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Módulo 1
1. INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FUNDIÇÃO
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 03
II – MACHOS .................................................................................................................. 13
1. Definição ..................................................................................................................... 13
2. Qualidades .................................................................................................................. 14
3. Confecção de um macho ............................................................................................ 16
ANEXOS .......................................................................................................................... 80
3
INTRODUÇÃO
História da Fundição
Instalou-se em São Paulo o primeiro forno de ferro da América, no fim do século XVI. Os
de Jamestown, na Virgínia, Estados Unidos, são posteriores a 1607. O mineral havia sido
descoberto no Brasil, no início do século XVI, pelos jesuítas, que logo passaram a fabricar,
com metal obtido na forma primária da redução do minério, anzóis, facas e outros tipos de
ferramenta. Uma importante descoberta foi a da jazida de Ibirapuera, à esquerda do rio
Pinheiros, onde morava Afonso Sardinha, que descobriu ferro em Biraçoiaba, próximo a
Sorocaba SP. Afirma-se que em 1590 Sardinha começou a explorar a mina. Em 1597
comunicou o fato a Francisco de Sousa, governador-geral do Brasil, e doou a jazida ao rei
de Portugal. Sousa passou a zelar pela extração do minério, razão pela qual mereceu o
título de Marquês das Minas. Disseminou-se em Minas Gerais e São Paulo o processo de
fabricação de ferro em forjas e cadinhos. O metal era utilizado para ferrar cascos de
animais de tração em aros de carros de bois. Em 1785, a rainha D. Maria I proibiu o
funcionamento de fabricas no Brasil, fato de que deu especial significado político à
fabricação do ferro, transformada num dos ideais de emancipação dos inconfidentes. Com
a transferência da corte portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro, D. João VI incumbiu,
em 1808, o intendente Câmara (Manuel da Câmara Ferreira Bethencourt e Sá) de instalar
uma fábrica de ferro no morro do Pilar. A primeira corrida de ferro-gusa desse alto-torno foi
em 1814. Antes disso, em 1812, o barão de Eschwege obtinha ferro líquido em sua fábrica
em Congonhas, MG.
O rei incumbiu também Francisco de Varnhagem de instalar uma fábrica de ferro em São
João de Ipanema, posterior Sorocaba, SP. Essa iniciativa destaca-se das anteriores, de
tipo artesanal, e marcou o início da indústria siderúrgica no Brasil, em 1818. Pouco tempo
depois, o engenheiro de minas francês Jean-Antoine Félix de Monlevade, dito João de
Monlevade, instalou uma fundição de ferro perto de Caeté, MG.
Foi a partir de 1921 que realmente se iniciou o desenvolvimento da produção brasileira de
ferro-gusa, com instalação de diversos altos-fornos. Já em 1936 fabricavam-se no país
cerca de oitenta mil toneladas. Com instalação, em 1941, da Companhia Siderúrgica
Nacional, em Volta Redonda – RJ, a produção de ferro iniciou uma nova época de
desenvolvimento com incentivo estatal. No fim século XX, o Brasil figurava entre o três
países possuidores das maiores reservas conhecidas de minério de ferro em todo o
mundo. Passou de terceiro a segundo lugar após a descoberta de riquíssimas reservas no
norte de Minas Gerais e na serra de Carajás, no Pará.
Produção Brasileira de
Fundidos em 2004
(%)
13
30
57
I - INICIAÇÃO Á FUNDIÇÃO
Generalidades
Fundição é o processo de fabricação de peças que representa o caminho mais curto entre
a matéria-prima metálica e as peças acabadas em condições de uso.
O processo de fundição para fabricação de peças consiste, essencialmente, em encher
com metal líquido a cavidade de um molde cujas dimensões e formas correspondem às
das peças a serem obtidas. Após a solidificação e resfriamento obtêm-se as peças com
formas e dimensões, geralmente quase definidas, pois, em muitos casos, peças são
usinadas antes de estarem em condições de utilização.
Pode-se dizer que no processo de fundição tem-se, quando ao metal, apenas as etapas de
fusão e solidificação entre a matéria-prima sólida e o produto semi-acabado, enquanto que
nos demais processos clássicos de fabricação de peças metálicas, tais como laminação,
forjamento, estampagem e trefilação tem-se, entre matéria-prima sólida e o produto semi-
acabado, além das etapas de fusão e solidificação, uma deformação plástica por
tratamento mecânico.
Fundição é um processo que permite a obtenção de peças de formas complexas, ou seja,
é o processo de conformação de metais, que permite a maior liberdade de formas.
As peças fundidas devem ter características dimensionais mecânicas e físico-químicas.
Elas se destinam às mais diversas indústrias.
Figura 01
De posse do modelo da peça (fig. 02) e dos elementos do modelo faz-se o molde.
Figura 02
Figura 03
Figura 04
Figura 05
Figura 06
Figura 07
Figura 08
Figura 09
Figura 10
10
Figura 11
Figura 13
Figura 12
11
Figura 14
12
Com base no que foi visto anteriormente, pode-se dizer que a fabricação de uma peça
fundida requer, pelo menos, os seguintes setores:
• De projetos;
• De confecção e reparação de modelos, caixas de macho e elementos de modelo, ou
seja, modelagem;
• De fabricação de peças fundidas, ou seja, a fundição, propriamente dita.
