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MÓDULO (UFCD)
- Processos de Fundição e de Ligação -
i
6 - Processos de ligação .................................................................................. 86
6.1 - Soldadura por Fusão ................................................................................... 88
6.1.1 - Eléctrodo revestido (SER) ................................................................................ 94
6.1.2 - Soldadura TIG .................................................................................................. 97
6.1.3 - Soldadura MIG/MAG....................................................................................... 99
6.1.4 - Fios puxados (fluxo)....................................................................................... 101
6.1.5 - Arco submerso ............................................................................................... 103
6.1.6 - Plasma............................................................................................................ 104
6.1.7 - Oxigás ............................................................................................................ 106
6.1.8 - Resistência ..................................................................................................... 109
6.1.9 - Laser .............................................................................................................. 112
6.2 - Soldadura no estado sólido ........................................................................ 114
6.2.1 - Soldadura por Ultra-Sons ............................................................................... 115
6.2.2 - Soldadura por Pressão a Frio .......................................................................... 117
6.2.3 - Soldadura por Difusão .................................................................................... 117
6.2.4 - Soldadura por Fricção .................................................................................... 119
6.2.5 - Soldadura por Explosão .................................................................................. 120
6.2.6 - Vantagens dos processos de soldadura no estado sólido .................................. 122
6.3 - Brasagem e Soldobrasagem....................................................................... 122
7 - Defeitos em peças de fundição e ligação e métodos de detecção ........... 126
7.1 - Defeitos típicos ........................................................................................... 126
7.2 - Controlo qualidade .................................................................................... 128
7.2.1 - Líquidos penetrantes ...................................................................................... 129
7.2.2 - Ultra-sons....................................................................................................... 130
7.2.3 - Magnetoscopia ............................................................................................... 131
7.2.4 - Radiografia .................................................................................................... 132
7.2.5 - Outros ensaios ................................................................................................ 134
8 - Bibliografia.............................................................................................. 135
Anexos ............................................................................................................... I
Anexo A – Exercício Prático Fundição ................................................................. I
Anexo B – Exercício Prático Fundição Injectada ................................................ II
Anexo C – Condições típicas de injecção (Plásticos) ......................................... III
ii
Anexo D – Materiais plásticos ............................................................................ IV
iii
Lista de Tabelas
iv
Lista de Figuras
v
Figura 2-11: Moldação à cércea ........................................................................................ 35
Figura 2-12: Moldação shell-moulding ............................................................................. 36
Figura 2-13: Moldação cera perdida ................................................................................ 37
Figura 2-14: Abertura da coquilha tipo livro (rotação) ................................................... 39
Figura 2-15: Abertura da coquilha por translação .......................................................... 40
Figura 2-16: Coquilhadoras para alumínio e latão .......................................................... 40
Figura 2-17: Sopradoras de areia (machos shell) ............................................................. 41
Figura 2-18: Moldação por gravidade - Coquilha............................................................ 41
Figura 2-19: Concepção do molde – Plano de abertura ................................................... 43
Figura 2-20: Concepção – Ângulos de saída e concordâncias.......................................... 44
Figura 2-21: Concepção – Recomendações de ângulos de saída ...................................... 44
Figura 2-22: Fases da solidificação ................................................................................... 45
Figura 2-23: Sistema de alimentação ................................................................................ 45
Figura 2-24: Recomendações geométricas........................................................................ 46
Figura 2-25: Recomendações geométricas........................................................................ 46
Figura 3-1: Fundição contínua vertical-horizontal .......................................................... 48
Figura 3-2: Fundição contínua vertical ............................................................................ 49
Figura 3-3: Fundição centrífuga horizontal ..................................................................... 50
Figura 3-4: Fundição centrífuga horizontal – Fases solidificação ................................... 50
Figura 3-5: Fundição centrífuga vertical .......................................................................... 50
Figura 4-1: Peças de fundição injectada ........................................................................... 51
Figura 4-2: Máquina de fundição injectada câmara quente ............................................ 53
Figura 4-3: Máquina de fundição injectada câmara fria ................................................. 53
Figura 4-4: Enchimento cavidade – plástico .................................................................... 54
Figura 4-5: Enchimento cavidade – metal injectado ........................................................ 54
Figura 4-6: Sistema alimentação fundição injectada (com difusor) ................................ 55
Figura 4-7: Ataque molde fundição injectada .................................................................. 56
Figura 4-8: Canais fundição injectada.............................................................................. 57
Figura 4-9: Molde fundição injectada (corte)................................................................... 59
Figura 4-10: Molde fundição injectada (planta) .............................................................. 60
Figura 5-1: Fases da moldação dos termoplásticos .......................................................... 61
Figura 5-2: Molde e máquina injectora ............................................................................ 62
Figura 5-3: Molde típico .................................................................................................... 63
Figura 5-4: Separação automática dos canais e peça ....................................................... 65
vi
Figura 5-5: Máquina de injecção Arburg 420 A .............................................................. 66
Figura 5-6: Ciclo de Injecção ............................................................................................ 67
Figura 5-7: Pormenor da unidade de injecção ................................................................. 69
Figura 5-8: Prato da Injectora .......................................................................................... 69
Figura 5-9: Injectora vertical ............................................................................................ 69
Figura 5-10: Injectora – Extracção por Robot ................................................................. 70
Figura 5-11: Injectora 2 cilindros ..................................................................................... 70
Figura 5-12: Áreas do fuso e do pistão ............................................................................. 71
Figura 5-13: Evolução da pressão de injecção.................................................................. 72
Figura 5-14: Perfil de temperaturas ................................................................................. 73
Figura 5-15: Contracção ao longo do tempo .................................................................... 75
Figura 5-16: Espessura não uniforme - Defeitos .............................................................. 79
Figura 5-17: Espessura não uniforme - Alternativas ....................................................... 80
Figura 5-18: Espessura não uniforme - Alternativas ....................................................... 80
Figura 5-19: Espessura não uniforme - Alternativas ....................................................... 80
Figura 5-20: Raios - Recomendação ................................................................................. 81
Figura 5-21: Nervuras - Recomendação ........................................................................... 81
Figura 5-22: Nervuras - Recomendação ........................................................................... 82
Figura 5-23: Ângulos de saída - Recomendação............................................................... 82
Figura 5-24: Ângulos de saída - Recomendação............................................................... 83
Figura 5-25: Furos - Recomendação ................................................................................. 83
Figura 5-26: Contra-saídas - Recomendação ................................................................... 84
Figura 5-27: Contra-saídas - Recomendação ................................................................... 84
Figura 5-28: Contra-saídas – Recomendação ................................................................... 85
Figura 5-29: Contra-saídas – Recomendação roscas ....................................................... 85
