Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Módulo 9
9. DEFEITOS DE FUNDIÇÃO
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 81
ANEXO................................................................................................................ 82
3
® nome do defeito,
® descrição do defeito,
® motivo do refugo,
® porcentagem do defeito no lote fabricado, etc.
Outro fator que interfere muito na análise de defeitos é a nomenclatura empregada
na empresa. Este fator muitas vezes gera desentendimentos que interferem
diretamente nas relações intersetoriais e até mesmo nas relações entre o cliente
externo e a empresa. É necessário que todos os setores, produtivos e comerciais,
tenham uma clara e correta definição dos defeitos típicos do processo. Cada
empresa tem sua nomenclatura própria e definição dos defeitos, mas isto deve ser
avaliado sistematicamente para uma adequação às terminologias técnicas usadas
no mercado. Uma medida bastante prática para a solução deste problema, e que é
empregada em muitas empresas, é a confecção de quadros demonstrativos que
apresentam a foto colorida defeitos típicos, em tamanho grande (100 x 200 mm),
com a nomenclatura normalmente utilizada.
DEFEITO
Exemplo:
Cavidade / inclusão de areia / Quebra do molde / Contra Saída / Modelo danificado /
Correção do modelo.
2.1 RECHUPES
Este tipo defeito tem a forma de pequenas cavidades esféricas com diâmetros
inferiores a 3 mm (Figura 5). Finos filmes de grafita são geralmente encontrados no
interior destas cavidades, podendo também serem encontradas chamadas de óxido,
caso as peças sejam tratadas termicamente.
9
Inclusões não metálicas não estão presentes nestes vazios, mas algumas podem
ser encontradas se o metal contém tais inclusões. Pinholes são defeitos tipicamente
subcutâneos, isto é localizado abaixo da superfície da peça, e só podem ser
observadas após usinagem ou um forte jateamento. As partes finas da peça estão
mais susceptíveis a formação deste defeito do que as seções mais espessas, que
estão mais afastadas da região dos canais de ataque.
Um número variado de fatores, ligados às condições do molde e do metal, estão
ligados a formação de pinholes de hidrogênio, e provalmente se combinam durante
esta formação. No ferro fundido, teores em alumínios abaixo de 0,005% já
encorajam a dissociação do vapor d’água gerado no molde aumentando o teor de
hidrogênio no metal.
As principais fontes de Alumínio são os ferros ligas, usados nos tratamentos no
metal liquido e também as sucatas. Umidade excessiva do molde e a presença de
aditivos hidrocarbonáceos, também são causas de pinholes. O tamanho do grão de
areia e a permeabilidade do molde não afetam a formação deste tipo de defeito. O
refratário úmido da panela de vazamento, longos canais de distribuição que
aumentam o tempo de contato do metal com o molde e a turbulência são outros
fatores que contribuem para a formação de pinholes.
2.6 INCLUSÕES
mais baixas que esta. Isto pode ser observado na superfície do banho na qual
aparece limpa às altas temperaturas e quando a temperatura cai percebe-se
facilmente a rápida formação de escória sobre o metal liquido.
Esta variação na forma da escória não está, necessariamente, ligada à elevação de
temperatura do metal, inclusões também são encontradas em peças vazadas à
baixas temperaturas onde o metal liquido é exposto a uma reoxidação durante o
vazamento. Estas inclusões são normalmente silicatos formados normalmente no
metal. Uma vez o metal liquido estando na cavidade do molde, há uma baixa
tendência à formação de silicatos devido ao ambiente interno molde ser menos
oxidante.
Inclusões de nitretos e sulfetos também ocorrem em ferros fundidos cinzentos, mas
não são tão evidentes como nas ligas de aço, devido ao baixo teor de oxigênio
dissolvido no ferro fundido. Ferros fundidos especiais contêm determinados
elementos de liga (Cr, Ti, Al, etc.) que têm grande afinidade com o oxigênio,
nitrogênio ou enxofre e podem favorecer a formação de reações com material do
molde, panelas e atmosferas.
Alguns dos defeitos normalmente associados aos ferros fundidos cinzentos também
ocorrem com os ferros fundidos nodulares, como por exemplo, formação de
carbonetos, pinholes e rechupes. Entretanto, uma série de defeitos são específicos
dos ferros fundidos nodulares, principalmente aqueles ligados à deterioração da
grafita esferoidal. Como é sabido, a produção de ferro fundido nodular emprega
diferentes técnicas e cada uma delas com suas vantagens e limitações, porém
nenhuma delas tem se adaptado à produção de peças de forma e tamanhos
variados. Para a prevenção de defeitos em peças de ferro fundido nodular é
necessário uma especial atenção a diferentes fatores ligados à elaboração do
material e enchimento do molde:
• Tratamento de nodularização
• Inoculação
• Vazamento do metal
• Enchimento do molde
• Moldação
• Desmoldagem
A grafita é menos densa que o ferro, e por isso tende a flotar quando precipitada no
meio líquido. Quando esta flotação ocorre antes da solidificação no molde, a
concentração de grafite nodular ocorre na parte superior do molde logo abaixo da
superfície da peça (Fig. 10). Quando estas peças são quebradas pode- se perceber
uma fratura escura. A concentração de carbono nestas fraturas escuras está
geralmente acima de 5,0 a 6,0%. As características mecânicas, principalmente a
resistência à tração, alongamento e resistência ao impacto, tendem a reduzir
significativamente nas regiões de flotação de grafita. Esta redução pode chegar a
25% da resistência à tração, 80% do alongamento e 50% da resistência ao impacto.
