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JOINVILLE
JANEIRO/2004
SUMÁRIO
1 O PROCESSO .................................................................................................................. 4
1.1 ETAPAS DO PROCESSO ............................................................................................... 4
2 LIGAS COMPATÍVEIS .................................................................................................. 7
3 CLASSIFICAÇÃO DAS COQUILHAS/COQUILHADEIRAS .................................. 9
3.1 QUANTO AO ENCHIMENTO ....................................................................................... 9
3.2 QUANTO A MOVIMENTAÇÃO DO MOLDE ........................................................... 13
3.3 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES ...................................................................................... 14
4 PARTES PRINCIPAIS DA COQUILHA .................................................................... 15
5 MATERIAIS DAS COQUILHAS ................................................................................ 19
5.1 AÇO SAE 1045 .............................................................................................................. 20
5.2 AÇO H13........................................................................................................................ 21
5.3 FERRO FUNDIDO CINZENTO ................................................................................... 21
5.4 FERRO FUNDIDO NODULAR ................................................................................... 21
6 MACHOS ........................................................................................................................ 22
6.1 MACHOS DESTRUTÍVEIS .......................................................................................... 22
6.2 MACHOS METÁLICOS ............................................................................................... 22
7 TINTAS ........................................................................................................................... 23
7.1 OBJETIVOS DA PINTURA ......................................................................................... 23
7.2 TIPOS DE TINTAS ....................................................................................................... 24
7.3 COMPONENTES DAS TINTAS .................................................................................. 24
7.4 CONTROLE DO FLUXO DE METAL ........................................................................ 24
7.5 CONTROLE DO GRADIENTE DE TEMPERATURA ............................................... 25
7.6 MÉTODOS DE PINTURA ............................................................................................ 26
7.6.1 Pincel ......................................................................................................................... 26
7.6.2 Pistola ........................................................................................................................ 26
7.6.3 Imersão ...................................................................................................................... 26
7.7 VIDA ÚTIL DA TINTA ................................................................................................ 26
7.8 SEQUÊNCIA DE UM PROCESSO DE PINTURA...................................................... 27
8 CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DA COQUILHA .................................. 28
8.1 CONHECIMENTOS DO PROJETISTA ....................................................................... 28
8.2 ITENS A SEREM OBSERVADOS ............................................................................... 28
8.3 POSIÇÃO DA PEÇA NA COQUILHA ........................................................................ 30
8.4 SUPERFÍCIES DE SEPARAÇÃO ................................................................................ 30
9 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO ................................................................................. 31
10 SISTEMA DE ENCHIMENTO .................................................................................... 33
10.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................... 33
10.2 SISTEMA DE CANAIS E OS ÓXIDOS ....................................................................... 35
10.2.1 Funis .......................................................................................................................... 36
10.2.2 Canal de descida ....................................................................................................... 36
10.3 TIPOS DE ENCHIMENTO ........................................................................................... 39
10.4 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E DE ATAQUE .......................................................... 42
10.5 DIMENSIONAMENTO DOS CANAIS ....................................................................... 44
10.6 NOVOS CONCEITOS DE CANAIS PARA LIGAS DE ALUMÍNIO ........................ 46
2
11 SAÍDAS DE AR E GASES ............................................................................................ 48
12 INSERTOS METÁLICOS ............................................................................................ 52
13 RESFRIADORES........................................................................................................... 53
14 DETALHES DO PROJETO ......................................................................................... 55
15 REFRIGERAÇÃO DA COQUILHA ........................................................................... 56
15.1 METODOS DE REFRIGERAÇÃO............................................................................... 56
15.1.1 Câmara de refrigeração soldada ............................................................................. 56
15.1.2 Câmara de refrigeração separada .......................................................................... 57
15.1.3 Refrigeração através de furos na coquilha ............................................................ 58
15.1.4 Refrigeração através de tubulação embutida. ....................................................... 58
15.1.5 Refrigeração por vaporização ................................................................................. 59
15.1.6 Refrigeração localizada............................................................................................ 59
15.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA LIGAS........................................................................ 61
15.3 COQUILHA PARA O CORPO DE PROVA ................................................................ 62
16 ANÁLISE DE CASOS ................................................................................................... 64
17 DEFEITOS TÍPICOS .................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 79
3
1 O PROCESSO
a)Uma tinta refratária é aplicada com pincel ou spray sobre a superfície do molde pré-
aquecido (120 – 260 oC) que irá entrar em contato direto com o metal líquido. A temperatura
de operação do molde é determinada experimentalmente podendo ser estimada pela
experiência para cada molde e liga.
c)A liga, aquecida acima da temperatura de fusão é vazada no molde através do sistema de
canais.
d)Após a peça ter atingido a solidificação, o molde é aberto a peça é removida e machos e
outras partes perdidas são removidas.
e)As etapas “b” a “d” são repetidas até que seja necessário um reparo na tinta.
f)A pratica usual de fundição é seguida pela remoção do canais e alimentadores da peça.
