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autorais de qualquer material utilizado neste livro, dispondo-se a possíveis acertos posteriores caso, inadvertida e
involuntariamente, a identificação de algum deles tenha sido omitida.
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escrito, da LIVRARIA SANTOS EDITORA COM . IM P. LTDA.
■ Ficha catalográfica
C351c
2. ed.
Castro, Osmar
Clonagem Terapêutica para Próteses Totais e Overdentures / Osmar Castro, Tomaz Gomes. - 2. ed. - São Paulo : Santos, 2015.
232 p.: il.; 28 cm
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-277-2696-2
CDD: 617.69
13-02937 CDU: 616.314-089.843
Dedicatória
Dedicamos este livro a todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram com a evolução
de nosso aprendizado.
Os autores
Sobre os autores
Bráulio Paolucci
Graduado em Odontologia pela Escola Federal de Odontologia de Alfenas, Minas Gerais.
Especialista em Implantodontia pela Universidade de Lavras, Minas Gerais. Master in
Implantology and Oral Rehabilitation pela European School of Oral Rehabilitation
Implantology and Biomaterials, em Valença, Espanha.
A Técnica da Clonagem Terapêutica teve seu início devido ao meu desconhecimento prático
das fases laboratoriais de uma prótese total. Já ministrava aulas na graduação havia muitos
anos, mas me incomodava só conhecer a parte técnica por teoria. Pedi um estágio para o Tomaz
Gomes, o responsável por acrilizar todas as minhas próteses, e quem considero, com base nos
meus conhecimentos, o melhor protético em resina acrílica do mundo. Esse estágio durou 16
anos. A imprescindível comunicação dentista-protético transcendeu conversas telefônicas,
fotos e anotações em papéis. Brinco com o Tomaz dizendo que ele me apresentou o “esqueleto
da técnica”, e eu fui colocando a “carne”. E nesses anos de convívio, levantamos
questionamentos de problemas e insucessos clínicos que aguçaram nossas mentes para a
melhor solução para cada caso. Mas nenhum de nós é teórico. Colocamos a mão na massa e
fizemos dezenas de próteses com inúmeras técnicas. Próteses sem custo para os pacientes, que
prometiam apenas serem “pacientes”.
Inicialmente publicamos um artigo intitulado Técnica da Clonagem em Prótese Total, no
qual duplicávamos a prótese antiga do paciente (clone) para depois corrigirmos a borda e
fazermos todas as alterações necessárias. Todavia, com a evolução da técnica, percebemos
que, quanto mais promovíamos uma terapia na prótese antiga, eliminando todos os problemas,
menos tínhamos que alterar o clone, e ajustes menores eram necessários nas próteses novas.
O termo Terapêutica foi incluído naturalmente após percebermos que não fazia sentido
nenhum iniciarmos uma reabilitação protética com gengiva inflamada, dimensão vertical
alterada, relação central perdida, área basal insuficiente, oclusão desbalanceada, estética
comprometida e músculos faciais dessincronizados. Terapêutica nada mais é do que tratar as
doenças bucais do paciente, um tratamento exclusivamente clínico, executado inteiramente nas
próteses antigas. A prótese, após corrigida por meio de desgastes e acréscimos em resina
acrílica, servirá como um protótipo que irá promover a cura do paciente, e depois de cumprir
sua função, sua duplicação (clone) irá transferir todas as informações clínicas que foram
testadas pelo paciente e aprovadas pelo dentista; e o clone, uma moldeira individual dentada,
irá nortear o protesista a andar em um terreno claro e previsível.
Como diz meu amigo e conselheiro Tomaz Gomes: “Se fôssemos um trem, a clonagem
terapêutica seria o trilho que nos impediria de sair do nosso objetivo planejado”. Nesse trilho,
estariam inseridos os Protocolos, procedimentos sequenciados e repetitivos, que tanto aprecio.
Esse esforço é para que qualquer dentista disposto a estudar possa obter os mesmos resultados
de sucesso que temos degustado em tantos anos de vida clínica.
Como diz o poeta: “Ninguém é uma ilha”. E este livro não é o resultado de dois homens.
Agradeço a parceria com a Dra. Tânia Lacerda; a Frederico Gomes, que sempre nos
acompanhou; a Tadashi Tamaki, pelas centenas de vezes que consultei o seu livro; a todo o
Departamento de Prótese Dentária da USP pelos 9 anos de convivência na pós-graduação; ao
colega José A. Soares (Toni), pelos anos de aulas que fizemos juntos na graduação; a todos os
novos colaboradores desta segunda edição, que vieram enriquecer ainda mais este conteúdo; e,
com muito carinho, aos pacientes das faculdades que possibilitaram que eu, durante quase 30
anos, ensinasse enquanto aprendia. Peço perdão àqueles que não citei, mas agradeço
sinceramente a todos. E como não poderia esquecer, sou grato a toda a minha família; a meus
pais, pela vida e amor incondicional; a minha irmã e parceira Silvia Helena; a minha esposa
querida, Fabíola; e a meu pequeno, razão do resto de minha vida, meu filhote Felipe. Boa
leitura.
Osmar Castro
Prefácio à 1a Edição
Matsuyoshi Mori
Assistente Doutor do Departamento
de Prótese Dentária da USP
Histórico
O planejamento e a confecção de uma prótese total, tendo em vista que o paciente totalmente
desdentado perdeu muitas referências que poderiam nortear o profissional, diferem do
planejamento e da execução das próteses parciais fixas e próteses parciais removíveis, pois os
pacientes destas últimas ainda têm dentes para auxiliar no planejamento. A diminuição das
referências aumenta o tempo clínico para a confecção desse tipo de prótese, porém simplificar
uma técnica para economizar tempo poderá levar a resultados insatisfatórios.
Na confecção de próteses totais maxilomandibulares são encontradas dificuldades com
relação aos dentes, pois nem sempre se conhecem suas cores, formas, texturas superficiais,
larguras e alturas, posições, disposições e seu alinhamento no arco. Da mesma maneira, a
perda da dimensão vertical de oclusão (DVO) constitui um dos maiores obstáculos na
reabilitação de um paciente totalmente desdentado. Essa dimensão é responsável pela altura do
terço inferior da face e sua perda promove um verdadeiro colapso estético-funcional no
sistema estomatognático, com diminuição da eficiência mastigatória. No sentido horizontal, a
ausência dos dentes leva à perda da posição da oclusão habitual, cabendo ao cirurgião-dentista
o restabelecimento dessa posição na confecção das próteses novas. Apesar dessas
dificuldades, esse tipo de prótese oferece a possibilidade de, por meio da resina acrílica,
restabelecer todas as estruturas perdidas do terço inferior da face, tanto dos dentes quanto do
osso.
Por outro lado, a prótese total convencional é submetida a um regime de trabalho
mucosossuportado, ou seja, toda a carga recebida pela mastigação e deglutição é transmitida
diretamente aos tecidos de suporte (mucosa de revestimento e osso), o que pode resultar em
dores e grandes reabsorções ósseas, principalmente durante a mastigação. Além disso, a
mucosa de revestimento pode se apresentar saudável, mas, muitas vezes, possui áreas de
flacidez ou hiperplasias, o que dificulta ainda mais o planejamento.
Tendo em vista as dificuldades de tratamento e o planejamento de próteses totais
maxilomandibulares, os autores propõem a utilização da Técnica da Clonagem Terapêutica.
Terapêutica significa tratamento das doenças. Segundo essa técnica, as doenças existentes são
tratadas por meio da modificação da prótese antiga e, sob uma condição saudável, a prótese
modificada é clonada (duplicada) no sentido de perpetuar essa saúde, seguindo como
referência todas as informações contidas no clone. Em muitos casos a mucosa de revestimento
apresenta-se inflamada, tornando-se obrigatório um tratamento prévio para devolver ao tecido
fibromucoso a sua cor, sua forma e o seu tamanho fisiológico.
Para isso, lança-se mão de reembasamentos terapêuticos, com o objetivo de devolver o
íntimo contato da fibromucosa com a prótese, aumentando a adesão, a coesão e a tensão
superficial, e recuperando a retenção e a estabilidade. Essa readaptação da base da prótese à
fibromucosa diminuirá a quantidade de placa bacteriana que se interpõe entre a prótese e a
fibromucosa, o que muitas vezes leva a uma inflamação, associada ou não à infecção por
Candida albicans. Nos casos de infecção por Candida albicans, além do reembasamento
terapêutico, uma medicação antifúngica poderá ser indicada. Se houver grande perda da DVO
na prótese antiga, um restabelecimento gradual deverá ser indicado, o que é benéfico, pois o
paciente não sofrerá com a transformação abrupta de sua imagem na entrega das próteses
novas.
A maioria dos pacientes portadores de prótese total apresenta oclusões habituais
excêntricas, principalmente aqueles com grande perda de DVO. Por isso o reposicionamento
mandibular no sentido horizontal, antes da confecção das novas próteses, é necessário, devido
à dificuldade de manipular para uma posição cêntrica um paciente com a musculatura alterada.
Por meio da recuperação da DVO, os músculos restabelecerão os seus vetores ideais de força
e tonicidade muscular, o que permitirá um acompanhamento para a remissão de possíveis
sintomas dolorosos da articulação temporomandibular. Esses tratamentos prévios deverão ser
realizados sempre que houver necessidade, para que se possa obter, no ato da moldagem
funcional, tanto uma mucosa com características fisiológicas quanto uma musculatura com
tonicidade e contratura normais. Especificamente para a Técnica da Clonagem Terapêutica em
prótese total, parte-se do princípio de que a prótese a ser clonada deverá ser a mais próxima
possível da prótese nova. Por isso, na maioria das vezes, modificações na prótese antiga são
necessárias. Se o aproveitamento da área basal da prótese antiga for insuficiente, esta deverá
ser recuperada antes da clonagem. O material de moldagem funcional necessita de suporte para
moldar corretamente a área basal, e, em função disso, a prótese a ser clonada deve ter sua área
basal próxima do ideal, para que o material de moldagem tenha suporte e molde corretamente o
fundo de sulco. Essa técnica visa à confecção de próteses com o máximo de retenção e
estabilidade, dentro da DVO preestabelecida, resultando em uma maior eficiência mastigatória
e boa manutenção do tecido ósseo. Os autores acreditam que o planejamento e a terapia devam
ser aplicados, independentemente da técnica escolhida, mas consideram um verdadeiro
desperdício não duplicar a prótese antiga modificada, que contém informações importantes
clinicamente testadas e comprovadas.
A ideia de se duplicar próteses antigas não é nova. Vários autores indicaram sua
reprodução, mas a Técnica da Clonagem Terapêutica visa orientar o cirurgião-dentista e o
protético utilizando protocolos com o intuito de facilitar o planejamento e a execução das
próteses por meio de procedimentos específicos, possibilitando uma flexibilidade de
individualização, dependendo da exigência de cada caso. Essa técnica apresenta três fases:
planejamento, terapia e execução. Os autores acreditam que as duas fases iniciais devam fazer
parte não apenas da Técnica da Clonagem Terapêutica, mas também de qualquer tratamento de
reabilitação por próteses totais, sejam elas convencionais ou híbridas (overdentures),
independentemente da técnica empregada, pois são análises obrigatórias para o diagnóstico e o
planejamento das mesmas. As três fases distintas estão relacionadas a seguir.
Fase 2 – Terapia. Nessa fase são executados os tratamentos prévios planejados, com o
objetivo de promover uma condição fisiológica de todo o sistema estomatognático e devolver
o máximo de retenção, estabilidade e conforto durante o tratamento. Esse tratamento realizado
na prótese antiga é de fundamental importância para diminuir a ansiedade do paciente quanto à
entrega das próteses novas, permitindo ao profissional realizar seu trabalho com tranquilidade
e estabelecer um melhor relacionamento paciente-profissional.
Considerações Finais
Capítulo 1
Fase 1 – Planejamento
Ficha clínica
A ficha clínica é um instrumento de extrema importância para orientar o profissional a traçar
o planejamento e o prognóstico do caso. Ela deve conter as informações pertinentes ao
tratamento e que possam influenciar no prognóstico. As análises de itens importantes que
devem constar da ficha clínica estão descritas a seguir.
Sem dúvida, o paciente mais fácil de lidar é o paciente receptivo, mas também é
gratificante, profissionalmente, transformar um paciente de perfil cético, histérico ou
indiferente em um receptivo. O paciente cético é aquele que já passou por muitos profissionais,
e não raro traz consigo, na primeira consulta, várias próteses que diz não terem ficado boas. É
importante explicar para esse paciente o diagnóstico e o prognóstico, para que ele tenha uma
expectativa realista do resultado final. Se seus desejos quanto à retenção forem maiores do que
o prognóstico sugerido é melhor recorrer a outros tratamentos, como próteses implantorretidas.
Também é comum pacientes histéricos trazerem experiências negativas de tratamentos
anteriores. Para esses pacientes, as sessões devem ser mais curtas e deve-se começar com os
procedimentos mais simples, sempre explicando antecipadamente o que vai ser feito.
Promover um ambiente agradável, tanto na sala de espera quanto no consultório, é benéfico
principalmente para tais pacientes, pois eles se sentem mais confortáveis, e as impressões
traumáticas de outros tratamentos são minimizadas. Para os pacientes indiferentes, deve-se
trabalhar na tentativa de recuperar a sua autoestima e motivá-los a se cuidarem melhor. É
importante que todos os pacientes sejam fotografados antes e depois do tratamento,
principalmente os pacientes com esse perfil, para que eles mesmos comprovem a melhora de
seu sorriso e do seu rosto como um todo. Sem dúvida, quando se institui uma terapia nas
próteses antigas, devolvendo o conforto e a segurança, aumenta-se a confiança do paciente no
profissional, diminuindo sua ansiedade quando da entrega das próteses. Os autores acreditam
que compreender as necessidades e anseios de cada paciente, estar sempre atualizado
cientificamente e manter uma parceria com um bom profissional laboratorial é o melhor
caminho para um bom relacionamento entre profissional e paciente.
Figura 1.3 Observar a região amassada da cera indicando limitação de espaço nesta
região.
Figura 1.4 Desgastes nos dentes são realizados promovendo espaço suficiente para
o reforço.
Figura 1.5 Pinos de resina são testados no espaço dos dentes anteriores.
Figura 1.6 O enceramento da barra é completado e unido aos 6 pinos anteriores.
Figura 1.12 Kit Vipi-Tone STG® de opacificadores é utilizado para mascarar o reforço
no interior da prótese.
Figura 1.13 Aplicação do opaco da cor do dente nos 6 pinos anteriores.
Ficha de anamnese Estas questões têm por finalidade conhecer sua história médico-
odontológica. Pedimos que responda as mesmas e, em caso de dúvida, ou se não quiser
responder algumas delas, deixe-as em branco.
1. Qual o principal motivo desta consulta? _________________________
2. Já teve alguma doença? (ex.: hepatite, meningite etc.) □ Sim □ Não Qual? _____________________________
3. Você já fez alguma cirurgia? ________________________________
□ Sim □ Não Especifique qual(is) e ano da realização: ____________________________
4. Já tomou anestesia geral?
□ Sim □ Não Se houve algum problema ou intolerância descreva: _____________________
____________________________
5. Já tomou anestesia em tratamento odontológico?
□ Sim □ Não Comente sobre eventuais problemas: ______________________________
______________________________
6. Já recebeu transfusão de sangue?
7. □ Sim □ Não Já foi internado alguma vez?
□ Sim □ Não Especifique o motivo: ________________________________________
8. Quando se machuca, existe dificuldade para cicatrização?
9. □ Sim □ Não Já teve hemorragias associadas a extrações dentárias, cirurgias ou traumatismos?
10. □ Sim □ Não Teve alguma complicação durante tratamento odontológico?
□ Sim □ Não Em caso afirmativo, descreva: ___________________________________
11. Você tem ou teve anemia?
12. □ Sim □ Não Tem ou teve problema de pressão arterial, coração, diabetes ou câncer?
□ Sim □ Não Especifique: _____________________________________________
13. Usa marca-passo?
14. □ Sim □ Não Tem algum parente com problemas de pressão, coração, diabete ou câncer?
□ Sim □ Não Especifique: _____________________________________________
15. Quando foi sua última visita ao médico? ________________________
16. Você está fazendo algum tratamento médico?
□ Sim □ Não Comente: ______________________________________________
17. Nome e telefone do(s) médico(s): ____________________________
_______________________________
18. Já sofreu desmaios?
□ Sim □ Não Comente: _________________________________
19. Você tem alergia a algum tipo de medicamento, alimento ou outras substâncias?
□ Sim □ Não Especifique: _________________________________
20. Está tomando algum tipo de medicamento?
□ Sim □ Não Qual(is)? Qual o motivo? _____________________________________
___________________________________
21. Você toma algum medicamento por conta própria?
□ Sim □ Não Se sim, qual(is)? __________________________________
___________________________________
22. Sendo mulher, há a possibilidade de estar grávida?
23. □ Sim □ Não Sendo mulher, está na menopausa?
24. □ Sim □ Não Você tem problema de coluna, problema articular ou dificuldade motora?
□ Sim □ Não Especifique: _____________________________________________
25. Você escuta estalos na articulação ao abrir e fechar a boca?
26. □ Sim □ Não Você tem algum hábito parafuncional? (ex.: roer unhas, fumar cachimbo, levar objetos à boca etc.) □ Sim □ Não Especifique:
_____________________________________________
27. Faz uso de algum tipo de droga? (ex.: álcool, tabaco etc.) □ Sim □ Não Especifique:
_____________________________________________
28. Você range ou aperta os dentes durante o dia ou a noite?
29. □ Sim □ Não Sente dificuldade para abrir a boca?
30. □ Sim □ Não Apresenta dificuldade para dormir?
31. □ Sim □ Não Como é seu sono? (ex.: tranquilo, interrompido etc.): _________________
32. Você dorme de travesseiro?
□ Sim □ Não Como ele é? (ex.: fino, espesso etc.) _______________________________
33. Seu colchão é ortopédico?
34. □ Sim □ Não Você ronca?
35. □ Sim □ Não Sente a boca seca?
36. □ Sim □ Não Sente a boca ou a língua arder?
37. □ Sim □ Não Já tomou vacina contra gripe?
38. □ Sim □ Não Já sofreu algum acidente em que tenha batido a boca?
39. □ Sim □ Não Você tem dores de cabeça?
□ Sim □ Não Com que frequência? Especifique a região: ______________________________
40. Pratica atividades físicas regulares?
□ Sim □ Não Quais, e há quanto tempo? _______________________________________
41. Quando foi sua última visita ao dentista? ___________________________
42. Quantas vezes você escova os dentes por dia? ________________________
43. Você está satisfeito(a) com o seu sorriso?
□ Sim □ Não Se não, por quê? ____________________________________________
44. Se portador de prótese removível total ou parcial, há quanto tempo usa e quantas já fez?
_________________________________________
Ficha clínica A ficha clínica deve ser concisa, de fácil preenchimento e dela devem constar
as informações necessárias para que um bom planejamento seja realizado, além do
registro de informações necessárias para consulta durante os retornos.