Os três principais fatores associados à flotação da grafita ao:
• Carbono equivalente;
• Espessura da peça;
• Tempo de solidificação.
A flotação da grafita pode ocorrer em todas as ligas hipereutéticas nas quais o
carbono equivalente excede a 4,5%. O teor de carbono equivalente é definido pela
seguinte expressão:
Para prevenir a flotação, é importante não exceder o máximo valor de CEL para
ferros fundidos nodulares com diferentes espessuras de peças.
As tabelas abaixo, mostram valores de CEL, C e Si recomendados para reduzir a
tendência à flotação de grafita em relação a temperatura e espessura da peça
Traço de elementos deletérios tais como titânio, telúrio, arsênio, chumbo e antimônio
podem causar a formação de grafitas vermiculares. O uso de terras raras, como
tratamento do metal, pode neutralizar o efeito o deletério destes elementos.
3.5 CARBONETOS
Nos ferros fundidos nodulares podem ocorrer três formas diferentes de carbonetos:
- Carbonetos Primários (eutéticos);
- Coquilhamento inverso (centro da peça);
- Carbonetos intercelulares (segregações);
Carbonetos primários, que são os mais comuns, são resultantes de uma rápida
solidificação ou tratamentos indevidos do material ou inoculação mal feita. As figuras
19a e 19b mostram carbonetos primários em ferros fundidos nodulares ferríticos e
perlíticos respectivamente.
Figura 19a
23
Figura 19b
A ocorrência destes três tipos de carbonetos pode ser minimizada com uma
inoculação eficiente, uma alta contagem de nódulos e um baixo teor de elementos
estabilizadores de carbonetos, tais como o cromo, boro, molibdênio, vanádio,
manganês e cobre.
Cromo, vanádio e manganês em níveis elevados, 0,08%, 0,04% e 0,06%
respectivamente, podem ser especialmente prejudiciais. Estes carbonetos
dificilmente serão removidos com tratamentos térmicos.
Carbonetos primários e coquilhamento inverso podem ser evitados mantendo-se um
alto teor de silício na composição do material; porém, o silício em teores elevados,
acima de 2,6%, tem um efeito fragilizador.
3.6 DROSSES
25
- Tipo III, são finas dispersões de MgO e MgS, estando algumas vezes misturadas
com Mg2 Si. Estes compostos estão normalmente presentes somente se o oxigênio
estiver em teores muito baixos. Este tipo de inclusão por apresentar-se bastante
disperso, não compromete a utilização da peça na maioria dos casos. Porém, liga
nodularizante não dissolvida pode ser fonte para este tipo de inclusão porque o
Mg2Si é uma fonte ativa de magnésio. (Figura 24).
- acima de 1450ºC a superfície do banho est limpa – O carbono oxida do ferro, silício
e manganês, razão pela qual não se forma escória;
- entre 1450 e 1350 ºC há formação de um filme de escória, reação do oxigênio do
ar oxigênio do banho;
- abaixo de 1350ºC partículas aglomeradas de drosses sólidas começam a se
formar, sendo que abaixo de 1290ºC a superfície do banho encontra-se
completamente formada por drosses.
3.7 PINHOLES
Pinholes em ferro fundido nodular (figura 26 e 29) podem ser classificados de acordo
com o tipo de gás que o provoca;
• Vapor de magnésio;
• Hidrogênio;
• Nitrogênio;
• Monóxido de carbono.
Baixas temperaturas de vazamento (≤ 1345ºC) aumentam drasticamente a
ocorrência de pinholes formados a partir de vapor de magnésio em peças de ferro
fundido nodular. A área em torno destes pinholes são normalmente perlíticas com
traços de carbonetos. Este tipo de pinhole pode estar associado, além da baixa
temperatura de vazamento à dificuldade dos gases absorvidos e vapor de magnésio
escaparem do metal liquido.
Assim, incidência de pinholes formados a partir de vapor de magnésio pode ser
reduzida através da redução da temperatura de vazamento e da adição de 0,2% de
terras raras para aumentar a fluidez do metal liquido tratado.
O aumento da fluidez do metal liquido facilita a saída dos gases contidos no banho.
Como regra geral, hidrogênio e nitrogênio são introduzidos no metal base durante a
fusão, porém, durante o tratamento de nodularização com magnésio, parte destes
gases são removidos do metal liquido. Normalmente, 2 ppm de hidrogênio e valores
acima de 80 ppm de nitrogênio são encontrados.
28
4.1.2 Inchamento
4.2.1 Bolhas
4.2.5 Explosão
Sob certas condições, pode ocorrer uma grande vaporização da água contida no
molde e um grande desprendimento de gases, que pela sua rapidez e volume pode
adquirir um aspecto de explosão, podendo promover a expulsão de metal liquido
para fora do molde pelas aberturas do mesmo, como massalotes, respiro e canais,
ou mesmo provocando a abertura do molde. Associam-se a este defeito a
rugosidade superficial e penetração metálica (mais comum em moldes compactados
em alta pressão, pois possuem baixa permeabilidade).
