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Módulo
7. PROCESSOS DE FUSÃO
SUMÁRIO
1.2 – Classificação
O sistema de classificação dos aços varia de acordo com o tipo de ferro fundido em
função das suas faixas de composição química, de acordo com a tabela abaixo:
Tipo C Si Mn P S
Cinzento 2,5 – 4,0% 1,0 – 3,0% 0,2 – 1,0% 0,002 - 1,0% 0,02 - 0,25%
Vermicular 2,5 – 4,0% 1,0 – 3,0% 0,2 – 1,0% 0,01 – 0,1% 0,01 - 0,03%
Esferoidal 3,0 – 4,0% 1,8 – 2,8% 0,1 – 1,0% 0,01 – 0,1% 0,01 - 0,03%
Branco 1,8 – 3,6% 0,5 – 1,9% 0,25 - 0,8% 0,06 – 0,2% 0,06 - 0,2%
Maleável 2,2 – 2,9% 0,9 – 1,9% 0,15 - 1,2% 0,02 – 0,2% 0,02 – 0,2%
1.4 – Aplicações
Este material é frágil e quebradiço devido a sua microestrutura, não servindo muito bem
a aplicações que requeiram elevada resistência à tração. Sua resistência e ductibilidade
são maiores sob compressão, além de terem excelentes capacidades de
amortecimento de vibrações e elevada resistência ao desgaste mecânico. São
aplicados como componentes estruturais de máquinas e equipamentos pesados
sujeitos à vibração, peças fundidas de vários tipos que não necessitam de elevada
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O ferro
FERRO ALFA (α) – É a forma alotrópica do elemento ferro que se caracteriza por um
sistema cristalino C.C.C. Esta forma é estável até a temperatura de 911°C.
FERRO GAMA (ρ) – É a forma alotrópica do elemento ferro que se caracteriza por um
sistema cristalino C.F.C. Esta forma é estável entre as temperaturas de 911°C a
1392°C.
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FERRO DELTA (δ) – É a forma alotrópica do elemento ferro que se caracteriza por um
sistema cristalino C.C.C. Esta forma é estável entre as temperaturas de 1392°C a
1536°C.
1.6 – O carbono
Figura 4 – Grafita
Figura 5 – Diamante
Numa liga FeC, o carbono apresenta-se sob forma de carbono livre, a grafita, ou sob a
forma de um composto quimicamente definido, o Fe3C ou carboneto de ferro. Quando
ocorre a formação de carbonetos de ferro ao invés de grafita, durante a solidificação de
uma liga, dizemos que o comportamento da liga é METAESTÁTEL, e o diagrama de
equilíbrio de fases correspondente recebe o nome de DIAGRAMA FeC
METAESTÁVEL.
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FASE ALFA (α) – Solução sólida de carbono no ferro alfa também conhecido como
FERRITA.
FASE GAMA (γ) – Solução sólida de carbono de ferro gama também conhecida como
AUSTENITA.
FASE DELTA (δ) – Solução sólida de carbono no ferro delta.
FASE Fe3C – É um composto quimicamente definido chamado de carboneto de ferro, é
mais conhecido como CEMENTITA.
Figura 7 - Ferrita
Figura 8 – Cementita
Figura 9 – Perlita
Figura 10 – Ledeburita II
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• PONTO EUTÉTICO – É o ponto em que ocorre a reação, este ponto é formado por
um teor de carbono igual a 4,3% a uma temperatura de 1147°C.
• LINHA DE TRANSFORMAÇÃO EUTÉTICA – É a linha referente à temperatura de
1147°C onde ocorre à transformação eutética, isto é, todo o líquido residual dá
origem às fases AUSTENITA e GRAFITA.
• PONTO DE EUTETÓIDE – É o ponto em que ocorre a reação eutetóide, este ponto
é formado por um teor carbono a 0,8% a uma temperatura de 723°C.
• LINHA DE TRANSFORMAÇÃO EUTETÓIDE – É a linha referente à temperatura de
723°C onde ocorre à transformação eutetóide, isto é, a fase AUSTENITA dá origem
às GRAFITA e FERRITA.
Nota:
• Quando a solidificação se processa segundo o diagrama estável vamos obter ferro
fundido cinzento.
• Quando a solidificação se processa segundo o diagrama metaestável vamos obter
ferro fundido branco.
2.1 – Conceito
FERRO FUNDIDO é uma liga ferrosa constituída pelos elementos C, Si, Mn, S, P e Fe
podendo ter ainda outros elementos tais como Cr, Cu, Ni, Sn, Mo e outros. Sua
solidificação ocorre segundo uma transformação eutética estável.
A primeira gusa fabricada com coque foi produzido em 1708-1709 por Abraham Darly,
em Coalbrookdale, na Inglaterra. O gusa obtido em alto fornos usando carvão de pedra
ou coque, não era considerado de qualidade, devido ao enxofre que o tornava
quebradiço. Somente a disseminação do processo de pudlagem, já conhecido a muito
tempo e que adquiriu novo impulso, graças aos trabalhos de Henry Cort em 1784,
permitiu mudança nesta convicção. O ferro impuro obtido era refundido em forno de
soleira rasa (de reverbero) entrando em contato com gases oxidantes. Mediante a
agitação por meio de barras (to puddle, em inglês), todo o banho entrava em contato
com o oxigênio dos gases e assim, gradualmente, queima-se o carbono e o gusa
transforma-se em ferro pudlado (ferro doce). O banho líquido transforma-se pouco a
pouco em massa pastosa que, no final, se torna tão consistente que era possível retirar
bolos ou “lupas”, que eram a seguir marteladas em barras. Após uma hora e meia de
trabalho eram obtidos 220 a 250Kg de aço doce.
Os ferros fundidos são classificados de acordo com a norma brasileira, ABNT. NBR
6215/82 em:
1) Ferro fundido cinzento ou ferro fundido de grafita lamelar.
2) Ferro nodular ou ferro fundido de grafita esferoidal.
3) Ferro fundido vermicular.
4) Ferro fundido Branco.
5) Ferro fundido mesclado.
6) Ferro fundido maleável de núcleo preto.
7) Ferro fundido maleável de núcleo branco.
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FC 200
F = Abreviatura de Ferro Fundido;
C = Abreviatura de Cinzento;
200 = Limite mínimo à tração em MPa (1MPa = 0,0981Kgf/mm²).
Apesar dos ferros fundidos não serem uma liga binária ferro-carbono, pode-se utilizar
este diagrama para uma análise do comportamento da solidificação (análise de fase)
dos mesmos. Sabe-se que o silício e o fósforo têm uma relação de equivalência com o
carbono e os elementos, Mn e S, influenciam muito pouco o diagrama nos teores
comumente utilizados.
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Limite de
Alongamento Dureza
resistência à
(%) (HB)
tração - Mpa
FERRITA 250 a 270 60 140
CEMENTITA > 1000 Nulo 550 a 700
PERLITA 700 a 800 10 a 15 200 a 250
GRAFITA Desprezível Desprezível Desprezível
Valores estimados
• Incidência de defeitos;
Grafita lamelar tipo B – Geralmente encontradas nas mesmas condições que favorecem
a formação da grafita tipo A, porém em partes da peça com maior velocidade de
resfriamento. E também chamada grafita em rosetas.
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Grafita lamelar tipo C – Também chamada de grafita primária. Esta grafita é encontrada
em peças de composição química bastante hipereutética e apresenta grandes
dimensões.
Podemos perceber a partir do gráfico anterior que quanto maior o grau de super-
resfriamento, maior a tendência de formação de lamelas de grafita de dimensões
menores, tipo D, e em maior número. A grafita tipo A deve ser preferencialmente o
único tipo de grafita presente na estrutura do ferro fundido cinzento. Comercialmente a
estrutura mais indicada para um ferro fundido aplicado a indústria mecânica é aquela
que tem uma matriz perlítica com grafita tipo A tamanho 4,5 e 6 podendo apresentar,
em alguns pontos, grafita tipo B. Quanto maiores as dimensões da grafita, menores
serão as características mecânicas do ferro fundido. Por outro lado as grafitas mais
finas tipo D e E, favorecem a formação de ferrita, reduzindo as características
mecânicas do material.
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Nota:
O ferro fundido cinzento possui um comportamento misto em relação a uma liga binária
FeC. Durante sua solidificação e resfriamento ocorrem transformações segundo os dois
diagramas, estável e metaestável, isto é, a reação eutética da liga ocorrerá segundo
FeC estável, enquanto que a reação eutetóide da liga ocorrerá segundo o diagrama
metaestável. Isto explica a presença de perlita na estrutura final de um ferro fundido
cinzento.
• Perlita + grafita – transformação eutética estável e transformação eutetóide
metaestável.
• Perlita + grafita + ferrita – transformação eutética estável e transformação eutetóide
parcialmente estável e parcialmente metaestável.
• Perlita + grafita + cementita – transformação eutética e eutetóide parcialmente
estável e metaestável.
Cada elemento químico tem sua influência sobre a formação da estrutura do material, e
esta influência é ponto determinante para se alcançar as propriedades mecânicas
requeridas na peça produzida.
Influência dos principais elementos que constituem o ferro fundido cinzento:
1. Carbono
Quanto maior o teor de carbono num ferro fundido, maior a tendência à formação de
grafitas, portanto maior a tendência desta liga de solidificar-se segundo o diagrama FeC
estável. Devido a este fato o carbono é chamado de elemento grafitizante, por outro
lado, quanto maior o teor de carbono, maior a tendência à formação de grafitas grandes
(grosseiras), ou seja, lamelas de grandes dimensões. Grafitas muito contribuem para
diminuição das características mecânicas do ferro fundido.
2. Silício
3. Manganês
4. Fósforo
5. Enxofre
6. Cromo
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O cromo pode estar presente em quantidade inferior a 0,10% como residual vindo da
matéria prima (sucatas). Quando se deseja aumentar a resistência à tração e à dureza
pode-se adicionar teores de 0,15 a 1,0%. Até teores da ordem de 0,3% podem ser
adicionado isoladamente, acima desta faixa recomenda-se adicionar também um
elemento grafitizante para evitar a formação de carbonetos, em particular, em seções
finas e peças com cantos vivos.
Em ferros fundidos cinzentos de baixa liga, o teor de cromo recomendado é aquele
capaz de produzir uma estrutura completamente perlítica sem formação de carbonetos
livres nos contornos das células eutéticas ou sob a forma de ledeburita. Além de
aumentar a resistência à tração e à dureza, o cromo pode ser empregado para
aumentar a resistência à oxidação. Nestas aplicações os teores devem ser acima de
1,5% no ferro fundido.
7. Molibdênio
8. Níquel
9. Cobre
10. Estanho
O estanho em ferros fundidos cinzentos atua como forte estabilizador da perlita, sem
apresentar tendências para formação de carbonetos na solidificação e sem afetar
significativamente a morfologia da grafita. É particularmente útil para eliminar as áreas
de ferrita que tendem a aparecer junto à grafita de superesfriamento. O seu efeito é
mais efetivo em ferros fundidos hipoeutéticos. Em geral, recomendam-se adições de até
0,10%. Em peças espessas pode ser necessário até 0,15%. A adição de teores
crescentes de estanho elevam a dureza, principalmente pela passagem da estrutura
ferrito-perlítica para perlítica. A resistência à tração em geral, atinge um máximo quando
a estrutura é 100% perlítica. Teores acima do necessário para produzir estrutura
perlítica, tendem a reduzir a resistência à tração. O estanho tende a diminuir a
tenacidade e a resistência ao impacto, o que de certo modo obriga a um controle mais
rigoroso para evitar que os teores finais nas peças estejam acima de 0,10%. É um
elemento, atualmente, muito usado em peças de ferro fundido para indústria
automobilística e de máquinas em geral.
O antimônio em teores até 0,5% teria efeito semelhante ao do estanho. Em quantidade
acima de 0,05% de antimônio, esse elemento tende a reduzir a tenacidade e a
resistência ao impacto.
11. Vanádio
Tem um efeito similar ao molibdênio. Teores máximos devem ser limitados em torno de
0,20%. Em peças muito espessas pode-se aceitar até 0,50%, caso se deseje evitar a
formação de carbonetos. Usualmente considera-se seu efeito na estabilização de
carbonetos 2,5 vezes maior que a do cromo. Na reação eutetóide atua como
estabilizador e refinador da perlita. O vanádio tem um efeito favorável nas propriedades
à quente do ferro fundido cinzento.
12. Titânio
O titânio pode ocorrer como residual o ser adicionado. Atua com grafitizante em baixos
teores e como estabilizador de carbonetos em teores mais elevados. Baixos teores, na
faixa de 0,05 a 0,20% promovem a grafitização, reduzem a tendência ao
Conquilhamento e refinam a grafita. Teores na faixa de 0,15 a 0,20% tendem a produzir
a grafita tipo D, que em geral é indesejável. Verifica-se, porém, que em ferros fundidos
de carbono equivalente elevado (acima de 4,0%), adições de 0,15 a 0,0% de Ti
produzem uma estrutura ferrito-perlítica com grafita tipo D, que tem propriedades
mecânicas superiores que a mesma composição sem adição de titânio. O efeito
grafitizante de baixos teores de titânio seria devido a um efeito indireto pela reação do
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12. Alumínio
Esse elemento nos ferros fundidos cinzentos comuns é pouco usado como elemento de
liga, mas quase sempre está presente como residual nos ferros-ligas ou eventualmente
em outras matérias primas. O alumínio em baixos teores, menor que 0,20%, tem forte
ação grafitizante tanto durante a solidificação como no estado sólido. A ação
grafitizante estaria ligada a sua reação como oxigênio e o nitrogênio, semelhante ao
titânio.
Em teores elevados (acima de 4%) pode atuar também como estabilizador de
carbonetos.
A presença de residuais de alumínio tem sido apontada como um dos principais
responsáveis pelo aparecimento de Pinholes em ferros fundidos cinzentos. Esses
Pinholes na grande maioria dos casos são produzidos por hidrogênio e residuais de
alumínio favoreciam a absorção do hidrogênio.
Recentemente foram desenvolvidos ferros fundidos ao alumínio, que são ligas ferro-
carbono-alumínio, onde o alumínio substitui praticamente o silício. São ligas de alta
resistência mecânica, elevadas, tenacidades e baixíssima tendência ao coquilhamento
tendências ao coquilhamento, particularmente interessantes para fundição de peças em
moldes metálicos. Quanto às propriedades mecânicas, em principio, os ferros fundidos
ao alumínio e ferro fundido nodular.