PLANEJAMENTO CLÍNICO DA CLONAGEM TERAPÊUTICA EM PRÓTESE TOTAL
Paciente: _____________________________________________
Data: ____/____/____
Queixa principal: Estética ( ) Mastigação ( ) Dor ( ) Falta de retenção ( ) Atitude mental: Receptivo ( ) Cético ( ) Histérico ( ) Passivo ( ) Exame clínico
extrabucal
Ovoide ( )
Quadrado ( )
____________________________
_______________________________
________________________________
Observações ___________
_______________________________
__________________________________
___________________________________
Relações maxilomandibulares
Dentes/gengiva
Marca dente ____________ Forma ___________ Cor ___________________
Tamanhos ____________________________________________
Caracterização de dentes: Não ( ) Sim ( ) Quais? ____________ Onde? _________
Cor da gengiva: _______________________________________________
Alterações estéticas
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
Controles
24 horas ______________________________________
1 semana ______________________________________
1 mês ____________________________________
6 meses _______________________________________
1 ano _________________________________________
Sessões
1) ___________________________________________
2) ___________________________________________
3) ___________________________________________
4) ___________________________________________
5) ___________________________________________
6) ___________________________________________
7) ___________________________________________
8) ___________________________________________
9) ___________________________________________
10) ___________________________________________
E-mail: ______________________________________________
Profissão: _______________________________________
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Capítulo 2
Fase 2 – Terapia
Consertos
As resinas acrílicas de próteses totais são suscetíveis a fraturas após um período de uso
clínico. Muitas são as causas dessas fraturas, entre elas quedas e problemas oclusais.
Os consertos devem ser priorizados na terapia e, de preferência, realizados na primeira
sessão. Fraturas interferem no selamento periférico quando atingem a área basal, diminuindo a
retenção e estabilidade, e interferem na estética quando comprometem os dentes. O ideal é que
o conserto seja realizado no consultório, para que o paciente não fique sem sua prótese ou
tenha de usar uma prótese antiga. Dominar uma técnica correta de conserto e realizá-la no
consultório permite ao paciente, já no início do tratamento, comprovar uma melhora de suas
próteses, aumentando a confiança no profissional. O conserto de próteses que ainda apresentam
boas condições de uso pode ser realizado com resina acrílica de auto ou termopolimerização,
e a polimerização deve ser planejada para se obter uma resina de alta qualidade, com
polimento suficiente para dar durabilidade à prótese (Figuras 2.1 a 2.33).
No Fluxograma 2.1 é apresentado o protocolo de conserto da área basal.
Fluxograma 2.1 Protocolo de conserto da área basal.
Figuras 2.18A e B Biséis finalizados nas áreas externa e interna da linha de fratura.
Figura 2.19 Um filete de cera forma uma barreira protegendo o ataque do monômero
nas áreas que não pertencem ao conserto.
Figura 2.23 Resina Palato STG® polimerizada ainda com a barreira de proteção.
Figura 2.24 Conserto do palato após acabamento e polimento.
Figura 2.38 Umidificação do gesso em água fria para evitar que a godiva grude no
modelo na separação.
Figura 2.39 O uso de um ebulidor elétrico aquece rapidamente a água usada para
separar o molde do modelo.
Figura 2.40 Modelo anatômico mandibular.
Figura 2.44 Uso de um carbono fino (Accufilm®) para a análise das áreas que
interferem no assentamento da prótese ao modelo.
Figura 2.45 Marcas de carbono transferidas para a prótese.
Figura 2.52 Espátulas utilizadas para o aumento da área basal no modelo anatômico.
Figura 2.53 Acréscimo de resina de rápida polimerização diretamente no modelo
anatômico nas áreas subestendidas da prótese antiga.
Figuras 2.54A-C A resina é acrescentada até a linha tracejada que corresponde a
uma área 2 mm aquém da área basal planejada.
Figuras 2.55A e B Marcação com lapiseira de frênulos e bridas que possam interferir
nos movimentos funcionais.
Figuras 2.56 e 2.57 Desgastes das regiões demarcadas dos frênulos e das bridas.
Figura 2.65 Marcação da área com um pouco da pasta branca de óxido de zinco e
eugenol.
Reembasamentos
Quando necessários, podem ser feitos reembasamentos diretos, que são realizados no
•consultório. São indicações para o reembasamento direto: Devolver retenção e estabilidade à
prótese.
• Eliminar estomatites protéticas que são inflamações causadas pelo uso de próteses.
• “Engrossar” a borda da prótese.
• Eliminar ou diminuir hiperplasias.
• Minimizar as forças oclusais após cirurgias de implantes ou pré-protéticas.
A quantidade de alívio necessária deve seguir as mesmas regras para uma moldagem do tipo
•seletiva: O alívio das áreas flácidas deve ser um pouco maior do que a sua deformação.
• O alívio das áreas duras deve ser feito na área dura um pouco a mais do que a resiliência
das áreas vizinhas.
• O alívio das áreas sensíveis deve ser feito nas áreas sensíveis um pouco a mais do que a
resiliência das áreas circunvizinhas.
O Reembasamento Direto Seletivo visa manter a DVO e também equalizar as forças sobre
os tecidos durante o reembasamento. Ao transferir a filosofia da moldagem seletiva para
reembasamento, evita-se deformar áreas flácidas, pressionar áreas sensíveis e possíveis
básculas da prótese por sobrecompressão de mucosas duras circunscritas por mucosas
resilientes, mantendo a mucosa de revestimento em condições fisiológicas e estáveis até o
momento da moldagem funcional seletiva. Se após o reembasamento a prótese for duplicada e
realizarmos a mesma filosofia de desgastes internos no clone, no momento da moldagem
funcional, estaremos mais próximos de obter uma maior retenção da prótese, pois estaremos
mantendo os tecidos em posições estáveis desde o ato do reembasamento até a entrega da
prótese nova, obtendo-se, assim, um maior número de pontos de contato entre a prótese e a
mucosa de revestimento e, consequentemente, maior retenção e estabilidade (Figuras 2.69 a
2.81).
Cirurgia pré-protética
Algumas vezes, antes da confecção da prótese total, uma cirurgia é indicada. Próteses com
bordas finas e cortantes, com instabilidade e falta de retenção, podem levar à formação de
hiperplasias. A falta de estabilidade da prótese pode estar relacionada com o aproveitamento
insuficiente da área basal, oclusão incorreta, falhas na moldagem, erros na dimensão vertical e
no posicionamento da mandíbula no sentido horizontal. Antes da cirurgia pré-protética o
reembasamento é indicado no sentido de diminuir a inflamação, de modo a reduzir a
hiperplasia e tornar a cirurgia menos cruenta. Na região da hiperplasia fibrosa inflamatória
papilomatosa, resultante de câmara de vácuo, devem ser realizados reembasamentos parciais
até o preenchimento total da câmera com resina acrílica. Embora exista normalmente uma
redução da hiperplasia, histologicamente as células ainda se apresentarão alteradas,
necessitando de indicação cirúrgica.
Figura 2.69 Marcação da região da ação do frênulo labial anterior para posterior
desgaste.
Figura 2.70 Marcação da região da ação do frênulo lateral para posterior desgaste.
Figura 2.71 O desgaste das áreas flácidas é um pouco maior do que suas
deformações.
Figura 2.81 Vista frontal da prótese reembasada; notar o recorte funcional do frênulo
labial anterior.
Outra indicação para cirurgia pré-protética é a presença de áreas retentivas bilaterais que
possam impedir um eixo de inserção da prótese, resultando em perda do aproveitamento da
área basal. Na mandíbula, muitas vezes, a região lingual posterior apresenta-se retentiva.
Normalmente essa retenção pode e deve ser aproveitada, alterando-se o eixo de inserção de
posterior para anterior, se a região anterior permitir, usando essa retenção bilateral
favoravelmente na estabilidade da prótese. Já retenções bilaterais do tuber da maxila não
permitem um eixo de inserção para o correto aproveitamento da área basal, em geral,
necessitando uma correção cirúrgica, mesmo que unilateral.
Figura 2.82 A prótese mandibular abaixo da linha úmida-seca do lábio sugere uma
DVO diminuída.
Figura 2.87 O paciente é orientado para fechar a boca até a nova DVO
preestabelecida.
Figura 2.88 Prótese mandibular com a DVO restabelecida.
Figura 2.89 Os excessos laterais devem ser removidos deixando uma superfície
plana e sem alterar a nova DVO.
Figura 2.90 Perfil antes da recuperação da DVO.
Figura 2.107 Retorno da guia de silicone com a resina na fase plástica para a
prótese após a remoção de toda a cera.
Bibliografia
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Capítulo 3
Fase 3 – Execução: da Clonagem à Instalação da Prótese
Protocolo de execução
1. Confecção do clone.
2. Prova do clone na boca do paciente. Instalar o clone na boca do paciente e promover um
ajuste oclusal procurando obter contatos bilaterais simultâneos em oclusão.
3. Abertura de frênulos e bridas e recuperação da borda do clone maxilar e mandibular
(se não foi realizado na fase da terapia). Promover a abertura do frênulo labial anterior, dos
frênulos laterais e das bridas. A recuperação da borda é realizada com resina foto para
moldeira individual.
4. Registro oclusal. Fixar godiva de alta temperatura de plastificação ou resina
fotopolimerizável para moldeira individual na oclusal dos dentes do clone mandibular,
vaselinar levemente a oclusal dos dentes do clone maxilar e registrar a posição de oclusão.
Para o caso de se usar a resina fotopolimerizável para moldeira individual, fazer pequenas
perfurações na oclusal dos dentes do clone mandibular para melhorar a adesão da resina
fotopolimerizável à resina acrílica (essas perfurações não devem atingir os pontos oclusais de
parada cêntrica).
5. Preparação para a Moldagem Mioestabilizada maxilar. Com uma broca Maxicut®,
remover as áreas retentivas internas do clone maxilar, 1 mm de toda área interna e as áreas que
deverão ser aliviadas (moldagem com pressão seletiva), de acordo com o planejamento de
cada caso.
6. Moldagem Mioestabilizada maxilar. Proceder à moldagem de boca fechada,
estabilizando os clones no registro de mordida mandibular. Após a moldagem, executar a
moldagem complementar (selamento posterior) com resina fotopolimerizável ou pasta zinco-
eugenólica.
7. Preparação para a Moldagem Mioestabilizada mandibular. Com uma broca Maxicut®,
remover as áreas retentivas internas do clone mandibular, 1 mm de toda área interna e as áreas
que deverão ser aliviadas (moldagem com pressão seletiva) de acordo com o planejamento de
cada caso.
8. Moldagem Mioestabilizada mandibular. Proceder à moldagem da mandíbula de boca
fechada, estabilizando os clones no registro de mordida.
9. Marcações estéticas no clone maxilar (quando não realizadas anteriormente na fase 2
da terapia). Com caneta de marcação permanente ou lápis de ponta fina proceder às
marcações das modificações estéticas necessárias. Essas alterações estéticas também devem
ser transcritas na ficha clínica do paciente.
10. Referência oclusal na forquilha. Preencher com godiva de alta temperatura de
plastificação toda a superfície da forquilha e registrar a oclusal dos dentes do clone maxilar
(que agora contém o molde funcional maxilar).
11. Determinação da distância intercondilar média e ajuste prévio do articulador. Com o
uso do arco facial, determinar a distância intercondilar média do paciente (pequena, média ou
grande) e realizar o ajuste prévio do articulador semiajustável (guias condilares a 30°, ângulos
de Bennett a 0° e ajuste dos postes condilares e dos estojos condilares de acordo com a
distância intercondilar média predeterminada).
12. Tomada do arco facial com o uso do clone maxilar (que contém o molde funcional
maxilar) fixado no registro da forquilha.
13. Preparo do molde funcional maxilar e mandibular através da fixação de filetes de cera
utilidade com 6 a 8 mm de espessura, colocados a cerca de 2 a 3 mm abaixo da borda externa
do molde em toda a sua periferia, a fim de evidenciar e proteger a futura canaleta do modelo
que corresponderá à espessura da borda da futura prótese.
14. Confecção dos modelos de trabalho. Manipular gesso-pedra melhorado (tipo IV), verter
no interior dos moldes funcionais maxilar e mandibular com o auxílio de um vibrador para
gesso e fazer pequenas irregularidades superficiais simulando “suspiros” que posteriormente
irão auxiliar na união com o gesso utilizado na montagem dos modelos no articulador.
15. Montagem do modelo de trabalho maxilar no ramo superior do articulador. Fixar o
clone maxilar com cera 7 (que contém o modelo de trabalho maxilar) no registro oclusal da
forquilha. Encaixar os estiletes metálicos do ramo superior do articulador nos orifícios das
olivas plásticas do arco facial. Umidificar a parte do modelo maxilar que ficará em contato
com o gesso da montagem, espatular gesso-pedra (tipo III), colocar entre a placa de montagem
e o ramo superior do articulador e fechar até que o ramo superior do articulador toque o arco
facial. Fixar, então, a morsa que unirá o arco facial ao ramo superior do articulador. Após a
cristalização, remover a morsa de fixação e o arco facial do ramo superior do articulador.
16. Montagem do modelo de trabalho mandibular no ramo inferior do articulador.
Encaixar o registro oclusal do clone mandibular nos dentes do clone maxilar e fixar com cera
utilidade e 7. Umidificar a parte do modelo mandibular que entrará em contato com o gesso da
montagem, espatular gesso-pedra (tipo III), colocar entre a placa de montagem e o modelo,
fechar o articulador até que o pino guia incisal toque a mesa incisal e esperar a cristalização
do gesso.
Utiliza-se um peso em torno de 2 kg sobre o ramo superior do articulador para evitar a
expansão do gesso.
17. Promover as alterações estéticas planejadas no clone maxilar. Se alterações estéticas
foram planejadas, mas não realizadas na fase da terapia, elas deverão ser realizadas nesta fase.
Por exemplo: aumento ou diminuição de altura da posição incisal dos dentes anteriores
superiores, correção da inclinação anterior ou posterior e vestibularização ou palatinização
dos dentes anteriores. As alterações são realizadas com fresas, se forem necessários desgastes,
ou com cera, se necessários acréscimos.
18. Separação do modelo de trabalho mandibular do clone mandibular. Desparafusar a
placa de montagem inferior do ramo inferior do articulador e deixar o clone mandibular em um
gral com água fria durante 10 minutos. Levar para um recipiente com água quente e, após o
amolecimento da pasta de óxido de zinco e eugenol, com o auxílio de uma espátula, separar o
clone mandibular do modelo de trabalho mandibular.
19. Confecção do plano de orientação mandibular. Fazer uma base de prova mandibular e
um rolete de cera 7, seguindo o formato do arco dental vestibular do clone maxilar. Manter a
dimensão vertical de oclusão (DVO) através do toque do pino guia incisal na mesa incisal.
20. Transferências das linhas de orientações do clone maxilar para o plano de orientação
mandibular. Transferir as linhas (e preenchê-las com cera azul) das marcações planejadas no
clone maxilar para o plano de orientação mandibular.
21. Separação do modelo de trabalho maxilar do clone maxilar. Desparafusar a placa de
montagem do ramo superior do articulador e deixar o clone maxilar em um gral com água fria
durante 10 minutos. Levar para um recipiente com água quente e, após o amolecimento da pasta
de óxido de zinco e eugenol, com o auxílio de uma espátula, separar o clone maxilar do
modelo de trabalho maxilar.
22. Confecção do plano de orientação maxilar. Fazer uma base de prova maxilar e um
rolete de cera 7, seguindo o formato do arco dental vestibular do plano de orientação
mandibular. Manter a DVO através do toque do pino guia incisal na mesa incisal.
23. Transferência das linhas de orientação (linha dos caninos e linha mediana) do plano de
orientação mandibular para o plano de orientação maxilar, preenchendo-as com cera azul.
Marcação da linha da altura do incisivo central no plano de orientação maxilar através da
mensuração da linha que foi delimitada no clone maxilar.
24. Prova dos planos de orientação na boca do paciente. Instalação dos planos de
orientação na boca do paciente e confirmação da estética, oclusão e DVO.
25. Seleção de marca, cor, tamanho e forma dos dentes artificiais.
26. Seleção da cor da gengiva artificial inserida e mucosa alveolar do paciente, utilizando
o kit de escalas de gengivas do sistema STG.
27. Individualização da curva de compensação do paciente através da técnica de
amassamento da cera com parada anterior.
28. Individualização do articulador. Ajustes individuais das guias condilares e ângulos de
Bennett do articulador através da curva individual de compensação.
29. Duplicação em silicone extraduro de laboratório da curva individual de
compensação. Retirar o plano de orientação inferior e vaselinar discretamente a oclusal do
plano de orientação superior. Adaptar silicone extraduro em excesso sobre o modelo inferior e
fechar o articulador até que o pino incisal toque a plataforma incisal copiando a curva
individual de compensação do plano de orientação superior. Após a cura do silicone, recortar
os excessos e transferir as linhas de referência do plano de orientação maxilar para o plano
duplicado em silicone.
30. Montagem dos dentes artificiais pela técnica da Montagem Regressiva e enceramento
utilizando o sistema STG de caracterização em cera, de acordo com a cor da gengiva artificial
selecionada.
31. Prova dos dentes em cera na boca do paciente. Confirmação da cor da gengiva
artificial selecionada, oclusão, estética e DVO e análise da exposição dos dentes na escultura
gengival. Aprovação do paciente para a conclusão do trabalho.
32. Vedamento e inclusão das próteses totais em muflas para microondas (Vipi-STG®).
33. Demuflagem e preparo para acrilização.
34. Acrilização das próteses totais através do sistema STG.
35. Demuflagem e elaboração final das próteses.
36. Instalação das próteses totais, ajuste oclusal e entrega do protocolo de cuidados
posteriores e controles periódicos.
Figura 3.6 Após vaselinar o silicone da plataforma horizontal que contém as guias em
“V”, aplica-se o silicone fluido com o próprio dedo preenchendo todos os dentes.
Figuras 3.7A e B Após a manipulação do material molda-se a parte externa da
prótese.
Figura 3.8 Remove-se a prótese e analisa-se a fidelidade da duplicação da parte
externa (“tampa da caixa”).
Figura 3.13 Leva-se a mufla para prensa e quando a resina atingir a fase plástica,
prensa-se a 1.000 kg/f e apertam-se os quatro parafusos.
Figuras 3.14A e B Após a polimerização, desaparafusam-se os quatro parafusos,
abre-se a mufla e realiza-se a remoção das rebarbas, o acabamento e o polimento.