Além desses setores e áreas mais diretamente ligados à produção, podem também ser
citados todo o setor administrativo, o depósitos de matéria-prima, o depósito de modelos,
área de expedição de peças, setor de manutenção e laboratórios para o sistema de
controle, que devem acompanhar todo o processo de fabricação.
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II - MACHOS
1 – Definição
Macho é uma parte do molde fabricada separadamente e colocada em sua cavidade após
a extração do modelo para:
A figura 15 mostra uma peça com uma forma interna de diâmetro variável. Para facilitar a
moldação desta peça, utiliza-se um modelo (fig. 16) para a obtenção da forma geral da
cavidade do molde, na qual é posicionado o macho que é preparado numa caixa de macho
(fig. 17) paralelamente à confecção do modelo (fig. 18).
Figura 18
14
Mesmo que a forma interna de uma peça seja simples, pode-se evitar uma saída
acentuada (fig. 19) utilizando-se um macho (fig. 20). A saída acentuada deformaria a peça.
Figura 19 Figura 20
2 – Qualidades
2.2 Permeabilidade
Figura 21
A permeabilidade é uma qualidade indispensável aos machos sobretudo aos internos.
2.4 – Refratariedade
2.5 – Compressibilidade
Devido ao fenômeno de contração das ligas no estado sólido, as dimensões das peças de
fundição diminuem durante o seu resfriamento. Em conseqüência disso,os machos
internos sofrem esforços de compressão (fig. 22). Se eles forem muito resistentes e não
cederem, as peças podem trincar ou romper, assim os machos devem ser compressíveis,
ou seja, devem ceder aos esforços de compressão que ocorrem devido à contração do
metal no estado sólido.
Figura 22
16
2.6 – Colapsibilidade
Diz-se que um macho tem boa colapsibilidade quando ele perde a resistência mecânica
após a solidificação da peça.
Exige-se esta qualidade dos machos para que, quando da limpeza das peças, eles se
desagreguem facilmente, favorecendo a remoção da areia dos machos internos.
3 – Confecção de um macho
O material normalmente utilizado para se fazer um macho é areia tendo uma composição
adequada. Existem diferentes tipos de areia para machos. Uma das areias utilizadas para
confecção de machos – comumente chamada de areia CO2 – é constituída por uma
mistura de :
• Grãos de areia silicosa;
• Silicato de sódio;
• Gás carbônico.
Primeiramente, mistura-se a areia e o silicato de sódio, e, depois, esta mistura é
atravessada por CO2,que reagindo com o silicato a endurece.
Os machos podem ser feitos manualmente ou mecanicamente. Para ilustrar a fabricação
de um macho, considera-se, a seguir, uma confecção manual de um macho, com areia
CO2.
O molde do macho é a caixa do macho (fig. 23) em cuja a cavidade é socada a areia,
devidamente preparada (fig. 24).
Figura 23
17
Figura 24
Após a socagem da areia, raspa-se a sua superfície externa e abrem-se furos ou respiros
na areia (fig. 25) para facilitar o escoamento do CO2 através da mesma.
Figura 25
18
A gasagem do CO2 pode ser feita com auxílio de uma campânula (fig. 26). Tendo ocorrido
o endurecimento, abre-se a caixa e retira-se dela o macho (fig. 27).
Figura 26
Figura 27
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1 – Sobreespessura de usinagem
A maioria das peças fundidas são usinadas após a sua limpeza, a fim de se obterem
dimensões, formas ou estado de superfície prefixados. A usinagem se traduz pela remoção
de material das peças.
Quando no desenho da peça a ser obtida em fundição existe algum sinal de usinagem ,
deve-se aumentar, no modelo, a espessura da face assinalada, isto é, considera-se uma
sobreespessura de usinagem.
Este aumento de espessura tem, como conseqüência, o fato de que a peça fundida é
maior que a peça usinada indicada no desenho (fig. 28).
Figura 28
Figura 29
Segundo este diagrama, se uma superfície a ser usinada em uma peça de aço equivale a
uma área de 450mm x 450mm (450m²), o valor recomendado para sobreespessura de
usinagem é 6,7mm.
2. Contração linear
Durante o resfriamento da peça no molde, após a sua solidificação, ocorre uma contração,
isto é, a peça sólida tem, à temperatura ambiente, dimensões inferiores às da cavidade do
molde (fig. 30). Nota-se uma folga f entre as paredes da cavidade e a superfície da peça
fria.
Figura 30
Figura 31 Figura 32
Para evitar o cálculo das cotas, considerando-se a contração linear, podem ser utilizados
metros de contração cujas divisões já levam em conta o aumento relativo à contração,
como indica a figura 33.
Figura 33
3 – Saída
Para facilitar a extração do modelo e do macho, é necessário dar às suas paredes uma
inclinação ou saída.
Saída de um modelo é, portanto, a inclinação que se dá à suas paredes no sentido de sua
extração, a fim de reduzir o atrito entre suas paredes e as do molde.
Um modelo sem saída (fig. 34a) ou um molde com contr-saída (fig. 34b) quebra a areia
quando é retirado do molde, enquanto que um molde com saída (fig. 34c) não estraga as
paredes do molde.
