrância profunda . Aumento de 1.200 x do original. (lv1eio) Visão geral do amostro cerâmico para comparação entre
os superfícies micro jateodos e microjateodos/co ndicionados. Aumento de 300 x do original. (Parte inferior) Superfície da
porcelana após o condicionamento com ácido fl uorídrico a 10%, por 90 segundos (Retentionsgel, Biodent), e limpeza ultro-
sônica. A superfície estó a ltamente rete ntivo e apresento conexões ("túneis") entre os microporosi dades (ponta dos setas).
Aumento de 1.200 x do origina 1.

344

8-4
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE ( li\i\ENTACÃO A DESIVOS

A silonizoção do porcelana é, de foto, um o uso de um secador de cabelo. Acredito-se


procedimento delicado e sensível, e deve ser que elimine a água e os outros agentes de
real izada de acordo com as diretrizes científicas contaminação.
estabeleci.das : 16
A ligação química com cerâmicas altamente
• Os silonos devem ser comprados em um cristalinas, com pobre conteúdo de sílica (por
estado inativo, pois em um amb iente aquo- ex., ln -Ceram, Procero), necessita de assistên-
so os silanos ativados reagem entre si e se cia do cobertura de sílica triboquím ico (Cojet,
precipitam foro do so lução. Por essa razão, 3M Espe) para criar locais de ligação para as
os silonos com componentes duplos (sistemas moléculas de silano.
com dois frascos, por ex., Silicoup, Heroeus
Kulzer; Fig. 8-Sc) são os preferidos a produtos
de frasco único. Aplicação de resina adesiva e cimento

resinoso
• As soluções de silano contêm alto volume de
solventes (po r ex., acetato de Etilo a 90% no
As resinas fotopolimerizáveis devem ser prepa-
Frasco A do Silicoup); os recipientes inade -
radas com antecedência, sobre um bloco paro
quadamente fechados ou abertos perm item
manipu lação, e protegidas com um protetor de
uma rápida evaporação e afetam a eficiência
luz (Fig. 8-Sg; Vivapad, Vivadent). O preparo
do si lano. Nos produtos de dois frascos, um
final da superfície cerâmica é obtido através do
frasco contém o ácido (por ex. , aproxima-
ap licação de uma camada adesiva sobre a su-
domente ácido acético o 5% no Frasco A do
perfície interna da cerâmico {Figs. 8-Sh e 8-Si),
Silicoup) e o outro silono não-hidrolizado
seguido do ade lgaçamento dessa camada com
(Frasco B) para ser ativado (hi drolizodo via
um suave jato de ar. Uma porção homogênea
ácido). Tal produto pode ser utilizado por
de uma resina composta híbrida fina do tipo
4 semanas após a ativação. Após o seca-
incisiva (por ex., Herculite Incisai LT, Kerr) é,
gem, a superfície cerâmica condicionada
assim, aplicada à superfície da cerâmica {Figs.
é coberta com 2 a 3 camadas de solução 8-Sj e 8-Sk). Atenção particular deve ser dado
ativa de silano (Figs. 8-Sd e 8 -Se). Deve ser
para evitar a incorporação de bolhas de ar
perm itida a evaporação do solvente entre as
entre o resina composto e a cerâmica. Isso cria
camadas.
áreas de absorção de luz (manchas cinzas), que
• O tratame nto com calor aumenta signifi- podem ser visíveis após a cimentação . O uso
cativamente o efeito promotor do silano 8, 17 de resinas compostas condicionadas em pon-
através da condensação das moléculas de tos descartáveis (Fig . 8-Sj) pode prevenir esses
ligação sobre a superfície cerâmico. Esse pos- problen1as. A faceta com a res ina composto
so pode ser obtido em 1 minuto, através do aplicada é armazenada sob o protetor de luz
colocação da restauração em um forno seco (Fig. 8-51), ao passo que o operador prepara a
a 1OOºC {Fig . 8-5f) ou em 2 minutos, com superfície do dente.

346
CONDICIONAMENTO COM HF
ATIVAÇÃO DO SILANO PROVA + Lltv1PEZA

8-Sa 8-51) 8-5c


-
SILANIZAÇAO + JATO DE AR TRATAMENTO COM CALOR
, - - - - - , . -- ----..,--,

8-5d 8 5e 8-Sf
-
APLICAÇAO DE RESINA ADESIVA

8-5g 8-5n 8-Si


APLICAÇÃO DE RESINA COMPOSTA
,-----:--;-,rr.-, .--~~~~~~~~~-

8-Si 8-Sk 8 51

' "
FIGURA 8-5: PASSO-A-PASSO DO CONDICIONAMENTO DA SUPERFICIE CERAMICA. Uma verificação finol do assen -
tamento da restauração é realizada sob dique de borracha (8-50), que cJeve preceder o condicionamento da superfície. O
condicionamento do superfície inclui um tempo de condicionamento com ácido fluorídrico por 90 segundos (8-Sb), seguido
de lavagem copioso e limpeza ultra-sônico. Soluções de silanos com componentes duplos devem ser ativados an tes da
manipu lação (atenção: alguns produtos podem necessitar de atraso na ativação) e armazenados em um frasco fechado
(8-5c). A superfície condicionada da porcelana deve ser seca (facilitado através da aplicação de álcool a 95%, seguido de
secagem com ar) antes do silano ser aplicado. Vários camadas de silono podem ser aplicados alternando a cobertura e a
secagem do porcelana {8-5d, 8-Se). A evaporação total do solvente e outros agentes de contaminação é obtida através do
trotamento por aquecimento do peça de porcelana o 100°C por pelo menos 1 minuto, utilizando-se um secador de cabelo
ou um pequeno forno portátil (8-5f; por ex., Coltene 0 1500). Os passos adicionais precisam necessariamente de um bloco
poro mistura com um protetor de luz (8-5g). A porcelana condicionada e trotado com silono pode, dessa formo, ser coberto
com resina adesivo (8-5h, 8-51); o excesso de res ina adesiva pode ser aspirado, mas não polimerizado. Isso é imediatamen-
te seguido pelo carregamento com resina composto (8-Sj, 8-Sk). A peço cerâmica carregada pode ser armazenada com
segurança sob um protetor de luz (8-5), enquanto o operador procede o condicionamento do superfície dental. (Paciente
trotado com a colaboração do Dr. N. Perokis, Universidade de Genebra.)
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE C 1tv1ENTAÇÃO A DESIVOS

,
CONDICIONAMENTO DA SUPERFICIE DENTAL

Diferentes situações cl ínicas devem ser distin- podem alterar posteriormente o adesão à den-
guidos. tina. Como já mencionado no capítulo 6 (sob o
título 'Adesão dentinário imediato"), tal situação
Apenas esmo lte deve ser previsto e so lucionada no momento do
preparo dental, pe lo foto de todos os proble-
mas mencionados poderem ser preven idos pe lo
Quando 80 o 90% das superfícies preparadas
ap licação e pol imerização imediata do adesivo
estão loca li zados no esmalte, o cond iciona -
dentinário, antes de ser rea lizada a moldagem
mento da superfície é limitado o um condicio-
finol. 18 · 21 Essa precaução não apenas aumento a
namento de 30 segundos, com ácido fosfórico
adesão e proteção do complexo po lpa-dentina,
a 37% (por ex., Ultratech, Ultradent), seguido
como também evita sensibi lidade dentinária
de lavagem e secagem. A secagem ótimo pode
durante a fase de provisório. No momento da
ser obtida pe la aplicação de uma gota de álcool
adesão final da restauração, o superfície do
(sem fricção) e secagem do superfície com ar.
adesivo deve ser meticu losamente limpa com
pedro-pomes. Os adesivos com carga (por ex.,
Exposição significativa de dentina Optibond FL, Kerr) podem ser eficientemente
" reativados" através do uso de uma ponta
Coso uma consideráve l área de dentina tenha diomontoda com granu lação ma ior, em baixo
sido exposta durante o preparo dental, sugere- rotação, 20 ou microjato de areia de partículas
se que um adesivo dentinário seja apl icado finos (por ex., areia Cojet de 30 µm, 3M Espe;
imediato e rigorosamente de acordo com as f igs. 8-60 a 8-6c) . O procedimento adesivo, em
instruções do fabricante. Um prob lema signifi- si, será limitado, portanto, ao condicionamento
cativo surge quando a dentina exposta não foi do esmalte, isto é, cond icionamento com ácido
protegida e selada durante o estág io de provi- fosfóric·o (Fig. 8-69), segu ido de secagem com
sório, entre o preparo e a inserção final da RAP álcool (Figs. 8-6h e 8-6i) e aplicação de res ino
Nesse caso, vários contaminadores extrínsecos adesiva (Figs. 8-6j a 8-61) .

348
FORMAÇÃO DE SUPERFÍCIE ÁSPERA (MICROJATEAMENTO)

• .. t
......... ·. •
,•. ..
....•
• •
,•••
.•

8-60 8 6b 8-6c
CONDICIONAMENTO COM H PO

8-6cl 8-6e 8 6f
LAVAGEM E SECAGEM COM A' LCOOL

8-6h 8-6i

APLICAÇÃO DE RESINA ADESIVA

8-6i e 6"' 8-61

FIGURA 8-6: PASSO-A-PASSO DO CONDICIONAMENTO DA SUPERF ÍCI E DENTAL. Este dente revelou exposições denti-
nárias extensos no momento do preparo; a superfície dentinária inteira foi selada imediatamente antes da moldagem final.
Como resu ltado, a camada adesiva (Optibond FL), que cobre uma extenso parte do preparo (8-60, óreo pontilhado), deve
ser reativada fazendo com que o superfície torne-se áspera (8-6b, 8 -6c; microjateamento com Cojet sond e Microetcher
(Danville]) . A superfície dental pode ser condicionada com ácido fosfórico (8 -6d a 8-6~, por 30 segundos, para limpar
a superfície adesiva e condicionar o esmalte. O agente cond icionador é eliminado através de lavagem copiosa (8-6g);
uma superfície seca pode ser obtida através do aplicação de 61cool corn uma bolinha de a lgodão (8-6h; sem friccionar),
permitindo a secagem do preparo ao ar livre (8-61). O preparo é, dessa forma, coberto com uma resina adesiva (8-6j a
8-61) . O excesso de resina adesivo pode ser aspirado, mas não polimerizado. Isso é imediatamente seguido pela inserção
do peço cerâm ica carregado (ver Fig. 8 -7) .
...
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE C IMENTAÇÃO A DESIVOS

- - /\

COLOCAÇAO DA RESTAURAÇAO CERAMICA

O primeiro passo na colocação final da restau- de fio interdental deve ser evitado nesse estágio
ração é aplicar uma camada de resina adesivo não-polimerizado, pois pode promover trincas,
no dente (ver Figs. 8-6j a 8-61), seguido do deslocc1mento ou remoção da peça de porcelana
adelgaçamento dessa camada com um suave do dente; o excesso de resina composta pode
jato de ar. Desse ponto em diante, o campo ser facilmente retirado com um bisturi, após a
de trabalho deve estar sem luz intensa (luz polimerização.
do equipamento odontológico ou outras); a
po limerização prematura dessa camada deve A fotopolimerização tem início no face palatal,
ser evitada, pois impede o perfeito assentamento por 90 segundos (Fig. 8-7j), com uma intensi-
da res-tauração. dade maior que 850 mW/ cm 2 (por ex., Optilux
50 l, Kerr/Demetron, C-mode com Turbo +
A restauração é vagarosamente assentada com ponto de 8 mm). A polimerização intermitente
suave pressão digital, ao longo do eixo de inser- deve ser aplicado paro evitar o aquecimento
ção (Fig. 8-70). O excesso grosseiro de resina dos tecidos moles; nesse sentido, uma barreiro
composta é eliminado com a ponta de um explo- protetora (por ex., Opoldam, Ultradent) deve
rador, previamente aplicado em resina adesiva ser colocada entre o dique de borracho e o
sem partícu las (Figs . 8-7b e 8-7c). O instrumento gengiva. A polimerização do fa ce vestibular
é orientado com um movimento de corte, para- prossegue por 60 segundos, intermitentemente,
lelo à margem, para evitar a remoção da resina em cada área interproximal. A polimerização da
composta da junção marginal. Pressão digital área marg inal deve ser realizada após a cober-
e eliminação do excesso são alternadamente tura do resina composta com uma camada de
repetidos. Cunhas interdentois e matrizes são, glicerina em gel (Fig. 8-7k; K-Y Jelly, Johnson
assim, removidos (Figs. 8-7 d e 8-7 e) para permitir & Johnson). Devido à inibição pelo oxigênio
o assentamento total e passivo da restauração. durante a polimerização, as margens polime-
Esse estágio pode ser objetivamente rea lizado rizados sem glicerina em gel demonstram uma
quando a pressão digital não provocar nenhuma rápido degradação em comparação às margens
protrusão do cimento resinoso na margem (Fig. que são proteg idas da ação do oxigênio do
8 - 7~. Uma escovo limpo é utilizada para eliminar or. 22 A g licerina é solúvel em água e pode ser
o excesso final de resina {Figs. 8-7g o 8-7i). O uso fac i !mente removida (Fig. 8-71).

350
,,,.~·..... ..

8-70 8-7b 8-7(


-
REMOÇAO DAS MATRIZES E INSERÇAO FINAL
-

8-7d 8-7e 8-7f


-
REMOÇAO DO EXCESSO FINO

Ji,: ..... .

