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GIORGIO OLIVARI PATOLOGIA EM


EDIFICAÇÕES
Marina Reckziegel

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROEST E DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENT …


Naiara Abreu

PB COECI
Anderson Souza

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENT RO DE T ECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGE…


Samuel Vinícius
GIORGIO OLIVARI

PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.

SÃO PAULO
2003
GIORGIO OLIVARI

PATOLOGIA EM EDIFICAÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade
Anhembi Morumbi no âmbito do
Curso de Engenharia Civil com
ênfase Ambiental.

Orientador:
Prof. Eng° Fernando José Relvas

SÃO PAULO
2003
AGRADECIMENTOS

Aos professores do curso de Engenharia Civil da Universidade


Anhembi Morumbi pelos valiosos ensinamentos e aos colegas de turma
pelas manifestações de amizade e coleguismo que jamais esquecerei.

Agradeço especialmente à minha família pela compreensão e


incentivo, para que pudesse realizar o meu sonho de ser engenheiro civil.
SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................................V

ABSTRACT...................................................................................................VI

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................VII

LISTA DE FOTOGRAFIAS ...........................................................................IX

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1

2 OBJETIVOS............................................................................................ 3

2.1 Objetivo Geral........................................................................................... 3

2.2 Objetivo Específico ................................................................................. 3

3 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................ 4

4 JUSTIFICATIVA...................................................................................... 5

5 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE PATOLOGIA ..................................... 6

5.1 Patologias decorrentes de erros no projeto estrutural.................... 6

5.2 Patologias decorrentes de erros na execução .................................. 7

5.3 Patologias decorrentes de erros na fase de utilização.................... 7

5.4 Sintomas.................................................................................................... 8

5.5 Principais causas das patologias ........................................................ 9


5.5.1 Recalques da fundação................................................................... 10
5.5.2 Movimentação térmica..................................................................... 11

i
5.5.3 Sobrecargas ou acúmulo de tensões............................................. 12
5.5.4 Retração do cimento........................................................................ 13
5.5.5 Carbonatação ................................................................................... 15
5.5.6 Corrosão da armadura..................................................................... 18
5.5.7 Reações químicas............................................................................ 23
5.5.7.1 Reação do sulfato de cálcio ........................................................ 23
5.5.7.2 Reacão álcalo-agregado ............................................................. 23
5.5.7.3 Reação gases garagens.............................................................. 24
5.5.8 Defeitos construtivos........................................................................ 25
5.5.8.1 Trincas e desagregação do concreto dos consolos ................. 25
5.5.8.2 Trincas e descolamento de revestimento em paredes............. 26

6 DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS.................................................... 30

6.1 Fissuras em viga – Tipo 1 .................................................................... 32

6.2 Fissura em viga – Tipo 2 ...................................................................... 33

6.3 Fissura em viga – Tipo 3 ...................................................................... 34

6.4 Esmagamento do concreto em viga .................................................. 35

6.5 Fissuras em viga – Tipo 4 .................................................................... 36

6.6 Fissuras em viga – Tipo 5 .................................................................... 37

6.7 Fissuras em laje – Tipo 1 ..................................................................... 38

6.8 Fissuras em laje – Tipo 2 ..................................................................... 39

6.9 Fissuras em laje – Tipo 3 ..................................................................... 40

6.10 Fissuras em laje – Tipo 4 ..................................................................... 41

6.11 Fissuras em Pilar – Tipo 1 ................................................................... 42

6.12 Fissuras em pilar – Tipo 2.................................................................... 43

ii
6.13 Fissuras em pilar – Tipo 3.................................................................... 44

6.14 Fissuras em pilar – Tipo 4.................................................................... 45

6.15 Fissuras em consolo............................................................................. 46

6.16 Fissuras nos cantos de janelas e portas .......................................... 47

6.17 Trincas em alvenarias de fachadas ................................................... 48

6.18 Corrosão de armaduras em vigas ...................................................... 49

7 ESTUDO DE CASO .............................................................................. 50

7.1 Paredes de alvenaria............................................................................. 51


7.1.1 Trincas verticais em ligação alvenaria/pilar................................... 51
7.1.2 Trincas horizontal em ligação alvenaria/viga ................................ 53
7.1.3 Trincas inclinadas ao redor de janelas .......................................... 54
7.1.4 Trincas na alvenaria da fachada com posicionamento vertical ... 55
7.1.5 Trincas na borda da laje de cobertura ........................................... 56

7.2 Concreto .................................................................................................. 57


7.2.1 Falha de concretagem na ligação pilar/laje ................................... 57
7.2.2 Armadura exposta e oxidada em pilares ....................................... 59
7.2.3 Armadura exposta e oxidada em estágio avançado (pilares) ..... 62
7.2.4 Consolo com concreto rompido ...................................................... 64
7.2.5 Lajes com armadura exposta e oxidada........................................ 66
7.2.6 Fissuras em vigas ............................................................................ 68
7.2.7 Cortina com infiltrações de água .................................................... 69

8 CONCLUSÕES ..................................................................................... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 73

ANEXO 1 – NITROPRIMER ZN ................................................................... 75

iii
ANEXO 2 – FOSGROUT PLUS................................................................... 76

ANEXO 3 – NITOBOND AR ........................................................................ 77

ANEXO 4 – RENDEROC S2 ........................................................................ 78

ANEXO 5 – NITOMORTAR PE.................................................................... 80

ANEXO 6 – NITOBOND INJEÇÃO WT ....................................................... 81

ANEXO 7 – CONBEXTRA LA ..................................................................... 82

ANEXO 8 – VEDAX PLUG .......................................................................... 83

iv
RESUMO

A grande competição no mercado imobiliário e a evolução dos softwares de


cálculo estrutural têm contribuído para que as estruturas dos edifícios se
tornem cada vez mais esbeltas e leves.

Este fato aliado à necessidade de executar as obras em prazos sempre


menores, mais a escassez de mão de obra qualificada, têm provocado um
aumento significativo de patologias nos edifícios.

Estas patologias, após a entrada em vigor do novo código do consumidor,


têm causado grandes polêmicas entre construtoras e proprietários,
terminando, geralmente, em demandas judiciais.

O objetivo foi classificar as várias patologias que aparecem nos edifícios,


procurando enfocar as que causam mais preocupações e constrangimento
aos proprietários, separando as que podem comprometer a estabilidade e a
durabilidade da edificação das outras que só prejudicam a estética.

O trabalho foi executado pesquisando livros e publicações sobre Patologia e


acompanhando diversas obras em andamento e outras já em uso.

O conhecimento das causas que provocam as patologias nos edifícios e a


conscientização que, medidas preventivas na fase de projeto e cuidados na
execução representam uma grande economia em relação às recuperações,
nem sempre bem sucedidas, são ferramentas fundamentais para reduzir as
patologias.

Vale ressaltar que as patologias, além dos ônus financeiros, provocam um


desgaste da imagem das construtoras, afastando possíveis clientes.

Palavras-Chave: Patologia, Durabilidade, Recuperação.

v
ABSTRACT

The big competition in real estate market and the evolution of softwares in
structural calcutation has contributed to building structure being even more
slender and lighter.

