Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA POLITÉCNICA
ENG300 – CONSTRUÇÕES DE MADEIRAS
SALVADOR
2022
PROJETO ESTRUTURAL EM MADEIRA PARA COBERTURA DE
TELHA CERÂMICA
SALVADOR
2022
1
Sumário
O Projeto desenvolvido tem como finalidade projetar uma cobertura de uma edificação, com sua estrutura em
madeira e telha cerâmica. A planta baixa da edicação foi disponibilizada pelo Professor, e está detalhada na
figura 1.1.
2 ESCOLHA DA TELHA
A escolha da telha levou em conta a disponibilidade de entrega na região metropolitan de Slavador, sendo de
um revendedor local, e a presença de informações sobre as especificações da telha, como absorção de água,
distância entre as ripas, inclinação do telhado, consumo de telhas por metro quadrado. A única informação
que não estava disponível foi o peso da telha, então utilizei o peso de telhas similares no mercado. A figura
2.1 apresenta as especificaçõe da telha fornecidas pelo revendedor.
4
Para o projeto adotamos a inclinação de 20º (a mínima indicada foi de 19º), a absorção de 11% (acima do
limite superior indicado de 10,2%), o peso unitário de 4,2kg, que foi aferido consultando telhas similares.
Além disso, utilizamos, como indicado pelo fornecedor, o espaçamento entre ripas de 40cm e o consumo de
telhas de 11,2 telhas por metro quadrado.
A geometria da cobertura foi definida contendo 4 águas no trecho principal e 2 águas no trecho secundário,
conforme a Figura 3.1. Como informado anteriormente, a inclinação do telhado é 20º e o beiral é de 80cm. Os
encontros das águas formam 45º, pois facilitam o corte e montagem da cobertura.
6
As figuras no corpo deste trabalho não possuem escala definida, porém as pranchas com todos os
detalhamentos e escalas definidas se encontram ao fim do trabalho, em anexo.
Na figura 3.2 podemos verificar o posicionamento das treliças e pilares. São no total 17 treliças, sendo da 1 a
6 no trecho principal da edificação, com vão de 11m (ficam designadas com treliça tipo 1). No trecho
secundário da edificação são dois tipos de treliça: a primeira (tipo 2) que vence um vão de 6m estão
posicionadas nos trechos retos da construção (treliças 7, 8, 9, 11, 12, 13, 15, 16 e 17); a treliça do tipo 3 tem
vão de 8,49m e estão posicionadas nos cantos do trecho secundário da edificação, onde o telhado muda de
direção (treliças 10 e 14). Também estão representadas na Figura 3.2 as vigas inclinadas onde estão apoiadas
as terças das duas águas que estão posicionadas nas pontas do trecho principal. E também as vigas que apoiam
o encontro das águas do trecho secundário com o trecho principal.
Para o dimensionamento mais eficaz das terças, foi objetivado a padronização das distâncias entre terças.
Porém pela limitação da arquitetura da edificação e da escolha da configuração da cobertura, isto não foi
possível. Optei por dimensionar duas seções de terças, uma para o trecho principal e outra para o trecho
secundário.
7
No trecho secundário, a distância entre treliças utilizada para o cálculo da terça foi de 5 metros. No trecho
principal, a distância utilizada foi de 6 metros.
Como informado anteriormente, o projeto conta com três tipos de treliças, que tiveram suas geometrias
detalhadas da seguinte forma.
Vão: 11 metros
Vão: 6 metros
Para o cálculo do carregamento, primeiro defini classe de resistência da madeira, que foi a D50. Essa escolha
justifica-se pelo grande espaçamento entre as treliças adotado, demandando uma grande resistência da
madeira. Para o cálculo da carga permanente de telhas, ripas e caibros, primeiro foi calculado o carregamento
em área do plano inclinado do telhado, ripa de seção 1,5x5 cm e caibros de seção 5x6 cm, além de absorção
de água da telha de 11%. A distância entre ripas é de 40cm (foi considerado 3 ripas a cada metro), e entre
caibros é de 50cm (2 caibros por metro). O cálculo está demonstrado abaixo:
10
Telhas: 11,2 telhas/m² x 4,2 kg/telha = 47,04 kgf/m²
O carregamento permanente encontrado é para o plano inclinado do telhado. Devemos dividir pelo cosseno
do ângulo de inclinação adotado. Como o ângulo utilizado foi de 20º, o cosseno é igual a 0,94. Então o
carregamento permanente em projeção horizontal é de 63,03 kg/m².
Segundo o roteiro apresentado em sala de aula, para carga acidental devemos considerar a pior situação entre
a sobrepressão causada pelo vento (calculada pelo roteiro do livro Caderno de Projetos de Telhados em
Estrutura de Maderia, MOLITERNO, Antonio) e a divisão da carga de 100 kgf dividido pela área de influêcia
do nó de treliça. Devemos adotar a carga de 30 kgf/m² caso ambas as cargas (vento e área de influência)
resultem em um valor abaixo.
Para determinar o carregamento por área de influência, basta dividir a carga de 100 kgf pela área de influência
do nó da treliça. Essa área de influência é definida pelo produto da distância entre montantes das nossas
tesouras e a distância entre tesouras. A situação mais crítica se dá na área do telhado onde esse produto
apresenta o menor valor. No nosso projeto, esse carregamento crítico ocorre na área onde a distância entre
treliças é de 4,5m e a distância entre montantes é de 1,5m. O carregamento por área de influência fica assim
então determinado:
𝑃= , ∗ ,
𝑃 = 14,81 𝑘𝑔𝑓/𝑚²
11
4.2.2 Carregamento do vento
Para o cálculo do carregamento causado pela ação do vento, foi utilizado o livro Caderno de Projetos de
Telhados em Estrutura de Maderia, (MOLITERNO, Antonio. 2ª edição, 1981). O primeiro passo é definir a
velocidade característica do vento que pode atuar na edificação, que é dada pela fórmula:
Vk = V0 x S1 x S2 x S3 (1)
S1 = 1,0; por não ter fatores topográficos que possam alterar a velocidade do vento, como vales e encostas;
S2 = 0,74; Edificação com maior dimensão menor que 50m, altura da edificação 6m (considerado 10m na
tabela), e rugosidade do terreno 3, válido para terreno com muitas obstruções, como em pequenas cidades ou
subúrbios.