8 -7g 8-7h 8 -7i


POLIMERIZAÇÃO, PROTEÇÃO CONTRA O OXIGÊNIO E LAVAGEM
=---..-,--------
... ..••••
·. -:...... ... : •• ...
'*.:. :
. . .. ..
•• 1"'t.

.•• • • •i •. •
. . .
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a•,' ' • r .

8- lj 8-71

- - "
FIGURA 8-7: PASSO-A-PASSO DA INSERÇAO DA RESTAURAÇAO CERAMICA. A restauração pode ser inicialmente inserida,
enquanto as cunhas e as matrizes estão no local (para prevenir grande acúmulo de resina composto na área interdental),
e são vagarosamente assentadas com pressão digital (8-70) . O excesso grosseiro é removido utilizando-se um explorador
. com movimento de corte, paralelo à margem {8-7b, 8-7c). Cunhas de madeira e matrizes devem ser removidas antes do
assentamento final (8-7d); o restauração deve ser mantido em posição enquanto os matrizes são remo,,idos vestibularmente
em um movimento rotatório contra o dente (8-7e). O assentamento final é obtido com pressão digital (8-7D. Como resu lta-
do, pequenos quantidades de resino composta irão projetar-se das margens (8 -79}; esses excessos menores são facilmente
removidos com uma escova limpa. Aqui, novamente, um movimento de corte é usado paralelo à margem (8 -7h, 8-7i). A
polimerização inicio-se no face palatal, por 90 segundos (8-7j), seguida de 60 segundos, mesiovestibulormente, e 60 segun-
dos, d istovestibulormenfe (setas pontilhadas). Todas as margens são, assim, cobertos com gel de glicerina e polimerizados
por 30 segundos (8-7k}; a glicerina pode ser facilmente retirada com lavagem (ver Figs. 8-7m e 8 -7n) .
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE ( 11v1E TAÇÃO A DESIVOS

O e.xcesso de resina adesiva e resina com - adesão de forma paralela, simultaneamente,


posta é removido melho r, sob d ique de bor- em vários dentes.
racha, com instrumentos (lâm ina cirúrgica e
Vá rios fatores podem ser responsáve is pelo
bistu ri; figs. 8 - 7m e 8 - 7n). Os instrumentos
assentamento parc ial de uma restauração:
rotatórios não são recomendados pa ra esse
polimerização prematura do adesivo, etc. Q uan-
pro pósito, po is pode m danificar a margem do resinas compostas fotopo limerizáveis forem
" .
ceram1ca. utilizadas, todos esses problemas serão reversí-
veis, desde que a luz não tenha sido aplicada; a
restauração pode ser imediatamente removida,
Q uando se co locam múltiplas resta urações, colocada em acetona e meticulosamente lim -
uma aborda gem seriada de acordo com a se- pa. Os resíduos de resina são elim inados pe la
q üência mencionada é defendida, repetindo-se fricção de uma bolinha de a lgodão embebida
o processo pa ra cada dente {prova/con dicio- em álcool. O esmalte deve se r recondicionado
namento da cerâm ica/preparo da superfície através de condicionamento, ao passo que a
dental/ inserção da faceta laminada} . Não é cerâm ica necessita , novamente, a penas da
recomendado rea Iizar os p rocedimen tos de reaplicação do silano para a cimentação .6

ACABAMENTO COM INTRUMENTO MANUAL

_>;.·· .....

.•
• .•
.

8 -7111

AJ USTES O CLUSAIS

' .~

8-70 8-7q

FIGURA 8- 7 (CONT.). Com o dique de borracho ainda em posição poro proteger os tecidos moles, o excesso de resina
composta e resino adesiva podem ser faci lmente removidos com uma lâmina de bisturi nQ. 12 (8 - 7m, 8-7n). Os a justes
oclusais fi nais podem ser realizados com pontos diomontodos (8-70) e de silicone (8-7p). Observe o acabamento fino da
face palatal e a interface invisível do restauração (8-7q) .

352
PROVA E PROCEDIMENTOS DE CIMENTAÇÃO ADESIVOS 8

AJUSTES FINAIS E CONTROLE OCLUSAL

Sob nenhuma circunstância este passo deve ser oclusão harmoniosa é a guia incisiva, 30,31 impor-
realizado antes da adesão final das peças de tância a qual não é relevante para a harmonia
porcelana, devido ao alto risco de fra tura. neu rom uscu lar. 1ncisivos centra is restaurados
com RAP com maior proeminência e compri-
Uma vez removido o dique de borracha, a oclu - mento incisivo, portanto, contribuem para a
são é imediatamente ajustada, in iciando-se com definiç·ã o da oc lusão ideal, que se refere tonto
a oclusão cêntrico (máxima intercuspidação). As aos ideais estéticos como fisiológ icos. 30 ,32
correções são realizadas com pontas diaman-
tados de granulação fina e pontas de silicone Em outras palavras, ênfase particula r deve ser
(Figs. 8-7 o a 8 - 7 q). Uma grande variedade dada à manutenção e ao restabe lecimento
de kits comerciais (principalmente pontas de de uma gu ia anterior adequada e funcional
diamante-sílica) pode, assim, ser usada para dura nte as excursões mandibulares (Fig. 8 -8),
melhorar o acabamento da superfície intrabucal independentemente de esta guia envolver ou
da cerâmica. 23 -26 Especula-se freqü entemente não restaurações com facetas laminadas.
que superfícies mais ásperas, produzidas através
do po limento intrabu ca l (em comparação com Não existe nenhuma base científica indicando
as cerâmicas glazeadas intactas), gerem maior que urna oclusão ideal não pode ser obtida
desgaste do esmalte; parece que as porcelanas em dentições desgostadas anteriormente e em
odontológicas geram um tipo de desgaste abra- pacientes com parafunções oclusa is. Walls 33
sivo, quantidade que não está relacionada ao demonstrou que RAP colocadas em dentes fra-
tipo de acabamento superficial (por ex., glazea- turados e desgastados, no início da década de
do versus polido intrabucalmente). 27 -29 A criação 90, e acompanhados por mais de 5 anos, apre-
de porcelanas feldspáticas (Klema) demonstrou sentaram comparação favorável em relação às
ser menos abrasiva e ma is resistente ao desgaste facetas e inloys de porcelana trad ic ionais. Esse
do que a porcelana aluminizada ou os vidros bom índice de sucesso é endossado através de
hid rotérm icos, tanto os polidos intrabucalmente uma al)ordagem minimamente invasiva, sempre
como os com glazeado origina l intacto. 29 recomendável nesse tipo de paciente.

As características funcionais dos dentes restaura - Um resumo dos procedimentos seqüenciais para
dos com RAP são considerados idênticas àquelas o cime nta ção de resinas compostas é apresen-
dos dentes naturais intactos, tendo-se em mente tado na figura 8-9 e pode ser utilizado como
que um elemento-chove no desenvolvimento da uma Iisto de conferência.

, , , ,
FIGURA 8 -8 (PROXIMA PAGINA): IDEAL ESTETICO E FISIOLOGICO FINAIS. Indicação típico de RAP, isto é, tipo 118, erosão
e desgoste. Visões pré-operatória (8-80) e pós-operatória imed iata (8-8b a 8-8fj . As característicos funcionais dos dentes
restau rados seg uem aquelas dos dentes natura is. As visões de referência antes do trotamento (8-89, 8-8h) e após a co loca-
ção das RAP de canino a ca nino (8-8i, 8 -8 j). O sucesso desta reabilitação reside na abordagem diagnóstica e subseqüente
recuperação estética e funcional dos dentes anteriores. (Mesmo paciente das Figs. 8-2 e 8-5 o 8-7. Paciente trotado com
a colaboração do Dr. N. Perakis, Universidade de Genebra.)

353

8-80 8-8b 8-8c


GUIA ANTERIOR

8-8d 8-Be 8-8f


"
REFERENCIA

8-89 8-8h
IDEAL ESTÉTICO E FISIOLC)GICO

8-8i 8-8j
D E NTE PORC E LANA
• Remova os provisó rios (cureta) • Prove a restauração no troquei refratário
• Limpe as superfícies preparadas (taça unitário original
e abrasivo) • Prove as restaurações adjacentes no mo-
• Removo as resinas da área com con - delo sólido
o diciona mento pontual (cureta ou d isco
>
o
1....
flexível)
CL
• Ad apte o s resta urações ind ividualmente na cavid ade buca l (assentamento)
• Adapte as resta urações em grupos adjacentes (relações proximais)
• M ostre ao paciente
• Coloque o d ique de borrac ha; faça os c1justes fina is para ada ptá .. la s

l . Torne óspero o adesivo 1. Cond icionamento com ácido fluorídrico


Cl) • Proteja os dentes vizinhos com motrizes • Luvas, máscara, óculos
·-
u
,_ interdentais e cu nhas • Lave a superfície interna e a seque com
't
Q) • Faça um jateamento ou utilize ponta s álcool
Q.
::::> diamontodas com granulação grossa, • Aplique HF o 10% por 90 segundos
(./)
em baixa rotação (apenas co m adesi - • Lave copiosamente
o
-o vos com pa rtículas)* • Dê um banho ultra-sônico por 4 minutos

-
o
e
Q)
2. Condicionamento com ácido fosfórico

(em álcool a 95% ou água destilado)
Seque com ar e verifique a ausência de
E resíduos brancos+
o
e • A pliq ue H3 PO 4 a 35% po r 30 segun -
·-o
u dos 2. Silanização
·-
-0 • Lave (com água sem spray)
e • Seque com ar e com á lco o l • Ative a solução de silano quando conve-
o
u niente
• Aplique o silano e seque com ar; repita esta
2 a 3 vezes
• Aplique o última camada e seque por l min
em forno a 100°C (ou secador de cabelo)
• Aplique uma camada de resino adesi-
• Aplique uma camada de resino adesiva
vo
• Faço a sucção do excesso delicadamente
• Faça delicadamente a sucção do ex-
• Carr~gue com um corpo uniforme de resino
cesso
o composto ++
10
~
Cl)
C/)
• l) Faça o assentamento com pressão dig ital delicada; 2) Remova o excesso grosseiro
e • Remova os cunhas e matrizes; repita l ) e 2) oté o completo assentamento
- • Fotopolimerize por 60 o 90 seg undos cada face (inicie no face palatina)&; proteja os margens
da ação do oxigênio do ar (glicerina) e fotopol imerize novamente
--......._______ • Remova o excesso de resino adesiva e resina composto (com bisturi e cureta}
r
8-9

. FIGURA 8-9: RESUMO DOS PROCEDIMENTOS SEQÜENCIAIS DE CIMENTAÇÃO.

• O m icrojofeomento po ro tornar áspera a resino adesivo deve ser con siderado somente se o odesõo denl inória imed iato for realizado com vm adesivo com carga
(antes da odesõo fi nal) .
.. A espessura da pelfculo da resino híbrido fino pode ser reduzido manualmente pelo colocaçã o do seringo de resino composto em uma bolso que permito o selo -
menfo e a colo cação em banho de óguo morno .
• • A espessura do película de resin o composto híbrido pode ser red uzida antes do monipuloçõo otrové-s do colocoçõo do tubo de resina composto em banho-mono.
& A fotopolimerizoç_õo deve ser inlermi1ente poro evitar o aquecimento.

1
8 PROVA E PROCEDllv\ENTOS DE ( IME ITAÇÃO A DESIVOS

-
CONSIDERAÇOES ESPECIAIS

Ajustes interdentais durante os O leve movimento dos dentes adj ace ntes e
procedimentos de cimentação a presença de restauração adjacente recém-
c i me ntad a podem alterar o a sse ntame nto
Devido à adaptação precisa, ca da peça cerâ - da resta uração, especialme nte nos casos de
mica em um grupo de restau rações deve ser envelopamento extenso e contatos interdenta is
provada novamente, sob dique de borracha, amp los (Fig. 8- 1O) . O uso de papel de articula-
quando a ci mentação procede. Uma adapta ção ção e discos abrasivos pode ser alternado pa ra
passiva deve ser obtida ! ve ri ficar e suavizar a área interdental .

8-1 Oa

8-1Ob

FIGURA 8-1 O: PROVA FINAL E AJUSTES PROXIMAIS. Os incisivos central d ireito e lateral esquerdo são desvitalizados, e
todos os quatro incisivos opresentorn resinas compostas Classes 3 e 4 existentes, que exigem envelopomento interdental
acentuado (8-1 Oa). As restaurações de porcelana em ambos os incisivos centra is apresentam um contato interdental amplo
(8-1 Ob). Após o cimentação dos incisivos lateral esquerdo e incisivos centrais, respectivamente, a restauração no incisivo
central d ireito não pôde ser assentado (8-1 Oc, o ponto dos setas apresenta abertura marg ina l) . A pressão excessivo no
· contato interdentol é identificada usando -se papel de articulação (8-1 Od, 8 - 1Oe) e liberados usando- se discos abrasivos
em baixa rotação (8-1 on. O procedimento é repetido (8- l Og) até o assentamento total e passivo do restauração ser ob -
tido (8- 1Oh, a ponto da seta demonstra o fechamento marginal). Situação clínica antes do inserção fina l (8- 1Oi). Visões
comparativos pré-operatória (8-1 Oi) e pós-operató rio (8-1 Ok). Existiram múlti plas indicações para facetar esses dentes, tais
como restau rações antigas de resino composto e o biomecânica alterada do coroa de dentes trotados endodonticamente.
O procedimento também permitiu o recuperação da proeminência, volume e comprimento coronois. Outros visões deste
caso podem ser encontradas no figuro 6 - 18.