Figuras 3.15A-C A clonagem da prótese inferior segue os mesmos princípios.
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Após a instalação dos clones, utilizam-se duas pinças para carbono com um carbono fino
(Hanel okklusions folie®, Accufilm® ou similar), e marcam-se os pontos de oclusão do
paciente. A intenção desse ajuste é o de corrigir pequenas imperfeições ou alterações
dimensionais que possam ter ocorrido durante o processo de duplicação. Normalmente, apenas
um pequeno refino é necessário para se obter toques bilaterais simultâneos semelhantes aos da
prótese antiga (Figuras 3.19 a 3.21).
Em alguns casos, as próteses antigas possuem boa área basal, retenção, estabilidade e
ausência de inflamações gengivais, mas apresentam bordas finas. Para esses casos, é possível
clonar e após o ajuste oclusal, realizar a correção da borda com resina fotopolimerizável para
moldeira individual, analisar a necessidade de recorte dos frênulos e das bridas e, em seguida,
fazer o registro de mordida. Veja a seguir um exemplo de um caso que necessitou de correção
de borda do clone (Figuras 3.22 a 3.34).
Figura 3.31 Uma primeira Moldagem Mioestabilizada é realizada, mas foi obtido um
molde funcional com áreas de sobrecompressão.
Figura 3.32 Desgasta-se as áreas de compressão e realiza-se uma segunda
moldagem.
Figura 3.34 Notar que a abertura dos frênulos e das bridas permitiu que o material
de moldagem promovesse o correto recorte na prótese respeitando sua motricidade.
Figura 3.35 São feitas retenções na oclusal dos dentes do clone mandibular evitando
as marcas dos contatos oclusais.
A fase da moldagem envolve uma série de manobras clínicas em que se lança mão de
diferentes instrumentos, materiais e técnicas. No paciente desdentado, a resiliência dos
tecidos, as características físicas dos materiais de moldagem, bem como a técnica de
moldagem, influenciarão na qualidade final do molde, e, por consequência, da prótese.
Basicamente existem três filosofias de técnicas para moldagem funcional em prótese total:
técnica da mínima pressão, técnica funcional e técnica da pressão seletiva. A técnica da
mínima pressão recomenda que a moldeira individual e o material de moldagem exerçam uma
mínima pressão sobre os tecidos bucais no ato da moldagem. A técnica funcional recomenda
alívio da parte interna da prótese antiga, reembasamento da parte interna com um
condicionador de tecidos, e seu uso por alguns dias, para que o material registre os tecidos
“em função”. Completados esses dias, verte-se gesso dentro do “molde” obtido pelo
condicionador de tecidos e obtém-se o modelo de trabalho. A técnica da pressão seletiva
recomenda o uso de moldeira individual com áreas aliviadas predeterminadas por um
planejamento. Idealiza uma equalização de forças selecionando áreas que receberão mais ou
menos pressão, e recomenda um material de moldagem não compressivo. A TCT utiliza o
método da pressão seletiva. A pasta de óxido de zinco e eugenol utilizada é um material de
moldagem que provoca uma das menores pressões sobre os tecidos, devido ao seu alto grau de
escoamento. Os alívios propostos no planejamento das técnicas convencionais são realizados
em cera sobre um modelo anatômico e confecciona-se a moldeira individual aliviada nas
regiões onde estava a cera. Na TCT, esses alívios são realizados com fresas internamente no
clone antes da moldagem funcional (Fluxograma 3.1).
Pendlenton dividiu a boca desdentada em quatro zonas: principal de suporte, secundária de
suporte, de alívio e de selamento periférico. As áreas de alívio devem ser planejadas para
cada caso, mas normalmente estão localizadas na região anterior da maxila e crista do rebordo
mandibular (Figuras 3.42A e B).
Basicamente existem três indicações de alívio para a moldagem seletiva: 1. Áreas flácidas –
não devem ser deformadas, pois uma pressão exagerada na moldagem pode provocar
deslocamento dos tecidos e levar à inf lamação e aceleração da reabsorção óssea, além de
poder provocar a instabilidade da prótese.
2. Áreas duras circunscritas por mucosa de revestimento não dura. Exemplo: torus
palatino com fibromucosa resiliente ao seu redor. O torus, que é revestido por uma mucosa
lisa e dura, precisa ser aliviado para que a fibromucosa ao redor, ao deformar-se em função,
não funcione como fulcro provocando báscula na prótese ou úlcera traumática no torus.
3. Áreas sensíveis. Exemplo: uma mandíbula extremamente reabsorvida pode levar a uma
posição ectópica do forame mentual sobre o rebordo e deiscência de porções do canal
mandibular. Em geral, esses pacientes queixam-se de parestesia do lábio inferior,
principalmente durante a mastigação.
• Quanto à região e quantidade de alívio necessário vão depender de sua indicação: O alívio
das áreas flácidas deve ser um pouco maior do que a sua deformação.
• O alívio das áreas duras deve ser feito na área dura, um pouco a mais do que a resiliência
das áreas vizinhas.
• O alívio das áreas sensíveis deve ser feito nas áreas sensíveis, um pouco a mais do que a
resiliência das áreas circunvizinhas.
Análise do molde maxilar. Se a primeira moldagem não resultar em um bom molde, este
servirá como um “molde de análise”. Deve-se desgastar as possíveis áreas sobre-estendidas e
de sobrecompressão e aumentar as áreas subestendidas. Em seguida, coloca-se uma segunda
camada de pasta de óxido de zinco e eugenol e uma nova Moldagem Mioestabilizada será
realizada. Aprovando-se o molde, realiza-se o selamento posterior. Este selamento é uma
moldagem complementar da região posterior do molde funcional maxilar. A região posterior é
glandular e aceita um novo acréscimo de material de moldagem, contanto que essa nova
compressão seja fisiológica. O objetivo desse selamento é o de impedir a entrada de ar na
prótese total maxilar pela região posterior, aumentando a retenção e a estabilidade
anteroposterior da prótese. Além disso, sempre existirá, durante a polimerização da resina
acrílica termoativada, uma contração inerente ao material. Um espaço ínfimo entre a resina da
parte posterior da prótese e a fibromucosa pode provocar a quebra do selamento periférico,
diminuindo drasticamente a retenção. O material preconizado pelos autores é a pasta de óxido
de zinco e eugenol em uma fase mais adiantada (fase em que a pasta está “guardando
imagem”), quando ela não está pegajosa, ficando mais consistente e com a propriedade de
pressionar fisiologicamente a região posterior. Na mistura, um pouco mais da pasta vermelha
do que da branca é recomendado, para permitir uma visualização, pelo contraste de cores, das
regiões para onde a pasta escoou. Um outro material que os autores também indicam é a resina
fotopolimerizável usada em restaurações. A vantagem desse material é que o tempo de trabalho
é ilimitado, podendo o profissional levar o molde com a resina várias vezes à boca do
paciente, corrigindo imperfeições, até que não exista mais movimentação desse material, e só
aí então fotopolimerizar. A resina possui uma boa adesão à pasta de óxido de zinco e eugenol,
não necessitando de nenhum procedimento para uni-las. O tipo de resina indicada vai depender
da resiliência da mucosa da região do selado, sendo que pouca resiliência exige resinas com
maior escoamento e vice-versa.
Após a Moldagem Mioestabilizada maxilar, procede-se o mesmo protocolo para a
moldagem mandibular, que é o preparo do clone mandibular: desgasta-se 1 mm uniformemente,
nas áreas retentivas e nas áreas planejadas de alívio. A posição do paciente e do operador
para a moldagem da mandíbula deve ser de tal maneira que a comissura bucal do paciente
encontre-se na altura da metade superior do braço do operador (Desenho 4). Com o clone
maxilar em posição na boca, espatula-se a pasta, carrega-se o clone mandibular, introduz-se na
boca, pede-se para o paciente fazer movimentos com a língua para frente e para os lados, e
depois pede-se para o paciente entrar em oclusão até encaixar o registro. Com o paciente em
DVO, sem desocluir os dentes do registro, simulam-se os movimentos funcionais vestibulares
na intenção de obter bordas arredondadas em toda a sua extensão.
Figura 3.43 Marcação intrabucal com lápis-cópia da área flácida a ser aliviada.
Figura 3.44 Após a inserção e remoção do clone da boca, as marcações são
transferidas para a parte interna do clone maxilar.
Figura 3.45 O desgaste é realizado entre as linhas que delimitaram a área flácida.
Figura 3.46 Desgaste das áreas retentivas e 1 mm de toda a área basal.
Figura 3.50 Após a adaptação do clone o paciente é orientado para ocluir no registro
de mordida (DVO).
Figuras 3.51A e B O paciente também é orientado a fazer a simulação dos
movimentos funcionais.
Figura 3.52 Molde funcional apresentando áreas de compressão na região do palato.
Figura 3.54 Para uma nova moldagem com uma segunda camada de pasta é preciso
remover a pasta das áreas que foram aliviadas para não comprimir as áreas de
alívio.
Figura 3.55 Clone preparado para uma nova moldagem.
Figura 3.65 Molde funcional mandibular após a primeira moldagem. Notar a região de
sobre-extensão na região lingual direita e afilada na região posterior.
Figura 3.66 Desgaste das áreas de sobrecompressão.
Figura 3.70 Molde com área basal lingual recuperada em resina para moldeira.
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Figura 3.73A Marcações das alterações estéticas são demarcadas no clone maxilar
com lápis ou caneta de ponta fina. Notar a marcação da posição da nova linha
mediana.
Figura 3.74B Pino guia incisal. A única marca que o contorna 360 graus é
denominada de marca zero.
Figura 3.74C Arco facial simples.
Figura 3.74G As olivas plásticas devem ser posicionadas nos meatos acústicos
externos e o paciente deve ser orientado a mantê-las em posição.
Figura 3.74H Observa-se a distância intercondilar (neste caso média) e anota-se na
ficha clínica do paciente.
Figura 3.74T O paciente mantém as olivas nos meatos enquanto o dentista estabiliza
o conjunto.
Figura 3.74U O dentista aperta os três parafusos do arco facial. Nesta foto, o
central.
Figura 3.74FF As olivas plásticas do arco facial possuem uma perfuração na parte
interna.
Figura 3.74GG As olivas plásticas devem ser encaixadas nos estiletes metálicos
presentes nos estojos condilares. Obs.: nesta imagem a forquilha com o registro
foram removidos do arco facial para melhorar a visualização.
A seguir, com o uso do arco facial, determina-se a distância intercondilar média do paciente,
que em um articulador semiajustável poderá ser pequena, média ou grande (Figura 3.75). Em
seguida, ajustam-se os dispositivos condilares e os estojos condilares. Inicialmente os ângulos
de Bennett devem estar a 0 grau (para promover estabilidade dos dispositivos condilares com
a parede interna dos estojos condilares) e as guias condilares a 30 graus (para que o arco
facial esteja paralelo ao ramo superior do articulador), transferindo corretamente a inclinação
da maxila em relação à base do crânio (Plano de Frankfurt).
Bibliografia
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Após a tomada com o arco facial, realiza-se a preparação dos moldes funcionais para a
obtenção dos modelos de trabalho. Essa preparação é feita com um filete de cera utilidade com
largura em torno de 7 a 8 mm e fixada de 2 a 3 mm abaixo da borda externa do molde
funcional. Essa cera tem como objetivo reproduzir e transferir a espessura das bordas do
molde funcional para o modelo de trabalho através da formação de uma canaleta. A fixação
dessa cera vai resultar em uma plataforma horizontal que protegerá a canaleta do modelo de
trabalho até a confecção final da prótese, e permitirá ao protético uma visão clara do limite
periférico do modelo. No clone mandibular a cera deve também ser fixada na região lingual de
forma a promover uma superfície plana que facilitará a confecção da base de prova. Após a
preparação dos moldes funcionais, com o auxílio de um vibrador para gesso, verte-se gesso
especial (tipo IV) no interior dos moldes e aguarda-se a cristalização, que se processa em
torno de uma hora (Figuras 3.79 a 3.86).
Bibliografia
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Figura 3.89 Montagem com gesso-pedra (tipo III) do modelo superior no articulador.
Figura 3.90 Uso de uma morsa para evitar o afastamento da plataforma horizontal do
arco facial do ramo superior do articulador.
Figura 3.92 Análise do espaço entre o modelo e a placa de montagem para a fixação
do modelo inferior. Note que a altura do modelo mandibular é maior que a do maxilar
para diminuir a quantidade de gesso para a montagem.
Figura 3.93 Montagem com gesso-pedra (tipo III) do modelo inferior no articulador.
Figura 3.94 Uso de uma placa metálica (envolvida por um papel) para evitar a
alteração da DVO pela expansão do gesso.
Figura 3.95 Clones montados no articulador.
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Figura 3.96 Materiais necessários para a separação do clone que contém o molde
funcional do modelo.
Figura 3.97 Devido ao fato de o clone maxilar conter as informações estéticas do
suporte vestibular, inicia-se a separação primeiro do modelo mandibular para que o
plano de orientação mandibular possa reproduzir o planejamento estético demarcado
no clone maxilar.
Figura 3.109 Modelo de trabalho mandibular; note a presença da raiz do dente 43.
Figura 3.110 Base de prova mandibular no modelo; observe que as bordas estão
levemente aliviadas na canaleta para evitar fraturas nessa região.
Figura 3.111 Uma matriz em silicone pode ser utilizada para facilitar a confecção do
plano de orientação.
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A prova dos planos de orientação na boca do paciente é uma fase em que se tem a
oportunidade de verificar se o planejamento estético-funcional está correto ou se é necessário
fazer alguma modificação. Existe a vantagem de os planos estarem montados em articulador,
pois realizam-se com facilidade alterações de aumento ou diminuição da DVO ou
modificações de inclinações do plano.
2. Análise da DVO
Testes fonéticos (Silvermann). Observa-se a presença do EFP (espaço funcional de
pronúncia). Quando o paciente pronunciar a palavra “Mississipi” os planos devem se separar
em torno de 1 mm, e quando forem pronunciadas as palavras “sessenta e seis”, os planos
devem se separar em torno de 3 mm. Para evitar conclusões erradas, se os planos não
estiverem com retenção, indica-se o uso de fixador para não levar a falsas interpretações do
espaço funcional de pronúncia (Figura 3.120).
Testes visuais estéticos. Observa-se o paciente de frente e de perfil (Método de Turner &
Fox). Uma dificuldade para selar os lábios e uma contração exagerada dos músculos mentuais
em DVO pode sugerir uma DVO aumentada. Já um “encurtamento” do terço inferior da face e a
mandíbula protruída em relação à maxila pode sugerir uma DVO diminuída (Figuras 3.121A e
B).
Método de Lytle. DVO 5 DVR 2 EFP (espaço funcional de pronúncia). Inicialmente, com o
uso do compasso de Willis, deve-se registrar a DVR do paciente.
Cuidados com a tomada da DVR:
• O paciente não deve estar deitado, e sim em pé ou sentado com uma postura o mais vertical
possível.
• O paciente deve estar relaxado. Pode-se pedir para ele abrir bem a boca e fechar várias
vezes para que haja um cansaço muscular.
• O paciente deve estar com os planos na boca.
Após o registro do valor da DVR subtrai-se 3 mm, determina-se o valor da DVO e confere-
se com a DVO dos planos (Figura 3.122).
Desenho 7 Plano superior muito menor que o inferior sugere uma DVO baixa ou
excesso de altura do inferior e falta no superior.
Figura 3.123 O plano de orientação inferior deve estar na altura da linha úmida-seca
do lábio.
Nesta fase é importante que o profissional tenha feito uso do arco facial para a montagem do
modelo superior no articulador, pois, algumas vezes, durante a prova dos planos na boca,
percebe-se a necessidade de realizar algum ajuste na DVO. De acordo com Johnson &
Stratton: “Se uma transferência de arco facial arbitrária foi usada para orientar a montagem do
modelo maxilar no articulador, aumentar ou diminuir a dimensão vertical irá introduzir somente
um erro muito leve. Acha-se que uma mudança de 3 mm irá criar um erro que seria pequeno
suficiente para ser facilmente corrigido durante o ajuste da entrega.”
Normalmente, se o planejamento da DVO foi executado corretamente nas próteses antigas,
não há necessidade de se ajustar a DVO, mas se for necessária uma alteração, para mais ou
para menos no articulador, pode-se fazer esse ajuste no pino guia incisal e remover ou
acrescentar no plano a ser alterado.
Figura 3.135 Se o paciente optar por dentes caracterizados, estes já devem ser
aprovados na prova em cera na boca do paciente.
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Figura 3.139 A cera amarela é fixada e ajusta-se no articulador até que os planos na
região anterior estejam afastados em torno de 2 mm.
Figura 3.140 O mesmo procedimento é realizado no plano inferior.
Figura 3.145 Vista oclusal dos planos contendo a curva individual de compensação.
Figura 3.146 No articulador, os planos devem repetir a mesma posição obtida na
boca. O pino guia incisal tocando na mesa incisal confirma a manutenção da DVO
planejada.
A curva é obtida apenas na região posterior. A região anterior deve ser preservada, pois
contém inclinações obtidas pelo planejamento estético que não deverão ser alteradas.
Individualização do articulador
A individualização do articulador em próteses totais maxilomandibulares é uma fase logo
após a individualização da curva de compensação e antes da duplicação da mesma.
Inicialmente, com os planos no articulador, desencosta-se o pino guia incisal da mesa incisal.
As guias condilares, que previamente foram ajustadas em 30º, devem ser ajustadas em 0º
(Figura 3.147), assim como os ângulos de Bennett, inicialmente ajustados em 0º, devem ser
abertos no ângulo máximo (Figura 3.148). Inicia-se a individualização pelas guias condilares.
Para isso, simula-se no articulador um movimento protrusivo, mantendo-se em contato a
oclusal dos planos de orientação (Figura 3.149). No movimento protrusivo os côndilos
descrevem um movimento para baixo e para frente (Figura 3.150). O quanto os côndilos
“descem” no movimento protrusivo determina as guias condilares individuais. Após o
movimento protrusivo, afrouxam-se os parafusos correspondentes das guias condilares,
descendo os estojos condilares até que toquem nos dispositivos condilares do articulador
(Figura 3.151). Apertam-se os parafusos e anota-se na ficha clínica os ângulos obtidos das
guias condilares individuais direita e esquerda. Retornam-se os planos ao articulador para a
posição inicial e simula-se um movimento de trabalho para o lado direito. O côndilo do lado
de não trabalho ou balanceio (lado esquerdo) descreve um movimento para frente, para baixo e
para dentro. O quanto ele “caminha” para dentro corresponde ao ângulo de Bennett. Afrouxa-se
o parafuso do lado esquerdo correspondente ao ângulo de Bennett, movimentando até que ele
toque o dispositivo condilar; aperta-se o parafuso e anota-se o ângulo na ficha clínica. O
mesmo procedimento é executado para a obtenção do ângulo de Bennett do lado direito, só que
por meio do movimento de lateralidade para o lado esquerdo (Figuras 3.152 a 3.154).