Aplicando estes valores na fórmula (1), encontramos o valor para velocidade característica do vento na
edificação de Vk = 22,2 m/s. Para encontrar a pressão dinâmica que esta velocidade de vento aplica na
construção, aplicamos a fórmula abaixo:
q = Vk²/16 (2)
q = 30,8 kgf/m²
O passo seguinte é encontrar os coeficientes aerodinâmicos que atuam nas diferentes partes da cobertura. Por
limitação do cálculo, vamos simplificar a nossa edificação para uma construção retangular de 11 metros de
largura por 39 metros de comprimento; pé direito de 4 metros; telhado de duas águas, com altura de 2 metros.
A simplificação equivale ao trecho principal da nossa edificação, e a situação mais desfavorável será replicada
para toda a cobertura.
Em seguida calculamos a pressão exercida pelo vento nas paredes, pois é a mesma pressão exercida na parte
inferior do beiral das respectivas paredes. Para encontrar os coeficientes Ce das paredes, é necessário calcular
as razões h/b (altura sobre menor dimensão horizontal) e a/b (maior dimensão sobre menor dimensão
12
horizontal). Feito isto, localizamos a situação da nossa edificação, que se encontra na segunda fileira da
tabela (h/b = 0,36 < ½; 3/2 < a/b = 3,54 < 4). Para esta situação, encontramos os seguintes coeficientes de
pressão:
o Barlavento: +0,7
o Sotavento: -0,5
o Barlavento: +0,7
o Sotavento: -0,2
Ainda de acordo com a tabela, nas paredes paralelas à incidência do vendo, devemos aplicar o coeficiente Cpe
médio em uma largura igual a 0,25b (0,25b = 2,75m) a partir da parede de barlavento. Para a nossa
configuração de edificação, o Cpe médio é igual a -1,0. Desta forma, as pressões dinâmicas atuantes nas
paredes para as duas direções de vento ficam aplicadas conforme as figuras 4.1 e 4.2.
Figura 4.1 – Pressão dinâmica do vento nas paredes, incidência pelo maior lado.
13
Figura 4.2 – Pressão dinâmica do vento nas paredes, incidência pelo menor
lado.
Posteriormente, calculamos a pressão externa exercida pelo vento diretamente no detalhado. Os coeficientes
foram determinados pela Tabela de Coeficientes de pressão e de forma, externos, para telhados com duas
águas de edificações de planta regular. No nosso projeto temos altura relativa h/b = 0,36 < 0,5 e inclinação do
telhado θ = 20º, que determina os coeficientes Ce conforme as figuaras 4.3 e 4.4.
Figura 4.3 – Pressão dinâmica do vento no telhado, incidência pelo maior lado.
14
Figura 4.4 – Pressão dinâmica do vento no telhado, incidência pelo menor lado.
Determinamos agora a pressão interna, considerando as 4 paredes permeáveis. Nesta situação, a norma
determina a aplicação de um coeficiente Cpi = -0,3 , o que gera uma uma sucção interna de 9,24 kgf/m². Para
determinação das situações mais desfavoráveis, quando houver aplicação de pressão em sentidos contrários,
não será aplicada uma subtração dos esforços. Apenas será considerada a soma de pressões no mesmo sentido,
quando houver.
No beiral, a maior ocorrência de sucção ocorre à barlavento, quando o vento incide no maior lado da
edificação, onde soma-se a parcela de pressão do vento à parede (21,56 kgf/m²) com a parcela de sucção no
telhado causada pelo vento (12,32 kgf/m²), totalizando uma sucção no valor de 33,88 kgf/m². No telhado, a
maior ocorrência de sucção é no valor de 21,56 kgf/m². Como foi considerada todas as paredes permeáveis,
não há ocorrência de sobrepressão interna, que aumentaria a sucção na cobertura. A situação mais desfavorável
de sucção na cobertura ocorre conforme a figura 4.5. Como a nossa cobertura é feita com telha cerâmica sem
fixação, este esforço não é transferido à estrutura, não sendo considerado no dimensionamento da mesma.
Nesta situação, a sucção gerada pelo vento poderia causar o destelhamento da construção, mas para a
edificação projetada, isto também não ocorreria, pois o peso das telhas (47,04 kgf/m²) é maior do que a
situação mais desfavorável de sucção, que ocorre no beiral (33,88 kgf/m²).
15
A sobressão mais desfavorável ocorre nas esquinas do beiral, onde o Cpe médio que atua na parede e
consequentemente no beiral é de -1,0, gerando sucção na parede e sobrepessão nesta região do beiral, no valor
de 30,8 kgf/m². No restante do beiral, a maior sobressão atuante é de 15,4 kgf/m². No restante do telhado a
única parcela contribuinte da sobressão é a proveniente da sucção interna, no valor de 9,24 kgf/m² (obs.: no
beiral não ocorre a contribuição da parcela de pressão interna). A figura 4.6 mostra a configuração mais
desfavorável de sobrepressão no telhado.
A carga mais desfavorável ocorre na esquina do Beiral, no valor de 30,8 kgf/m². Em virtude das incertezas
inerentes ao cálculo da ação do vento, e visando um maior grau de segurança para a estrutura, vamos adotar a
carga do vento igual a 35 kgf/m² em toda a estrutura.