356

8-l Oc 8- l Od

8- l Oe

8-1Oh 8-1 Oi
8 PROVA E PROCEDIME TOS DE C IMENTAÇÃO A DESIVOS

Adesão dentinária da moldagem final ser real izado. A principal


d iferença entre os dois métodos reside no cro -
Como mencionado no capítulo 6 , pelo menos nologia e no modo de pol imerização do MD :
dois métodos têm sido apresentados para pro- fotopolimeriza ção direta e imed iata (novo mé-
mover a adesão dentiná ria quando da coloca- todo) versus polimerização retardada, através
ção de RAP (Fig. 8 - 11 ). Na abordagem clássica, da restaura ção de porcelana, após esta ter
expos ições de dentina são in icialmente des- sido assentado (método clássico). Esta última
consideradas e o age nte de adesão dentinária abordc1gem também levanta a questão dos ade-
(MD) é ap licado somente no estág io de trata- sivos de dupla polimerização, se seriam ou não
mento final , quando se procede à cimentação necessários. Quando testados in vitro, nenhuma
da faceta. Nesse caso , o MD {espessura > 80 microinfiltração mensurável pôde ser detectada
µm) não deve ser inicialmente pol imerizado para na interface das amostras, tanto aderidas pe lo
permitir o tota l assentamento da restauração. método clássico com pe lo novo m étodo. 2 1
Tem sido proposto o adelgaçamento da camada Parece que ambos os modos de aplicação do
adesiva, menor que 40 µm , poro permiti r sua MD podem gerar uma ca mada híbrida bem
po limeriza ção antes da inserção da restaura- organizada de 3 a 4 µm de espessura e prolon -
ção; contudo, devido às res inas de metacrilato gamentos de resina, sendo a dentina selado por
demonstra rem uma camada inibidora de até esta zona de interdifusão. Contudo, a interface
40 µm, quando elas são fotopolimerizadas, 34 dentina - resina pode demonstrar diferen ças
o adelgaçamento excess ivo pode impedir a notáveis quando observada sob microscopia
pol imeriza ção de AAD fotopolimerizáveis . eletrôn ica de va rredura (Fig. 8-11).21 Neste
contexto, três importa ntes obse rvações devem
A técnica cláss ico opõe- se a essa nova abor- ser mencionadas:
dagem, proposta para otim izar a aplica ção do
°
MD. 18·2 Com esse novo método, as exposições
de dentina são imediatamente seladas e o MD 1. No método clássico é comum observar o
é aplicado e polimerizado de imediato após romp imento parcia l entre a camada híbrida
a fina li zação dos preparos cavitá ri os , antes e a resina supra jacente (Fig. 8-11 o).

FIGU RA 8-11 : MODO S DE AD ESÃO DENTINÁRIA E VISÕES M EV (M IC ROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA) RE LACIO -
NADAS. Descrição cro nológico de doi s modos possíveis de aplicação do mesmo ag ente dentinó ri o (porte superior). 8 -11 a
o 8-1 1c: M EV típica do réplica de uma secção de uma amostro desmineralizado poro o aplicação clássica. O cimen to
resinoso (CR) está bem unido à cerâmico (CER), mos uma lacuna é detectada entre a resina composta e a dentina {D). Uma
· ampliação (8-1 1b, 8- 11e) revelo o resina composta resistente ao ácido e a ca mada híbrida (H L). Alg uns prolongamentos
de resina (rt) estão pro jetados devido à desmineralização da dentina. O maior aumento (8- 1 1e) demonstra a co ntinu idade
entre a corna da híbrido (CH) e a dentina (D), e o espaço na porte su perior da cornad a híbrido. 8 - 11d e 8 - 1 1e: M EV típica
de réplica de amostras desminera lizadas paro o novo método de ad esão dentinário . A junção entre o cimento resinoso (C R)
e o adesivo pré -polimerizado (ADH ) quase nõo é visível (ponto das setas), e nenhuma lacuna pode ser detectada entre o
adesivo e o dentina (D). U m aumento maior (8 - 1 1e) apresento o adesivo ácido-resistente (AD H) e os cama das híbridas (HL)
relacionadas uma com a ou tro, de formo justa, e revelo prolongamentos long os de resina (rt) em dentina (D). (A f ig. 8-1 1
foi reimpressa co m a a utorização de M ogne e Douglas. 21 )

358

,
MÉTODO CLÁSSICO NOVO METODO

Adesão dentinária reta rdado Adesão dentinóría imediata

Preparo dental Preparo dental


(exposição dentinária) (exposição dentinária)

.....• .. .. ............ .............


............................. •..
..
.
Moldagem e \ Aplicação de AAD )
confecção da faceta ...) (imediatamente polimerizado) .)..
......................... .........................

Aplicação AAD Moldagem e


(não polimerizado) confecção do faceto

+
Cimentação Cimentação
(MO indiretamente polimerízado} (condição do esmalte apenas)

a d

b e

8- 11 e
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE C IMENTAÇÃO A DESIVOS

Não se sobe se o falha micromecônica da cama- • Devido ao modo de polimerização imediato,


da híbrida, na aplicação clássico do MO, pode MO fotopolimerizáveis podem ser usados.
alterar o comportamento clínico do restauração. Como resultado, o fenômeno de colapso do
Esta lacuna (Fig. 8 - 1 1c) tem sido exp licada camada híbrida e diluição do MO, através
pe lo co lapso da camada híbrida dentina-resina do fl uxo externo de fluido dentinário, pode ser
não-polimerizada, provocada pela pressão que evitado. A nova técnica está associada com a
resulta do assentamento da restauração. 35 A ca- melhora da resistência adesiva in vitro, 18 , 19,39
mada híbrida pode ser enfraquecida superficial- que pode potenc ialmente resistir melhor à
mente como conseqüência do menor conteúdo exposição o longo prazo às cargas térmicas
de resina das fibras colágenos compactadas. e funcionais em comparação com o mesmo
Essa hipótese é sustentado pelo fato de que os adesivo no método clássico.
defeitos estruturais e uma debilidade intrínseca • O novo método de aplicação do MD pode
da camada híbrida têm estado associados às prevenir o desenvo lvimento de infiltração
cond ições de manipu lação dos MD. 36 Pelo bacteriano e sensibilidade dentinário durante
fato de a dentina permanecer selada em áreas a fase de provisório.
de desunião, a microinfi ltração não é detectado
in vitro. ln vivo, a situação é complicada por A figura 8-12 apresenta um caso ilustrativo
um desafio adicional: durante o tempo que o no quc1I o mesmo dente foi acidentalmente
MO foi ap licado à superfície de dentina con - submetido a ambos os métodos adesivos: uma
dicionado até o restauração ser assentada, a área maior de dentina exposta, na face mesial
infiltração de fluido dentinário pode prejudicar o do incisivo lateral direito, foi selada antes da
processo adesivo, 37,38 especia lmente o formação moldagem (Fig . 8 - 120); a dentina exposto, na
do prolongamento de resina. face distal do mesmo dente, não foi detectado
e foi selado apenas no momento da inserção
2. No novo método, prolongamentos de através da abordagem clássica. Como possível
resina mais longos são encontrados e não conseqüência, a metade distal da restauração
existe nenhuma descontinuidade na interface fraturou após quase 5 anos em função (Fig .
dentina-resina ou entre o adesivo pré-polime- 8- l 2d). Esta fratura está de acordo com os
rizodo e o cimento resinoso (Fig. 8 - 11 d). dados clín icos publ icados por Dumfahrt, 40 de-
monstrando que facetas unidas parcialmente à
O uso clínico dessa técnica otimizada é favorá - dentina apresentam um maior risco de falha,
ve l por pelo menos duas razões : segundo a abo rdagem clássica.

- I -

FIGURA 8-12: EXPOSIÇOES DENTINARIAS GERADAS POR RESTAURAÇOES PREEXISTENTES DE CLASSES 3 E 4. Esta
situação clínica é ideal para a adesê10 dentinó ria imediata (novo abordagem), pois é deixado espaço significativo poro o
resino adesiva. As exposições dentinárias são imediatamente fo rra dos com um AAD com cargo (condicionador/ primer/
adesivo), antes da moldagem (8-120) . Posteriormente, qua ndo do procedimento de cimentação das res1aurações, os re-
sinas adesivas preexistentes fora m deixadas ásperas com uma ponta diamantoda mais grosso, em ba ixa rotação (8- 12b),
seguido do secagem com álcool para promover ad esão com o cimento resinoso . A superfície denta l agora está pronta para
os proced imentos de cimentação subseqüen tes (8-12c; ver Fig. 8-9).

360

8- l 2b

.
l

8- l 2c
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE CIMENTAÇÃO A DESIVOS

3 . No método clá ssico, a maioria do espaço AAD antes da moldagem pois espaço suficiente
1

para cimentação é ocupa do pelo cimento re- será deixado para o material restaurador, a fim
sinoso (apr-oximadamente 125 µm) e o a desi - de manter uma proporção regular de espessura
vo dentiná rio não- pol imerizado torna- se mais entre a cerâm ica e o agente de cimentação.
fino através de uma resina composta mais Tanto na abordagem clássica como nova, a
viscosa , du rante a inserção da restauração. espessLJra absoluta do cimento resinoso (não
N a nova abordagem, o espaço para cimenta- o espaço total de cimentação) é simi lar, o que
ção é mais espesso (ce rca de 200 µm), pois corresponde ao espaço tradicional de cimen-
ele é composto d e duas camadas d istinta s: o tação gerado por procedimentos laboratoriais
adesivo p ré-po limerizado (aproximadamente (aproximadamente 120 µm, dependendo da
8 0 µm para um adesivo com partículas) e o aplicação do espaçador de troquei) .
cimento resinoso (ce rca de 120 µm). 21
A ades,ã o entre o agente adesivo pré-po lime -
Esse aspecto apresen ta relevância clínica, rizado e o agente de cimentação recém-ap licado
po is tanto o clínico como o técnico dental são não pa rece ser um prob lema, pois esta interface
continuamente desafiados pelo problema de raramente pode ser diferenciada sob o exame
reducão denta I e estrutura do mate ria I restaura- de MEV (m icroscopia eletrônica de varredura)
"
dor. Uma expos ição confinada e superficial da (ver Figura 8- 11d) . Recomenda -se, portanto,
dentina permite pouco espaço para os materiais tornar o adesivo áspero (por ex., com uma
restauradores, incluindo o agente adesivo. A ponta diamantada em baixa rotação) somente
apl icação e pol imerização do MD reduzem antes da cimentação e subseqüente secagem
significativamente o espaço remanescente para da superfície com á lcoo l. Note que essas reco-
a estrutura cerâmica. Considerando -se que uma mendações são baseadas no uso de um adesivo
baixa proporção de cerâmica para a espessura com partícu las, tal como o Optibond FL. MO
do agente de cimentação pode influencia r ne- sem partículas também podem se r utilizados
gativamente a d istribuição de estresse dentro com o novo método; contudo, é importante ter
da porcelana, 41 ,42 o novo método de aplicação em mer1te que os procedimentos de reativação e
de MO não é indicado para a exposição den- rugosidade podem facilmente destruir a camada
tinária superficial . Por outro lado, superfícies de híbrida e reexpor dentina devido à espessura
preparo profundas (isto é, C lasse 3 ou 4; ver reduzi da e rig idez do adesivo {relacionada à
Fig. 8-1 20) podem ser faci lmente forradas com ausência de partícu las) .

FIGURA 8- 12 (CONT.) : ACOMPANHAMENTO DE CINCO ANOS. A metade distal da restauração no incisivo lateral direito
fraturou após 5 anos; a face mesial da restauração, origina lmente unida de acordo com a nova abordagem (ver Fig. 8-12b),
esfá ainda bem un ido (8- l 2d). O cimento resinoso (CPR) é unido ao frag mento cerâmico (8- l 2e). A análise mais atenta da
superfície dental revela uma grande órea de dentina exposta (8- l 2f; 8- l 2g, área pontilhado). Esta área tinha sido selada
através do método tradicional, no momento da cimentação. A hibridização dentinório e os prolongamentos de resina são
visíve is (8- l 2h), tnas falharam em aderir com a resina composta supra jacente (ver Fig . 8 11 e) .