This fact associated to the necessity of building in less time, plus lack of
qualified labour has provoked an expressive increase of the pathologies.

These pathologies, after the new consumer code was applied, have been
causing great polemic between constructors and owners, ending, usually, in
judicial lawsuits.

The objective was to classify the pathologies that happen in buildings, trying
to focus on the ones that cause more worries and constraint to owners,
separating the ones that are able to compromise the stability and durability of
the building from the ones that injure only the esthetics.

This task was executed by searching books and publications about


Pathologies and accompanying some constructions that have already been
completed and others that haven’t.

The fundamental tools to reduce the pathologies are the knowledge of the
causes that provoke the pathologies in buildings and the conscientiousness
that prevention in the project phase and caution in the execution represents a
big economy in relation to the worries.

It is worthwhile to emphasize that the pathologies, besides the financial


charges, provoke a devaluation in the image of the building companies,
repelling possible clients.

Keywords – Pathology, Durability.

vi
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fissura de recalque..................................................................... 10


Figura 2 – Fissuras de movimentação térmica (Ercio Thomaz, 1989).......... 11
Figura 3 - Treliça de Morsch......................................................................... 12
Figura 4 - Gráfico profundidade carbonatação ............................................. 16
Figura 5 - Grau de carbonatação.................................................................. 17
Figura 6 - Diagrama de Pourbaix.................................................................. 18
Figura 7 – Formação de pilha de corrosão em concreto armado (Porrero,
1975, citado por HELENE, 1986) .......................................................... 19
Figura 8 – Pilha de corrosão em concreto armado com o anodo e cátodo em
barras distintas (LABRE & GOMES, 1989) ........................................... 20
Figura 9 – Intensidade de corrosão (Modelo de Helene - Ampliado) ........... 21
Figura 10 – Vida útil das estruturas pelo Comitê Europeu de Normalização 22
Figura 10 – Desenho esquemático de consolo ............................................ 25
Figura 11 – Esquema de reforço com tela.................................................... 27
Figura 12 – Esquema alvenaria estrutura antes do encunhamento ............. 28
Figura 13 – Esquema de encunhamento com massa expansora................. 28
Figura 14 – Exemplo de frisos no revestimento da fachada......................... 29
Figura 15 – Fluxograma para a diagnose de uma estrutura (Custódio e.
Ripper, 1998)......................................................................................... 31
Figura 16 - Fissuras de flexão em viga – Tipo 1........................................... 32
Figura 17 - Fissuras de flexão em viga – Tipo 2........................................... 33
Figura 18 - Fissuras por cisalhamento em viga............................................ 34
Figura 19 - Esmagamento do concreto ........................................................ 35
Figura 20 - Fissuras de flexão – Tipo 4 ........................................................ 36
Figura 21 – Fissuras de retração em viga .................................................... 37
Figura 22 – Fissuras na face inferior da laje – Tipo 1................................... 38
Figura 23 – Fissuras na face inferior da laje – Tipo 2................................... 39
Figura 24 – Fissuras na face superior da laje............................................... 40
Figura 25 – Fissuras de retração na face inferior da laje.............................. 41
Figura 26 – Fissuras em pilar – Tipo 1 ......................................................... 42

vii
Figura 27 – Fissura em pilar – Tipo 2 ........................................................... 43
Figura 28 – Fissura em pilar – Tipo 3 ........................................................... 44
Figura 29 – Fissura em pilar – Tipo 4 ........................................................... 45
Figura 30 – Fissuras em consolo.................................................................. 46
Figura 31 – Fissuração típica nos cantos de janelas.................................... 47
Figura 32 – Trincas em fachadas de alvenaria............................................. 48
Figura 33 – Corrosão de armaduras em viga ............................................... 49

viii
LISTA DE FOTOGRAFIAS

Foto 1 - Edifício Ilha de Boaçava 50


Foto 2 - Trinca em ligação alvenaria/pilar 1 51
Foto 3 - Trinca em ligação alvenaria/pilar 2 52
Foto 4 - Trincas em ligação alvenaria/viga 53
Foto 5 - Trincas na face inferior de janela 54
Foto 6 - Trinca vertical na alvenaria 55
Foto 7 - Trinca horizontal na mureta da cobertura 56
Foto 8 - Falha de Concretagem em Pilar 57
Foto 9 - Armadura exposta e oxidada 1 59
Foto 10 - Armadura exposta e oxidada 2 60
Foto 11 - Armadura danificada pela corrosão 1 62
Foto 12 - Armadura danificada pela corrosão 2 62
Foto 13 - Armadura danificada pela corrosão 3 63
Foto 14 - Consolo com concreto rompido 1 64
Foto 15 - Consolo com concreto rompido 2 64
Foto 16 - Consolo com concreto rompido 3 65
Foto 17 - Laje com armadura exposta e oxidada 1 66
Foto 18 - Laje com armadura exposta e oxidada 2 66
Foto 19 - Laje com armadura exposta e oxidada 3 67
Foto 20 - Fissuras verticais em viga 68
Foto 21 - Cortina com infiltrações de água 1 69
Foto 22 - Cortina com infiltrações de água 2 69

ix
1 INTRODUÇÃO

A competição cada vez mais acirrada no mercado imobiliário e a


valorização excessiva dos terrenos tem forçado as construtoras a diminuir
ainda mais as áreas dos apartamentos, para melhorar o aproveitamento dos
terrenos.

Com o aumento das unidades habitacionais por edifício e a


crescente utilização dos automóveis (até os apartamentos de dois
dormitórios necessitam de duas vagas), tornou-se necessário a execução de
dois subsolos para as garagens.

A evolução tecnológica dos materiais e dos projetos estruturais tem


deixado as estruturas das edificações cada vez mais leves e esbeltas.

Isto tudo, mais a crise que tem acompanhado a construção civil nos
últimos tempos, a necessidade de executar obras em prazos sempre
menores (executa-se 4 lajes por mês) e as deficiências de mão de obra, tem
provocado uma piora na qualidade das edificações, como demonstram as
várias patologias que podem ser observadas na maioria dos edifícios.

Estas patologias, depois do advento do código do consumidor, têm


provocado grandes polêmicas entre construtoras e proprietários, terminando
geralmente, em demandas judiciais.

Além disto, as trincas e as outras patologias têm criado um


constrangimento nos moradores, tanto pelo aspecto estético como pelo
receio de um possível comprometimento da edificação.

1
Geralmente, estas patologias tem sido tratadas com descaso pelos
construtores, executando reparos superficiais, sem resolver as causas, e
com muita preocupação pelos moradores, exigindo grandes reformas e
reforços às vezes não justificados.

Com este trabalho, pretende-se esclarecer a natureza das patologias


mais freqüentemente encontradas nos edifícios, tentando ajudar os leigos a
classificá-las quanto a redução da durabilidade e eventual perigo que
possam representar para o mesmo.

2
2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo geral estudar as principais


patologias sistematicamente encontradas nas edificações.