5 CARACTERIZAÇÃO DA MADEIRA
A escolha da madeira se deu por Classe de Resistência, e a classe escolhida foi a D50, em virtude da
configuração da estrutura, que vence grandes vãos. A classe D50 apresenta as seguintes propriedades
mecânicas, a 12% de umidade:
Esses valores de características mecânicas devem ser corrigidos por um coeficiente de modificação (Kmod) e
um coeficiente de minoração das propriedades da madeira (γw). O Kmod leva em consideração o tipo de
carregamento e a umidade da madeira, e pode ser calculado pela expressão:
O Kmod1 pode ser encontrado utilizando a tabela 4 da Norma. No nosso projeto, em que está sendo utilizada
madeira serrada e o carregamento é permanente, o Kmod1 é igual a 0,6.
O Kmod2 é retirado da tabela de classes de umidade, que correlaciona a umidade do ar com a umidade de
equilíbrio da madeira, definindo uma classe de umidade. No nosso projeto, a classe de umidade escolhida foi
a 3, já que a região de Salvador há prevalência de umidade da madeira em torno de 15,6%. Para esta classe de
umidade, o valor do Kmod2 da madeira serrada é 0,8.
O coeficiente de minoração (γw) tem o valor de 1,4 para verificação do Estado Limite Último na compressão
e tração; e o valor 1,8 quando verificado a cisalhamento. Para verificações de limites de serviço, o γw = 1.
17
Aplicando todos os coeficientes, temos as seguintes propriedades mecânicas para a nossa madeira:
No projeto, dimensionaremos 2 seções de terças, uma para o trecho principal e a segunda para o trecho
secundário da edificação. As terças da cumeeira estão submetidas à flexão simples, e serão dimensionadas
pelo ELU para tensões normais e tensões tangenciais, e quanto ao limite de utilização pelo cálculo das flechas
admissíveis.
As tensões normais são calculadas através do momento ao qual a terça está submetida. Para este cálculo vamos
utilizar o ponto mais crítico para cada trecho da edificação, que ocorre entre as treliças 3 e 4 no trecho principal
(distância entre treliças de 6 metros); e entre as treliças 11, 12 e 13 do trecho secundário (treliças com intervalo
de 5 metros entre elas).
A razão entre o Tensão Normal nas fibras superiores (ou inferiores) e a resistência à flexão da madeira tem
que ser menor igual a 1, como na equação abaixo:
𝛿𝑀,𝑑
≤ 1 (4)
𝑓𝑚,𝑑
18
A resistência a flexão da madeira é igual a resistência à compressão (ou tração) da mesma, e foi calculada
anteriormente (17,14 MPa). A tensão nas fibras superiores (ou inferiores) é obtido pela divisão momento
atuante na seção pelo módulo de resistência (W) da seção.
𝑀𝑑 𝑞𝐿2 /8
𝛿𝑀,𝑑 = = (5)
𝑊 𝑊𝑐
O módulo de resistência para seção retangular é obtido pela fórmula abaixo. Foi utilizada a seção de terça de
15x25cm. A carga linear q é obtida pela soma: do carregamento permanente anteriormente obtido (63,03
kgf/m²) multiplicado pela faixa de influência do nó da treliça (distância entre montantes, que é de 1,38 metro)
e pelo coeficiente de majoração 1,4; do peso próprio da terça, também majorado pelo coeficiente 1,4; da
carga acidental anteriormente determinada (30 kgf/m²) multiplicada pela faixa de influência. O vão (L) é de
6 metros.
. ² , , ²
𝑊 = = = 1,5625 𝑥 10 𝑚 (6)
, ²
𝑘𝑔𝑓
𝛿 , = = 618321,6 = 6,183 𝑀𝑃𝑎 (8)
, 𝑚²
𝛿𝑀,𝑑 6,183
= = 0,361 ≤ 1
𝑓𝑚,𝑑 17,14
A seção de terça escolhida atende ao máximo esforço de flexão simples no trecho principal.
Aplicamos o mesmo raciocínio, apenas substituindo os valores. A seção escolhida foi de 12x25cm, o maior
vão entre treliças é de 5 metros, a distância entre montantes da treliça é de 1,5 metro.
𝑏. 𝑑² 0,12𝑥0,25²
𝑊𝑐 = = = 1,25 𝑥 10−3 𝑚3
6 6
19
𝑞 = 𝑞 + 𝑞 + 𝑞 = 63,03𝑥1,5𝑥1,4 + 0,25𝑥0,12𝑥850𝑥1,4 + 35𝑥1,5 = 220,56 𝑘𝑔𝑓⁄𝑚
220,56𝑥5²
𝑀𝑑 𝑞𝐿2 /8 8 = 551396,74 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀,𝑑 = = = = 5,514 𝑀𝑃𝑎
𝑊 𝑊𝑐 1,25 𝑥 10 −3 𝑚²
𝛿𝑀,𝑑 5,514
= = 0,322 ≤ 1
𝑓𝑚,𝑑 17,14
A seção de terça adotada para o trecho secundário também atende ao máximo esforço de flexão simples.
A verificação do Estado Limite Último para a tensão tangencial visa verificar se a seção da terça escolhida
resiste ao máximo esforço de cisalhamento ao qual está submetida. A vericação a ser feita está expressa na
equação abaixo:
𝜏𝑑
≤1 (9)
𝑓𝑣0,𝑑
A resistência ao cisalhamento da madeira adotada e corrigida pelos coeficientes de modificação foi calculada
anteriormente, no valor de 𝑓𝑣0,𝑑 = 1,87 MPa. O valor de 𝜏𝑑 é dado pela seguinte equação:
. . .
𝜏 = = (10)
. . . .