Elemento Si Al Ti Ni Cu V Cr Mo Mn
Coeficiente 1 0,5 0,4 0,35 0,3 -2 a -4 -1 -0,3 -0,25
de
grafitização
Tabela 5 – Poder grafitizante de diversos elementos para os ferros fundidos
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1. Carregamento do forno;
2. Fusão da carga;
6. Vazamento do molde
Um dos maiores problemas durante o processo de elaboração da liga, é o rígido
controle de temperatura. Quando a temperatura do metal líquido não é controlada, além
da perda de energia e tempo, há o comprometimento da sanidade interna e externa da
peça. Por exemplo, um sobreaquecimento elevado levará a uma taxa de contração
volumétrica do material. Se este sobreaquecimento elevado for acompanhado de um
elevado tempo de manutenção, esta liga terá um maior grau de super-resfriamento, e
por conseguinte uma maior tendência a solidificar-se segundo o diagrama FeC
metaestável.
2.11.1 – Inoculação
MM (Misch Metal) – Composto natural formado a partir da mistura de terras raras. Este
composto é muito utilizado em aciarias como desoxidante e dessulfurante.
B. Taxa de inoculação
C. Métodos de inoculação
Vantagens Desvantagens
Inoculação na panela
Facilidade de colocar o processo no Perda de tempo devido ao tratamento
ponto de utilização
Poucos riscos de erros de origem Dificuldade para repartir a quantidade
humana de inoculante de maneira uniforme no
banho de metal
Consumo elevado de inoculante
Tempo bastante longo entre o instante
da inoculação e o vazamento do último
molde com a mesma panela. Perda do
efeito da inoculação (fading)
Inoculação no jato de metal ou no molde
Taxa de inoculação bastante reduzida Dificuldade de colocar o processo no
ponto de utilização
Não há problema quanto a perda do Dificuldade de se obter inoculação
efeito da inoculação, pois o tempo entre homogênea em todas as partes da
o tratamento e a solidificação é peça
reduzido
O ferro fundido deve ser vazado a uma
temperatura bem determinada
Riscos de inclusões de pedaços de
inoculantes arrastados no molde pelo
fluxo de metal
Formação de escória no molde
Maior probabilidade de erros de origem
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humana
Necessidade de uso de filtros nos
canais de enchimento
2.12 – Desoxidação
2.13 – Dessulfuração
Para se obter uma peça de boa qualidade é necessário que se façam controles bem
rígidos em todo o processo produtivo. Na área metalúrgica dois fatores destacam-se
pela necessidade de rígido controle, a composição química e a temperatura do banho.
É sabido que as características mecânicas do material dependem da composição
química da liga e esta da correta proporção dos elementos. Para elaboração da liga faz-
se necessário a mistura de vários constituintes, que na sua maioria não tem
composição química definida e homogênea. Sendo assim em alguns momentos do
processo de fusão/elaboração da liga é necessário colher amostras do metal para se
verificar a composição do banho e caso não esteja dentro do padrão estipulado
promover as devidas correções. Para se verificar a composição química da liga pode-se
empregar diferentes métodos que vão desde aqueles chamados práticos, até os
métodos laborais, quantitativos.
Estes métodos de análise também conhecidos como métodos de chão de fábrica, são
de fácil implementação e interpretação, porém nos mostra apenas dados qualitativos a
respeito do material analisado. Em fundições de ferro fundido cinzento normalmente se
empregam dois tipos de métodos de análises química, o método de análise de
composição química por análise térmica e o método de análise da profundidade de
coquilhamento do material.
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Este método tem como princípio a análise das transformações de uma liga em processo
de solidificação e de resfriamento. É sabido que, através da análise dos diagramas de
equilíbrio de fases, as temperaturas e a duração das reações dependem da
composição química. Um termopar ligado a potenciômetro registrador permite obter a
curva de solidificação do ferro fundido a partir da qual avalia-se alguns elementos da
composição química. Esta avaliação pode ser feita pelo operador através de gráficos e
tabelas ou através dos valores emitidos diretamente pelo aparelho. A grande limitação
deste tipo de análise é que ela fornece somente valores referentes ao teor de carbono,
silício e carbono equivalente.
Mais conhecido como método de via úmida, ele se baseia na análise do material
através do uso de reagentes químicos específicos manipulados segundo especificações
e critérios rigidamente normalizados.
Este método tem a seu favor a elevada precisão e confiabilidade dos resultados, aliada
a grande variedade de elementos que podem ser verificados e quantificados. Para a
análise dos materiais são empregados equipamentos chamados espectrômetros.
tratamentos do metal. O rígido controle da temperatura também impede que haja uma
maior “queima”, oxidação, de elementos no forno. Para se efetuar este controle são
utilizados instrumentos de medição chamados pirômetros que fornecem com precisão o
valor da temperatura do banho.
Todas as ligas contraem durante a solidificação, porém o ferro cinzento apresenta além
desta contração uma expansão volumétrica bem peculiar devido à nucleação e forma
de crescimento da grafita. Tal expansão, chamada de expansão grafítica, ocorre
durante a formação do eutético austenita-grafita e promove o aumento e o
deslocamento do líquido residual dentro da cavidade molde. Esta expansão será tanto
maior for a nucleação da grafita. Esta condição está diretamente ligada ao tratamento
de inoculação do metal. A expansão grafítica nos ferros fundidos cinzentos é fator
determinante no projeto de fabricação das peças, visto que o aumento do volume do
líquido residual poderá contribuir para reposição do mesmo durante a contração do
metal, evitando a colocação de massalotes. Moldes, particularmente em areia à verde,
que apresentam dureza insuficiente são incapazes de conter a expansão do metal
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2.19.2 – Recozimento
Também chamado de tratamento de fertilização; este tratamento tem por objetivo, além
de um alívio de tensões, a eliminação da perlita em peças nas quais se deseja uma
estrutura ferrítica. O tratamento de recozimento pode ser do tipo pleno ou subcrítico, o
primeiro é efetuado quando a matriz do ferro fundido apresentar grande quantidade de
perlita e carbonetos dispersos, o segundo caso aplica-se aos ferros fundidos que
apresentam pequena quantidade de perlita e nenhum carboneto.
Se as peças contêm apenas traços de perlita, o ciclo do tratamento térmico
recomendado é:
2.19.3 – Normalização
Este tratamento térmico tem por objetivo um aumento das propriedades mecânicas de
resistência através da obtenção de uma estrutura homogênea de perlita fina eliminando
traços de cementita livre, por este motivo, este tratamento também é conhecido como
tratamento de pertilização.
Recomenda-se o seguinte ciclo para este tipo de tratamento:
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A fim de aumentar a dureza das peças, estas podem ser submetidas a um tratamento
de têmpera e revenido.
O ciclo de têmpera é o seguinte:
• Elevação da temperatura até um valor superior à temperatura de início de formação
de austenita;
• Manutenção à temperatura escolhida, geralmente entre 840 e 930.
A duração desse patamar deve ser tanto maior quanto maior for a porcentagem de
ferrita na estrutura inicial e quanto mais espessa for a peça (1h/pol).
• Resfriamento rápido em óleo, banho de sais, jato de ar calmo dependendo da
composição química e das formas da peça.
O revenido consiste em elevar a temperatura a um valor compreendido entre 400 e
500°C, mantê-la durante algum tempo e deixar as peças resfriarem lentamente.
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2.19.4 – Estabilização
Este tratamento é indicado para peças de formas mais variadas e com espessuras não
uniformes, a fim de eliminar as tensões internas criadas durante a solidificação ou
durante algum tratamento térmico. Apresenta o seguinte ciclo de tratamento:
Percebemos que as proporções de matérias primas sugeridas para compor a carga não
possibilitam obter a composição química desejada. O teor de silício está abaixo do valor
necessário. Porém ainda não levamos em conta as queimas e ganho elementos nos
fornos de fusão. Cada tipo de forno de fusão tem suas particularidades construtivas,
funcionais e operacionais que levam a acrescentar ou diminuir o teor de determinados
elementos no banho metálico. Normalmente estas variações são as seguintes:
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Nota:
A expressão acima serve para correção de qualquer elemento químico presente na liga.
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C.Q. Obtida
% Perdas
% Ganho
C.Q. Forno
Adições
Inoculação
Nodularização
Carburação
Dessulfuração
Desfosforização
C.Q Final
Tabela 13 – Exemplo de folha de acompanhamento de cálculo de carga
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3.1.1 – Histórico
Mais conhecido como ferro fundido nodular, este ferro fundido apresenta em sua micro
estrutura bruta de fusão, grafitas sob forma de esferóides.
Na solidificação dos ferros fundidos cinzentos é considerado que a fase mais difícil de
nuclear seja a grafita. Várias teorias levantadas para se explicar o mecanismo de
precipitação da grafita nos ferros fundidos, isto é, sua nucleação e crescimento. As
maiorias destas teorias baseiam-se no principio da nucleação heterogênea ou exógena,
onde substratos estranhos ao banho, impurezas sempre presentes nas ligas, formam os
primeiros núcleos de solidificação. Assim a maior divergência entre estas teorias reside
na determinação da natureza destes substratos.
1. Teoria de Piwowarsky – segundo esta teoria a formação da grafita no ferro fundido
cinzento se dá a partir de partículas ao dissolvidas de grafita. Segundo esta teoria
durante a fusão das matérias primas, não há a completa dissolução das grafitas já
existentes, portanto, estas partículas, atuariam como núcleos efetivos para a nucleação
da grafita.
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2. Teoria de Von Keil – segundo esta teoria a grafita nos ferros fundidos cinzentos seria
nucleada a partir de partículas de óxidos e silicatos formados no ferro fundido. Notou-se
através de vários estudos que a presença de oxigênio sob a forma de partículas de
óxidos e especialmente sob a forma de sílica aumenta a tendência à grafitização dos
ferros fundidos.
3. Teoria de EASH – segundo esta teoria uma inoculação à base de compostos ricos
em silício promoveria a nucleação da grafita nas regiões de maior concentração desse
elemento. Nestas regiões, hipereutéticas, a grafita teria maior tendência a nucleação.
4. Teoria de LUX – segundo esta teoria a formação da grafita nos ferros fundidos
cinzentos se dá a partir de carbetos iônicos que atuariam com pontos de nucleção da
grafita. Estes carbetos seriam formados a partir dos metais dos grupos IA, IIA e IIIA da
tabela periódica dos elementos, encontrados em ligas inoculantes. Estes metais
atuariam diminuindo o super resfriamento e aumentando o número de células eutéticas.
5. Teoria de HURUM – segundo esta teoria a grafita seria nucleada a partir de
compostos transitórios, como o carbeto de silício (SiC), que seriam formados a partir da
adição de inoculantes ricos em silício. O carbeto de silício é composto instável e seria
formado a partir da difusão da Fe3C para austenita. Na presença de austenita rica em
silício, estes carbetos atuariam com pontos efetivos de nucleação.
6. Teoria de MORROGFH e WILLIAMS – segundo esta teoria sulfetos poderiam formar
pontos efetivos de nucleação da grafita nos ferros fundidos cinzentos. Por exemplo,
elementos como o enxofre e o manganês em teores balanceados permitem a
diminuição significativa da formação de carbonetos. Assim o sulfeto de manganês
formado teria um forte efetivo como nucleante da grafita.
7. Teoria de KARSAY – segundo esta teoria, a grafita nos ferros fundidos cinzentos e
nodulares seria nucleada a partir de bolhas de gás dissolvidas no banho metálico.
Neste caso a grafita cristalizada na superfície de bolhas de gás no banho metálico ou
na superfície de cavidade de gás existentes na austenita. A forma esferoidal da grafita
seria obtida quando do total preenchimento desta bolha, e a forma lamelar seria obtida
quando do rompimento das bolhas, ocorrendo aí a deformação da mesma grafita.
8. Teoria de BALL – segundo esta teoria, a grafita nos ferros fundidos poderia ser
nucleada a partir de partículas de nitreto de boro. Estes nitretos seriam formados a
partir de teores adequados de nitrogênio e boro dissolvidos no metal, e que presntes no
ferro fundido tendem a reduzir significativamente o super resfriamento favorecendo a
nucleação da grafita.
9. Teoria de JACOBS – segundo esta teoria a nucleação da grafita esferoidal ocorreria
em duas etapas complementares. Primeiro seriam formados sulfetos que agiriam como
núcleos para partículas de óxido e estes atuariam como os núcleos de grafitização.
Esta camada de óxidos que envolveria os sulfetos teria condições para favorecer o
crescimento da grafita em regiões saturadas de carbono.
10. Outras teorias:
• A nucleação da grafita ocorreria em regiões de alta concentração de silício formadas
a partir da sua reação com o alumínio. Esta reação formaria partículas de sílica
revestidas por um invólucro de alumínio e que por difusão levaria a formação de
uma região rica em silício garantindo a nucleação da grafita.
• Em alguns trabalhos pode-se observar que no centro dos nódulos de grafita havia a
presença de inclusões. Riding e Gruzleski, através de micro análise contaram a
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presença de um tipo de inclusão contendo cerca de 30% MgO, 30% SiO2, e 12% de
Al2O3.
11. Resumo
Pode-se afirmar a partir das teorias apresentadas que, provavelmente, a nucleação da
grafita nos ferros fundidos ocorre a partir de núcleos gerados por diferentes partículas.
Os fatores que determinam a formação dessas partículas podem ser:
1. Tipo de forno utilizado – condições mais favoráveis para formação de óxidos
(principalmente sílica).
2. Matéria-prima utilizada – existência ou não de partículas de grafita e Tendência à
formação de bolhas de gás.
3. Teor de enxofre no banho – maior formação de sulfetos (núcleos).
4. Tipo de inoculante utilizado – material à base de grafita e/ou compostos ricos em
silício.
5. Sobreaquecimento do banho – maior tendência ao super resfriamento e
eliminação de partículas em suspensão e dissolução de partículas de grafita.
Min. Min.