2.2 Objetivo Específico

Pretende-se analisar as patologias que tem origem na estrutura de


concreto armado, suas causas, prevenção e recuperação, visando seu
melhor desempenho de uma forma geral.

Geralmente, os defeitos se manifestam na forma de fissuras, trincas,


umidades, flechas excessivas e deterioração do concreto, que serão objeto
de estudo.

Ainda, este trabalho pretende auxiliar na classificação destas


patologias, alertando quanto a sua gravidade e determinando as causas e os
procedimentos para as recuperações ou reforços que cada caso possa
necessitar, enfatizando os cuidados necessários na fase de projeto e
construção para minimizar estes defeitos.

3
3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho consistiu


basicamente das seguintes ações:

Organização das patologias vivenciadas em diversos anos de


trabalhos prestados na construção civil.

Aproveitamento da grande experiência, neste assunto, do orientador


deste trabalho.

Leitura de livros técnicos que tratam de patologia das estruturas.

Visitas à obras prontas para fazer um mapeamento das patologias


encontradas.

Estudo das Normas Técnicas referentes à execução de estruturas


de concreto, alvenaria e revestimento.

Pesquisa junto a engenheiros calculistas e especialistas em


patologia das estruturas.

Visita à edificações em execução para verificar os procedimentos


empregados para minimizar o aparecimento de patologias indesejáveis.

4
4 JUSTIFICATIVA

As patologias em edificações, ou vícios aparentes de acordo com o


código do consumidor, são extremamente importantes, visto que, podem
assinalar um estado de perigo potencial para a estrutura ou, a necessidade
de manutenção para evitar comprometimentos futuros ou ainda provocar
insegurança e revolta aos moradores, gerando discussões e às vezes
demandas judiciais.

A classificação das patologias, o estudo das causas e das


conseqüências que fatalmente provocam, são ações fundamentais para
conscientizar as construtoras e os profissionais da área sobre a importância
de investir-se na sua prevenção.

Por outro lado proporcionar maiores conhecimentos aos usuários


sobre as estratégias para a correta utilização e manutenção das edificações
colaborará para prolongar a vida útil das mesmas.

5
5 ASPECTOS TEÓRICOS SOBRE PATOLOGIA

O processo de realização de uma edificação compreende as fases


de projeto, execução e utilização.

A ocorrência de falhas em uma ou mais destas fases provoca


defeitos que podem comprometer a segurança e a durabilidade do
empreendimento.

O campo da engenharia que estuda estes defeitos, suas causas e as


correções necessárias, é chamado de Patologia das Estruturas.

5.1 Patologias decorrentes de erros no projeto estrutural

Os principais erros nos projetos estruturais podem ser resumidos a:

- falta de detalhes;
- erros de dimensionamento;
- não consideração do efeito térmico;
- divergência entre os projetos;
- sobrecargas não previstas;
- especificação do concreto deficiente;
- especificação de cobrimento incorreta.

6
5.2 Patologias decorrentes de erros na execução

Na fase de execução é comum ocorrerem erros, tais como:

- erro de interpretação dos projetos;


- falta de controle tecnológico;
- uso de concreto vencido;
- falta de limpeza ou estanqueidade das formas;
- falta de saturação das formas;
- armadura mal posicionada;
- falta de espaçadores e pastilhas para garantir o cobrimento;
- falta de cuidado com os ferros superiores das lajes, permitindo o seu
rebaixamento;
- segregação do concreto por erro de lançamento;
- falta de cura ou cura mal executada;
- cimbramentos mal executados e desformas antes do tempo;
- erros de vibração;
- juntas de concretagem mal posicionadas ou mal executadas;
- adição de água no concreto fora das especificações;
- falta de fiscalização;
- erro no dimensionamento ou no posicionamento das formas.

5.3 Patologias decorrentes de erros na fase de utilização

As principais causas de patologias na fase de utilização são:

- falta de programa de manutenção adequado;


- sobrecargas não previstas no projeto;
- danificação de elementos estruturais por impactos;
- carbonatação e corrosão química ou eletroquímica;
- erosão por abrasão;
- ataque de agentes agressivos.

7
5.4 Sintomas

A maioria dos problemas patológicos são visíveis e pelas suas


características, em geral, permitem determinar a origem dos mesmos.

Os principais sintomas de problemas patológicos nos edifícios são:

- fissuras ou trincas em elementos estruturais e alvenarias;


- esmagamento do concreto;
- desagregação do concreto;
- disgregação do concreto (ruptura do concreto);
- carbonatação;
- corrosão da armadura;
- percolação de água;
- manchas, trincas e descolamento de revestimento em fachadas.

8
5.5 Principais causas das patologias

As principais causas das patologias são:

- recalque das fundações;


- movimentação térmica;
- excesso de deformação das peças estruturais;
- sobrecargas ou acúmulo de tensões;
- retração do cimento;
- carbonatação;
- expansão de armadura (corrosão);
- reações químicas internas;
- defeitos construtivos.

9
5.5.1 Recalques da fundação

Todos os solos, submetidos a cargas apresentam maiores ou


menores deformações, dependendo basicamente das características do solo
e da presença do lençol freático.

O deslocamento vertical de um elemento de fundação é chamado de


recalque e pode ocorrer de imediato (comportamento elástico-linear do solo)
ou ao longo do tempo por adensamento (expulsão da água dos vazios do
solo).

A ocorrência de deslocamentos diferentes entre os elementos de


uma mesma fundação é chamada de recalque diferencial.

O recalque diferencial provoca tensões na estrutura que podem


ocasionar fissuras e trincas.

As fissuras ou trincas causadas pelos recalques diferenciados são


inclinadas indo à direção do ponto de maior recalque e são provocadas
pelas tensões de cisalhamento.

Figura 1 – Fissura de recalque

10
5.5.2 Movimentação térmica

As variações de temperatura diárias nos componentes de um edifício


provocam alterações nas suas dimensões, redundando em movimentos de
dilatação e contração.
O engastamento destes elementos com as paredes restringe estes
movimentos desenvolvendo tensões que provocam as fissuras.
Nas edificações residenciais, a radiação solar atua predominantemente
sobre as lajes de cobertura que são mais expostas às mudanças térmicas do
que as fachadas.
O fato de existir uma cobertura de telhas sobre as lajes não elimina
as movimentações térmicas, uma vez que parte do calor absorvido pelas
telhas é irradiado para as lajes.
A dilatação horizontal das lajes e o abaulamento resultante da
diferença de temperatura entre a face externa e interna da laje provocam
tensões de tração e de cisalhamento nas paredes dos edifícios e as fissuras
ocorrem conforme esquema abaixo.

