Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DIMENSIONAMENODE UMA
LONGARINA RETA EM CONCRETO 1
Prefácio
2
Esse documento faz referência ao desenvolvimento de um dimensionamento de uma
longarina reta em concreto protendido com pós-tração pelas engenheiras Jeyce Nielle
Câmara e Nayara Talassa Damasceno, sob orientação do Professor Dr. José Neres da
Silva Filho, como parte das atividades da disciplina “Concreto Protendido”, do Curso
de Engenharia Civil da UFRN. Não se pretende aqui esgotar o assunto, mas sim dar
uma visão geral das tratativas normativas atuais e vigentes no sentido de incentivar aos
interessados buscar mais materiais complementares a fim de aperfeiçoar ainda mais os
conhecimentos melhorando o senso crítico sobre o tema.
NATAL/RN
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................
3
2. OBJETIVOS....................................................................................................................
4. DADOS DE PROJETO...................................................................................................
6.5 Fuso-limite...........................................................................................................45
13. REFERÊNCIAS...........................................................................................................83
5
1. INTRODUÇÃO
6
2. OBJETIVOS
7
3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA PONTE
Para os cálculos presentes nesse trabalho, foram desconsideradas as cargas das alas,
transversinas extremas e lajes de transição.
8
4. DADOS DE PROJETO
10
extremidade da ponte ao ponto médio entre a longarina externa e a longarina
intermediária adjacente. A Tabela 1 apresenta estes carregamentos distribuídos
linearmente ao longo da viga. As áreas foram obtidas a partir do desenho da seção
transversal da ponte com auxílio do softawe AutoCAD.
Peso Próprio
Peso
Tipo Área (m²) específico Peso(kN/m)
(kN/m³)
Longarina 0,845 25 21,13
Permanentes
11
Fonte: Autores (2021)
0 733,1 0 599,7 0
1 633,9 1641,9 479,8 1349,4
2 539,8 2902 359,8 2399
3 450,7 3780,2 239,9 3148,7
4 366,7 4327,5 119,9 3598,5
5 287,8 4518,4 0 3748,4
Fonte: Autores (2021)
12
armaduras ativa, passiva ou ambas, encontrado, por exemplo, em (CHOLFE E
BONILHA, 2018).
A NBR 6118 (ABNT, 2014) recomenda, no item 9.6.1.2.1, que a tensão da armadura
de protensão na saída do aparelho tensor (macaco) não ultrapasse os seguintes valores
no caso de pós-tração aderente:
13
(Aços RB)
c) Hipótese 1: e
14
Foi considerado que o centro da armadura passiva está a 5cm da borda inferior e
o da armadura passiva está a 10cm da borda inferior na seção de meio vão, ou seja:
Isolando tem-se:
15
Admitindo que a peça trabalhe em parte do domínio 2 onde ou no
domínio 3ou 4 de deformações, tem-se e consequentemente:
16
O momento resistido pela alma será então:
Assim:
17
Através das equações de compatibilidade entre as deformações, relaciona-se os
valores e de modo:
Portanto,
18
d) Hipótese 2: e
Nesta segunda hipótese, é admitido que o momento solicitante seja resistido por
armaduras ativa e passiva. Para isso é preciso conhecer a deformação na armadura
passiva e como já foi dito anteriormente, , assim:
*Ressalta-se que pequenas diferenças nos resultados dos cálculos se deve ao fato do
cálculo ter sido realizado considerando todas as casas decimais, e aqui foram escritos
apenas valores arredondados.
19
Foi adotado 4 cabos com 9 cordoalhas de 15,2mm, em que cada cordoalha possui uma
área norminal de 1,4cm² de acordo com o catálogo da Rudloff. A área efetiva de aço
ativo é então . A área de aço passivo necessária é
então:
Foi adotado
A força de protensão total aplicada no macaco será igual a tensão limite de norma (
pela área de aço ativo, assim:
Sendo o número total de cabos igual a 4, a força de protensão inicial por cabo é:
20
• Determinação do número de cordoalhas (cabos) na seção de
dimensionamento;
• Disposição dos cabos na(s) seção(ões) de dimensionamento, respeitando
os cobrimentos, espaçamentos mínimos e disposições construtivas;
• Disposição das ancoragens nas extremidades, respeitando as dimensões
dos nichos e placas de ancoragem, espaçamentos mínimos e disposições
construtivas.