Norm Tipo de Resist. Resist. Along
Especificação Classe Trat. Term.
a aplicação Tração Escoam .%
MPa . MPa
Máx, resist ao
choque e à 60-40- Pode ser
600 400 18
baixa 18 recozido
temperatura
Serviços 65-45-
650 450 12
normais 12
Recomendado
em caso de
80-55-
têmpera a 800 550 6
06
chama ou
ASTM A536/84 indução
Melhor
combinação
entre resist. à
1000-
tração, ao 1000 700 3 Normalizado
70-03
desgaste e
têmpera
superficial
Máx. resist. à
1200- Têmpera e
tração e ao 1200 900 2
900-02 Revenido
desgaste
Dureza da peça – HB
D-418 170 máx. Recozido
D-4512 156-217
SAE J434c D-5506 187-255
D-7003 241-302 Normalizado
Têmpera e
D-Q&T Segundo especificação
Revenido
Vasos de
A395-80 pressão Ferritização
ASTM 60-40-
utilizados a 600 400 18 por
18
SA395 elevadas recozimento
ASME
temperaturas
Pode ser
utilizada
Rolos de
A476-82 bruta de
ASTM secagem de 80-60-
A476-84 800 600 3 fusão com
papel temp. 03
SA476 dureza
ASME 230°C
mínima de
210HB
Tabela 16 – Outras normalizações para ferro fundido nodular
69
A análise de diagrama FeC, é feita da mesma maneira que para o ferro fundido
cinzento pois não há diferenças entre as fases de solidificação estas duas ligas.
Como no ferro fundido cinzento, a grafita no ferro fundido nodular tem fundamental
importância sobre as características mecânicas e a matriz metálica do material. Sendo
assim, três fatores, ligados a forma e distribuição da grafita, serão determinantes para
se alcançar melhores propriedades em uma peça de ferro fundido nodular, são eles:
• Tamanho do esferóide;
• Grau de esferoidização (acima de 90%);
• Número de nódulos por mm² (acima de 200).
Segundo a ASTM 247-67 a grafita esferoidal tipo I ainda é classificada segundo o seu
tamanho em grafita tamanho de 3 a 8, sendo as tamanho 8 as menores.
Figura 62 – Grafitas Tipo III – Grafita em nódulos típicos dos ferros fundidos maleáveis
72
As fases que compõem a matriz metálica de um ferro fundido nodular são mesmas que
compõem o ferro fundido cinzento.
OS fatores que influenciam na estrutura de ferro fundido nodular são os mesmos que
influenciam o ferro fundido cinzento.
• Composição química do material;
• Velocidade do resfriamento;
• Elaboração da liga.
A influência dos elementos químicos sobre a estrutura do ferro fundido nodular pode ser
considerada como sendo a mesma dos ferros fundidos cinzentos. Porém, como a
obtenção da grafita esferoidal é feita através do tratamento do metal líquido com a
introdução de determinados materiais ao banho, poderá haver interferência de alguns
elementos, em determinados teores, que poderão alterar a forma de grafita, com
tendência desta a voltar a forma lamelar. Também elementos residuais presentes na
composição destas ligas poderão afetar a estrutura do FE.
Os elementos prejudiciais a nodularização da grafita, são também conhecidos como
elementos nocivos ou deletérios. Os elementos mais nocivos ao FE são: chumbo,
bismuto, antimônio, titânio e alumínio.
Mg e terras eficiência do
raras Mg
Mn 1,2 max 0,20 max 0,80 max Promove a Forma
formação de carbonetos
perlita na intercelulares
peça bruta quando acima
de 0,70%
Elementos de liga
Ni 0,01-2,0 0,01 max Seg. Aumenta a Sem efeito
especif. dureza da significante
peça, sobre a grafita
elemento
pertilizante
Mo 0,01-0,75 0,03 max Seg. Aumenta Excesso
especif. dureza promove a
(pertilizante) formação de
carbonetos
intercelulares
Cu 0,01-0,90 0,03 max Seg. Aumenta a Sem efeito
especif. usinabilidade significante
da peça, sobre a grafita
refinado a
perlita
Elementos indesejáveis
Te < 0,005 0,02 max 0,02 máx. Usado para Promove a
controlar degeneração
pinholes da grafita na
falta de terras
raras
Pb 0,002 max 0,002 max 0,002 max Em teores Promove a
baixos não formação de
altera a grafita lamelar
estrutura intercelular
Ti < 0,07 0,03 max 0,07 max Em teores Promove a
baixos não formação de
altera a grafita
estrutura vermicular
Al 0,003-0,06 0,05 max 0,05 max Usado em Promove a
ferros ligas formação de
para evitar grafita
coquilhamento vermicular,
principalmente
em seções
espessas;
promove a
formação de
78
pinholes
Sb < 0,005 0,001 max 0,001 max Pertilizante Promove a
forte; degeneração
neutralização da grafita
a formação de quando em
grafita Chunky teores
em grandes elevados e
espessuras sem a
presnça de
terras raras
Bi < 0,01 0,002 max 0,002 max Aumenta a Promove a
contagem de formação de
nódulos e sua grafitas
qualidade vermiculares
quando em sem a
presença de presença de
terras raras terras raras
Zr < 0,01 0,10 max 0,10 max Manter teores Promove a
baixos formação de
grafita
vermicular
Elementos pertilizantes e antigrafitizantes
Cr 0,02-0,15 0,04 max 0,10 max Forte Formação de
formador de carbonetos
carbonetos resistentes ao
recozimento
Bo < 0,0005 0,002 max 0,002 max Em teores Formação de
baixos não carbonetos
altera a intercelulares
estrutura resistentes ao
recozimento
Sn < 0,01 0,01 max 0,08 max Forte Teores
formador de maiores que
perlita 0,10% forma
carbonetos
intercelulares
As < 0,01 0,02 max 0,05 max Pertilizante ND
em teores de
0,080%
Va < 0,04 0,04 max 0,04 max Pertilizante Forte
estabilizador
de
carbonetos,
retarda o
recozimento
Elementos gasosos
79
• Liga NiMg;
• Liga FeSiMg.
As ligas FeSiMg contendo:
• 0,5 a 3% de Ce. Introduzido sob a forma de mischmetal combate melhor os efeitos
dos elementos nocivos da grafita esferoidal, tais como: Pb, Sb, Ti, Bi, As;
• 2 a 6% de Ca completa a ação de Mg;
• Bário favorece a obtenção de estrutura ferrítica, bruta de fusão e permite eliminar a
inoculação.
Figura 73 – Conversor
85
3.14.1 – Alívio de tensões – Tratamento realizado a baixa temperatura que tem por
objetivo reduzir ou eliminar as tensões internas da peça geradas na sua solidificação.
Normalmente este tratamento é utilizado em peças de grandes dimensões e ou forma
complexa. A temperatura de aquecimento não deve ultrapassar 600°C e o tempo de
manutenção é cerca de 20 minutos para cada centímetro de espessura da parede da
peça. Não há efeito sobre as propriedades mecânicas.
tempo necessário, ele é resfriado no forno até 785°C e em seguida resfriado ao ar livre.
Normalmente o objetivo deste tratamento é a obtenção de uma matriz perlítica. Se o
resultado final apresentar dureza muito elevada, pode-se proceder a um revenido
posterior, até a dureza desejada. O tratamento de revenido reduz as tensões internas
geradas no tratamento anterior.
A dureza medida pelo método de resistência ao risco teve origem com Mohs, em 1822.
Embora este método não seja utilizado na determinação de dureza dos metais, ele é
ainda bastante e empregado em mineralogia. Baseando na verificação de que os
minerais mais moles são facilmente riscados pelos minerais mais duros, Mohs
selecionou dez minerais naturais aos quais atribui durezas crescentes de 1 a 10 (tabela
26).
Pode-se dizer, a titulo de indicação, que grande parte dos metais apresenta durezas
compreendidas entre 4 e 8 Mohs e que o aço pode ser riscado pelo felspato.
Existem ainda outros ensaios baseados na resistência ao risco; igualmente pouco
utilizados:
• Ensaio de Martens, que consiste em riscar uma superfície polida da peça a ser
ensaiada, utilizando-se uma ponta cônica de diamante, com ângulo de 90°. A dureza
Martens é definida pela carga necessária para produzir um risco de 0,1mm de
largura. O método é bem trabalhoso.
• Ensaio de Super-Bierbaum, que resulta de uma pequena modificação do ensaio
Martens. Uma ponta de diamante de ângulo 110° é comprimida como uma carga de
3g, e desliza-se sobre a superfície polida da peça a ser ensaiada produzindo um
risco cuja largura é medida por um microscópio e levada a uma fórmula que dá a
dureza Spencer-Bierbaum (HSB).
Estes ensaios, a impressão produzida na peça a ser ensaiada é obtida pela aplicação
de esforços dinâmicos ou impactos. O impacto pode ser produzido por:
• Martelo;
• Queda de um peso;
• Liberação de uma mola;
Normalmente, os ensaios dinâmicos são realizados com aparelhos portáteis e são
empregados para ensaio em peças fixas ou de grandes dimensões, que dificilmente
consegue-se ensaiá-las pelos métodos estáticos usuais.
São ensaios de pouca precisão, mas em casos específicos, apresentam alguma
utilidade.
Os ensaios dinâmicos mais usados são:
• Ensaio Poldi;
• Ensaio Shore.
Para realizar o ensaio, dá-se, com um martelo, uma pancada na bigorna, originando
impressões na barra-padrão e na peça a ser ensaiada simultaneamente. Medindo-se,
por intermédio de uma lupa granulada, as impressões na barra-padrão e na peça, a
dureza Poldi da peça é determinada pela expressão:
Onde:
HP = dureza Poldi da peça ensaiada;
d1 = diâmetro da impressão na barra-padrão;
d2 = diâmetro da impressão na peça ensaiada;
HB = dureza Brinell da barra-padrão.
O aparelho para determinação da dureza Poldi é usualmente designado de aparelho
manual de dureza Brinell, embora existam diferenças entre os dois métodos de ensaio.
Entretanto, caso a peça a ensaiar tenha aproximadamente a mesma dureza da barra-
padrão e sejam de um mesmo material, o valor da dureza Poldi aproxima-se bastante
da dureza Brinell.
Recomenda-se utilizar a barra-padrão que possua mais próxima possível da dureza da
peça a ser ensaiada.
Os diâmetros das impressões são medidos com uma lupa graduada.
mede a dureza devem estar lisas e as peças devem ter uma espessura suficiente para
que o seu apoio não absorva energia no choque. A escala de dureza Shore é contínua,
cobrindo toda a gama de variação de dureza dos metais.
Um exemplo de um equipamento para ensaio de dureza Shore é mostrado na figura 96.
O ensaio de dureza Brinell consiste em comprimir lentamente uma esfera de metal duro
ou aço, de diâmetro D, sobre uma superfície plana, com acabamento adequado e
limpa, de um metal através de uma força F, durante um certo tempo (fig. 80).
93
Onde:
HB = dureza Brinell;
F = força de impressão (Kgf);
S = superfície da impressão (mm²);
D = diâmetro do penetrador (mm);
d = diâmetro da impressão (mm);
O valor do diâmetro da impressão é, geralmente, medido por intermédio de uma lupa
granulada após a remoção da carga. Este valor deve ser a média das medidas feitas
em duas direções perpendiculares. A leitura do diâmetro da impressão deve ser feita
com uma precisão de ± 0,5%.
Os penetradores esféricos utilizados nos ensaios de dureza Brinell são normalmente de
aço com elevado teor de carbono, temperado, mas existem esferas de carboneto de
tungstênio. Os diâmetros destes penetradores bem como a força de impressão
utilizadas no ensaio são variáveis. Assim, o uso de esferas de diâmetros diferentes e
com forças de impressão variáveis permite obter o mesmo valor da dureza, desde que a
relação F/D² seja constante. Os valores de dureza Brinell obtidos com diversas forças
94
As escalas mais utilizadas são Rockwell B em materiais cuja dureza situa-se entre 50 e
100 unidades desta escala e a Rockwell C em materiais cuja dureza situa-se entre 20 e
70 unidades desta escala.
Utiliza-se a notação:
• HRB para dureza Rockwell escala B;
• HRC para dureza Rockwell escala C;
O método brasileiro da ABNT para ensaio de dureza Rockwell comum para materiais
metálicos (MB – 358) prescreve:
• A espessura do corpo-de-prova deve ser superior a dez vezes a profundidade de
penetração p;
• A distância entre os centros de duas impressões vizinhas deve ser, no mínimo, igual
a quatro vezes o diâmetro da impressão ou não menos que dois milímetros. E a
distância entre o centro de qualquer impressão e a borda do corpo-de-prova deve
ser, no mínimo, igual a duas e meia vezes o diâmetro da impressão, mas não menos
que um milímetro.
Existe a dureza Rockwell superficial em que a força prévia é de 3Kgf. Este tipo de
ensaio é realizado em materiais tratados superficialmente (nitretação, cementação, etc).
Na tabela 28, relaciona-se a força principal, o penetrador e o campo de aplicação das
escalas Rockwell superficial.
96
Escala
Força
Rockwell Penetrador Campo de aplicação
(Kgf)
Superficial
Idem às escalas HRA,
N Diamante
HRC, HRD
Idem às escalas HRB,
T Esfera de Ø 9mm (1/16”)
HRF, HRG
Esfera de Ø3,17mm
W 15, 30, 45
(1/18”)
Esfera de Ø 6,35mm
X Materiais muito macios
(1/14”)
Esfera de Ø 12,70mm
Y
(1/2”)
Tabela 24 – Escalas de dureza Rockwell superficial e aplicações típicas
Recomenda-se uso de escala 45-T para materiais de espessura acima de 1mm, 30-T e
45-N para espessuras acima de 0,9mm, 15-T e 30-N para espessuras acima de 0,5mm
e 15-N para espessuras acima de 0,4mm.
Onde:
HV = dureza Vickers;
F = força de impressão em Kgf;
S = superfície da impressão em mm²;
α = ângulo, no vértice, entre as faces opostas, medindo em graus;
d = média aritmética das diagonais d1 e d2 da impressão, em mm;
Devido à forma do penetrador, o valor da dureza Vickers de um material é o mesmo,
qualquer que seja a força de impressão utilizada. As cargas mais utilizadas são 1, 2, 3,
5, 10, 30, 50, 100 e 120 Kgf.
A norma brasileira da ABNT NBR 6672/81 para ensaio de dureza Vickers para materiais
metálicos prescreve:
• A espessura do corpo-de-prova deve ser superior a 1,5 vezes a média aritmética
das diagonais da impressão;
• A distância mínima do centro de uma impressão à bordo do corpo-de-prova ou de
uma impressão vizinha é de 2,5 vezes a média aritmética das diagonais da
impressão;
98
• A leitura das diagonais deve ser feita com precisão ± 0,001mm para as diagonais
menores ou iguais que 0,2mm e com precisão de ± 0,5% d para as diagonais
maiores que 0,2mm.
A determinação da dureza Vickers de um material num ensaio que utiliza uma força de
impressão diferente de 1Kgf é feita utilizando-se as duas tabelas anteriores, como
mostra o exemplo que se segue.