362
8- l 2e

8-12f

CER

.
/
••
,•
, ,•
•'


8-129

8-12h

CER = cerâmica
CPR = cimento resinoso
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE C IMENTAÇÃO A DESIVOS

Contração do cimento resinoso as forças de contração (Figs. 8- 1 3b e 8- 13c). As


forças de contração podem ser benéficos paro
As restaura<;.:Ões cerâm icas un idas à estruturo
J
contrabalançar as forças de expansão geradas
dental sofrem vórios tipos de tensao mecâni- o altas temperaturos. 42
ca. A contração de pol imerização do cimento
res inoso e as significativas a lterações térmicas Sorção de água. As tensões criadas pela con-
no ambiente oral devem ser consideradas de tração da resina composta podem ser apenas
forma adicional às cargos funcionais. A questão tem porá rias devido aos mate ria is à base d e
que se levanta é se o contração do cimento resina demonstrarem alto sorção de água. 45
resinoso, em ,si, pode gerar fendas dentro da Com o tempo, esse fenômeno pode compen-
restauração. E interessante notar que em um sar a contração inicial do material, 46•47 levando
estudo operatório simulado sobre os parâme- ao alívio tota l das tensões de contração .48 Em
tros re lacionados à propensão de fendas, em outras palavras:
facetas de porcelana, 41 trincos na cerâmica não
foram encontrados após a armazenagem em • A contração do cimento resinoso gera um
solução salina por 21 dias, mas apenas após estado temporório de pré-compressão da
a termociclagem e apenas em facetas com pro- peça cerâmica (Fig. 8- l 3a). 1sso "protege"
porção desfavorável da espessura de cerâmica/ inicialmente a restaurocão das tensões de
~

cimento res inoso (Fig. 7-12). Pelo menos duas tração geradas pe la expansão do cimento
razões poderiam explicar teoricamente o baixo resinoso o altos temperaturas (Fig . 8-13b) .
impacto de contração da resina sobre as trincas • O uso de uma res ino composta "ideal e sem
" .
no ceram1co . contração" não resolveria o problema dos
concentrações de estresse. Caso a expansão
Forças compressivas . As tensões criadas pela térm ica de tal materia l não se ja reduzida ao
contração do cimento resinoso são principal- níve l do esmalte e dentina, a distribuição de
mente compressivas, tanto na superfície como tensão dentro do cerâmica seró prejudicado
na interface do restauração (Fig. 8- 13a}.42 •43 A pe las tensões de tração nocivos geradas
cerâmico é um material frágil com uma resis- durante as cargas térmicas .
tência à compressão maior do que o tensão. • A tensão estática produzida pe la contração
No amb iente oral, as forças de contração são do cimento resinoso, em si, não pa rece
combinados com cargas térmicas significati- capaz de provocar o desenvo lvimento de
vas. 44 As diferentes temperaturas dos alimentos falhas, mos sua combinação com cargas
e bebidos ingeridos podem faci lmente gerar térmicos repetidas pode desempenhar um
tensões de tração dentro do restauração devido papel fundamental, consi derando-se que as
à alta expansão térmica do cimento resinoso. 42 porcelanas fe ldspáticos demonstram dano
Devido à frági l natureza da porcelana, essas cumulativo com o fadigo mecânica clássi-
forças de tração podem ser mais prejudiciais que ca . 49

364
Tensões tangenciais (MPa) Tensões tangenciais (MPo)

cont,~ão controçõo
(compressõo) ~ensõo}

•l

Sem
controcõo
~
contração
preexistente

-
FIGURA 8-13: TENSOES EM FACETAS DE PORCELANA COM ESPESSURA DE CIMENTO RESINOSO SUBJACENTE (MODELO
DE ELEMENTO FINIT0). 42 Tensões tangenciais (8- l 3o) e de Von Mises modificado (8-13b, critérios de folha) na superfície da
porcelana em cinco condições de teste: 5°C, 20°C e 50°C (curvos pretos) e com um cimento resinoso ideal sem contração
(curvas broncas). A direção do traçado em 8- l 3b prossegue ao longo da superfície do restauração, da margem palatal

(à esquerda) até a margem vestibu lar (à direito; o asterisco indica o curvatura da borda incisiva). Tensões (em MPa) dentro
da mesma faceta de porcelana o 50°C com a contração preexistente d<) cimento resinoso (8- l 3c, à esquerdo) e com um
cimento resinoso ideal sem contração (8- l 3c, à di,·eito).
8 PROVA E PROCEDIM ENTOS DE C IMENTAÇÃO ADESIVOS

Fendas pré-ades ivas A trinca ainda estava invisível após mais de


5 anos em função (Fig. 8- l 5c). O fenômeno
A peço de porcelana permanece frágil até que pode ser atribuído ao se lamento eficiente da
seja unida ao dente. Folhas microscópicas falha através da resina adesiva, sendo as pare-
podem se formar antes da cimentação, tanto des do defeito aumentadas e adequadamente
durante o processamento como no estágio de condicionadas durante o cond icionamento com
prova . Muito embora a adesão a uma peça de ácido fluorídrico . A silanização também auxilia
porcelana já trincada não seja geralmente re- no umedecimento do espaço microscópico.
comendada, os clínicos devem estar conscientes
que a fa lha pré-adesiva que tem início na super- As falhas pré-adesivas que têm início na super-
fície interna da restauração (Fig . 8-14) provavel- fície externa da restauração (facilmente detec-
mente não será visível após a cimentação. táveis com luminosidade tangencial) provavel -
mente não são seladas por esse fenômeno.
Esse aspecto é ilustrado na figura 8-15. A trinca
/

vertical estava claramente visível no modelo- E recomendado o exame cuidadoso de cada


'
mestre (Fig. 8- 150) e desapareceu completa- RAP a ser unida. E fundamental o uso de fibra
mente após a adesão ao dente (Fig. 8- l 5b). óptica e transluminação .

.......

8- l 4a 8-l 4b

· FIGURA 8-14 : FALHA INTERNA. Esta peço de porcela na fraturo u durante o transporte do laboratório para o clínica. A fal ha
horizontal é visível através do face vestibular (8- 140, ponto do seta). O exame mais próximo revelou que a fenda iniciou -se
no superfície interno (8- l 4b, ponto do seta).

FIGURA 8-15: DESAPARECliViENTO DA FALHA PRÉ-ADESIVA COMO RESULTADO DA CIMENTAÇÃO ADESIVA. Uma fendo
pré-adesiva interno é claramente detectada antes do cimen tação (8- 1Sa), porém, esta não é 1nais visível após a inserção
definitiva da RAP (8-1 Sb}. O defeito ainda estava invisível após 5 anos em função (8-1 Sc).

366
8-150 8- l 5b

• .f

.f

8-l 5c

367
8 PROVA E PROCEDIMENTOS DE CIMENTAÇÃO ADESIVOS

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Clinical resu lts. lntProsthodont 2000; 13:9-18. scopic exponsion. J Dent Res 1990;69:36-39.
4 1. Mogne ~ Kwon KR, Belser UC, Hodges JS, Doug - 49. White SN, Zhao XY, Zhaokun Y, Li ZC. Cyclic me-
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A simuloted operotory evoluation. J Prosthet Dent lnt J Prosthodont 1995;8:413-420.
1999;81 :327-334 .

369
r

,
CAPITULO 9

Tem-se constatado que as restaurações adesivas de porcelana (RAP)


constituem um complexo extremamente forte, tanto in vitro como in vivo.
Pesqu isas a médio e longo prazos têm demonstrado a excelente manu-
tenção da estética, a alta satisfação do paciente e a ausência de efeitos
adversos sobre a saúde gengival . Como resultado, o protocolo de manu-
tenção quase não difere daquele aplicado aos dentes naturais intactos.
Este capítulo descreve alguns procedimentos específicos de manutenção,
como também o tratamento de pequenos problemas que podem ser en-
1
contrados com as RAP.

371
9 M ANUTE NCÃO E REPAROS
-

/ - /

PERF O RMANCE MAXIMA, MANUTENÇAO MINIMA

Aná lises clínicas têm demonstrado que provavel- alguma , relacionado {l) à máxima preservação
mente os ín dices de retenção e fratura de RAP do esmalte e dentina, o que resu lta no mime-
anteriores não geram maiores preocupações. 1-4 tismo da biomecânica dos dentes intactos, e (2)
Pelo r11enos dois estu dos clínicos demonstraram no máximo respeito aos tecidos periodontais .
um índice de sobrevida de l 00% em 5 anos, 214 Este último elemento é refo rçado pe lo fato de a
e outros dois estudos, a longo prazo, revelaram porcelana dental ser menos suscetível ao acú-
um índice de sobrevida de 90% e um índice de mulo de placa bacteriana em relação ao ouro,
. '
sucesso de 93%, em um período de l O e 15
/
res rna composta o u, ate mesmo, a estrutura
anos, respectivamente. 5 •6 Uma dessas aná li ses4 dental dura. 13•14 Portanto, não é surpreendente
/

incluiu casos com espaços ma iores do borda que reduções significativas no lndice de Placa
incis iva, que represen ta a situação extrema e bactérias da placa possam ser observadas
para o espectro de ind icação das RAP Esses após a colocação de facetas de porcelano. 15 De
resultados são particularmente encorajadores, acordo com um acompanhamento de 5 anos,
considerando-se que a maio ria dessas RAP realizado por Walls, 16 mesmo quando a superfí-
(Fig. 9 - 1; ver também Figs . 4-8 e 6-1) foram cie glazeado de porcelana foi removida durante
unidas apenas ao esmalte (Figs. 9- l b e 9- l c) os procedimentos de acabamento das margens
e a exposição dentinária não foi tratada, pois gengivais, nenhuma alteração foi observado,
nã o hav ia adesivos dentinários disponíveis na tanto na placa como nos índices gengiva is.
época da colocação .
Por essas várias razões, as RAP podem ser o
As RAP demonstram excelente satisfação pelos tipo d,e restauração que mais perdoa pacien -
pacientes e poucos problemas em relação tes com má higiene bucal.
às facetas de resina composta, que tendem
a apresentar deficiência estética, integridade Os resultados clínicos excelentes das RAP tendem
marginal instável, efeitos deletérios sobre a apenas a me lhorar, considerando -se as melho-
saúde gengiva l e índice de sobrevida reduzido rias contínuas dos materiais cerâmicos e agentes
com o tempo. 7- 12 de união {resinas compostos com a lta carga de
partícu las apresentando expansão térr11ica infe-
O sucesso clínico das RAP está, sem dúvida rior, resinas adesivas com carga, etc.).

FIGURA 9- 1: PRIM EIRA RAP COLOCADA PELO AUTOR (PM) EM 1992 COM ACOMPANHAM ENTO DE l A 7 ANOS. Os
dentes anteriores do paciente apresentavam inicialmente restaurações defeituosas de resina composto (9-1o). A colocação de
RAP foi rea lizado apenas com adesão ao esmalte e à cerâmica, apesar de superfícies dentinários expostas loca lizados (9- 1b;
incisivo central d ireito após cond icionamento com ácido fosfórico) e da destruição substancial de tecido d uro, especialmente
no incisivo cen1ral esquerdo (9-1 e) . O espaço do bordo incisiva é de 3 o 5 mm (9-1 d). Visão clínica pós-operatório de um
ano (9- 1e). A satisfação do paciente aos 7 anos é de 100% (9- 1f, 9-1 g) e nenhu ma a lteração é detectado na radiografia
(9- 1h). Essas RAP estão ainda em função após ,nois de 9 anos.

372

9-1o 9- b 9 lc

9 ld 9-1e

• • ..

'

7y
9- 1f

9-lg 9-1h
9 M ANUTENCÃO

E REPAROS

HIGIENE PROFISSIONAL DE ROTINA


Não existem instruções específicas em relação 9- 1k), e os movimento s no sentido raiz- co roa
à hig iene pessoal ao redo r da s RAP Conside - {Fig. 9 11) d evem ser tota lmente evitados, pois
rando-se que o uso de fio dental e esco vação podem facil mente fratu rar a ma rge m ou formar
são importantes, os mesmos cu idados e técn i- um su lco nessa interface.
cas utilizadas nos dentes natura is pode,n ser
aplicados aos de ntes restau rados co m RAP. Os seguintes apare lhos não devem ser uti liza-
Todavia, o clínico ou hig ieni sta denta l devem dos:
seg uir algu mas orienta ções específicas durante • Extrc1tores sô nicos o u ultra-sô nicos podem
a higienização profissiona l. dan ifi car cons ideravelmente a cerâm ica
(lasca ndo ou trincando).
• Sistemas de polime nto abras ivo com jatea-
Raspagem de roti na mento danifica m o glazea mento, provoca ndo
uma superfície áspera e manchado, e remo-
Nenhuma intervenção mecânica (raspagem vem o brilho.
ou polimento) deve ser realizada na ausência
de inflamação gengival e placa bacteriana. Esses in strumentos ta m bém criam efeitos ad-
versos sobre o esmalte intacto e não devem
Instrument os ma nuais (cureta ou extratores), ser utilizados na limpeza dental roti neira. Eles
q uando necessários {por ex., caso se ja detec- devem ser reservados a cá lculos endurecido s,
tada gengivite o u suspeita de excesso de resina de d ifícil remoção, presentes sobre dentes intac-
composta ), devem ser usados com movimentos tos.18 O contato di reto entre a ponta oscila nte
táteis suaves. Movimentos cu idadosos devem ser e os superfícies dente-restauração sempre deve
realizados paralelos ao contorno geng iva l {Fig. ser evitado. 19

FIGURA 9- 1 (CONT.): CONTRO LE AOS 7 E 8 ANOS. Visões detalhadas do incisivo cen tral esquerdo demonstram tecidos
moles ótimos e estabi lidade absoluta da textura superficial (9 - 1 i) e brilho, em comparação com o incisivo lateral intacto
(9-1 i). O esmalte proxi,nal é visível e manchado, o que suporta a idéia de que uma penetração interdental mais exten sa
seria indicada atualmente (9-1 j). O protocolo de manutenção foi simulado em uma vis ita de controle aos 8 anos (9-1 k a
'
9 - 1o). Um explorador ou cureta pode ser usado poro verificar as mar·gens e re,nover os depósitos duros. E essencial usar
um movimento delicado paralelo ao contorno gengival (9- 1k). Movimentos no sentido ra iz-coroa são contra-indicados pelo
foto de estes poderem frotu ror e danificar o margem da cerâm ica (9-11).

