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MOLDAGEM EM

PRÓTESE
SOBRE
IMPLANTE

DALTON MATOS RODRIGUES


SÉRGIO CÂNDIDO DIAS
Mozar Martins de Souza*
MOLDAGEM EM PRÓTESE SOBRE IMPLANTE

INTRODUÇÃO

Conceitualmente o termo moldagem é o conjunto de operações clínicas com o


objetivo de se conseguir a reprodução negativa das estruturas dentais, com ou sem
preparos protéticos e regiões adjacentes, usando técnicas e materiais adequados.
Na prótese fixa convencional existe a necessidade básica do afastamento
gengival para uma cópia adequada do término cervical localizado subgengivalmente,
em virtude da incapacidade do material de moldagem promover o deslocamento
gengival. Na prótese sobre implantes a diferença básica da moldagem para a dos
dentes naturais é a existência da padronização das estruturas, onde já sabemos a
dimensão da plataforma do implante colocado (Ex: 3.3, 3,75, 4.1 ou 5.0 mm), o qual
apresenta um componente de moldagem com adaptação perfeita para este implante.
Desta forma, enquanto na prótese fixa convencional existe a necessidade da cópia
do preparo, na prótese sobre implante é realizada apenas a transferência da posição
do implante para o modelo com o auxílio de componentes de moldagem.
Porém, isto não significa menosprezar a moldagem na prótese sobre
implante. Somente um dos passos é simplificado, o restante deve ser observado
com a mesma atenção. Um requisito fundamental para realização de próteses bem
adaptadas é a realização de uma moldagem precisa. Modelos precisos em prótese,
seja com implantes ou dentes naturais, significam a tranquilidade de confeccionar
todas as etapas laboratoriais nesse único modelo até os passos finais da
reabilitação protética.
Uma afirmativa é muito verdadeira na odontologia, as moldagens não são
obtidas, mas sim construídas. De posse deste pensamento devemos perceber todos
os detalhes inerentes à moldagem com a utilização correta dos materiais e técnicas
disponíveis atualmente. Quando telefonamos para alguma empresa de implante
temos que dar algumas informações para obtermos o produto desejado. A maioria
das empresas disponibiliza catálogos protéticos que facilitam a escolha adequada
dos seus componentes protéticos.
Mas, vamos imaginar que o dentista Aguinaldo não tem catálogo de
determinada empresa e entra em contato por telefone solicitando “eu gostaria de um
componente de moldagem de moldeira fechada, plataforma 4.1, conexão hexágono
externo, para moldagem da plataforma (cabeça) do implante”. Neste telefonema
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foram dadas todas as informações para que Aguinaldo pudesse adquirir o
componente desejado para ser usados de acordo com o tipo de conexão do
implante, largura de sua plataforma, técnica de moldagem escolhida e também nível
da moldagem (ao nível do implante ou intermediário).
O objetivo deste capítulo é servir de guia para o iniciante na prótese sobre
implante começar a sua familiarização com os componentes usados nesta
especialidade.

Material de Moldagem

Os materiais empregados para prótese sobre implante são os mesmos da


prótese fixa convencional, os elastômeros. Dentre estes materiais podem ser usados
os polissulfetos, siliconas de condensação, siliconas de adição e poliéteres, recaindo
a escolha sobre a preferência individual do dentista, pois quando empregados
corretamente apresentam excelente resultados.
No entanto, deve-se prestar atenção na estabilidade dimensional dos
materiais. A evaporação de componentes voláteis causa uma rápida alteração do
material, como o polissulfeto que perde água da sua composição e a silicona de
condensação que sofre a evaporação do álcool contido no final de sua
polimerização, acarretando alteração dimensional significante a partir de 30 minutos
da obtenção do molde. Desta forma o vazamento dos moldes obtidos com estes dois
materiais deve ser feito dentro desse prazo.
Os materiais de moldagem mais precisos e estáveis dimensionalmente
atualmente são o poliéter e silicona de adição, os quais podem ser vazados, em
média, sete dias após a sua obtenção.