O ensaio de dureza Vickers é aplicado a toda a gama de durezas encontradas nos
diversos materiais e apresenta grande precisão de medida, porém, é mais demorado e
exige uma preparação cuidadosa do material a ser ensaiado para tomar nítida a
impressão. Não é utilizado em ensaios de rotina industrial sendo, muitas vezes,
reservado para laboratórios de pesquisa.
Quando se deseja uma impressão microscópica no material com, por exemplo, o
objetivo de determinar a dureza de um constituinte micrográfico, realiza-se o ensaio de
microdureza. O ensaio Vickers encontra ampla aplicação na determinação da
microdureza. Neste caso, a força de impressão é geralmente inferior a 1Kgf.
Além dos métodos de dureza estudados, existem outros ensaios de dureza baseados
na resistência à penetração:
a) ensaio Knoop, que utiliza um penetrador piramidal de diamante, usado na
microdureza;
b) ensaio Monotron, no qual se determina a carga necessária para a obtenção de uma
profundidade de penetração convencionada.
Existem, também, métodos de ensaios próprios para determinação da dureza de
materiais plásticos e borracha.
Finalmente, uma referência deve ser feita ao ensaio Janka, que é usado para
determinação de dureza de madeiras. Este método é normalizado pela ABNT (MB –
26).
Lr = Fm / So
Onde:
LR = limite de resistência à tração (Kgf/mm² ou MPa);
Fm = força máxima (Kgf ou N);
So = área da seção transversal, inicial (mm²);
A curva do gráfico apresenta uma parte retilínea 0A, uma sinuosidade próxima d ponto
A e uma parte não retilínea AC.
Para qualquer ponto da parte 0A, ao interromper a aplicação da força e fazendo o
descarregamento, a deformação residual do corpo-de-prova é nula. Diz-se o trecho 0A
corresponde à zona elástica do material. Enquanto o material encontra-se na zona
elástica, a deformação do corpo-de-prova é proporcional à força aplicada.
103
Onde:
σ = tensão (kgf/mm² ou MPa);
F = força (Kgf ou N)
S = área da seção transversal (mm²);
A deformação do copo-de-prova em um determinado instante é definida pela
expressão:
Onde:
Σ = deformação;
Lo = distância inicial (mm) entre dois pontos de referência, situados no corpo-de-prova;
∆ = L – Lo (mm);
L = distância (mm) entre os dois pontos de referencia, no instante considerado.
Na zona elástica do material tem-se a relação:
σ=ExΣ
Onde:
E = constante de proporcionalidade entre σ e Σ, chamada módulo de elasticidade ou
módulo de Young.
Quando a deformação é proporcional à tensão, diz-se que o material obedece a lei de
Hooke, que é expressa pela reação anterior.
Na vizinhança do ponto A, tem-se o ponto correspondente a tensão máxima para qual
não há deformação permanente que é o limite elástico ou limite de elasticidade do
material e o ponto correspondente à tensão máxima para a qual se verifica a lei de
Hooke, é o limite de proporcionalidade.
A posição que define o limite elástico e o limite de proporcionalidade é discutível.
Admite-se que uma deformação residual de 0,001% seja o limite de proporcionalidade é
discutível. Admite-se que uma deformação residual de 0,001% seja o limite da zona
elástica; sendo isto mais aplicado quando se trata de materiais dúcteis.
Em ensaios de rotina, os valores destes limites não são determinados.
104
Onde:
LE = limite de escoamento (Kgf/mm² ou MPa);
Fe = força correspondente ao escoamento inferior (Kgf ou N);
So = área da seção transversal inicial do corpo-de-prova (mm²);
Quando o escoamento não é nítido, utiliza-se o limite convencional de escoamento,
definido pela expressão:
Onde:
LEx = limite convencional de escoamento (Kgf ou MPa);
Fex = força correspondente à deformação x do material (Kgf ou N);
So = are ade seção transversal inicial do corpo-de-prova (mm²);
x = valor convencionado da deformação plástica ou total do material para cálculo do
limite de escoamento.
A determinação da força Fex é feita graficamente e, de modo geral, como é indicado na
figura 88.
Traça-se a curva relacionando força e deformação pelo uso de extensômetro. A partir
da origem de coordenadas, marca-se, no eixo das abscissas, o valor da deformação x
escolhida encontrando-se o ponto A. Em seguida, trata-se por A uma reta paralela à
parte reta da curva da zona elástica, determinando-se o ponto B, ao qual corresponde a
força Fex.
O valor x varia entre 0,1% e 0,5%, sendo que, geralmente, utiliza-se x = 0,2% de
deformação plástica.
Observação: extensômetro é um instrumento mecânico, dotado de um micrômetro,
utilizado para medir variação no comprimento do corpo-de-prova, ao qual se prende por
meio de garras. Lendo-se periodicamente, o valor da variação com comprimento
(calcula-se a deformação) e a força correspondente, traça-se por pontos a curva da
figura 69.
107
a) Resiliência
Onde:
UR = módulo de resiliência (Kgf.mm/mm³);
σp = limite de proporcionalidade (Kgf/mm²);
E = módulo de elasticidade (Kgf/mm²).
O módulo de resiliência corresponde à medida da área hachurada na figura 89;
b) Tenacidade
c) Ductilidade
Onde:
LR = limite resistência à tração (Kgf/mm² ou MPa);
Fm = força máxima aplicada (Kgf ou N);
So = área da seção transversal, inicial (mm²).
109
Onde:
A = alongamento (%);
Lo = distância inicial entre as referências previamente marcadas na parte útil do corpo-
de-prova – base de medida;
L = distancia entre as mesmas referências após a ruptura, uma vez reajustadas, da
melhor maneira possível, as duas partes do corpo-de-prova.
4.7 – Estricção
Após ser atingida a força máxima durante o ensaio de tração, ocorre uma redução na
seção transversal do corpo-de-prova na região onde vai ocorrer a ruptura. A estricção
definida pela expressão:
4.9 – Normalização
Onde:
Lcis = limite de resistência ao cisalhamento (Kgf/mm² ou MPa);
Fm = força máxima atingida no ensaio (Kgf ou N);
n = número de seções resistentes;
So = área da seção inicial resistente à força cortante (mm²).
Onde:
Mr = módulo de ruptura (Kgf/mm² ou MPa);
F = força máxima atingida no ensaio (Kgf ou N);
L = distância entre os apoios (mm);
D = diâmetro do corpo-de-prova (mm);
117
Onde:
Mr = módulo de ruptura (Kgf/mm² ou MPa);
F = força máxima atingida no ensaio (Kgf ou N);
L = distância entre os apoios;
b = largura do corpo-de-prova (mm);
h = espessura do corpo-de-prova (mm);
Onde:
Lc = limite de resistência à compressão (Kgf/mm² ou MPa);
Fm = força máxima atingida no ensaio (Kgfou N);
So = área da seção transversal inicial do corpo-de-prova (mm²)
Onde:
K = resistência ao impacto (daJ/cm²);
E = energia absorvida pelo corpo-de-prova para se formar e romper (daJ);
S = área da seção de ruptura (cm²).
A energia absorvida pelo corpo-de-prova ao se romper é dada pelo mostrador da
máquina de ensaio.
Os corpos-de-prova, para o ensaio de impacto, geralmente têm um entalhe. A figura
103a mostra um corpo de prova Charpy, tipo A, com entalhe em V e o ponto de impacto
do pêndulo no instante do ensaio. A figura 103b mostra uma máquina de ensaio
Charpy.
119
Nota-se a existência de uma faixa de temperatura para a qual ocorre uma variação
brusca na resistência ao impacto, chamada zona de transição entre uma fratura dúctil e
uma fratura frágil.
O estudo da influência da temperatura na resistência ao impacto é muito importante
para usos de materiais a baixas temperaturas.
121
Figura 106
Existe uma grande variedade de queimadores e estes e estes são instalados segundo
um eixo tangente à câmara de combustão. Os combustíveis utilizados nestes fornos
podem ser óleo queimado, o óleo diesel, o óleo BTE (baixo teor de enxofre), o GLP ou
mesmo o propano ou metano. O óleo diesel é fácil de ser usado, pois, ele queima
facilmente e permite uma regulagem da combustão mais apurada que o óleo queimado.
Seu manuseio e estocagem são bem simplificados. Os resultados obtidos com a
utilização de gás são ainda melhores, tendo-se como principal vantagem a ausência de
poluição. É claro, deve ser avaliado o custo beneficio de cada tipo de combustível.
Existem vários tipos de fornos de cadinhos, que são classificados em função do
combustível e do basculante, existente ou não. Os fornos basculantes são utilizados em
fundições cujo tamanho das peças exige a utilização de panelas de vazamento. Já os
fornos fixos são utilizados em fundições de peças pequenas e seriadas. Neste caso o
metal é retirado do forno através de uma concha. No caso da classificação por
122
5.2 – Funcionamento
Figura 107
123
5.3 – Operação
5.3.3 – Vazamento
Assim que o metal líquido estiver em condições de ser vazado e a área de vazamento
estiver preparada, realiza-se o basculamento do forno. Nos fornos de basculamento
simples, esta operação é realizada em torno de um eixo central. Isto dificulta o
escoamento do metal líquido para a panela de vazamento, visto que a mesma deve
acompanhar o movimento basculante. Para evitar este inconveniente, foi desenvolvido
o forno basculante de eixo pelo bico. O basculamento é realizado por pistões
hidráulicos duplos montados na armação. A grande vantagem do basculamento
hidráulico é o controle apurado sobre a operação de vazamento. Mesmo com
velocidade baixas de vazamento, consegue-se facilmente um fluxo suave e uniforme.
Após o basculamento, limpa-se o cadinho e organiza-se a área de fusão. Deve-se
retirar todo o resto de metal e escória que sobrar no cadinho, já que estes se solidificam
e podem danificar o cadinho no inicio do aquecimento da próxima fusão este problema
não é percebido em fusões continuas e é um grande problema para as empresas que
possuem fornos fixos, já que é impossível de se retirar todo o metal com concha.
Depois que se desliga o forno, a temperatura da liga ainda aumenta em cerca de 40°C,
devido à inércia térmica do forno. Quando o forno é desligado a câmara de combustão
se encontra a uma temperatura superior à da liga metálica. São necessários alguns
minutos até que se estabeleça o equilíbrio térmico entre a câmara de combustão e o
banho. Daí pra frente a temperatura tende a diminuir se o forno for mantido desligado.
125
5.3.4 – Refratário
Normalmente as juntas do revestimento são seus pontos fracos. É nelas que se inicia a
sua deterioração. Em sua confecção são utilizados tijolos sílico-aluminosos com 30 a
40% de alumina (tijolos comuns de refratário) e massa refratária entre os tijolos.
O cadinho do forno representa parcela importante no custo de fabricação das peças,
merecendo, portanto, cuidados especiais:
• Sua estocagem deve ser realizada em lugar seco;
• O cadinho deverá ser muito bem examinado tanto no ato de recebê-lo para estoque,
quanto antes de sua instalação, para que se tenha certeza que não há nenhum
defeito visível, causado por manuseio inadequado. Trincas são facilmente
detectadas, porém danos ao verniz são mais impercebíveis;
• O forno deve estar limpo e em condições para receber o cadinho;
• Durante a instalação do cadinho, devem ser obedecidos os critérios de centralização
e folgas entre cadinho e o refratário de suporte, estabelecidos no catálogo do forno;
• O cadinho deve ser mantido sempre cheio a fim de não se desperdiçar energia;
• Os materiais pesados (lingotes ou sucatas grandes) devem ser carregados com
cuidado a fim de se evitar danos ao Cadinho;
• Não deve-se colocar fluxos antes de haver metal fundido no cadinho, pois, dessa
forma, os fluxos derreteriam primeiro que o metal e atacariam o cadinho;
• O vazamento deve ser realizado tão logo seja atingida a temperatura ideal;
• Deve-se utilizar o cadinho continuamente aumentando assim sua vida útil e
economizando combustível.
126
Figura 108
127
6.2 – Aplicação
Figura 109
128
atmosfera ácida ou redutora, podendo ser utilizado a temperaturas de até 1800°C. Por
isso é um revestimento utilizado para fabricação de aços e ferros fundidos.
Para aços ligados ao cobalto e ao níquel é recomendado a utilização de um refratário
básico. Normalmente, para estes casos utiliza-se o MgO, que é um óxido básico,
resistente a temperaturas inferiores a 1700°C. Em contato com óxidos ácidos, forma
eutéticos de baixo ponto de fusão.
Para a fusão de cobre e alumínio geralmente utiliza-se um revestimento ácido.
Alguns princípios elementares podem ser sumarizados com relação à ação química:
• Ácidos e bases reagem entre si;
• A velocidade da reação aumenta com o aumento da temperatura.
Conforme dito anteriormente, a reação química do refratário está muito ligada à
formação de escória do banho. Para estudar-se melhor este fenômeno, ele é dividido
em escórias de baixo ponto de fusão e escórias de alto ponto de fusão.
Com relação às escórias de baixo ponto de fusão, verifica-se que as baixas
temperaturas (<1400°C) existe uma tendência para oxidação do silício do metal e o
produto formado é o SiO2.
Si + O2 SiO2
Observa-se nas fundições que trabalham com baixas temperaturas em fornos a indução
o problema de excessiva formação de escória nas paredes do forno. Particularmente
nas fundições que trabalham com sucata oxidada e miúda. O FeO é reduzido pelo
silício do banho gerando grandes quantidades de escória:
SiO2 + 2C Si + 2CO
Esta reação é acelerada quanto mais elevado for o carbono e a temperatura do banho.
Observa-se inclusive o borbulhar do CO (gás) nas paredes do cadinho desligando-se o
forno quando o metal atinge altas temperaturas. Analizando-se os teores de carbono e
silício, verifica-se um acréscimo no teor de silício e um acentuado no teor de carbono.
Conclui-se então que a faixa de temperatura ideal para se trabalhar com o forno a
indução na produção de ferro fundido, seria em torno de 1500°C, pois baixas
temperaturas levariam à formação excessiva de escória e altas temperaturas a um alto
desgaste do revestimento. Conclui-se também, que no caso dos óxidos de baixo ponto
de fusão, como é o caso do SiO2, do MnO e do FeO, eles serão formados durante o
aquecimento do banho e eliminados posteriormente quando do aumento da
temperatura, portanto, não representam grande problema para o revestimento do forno.