Figura 2 – Fissuras de movimentação térmica (Ercio Thomaz, 1989)

11
5.5.3 Sobrecargas ou acúmulo de tensões

As peças de uma estrutura de concreto armado são normalmente


dimensionadas admitindo-se determinadas deformações e a ocorrência de
fissuras na região tracionada da peça (Engº Ercio Thomas, 1989).
No dimensionamento a flexão simples em estado limite último à
seção é levada à ruína, mas o momento fletor e a força cortante são
majorados e a resistência do material é diminuída. A preocupação no cálculo
é evitar que as deformações e as fissuras fiquem muito evidentes e possam
prejudicar a durabilidade da estrutura.
O método de cálculo das peças fletidas (NBR-6118) estabelece que
o dimensionamento seja feito de tal forma que, se a estrutura for levada à
ruptura, ela ocorra por compressão, pela ação do momento fletor máximo e
não por efeito da força cortante.
Atualmente, a flexão e a força cortante são calculadas
separadamente, por não existir um sistema simples e prático que propicie
um único cálculo (notas de aula do Profº Fernando J. Relvas, 2002).
Uma viga submetida à ação de momento fletor e força cortante tem
o mesmo comportamento de uma treliça (Morsch, 1900), onde:
- As barras tracionadas da armadura longitudinal correspondem ao banzo
inferior.
- As barras da armadura transversal correspondem às diagonais
tracionadas.
- O concreto comprimido corresponde ao banzo superior e as diagonais
comprimidas.

Figura 3 - Treliça de Morsch

12
A análise de uma estrutura de concreto com fissuras consiste no
mapeamento e na classificação das mesmas (Vicente C. M. Souza e
Thomaz Ripper, 1998).
As fissuras causadas por tensões de tração e de compressão
superiores à resistência do concreto, assumem configurações bem definidas
nas peças estruturais.

5.5.4 Retração do cimento

A hidratação do cimento transforma compostos solúveis em


compostos não solúveis em água.
De acordo com Ercio Thomaz, a quantidade de água necessária
para a hidratação do cimento é da ordem de 30% a 35% em relação ao peso
do cimento.
Essa quantidade de água conduz a um concreto de consistência
seca (sem trabalhabilidade). É, portanto, necessária a adição de uma maior
quantidade de água ao concreto para conferir-lhe a trabalhabilidade
adequada aos processos de adensamento disponíveis, e este excesso de
água irá acentuar a retração.
A retração provoca uma diminuição do volume de concreto e como
as peças estruturais são impedidas de movimentarem-se por estarem
interligadas entre si e com a fundação, ocorrem tensões de tração no
concreto.
Se estes esforços forem superiores à resistência à tração do
concreto, no momento que elas acorrem, teremos então o surgimento de
fissuras.

13
Existem três tipos de retração:

a) A retração química provocada pela redução de volume da água quando


reage com o cimento (hidratação), devido às forças internas de coesão.
b) A retração de secagem provocada pela evaporação da água não usada
na reação de hidratação do cimento.Esta evaporação da água no período
inicial do processo de endurecimento, reduz os poros e os canais na massa,
dando origem a uma redução do volume do concreto.
c) A retração térmica que ocorre pela elevação da temperatura do concreto
na hidratação do cimento e posterior resfriamento do mesmo até atingir a
temperatura ambiente.

As principais providências para evitar as fissuras de retração são:

- diminuir o fator água-cimento ao mínimo necessário para garantir a


trabalhabilidade do concreto;
- executar a cura do concreto para evitar a evaporação da água que deveria
reagir com o cimento, impedindo a total hidratação;
- prever no projeto estrutural uma armadura para combater as tensões de
retração;
- não usar cimentos muito finos;
- usar cimentos à base de escória de alto forno por ter baixo calor de
hidratação.

14
5.5.5 Carbonatação

De acordo com Janete dos Santos, na preparação do concreto,


gera-se o hidróxido de cálcio Ca(OH)2, proveniente da hidratação dos
silicatos e da cal (CaO) contida no cimento:

CaO + H2O à Ca(OH)

Com o decorrer do tempo, o hidróxido de cálcio reage com o gás


carbônico (CO2), muito comum no ar, formando carbonato de cálcio CaCO3
insolúvel:

Ca(OH)2 + CO2 à CaCO3 + H2O

Esta reação é catalisada pela umidade relativa do ar; se manifesta


do exterior para o interior da estrutura do concreto, acarretando uma
diminuição progressiva da alcalinidade da estrutura, ocasionada pelo
consumo do Ca(OH)2 presente (diminuição dos íons OH - ).

Posteriormente, o ataque do gás carbônico (CO2), presente na água


e no ar, sobre o hidróxido de cálcio Ca(OH)2 e o carbonato de cálcio CaCO3,
gera o bicarbonato de cálcio Ca(HCO3)2:

Ca(OH)2 + 2CO2 à Ca(HCO3)2


CaCO3 + CO2 + H2O à Ca(HCO3)2

Bicarbonato de cálcio Ca(HCO3)2, que é solúvel em água; portanto, a


exposição da estrutura de concreto à água com altos teores de CO2,
ocasionará lavagem e fissuras ao longo do tempo.

15
A velocidade de carbonatação do concreto é afetada por diferentes
fatores:

- natureza do cimento: a reação da carbonatação ocorre de forma mais lenta


quando o cimento usado na execução da estrutura tem maior teor de
cal(cimento Portland). A película carbonatada forma uma barreira impedindo
a penetração do CO2 gasoso na estrutura;
- dosagem do cimento: quanto mais cimento no concreto, menor a
profundidade de carbonatação na estrutura, visto que haverá mais cal a
carbonatar, aumentando a impermeabilidade à penetração do CO2,
conforme o gráfico:

3 Prof. Carbon.
em cm
200 Kg/m3

3
2 300 Kg/m

350 Kg/m3
3
400 Kg/m

500 Kg/m3
1

3 meses 1 ano 5 anos Tempo

Figura 4 - Gráfico profundidade carbonatação

- quantidade de água: fator água/cimento alto, representa maior quantidade


de água com aumento da profundidade da carbonatação no concreto. A
água deixa vazios, o concreto fica mais poroso, facilitando a penetração de
CO2;

16
- clima: a carbonatação é função da umidade relativa do ar:

& umidade relativa elevada: pouquíssima carbonatação; com os poros do


concreto cheios, a difusão do CO2 será inibida;
& umidade relativa baixíssima: pouquíssima carbonatação, pois a umidade é
agente catalisador da carbonatação;
& umidade relativa entre 50% e 60% é a mais favorável para que ocorra a
carbonatação.

Grau de
Carbon.

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

20 40 60 80 100 Umidade
relativa do ar
Figura 5 - Grau de carbonatação

- conteúdo de CO2 na atmosfera;

- compactação: concreto bem adensado, carbonatação fraca, menor difusão


de gás carbônico.

17
5.5.6 Corrosão da armadura

Neste caso as fissuras são causadas por tensões de tração simples


no concreto, em conseqüência da expansão da armadura provocada pela
corrosão.

Como conseqüência da carbonatação, ocorre uma redução do pH,


tendendo à uma neutralização do mesmo, com conseqüente destruição da
camada passivadora das armaduras, favorecendo o início da corrosão das
mesmas, conforme diagrama de Pourbaix:
Potência (Volt)

+2 III
I
Fe3O4
+1
Fe
2+ Passivação

0 Corrosão acida Corrosão básica

-1 Fe 2-
Fe
IV II
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 pH

Figura 6 - Diagrama de Pourbaix

A corrosão das armaduras, que é uma reação eletroquímica de


óxido-redução, se processa na superfície das armaduras, causando
gradativa perda de secção.