Moldeiras

Para a moldagem na prótese sobre implante são usadas às mesmas


moldeiras da prótese sobre dentes naturais, pré-fabricadas em metal, pré-fabricadas
em plástico e individual em resina acrílica (Figuras 4.1 a 4.4). Na técnica da moldeira
aberta a moldeira deve ser constituída de um material que permita o seu desgaste,
sendo adequadas as individuais de resina acrílica que são construídas para cada
caso em particular em resina acrílica ou as pré-fabricadas de plástico. Na técnica da
moldeira fechada podem ser usadas as moldeiras pré-fabricadas de metal ou

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plástica.
Muitos dentistas preocupam-se em usar um material de moldagem com
grande precisão dimensional, como a silicona de adição. Porém, um fator de
extrema importância é negligenciado, o tipo de moldeira, falando-se especificamente
no caso das plásticas. O plástico deforma-se com facilidade e ao ser retirado da
boca altera todo o molde, também apresenta alta tensão superficial e faz com que o
material de moldagem desprenda-se da moldeira. Estas alterações causadas pela
moldeira são muito mais importantes dimensionalmente do que a escolha de outro
material de moldagem como a silicona de condensação em conjunto com uma
moldeira de inox.

Figura 4.1- Moldeiras metálicas de estoque. Usadas na técnica da moldeira fechada.

Figura 4.2- Moldeiras plásticas. Podem ser perfuradas para uso na técnica da
moldeira aberta, mas proporcionam alteração dimensional.

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Figura 4.3- Alivio de cera para proporcionar espaço para o material de moldagem.

Figura 4.4- Moldeira individual em acrílico com perfurações para saída dos pinos-
guia.

Conexão dos Implantes

A partir do início da comercialização do Sistema Branemark (hexágono


externo), surgiram nos anos subsequentes vários sistemas e conexões de implantes
osseointegrados (Figura 4.5). A grande maioria dos fabricantes se preocupou em
fazer uma cópia do sistema existente. Outros fabricantes desenvolveram as suas
próprias conexões (cone morse e hexágono interno) para a prótese sobre implante,
como visto na apostila de Sistemas de Implantes.
Didaticamente, podem-se dividir as conexões dos implantes em 3 grandes
grupos: hexágono externo, hexágono interno e cone morse.
Muitos dentistas preocupam-se em usar um material de moldagem com
grande precisão dimensional, como a silicona de adição. Porém, um fator de

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extrema importância é negligenciado, o tipo de moldeira, falando-se especificamente
no caso das plásticas. O plástico deforma-se com facilidade e ao ser retirado da
boca altera todo o molde, também apresenta alta tensão superficial e faz com que o
material de moldagem desprenda-se da moldeira. Estas alterações causadas pela
moldeira são muito mais importantes dimensionalmente do que a escolha de outro
material de moldagem como a silicona de condensação em conjunto com uma
moldeira de inox.

A B C
Figura 4.5- Conexões dos implantes. A: hexágono externo, B: hexágono interno, C:
cone morse.

Plataforma do Implante

O componente de moldagem é escolhido de acordo com a plataforma do


implante. Vale lembrar que o diâmetro do implante não é sinônimo da plataforma do
implante, pois podem existir vários diâmetros de implantes aglutinados em um
mesmo diâmetro de plataforma. Por exemplo, os implantes de um determinado
fabricante têm diâmetros de 3.75, 4.0 e 4.1 mm, mas uma única plataforma de 4.3
mm e, portanto um único componente de moldagem para estes 3 diâmetros de
implante.

Componentes de Moldagem

Os componentes ou transferentes (transfer) de moldagem são peças que se


adaptam a plataforma dos implantes, facilitando a transferência da localização do
implante da boca para uma posição semelhante no modelo de trabalho.
Basicamente, existem dois tipos de componente de moldagem, o quadrado (para
moldeira aberta) e o redondo (para moldeira fechada).