130
escória líquida. Pode-se dizer o mesmo das mudanças cristalinas do material refratário,
que, caso ocorram muito rapidamente, darão origem as trincas no revestimento. Com
relação à ligação cerâmica entre os grãos, é ela que impede a erosão do revestimento,
ou seja, impede que os grãos sejam arrancados do todo.
Da mesma forma que o fabricante especifica a melhor maneira de socar o refratário, ele
também especifica a melhor maneira de realizar-se a sinterização do revestimento.
A seguir serão apresentadas as três maneiras mais usuais para a realização desta
atividade:
• Sinterização indutiva;
• Sinterização com combustível;
• Sinterização líquida.
Para a realização da sinterização indutiva, carrega-se o forno e realiza-se o
aquecimento a uma velocidade de 100°C/hora. Ao fundir a carga, deve-se completar o
carregamento com carga sólida ou líquida. Deve-se utilizar uma potencia reduzida a fim
de não aumentar-se demasiadamente a temperatura do banho líquido. Posteriormente
mantém-se o banho à temperatura máxima de trabalho por 2 horas.
No caso de sinterização com combustível, o aquecimento do forno é realizado com gás
ou óleo até aproximadamente 1200°C, a uma velocidade de 100°C/hora. As demais
operações seguem como na sinterização indutiva.
Na sinterização líquida realiza-se o vazamento de metal líquido à temperatura de 1500
a 1550°C, procurando-se o centro do cadinho para evitar-se erosão das paredes
laterais. Liga-se o forno com potência de manutenção de temperatura por 1 hora,
Mantendo metal a uma temperatura de 1450°C. Aumenta-se a potência e eleva-se a
temperatura até 1550°. Mantém-se por mais 1 hora. Este tipo de sinterização traz
algumas vantagens ao fundidor:
• Maior rapidez;
• Uniformidade de aquecimento;
• Não existência de vibração ou turbulência;
• Não há formação de escória desde o início.
A manutenção e o reparo do revestimento devem obedecer a um criterioso controle. Em
primeiro lugar deve ser preventiva e não corretiva. O responsável pelo setor de fusão
deve lembrar-se que paradas prejudicam a produção, e que uma falha no revestimento
do cadinho pode levar a explosões, com danos do equipamento e até dos funcionários.
Deve-se realizar uma inspeção tantas vezes quanto possível, tanto no cadinho, quanto
nos demais circuitos do forno. Na dúvida medir o desgaste que o revestimento sofreu.
Este desgaste é proporcional ao aumento de produtividade do forno, pois, ao
desgastar-se o cadinho cede lugar ao material a ser fundido. É por isso que no fim da
vida do refratário, a produtividade do forno aumenta. Deve-se realizar uma
programação de manutenção para finais de semana e com rígida organização. Diversas
são as causas que podem levar à perda prematura de um revestimento refratário. A
seguir serão analisadas algumas delas:
• Contaminação:
O material pode vir contaminado do fabricante ou ser contaminado durante a instalação.
O peneiramento e a limpeza da área de preparação do material pode contribuir para
prevenção. Porém, o mais importante é a conscientização dos funcionários.
• Umidade em massas secas:
133
1. Carregamento do forno:
É uma operação que exige o máximo de cuidado dos operadores, pois é uma das
variáveis que mais influenciam a durabilidade do refratário do cadinho.
Em uma fundição, os materiais mais utilizados para a obtenção de uma liga de ferro
fundido são:
• Ferro gusa:
Material relativamente limpo, com baixo teor em elementos residuais e que possui alta
densidade. Deve-se atentar para a presença de determinados resíduos presentes em
sua superfície (carepas) que podem conter elementos que dificultam a obtenção de
ligas de qualidade, sobretudo de ferro fundido nodular.
• Sucata de aço:
É um material que exige um rígido controle de qualidade. Tanto em termos de
elementos químicos, pois, a sucata pode conter elementos residuais não desejáveis à
liga ser produzida, como também em termos de condições físicas. Materiais oxidados
prejudicam a fusão no forno a indução, pois colaboram para uma queima acentuada de
elementos. Assim é necessário que tenha estrutura adequada para a estocagem deste
material. Materiais com grande superfície específica se oxidam com mais facilidade
durante a fusão, portanto, sucatas muito finas não são usadas na fusão. É também um
excelente veículo para incorporação de elementos de liga, todavia é necessário atentar-
se procedência e homogeneidade. A sucata de aço mais indicada é a estamparia. Sua
densidade é variável dependendo é claro do seu formato.
• Retorno de fundição:
São os canais e massalotes utilizados para a obtenção das peças, acrescidos dos
respingos ocorridos durante o vazamento dos moldes e ainda as peças refugadas. A
utilização deste tipo de matéria prima faz-se interessante principalmente pela sua
composição química estar próxima do que se necessita. Porém deve-se estar atento
para a aderência de areia que provoca formação de escória no forno. No caso de
empresas com produção de várias ligas, é necessário um rígido controle e classificação
deste retorno. Sua densidade também é variável dependendo da forma dos canais e
das peças. Um retorno composto apenas por massalotes tem uma excelente
densidade.
• Cavacos ou limalhas:
São materiais originais da usinagem de peças. Geralmente vêm contaminados pela
presença de óleo, água, graxa, oxidação e dependendo da usinagem podem vir
diversas ligas misturadas. Possui baixa densidade, chegando ao ponto de não
compensar a sua utilização, devido ao alto grau de contaminação e oxidação.
• Ferro ligas:
136
2C + SiO2 Si + 2CO
Além desta questão deve-se atentar para que quanto mais alta a temperatura mais
fluindo se torna o metal o que facilita a sua entrada nas trincas e fendas do refratário,
podendo atingir a bobina.
Com relação a queima de determinados elementos, deve-se observar inicialmente que
determinadas reações durante a fusão são inertes ao processo, como por exemplo as
reações do banho metálico com o oxigênio introduzido pelo contato da superfície do
banho com o ar, ou as reações com o refratário. A forma cilíndrica do cadinho
determina uma interface do banho líquido com a atmosfera aparentemente pequena.
Porém na realidade, a área de contato aumenta consideravelmente, à medida que a
agitação ocorre em função do processo indutivo de aquecimento.
As reações do banho metálico com o oxigênio determinam a formação de óxidos que
são os principais constituintes das escórias, cuja incorporação nas peças ocasiona
defeitos como inclusões e gases. Entre as reações de oxidação mais comuns citam-se:
139
Fe + O FeO Mn + O MnO
C + O CO Si + 2O SiO
Figura 110
7. Basculamento do cadinho:
Antes de inciar-se o esvaziamento do cadinho e conseqüentemente o vazamento das
peças moldadas, deve-se atender para as condições de trabalho na área de
vazamento. Um local em que não há condições de trânsito livre para as panelas, pode
ser causador de um grande acidente. Os moldes devem estar identificados, ordenados,
lastrados e destampados. Deve ser designado um funcionário para queima dos gases
que saem dos moldes e outro para acompanhar os vazadores e num momento de
emergência intervir. Os funcionários devem estar totalmente equipados com EPIs. Sem
estas condições, não se deve iniciar um vazamento. Assim que o metal estiver apto a
ser vazado nos moldes, deve-se desligar a potência e o inversor do forno a fim de que
as correntes de indução não interfiram na raspagem do cadinho, que é feita com “rodo”.
Liga-se a chave do circuito hidráulico, responsável pelo basuclante do cadinho. Aperta-
se uma alavanca ao cadinho, que fará com que lê se incline. Deve-se controlar e
direcionar o jato de metal para a panela evitando-se derramá-lo. Assim que a panela
encher-se, retorna-se o cadinho para a posição vertical. Realiza-se o vazamento dos
moldes não esquecendo dos corpos de prova.
141
9. Refrigeração do forno:
Deve-se colocar o circuito de refrigeração para resfriar o forno durante 6 a 8 horas.
Coloca-se o registro do forno utilizado meio aberto.
Mantém-se os registros ligados:
• Motor do ventilador da torre de resfriamento;
• Motor da bomba de filtro de areia;
• Motor da bomba de água fria;
• Motor da bomba de água quente.
O forno a indução pode ser utilizado tanto para operação como fornada completa,
quando para corrida contínua. No primeiro caso, é indicado para o vazamento de
grande peça unitária, ou para mudança de liga, ou algum tratamento metalúrgico
especial. No segundo caso, para fundições onde funde-se apenas um tipo de liga.
Retira-se até ½ do volume de metal, introduzindo-se uma quantidade equivalente de
carga sólida. Desta forma, aproveita-se melhor a potência instalada, e a inércia química
e térmica do banho. Tem-se também um vazamento contínuo de metal, o que muitas
vezes é uma grande vantagem para o setor de moldação.
6.7 – Conclusão
As principais vantagens que a utilização do forno a indução de cadinho oferece são:
• Facilidade de instalação e operação;
• Facilidade de carregamento e acompanhamento da carga;
142
Figura 111
7.2 – Utilização
“Todo condutor circulando por corrente elétrica cria ao seu redor um campo magnético”
e “em todo condutor mergulhado em um campo magnético surge uma corrente elétrica
induzida”. Nestas afirmações baseia-se o princípio de funcionamento do forno. No caso
do forno de canal, o condutor tem a forma de um solenóide, ou seja, uma bobina e o
campo magnético gerado, tem forma dispersada, conforme figura (a). Para minimizar a
dispersão do fluxo gerado, coloca-se no um núcleo de aço sílico atravessando o interior
da bobina. O fluxo magnético que circula no núcleo de aço sílico, induzirá, por sua vez,
uma corrente na bobina secundária de uma espira única.
Fazendo-se com que esta bobina secundária seja constituída de metal líquido e que
sua parte superior seja ligada a uma cuba na qual carrega-se o metal, tem-se o forno a
indução de canal. A figura mostra o princípio de funcionamento do forno:
Figura 112
7.4 – Operação
Figura 113
7.5 – Metalurgia
Este forno é tampado e esta característica aliada a uma superfície de banho calma,
propicia uma atmosfera quase neutra dentro do cadinho do forno, o que reduz
consideravelmente as perdas de C, Si e Mn. Pode-se então afirmar que o rendimento
metálico deste forno é uma vantagem a ser considerada.
O movimento do metal líquido no canal propicia uma certa homogeneidade do metal, o
que facilita na obtenção de boas características mecânicas das ligas produzidas e na
dissociação das adições.
A escória produzida em função da queima dos elementos da liga, contribui para a
proteção da superfície do banho e não tem interferência no processo metalúrgico.
7.6 – Refratário
Assim com os fornos de indução a cadinho, os fornos a canal não agridem de forma
contundente o meio ambiente, porém deve-se atentar quanto a emissão de gases, ruído
e rejeitos (escória) dentro da empresa.
7.8 – Conclusão
O forno de indução a canal como meio fusor principal, é considerado hoje uma opção
ultrapassada, tanto para pequenas (relativamente caro) quanto para grandes fundições,
(eficiência duvidosa). Porém este forno, usado com meio de correção e
sobreaquecimento de metal, conjugado com uma outra unidade fusora,
preferencialmente alto forno ou cubilô, propicia um metal de lata qualidade e custo
relativamente barato (mais barato que o forno a indução de cadinho, média freqüência).
Os pontos favoráveis para utilização destes fornos seriam:
• Investimentos menores devido a simplicidade da aparelhagem elétrica (comparada
aos outros fornos a indução);
• Consumo de energia elétrica reduzido devido ao alto rendimento térmico (da ordem
de 80% em alguns casos);
• Baixas despesas de refratário;
• O metal líquido é mantido à temperatura desejada para vazamento;
• Composição química uniforme do metal líquido;
• Baixas perdas de fusão;
• A escória eé separada do metal líquido;
• Este forno facilita o controle sobre a taxa de vazamento;
• Normalmente este forno é instalado junto a linha de moldagem, o que propicia
menores tempos mortos no processo produtivo.
Os pontos desfavoráveis para utilização destes fornos seriam:
• Aquecimento realizado apenas sobre uma pequena parcela do metal;
• Dificuldade no revestimento refratário do canal, cuja a vida é limitada em
funcionamento a altas temperaturas;
• É necessário manter-se permanentemente uma certa quantidade de metal líquido no
canal do forno (pé-de-banho) já que estes fornos não conseguem fundir cargas
147
sólidas. Isto acarreta alguns problemas como início de operação com metal líquido
vindo de outro forno e dificuldade de mudança de liga a ser elaborada;
• Dificuldade de emprego a latas temperaturas, devido ao risco de superaquecimento
do canal e a dificuldade de aquecimento do banho pelo próprio de funcionamento do
forno.
148
É constituído por uma panela de seção circular, cujo o fundo tem formato de calota.
Esta panela é constituída em chapa de aço cuja espessura varia de 19 a 26mm e é
revestida internamente por materiais refratários. O diâmetro da carcaça depende,
naturalmente, da capacidade do forno e da profundidade do banho, a qual varia de
400mm para os fornos de 5 toneladas, até 1000mm para os fornos de 120 toneladas.
A tampa ou abóboda é composta por refratários suspensos por aro metálico, refrigerada
com água circundante sob-pressão. É furada em 3 posições para a passagem de 3
eletrodos, que ficam verticalmente sustentados por 3 garras de cobre, acopladas em
braços que promovem movimentos ascendentes e descendentes, segundo a
conveniência da operação.
A energia elétrica é levada às garras por meio de tubos de cobre, com circulação
interna de água, que serve ao mesmo tempo para resfriamentos das garras. A relação
entre o diâmetro do circulo formado pelos eletrodos e o diâmetro da carcaça é
extremamente importante, pois, se a diferença entre os dois diâmetros for pequena, a
duração dos tijolos refratários será diminuída, se for grande, aumentam o tempo de
fusão e consumo de energia.
As aberturas para as portas e orifício de corrida, são reforçadas e, às vezes, dotadas de
caixas de resfriamento. O basculamento pode ser efetuado através de segmentos
dentados engrenados em uma cremalheira ou através de pistões hidráulicos. A figura
apresenta um esquema do forno:
Figura 114
149
8.2 – Utilização
do
Profundidade do
de
dos
transform. (MVA)
Altura abóboda
eletrodos (mm)
Capacidade
(toneladas)
Caracaça
voltagens
Diâmetro
Diâmetro
Diâmetro
Variação
Capacid.