Se durante o movimento de lateralidade os planos se desencostarem, isto pode indicar
limitação do articulador semiajustável na reprodução dos movimentos mandibulares. Durante o
movimento de lateralidade, o côndilo do lado de trabalho executa o movimento de Bennett, que
corresponde à “saída” do côndilo da fossa articular do lado de trabalho. O movimento de
Bennett não consegue ser reproduzido no articulador semiajustável, visto que o dispositivo
condilar está encostado na parede distal do estojo condilar. A dificuldade de reproduzir esse
movimento também pode estar relacionada com o ângulo de Fischer, que não pode ser
individualizado nesse articulador semiajustável. Para compensar essa limitação, se no
movimento de lateralidade os planos se desencostarem, sugere-se a remoção do dispositivo
condilar do lado de trabalho durante o movimento de lateralidade no ajuste dos ângulos de
Bennett, a fim de compensar a limitação mecânica do articulador.
Figura 3.151 O ajuste das guias condilares consiste em inclinar os estojos condilares
até restabelecer o toque com os postes condilares.
Além da anotação dos ângulos individuais na ficha clínica, os autores sugerem também
anotálos em fita crepe no ramo superior do articulador e na ficha a ser enviada ao laboratório
(Figura 3.155). No laboratório, durante a montagem dos dentes, é mais seguro retornar os
ângulos de Bennett a zero, evitando pequenos movimentos laterais que poderiam levar a erros
na montagem. Após a montagem dos dentes em oclusão, quando forem necessários os ajustes
em lateralidade, através das anotações dos ângulos na fita crepe, reajusta-se no articulador os
valores individuais do paciente e finaliza-se o ajuste em lateralidade.
Após a individualização do articulador procede-se a duplicação da curva, que é indicada
por vários autores. A duplicação será feita em silicone extraduro de laboratório. O silicone é
um material estável e vários trabalhos têm comprovado sua eficiência na substituição do
gesso-pedra na confecção de muralhas para inclusão de próteses totais, por ter boa reprodução
de detalhes, aliado à grande dureza. As vantagens de duplicar a curva são: pode-se conferir,
após a montagem, se os dentes foram montados na curva, e, no caso de necessitar remontagem,
ela servirá de referência (Figuras 3.156 a 3.163).
Figura 3.153 Na lateralidade direita o côndilo do lado esquerdo se dirige para frente,
para baixo e para dentro.
Figura 3.154 Para ajustar o ângulo de Bennett, movimenta-se a aleta até ela tocar no
côndilo. O ajuste do outro lado se processa de forma similar.
Figura 3.155 É importante anotar no ramo superior do articulador os ângulos
individualizados.
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Muitos autores indicam a oclusão balanceada bilateral como o melhor tipo de oclusão para
próteses maxilomandibulares mucosossuportadas. Para se conseguir esse tipo específico de
oclusão é necessária a obtenção da curva individual de compensação, que tem como objetivos
determinar as inclinações das guias condilares e dos ângulos de Bennett do paciente e orientar
a montagem dos dentes. Muitos autores que preconizam esse tipo de oclusão começam a
montagem dos dentes inferiores pela região anterior, mas esse procedimento pode resultar
inicialmente em uma montagem com overbite anterior arbitrário. Esse overbite pode não
corresponder ao necessário para se obter o balanceamento anteroposterior, com a consequente
eliminação do espaço de Christensen, que é a perda de contato dos dentes posteriores durante
o movimento de protrusão. Nesses casos, após a montagem dos dentes posteriores inferiores,
se no movimento protrusivo ocorrer uma mordida aberta anterior, é necessária a remontagem
dos dentes anteriores inferiores elevandoos, ou, se no movimento protrusivo ocorrer a
presença do espaço de Christensen, é necessário abaixá-los para se obter o balanceamento
protrusivo. Na Técnica da Montagem Regressiva, os dentes anteriores inferiores serão os
últimos a serem montados, o que será feito somente após o balanceamento dos posteriores. Isso
faz com que o overbite dos dentes inferiores anteriores seja determinado pela posição e
inclinação das cúspides dos dentes posteriores superiores e inferiores já montados. Além
disso, o uso de um espaçador, antes da montagem dos dentes inferiores (ver protocolo da
montagem regressiva), permite melhor engrenamento através do ajuste oclusal após a retirada
do espaçador sem diminuição da DVO. A montagem por essa técnica visa à máxima
intercuspidação dos dentes, redução dos ajustes oclusais intrabucais, eliminando quase que
totalmente as remontagens.
Figura 3.164 Recorte inicial para a montagem dos dentes anteriores superiores.
Observe que restou um pouco de cera do plano na região posterior para manter a
estabilidade durante a montagem.
Figura 3.165 A vestibular do incisivo central superior segue a mesma vestibularidade
da região anterior do plano de orientação superior para devolver o suporte adequado
para o lábio.
Figura 3.166 Montagem do 21, 22 e 23. Note que a distal do canino deve coincidir
com a linha dos caninos e a disposição do 22 com características femininas se
sobrepondo sobre o 21.
Figura 3.167 Montagem dos dentes anteriores superiores completada; a orientação
desta montagem é guiada pela estética (lei no 1).
Figura 3.168 As cúspides palatinas dos dentes superiores posteriores devem ser
direcionadas para a linha principal do esforço mastigatório e as cúspides apoiadas no
plano seguindo a curva individual de compensação (lei no 2).
Figura 3.169 Montagem dos posteriores superiores do lado esquerdo concluída.
Figura 3.170 O alinhamento dos dentes posteriores deve estar em harmonia com os
sulcos principais dos dentes.
Figura 3.171 A montagem dos dentes posteriores superiores do lado direito segue
os mesmos princípios.
Figura 3.181 A montagem dos dentes inferiores posteriores do lado direito segue os
mesmos princípios.
Figura 3.186 Notar o melhor engrenamento entre os dentes artificiais após o ajuste
oclusal.
Figuras 3.187A e B Após o ajuste oclusal, os dentes posteriores já estarão
balanceados.
Figura 3.188 O movimento de protrusão é utilizado para o posicionamento em topo
do incisivo central inferior (lei no 4).
Bibliografia
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Sem dúvida, a prova em cera é uma etapa importante na confecção de próteses totais.
Qualquer descuido do profissional pode levar à insatisfação do paciente e frustrar todo o
tratamento. Apesar de todos os cuidados, a prova em cera é apenas uma “sugestão estética”. O
profissional deve entender que o conceito do belo é subjetivo, e deve se esmerar, dentro dos
limites funcionais, em confeccionar próteses que satisfaçam os desejos estéticos do paciente.
Esses desejos são de caráter pessoal e sofrem influências do seu meio social. Querer impor o
conceito estético do profissional, muitas vezes, leva ao insucesso e a não aprovação das
próteses. Além da opinião do paciente, observações funcionais devem ser analisadas durante a
prova dos dentes em cera. Estas estão sugeridas a seguir em forma de protocolo.
• Com o paciente em repouso observar se há espaço funcional livre. A ausência desse espaço
sugere DVO aumentada, e um espaço muito grande, DVO diminuída.
• Por meio dos testes fonéticos, observar a presença do espaço funcional de pronúncia.
Normalmente ao se pronunciar a palavra “Mississipi” deve-se observar um espaço
(separação entre os dentes) em torno de 1 mm, e das palavras “sessenta e seis” um espaço
em torno de 3 mm (método de Silvermann).
• Analisar se os dentes inferiores anteriores estão na altura da linha úmida seca do lábio
inferior.
Confirmação da oclusão
• Solicitar para o paciente ocluir (DVO) e analisar a coincidência de sua oclusão com a da
obtida no articulador.
• Solicitar para o paciente fazer movimentos (sem muita força) de protrusiva, lateralidades
direita e esquerda para a análise da coincidência da mesma oclusão balanceada bilateral
obtida no articulador.
A utilização na montagem dos dentes de uma cera especial que possua um adesivo é de
fundamental importância para manter a fixação dos dentes nesse procedimento.
Confirmação da estética
• Análise da cor dos dentes artificiais.
• Análise da cor da gengiva artificial (cera caracterizada) (Figura 3.207).
• Análise da estética do repouso (ver Capítulo Estética em Prótese Total) (Figura 3.204).
• Análise da estética da fala (ver Capítulo Estética em Prótese Total).
• Análise da estética do sorriso (Figura 3.205) que contém: observação da escultura gengival
(exposição ou não dos colos dos dentes), paralelismo dos dentes anteriores com a linha
bipupilar, linha mediana, posição e disposição dos dentes, harmonia das incisais dos dentes
anteriores superiores com a forma do lábio inferior durante o sorriso (Desenho 8).
Um detalhe importante é que, muitas vezes, as bases de prova não promovem uma retenção
adequada durante a prova em cera, visto que estão aliviadas com o objetivo de se proteger os
modelos de trabalho. Essa falta de retenção, muitas vezes, leva a interpretações errôneas, tanto
dos testes estéticos quanto dos funcionais. Se o profissional perceber que as bases estão
instáveis, é indicado o uso de fixadores para aumentar a retenção e realizar o protocolo de
prova estético e funcional com segurança.
Após as análises estéticas e funcionais e a aprovação da estética pelo paciente (Figura
3.206), a próxima etapa é o vedamento e a inclusão.
Figura 3.204 Observação da estética do repouso.
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Vedamento periférico
O vedamento periférico deve ser feito com cera quente preenchendo toda a canaleta do
modelo. Esse procedimento, obrigatoriamente, deve ser realizado com os dentes em oclusão no
articulador para não se perder o correto engrenamento entre eles (Figuras 3.208 e 3.209).
Figura 3.208 A delimitação com lápis do limite do final da canaleta com a plataforma
horizontal auxilia na identificação dos limites da prótese.
Figura 3.209 É importante que o vedamento com cera seja feito em oclusão.
Figura 3.210 Close do vedamento com cera, orientando-se pelo limite da marcação
do lápis.
Figura 3.211 Após o vedamento com cera em oclusão, os modelos são retirados do
articulador.
Figura 3.230 Após o aparafusamento dos 4 parafusos verte-se gesso comum pelo
orifício.
Figura 3.231 Inclusão concluída esperando a cristalização total do gesso.
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Figura 3.235 Banhos de água quente para completar a eliminação de cera dos
dentes e modelos.
Figura 3.237 O isolamento dos modelos deve ser realizado quando a temperatura
destes atingir cerca de 50oC.
Esta fase da confecção de uma prótese total é vital para que todos os resultados obtidos até
então sejam mantidos até sua instalação. O não cumprimento de protocolos específicos desta
fase pode resultar em alterações dimensionais da resina com resultados imprevisíveis na DVO,
oclusão e posição dos dentes. Ciclos de polimerização inadequados podem levar a
porosidades, fragilizando a resina e prejudicando a estética, além de resultarem em liberação
de monômero residual, podendo ocasionar inflamações bucais.
Atualmente, a polimerização através de energia de microondas tem sido bastante empregada.
A sua eficiência já foi comprovada por diversas pesquisas, que confirmaram ser esta uma
técnica limpa, rápida e que resultou em uma resina com excelentes propriedades mecânicas.
2. Aplicação das artérias (de acordo com a indicação do manual contido no sistema STG)
• Desfiar, com o auxílio de um Le Cron, numa placa de vidro, as fibras que imitam as artérias
ou veias.
• Fixar as artérias ou veias na metade superior vestibular da muralha de silicone, que
corresponde à região da fibromucosa móvel, com o auxílio de uma finíssima camada de
vaselina em pasta aplicada com pincel.
Figura 3.242 No caso de inclusão com reforço metálico, a resina da cor do dente
deve ser a quimicamente ativada que é colocada nos orifícios dos dentes.
Figura 3.243 O reforço é fixado impedindo que ele se desloque da posição durante
os procedimentos da acrilização.
Figuras 3.244 e 3.245 Realiza-se um teste do espaço ocupado pelo reforço
colocando-se uma folha de plástico entre a mufla e a contramufla.
Figura 3.255 A mufla e a contramufla são levadas para a prensa. Após a resina
atingir a fase plástica, realiza-se uma prensagem de prova a uma tonelada.
Figura 3.256 Após alguns minutos remove-se da prensa, abre-se a mufla e retiram-
se os plásticos.
Figuras 3.257 e 3.258 Removem-se os excessos e a camada de incolor que
extravasou sobre a área caracterizada que deverá ser reposta na canaleta do
modelo na base da mufla.
Figura 3.260 Nos casos em que não há reforço metálico, a perfuração dos dentes é
preenchida com resina da cor do dente termoativada com líquido de lenta.
Figura 3.261 Para cores gengivais que preconizam simulações de artérias, uma
discreta camada de vaselina em pasta é pincelada sobre a face vestibular que será
caracterizada e as artérias são fixadas nas regiões desejadas.
Figura 3.264 O excesso de resina que extravasou para a área palatina deve ser
removido.
Figura 3.265 Caracteriza-se a segunda hemiarcada.
Figura 3.274 Espera-se a fase plástica da resina; enquanto não atingir essa fase, a
prensa hidráulica mantém-se em zero. Observar na imagem que a resina ainda está
na fase pegajosa.
Figura 3.275 Na fase plástica a resina é prensada a uma tonelada.
1. Demuflagem da resina
• Esperar o resfriamento total da mufla até atingir a temperatura ambiente.
• Com a chave da mufla separar a base da contramufla (Figura 3.282).
• Com a utilização de um demuflador (martelete) pneumático, separar a prótese já
polimerizada do gesso (Figuras 3.283 a 3.287).
3. Protocolo de polimento
• Fazer o polimento com escova 10 de pelo e pedra-pomes.
• A seguir, utilizar uma roda de flanela e pedra-pomes. Pode-se também utilizar um cone de
feltro nas regiões palatinas e linguais de difícil acesso.
• A seguir, dar brilho com uma roda de flanela impregnada de pasta para brilho.
Antes do brilho final, é importante promover uma lavagem da prótese com água para a
remoção completa de resíduos dos abrasivos.
4. Desinfecção da prótese
• Em uma cuba plástica imergir a prótese em ácido peracético a 0,25% durante 10 minutos,
pegar com uma pinça estéril e selar em um plástico (Figuras 3.288 a 3.309).
Figura 3.284 Um bom isolamento do modelo resulta em uma superfície interna livre
de gesso e brilhante.
Figura 3.285 Deve-se usar um martelo para separar o gesso da contramufla.
Figura 3.299 O uso do cone de feltro ajuda a atingir as áreas palatinas e linguais.
Figura 3.300 Uso da roda de flanela com pedra-pomes.
Figuras 3.301A e B Para o polimento e brilho final impregna-se com bastão polidor
uma outra roda de pano que só deverá ser utilizada para esse fim.
Figura 3.307 Prótese mandibular finalizada. Notar a região lingual côncava de modo
a permitir uma correta acomodação da língua.
Figuras 3.308A-C Próteses finalizadas e ocluídas. A obtenção frequente de próteses
que após a acrilização repetem a oclusão balanceada bilateral obtida no articulador é
que faz com que os autores não indiquem as remontagens para próteses totais.
Figura 3.309 Próteses desinfectadas e seladas.
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Figura 3.311 O paciente é classe II, então as próteses foram planejadas para
acompanhar essa posição maxilomandibular.
Figuras 3.312A e B Observação da cor da gengiva para analisar se está em
harmonia com lábios e gengiva.
Figuras 3.313A e B Observação do paciente de frente em DVO com as próteses
novas (A), com as próteses antigas (B).
Figuras 3.314A-C Observação do paciente de perfil em DVO com as prótese novas
(A), com as próteses antigas (B) e sem as próteses (C).
Figuras 3.315A e B Observação do paciente de perfil sorrindo com as próteses
novas (A) e com as antigas (B).
Figura 3.320 O ajuste oclusal deve feito com duas pinças para carbono.
Figura 3.321 Contatos iniciais obtidos no dia da instalação.
Figuras 3.322A-D Oclusão balanceada bilateral obtida já no dia da instalação.
Figura 3.327 É importante entregar um kit inicial para o paciente que contenha
materiais necessários para que ele já adquira o hábito dos cuidados posteriores com
suas próteses.
Figura 3.328 Material necessário para o controle posterior.
Figura 3.329 O ajuste oclusal em MIC deve ser feito sempre bilateralmente.
Figura 3.330 Os contatos oclusais desde o dia da instalação não devem ser muito
diferentes dos que estavam no articulador, para que um pequeno ajuste oclusal
intrabucal resulte em contatos bilaterais simultâneos. Notar que não existem contatos
em MIC nos dentes anteriores.
Figura 3.331 No controle de 24 horas uma pequena úlcera traumática do lado inferior
esquerdo foi detectada.
Figura 3.332 A úlcera foi demarcada com a pasta branca de óxido de zinco e
eugenol.
Figura 3.339 Tira de lixa e borrachas abrasivas são utilizadas para remover os riscos
provocados pelas fresas.
Figura 3.340 Uma roda de camurça impregnada com bastão polidor é um ótimo
recurso para devolver o brilho final à resina. O dentista deve ter em mente que a
resina ajustada deverá ter o mesmo polimento anterior, pois áreas mal polidas
resultarão em mais controles posteriores e diminuição da retenção da prótese por
diminuição da área basal.
Embora o ideal seja que o paciente durma sem as próteses, muitas vezes isso não é aceito.
Deve-se enfatizar para esses pacientes a necessidade da remoção das próteses por algumas
horas a fim de permitir maior oxigenação e descompressão dos tecidos. Nesse período, elas
devem ser secas e guardadas em recipiente próprio. A ausência de umidade inibe a
proliferação da Candida albicans. Outra alternativa é guardá-las em água com o uso de
pastilhas efervescentes próprias para a limpeza de próteses.
Com relação à limpeza das próteses, a higiene adequada previne a formação do biofilme,
diminui o acúmulo de material orgânico, evita a halitose e a proliferação de bactérias e fungos,
prevenindo a formação de tártaro e o aparecimento da estomatite protética. Pesquisas têm sido
feitas sobre a complementação da higienização mecânica como a esterilização física e química.
Vários métodos de desinfecção química para próteses totais têm sido estudados: hipoclorito de
sódio a 5,25%, dióxido cloroso e oxidantes tetravalentes. As pesquisas sobre o uso de
produtos químicos estão centradas em: eficiência de desinfecção, potencialidade patogênica
para o paciente pela absorção do produto pela resina acrílica e alteração dimensional ou da
cor da prótese. A atenção a esses itens é importante, principalmente porque esses produtos são
indicados para uso contínuo pelo paciente.