Vamos calcular o máximo esforço cortante na seção da terça do trecho principal utizando a equação 10,
substituindo pelos valores do vão (L=6m), dimensões da seção (b=15cm e d=25cm), e o carregamento linear
anteriormente encontrado, no valor de q = 214,7 kgf/m.
, 𝑘𝑔𝑓
𝜏 = = 25763,4 = 0,258 𝑀𝑃𝑎 (11)
, , 𝑚²
𝜏𝑑 0,258
= = 0,138 ≤ 1
𝑓𝑣0,𝑑 1,87
20
Foi verificado que a seção de terça do trecho principal atende ao esforço cortante solicitante.
Vamos utilizar as mesmas formulações para calcular a tensão tangencial da terça do trecho secundário,
utilizando os dados:
q = 220,56 kgf/m²
b = 12cm
d = 25cm
L = 5m
, 𝑘𝑔𝑓
𝜏 = = 27569,8 = 0,276 𝑀𝑃𝑎 (12)
, , 𝑚²
𝜏𝑑 0,276
= = 0,147 ≤ 1
𝑓𝑣0,𝑑 1,87
Foi verificado que a seção de terça do trecho secundário atende ao esforço cortante solicitante.
Também devemos verificar se as seções de terças adotadas atendem ao limite de utilização referente à flecha
máxima admitida. Para terças, o limite de deslocamento máximo é de L/250. A expressão utilizada para o
cálculo da flecha em vigas biapoiadas está apresentada abaixo:
5. 𝑞. 𝐿
𝑓= (13)
384. 𝐸. 𝐽
𝑏. 𝑑
𝐽= (14)
12
21
6.3.1 Trecho Principal
Utilizaremos as equações (13) e (14) para o cálculo da flecha máxima no trecho principal:
𝑏. 𝑑 0,15𝑥0,25³
𝐽= = = 1,953𝑥10 𝑚
12 12
Substituindo em (13):
5𝑥214,7𝑥6
𝑓= = 0,0234 𝑚 = 2,34𝑐𝑚
384𝑥7920𝑥10 𝑥1,953𝑥10
Então fica verificado que a terça adotada para o trecho principal atende ao Estado Limite de Serviço quanto à
deformação da mesma.
𝑏. 𝑑 0,12𝑥0,25³
𝐽= = = 1,563𝑥10 𝑚
12 12
Substituindo em (13):
5𝑥220,56𝑥5
𝑓= = 0,0145 𝑚 = 1,45𝑐𝑚
384𝑥7920𝑥10 𝑥1,563𝑥10
Então fica verificado que a terça adotada para o trecho secundário atende ao Estado Limite de Serviço quanto
à deformação da mesma.
As terças que não estão posicionadas na cumeeira trabalham em um plano inclinado, por isso estão submetidas
a um esforço de flexão oblíqua, já que o carregamento não é paralelo a nenhum dos eixos da seção. Para fazer
22
as devidas verificações, é necessário decompor o carregamento para os eixos x e y, e verificar se a seção
adotada resiste às tensões normal e de cisalhamento às quais a peça está submetida. Também devem ser
verificados os deslocamentos nos dois eixos da terça.
Para o cálculo da flexão oblíqua, são adotados os mesmos dados da flexão simples, como o vão, a resistência
da madeira, a seção. A diferença é quanto ao carregamento, que será decomponsto nos dois eixos, e a inércia
e módulo de resistência para o eixo y, já que as seções das terças são retangulares, os valores de b e d devem
ser invertidos.
Para o cálculo da tensão normal da seção submetida à flexão oblíqua, devemos decompor o carregamento nos
dois eixos e verificar a tensão máxima de flexão nos eixos x e y. No caso da flexão oblíqua, a região mais
tensionada não está localizada nos bordos superior e inferior dos dois eixos, e sim em uma região onde as
tersões dos dois carregamentos atuam. Para dimensionar o valor desta tensão máxima, utilizamos o maior
valor encontrado entre as duas fórmulas abaixo:
𝛿 , 𝛿 ,
+𝐾 . ≤1 (15)
𝑓 , 𝑓 ,
𝛿 , 𝛿 ,
𝐾 . + ≤1 (16)
𝑓 , 𝑓 ,
O momento fletor dado pela equação (17) deve ser decomposto nos eixos x e y, multiplicando respectivamente
pelo cosseno e seno de ângulo α, que é o ângulo de inclinação do nosso telhado (α=20º). Esses valores
decompostos do momento fletor devem ser substituídos na equação (5), para obtenção dos valores de 𝛿 , e
𝛿 , .
𝑞. 𝐿 214,7𝑥6²
𝑀 = = = 966,13 𝑘𝑔𝑓. 𝑚 (17)
8 8
𝑀𝑥 907,86 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀𝑥,𝑑 = = = 581030,4 = 5,810 𝑀𝑃𝑎 (20)
𝑊𝑥 0,15𝑥0,25² 𝑚²
6
𝑀𝑦 330,44 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀𝑦,𝑑 = = = 352469,3 = 3,525 𝑀𝑃𝑎 (21)
𝑊𝑦 0,15²𝑥0,25 𝑚²
6
𝛿 , 𝛿 , 5,810 3,525
+𝐾 . = + 0,7𝑥 = 0,483 ≤ 1
𝑓 , 𝑓 , 17,14 17,14
𝛿 , 𝛿 , 5,810 3,525
𝐾 . + = 0,7𝑥 + = 0,443 ≤ 1
𝑓 , 𝑓 , 17,14 17,14
Concluímos que a seção adotada no trecho principal suporta a tensão normal aplicada à terça na flexão oblíqua.
