Você está na página 1de 25

Resumo: Prótese Removível

por: Érico Furtado

• Literatura recomendada para esta matéria:


- “Atlas de Prótese Parcial Removível” (1996), por Todescan, Silva e Silva;
- “Prótese Removível: Método 8 + 1” (2010), por Stegun e Costa;
- “McCracken: Prótese Parcial Removível” (2010)
- ou Phoenix e Cagna: Clínica de Stuart;

03/Ago - Profº Bruno Costa


Introdução e Classificação

Prótese:
- Diagnóstico, prevenção e tratamento dos problemas causados pela perda dos dentes;
- Manter a funcionalidade do sistema;

Prótese Removível:
- Disciplina da odontologia que se dedica ao diagnóstico, prevenção e tratamento dos problemas causados pela perda dos
dentes, com o objetivo de manter uma dentição funcional por toda a vida. Nos casos onde não possa ser preservado o suficiente
da dentição natural, substitutos artificiais devem ser usados para restaurar as funções essenciais, segundo as necessidades do
paciente (necessidade estética, funcional, etc.);

• O tratamento tem princípios terapêuticos, tem preferências culturais e há problemas socioeconômicos;

• Classificações:
- Classificação das lesões cariosas;
- Classificação das maloclusões;
Ambas ajudarão a direcionar a melhor conduta de tratamento;

Classificação de Kennedy

- Permite visualização do problema e diferenciação do suporte;


- Universalidade;
- Leva em consideração padrões de perdas dentais numa arcada;

- Perda de todos os dentes posteriores, bilateralmente,


Classe I deixando extremidades livres;
- É o caso mais constante nos pacientes;

- Perda unilateral dos posteriores, deixando extremidade


Classe II livre;
- Perda intercalar de posteriores (de modo que não fique
Classe III extremidade livre), sem abranger área anterior;
- Modificação 1 ou 2 é se tiver mais espaçamentos;

Classe IV - Quando a perda abrange área anterior;

Regras de Applegate
- Regras para a aplicação das regras de Kennedy;

I) O espaço protético mais posterior é o que irá reger a classe;

II) Os demais espaços são considerados modificações da classe;

III) Somente os dentes ausentes que serão substituídos são considerados;

Indicações
- Espaço protético de extremidade livre;
- Espaço desdentado extenso;
- Suporte periodontal reduzido;
- Perda óssea localizada;
- Situação econômica;

Prótese Removível versus Implantes


- Condição óssea (implante necessita de leito);
- Medicamentos;
- Tempo;
- Sacrifício físico;
- Custo;

Sequência terapêutica
- Exame clínico;
- Exame radiográfico;
- Exames complementares;
- Delineamento (escolha do eixo de inserção);
- Seleção dos componentes;
- Desenho sobre modelo de estudo;
- Preparo de diagnóstico;
- Transferência do eixo;
- Preparo da boca;
- Moldagem para obtenção do modelo de trabalho;
- Alívio do modelo;
- Correção da ceroplastia;
- Fundição;
- Montagem dos dentes;
- Moldagem funcional;
- Instalação;
Causas de fracassos
• Profissional
- Diagnóstico;
- Plano de Tratamento;
- Preparo da Boca;
- Moldagem;

• Técnico
- Observação do desenho;
- Alívio dos ângulos mortos;
- Duplicação do modelo de trabalho;
- Técnica de fundição;

• Paciente
- Higiene diária;
- Controle periódico;
- Uso adequado;

10/Ago - Profº Bruno Costa


Delineador
Eixo de Inserção
• Definição:
“Direção de deslocamento da prótese do ponto de contato inicial de seus elementos com os dentes suportes até o total
assentamento dos apoios”

Eixo de Inserção Ideal


- Transmissão da carga mastigatória sobre o longo-eixo do dente suporte;
- Superfícies proximais para guiar o translado da prótese até sua posição;
- Define áreas retentivas recíprocas e eficazes;

Delineador
- Determina o paralelismo relativo das superfícies do modelo;
- Em 1890, o eixo era determinado inclinando-se o modelo contra o lápis fixo, perpendicular ao solo. Com a mão firme o lápis
tangencia as superfícies de interesse;
- Já no início do século 20, dispositivos para relacionar encaixes intra-coronários eram imprescindíveis;
- É atribuído ao Dr. AJ Fortunati a sugestão de se utilizar o paralelômetro com uma ponta de grafite para delimitar a linha
equatorial;

• Componentes:
- A haste vertical móvel é o eixo de inserção da prótese no delineador, e sempre é perpendicular à base! -->
Importante!