Figura 5-30: Contra-saídas – Recomendação roscas ....................................................... 85
Figura 6-1: Processos de união (ligação) .......................................................................... 86
Figura 6-2: União por dobras ........................................................................................... 86
Figura 6-3: Esquema da soldadura por fusão .................................................................. 89
Figura 6-4: Processos de soldadura por fusão .................................................................. 89
Figura 6-5: Aspecto do cordão de soldadura .................................................................... 90
Figura 6-6: Cordão e zona termicamente afectada .......................................................... 90
Figura 6-7: Morfologia dos cordões de soldadura............................................................ 91
Figura 6-8: Tipos e posição das juntas de soldadura ....................................................... 92
vii
Figura 6-9: Tipos de juntas ............................................................................................... 92
Figura 6-10: Tipos de chanfros e respectivos símbolos .................................................... 93
Figura 6-11: Simbologia (AWS) - exemplos ..................................................................... 93
Figura 6-12: Especificação AWS – Eléctrodos para aço carbono ................................... 95
Figura 6-13: Soldadura por eléctrodo revestido .............................................................. 96
Figura 6-14: Soldadura por eléctrodo revestido - Equipamento ..................................... 97
Figura 6-15: Soldadura TIG ............................................................................................. 98
Figura 6-16: Soldadura TIG - Equipamento .................................................................... 98
Figura 6-17: Soldadura MIG-MAG ............................................................................... 100
Figura 6-18: Soldadura MIG-MAG – Equipamento semi-automático ......................... 100
Figura 6-19: Soldadura por fios puxados ....................................................................... 102
Figura 6-20: Soldadura por arco submerso.................................................................... 103
Figura 6-21: Soldadura por plasma ................................................................................ 104
Figura 6-22: Soldadura por plasma - Exemplos............................................................. 105
Figura 6-23: Soldadura por Oxigás - Equipamento ....................................................... 107
Figura 6-24: Soldadura por Oxigás ................................................................................ 107
Figura 6-25: Chama oxigás – acendimento e regulação ................................................. 108
Figura 6-26: Oxicorte ...................................................................................................... 108
Figura 6-27: Soldadura por pontos – Tipos.................................................................... 109
Figura 6-28: Soldadura por pontos (resistência) ............................................................ 110
Figura 6-29: Soldadura por pontos e bossa .................................................................... 110
Figura 6-30: Máquina soldadura por pontos e roletes ................................................... 111
Figura 6-31: Soldadura resistência alta frequência (tubos) ........................................... 111
Figura 6-32: Soldadura Laser ......................................................................................... 112
Figura 6-33: Soldadura laser protegida e exemplo de aplicação ................................... 113
Figura 6-34: Processos de soldadura no estado sólido ................................................... 114
Figura 6-35: Máquinas de soldadura por ultra-sons para plásticos .............................. 115
Figura 6-36: Componentes de sistema de soldadura ultra-sons (plásticos) ................... 116
Figura 6-37: Sistema de soldadura por ultra-sons para cablagens eléctricas ............... 116
Figura 6-38: Soldadura por pressão a frio ..................................................................... 117
Figura 6-39: Mecanismo da soldadura por difusão ....................................................... 118
Figura 6-40: Soldadura por difusão – morfologia (liga cobalto) ................................... 119
Figura 6-41: Peças soldadas por difusão ........................................................................ 119
Figura 6-42: Peças soldadas por fricção (rotação) ......................................................... 120
viii
Figura 6-43: Soldadura por explosão ............................................................................. 121
Figura 6-44: Evolução da colisão .................................................................................... 121
Figura 6-45: Brasagem no forno ..................................................................................... 124
Figura 6-46: Brasagem - exemplos.................................................................................. 124
Figura 7-1: Defeitos típicos em peças de fundição ......................................................... 127
Figura 7-2: Líquidos penetrantes.................................................................................... 129
Figura 7-3: Ultra-sons ..................................................................................................... 130
Figura 7-4: Magnetoscopia ............................................................................................. 131
Figura 7-5: Radiação electromagnética .......................................................................... 133
Figura 7-6: Radiografia................................................................................................... 133
Figura 7-7: Equipamento Radiografia e exemplos ......................................................... 134
ix
Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
A fundição é uma das mais antigas técnicas de fabrico de peças metálicas, usada à
milhares de anos.
Conforme se verá na descrição detalhada dos processos de fundição, o metal a vazar tem
que estar no estado de fundido (líquido) com as propriedades e componentes adequados ao
fim a que se destina. Deste modo, importa conhecer o processo de obtenção do metal
desde a matéria-prima até ao estado de poder ser vazado em moldes de fundição. Dada a
maior relevância do uso do aço e do ferro fundido nas aplicações industriais, o estudo vai
incidir sobretudo nestes dois metais. Refere-se contudo que nalguns casos, as técnicas para
obtenção de outros como as ligas de alumínio, cobre, zinco etc. Apresentam algumas
semelhanças, nomeadamente quanto aos fornos usados (cadinho, eléctricos, etc.),
diferindo sobretudo na matéria-prima usada (minério) e no tipo de revestimento dos
fornos.
A indústria siderúrgica é o ramo que trata dos processos de fabrico para obtenção dos
ferros fundidos e dos aços. Em Portugal temos a Siderurgia Nacional que fabrica e fornece
metais ferrosos nos mais variados formatos (perfis H, L, T, I, etc.).
Como se sabe da ciência dos materiais, o ferro (Fe) é um elemento químico da tabela
periódica. No entanto este não existe na natureza na forma pura nem tal tem aplicação
prática, mas sim na forma ligada com outros elementos.
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
Os metais ferrosos são assim ligas Ferro-Carbono, estando o carbono na forma de grafite
(livre) ou na forma de composto químico de carboneto de ferro (Cementite Fe3C).
Naturalmente existem ainda outros elementos de liga em menor percentagem que
conferem propriedades específicas e outros considerados como impurezas como o enxofre
e o fósforo. O fósforo (P) torna as ligas frágeis e quebradiças embora melhorem a fluidez.
O enxofre (S) também torna as ligas frágeis, quebradiças, e propicia a formação de gretas,
mas nalgumas situações muito específicas usa-se para melhorar a maquinabilidade.
Refere-se ainda que raramente os aços apresentam teores de carbono superiores a 1,4%,
designando-se de extra macios (até 0,25%), macios (0,25% a 0,6%) e duros (>0,6%).
Para se obter o material ferroso (ferro técnico ou gusa) na primeira forma tecnicamente
utilizável é necessário reunir os seguintes elementos que serão introduzidos num forno de
grandes dimensões designado de alto-forno:
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Minerais de ferro: O ferro não existe isolado na natureza mas sim associado a
outros elementos sob a forma de minerais (óxidos, carbonatos, sulfuretos e
silicatos). Os principais minerais são a magnetite (72% ferro), a hematite (60%) e
limonite e residualmente a pirite e a siderite. Estes minerais são extraídos de
jazigos (minas) e encontram-se por sua vez associados a outros elementos (óxidos
de fósforo, silício, manganês, alumínio, cálcio, magnésio, enxofre, etc.). Estes
elementos considerados impurezas constituem a Ganga. Por conter elementos de
elevado ponto de fusão é necessário adicionar fundentes para promover a sua fusão
e separação do ferro. Outra fonte do ferro é a sucata reaproveitada que é usada em
fornos de cubilote para obter ferros fundidos.
Fundentes: Juntam-se à ganga, formando novos compostos fundíveis à temperatura
de operação do alto-forno. Sendo mais leves que o metal líquido sobem à superfície
formando a escória. O fundente calcário de carbonato de cálcio (Castina) aplica-se
em ganga siliciosa e o argiloso rico em sílica aplica-se em ganga carbonatada.
Combustíveis: O material combustível é o coque em nódulos de pós misturados com
pós de calcário. O coque é obtido através da destilação do carvão, na ausência do
ar, em fornos específicos (coqueiras). Aquece-se o coque a cerca de 1300ºC durante
16 horas volatizando ou vaporizando as impurezas.
Comburente: O comburente é o elemento que se adiciona ao combustível para que
este entre em combustão. Neste caso, o oxigénio está presente no ar que se insufla
no alto-forno a cerca de 900-1300ºC.
A liga produzida (Gusa) apresenta um alto teor em carbono (>2%) e pequenos teores de
silício, manganês, fósforo e enxofre, estes últimos que a tornam frágil e quebradiça. Funde
a cerca de 1150ºC. Resiste mais à compressão do que à tracção e não se pode forjar nem
maquinar. Por este motivo raramente é utilizada directamente em peças, servindo sim
como matéria-prima para obtenção de ferros fundidos e aços em fusões e afinações
posteriores.