O metal liquido ao entrar em contato com a parede do molde promove uma rápida e
elevada produção de gases, os quais misturados ao metal são violentamente
arremessados de encontro as outras superfícies do molde, ocorrendo nestas áreas
forte penetração metálica.
Possíveis soluções para estes defeitos:
• aumentar a permeabilidade do molde;
• diminuição da tendência ao desprendimento de gases controlando principalmente o
teor em água;
• colocar respiros localizados;
• evitar o contato entre o metal líquido e a umidade excessiva (na panela, macho,
molde, etc.);
• evitar o arraste de ar pelo sistema de canais ( melhorar projeto de fabricação);
• realizar vazamento mais lento;
• procurar obter uma mistura de areia mais homogênea, sem grumos de argila
úmida, aditivos, combustíveis, etc.;
35
4.3.3 Venulação
Mecanismo de formação
4.4.2 Sinterização
4.4.3 Oolitização
adicionada à mistura irá se alojar dentro desta camada, não sendo aproveitada para
a coesão da bentonita. Sendo assim, é necessária uma quantidade maior de água
para a argila desenvolver as suas propriedades de coesão e plasticidade.
É importante observar que:
- novas camadas oolitizadas podem sobrepor-se umas sobre as outras. Essas
camadas sobrepostas de argila calcinada em torno dos grãos não trazem só
desvantagens, se bem controladas podem trazer benefícios.
- elevados graus de oolitização favorecem o aparecimento de reação molde-metal e
conseqüente sinterização.
- defeitos de dilatação tendem a diminuir com areias oolitizadas porque há menor
proporção real de sílica. A argila oolitizada ao absorver mais água, contribui para
diminuir a velocidade de aquecimento da superfície do molde, pois a água rouba
calor do molde para se evaporar.
39
A maioria das fundições utilizam nomes tradicionais para identificar o0s defeitos que
ocorrem no seu dia-a-dia. Dentre os vários nomes utilizados podemos citar: rabo de
rato, escama, pele de jacaré, junta fria, casca de laranja, broca, chupada, etc. Porém
estes nomes quando usados por diferentes empresas não identificam os mesmos
tipos de defeitos. Este fator muitas vezes gera desentendimentos que interferem
diretamente nas relações intersetoriais e até mesmo nas relações entre o cliente
externo e a empresa. É necessário que todos os setores, produtivos e comerciais,
tenham uma clara e correta definição dos defeitos típicos do processo. Cada
empresa tem sua nomenclatura própria e definição dos defeitos, mas isto deve ser
avaliado sistematicamente para uma adequação às terminologia técnicas usadas no
mercado.
O Internacional Committee of Foundry Technical Association criou uma normalização
para identificação e nomenclatura dos defeitos em peças fundidas. Esta
classificação esta dividida em sete categorias, são elas:
A. Excrescências metálicas
B. Cavidades ou vazios
C. Descontinuidade do material
D. Defeitos superficiais
E. Peça incompleta
F. Dimensões e formas incorretas
G. Inclusões ou anomalias de estrutura
A ESCRESCÊNCIAS METALICAS
- Rebarbas (A111)
40
Defeito: • Rebarbas
- VEIAMENTO (A 112)
41
Defeito: Veiamento
B. CAVIDADES OU VAZIOS
RECHUPE (B200)
Formação dentrítica
C. DESCONTINUIDADES DO MATERIAL
• etc.
DEFEITO
• Reação molde/metal.
Manifestações
• toda a superfície da peça é tomada por cavidades,
sulcos e depressões semelhantes àqueles provocadas
por erupções cutâneas;
Causa
• reações termoquímicas entre o metal líquido e areia do
molde que formam escórias e gases que ficam retidos
junto à superfície da peça. Tais reações provocam a
formação de óxidos que podem gerar também outros
tipos de defeitos.
60
Causa da causa
• a maioria das reações entre molde e metal são
provocadas por excesso de contaminantes presentes
na composição da areia à verde, tais como óleos,
dextrina, resinas, furânicas, ácido fosfórico, fluoretos,
peróxidos (K e Na), carbonatos, cereais, óxido de
ferro, resíduos de madeira, resíduos de materiais
exotérmicos;
• baixo teor de pó de carvão (que forma uma atmosfera
redutora entre o metal e o molde);(ver notas abaixo);
• etc.
Soluções
• utilizar um processo de regeneração de areia sintética
eficiente;
• evitar o uso desnecessário de aditivos na areia;
• controlar a temperatura de vazamento (a temperatura
é um dos principais catalisadores de uma reação
química);
• etc.
Defeito
• Sinterização.
Manifestação
• camada bastante aderente de areia sobre a peça de
difícil remoção por métodos convencionais de limpeza
e acabamento. A camada sintetizada tem aspecto
geralmente vítreo, espessura variada, porém de pouca
profundidade.
Causa
61
Causa da causa
• reação molde-metal;
• baixa refratariedade da areia;
• penetração metálica entre os grãos de areia;
• elevada temperatura de vazamento;
• sobreaquecimento excessivo em determinadas partes
da peça;
• elevada oxidação do metal;
• elevado teor de finos;
• baixo granulometria (alto módulo granulométrico);
• baixo adensamento do molde (baixa compactação);
• etc.