A corrosão é causada pela formação de pilhas galvânicas (reação


espontânea), que naturalmente se estabelecem quando um metal está em
contato com um eletrólito.

18
O aço da armadura do concreto armado possui irregularidades em
sua microestrutura e esta estrutura da liga metálica gera localmente áreas
catódicas e áreas anódicas.

Juntando à esta configuração um eletrólito formado pela diluição de


íons em água que adentrem a porosidade do concreto, forma-se a pilha de
corrosão.

O fenômeno eletro-químico da corrosão da armadura (quando


dispassivada) é ilustrado nas figuras 7 e 8:

PRODUTO DE

CORROSÃO

Figura 7 – Formação de pilha de corrosão em concreto armado (Porrero, 1975, citado


por HELENE, 1986)

19
Figura 8 – Pilha de corrosão em concreto armado com o anodo e cátodo em barras
distintas (LABRE & GOMES, 1989)

A corrosão de armaduras é o fenômeno que ocorre com mais


freqüência entre as patologias das estruturas de concreto, comprometendo a
estética e a sua vida útil (P. Helene).

Sendo que por vida útil entende-se o período de tempo no qual a


estrutura consegue atender as solicitações para as quais foi projetada.

Os métodos da analise de vida útil são:

- empíricos;
- ensaios acelerados;
- modelos deterministas;
- modelos probabilísticos.

20
A vida útil da armadura do concreto atacada pela corrosão está
ilustrada no Modelo de Helene – Ampliado (Figura 9).

Figura 9 – Intensidade de corrosão (Modelo de Helene - Ampliado)

21
A figura 10 mostra a classificação da vida útil das estruturas de
acordo com o Comitê Europeu de Normalização.

Figura 10 – Vida útil das estruturas pelo Comitê Europeu de Normalização

A contaminação do concreto armado por cloretos ocorre com maior


intensidade nas obras localizadas em ambientes marítimos.

A ação agressiva dos íons cloreto e a carbonatação são os


principais responsáveis pela iniciação do processo de corrosão da armadura.

A diminuição do cobrimento das armaduras (NBR 6118), geralmente


provocado pelo deslocamento da armadura no lançamento do concreto, por
ausência ou insuficiência de pastilhas, facilita o ataque da corrosão.

Cuidados na execução para garantir o cobrimento mínimo e a


qualidade do concreto podem evitar recuperações futuras com gastos
consideráveis.

22
5.5.7 Reações químicas

Entre as diversas reações químicas que ocorrem no concreto


destaca-se:

5.5.7.1 Reação do sulfato de cálcio

O sulfato de cálcio CaSO4, encontrado principalmente nas


localidades costeiras, reage com o aluminato tricálcio hidratado e forma o
sulfo aluminato tricálcio hidratado:

3CaOAl2O3 12H2O + 3(CaSO4 . 2H2O) + 13H2O à

3CaAl2O33CaSO4 . 31 H2O

Este sal, conhecido como sal de Candlot, possui um coeficiente de


expansão da ordem de 300%. Este mecanismo de ação química provoca a
ocorrência de áreas com coeficientes de expansão distintos na estrutura,
favorecendo o aparecimento de fissuras.

5.5.7.2 Reacão álcalo-agregado

A reação álcalo-agregado ocorre entre os álcalis do cimento, alguns


agregados contendo sílica amorfa e alguns tipos de carbonatos, causando o
aparecimento de um gel expansivo que fissura o concreto. A reação ocorre
quando o agregado reativo e o cimento entram em contato com a água.

O uso de cimentos a base de escória de alto forno ou de pozolana é


uma medida eficaz para evitar o risco da reação, visto que a pozolana e
também as escórias inibem ou minimizam a reação.

23
5.5.7.3 Reação gases garagens

Os gases contidos nas garagens, produzidos pela descarga de


escape dos veículos, em presença da umidade do ambiente, transformam-se
em ácidos carbônicos.

2C6H14 + 19O2 à 12CO2 + 14H2O

CO2 +H2O à H2CO3

Estes ácidos atacam as superfícies do concreto, especialmente se a


camada de cobrimento for insuficiente, provocando a corrosão das
armaduras e resultando num processo de perda de material.

24
5.5.8 Defeitos construtivos

Entre as inúmeras patologias que são provocadas por defeitos


construtivos foram escolhidas as seguintes:

5.5.8.1 Trincas e desagregação do concreto dos consolos

Os consolos são ressaltos dos pilares, executados para permitir a


execução de juntas de dilatação na estrutura de edifícios. Pela boa técnica
deve ser prevista uma armadura fina de proteção da quina do consolo e o
aparelho de neoprene, necessário para facilitar os movimentos de estrutura,
deve respeitar uma folga de aproximadamente 4cm das bordas do consolo,
conforme figura abaixo;

Viga

Neoprene

Armadura fina

Consolo

Pilar

Figura 11 – Desenho esquemático de consolo

Estas providencias visam evitar o aparecimento de fissuras nas


bordas do consolo, que podem provocar a ruptura do concreto.

25
5.5.8.2 Trincas e descolamento de revestimento em paredes

As patologias que podem ser observadas mais freqüentemente nas


fachadas e nas paredes internas são: fissuras, trincas, descolamento do
revestimento e manchas.

Estas patologias prejudicam a aparência do edifício, passando aos


usuários a impressão de que a obra, de uma forma geral, foi mal construída.
Além disso, as trincas favorecem a infiltração da água, provocando manchas
de umidade nos apartamentos e, nos casos de descolamento do
revestimento, colocando em risco as pessoas que transitam nas imediações
do edifício.

As principais causas destas patologias se resumem em falhas na


execução da alvenaria e do revestimento, além do uso de produtos
inadequados.

As alvenarias, de acordo com Ercio Thomaz tem boa capacidade de


suportar esforços de compressão axial, o mesmo não ocorrendo com os
esforços de tração e cisalhamento. Por isso, devem ser evitadas as cargas
excêntricas (geralmente provocadas por desaprumo) e as cargas
concentradas.

As principais providências para prevenir o aparecimento destas


patologias são:

- assentar os tijolos ou blocos usando uma massa de assentamento mista


(cimento, cal e areia), galgando a espessura da massa nas fiadas (aprox.
1cm);

26
- garantir a ligação entre a estrutura e a alvenaria, aplicando chapisco no
pilar e colocando arranques a cada duas fiadas;

- reforço com telas de estuque ou plástica nas juntas pilar/viga e paredes;

Figura 12 – Esquema de reforço com tela

- executar vergas e contra vergas nas janelas e nas portas.

27
- antes de executar o encunhamento (fixação do topo da parede no fundo da
viga ou da laje), deve se carregar ao máximo a estrutura com toda a
alvenaria, contra pisos e enchendo a caixa d’água, para que ocorra o seu
acomodamento.

Figura 13 – Esquema alvenaria estrutura antes do encunhamento

Somente após este carregamento, pode ser providenciado o encunhamento


com tijolos maciços de barro ou com argamassa com expansor.