Uma sugestão de protocolo de cuidados posteriores a ser entregue para o paciente no dia da
instalação das próteses está descrita a seguir.
Muitos são os fatores que influenciam na estética de uma prótese total. Devido à
complexidade do assunto, os autores dedicaram um capítulo à parte sobre a estética com uma
abordagem multifatorial.
A análise das três situações estéticas – repouso, fala e sorriso – é importante para se obter
um bom resultado final. É claro que sempre se deve buscar o melhor resultado nas três
situações, mas o profissional deve ter em mente que, tendo em vista todas as variáveis a que a
estética está sujeita, muitas vezes é necessário fazer opções que devem ser discutidas e
explicadas para o paciente, para se decidir pela melhor.
A maioria dos autores determina inicialmente, na confecção do plano de orientação superior,
a altura anterior. A borda da região anterior desse plano corresponde às bordas incisais dos
incisivos centrais superiores. Grande parte dos autores determina a altura do plano baseando-
se na análise da visibilidade dos dentes quando o paciente está em repouso (estética do
repouso). Tadashi afirmou que normalmente o plano deverá ficar 2 mm abaixo do tubérculo do
lábio em repouso; Corrêa, que a altura anterior do plano deve localizar-se de 0 a 2 mm abaixo
do tubérculo do lábio, dependendo da idade do paciente; Saide, que o plano de orientação
superior deve estar na altura do tubérculo do lábio; Johnson & Statton determinam a altura de
acordo com o sexo e a idade: mulher jovem (3 mm abaixo), homem jovem (2 mm abaixo), meia
idade (de 1 a 1,5 mm abaixo), idoso (–2 a 0 mm); Telles et al. sugerem de 1 a 2 mm abaixo do
lábio, porém, no idoso menos, mas nunca acima do lábio. É interessante ressaltar que, apesar
de todos os esforços dos profissionais para a visualização dos dentes anteriores em repouso,
isso na realidade ocorre mais em uma faixa de pacientes jovens. Araújo encontrou, em uma
faixa de pacientes dentados entre 20 e 30 anos, uma média de 4 mm na exposição dos dentes
em repouso.
A dificuldade em se obter próteses totais estéticas ainda é potencializada pela falta de
concordância entre os autores sobre a altura do plano, ou seja, sobre a visibilidade dos dentes
em repouso. Essa grande divergência nos levou a pensar que a determinação dessa altura
através da análise da área visível do plano com o tubérculo do lábio em repouso pode induzir
o profissional a erros. Muitos fatores interferem na exposição dos dentes anteriores em
repouso: o suporte do lábio, a postura do paciente, a idade e a forma do lábio superior. Quanto
maior o suporte do lábio, maior será a exposição dos dentes em repouso e vice-versa. Uma
mudança corretiva na postura, ou uma alteração desta durante o envelhecimento, pode interferir
na visibilidade dos dentes anteriores pela mudança da posição da cabeça. Com a idade, a
abrasão e atrição dos dentes associadas à diminuição da elasticidade da pele que ocorre com o
envelhecimento, também tendem a diminuir a exposição dos dentes superiores em repouso.
Com relação à forma do lábio, a diferença entre as formas labiais altera completamente a área
visível dos dentes com os lábios em repouso. Lábios arqueados em repouso expõem mais os
dentes do que os lábios horizontais; e com o passar do tempo, o lábio arqueado pode ir se
transformando em horizontal, diminuindo a exposição dos dentes anteriores. De acordo com
essa análise, talvez a divergência entre os autores quanto à determinação dessa altura esteja
relacionada com o grande número de fatores que altera a visibilidade dos dentes anteriores
superiores em repouso. Por outro lado, os autores que preconizam o início da confecção dos
planos de orientação pelo plano inferior, devido ao fato de serem encontradas referências
anatômicas mais precisas, como por exemplo, o plano oclusal geralmente estar situado na
altura da metade da papila retromolar e a incisal dos dentes anteriores inferiores na altura da
linha úmida-seca do lábio inferior, acaba determinando a altura do plano superior pela DVO,
que é uma das maiores incógnitas na confecção de uma prótese total. É importante comentar
que sempre, independentemente de se começar o plano pelo superior ou inferior, a altura do
plano superior só deve ser definida com os dois planos confeccionados, pois se obtivermos
uma discrepância de tamanho entre os dois, provavelmente errou-se ou na dimensão vertical de
oclusão ou na proporção entre eles (ver Desenhos 5 a 7, no Capítulo 3, p. 76).
Tendo em vista a grande dificuldade de se determinar a altura do plano de orientação
superior pela posição dos lábios em repouso ou através da DVO, os autores propõem uma
nova abordagem desse assunto. O princípio dessa nova proposta para a determinação da altura
do plano superior é que ela não deve se basear inicialmente pela estética do repouso, e sim
pela estética do sorriso. O primeiro passo para se determinar a altura do plano de orientação
superior, quando se opta por priorizar a estética do sorriso, é colocar o plano superior na boca
e pedir para o paciente sorrir. Wood Clapp, em 1910, indicou a linha alta do sorriso para
determinar a altura do incisivo central superior, técnica que através dos tempos e até hoje vem
sendo utilizada por muitos autores, embora isso não tenha nenhum fundamento. Os incisivos
centrais mais altos presentes no mercado brasileiro estão em torno de 11 a 13 mm, e muitas
vezes os protéticos recebem planos com marcações da linha alta do sorriso com valores muito
maiores, o que corresponde a um erro na altura do plano ou se trata de um indivíduo com a
linha do lábio alta. Já uma linha do sorriso muito pequena pode ser em decorrência de um erro
para menos na altura do plano superior ou se trata de um paciente com a linha do lábio baixa.
Apesar de a linha alta do sorriso não ser uma referência para se determinar a altura do
incisivo central superior (com exceção de pacientes com linha de lábio média), pode ser uma
boa referência para auxiliar na determinação da altura do plano de orientação superior.
Pede-se com o plano superior na boca para o paciente sorrir.
• Se a exposição do plano ao sorrir for muito pequena (Desenho 13), pode-se suspeitar que:
Estando a DVO correta, precisa-se alterar a proporção de altura entre os planos aumentando a
altura do plano superior e diminuindo o do inferior.
• A DVO está baixa e precisa-se aumentar a altura do plano superior.
• Realmente trata-se de um paciente que possui uma linha de lábio baixa, e é preciso
selecionar um dente maior que a linha alta do sorriso.
Se durante o sorriso aparecer muito o plano superior (acima de 11 mm) (Desenho 14), pode-
•se suspeitar que: A DVO está alta e é necessário diminuir a altura do plano superior.
• Estando a DVO correta, precisa-se alterar a proporção de altura entre os planos e é
necessário diminuir a altura do superior e aumentar a do inferior.
• Realmente trata-se de um paciente com a linha de lábio alta, que provavelmente expunha
uma grande quantidade de gengiva quando era dentado.
Para essas análises, é de grande valia solicitar ao paciente, se ele possuir, fotos antigas dele
sorrindo com seus dentes naturais.
Se durante o sorriso aparecer uma quantidade do plano de orientação na média de altura dos
•dentes em torno de 9 mm (Desenho 15), pode-se suspeitar que: Trata-se de um paciente de
linha de lábio média.
• Se dentes mais curtos e mais estreitos se harmonizarem melhor com a forma do rosto, a
prótese resultará em um sorriso de linha de lábio alta.
Só após a determinação da altura do plano pelo sorriso deve-se pedir ao paciente para
relaxar o lábio para a análise da estética do repouso. É importante lembrar, como comentado
anteriormente, que a postura interfere na visibilidade dos dentes. Por isso o paciente deve estar
o mais vertical possível, pois pequenas inclinações na cadeira podem levar a falsas
interpretações. Se em repouso o plano ficar acima do tubérculo do lábio (Desenho 16), deve-
se analisar se não falta suporte do lábio superior. Através de uma maior vestibularização do
plano pode-se expor mais os dentes anteriores, contanto que isso não traga um aspecto forçado
pelo excesso de suporte do lábio.
É importante lembrar que alguns pacientes, mesmo dentados, não expõe seus dentes em
repouso e esta condição deverá ser mantida na prótese total.
Outro fator que deve ser abordado é que a altura do plano de orientação superior está
diretamente relacionada com as alturas dos dentes superiores anteriores. Sempre que se opta
em aumentar ou diminuir a altura do plano, deve-se analisar a altura dos dentes anteriores
superiores. De preferência, uma prévia seleção desses dentes deve ser realizada antes da
confecção do plano superior, para facilitar a determinação dessa altura. Também é importante
salientar que cabe ao cirurgião-dentista a seleção dos dentes artificiais, e essa tarefa nunca
deve ser delegada ao protético, que não possui as informações necessárias para tal seleção.
Tendo em vista esses comentários, os autores propõem um protocolo de determinação da altura
do plano de orientação superior para nortear os profissionais a alcançarem um bom resultado
estético na confecção de próteses totais.
Em pacientes com linha de lábio baixa muitas vezes a visualização do plano é menor que
essas medidas; nesses casos, a linha de corte deve seguir a altura do lábio inferior no sorriso.
Após a determinação dessa medida, cortar o excesso de cera a partir da linha de corte
(Desenho 19).
Fazer uma análise da estética do repouso. Para isso, solicita-se ao paciente para ficar com
os lábios em repouso e observa-se a área visível do plano (estética do repouso) e, caso seja
necessário, procede-se às correções.
Didaticamente, os autores classificaram em três hipóteses a altura anterior do plano em
relação ao tubérculo do lábio em repouso: 1. Exposição do plano acima de 3 mm (Desenho
20). Deverá ser analisada de acordo com a idade do paciente, pois quanto mais jovem maior a
exposição. Se a exposição for grande, acima de 3 mm, deve-se questionar em manter ou
diminuir a altura, principalmente em indivíduos idosos. Deve-se considerar que sempre ao
diminuir a altura do plano de orientação altera-se a área visível durante o sorriso. Isso levará a
um questionamento sobre a seleção dos dentes. Outros fatores estão intimamente ligados a essa
seleção, como, por exemplo, a largura e a altura do rosto, que é diretamente proporcional à
largura e à altura dos dentes. Toda vez que se sobe o plano, o profissional deve ficar atento se
selecionará dentes mais curtos do que a medida previamente escolhida e manterá esse paciente
com um sorriso de linha média (com exposição total da coroa dental durante o sorriso), ou
manterá a altura dos dentes previamente selecionada e transformará esse paciente em um de
linha de lábio baixa, e somente uma porção da coroa dental ficará exposta no sorriso. Essa
decisão está ligada à largura e altura dos seis dentes anteriores superiores que melhor se
harmonizar com o paciente.
2. Exposição do plano de 0 a 2 mm (Desenho 21). Essa visibilidade leva a uma pequena
exposição dos dentes em repouso, que é a mais favorável. A decisão de se aumentar ou
diminuir um pouco o plano está diretamente relacionada com a seleção da largura e altura dos
dentes anteriores superiores.
3. Não ocorreu exposição do plano, ficando de 0 a 3 mm acima do tubérculo do lábio
(Desenho 16).
Desenho 18 A linha de corte é a linha tracejada e deve estar distante da linha alta do
sorriso na região mediana, 9,4 mm para mulheres e 10,2 para homens, e deve seguir
a forma do lábio inferior.
Desenho 19 Após a remoção da cera abaixo da linha de corte, o plano superior
apresenta a forma do lábio inferior.
Seleção de dentes
A seleção dos dentes artificiais envolve a escolha da cor, marca, forma e do tamanho.
Figura 4.1 A cor do dente deve se harmonizar com pele, cabelo, olhos e com a idade
do paciente.
Caracterização de dentes
Na seleção dos dentes, o ideal seria a venda dos incisivos centrais, laterais e caninos, em
placas separadas, pois assim seria possível, pelo mesmo custo, selecionar cores e formas
diferentes, aumentando a possibilidade do número de combinações. Infelizmente, no Brasil, as
placas de dentes só são vendidas com o jogo dos seis dentes anteriores. Uma maneira de
individualizar as cores dessa placa é através da caracterização dos dentes (kit STG de
caracterização de dentes®). Através do uso de pigmentos é possível caracterizar restaurações,
descalcificações, trincas, transparência da borda e pigmentações da raiz. Nos dentes
posteriores ainda é possível simular o acinzentamento provocado pelo amálgama e
pigmentações dos sulcos oclusais. Essas caracterizações devem ser planejadas de comum
acordo com o paciente. Essa personalização dos dentes é especialmente eficaz quando os
antagonistas naturais possuem alguma das características anteriormente citadas e que
necessitam ser incorporadas na prótese para que os dentes artificiais não destoem dos naturais.
O uso de um mostruário é benéfico para melhorar a comunicação com o paciente e para que ele
visualize antes o resultado da caracterização (ver Figura 3.134, no Capítulo 3, p. 79).
Marca do dente
A marca do dente deverá ser selecionada pelo número de prensagens e pela resistência à
abrasão. Quanto maior o número de prensagens maior será a similaridade com os dentes
naturais. Com relação à resistência à abrasão, quanto mais alta, maior será a manutenção da
oclusão e da DVO. Um pouco de desgaste dos dentes com o passar dos anos é até benéfico,
visto que parte das forças oclusais são absorvidas pelos dentes e a restante transmitida ao
osso. Dentes de porcelana são contraindicados para próteses totais mucosossuportadas, por
não sofrem desgaste, transmitindo ao osso toda força oclusal, gerando maiores reabsorções.
Além deste problema, eles também dificultam a montagem e apresentam percolações na
cervical dos dentes por não possuírem adesividade química com a resina da base da prótese.
Figura 4.2 A largura dos dentes da prótese antiga deve ser analisada como
referência inicial.
Figura 4.3 Um dente extraído do paciente também pode servir como orientação na
seleção da forma, tamanho e da cor do dente.
Linhas de referência
Wood Clapp, em 1910, sugeriu a marcação, no plano de orientação superior, de linhas de
referência para a seleção e a montagem dos dentes superiores. Essas linhas são: linha mediana,
linha alta do sorriso e linha dos caninos (Desenho 24). Teoricamente, essas linhas deveriam
ser utilizadas na seleção dos dentes pelo dentista, mas, infelizmente, a maioria dos
profissionais delega essa tarefa para o protético. A única informação que eles possuem são as
linhas de referência. Muitos erros acontecem no caminho que vai da demarcação das linhas
pelo dentista até a seleção dos dentes pelo protético. Isso se deve ao fato de que a maioria dos
autores repetiram o enunciado de Woop Clapp de que a linha alta do sorriso corresponde à
altura do incisivo central superior. A linha alta do sorriso corresponde à altura do ICS apenas
nos casos de pacientes com linha de lábio média. Nos pacientes com linha de lábio baixa, os
dentes selecionados seriam muito curtos e consequentemente estreitos, e nos pacientes de linha
de lábio alta os dentes selecionados seriam muito longos ou a altura selecionada seria tão
grande que não corresponderia a nenhum modelo da carta-molde dos dentes do mercado. Os
dentes mais altos, dependendo da marca comercial, têm em torno de 12 a 13 mm, e o paciente
com linha de lábio alta pode superar essas medidas. A linha alta do sorriso deve ser
delimitada no plano de orientação superior apenas como referência, para que o profissional
possa demarcar uma outra linha que corresponderá à altura do incisivo central superior. Os
autores sugerem que essa outra linha seja chamada de linha do central, que efetivamente
corresponderá à altura do ICS. A medida dessa linha até a borda do plano corresponderá à
altura do incisivo central superior. Outro erro de comunicação entre o dentista e o protético,
com relação às linhas de referência, deve-se ao fato de a maioria dos autores afirmar que a
distância entre as linhas dos caninos corresponde à largura dos seis dentes anteriores
superiores. A distância entre a linha dos caninos não corresponde à largura dos seis dentes
anteriores superiores, e sim ao espaço em curva que deverá ser ocupado para a montagem dos
seis dentes anteriores superiores. Para o planejamento de diastemas, dentes mais estreitos
deverão ser selecionados e para apinhamentos, dentes mais largos, para que sempre após a
montagem dos dentes a distal dos caninos coincida com a linha dos caninos. Os autores
sugerem que essas linhas sejam denominadas linha espacial dos caninos para melhor
compreensão didática e melhor comunicação dentista-protético (Desenhos 25 a 27).
Figuras 4.6 e 4.7 A análise da altura dos dentes da prótese antiga pode auxiliar na
decisão de manter, diminuir ou aumentá-lo na prótese nova.
Desenho 24 Linhas mediana, alta do sorriso e dos caninos.
Desenho 25 Em indivíduos com linha de lábio média, a linha alta do sorriso coincide
com a linha do central.
Desenho 26 Em indivíduos com linha de lábio alta, a linha alta do sorriso é mais alta
que a linha do central.
Desenho 27 Em indivíduos com linha da lábio baixa, a linha alta do sorriso está
abaixo da linha do central.
Montagem clássica. Essa montagem apresenta desníveis entre as bordas dos incisivos
centrais e laterais, correspondendo aos arcos dentais de indivíduos na primeira fase da
maturidade.
Incisivo central superior. A face mesial fica em contato com a linha mediana; a face
vestibular acompanhando a superfície vestibular do plano de cera; seu longo eixo no sentido
mesiodistal é paralelo à linha mediana.
Incisivo lateral superior. A face mesial em contato com a face distal do IC já montado; a
borda incisal deve ficar ligeiramente acima do plano inferior, e o seu longo eixo, no sentido
mesiodistal, deverá ser ligeiramente inclinado para distal.
Canino superior. A face mesial em contato com a face distal do IL; a face vestibular
acompanhando a face vestibular do plano de cera; a ponta da cúspide deve tocar o plano
inferior; no sentido mesiodistal seu longo eixo deve ser ligeiramente inclinado para distal,
apresentando uma giroversão de tal forma que observando-se de frente visualiza-se somente a
metade da face vestibular.
Montagem com características femininas. A distal dos ICS ligeiramente deslocada para
palatina e os ângulos mesioincisais dos incisivos laterais superiores devem estar sobrepostos
sobre a distovestibular dos incisivos centrais, colocando em evidência os incisivos laterais.
Montagem com características masculinas. A distal dos ICS ligeiramente deslocada para
vestibular e os ângulos mesioincisais dos incisivos laterais superiores devem estar deslocados
para palatina sob as distovestibulares dos incisivos centrais. Com essas alterações, salientam-
se os incisivos centrais e os caninos, tornando a montagem com características masculinas e
mais agressiva.
Montagem com diastemas. Montam-se os dentes com espaços entre as faces mesiais e
distais.
Montagem com características de senilidade. Promovem-se desgastes nas bordas incisais
dos ICS, ILS e nas cúspides dos CS, deixando-se os dentes com ângulos mais vivos e
nivelados, simulando abrasão.