Soluções
• utilizar uma areia de maior refratariedade;
• evitar a formação de pontos sobreaquecidos na peça;
• reduzir a temperatura de vazamento ao mínimo
possível;
• reduzir o teor de finos da areia;
• aumentar o teor de aditivos carbonáceos;
• aumentar o adensamento do molde;
• reduzir a tendência à reação molde-metal;
• etc.
Defeito
• Penetração metálica.
Manifestação
• camada bastante rugosa e aderente de areia, sem
forma definida, formando uma mistura de areia e metal
de aparência quase esponjosa. Este defeito manifesta-
se geralmente em regiões da peça onde houver menor
adensamento de areia no molde e macho.
Causa
• penetração de metal entre os grãos de areia.
Causa da causa
• baixa tensão superficial do metal líquido (alto teor de
P, Si e Mn);
• elevada pressão metalostática;
• elevada temperatura de vazamento;
• baixa densidade do molde e macho;
• baixa refratariedade da areia (excesso de bentonita ou
materiais voláteis);
• excesso de aglomerante;
• reação molde metal (óxidos básicos com areia ácida);
• etc.
Soluções
• utilizar uma areia de maior refratariedade;
• evitar a formação de pontos sobreaquecidos na peça;
• reduzir a temperatura de vazamento ao mínimo
possível;
• aumentar o adensamento do molde e machos;
• melhorar acabamento superficial do molde e machos;
• utilizar granulometria adequada de areia;
• reduzir a tendência à reação molde-metal;
• controlar teores de constituintes da areia;
• rever projeto da peça, definindo uma menor altura
metalostática;
• etc.
ESCAMAS
63
Formação da escama
Escamas
Defeitos
• Escamas.
Manifestação
• excrescência metálica fina e rugosa paralela à
superfície da peça, tendo na sua base sulcos
contínuos de pequena profundidade de no máximo 5
mm, geralmente localizados nas superfícies
64
Causa
• deslocamento de camadas da superfície do molde,
formando um vinco ou dobra que ao se partir faz com
que o metal preencha a cavidade formada. Durante o
vazamento do molde há o sobreaquecimento da areia,
isto provoca a dilatação da sílica e conseqüentemente
expansão da areia. Durante esta expansão, se houver
um forte adensamento do molde, haverá um
deslocamento de uma camada de areia para dentro da
cavidade do molde. Ao final do vazamento a peça
apresentará um sulco na sua superfície. Este
problema pode agravar-se se houver a formação de
zona de condensação logo acima da superfície interna
do molde. Esta zona é formada devido à migração de
vapor d’água das camadas superficiais do molde para
uma região próxima de menor temperatura. A elevada
umidade presente nesta região diminui a resistência
da areia ao mesmo tempo que aumenta a sua
plasticidade, com isto há um deslocamento ou queda
de uma camada de areia para dentro da cavidade.
(Ver escamas).
Causa da causa
• elevado adensamento do molde;
• elevada temperatura de vazamento;
• tempo de vazamento muito extenso aumentando o
tempo de exposição da areia à radiação do metal;
• etc.
Soluções
• reduzir adensamento do molde;
• utilizar areia base de menor dilatação;
• reduzir temperatura de vazamento;
• reduzir o tempo de vazamento do molde;
• evitar a concentração de calor em determinadas partes
da peça;
• distribuir homogeneamente os canais de ataque;
• etc.
E. PEÇA INCOMPLETA
Enchimento incompleto (E 121)
65
Defeito
• Peça Incompleta.
Manifestação
• peça parcialmente incompleta, normalmente na sua
parte superior ou naquelas mais distantes dos canis de
ataque. As extremidades próximas a estes pontos
estão geralmente arredondadas.
Causa
• o metal líquido não conseguiu preencher totalmente a
cavidade do molde;
Causa da causa
• baixa fluidez da liga;
• baixa temperatura de vazamento;
• metal muito oxidado;
• elevado tempo de enchimento;
• excessiva quantidade de gases dissolvidos no metal
líquido;
• enchimento lento da cavidade do molde;
• posicionamento indevido dos canais de enchimento do
molde, fazendo com que o metal percorra longas
distâncias até o completo enchimento da cavidade,
principalmente em peças de espessuras reduzidas e
formas complexas;
• faltou metal para o completo preenchimento do molde;
• cálculo errado do peso do molde;
• btaixa capacidade do molde para evacuação de gases.
Soluções
• elevar a temperatura de vazamento;
• adequar sistema de enchimento parta possibilitar um
vazamento mais rápido e com menor perda de carga
nos canais;
• procurar um arranjo de canais que permita um
enchimento mais homogêneo da cavidade do molde;
66
Defeito
• Peça quebrada.
Manifestação
• peça deformada, principalmente na região de ligação
dos canais de ataque e massalotes, onde se percebe
arrancamento de material devido a fraturas na
superfície da mesma.
Causa
• arrancamento de material durante o acabamento da
peça.
Causa da causa
67
Soluções
• rever o projeto da peça atentando para seções de
ligação dos canais e massalotes (espessura canal de
ataque < espessura da peça/2) e colocação de seções
de quebra;
• instruir o operador quanto à posição e direção correta
de quebra (quebrar sempre na direção da peça e
nunca para fora);
• evitar a quebra de canais com a peça ainda quente;
• utilizar ferramentas corretas;
• treinar o operador;
• etc.