1.2 - O alto-forno
Os elementos descritos atrás são carregados no alto-forno pela boca, retirando-se o metal
líquido pela parte inferior (cadinho) e as escórias ligeiramente mais acima. Os gases de
escape são tratados antes de irem para a atmosfera e recupera-se o calor dos mesmos que
irá aquecer o ar insuflado e eventualmente ser usado em sistemas térmicos anexos
(caldeiras, permutadores, motores de combustão, etc.).
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O alto-forno é um forno vertical, com secção circular, revestido interiormente por tijolos
refractários envolvidos por estrutura metálica de suporte.
(1) Boca: Zona por onde se carregam as cargas previamente preparadas (ganga-
minério, coque-combustível e fundente) e saem os fumos por condutas laterais.
(4) Cuba: Zona tronco-cónica revestida em tijolo refractário (sílica) assente em
estrutura de betão (6).
(8) Zona de fusão / combustão: Revestimento em tijolo refractário sílico-aluminoso
(40% de alumina) ou tijolos de carbono. O arrefecimento pode ser feito por
circulação forçada de água na alvenaria.
(9) Cadinho: Zona onde assenta o metal fundido ficando à tona as escórias. Na parte
inferior localiza-se o sangrador (12) para extrair o metal fundido (gusa) e na
superior o sangrador (11) para extrair a escória. Nesta zona situam-se ainda as
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A carga (coque, minério e fundente) é previamente preparada para que esta fique uniforme
(homogeneização) e em pequenos fragmentos ou nódulos. Seguidamente é introduzida em
camadas sucessivas alternadamente para tornar o processo da combustão mais eficiente.
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Tipicamente, o sistema despoeirador (“scrubber”) tem uma zona chamada ciclone onde a
mudança brusca do sentido e do valor da velocidade dos fumos provoca a deposição das
partículas mais pesadas na base. As poeiras ferrosas são eliminadas por magnetização. Um
chuveiro de água purifica o ar e torna as partículas em suspensão mais densas. Nas
instalações modernas, existem ainda filtros electrostáticos que ionizam as partículas
possibilitando a sua recolha.
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A gusa obtida vai servir para fabricar lingotes a usar na fundição de componentes (2ª
fusão) em ferros fundidos, por exemplo em fornos de cubilote, ou para se obter aço em
conversores ou fornos eléctricos.
Como se verifica, após a afinação das ligas (aços) em fornos adequados, estas são vazadas
em moldes chamados lingoteiras. Estes moldes são normalmente fabricados em aço ou
ferro fundido.
Posteriormente estes perfis em bruto são novamente laminados para os diversos perfis e
chapas comerciais. A última laminagem por vezes é realizada a frio para orientar grão por
compressão e elevar resistência mecânica (rotura e dureza). Dado que este tratamento
provoca encruamento (tensões internas que podem provocar distorções e empenos) deve
realizar-se tratamento térmico de recozimento de distensão. Este tratamento realizado a
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
O forno de cubilote é o mais antigo mas ainda assim o mais usado forno especialmente na
produção de ferro fundido cinzento, dado o seu elevado rendimento, fácil regulação e boa
capacidade de produção. Modernamente existem os fornos eléctricos que produzem ferros
fundidos e aços de elevada qualidade, mas o tradicional cubilote continua competitivo
dado o seu rendimento e custo de exploração na produção do ferro fundido.
Para obtenção do ferro fundido existem ainda outros fornos como os de cadinho mas com
aplicação mais reduzida.
O metal líquido é recolhido pelo orifício 11 (alvado) e bica 12. A escória é recolhida pelo
orifício 14 (escoriador).
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
Como se viu, a gusa de primeira fusão não é normalmente usada como matéria-prima para
obter peças fundidas, pois apresentam impurezas como o enxofre e o fósforo que as
tornam frágeis e quebradiças. Por outro lado contêm outros elementos que podem não ser
adequados ao tipo de aços ou ferros fundidos que se pretendem produzir. Como tal, para se
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
obter determinado aço usa-se a gusa de primeira fusão obtida do alto-forno, sucata e
esporadicamente minério como matéria-prima.
A gusa terá então que ser afinada em Conversores (Convertidores) e/ou em fornos
adequados.
Estes equipamentos também são usados quando se pretende obter um ferro fundido
específico, só que neste caso a matéria-prima é a gusa obtida no forno de cubilote.
1.4.1 - Misturadores
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Estes equipamentos visam afinar ou converter as gusas de ferro fundido no estado líquido
provenientes do alto-forno ou dos fornos de cubilote, transformando-as em aço através da
redução dos teores dos elementos de liga indesejados.
Esta redução é obtida insuflando ar sob pressão no seio da gusa líquida, indo o oxigénio
reagir com os vários elementos, formando óxidos que se ligam entre si (escória). Estas
reacções produzem calor que favorece ainda mais o processo. Não necessita de
combustível para manter a gusa líquida.
Ácido – Bessemer: Executado em refractário ácido (sílica SiO2) para gusas ácidas
(alto teor em silício e baixo em fósforo).
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Uma evolução dos conversores é o conversor LD, desenvolvido em 1953 nas cidades
austríacas de Linz e Donawitz, usado na siderurgia nacional.
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Refere-se por último que existem outros conversores a oxigénio puro como os tipo Kaldo
e Rotor em que a grande diferença para os LD é que são de corpo rotativo.
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O fundo do forno (soleira) é constituído por material refractário básico ou ácido e contém
no seu fundo um orifício para escoar o metal fundido.
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Estes são os fornos gradualmente mais usados pois a disponibilidade da energia eléctrica
tem aumentado e por outro lado estes fornos são mais versáteis. Conseguem-se atingir
temperaturas muito elevadas no interior dos fornos pelo permitem fundir toda a espécie de
aços ligados e outras ligas não ferrosas.
Dado que não existe queima de combustível o processo de fusão realiza-se na ausência de
impurezas, eliminando quase completamente o enxofre e o fósforo
Fornos de resistência
São fornos constituídos por resistências eléctricas que aquecem por efeito de joule e
transmitem esse calor (Q) principalmente por condução e radiação até ao metal a fundir.
Podem ser de aquecimento directo ou indirecto. No directo usa-se por exemplo um bastão
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Estes fornos são dos mais usados na fundição de praticamente todos os metais. Contêm um
dois ou mais eléctrodos que criam um arco eléctrico entre eles e/ou a carga a fundir.
No processo directo, cria-se um arco entre cada eléctrodo e o metal a fundir, recebendo
este calor por radiação e por efeito de joule. No processo indirecto, criam-se arcos
eléctricos entre os eléctrodos colocados acima do metal a fundir, recebendo este calor por
radiação.
Existem vários formatos destes fornos desde os de pequenas dimensões até aos de elevada
produção. Alguns são basculantes para remoção da escória e da liga fundida. Outros têm
simplesmente um orifício no fundo.
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O material mais usado nos eléctrodos é a grafite por ser refractária, boa condutora e não
muito cara. No entanto, desgastam-se rapidamente e como têm alto teor em carbono pode
ser um problema em aços em que não se admite percentagens altas, por exemplo os
inoxidáveis (< 0.06%).
Uma solução possível, apesar de cara é o uso do tungsténio com um desgaste diminuto.
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Fornos de indução
Estes fornos contêm um circuito que é o indutor sendo a carga a fundir o induzido. Pelo
princípio da indução, a passagem de uma corrente variável num condutor produz um
campo magnético variável na sua vizinhança. Por sua vez um campo magnético variável
produz uma corrente num condutor sujeito a esse campo. O condutor, ou seja o induzido, é
o metal a ser fundido que vai estar sujeito a grandes intensidades de corrente que
desenvolvem calor fundindo a carga. A corrente variável na indutor é criada por corrente
alternada. Existem fornos com frequências desde os 50 Hz (rede eléctrica nacional normal)
até aos 5000 Hz.