1. Recomendações:
• variáveis de 0° a 20°, de preferência múltiplos de 2° ou 5°;
• variáveis de 20° a 30°, de preferência iguais;
• Ancorar na extremidade a maioria dos cabos, recorrendo a ancoragem no flange
superior apenas se necessário.
2. Medidas dos trechos retos horizontais:
21
•
•
Procedimento de Cálculo:
22
3. Conhecendo-se a projeção horizontal da parábola ou, isto é, fixadas as origens
0’’ e 0’, determina-se a inclinação do cabo no apoio, isolando
5.
Detalhamento do cabo 4
23
O primeiro detalhamento é feito para o cabo situado na camada mais superior.
1. =1,13m e m
3.
5.
A abcissa do ponto de elevação 0’ em relação ao eixo inicial ξ' é dado por:
(m) 11,65
yi 1,13
y0i 0,1
b 1
α'i (º) 8,58
αi (º) 10
(m) 9,68
(m) 0,85
24
a 0,00911
- 1,97
(m)
Fonte: Autores (2021)
RETO
0 0 10,0
0,03 0,00000819 10,0
1,03 0,00965963 11,0
PARÁBOLA
2,03 0,03752132 13,8
3,03 0,08359326 18,4
4,03 0,14787545 24,8
5,03 0,2303679 33,0
6,03 0,3310706 43,1
7,03 0,44998356 55,0
8,03 0,58710677 68,7
9,03 0,74244023 84,2
9,68 0,85317223 95,3
10,53 - 110,3
RETO
10,68 - 113,0
Fonte: Autores (2021)
25
Figura 9 - Detalhamento do Cabo 4.
Detalhamento do cabo 3
Em seguida, determina-se o traçado do cabo imediatamente abaixo do cabo 4,
isto é, o cabo 3, tomando-se, inicialmente, como ponto de levantamento (ponto 0’) o
mesmo ponto 0’ do cabo 4. O cálculo se procede da mesma forma que para o cabo 4.
Dessa forma, serão apenas apresentadas as tabelas de cálculo.
(m) 9,68
yi 0,86
y0i 0,1
b 1
α'i (º) 7,41
αi (º) 8
(m) 8,82
(m) 0,62
a 0,00797
- 0,87
(m)
Fonte: Autores (2021)
26
Tabela 6 - Cálculo das ordenadas das seções do cabo 3.
ξ (m) η (m) Y3 (cm) TRECHO
0 0 10,0
RETO
0 0 10,0
0,16 0,000204 10,0
1,16 0,010726 11,1
PARÁBOLA
9,81 - 86
Fonte: Autores (2021)
Detalhamento do cabo 2
27
mesmo ponto 0’ do cabo 3. O cálculo se procede da mesma forma que para o cabo 4.
Dessa forma, serão apenas apresentadas as tabelas de cálculo.
(m) 8,82
yi 0,59
y0i 0,1
b 1
α'i (º) 5,18
αi (º) 6
(m) 7,32
(m) 0,38
a 0,00718
- (m) 1,49
0 0 10,0
0,67 0,003220972 10,3
PARÁBOLA
28
7,32 0,384467357 48,4
8,17 - 57,4
RETO
8,32 - 59,0
Fonte: Autores (2021)
Detalhamento do cabo 1
(m) 7,32
yi 0,32
y0i 0,1
b 1
α'i (º)
αi (º)
(m) 4,29
(m) 0,15
a 0,00815
- (m) 3,03
0 0 10,0
0,64 0,003336 10,3
1,64 0,021908 12,2
2,64 0,056772 15,7
29
3,64 0,107926 20,8
PARÁBOLA
4,29 0,149913 25,0
5,14 - 30,9
RETO
5,29 - 32,0
Fonte: Autores (2021)
Onde:
30
• Pi é o valor definido no item 9.6.1.2.1 da referida norma;
• x é a abscissa do ponto onde se calcula a perda, medida a partir da ancoragem,
expressa em metros (m);
• é a soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto de abscissa x,
expressa em radianos (rad);
• é o coeficiente de atrito aparente entre o cabo e a bainha.