Defeito
• Peça deformada/ Peças com dimensões erradas.
Manifestação
• a peça não apresenta as dimensões especificas;
Causa
• contração linear da peça pode variar de acordo com
sua forma e geometria;
• variação das taxas de contração;
68
• adensamento do molde;
• velocidade de solidificação e resfriamento da peça;
• temperatura de vazamento;
• realização incorreta de tratamentos térmicos;
• modelo com dimensões e formas indevidas;
• etc.
Causa da causa
• taxa de contração linear incorreta;
• modelo e caixa de macho com acabamento indevido;
• variação no adensamento do molde e machos;
• má confecção do macho;
• variações na composição química da liga;
• projeto inadequado da peça (variação de formas e
espessuras);
• elevada temperatura de vazamento;
• enchimento lento;
• etc.
Soluções
• revisar o projeto do modelo e caixas de macho;
• controlar a quantidade de aglomerantes nas misturas
de areia;
• controlar o adensamento de moldes e machos;
• controlar a composição química da liga;
• controlar temperatura e tempo de vazamento;
• etc.
Defeito
• Peça desencontrada.
Manifestação
• a peça apresenta deformação em sua superfície de
separação, mostrando um desalinhamento entre os
69
Causa
• deslocamento de uma das caixas devido a algum
esforço externo;
• deslocamento do macho no interior do molde;
• etc.
Causa da causa
• operação de fechamento do molde incorreta;
• ferramental avaliado (modelos e caixas de moldação);
• má confecção do macho;
• má colocação do macho no molde;
• marcações incorretas;
• etc.
Soluções
• grampear, fixar as caixas;
• fechar o molde com mais cuidado;
• verificar forma e dimensões do ferramental utilizado;
• melhorar a qualidade dos machos;
• garantir uma boa fixação do macho no molde;
• rever organização da área de moldação;
• etc.
Defeito
• Inclusões metálicas.
Manifestação
• inclusões metálicas e intermetálicas de vários
tamanhos que se distinguem em estruturas,
propriedades e coloração a partir do material base de
origem. Normalmente estes defeitos só aparecem
após usinagem.
70
Causa
• compostos formados entre o metal líquido e impurezas
metálicas;
Causa da causa
• carga metálica contaminada com algum tipo de
material de elevado ponto de fusão;
• ferros-ligas não dissolvidos;
• contaminação com restos de armações, arames e
chapelins;
• segregações de compostos intermetálicos insolúveis
que se concentram no líquido residual durante a
solidificação;
• etc.
Soluções
• assegure-se de que a carga metálica está limpa,
isenta de materiais estranhos;
• ao adicionar ligas e outros materiais metálicos
assegure-se de que o banho não esteja com baixa
temperatura;
• não realizar adições e em seguida executar o
vazamento;
• etc.
Defeito
• Gota Fria.
Manifestação
• inclusão metálica, geralmente de forma esferoidal,
localizada na parte inferior da peça. Esta inclusão tem
71
Causa
• projeção de metal sólido para dentro da cavidade do
molde. Estas partículas do metal não mais conseguem
se fundir em meio ao metal líquido que entra pela
cavidade.
Causa da causa
• vazamento mal feito;
• disposição errada de canais e massalotes (muito
próximos);
• funil de vazamento com pequena profundidade;
• etc.
Soluções
• rever projeto do sistema de alimentação e enchimento;
• realizar treinamento do pessoal de vazamento;
• verificar condições do molde para vazamento;
• melhorar condições do funil para vazamento;
• etc.
DEFEITO
• Inclusão de escória.
Manifestação
• inclusões não-metálicas (carbonatos, fosfetos, etc.) de
forma irregular semelhante às escórias formadas nos
fornos de fusão ou nas panelas de tratamento. Estas
inclusões podem se concentrar tanto na superfície da
peça como na sua parte interna. Sendo assim estes
defeitos só serão notados após a usinagem das peças
ou através de ensaio radiográfico. É comum a partir
destas inclusões a formação de bolhas de gases.
72
Causa
• a origem destas inclusões pode ser tanto a partir das
escórias geradas no forno de fusão como a partir das
escórias geradas nos tratamentos da liga em panelas
(como escórias geradas nos tratamentos de
dessulfuração e desoxidação).
Causa da causa
• reação entre os produtos desoxidantes e o material do
refratário de forno;
• elevada oxidação do banho;
• tratamento de desoxidação mal elaborado;
• uso excessivo de produtos aglutinadores de escória;
• limpeza inadequada do metal líquido;
• etc.
Soluções
• promover uma boa limpeza do metal no forno e
panelas;
• usar filtros nos canais de enchimento;
• realizar um trabalho de desoxidação eficiente;
• usar panelas de vazamento som sifão;
• sempre que possível moldar as superfícies a serem
usinadas para baixo;
• etc.
Defeito
• Cavidade devido às bolhas de gases geradas na
Inclusão de escórias.
Manifestação
73
Causa
• a origem destas inclusões está nas reações químicas
que ocorrem entre os vários elementos que compõem
a liga (C, Mn, S, Al, Ti, etc.) ou entre liga e os seus
óxidos, a atmosfera, panelas, moldes e tintas.