• Funções
- Determinar o eixo de inserção: ajuda a saber como a peça vai entrar e sair;
- Traçar linhas equatoriais;
- Preparo de diagnóstico;
- Recorte dos alívios de cera;
- Construção de encaixes;
- Fresagem de peças protéticas;
- Auxiliar intra-oral de desgaste;

O equador protético é o maior contorno do dente em relação ao eixo de inserção. O equador protético varia de acordo com a
inclinação do dente;

Bases de Funcionamento
• O princípio geométrico;
- Retas perpendiculares ao mesmo plano são paralelas entre si;
- Uma linha reta tangencia uma superfície curvilínea regular sobre seu maior contorno;

Método das Bissetrizes (de Roth)


• Estratégia:
- O eixo de inserção deve ser a média das inclinações dos dentes-suporte;
- Ponta reta presa ao mandril, e deixar paralelo ao dente-suporte; marcar seu longo-eixo no modelo; fazer o mesmo com o outro
dente-suporte;
- Obter-se-á ângulo; fazer a bissetriz;
- Repetir o mesmo nos dois dentes suporte do outro lado, daí tirar a bissetriz das bissetrizes;

• Limitações:
- Depende da presença de uma coroa, inclinação da coroa;
- Caso de extremidade livre, por exemplo, não daria certo com esse método;

Método dos 3 Pontos (de Roach)


• Princípio:
- Eixo de inserção deve ser paralelo ao longo-eixo dos dentes suporte;
- Escolha de um plano de inserção;

- ESTRATÉGIA: Eixo de inserção será perpendicular a um plano de inserção, definido por 3 pontos sobre o modelo;

- LIMITAÇÕES: Os longos-eixos dos dentes não são perpendiculares ao plano oclusal;

Método da Conveniência
• Princípio:
- O eixo de inserção ideal deve favorecer o preparo de planos-guia e áreas retentivas eficazes;

• Estratégia:
- Fazer o planejamento da prótese;
- Eixo de inserção deve conciliar o posicionamento mais favorável para se adequar os elementos ou favorecer o preparo dos
suportes;
- LIMITAÇÕES: embasamento técnico-científico, experiência do operador, necessita planejamento prévio;

• Indicações:
- Discrepância acentuada entre os dentes-suporte;
- Necessidade de ampla restauração;
- Depois do preparo da boca;

10/08
Laboratório
Passo-a-passo: Método dos 3 Pontos
1) Definir os pontos de referência;

2) Nivelar o plano de inserção com a base;

3) Fixar a distância da ponta auxiliar até a base;

4) Transladar o modelo até que a ponta auxiliar esteja alinhada com o segundo ponto;

5) [?]

OBS: o grau de erro na coincidência entre a marca de referência e a ponta auxiliar é de aprox.. 0.5mm;

6) Refixar a distância da ponta auxiliar até a base;

7) Repetir o procedimento até os dois pontos posteriores ficarem alinhados para então nivelar o ponto anterior;

Traçado das Linhas Equatoriais


- Ponta auxiliar no mandril;
- Sempre amparar grafite;
- Altura da borda livre gengival;

- Tocar a superfície com o grafite;


- Número de pontos depende da irregularidade do contorno;
- Manter a ponta auxiliar na altura da borda livre gengival;

- Extrapolar a linha entre os pontos;


- No caso de duas marcas na mesma altura, considerar a mais cervical;
- Quando houver dúvida retornar ao delineado e remarcar o local;

Transferência do plano de inserção


[Nota: gente, não sei a ordem desses 3 quadrados
abaixo. Dentro de cada quadrado, a ordem dos
- Descer a ponta analisadora sobre a porção distal da papila incisiva; hífens está correta, todavia.]
- Fixar a altura da haste vertical;
- Riscar a superfície;

- Riscar um traço horizontal sobre a cicatriz no gesso;


- Demarcar com um círculo o risco-referência;

- Transladar o modelo até que a ponta analisadora fique sobre a vertente palatina na região retromolar;
- Riscar a superfície do gesso;
- Fazer um traço horizontal sobre a cicatriz no gesso;
- Demarcar com o círculo o risco-referência;
17/Ago - Profº Bruno Costa
Apoios