Escultura gengival
A escultura gengival pode influenciar principalmente na estética dos pacientes de linha de
lábio alta. Papilas “esburacadas” e esculturas muito côncavas levam ao acúmulo de alimentos
e placa bacteriana e formação de tártaro. Por outro lado, esculturas muito convexas refletem
muita luz da gengiva artificial para o olho do observador, resultando em artificialidade. O
ideal é promover uma escultura rasa, papilas preenchidas facilitando a higienização, e gengiva
com sulcos verticais e discretamente inclinados, de tal forma a promover uma superfície
prismática, favorecendo a incidência e refração da luz em várias direções, diminuindo, assim,
o brilho da gengiva artificial.
Figura 4.8 Foi recomendado para essa paciente uma terapia muscular através de
exercícios diários de sopro (“língua de sogra”) para melhorar a tonicidade do
orbicular dos lábios devido ao excesso de visibilidade dos dentes inferiores em
repouso.
Polimerização da prótese
A polimerização correta de uma prótese é de suma importância, não só para a obtenção de
uma boa resistência do acrílico, mas também pela estética. Erros técnicos no processamento
podem provocar porosidades na resina acrílica, levando ao acúmulo de pigmentação e placa
bacteriana. Existe, atualmente, ampla literatura sobre os ciclos de polimerização, tanto por
energia de micro-ondas como por água quente, e somente a falta de conhecimento e a
negligência podem levar o técnico a confeccionar próteses de resina acrílica com porosidades.
Polimento da prótese
O polimento da prótese é fundamental para promover uma superfície lisa, com pouca
possibilidade de acúmulo de alimentos, deposição da placa e formação de tártaro. Próteses
mal polidas agregam mais facilmente corantes alimentícios, pigmentando sua superfície e
prejudicando a estética.
Cuidados posteriores
A falta de informações sobre os cuidados posteriores à instalação pode levar não só ao
comprometimento estético, mas também funcional, muitas vezes inviabilizando o uso da
prótese. O uso de escovas com cerdas duras, cremes dentais que contêm abrasivos e força de
escovação exagerada podem levar a grandes desgastes na resina acrílica, modificando a
anatomia dos dentes e a escultura gengival. Além disso, o uso incorreto de substâncias
químicas, como água oxigenada e hipoclorito de sódio, utilizadas na desinfecção das próteses,
pode “atacar” os pigmentos da resina, alterando sua cor.
Como se observou, devido à grande quantidade de fatores que influenciam a estética de
próteses totais, o planejamento deve ser feito com muito critério. O resultado final do trabalho
está intimamente ligado ao relacionamento dentista-paciente para atender seus anseios e
expectativas, e ao relacionamento dentista-protético, para que, através de uma boa
comunicação, seja realizado um trabalho que resulte em próteses estéticas e funcionais, com
durabilidade e conforto para o paciente.
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Capítulo 5
Anatomia do Paciente Totalmente Desdentado
Anatomia
Neste capítulo, os autores apresentam uma revisão da anatomia no que se refere às estruturas
intimamente relacionadas à confecção de uma prótese total e seu relacionamento com o
planejamento. É importante salientar que outros músculos ou estruturas também participam,
direta ou indiretamente, na função de próteses totais, já que o corpo humano é um sistema
complexo e deve ser considerado como um todo. Os livros especializados de anatomia
cumprem com muito mais maestria a descrição das estruturas anatômicas, mas a intenção deste
capítulo é selecionar apenas as estruturas indispensáveis para a delimitação da área basal e do
planejamento específico de próteses totais.
Osso maxilar
Fossa incisiva (forame incisivo). Interesse no planejamento: a papila incisiva que protege a
fossa incisiva muitas vezes assume uma posição ectópica mais anterior e superior em
consequência da reabsorção óssea da maxila ser centrípeta. Nesses casos, a moldeira deve ser
aliviada para evitar uma compressão dessa região, que poderia causar dores, “choques” e
sensação de queimação na região anterior.
Espinha nasal anterior. Reabsorções extremamente avançadas podem atingir essa região. É
importante lembrar que em prótese total os dentes anteriores superiores não devem tocar nos
anteriores inferiores quando em oclusão, visto que as cargas oclusais decorrentes desses
contatos aumentam a reabsorção óssea, principalmente em pacientes dentados inferiores e
usuários de prótese total superior. Essa condição é conhecida como “Síndrome da
Combinação.”
Sutura palatina mediana. Em alguns pacientes a existência de uma fissura palatina
pronunciada nessa região pode comprometer a retenção de uma prótese maxilar, a não ser que
esta seja obliterada pela base da prótese total. Outra condição que pode comprometer a
retenção de prótese maxiliar são suturas palatinas muito pronunciadas circunscritas por
fibromucosa resiliente que podem levar a básculas da prótese, se essa região não for aliviada
para a moldagem. Nessa região também pode ser encontrado um torus palatino, que também
deverá ser aliviado na moldeira, se ao redor existir fibromucosa resiliente.
Sutura palatina transversa. Consequência da fusão dos ossos maxilares com os palatinos.
Forames palatinos maiores. Por onde passa a artéria palatina maior que nutre todo o palato.
Um dos terminais da artéria palatina maior, denominado ramo nasopalatino, penetra pelo canal
incisivo. Compressões exageradas nessa região podem dificultar a irrigação, levando ao
aparecimento de estomatite protética.
Forames palatinos menores. Por onde passa a artéria palatina menor que nutre o palato
mole e as tonsilas palatinas.
Sulco hamular. Uma sobre-extensão da prótese nessa região pode levar ao deslocamento,
quebra do selamento periférico ou úlceras traumáticas.
Frênulo labial anterior. É um tecido conjuntivo fribroso, contendo, na sua posição central,
capilares linfáticos e nervos, não existindo praticamente nenhuma fibra muscular e que deve
ser contornado na prótese.
Frênulos laterais. Inserção conjuntiva próxima à inserção do músculo bucinador, que deve
ser contornado na prótese. Sua ação é maior quando há extensão lateral das comissuras bucais,
por exemplo, durante o sorriso. Se não contornado poderá causar úlceras traumáticas ou
deslocamento da prótese.
Tuber da maxila. Deve ser recoberto integralmente pela prótese superior. Quando existir
retenções bilaterais pode ser necessária uma cirurgia pré-protética para permitir um eixo de
inserção com melhor aproveitamento da área basal.
Fóveas palatinas. Referência posterior para delimitar a extensão posterior da prótese
superior. A prótese total superior normalmente se estende pouco mais de 1 mm dessa estrutura
anatômica. De acordo com Lye, as fóveas palatinas estão posicionadas, em média, 1,31 mm da
linha vibratória anterior que é uma referência para o limite posterior da prótese maxilar.
Osso mandibular
Forame mentual. Devido a uma reabsorção centrífuga do osso mandibular associada a uma
grande reabsorção em altura do processo alveolar, pode assumir uma posição ectópica sobre a
crista do rebordo alveolar. O paciente pode relatar “um choque” nessa região. Nesses casos a
moldeira deverá ser aliviada.
Linha oblíqua (antiga linha oblíqua externa). Área basal que serve como referência na
delimitação da moldeira individual. Ultrapassar essa região com a prótese normalmente leva à
hiperemia da região e a musculatura tende a levantar a prótese. Terminar a prótese aquém
dessa região transmite cargas maiores ao osso alveolar, podendo ocasionar maiores
reabsorções.
Linha milo-hioidea (antiga linha oblíqua interna). Os moldes anatômicos devem
ultrapassar essa região. Região anatômica que deverá ser ultrapassada o máximo possível,
dentro de um limite fisiológico funcional e suportável, para se obter mais retenção em próteses
inferiores.
Trígono retromolar. O seu aproveitamento parcial ou total deve ser analisado através de
sua resiliência, inclinação do rebordo, sensibilidade e DVO.
Frênulo labial anterior. Geralmente não tão evidenciado como o superior. Deve ser
contornado na prótese caso interfira na retenção durante os movimentos funcionais.
Frênulos laterais. Deve ser contornado na prótese se interferir nos movimentos funcionais.
Alguns músculos e ligamentos que podem interferir nos limites da área basal
Bucinador. É um músculo que não participa diretamente dos movimentos mandibulares,
porém, tem importância fundamental na confecção das próteses totais, uma vez que parte de sua
inserção se dará na zona limítrofe de suporte das referidas próteses. É um músculo largo que
emerge em forma de ferradura de uma superfície à outra da maxila e da mandíbula, na altura
dos primeiros molares. É na mandíbula que o músculo pode se aproximar da área de suporte
da prótese. Se existir uma perda extrema do rebordo residual, o bucinador e o milo-hioideo
têm demonstrado que cobrem o suporte ósseo desde a área do 1o molar até o trígono
retromolar. Felizmente a ação das fibras do bucinador não desloca a prótese, pois sua ação é
paralela ao plano de oclusão, e as fibras paralelas ao plano oclusal estão em ângulo reto com
as fibras do músculo masseter. Quando este músculo (masseter) está ativado, ele empurra o
bucinador medialmente contra a borda da prótese na área da papila retromolar, podendo
ocorrer um deslocamento desta. A base da prótese deve ser contornada para acomodar essa
ação. Tal contorno da base é chamado de sulco messeterino.
Músculo temporal. Quando há contração das fibras que constituem o feixe profundo e que
terminam na altura do trígono retromolar, pode haver o deslocamento de uma prótese total que
tenha ultrapassado seus limites de inserção.
Ligamento pterigomandibular. A invasão dessa área pela base da prótese pode levar a
deslocamentos da inferior ou superior, e se essas se mantiverem retentivas, pode haver a
formação de úlceras traumáticas e dores na abertura bucal.
Frênulo da língua. A inserção do músculo genioglosso muitas vezes leva à necessidade de
recorte na prótese inferior para evitar seus deslocamentos em função. Seu recorte é
determinado através dos movimentos linguais durante a moldagem funcional.
Bibliografia
DOMITTI, S.S. Sistematização do ensino integrado da prótese total. Cap. XXI: Colocação dos modelos no articulador,
montagem dos dentes. São Paulo: Ed. Santos, 1990, 227p.
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Dent J, v.136, n.6, March, 1974.
Capítulo 6
Odontogeriatria para Portadores de Prótese Total
O número de pessoas idosas tem crescido muito nos últimos anos e o dentista precisa estar
preparado para fazer um bom atendimento a essa população, que será cada vez mais frequente
nos consultórios.
A Organização Mundial da Saúde define como idoso o indivíduo com idade a partir de 60
anos em países em desenvolvimento, como o Brasil, e 65 anos em países desenvolvidos.
O Brasil, em 1950, era o décimo sexto país com o maior número de idosos no mundo (2
milhões). Em 2025, o Brasil deverá ter 32 milhões de idosos, tornando-se o sexto com o maior
número de idosos no mundo.
Entre as áreas promissoras sugeridas aos estudantes no futuro próximo encontra-se a saúde
dos idosos. O curso de Odontologia não se encontra em alta no mercado brasileiro, porém, a
Odontologia passa a ser então citada quando é lembrada a saúde bucal desses indivíduos.
Vale a pena lembrar alguns conceitos a respeito desses assuntos.
Gerontologia é a ciência que estuda os problemas do idoso sob os aspectos psicológicos,
clínicos, histórico, econômico e social.
Geriatria é a parte da gerontologia que se ocupa do diagnóstico e do tratamento das doenças
dos idosos.
Odontogeriatria é especialidade odontológica reconhecida recentemente pelo Conselho
Federal de Odontologia.
Todo cirurgião-dentista está autorizado a atender pacientes de todas as idades, e, assim
sendo, não é necessário ser odontogeriatra para atender o idoso, bem como não é necessário
ser odontopediatra para se atender uma criança. O que muda é a forma de entender e atender
esses pacientes.
O paciente idoso comumente é atendido por diferentes profissionais, como, por exemplo,
médicos de diferentes especialidades, dentistas, fisioterapeutas e outros. Esses profissionais
muitas vezes trabalham de forma independente e desconhecem o trabalho do outro, ou seja, o
paciente recebe um trabalho multidisciplinar mas de forma fragmentada.
O que sugere a odontogeriatria é um maior entrosamento entre os profissionais, para que o
paciente seja visto e tratado como um todo, caracterizando, assim, um atendimento
interdisciplinar, e não multidisciplinar.
Várias disciplinas devem ser consideradas de grande importância quando se reabilita o
idoso com próteses totais. A fonoaudiologia é uma especialidade que muito contribui na
execução das próteses totais. A fonoaudióloga pode ajudar desde o início do tratamento,
melhorando a mobilidade e tonicidade da musculatura orofacial adequando às funções de
mastigação, deglutição e fala, e até o final do tratamento, ajudando na retenção e melhora das
funções da mesma.
O restabelecimento da fisiologia muscular proporciona uma atividade muscular compatível
com o padrão funcional do paciente, permitindo que este exerça uma atividade regular do
sistema estomatognático sem comprometer o funcionamento da prótese total, caso contrário,
poderia haver perda da função mastigatória da prótese.
A prótese total convencional associada aos exercícios faciais é, muitas vezes, a melhor
opção terapêutica para pacientes idosos no que diz respeito também à estética. Atualmente, a
fonoaudiologia e a estética orofacial têm ganhado atenção especial por parte das diversas
especialidades, pois são uma forma de atuação que, por meio de exercícios e massagens
faciais associados à instalação de novas próteses, têm mostrado resultados bastante
satisfatórios (Figuras 6.1A a C).
Esta área da fonoaudiologia trabalha os músculos do rosto e do pescoço por meio de
manipulações, alongamentos, exercícios de força, resistência e reorganização muscular. É
comum no envelhecimento a diminuição do olfato e do paladar, o que pode causar falta de
apetite, podendo ocorrer casos de desnutrição, desidratação, depressão e até mesmo morte. A
fonoaudióloga pode ajudar a motivar esse idoso, adequando o tônus e a mobilidade da
musculatura orofacial. Estimulá-lo a comer alimentos coloridos, com diferentes consistências,
e orientar a maneira correta de mastigar, também é papel da fonoaudióloga, e, algumas vezes,
associarse ao trabalho da nutricionista. É importante que o idoso encontre prazer em comer,
falar e sorrir. Por isso, o diário alimentar, que é uma rotina comum em odontopediatria, pode
ter grande valia para os pacientes idosos que utilizam próteses. O diário alimentar consiste em
pedir ao paciente que anote tudo o que ingere (comidas, bebidas e medicamentos) durante uma
semana. Com isso, o profissional terá condições de conhecer os hábitos alimentares do
paciente e avaliar a necessidade de encaminhálo ou não para um nutricionista.
Em tratamentos com implantes, por exemplo, logo após a cirurgia, o paciente usa uma
prótese temporária sobre a ferida cirúrgica, o que muitas vezes não devolve adequadamente
sua função mastigatória. Comumente indica-se uma dieta líquido-pastosa e cuidados especiais
devem ser tomados para que o paciente não se desnutra nesse momento em que é muito
importante uma recuperação favorável. Muitas vezes, os pacientes fazem uso de chás e
bolachas e acabam não só piorando o seu estado físico, como geralmente entram até em
quadros depressivos pela falta de nutrientes adequados na sua dieta. Frente a essa realidade, é
necessário entender melhor o idoso e as modificações fisiológicas que são decorrentes do
próprio processo do envelhecimento. Em casos de pacientes idosos, a dieta deve ser
balanceada para proporcionar um ótimo estado nutricional, prevenindo ou tratando disfunções
orgânicas e problemas de saúde. Para isso, todos os nutrientes devem ser ingeridos e a
alimentação deve estar adequada, quantitativa e qualitativamente.
Figuras 6.1A-C Manipulações faciais executadas pela fonoaudióloga.
Spirduso afirmou que: “A primeira verdade sobre envelhecimento é que todos envelhecem.
A segunda verdade é que todos envelhecem de forma diferente”. É comum o idoso ficar doente,
mas não é normal ficar doente. O que se deve buscar é um envelhecimento saudável e ativo.
Busca-se um envelhecimento com boa qualidade de vida e, para tal, o indivíduo desdentado
deve ser corretamente reabilitado.
Com o advento dos implantes, muitos imaginaram que a prótese total estaria com os dias
contados, mas as estatísticas sobre o crescimento populacional não foram consideradas.
Sabendo-se que a faixa populacional que mais vai crescer é a dos idosos, e lembrando que à
medida que se envelhece a saúde geral é modificada, pode-se pensar que muitos dos
indivíduos desdentados totais serão pacientes idosos e que, portanto, as cirurgias de implante
devem ser preferencialmente evitadas devido a doenças sistêmicas. Como consequência, a
prótese total convencional passa a ser uma das alternativas de grande valor para a reabilitação
odontológica desses pacientes, considerando-se também tudo que já foi citado nos capítulos
anteriores a respeito dos conceitos básicos sobre prótese total que podem e devem ser
utilizados nas reabilitações totais das mais diferentes especialidades da Odontologia.
A prótese convencional apresenta a vantagem de ter menor custo e esse fator costuma ser
muito importante para tais pacientes, que já não estão exercendo suas atividades profissionais
e, portanto, têm mais probabilidade de enfrentar dificuldades financeiras. Outra vantagem que
deve ser citada é a facilidade de higienização das próteses convencionais para aqueles com
dificuldades visual, motora e/ou cognitiva.
Não existe prótese para terceira idade e sim as que conhecemos para qualquer faixa etária
para serem aplicadas em indivíduos idosos com condições sistêmicas, sociofinanceiras e de
locomoção diversas das que tinham até a meia-idade.
O envelhecimento causa alterações importantes no organismo do idoso, em que se observa
perda ou diminuição da capacidade funcional devido às doenças crônicas degenerativas, como
artrite reumatoide, ou até mesmo perdas cognitivas, como perda de memória. Observa-se
também um grande número de pacientes com depressão nessa faixa etária.
Assim sendo, o paciente idoso deve ter um atendimento diferenciado no consultório
odontológico, desde sua chegada para os primeiros atendimentos até os cuidados posteriores à
instalação das próteses.
Devem-se perceber alguns aspectos importantes logo no primeiro contato, quando o paciente
liga para o consultório para agendar sua primeira consulta, como: Ele mesmo ligou? Consegue
falar ao telefone? Necessita de alguém para anotar data e horário? Consegue ouvir e repetir
com clareza as informações quanto ao dia e horário agendado?
Ser cordial é tarefa importante, bem como dirigir-se ao idoso usando senhor, senhora,
doutor, doutora, de acordo com a ocupação desempenhada por ele durante sua vida
profissional. Não se deve chamar o idoso de tio, tia, vovô e vovó caso não sejam realmente
parentes de quem a ele se dirige. Nunca tratar o idoso como criança.