Fundição em coquilha por gravidade pode, em alguns casos, ser mais lenta que fundição em
areia e fundição sob pressão.
As coquilhas feitas de ferro com alta liga ou aços possuem uma vida útil de 10.000 até
120.000 ou mais ciclos.
Devido ao resfriamento rápido, as peças produzidas possuem melhor sanidade interna que
produzidas em areia.
Peças são mais resistentes e com menos poros que fundidas em fundição sob pressão e
fundição em areia.
4
Peças fundidas em coquilha necessitam menos usinagem e polimento que peças fundidas em
areia.
A qualidade superficial pode atingir a rugosidade de 100rms, a média varia entre 125 –
750rms ( 3 a 6 m).
As peças com bom acabamento podem ser usadas sem polimento, como por exemplo para
utensílios de cozinha, peças de automóveis e caminhões, ornamentais, peças de maquinas em
geral.
5
Figura 2: Peça fundida em coquilha por gravidade.
6
Pinos, mancais, tubos e outros insertos metálicos podem fazer parte das peças. Podem ser
feitos de aços, ferro, alumínio, bronze ou outros materiais.
2 LIGAS COMPATÍVEIS
Ligas de alumínio
A escolha das ligas de alumínio para a fundição em molde permanente é baseada nas
características de fluidez e enchimento do molde. Em virtude da formação de trincas a
quente, as ligas de alumínio normalmente contêm 5% ou mais de Si. A tabela 1 apresenta
a maioria das ligas de alumínio normalmente utilizadas na fundição em molde
permanente e suas propriedades mínimas.
LIMITE DE LIMITE DE
TRATAMENTO ALONGAMENTO DUREZA
LIGA RESISTÊNCIA ESCOAMENTO
TÉRMICO (%) (HB)
(MPa) (MPa)
296 T6 240 - 2 75-105
319 T6 230 - 2 75-105
332 T5 213 - - 90-120
333 T5 200 - - 70-105
333 T6 240 - - 85-115
336 T551 213 - - 90-120
356 T65 275 - - 110-140
355 T6 255 - 1,5 75-105
355 T71 230 186 - 65-95
C355 T61 275 200 3 75-105
356 T6 227 151 3 65-95
356 T71 172 - 3 60-90
A356 T61 255 179 5 70-100
443 F 144 48 2 30-60
513 F 151 82 2,5 45-75
7
333 e A33: boas propriedades mecânicas no estado bruto de fusão do que as
ligas 310.
Ligas de magnésio
Ligas de Cobre
As ligas listadas a seguir foram classificadas pelo sistema inglês – Unified Numbering
System, desenvolvido pela Cooper Development Association.
Latões amarelos – C8330 – C89990: são ligas de cobre , nas quais o zinco é o
elemento de liga. Apresentam alta resistência e são empregados em produtos
mecânicos que requerem resistência ao desgaste.
SeBiLOY III – C89550: é uma liga selênio – bismuto que contém latão
amarelo, foi desenvolvida para molde permanente. Trata-se de um latão de
usinagem rápida isento de chumbo para uso com água potável. Apresenta
melhor resistência que o latão amarelo é resistente a trincas a quente e possui
boa fluidez.
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Tabela 2: Propriedades mecânicas mínimas de ligas de cobre comuns para fundição em molde
permanente de acordo com a Copper Development Association o UNS – Unified Numbering
System.
LIMITE DE LIMITE DE
ALONGAMENTO
LIGA UNS RESISTÊNCIA ESCOAMENTO DUREZA (HB)
(%)
(MPa) (Mpa)
C83450 241 124 17 57
C85200 206 96 15 40
C85500 372 158 34 53
C85800 330 193 9 61
C86400 386 206 14 62
C87500 565 248 15 83
C87600 399 220 11 75
C87610 399 220 11 75
C87800 572 255 29 81
C95200 641 241 38 78
C95300 565 234 20 80
C95400 730 317 11 88
C9550 779 427 6 99
C95800 661 358 17 88
Sistema indicado para produção de pistões para automóveis, permite vazar até 5 kg de
alumínio.