Causa da causa
• elevada oxidação da carga metálica e do banho;
• tratamento de desoxidação mal elaborado;
• teores elevados de determinados elementos químicos
(C, Mn, S, Al, Ti, etc.);
• elevada velocidade de vazamento;
• etc.
Soluções
• evitar o uso de carga metálica oxidada;
• providenciar uma eficiente desoxidação do banho;
• evitar teores baixos de silício associados a elevados
teores de manganês (%Si > Mn + 0,5%);
• utilizar teores mínimos de Al e Ti;
• manter o teor de enxofre abaixo de 0,10%;
• evitar turbulência no sistema de enchimento da peça;
• etc.
Defeito
• Inclusão de areia.
Manifestação
• Inclusões de formas irregulares, geralmente
concentradas e próximas à superfície da peça.
Normalmente estas inclusões são visíveis, mas pode,
em alguns casos, revelarem-se apenas após a
usinagem.
Causa
• pedaços do molde ou grãos de areia desprendidos do
molde ou machos que ficaram retidos pelo metal
líquido.
Causa da causa
• baixo adensamento do molde;
• velocidade elevada nos canais de ataque;
• sujeira na superfície do molde;
• contra-saídas do modelo;
• baixo teor de aglomerantes na areia;
• etc.
Soluções
• melhorar adensamento do molde;
• reduzir velocidade do metal no molde;
• evitar contra-saídas nos modelos;
• adequar o teor de aglomerantes da areia;
• etc.
MANCHA PRETA
75
Defeito
• Mancha Preta.
manifestação
• manchas negras, de forma irregular e de grande
variação dimensional encontradas nas regiões de
fraturas de peças, normalmente na parte superior da
peça, de espessuras acima de 25 mm.
Causa
• elevado teor de óxidos e sulfetos presentes no metal
líquido.
Causa da causa
• uso excessivo de gusa com baixo teor de silício;
• teores elevados de enxofre no banho;
• excesso de liga nodularizante;
• teores elevados de alumínio (acima de 0,02%);
• temperatura baixa de vazamento;
• excesso de escória sobre o banho;
• vazamento muito turbulento, principalmente para ferro
fundido nodular;
• etc.
Soluções
• evitar o uso excessivo de gusa com baixo teor de
silício;
• restringir o valor de enxofre ao teor máximo de 0,01%,
principalmente em ferro nodular;
• trabalhar com um mínimo de liga nodularizante;
• trabalhar com teores mínimos de alumínio;
• aumentar temperatura de vazamento o máximo
possível;
• utilizar materiais que promovem a aglutinação de
escória;
76
Defeito
• Carbono Lustroso ou Vítreo.
Manifestação
• camada fina e brilhante de carbono (grafita),
geralmente encontrada de forma enrugada no interior
da parede da peça formando uma descontinuidade na
estrutura do material. Normalmente este tipo de
problema só é visto na fratura da peça, porém está
sempre acompanhado de rugosidades na sua
superfície.
Causa
• volatilização de compostos hidrocarbonáceos
presentes no molde e machos, que se decompõem
sob a forma de filmes de carbono na superfície interna
do molde.
Causa da causa
• elevados teores de compostos hidrocarbonáceos
presentes em aditivos e resinas aglomerantes;
77
• etc.
Soluções
• reduzir a quantidade de materiais hidrocarbonáceos na
mistura de areia, que promovem a formação de
carbono lustroso;
• controlar a qualidade de aditivos e aglomerantes
utilizados na preparação de areia;
• etc.
COQUILHAMENTO
Defeito
• Coquilhamento.
Manifestação
• estrutura branca (carbonetos) normalmente presente
nas partes finas ou quinas das peças.
Causa
• formação de carbonetos na estrutura do material.
Causa da causa
• carbono equivalente não apropriado para a espessura
da peça;
• resfriamento muito rápido da peça após o vazamento;
• presença na liga de elementos anti-grafitizantes (Cr);
• sobreaquecimento prolongado do metal no forno
(tendência a um maior grau de superesfriamento);
• etc.
Soluções
• trabalhar com o teor correto de carbono equivalente;
78
COQUILHAMENTO INVERSO
Defeto
• Coquilhamento Inverso.
Manifetsção
• presença de uma zona coquilhada no interior da peça.
Causa
• formação de carbonetos no interior da seção da peça.
Causa da causa
• elevado teor de hidrogênio na liga;
• elevado teor de enxofre na liga;
• elevado teor de titânio em combinação com um baixo
teor de enxofre;
• etc.
Soluções
• reduzir o teor de enxofre (< 0,10%);
• promover uma boa neutralização do enxofre com o
uso de manganês (% Mn = 1,72 x % 5 + 0,3);
• realizar uma inoculação eficaz;
79
FLOTAÇÃO de CARBONO
Defeito
• Flotação de Carbono ou Grafita.
Manifestação
• manchas negras, de forma irregular e de grande
variação dimensional encontradas nas regiões de
fratura de peças, normalmente na sua parte superior,
de espessuras acima de 25 mm, podendo ocorrer a
flotação do carbono para a superfície externa da peça.
Nota-se nestas regiões de flotação a presença de
nódulos explodidos, sulfetos e óxidos de magnésio.
Causa
• excesso de carbono presente em certas regiões da
peça.