𝑞. 𝐿 220,56𝑥5²
𝑀 = = = 689,25 𝑘𝑔𝑓. 𝑚
8 8
𝑀𝑥 647,68 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀𝑥,𝑑 = = = 518144,0 = 5,181 𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑥 0,12𝑥0,25² 𝑚²
6
𝑀𝑦 235,74 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀𝑦,𝑑 = = = 392900,0 = 3,929 𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑦 0,12²𝑥0,25 𝑚²
6
𝛿 , 𝛿 , 5,181 3,929
+𝐾 . = + 0,7𝑥 = 0,463 ≤ 1
𝑓 , 𝑓 , 17,14 17,14
𝛿 , 𝛿 , 5,181 3,929
𝐾 . + = 0,7𝑥 + = 0,441 ≤ 1
𝑓 , 𝑓 , 17,14 17,14
24
Também para o trecho secundário verificamos que a seção suporta a tensão normal provocada pela flexão
oblíqua.
Para a verificação da tensão tangencial na flexão oblíqua, também iremos decompor o carregamento nos eixos
x e y, e comparar com a Resistência ao cisalhamento da terça adotada.
Vamos o decompor o esforço cortante máximo nos dois eixos e substituir na equação (10):
𝑞. 𝐿
𝑉 = = 644,1 𝑘𝑔𝑓
2
3. 𝑉 , 3𝑥605,26 𝑘𝑔𝑓
𝜏 , = = = 24210,4 = 0,242 𝑀𝑃𝑎
2. 𝑏. 𝑑 2𝑥0,15𝑥0,25 𝑚²
3. 𝑉 , 3𝑥220,30 𝑘𝑔𝑓
𝜏 , = = = 8812,0 = 0,088 𝑀𝑃𝑎
2. 𝑏. 𝑑 2𝑥0,15𝑥0,25 𝑚²
Para as duas direções a tensão de cisalhamento resultou menor do que a tensão admissível da estrutura, que é
de 𝑓 , = 1,87 𝑀𝑃𝑎
Utilizando as mesmas formulações para o trecho secundário da cobertura, temos os seguintes resultados:
𝑞. 𝐿
𝑉 = = 551,4 𝑘𝑔𝑓
2
3. 𝑉 , 3𝑥518,15 𝑘𝑔𝑓
𝜏 , = = = 25907,5 = 0,259 𝑀𝑃𝑎
2. 𝑏. 𝑑 2𝑥0,12𝑥0,25 𝑚²
3. 𝑉 , 3𝑥188,59 𝑘𝑔𝑓
𝜏 , = = = 9429,5 = 0,094 𝑀𝑃𝑎
2. 𝑏. 𝑑 2𝑥0,12𝑥0,25 𝑚²
Também para o trecho secundário, ambas as tensões cisalhantes resultam abaixo da tensão admissível (𝑓 , =
1,87 𝑀𝑃𝑎).
Para a verificação das flechas, devemos analisar a deformação nos dois eixos, e garantir que ambos não
ultrapassem o deslocamento limite 𝑆 = 𝐿 250.
Seguindo mesmo raciocínio, devemos decompor o carregamento nos eixos x e y. Vamos também calcular a
inércia em torno dos dois eixos.
𝑏. 𝑑 0,15𝑥0,25³
𝐽 = = = 1,953𝑥10 𝑚 (26)
12 12
𝑏³. 𝑑 0,15³𝑥0,25
𝐽 = = = 7,031𝑥10 𝑚 (27)
12 12
5. 𝑞 . 𝐿 5𝑥201,75𝑥6
𝑓 = = = 0,0220𝑚 = 2,20𝑐𝑚
384. 𝐸. 𝐽 384𝑥7920𝑥10 𝑥1,953𝑥10
5. 𝑞 . 𝐿 5𝑥73,43𝑥6
𝑓 = = = 0,0223𝑚 = 2,23𝑐𝑚
384. 𝐸. 𝐽 384𝑥7920𝑥10 𝑥7,031𝑥10
26
As flechas encontradas nas duas direções são menores do a flecha admissível 𝑆 = 𝐿 250 = 600 250 =
2,4𝑐𝑚.
𝑏. 𝑑 0,12𝑥0,25³
𝐽 = = = 1,563𝑥10 𝑚
12 12
𝑏³. 𝑑 0,12³𝑥0,25
𝐽 = = = 3,600𝑥10 𝑚
12 12
5. 𝑞 . 𝐿 5𝑥207,26𝑥5
𝑓 = = = 0,0136𝑚 = 1,36𝑐𝑚
384. 𝐸. 𝐽 384𝑥7920𝑥10 𝑥1,563𝑥10
5. 𝑞 . 𝐿 5𝑥75,44𝑥5
𝑓 = = = 0,0215𝑚 = 2,15𝑐𝑚
384. 𝐸. 𝐽 384𝑥7920𝑥10 𝑥3,600𝑥10
A flecha no eixo x deu menor do que a flecha admissível 𝑆 = 𝐿 250 = 500 250 = 2,0𝑐𝑚. Porém a flecha
no eixo y ficou superior ao limite de utilização. Como visto em sala, algumas medidas para corrigir este
problema são:
o Se for no eixo y, utilizando um apoio lateral na terça no meio do vao, como na figura 7.1
Como dito anteriormente, foi adotada a medida de aumentar o número de nós da treliça, e consequentemente
o número de terças no trecho secundário. Isso faz com que a faixa de carregamento que cada terça suporta
fique menor, diminuindo o carregamento sobre cada terça. Com essa medida também foi possível utilizar uma
terça com seção transversal menor. A seguir será mostrado como ficou a geometria das treliças Tipo 2 e Tipo
3, que foram alteradas.