9
Figura 5: Vazamento mecanizado com movimento linear que alimenta 2 coquilhadeiras.
10
Figura 7: Vazamento mecanizado com braço que alimenta coquilhas montadas sobre um
carrossel.
11
Figura 9: Vazamento na coquilhadeira basculante.
12
Figura 11: Coquilhadeira basculante.
Com sistema basculante o metal flui mais calmamente para dentro da cavidade do molde
desde que o desenho dos canais possua as seguintes características:
1)A metade do canal de distribuição no lado estacionário do molde deve ter a mesma
espessura que o canal do lado móvel e o metal deve ir primeiro para a parte de baixo do
molde e depois subir em direção ao massalote.
Mudanças bruscas de direção devem ser evitadas.
2)A metade do canal que está no lado móvel do molde ajuda na alimentação.
Manual.
Semi-mecanizado ou totalmente.
Automatizado.
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Figura 12: Coquilha com movimento manual tipo livro.
14
4 PARTES PRINCIPAIS DA COQUILHA
Pinos extratores
- Mais indicado é usar o aço H13.
- Lubrificar com grafite, não usar óleo, o mesmo enfraquece a tinta.
- Colocar os pinos em locais a serem usinados preferencialmente ou que não
venham afetar a ficar visíveis.
- Deve haver uma folga entre o pino e o molde de cerca de 0,2 mm.
- Não é calculado o diâmetro, a força necessária para extração é pequena.
- Pinos extratores existem prontos no mercado.
- Diâmetro: maior possível.
- Quantidade: experiência.
- Posição: recomendável que forme um triângulo.
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Placa extratora
Pinos guia
- Folga entre o pino e a bucha guia é de 0,05 a 0,20 mm.
- Pinos devem possuir a extremidade abaloada ou cônica.
- Aço temperado e nitretado, H13
- Bucha deve ser mais mole, é mais barata e mais fácil de trocar.
- Bucha pode ser de bronze, ferro fundido, aço 1020, latão.
- O comprimento dos pinos deve ser o menor possível, para permitir o fechamento
do molde em caso de pequeno empenamento.
16
Figura 18: Fixação e tipos de pinos e de buchas guia.
17
Figura 20: Posição dos guias externos em uma coquilha.
Pinos de retorno
- Servem para deslocar a placa extratora para a posição inicial.
- Ficam fixados na placa extratora.
- São geralmente de aço H13.
18
Fixadores da coquilha na coquilhadeira
- Servem para manter fixa a coquilha sobre a placa fixa e a móvel da coquilhadeira.
Batentes
- Dispositivo para deslocar a placa extratora.
- Melhor se forem fixados na coquilhadeira.
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- Custo do material
Figura 24: Esquema orientativo para escolha dos materiais para a coquilha.
Materiais utilizados:
- Aço SAE 1045
- Aço ABNT H13
- Ferro fundido cinzento
- Ferro fundido nodular
C Si Mn P S
SAE 1045
0,47 – 0,53 0,15 – 0,35 0,60 – 0,90 0,03 máx. 0,035 máx.
Tratamento térmico:
Tempera seguido de um revenido.
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5.2 AÇO H13
É mais caro.
Maior durabilidade.
Melhor resultado.
É um aço desenvolvido para trabalho a quente.
É um aço que recebem tratamento térmico de tempera e revenido.
Apresenta elevada resistência ao desgaste.
C Si Mn P S Cr V Mo
AÇO H13
0,35 – 0,8 – 0,30 – 0,03 0,035 4,8 – 0,5 – 1,2 –
SKD61*
0,42 1,2 0,50 máx. máx. 5,5 1,6 1,6
*Norma Japonesa
- Barato.
- Maior condutividade térmica que o nodular em cerca de 3x.
- Melhor resistência a choque térmico.
- Menor resistência a fadiga térmica em função da forma em cunha da grafita.
- Melhor usar FC300 ou 350 com Cr e Mo.
- Grafita tipo A, tamanho 4, 5 e 6.
- Matriz perlítica.
- Apresenta moderada expansão termica.