374

7y
9- l i


7y
9- 1i
• INCORRETO
CORRETO

8y
9- l k 9- 11
9 MANUTENÇÃO E REPAROS

Polimento Fluoretação

Ma nchas resistentes sob re as margens aces- Flu oretos tópicos, especialmente os géis de flu-
síveis podem ser removidas co m pontas fi nas o rfosfato acidula do (1, 23%) não devem entrar
de silicone {por ex., Dialite Fin e W 16 0 -21 , em contato com a porcela na, pois apresentam
Brasseler) ou escovas sôn icas com dentifrício. um efeito condicionador e podem danifica r a
Geng iva lmente, a co locação de um fi o retrato r su perfície cerâmica. 20 -23
auxilia nessa tarefa (Figs. 9-1 m e 9-1 n) . Um
dentifrício {ou pasta para polimento extrafina , Os géis de fluoreto de sód io (2%) são se mpre os
de óxido de a lumínio) e uma ta ça de bo rracha prefe ridos pe lo fato de apresentarem natureza
podem ser utilizados para po lir o dente resta u- inofens iva .21 ,23
rado (Fig. 9- 1o).

Pastas para polimento ásperas nunca devem


se r utilizadas, pois podem provocar a perda
do brilho da superfície de porcelana .

• •

9-l'l"

FIGURA 9-1 (CONT.): A inspeção ótima pode ser realizada quando se coloca um fio retrator. O traumatismo dos tecidos
moles pode ser prevenido através da estabilização do fio com uma sondo periodontal, enquanto uma espátula é usada
poro inserir o fio no sulco (técnico manual de inserção, 9- 1m) . Para rernover o manchomento marginal intenso, ponto s
díamantadas siliconizadas podem ser usadas com segurança, pois a deflexão do fio protege a gengiva marg inal (9-1 n). O
polimento fi nal pode ser realizado simplesmente com uma taça de borracha macia e dentifrício, a fim de evitar o dono à
superfície cer6m ica (9- 1o).

376
9-1 r

9-1 o
9 M ANUTENÇÃO E REPAROS

COMPLICAÇÕES E REPAROS
Uma medido preventivo poro reduzir o risco de
O que deve ser enfatizado é o resultado "po-
fo lho serio proporcionar ao paciente uma placa
sitivo" dos complicações dos RAP; em muitos
de acrílico superior para ser utilizado ao dormir.
casos, o reparo pôde ser realizado através
Tal aparelho é totalmente indicado em pacientes
de meios simples, com custos mínimos (ver
com hábitos reconhecidos de bruxismo noturno,
Figs. 9-4 e 9-5). A capacidade de reparo dos
ou ranger dos dentes, com ou sem RAP.
RAP também pode ser atribuída aos recentes
desenvolvimentos dos sistemas e ferramentas
A experiência clínica demonstro claramente que de reparo intra bucais. Entre esses, o apare lho
pacientes que não sentem dor, em geral não
de joteamento intrabucal é o mais importante
usam corretamente tais protetores noturnos,
no reparo cerâmico (Fig. 9-3a).
mesmo quando se utiliza uma espessura míni-
ma de resina para obter máximo conforto (Fig.
A superfície áspera criada por esse cond icio-
9-2) . Por outro lado, placas confeccionadas
namento apresenta o efeito mais forte sobre o
com finalidades terapêuticas são eficientes e são resistência adesiva cerâmica-resina. 27 Contu-
utilizadas pelos pacientes, pois estes sentem sua do, o uso intrabucal de ácido fluorídrico não
necessidade física (por ex., dor miofascial).
pode ser recomendado. Uma superfície áspero
eficiente pode ser obtida com segurança , in
Trincas pós-adesivas, 24 •25 lascas26 , fraturos 6 ' 16 e
vivo, com o jateamento intrabuca l. Uma areia
microinfiltração 6•9 estão entre os complicações fina com partículas de 30 µm foi desenvolvida
possíveis das RAP; esses problemas e os riscos
especificamente para uso intrabucal (9-3b) .
relacionados foram integralmente discutidos
Pelo fato de esta areia ser alterada com sílica,
neste livro. Dados com períodos de observa-
permite simultaneamente uma superfície áspera
ção mais longos para as facetas de porcelana
e a incorporação desta no substrato, também
foram apresentados por Friedmon, 6 que re lotou
denominado cobe rtu ra triboquímica. A super-
uma ocorrência de complicações de 7% em 15
fície enriquecida com sílica irá, dessa forma,
anos.
reagir com o si lano (agente químico). O pré-
tratamento triboquímico da porcelana resulta
em aumento sign ificativo das características
adesivas. 28 ' 29

378

......_.__~
:,r-~

9-2a

J
I I

9-2b

7*üãi 1 1: ..... t

9-3b

,
FIGURA 9-2: PLACA PREVENTIVA SUPERIOR DE ACRILICO DURO. Os pacientes com RAP devem ser considerados como
pacientes com dentes intactos. Este paciente tem RAP em quatro incisivos superiores (9-2a). Recomenda-se que indivíduos
de risco (bruxistas e rangedores) utilizem um aparelho de proteção, como uma placa superior (9-2b) com cobertura total,
a fim de proporcionar proteção interoclusal e guio anterior (9-2c).

FIGURA 9 -3: APARELHOS DE JATEAMENTO INTRABUCAIS. Os aparelhos no mercado incluem (de cimo paro baixo) o Dent-
prep
, (Ronvig), o M icroetcher (Danville) e o Rondoflex (KoVo) (9-30). A pressão de joteomento é de 2 a 3 bars (30 o 42 psi).
E obrigatório proteger os olhos e as vias aéreos do paciente (com uma máscara e dique de borracha, respectivamente), e
sucção intensa deve ser usada para evitar a disseminação da areia. O recipiente pode ser preenchido por vários tipos de
areia. Recomenda-se o uso intrabucol de areia de sílica mod ificado (Co je-Sand, 3M Espe) (9-3b) .
..
9 MANUTENÇÃO E REPAROS

Formação de lascas e si lon izoçõo) foz -se necessário. O seguinte


procedimento é recomendado {Fig. 9-4):
As lascas são definidos como fraturas coesivas
que ocorrem dentro da estrutura da porcelan a 1. Isole o segmento dental com diq ue de borra -
em áreas de intensa carga pontua l (geralmente cha para protege r os vias aé reas do paciente
uma forço trau mática ocidenta l) . Peq uenos la s- da inalação de areia.
cas na borda incisiva podem oco rre r a qua lquer 2 . Faça a cargo do apare lho de jateamento
rno mento durante o período de uso de uma intra buca l.
RAP. O pad rão desses defeitos assemelha-se 3 . Verifique a eficiência do apa relho através do
intimamente à formaçã o de lascas no esmalte, jateame nto de uma tiro metál ico (o metal
encontrado em dentes intactos envelhecidos. deve ficar com uma cor escura uniforme).
4. Jateie a sup erfície cerâmica lascada por
Qua ndo a estética e a função não são com- aproximadamente 15 seg undos. (Os dentes
prometid as, a su perfíci e qu e apresenta uma ad jace ntes devem ser protegidos co m uma
lasca pode ser se letivamente pol ida com pon- matri z metá Iica. )
tas diamantadas de granu lação fi no e pontas 5. Apli que o sila no e deixe o solvente eva porar
de silicone, permanecendo como está . {sequ e bastante com a r, fin a lmente seq ue
com um secado r de cabelo) .
Em casos severos, o frag mento perdido deve 6. Apli que res ina adesiva fina e pol imerize .
ser substituído por resina composta. O condi- 7 . Resta ure com resinas compostas fotopolime -
cionamento da superfície cerâmica (jateam ento rizáveis como um dente natural intacto.

FIGURA 9 -4: REPARO DE UMA FACETA LASCADA. O paciente apresentou -se com uma faceto cerâmico lascada e admitiu
te r mordido acidentalmente u111 garfo 111etálico (9-4a). O dique de borracha fo i colocado nos dentes anteriores. A fratura é
coesivo e nenhuma alteração do complexo rema nescente dente-restauração é detectado (9-4b). Urn a tira metálica é co lo -
cada interproximal111ente paro proteger o dente adjacente durante o microobrasõo (9-4c}. O pri,ner Scotchprime cerâmico
.(3M Espe) será aplicado; primeiramente, condiciono-se com ácido fosfórico por 60 segundos (9-4d), em seguida, lava -se
e seca -se; isso deve preceder o aplicação do silano (não é rlecessário com outros silanos, tal como o Silocoup [Kulzer] ou
Espe-sil [3M Espe]). A evaporação do solvente e condensação do silono requer mais de 5 minutos, mas o processo pode ser
acelerado com ar aquecido (secador de cabelo em baixa potência) . O paciente não deve ser anestesiado poro possibilitar
a resposta no caso de calor excessivo (9-4e). Após o defeito ter sido coberto com res ina adesiva, uma res ina composto fo -
topolimerizóvel pode ser uti lizada (9-4fj. O excesso de resina composta pode ser detectado através da fricção de um papel
de articulação sobre a face vestibular (9 -4g). Após a remoção dos excessos grosseiros com um bisturi, o restauração pode
ser finalizada com pontos de silicone e discos . Esta RAP já está em função por mais de 6 anos (9-4h).

380
I

·"


9-4a 9-4b

9-4c 9-4d 9-4e

•• •
• •.
..


-•

9-4g

••
9-4h
9 M ANUTENÇÃO E REPAROS

Fratura te quando o substrato dental adjacente é


dentina. No caso de restaurações indiretas,
Entre todos os casos apresentados neste livro, freqüentemente resulta dos métodos usados
apenas duas RAP fraturaram, após 5 e 7 anos. paro aplicar o agente adesivo dentinário (por
Em ambos os casos, o fragmento foi recuperado ex., ·o missão de adesão dentinária imediato,
e unido novamente, como ilustrado na figura como descrito no capítulo 8) .
9-5. Após a eliminação cuidadosa da resina
composta remanescente, nova adesão foi re-
alizada através de procedimentos clássicos de Trincas pós-adesivas
ci111entação. A causa exata de tais falhas pode
variar. Duas situações devem ser diferenciadas Como ilustrado na figura 9-5, um fragmento
e podem ocorrer em um mesmo dente . pode ser facilmente unido com excelente resul-
tado estético. Trincas pós-ades ivas infelizmente
• A resina composta de cimentação permane- são mais problemáticas pelo fato de não existir
ceu sobre o dente, o que sugere desunião atualmente nenhum procedimento que possa
na interface porcelana -resina composta. tratar desse prob lema. Caso toleradas pelo pa-
Isto poderio ser resultado do incorreto união ciente, essas imperfeições devem ser monitora-
(por ex., omissão de resina adesiva paro das e nenhuma intervenção específica deve ser
umedecer a porcelana condicionada), con - recomendada. O paciente deve ser informado
taminação da superfície condicionada (por de que a formação de trincas não constitui um
ex., omissão da limpeza ultra-sônica após risco para a estrutura dental remanescente.
o condicionamento), ou uso incorreto do Essas falhas podem ocorrer de forma muito
agente de ynião silano (por ex., insuficiente precoce no período funcional de uma RA8 sem
secagem). demonstrar quaisquer sinais de progressão com
• A resina composta de cimentação perma- o passar dos anos (veja Fig. 7 - 1). 4 As RAPs fratu-
neceu sobre a peça cerâmico, o que sugere radas devem ser substituídas apenas no caso de
desunião na interface dente-resina composta. imperfeições antiestéticas (mancha profunda),
Esta situação parece ocorrer essenciolmen- sob o solicitação do paciente.

FIGURA 9-5:PERDA PARCIAL DA RAP POR FRATURA CERVICAL. A parte cervical desta RAP perdeu a retenção durante o
sétimo ano em função no cavidade oral (9-Sa). O paciente fe lizmente recuperou o fragmento cerâmico (9-Sb). A superfície
interna e o borda fraturado são primeiramente joteadas, então, são condicionados com ácido fluorídrico e si Ionizados. Devido
.aos procedimentos adesivos trad icionais terem que ser aplicados, é necessária a colocação de dique de borracho {9-5c).
Após a eliminação do resina composta remanescente da superfície dental, com uma ponto diamontodo em baixo rotação,
ja teamen1o introbucal é utilizado paro a limpeza final e poro tornar áspera o borda fraturado da porcelana (9-5d, 9-Se). O
condicionamento fi nal da superfície dental é realizado com ácido fosfórico (esmalte e superfície cerâm ica áspera), seguido
da aplicação de silano à borda fraturada. A dentina exposta necessitaria do uso adicional de um agente adesivo dentinária.
Resi no adesiva e uma resino composto regular são usados poro colocar o fragmento (9-5f). A visão fi nal demonstra uma
integração adequado do fragmento unido e o linho de trans ição invisível do reparo (9-Sg). O resu ltado é estável após 8
meses, apesar do higiene bucal deficiente do paciente (9-5h). Esta RAP tem mais de 8 anos.