Vão: 6 metros
Vamos verificar novamente como a terça resiste a flexão simples. A nova seção transversal adotada é de
12x20cm. Com isso teremos diminuído além da faixa de inflûencia do carregamento em área, o peso próprio
da terça. O novo carregamento está calculado na equação abaixo:
𝑀𝑑 𝑞𝐿2 /8
𝛿𝑀,𝑑 = = (5)
𝑊 𝑊𝑐
𝑏. 𝑑² 0,12𝑥0,20²
𝑊𝑐 = = = 8,00 𝑥 10−4 𝑚3 (29)
6 6
151,8𝑥5²
𝑀𝑑 𝑞𝐿2 /8 8 = 592968,75 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀,𝑑 = = = −4
= 5,930 𝑀𝑃𝑎 (30)
𝑊 𝑊𝑐 8,00 𝑥 10 𝑚3 𝑚²
𝛿𝑀,𝑑 5,930
= = 0,346 ≤ 1
𝑓𝑚,𝑑 17,14
Logo, a terça resiste à tensão normal causada pela flexão simples da terça da cumeeira.
Como visto anteriormente, a vericação a ser feita está expressa na equação abaixo:
𝜏
≤1 (9)
𝑓 ,
A resistência ao cisalhamento da madeira adotada e corrigida pelos coeficientes de modificação foi calculada
anteriormente, no valor de 𝑓 , = 1,87 MPa. O valor de 𝜏 é dado pela seguinte equação:
30
3. 𝑉 3. 𝑞. 𝐿 2
𝜏 = =
2. 𝑏. 𝑑 2. 𝑏. 𝑑
Utilizando o novo valor do carregamento corrigido, e as novas dimensões da seção transversal, temos:
3. 𝑉 3x151,8x 5 2
𝜏 = = = 23718,75 𝑘𝑔𝑓⁄𝑚² = 0,237𝑀𝑃𝑎
2. 𝑏. 𝑑 2x0,12x0,20
𝜏 0,237
= = 0,127 ≤ 1
𝑓 , 1,87
𝑏. 𝑑 0,12𝑥0,20³
𝐽= = = 8,00𝑥10 𝑚
12 12
5. 𝑞. 𝐿 5𝑥151,8𝑥5
𝑓= = = 0,0195 𝑚 = 1,95𝑐𝑚
384. 𝐸. 𝐽 384𝑥7920𝑥10 𝑥8,00𝑥10
Então fica verificado que a nova terça adotada para o trecho secundário atende ao Estado Limite de Serviço
quanto à deformação da mesma.
Utilizaremos o mesmo raciocínio exposto anteriormente, de decomposição dos esforços nos eixos x e y.
31
8.4.1 Tensão Normal
𝑞. 𝐿 151,8𝑥5²
𝑀 = = = 474,4 𝑘𝑔𝑓. 𝑚
8 8
𝑀𝑥 445,8 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀𝑥,𝑑 = = = 557250,0 = 5,573 𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑥 0,12𝑥0,20 𝑚²
6
𝑀𝑦 162,3 𝑘𝑔𝑓
𝛿𝑀𝑦,𝑑 = = = 338125,0 = 3,381 𝑀𝑃𝑎
𝑊𝑦 0,12²𝑥0,20 𝑚²
6
𝛿 , 𝛿 , 5,573 3,381
+𝐾 . = + 0,7𝑥 = 0,463 ≤ 1
𝑓 , 𝑓 , 17,14 17,14
𝛿 , 𝛿 , 5,573 3,381
𝐾 . + = 0,7𝑥 + = 0,425 ≤ 1
𝑓 , 𝑓 , 17,14 17,14
A tensão normal máxima à qual a terça está submetida é inferior à tensão admissível 𝑓 , = 17,14 𝑀𝑃𝑎.
𝑞. 𝐿 151,8𝑥5
𝑉 = = = 379,5 𝑘𝑔𝑓
2 2
3. 𝑉 , 3𝑥356,6 𝑘𝑔𝑓
𝜏 , = = = 22287,5 = 0,223 𝑀𝑃𝑎
2. 𝑏. 𝑑 2𝑥0,12𝑥0,20 𝑚²
3. 𝑉 , 3𝑥128,8 𝑘𝑔𝑓
𝜏 , = = = 8050,0 = 0,081 𝑀𝑃𝑎
2. 𝑏. 𝑑 2𝑥0,12𝑥0,20 𝑚²
Para a nova configuração da terça, ambas as tensões cisalhantes resultam abaixo da tensão admissível (𝑓 , =
1,87 𝑀𝑃𝑎).
32
8.4.3 Verificação das Flechas
𝑏. 𝑑 0,12𝑥0,20³
𝐽 = = = 8,00𝑥10 𝑚
12 12
𝑏³. 𝑑 0,12³𝑥0,20
𝐽 = = = 2,88𝑥10 𝑚
12 12
5. 𝑞 . 𝐿 5𝑥142,6𝑥5
𝑓 = = = 0,0183𝑚 = 1,83𝑐𝑚
384. 𝐸. 𝐽 384𝑥7920𝑥10 𝑥8,00𝑥10
5. 𝑞 . 𝐿 5𝑥51,9𝑥5
𝑓 = = = 0,0185𝑚 = 1,85𝑐𝑚
384. 𝐸. 𝐽 384𝑥7920𝑥10 𝑥2,88𝑥10
Ambas as flechas deram menor do que a flecha admissível 𝑆 = 𝐿 250 = 500 250 = 2,0𝑐𝑚.
Os carregamentos que serão aplicados nas treliças são compostos pelas reações das terças acrescidas do peso
próprio das próprias treliças e de eventuais contraventamentos. As reações das terças já foram obtidas no
cálculo de tensão tangencial (a reação tem valor igual ao valor máximo do esforço cortante).
Para calcular o peso próprio da treliça, devemos adotar seções transversais das peças que irão compô-la.
Também devemos estipular a área de influência de cada nó, para que o carregamento seja aplicado como
cargas concentradas em cima dos nós. Isto é feito para que o modelo de cálculo seja aplicado (treliça isostática
com nós rotulados).