• k é o coeficiente de perda por metro provocada por curvaturas não intencionais
do cabo. Na falta de dados experimentais, pode ser adotado o valor 0,01 μ (1/m).
Pi (kN/cabo) 1766,772
σpi (MPa) 1402,2
nº cordoalhas 9
Sistema fios lisos ou cordoalhas e bainha metálica
μ 0,2
k(rad/m) 0,002
Fonte: Autores (2021)
31
8 6,65 0,1 0,06981 1719,26 47,52 2,69% reto
9 7,65 0,1 0,06981 1715,82 50,95 2,88% reto
10 8,65 0,1 0,06981 1712,39 54,38 3,08% reto
11 9,65 0,1 0,06981 1708,97 57,80 3,27% reto
12 10,65 0,1 0,06981 1705,56 61,22 3,46% reto
13 11,65 0,1 0,06981 1702,15 64,62 3,66% reto
14 12,65 0,1 0,06981 1698,75 68,02 3,85% reto
Fonte: Autores (2021)
32
Tabela - Perdas por atrito -
13 Cabo 2.
Seção x y P (x) Perda Trecho
CABO 2
α (rad) ∆P0 (x) percentual
(%)
Ancoragem 0 0,59 0 1766,77 0 0,00% reto
1 0,15 0,57 0 1766,24 0,530 0,03% reto
2 1 0,48 0 1763,24 3,530 0,20% reto
3 1,65 0,42 * * * * Parábola
4 2,65 0,33 * * * * Parábola
5 3,65 0,26 * * * * Parábola
6 4,65 0,20 * * * * Parábola
7 5,65 0,15 * * * * Parábola
8 6,65 0,12 * * * * Parábola
9 7,65 0,10 * * * * Parábola
10 8,65 0,1 0,10472 1700,48 66,293 3,75% Parábola
11 9,65 0,1 0,10472 1697,08 69,690 3,94% reto
12 10,65 0,1 0,10472 1693,69 73,081 4,14% reto
13 11,65 0,1 0,10472 1690,31 76,465 4,33% reto
14 12,65 0,1 0,10472 1686,93 79,842 4,52% reto
Fonte: Autores (2021)
14 Cabo 3.
33
Tabela - Perdas por atrito -
Seção x y P (x) Perda Trecho
15 Cabo 4.
34
Tabela - Perdas por atrito -
Seção x y P (x) Perda Trecho
35
Tabela 16 - Perdas por acomodação da ancoragem - Hipótese 1.
HIPÓTESE 1
w<b
b< w <
o'
36
Tabela 19 - Perdas por acomodação da ancoragem - Hipótese 4.
HIPÓTESE 4
w > l/2
CABO 1 CABO 2 CABO 3 CABO 4
37
CABO 1
1800,00
1750,00
1700,00
1650,00
1600,00
1550,00
0 2 4 6 8 10 12 14
Perdas por atrito Perdas por acomodação da ancoragem
CABO 2
1800,00
1750,00
1700,00
1650,00
1600,00
1550,00
1500,00
0 2 4 6 8 10 12 14
CABO 3
1800,00
1750,00
1700,00
1650,00
1600,00
1550,00
1500,00
0 2 4 6 8 10 12 14
38
Figura 14 - Perdas imediatas - Cabo 4.
CABO 4
1800,00
1750,00
1700,00
1650,00
1600,00
1550,00
1500,00
0 2 4 6 8 10 12 14
Ac (m²) 0,845
Ambiente
39
Umidade (%) 78
γ 2,00
Abatimento do concreto
∆tef,i (dias) 7
ε1s -0,00042362
ε2s 0,7456
βs(t0) 0,0151
εcs(∞,t0) -0,0003
40
Assim como na retração, foram aplicados os procedimentos de Cholfe e Bonilha
(2018), orientados pelo Anexo A da NBR 6118. Os resultados obtidos estão apresentados na
Tabela 21:
Idade (dias) 7 28 56 60
fck (MPa) 40
Cimento Portand
α (fluência) 1
41
ϕ1c 1,72
ϕ2c 1,23
ϕd 0,4
εcc(∞,tfic0) -0,000840153
A perda de tensão da armadura protendida provocada pela retração e fluência do concreto foi
calculada através desse procedimento está resumida na Tabela 22 a seguir:
Ap (cm²) 50,40
42
αp 5,65
∆P (kN/cabo) -275,72
Aço RB
σpi/fptk 0,72
43
ψ∞ 6,67
Número de cabos 4
O total de perdas imediatas, obtido pela soma da perda por atrito e por
acomodação da ancoragem para seção de meio vão, foi de 511,688 kN, que resultou
num percentual aproximadamente de 12%.