Estes fornos necessitam normalmente de arrancar com carga já liquida ou com pequenas
quantidades de carga sólida, tendo grande aplicabilidade na afinação de ligas metálicas. A
bobina indutora é normalmente refrigerada a água.
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Fornos de cadinho
Os fornos de cadinho confundem-se assim com alguns já referidos. O forno de indução por
exemplo não é mais que um forno de cadinho.
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2 - Fundição de metais
Dado que os líquidos adquirem a forma dos vasos (recipientes) que os contêm
(Arquimedes), a fundição tem como fundamento a obtenção de peças com a forma do
negativo do molde, vazando o metal no estado de fundido (líquido) na cavidade do molde.
Após arrefecimento, abre-se ou destrói-se o molde e retira-se a peça pretendida já
solidificada.
Existem inúmeros processos de fabrico associados à fundição pelo que se vai incidir
somente nos mais tradicionais e representativos, abordando-se exemplos dos chamados
moldes perdidos e permanentes com modelos também perdidos ou permanentes.
Entende-se por molde a ferramenta que contém a cavidade onde é vazado o fundido. Se
tiver que ser destruído em cada ciclo de fundição para desmoldar a peça ou peças chama-
se molde perdido. Caso contrário trata-se de molde permanente (normalmente metálico).
O modelo é uma réplica da peça a obter que vai servir para obter a cavidade do molde
(moldação) quando esta não é obtida por maquinação directa. Pode ser também perdido ou
permanente.
Segue-se uma tabela geral com indicação dos processos de fundição adequados a alguns
materiais metálicos.
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( T fusão, densidade d)
Ferros fundidos Ferro fundido cinzento Moldes em areia
(grafite lamelar ou
(1275-1355ºC) esferoidal) – moldáveis e
maquináveis e tenazes (só
(d ≈7,2) os esferoidais).
Outros.
Aços Aços ao carbono de baixa e Moldes em areia. Moldes
alta liga. com modelos perdidos.
(alguns >1500ºC) Moldações cerâmicas.
Aços ligados resistentes ao
(d ≈7,85) calor, desgaste e ataques
químicos.
Alumínio Ligas A9, A8,A7, … Moldes em areia. Moldes
com modelos perdidos.
(650-790ºC) Moldes permanentes
metálicos
(d ≈2,7)
Cobre (980-1230ºC) Latões, bronzes Moldes em areia. Moldes
permanentes metálicos
(d ≈8,5 – 8,9)
Magnésio (705-790ºC) Ligas de magnésio Moldes em areia. Moldes
permanentes metálicos
(d ≈1,7-1,8) injecção
Zinco (400 a 450ºC) Ligas de zinco (Zamacs) Moldes permanentes
metálicos injecção
(d ≈6,6-7)
Super-ligas Níquel, Cobalto, Titânio, … Especiais
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A grande maioria das peças vazadas é obtida com moldes em areia que é um material
refractário, vulgarmente designada de areia verde ou areia de fundição, permitindo
contornar o problema anterior, embora o molde seja perdido (não permanente).
A areia produz-se pela desagregação de cristais de rocha por acção natural (erosão chuva e
vento, frio, calor) ou artificial (processos mecânicos).
As areias mais usadas em fundição são as se sílica (granitos) devido ao baixo custo e
disponibilidade.
Areia típica:
Areia-base: Sílica;
Argila (Bentonite) – 5 a 7%;
Água – 2 a 3,5%
Pó de carvão mineral (evita sinterização da areia e melhora acabamento);
Dextrina (melhorar resistência mecânica do molde);
Pó de madeira, óxido de Ferro, …
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Tipos de areia:
areia de moldação fina: tamanho de grão (120-180 AFS), alta percentagem de
argila (12 a 15%);
areia de moldação média: tamanho de grão (80-100 AFS), alta percentagem de
argila (8 a 14%);
areia de moldação grosseira: tamanho de grão (60-100 AFS), baixa percentagem
de argila (4 a 6%), sendo este tipo de areia mais utilizada para o aço e para o
ferro, devido à necessidade destes metais permanecerem por um longo período
de tempo na moldação.
O processo geral de fundição pelo método de molde perdido (areia) compreende as etapas
apresentadas no diagrama seguinte.
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Os moldes em areia são geralmente constituídos por duas caixas normalmente em chapa
de aço (superior e inferior), pelo modelo (madeira, metal ou outros) que vai definir a
cavidade do molde e o sistema de alimentação e finalmente por machos perdidos, também
em areia que vão moldar os ocos da peça fundida. As duas caixas são guiadas por pinos
alinhados e irão ser cheias com areia compactada (manualmente ou mecanicamente).
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A figura seguinte ilustra as fases da composição do molde, sendo o modelo constituído por
duas meias partes (placas-molde). Os machos perdidos são obtidos por duas caixas de
machos.
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Secador Desmoldador
Triturador
Separador
magnético
Crivo + Crivo +
Aspirador Aspirador
Doseador Doseador
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A compactação da areia nas caixas de moldação pode ser executada manualmente (maços)
ou mecanicamente em grandes produções.
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Este processo de maior precisão, usa moldes de areia em forma de casca. A areia é de
sílica muito fina (pureza superior a 98%), finura 100 a 150 AFS, teor de argila inferior a
15%. Os aglomerantes são resinas sintéticas que polimerizam a determinada temperatura,
sofrendo inicialmente um amolecimento e de seguida um endurecimento irreversível.
Podem ser resinas fenólicas, de ureia ou melaninas.
Os modelos com ângulos de saída, são montados em placas-molde e irão ser aquecidos a
uma temperatura entre 150ºC a 300ºC, durante 3 a 5 minutos, polimerizando a areia com
resina que os envolve.
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Este processo apresenta bastantes vantagens em relação aos anteriores mas também
algumas desvantagens, como a seguir se indicam.
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Para evitar grandes gradientes térmicos, os moldes metálicos devem ser pré-aquecidos até
estabilizarem a temperatura e só depois entrarem em funcionamento.
Para moldar ocos das peças podem usar-se machos móveis se possibilitarem desmoldação.
Caso contrário, terão que se incorporar machos destrutíveis em cada moldação, tornando o
processo de moldação semi-permanente. Estes machos são normalmente fabricados em
processos contínuos automáticos através de caixas de machos (moldes metálicos) por
shell-moulding de sopro de areia.
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40
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De um modo geral as peças de fundição devem obedecer às regras vistas para as peças
plásticas, nomeadamente espessuras uniformes e não demasiado grandes, ângulos de saída
de modo a facilitar a extracção do modelo nos moldes de areia ou a própria peça já fundida
nos moldes permanentes metálicos. Aspecto essencial é a introdução de raios de
concordância interiores pois a presença de quinas vivas introduz grande concentração de
tensões térmicas, originando fissuras nas peças, algumas delas imediatamente após a
moldação.
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As zonas a serem maquinadas posteriormente devem ter sobreespessura adequada sem ser
exagerada pois pode provocar rechupes e chochos nas peças.
Sobretudo nos ferros fundidos deve sempre atender-se ao facto de que estes resistem mais
à compressão do que à tracção. Assim, as eventuais nervuras ou geometrias de reforço
devem ser introduzidas na peça de forma a que fiquem preferencialmente à compressão.
Dado que as peças contraem durante a solidificação é necessário prever uma majoração às
dimensões do molde. Assim, os modelos que servirão para criar a cavidade de moldação
na areia devem ter essa majoração. Se o molde for permanente metálico, a cavidade é
maquinada com essas dimensões majoradas. Os machos perdidos em areia (shell ou
outros) terão também que ser executados com as dimensões majoradas da contracção. Se
estes forem obtidos numa caixa de machos (por exemplo por shell-moulding com sopro de
areia) tem que se contar com a própria contracção da areia que embora baixa atinge cerca
de 0.5%.