• Requisitos de Roth:
1) Fixação;
2) Retenção;
3) Reciprocidade;
4) Estabilidade;

Fixação
• Também chamado de “suporte vertical”;

- É basicamente a resistência ao deslocamento ocluso-cervical;


- Elementos constituintes: o apoio;

► Apoio
- É a extensão rígida metálica que se dispõe sobre o dente suporte para proporcionar fixação à prótese;
- O local de assentamento do apoio sobre o dente é denominado de descanso ou nicho;
- Funções específicas: suporte vertical e transmissão de forças;
- Funções complementares: garantir contato entre prótese e dente-suporte; atenuar o traumatismo; posicionar os
componentes;

Tipos de apoios
A) Oclusal (para posteriores);
B) Incisal;
C) Lingual;

• Apoio oclusal
- É triangular sobre a crista marginal;
- No sentido vestíbulo-lingual, deve ter 1/2 da distância intercuspídea; *
- MD igual ou maior; **
- Costuma envolver uma das fóssulas;

--- Quanto à profundidade:


- O assoalho deve formar um ângulo menor do que 90° com
o longo eixo;
- Espessura mínima de 0.8mm, isso é por causa do Cobalto-
Cromo. Se a estrutura fosse de ouro, a espessura mínima deveria
ser 1.0mm;

- Na crista marginal, a espessura mínima deverá ser 1.0mm, pois essa parte recebe muitas cargas;

- O assoalho deve ser arredondado;

- Se for usar “duplo apoio”, tem que ter ligação entre vestibular e lingual;
• Apoio incisal
- É para anteriores;
- Localização incisal;
- Côncavo no sentido V-L;
- Convexo no sentido M-D;
- Assoalho menor do que 90°;
- Abrange vestibular e lingual;
- Arredondado;

- Desvantagem: estética. Biomecânica (o braço de potência aumenta conforme se aproxima da incisal). Interferência oclusal;

• Apoio lingual
- Convexo MD;
- Côncavo VL;
- Manter o cíngulo;
- Assoalho menor do que 90°;
- Redução mínima 0.8mm;
- Arredondado;
- Contato oclusal normal;

- Se houver esmalte (contra-indicado);


- Vantagens: simplicidade, rapidez;
- Desvantagens: anatomia desfavorável, invasivo, acabamento precário;

• Incrustação:
- Vantagens: durabilidade;
- Limitações: dificuldade técnica, anatomia desfavorável;

• Descanso em resina:
- Acima do cíngulo;
- Contorno em forma de gancho;
- Apoio ficará sobre resina;
- Volume único;
- Escultura completa;
- Usar resina com cor diferente do dente;
- Vantagens: simples, rápido, barato, corrigível;
- Desvantagens: longevidade;

• Também há a possibilidade de um descanso em resina indireta;

Distribuição dos Apoios


REGRA 1
- Sempre adjacente ao espaço protético;
- Exceção: se for prótese de extremidade livre!

REGRA 2
- Regra para extremidades livres;
- Distanciar o apoio do espaço;
- Pelo menos 2 dentes-suporte, visando evitar movimentos cérvico-oclusais;

Função dos Apoios


- DIRETO: adjacente ao espaço protético;
- INDIRETO: fora da linha de fulcro;
24/Ago - Profº. Piero Rocha
Retentores
• Questões orientadoras:
1) Quais os requisitos básicos de um retentor e qual componente do retentor é responsável por cada requisito?

2) Qual a diferença entre equador anatômico e equador protético?

3) Qual a importância em se identificar o equador protético?

4) Quais são e quais as indicações de cada um dos 7 grampos?

- Na prótese fixa e removível é mais fácil alterar a DV, pois iria requerer mexer em todos os dentes;

- Implante segue as mesmas dificuldades da prótese fixa, requer conceitos da prótese total também;

Componentes dos Retentores


A Prótese Removível pode ser definitiva ou não, as definitivas têm as estruturas metálicas;

• Retentores:
- São os grampos (exclusivos da removível), prende a prótese ao dente;
- Todos os grampos seguem o mesmo princípio: têm dois lados, 1 dos quais prende contra uma outra coisa, e o outro na direção
oposta. Um lado promove retenção, e o outro faz anteparo. A ausência desse tal anteparo causaria mobilidade do dente!