As perdas progressivas, obtidas pela soma da perda pelo efeito conjunto da retração e
fluência e relaxação do aço, resultou em 295,12 kN/cabo, ou seja 1180,48 kN. Desse
modo,
44
No dimensionamento no ELU, havia sido admitido uma perda de 30%, onde a tensão
no tempo infinito utilizada para os cálculos foi de:
Como essa diferença é muito pequena, não foi necessário realizar um novo
cálculo.
6.5 Fuso-limite
Neste projeto, optou-se pelo processo do fuso limite, uma vez que não ocorre
grande variação da intensidade da força de protensão (não há interrupção de cabos ao
longo do vão e todos são ancorados nas extremidades da peça).
“O fuso limite é uma faixa ou região dentro da altura da peça onde os cabos de
protensão devem estar situados, o que proporciona que as tensões admissíveis sejam
atendidas ao longo de todo o comprimento da peça.” (BASTOS, 2019, p. 165)
45
Onde:
46
Fonte: Adaptado de Bastos (2019)
Dessa forma, foi realizado o cálculo das excentricidades limites por meio de
planilha do Excel com os valores dos esforços solicitantes para as condições de estado
em vazio, combinação quase permanente e combinação frequente. As curvas mais
desfavoráveis foram plotadas em gráfico, gerando, assim, a região do fuso limite. A
seguir serão apresentadas as tabelas de cálculo e o gráfico plotado:
Ac (cm²) 8450
fck (MPa) 50
0,0
σtr,tot (kN/cm²)
47
Wt (cm³) 320539,74
Wb (cm³) 304903,66
αt (1/cm) 0,026
αb (1/cm) 0,028
M0 (kN.cm) Variável
R 0,80
P0 (kN) 6555,41
Tabela 26 - Cálculo das excentricidades limites para o estado em vazio no bordo superior e
inferior.
Estado em vazio (ELU)
Bordo superior Bordo inferior
50,91 0 0 75,24 0 0
59,98 59430 2,5 84,31 59430 2,5
67,03 105650 5 91,36 105650 5
72,07 138670 7,5 96,40 138670 7,5
75,09 158470 10 99,42 158470 10
76,10 165080 12,5 100,43 165080 12,5
75,09 158470 15 99,42 158470 15
72,07 138670 17,5 96,40 138670 17,5
67,03 105650 20 91,36 105650 20
59,98 59430 22,5 84,31 59430 22,5
48
50,91 0 25 75,24 0 25
Fonte: Autores (2021)
Bordo Superior
49
0 25 0 0 -114,87 0 -114,87
Fonte: Autores (2021)
Bordo Inferior
50
Figura 15 - Fuso limite da longarina.
-100,00
Fuso limite
-80,00
-60,00
-40,00
-20,00 0 5 10 15 20 25
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
51
A partir da Figura 6 são obtidas as expressões:
52
O valor da deformação de pré-alongamento é:
53
7. VERIFICAÇÃO DO ELU NO ATO DA PROTENSÃO
O valor da força de protensão para esta verificação é aquele em que já se descontou as perdas
imediatas ( ). Neste caso, .
Foi feita uma verificação simplificada no Estádio I (NBR 6118:2014 item 17.2.4.3),
onde o concreto não está fissurado e é admitido o comportamento elástico linear. Nesta
verificação deve-se satisfazer as condições:
Foi considerado que a protensão seria realizada em uma única etapa aos 7 dias
após a concretagem da peça e que o cimento utilizado foi o CPIV (s = 0,38). A
resistência nessa idade é calculada conforme:
54
Fibra inferior (convenção para cálculo: sinal da compressão positivo, e sinal da tração
negativo)
A tração máxima de tração no concreto não deve ultrapassar 1,2 vez a resistência à
tração correspondente ao valor especificado.