A linha de abertura do molde deve ser a mais simples possível e em local adequado à
menor complexidade do molde. O exemplo seguinte mostra como uma definição
incorrecta da linha de abertura pode complicar o molde (implica a execução de machos
perdidos).
43
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A figura seguinte ilustra os problemas causados pela falta de ângulos de saída e de raios de
concordância, durante extracção do modelo na execução do molde em areia.
De notar que surgirão também problemas de tensões internas na peça vazada depois de
solidificada. Mesmo num molde metálico a situação sem ângulos e raios de concordância
é nefasta pois prejudica a extracção da peça vazada do molde.
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Como se verifica, a última zona a solidificar fica com defeito de rechupe. Este defeito fica
nos alimentadores se estes forem devidamente dimensionados (em número devido ao raio
de acção e em forma). Tem que se garantir que estes sejam os últimos a solidificar. Por
este motivo devem ter espessura e volume muito superiores à espessura média da peça.
Note-se que se introduz desperdício na moldação que é necessário retirar e rebarbar, mas
que é refundido novamente (totalmente reciclável).
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Peso peça
• AU (%) = x100
Peso peça + gitos
Se fosse possível obter uma peça sem gitos obtinha-se um aproveitamento de 100%, isto é,
sem desperdícios.
Este indicador considera o aproveitamento de todo o material vazado (peças boas obtidas,
gitos e peças rejeitadas) para se obter um lote de peças boas. As peças rejeitadas serão
refundidas acarretando novos custos. Só seria possível um aproveitamento de 100% se não
existissem gitos (alimentadores, canais, ataques) e não se produzissem peças defeituosas.
Note-se que um sistema pode ter um bom AU mas um mau AG por provocar muitas peças
defeituosas.
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Como referido atrás, este processo automático produz lingotes prismáticos continuamente,
com boa uniformidade (melhor qualidade), com pouca necessidade de mão-de-obra e
menor consumo energético. Logo, é um processo de grande produtividade.
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Neste processo obtêm-se tubos sem costura sem a necessidade de machos para moldar
ocos. A rotação contínua do molde compacta o metal para a periferia obtendo-se espessura
uniforme. É um processo de moldação sob pressão garantindo-se melhor definição da
moldação. A solidificação é mais rápida devido à maior taxa de escoamento de calor. Este
processo pode ser horizontal ou vertical.
A velocidade de rotação deve ser adequada de modo a que o material agarre às paredes do
molde e não deslize.
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4 - Fundição injectada
51
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Os moldes para fundição injectada são mais solicitados em termos de desgaste e fadiga
térmica pelo que a escolha dos aços deve ser muito cuidadosa.
Nas máquinas de câmara quente o forno de fusão e manutenção está acoplado à máquina
de injecção, onde uma manga de enchimento (pescoço de cisne) está submersa no fundido
permanentemente. Facilitam mais automação e rentabilidade mas é muito agressivo para a
máquina. Usam-se especialmente para injectar ligas de baixo ponto de fusão (chumbo-
estanho, à base de zinco (zamac) e á base de magnésio).
Nas máquinas de câmara fria, o forno é separado da máquina, devendo no entanto estar
perto, para facilitar transferência do fundido para o cilindro de forma manual ou
automática. Um êmbolo injecta o fundido dentro do cilindro para o sistema de alimentação
do molde. Como o fundido está menos em contacto com a máquina é menos agressivo
para esta. Usam-se sobretudo para ligas de mais alto ponto de fusão (magnésio, alumínio,
cobre).
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Dado que o enchimento deve ser muito rápido para impedir solidificação prematura da liga
(de 0.01 a 0.3 segundos), devem ser previstos respiradores adequados e poços de retenção
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da frente de material. Por este motivos as peças têm normalmente que ser rebarbadas após
remoção destes excessos (tambores vibratórios, grenalhadoras, …).
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M
S=
ρ .t.v
S = área da secção de ataque com espessura A [cm2]
ρ = massa volúmica do material (6.6 p/ Zamac 3 e 2.6 p/ ligas leves Al [g/ cm3]
t = tempo de enchimento[s]
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S
L=
A
L = largura do ataque [mm]
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As dimensões dos canais devem garantir aumento da velocidade desde o difusor até
ao ataque, logo as secções seguintes devem ser menores que as anteriores. Já o
difusor (figura 4-6) deve aumentar pressão estática, diminuindo velocidade, logo
aumentando secção de passagem, embora à custa de secções sempre superiores à do
ataque. Tal como nos termoplásticos, o diâmetro do difusor deve ser superior ao do
bico da máquina para impedir fuga de metal fundido.
Os canais devem ser trapezoidais boleados inferiormente, com ângulo de saída para
facilitar extracção.
Recomendações gerais:
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• Aços e tratamentos
Em alternativa podem usar-se os aços 1.2343 ou 1.2344 (ESR) com dureza 44-48
Hrc e nitrurados.
Por último refere-se que entre injecções, por exemplo de ligas de alumínio, é
necessário aplicar um spray desmoldante na bucha e cavidade para impedir colagem
do metal fundido. Esse desmoldante é secado seguidamente com jacto de ar
comprimido.
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Matéria
Prima
Calor
Aquecimento
Homogeneização
Pressão
Enformação
Calor
Arrefecimento
Produto
Final
61
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• O fundido é arrefecido por acção das trocas de calor com as paredes moldantes
mais frias (controlo por água ou óleo), obtendo o estado sólido.
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A figura anterior diz respeito a um molde típico de duas placas, para moldar um pequeno
suporte de turbina de um contador de água. Pode visualizar-se o plano de abertura através
do qual as duas partes fixa e móvel se separam para posterior extracção da peça e canais.
1
Fonte: Janz Mecânica de precisão, SA
63
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ainda uma zona cónica em contra-saída para promover a prisão do jito ao lado móvel para
que possa ser extraído posteriormente.
Finalmente surge o canal de ataque em túnel, com orifício para entrada do material na
cavidade. Trata-se de injecção submarina (túnel). Existem outras formas de injecção,
principalmente a injecção com canais quentes em que não existe desperdício de material
plástico. No caso apresentado, o jito e canais são também solidificados e retirados do
molde constituindo desperdício normalmente reciclável. Com canais quentes só se extrai a
peça que se pretende.
A cavidade da peça 40 é o negativo da peça a moldar que vai ser cheia e pressurizada
através do canal de ataque.
Durante a extracção, por acção dos extractores cilíndricos Nº19 e 20 e pelo extractor
tubular Nº5 da cavidade, a peça separa-se dos canais automaticamente, conforme se pode
visualizar na figura seguinte.
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• Dimensões das placas de amarração do molde face aos pratos das máquinas,
considerando a distância entre colunas. Deve haver igualmente espaço suficiente
para que as mangueiras dos circuitos de arrefecimento do molde não interfiram
com restantes componentes.
A figura seguinte representa uma injectora (Arburg 420 A), do tipo horizontal, podendo
visualizar-se o compartimento onde se monta o molde, através da amarração ao prato fixo
e móvel da máquina.
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O cilindro faz parte da unidade de injecção, tendo no seu interior um fuso rotativo
accionado por motor. É envolto em resistências eléctricas de aquecimento (mangas).
Fecho do
Molde
Injecção
Pausa
CICLO
DE
Extracção INJECÇÃO Pressurização
Plasticização
Abertura do
molde Arrefecimento
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hidráulico exercida no pistão (Pp) e a pressão do fuso sobre o fundido (Pf). Pelo equilíbrio
de forças tem-se que a força no pistão (Fp) equilibra a força no fuso (Ff):
Ap
F p = F f ⇔ A p xPp = A f xPf ⇔ Pf = Pp
Af
Como a área do pistão do cilindro hidráulico é cerca de 10 vezes superior à área do fuso, a
pressão no bico injector (fuso) é cerca de 10 vezes superior (a pressão é multiplicada). Se a
pressão regulada no cilindro hidráulico for de 50 bar, a pressão da ponteira do fuso sobre o
fundido é cerca de 500 bar.