Figura 34
• Porcentagem (fig. 34a);
• Graus (fig. 34b);
• Milímetros (fig. 34c).
Figura 36
Figura 37
4 – Marcações
Marcações em modelos são partes salientes que, após a moldação deixa sua impressão
no molde, permitindo o posicionamento dos machos.
Às marcações do modelo correspondem as marcações dos machos. Há também as
marcações que servem para posicionar machos entre si.
A figura 38 apresenta um modelo com marcação horizontal e o molde fechado obtido com
este modelo.
Figura 38
Entre as paredes do molde e a marcação do macho deve haver uma folga para evitar a
quebra do macho ou do molde quando do seu fechamento (fig. 39).
Figura 39
Os gases do macho passam pelo respiro, chegam ao espaço E saem pelo respiro feito na
superfície de separação.
O cordão de vedação evita que o metal líquido penetre no espaço E impeça a saída dos
gases.
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Para evitar que a areia se quebre nos ângulos, deixa-se uma folga maior F entre as
paredes do molde e o macho (fig. 40).
Figura 40
Figura 41 Figura 42
Figura 43
26
Figura 44
Figura 45
A figura 46 mostra como permitir a saída de gases do macho pela marcação superior.
Figura 46
27
As marcações balanceadas são necessárias quando o macho horizontal não tem apoio em
uma das extremidades (fig. 47).
Figura 47
Para assegurar o equilíbrio do macho e evitar uma marcação muita comprida, pode se
utilizar a forma indicada na figura 48.
Figura 48
5 – Cores
Peças fundidas em
Denominação ferro ligas ligas outras
aço
fundido cuprosas leves ligas
Superfícies externas de Alumino ou Verniz
Vermelho Azul Laranja
modelos e caixas de macho cinza claro incolor
Superfície correspondendo
às sobreespessuras de Amarelo Amarelo Vermelho Amarelo Amarelo
usinagem
Alumínio ou Verniz
Nervuras e reforços Vermelho Azul Laranja
cinza claro incolor
eliminados após a fundição hachurado hachurado hachurado
hachurado de hachurado
da peça de preto de preto de preto
preto de preto
Marcação de moldes, caixas
de macho e partes internas Preto Preto Preto Preto Preto
da caixa de macho
Faces e sedes de
Verde Verde Verde Verde Verde
suplementos destacáveis
Reforço de modelo a ser
Madeira natural sem tinta
preenchido na moldação
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6 – Conclusão
O modelo de uma peça (fig. 49) difere da peça usinada (fig. 50) pronta para sua utilização,
devido a:
• Sobreespessura de usinagem;
• Contração linear;
• Saída;
• Marcações.
Figura 49
Figura 50
Por outro lado, a peça bruta de fundição (fig. 51) difere do modelo porque nela já ocorreu a
contração e as marcações não existem, pois o macho utilizado no molde (fig. 52) e
destruído na desmodelagem possibilitou a obtenção da forma interna da peça.
Figura 51 Figura 52
29
A cavidade da caixa do macho (fig. 53) e, conseqüentemente, o macho (fig. 54) têm
dimensões diferentes das da forma interna da peça usinada, pois na construção da caixa
de macho considera-se também a sobreespessura de usinagem, contração linear, a saída
e as marcações.
Figura 53 Figura 54
IV - CANAIS E MASSALOTES
1 – Canais de enchimento
O sistema de canais de enchimento é formado pelos condutos por onde passa o metal
líquido que vai preencher a cavidade do molde.
Este sistema de canais deve ser dimensionado de tal forma que o metal líquido limpo
preencha a cavidade do molde a uma dada temperatura e durante determinado intervalo
de tempo, a fim de conseguir peças sãs.
Este sistema de canais deve ser dimensionada de tal forma que o metal líquido preencha a
cavidade do molde a uma dada temperatura e durante um determinado intervalo tempo, a
fim de conseguir peças sãs.
A figura 55 apresenta um sistema de canais de enchimento onde se indicam os diferentes
elementos que compõem.
Figura 55
O metal líquido vazado no funil, que situa-se na superfície do molde, desce até o nível do
canal de distribuição. Deste, o metal passa, através dos ataques, à cavidade
correspondente à peça.
Utiliza-se a câmera ou sistema de retenção de escórias para assegurar o enchimento da
cavidade com um metal limpo.
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2 – Massalotes
Figura 56
Figura 57
32
Figura 58
Figura 59
Figura 60
33
Figura 61
Figura 62
Figura 63
O massalote é uma reserva de metal líquido, adjacente a peça, cujo objetivo é fornecer
metal líquido para compensar a contração no estado líquido e durante a solidificação, isto
é, alimentar a peça a fim de evitar a formação de rechupes.
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Um massalote adjacente à parte da peça que solidifica por ultimo, ou seja, adjacente ao
ponto quente da peça, deve deslocar este ponto quente (fig. 64) de maneira que o rechupe
seja formado no massalote (fig. 65) e não na peça.
Figura 64 Figura 65
Figura 66
2.3 – Formas
Classificam-se como massalotes diretos os que possuem seção de ligação numa superfície
superior da peça e como massalotes laterais aqueles cuja a seção de ligação situa-se em
uma superfície lateral da peça.
Massalote aberto é aquele cuja cavidade comunica-se com a atmosfera e massalotes cego
é o que possui cavidade que não atinge a superfície da caixa superior.