Figura 14 – Esquema de encunhamento com massa expansora

28
- antes de executar o revestimento, umedecer e chapiscar a alvenaria e a
estrutura.
- executar a massa do revestimento com uma espessura média de 2,5 cm,
usando uma massa mista e mais um aditivo para aumentar a aderência.
Fazendo a opção de usar argamassas industrializadas, é preciso procurar
produtos de boa qualidade, que garantam a uniformidade do traço e a
qualidade dos componentes.
- executar frisos a cada andar no alinhamento superior das janelas para
evitar fissuras provocadas pela retração da alvenaria e da argamassa.

Figura 15 – Exemplo de frisos no revestimento da fachada

29
6 DIAGNÓSTICO DAS PATOLOGIAS

Entre as várias patologias já abordadas, a fissuração pode ser


considerada a que mais ocorre, ou pelo menos a que chama mais atenção
dos proprietários (Vicente Custodio e Ripper).
Na prática é muito importante classificar a fissuração para poder determinar
o grau de periculosidade e a urgência dos reparos, visto que, algum tipo de
fissuração é intrínseco do concreto e das alvenarias, por serem materiais
com baixa resistência à tração.

Portanto, ao analisar uma patologia de fissuração, deve-se


inicialmente proceder à sua classificação e também determinar se o
processo já estabilizou ou se as causas ainda atuam sobre a peça.

A classificação da fissuração é feita pela espessura da ruptura,


conforme tabela a seguir:

Fissura capilar menos de 0,2 mm


Fissura de 0,2 mm a 0,5 mm
Trinca de 0,5 mm a 1,5 mm
Rachadura de 1,5 mm a 5,0 mm
Fenda de 5,0 mm 10,0 mm
Brecha mais de 10,0 mm

De uma forma geral, ao constatar uma trinca em algum elemento


estrutural (pilar, viga, laje), o procedimento mais correto é chamar o
engenheiro calculista da estrutura, ou no seu impedimento, outro profissional
habilitado, para que possa ser estabelecido um diagnóstico correto, o grau
de periculosidade e as alternativas de correção, se for o caso.

30
No caso de trinca nas paredes de alvenaria é importante verificar se
ela aumenta ou se está estabilizada. Se a trinca aumenta, podem existir
problemas na fundação ou na estrutura e portanto, deve ser avisado o
calculista. Se a trinca não aumenta, o caso não é grave, mas poderá causar
complicações aos usuários, seja de infiltração de água, como de estética.

O fluxograma da figura 15 demonstra a metodologia genérica a ser


usada para chegar a um diagnóstico correto sobre um quadro patológico.

Figura 16 – Fluxograma para a diagnose de uma estrutura (Custódio e. Ripper, 1998)

31
Aproveitando o tipo de apresentação usado pelo Eng. Paulo Helene
no seu livro “Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de
concreto” foram escolhidas algumas patologias de maior recorrência em
edifício, visando facilitar preliminarmente a sua identificação pelo síndicos e
pelos usuários.

6.1 Fissuras em viga – Tipo 1

Figura 17 - Fissuras de flexão em viga – Tipo 1

Causas prováveis:

- insuficiência de armadura longitudinal (positiva);


- ancoragem insuficiente da armadura positiva;
- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural.

32
6.2 Fissura em viga – Tipo 2

Figura 18 - Fissuras de flexão em viga – Tipo 2

Causas prováveis:

- insuficiência de armadura longitudinal (negativa);


- ancoragem insuficiente da armadura negativa;
- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural.

33
6.3 Fissura em viga – Tipo 3

Figura 19 - Fissuras por cisalhamento em viga

Causas prováveis:

- insuficiência de armadura transversal (estribos);


- concreto de baixa resistência;
- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural;
- estribos mal posicionados.

34
6.4 Esmagamento do concreto em viga

Figura 20 - Esmagamento do concreto

Causas prováveis:

- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural;


- concreto de resistência inadequada.

35
6.5 Fissuras em viga – Tipo 4

Figura 21 - Fissuras de flexão – Tipo 4

Causas prováveis:

- deslizamento da armadura longitudinal por falta de aderência;


- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural;
- ancoragem insuficiente da armadura;
- concreto de resistência inadequada.

36
6.6 Fissuras em viga – Tipo 5

Figura 22 – Fissuras de retração em viga

Causas prováveis:

- secagem prematura do concreto (cura inadequada provocando a


evaporação da água);
- contração térmica devido a diferenças de temperatura;
- relação água cimento inadequada;
- adensamento inadequado ou concreto mal vibrado.

37
6.7 Fissuras em laje – Tipo 1

Figura 23 – Fissuras na face inferior da laje – Tipo 1

Causas prováveis:

- insuficiência de armadura positiva;


- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural;
- ancoragem insuficiente da armadura.

38
6.8 Fissuras em laje – Tipo 2

Figura 24 – Fissuras na face inferior da laje – Tipo 2

Causas prováveis:

- espessura do concreto insuficiente;


- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural.

39
6.9 Fissuras em laje – Tipo 3

Figura 25 – Fissuras na face superior da laje

Causas prováveis:

- insuficiência de armadura negativa;


- armadura negativa mal posicionada;
- sobrecargas acima do previsto no cálculo estrutural.

40
6.10 Fissuras em laje – Tipo 4

Figura 26 – Fissuras de retração na face inferior da laje

Causas prováveis:

- cura ineficiente;
- excesso de calor de hidratação;
- cimento muito fino;
- granulometria dos agregados fora da especificação;
- quantidade excessiva de água na mistura.

41
6.11 Fissuras em Pilar – Tipo 1

Figura 27 – Fissuras em pilar – Tipo 1

Causas prováveis:

- recalque de fundação
- carga superiora prevista;
- concreto de resistência inadequada.

42
6.12 Fissuras em pilar – Tipo 2

Figura 28 – Fissura em pilar – Tipo 2

Causas prováveis:

- adensamento do concreto inadequado;


- concreto muito fluido (slump elevado);

43
6.13 Fissuras em pilar – Tipo 3

Figura 29 – Fissura em pilar – Tipo 3

Causas prováveis:

- junta de concretagem (pilar concretado antes das vigas);


- topo do pilar com excesso de nata de cimento ou sujeira.

44
6.14 Fissuras em pilar – Tipo 4

Figura 30 – Fissura em pilar – Tipo 4

Causas prováveis:

- insuficiência de estribo.

45
6.15 Fissuras em consolo

Figura 31 – Fissuras em consolo

Causas prováveis:

- aparelho de neoprene com dimensões incorretas;


- falta de armadura de proteção na curvatura da barra superior;
- sobrecargas não previstas;
- ancoragem insuficiente.

46
6.16 Fissuras nos cantos de janelas e portas

Figura 32 – Fissuração típica nos cantos de janelas

Causas prováveis:

- sobrecargas não previstas;


- vergas e contra-vergas inexistentes ou mal executadas.

47
6.17 Trincas em alvenarias de fachadas

Figura 33 – Trincas em fachadas de alvenaria

Causas prováveis:

- encunhamento prematuro da alvenaria;


- deficiência do método de encunhamento;
- deformações por flexões de lajes e vigas q sustentam as paredes.