- Boa resistência mecânica.
C Si Mn P S
FC300
2,8 – 3,0 1,8 – 2,0 0,4 – 1,0 0,10 máx. 0,10 máx.
Outro material que possui boa resistência e boa condutividade térmica é o ferro
fundido vermicular.
C Si Mn P S Mg
FE 600 03 0,035 –
3,6 – 3,7 2,4 – 2,7 0,2 – 0,5 0,1 máx. 0,01 máx.
0,06
21
3
2,5
1,5
0,5
0
FE FE FV FV FC FC
6 MACHOS
- Machos maciços:
- Sobreaquecem menos.
- São mais pesados.
- Demoram mais para esfriar.
- São utilizados em pequenas dimensões.
- Machos ocos:
- São mais leves.
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- Podem ser resfriados com ar ou água.
7 TINTAS
23
7.2 TIPOS DE TINTAS
Isolante: aplicadas nos massalotes, canais e onde se deseja solidificação mais lenta.
Solvente: água.
24
Grão da tinta:
Grão angulares quebra o filme de óxido facilita o fluxo do metal.
Ë necessário retocar, as saliências são quebradas com o uso.
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7.6 MÉTODOS DE PINTURA
7.6.1 Pincel
- Camada irregular.
- Adequado para locais como massalotes e canais.
- Camadas mais grossas e porosas, isolante térmico.
- São tintas mais densas.
- Reentrâncias na superfície melhora a fixação da tinta.
- Temperatura recomendada para aplicação é de 120 a 180 oC.
7.6.2 Pistola
7.6.3 Imersão
- Temperatura baixa: evapora a água que está na superfície da coquilha, acima desta
há uma camada impermeável, vai ocorrer trinca na tinta pela expansão.
- Temperatura alta: ocorre microexplosões, a camada fica áspera e se desprende.
26
7.8 SEQUÊNCIA DE UM PROCESSO DE PINTURA
27
- Cabine de pintura com mesa giratória.
Desenho da peça.
Liga.
28
Quantidade de peças a serem produzidas.
Definição de usinagem.
Condições de qualidade.
Superfícies de separação.
Sistema de extração.
Desenho da peça
Forma da peça.
Espessura de parede.
Raios.
Saídas.
Contra-saídas.
Massas isoladas.
Definições:
Machos metálicos ou de areia.
Facilidade de desmoldagem dos machos.
Locais para massalotes e pontos para os ataques.
Posição da cavidade da peça na coquilha.
Tipo de liga
Quantidade de peças
Usinagem
Requisitos de qualidade
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Superfície de separação
Posicionamento de machos.
Posicionamento de pinos extratores.
Posição de massalotes.
Localização de ataques.
Números de pontos a serem rebarbados.
Localização das saídas de gases.
No sistema de extração
Coquilhas múltiplas:
Possuem menor precisão
30
Maior rebarbação na peça
Facilita a saída de gases
Reduz deformação do molde
Maior custo e tempo de construção
9 SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
Em um volume de 300 cm3 de alumínio líquido, após solidificação teremos então menos 18
cm3 de volume, terminado com 282 cm3.
Portanto o massalote deveria ter garantido cerca de 18 cm3 de metal líquido para alimentar a
esta contração. Isto atende a regra do requisito volumétrico de alimentação.
Ligas com 5 a 6 % de Si muito micro rechupes colocar refrigeração (canais com
água e/ou resfriadores de cobre).
31
O uso de massalotes com a regra do requisito térmico.
3o solidificar o massalote.
Módulo da peça (Mp) = Volume da peça (Vp) / Superfície da peça (Sp) (cm)
Mm > Mn > Mp
Passos:
a)Calcular o módulo da peça (Mp) ou da parte mais espessa da peça aonde vai
ser colocado o massalote.
Mm = K x Mp
K = 1,2 a 1,4
Dm = Mm (1 + 4P)/P (cm)
P = 1,5 a 2,5
Hm = P . Dm (cm)
e)Pescoço
Mn = (Mm + Mp)/2
Espessura e largura = 4 . Mn
32
10 SISTEMA DE ENCHIMENTO
Filmes podem ser introduzidos no banho durante a limpeza com escumadeiras e transferências
entre fornos e panelas.
Filtragem:
33
Figura 37: Filtragem do alumínio no cadinho.