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Figura 67 Figura 68
Figura 69 Figura 70
Massalote linear (fig. 71) é o que possui uma seção linear que se estende ao longo de uma
face da peça. Massalote aneliforme (fig. 72) tem a forma de um anel e sua seção de
ligação acompanha a forma da peça.
Figura 71
Figura 72
Uma peça fundida possui seções de diferentes espessuras. Normalmente, as partes mais
finas solidificam-se antes que as mais maciças e, desse forma, uma parte mais maciça
alimenta as partes mais finas que lhe são adjacentes. Por isso, o massalote deve localizar-
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se na parte da peça que solidifica por ultimo, pois esta não é alimentada por nenhuma
outra parte da peça.
Portanto, a ordem de solidificação das diferentes seções de uma peça deve ser das mais
afastadas para a mais próxima do massalote, isto é, deve-se ter uma solidificação dirigida
da peça para o massalote.
A figura 73 apresenta uma peça que possui seções com três espessuras diferentes. Em
cada uma das seções trancou-se um círculo inscrito. Quanto menor o diâmetro do círculo
inscrito mais rapidamente solidifica-se a seção correspondente.
A seção C é alimentada pela seção B e esta pela seção A. Para evitar a formação de
rechupe na seção A, o massalote M fornece-lhe metal líquido desde o final do enchimento
do molde até o final da solidificação da peça. Tem-se portanto, uma solidificação dirigida
da seção ao massalote M.
Figura 73
37
Na peça da figura 74, têm-se d1 > d2 < d3. A ordem de solidificação das diferentes seções
é:
● Seção B;
● Seção C;
● Seção A.
A seção A é alimentada pelo massalote M e a seção B pela seção A. Mas, como a seção B
solidifica-se antes da C, esta não é alimentada, por isso forma-se um rechupe R nesta
última seção.
Portanto apesar da utilização de massalote, não se evita a formação de rechupe na peça.
Figura 74
Figura 75
Figura 76
40
Para se obter solidificação dirigida da seção C para o massalote, pode-se também alterar a
forma da peça na seção B, prevendo-se uma sobreespessura de metal de tal forma que se
obtenha d1 > d2 > d3 (fig. 77).
Figura 77
41
V - AREIAS DE MOLDAÇÃO
1.1 – Areia-base
A sílica de densidade relativa igual a 2,65 funde-se a 1 725ºC.
Os grãos de sílica caracterizam-se pela forma, estrutura e dimensão. Quanto a forma, os
grãos de sílica podem ser arredondados, angulares ou subangulares (fig. 78) e, quando à
estrutura, eles podem ser compactos, aglomerados ou fissurados (fig. 79).
A determinação da forma e estrutura dos grãos é feita pela análise dos mesmos em
microscópio estereoscópio.
Figura 78
Figura 79
Quanto às dimensões, os grãos são classificados pelo tamanho médio dos de uma
amostra utilizada no ensaio de granulometria. O tamanho médio dos grãos é traduzido pelo
índice ou módulo de finura da areia-base, calculando segundo o método de ensaio. Quanto
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maior o módulo de finura, mais fina é a areia, isto é, menor é o tamanho médio dos grãos.
Desta forma, uma areia de módulo 90AFS é mais fina que uma areia de módulo 60AFS.
1.2 Argila
Argila é um material constituído por silicatos de alumínio hidratados.
A argila tem propriedade de absorver água adquirindo plasticidade e coesão. Existem,
diferentes tipos de argila. Em fundição, utilizam-se, geralmente, ás bentonitas, sob a forma
de partículas de dimensões inferiores a 0,2mm, ou seja, 20 µm.
Adicionando-se água a uma mistura de grãos de sílica e argila, esta absorve a água e, por
ação mecânica, envolve os grãos de sílica ligando-os entre si, isto é, aglomoerando-os.
Uma areia assim preparada pode ser trabalhada, ou seja, utilizada na moldação.
Uma areia nova preparada para moldação pode ter seguinte composição:
100 partes de sílica
10 partes de argila
3 partes de água
1.5 Propriedades
Como propriedades requeridas de uma areia de moldação, e principalmente, de uma areia
sílico-argilosa, podem ser citadas:
• Modalidade;
• Resistência mecânica;
• Permeabilidade.
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Figura 80
Figura 81
moldes b. Uma areia ideal deveria ser líquida durante a moldação, para melhor reproduzir
as formas do modelo; sólida, entre a extração do modelo e a solidificação do metal vazão
no molde; e compreensível, após a solidificação, para não se opor à contração da peça
que se resfria.
Figura 82
Figura 83
Não devem ficar envolvidos por metal, pois causariam defeitos nas peças. Para permitir a
saída dos gases, a areia do molde deve ter boa permeabilidade (fig. 84).
Figura 84
45
1.6 Controles
Para determinar as características da areia-base , a constituição de uma areia recuperada
e as propriedades de uma areia preparada para a moldação são feitos ensaios e análises.
Controla-se, assim, a areia de moldação.
2 – Outras areias-base
Além da sílica, outras areias-base são empregadas em fundição, mas menor escala,
devido a seu custo mais elevado.
A zirconita é um silicato de zircônio. Possui densidade de 4,7 e ponto de fusão igual a
2500°C.