Componente de Moldagem Redondo (Moldeira Fechada)

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Os transferentes de moldagem redondos devem ser bem escolhidos, pois a
princípio não apresentam retenções, permitindo a obtenção do molde sem
rasgamento, pois o componente permanece na boca e somente após a remoção do
molde é retirado e reposicionado no próprio molde junto com o análogo de
laboratório. Alguns fabricantes disponibilizam componentes para moldeira fechada
que não promovem o rasgamento do molde, no entanto apresentam uma
concavidade que dificulta o seu reposicionamento e pode gerar imprecisão. Outros
componentes são completamente convergentes, sem retenções e ainda apresentam
duas faces planas para permitir o seu correto posicionamento no interior do molde,
sendo uma chave de posição, estes são os ideais.
Observe a diferença entre os dois na figura 4.6. Para esta moldagem a
moldeira indicada é a de estoque metálica.

Figura 4.6- Componentes de moldeira fechada (redondos) com e sem retenção.

Componente de Moldagem Quadrado (Moldeira Aberta)

Os transferentes de moldagem quadrados (Figura 4.7) apresentam retenções,


pois são removidos da boca no próprio molde. A denominação quadrado faz jus a
sua forma que permite a sua retenção no molde. Para sua utilização são indicadas
as moldeiras individuais confeccionadas em resina acrílica ou pré-fabricadas em
plástico, as quais permitem o seu recorte para acesso ao pino-guia para que ele
possa ser desparafusado depois da polimerização do material, de forma que o
componente possa permanecer dentro do molde quando este é removido da boca.
Relembra-se a deficiência da moldeira plástica, a qual pode ocasionar problemas
nesta técnica.
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Figura 4.7- Componente de moldeira aberta (quadrados) para implante hexágono
interno e externo.

TÉCNICA DE MOLDAGEM COM COMPONENTES DE MOLDAGEM METÁLICOS

A técnica de moldagem é uma decisão de extrema relevância, pois alguma


deficiência inerente ao material de moldagem pode ser minimizada por uma técnica
bem executada, a qual depende da escolha do dentista que leva em consideração a
facilidade de execução, tempo e custo.
Na prótese fixa convencional utilizamos sempre moldeiras fechadas, sendo de
estoque (metálicas ou plásticas) ou individuais de resina acrílica. Na prótese sobre
implante podem ser usadas as mesmas moldeiras, sendo as de plástico ou individual
de resina acrílica adequada para a técnica de moldeira aberta, pois permitem
perfurações por onde passam os pinos-guia usados para apertar e desapertar os
componentes de moldagem.
São basicamente duas as diferenças entre as duas técnicas. Na técnica da
moldeira aberta, após a moldagem, os componentes permanecem no interior do
molde e podem ser unidos entre si com algum material. Na moldeira fechada os
componentes permanecem na boca e só após a remoção da boca são
reposicionados no interior do molde e não podem ser unidos entre si.
A principal questão é: se a moldagem com moldeira fechada é mais simples e
mais rápida, por que não utilizá-la em todos os casos? A técnica da moldeira
fechada é precisa, como relatam numerosos artigos, porém o que observamos em
casos clínicos realizados por alunos de pós-graduação que se depara com os seus
primeiros casos é a imprecisão dos moldes obtidos quando se tem um maior número
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de implantes. Se o molde não apresenta precisão, sobre o modelo de trabalho obtido
não pode ser solicitada ao laboratório uma prótese fixa em peça única (monobloco)
ou já soldada. Com isso será necessário separar a prótese fixa em partes para
serem unidos na boca e realização de uma posterior solda no laboratório.
Após esta soldagem quando realizada a prova na boca deve ser realizada
uma nova moldagem para transferir esta infraestrutura, pois não se adapta mais ao
modelo. Então, no intuito de ganhar-se tempo na primeira sessão, perde-se a
chance de ganhar tempo nas sessões posteriores e de principalmente utilizar um
único modelo até a restauração final.
Como conclusão final pode-se encontrar na técnica da moldeira aberta a
chance de confeccionar todo o trabalho reabilitador em um único modelo, em uma
fase inicial do aprendizado.
Porém, quando são seguidos todos os passos da moldeira fechada, a técnica
pode ser usada para todos os casos, desde os casos unitários até casos extensos,
como as próteses protocolo. Isto pode ser comprovado pela analogia com a prótese
fixa convencional, onde um molde preciso possibilita o vazamento de um modelo
mestre onde podem ser confeccionadas próteses de qualquer extensão. Com
relação à técnica da moldeira aberta é vantajosa no sentido da praticidade e
economia de tempo.
Apesar disto, ainda existe certa desconfiança de alguns profissionais diante
da técnica de moldeira fechada, talvez por ser a técnica mais difundida pelo sistema
Brãnemark e pelos cursos de implantodontia, mas não confirmado por artigos
científicos e a experiência clínica.