34
Desgaseificação com rotor: as bolhas de gás arrastam para cima os óxidos. Deve ser
feito no forno de espera, metal com elevado grau de pureza é obtido.
35
10.2.1 Funis
36
Os canais de descida são os pontos mais críticos, devido à aceleração da gravidade.
Dependendo das alturas a velocidade do metal pode atingir 2 a 4 m/s. Campbell calculou a
velocidade limite do fluxo de alumínio líquido para que não ocorresse a quebra da tensão
superficial e inclusão de óxidos como sendo em 0,5 m/s ou 50 cm/s.
V = (2.g . h)1/2
37
Figura 44: Velocidade do metal em função da altura de vazamento.
A velocidade limite de 50 cm/s é ultrapassada com uma altura de queda de 1,24 cm.
Vazão (Q).
A vazão é regida pela lei da continuidade, válido para o sistema de canais em regime cheio,
através desta lei é possível explicar o descolamento do metal liquido das paredes de um canal
de descida reto. O uso de inclinações na ordem de no mínimo de 3o já é suficiente.
Q=A.V
Q = vazão (cm3/s)
A = área da secção transversal (cm2)
V = velocidade do metal no local (cm/s)
Para canais de descida mais altos, melhor usar forma quadrada ou retangular, fazer um ângulo
de saída neste canal de cerca de 15 a 20o.
38
Figura 46: Secção transversal do canal de descida.
39
Figura 48: Enchimento por baixo.
Enchimento lateral
Menor turbulência.
Permite combinar massalote ao lado do canal de descida.
Aquece muito um lado da coquilha.
40
Figura 50: Enchimento lateral.
Ex: 1 : 4 : 4
41
Figura 52: Sistema sugerido pela AFS.
Mudanças bruscas de direção criam zonas de baixa pressão, recursos como arredondamentos
auxiliam a evitar o descolamento do metal das paredes.
Bacias no fundo do canal de descida não são indicadas, melhor fazer uma caixa.
O principal problema é durante a entrada do metal na cavidade do molde que muitas vezes
ocorre com elevada velocidade.
De forma geral se recomenda que o metal entre na cavidade do molde pela parte inferior. A
contrapressão do metal na cavidade durante o enchimento ajuda a diminuir a velocidade do
fluxo.
42
Figura 53: Sistema de canais proposto pela AFS.
43
10.5 DIMENSIONAMENTO DOS CANAIS
ETAPAS:
g = 980 cm/s2
Para calcular a área A3, basta verificar a relação de área que foi escolhida e multiplicar o
valor da área de A2 (cm2) pelo módulo de A3, depois é só dimensioná-lo de acordo com a
forma da secção escolhida, ou seja a relação espessura largura do canal de distribuição.
Para calcular a área dos canais de ataque A4, basta verificar a relação de área que foi
escolhida e multiplicar o valor da área de A2 (cm2) pelo módulo de A4, depois é só
dimensioná-la de acordo com a forma da secção escolhida, ou seja a relação espessura largura
do ataque.
Outra forma de dimensionar A4 é manter o limite de velocidade igual a 50 cm/s e a vazão que
foi obtida no ábaco:
A = Q/V
A4 = Q/50 (cm2)
Recomendável que a velocidade nos canais de ataque não seja superior a 50 cm/s.
Se usar filtro é importante o que mesmo fique localizado o mais próximo do ataque.
44
Figura 55: Posição das áreas para o dimensionamento.
45
O fluxo de metal pode apresentar diferentes tipos de regimes de movimento em função
da sua velocidade. Estes regimes podem ser classificados por meio do número de Reynolds,
calculado pela equação abaixo:
Re = v.d/
Re = número de Reynolds
v = velocidade do fluxo
d = diâmetro hidráulico
= viscosidade cinemática do metal, que no caso do alumínio é 1,27 x 102 cm/s.
Um novo sistema foi apresentado no CONAF 2001 (Congresso Nacional de Fundição) por
Ricardo Fuoco et all. Este sistema baseado na manutenção do menisco superficial durante o
enchimento dos moldes, evitando a incorporação dos óxidos superficiais pelo metal.