A cromita é constituída principalmente por óxidos de cromo e ferro. Possui densidade da
ordem de 4,5 e ponto de fusão igual a 2200°C.
A olivina é um metal constituído essencialmente por ortossilicato de magnésio e de ferro.
Possui densidade da ordem de 3,4 e ponto de fusão igual a 1800°C. Apresenta uma
coloração verde-oliva, razão de seu nome.
A chamote é uma argila refratária calcinada, britada e classificada.
A areia corindon é artificialmente obtida pela fusão de bauxita com baixo teor em sílica. É
constituída de aproximadamente 95% Al2O3. Possui densidade da ordem de 4,0 e ponto de
fusão igual a 2000°C.
3 – Areias especiais
As areias de moldação não aglomeradas por argila e água são chamadas de areias
especiais.
As peças fundidas são constituídas por ligas metálicas. Uma liga metálica é sistema físico-
químico contendo mais de um elemento, sendo que pelo menos um deles é metal.
Ligas ferrosas são aquelas em que o ferro é o principal elemento da composição química.
Para situar entre si as diferentes ligas, citam-se, a seguir, referências de:
• Composição química
• Temperatura de fusão;
• Coeficiente de contração linear;
• Peso específico;
• Limite de resistência à tração;
• Alongamento após ruptura.
Fm
LR =
So
Lf − Lo
A= x100
Lo
1 – Ligas ferrosas
As ligas ferrosas são classificadas em aços e ferros fundidos. Os aços e ferros fundidos
comuns são basicamente ligas constituídas pelos elementos: ferro, carbono, sílico,
manganês, fósforo e enxofre. Quando são incluídos, voluntariamente, outros elementos ou
alguns desses em teores mais elevados, a fim de melhorar características físico-químicas
ou mecânicas, têm-se aços e ferros fundidos ligados.
Os ferros fundidos não-ligados são constituídos pelos mesmos elementos que os aços
carbono, mas com teores em faixas diferentes. Como referência de composição química
citam-se:
Carbono 2,40 – 3,80%
Silício 0,80 – 2,20%
Manganês 0,20 – 0,80%
Fósforo < 0,30%
Enxofre < 0,15%
Ferro em teor necessário para completar 100% de liga.
Os ferros fundidos não-ligados podem ou não apresentar carbono livre em sua
microestrutura. Este carbono livre, de coloração escura, chama-se grafita. Os ferros
fundidos que não apresentam grafita são chamados ferros fundidos brancos e os que
apresentam são classificados segundo a forma grafita, que pode ser:
• Lamelar (fig. 85);
• Esferoidal (fig. 86);
• Vermicular (fig. 87);
• Em módulos (fig. 88).
Figura 85 Figura 86
Figura 87 Figura 88
48
A forma natural da grafita é lamelar. O ferro fundido não-ligado, com grafita sob a forma de
lamelas, é denominado ferro fundido cinzento e representado por FC.
A realização de determinadas operações no metal líquido, pouco antes do vazamento,
promove e precipitação do carbono sob forma de grafita esferoidal ou vermicular. Os ferros
fundidos assim obtidos são chamados, respectivamente, ferro fundido com grafita
esferoidal e ferro fundido com grafita vermicular.
O ferro fundido com grafita em nódulos é denominado ferro fundido maleável. A fabricação
de uma peça em ferro fundido maleável compreende, obrigatoriamente, duas etapas:
• Obtenção de peças brutas de fundição em ferro fundido branco;
• Realização de um tratamento térmico para tornar maleável o ferro fundido; como
conseqüência ocorre a formação de grafita em forma de nódulos.
Tratamento térmico é um ciclo térmico a que são submetidas as peças no estado sólido.
Um ciclo de tratamento térmico (fig. 89) consiste em:
• Aquecimento a determinada temperatura;
• Manutenção desta temperatura durante certo tempo;
• Resfriamento.
T (ºC)
t (h)
Figura 89
2 – Ligas não-ferrosas
A figura 90 apresenta um forno de cadinho, tipo basculante, aquecido pela queima de óleo
combustível e figura 91 mostra um forno de Candinho, tipo poço, aquecido pela queima de
coque.
Figura 90
Figura 91
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2 – Fornos elétricos
Figura 92 Figura 93
Nos fornos a arco, cria-se uma diferença de potencial entre eletrodos de tal forma que haja
a emissão de faísca elétrica ou arco que, pelas elevadas temperaturas atingidas,
preaquece, funde e sobreaquece o metal direta ou indiretamente. A figura 94 esquematiza
um forno a arco direto e a figura 95 um forno a arco indireto.
Figura 94
Figura 95
53
Nos fornos elétricos de indução, a corrente elétrica alternada que passa por uma bobina
gera corrente elétrica induzida na carga metálica que, por sua resistência elétrica , é
aquecida, fundida e sobreaquecida.
Os fornos elétricos de fundição dividem-se em dois tipos:
• Forno de cadinho (fig. 96);
• Forno com canal (fig. 97).
Figura 96
Figura 97
54
3 – Cubilô
Cubilô é o forno de fusão típico das fundições de peças em ferro fundido cinzento.
Enquanto que os outros tipos de forno de fusão podem ser utilizados para fundir diferentes
ligas, no cubilô funde-se apenas ferro fundido.
