Você está na página 1de 30

SISTEMAS CERÂMICOS

Rocha (2018)
Cerâmicas Odontológicas
Derivado do grego Keramos – “matéria queimada”;

Composta da mistura de três minerais: argila branca (calium), quartzo e


feldspato;

Os atuais sistemas cerâmicos odontológicos são ordenados de acordo com a


principal composição e podem ser divididas em :
• Vítreas;
• Reforçadas por partículas;
• Policristalinas.

Rocha (2018)
CERÂMICAS VÍTREAS
Cerâmica convencional ou feldspática;

Mistura de feldspato de potássio (K2O.Al2O3.6SiO2) ou feldspato de sódio


(Na2O.Al2O3.6SiO2) e quartzo (SiO2) aquecidos a altas temperaturas (1200ºC a
1250ºC)  vidro líquido e cristais de leucita (K2O.Al2O3.4SiO2).

Contém duas fases: - vítrea, responsável pela translucidez do material, e


- cristalina, que confere resistência.

Rocha (2018)
CERÂMICAS VÍTREAS
Embora sejam materiais quimicamente estáveis e proporcionem
excelente estética, são materiais frágeis;

A resistência à tração inerentemente baixa restringia o seu uso a


situações de baixa carga de estresse na região anterior.

Rocha (2018)
As cerâmicas altamente estéticas são predominantemente vítreas.
Elas são os melhores materiais para reproduzir as propriedades ópticas
do esmalte e da dentina, e são frequentemente identificadas como
cerâmicas de cobertura, que, muitas vezes, vêm acompanhadas da
cerâmica de infraestrutura (policristalinas ou vidro reforçados por
partículas) mais apropriada para uso conjunto.
(Cardoso, Decurcio, 2015)

Rocha (2018)
CERÂMICAS REFORÇADAS

• Reforçadas por partículas

• Reforçadas por cristais de dissilicato de lítio

• Reforçadas por alumina, magnésio e zircônia (infiltradas de vidro)

Rocha (2018)
REFORÇADAS POR PARTÍCULAS
Maior quantidade de leucita;
Adição de partículas cristalinas ou partículas de vidro de alta fusão à
composição básica vítrea das cerâmicas feldspáticas;
Melhores propriedades mecânicas: resistência, expansão térmica e
contração.

VANTAGENS:
• Ausência de infraestrutura opaca;
• Boa translucidez;
• Possibilidade de ser utilizada sem equipamento especial de
laboratório
Rocha (2018)
REFORÇADAS POR CRISTAIS DE DISSILICATO
DE LÍTIO
A presença do dissilicato de lítio aumenta a resistência flexural (350
Mpa), permitindo sua aplicação em próteses parciais fixas de até três
elementos.

Fabricada mediante combinação das técnicas da cera perdida e injeção


por calor e pressão.

Rocha (2018)
REFORÇADAS POR ALUMINA, MAGNÉSIO E
ZIRCÔNIA (INFILTRADAS DE VIDRO)

Uma infraestrutura de alta densidade cristalina é


preparada com uma pequena quantidade de
vidro, fabricado com a técnica slip-casting;

Fornece resistência a flexão de 400 – 750 MPa, o


que possibilita a confecção de próteses mais
extensas e em áreas com maior esforço
mastigatório.
Rocha (2018)
CERÂMICAS POLICRISTALINAS
São exclusivamente produzidas pela tecnologia CAD/CAM e designadas
para produção de estruturas em restaurações polilíticas, que não
possuem qualquer matriz vítrea em suas composições.

Alto conteúdo de alumina


Alto conteúdo de zircônia

Fonte: steticdentunnc.blogspot.com
Rocha (2018)
Rocha (2018)
MATRIZ CARGA PROCESSAMENTO MARCA COMERCIAL

1. CERÂMICAS VÍTREAS CEREC Mark II


1.1. Feldspático Vidros de alta fusão ou Trilux
Aprox. 40% InLab Trilux Forte

2. CERÂMICAS REFORÇADAS CEREC/InLab EmpressCAD

2.1. Com partículas Leucita (40%-50%) Prensada EmpressEstétic


(alto conteúdo de vidro) OPC
Pó Optec
Cerinate
Mirage
CEREC/InLab
Dissilicato de lítio (70%) Prensada e.max CAD
2.2. Baixo conteúdo de vidro e.max PRESS