► DEFINIÇÃO de Retentores: são os componentes de uma prótese removível que, ao se relacionarem com as coroas dos
dentes-suporte, devem resistir às forças de deslocamento que tendem a remover a prótese de seu sítio de assentamento.

- Os apoios sempre vão sobre um descanso!

- Braço de retenção: mantém a prótese no lugar;

• Requisitos básicos de um Retentor:


RETENÇÃO
É a propriedade de um retentor de resistir ao deslocamento cervico-oclusal segundo o eixo de inserção;
É dada pelo braço de rentenção;

RECIPROCIDADE
É dada pelo braço de oposição;
É a capacidade do dente de resistir ao deslocamento horizontal durante a solicitação do retentor;

FIXAÇÃO
Feita pelo apoio;
É a capacidade de um retentor resistir ao movimento ocluso-gengival;

ESTABILIDADE
É a capacidade do retentor de resistir ao deslocamento horizontal. Não é perdida ao longo do tempo, portanto é um dos fatores
mais importantes;
Quem faz são todos os componentes juntos;

Classificação dos Retentores


...segundo a retenção:
• DIRETA: relaciona-se com os dentes adjacentes ao espaço protético;
• INDIRETA: relacionam-se com os dentes que estão distantes do espaço protético;

...segundo a construção:
• ADAPTADOS: grampo feito com fio ortodôntico;
• GRAMPOS FUNDIDOS:
-- CIRCUNFERENCIAL: tem um contato mais íntimo com o esmalte. Orientação ocluso-cervical. Arrastado quando solicitado.
-- A BARRA: contato pontual com o dente; apenas a ponta ativa sobre o esmalte. Orientação cérvico-oclusal, empurrado
contra o dente quando solicitado. Contra-indicado para dentes com exposição radicular.
• COMBINADOS: parte fundida e parte adaptada;

O Braço de Retenção possui um desenho específico, pois requer flexibilidade:

O Braço de Oposição tem espessura uniforme, pois requer rigidez:

• Retentor EXTRA-coronário: 7 grampos;


• Retentor INTRA-coronário: encaixe;

Braço de Retenção
- Uniformemente afilado;

- A ponta ativa do Braço de Retenção é a única estrutura do braço que fica em área retentiva! O resto fica em área expulsiva (do
terço médio);

- O equador protético de um dente é o que o divide em área retentiva e área


expulsiva. Em outras palavras, é a maior circunferência de um dente em uma
determinada posição (no caso, o eixo de inserção);

OBS: Não confundir com equador anatômico do dente, que seria a maior
circunferência da coroa, levando-se em consideração apenas a forma!

Observe o grampo em azul. Apenas a ponta ativa vai em área retentiva.


0.25mm é o máximo de deformação que o metal aguenta!

• CALIBRAGEM: braço pode abrir só 0.25mm, senão haverá deformação plástica no braço;
- Para tal usa-se uma ponta calibradora. Vem no delineador.

Menos do que 0.25mm: Mais do que 0.25mm:

Não pode. Se for o caso, adicionar resina composta ou Não pode. Pois traria deformação plástica ao metal;
amálgama para chegar até os 0.25mm. portanto: fresear! Usar brocas de acabamento.

Quanto maior a largura do grampo, maior será sua rigidez;

Quanto maior o comprimento do grampo, maior sua flexibilidade;

Braço de Oposição
- Precisa ser de medida uniforme (sem afilar);

- Rígido;

- Fica todo em área expulsiva. Caso contrário a peça não entraria;


- O braço de oposição e o braço de retenção precisam estar na mesma altura;
- Evita mobilidade do dente no encaixe, ao promover reciprocidade de forças com a ponta do braço de retenção;

• PASSIVIDADE: o retentor não deve exercer força ao dente pilar no estudo de repouso. O grampo só exerce força na prótese
durante solicitação!