De referir que existem perdas de carga desde a ponteira até ao ponto mais longínquo da
cavidade, pelo que a pressão vai diminuindo ao longo do escoamento. Por outro lado, a
pressão ao longo do tempo aumenta bruscamente no enchimento até um valor máximo,
baixa seguidamente para um certo valor de 2ª pressão mantendo-se durante algum tempo
(tempo de manutenção) para compactar e compensar contracção, baixando o seu valor
final.
A pressão na cavidade é muito difícil de calcular pois varia ao longo da mesma. Estima-se
normalmente um valor médio como sendo 1/3 a 1/5 da pressão de injecção. Este valor
71
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permite calcular a força de fecho aproximada que a máquina deve exercer para impedir a
abertura do molde.
bar
500
Ponteira
50 Pistão
0
Tempo (s)
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Importa destacar que os termoplásticos não apresentam uma distinção clara entre o estado
de fundido líquido e o estado sólido, passando de sólido a pastoso gradualmente sem
nunca terem a forma livre típica dos líquidos. Não apresentam um temperatura onde se
afirme claramente que passa de um estado ao outro. Por este motivo são aquecidos num
intervalo de temperatura acima da temperatura de transformação (vítrea para plásticos
amorfos e dita de fusão para semi-cristalinos) que os colocam num estado pastoso passível
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5.3 - Contracção
A peça não contrai somente durante a moldação, mas também ao longo do seu ciclo de
vida, sendo as principais:
lm − l
C M (%) = x100
lm
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O material começa a contrair logo que entra nas cavidades mas continua ao longo
do tempo, mesmo após extracção.
O gráfico seguinte ilustra a contracção nas diversas fases, sendo a contracção total a
soma de CM e CP:
Ctotal = CM + CP
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Para compensar a contracção, a dimensão do molde deve ser então majorada em relação à
dimensão final que se quer obter. A dimensão a atribuir ao molde, no estado de frio
(maquinação), é dada por:
l 1
lm = , ( tol peça )
(1 − Cm% / 100) 5
Por exemplo, se um material contrair 2% e se que obter no final uma dimensão de 40±0,1
mm para a peça, vem:
l 40
lm = = = 40,82mm
(1 − Cm% / 100) (1 − 2 / 100)
O molde deverá ter 40,82 mm para que a peça contraia até aos 40 mm. É frequente dar-se
uma tolerância de fabrico do molde na ordem dos 20% (1/5) da tolerância da peça, logo:
1
Tol peça = 0.2 ⇒ Tol molde = 0.2 = 0.04
5
lm = 40,82 ± 0.02mm
Note-se que em qualquer das opções a tolerância do molde é sempre 1/5 da tolerância da
peça. A diferença está nos desvios da tolerância, sendo a sua diferença sempre 0.04 mm.
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Com todos estes aspectos de comportamento, bem como custos de fabricação baixos para
grande volume de produção, aliados ainda à grande versatilidade de design que permitem,
os materiais plásticos têm gradualmente substituído com êxito outros materiais
tradicionais, principalmente os metálicos que são muito mais pesados e com custos de
fabricação geralmente mais elevados.
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
Para se obter peças com defeitos controláveis e aceitáveis é necessário dominar as técnicas
de injecção mas não é suficiente. O projecto dos componentes tem também que obedecer a
determinadas regras. Os aspectos mais importantes a garantir são a uniformidade de
espessura (de baixo valor) e raios de concordância (evitar quinas vivas), sob pena das
peças saírem com empenos, distorções e tensões internas.
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Seguem-se algumas soluções que permitem uma boa aproximação à situação de espessura
uniforme.
80
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• Raios: As peças não devem apresentar quinas vivas mas sim boleados para
melhorarem o escoamento do fundido na cavidade e evitar sobreespessuras, com
seguintes regras:
R=r+T
r = ¼ T, com mínimo 0.3-0.4 mm
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• Ângulos de saída: Para facilitar desmoldação e extracção das peças moldadas devem
prever-se ângulos de saída (mín 0.5º p/ furos - 1º p/ paredes, usual 2º a 3º)
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
Conforme figura anterior, introduzindo uma abertura superior na peça, é possível executar
vedação através de um elemento moldante superior que veda com o inferior no sentido de
abertura do molde. No caso da esquerda, é necessário um elemento moldante que se
desloque no sentido perpendicular à abertura do molde, antes da extracção da peça,
situação esta mais complexa e cara.
As soluções seguintes evitam o uso de elementos moldantes móveis, pois tornam possível
a vedação no sentido de abertura do molde, apesar dos furos pretendidos estarem também
na perpendicular.
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
As peças plásticas roscadas interiormente não podem ter a habitual gola (saída da rosca no
corte por arranque de apara), pois impedem a desmoldação (desenroscamento) dos machos
moldantes. Se exteriores obrigam ao uso de movimentos laterais.
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6 - Processos de ligação
Pretende-se numa ligação ou junção unir dois materiais ou peças. Essa união pode ser
temporária ou permanente.
Nas ligações permanentes pretende-se unir dois materiais de forma permanente, embora
seja possível na maioria dos casos votar a separá-los, envolvendo técnicas de separação
(corte por exemplo). É sobre este tipo que incide o estudo do presente módulo.
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
Brasagem
Este processo de soldadura caracteriza-se pelo facto dos materiais a unir estarem no estado
líquido (fundidos), tal como o material de adição quando empregue.
A soldadura por arco eléctrico é das técnicas mais usadas na soldadura por fusão. Na
maior parte dos casos utiliza-se calor para fundir o metal, de forma a criar uma ligação
entre as partes a serem soldadas, solidificando ao retirar a fonte de calor. O arco eléctrico
criado é assim a fonte de calor para a fusão.
Noutras técnicas, a energia para a fusão pode ser proveniente de fonte combustível (gás).
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
O metal que é fundido pode provir unicamente das peças a soldar quando estas são de
pequena espessura. No entanto quando se pretende soldar chapas espessas com bordos pré-
preparados ou chanfrados, pode-se incluir material proveniente de um fio eléctrodo. O
calor para fundir o metal da junta pode ser fornecido por uma diversidade de fontes de
calor, como arco em eléctrodo de carvão; chama oxiacetilénica; arco protegido por fluxo;
arco protegido por gás; feixe de electrões; feixe laser. Em todos os casos parte de peça, na
zona da junta é metal que funde. Daí o nome de "soldadura por fusão”.
Como o metal fundido pode contactar com a atmosfera envolvente, é usual o uso de
atmosfera protectora que inibe a reacção do fundido com os gases da atmosfera.
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A cobre-junta é uma peça auxiliar colocada na parte inferior para reter o metal fundido
(líquido) e eventualmente para segurar as peças base a unir. Pode ser retirada
posteriormente ou mantida (raramente).
Destaca-se o facto da zona termicamente afectada (ZAC) ser apreciável, o que provoca a
alteração das propriedades metalúrgicas do material base. Este aspecto torna a soldadura
por fusão algo complexa que é necessário controlar convenientemente para se obter peças
sãs.
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Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
A profundidade excessiva tem como causas prováveis uma energia demasiado alta,
espessura demasiado fina ou técnica deficiente (velocidade muito baixa).
Existem muitos outros defeitos que devem ser eliminados ou reduzidos, de acordo com os
vários processos e técnicas usadas.
As juntas a usar podem ser de vários tipos, consoante as recomendações de cada processo
de soldadura e o efeito pretendido (design, resistência, etc.)