48
6.18 Corrosão de armaduras em vigas

Figura 34 – Corrosão de armaduras em viga

Causas prováveis:

- concreto muito permeável ou com elevada porosidade por falta de


adensamento;
- cobrimento insuficiente da armadura;
- má execução por falta de espaçadores;
- ambiente agressivo.

49
7 ESTUDO DE CASO

Como estudo de caso, foi escolhido o edifício denominado


Residencial ilha de Boaçava, localizado à Avenida Diógenes Ribeiro de
Lima, nº 2.170, bairro do Alto de Pinheiros, nesta capital.

Trata-se de um edifício residencial, constituído de um pavimento


duplex, contendo 4 (quatro) coberturas, 20 (vinte) pavimentos tipo com 4
(quatro) apartamentos por andar, térreo e 3 (três) subsolos.

A estrutura do edifício é composta por lajes, vigas, pilares, consolos


e cortinas de concreto armado e as alvenarias externas e de fechamento
foram executadas em blocos de concreto.

O auto de conclusão da edificação foi expedido pela Prefeitura do


Município de São Paulo em 1.989, tratando-se de uma construção de padrão
médio superior, com aproximadamente 14.500 m2 de área construída.

Foto 1 - Edifício Ilha de Boaçava

50
Em vistoria realizada mais de 10 (dez) anos após a construção da
edificação, foram constatadas algumas anomalias nas peças estruturais
localizadas nos subsolos de garagem, nas alvenarias de fachadas e na
impermeabilização da laje do térreo.

Segue relação das patologias encontradas, suas causas e


metodologia para executar os reparos necessários:

7.1 Paredes de alvenaria

7.1.1 Trincas verticais em ligação alvenaria/pilar

Foto 2 - Trinca em ligação alvenaria/pilar 1

51
Foto 3 - Trinca em ligação alvenaria/pilar 2

Causa:

- deficiência do método de amarração empregado nas ligações.

Metodologia de reparo:

- remover o revestimento;
- colocar tela Deployer, transpassando a trinca 20 cm para cada lado;
- fixar a tela na alvenaria com pregos e no concreto com pinos Walsiwa;
- chapiscar a área onde foi colocada a tela;
- executar o revestimento com argamassa (traço 1:2:9).

52
7.1.2 Trincas horizontal em ligação alvenaria/viga

Foto 4 - Trincas em ligação alvenaria/viga

Causa:

-deficiência do método de encunhamento das paredes de alvenaria junto à


base da viga ou encunhamento prematuro.

Metodologia de reparo:

- remover o revestimento;
- colocar tela Deployer, transpassando a trinca 20 cm para cada lado;
- fixar a tela na alvenaria com pregos e no concreto com pinos Walsiwa;
- chapiscar a área onde foi colocada a tela;
- executar o revestimento com argamassa (traço 1:2:9).

53
7.1.3 Trincas inclinadas ao redor de janelas

Foto 5 - Trincas na face inferior de janela

Causa:

- deficiência e/ou inexistência de vigas e contra-vergas.

Metodologia de reparo:

- lavagem da região sobre a trinca;


- abertura de sulco com seção em V sobre a trinca;
- limpeza do sulco com aplicação de ar comprimido;
- preenchimento do sulco com produto elástico (selatrinca);
- colocar outra camada de selatrinca;
- estender tela de nylon ou poliéster com 20 cm de largura;
- aplicar uma demão de Suviflex diluído em 10% de água;
- acabar com uma demão de Selacril e pintura com látex acrílico.

54
7.1.4 Trincas na alvenaria da fachada com posicionamento vertical

Foto 6 - Trinca vertical na alvenaria

Causa:

- deslocamentos verticais de painéis de alvenaria, ocasionados pelas


deformações por flexão de lajes e vigas que os sustentam.

Metodologia de reparo:

- lavagem da região sobre a trinca;


- abertura de sulco com seção em V sobre a trinca;
- limpeza do sulco com aplicação de ar comprimido;
- preenchimento do sulco com produto elástico (selatrinca);
- colocar outra camada de selatrinca;
- estender tela de nylon ou poliéster com 20 cm de largura;
- aplicar uma demão de Suviflex diluído em 10% de água;
- acabar com uma demão de Selacril e pintura com látex acrílico.

55
7.1.5 Trincas na borda da laje de cobertura

Foto 7 - Trinca horizontal na mureta da cobertura

Causa:

- movimentação térmica da laje de cobertura provocando o deslocamento do


revestimento da mureta, que foi aplicado sobre a impermeabilização.

Metodologia de reparo:

- retirada do revestimento;
- colocação de tela Deployer;
- execução de chapisco;
- execução do revestimento com argamassa de baixo módulo de deformação
(traço 1:2:9).

56
7.2 Concreto

7.2.1 Falha de concretagem na ligação pilar/laje

Foto 8 - Falha de Concretagem em Pilar

57
Causa:

- deficiência do método de adensamento do concreto e falta de limpeza da


forma antes da concretagem.

Metodologia de reparo:

- remoção do concreto desagregado;


- regularização das bordas da abertura;
- apicoamento das paredes internas da abertura;
- limpeza das barras de aço da armadura;
- proteção catódica galvânica das barras de aço da armadura, usando
Nitoprimer Zn da Fosroc ou similar (Anexo 1);
- preenchimento da abertura com concreto (cimento, areia e brita 1) ou
Fosgrout Plus - argamassa de alta resistência (Anexo 2);
- cura, umidecendo o reparo por 7 dias.

58
7.2.2 Armadura exposta e oxidada em pilares

Foto 9 - Armadura exposta e oxidada 1

59
Foto 10 - Armadura exposta e oxidada 2

60
Causa:

- processo de corrosão por oxidação da armadura, em vista da pequena


espessura do concreto de cobrimento das armaduras.
Este processo se caracteriza pela formação de óxido de ferro envolvente em
barras de aço, chegando seu volume inicial a aumentar em até 8 (oito)
vezes. Este aumento de volume origina tensões de tração no concreto de
cobrimento e o conseqüente surgimento de fissuras, posicionadas ao longo
das barras de aço e posterior destacamento do mesmo.

Metodologia de reparo:

- o processo de oxidação das barras de aço encontra-se em estágio inicial,


sem prejuízo da seção das mesmas;
- remoção do concreto de cobrimento fissurado ou semi-destacado;
- regularização das bordas da cavidade;
- limpeza das barras de aço da armadura;
- proteção catódica galvânica das barras de aço da armadura, usando
Nitoprimer Zn ou similar (Anexo 1);
- ponte de aderência com Nitobond AR ou similar (Anexo 3);
- recomposição da camada de cobrimento da armadura com
Renderoc S2 (Anexo 4);
- acabamento superficial e cura com Antisol da Sika ou similar.

61
7.2.3 Armadura exposta e oxidada em estágio avançado (pilares)

Foto 11 - Armadura danificada pela corrosão 1

Foto 12 - Armadura danificada pela corrosão 2

62
Foto 13 - Armadura danificada pela corrosão 3

Causa:

- cobrimento insuficiente e falta de providências corretivas, ocasionando a


aceleração do processo de corrosão, na medida em que o cobrimento é
destruído, ocorrendo seqüencialmente a exposição e oxidação da armadura
até o seccionamento das barras, acarretando perda da capacidade portante
da peça estrutural.