A) Circunferencial
• Simples
- Também chamado de “Grampo de Ackers”;
- O simples sofre ação por flexão;
- Espaço protético dento-suportado adjacente ao espaço
protético;
- Limitações: área retentiva do dente;
- Braço de retenção + de oposição;
 Visão oclusal de um grampo de Ackers.
(Fonte: http://muitobomessecafe.blogspot.com/2013/03/temp.html )

• Reverso
- Não é utilizado na FOUSP;
- Indicação: molar inferior inclinado para o espaço protético (geralmente são casos
inferiores);
- Possível substituto: grampo “CI” (será visto mais adiante);

• Circular
- Retenção por mésio-vestibular;
- Próteses de extremidade livre, quando se contra-indica o tipo barra (ex: casos de retração
gengival);
- O apoio é distante do espaço protético;

• Anel
- Ou “Ring Clasp”
- Mais fácil de se indicar;
- Tem dois apoios;
- Indicação: dente suporte isolado entre 2 espaços protéticos dento-suportados;
• Gêmeo
- Também chamado de “Duplo”;
- Em desuso;
- Indicação: retenção indireta para classe III ou classe IV;
- Dificuldade no preparo dos dentes;
- Contra-indicado quando a linha de fulcro passar entre os apoios;
- O corpo e o apoio passam pela oclusal -> Exige desgaste;

B) Grampos à barra (por ação de ponta)


- O grampo tem sua origem na malha ou no conector menor;
- Ação por torção;
- Melhor ação retentiva do que o circunferencial (pois a confecção é mais adequada);
- Ação de ponta pelo pequeno contato com a coroa do pilar;
- Traçado gengivo-oclusal;

- Grampos idealizados por Roach, caracterizando-se por seu braço de retenção emergindo da sela, tendo sempre sua origem de
cervical para oclusal.
- Diferentemente dos grampos circunferenciais onde o braço de retenção cruza o equador protético a partir do ponto de origem
para chegar no terminal retentivo (0,25mm), os grampos por ação de ponta tem origem cervical emergindo da sela.
- Todo grampo por ação de ponta deve ter em sua unidade, um elemento de suporte (apoio) e um braço de reciprocidade ao
braço de retenção.
[Trechos e imagens dessa parte: FONTE: http://muitobomessecafe.blogspot.com/2013/03/temp.html ]

► Grampo T
- Possui extensão mesio-distal na parede vestibular do dente;
- Maior área de contato;
- Passível de ser utilizado em casos de extremidade livre;
- Próteses dento-mucoso-suportadas, ou dento-suportadas;
- Pode ser modificado para grampos tipo 7 ou S; a escolha entre um ou outro depende da proeminência da bossa gengival;
- Respeitar o espaço do dente de acrílico;

• Vantagens: - Menos feios;


- Retentividade mais prolongada;
- Indicado para dentes anteriores;

• Desvantagens: - Contraindicados em dentes com exposição radicular!


- O técnico precisa deixar livre a área do braço para permitir a torção;
► Grampos tipo 7 ou S
- Características iguais ao grampo em T, sendo que eliminamos a extensão mesial ou distal da ponta ativa do grampo;

► Grampo i
- Grampo muito retentivo, que se direciona diretamente para o ponto
determinado pelo calibrador, possui grande valor estético;
- “Grampo de Roach”;
- Para dento-suportada;
- Localizado na região distal do dente;
- Indicado para caninos e pré-molares superiores com pilares posteriores
(classe III);
- Contraindicado para extremidades-livres;
► Grampo API (ou RPI)
- É o grampo a barra mais indicado para casos de extremidade livre; devido a seus três componentes, ele dá uma certa
flexibilidade nas selas através do conector maior;
- Componentes:
Apoio, Placa proximal e grampo tipo I

- Não tem braço de oposição;


- Classe I de Kennedy;
- Pouco torque ao dente;

► Grampo C & I
- Entra na indicação do grampo reverso, i.e., molar inferior inclinado para o espaço protético, só muda que este tipo a gente usa
aqui na Fousp;
- Vestibular é expulsiva, lingual fica retentiva, então o dente já fica num estado pré-preparado;
- Classe III de Kennedy inferior;
- Dificuldade: se dente estiver exacerbadamente inclinado para a lingual;
- Braço de oposição na vestibular;

31/Ago – Profº Stegun


Princípios biomecânicos (A.K.A.: aula hardcore na lousa)
• “Por que eu, dentista, devo fazer uma Prótese Removível?”
R: Em suma, para a reabilitação do paciente (devolver função e saúde). Não importa se a pessoa perdeu apenas um dente, ou se
perdeu todos e sobrou só um, a Pt Removível se encaixa em vários cenários. Devemos sempre visar restabelecer qualidade de
vida dentro das nossas competências e possibilidades.