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Designado em inglês por Shielded Metal Arc Welding (SMAW) ou Manual Metal Arc
(MMA) welding é um processo de soldadura por fusão que envolve a aplicação de um
arco eléctrico entre um eléctrodo revestido e a peça a soldar, de forma manual.
Os eléctrodos são constituídos por um núcleo (alma) normalmente num material similar ao
material das peças a soldar e um revestimento metálico.
Este revestimento tem uma composição algo complexa e variável de acordo com as
aplicações pretendidas, sendo muito importante neste processo pois tem como principais
funções:
• Proteger o banho fundido da oxidação (O2 e N2 presentes no ar) através dos gases
desenvolvidos pela combustão do revestimento. A formação da escória que se
deposita superiormente (mais leve) confere uma protecção adicional.
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Função Elementos
Formação de gás protector Celulose, dolomite, CaCO3, …
Formação de escória e Argila, talco, TiO2, CaCO3, SiO2,
fundentes FeO, Fe-Mn, …
Estabilizadores de arco TiO2, Ilmenite, silicatos de sódio e
potássio, …
Desoxidantes Fe-Si, Fe-Mn, Fe-Cr, …
Elementos de liga
Os eléctrodos são referenciados de acordo com normas específicas (NP, AWS, etc.). Por
exemplo a AWS adopta as seguintes especificações:
95
Tecnologia Mecânica – Módulo (UFCD) – Processos de Fundição e de ligação
Este processo não é muito produtivo pois praticamente não permite automação. No entanto
pode ser realizado praticamente em todos os ambientes, inclusivamente debaixo de água.
Espessuras finas (abaixo de 1,5 mm) são difíceis de soldar pois o material base funde antes
que o banho de fusão (núcleo do eléctrodo+material base) se torne estável.
Para grandes taxas de deposição são necessárias várias passagens com remoção de carepa
entre elas, sendo fundamental a experiência do soldador.
Vantagens Desvantagens
Baixo custo equipamento Fraca produtividade
Versátil Dificuldade para baixas espessuras
Facilidade operação Difícil controlo da atmosfera do banho
Portabilidade equipamento Muito sensível à técnica do operador
Bom para reparações Interrupções para troca de eléctrodos
Aplica-se a grande leque de metais Limpeza em cada passagem
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Processo de arco eléctrico designado correntemente por TIG (Tungsten Inert Gas) ou Gas
Tungsten Arc Welding (GTAW). Neste caso cria-se o arco eléctrico entre o eléctrodo em
tungsténio puro ou ligado (refractário com T de fusão 3410 ºC, não consumível) e a peça.
Um equipamento fornece ainda um gás inerte (árgon ou hélio) que protege o próprio
eléctrodo de contaminação e a zona do banho de fusão, através de uma tocha. Poderá
existir ou não material de adição, através de vareta, de forma manual ou automática.
Por último apresenta-se uma tabela com a síntese das principais vantagens, desvantagens e
aplicações deste processo de soldadura.
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Os processos MIG (Metal Inert Gas) e MAG (Metal Active Gas) também conhecidos por
GMAW (Gas Metal Arc Welding), são processos de fusão com arco eléctrico criado entre
um eléctrodo consumível contínuo (arame) e a peça a soldar. O equipamento inclui um
motor que acciona a bobina do eléctrodo consumível (alimentador). O banho de fusão é
protegido por gás inerte (árgon ou hélio) no caso MIG ou por gás activo (CO2, mistura ar-
O2-CO2) no caso MAG. A opção prende-se normalmente por questões metalúrgicas no
caso MIG ou pró económicas no caso MAG.
São processos muito difundidos por terem alta taxa de deposição (produtividade) e
permitirem automatização total, por exemplo por robots.
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O processo tem duas variantes, uma com protecção extra por gás inerte (Ex: Árgon),
activo (ex: CO2) ou mistura (75% Árgon e 25% CO2), e outra auto protegida onde o fluxo
(núcleo) é maior providenciando gases que protegem o banho.
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Face ao MIG/MAG apresenta maiores taxas de deposição sendo portanto mais produtivo
devido a suportarem maiores densidades de corrente, melhor qualidade (menor risco de
falta de fusão) e maior penetração pois permite maiores intensidades de corrente.
Face ao processo por eléctrodo revestido tem a grande vantagem da alimentação ser
contínua permitindo automatização.
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O processo de soldadura por arco submerso, Submerged Arc Welding (SAW) é também
um processo de fusão por arco eléctrico. Neste caso o arco ou arcos eléctricos são criados
entre o/os fios eléctrodos consumíveis (tubulares ou maciços) e a peça (banho de fusão).
É ainda adicionado separadamente um fluxo granulado que vai criar uma protecção do
arco e do banho de fusão, produzindo escória. Parte desse fluxo é recuperado por
aspiração.
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6.1.6 - Plasma
A soldadura por plasma, Plasma Arc Welding (PAW), é mais um processo de soldadura
por arco eléctrico semelhante ao por protecção de gás, mas em que o arco é constrangido
(recolhido) no bocal de saída da tocha, sendo mais dirigido e concentrado. Permite assim
mais velocidade na deposição do cordão. Pode ser adicionado ou não metal de adição
externamente.
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O gás ao passar pela zona do arco ioniza-se formando plasma, aquece e expande, tendo
que sair por pequeno orifício a alta velocidade. Fora do bocal volta ao estado gasoso
libertando grandes quantidades de energia, promovendo a fusão.
O processo assemelha-se ao TIG pois o eléctrodo é não consumível (embora seja passível
de contaminação). Usa-se também em processo de corte e recobrimento.
O gás plasma e o de protecção pode ser o mesmo. O mais usual é o árgon (sobretudo para
baixas correntes). O hélio puro ou misturado com árgon também é usado. Deve consultar-
se tabelas para melhor secção em função dos materiais a soldar.
Na grande maioria dos casos não é necessário material de adição, devido à facilidade de
fusão das juntas a soldar.
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6.1.7 - Oxigás
O processo de soldadura Oxigás, OxiFuel Welding (OFW), também por fusão, não usa o
arco como fonte de calor mas sim a queima de um gás combustível.
O acetileno sendo mais leve que o ar sobe naturalmente pelo que se devem prever sistemas
de exaustão adequados nos locais onde é utilizado.
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processo é usado no corte de chapa, designado por oxicorte. Neste caso, um jacto de
oxigénio puro adicional reage com o metal a alta temperatura (oxidação).
No caso de algumas ligas (bronze, ferro fundido, latão e alumínio) é necessário aplicar
fluxo protector do banho de fusão, sob a forma de pó ou pasta no interior de varetas
tubulares. Para aços ao carbono não é necessário.
O material de adição nem sempre é similar ao material base. É necessário consultar tabelas
para o efeito.
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6.1.8 - Resistência
O processo tem variantes como a soldadura descontínua por pontos (de um só dos lados ou
de ambos os lados), contínua por eléctrodos de roletes e ainda por projecção ou bossas e
topo a topo. A soldadura por projecção ou bossas exige conformação prévia das chapas a
soldar, mas permite escolher previamente a localização dos pontos de solda.
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6.1.9 - Laser
A soldadura a Laser, Laser Beam Welding (LBW), consiste na fusão localizada da junta
dos materiais a soldar através da emissão de feixe luminoso (fotões – retorno do electrão
excitado ao nível energético anterior) concentrado de alta intensidade.
Este processo caracteriza-se essencialmente por uma grande capacidade de fusão devido à
elevada densidade, nomeadamente em profundidade, alta velocidade e zona térmica
afectada muito diminuta. No entanto este tipo de equipamentos é muito caro relativamente
aos demais, embora compense naturalmente para grandes volumes de produção totalmente
automatizada, como por exemplo a soldadura de carroçarias automóveis em série.
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Nestes processos, os materiais a unir, bem como o de adição se existir, são processados no
estado sólido.