InLab In-Ceram alumina


ou In-Ceram zircônia
Alumina/zircônia (70%) Dental Lab

Mg (3%) InLab In-Ceram AL


3. CERÂMICAS POLICRISTALINAS Controle de crescimento de grão CAD/CAM Procera
3.1. Alumina
Y,Ce, Al (3% a 5%) InLab In-Ceram YZ
Aumento de tenacidade CAD/CAM e-max ZirCAD
3.2. Zircônia
Por transformação Lava, Cercon, Procera
Rocha (2018)
CERÂMICAS INDICAÇÕES CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS RESISTÊNCIA LIMITAÇÕES
ÓPTICAS DA SUPERFÍCIE NA FLEXURAL
CIMENTAÇÃO APROXIMADA
Vítreas • Inlays • Alto grau de • Ácido-sensíveis • 40-70 MPa • Trabalhos extensos
• Onlays translucidez
• Facetas
• Recobrimento em
metalocerâmicas
Reforçada com • Inlays • Alto grau de • Ácido-sensíveis • 120 MPa • Trabalhos extensos
leucita • Onlays translucidez
• Facetas
• Coroas unitárias
Reforçada com • Coroas unitárias • Grau de • Ácido-sensíveis • 350 MPa • Trabalhos com mais
dissilicato de lítio • Próteses fixas translucidez de 4 elementos
anteriores com até moderado
3 elementos
Aluminadas • Infraestruturas • Grau de • Ácido- • 600MPa • Exigência estética
cerâmicas opacidade resistentes envolvendo alto
pequenas moderado grau de translucidez
Zircônia • Infraestruturas • Alto grau de • Ácido- • 700MPa • Exigência estética
cerâmicas opacidade resistentes envolvendo alto
• Pilares para Rocha (2018)
grau de translucidez
implantes
SISTEMAS ADESIVOS

Rocha (2018)
CLASSIFICAÇÃO

• Tipo de condicionamento dos tecidos dentários:

• Condicionamento convencionais ( ácido total);


• Autocondicionantes;
• Multi-modo;

Rocha (2018)
CONDICIONAMENTO TOTAL
(CONVENCIONAIS)

• 3PASSOS (OU ETAPAS) 2 PASSOS (OU ETAPAS)


• Ácido Ácido
• Primer Primer+adesivo
• Adesivo

Rocha (2018)
AUTOCONDICIONANTES

• 2 PASSOS (OU ETAPAS) 1 PASSO (OU ETAPA)


• Primer ácido Primer ácido+adesivo
• Adesivo

Rocha (2018)
Rocha (2018)
CONDICIONAMENTO ÁCIDO TOTAL
TRÊS PASSOS • Ácido, primer e adesivo em passos separados
• Desmineralização total de esmalte e dentina
• Padrão ouro em adesão
• Sensibilidade pós-operatória dependente da técnica

• Ácido separado, primer e adesivo em mesmo frasco


DOIS PASSOS • Desmineralização total de esmalte e dentina
• Sensibilidade pós-operatória dependente da técnica

• Primer-ácido e adesivo em passos separados


AUTOCONDICIONANTE

• Adesão química à estrutura dental


DOIS PASSOS
• Não remove lama dentinária – menor camada híbrida
• Menor sensibilidade pós-operatória

• Chamadas “all-in-one”
UM PASSO • Desmineralização e penetração simultânea do adesivo
• Camada híbrida ainda menor que dois passos
• Menor sensibilidade pós-operatória
• Adesivos com monômeros acídicos
MULTI-MODO

DOIS PASSOS • Possibilidade de escolha entre as técnicas de acordo com a


indicação clínica
• Adesão química à estrutura dental
UM PASSO • Menor sensibilidade pós operatória
Rocha (2018)
• Condicionamento seletivo para melhor vedamento marginal
Rocha (2018)
CIMENTAÇÃO ADESIVA

Rocha (2018)
CIMENTAÇÃO ADESIVA
Cimento – substância que produz união sólida entre duas superfícies;
Tipos básicos disponíveis:
• Cimentos não adesivos ou convencionais
• Cimentos de adesão química
• Cimentos de adesão micromecânica (cimentos resinosos)
- Autopolimerizável
Convencionais - Dual
- Fotopolimerizável

AutoAdesivo - Dual

Rocha (2018)
CIMENTOS RESINOSOS
Fatores considerados na escolha:

• Tipo de cerâmica;
• Possibilidade de condicionamento da superfície cerâmica;
• Translucidez do sistema cerâmico utilizado;
• Tipo de substrato que receberá a restauração

Rocha (2018)
CIMENTOS RESINOSOS CONVENCIONAIS
AUTOPOLIMERIZÁVEIS
Reação de polimerização é totalmente química, independente de luz para
acontecer;
Mistura de duas pastas - base e catalisadora;
Reação dependente de uma amina terciária.

VANTAGENS DESVANTAGENS
-Reação de polimerização ocorre em -Degradação da amina – mudança de
qualquer profundidade de preparo e cor
sob qualquer espessura de material -Tempo de trabalho
restaurador.
Rocha (2018)
CIMENTOS RESINOSOS CONVENCIONAIS
DUAIS
Dupla polimerização;
Mistura de duas pastas - base e catalisadora;
Contêm amina terciária.