Componentes da Pt. Removível


• RETENTOR: fica no pilar (isto é, no dente ou implante)
- Apoio;
- Braço de retenção;
- Braço de oposição;
- Corpo;
- Conector menor;
• DENTES ARTIFICIAIS;
• MALHA + SELA: estrutura metálica onde terá toda essa porção plástica presa, e nela o dente estará afixado;

-> Juntando todos os componentes, temos o conector maior: é o que une tudo!

O apoio neutraliza o movimento ocluso-gengival


“Apoio” = aletas apoiadas nos nichos dos dentes. Portanto, fazer um apoio significa fazer um preparo nos dentes, seguindo
algumas regras e a anatomia do mesmo.

- Toda vez que se mastiga usando uma prótese, o elemento que impede que a prótese “adentre” em direção aos tecidos chama-
se apoio.

- O movimento contrário da prótese seria o gengivo-oclusal;

A ponta ativa do braço de retenção é o elemento da Prótese Removível


que impede o movimento gengivo-oclusal

• “Qual a única parte da Pt. Removível que se mexe (isto é, que é flexível)?”
R: ponta ativa do braço de retenção!

- Se o braço é flexível, precisa de algo que trave o dente, ou seja, oposição;


- Não pode haver braço de retenção sem o de oposição (mas o inverso pode!);

- Onde tem a carga, chama-se potência;


- Para neutralizar esta carga, precisamos de uma resistência;
- Se aumentar a distância ou a carga, precisar-se-á aumentar a resistência ou a distância;
• A combinação de dentes em arcos dentais gera 65.000 possibilidades de arranjo protético. Mas vamos tentar explicar como
fazer o planejamento com base em padrões de possibilidades.

Planejamento Biomecânico
1º passo: regra da localização de apoios!
- Este é o primeiro e um dos mais importantes passos para o planejamento biomecânico;
- Há basicamente dois cenários:

A) Pode haver um espaço intercalar, com dois dentes/vigas, e, neste caso, o apoio estará voltado necessariamente para o
espaço:

B) Pode haver uma extremidade livre, e, nestes casos, o apoio ficará distante do espaço (lado oposto ao espaço):

2º passo: linhas de fulcro


Parênteses

- RC = posição mais retruída fisiológica;


- Sempre procurar montar em RC, temos que sentir que estamos pelo menos próximos disto;
- Quando há estalo, significa que há desincronização do pterigoideo;

- Há dois grandes grupos de dentes: os incisivos que realizam o corte + os pré-molares e molares que moem/fragmentam/trituram;
- O canino serve mais como limitador de movimento, que tritura o alimento é a vertente externa ou vestibular da cúspide vestibular, contra
vertente palatina da cúspide vestibular e termina no sulco principal.

• Linha de fulcro é onde a prótese tende a fazer rotação;


- Movimento ocluso-gengival -> roda pelos 2 apoios mais próximos de onde tem a carga (F);

- Quando se vai cortar o alimento e a mais próxima será mesial +


mesial dos apoios. Quando faço movimento de corte, os anteriores
fazem movimento ocluso-gengival, portanto, vai ter tendência de
rodar nos apoios mais próximos de onde há cargas;
- Depois o alimento é jogado para o lado, ocorrendo movimento
ocluso-gengival na distal, mais uma vez a prótese tende a fazer
rotação;

- Vamos imaginar uma prótese simples, onde há 4 elementos pilares, e


3 espaços intercalares (imagem ao lado);
- Agora, vamos adicionar as linhas de fulcro existentes neste caso:

3º passo: retenção
- Há 2 tipos de retenção:
-- Retenção INDIRETA: aquela que fica longe da carga;
-- Retenção DIRETA: aquela que fica próxima à carga;

 Vamos pegar como exemplo a linha de fulcro Nº2...


Quem é retenção direta e retenção indireta para esta linha de fulcro?
A LF2 (linha de fulcro número 2) surge quando o bolo alimentar está “daquele lado” da boca do paciente (no caso, lado
esquerdo supondo que o desenho represente uma arcada superior). Portanto, a retenção INDIRETA (lembrando: aquela
que fica longe da carga), serão basicamente aqueles que estão sob a linha de fulcro número 3 (LF3). Portanto, preciso
colocar nos retentores da LF3 uma retenção indireta para a LF2. Já a retenção DIRETA para a LF2, será nos retentores da
própria LF2.
[veja desenho na próxima página para entender melhor]
- Agora vou ilustrar todas as retenções INDIRETAS (da LF1, LF2 e LF3) no mesmo desenho, observe:

(OBS: para a LF1, há derivação, ou seja, transmite a carga para o lado);

- Agora, ilustrando todas as retenções DIRETAS (para LF1, LF2 e LF3) no mesmo desenho, observe:
• O bolo alimentar tende a puxar a Pt. Removível para cima (ou seja, um movimento gengivo-oclusal);
• Por que a retenção DIRETA para a LF1 está entre aspas?
- Não há necessidade de neutralizar um movimento que nunca ocorre. Como nós realizamos o movimento de corte apenas
uma vez, dificilmente ocorrerá movimento gengivo-oclusal nos anteriores, ao menos que seja um alimento muito grudento. Mas
biomecanicamente falando, este movimento ocorre em um cenário extraordinário: quando beiço do paciente empurra os
dentes para baixo.

4º passo: definindo um retentor


- Mas antes disso, precisamos aplicar a alavanca;
- Movimento de mastigação termina no sulco principal na vertente vestibular, onde tenho força. E a potência de onde está
tendo a força para linha de fulcro, que passa no sulco principal.

- Para neutralizar potência, preciso de resistência do lado oposto com a mesma medida;
- Quando cúspides vestibulares se tocam, nenhuma cúspide lingual ou palatina se toca: resistência não está em cúspides
linguais;

- Normalmente a melhor posição é o molar: Pt Removível não sai porque braço de potência é pequeno e o de resistência é
grande;

>> DESENHOS DE RETENTORES:


*O gêmeo é contraindicado se a linha de fulcro passar no meio dele;

*O C.I. é só para dente inferior inclinado para a mesial e lingual. Geralmente ocorre quando indivíduo perde o 1ºMI, ou o 1º e 2º
MI, daí o dente distal inclina-se para a frente;

*Retentor barra tipo “i” é contraindicado para extremidade livre;

*Os retentores barra dos subtipos 7 e S são para casos onde a bossa canina é proeminente;

• Qual a diferença mecânica dos grampos circunferencial simples e circular?


R: o circunferencial circular é mais flexível, portanto, tem mais chances de se soltar;

• E agora, quando uso qual?


R: para molares, por exemplo, o simples e o circular costumam ser boas opções sempre. O gêmeo e o anel não são boas
alternativas. O grampo C.I., caso estejamos lidando com um molar inferior, é passível de ser usado; T e “i” não.
Para usarmos o grampo circular, o dente precisa ter formato circular literalmente, o que não é muito constante. A gente acaba
usando mais o grampo circular em pré-molares.
- Ao final do planejamento biomecânico, ter-se-á várias alternativas de grampo.

>> O braço de retenção vem de distal para mesial; mas se é um pré-molar não fica bom, no caso do anel.
>> Em um pré, tanto faz um T ou um “i”, porque tenho dente posterior e não tenho extremidade livre.

5º passo: definir conector maior


- Vai unir tudo o que está na frente, com o que está atrás, e na direita com esquerda.

PARA SUPERIORES
- Barra Palatina (Sup.) ou Cobertura Metálica [Dupla] -> quando não se tem os anteriores;

“Por que tudo de metal?”


Pois metal é melhor condição que se tem; osso do palato não reabsorve nunca e dá suporte para esta parte anterior sem dentes.

- Barra Palatina Simples: usada se houver os dentes anteriores. Essa barra só tem a parte posterior. Se todos os dentes estão
bons, não se tem ausência: uso apenas parte superior.
- Barra Palatina Dupla: 1 anterior e 1 posterior, quando tem ausência de dente anterior.

PARA INFERIORES
- Problema é o acidente anatômico chamado língua;
- Barra Lingual: contorna a parte posterior da língua;
- Barra Dupla;
Há opção de cobertura metálica e metaloplástica (grade metálica coberta por resina);

• Apoio contínuo de Kennedy: vem nos cíngulos dos dentes anteriores inferiores; quando faço isso associado à barra simples,
passa a se chamar Barra Dupla;

• A Barra Simples tem certa medida do freio lingual até a junção amelocementária, que deve ser de 7mm!
- Mas por quê?
A Barra Lingual vai ter 4mm (o mínimo para que seja rígida);
- E se não der para ter os ditos 7mm?
Daí faz-se frenectomia (mas é contraindicado pois pode anquilosar), ou coloca-se longe do freio (problema: vai ficar um buraco
entre o dente e o conector maior, e o paciente provavelmente vai perceber e implicar), ou subir a parte inferior do conector
maior e unir com o contínuo de Kennedy, passando a se chamar placa lingual;

• Barra palatina tipo “cinta-plana”: é uma barra palatina simples, só que com maior calibre;
14/Set – Profº Stegun
Princípios biomecânicos - Parte 2
• Sistema suporte:
- Dental;
e/ou
- Fibromucoso;

Lembrol
1) Apoios: oclusal ou de cíngulo;

2) Linha de fulcro: encontrar!