55
Fibra superior (convenção para cálculo: sinal da
compressão positivo, e sinal da tração
negativo)
Conclui-se que a protensão pode ser realizada em uma única etapa aos 7 dias com
segurança quando ao esmagamento do concreto ou tensões de tração acima dos limites
normativos.
56
8. VERIFICAÇÃO DOS ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO
Para protensão limitada, caso deste projeto, a verificação é feita para os seguintes
estados-limites de serviço e combinações: ELS-F, sob combinação frequente de serviço
(CF) e ELS-D, sob combinação quase-permanente de serviço (CQP). As condições a
serem atendidas são:
ELS-F:
ELS-D:
Isso quer dizer que sob combinação quase permanente de serviço não são
permitidas tensões de tração e sob combinação frequente de serviço essa tensão de
tração não pode ultrapassar a resistência do concreto a tração na flexão ( ). É
importante ressaltar a força de protensão que atua na estrutura em serviço é àquela em
que já foram descontadas todas as perdas de protensão (imediatas e progressivas).
A condição que deve ser atendida tanto na borda inferior quanto na borda superior é:
Onde é um coeficiente de forma, que para seções T tem valor 1,2. (NBR 6118
(ABNT,2014) item 17.3.1). Assim:
Também, impõe-se a condição que a tensão de compressão não deve ser superior a
, ou seja, .
a) Borda inferior
57
A expressão para o cálculo da tensão sob combinação frequente de ações na borda
inferior é:
Pode-se analisar ainda duas situações, uma momento máximo, em que atuam na
estrutura, além da carga de protensão, os carregamentos característicos permanentes e
variáveis, e uma situação de momento mínimo, onde estes carregamentos variáveis são
tidos como nulos.
A tensão de tração de 0,65 MPa é menor que a tensão de tração limite para essa
verificação , portanto, a condição está satisfeita.
b) Borda superior
58
A expressão para o cálculo da tensão sob combinação frequente de ações na borda
superior é:
Neste caso, a condição que deve ser atendida tanto na borda inferior quanto na borda
superior é:
59
Da mesma forma impõe-se também a condição que a tensão de compressão não deve
ser superior a , ou seja, .
a) Borda inferior
Não há tensão de tração e a tensão de compressão de 2,314 MPa é menor que a tensão
de compressão limite . Portanto, condição satisfeita.
60
b) Borda superior
Foi concluído que a peça atende aos Estados Limite de Serviço exigidos para protensão nível
II.
61
9. DIMENSIONAMENTO À FORÇA CORTANTE
62
Sendo , , , ,
, tem-se:
- se , então
63
- se , então
- se , então - se , então
Desse modo:
Como , então
Como , então
Também será utilizado o Modelo I de cálculo, conforme o item 17.4.2.2 da NBR 6118
(ABNT, 2014).
Este cálculo ja foi realizado no item 9.1 anterior. Porém será refeito sem o uso das
tabelas e considerando todas as casas decimais no cálculo. Assim:
64
Verifica-se que a condição inicial foi atendida:
65
Já é o momento fletor de cálculo máximo no trecho em análise, que
pode ser tomado como o de maior valor no semitramo considerado (para esse cálculo
não se consideram os momentos isostáticos de protensão, apenas os hiperestáticos).
A NBR 6118 (ABNT, 2014) no item 17.3.5.2.3 recomenda que seja disposta uma
armadura lateral mínima de em cada face da alma da viga e composta por
barras de CA-50 ou CA-60, com espaçamento não maior que 20cm e devidamente
ancorada nos apoios, respeitando o disposto em 17.3.3.2, não sendo necessária uma
armadura superior a 5cm²/m por face. Esse tipo de armadura não pode ser desprezada
em vigas com altura maior que 60cm.
8c/ 10cm
67
10. VERIFICAÇÃO À FADIGA
O item 23.5 da NBR 6118 (ABNT, 2014) trata do Estado limite último de fadiga, e
caracteriza a fadiga como “um fenômeno associado a ações dinâmicas repetidas, que pode ser
entendido como um processo de modificações progressivas e permanentes da estrutura interna
de um material submetido a oscilação de tensões decorrentes dessas ações.
a) Armadura de flexão
68
Para verificação da fadiga nas longarinas se fez uso da seguinte combinação frequente
de ações:
= 0,250021
Onde:
69
ξ = 0,4 para cordoalhas na pós-tração (obtido do item 23.5.3, pág 195, da NBR
6118/2014)
Portanto,
A partir tabela 23.2 da NBR 6118/2014, tem-se que o limites de variação de tensão para
armaduras ativas com pós-tração e cabos curvos é de
. Já para armadura passiva esse limite de variação de tensões para aço passivo com
diâmetro de 25mm é de = 175Mpa.