Metodologia de reparo:

- remoção do concreto de cobrimento de forma que possa ser feita a adesão


de área suplementar de aço;
- regularização das bordas da cavidade;
- limpeza das barras de aço da armadura;
- substituição das barras afetadas;
- proteção catódica galvânica das barras de aço - Nitoprimer Zn (Anexo 1);
- reconstituição da área de concreto com Renderoc S2 (Anexo 4);
- acabamento superficial e cura.

63
7.2.4 Consolo com concreto rompido

Foto 14 - Consolo com concreto rompido 1

Foto 15 - Consolo com concreto rompido 2

64
Foto 16 - Consolo com concreto rompido 3

Causa:

- aparelho de neoprene colocado de maneira incorreta, transmitindo esforços


para a borda do consolo.

Metodologia de reparo:

- suspensão da viga com macaco hidráulico;


- recuperação da superfície do consolo com a injeção de
Fosgrout Plus (Anexo 2) e cura;
- substituição do neoprene existente por outro de dimensões compatíveis.

65
7.2.5 Lajes com armadura exposta e oxidada

Foto 17 - Laje com armadura exposta e oxidada 1

Foto 18 - Laje com armadura exposta e oxidada 2

66
Foto 19 - Laje com armadura exposta e oxidada 3

Causa:

Causa: insuficiência de cobrimento de concreto da armadura da laje,


provavelmente por erro construtivo (falta de pastilhas ou espaçadores).

Metodologia de reparo:

- escoramento da laje;
- escarificação da armadura afetada;
- verificação do comprometimento da armadura;
- se necessário, retirada da armadura corroída e grampeamento da nova
armadura;
- proteção catódica galvânica das barras de aço - Nitoprimer Zn (Anexo 1);
- aplicação de produto de resina (tipo Sikatop 121) para complementação da
peça escarificada;
- retirada do escoramento após a cura.

67
7.2.6 Fissuras em vigas

Foto 20 - Fissuras verticais em viga

Causa:

- esforços de flexão das vigas.

Metodologia de reparo:

- aplicar selos de gesso nas fissuras para comprovar que estão


estabilizadas;
- preparar e limpar adequadamente as fissuras - Nitomortar Pe (Anexo 5);
- injeção de resina epóxi para recuperar a peça e proteger a armadura com
Nitobond Injeção WT (Anexo 6).

68
7.2.7 Cortina com infiltrações de água

Foto 21 - Cortina com infiltrações de água 1

Foto 22 - Cortina com infiltrações de água 2

69
Causa:

- falhas de concretagem na execução da cortina, alem da falta de sistema de


drenagem das águas do lençol freático

Metodologia de reparo:

- remoção do concreto desagregado;


- regularização das bordas da abertura;
- apicuamento das paredes internas da abertura;
- limpeza das barras de aço da armadura;
- proteção catódica-galvânica das barras de aço da armadura com
Nitoprimer Zn (Anexo 1).
- execução de rede de drenos com tubos de PVC de 2”, chumbados com
Conbextra LA (Anexo 7);
- tamponamento do vazamento com Vedax Plug (Anexo 8);
- preenchimento da abertura com Fosgrout Plus (Anexo 2).

70
8 CONCLUSÕES

“É melhor prevenir do que remediar”.

As recuperações de patologias em edifícios, muitas vezes, executadas às


pressas para evitar o agravo de processos judiciais, são sempre difíceis e
muito dispendiosas, porque são feitas em edificações habitadas, sem
condições de canteiro e procurando causar o menor desconforto possível
aos moradores.

E pensando em prevenir, mesmo sendo inúmeras as causas das patologias,


vale a pena destacar algumas conclusões.

O processo normal de deformação do concreto, devido aos esforços de


flexão, gera tensões de tração que provocam fissuras em vigas e lajes e
deslocamentos verticais de painéis de alvenaria.

Eliminar estas fissuras, inerentes ao partido do cálculo estrutural, seria muito


difícil e caro, no entanto, não devem ser medidos esforços para controlar as
deformações, minimizando as aberturas das fissuras, visto que, elas
facilitam o ataque dos agentes agressivos.

O mesmo vale para as fissuras e trincas decorrentes de variações térmicas ,


que podem ser evitadas com a escolha de materiais adequados e cuidados
tomados na fase de projeto.

O problema da política do menor custo não deve aviltar a remuneração dos


projetos, com a prática de verdadeiros leilões na hora da contratação,
porque a experiência e o Know-how são extremamente importantes para a
elaboração de um bom projeto.

71
Apesar disto, a maioria das patologias em edificações ocorrem em
conseqüência de falhas de execução e pela falta de um controle de
qualidade eficaz.

Para melhorar os resultados é importante que os construtores invistam no


treinamento dos operários, propiciando melhores condições de trabalho e
também no aprimoramento dos profissionais, especialmente na área das
patologias.

72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Helene, Paulo R.L. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas


de concreto. São Paulo: Editora Pini, 1992.

Thomaz, Ercio. Trincas em Edifícios: causas, prevenção e recuperação.


São Paulo: Editora Pini: IPT: EPUSP, 1989.

Souza, Vicente Custódio e Ripper, Thomaz. Patologia, Recuperação e


Reforço de Estruturas de Concreto. São Paulo: Editora Pini, 1998.

Helene, Paulo R.L. Corrosão em Armaduras para Concreto Armado. São


Paulo: Editora Pini, 1986.

Andrade Perdrix, Maria Del Carmen. Manual para Diagnóstico de Obras


Deterioradas por Corrosão de Armaduras. Tradução: Antônio Carmona e
Paulo Helene. São Paulo: Editora Pini, 1992.

Silva, Paulo Fernando Araújo. Durabilidade das estruturas de concreto


aparente em atmosfera urbana. São Paulo: Editora Pini, 1995.

Bauer, Falcão L.A. Materiais de Construção. São Paulo: Editora Triângulo,


2000.

Metha, P. Kumar e Monteiro, Paulo J.M. Concreto: Estruturas,


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Campos, Gisleine C. Geotecnia e Fundações. São Paulo: Notas de Aula e


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73
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Santos, Adir Janete G. Química. São Paulo: Notas de Aula e Apostilas,


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Téchne, Revista Pini mensal. São Paulo, Julho 2003.

Labre, José B. e Gomes, Paulo L. Corrosão e Proteção Catódica das


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Thomas, Eduardo. Fissuração. Rio de janeiro: PUC, 1988.

74
ANEXO 1 – NITROPRIMER ZN

75
ANEXO 2 – FOSGROUT PLUS

76
ANEXO 3 – NITOBOND AR

77
ANEXO 4 – RENDEROC S2

78
79
ANEXO 5 – NITOMORTAR PE

80
ANEXO 6 – NITOBOND INJEÇÃO WT

81
ANEXO 7 – CONBEXTRA LA

82
ANEXO 8 – VEDAX PLUG

83

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