VANTAGENS DESVANTAGENS
- Permite reação química de monômeros - Degradação da amina mudança de cor;
localizados em áreas mais profundas; - Cores limitadas;
- Melhores propriedades mecânicas; - Não possuem pasta de prova;
- Superior resistência flexural, módulo d - Tempo de trabalho;
elasticidade e dureza. - Grau de escoamento.
Rocha (2018)
CIMENTOS RESINOSOS CONVENCIONAIS
FOTOPOLIMERIZÁVEIS
Reação de polimerização iniciada pela aplicação de luz visível;

VANTAGENS DESVANTAGENS
- Estabilidade de cor; - União à cerâmica muito influenciada
- Variedade de cores e diferentes pelo grau de polimerização, pelo módulo
opacidades; de elasticidade, pela cor e pela espessura
- Possuem pastas de prova; do cimento
- Maior tempo de trabalho;
- Alta fluidez.
Rocha (2018)
CIMENTOS RESINOSOS AUTOADESIVOS DUAIS
Aderem a qualquer substrato dental sem aplicação prévia de ácido* ou
adesivo;
Maior adesão química do que micromecânica.

VANTAGENS DESVANTAGENS
- Passo único; - Resistência de união inferior à dos
- Menor sensibilidade pós-operatória. sistemas que utilizam adesivos.

Rocha (2018)
CIMENTOS ADESIVOS INDICAÇÕES EXEMPLOS
MARCAS COMERCIAIS
AUTOPOLIMERIZÁVEIS Restaurações menos translúcidas ou de maior Multilink (Ivoclar Vivadent) Liechtenstein
espessura: coroas, inlays e onlays, Panavia 21 (Kuraray) Japão
metalocerâmicas em preparos pouco retentivos e C&B (Bisco) EUA
núcleos metálicos
DUPLA ATIVAÇÃO Restaurações menos translúcidas ou de maior Variolink II (Ivoclar Vivadent) Liechtenstein
(DUAIS) espessura: coroas, inlays e onlays RelyX ARC (3M ESPE) EUA
Nexus (Kerr) EUA
Relyx Ultimate (3M ESPE) EUA
FOTOPOLIMERIZÁVEIS Restaurações translúcidas e com pequena Variolink Veneer (Ivoclar Vivadent) Liechtenstein
espessura: facetas e fragmentos RelyX Veneer (3M ESPE) EUA
Nexus (Kerr) EUA
Vitique (DMG) Brasil
AUTOADESIVOS Restaurações menos translúcidas ou de maior MonoCem (Shofu) Japão
espessura: coroas, inlays e onlays, pinos de fibra RelyX U200 (3M ESPE) EUA
de vidro e restaurações metalocerâmicas Clearfill SA (Kuraray) Japão
SpeedCem (Ivoclar Vivadent) Liechtenstein
Panavia F 2.0 (Kuraray) Japão
Rocha (2018)
PROTOCOLO PARA CIMENTAÇÃO ADESIVA
Laboratório
Avaliar a adaptação da peça no modelo
Prova da peça de gesso, forma anatômica, pontos de
laboratoriais

contato e eixo de inserção da peça


Ajustes

Não Aprovado? Sim


Jatear a peça com
Preparo da peça para cimentação
óxido de alumínio.
Condicionar com
Condicionamento Preparo do dente para cimentação ácido fosfórico ou
prévio: aplicar ácido fluorídrico
fosfórico por 30 Aplicação do cimento resinoso na (conforme material
segundos (em peça e posicionamento da peça utilizado).
esmalte), aplicar o no preparo dentário Aplicar silano e
sistema adesivo sistema adesivo
sem fotopolimerizar sem fotopolimerizar
Remoção dos excessos e
fotopolimerização

Ajustes oclusais
Rocha (2018)
Acabamento e polimento
REFERÊNCIAS
Volpato CAM, Garbelotto LGDA, Zani IM, Vasconcellos DK. Próteses
Odontológicas – Uma Visão Contemporânea. São Paulo: Santos, 2012.
Cardoso P, Decurcio R. Facetas: lentes de contato e fragmentos cerámicos.
2ª ed. Florianópolis: Editora Ponto; 2015.
Felipe A. Prótesis fija convencional libre de metal. Jueves, 8 de octubre de
2015 [citado 2018 set 7]. Disponível em:
http://steticdentunnc.blogspot.com/2015/10/protesis-fija-convencional-
libre-de.html
Hirata R. Shortcuts em odontología estética: uma nova visão sobre TIPS.
São Paulo: Quintessence editora, 2016.
Conceição EN. Dentística: saúde e estética. 3ª ed. São Paulo: Quintessence
editora, 2018.

Rocha (2018)

Você também pode gostar