Potência
eletrodo
circulo
(MVA)
banho
Gama
(mm)
(mm)
(mm)
(mm)
2 1-3 1 2000 500 a 700 1000 300 180 180/80
5 4-7 2,3 2800 700 a 900 1050 400 250 200/100
10 8-12 4 3500 900 a 1100 1300 400 350 220/110
15 13-17 6 3900 950 a 1150 1350 400 350 230/120
20 18-22 8 4200 1000 a 1200 1500 450 400 240/120
25 23-27 10 4500 1100 a 1300 1600 500 450 250/120
30 28-35 12 4900 1200 a 1400 1800 650 500 270/120
40 38-45 15 5300 1250 a 1450 1900 700 500 300/130
50 48-55 18 5500 1300 a 1500 2000 750 550 330/130
60 60-70 20 5800 1350 a 1550 2100 850 550 400/130
80 75-90 25 6000 1400 a 1600 2150 900 600 430/140
100 95-110 30 6400 1450 a 1650 2200 950 600 460/160
120 115-1360 36 7000 1500 a 1700 2300 1000 600 500/200
150 140-160 40 7300 1550 a 1750 2500 1000 600 500/200
Tabela 28
8.4 - Operação:
O carregamento do forno pode ser manual para pequenos fornos de abóboda fixa ou
por caçamba transportadora por ponte rolante para fornos de grande capacidade. A
ordem de carregamento da matéria metálica deve odecer a uma ordem de seqüência a
partir da soleira do forno:
• 3 a 4% de cal (na produção de aço);
• Um pouco de sucata leve;
• Sucatas volumosas, massalotes grandes;
• Sucatas menos volumosas;
• Sucatas leves;
• Cavacos (se for o caso).
Esta disposição de cargas evita a quebra de eletrodos no caso de desmoronamento
das cargas superiores e protege a soleira de possíveis impactos quando do
carregamento das cargas volumosas.
Figura 115
151
8.5 - Eletrodos:
Sua função no processo é conduzir a energia elétrica até o centro do forno, onde se
quer produzir o arco voltaico. São geralmente de grafite, existindo também eletrodos em
carbono amorfo, porém, estes possuem resistividade mais elevada. Além disso, os
eletrodos são elementos que eles se requer:
• Resistência a alta temperatura;
• Resistência a oxidação e aos elementos químicos;
• Baixa resistência elétrica (evitar seu aquecimento e reduzir a queda de voltagem);
• Boa usinabilidade (facilitar as juntas de emenda);
• Baixo preço.
Sua fabricação é feita através do processo de grafitização especial e posterior
usinagem. A união de dois eletrodos para uso no forno é feita através de “niples”
roscados. Deve-se atende, principalmente, para a limpeza das partes roscadas quando
da emenda de dois eletrodos. Sua estocagem deve ser cuidadosa, de preferência na
horizontal, em local seco e protegido. Principais causas de consumo: quebras, oxidação
do carbono e temperatura elevada do forno.
8.6 - Custos:
O revestimento refratário do forno elétrico a arco direto, pode ser natureza química
ácida, neutra ou básica. São utilizados tijolos na sub-sola e nas paredes laterais. A sola
é construída com após apisoáveis. O formato geométrico dos tijolos usados no forno,
varia do reto na sub-sola ao radial nas paredes laterais. Nas paredes ainda é comum
colocarem-se grandes blocos em substituição a vários, com o propósito de ganhar-se
tempo durante as paradas para manutenção refratária. A abóboda é uma parte do forno
bastante solicitada em função das altas temperaturas irradiadas em sua direção e dos
choques térmicos propiciados pela abertura do forno para carregamento. Normalmente
é revestida com tijolos tipo cunha, sendo o miolo da mesma feito com massa socada.
Nos furos onde os eletrodos, o revestimento é feito com tijolos do tipo faca. Os tijolos
são montados em um aro refrigerado para aumentar a duração do revestimento. O
revestimento da bica do forno é feito com tijolos e massas plásticas moldáveis para se
fazer o canal da bica de vazamento. A figura mostra um esquema da montagem do
refratário de um forno a arco:
Figura 116
Figura117
IX – Forno Rotativo
Figura118
Na parte traseira do forno a abertura de carga, pela qual os gases de combustão são
exauridos simultaneamente.
O aquecimento da carga se dá por uma camada direta produzida por um maçarico, que
se situa na parte frontal do forno alimentado por uma mistura de óleo-oxigênio ou gás-
oxigênio. Parâmetros como o ajuste da chamada e a relação de combustão (relação
entre o oxigênio e o combustível) podem ser alterados nas várias fases do processo de
forma automática ou manual. Nas suas laterais há dois furos de vazamento que são
fechados com barra tampão durante o período de aquecimento e fusão. A figura
esquematiza o processo:
156
Figura 119
A energia liberada pela chama aquece, essencialmente por radiação, o metal protegido
por uma escória metalúrgica e o material refratário que se encontra na parte superior do
forno. A rotação do forno é uma característica muito interessante, já que propicia
diversas vantagens e desvantagens metalúrgicas com relação ao metal produzido. Com
relação às vantagens, pode-se citar:
• Permite transferir a energia acumulada no refratário para o metal líquido,
melhorando assim o balanço térmico no forno;
• Homogeneíza a temperatura no banho líquido;
• Homogeneíza a composição química do banho o que influi diretamente nas
características mecânicas das peças produzidas;
• Facilita a disposição das adições de ferro-ligas.
Com relação as desvantagens, deve-se atentar para:
• Alta queima de elementos;
• O rendimento nas adições de ferro-ligas que me geral é menor que nos outros
processos;
• Desgaste do refratário, sobretudo no início da fusão para caso de se trabalhar com
cargas sólidas.
A energia acumulada no refratário permite guardar o metal no forno durante a
transferência de metal líquido para as panelas, com pouco consumo de energia
suplementar.
9.3 - Refratário:
O revestimento refratário usado nos fornos rotativos que trabalham recebendo metal
líquido de outro forno é composto por massas refratárias ácidas. No caso de fornos que
fundem cargas sólidas deve-se trabalhar com refratário de resistência mecânica
157
9.4 - Custos:
observados com rigor nos cálculos para o planejamento de uma nova instalação de
fusa, além, é claro, de se observar as condições de financiamento e o valor absoluto do
investimento.
No caso específico do forno rotativo, o consumo de oxigênio e gás GLP, além do
consumo de refratário oneram consideravelmente a fusão de ferro fundido, sobretudo
se a fusão é iniciada com carga sólida. Tem-se observado um crescimento na utilização
destes fornos, porém, uma análise de investimento mais detalhada mostra que o custo
do cubilô com um forno de baixa freqüência com forno de correção, ainda é mais
atraente que dos fornos rotativos. Porém com as exigências ambientais este quadro
pode ser alternado.
Com relação ao impacto ambiental, os fornos rotativos são conhecidos por emitirem
baixas taxas de poluição na atmosfera, mas isso não o desobriga da utilização de
sistemas de despoeiramento, já que antes desses sistemas registram-se concentrações
médias de 100 até 300mg/Nm³ de material particulado. É interessante que o gás
efluente entre o forno e o canal de saída seja resfriado para menos de 180° através da
mistura com ar frio. Num ciclone subseqüente, é separado primeiro o particulado
grosso. O segundo passo da separação pode ser feito com filtros de manga. Com este
tipo de instalação de despoluição, um forno rotativo de 2 ton. tem sua emissão de
particularidades reduzida para 6mg/Nm³. O fluxo de gases, neste caso, é da ordem de
6510Nm³/hora, o que representa um fluxo de peso de particulados em torno de 3,9g/h.
Com relação ao ambiente de trabalho, o forno rotativo não apresenta problemas com
relação à emissão de ruídos por ser um equipamento relativamente silencioso. A
emissão de fumos para dentro da empresas se resume às operações de carregamentos
e retirada de escória.
9.6 – Conclusão
A experiência prática mostra que para as fundições que trabalham em sistemas duplex
(alto forno rotativo), este sistema tem sido extremamente vantajoso. Para as fundições
que utilizam apenas o forno rotativo, é mais uma opção de processo de fusão que deve
ser analisada e comparada com outros processos. Porém não é muito comum esse tipo
de utilização no Brasil. O forno rotativo não deve ser utilizado como fonte fusora. Os
gastos com refratário e queima de elementos tornam esta opção inviável. Na Europa, a
utilização do forno rotativo tem sido largamente difundida, principalmente em função do
aspecto ambiental.
Deve-se ressaltar que, para o planejamento de um novo processo de fusão, um estudo
minuncioso das condições da empresa, das tendências de mercado e do tempo de
amortização do custo do equipamento, deve ser realizado por profissionais com
experiência comprovada e de extrema confiança, já que esta mudança poderá
determinar a permanecia ou não da empresa no mercado.
O forno rotativo é mais uma opção para pequenas e médias fundições para produção
de ferro fundido cinzento e nodular. Os pontos favoráveis para utilização do forno
rotativo seriam:
159
Figura 120
Onde:
T = tempo (minutos) de permanência do metal no forno;
Q1 = temperatura (°C) desejada para o metal líquido;
Q2 = temperatura (°C) do metal líquido no forno;
V = velocidade (°C/minutos) de fusão do forno.
As possibilidades de instalação do carregador variam em função do espaço disponível.
Existem vários processos para a realização desta operação:
• Carregamento por calhas vibratórias (pouco utilizado);
• Carregamento por transportador de esteira;
• Carregamento por caçamba basculante;
• Carregamento por processo manual (mais utilizado).
Existe uma ordem específica de carregamento das cargas nos forno, sendo que
primeiramente, devem ser carregadas cargas menos volumosas a fim de preservar-se o
refratário. As adições ou utilização de limalhas devem ser realizadas com o metal já no
estado líquido para evitar queimas dos elementos. Deve ser colocado juntamente com
as cargas 1,5% de calcário. A duração do refratário está muito relacionada com maneira
com que é feito carregamento do forno.
10.2 – Operação
10.3 – Metalurgia
A colocação do leito de fusão deve ser realizada com critério a fim de se obter bons
resultados nos aspectos metalúrgicos e energéticos. A possibilidade de reprodução de
resultados é boa, porém, deve-se ressaltar que o certo entre a composição pretendida e
a composição obtida irá depender da maneira como o processo de fusão for conduzido.
A escória produzida durante a fusão, tem a função de proteger o metal da oxidação
provocada pela chama e sua composição determinará as maiores ou menores perdas
dos elementos. A escoreficação deve ser feita com o forno ligado, para que a escória
não se solidifique sobre o banho.
As perdas de elementos durante a fusão se situam na seguida faixa:
• Carbono: 5 a 10%;
• Silício: 12 a 20%;
• Manganês: 15 a 25%.
O rendimento das adições de silício e manganes varia de 60 a 70%. Os números acima
devem ser considerados quando da elaboração de custos de produção principalmente
quando se deseja produzir materiais com altos teores de manganês. Por outro lado esta
alta queima de elementos pode ser benéfica quando da utilização de sucatas com
teores de elementos como cobre, cromo, estanho, etc. (seriam queimados) e mesmo
quando se pretende elaborar metais com baixos teores em manganês , como é o caso
do nodular ferrítico. Neste caso o forno funciona como um refinador de materiais.
No caso da produção de nodular, caso o combustível utilizado se tratar de óleo, pode
ocorrer variação do teor de enxofre em função da qualidade do óleo. Além disso,
obtém-se melhor rendimento na fusão se o óleo for aquecido de 50 a 60°C.
10.4 – Refratário
Com relação ao impacto, os fornos a óleo de chama direta são conhecidos por emitirem
altas taxas de poluição na atmosfera, o que obriga a utilização de sistemas de
despoeiramento (mesmo dos fornos rotativos). Com relação ao ambiente de trabalho,
ele apresenta problemas com relação à emissão de ruídos, por ser um equipamento
que emite altas taxas de ruídos em função de suas características construtivas. A
emissão de fumos para dentro da empresa apresenta-se em todo o processo de fusão.
10.6 – Conclusão
O forno a óleo de chama direta, é hoje uma opção muito interessante para pequenas e
médias fundições na produção de ferro fundido cinzento, nodular e ligas não ferrosas.
Os pontos favoráveis para utilização deste forno seriam:
• O forno e seus acessórios ocupam um espaço pequeno dentro do galpão;
• Relativa reprodutividade de resultados;
• Baixíssimo valor de investimento;
• Várias opções de combustíveis, sendo que estes podem ser trocados com facilidade
no caso de variação de custo do combustível utilizado;
• Opção de utilizar-se alta quantidade de carga reciclada (sucatas), em virtude da
queima de elementos não desejados na composição química;
• Opção de utilizar-se gusa com altos teores em carbono, silício e manganês.
Os pontos desfavoráveis para utilização do forno seriam:
• Alta queima de elementos, sendo mais prejudicial na produção de ligas mais nobres;
• Impossibilidade de obter-se temperaturas muito altas em função das características
do forno;
• A dificuldade no acerto da composição química é maior que nos fornos elétricos;
• Alta emissão de ruídos e poluentes exigindo-se sistemas de despoluição;
• Todo processo de fusão ainda é manual podendo ocorrer falhas humanas.
Para fundições, este tipo de forno é mais uma opção de processo de fusão que deve
ser analisada e comparada com outros processos. Nas micro e pequenas fundições, é
um forno bastante difundido devido ao seu baixo custo de investimento e
operacionalização. Já as médias fundições procuram fornos com maior rendimento e
menor impacto ambiental.
164
XI – FORNO CUBILÔ
11.1 - Introdução
11.2 – Descrição
Forno
O forno cubilô é constituído basicamente por:
• Carcaça: envoltório cilíndrico de eixo vertical, construtivo de chapas de aço, em
seções soldadas ou rebitadas entre si, revestido por tijolos refratários e argamassa.
• Cadinho: parte inferior do forno, desde a soleira até o plano inferior das ventaneiras.
É o elemento básico para o dimensionamento do cubilô e tem por finalidade servir
de reservatório para o ferro fundido e a escória. O cubilô do CETEf possui um
cadinho com 550 mm de diâmetro interno.
• Ventaneiras: orifícios para a entrada do ar e observação do interior do forno.
• Caixa de vento: de formato retangular ou circular. Envolve todo o forno e serve para
homogeneização e distribuição do ar para as ventaneiras.
• Cuba: parte do forno entre o plano superior das vantagens e a porta de
carregamento.
• Porta de carregamento: por onde se carrega os materiais da carga.
• Chaminé: prolongamento da cuba com a finalidade de se levar os gases para fora
da fundição.
• Bica de sangria: calha de aço revestida, por onde sai o ferro fundido líquido.
• Bica de escória: calha de aço revestida, por onde sai a escória.
• Bica continua; aparato adjunto ao forno, onde se dá a separação do ferro fundido e
da escória, pelo principio dos gases comunicantes e pela separação por densidades
diferentes.