Moldeira Fechada – Ao nível do Implante

Esta técnica está associada ao uso de um componente de moldagem


específico, chamado de moldeira fechada ou redondo (Figuras 4.8 a 4.14). Como o
próprio nome já diz a moldeira usada é a fechada, podendo ser de estoque metálica,
plástica pré-fabricada ou individual de resina acrílica. É a técnica preferida por
grande maioria dos dentistas pela praticidade.
Sua indicação principal é nos casos de próteses unitárias, porém pode ser
usada para casos com maior número de implantes. Assemelha-se a moldagem em
prótese fixa, quando é obtido um molde do componente que se encontrava
parafusado no implante. Após a remoção do molde o componente é removido da

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boca e inserido no molde junto com a réplica (análogo) do implante.

Passo 1

• Remover o cicatrizador com uma chave sextavada (1.2 mm).


• Verificar a mesa do implante.
• Escolher um componente de moldeira fechada compatível com a mesa do
implante. Isto é, caso o implante tenha uma mesa de 4.1 mm, deve-se escolher um
componente de moldagem redondo para plataforma 4.1 mm.

Passo 2

• Posicionamento do componente com a parte lateral plana para o lado vestibular.


• Aperto do componente de moldagem na boca com chave específica para
componente de moldagem de moldeira fechada.
• Obter uma radiografia para verificar a adaptação para verificar a completa
adaptação do componente.

Passo 3

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• Manipulação o material de moldagem de acordo com as instruções do fabricante.
• Injeção do material leve sobre os componentes.

Passo 4

• Preencher a moldeira com o material pesado e posicionamento a moldeira na boca.


• Esperar a polimerização do material.

Passo 5

• Remoção do componente de moldagem da boca.


• Adaptação do transferente junto a seu análogo correspondente de mesma mesa
(Ex: 3.3, 4.0, 5.0 mm), formando um conjunto análogo-transferente.
• Posicionamento do transferente no interior do molde.
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Neste momento é importante verificar a perfeita adaptação do componente de
moldagem no interior do molde. Qualquer mudança de posição acarretará em um
registro incorreto da posição do implante (hexágono) e necessidade de uma nova
moldagem.

Passo 6

• Vazamento de gengiva artificial (elastômero) nos casos de implantes situados


muito profundos com grande faixa de gengiva.
• Vazamento do molde em gesso especial.
• Remoção do modelo do molde
• Remoção dos componentes de moldagem.
• Modelo obtido.

Figura 4.8- Vista intra-bucal dos implantes.

Figura 4.9- Componentes de moldagem redondos instalados.

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Figura 4.10- Molde removido da boca. Cópia do componente pelo material de
moldagem. Observe a cópia das faces planas.

Figura 4.11- Componentes de moldagem parafusados aos análogos dos implantes.

Figura 4.12- Conjunto análogo/componente de moldagem posicionado no molde.

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Figura 4.13- Vazamento com gesso especial.

Figura 4.14- Modelo de trabalho com análogos.

Moldeira Aberta – Ao Nível do Implante

A técnica da moldeira aberta diferencia-se da outra técnica, principalmente


pelo componente de moldagem chamado de quadrado ou de moldeira aberta que
durante a remoção do molde vem no seu interior devido ao seu desaparafusamento
pela parte aberta da moldeira.