382

1

J

9-50 9-Sb

9-Sd

9-Se

9-Sh
9 M ANUTENÇÃO E REPAROS

-
SUBSTITUIÇAO DE
-
RESTAURAÇOES CLASSE 3 DE RESINA COMPOSTA

Em um grande número de situações clín icas, as Aqu i, novamente, a aplicação intrabucal de


facetas devem ser colocadas sobre restaurações ácido fluorídrico deve ser evitada, especial-
interproximais de resina composta, ainda acei- mente em uma cavidade aberta. O seguinte
táveis clinicamente (ver Fig. 6- l 9e). O desenho procedimento alternativo é proposto (Fig . 9-6).
com enve lopamento parcial é uma escolha Primeiramente, a dentina limpa e exposta da
sensata, muito embora o envelopamento total cavidade deve ser selada com agente adesivo
de restaurações de Classe 3 com RAP possa ser dentinário. Para uma transição estética suave, as
indicado e excelente adaptação obtida entre margens das cavidades de Classe 3 devem ser
as RAP novas e as restau rações interproximais biseladas, incluindo a face vestibular (interface
preexistentes de resina composta .30 ,31 Devido à com cerâmica) caso a margem da restauração
sobrevida favorá vel das RA~ questiona-se se a esteja visíve l. Após a colocação de uma matriz
substituição ou realização de novas restau ra- metálica para proteger o dente adjacente, a
ções Classe 3 podem ser executadas através de cerâmica é desgastada, cond icionada por
acesso palatal, sem a remoção ou alte ra ção de 60 segundos com ácido fosfórico a 35% e si-
uma RAP existente. No caso de uma situação lanizad,a. Os passos adicionais do procedimento
de reparo, a adesão intrabucal com a porce- restaurador são similares àqueles dos dentes
lana parece ser um passo crítico e tem sido intactos.
demonstrado que procedimentos restauradores
executados através da face palatal de incisivos
facetados podem ser bem-sucedidos, conta nto
que seja realizado o condicionamento da su -
perfície cerômica. 3 1

- -
. FIGURA 9 -6: PROCEDIMENTO ADESIVO PASSO-A-PASSO PARA A SUBSTITUIÇAO DE UMA RESTAURAÇAO CLASSE 3 DE
RESINA COMPOSTA. A restauração existente e o tecido cariado foram removidos (9 -60). A superfície de dentina exposta é
imediatamente selado (9-6b, 9-6c) ; qualquer agente adesivo denti nório pode ser usado segundo o protocolo do fabricante.
Um bisei no esn1alte, de aproxi111adamente 1 mm, é criado (9-6d). Uma matriz metálica protetora é colocada e o margem
cerô mico é m icrojoteodo por 1O o 15 segundos (9-6e). O esma lte e os margens cerâmicos são cond icionadas por 60
segundos com ácido fosfórico (9-6fj ; o condi cionamento do cerâmico que sofreu abrasão é opcional e pode ser sugerido
por a lg uns fabricantes de silano. A margem cerâmico é silanizada (9-69) e com pletamente seca com a r. Resino adesivo é
aplicado (9-6h) e imed iatamente pol imerizodo (9-6i), seg uido pela restauração incrementa l.

384
f
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Limpeza da cavidade Agente dentinário


(condicionomenlo/ primer +
adesivo com cargo)


.e
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' •1
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~ -,~ ; ...... ..
'
\.•.
~ / -· ' \'···-
-----
Condicionamento com H3 PQ 4
Bisei no esmalte Microjoteomento do cerâmico ~ (esmalte + cerâmico)

...·
.,,··
.:
i

'••
\ '
,, ',,
'·...... _--- .
'
··.....
···- )_

Siloniz. do c~rôm. + secagem
- .......
Polimerização .- restauração
9 MANUTENÇÃO E REPAROS

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stud ies. J Dent 1998;26:345-353. bond strength. J. Dent Res 1995; 7 4 :381 -387.
12 . Meijering AC Creugers NH, Roeteers FJ, Mulder J. 28. Sun R, Suansuwan N, Kil patrick N, Swain M . Char-
Survival of three types of venner restorati ons in a octerisation of tribochmeica ll u assited bonding of
clinica! tria i: A 2 .5-years interim evaluation. J Dent composite re isn to pordela in and meta l. J Dent
1998;26:563-568. 2000;28 :44 l :44 5 .
13 . Chan C, Wber H. Plaque retention on teeth restored 29. Robin CD, Scherrer SS, Vviskott HWA, De Rijk WG,
with full-ceramic crowns : A comparative study. J Belser UC, Weibull parameters of comsite res in bond
Prosthet Dent l 986;56:666-67 1. streng ths to porcelain and noble alloy using the Ro-
14. Koidis PT, Schroeder K, Johnston W, Cornpagni W. Color catec system. ln Press, Vo l. 18, 2002.
consistency, plaque accumulation, and esterno! amrinol 30. Christgau M, Frie d l KH, Schmalz G , Edelman K.
surfoce characteristics of the collorless metol-ceramic Margina l adaptation of heat-pressed g lass-ceramic
restoration. J Prothet Dent 1991 ;65:391-400. veneers to Closs 3 composite restorations in vitro.
15 . Kourko uta S, Wo lsl1 TT, Davis LG. The effect of Oper Dent 1999 ;24 :23 3- 2 44.
porcelain lominote veneers on g ingival health and 31. Magne P, Doglas WH. Cumulative effects of succes-
bacterial ploque cha rocteristics. J C lin Periotontol sive restorative procedures on anterior crown flexure:
1994;2 1 :638-640 . i ntoct versus veneered incisors . Quintesence lnd
16 . Walls AWG. The use of adhesively retoined all-por- 2000;3 1 :5- 18.
ce lain veneers during the monagement of fractured
and worn anterior teeth: Port 2 . Clinica! results after 5
years of folow- up. Br Dent J 1995; l 78:337-3490.

386
,

Uma grande quantidade de casos clínicos foi apresentada neste livro.


Poro auxil iar o leitor a ter uma visão completa e seqüencia l dos casos
apresentados, fo i desenvolvido este índice q ue listo cada caso e a loca-
lização de todos os passos clín icos envo lvidos .

387
I

INDICE DOS C ASOS C LÍNICOS

RAP (restaurações adesivas de porcelana) nos dentes 12, 11, 21 e 22


Pré-operatório Fig. 2-12b
Preparos finais Fig. 6-23
Moldagens Fig. 6-23
Provisórios Fig. 6-28
Prova e cimentação Fig. 8-2

., l
'

RAP nos dentes 12 e 22, MC (metalocerâmica) no dente 11


Pré-operatório Fig. 4-4
Preparos finais Fig. 4-4
Caso finalizado Fig. 4-4
Controle Fig. 4- l 4o
Reparo Fig. 9-5

388
'
INDICE DOS C ASOS C LÍN ICOS

' \ .,
J '
' '

Tratamento ortodôntico + RAP nos dentes 13, 12, 11, 21 , 22 e 23


Pré-operatório Fig. 4-5
Princípios do reparo Fig. 6-20
Preparos finais Fig. 4-5
Caso finalizado/ contro le Fig. 4-5

RAP nos dentes 13, 12, 11, 21, 22 e 23


Pré-operatório Fig. 4-6
Abordagem diagnóstica Fig. 5- 1O
Prepares finais Fig. 5-1 O
Caso finalizado Figs. 4-6 e 5 - 1O
Controle Fig. 7 - 1

389
I

INDICE DOS C ASOS CLÍNICOS

'
J

Clareamento interno do dente 21, RAP nos dentes 11 e 21


Pré-operatório Fig. 4-7
Preparos dentais Fig . 6-4
Caso final izado, controle Fig. 4-7
Reparo Fig. 9-4

RAP nos dentes 1 1 e 21


Pré-operatório Fig. 4-8
Abordagem diagnóstica Fig. 5-5
Preparos dentais Figs. 4-8 e 6-3
Estratificação cerâm ica Fig. 7-9
Caso finalizado, controle Figs. 4-8 e 7-9

390
,
INDICE DOS C ASOS C LÍNICOS

'

~ · : 1 . . . . . . .: ..,,,....-:;

RAP nos dentes 11, 21 , 22, 23, 41 e 42


Pré-operatório Fig. 4- l O
Abordagem diagnóstica Fig. 5-8
Prepares dentais Fig. 5-8
Caso fina lizado, controle Figs. 4- 1O e 5-8

Tratamento ortodôntico mais coroa total nos dentes 13, 12, 11, 21 , 22 e 23 ;
RAP nos dentes 44, 43, 42, 31, 32, 33 e 34
Pré-operatório Fig. 4- 12
Preparas dentais Fig. 7-11
Estratificação cerâmica/ prova Fig. 7-11
Caso finalizado Figs. 4- 12 e 7- 1 1

391
,
INDICE DOS C ASOS C LÍNICOS

Enxerto de tecido conjuntivo nos dentes 21 e 22; RAP nos dentes 11, 21 e 22
Pré-operatório Fig. 5-4
Cirurgia Fig. 5 -4
Abordagem diagnóstica Fig. 6-22
Prepares dentais Fig. 6-22
Caso finalizado Figs. 5-4 e 6-22

~1

Resinas compostas diretas nos dentes 12 e 22; RAP nos dentes 11 e 21


Pré-operatório Fig. 5-6
Abordagem diagnóstica Fig. 5-7
Resinas compostas Fig. 5-6
Prepares dentais Figs. 6-1 O e 6-16
Provisórios Fig. 6-26
Modelos -mestre Figs. 7 -3 a 7 -6
Estratificação cerâmica Fig. 7-8
Coso finalizado Figs. 5 -6 e 7-8

392
'
INDICE DOS C ASOS C LÍNICOS

Clareamento interno dos dentes 11 e 22; RAP nos dentes 12, 11, 21 e 22
Pré-operatório Fig. 5-9
Abordagem diagnóstica Fig. 5-9
Preparos finais Figs. 6- 18 e 8- 1O
Prova e cimentação Fig. 8-10
Caso finaJizado Figs. 6- 18 e 8-1O

RAP nos dentes 12 e 11; MC no dente 21


Pré-operatório Fig. 5- 11
Abordagem diagnóstica Fig. 5- 11
Prepares finais Fig . 5- 1 1
Trinca pré-adesiva Fig. 8- 15
Caso finalizado Fig. 5- 1 1
Controle Fig. 8- 12

393
'
lNDICE DOS C ASOS CLÍNICOS



,.
l':

- \

~ ' t~ \

•• ~
\ a
...

RAP nos de ntes 1 2 , 1 l , 21 e 2 2


Pré-operatório Fig. 5- 12
Abordagem diagnóstica Fig. 5- 12
Preparos finais Fig. 5- 12

Provisórios Fig. 6-25
Efeitos especiais Fig. 7 - 1 O
Caso finalizado Figs. 5- 12 e 7 - l O
Contenção preventiva Fig. 9-2

394
I

INDICE DOS C ASOS CLÍNICOS

RAP nos dentes 11 e 21 Fig. 4-2

RAP nos dentes 11 e 21 Fig. 4-3

RAP nos dentes 13, 12, 11 , 21 , 22 e 23 Fig. 4- 11

395
I

INDICE DOS C ASOS C LÍNICOS

RAP nos dentes 12-11-21-22 Fig. 4-13


'


\

!l H

),

RAP nos dentes 1 1 e 21 Fig. 6- 1

396
,
INOICE DOS C ASOS ( LiN ICOS

RAP nos dentes 13, 12, 11 , 21, 22 e23 Figs. 8-5 a 8-8

'

RAP nos dentes 11 e 21 Fig. 9- 1

397
As esculturas apresentadas em cada capítulo deste livro foram criadas pela artista suíça Anita Gehler,
de Genebra. O objetivo do autor não foi apenas estabelecer uma relação entre a arte da escultu-
ro e o Odo.ntologio Estético, mos estimular o visão do leitor atraindo, dessa fo rma, seus sentidos
poro o obra de arte. Nas cinco escultu ras apresentadas nos capítulos 2 a 8, a forma, a textura e
o natureza dos materiais utilizados pelo artista enfatizam o idéia de harmonia entre corpo e olmo.
As esculturas apresentadas nos capítulos 1 e 9 caracterizam o caráter lendário de Guilherme Tel l,
enfatizando a origem suíça deste livro .

,
CAPITULO 1: GUILHERME TELL. Visão parcial de uma escultura em bronze com 2,47 m de altura. Obro de orte original
exibido em Motten-lnterloken (Suíça), em fre nte do Teatro Frei lichtspiel de Tell {ao ar livre) .
,
CAPITULO 2: L'ENVOL (Vôo}. Esculturo de cimento com 40 cm de altura.

CAPÍTULO 3: SANS TITRE (Sem título). Escu ltura de cimento com 33 cm de altura.

CAPÍTULO 4: LA VIE EST BELLE (A vida é bela). Escultura de cimento com 43 cm de altura.
,
CAPITULO 5: LE SECRET (O segredo). Visão frontal da escultura de cimento com 40 cm de altura.

'
CAPITULO 6: LE SECRET. Visão da parte posterior.

CAPÍTULO 7: LE SILENCE (O silêncio). Visão fronta l da cabeça da escultura de bronze com 8 cm de altura.

CAPÍTULO 8 : LE SILENCE. Visão lateral.


,
CAPITULO 9: GUILHERME TELL. Visão geral.

398
l 2 3

4 5 6

7 8 9
,

Os números dos páginas seguidos da letra "f" indicam figuras; aqueles seguidos da letra "t" indicam tabelas.