Para facilitar a montagem, estipulamos uma mesma seção transversal para as barras dos banzos inferior e
superior, das diagonais e do pendural central (12x20cm). Os montantes serão duplos, de seção 20x5cm cada,
33
fixados envolvendo os banzos superior e inferior. Essa solução é mais econômica, pois economiza chapa de
aço e parafusos.
A figura 9.1 apresenta a treliça do trecho principal da edificação, com seus nós numerados. Também está
apresentado todas as cotas das barras que compõe a treliça (todas as barras do banzo superior possuem a
mesma dimensão, assim como as do banzo inferior, e a treliça é simétrica em relação ao seu eixo vertical
central, por isto não foi necessário cotar todas as barras). A treliça também foi dividida em áreas de influência.
Cada nó recebe a carga que está contida em um espaço limitado pela metade da distância entre nós, para cada
lado.
Figura 9.1 – Treliça tipo 1 com nós numerados, barras cotadas e áreas de
influência definidas.
Como a treliça é simétrica, os carregamentos são iguais nos nós opostos (1 e 16, 2 e 14, etc). Cada nó do banzo
superior recebe a carga referente às barras contidas em sua área de inflência. A carga de cada barra é calculada
pela equação (31) abaixo:
Onde, γ é a densidade da madeira (850 kgf/m³); 1,4 é o fator de majoração do carregamento permanente; e 1,1
é o fator de majoração do aço utilizado nas ligações.
34
Vamos calcular a carga de cada barra:
Banzo Superior: BS = 0,12 x 0,20 x 1,46 x 850 x 1,4 x 1,1 = 45,87 kgf
Banzo Inferior: BI = 0,12 x 0,20 x 1,38 x 850 x 1,4 x 1,1 = 43,35 kgf
Pendural Central: PC = 0,12 x 0,20 x 2,00 x 850 x 1,4 x 1,1 = 62,83 kgf
Montante 1 (nós 2 e 14): M1 = 2 x 0,20 x 0,05 x 0,50 x 850 x 1,4 x 1,1 = 13,09 kgf
Montante 2 (nós 4 e 12): M2 = 2 x 0,20 x 0,05 x 1,00 x 850 x 1,4 x 1,1 = 26,18 kgf
Montante 3 (nós 6 e 10): M3 = 2 x 0,20 x 0,05 x 1,50 x 850 x 1,4 x 1,1 = 39,27 kgf
Diagonal 1 (nós 2 e 14): D1 = 0,12 x 0,20 x 1,46 x 850 x 1,4 x 1,1 = 45,87 kgf
Diagonal 2 (nós 4 e 12): D2 = 0,12 x 0,20 x 1,70 x 850 x 1,4 x 1,1 = 53,41 kgf
Diagonal 3 (nós 6 e 10): D3 = 0,12 x 0,20 x 2,04 x 850 x 1,4 x 1,1 = 64,09 kgf
N8 = BS + BI + PC + D3 = 216,14 kgf
Figura 9.2 – Treliça tipo 2 com nós numerados, barras cotadas e áreas de
influência definidas.
Banzo Superior: BS = 0,12 x 0,20 x 1,06 x 850 x 1,4 x 1,1 = 33,30 kgf
Banzo Inferior: BI = 0,12 x 0,20 x 1,00 x 850 x 1,4 x 1,1 = 31,42 kgf
Pendural Central: PC = 0,12 x 0,20 x 1,09 x 850 x 1,4 x 1,1 = 34,24 kgf
Montante 1 (nós 2 e 10): M1 = 2 x 0,20 x 0,05 x 0,36 x 850 x 1,4 x 1,1 = 9,42 kgf
Montante 2 (nós 4 e 8): M2 = 2 x 0,20 x 0,05 x 0,73 x 850 x 1,4 x 1,1 = 19,11 kgf
Diagonal 1 (nós 2 e 10): D1 = 0,12 x 0,20 x 1,06 x 850 x 1,4 x 1,1 = 33,30 kgf
Diagonal 2 (nós 4 e 8): D2 = 0,12 x 0,20 x 1,24 x 850 x 1,4 x 1,1 = 38,96 kgf
N6 = BS + BI + PC + D2 = 137,92 kgf
36
9.1.3 Treliça Tipo 3
Figura 9.3 – Treliça tipo 3 com nós numerados, barras cotadas e áreas de
influência definidas.
Banzo Superior: BS = 0,12 x 0,20 x 1,46 x 850 x 1,4 x 1,1 = 45,87 kgf
Banzo Inferior: BI = 0,12 x 0,20 x 1,41 x 850 x 1,4 x 1,1 = 44,30 kgf
Pendural Central: PC = 0,12 x 0,20 x 1,09 x 850 x 1,4 x 1,1 = 34,24 kgf
Montante 1 (nós 2 e 10): M1 = 2 x 0,20 x 0,05 x 0,36 x 850 x 1,4 x 1,1 = 9,42 kgf
Montante 2 (nós 4 e 8): M2 = 2 x 0,20 x 0,05 x 0,73 x 850 x 1,4 x 1,1 = 19,11 kgf
Diagonal 1 (nós 2 e 10): D1 = 0,12 x 0,20 x 1,46 x 850 x 1,4 x 1,1 = 45,87 kgf
Diagonal 2 (nós 4 e 8): D2 = 0,12 x 0,20 x 1,24 x 850 x 1,4 x 1,1 = 49,95 kgf
N6 = BS + BI + PC + D2 = 174,36 kgf
37
9.2 PESO PRÓPRIO DO CONTRAVENTAMENTO
O contraventamento das treliças é importante para aumentar a rigidez da estrutura e evitar o tombamento das
treliças. Para vãos maiores que 9 metros, que é o caso do trecho principal da edificação deste trabalho, é
recomendável a utilização de contramento vertical nos nós adjacentes ao pendural central. No caso da nossa
estrutura, aplicaremos o contraventamento vertical em “X” nos nós 6 e 10 da treliça do tipo 1. No trecho
secundário da edificação não é necessário a aplicação de contraventamento.