Figura 98
55
Figura 99
A produção horária de um cubilô comum, dada em toneladas de metal líquido por hora de
funcionamento, é da ordem de:
P= 6 x D², onde
Para verificar a qualidade das peças são realizados controles que podem ou não ser
destrutivos. Entre os diferentes tipos de controle podem ser citados:
• Exame visual;
• Controle dimensional;
• Ensaios mecânicos;
• Análise metalográfica.
A não ser em alguns casos específicos, os defeitos resultam de um conjunto de fatores que
tornam difícil a determinação da causa de cada um.
Um defeito pode ser classificado quanto:
• Às suas causas;
• À responsabilidade do setor;
• À sua aparência.
1 – Saliências metálicas
A figura 100 mostra uma rebarba metálica formada na superfície de separação das caixas
de moldação e a figura 101 esquematizada uma rebarba formada devido à penetração de
metal na folga entre a marcação do macho e as paredes do molde.
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Em peças relativamente altas pode-se ter, por exemplo , o aumento de espessuras nas
partes inferiores devido à deformação das paredes do molde (fig. 102) ou do macho (fig.
103), como conseqüência compactada. Diz-se, nesse caso, que a peça é defeituosa devido
a seu inchamento.
Próximo de ataques, sob a influência do fluxo de metal líquido, a areia pode desagregar-se,
superficialmente, dando origem a uma saliência metálica na peça (fig. 104). Os grãos de
areia deslocados são encontrados, normalmente, como inclusões na peça. Diz-se que o
defeito é devido a erosão.
Figura 104
58
Um defeito semelhante à erosão é devido ao atrito de, por exemplo, um bloco de areia e as
paredes da cavidade do molde durante o seu fechamento (fig. 105).
Figura 105
Devido à quebra de parte do molde, pode-se ter metal ocupando volume que deveria ser
ocupado por areia e areia como inclusão ou vazio na superfície da peça (fig. 106).
Figura 106
2 – Vazios
A figura 109 ilustra um rechupe externo formado numa parte maciça de uma peça e, na
figura 110, esquematiza-se um rechupe externo devido ao sobreaquecimento do macho. É
importante lembrar que para evitar rechupes nas peças deve-se ter um sistema de
alimentação adequado.
3 – Descontinuidade de metal
Como exemplos de descontinuidade de metal citam-se: a junta fria causada por dois fluxos
de metal líquido que não se soldam (fig. 111, 112 e 113) e a separação da peça segundo
um plano horizontal devido a um enchimento da cavidade do molde realizado com
interrupção (fig. 114).
Figura 114
4 – Defeitos de superfície
A superfície de uma peça fundida pode apresentar rugosidades que dão a idéia da
reprodução do relevo dos grãos de areia nas paredes dos moldes (fig. 115), prejudicando o
bom aspecto superficial.
Figura 115
60
Figura 116
Figura 117
Figura 118
Figura 119
5 – Peça incompleta
A figura 120 mostra uma peça incompleta devido à falta de metal suficiente para encher a
cavidade do molde e a figura 121 mostra o esquema de uma peça incompleta devido ao
metal que escapou pela superfície de separação das caixas de moldação durante o
enchimento do molde.
6 – Desvios de medida
Figura 122
Partindo-se de um modelo correto, pode se obter uma peça com dimensões incorretas
devido a abalo exagerado do molde antes de sua extração (fig. 123).
Figura 123
Figura 124
Figura 125
62
IX - METALURGIA BÁSICA
Metal Puro – é o elemento químico que não contém o menor indício de outro elemento ou
qualquer impureza em sua constituição. Se caracterizam por estarem quase todos no
estado sólido a temperatura ambiente e apresentam boa condutividade térmica e elétrica.
Ex.: Al, Fe, Cu, Au, Ag, Hg, etc.
Liga Metálica – é um sistema físico-químico contendo mais de um elemento, dos quais pelo
menos um é metal. Ex.: AlSi, CuSn (bronze), CuZn (latão), AlMg (ligas leves), aço, ferro
fundido, etc.
Conceito:
Matéria – é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço. Ex.: os metais.
Estados físicos da matéria:
Sólidos – Agrupamentos elementares onde os átomos, moléculas e íons ocupam posições
regulares e definidas, volume e forma constante.
Líquidos – Agrupamentos elementares onde os átomos, moléculas e íons se locomovem,
mas encontram-se próximos uns aos outros, com volume constante e forma variável.
Gasosos – Agrupamentos elementares onde os átomos, moléculas e íons, com grande
liberdade de movimentação, encontram-se afastados uns aos outros, com volume e forma
variável.
63
Plasma – Neste caso há a formação de um gás rarefeito em que existem elétrons e íons
livres.
Processo de Fundição
Termologia
Conceitos fundamentais:
Energia térmica – Se dois corpos tem a mesma temperatura, podemos dizer que estes
corpos têm o mesmo nível de vibração molecular. No entanto se estes corpos tem massas
diferentes, o corpo de maior massa terá maior número de moléculas. Assim, somando a
energia de todas as moléculas do corpo de maior massa, temos uma maior quantidade de
energia. Essa energia total de vibração das moléculas de um corpo chamam-se energia
térmica. Energia térmica depende da temperatura e massa de um corpo.