União dos Componentes de Moldagem (Moldeira Aberta)

O procedimento de união dos componentes de moldagem é um procedimento


sugerido para aumentar a precisão da moldagem. Vários autores sugerem a união
intra-oral dos componentes de moldagem com resina acrílica ou com outros
materiais, antes da realização da moldagem. Seu principal objetivo é imobilizar os
componentes de moldagem para evitar a mudança de posição dentro do molde.

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A união dos componentes de moldagem pode ser feita com resina acrílica
autopolimerizável apoiada em um fio dental entrelaçado entre os implantes (Figura
4.15). Esta técnica estaria indicada em implantes próximos onde é usada pequena
quantidade de resina acrílica. Quando à distância entre os implantes é maior (4 mm),
a ligação deve ser feita com resina acrílica e um objeto rígido (fio de aço, broca,
bastão de resina pré-polimerizado) para união dos componentes de moldagem.
Nesta técnica a quantidade de resina é minimizada e por consequência a
alteração dimensional. A sua indicação é para próteses fixas de grande extensão,
como reabilitações totais maxilares ou mandibulares (Figuras 4.16 a 4.29).

Figura 4.15- União dos componentes de moldagem.

SEQUÊNCIA CLÍNICA E LABORATORIAL

PASSO 1

• Remoção do cicatrizador com uma chave sextavada (1.2 mm).


• Verificação da mesa do implante.
• Escolha de um componente de moldeira aberta compatível com a mesa do
implante. Isto é, caso o implante tenha uma mesa de 4.1 mm, devemos escolher um
componente de moldagem de 4.1 mm.

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PASSO 2

• Posicionamento do componente de moldagem.


• Aperto do parafuso do componente de moldagem com chave sextavada (1.2 mm).
• Realização de uma radiografia para verificar a perfeita adaptação do componente.

Passo 3

Verificação da saída dos parafusos dos componentes de moldagem nos orifícios


correspondentes, permitindo seu desaparafusamento.
• Pode ser feita uma abertura maior na moldeira, para que o pino não fique abaixo
dela.

Passo 4

• Manipulação do material de moldagem de acordo com as instruções do fabricante.


• Injeção do material leve sobre os componentes.
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Passo 5

• Desaparafusamento dos pinos-guia do componente de moldagem.


• Os componentes de moldagem devem estar situados no interior da moldagem.

Passo 6

• Adaptação do transferente junto a seu análogo correspondente de mesma mesa


(Ex: 3.3, 4.0, 5.0 mm), formando um conjunto análogo-transferente.
• Parafusamento do pino guia do componente de moldagem realizado pelo lado
externo da moldeira.
Verificar a perfeita adaptação do componente com o análogo.

Passo 7

• Vazamento de gengiva artificial (elastômero) nos casos de implantes situados


muito profundos com grande faixa de gengiva.
• Vazamento do molde em gesso especial.
• Remoção do modelo do molde.
• Remoção dos componentes de moldagem.
• Modelo obtido.

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Figura 4.16- Foto intra oral dos implantes.

Figura 4.17- Alívio de cera sobre modelo inicial.

Figura 4.18- Confecção de moldeira individual. Perfuração no local correspondente


aos implantes.

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Figura 4.19- Componente de moldeira aberta (quadrado).

Figura 4.20- Parafusamento dos transferentes de moldagem.

Figura 4.21- Componentes unidos com resina acrílica autopolimerizável por meio de broca,
com o intuito de minimizar a quantidade de resina e, portanto a alteração dimensional.

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Figura 4.22- Teste da moldeira após união dos componentes.

Figura 4.23- Desaparafusamento dos pinos-guia para remoção do molde.

Figura 4.24- Molde obtido. Os componentes de moldagem permanecem no interior


do material de moldagem.

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Figura 4.25- Análogo do implante.

Figura 4.26- Parafusamento do pino guia do componente de moldagem realizado pelo lado
externo da moldeira. Verificar a perfeita adaptação do componente com o análogo.

Figura 4.27- Molde pronto para o vazamento.

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Figura 4.28- Modelo de trabalho com os análogos e gengiva elástica.