1-Os canais de descida devem ser projetados para garantir a vazão necessária ao
preenchimento das peças, sem promover aspiração de ar (canal cônico) e limitando a
velocidade do fluxo (maximizando o atrito entre fluxo de metal e paredes do molde: usando
canais de grande retangularidade para diminuir o “diâmetro hidráulico e limitar a turbulência
descrita pelo numero de Reynolds -canal tipo faca)”. A eficiência destes canais é máxima
quanto menores forem as espessuras utilizadas, sendo comuns valores entre 3 e 6mm;
46
4. A secção do canal de descida (base do canal de descida). as somatórias das secções dos
canais de distribuição e de ataque devem ter relação 1:1:1, visando não aumentar a
velocidade do fluxo (em canais convergentes) e evitar aspiração de ar (canais divergentes):
5. Para sistemas de canais com filtros cerâmicos, o próprio filtro introduz uma grande perda
de carga e redução de velocidade Os conceitos anteriores podem ser aplicados, mas a secção
imediatamente antes e depois do filtro deve ser calculada para garantir que a velocidade do
fluxo esteja abaixo de 50cm/s para evitar turbulência durante o preenchimento da cavidade do
molde.
Resumindo há pelo menos duas maneiras de projetar um sistema de canais para peças
fundidas por gravidade em ligas de alumínio:
2-Utilizar filtros cerâmicos como forma de reduzir a velocidade do fluxo de metal antes da
entrada na cavidade do molde. Certamente a eficiência de redução de velocidade dependerá
do tipo de filtro e tamanho dos poros.
47
Os resultados da pesquisa de Fuoco permitiram classificar os sistemas de canais quanto ao
desempenho pelo grau de degradação das propriedades mecânicas obtidos como sendo:
• Vazamento por cima;
• Vazamento por baixo seguindo as recomendações da literatura;
• Vazamento por baixo com canais tipo faca;
• Vazamento por baixo com filtro vertical no canal de distribuição;
• Vazamento por baixo com filtro horizontal no canal de ataque;
Os resultados mostraram que as recomendações existentes na literatura técnica
tradicional para o projeto de sistemas de canais promove preenchimento turbulento, não sendo
adequados para a produção de peças com exigências de propriedades mecânicas.
Para sistemas de canais sem filtro, os melhores resultados de propriedades mecânicas foram
obtidos para sistema utilizando canais em faca.
Entre todos os resultados estudados destacaram-se os sistemas de canais com filtros cerâmicos
tipo espuma, particularmente com filtro colocado no canal de ataque.
11 SAÍDAS DE AR E GASES
48
Folga entre o pino extrator e o molde pode ajudar na saída de ar.
Saídas de ar podem ser feitas pelo pino extrator conforme a figura abaixo.
Em secções planas da peça pode ser feita uma malha de saídas de ar, fresadas, com
conexão ao pino extrator.
49
Figura 62: Saídas de ar pela junção macho metálico/molde.
50
Figura 65: Saída de gases de machos de areia por sucção.
No caso de peças aletadas a coquilha não deve ser maciça, mas em partes de acordo com as
aletas, desta maneira é possível confeccionar saídas de ar entre estas partes.
51
Figura 68: Saída de ar do tipo filtro, cerâmico, com orifícios de até 0,3 mm.
12 INSERTOS METÁLICOS
Insertos podem ser de metais ferrosos, bronze e latão.
Geralmente são elementos de fixação como parafusos ou porcas.
O uso de inserto reduz a produtividade na fundição.
Cuidados:
A superfície do inserto deve ser áspera com ranhuras ou recartilhados.
Devem ser limpos, isentos de graxa, óleos e umidade
Devem ser pré-aquecidos.
É recomendável aquecê-lo e mergulha-lo no banho antes de colocar na coquilha,
isto melhora a aderência do metal.
52
13 RESFRIADORES
Para aumentar a eficiência do resfriador, pode-se prolongar o mesmo fazendo-o com aletas.
53
Figura 71: Resfriador metálico refrigeração.
54
14 DETALHES DO PROJETO
Abas para posicionar extratores, desta forma se evitam marcas sobre a peça.
Bolachas para apoio do pino extrator, em regiões onde pode o pino extrator pode
penetrar na peça em função da massa muito grande e estar no estado pastoso.
Figura 74: Bolacha para apoio do pino extrator em região muito quente.
55
15 REFRIGERAÇÃO DA COQUILHA
Os locais a serem refrigerados devem evitar mudanças bruscas de temperaturas, que podem
causar falhas de enchimento, solda fria, rechupes, tensões e trincas.
56
Figura 77: Câmara de refrigeração do tipo jaqueta soldada.