Causa da causa
• carbono equivalente elevado para a espessura da
peça;
• tratamentos de inoculação e nodularização realizados
a baixas temperaturas (< 1400ºC);
80
Solucões
• reduzir o teor de Ceq. Em função da espessura da
peça;
• esp. < 10 mm – Ceq. = 4,5% máx.;
• esp. > 25 mm – Ceq. = 4,3% máx.;
• realizar tratamentos de inoculação e nodularização a
temperaturas acima de 1450ºC;
• Iniciar o vazamento no máximo até 10 min. após os
tratamentos do metal líquido;
• reduzir o intervalo de solidificação o máximo possível;
• Etc.
81
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENAI. DR. MG. Modelos e Caixas de Machos. 3. ed. Belo Horizonte, SFP-EMC,
1990.
SENAI. DR. MG. Resfriadores. 2. ed. Belo Horizonte: DFP/DAT, 1987. 51 p. il.
(Publicação Técnica – fundição, 18).Revista Fundição & Matérias Primas. Fundidos
de Ferro: ligas essenciais para ofuturo. Caderno Técnico 5. Publicação 06, em
Julho/Agosto de 2004.
http://www.cimm.com.br/portal
http://www.abifa.com.br/portal
82
ANEXO
CONTEÚDO COMPLEMENTAR DO
MÓDULO 4 – Processos de
Modelaria
83
RECHUPE
7. INTRODUÇÃO
8. RECHUPE
9. GRAU DE QUALIDADE
É importante lembrar que nem sempre todas as partes da peça estão sujeitas às
mesmas exigências de qualidades.
- Ligas que podem sofrer uma expansão (ferros fundidos com grafita) nas quais:
∆V = Cl+ Cs – E, onde:
∆V = Variação de volume global;
Cl = contração volumétrica no estado líquido;
Cs = contração volumétrica na solidificação;
E = expansão.
Figura 4b – Casca de metal sólido cuja espessura varia em função da forma da peça
Já a figura 8 mostra a mesma peça, porém a casca sólida não resistiu a pressão
atmosférica e rompeu-se formando assim um rechupe aberto.
Quadro 2
Intervalo de
Tendência a
LIGAS solidificação Modo de Solidificação
defeito
ºC
Aço 0,10<C<0,30% < 40 Camada Rechupe
Aço inox 18 – 8 Aprox. 40 fina concentrado
Frente
Aço 12 a 14 Cr 40 a 50
contínua
Aço C = 0,30% Aprox. 40
Aço C = 0,60% Aprox. 70
Aço 11<Mn<14% 100 a 150
Frente Rechupe disperso
Aço ao Cr – CrX40Cr30 200 descontínua Camada e
espessa microporosidades
FC hipoeutético. FC
P < 80
e FE Ceq. > 3,6%
FC e FE austenítico Frente Camada
P < 80 Rechupe disperso
hipoeutético contínua espessa
P Ferros fundidos
125 a 175
E brancos
FC austenítico
E hipoeutético NiCr 20 < 80
-2 Camada Rechupe
Mista
FC hipoeutético Ceq. fina concentrado
E < 80
> 3,6
E FC hipereutético 20 a 150
E FE alto fósforo < 150
FE hipo. e
E < 150 Rechupe disperso
hipereutético Frente Camada
e
FE hipoeutético contínua espessa
microporosidades
E austenítico NiCr 20 - < 80
2
P = Solidificação Primária, E = Solidificação Eutética
91
Intervalo de
Tendência a
LIGAS solidificação Modo de Solidificação
defeito
ºC
Alumínio Puro 99,99% < 10 Camada fina Rechupe
Cobre Puro > 98% < 10 concentrado
CuAl 10 < 10
AlSi SAE 305 bem
< 20
modificado Frente
Latão 60 – 40 < 10 contínua
CuAl 10 Ni5Fe 20
Latão de alta resistência 20 a 40
Latão 70 – 30 Aprox. 30
CuNi 20 – 30 80 – 100
Mg 99,8% < 10
AlSi12 mal modificada < 20
AlSiMg SAE 323, AA356 Aprox. 20
Liga Mg ZRE1, ZT1 50 a 80 Frente
Liga Mg RZ5, TZ6 95 contínua
Rechupe
AlCu 4 a 5 Cu 100 a 130 ou mista
disperso
Liga Mg Z5Z, A7 a A10 100 a 120
microrechupes
AlMg AG3T, AG6 90 a 150 Camada
Bronzes 150 a 220 espessa
Para uma peça cuja a forma é igual a da peça da figura 11 vazada em liga que
solidifica por camadas finas, os rechupes apresentam como mostra a figura 12.
92
Figura 12 – Peça vazada com liga que solidifica por camadas finas, apresentando
rechupe concentrado e rechupe axial.
No caso da figura 13 a peça é a mesma porém vazada com uma liga que solidifica
por camadas espessas, nesta situação os rechupes são diferentes como mostra a
figura.
Figura 13 – Peça vazada com liga que solidifica por camadas espessas,
apresentando rechupes dispersos e Microrrechupes
Observa-se nas peças vazadas com ligas que solidificam por camadas finas os
rechupes são concentrados com formas definidas pelas isotermas as quais
dependem da forma da peça devido a concentração ou não de calor.
Nas peças vazadas com liga que solidifica por camadas espessas os rechupes são
dispersos – sem forma definida – porém localizados em portas cuja forma da peça
promove uma concentração de calor.