3) Retenção: direta / indireta

4) Retentores:
- Barra: “i”, T, S e 7;
- Circunferencial: simples, circular, anel, CI, Gêmeo;

5) Conectores:
- INF.: barra simples, barra dupla (Cont. de Kenedy), placa lingual;
- SUP.: barra palatina, barra palatina dupla, barra palatina dupla de cobertura metálica (ou metaloplástica);

• Análise de novos casos diferentes:

a) APENAS 3 PILARES E UMA EXTREMIDADE LIVRE

- Adicionando as linhas de fulcro e os apoios;


- Note que há uma nova linha de fulcro, a LF4, que é
“diagonal”;
- Adicionando o que é retenção direta e indireta para cada uma das linhas de fulcro, temos:

- Observe que, na área posterior direita (lado direito do leitor do resumo), há uma área de extremidade livre. Nela, a moldagem
funcional é quem impedirá o desencaixe.
Esta área sofrerá tanto movimentos ocluso-gengivais quanto movimentos gengivo-oclusais.

[Justaposição] + [saliva] + [selado periférico] devem ajudar a prótese a não sair do lugar;
O grau de viscosidade da saliva influi muito (ex: pacientes com xerostomia);

- Adicionando as possibilidades de retentores e conectores no desenho, temos:


b) UMA EXTREMIDADE LIVRE, com mais opções de pilares

- Na hora de optar pelo posicionamento de um apoio em cíngulo, sempre é melhor o grampo vir descendo pelo lado onde o
dente vizinho seja menos volumoso. Por exemplo, imagine que estamos colocando apoio lingual no cíngulo de um canino; neste
caso, será melhor o grampo vir descendo pela mesial (onde o vizinho é um dente IL), do que pela distal (onde o vizinho é um
Pré-Molar);

c) CASO DE EXTREMIDADE LIVRE EXTENSA ANTERIOR


Análise Quantitativa x Qualitativa
• Quantitativa
- Tem a ver com a quantidade (e disposição) dos dentes que sobraram na arcada;

Pontual

Linear

Superfície

Pontual: prognóstico ruim!


Linear: prognóstico desfavorável;

• Qualitativa
- Tem a ver com quão “bom” é o respectivo tipo dentário que sobrou na arcada, no que se refere a servir como pilar protético;

- 1º Molar Superior e Inferior (chave de oclusão, e é sempre o primeiro a ser perdido);


- Caninos Superiores e Inferiores;

- 2º Molar Superior e Inferior;

- 2º Pré-Molar (região muito usada porque a força de mastigação é alta);

- Dente do siso;
- Incisivos Centrais Inferiores;

- 1º Pré-Molar;
- Incisivos Centrais Superiores;

- Incisivos Laterais;

-- Relação coroa-raiz de 1:1 é o limite em que podemos trabalhar (ou seja, eleger um dente como pilar);
- Dente com restauração na oclusal: valor qualitativo bom;
- Dente hígido: valor ótimo;
- Dente com restauração MOD: valor ruim/desfavorável;
- Dente com canal tratado: negativo se comparado a dente hígido;

Valor qualitativo das características de rebordo


• Sentido ântero-posterior:
• Sentido vestíbulo-lingual (perfil do rebordo):
- Rebordo alto e largo seria o melhor;
- Rebordo estrangulado é ruim;
- Rebordo lâmina de faca é ainda pior;
- Rebordo extremamente reabsorvido é péssimo;

• Resiliência;

• Antagonista:
Dente = substrato cerâmico;
Prótese = resina composta/acrílica;
Implante ou Pt. Unitária = metal (prata, ouro, platina, ligas);

Metais desgastam resinas;


Cerâmicas desgastam dente, metal e resina;
Alguns metais desgastam cerâmicas;

Moral da história: fazer 1º a Pt removível, depois a total;

28/Set
[...]

02/Out
[...]

05/Out
[...]

Você também pode gostar