57
15.1.3 Refrigeração através de furos na coquilha
É o mais utilizado.
Não há curvas, os furos são retos, é necessário o uso de plugues para fechamento dos furos em
excesso.
Vazamentos podem surgir com a dilatação nos plugues e conectores.
Tubos curvados são colocados no molde antes de vazar o metal que vai fazer o
corpo da coquilha, desta forma o sistema fica embutido.
Elimina vazamentos.
58
15.1.5 Refrigeração por vaporização
É pouco usado.
Um sistema de bicos pulverizam água na parte de trás da coquilha, de cima para baixo.
É muito utilizado através do uso de insertos com materiais que conduzem mais calor, é o caso
dos resfriadores, pode haver refrigeração forçada com ar, usando-se aletas e com água
passando nos resfriadores.
59
Figura 83: Extrator de calor localizado refrigerado.
60
NORMA ASTM B 108
15.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA LIGAS
Alloy Composition. %
ANSIA UNS Aluminum Silicon Iron Copper Manganese Magnesium Chromium Nickel Zinc Tin Titanium Other Elements
Each Total
204.0 A02040 remainder 0.20 0.35 4.2-5.0 0.10 0.15-0.35 0.05 0.10 0.05 0.15-0.30 0.05 0.15
208.0 A02080 remainder 2.5-3.5 1.2 3.5-4.5 0.50 0.10 0.35 1.0 0.25 0.50
222.0 A02220 remainder 2.0 .5 9.2-10.7 0.50 0.15-0.35 0.50 0.8 0.25 0.35
242.0 A02420 remainder 0.7 .0 3.5-4.5 0.35 1.2-1.8 0.25 1.7-2.3 0.35 0.25 0.05 0.15
296.0 remainder 2.0-3.0 .2 4.0-5.0 0.35 0.05 0.35 0.50 0.25 0.35
308.0 remainder 5.0-6.0 .0 4.0-5.0 0.50 0.10 1.0 0.25 0.50
319.0 A03190 remainder 5.5-6.5 .0 3.0-4.0 0.50 0.10 0.35 1.0 0.25 0.50
336.0E A03360 remainder 11.0-13.0 .2 0.50-1.5 0.35 0.7-1.3 2.0-3.0 0.35 0.25 0^05
332.0E A03320 remainder 8.5-10.5 1.2 2.0-4.0 0.50 0.50-1.5 0.50 1.0 0.25 0.50
333.0 A03330 remainder 8.0-10.0 1.0 3.0-4.0 0.50 0.05-0.50 0.50 1.0 0.25 0.50
354.0 A03540 remainder 8.6-9.4 0.20 1.6-2.0 0.10 0.40-0.6 0.10 0.20 0.05 0.15
355.0 A03550 remainder 4.5-5.5 0.6 1.0-1.5 0.50a 0.40-0.6 0.25 0.35 0.25 0.05 0.15
C355.0 A33550 remainder 4.5-5.5 0.20 1.0-1.5 0.10 0.40-0.6 '' ... 0.10 0.20 0.05 0.15
356.0 A03560 remainder 6.5-7.5 0.6 0.25 0.35 0.20-0.45 0.35 0.25 0.05 0.15
A356.0 A 13560 remainder 6.5-7.5 0.20 0.20 0.10 0.25-0.45 0.10 0.20 0.05 0.15
357.0 remainder 6.5-7.5 0.15 0.05 0.03 0.45-0.6 0.05 0.20 0.05 0.15
A357.0 A13570 remainder 6.5-7.5 0.20 0.20 0.10 1 0.40- 0.40-0.7 0.10 0.10-0.20 0.05C 0.15
359.0 A03590 remainder 8.5-9.5 0.20 0.20 0.10
0.7 0.5-0.7 0.10 0.20 0.05 0.15
443.0 A04430 remainder 4.5-6.0 0.8 0.6 0.50 0.05 0.25 0.50 0.25 0.35
B443.0
A03590 A24430 remainder 4.5-6.0 0.8 0.15 0.35 0.05 0.35 0.25 0.05 0.15
A444.0 A14440 remainder 6.5-7.5 0.20 0.10 0.10 0.05 0.10 0.20 0.05 0.15
513.0E A05130 remainder 0.30 0.40 0.10 0.30 3.5^.5 1.4-2.2 0.20 0.05 0.15
535.0 A05350 remainder 0.15 0.15 0.05 0.10-0.25 6.2-7.5 0.10-0.25 0.05D 0.15
705.0 A07050 remainder 0.20 0.8 0.20 0.40-0.6 1.4-1.8 0.20-0.40 2.7-3.3 0.25 0.05 0.15
707.0 A07070 remainder 0.20 0.8 0.20 0.40-0.6 1.8-2.4 0.20-0.40 4.0-4.5 0.25 0.05 0.15
711.0E A07110 remainder 0.30 0.7 0.35-0.65 0.05 0.25-0.45 6.0-7.0 0.20 0.05 0.15
713.0 A07130 remainder 0.25 1.1 0.40-1.0 0.6 0.20-0.50 0.35 0.15 7.0-8.0 0.25 0.10 0.25