Quando a primeira consulta for agendada, pode-se pedir ao idoso que faz uso de algum
medicamento para trazê-lo, mesmo aqueles medicamentos que eventualmente sejam tomados
por conta própria. Isso será importante para o diagnóstico e prognóstico do tratamento.
Ao agendar a consulta, informar sempre o trajeto, se há lugar para estacionar, perguntar se
ele tem preferência por algum horário e ao final da consulta, ajudá-lo a pegar um táxi, se
necessário. Essas são condutas importantes, que diferenciam o profissional.
A sala de recepção deve ser adequada para o atendimento ao idoso, de preferência não deve
ter degraus e, se tiver, deve possuir corrimão. Se houver portas de vidro estas devem ser
sinalizadas com faixa de cores fortes para evitar colisões (Figura 6.2).
O piso do consultório não deve ser encerado para evitar quedas e não deve haver tapetes
para que o paciente não tropece. Deve-se oferecer uma cadeira mais alta e com braços laterais
para facilitar a movimentação do idoso (Figura 6.3).
Caso haja som ambiente, colocar músicas suaves e se o paciente apresentar dificuldades
auditivas o ideal é desligar o som.
Os livros e as revistas da sala de espera devem ser adequados para essa faixa etária e a
presença de uma lupa na recepção pode ser muito agradável para os pacientes com
dificuldades visuais (Figura 6.4).
Flores naturais na recepção podem ser uma demonstração de atenção e carinho que agrada o
paciente e enfeita o ambiente do consultório.
O paciente deve ser acompanhado até a cadeira odontológica. O tempo de consulta deve
prever o ritmo de locomoção do idoso, que geralmente é maior do que o tempo para um
paciente jovem.
O paciente deve conhecer onde está localizado o banheiro, para que possa usá-lo caso
necessite. O acesso deve ser facilitado e o piso deve estar sempre limpo e seco. Um vaso
sanitário alto é mais adequado e barras metálicas ajudam o paciente a sentar e levantar. Caso a
torneira do banheiro seja automática, a auxiliar deve informálo quanto ao funcionamento
(Figura 6.5).
Deve-se cumprimentar o idoso com aperto de mão firme, pois este ato transmite segurança
ao mesmo. Se possível, atender o paciente na recepção sem EPI (equipamento de proteção
individual) e colocar o EPI somente no momento do atendimento clínico (Figuras 6.6A e B).
Caso o paciente tenha dificuldades de locomoção, oferecer o braço para que ele se apoie.
Se o idoso for subir escadas, posicione-se atrás dele e na descida à sua frente, para que o
ampare caso seja necessário.
Os pacientes idosos podem ser classificados, de acordo com a capacidade funcional, em:
totalmente dependentes, parcialmente dependentes e independentes. Os independentes são
aqueles que podem apresentar alguma doença crônica não grave ou declínio sensorial, mas
mantêm preservadas as habilidades físicas e a autonomia. Os parcialmente dependentes
apresentam perda da capacidade funcional causada por problemas físicos debilitantes. Os
totalmente dependentes têm a capacidade funcional afetada por problemas físicos debilitantes
ou apresentam alguma perda cognitiva (memória).
Figura 6.2 Uma pequena inclinação na junção dos pisos e portas mais largas
facilitam o acesso de cadeiras de rodas ao consultório.
Figura 6.3 Para espaços pequenos móveis com rodízios facilita a remoção para a
passagem de cadeiras de rodas. Cadeiras mais altas e com braços são preferíveis
em relação aos sofás.
Os pacientes parcialmente dependentes podem vir ao consultório, desde que tenham suas
necessidades atendidas, isto é, se o paciente utilizar cadeiras de rodas, deve haver portas com
largura suficiente para a passagem da cadeira, tanto no consultório quanto no banheiro.
A cadeira odontológica deve ter apoio lombar e, na ausência deste, pode-se improvisar
adaptando encostos removíveis à mesma (Figuras 6.7A a C).
Caso o paciente tenha problemas na coluna, como cifose, deve-se utilizar apoios cervicais
para que se sintam confortáveis na cadeira (Figuras 6.8A e B).
Entre as doenças que acometem o idoso, a deficiência pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
é comum. Para os pacientes com dificuldade respiratória, deve-se evitar inclinar muito a
cadeira. Essa conduta também favorece aqueles que engasgam com facilidade.
Em dias muito frios, caso não se tenha aquecedor de ambiente, um cobertor ou uma manta
podem deixar o paciente mais confortável. E em dias muito quentes evitar que o ar
condicionado frio incomode o paciente. A temperatura do consultório deve ser agradável.
Como já citado, na primeira consulta o profissional deve informar-se, por meio da
anamnese, quais as doenças que o paciente possui, bem como quais os medicamentos que ele
toma. É aconselhável que o paciente traga os remédios e que explique ao dentista como e por
que usa cada um. É muito comum o paciente usar algum medicamento por conta própria ou não
suspender o uso de outros por não ter retornado à consulta médica como deveria. Quando
necessário, cabe ao dentista encaminhar o paciente ao médico e conversar com o mesmo caso
haja algum medicamento cujo efeito colateral comprometa a confecção das próteses totais.
Alguns medicamentos que causam movimentos musculares involuntários, por exemplo, podem
interferir no planejamento das próteses totais.
Figura 6.5 Barras metálicas garantem maior segurança ao idoso no banheiro. Vasos
mais altos e com abertura na região anterior também são preferíveis. Modelo de pia
que facilita a entrada de cadeira de rodas em espaço pequeno.
Figura 6.6A Auxiliares vestidas para receber os pacientes na sala de espera.
A saliva artificial é outro recurso importante que deve ser citado como alternativa para ser
usado nas prótese totais de indivíduos com diminuição de salivação, quer seja por problemas
sistêmicos como a diabetes ou por uso de medicamentos que causem redução da salivação
como efeito colateral.
Para pacientes que tenham seus rebordos inferiores reabsorvidos e apresentem sensibilidade
devido à proximidade das próteses aos foramens mentuais, bem como nos casos em que os
rebordos são retentivos e as cirurgias são contraindicadas por questões sistêmicas, os
materiais macios podem ser indicados. Se esses materiais forem utilizados, deve-se lembrar ao
paciente que estes têm durabilidade inferior às resinas acrílicas e que reembasamentos
laboratoriais deverão ser mais frequentes.
O fator mais crítico na parte operacional da prótese para pacientes idosos é a higienização
dos trabalhos a serem realizados e a manutenção dos já existentes.
Se o paciente sofrer de artrose, haverá a necessidade de se verificar se ele é capaz de
segurar o cabo da escova. Adaptações de escovas podem ser sugeridas caso o paciente tenha
dificuldades motoras (Figura 6.9).
Pacientes institucionalizados devem guardar suas próteses removíveis (total ou parcial) em
caixas plásticas identificadas para evitar que sejam trocadas.
Para lidar bem com o paciente idoso é necessário compreendê-lo, lembrando-se das suas
limitações e fornecendo condições para que ele possa vencê-las.
Um fator simples e de grande relevância para a prótese total é a higiene das mesmas e dos
tecidos bucais. É necessário, portanto, que o paciente compreenda as informações dadas pelo
profissional e que tenha capacidade para executá-las. Para tal, é necessário lembrar que se o
idoso sofre de um déficit cognitivo, é importante reconhecer o grau de comprometimento para
identificar se será necessária a ajuda de um cuidador, que muitas vezes é um ente familiar.
Nesse caso, as orientações devem ser direcionadas aos cuidadores.
Sempre que possível, as orientações devem ser dadas por escrito, evitando confusões ou
problemas posteriores.
Existem vários testes cognitivos que servem como auxílio para o planejamento das próteses
totais, bem como para um possível encaminhamento do paciente para tratamento, e que também
podem ser aplicados no consultório odontológico.
O Mini Mental (miniexame do estado mental) é um exemplo de teste bastante usado e
estudado. Ele pode auxiliar na detecção de possível déficit cognitivo, mas não é um teste de
diagnóstico. A partir do resultado pode-se perceber a necessidade de encaminhamento médico
para tratamento ou prevenção.
Outro teste de relevância para o planejamento dos tratamentos reabilitadores é o GDS
(Geriatric Dentistry Scale) que nos permite avaliar, de forma simplificada, se o paciente está
motivado para o tratamento e se tem condições para executar as tarefas de manutenção do
trabalho protético proposto e da saúde dos tecidos bucais.
É importante ainda saber se a decisão de vir até o consultório à procura de atendimento
partiu do próprio paciente, se foi sugerida ou mesmo imposta por algum membro da família ou
pessoa do seu convívio social, pois esse fator também afetará no ato e após a instalação das
próteses, na aceitação e satisfação do mesmo.
Oliveira, em 1990, relatou que o sucesso das próteses confeccionadas com grande critério e
técnica depende das condições psicológicas do paciente que irá utilizá-la, tendo de submeter-
se à apreciação e à crítica daqueles com os quais convive no meio social a que pertence.
Um fator de grande relevância é saber o motivo pelo qual o paciente está querendo fazer o
tratamento. Ouvir com atenção as queixas do paciente é uma atitude sábia.
Tudo o que for dito antes do tratamento é diagnóstico e, depois da instalação, as explicações
soarão como desculpa.
Tratar o paciente respeitando sua individualidade, observando suas necessidades, ajudando-
o a manter os seus trabalhos protéticos e sua saúde bucal são atitudes dignas daqueles que
escolheram uma profissão que tem como objetivo o cuidado de outro ser humano. Tratar os
pacientes com carinho e executar o trabalho com amor são ferramentas tão importantes quanto
aplicar corretamente as técnicas.
Bibliografia
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Capítulo 7
Prótese Total Híbrida / Overdenture
Overdenture
Do ponto de vista biomecânico, o pior regime de trabalho para uma prótese, sem dúvida
nenhuma, é o mucosossuportado. Todas as cargas oclusais são direcionadas para o rebordo,
provocando algum grau de reabsorção óssea. Devemos considerar que uma reabsorção óssea
avançada está relacionada muito menos com as cargas oclusais normais da mastigação e mais
com próteses mal adaptadas, aproveitamento incorreto da área basal, oclusão instável, contato
dos dentes anteriores em máxima intercuspidação (MIC), DVO incorreta para mais ou para
menos e hábitos parafuncionais. Apesar disso, sempre que a instalação de implantes for
possível, ela deve ser realizada. A presença de implantes altera completamente a biomecânica
da prótese total, que passa a trabalhar em um regime mucosossuportado implantorretida ou
totalmente implantorretida. A reabsorção óssea diminui ou cessa e a retenção adicional
proporcionada pelos implantes aumenta o conforto e a segurança do paciente. Como dissemos
anteriormente, para a confecção de uma prótese do tipo Overdenture, todos os conceitos de
uma prótese total convencional devem ser aplicados, independentemente da presença dos
implantes: aproveitamento ideal da área basal, DVO funcional, estética, montagem dos dentes
em RC e uma moldagem funcional. A não observação desses requisitos poderá sobrecarregar
os implantes e levar ao insucesso do trabalho. Basicamente podemos classificar as
Overdentures em dois tipos quanto ao regime de trabalho: mucosossuportada-implantorretida
ou totalmente implantorretida. As próteses removíveis mucosossuportadas-implantorretidas
são próteses em que a mucosa de revestimento também participa da absorção das cargas
mastigatórias. Devido à mobilidade da fibromucosa, é importante que o sistema de retenção
dos implantes permita compensar esses movimentos, evitando cargas laterais excessivas que
poderiam vir a comprometer a osseointegração dos implantes. A partir de dois implantes, já é
possível fazer uma Overdenture desse tipo. Já para as próteses removíveis implantorretidas, as
cargas mastigatórias são totalmente suportadas pelos implantes. Para isso, é necessário mais
do que dois implantes, estrategicamente posicionados, para permitir “movimento zero” da
prótese durante a função. A decisão entre o tipo de regime de trabalho da prótese e o grau de
retenção obtido pelos diferentes sistemas vão depender da quantidade e qualidade do osso,
poder aquisitivo do paciente e sua habilidade motora. Carl Misch citou algumas vantagens de
se utilizar uma prótese removível suportada por implantes, em relação a uma prótese fixa:
Figura 7.1 Paciente com dente 44 condenado e o 43 que será utilizado para suporte
de prótese total híbrida.
Figura 7.7 É realizada uma proteção da ferida cirúrgica com um pedaço de lençol de
borracha.
Figura 7.14 Overdenture com clipe (conexão) à esquerda e barra instalada sobre
dois implantes (direita).
Figura 7.15 Overdenture com um clipe e dois o’rings (esquerda) e a barra instalada
na boca (direita).
Figura 7.16 Vista lingual de uma prótese com sistema MK1 (esquerda) e barra
instalada na boca (direita).
2. Espaço disponível.
Cada sistema necessitará de um espaço que deverá ser conhecido pelo profissional. Somente
através do Planejamento Reverso poderemos optar pelo sistema que caberá no espaço de cada
caso. Normalmente, são necessários em torno de 14 mm para se posicionar uma barra com
espaço suficiente para higienização e os dentes. O sistema de magnetos Dyna possui magnetos
com duas alturas diferentes (1,7 mm e 2,7 mm), mas o mais baixo possui uma menor atração de
força. Alguns fabricantes fornecem modelos de mini-o’ring, mas, normalmente, quando
diminui-se o tamanho dos sistemas, também diminuiremos a retenção. O Planejamento Reverso
consiste em primeiro definir a posição dos dentes antes do planejamento do sistema de
retenção. Após a prova dos dentes em cera e aprovação do paciente e do profissional, através
de muralhas de silicone, o técnico conseguirá analisar o espaço disponível e, em conjunto com
o dentista, optar sobre qual será o melhor sistema para aquele caso (Figuras 7.17 a 7.22).
Figura 7.20 Para o guia vestibular inicialmente utiliza-se um silicone fluído (Vipi-Sil®).
Figura 7.21 Em seguida a guia é finalizada com silicone extra duro de laboratório.
Observar que ao remover os dentes da base e levar para a guia é possível observar
o espaço entre os análogos e os dentes.
Figura 7.22 O uso de duas guias em silicone permite planejar com segurança o
sistema de retenção da prótese dentro do espaço disponível para cada caso.
Aspectos mecânicos:
• Uso ou não de Cant lever – não deveremos usar barras mesiais ou distais em um único
implante, ou barras distais usando dois implantes (Figura 7.23).
• Inclinação do rebordo – rebordos ascendentes para distal têm, como resultantes, as forças
para a região anterior, diminuindo as forças laterais sobre os implantes; ao contrário,
rebordos descendentes para distal têm como resultantes forças posteriores, levando mais
cargas laterais sobre os implantes, por isso são os mais desfavoráveis (Figura 7.24).
Aspectos biológicos:
• Biotipo do rebordo – podemos classificar didaticamente o rebordo em três tipos: liso e
duro, resiliente e flácido. Um mesmo rebordo pode apresentar diferentes tipos dependendo
de fatores biológicos e resultante do uso de próteses inadequadas. Quanto maior for a
mobilidade do rebordo, mais cargas serão geradas para os implantes, portanto, o melhor
biotipo de rebordo para suportar uma Overdenture seria o liso e duro, que apresenta uma
fibromucosa firmemente aderida ao osso, diminuindo o movimento da prótese durante a
oclusão dos dentes (Figura 7.25).
• Forma do rebordo (vista oclusal e frontal): Vista oclusal – os rebordos ovais e quadrados
permitem um posicionamento mais favorável da barra sobre a crista do rebordo, já nos
rebordos triangulares, a barra pode se localizar em regiões funcionais, como a da papila
incisiva na maxila ou na região de inserção do músculo genioglosso na mandíbula, podendo
levar a desconforto e problemas fonéticos (Figura 7.26).
Vista frontal – quanto mais alto o rebordo em uma vista frontal, menores serão os
movimentos laterais da prótese e, consequentemente, menores serão as cargas laterais
transmitidas para os implantes (Figura 7.27).
Figura 7.23 Não devemos planejar um implante apoiando uma barra, nem extensões
distais em barra unindo apenas dois implantes.
Figura 7.24 Os rebordos mais favoráveis são os ascendentes para distal, pois
resultam em cargas na direção dos implantes (F = força).
Figura 7.26 Rebordos triangulares planejados com barra são os mais desfavoráveis,
pois a barra no superior invadirá a área palatina, engrossando a prótese e ocupando
um espaço de repouso da língua e, no inferior, poderá invadir uma área funcional do
genioglosso.
Figura 7.27 Quanto mais alto o rebordo, menor será os movimentos laterais da
prótese e, consequentemente, menores serão as cargas laterais sobre os implantes.
Bibliografia
ASSUNÇÃO, W.G.; BRITTO, R.C.; CARDILLI, C.; GENNARI FILHO, H.; GARCIA JUNIOR, I.R.; SILVA, J.L.
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v.34, p.41-51, 2007.
7.1 – Prótese Total Oca
Casos clínicos com reabsorções ósseas maxilares muito avançadas podem requerer a
indicação de uma prótese total oca. O uso prolongado de próteses totais mucosossuportadas
inadequadas, cirurgias mutilantes extensas devido à infecção, tumor ou acidentes traumáticos,
e, ultimamente, remoção de implantes mal-sucedidos, podem levar a grandes perdas ósseas.
Para o restabelecimento estético-funcional desses pacientes, devido ao grande volume da
prótese, a prótese total oca pode ser indicada com o objetivo de diminuir seu peso, e,
consequentemente, minimizar a atuação da gravidade que poderia interferir negativamente na
retenção, podendo levar à quebra do selamento periférico.
A seguir, vamos mostrar um caso de uma Overdenture bucomaxilo oca superior com uma
Overdenture inferior realizada no CEIO (Centro de Estudos de Implantes Osseointegrados),
pelo CD Osmar Castro e pelo laboratório Laprodent (Figuras 7.1.1 a 7.1.60).
Figura 7.1.5 Acréscimo de resina na região anterior, mais do lado direito, na tentativa
de deixar o lábio superior mais simétrico.
Figura 7.1.6 Melhora da assimetria labial após a terapia estética.
Figura 7.1.11 Após o uso de adesivo foi realizada a Moldagem Mioestabilizada com
poliéter (Impregum®) e o molde funcional foi obtido.
Figura 7.1.12 Após a tomada com arco facial o preparo do molde foi feito com
silicone extra duro de laboratório (Labormass®). Foi removido o material de
moldagem referente à cavidade bucal da comunicação para obter uma prótese com
essa região mais uniforme e lisa.
Figura 7.1.13 Um “encaixotamento” com cera 7 foi realizado para obter um modelo o
mais próximo possível do ramo superior.
Figura 7.1.14 Análise da altura da cera para se utilizar o mínimo possível de gesso
na montagem do modelo superior.
Figura 7.1.17 Observar que com o guia de silicone é possível confeccionar um plano
de orientação com as mesmas posições planejadas na prótese antiga através das
terapias estéticas.