Figura 4.29- A remoção da gengiva permite a verificação da adaptação de estruturas


metálicas.

DICA: Quando for transferir a plataforma do implante utilizar sempre componentes


de moldagem anti-rotacionais, pois se tem a oportunidade de escolher
posteriormente se a prótese pode usar intermediários rotacionais ou anti-rotacionais.
Caso seja usado componente de moldagem rotacional a única opção é usar
intermediários rotacionais o que pode comprometer o planejamento da prótese,
quando opta-se por prótese cimentada.

Moldeira Aberta – Ao Nível do Intermediário

Outra opção para moldagem é a moldagem/ transferência da posição após a


instalação dos intermediários (Figuras 4.30 a 4.35). É indicada quando se tem
condições de realizar a escolha do intermediário previamente e nos casos de carga
imediata.

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Figura 4.30- Intermediários parafusados nos implantes.

Figura 4.31- Componentes de moldagem quadrados do intermediário pilar cônico


parafusado aos intermediários.

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Figura 4.32- Molde obtido. Componente de moldagem no interior do molde.

Figura 4.33- Análogo do intermediário pilar cônico.

Figura 4.34- Os análogos do intermediário são parafusados aos componentes de


moldagem.

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Figura 4.35- Modelo de trabalho com análogos (rotacional) do intermediário pilar
cônico.

Moldeira Fechada – Ao Nível do Intermediário

Nesta técnica o intermediário é primeiramente parafusado ao implante e o


componente de moldagem é conectado ao intermediário, para a transferência da sua
posição.
O componente de moldagem de moldeira fechada para moldagem do
intermediário é externamente similar ao componente de moldeira fechada para
moldagem ao nível do implante com mudança na sua forma interna. Enquanto o
primeiro se encaixa diretamente ao implante o segundo se encaixa a cada
intermediário específico (Figuras 4.36 a 4.39).

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Figura 4.36- Intermediário parafusado ao implante.

Figura 4.37- Componentes de moldagem redondos parafusados aos intermediários.


Deve-se observar o contato entre intermediário e componente de moldagem.
Observe que o primeiro componente ainda deve ser apertado.
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Figura 4.38- Molde obtido com silicona. O componente de moldagem é removido
após a moldagem, sendo o análogo parafusado ao componente de moldagem e
inserido no molde.

Figura 4.39- Modelo de trabalho com análogos do intermediário (rotacionais).

TÉCNICA DE MOLDAGEM COM CÁPSULAS PLÁSTICAS

A principal diferença na moldagem com cápsulas plásticas é que estas são


posicionadas sempre sobre os intermediários já instalados nos implantes. Esta
técnica é aplicada aos implantes da 3i (TG), Straumann (ITI), Dentsply (Frialit-2),
Conexão e Neodent.
Existem basicamente duas variações neste tipo de técnica. Quando não se
faz necessária modificação sobre esse pilar a cápsula plástica é posicionada sobre o
pilar (Figuras 4.40 a 4.47) ou quando é realizado desgaste no intermediário (Figuras
4.48 a 4.55). Ambas as moldagens são usadas para prótese cimentada.

Moldagem de Pilares sem Desgaste

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ETAPA 1

• Remoção do cicatrizador com uma chave sextavada


(1.2mm).
• Verificação da mesa do implante.
• Instalação do pilar com altura oclusal adequada.
• Geralmente dispõe de diferentes alturas (exemplo: 4 e 6 mm).

ETAPA 2
clique

Colocação da tampa de moldagem sobre o ombro do implante.


• Verificação da adaptação girando-a sobre o ombro do implante ou do intermediário
(não deve soltar-se).

Etapa 3

• Manipulação do material de moldagem de acordo com as instruções do fabricante.


• Remoção o molde da boca.
• A cápsula de moldagem estará no interior do molde.
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Etapa 4

• Posicionamento do análogo de implante correspondente na cápsula plástica. Neste


momento é importante verificar a perfeita adaptação do análogo.
Qualquer mudança de posição acarretará em um registro incorreto da posição do
implante e necessidade de uma nova moldagem.