Na soldadura por fricção utiliza-se o atrito da interface para gerar calor e deformação
mecânica. Em soldadura por difusão utiliza-se chapas limpas e aquecidas, encostadas uma
na outra sob pressão, para causar deformação local e provocar a difusão atómica através da
interface.
Uma técnica muito usada na união de materiais plásticos é a soldadura por ultra-sons em
que uma fonte de energia vibratória de altas frequências provoca a fusão localizada de
duas superfícies mantidas em pressão mútua.
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É um processo de soldadura no estado sólido onde uma pressão elevada é utilizada para
provocar uma ligação de materiais com deformação destes (à temperatura ambiente). A
pressão é aplicada nas superfícies de contacto, previamente limpas, causando uma
deformação plástica suficiente para destruir a camada superficial e formar ligações
metálicas através da interface.
Este processo é usado essencialmente em materiais não ferrosos (cobre, alumínio, etc.).
A soldadura por difusão no estado sólido, na qual se realiza a união de dois ou mais
materiais de igual ou diferente natureza consiste em por em contacto as duas superfícies a
ligar, e submetê-las a uma elevada temperatura (50-70% da fusão), aplicando-lhes uma
pressão entre as faces em contacto num intervalo de tempo finito. A temperatura de
soldadura é inferior ao ponto de fusão dos materiais e a pressão aplicada deve ser
suficientemente baixa para evitar que se produza uma deformação macroscópica
indesejada.
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Dado que os custos de equipamento são relativamente altos (investimento inicial), este
processo tem sobretudo aplicação na indústria aeroespacial, nuclear e electrónica, para
volumes de produção relativamente baixos. Tipicamente os materiais soldados incluem
titânio, níquel, alumínio, berílio, zircónio, ligas de cobre.
Uma das grandes vantagens deste processo é que permite a ligação de materiais
dissimilares, que por outro processo não seria possível e a obtenção de formas complexas
sem maquinação, a custos operativos baixos.
A união das peças dá-se numa interface sem que se visualizem imperfeições como poros e
descontinuidades metalúrgicas.
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superfícies a ligar. É pois possível induzir calor unicamente na zona de ligação das peças e
serem soldadas, com as inerentes vantagens.
Aplica-se tanto em metais mesmo de famílias diferentes (por exemplo alumínio e aços de
liga na industria aeroespacial), como em termoplásticos.
Processo de soldadura no estado sólido, no qual a ligação é produzida pelo impacto a alta
velocidade entre os materiais a soldar, resultado de uma detonação controlada. Esta
soldadura é executada numa fracção de segundos sem qualquer material de adição. Trata-
se de um processo realizado à temperatura ambiente não ocorrendo um aquecimento
significativo das peças a soldar. A superfície de contacto sofre contudo um aquecimento
provocado pela energia de colisão, sendo a soldadura obtida através do escoamento
plástico de metal nessa superfície.
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Nestes processos, os metais a fundir estão no estado sólido enquanto que o de adição é
adicionado no estado líquido. Assim o material de adição terá que ter uma temperatura de
fusão menor que a temperatura de solidificação do material base a soldar.
Define-se brasagem fraca a que usa material de adição com temperatura de fusão até
450ºC e forte para temperaturas superiores. Para soldaduras de maior qualidade usam-se
normalmente fluxos protectores.
O metal de adição após fundir preenche normalmente os espaços vazios por capilaridade.
A peça é previamente aquecida (abaixo da fusão) e seguidamente é fundido o material de
adição, solidificando de seguida.
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• Maçarico
• Forno
• Indução
• Resistência (corrente por eléctrodos)
• Imersão (banho de metal fundido)
• Infravermelhos
• Outros
Na brasagem forte, os metais de adição bastante usados são o cobre, latão, ligas de
alumínio (ex: Al-Si-Mg em radiadores), prata (liga com cobre, zinco, cádmio), etc. As
aplicações estendem-se a aplicações na indústria aeronáutica e automóvel, tubagens, etc.
A tabela seguinte fornece uma indicação inicial do material de adição a usar em função do
material base a soldar.
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O bom controlo do projecto de peças fundidas e ligadas não é por si só suficiente para
garantir peças sãs. Um projecto adequado diminui à partida muitos defeitos potenciais
como se viu em capítulo próprio. No entanto, os processos e técnicas de fabrico
introduzem também defeitos nas peças que é necessário controlar.
Por vezes esses defeitos não são visíveis a olho nu ou facilmente detectáveis. Deste modo
é necessário estabelecer-se procedimentos e técnicas no sentido de os detectar, sobretudo
os mais críticos que afectam a integridade estrutural dos equipamentos.
• Rechupe: Vazio grande da peça nas zonas mais espessas devido a contracção não
compensada durante a solidificação. Externamente visualiza-se um abatimento.
Internamente detectam-se lacunas de material. Se o rechupe for de pequena
dimensão fala-se em microrechupe ou porosidade.
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As fissuras, fendas, poros, bolhas, inclusões, segregações e empenos são defeitos também
típicos de peças soldadas.
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7.2.2 - Ultra-sons
Esta técnica permite detectar lacunas ou defeitos quer à superfície quer no interior das
peças. Consiste em incidir ondas sonoras de alta frequência (200KHZ-15MHz) na peça a
inspeccionar. A onda quando encontra uma interface (lacuna, final da peça, outro material,
etc.) é reflectida e captada no aparelho. A onda reflectida é convertida num sinal eléctrico
pelo transdutor e mostrada num ecrã. É possível assim correlacionar o tempo lido no
gráfico com a distância percorrida pela onda a partir de uma distância de referência
(largura da peça) e assim determinar a que distância a imperfeição se encontra da
superfície. Varrendo a zona circundante é possível estimar a distribuição e forma da
mesma. As ondas podem ser emitidas obliquamente.
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7.2.3 - Magnetoscopia
Por vezes após a limpeza, rebarbagem e polimento das peças os defeitos ficam camuflados
ou escondidos, não sendo detectáveis por líquidos penetrantes ou a olho nu.
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7.2.4 - Radiografia
Os raios X são produzidos pela alta tensão presente em máquinas geradoras de raios X. Os
raios gama (γ) são produzidos por isótopos radioactivos (ex: Iridium 192).
Quanto mais espessa for uma peça mais radiação vai absorver. A remanescente vai
diminuir (menos intensidade), logo vai imprimir o filme com menos intensidade, ficando
impressa num tom mais claro.
A presença de lacunas como poros, bolhas, inclusões não metálicas e outros defeitos têm
um efeito semelhante à diminuição da espessura. Assim, a radiação vai ser menos
atenuada, imprimindo cor mais escura. A zona do espaço não atravessada pela radiação
fica toda impressa em tom escuro (negra).
As peças são examinadas em várias posições para se determinar a posição e tamanho das
imperfeições.
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Para além dos ensaios referidos anteriormente existe ainda uma variedade disponível para
as mais diversas aplicações. O ensaio por correntes induzidas de EDDY ou FOUCAULT é
um exemplo que se baseia na medição da variação da impedância eléctrica de uma sonda
em metais sujeitos a campos electromagnéticos.
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8 - Bibliografia
www.foundryonline.com/images (2009)
http://www3.fsa.br/mecanica/arquivos (2009)
http://www.fei.edu.br/~rodrmagn/PME-301 (2009)
http://www.youtube.com/view_play_list?p=3AFB507B668AF162 (2009)
http://geocities.ws/resumodefisica/termometria/ter07.html (2009)
http://en.wikipedia.org/wiki/Blast_furnace (2010)
www.dynamicmaterials.com (2010)
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Anexos
I
Anexo B – Exercício Prático Fundição Injectada
II
Anexo C – Condições típicas de injecção (Plásticos)
III
Anexo D – Materiais plásticos
IV