Utilizaremos a seção 10x20cm. Em cada nó são utilizadas 2 barras de comprimento calculado a seguir:
𝐿= 𝑀3 + 𝑉𝑡 (32)
Onde M3 = 1,50m é a altura do montante 3 da treliça, localizadas nos nós onde está aplicado o
contraventamento, e Vt = 6,00m é o maior espaçamento entre as treliças neste trecho contraventado.
Substituindo os valores na equação (32), temos:
O valor da carga CV que as barras do contraventamento aplicam nos nós 6 e 10 da treliça do tipo 1 é de:
CV = 2 x (𝑏 𝑥 𝑑 𝑥 𝐿 𝑥 γ 𝑥 1,4 𝑥 1,1) = 2 x (0,1 x 0,2 x 6,18 x 850 x 1,4 x 1,1) = 323,58 kgf
As reações das terças são aplicadas na treliça nos nós, e foram calculadas anteriormente, na verificação da
tensão tangencial da terça.
A reação da terça nas treliças é igual a força cortante nos apoios da terça. Essa força deve ser multiplicada por
2, pois esse cortante calculado anteriormente é a parcela proveniente do vão que analisamos anteriormente.
No caso do trecho principal da edificação, o vão crítico da terça, que é de 6 metros, não se repete. A treliça
que que recebe as maiores cargas das terças é a treliça 3, que à esquerda tem vão de 5,75m e à direita tem vão
de 6m. Como dito, o valor da reação da terça de 6 metros já foi calculado, e é no valor de 𝑉 = 644,1 𝑘𝑔𝑓.
A reação que chega pelo lado do vão de 5,75m está calcula a seguir:
38
𝑞. 𝐿 214,7 𝑥 5,75
𝑉 = = = 617,3 𝑘𝑔𝑓
2 2
Assim o carregamento total provocado pelas terças em cima de cada nó é igual a soma dos dois carregamentos
Vd = 644,1 + 617,3 = 1261,4 kgf.
Para a treliça tipo 2, o carregamento critico da terça ocorre na treliça 12, que recebe de ambos os lados o valor
do esforço cortante máximo encontrado para o vão de 5 metros. Esse carregamento total aplicado em cada nó
da treliça do tipo 2 é no valor de 2 𝑥 𝑉 = 2 𝑥 379,5 = 759,0 𝑘𝑔𝑓.
A treliça do tipo 3 fica localizada na curva do trecho secundário da edificação, e por isto tem a particularidade
de receber terças de comprimento de vão diferentes, que vai resultar em carregamento sobre os nós de valores
distintos. A figura 9.4 mostra o comprimento das terças que chegam na treliça do tipo 3.
. ,
N1: 𝑉 =2𝑥 =2𝑥 = 910,8 𝑘𝑔𝑓
. ,
N2: 𝑉 =2𝑥 =2𝑥 = 759,0 𝑘𝑔𝑓
. ,
N4: 𝑉 =2𝑥 =2𝑥 = 607,2 𝑘𝑔𝑓
. ,
N6: 𝑉 =2𝑥 =2𝑥 = 455,4 𝑘𝑔𝑓
. ,
N8: 𝑉 =2𝑥 =2𝑥 = 303,6 𝑘𝑔𝑓
. ,
N10: 𝑉 =2𝑥 =2𝑥 = 151,8 𝑘𝑔𝑓
. ,
N12: 𝑉 =2𝑥 =2𝑥 = 0,0 𝑘𝑔𝑓
Com todos os valores de carregamentos sobre os nós das treliças calculados, podemos representar o somatório
de todos eles e calcular os esforços nas barras.
Todos os carregamentos atuando sobre a treliça do tipo mais solicitada está apresentada na figura 9.5. Foram
somados os carregamentos do peso próprio da treliça, do peso próprio do contraventamento (para os nós 6 e
10) e das reações das terças sobre os nós. Os esforços nas barras foram obtidos utilizando o FTOOL e
apresentados na figura 9.6.
40
O maior esforço de compressão no banzo superior ocorre na barra entre os nós 1 e 2 (e na barra oposta, entre
os nós 14 e 16). Portanto se a seção desta barra atender ao esforço solicitante, as demais do banzo superior
também vão atender, já que possuem o mesmo comprimento e um carregamento menor. A outra barra
comprimida a ser verificada é a da Diagonal 3, entre os nós 6 e 9 (e sua equivalente simétrica, entre os nós 9
e 10). As outras diagonais também estão comprimidas, porém com uma carga menor e tem menor
comprimento. Portante se a seção adotada atender ao esforço da barra D3, também atenderá nas outras
diagonais.
41
9.4.2 Treliça Tipo 2
Os carregamentos totais sobre os nós da treliça do tipo 2 estão apresentados na Figura 9.7. Os esforços nas
barras estão apresentados na Figura 9.8.
Para a compressão, devemos verificar a barra entre os nós 1 e 2, do banzo superior, e a barra diagonal D2
(entre os nós 4 e 7), que são as mais solicitadas.
42
9.4.3 Treliça Tipo 3
Da mesma forma, estão apresentadas nas Figuras 9.9 e 9.10 os carregamentos da treliça tipo 3 e os esforços
que atuam em suas barras, respectivamente.
A treliça tipo 3 apresenta comportamento assimétrico, porém as barras mais solicitadas à compressão
continuam sendo a primeira barra do banzo superior e a diagonal D2.
43
10 VERIFICAÇÃO DA FLEXOCOMPRESSÃO DAS BARRAS COMPRIMIDAS