850.0 A08500 remainder 0.7 0.7 0.7-1.3 0.10 0.10 0.7-1.3 5.5-7.0 0.20 0.30
851.0E A08510 remainder 2.0-3.0 0.7 0.7-1.3 0.10 0.10 0.3-0.7 5.5-7.0 0.20 0.30
852.0E A08520 remainder 0.40 0.7 1.7-2.3 0.10 0.6-0.9 0.9-1.5 5.5-7.0 0.20 0.30
15.3 COQUILHA PARA O CORPO DE PROVA
Figura 85: Corpo de prova para ensaio de tração com sistema de alimentação e enchimento.
Figura 86: Corpo de prova para ensaio de tração com sistema de alimentação e enchimento
em cortes.
63
16 ANÁLISE DE CASOS
67
Figura 91: Mudança de posição do massalote.
68
Figura 92: Mudança no sistema de alimentação e canais.
Figura 92: Mudanças de plano de divisão e ângulos
70
Figura 93: Macho com respiro.
Figura 94: Alteração de forma para eliminar rechupe.
72
Figura 95: Mudança no ângulo de saída do massalote.
73
Figura 96: Mudança de forno para eliminar ponto quente.
74
Figura 97: Alteração na quantidade de pinos de extração para evitar distorção na peça.
75
17 DEFEITOS TÍPICOS
Possíveis causas:
Ações recomendadas:
Possíveis causas:
Ações recomendadas:
• vazar o metal com temperatura adequada (entre 700 e 750°C) dependendo da forma e do
tamanho da peça;
• realizar pintura utilizando processo e tipos de tinta adequados;
• projetar sistema de alimentação eficiente nas partes espessas;
• projetar sistemas de canais que promovam enchimento uniforme e solidificação dirigida para
os massalotes;
• se possível, modificar a forma da peça, criando uma solidificação direcional;
• no caso de machos metálicos superaquecidos, projetar sistemas de refrigeração interna,
utilizando ar comprimido ou água. Pode-se também refrigerar o macho em solução de água e
grafite a cada ciclo de produção;
• no caso de machos de areia, pintá-los com tinta condutora somente nos pontos críticos.
Outra alternativa seria a obtenção dos machos de areia com resfriadores metálicos
posicionados em seu interior nesses pontos críticos etc.
76
Bolhas retidas na peça
Possíveis causas:
Ações recomendadas:
Trincas na peça
Possíveis causas:
Ações recomendadas:
• trabalhar com uma composição química com teor de silício acima de 5%;
• regular cadência de produção da coquilha ou coquilhadeira;
• projetar sistemas de resfriamento e/ou aquecimento nos diversos pontos da peça para
controlar a solidificação;
• projetar raios de concordância em todos os cantos vivos da peça;
• verificar o alinhamento dos batentes da coquilhadeira.
Possíveis causas:
Ações recomendadas:
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• para peças grandes com espessuras finas, utilizar liga com composição mais próxima do
eutético.
Inclusões de óxidos
Possíveis causas:
Ações recomendadas:
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REFERÊNCIAS
AFS – American Foundrymen’s Sociey. Aluminum Casting Technology, 2nd Edition. Des
Plaines, Illinois, 1993.
ALAR – The Association of Light Alloy Refiners - British and Europeam Aluminium
Castings Alloys, Birmigham, 1996.
ASM – American Society for Metals - Metals Handbook. 8a edição. Vol 5. Forging and
Casting. Metals Park, Ohio, 1970.
Fuoco, R. et all. Projeto de sistema de canais para fundição de ligas de alumínio por
gravidade. CONAF 2001
79