A efeitos no resistência adesivo descrição da 1 306


cerâmica-resina composta do, glazeomento, 31 6
Abordagem diagnóstico 378 parede incisivo de esmalte,
sumário do visão gera l da, 224 , 312, 3 l 2f-3 l 3f
225f película de esmalte caracteri-
visão geral da, 179 B zado, 314, 314f-315f
Acabamento primei ro queima, 312f-3 l 3f,
preparo dental, 246 Biomimética, 50-52 312-314
restaurações provisórias, 284, Brilho, 84, 84f queimo, 314, 3 l 4f-3 15f, 31 8t
286f-287f

redução da dentina, 31 O,
superfície cerâmica, 316, 31 7f 31 Of-311 f
Acrílico e restauração final izado, 318,
ensaio restaurador diagnóstico 318f-32lf
de, 200, 200f-203f Ca ninos anatomia dos, 28, 28f estratificação dos, 306f-309f
restaurações provisórias com o superiores, 76, 76f-77f história das, 130
uso de, 280f-28 l f Cargo de tensóo . Veia tensão. mascaramento dos, 326f-329f,
Adesão dentinária imediata, 270- Cerâmicas. Ve;a também Restaura- 326-328
272, 360f ções adesivos de porcelana; propriedades de desgaste das,
Agentes adesivos dentiná ri os Porcelana. 296
considerações em lacunas margi- condicionamento da superfície resinas compostos e
nais, 358-360 condicionamento con1 comparações entre, 294
formação de prolongamen tos ácido fluorídrico, 342f- propensão à trinca dos porce-
de res ina, 360 343f, 342-344 lanas baseado no índ ice
descrição dos, 270, 272 descrição do, 342 de, 294
espessura dos, 362 possos envolvidos nas, 34 7f resistência à tração das, 52
fotoativados, 360 prova realizada após, 344 tipos de, 294 -296
métodos de adesão com, 358 silanização, 344, 346 1rotomento com silano, 344, 346
Ajustes estratif icação dos trinca nas, 364, 364f-365f
interdentais, 356-358 acabamento da superfície, Cirurgia mucogengival, 186, l 86f-
oclusa is, após a colocação da 316,3 17f l 87f
· restauração adesiva de porce- caracterização da dentina, C larea mento de dentes vitalizados
lana, 353-355 31 2, 312f-3 l 3f apl icação de resinas compostas
Amelogênese imperfeita, 160 cobertura do esmalte, 3 l 2 f- e, l 04
Apa relho de jateamento, 378, 379f 3 l 3f I 31 2 -31 4 dentes resistentes ao, l 34f- l 3Sf
Arco facial, 302 contorno, 314, 317, 317f descrição do, 46
Atoq ue ácido corpo do dentina, 31 O, 311 f efeitos da resistência adesiva ao
descrição do, 348 dentina opaco, 31 O esmo lte, l 04

400
,
INDICE

para descoloração pós-traumáti- em topo, 254 coroa, 68, 68f, 7 Of


co, 1OOf-101 f, 102f- 103f palatina, 254, 258f-259f proporcionalidade do, 64 , 66f
para manchas por fluorose, preparo interdenta l paro, 248, resposta biomecânica aos proce-
l OOf- l Ol f, 104 248f-249f dimentos restauradores, 50
placa, l 05- 105 proximal, 248 tensões sobre, 30
Clareamento subgengiva t 250 teste mecânico do, 30, 3 1f
de dentes vita lizados Contato interdental, 64, 64f textura superficial do, 82-83
aplicação de resinas com- Cor transparência do, 79f, 80, 81 f
postas e, 104 considerações estéticas, 84-87 De ntes conóides, facetas de
descrição do, 46 documentação do, 230-234 porce lana poro, 138, 138 f-
efeitos da res istência adesiva seleção do, 230-234 l 39f
ao esmalte, 104 Coroo Dentes posteriores
no descoloração pós-traumá- correções de formo antes do considerações sobre o troquei
tica, 1OOf- 1O1f, 102f- l 03f diagnóstico restaurador, 204f. refrotório, 302
nas manchas por fluorose, 207f facetas de porcelana para, l 70-
l OOf- 1O1f, 104 distribu ição de tensão, 50 17 4
placa, l 02- l 05 proporção oltura/lorg ura, 68, Dentes superiores, caninos, 7 6,
descrição do, 186, 188 68f, 70f 76f-77f
espera paro adesão após, 328 rigidez da, 50 Dentição anterior
técnica de cla reamento de dentes Critério de Von Mises, 32, l 55f alterações re lacionadas ao enve-
desvita Ii za dos lhecimento no, 44-48
descrição da, 1 l O anatomia da, 28, 29f dimensões
materiais restauradores adesi- D do, 70
vos, 1 12 Dentina
processo do, l l O- l 12, 11 1f- Defeitos de C lasse 4, 260, 261 f adesão imediata à, 270-272,
1l Sf Deformação, 26 360f
resistência dental a, 136f- 137f Dente anatomia do, 26, 26f, 81 f
restauração palatal após, ava liação do volume, 224 aplicação de adesivo, 348, 349,
1 16f- 1 1 7f caracterização do, 78-8 1 358
riscos de reabsorção radicular colagem de frag mento, 118, condicionamento da margem ,
associados a, 11O 1 18f- 1 19f 273f
sucesso o longo prazo do, componentes do, 26, 26f considerações do condiciona -
11 O condicionamento da superfície, mento dental na exposição do,
Cobertura triboquímico, 378 348, 349f 348
Colocação de restaurações adesi- cor do, 84-8 7 corpo de, 31 O, 31 1f
vos de porcela no critérios estéticos pa ra , 58 descoloração, técnica de clorea-
ajustes após a, 353-355 descrições históricas do, 23-24 mento de dentes desvitalizados
ajustes interdento is, 356-358 desidratação do, 234 para, l l 2f- l l 5 f
a justes oclusais, 353-355 dimensões do, 64, 66f, 68 -70 efeitos do envelhecimento, 44
procedimento para , 350-352 efeitos do envelhecimento, 44-48 f luorescência da, 80, 86, 86f
Concavidade palatina, 36, 254 efeitos sobre a forma para a função do, 44
Cond icionamento compensação da altu ra e propriedades físicas do, 53t
com ácido fl uorídrico, poro o larg uro, 322, 322f-325f redução, 31 O, 31 Of-3 11 f
condicionamento do superfície espesso, 260, 260f Descolorações
cerâmica, 342f-343f, 342-344 fi no, 260, 260f dentina opaco para, 31 O
descrição do, 348 flexibilidade do, 26 facetas de porcelana para, 134-
efeitos no res istência adesivo formos de tipo de, 74, 74f-75f 137
cerâmica -resino, 378 largura do, 66 manchas por fluorose, l OQf.
pontual, 282f-284f, 288f-289f, opalescência do, 78, 78f-79f l O1f, l 04
338 perda de, co nsiderações sobre o pós-traumáticas, l OOf- 1O1f,
Configuração e locolizoçõo do linho de fraturo polotino, 252 102f- 7 03{
margem performance fisiológica do1 24, procedimentos de cloreomenro
cervicoC 248 25{ poro dentes resistentes ao,
dentina, 273f proporção largura/altura do 134 - 137

401
,
INDICE

dentes vitalizados, l 00- l 04 resinas acrílicos simples usados Estética


técnica de clarearnento de paro, 202 considerações do plano de trota-
dentes desvita lizados, l 00- restaurações adesivas de porce- mento no cloreo mento
112 lona, 200 cirurgia mucogengivol, 186,
técnicas de rnascaramento para, retração ou deslocamento do 186f-187f
326f-329f, 326 -328 volume coronal, 202, 204 ortodonti a, 188
Dique de borracha, 340 técnico sanduíche, 2 l 2f-2 1Sf ortognático, 188
Distribuição de tensóo tradicional, 208f-2 l 1f resinas compostos diretos,
alterações da margem palata l e, Envelhecimento 188, l88f-195f
254 alterações na dentição anterior, critérios fundamentais
baixos níveis de, 36 44-48 caracterização dental, 78-8 1
concavidade palatina, 36, 254 efeitos sobre o esmalte, 46, 46f configuração da bordo
efeitos do envelhecimento, 48 efeitos sobre o sorriso, 46 incisiva, 88-90
efeitos na proporção CER/CR, 330 Envelopamento contato interdental, 64, 64f
espessura do esmalte e efeitos da descricão de, 252-254
~
cor, 84-87
geometria, 36, 36f-37f, 48 interdental, 252-254, 262, 264 dimensões dentais, 64, 66f,
incisivos inferiores, 34, 34f-35f restaurações Classe 3 preexis- 68-70
incisivos superiores, 32, 33f tentes, 264, 264f-265f, 384 eixo dental, 62, 62f
restaurações Classe 3, 262f-263f
v
Eq uipe cirúrgica, tratamento do fechamento interdenta l, 60,
testes mecânicos de, 30, 31 f paciente pela, l 82, l 83f 61 f
Documentação de cor, 230-234 Esmalte anatomia do, 26, 26f-27f limite gengiva l, 62, 62f
característicos do, 188, 196 linho labial inferior, 91, 91 f -
dentes anteriores, 44 92f
E dentes posteriores, 44 níve is gengivais, 64, 64f
Efeitos do formo, poro compensa- displosia generalizada do, 160, saúde gengival, 60, 60f-6 l f
ções do comprimento e largu- l 60f- l 63f simetria do sorriso, 91, 93f
ra dental, 322,

322f-325f efeitos do clareamento vital textura da superfície, 82-83
Eixo dental, 62, 62f sobre, l 04 visão geral da, 58, 59f
Enceramento diagnóstico efeitos do envelhecimento, 46, descrição de, 57
bases poro o enceramento aditi- 46f, 196, 197f facetas de porcelana na, 146,
vo, 196, 198-200 espessura l 46f- 14 7f
modificações de forma e volume ataque ácido para reduzir, 348 integração subjetivo da, 58, 59f,
de incisivos laterais avaliados distribuição de tensões com 94
com, l 90f- l 95f base no, 36, 36f-37f, 48
passos envolvidos no, 196, 198- restauração da, 48, 48f-49f,
200 196, l 97f F
previsões do resu ltodo de trota- fe ndas no, 38, 42, 42f, 196, Facetamento por enceramento, 74
mento com base no, 198 294,296 Facetas de porcelana. Veja Restau-
redução teciduol guiada por, fino, 242f-243f rações adesivas de porcelana
242, 242f-243f fluorescência do, 86, 86f adesivos, 148
Ensaio restaurador diagnósti co funcõo do, 44
J
configuração das, 330-331
coroa metolocerâmico e restau - margem em topo, 256 considerações biológicos, 166-
rações adesiva de porcelana morfologia do, 44, 44f-45f 169
com, 212, 216, 217f-219f opalescência do, 78, 78f-79f dentes posteriores, l 70 - l 7 4
melhorado, 208f padrões de desgaste vestibular, dentes restaurados usando
modelo de acrílico paro, 200, 196, 197f o Biomimética da, 50, 51 f
200f-203f perda de característica das, 1 36
• para pacientes exigentes, 204, cousas, 158 distribuição de tensão das,
208-212, 2 l 2f-2 l 5f descrição do, 48, 48f-49f 136
preparo laboratoria l do, 202 localizada, l 58 em dentes com pequena versus
reações e aprovação do paciente restaurações de porcelana grande espessura, 260, 260f
da,200, 202 poro, 158, 158f- 159f em dentes tratados
remodelagem labial com, 202, prismas, 256, 256f-25 7f endodonticamente, l 36
204f-207f propriedades físicos do, 53t estratificação cerâmica

402
/

INDICE

acabamento da superfície, Fechamento de dioste,110, facetas G


3 16, 317f de porcelana paro Gengiva
caracterização da dentina , descrição do, 140, 14 1f- l 46f condicioname nto da, para
3 12, 312f-313f prepo ras dentais, 266-269 moldagens, 274f-275f, 274-
cobertura de esmalte, 3 l 2f- Fechamento de triângulos interden- 276
3 l 3f, 3 12 -314 tois escuros contorno da, 248
contorno, 3 14, 317, 31 ?f descrição do, 60, 61 f, 140 enxerto de tecido conjuntivo para
corpo de dentina, 31 O, 31 lf margem intro-sulcular poro, a melhoria do contorno do,
dentina opaca, 31 O 268,268f 186f-18 7f
descrição do, 306 preporas dentais para, 268, inserida, 60
glazeomento, 31 6 268f-269f limite do, 62, 62f
parede incisiva de esma lte, Fendas livre, 60
3 12, 312f-3 13f esmalte, 38, 42, 42f, 196, 294, níveis do, 64, 64f
película de esmalte caracte - 296 retração da, 244, 244f-245f,
rizada, 314, 314f-3 15f facetas de porcelana, 330, 36Sf 274 , 274f,276
primeira queima, 3 l 2f-313f, pós-adesivas, 382, 382f-383f saúde do , 60, 60f-61 f
312-3 14 pré -adesivas, 366, 366f Glazeamento dos restaurações
queima, 314, 314f- 315f, 3 18t Fios retratores, 244, 244f-245f, provisórias, 284, 286f-287f
redução da dentina, 31 O, 274, 274f, 276, 376f-377f Guia de silicone, 244, 244f-245f,
3 10f-31 1f Flexão coronal, 30 246f-247f
restauração finalizada, 318, Flexibilidade, 26
3 l 8f-32 1f Fluorescência, 86, 86f-87f
feldspática. Vejo Porcelanas Fluoretação, 37 6 1
feldspótica Formação de lascas, 380, 380f-
finas adesivos, 153f 381 f Incisivos centrais, 72-75
história dos, 130 Fotog rafia Incisivos inferiores
1
indicações descrição da, 224, 226 distribuição de tensão durante a
aumento do comprimento e equipamento poro função, 34, 34f-35f
• A • ' • •
proem1nenc1a 1nc1s1vos, corpo da câmera , 226, 226f- fraturados, restaurações de
146- 152 227f porcelana paro, 156, 156f-
combinados, 164- 165 lentes, 226 157f
defeitos C lasse 3 preexistentes, sistema de flash, 226, 228f- Incisivos laterais
262-265, 384, 384f-385f 229f características dos, 76, 76f-77f,
defeitos C lasse 4 preexistentes, seleção de cor com, 232-234 9i
260, 261 f Fratura coronal modifi cações de formo e volume,
dentes anteriores necessitan- parcial, 24 antes da colocacão de facetas
~

do de maiores modificações restauração de porcelana paro, de porcelana, 188- 195


morfológicas, 138- 151 l 52f- 153f, 258 Incisivos superiores
dentes conóides, 138, 138f- Fratura coronal, facetas de porcela- central, 72-75
139f na poro, 154-1 57 distribuição de tensão durante o
dentes descoloridos resistentes Fraturascoronois, 154-157 função, 32, 33f
ao cloreomento, 134- 137 coronal erosão e desgoste dos, 72
fechamento de diastemas, parcial, 24 forma dos, 72- 75
140, 141 f- l 46f restaurações de porcelana fraturo dos, 24, 25f
fratura coronal, 152f- 153f, para, 152f- 153f, 258 Incisivos anatomia dos, 28, 29f