Figura 7.1.18 Plano de orientação superior confeccionado tendo como referência o
guia de silicone.
Figura 7.1.19 Registro de mordida com pasta de óxido de zinco e eugenol no plano
de orientação superior com o clone inferior.
Figura 7.1.20 Plano de orientação superior com o registro de mordida obtido pelo
clone inferior.
Figura 7.1.21 Após o uso de adesivo no clone, um primeiro molde com poliéter é
obtido sem remoção dos machos dos o’rings antigos. Esse molde serve para
avaliarmos áreas de compressão ou subextensão para procedermos ajustes antes da
transferência com os transfers.
Figura 7.1.22 Molde inicial após desgastes das áreas de compressão e aberturas
para a passagem dos transfers.
Figura 7.1.27 Moldes funcionais após o aparafusamento dos análogos aos transfers.
Notar inclinações desfavoráveis dos implantes.
Figura 7.1.28 Preparo do molde funcional com silicone extraduro de laboratório e
aplicação de gengiva artificial ao redor dos análogos.
Figura 7.1.35 Plano de orientação com o transfer. O parafuso foi seccionado até a
altura do plano e uma fenda foi feita.
Figura 7.1.36 Planos de orientações no articulador. O plano inferior foi feito tomando-
se como base o plano superior, mantendo-se a DVO pelo pino-guia incisal.
Figura 7.1.37 Após a prova dos planos, a seleção dos dentes e a realização da
curva individual de compensação, o plano inferior foi duplicado em silicone.
Figura 7.1.38 Dentes montados em cera com gengiva caracterizada.
Figura 7.1.46 Uma muralha em silicone sobre o modelo inferior vai promover espaço
para a barra no interior da prótese.
Figura 7.1.47 Próteses totais caracterizadas e polimerizadas. Obs.: a prótese
bucomaxilo superior é oca para diminuir o seu peso.
Figura 7.1.50 Prótese inferior e barra com o clipe para a captura com o mesmo
tamanho do planejado no laboratório que foi usado como espaçador.
Figura 7.1.51 Barra instalada na boca. Obs.: notar que, devido à posição
desfavorável dos três implantes, uma correção de posição da barra foi feita onde se
encaixará o clipe para permitir o movimento anteroposterior da Overdenture.
Bibliografia
GOMES, T.; CASTRO JR, O.V.; GOMES, F.L.; CORRÊA, G. A.; MORI, M. Prótese total oca impermeabilizada por
fotopolimerização. PCL (Revista Brasileira de Prótese Clínica & Laboratorial), v.2, n.5, p. 45-55, 2000.
Capítulo 8
Ajuste Oclusal em Prótese Total
Contatos A, B, C
As cúspides dos dentes possuem o formato de uma pirâmide de base quadrada, o que resulta
em uma vista lateral dos dentes posteriores, seguindo suas vertentes, na forma da letra “M”,
para os dentes inferiores, e da letra “W”, para os dentes superiores (Figura 8.1).
Os contatos do tipo A, B, C tocam nas vertentes dos dentes sem encostar na ponta da cúspide
ou no fundo da fossa (Figura 8.2). Portanto, para localizarmos contatos A, B, C em dentes
inferiores posteriores, deveremos pensar na letra “M” formada pela vista lateral; sendo assim,
se contarmos iniciando pela vestibular, todos contatos no primeiro segmento (vertente) serão
contatos em A, no segundo segmento, em B e, no terceiro segmento, em C (Figuras 8.3, 8.4 e
8.5). O quarto e último segmento da letra “M”, que é a vertente lisa lingual, em oclusão normal
(sem ser mordida cruzada), não possui contato, somente a função de manter a língua afastada,
longe da área de trituração do alimento, evitando, assim, a sua mordedura. Da mesma maneira,
se observarmos os dentes superiores posteriores, para localizarmos os contatos A, B, C,
deveremos pensar na letra “W” formada pela vista lateral, iniciando pela vestibular, todos os
contatos do segundo segmento serão contatos em A, no terceiro segmento, em B, e no quarto
segmento, em C (Figuras 8.6, 8.7, 8.8 e 8.9). Portanto, no primeiro segmento, que corresponde
a vertente vestibular lisa, em oclusão normal (sem ser mordida cruzada), não possui contato,
somente a função de manter a bochecha afastada da área de trituração, evitando, assim, a sua
mordedura. Quando os contatos AB ou BC estão tão próximos que se unem em um único ponto,
deixa-se de ter contatos em vertentes ABC e aparecem os contatos pontas de cúspide em fundo
de fossa ou crista marginal (Figura 8.10).
Figura 8.1 Vista lateral de um dente inferior com linhas traçadas acompanhando suas
vertentes, que resultam na forma da letra “M”, e em um dente superior na forma de
um “W”.
Figura 8.2 Vista esquemática lateral de molares com contatos do tipo A, B, C.
Figura 8.3 Vista lateral de um dente inferior com a vertente, onde poderemos
encontrar contatos em A.
Figura 8.4 Vista lateral de um dente inferior com a vertente, onde poderemos
encontrar contatos em B.
Figura 8.5 Vista lateral de um dente inferior com a vertente, onde poderemos
encontrar contatos em C.
Figura 8.6 Vista lateral de um dente superior com a vertente, onde poderemos
encontrar contatos em A.
Figura 8.7 Vista lateral de um dente superior com a vertente, onde poderemos
encontrar contatos em B.
Figura 8.8 Vista lateral de um dente superior com a vertente, onde poderemos
encontrar contatos em C.
Figura 8.17 Esse tipo de ajuste visa direcionar as cargas na direção do centro dos
rebordos.
Figura 8.18 Sulcos de trabalho.
Bibliografia
BUGET, J. Contributo allo studio del metodo di Paterson. Dental Cadmos, v.12, n.2, p. 193-202, Feb. 1974.
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ZANI, D., HUGGETT, R., HARRISON, A. Mensuraments methods used for determination of dimensional accuracy of stability
of denture base materials. J Prosth Dent, 1991; v.19, n.6, p. 199-206.
Capítulo 9
Visagismo em Prótese Total
Introdução
A evolução constante dos materiais e o desenvolvimento técnico têm possibilitado a prática
de uma odontologia protética que consegue resultados excelentes do ponto de vista estético e
funcional. Algumas vezes, porém, o resultado estético final fica aquém das expectativas do
paciente, não propriamente pelos aspectos técnicos, mas pela falta de integração do desenho
estético do novo sorriso às suas características de personalidade. Sem o conhecimento
adequado, a origem dessa desarmonia é difícil de se identificar, causando uma sensação dos
dentes não pertencerem àquela boca, àquela face ou àquela pessoa.
Por décadas a Odontologia tem buscado harmonizar as formas dos dentes com a face,
baseada em diversas referências como sexo, personalidade e idade, mas os resultados têm se
mostrado inconsistentes. Nesse contexto, o visagismo busca colaborar com a equipe operatória
quanto à correta escolha e montagens de dentes.
O conceito
O termo visagismo se deriva da palavra francesa visage que significa rosto, e seu conceito
foi ampliado e desenvolvido pelo artista plástico Philip Hallawell com o objetivo de aplicar,
de forma consciente, os elementos fundamentais da linguagem visual (linhas, ângulos, formas e
cores) na transformação intencional de uma imagem préconcebida – o rosto humano – a partir
da associação de conhecimentos de várias disciplinas, como antropologia, psicologia e
sociologia.
O visagismo pode ser definido como a arte de personalizar a imagem pessoal, por meio da
atribuição de significados psicológicos e emocionais às linhas, ângulos, formas e cores, do
rosto, lábios, dentes e tecidos gengivais do paciente, auxiliando o dentista e o técnico na
elaboração do desenho da prótese total, tendo como finalidade a harmonia psicodentofacial.
O dentista ou técnico em prótese dentária que utiliza o visagismo como ferramenta de
diagnóstico e de planejamento busca uma harmonização do trabalho protético à face e
personalidade do paciente, ao que este gostaria de expressar com seu sorriso e às suas
necessidades e desejos pessoais. Atuando dessa maneira, evita-se a criação de sorrisos
impessoais, artificiais, seguindo-se apenas as regras estéticas préconcebidas ou a intuição dos
envolvidos.
Na prova dos dentes em cera, espera-se que o paciente, ao olhar no espelho, encontre-se.
Para isso é necessário lembrar que o paciente de prótese total possui, além dos dentes, um
corpo e que esse corpo também tem espírito e emoções.
Os temperamentos
A identidade começa a ser definida por volta dos dois anos de idade, quando a criança
começa a perceber que é separada de tudo o que está à sua volta e que tem um corpo que é só
seu, um nome, um sexo e um rosto que reconhece no espelho.
Somente no espelho, o indivíduo é capaz de enxergar o próprio rosto, e assim, se ver por
inteiro.
Para que o sorriso esteja adequado ao paciente, além de se considerar tudo o que foi citado
no capítulo Estética em Prótese Total, leva-se em conta o temperamento dele.
Um dos sistemas mais antigos de classificação dos temperamentos é o de Hipócrates.
Hipócrates, médico grego do século 4 a.C., usava quatro tipos básicos de temperamento, que
chamou de: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático.
Para cada temperamento, alguns elementos visuais (linhas e formas) devem ser incorporadas
à prótese (Figura 9.1).
Para facilitar o entendimento desses tipos, podemos resumir em algumas características
desses indivíduos.
O paciente colérico é do tipo forte, o líder. O sanguíneo é o dinâmico, comunicativo. O
melancólico é o sensível, metódico, pode ser artístico ou científico. O fleumático é o
temperamento mais calmo, diplomático.
Linguagem arquetípica
O psicanalista suíço, Carl G. Jung, explicou que os símbolos arquetípicos (que mantinham
seu significado em todas as culturas, em todos os tempos) agem subliminarmente no
inconsciente das pessoas, provocando sensações e reações emocionais, mas não racionais, e
também fazem parte da linguagem dos sonhos.
Por meio da associação da teoria dos símbolos arquetípicos de Carl Jung com os elementos
de linguagem visual amplamente estudados no mundo da arte, Hallawell atribuiu significados
psicológicos e emocionais às linhas, ângulos, formas e cores, permitindo que qualquer
profissional que trabalhe com imagem, possa aplicar esses elementos de forma consciente,
para conseguir resultados que expressem certas características de uma personalidade.
O cérebro humano interpreta o que vê, incosncientemente. Phillip Hallawell exemplifica da
seguinte forma: um triângulo invertido é traduzido pelo nosso cérebro como perigo. Esse
símbolo é utilizado como sinal de advertência no trânsito. Na natureza é encontrado no formato
da cabeça da maioria das cobras venenosas. Essa forma pode ser identificada nas capas e no
formato do rosto da madrasta malvada da “Branca de Neve” e na gola da capa do “Drácula”.
Bibliografia
HALLAWELL P. Visagismo: harmonia e estética. 6ª edição São Paulo: Editora Senac São Paulo; 2010.
HALLAWELL P. Visagismo integrado: identidade, estilo e beleza. 2ª edição São Paulo: Editora Senac São Paulo; 2008.
INOUE L.T.; LACERDA T.S.P.; PRICOLI V.M.S.; ZANETTI A.L. Psicanálise e odontologia: uma trajetória em construção.
Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo 2006 jan-abr; 18(1) 87-92.
PAOLUCCI B. Visagismo - a arte de personalizar o desenho do sorriso. Editora: VM Cultural, São Paulo-2011.
Capítulo 10
Prótese Tipo Protocolo de Branemark com Carga Imediata
Frederico Leoni Gomes, Fabiano Leoni Gomes, Tomaz Gomes e Osmar Castro
Figura 10.1 Foto intrabucal sem as próteses antigas. O paciente possui três raizes
que serão utilizadas como suporte para a prótese total híbrida superior.
Figura 10.2 Foto intrabucal inicial com as próteses antigas.
Figura 10.11 Clones montados no articulador. Obs.: o superior pela tomada com o
arco facial e o inferior pelo registro de mordida no clone mandibular.
Figura 10.12 Separação do modelo funcional maxilar do clone maxilar.
Figura 10.13 Montagem dos dentes maxilares. Obs.: o planejamento estético foi
realizado nessa fase com uma ascendência maior da curva dos dentes posteriores
superiores.
Figura 10.14 Após a separação do clone mandibular do modelo funcional mandibular,
foram feitas uma base de prova mandibular e montagem dos dentes inferiores.
Figura 10.17 Clone incolor dos dentes inferiores (guia tomográfico) na boca, para a
realização da tomografia.
Figuras 10.27A e B A ferida cirúrgica e as suturas são protegidas com uma lâmina
de cera azul para articulação (A) e resina de baixa contração é acrescentada na
vestibular interna do guia multifuncional, que é levado à boca para uni-lo aos coppings
dos minipilares (B).
Figura 10.28 Após a polimerização da resina, um silicone pesado é usado para
completar os espaços linguais e fazer um registro de mordida.
Figura 10.31 Guia multifuncional montado no articulador com a prótese total superior
provisória em oclusão.
Figura 10.34 Os coppings fundidos que serviram como transferentes são removidos
do guia multifuncional.
Figura 10.56 Vista intrabucal dos minipilares, após a cicatrização dos tecidos.
Figura 10.57 Conferência da adaptação da união dos coppings em boca. Obs.: caso
haja alguma desadaptação, recomenda-se seccionar com um disco e unir com uma
pequena quantidade de resina de baixa contração.
Figuras 10.66A e B Index após vazamento com gesso tipo IV (A) e modelo pronto
para soldagem da estrutura após a remoção dos transferentes (B).
Figura 10.67 Por se tratar de uma reabilitação completa, o mínimo que se deve
utilizar é um articulador semiajustável.
Figuras 10.68A e B Ajuste inicial do Bennett em 0 grau (A) e guia condilar em 30
graus (B).
Figura 10.70 Confecção do modelo de trabalho maxilar. Notar que a altura do modelo
foi planejada para se utilizar a menor quantidade de gesso possível para a montagem
no articulador.
Figura 10.71 Montagem do modelo maxilar no articulador. Obs.: a morsa utilizada
(em vermelho) mantém o contato do ramo superior do articulador com a plataforma
horizontal durante a cristalização do gesso.
Figura 10.79 Base de prova maxilar. Notar que, como o modelo foi isolado antes da
colocação da cera, esta permanece em seu interior, melhorando a retenção durante a
prova na boca.
Figura 10.80 Montagem dos dentes superiores em cera.
Figuras 10.82A e B Três coppings com cinta de cobalto-cromo (A) são fixados na
base de prova (B).
Figuras 10.83A e B Montagem regressiva com uso de um espaçador antes da
montagem dos dentes inferiores posteriores (A) e montagem dos dentes posteriores
inferiores concluída (B). Obs.: recomenda-se utilizar uma cera especial nessa fase
para aumentar a adesividade dos dentes à base (cera de fixação de dentes Wilson®).
Figura 10.87 Marcações com caneta de retroprojetor indicam o local dos acessos
aos parafusos. Esse procedimento é especialmente importante para não perfurar os
dentes artificiais antes da prova dos dentes em cera. O dentista deverá remover o
dente, parafusar a peça e recolocá-lo. Vale lembrar que uma cera dura deve ter sido
usada na escultura.
Figura 10.93 Os componentes são unidos entre si com resina e o reforço é unido ao
conjunto para resultar em uma peça única.
Figuras 10.94A e B Conferência no guia de silicone após a fundição com o uso do
revestimento Heat Shock (Polidental®) (A) e peça fundida no modelo (B).
Figura 10.99 Peça soldada no modelo index. Obs.: a região polida ficará exposta
para diminuir o volume lingual e promover maior conforto para o paciente.
Figuras 10.100A e B Muralha vestibular reposicionada no modelo (A) e novamente
encera-se a peça (B).
Figura 10.104 Prova em boca das próteses caracterizadas em cera (STG Wax® -
Formaden®).
Figura 10.105 Uso de uma broca fissura carbide 701 com a ponta afinada, o que
facilitará o acesso ao parafuso e a abertura da resina, após acrilização.
Figura 10.106 Posição de acesso aos parafusos. Observar que o tamanho das
aberturas é apenas o suficiente para a passagem do parafuso.
Bibliografia
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MISCH, C. Prótese sobre implantes. 1a Edição, Capítulo 27 - Carga Imediata - Aplicações na Implantodontia, 625p, 2006.
Capítulo 11
Comentários dos Autores sobre Técnicas Diversas
Prótese total imediata é aquela que é instalada imediatamente após a extração dos dentes
remanescentes e no mesmo ato clínico. Na maioria dos casos, em prótese total imediata indica-
se primeiramente a extração dos dentes posteriores, aguarda-se a cicatrização, faz-se uma
prova em cera com os dentes posteriores, e, em seguida, confecciona-se a prótese com todos
os dentes, a qual é instalada logo após as extrações dos dentes anteriores. Alguns
inconvenientes podem ocorrer:
No entendimento dos autores, quando for indicada uma prótese total e o paciente ainda
possuir alguns dentes remanescentes que necessitam ser extraídos, e este não possui uma
prótese, indica-se primeiramente a confecção de uma prótese parcial removível (PPR)
provisória para o espaço desdentado. À medida que as extrações forem sendo realizadas, os
dentes vão sendo incluídos na PPR, até a transformação desta em uma prótese total. O mesmo
procedimento é realizado se o paciente já possui uma PPR, ou seja, transforma-se a mesma em
uma prótese total provisória. Após a reparação total dos tecidos, um reembasamento direto é
indicado. A partir daí, com os tecidos estabilizados, confecciona-se a prótese total mediata.
Se essas orientações forem seguidas várias vantagens serão obtidas:
• A prótese total provisória, após o reembasamento, estará em íntimo contato com os tecidos
já estabilizados.
• Não é necessário extrair todos os dentes de uma única vez, permitindo ao profissional
planejar a melhor conduta para cada caso.
A prótese total provisória poderá ser modificada, a partir da necessidade, pelas terapias da
•
técnica da clonagem terapêutica, tais como: análise da área basal, dimensão vertical,
tolerância do paciente ao limite posterior, recobrimento do palato, estética e fonética.
• Possibilidade de confeccionar a nova prótese utilizando-se o clone através da Técnica da
Clonagem Terapêutica.
Bibliografia
CERVEIRA NETTO, H. Prótese total imediata. Cap. 1, Introdução ao estudo das próteses totais imediatas. São Paulo:
Pancast, 1987.
11.2 – Remontagem
Se esses três fatores forem observados e seguidos, serão evitados os problemas que levam à
necessidade de remontagens, otimizando o trabalho. Esses resultados só serão obtidos com
uma comunicação dentista-protético eficiente, sempre com o objetivo de entregar o melhor
trabalho possível para o paciente.
Considerações Finais