64
Q=m.c.∆T, (cal/g°C)
Como vimos até agora o calor cedido a um corpo provoca uma variação de temperatura no
mesmo. Mas se houver um aumento gradativo de temperatura pode-se levar a uma
mudança de estado físico da matéria. Esta mudança ou transformação ocorre a uma
temperatura constante, mesmo havendo fornecimento de calor. Este calor de
transformação é chamado calor latente de mudança de estado. Este se define como a
quantidade calor necessária para que 1 grama de um determinado material mude de
estado.
No processo, de fundição, evidenciam-se claramente estes fenômenos de transformação,
pois para que haja a conformação do metal, é necessário que o mesmo esteja no estado
líquido.
Processo de solidificação
Os produtos fundidos são fabricados a partir das ligas metálicas no seu estado líquido,
portanto é de vital importância conhecer o processo de solidificação dos metais. Pois nele
é que ocorrem a maioria dos fenômenos de transformação na estrutura do material que
quase sempre geram defeitos internos na peça ou alterações estruturais que prejudicam o
seu comportamento diante de determinadas solicitações. Para o fundidor, este
conhecimento gera particular interesse, pois no processo de fundição todas as decisões a
respeito do processo produtivo são tomadas a caráter preventivo, já que após a
65
Células Unitárias
Como no estado sólido, os agrupamentos elementares ocupam posições regulares e
definidas, diz-se que neste estado o sistema físico do material tem uma estrutura interna
chamada estrutura cristalina.
Nos metais os átomos ocupam sólidos geométricos prismáticos que recebem o nome de
células unitárias ou malha. A justa posição destas células unitárias determina a rede
cristalina. As células unitárias podem ser divididas segundo vários tipos, são eles:
Nos metais, são mais comumente encontrados três tipos de células unitárias, são elas:
Cristal
Os cristais são um conjunto de células unitárias idênticas adjacentes ocupando um volume
limitado.
Grão
O grão é a seção de um cristal, isto é, é a vista central do plano imaginário de corte de um
cristal.
Fases
São conjuntos homogêneos de mesma estrutura cristalina, separados por uma interface
(superfície). É na interface que se observam o fenômeno da energia de superfície também
chamada de tensão superficial ou interfacial. Esta tensão é uma energia por unidade de
área de uma superfície que separa dois líquidos, ou um liquido de um gás ou liquido de um
sólido.
b) Solução sólida
Nesta fase dos compostos da liga conserva sua estrutura cristalina, enquanto que o(s)
outro(s) não, e ainda entregam seus átomos à rede cristalina do primeiro composto. Numa
solução sólida os elementos associam-se em diferentes proporções. O elemento em menor
proporção (soluto) entra em solução com o elemento de maior proporção (solvente).
1.57 Ǻ Cobre Cu 29
1.62 Ǻ Níquel Ni 28
1.63 Ǻ Bismuto Bi 83
1.67 Ǻ Cobalto Co 27
1.71 Ǻ Cádmio Cd 48
1.72 Ǻ Ferro Fe 26
1.72 Ǻ Estanho Sn 50
1.72 Ǻ Magnésio Mg 12
1.75 Ǻ Prata Ag 47
1.76 Ǻ Mercúrio Hg 80
1.79 Ǻ Ouro Au 79
1.79 Ǻ Manganês Mn 25
1.79 Ǻ Paládio Pd 46
1.81 Ǻ Gálio Ga 31
1.81 Ǻ Chumbo Pb 82
1.82 Ǻ Alumínio Al 13
1.83 Ǻ Platina Pt 78
1.83 Ǻ Ródio Rh 45
1.85 Ǻ Cromo Cr 24
1.87 Ǻ Irídio Ir 77
1.89 Ǻ Rutênio Ru 44
1.92 Ǻ Vanádio V 23
1.92 Ǻ Ósmio Os 76
1.95 Ǻ Tecnécio Tc 43
1.97 Ǻ Rênio Re 75
2.0 Ǻ Titânio Ti 22
2.0 Ǻ Índio In 49
2.01 Ǻ Molibdênio Mo 42
2.02 Ǻ Tungstênio W 74
2.05 Ǻ Lítio Li 3
2.08 Ǻ Nióbio Nb 41
2.08 Ǻ Tálio Tl 81
2.09 Ǻ Escândio Sc 21
2.09 Ǻ Tântalo Ta 73
2.16 Ǻ Háfnio Hf 72
2.16 Ǻ Zircônio Zr 40
2.23 Ǻ Cálcio Ca 20
2.23 Ǻ Sódio Na 11
2.25 Ǻ Lutécio Lu 71
2.27 Ǻ Ítrio Y 39
2.4 Ǻ Itérbio Yb 70
2.42 Ǻ Túlio Tm 69
2.45 Ǻ Érbio Er 68
2.45 Ǻ Estrôncio Sr 38
2.47 Ǻ Hólmio Ho 67
2.49 Ǻ Disprósio Dy 66
2.51 Ǻ Térbio Tb 65
2.54 Ǻ Gadolínio Gd 64
2.56 Ǻ Európio Eu 63
2.59 Ǻ Samário Sm 62
2.62 Ǻ Promécio Pm 61
2.64 Ǻ Neodímio Nd 60
2.67 Ǻ Praseodímio Pr 59
2.7 Ǻ Cério Ce 58
2.74 Ǻ Lantânio La 57
2.77 Ǻ Potássio K 19
2.78 Ǻ Bário Ba 56
2.98 Ǻ Rubídio Rb 37
3.34 Ǻ Césio Cs 55
73
Processo de Solidificação
O processo de solidificação será responsável pela formação das primeiras estruturas
sólidas no material, nele se evidenciam duas etapas distintas, mas complementares. São
elas a nucleação e o crescimento dos grãos.