• Porta de trabalho (acendimento): abertura no plano inferior do cadinho, para
possibilitar a confecção da soleira e o acendimento do forno.
• Soleira: fundo do forno feito de areia de moldar.
• Porta de descarga: abertura na base do forno, com a finalidade de se retirar, por
queda livre, os materiais de carga. Durante a fusão permanece fechada,
sustentando toda a carga.
165
Figura 121
Circuito de insuflação do ar
Figura 122
Sistema de carregamento
Figura 123
167
Figura 124
A escória obtida durante a fusão é fundida pelo calcário que é enviado junto às cargas
de coque. Esta escória deve possuir uma viscosidade que a possibilidade fluir pelo furo
de vazamento. Esta viscosidade é determinada pela quantidade utilizada de calcário.
O metal líquido e a escória são escoados através do futuro de sangria e são separados
na bica pela contínua pelo princípio dos vasos comunicantes e pela separação por
diferença de densidade (separação por fases). A escória escorre lateralmente na bica e
é retirada da área de fusão. O metal líquido vai para um antecadinho com a finalidade
de homogeneização da composição química e até para controle da vazão.
Parte fundamental do forno. Um refratário mal elaborado pode provocar a perda de uma
fusão.
Para construção do revestimento do cubilô é recomendado:
• Revestimento de tijolo refratário de boa qualidade (45% alumina) para a zona de
maior desgaste, ou seja, até 2 metros acima das vantagens e para cadinho;
• Acima da zona de maior desgaste tijolos refratários de menor qualidade;
• Acima dos tijolos refratários, sobre uma altura de 1m até a porta de carregamento,
completar o revestimento com tijolos de ferro fundido, que resistem melhor aos
choques dos pedaços metálicos.
• Acima da porta de carregamento, colocam-se tijolos refratários de qualidade comum.
• Cada parte do revestimento deve ser sustentada por convenientes, de maneira a
torná-la independente das outras. A figura mostra o esquema da moldagem do
revestimento:
Figura 125
Figura 126
Figura 127
Observações:
• Na realização do revestimento, deve-se evitar qualquer saliência. Para que a parede
da coluna fique bem alinhada deve-se utilizar régua, gabarito de diâmetro e cordões
pendurados no alto do forno.
• A massa não deve estar exageradamente úmida para que as partes reparadas não
trinquem no momento da secagem. Porém, a massa com umidade insuficiente, não
adere as paredes do forno.
• No caso dos orifícios, deve-se quebrar onde for necessária a reparação, umedecer e
reparar.
• O desgaste do refratário dependerá sobretudo:
- da qualidade dos reparos anteriores;
- da qualidade do material utilizado;
das condições de fusão: duração, vazão de ar, natureza das cargas metálicas natureza
e quantidade de fundente utilizado.
Toda a parte reparada deve receber capeamento com a massa refratária. Quanto às
ventaneiras deve-se evitar saliências de tijolos observadas pelo visor. Essas saliências
seriam arrancadas posteriormente na limpeza das ventaneiras, danificando o refratário
na sua região. Quanto aos orifícios de escória e preaquecimento deve-se arredondar as
bordas internas e evitar reentrâncias. O acabamento na porta de acendimento deve
acompanhar sua forma interna.
Após a etapa de reparação deve-se realizar a secagem do revestimento. Esta secagem
tem como finalidade retirar a umidade das partes reparadas de uma maneira lenta e
constante que propicie o não aparecimento de trincas no revestimento. Além disso, a
umidade poderia roubar calor do metal líquido quando da fusão. Coloca-se uma
camada de areia sobre a porta de descarga e um braseiro até 1m acima das
ventaneiras. Coloca-se também um braseiro sobre as bicas de sangria e escória.
É necessária a utilização de argila para o fechamento dos orifícios do forno. Esta argila
deve possuir características de aglomeração e resistência à temperatura apropriadas
para a sua utilização. Ela é estocada na fundição, e quando é requisitada, deve ser
colocada uma lata com água durante 12 horas aproximadamente para curtimento.
Posteriormente ela é homogeneizada e pode ser moldada para batoques ou qualquer
outra utilização.
171
1.5 – Operação
Carga de coque:
A carga de coque tem o objetivo de recompor o coque queimado da cama de coque
durante a fusão da carga metálica.
4 dimensões do coque:
De 1/12 a 1/5 do diâmetro interno do cubilô.
Para cubilô do CETEF – 46 a 110mm.
Escolher o mais homogêneo possível. Exemplo: 80 a 100mm.
4 Volume da carga do coque:
Este volume é definido de acordo com o diâmetro interno do forno. Com coque de
qualidade normal, admite-se que a sua camada deva ter espessura média de 15cm
para o bom funcionamento do forno. Na prática o fundidor constrói um gabarito com o
diâmetro interno do forno e uma altura de 15ccm. Este gabarito, durante a fusão, é
utilizado no carregamento da carga de coque para interior do forno.
Carga de calcário:
O peso da carga de calcário é determinado em fundição do peso da carga de coque.
Experimentalmente, observou-se a quantidade de calcário a ser utilizada na carga deve
ser 1/3 do peso da carga de coque. Caso a fluidez da escória não esteja satisfatória,
esta quantidade pode ser aumentada. O uso excessivo de calcário, provoca um
desgaste prematuro do revestimento de forno, já que a escória torna-se básica e o
revestimento normalmente é ácido.
Carga metálica:
Da carga metálica vai depender a qualidade das peças a serem produzidas. Por isso
deve-se atentar para a sua qualidade, classificação e processamento. Carga
impregnadas com areia não representam problema para o foro e oxidadas são menos
prejudiciais que nos outros tipos de forno. Porém sua composição deve ser muito bem
conhecida e homogênea.
• Dimensões:
A fim de evitar-se engaiolamentos, o dimensionamento da carga deve estar dentro da
faixa de 1/10 a 1/3 do diâmetro interno do cubilô (55 a 183mm).
172
Porcentagem de coque:
Tipo de coque
Composição Importado CF 11 CF 13
carga
Sem aço nas
10 a 12% 11 a 13% 13 a 15%
cargas
Com até 20% de
12 a 14% 13 a 15% 15 a 17%
aço
Tabela 29
Após a realização do cálculo das cargas que serão utilizadas na fusão realiza-se a
preparação do forno.
Confecção da soleira
É uma operação que deve ser realizada com muito cuidado, e acima de tudo por um
funcionário treinado e que possa ter uma certa constância diária para sua realização. A
soleira, na verdade, é um fundo falso do forno, construída em areia, que deve impedir o
vazamento de metal líquido durante a fusão e facilitar a retirada das cargas no final.
Portanto, sua resistência deve ser muito bem, dosada. Esta operação é realizada da
seguinte forma:
• Fecha-se a porta da descarga:
- Trava-se a porta com cunhas de madeira;
- Coloca-se um suporte de ferro perpendicular a porta. Este suporte deve possuir uma
resistência adequada e deve ser apoiado de maneira eficiente;
• Veda-se as fendas da porta de descarga com massa de argila;
• Coloca-se uma camada de 20mm de areia de moldagem levemente umedecida;
• Coloca-se areia seca e peneirada até faltar 50mm para plano inferior do orifício de
vazamento;
• Coloca-se uma camada de 50mm de areia de moldagem levemente umedecida;
173
Figura 128
dentro do forno e uma maior rapidez no acendimento. O custo poderá ser maior em
função da habilidade para acender-se o forno;
• Fecha-se a porta de acendimento:
Figura 129
Carregar o cubilô
Esta operação é de suma importância para o rendimento metalúrgico do forno. O
cálculo de carga apresentará resultado apenas se a ordem de carregamento
estabelecida for cumprida rigorosamente. Além disso, o forno deve trabalhar da maneira
mais homogênea possível, e isso só acontece, se ele fundir as cargas dentro de
temperatura e velocidade constantes. Esta operação é realizada da seguinte forma:
• Com válvula reguladora de vazão toda aberta e os visores das ventaneiras
fechados, sopra-se ar durante 5 minutos para homogeneizar-se o acendimento da
cama do coque;
• Verifica-se a altura e o acendimento, caso necessário, repõe-se a altura;
• Carrega-se a primeira carga metálica. Esta pronta a primeira carga;
• Carrega-se coque e calcário;
• Carrega-se a segunda carga metálica. Está pronta a segunda carga;
• Continua-se carregando até encher o forno. Dependendo da capacidade do skip
pode se enviar-se as três cargas junto (metal, calcário e coque).
Figura 130
Preaquecimento do cadinho
Esta operação tem por finalidade obter-se fundido quente desde o primeiro momento da
fusão e não obstrução do orifício de sangria. A operação, na verdade, é conseqüência
do funcionamento do forno, porém deve ser controlada. Consiste na circulação de ar
pelo cadinho, que se aquece e posteriormente não rouba calor do metal. O ar a ser
circulado no interior do forno é o ar injetado durante a fusão na mesma vazão. Sua
saída se dá pelo orifício de sangria, o que provoca também o aquecimento da bica
contínua. A figura mostra a diferença entre as temperaturas alcançadas no interior do
cadinho com e sem preaquecimento:
175
Figura 131
Início da fusão
Durante o preaquecimento do cadinho, a saída do ar quente é totalmente direcionada
para bica de vazamento com o objetivo de aquecê-la ao máximo. Quando aparecem as
primeiras gotas de metal, mantém-se a vazão de ar. Deve-se utilizar uma ponteira longa
para a limpeza do orifício de sangria. A primeira panela de ferro fundido é lingotada,
pois, a temperatura do ferro fundido ainda está baixa e o metal está muito contaminado
com as cinzas desprendidas do coque. Na segunda panela, a temperatura novamente é
medida e caso esteja de 1350°C, o metal já pode ser vazado nos moldes. Caso a
temperatura ainda não esteja alta o suficiente, lingota-se novamente o metal e assim
sucessivamente até a conformidade.
Após a temperatura do metal estar conforme segue-se as seguintes etapas:
• Fecha-se o orifício interior de sangria com um batoque (pedaço de argila umedecido
moldado em forma de cone). Fecha-se a porta da bica com barro no seu interior
para vedar ao máximo a saída de metal;
• Prepara-se o calvete com a panela de homogeneização (espera);
• Deixa-se o metal líquido escoar pela bica e encher a panela de espera;
• Quando a panela de espera estiver cheia vaza-se o metal nas panelas de
vazamento;
• O metal sairá continuamente até o final da fusão. Caso seja necessário interromper
a saída de metal, basta desligar-se o ar. A pressão exercida pelo ar não mais
existirá e o fluxo de metal se interromperá até que a coluna de metal no interior do
forno atinja a mesma altura da bica de vazamento. Neste momento, apesar do ar
176
estar desligado, pelo princípio dos vasos comunicantes, o metal voltará a jorras, até
que a temperatura do forno diminua a ponto do metal solidificar-se. A figura mostra
um esquema da bica contínua.
Figura 132
Retirada da escória
A escória é separada dentro da bica de vazamento por sifão. Lateralmente há uma bica
destinada a saída da escória. A escória começa a sair aproximadamente 20minutos
depois do início da fusão e permanecerá escorrendo até o final. Deve-se colocar lenha
sobre o orifício de escória para evitar que ela perca temperatura. Mantém-se um
carrinho de construção revestido sob a bica, substituindo-o quando encher.
Controles de funcionamento
Durante a fusão, o fundidor deve preocupar-se com uma questão relativas a ela. Se o
forno está funcionando direto ou se ele apresenta sintomas de mau funcionamento. Se
a composição química e a temperatura do metal está dentro do que se previu, etc.
Torna-se necessário então, a criação de dispositivos ou ferramentas que facilitem o
gerenciamento do trabalho. Estes dispositivos podem se tratar de modernos
equipamentos de análise ou simplesmente gabaritos ou comparações práticas. Tudo
depende da qualidade das peças exigida pelo cliente. A seguir, tem-se exemplos de
controle utilizados m empresas de fundição.
Figura 133
Controle da temperatura
Este controle é necessário a fim de controlar-se a temperatura do metal líquido. Caso a
temperatura apresente-se abaixo do necessário para o vazamento das peças, este
metal deve ser lingotado ou transferido para um forno de reaquecimento. Além disso,
temperatura abaixo do esperado, é sinal de que o forno não está funcionando bem e de
que ele pode interromper o fluxo do metal, causando um grande engaiolamento no seu
interior. Uma temperatura acima do especificado não é vantagem, pois se o metal é
vazado nos moldes, esta alta temperatura pode provocar refugo das peças e se não
vazado no mínimo perda de tempo à espera da temperatura ideal, além é claro de uma
maior oxidação do metal. Além disso, é um sinal que está se queimando coque
excessivamente o que aumenta consideravelmente o custo da fundição. Deve-se
registrar em gráfico a temperatura do metal nas panelas em função do tempo. A figura
mostra o exemplo do gráfico:
Figura 134
Observação da escória
Ao se observar as características da escória que está saindo do cubilô, é possível saber
se a produção do ferro fundido está normal, ou se está havendo algum problema de
queima de elementos. A escória deve ser de cor verde garrafa (verde acinzentado),
com fratura brilhante e ter tendência a produzir lã de escória. Havendo queima de
elementos estas características modificam-se. Portanto, em função das características
da escória, pode-se fazer alterações na marcha de fusão do forno, atuando, por
exemplo, sobre a vazão de ar. A tabela, a seguir, mostra os tipos mais comuns de
escória, suas características e prováveis causas:
Outras
Cor Fratura Identificação
características
Verde garrafa Quebradiça brilhante Formação de lã Ferro fundido normal
Preta Fosca Queima de Si e Mn
Clara Cremosa Excesso de calcário
Ferro fundido
Marrom
oxidado
Tabela 30
179
Fim de fusão
Após a última carga, estas baixam-se diminuindo a resistência à passagem do ar
portanto deve-se vigiar o mamômetro e fechar progressivamente a válvula mantendo-se
a vazão constante. O procedimento para o encerramento da fusão segue as seguintes
etapas:
• Quando parar de cair gotas de ferro fundido, desliga-se o ventilador e abre-se os
visores das ventaneiras;
• Retira-se todo o metal e escória restantes na bica de vazamento;
• Retira-se as travas da porta de descarga;
• Ata-se uma corrente ao gancho do suporte da porta de descarga;
• Puxa-se a corrente – esta operação pode causar acidentes!!!;
• Caso a soleira não caia, deve-se lançar pesos pela porta de carga. Não resolvendo,
quebra-se a soleira batendo com uma barra em forma de “L”;
• Rega-se o coque com água até apagá-lo completamente.