154- 157 1nc1s1vos ângulo interincisivo dos, 90
fratura do incisivo, 254-258 descrição de, l 54f- l 55f
~
aumento do comprimento e
malfor111ações congênitos e desvio da concavidade pala- proeminência com o uso de
adquiridos, 160, l 60f- l 63f tal, 256 facetas de porcelana, 146-
perda de esmalte, 158, l 58f- faceto de porcelana para, 152
159f 254 -258 bordos dos
triângu los interdentois escuros, restaurações adesivos de porce- configurações da, 88-90
140 lana, 382, 382f-383f linho labia l como guio poro,
vi são geral do, 1 32, 133t 148f- l 49f

403
,
INDICE

modelage111 da, antes do Laboratório cirurgia mucogengival, 186,


aplicação de resina com- ensaio restaurador diag nóstico, 186f- 187f
posta direta, l 20f- 121 f 202 ortodontia, 188
padrões de desgaste, 216, local de trabalho para documen- ortognática, 188
220 tação de cor no, 230-231 f participação do laboratório, l 84,
envelopamento, 252-25 4 tratamento do paciente pelo, 186
facetas de porcelana unidas à 184, l 84f-185f resinas compostas diretas, 188,
dentina, 50, 51 f Lacuna marginal, 358-360 188f- 1 95f
fraturados Linha visão geral do, l 79
descriçóo do, l 54f- l 55f comissura l, 93f Polimento, de restaurações adesivos
desvio da concavidade de fratu ro palatal , 252, 253f de porcelana, 376, 376f-377f
palatino, 256 pupilar, 91, 93f Pontas diamantodos, 242, 243f,
faceto de porcelana para, 244, 245f
254-258 M Porcelana
função dos, 28 Manchas fl uorescentes, 312 acúmulo bacteriano, 372
características dos, 7 6, 7 6f- Margens características do, 131 t
77f, 91 cervicais, 248 indicações, l 30f, l 32
modificações de forma e vo- proximais, 248 red uções de placa associados a,
lume, antes da colocação da su bgengivais, 250 372
faceto de porcelana, 188- 195 Mascaramento trincas pré-adesivos no, 366,
nas restou rações dos provisórios intrínseco seletivo, 326, 326f- 366f
tipo sanduíche, 286 f 327f usos históricos da, 130, 132
redução dos, 245f, 246 preventivo, 328 vantagens e desvantagens da,
índice de complicação paro, 378 Matiz, 84, 84f 131 t
mascaramento do, 326f-329f, Megaabrosão, 106- 108, 107f-108f Porcelana feldspática
326-328 Metamerismo, 230, 230f condicionamento com ácido
trincas nos, 330, 365f Microabrasõo, 106, l 08 fluorídrico do, 344, 344f-345f
índice de placa, 166 Microjateomento, 298 descrição da, 52, 294
Mi nichanfro pa la tal, 150 Prática de higiene, para restaura-
Modelo de tecido mole, 304-305f ções adesivas de porcelana
J mestre, 299-305 fluoretaçõo, 37 6
Módulo elástico, 50 pol imento, 376, 376f-377f
Junção esmalte-dentina {JED) Moldagens raspagem, 374, 374f-375f
definição de, 38 adesão dentinária imediata antes Prepo ro dentário
descrição do, 335 das, 270-2 72 acabamento do, 246
desenvolvimento embriológico condicionamento gengiva l poro, configuração e localização da
da, 40, 40f 27 4f-275f, 27 4-27 6 margem
estruturo da, 38, 38f-43f descrição das, 2 7 4 cervical, 248
festona111ento da, 38, 38f técnico de moldagem de mistura em topo, 254
fu nção da transferência de ten- dupla em passo único, 27 6, palatina, 254, 258f-259f
são poro, 42 276f-279f preparo interdental paro, 248,
Ju nção mucogengival, 60 Mucosa alveolar, 60 248f-249f
proxima l, 248
subgengivol, 250
L o considerações paro, 240
Ortodontio defeitos Classe 3 preexistentes,
Lábio inferior pia no de trotamento, 188 262-265
config uração do borda incisivo restaurações adesivos de porce- defeitos Classe 4 preexistentes,
com, l 48f- l 49f lana após, 220, 220f-223f 260,26lf
considerações estéticas, 9 1, 91 f- dentes finos versus espessos,
92f 260, 260f
ensaio restaurador diagnóstico p elementos do, 246, 246f-24 7f
para remodelagem do, 202, Placas, 3 78-379f enceramento diagnóstico p ara,
204f-207f Plano de tratamento 242

404
,
INDICE

envelopamento, 252-254 cloreo mento vital e, l 04 envelopamento para, 252-254


equipamento para, 242, 242f- contração das, 364, 364f-365f estratificação cerômico
243f descrição das, 336 acabamento do superfície,
exemplo de, 240f-24 l f dupla polimerização, 336 316,317f
fechamento de diastemo, 266- espessu ra do, 362 caracterização da dentina,
269 formação de prolongamentos, 312, 312f-3 13f
fechamento de triângulos inter- 360 cobertura de esma lte, 3 l 2f-
dentais escuros, 268, 268f- fotopolimerizaçõo, 336, 352 3 l 3f, 312-314
269f híbrdas, 52 contornos, 3 1 4, 31 7, 31 7f
modificações de formo e volume índice de polimerização das, 336 corpo de dentina, 3 1O, 31 lf
para os incisivos laterais, 192f propriedades físicos das, 50 dentina opaca, 31 O
princípios de, 242 restaurações adesivos de porce- descrição da, 306
procedimentos para, 244 -247 lana com, 336, 337f glazeamento, 3 16
propensão à fendo e, 330 seleção das, 336, 337f parede incisai de esmalte,
restaurações adesivas de porce- vantagens e desvantagens dos, 312 , 312f-3 13f
lana, 200 131 t película de esmalte caracteri-
Preparo interdentol Resinas compostas diretas zado, 314, 3l4f-35 1f
defi nição de, 248 aplicação direta de, 120, l 20f- primeira queima, 312f-313f,
técnicas oscilatórias para, 248f- l 2 l f, 170f-174f 3 12-314
249f, 248-250, 250f-25 l f descrição das, 120 queimo, 314, 314 f-315f, 3 18f
Preparo oscilatório, 248f-249f, híbridas, 120 redução da dentina, 31 O,
248-250, 250f-25 l f limitações das, 120 3 1Of-31 1f
Prolongamentos de resina, 360 modificações de forma e volu111e restauração fi nalizado, 3 18,
Proporção áurea, 64, 66, 66f de incisivos latera is com, 188, 3 18f-32lf
Prova l 88f- 1 95f fecha mento do triângulo dental
condicionamento do superfície técnica de estratifi cação com três escuro com, 268f-269f
antes da , incrementes, 122, 122f- 125f fe ldspático, 52, 294, 296
cond icionamento com ácido tronslucidez das, 122, l 22f fendas pré -adesivas em, 366,
fluorídrico, 342f-343f, Restaurações adesivas de porcela- 366f-367f
342- 344 na. Veio também Cerâmicas; indicações combinados poro,
descrição de, 342, 348, 349f Facetas de porcelana 164- 165, 268f-269f
possos envolvidos em, 34 7f abordagem de tratamento, 180 múltiplas, 352
provo realizada após, 344 após cirurgia ortodôntica, 220, práti ca de higiene para
silanização, 344, 346 220f-223f fl uoretação, 3 7 6
contaminação superficia l secun- assentamento de, 340f, 352 polimento, 376, 376f-377f
dária, 340 colocação das raspagem, 374, 374f-375f
descrição da, 338 ajustes após, 353-355 reparo de, 378
dique de borracho paro, 340 ajustes interdentais, 356-358 resinas compostas poro, 336,
processo de, 338f-339f ajustes oclusais, 353-355 337f
uso de troquei refratário, 338 procedimento paro, 350-352 resultados o longo prazo dos,
complicações das 372, 372f-375f
fraturas, 382, 382f-383f retenção de, 372
R lascas, 380, 380f-381 f satisfação do paciente com, 372
placas poro prevenção, 3 78 superfícies enriquecidas com
Raspagem, 374, 374f-375f tipos de, 378 sílica, 378
Regra do "V" invertido, 90, 90f trincos, ,382, 382f-383f tecidos periodonta is moles ao
Resinas cor11postas configuração das, 330 redor, 166f- 168f
aplicação das, 346, 34 7f considerações do preparo dental, técnicas de confecção
características dos, 13 1t 200,240 cerâmicas usinadas, 298
" . coroas metolocerâmicas e, 212, lâmina de platino, 298
ceram,cas e
comparação entre, 294 21 6, 21 7f-2 l 9f porcelana olumin izodo, s/ip
propensão à trinco dos porce- coroas, 154 costing, 298
lanas baseado no índice dentes posteriores, 170- 1 7 4 troquei refratário, 296-298,
de,294 descrição das, 148 297f

405
'
INOICE

vidros ceromizados fundidos, personalidade e, 94f-95f pela equipe laboratorial, 184,


298 simetria do, 91, 93f 184f- 185f
vidros ceromizodos prensados, Sulco vesiibular, 244, 244f-245f Tratamento químico
298 descrição do, 100, 1OOf- l O1f
trincos nas, 330 indicações, 100
uso de placa, 378, 379f T Tratamentos ultraconservadores
Restau rações Classe 3, 262-265, Técnica da lâmina de platino, 298 colagem de fragmento dental,
384, 384f-385f Técnico de clareamento de dentes l 18, l 18f-11 9f
Restaurações coronois, 2 12, 2 16, desvitalizados megoobrosõo, 106- 108, 107f-
2 17f-219f dentes resistentes ao, l 36f- 137f l 08f
Restaurações provisórias acaba- descrição de, 11 O microabrasão, 106, 108
mento de, 284, 286f-287f materiais restauradores adesivos, veja Clareamento
adesão de, 282f-284f, 288f- 1 12 Troquei refratário, 299, 300f-301 f,
289f processo de, 11 O- l 12, l 11f- confecção de restaurações
condicionamento pontua l paro, 1 1Sf adesivas de porcelana
338 restauração palatal após, l 16f- considerações na prova, 338
confecção de, 280-284 l l 7f descrição de, 296-298, 297f
glazeamento de, 284, 286f-287f risco de reabsorção radicular gesso-pedra, 299, 300f-301 f
materiais acríl icos para, 280f- associado a, l l O modelo de tecido mole, 304-
28 l f sucesso a longo prazo, 11 O 305f
remoção de, 338 Técnica sanduíche modelo sól ido, 302, 304f
técnico do sanduíche, 284f-286f poro ensaio restaurador diagnós- modelos-mestre, 299-305
tico, 212f-215f oclusão dos dentes posteriores,
paro restaurações provisórios, 302
s 284f-286f passos preparatórios para, 302
Silanização, 344, 346 Teste mecânico, 30, 31 f troquei refratário único, 299-302
Sílica, 378 . Textura superficial, 82 -83
Slip costing, porcelana alurniniza- Trotamento do paciente
das, 298 descrição do, 180 V
Sorriso interações dentista-paciente,
efeitos do envelhecimento sobre, 182, l 83f Valor, 84, 84f
46 pela equipe cirúrgica, l 82, 183f Vão cervical interproximal, 140

406


RR D ONNELLEY
I~lPR.ESSÀO E ACABAJvlENTO
A" ·r'ucunaré 299 · Tan1boré
Cc:p. 06460.020 · B~lfucn · SJ> · Brasil
Tcl.: 1ss -11 , 21483500 155 21 3906 2300
Fa-:: 55-11 2148 3701 55-21 3906 2324
L\11'~0 Ei\1SISTEM,-\ (."'TP
ISBN: 978-85 - 87425 - 47-8

9 788587 425478

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