O metal líquido está sob a ação de forças tais como pressão atmosférica e força de
gravidade. Apesar do rechupe ser um fenômeno resultante da contração do metal no
estado líquido, a pressão atmosférica e a força da gravidade têm uma influência
significativa na formação localizada do rechupe.
93
A parir do momento em que se forma o vazio a casca sólida da parte superior pára
de decrescer, como conseqüência o rechupe fica deslocado do centro térmico da
peça (fig. 15).
Figura 18 – Peça com rechupe junto ao macho formado sob ação da pressão
atmosférica
95
Peças com machos sobre aquecidos formam também rechupes abertos devido a
cão da pressão atmosférica (fig. 18).
Neste caso junto ao macho sobreaquecido não é formada uma casca sólida e a
pressão atmosférica atua através dos poros do macho, promovendo a formação do
rechupe.
Quando se forma uma casca fina de baixa resistência – e o vazio devido ao efeito
da gravidade a pressão atmosférica atua rompendo a casca sólida promovendo a
formação de um rechupe aberto (fig. 19). Porém se casca tem uma certa resistência
mecânica ela sofrerá uma deformação do exterior para o interior da peça.
Existe neste caso a possibilidade de se formar rechupes dispersos próximos a
região de deformação (fig. 19).
Nas ligas que solidificam por camadas espessas o metal líquido tem dificuldade de
fluir entre as dendritas a partir do momento que se forma uma casca sólida, pois
cessa a atuação da pressão atmosférica. A pressão metalostática não é suficiente
para fazer o metal líquido fluir entre as dendritas. Em conseqüência surgem
rechupes e microrechupes (fig. 20).
96
ANÁLISE TÉRMICA
14. INTRODUÇÃO
O metal líquido está neste estado devido a energia nele contido. A partir do
momento em que ele está conformado no molde, deve então resfriar-se assim
guardar, no estado sólido a forma que lhe foi dada pelo molde.
Para que ocorra o resfriamento é necessário que se tenha uma diferença de
potencial térmico – gradiente térmico – e isto ocorre entre o metal líquido e o molde,
possibilitando assim estabelecer um fluxo de calor do metal para o molde e através
deste – transferência de calor.
15.1. Calor
O calor é uma forma de energia (térmica) em trânsito. Nos moldes o calor potencial
está contido nas forças de atração entre os átomos e no movimento vibratório deles.
Quando a quantidade de calor potencial aumenta a vibração dos átomos também
aumentam e a força de atração entre eles diminui.
15.2. Temperatura
A quantidade de calor potencial – energia interna ou de vibração – em uma massa
de metal é manifestada pela temperatura desta massa. A temperatura mede então a
energia interna do metal.
q = quantidade de calor que areia absorve até a completa solidificação do metal, por
unidade de areia (cal);
S = superfície de troca de calor (cm²);
Ts = tempo de solidificação da liga (s);
θs = temperatura da interface metal/molde considerada igual a temperatura do
solidus do metal (°C);
θo = temperatura inicial do molde, próximo a ambiente (°C);
b = coeficiente de difusividade da areia do molde;
k = condutividade térmica da areia (cal/cm.°C.s);
massa específica de areia (g/cm³);
c = calor específico da areia (cal/g.°C).
Observa-se que o fluxo de calor é elevado no início e diminui na razão da raiz
quadrada do tempo de solidificação.
99
16.1. Fundamentos
Onde:
Q = quantidade de calor desprendida pelo metal (cal);
V = volume do metal liquido (cm³);
C1 = calor específico no estado liquido do metal (cal/g.C);
L = calor latente de fusão do metal (cal/g);
p = massa específica do metal (g/cm³);
∆θs = sobreaquecimento do metal (°C).
100
Como:
Assim,
101
Onde:
k = constante;
M = módulo de resfriamento.
Portanto módulo é uma razão de proporcionalidade ao tempo de solidificação.
16.1.3. Definição de ω
A demonstração anterior mostra que o tempo de solidificação é proporcional ao
módulo para placas infinitas. Quando a peça muda de forma esta relação para ser
válida necessita de um coeficiente ω – coeficiente de forma.
Este coeficiente é obtido experimentalmente:
Onde:
Tr = tempo real de solidificação de um sólido de mesmo módulo que uma paca
infinita.
Tp = tempo de solidificação de placa infinita.
Onde:
M = módulo de resfriamento.
V = volume da peça ou parte de peça.
S = superfície da peça ou parte de peça que contribui para o resfriamento.
ω = coeficiente de forma.
Obs.: de maneira geral, a unidade de módulo é o centímetro (cm)
Elemento E2:
103
Elemento E3:
16.3.1 Junções
Freqüentemente, as formas das peças fundidas são compostas de placas
interligadas (fig. 9). A interseção destas placas são chamadas de junções. As formas
mais típicas que estas junções podem assumir são apresentadas na figura 10.
Nestas condições existe então partes de peça que podem assemelhar-se a uma
junção mas não são (fig. 16).
A figura 17 mostra um exemplo de uma placa com uma nervura formando uma
junção em T.
Como foi visto, o objetivo da análise térmica é identificar os centros térmicos e ter-se
então uma previsão da posição do rechupe, através dos valores dos módulos
114