Nucleação e Crescimento
Como sabemos apresentam no estado sólido um arranjo cristalino onde os átomos se
encontram ordenados. Já no metal liquido estes átomos se encontram menos ordenados e
em maior grau de agitação do que no estado sólido. Cessando a fonte de calor que
mantém o metal no estado líquido, o mesmo começa a resfriar-se até atingir o seu estado
sólido. Porém este resfriamento até o estado sólido não é tão instantâneo assim e alguns
fenômenos começam ocorrer. Primeiro há somente a redução de temperatura do metal,
ainda no estado liquido, sem que haja a formação de outras fases. Em um determinado
momento, no meio liquido, alguns átomos começam a disporem-se de modo ordenado,
semelhante àquela disposição encontrada nos sólidos, mesmo a temperaturas acima
daquela de fusão. Estes agrupamentos atômicos ordenados são chamados de
EMBRIÕES. Estes embriões formam-se e se desfazem dentro do líquido constantemente.
Sua “vida” depende do seu tamanho (raio crítico) e da temperatura do líquido. Quanto
maior o tamanho do embrião e menor a temperatura do metal líquido, maior será sua
tendência a “sobrevivência”. A medida que a temperatura do metal líquido diminui o
embrião pode tornar-se mais estável formando os chamados NÚCLEOS de solidificação,
que por sua vez darão origem aos cristais da fase sólida do material. Isto é chamado de
NUCLEAÇÃO.
74
Super-Resfriamento
Ocorre que no momento da solidificação, alguns núcleos só tornam estáveis em pontos
onde a temperatura é inferior a temperatura de solidificação. Portanto a nucleação ocorre
com certo grau de resfriamento em relação à temperatura de solidificação. A este
fenômeno chamado de super-resfriamento. Assim, o grau de super-resfriamento pode ser
definido com a diferença entre as temperaturas de solidificação e nucleação no material.
A região do plano definida pelos eixos x e y, ver figura acima, estão definidas as fases em
equilíbrio da liga binária. A partir deste diagrama podemos determinar quais as fases
presentes em função da composição química e temperatura em cada ponto observado.
Análise do Diagrama:
• Esta região está dividida por linhas que delimitam regiões menores que são o domínio
de cada fase. Percebe-se uma linha L que delimita uma região, acima da qual a liga se
encontra totalmente no estado líquido. Esta linha L é chamada de linha
liquidus.Percebe-se também uma linha S que delimita outra região. Abaixo da qual a
liga se encontra totalmente no estado sólido. Esta linha S é chamada de linha solidus.
A região delimitada pelas linhas L e S é a região de solidificação, onde a liga encontra-
se em processo de solidificação já apresentado duas fases, líquida e sólida devido ao
aparecimento dos núcleos de solidificação.
Figura 141 – Diagrama de Equilíbrio de Fases de uma Liga Binária apresentando Ponto
Eutético
Análise do diagrama:
g´− X
Solução sólida α = x100
g´−t´
X − t´
Solução sólida β = x100
g´−t´
Fase Líquida
Solução sólida α + Solução sólida β
Agregado Eutetóide
Agregado Eutético é uma mistura heterogênea de dois constituintes. Esta mistura terá uma
aparência bastante homogênea, quando analisada ao microscópio com pequenas
aplicações, devido a sua textura bastante fina. Quando submetida a ampliações maiores
percebe-se as estruturas diferentes com uma constituição geralmente lamelar. Este
agregado comporta-se como um metal puro, isto é, tem ponto de fusão e intervalo de
solidificação à temperaturas constantes.
Figura 142 – Diagrama de Equilíbrio de Fases de uma Liga Binária apresentando Ponto
Eutetóide
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Análise do diagrama:
g´− X
Solução sólida α = x100
g´−t´
X − t´
Solução sólida β = x100
g´−t´
Agregado Eutetóide
Agregado Eutético é uma mistura heterogênea de dois constituintes. Esta mistura terá uma
aparência bastante homogênea, quando analisada ao microscópio com pequenas
ampliações, devido a sua textura bastante fina. Quando submetida a ampliações maiores
percebe-se as estruturas diferentes com uma constituição geralmente lamelar. Este
agregado comporta-se como um metal puro, isto é, tem ponto de fusão e intervalo de
solidificação à temperaturas constantes.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SENAI. DR. MG. Iniciação à Fundição. 3. ed. Belo Horizonte, SFP-EMC, 1990
(Publicação Técnica – Fundição).
Revista Fundição & Matérias Primas. Fundidos de Ferro: ligas essenciais para o futuro.
Caderno Técnico 4. Publicação 06, em Julho/Agosto de 2004.
http://www.cimm.com.br/portal
http://www.abifa.com.br/portal
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ANEXOS