70
b) Verificação da fadiga no concreto comprimido
Onde:
módulo, da tensão de compressão a uma distância não maior que 300 mm da face sob
Essa verificação é feita para a seção central do vão, onde tem-se os maiores
momentos fletores. A LN (posição x) se encontra na seção da peça, já que a peça está
trabalhando no estádio I e não apresenta fissurações. Com isso, pode-se determinar a
tensão corresponde a tensão máxima na borda superior, conforme:
71
Como a posição da linha neutra (x) é maior que 30 cm, pode ser calculado a partir
de uma relação de triângulos, de modo:
72
Nessa verificação, também utiliza-se do fator de fadiga para avaliar a
necessidade de mais armadura transversal na seção. No caso das armaduras transversais,
o fator de fadiga (f.f) é dado por:
Em que:
Segundo o item 23.5.3 da NBR 6118 (ABNT, 2014), o cálculo das tensões
decorrentes da força cortante em vigas deve ser feito deve ter o valor de multiplicado
pelo fator de redução 0,5 (redução da contribuição do concreto) para o caso do modelo
I, utilizado neste projeto. Desse modo:
Será realizado apenas para a situação dos apoios, visto que são nesses pontos em
que há os maiores esforços cortantes e que foi adotada uma armadura transversal
constante ao longo de toda longarina.
73
Desse modo:
Foi adotado estribos de três ramos com diâmetro 10mm , espaçados a cada 8cm, que
obedece os critérios de detalhamento apresentados no item de dimensionamento à força
cortante. Ou seja, foi adotado para armaduras transversais , constante ao
longo de toda peça. Esse detalhamento resulta em uma área efetiva de 30cm²/m.
74
No caso de uma viga biapoiada submetida a um carregamento uniformemente
distribuído, pode-se calcular a flecha segundo as equações da RESMAT:
Como a peça é do tipo com protensão limitada, não há fissuração, e pode ser calculada
no Estádio I.
75
Essa flecha dá uma relação de flecha limite L/x de:
Essa relação é mais que o suficiente para atender aos requisitos bom comportamento da
estrutura.
76
Fonte: Leonhardt (1973),
Para o caso de várias cargas concentradas e inclinadas atuantes, como é o caso das
ancoragens de peças protendidas, os esforços são mais complexos e requerem uma
análise mais profunda. A seguir a Figura 16 mostra as tensões de fendilhamento e as
tensões na região de bordo para um modelo com 3 forças de protensão atuantes proposto
por Leonhardt (1973).
Figura 20 - Tensões de fendilhamento e tensões nas regiões de bordo para um modelo com 3
forças de protensão atuantes.
77
Fonte: Leonhardt (1973),
Neste projeto, optou-se por trabalhar com o sistema de ancoragem da empresa Protende
Sistemas e Métodos. O seu catálogo fornece valores para as armaduras de fretagem. A
seguir as Figuras 17 e 18 apresentam o modelo AA 15,2 MTAI 09 e valores utilizados:
78
Fonte: Protende (2013)
Dessa forma, o catálogo sugere o uso de 7 espiras de 12,5mm CA-25 a cada 6 cm para
a armadura de fretagem. A seguir será feita uma verificação simplificada para o número
de espiras.
Assim, um cabo com 9 cordoalhas de 15,2mm (área=1,4 cm²) será protendido com a
força de:
Logo, pode-se protender um cabo, no máximo, até uma força de 194,35 ton.
79
Assim, o número de espiras na armadura de fretagem será aumentado para 8.
13. REFERÊNCIAS
80
NBR 7187: Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos, passarelas e
outras estruturas. Rio de Janeiro, 2013 .
NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas - procedimento. Rio de Janeiro, 2014
BASTOS, Paulo Sérgio. Fundamentos do concreto protendido. [S. l.: s. n.], 2019.
81