Etapa 5

• Vazamento de gengiva artificial (elastômero) nos casos de implantes situados


muito profundos com grande faixa de gengiva.
• Vazamento do molde em gesso especial.
• Modelo obtido.

Figura 4.40- Intermediário (pilar sólido) para prótese cimentada parafusado ao implante.

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Figura 4.41- Adaptação da cápsula de moldagem.

Figura 4.42- Colocação do cilindro de posicionamento.

Figura 4.43- Cada pilar apresenta uma cápsula de moldagem apropriada.

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Figura 4.44- Análogo do pilar sólido.

Figura 4.45- O análogo é posicionado na cápsula plástica e o molde é isolado para


aplicação da gengiva artificial.

Figura 4.46- Gengiva artificial aplicada ao redor do análogo.

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Figura 4.47- Modelo de trabalho com análogo do intermediário.

Moldagem de Pilares Desgastados

ETAPA 1

• Remoção do cicatrizador com uma chave sextavada


(1.2mm).
• Verificação da mesa do implante.
• Instale o pilar com altura oclusal adequada.

Etapa 2

• Colocação da tampa de moldagem sobre o ombro do implante.


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• Verifique a adaptação girando-a sobre o ombro
do implante (não deve soltar-se).

Etapa 3

• Manipulação do material de moldagem de acordo com as instruções do fabricante.


• Remoção do molde da boca.
• A cápsula de moldagem estará no interior do molde.

Etapa 4

• Modelo de trabalho em gesso pedra tipo IV com a cópia do pilar preparado.

Figura 4.48-Intermediário (pilar sólido) após desgaste na vestibular.

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Figura 4.49- Posicionamento da cápsula de moldagem e inserção do material de
moldagem leve no seu interior.

Figura 4.50- Moldagem com captura da cápsula no interior do molde.

Figura 4.51-Análogo da cabeça do implante posicionado por pressão.

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Figura 4.52- Vazamento do gesso especial.

Figura 4.53-Inserção do pino metálico no interior da cápsula plástica.

Figura 4.54- Inserção do pino no interior da cápsula plástica.

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Figura 4.55- Inserção do pino no interior da cápsula plástica.

TÉCNICA INDIRETA MISTA

A inclinação dos implantes é um fator relativamente comum em virtude da


disponibilidade óssea. Isto torna comum a necessidade de desgaste dos
componentes intermediários, sendo necessária a moldagem do componente.
Esta técnica é chamada de mista em virtude de o procedimento moldagem
ser realizada na boca de forma convencional e a moldagem individual para
confecção do troquel feita fora da boca (Figuras 4.56 a 4.62). Pode ser usada tanto
para pilares íntegros como modificados por desgaste.
Após a realização dos desgastes necessários dos intermediários, de maneira
muito similar aos procedimentos da prótese fixa convencional, remove-se o
intermediário já preparado na boca e parafusa-o ao análogo do implante.
Para a cópia de este pilar, manipula-se silicona ou outro material com
precisão similar, preenchendo-se o interior de um pote dapen. O conjunto implante
análogo é mergulhado dentro do material para obter sua duplicação. Após isso,
realiza-se o vazamento do molde para obtenção do troquel.
A moldagem completa do arco também é realizada com um material de
moldagem a base de borracha.

Figura 4.56- O pilar de preparo (poste sólido/pilar maciço) é parafusado ao análogo


do implante.
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Figura 4.57- O conjunto é mergulhado no material de moldagem para duplicação.

Figura 4.58- É obtido um troquel individual similar a técnica obtida para técnica
convencional da prótese fixa.

Figura 4.59- O intermediário é parafusado ao implante e dado o torque final.

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Figura 4.60- É obtido um modelo total de arcada com auxílio de um material de
moldagem de boa precisão, onde a restauração será confeccionada.

Figura 4.61- Adaptação da restauração metalo cerâmica sobre o troquel.

Figura 4.62- Coroa metalo cerâmica cimentada.

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REFERÊNCIAS

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