Carga metálica
O cubilô é um forno em que as condições da carga metálica não afetam tão
significativamente seu funcionamento quanto em outros fornos, como por exemplo o
forno a indução. Porém, quando se deseja produzir um ferro fundido de qualidade é
bom que se mantenha o processo sobre controle e que utilize materiais de acordo com
grau de qualidade do produto final. Os principais tipos de matéria prima que são
fundidos no cubilô serão abordados a seguir.
• Ferro gusa:
É material extremamente interessante de ser usado, já que normalmente se apresenta
bastante limpo, com baixos teores em elementos residuais e além de tudo possui uma
alta densidade. Tem-se observado o aparecimento de gusa no mercado, contaminado
com óxidos (carepas na superfície), que na produção de nodular podem provocar
defeitos de drosses. Algumas empresas chegam a jatear estes gusas. Quanto a
oxidação, não é problema para o forno. O fato de gusa ser um material extremamente
denso, é de fundamental importância para o processo de fusão no cubilô, já que há o
contato no interior do forno o oxigênio do ar insuflado, que pode provocar uma grande
oxidação em materiais de grande superfície específica.
• Sucata de aço:
É um material importante na fusão em cubilô, já que o único meio viável de se diminuir
o teor de carbono no ferro fundido, é através diluição por meio da introdução do aço
que tem teor mais baixo de carbono. Porém, deve-se atentar para os defeitos colaterais
dessa operação, já que normalmente os aços possuem outros elementos, além dos
básicos de ferro fundido, que podem provocar alterações na estrutura das peças.
Portanto, deve-se realizar um rigoroso controle da composição química destes
materiais. Por outro lado, a sucata de aço pode se transformar em eficiente e barato
veículo para incorporação de elementos de liga. Tudo dependerá do controle, da
classificação e da utilização desse elemento de carga. Além disso, é um material que
exige boas condições de estocagem, pois sua oxidação pode afetar a qualidade da
fusão, em função de sua grande superfície específica, que ao mesmo tempo leva a
maiores queimas de elementos químicos na fusão e a maior consumo de coques, já
que sua temperatura de fusão é maior que a do ferro fundido. Normalmente utiliza-se
sucatas de estamparia que são densas e possuem composição química constante,
definida e confiável.
• Cavacos ou Limalhas
Estes elementos não são usados na fusão em cubilô em virtude de sua altíssima
superfície específica e baixa densidade.
• Ferros ligas
Elementos extremamente úteis para correção e adições no metal líquido. Os mais
utilizados são o FeSi e o FeMn. Estes dois tipos de ferro liga são imprescindíveis em
qualquer fundição de ferro fundido. Outros elementos como Cr, Va, Ni, são também
adicionados em forma de ferro ligas. Já o Cu e o Sn são introduzidos em sua forma
pura. As adições podem ser efetuadas pela porta de carregamento ou na bica de
vazamento, dependendo da característica do elemento, da qualidade de material e do
tio de tratamento.
Coque:
É a fonte de energia do forno, portanto se sua qualidade não for adequada, a qualidade
de energia a ser produzida será menor. As características que definem a qualidade de
um coque são as seguintes:
• Teor em umidade. Seu excesso resulta em:
- Custo mais alto;
- menor poder calorífico, que resulta em menor temperatura.
• Teor em matérias voláteis (H, CO, CO2, N, metano). Seu excesso resulta em:
- Combustão prematura do coque;
- Diminuição da temperatura;
- Aumento do consumo de coque.
• Teor em cinzas (óxidos). Seu excesso em:
- Diminuição do poder calorífico;
- Necessidade de aumentar a proporção de calcário;
- Aumento da qualidade de escória;
- Aglomeração dos pedaços de coque;
• Teor em carbono. É o elemento que promoverá a energia para o aquecimento. Seu
teor deve ser o maior possível.
• Poder calorífico. A conseqüência do baixo teor dessa característica resulta em:
- Diminuição da produção horária;
- Diminuição da temperatura;
- Aumento de consumo do coque;
• Teor em enxofre. O enxofre é um elemento nocivo para a qualidade do ferro fundido
e, portanto, seu teor no coque deve ser tão reduzido quanto possível.
• Tamanho do coque. Sendo mantidas constantes a porcentagem de coque e a vazão
de ar, a temperatura do ferro fundido cresce nitidamente com o tamanho do coque.
Porém o tamanho do coque não deve ser exagerado. Recomenda-se:
- Para cubilô até 600mm coque de 60/90mm;
- Para cubilô de 600mm a 1m coque de 90 a 150mm;
- Para cubilô > 1m coque > 150mm.
• Densidade e porosidade. A porosidade influi sobre as características mecânicas do
coque. Quanto mais poroso mais quebradiço. Uma alta densidade propicia ao coque
queimar lentamente.
182
Fundente:
A escória forma-se no cubilô a partir de diversos óxidos, como SiO2, MnO, FeO, Al2O3,
que provêm:
• Da carga metálica;
• Das cinzas do coque;
• Do revestimento refratário;
• Da areia grudada nos retornos.
O fundente tem a função de agregar a escória e aumentar sua liquidez para uma fácil
evacuação. Normalmente no cubilô, utiliza-se o calcário devido a sua eficiência e baixo
custo. Pode ser usado também fluorita (pedras) ou espatofluor (pó) porém, são muito
reativos.
O calcário essencialmente por CaCO3 e algumas impurezas. A especificação de um
bom calcário seria:
• Pureza 90 a 95% de CaCO3;
• SiO2 2% no máximo;
• Enxofre <2%;
• Tamanho 30 a 40mm;
• Finos, pós <5%;
• Deve ser compacto e duro.
Recomenda-se, geralmente uma proporção de calcário igual a 30% do peso do coque.
Porém somente na prática é que se poderá determinar com precisão a melhor
proporção para a carga (em função da fluidez da escória e do menor consumo
possível).
Figura 135
Para que se tenha um perfeito controle da vazão de ar, durante a fusão, é importante
que o sistema de insuflação tenha sido dimensionado de uma forma adequada ao
diâmetro interno do forno.
Ventaneiras
A velocidade do ar nas saídas das ventaneiras deve ser o mais próximo possível de
20m/s. Experimentalmente, velocidade abaixo de 12m/s indicariam um desgaste mais
rápido do refratário e engaiolamento freqüentes. Velocidades acima de 28m/s
indicariam que o ferro fundido apresenta-se oxidado. A figura mostra o que acontece
nos dois casos.
184
Figura 136
Tubos de condução de ar
São os tubos que ligam as ventaneiras à caixa de vento. Seu comprimento depende da
posição da caixa de vento em relação às ventaneiras. Seu diâmetro não tem relativa
importância, já que é a área da ventaneira que definirá a velocidade do ar, porém, é
desejável que se siga uma determinada padronização. A seguir uma tabela com o
diâmetro dos tubos em relação ao diâmetro interno dos fornos:
Diâmetro do Cadinho (mm) Diâmetro do tubo (mm)
500 160
600 180
700 200
800 210
900 230
1000 240
Tabela 32
185
Caixa de vento
A caixa de vento recebe o ar da tabulação principal e o reparte igualmente entre as
ventaneiras. Sua forma, geralmente, é de uma curva de seção retangular que envolve o
cubilô. A altura é o dobro da largura. A altura é calculada em função do diâmetro do
cadinho, (88% do diâmetro). A tabela mostra as medidas das caixas de vento em
função do diâmetro interno dos fornos:
Tubo de ar principal
Liga a caixa de vento ao ventilador, portanto, seu diâmetro é igual à largura da caixa de
vento, com a qual deve ser trangencial. Seu comprimento depende da localização do
ventilador em relação ao cubilô, porém, deve constar de uma parte reta o suficiente
comprida, pelo menos 10 vezes o diâmetro do tubo, para colocação do sistema de
medição.
Sistema de medição
O venture é instrumento (método) simples, porém muito eficaz para controle de vazão
de ar em cubilô. Consiste em um estrangulamento que aumenta a velocidade do ar e
diminui a pressão entre a tubulação e o estrangulamento. Quanto maior for a
velocidade do ar maior será esta diferença de pressão. A velocidade do ar é
proporcional a sua vazão. Na prática, conhecendo-se as vazões necessárias para a boa
combustão do coque, faz-se as marcações em um medidor em “U” que pode ser
também um mamômetro. O operador só tem trabalho de verificar se a diferença de
pressão está ou não coincidindo com as marcas e ajustar a vazão quando for
necessário.
A figura mostra um desenho esquemático de um medidor de vazão tipo venture:
186
Figura 137
Figura 138
Ventilador
O ventilador utilizado nas fundições é o ventilador centrífugo, constituído por uma roda
com pás girando numa volta fixa. O ventilador deve possuir potência superior à
necessária para funcionamento do forno, pois, só assim é possível medir e atuar sobre
a vazão de ar.
188
Figura 139
A cama de coque, é a coluna de coque que ocupa a parte inferior do cubilô e serve de
suporte para as cargas. Sua altura deve ser tal que a primeira carga se situe no limite
superior da zona de fusão.
Porém, a zona de fusão se altera em função de alguns fatores:
• Quanto maior o diâmetro do forno, mais elevado será o limite superior da zona de
fusão, portanto, a extensão da zona de fusão aumenta com o tempo de operação
em face do desgaste do revestimento;
• Em fornos com ventaneiras em diversos planos, a zona de fusão é mais extensa;
• Maior granulometria do coque aumenta o limite superior da zona de fusão;
• O aumento da vazão de ar provoca o aumento da extensão da zona de fusão;
Observa-se portanto, que a altura da cama de coque depende das características
construtivas do forno e de seu regime de funcionamento. Diante disso a altura correta
só pode ser definida através da operação do forno.
Figura 140
• A porcentagem de coque, assim como a vazão de ar, também exerce uma grande
influência sobre o funcionamento do forno. Observa-se que quando ela é aumentada
tem-se uma diminuição significativa sobre a produção horária. Porém, em contra
partida obtém-se temperaturas mais elevadas. É um parâmetro de mudança a médio
190
Figura 141
6 – Diagrama reticular
A temperatura, quando relacionada com o volume de ar, a porcentagem de coque e a
produção horária, permite a obtenção de diagramas reticulares do funcionamento do
forno. Esses diagramas fornecem informações importantíssimas a respeito das
modificações que têm que ser efetuadas, quando se deseja alterar a produção horária
do forno ou temperatura do metal líquido.
A seguir alguns exemplos de diagramas reticulares e as informações fornecidas por
eles.
191
Figura 142
Kg / 100Kg Fe % de Coque
8,84 10
10,75 12
12,48 14
13,98 16
Tabela 35
192
Admite-se que o calor necessário para fusão de 1Kg de ferro fundido líquido de
1200 a 1500°C é de aproximadamente 60Kcal/Kg. Tem-se a produção horária do
forno (Ph). Portanto, para esta produção horária é necessário a seguinte quantidade
de calor:
Wuc = Ph Kg/h x 60Kcal/kg
• O calor fornecido pelo coque (Wol) é obtido através da fórmula Wol = Pc x Cc,
onde:
- Pc: Poder de calorífico do coque. É a quantidade de calor que um coque de
determinada qualidade pode fornecer durante sua combustão. É encontrado através da
seguinte fórmula:
Coroa de escória:
Solidificação da escória formando uma coroa que reduz a seção do cubilô. Pode ser
causada por falta de fluidez da escória, velocidade de ar muito pequena à saída das
ventaneiras, ou excesso de ar no forno. Esta coroa de escória é observada através das
ventaneiras e pode causar um grande engaiolamento do forno no final da fusão. A única
maneira de resolver-se este problema é jogando-se pedras de fluorita pela porta de
descarga ou injetando-se pó de espatoflúor pelas ventaneiras. Há o efeito colateral de
um desgaste acentuado do refratário.
Engaiolamento:
Pedaços de metal da carga se soldam e obstruem a passagem, impedindo assim que
os outros elementos da carga desçam. Pode ser causado por carga metálica muito
grande (maior que 1/3 do diâmetro interno do cubilô) ou com formas complexas que se
entrelaçam. Normalmente há uma parada na descida das cargas (mais que 7 minutos),
uma maior pressão no cubilô resultando em maior barulho do ventilador e fogo na porta
de carga. Este problema deve ser resolvido rapidamente ou a cama de coque será
queimada, levando posteriormente a uma fusão instável e claro, haverá o cuso do
coque que se queimou sem fundir metal. Esta operação é realizada da seguinte forma:
• Força-se com uma barra de aço pela porta de descarga;
• Não conseguindo-se em 5 minutos, desliga-se o ventilador, abre-se as ventaneiras e
continua-se forçando com a barra;
• Caso a descida da carga ultrapasse 30cm, envia-se uma carga falsa de coque.
10 – Limite de utilização
Os limites de utilização de um forno, constituem sua capacidade produtiva, em termos
de produção horária e metal a ser produzido. No caso do cubilô estes limites estão
estabelecidos da seguinte maneira:
Quanto a produção:
A produção horária é dada pela fórmula: P = 6D², onde:
P = vazão de ferro fundido líquido em toneladas/hora;
D = diâmetro interno do forno em metros.
Um cubilo não deve ter um diâmetro inferior a 500mm, portanto, a produção mínima é
de 1,5t/h.
Por razões econômicas e de qualidade do ferro fundido, recomenda-se uma duração
mínima de funcionamento de cinco horas. Além disso, o forno cubilô fornece ferro
fundido de maneira contínua, sem possibilidade prática de para, o que implica numa
organização na qual a cadência de moldação é dependente da vazão do cubilô.
Quanto a temperatura:
A temperatura é normalmente superior a 1480°C, com possibilidade de se atingir o
máximo de 1550°C. A produção de ferro fundido nodular não é limitada em função da
temperatura no forno e sim em função da composição química. Pode-se regular o forno
para a obtenção de maiores ou menores temperaturas, dependendo, é claro, da liga a
ser fabricada.
* Base 1 para princípio com chapéu e cortina d’água. ** Não considera o custo da rede
de circulação de água.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENAI. DR. MG. Modelos e Caixas de Machos. 3. ed. Belo Horizonte, SFP-EMC,
1990.
SENAI. DR. MG. Resfriadores. 2. ed. Belo Horizonte: DFP/DAT, 1987. 51 p. il.
(Publicação Técnica – fundição, 18).Revista Fundição & Matérias Primas. Fundidos de
Ferro: ligas essenciais para ofuturo. Caderno Técnico 5. Publicação 06, em
Julho/Agosto de 2004.
http://www.cimm.com.br/portal
http://www.abifa.com.br/portal