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Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG

Faculdade de Engenharia – FaEnge – Campus João Monlevade


Graduação em Engenharia Civil

HARLEY CHANDLER BORGES FONSECA


IGOR ARAÚJO CORDEIRO

LAJES NERVURADAS FABRICADAS IN LOCO APOIADAS SOBRE PILARES


METÁLICOS: projeto e execução

João Monlevade
2016
0
HARLEY CHANDLER BORGES FONSECA
IGOR ARAÚJO CORDEIRO

LAJES NERVURADAS FABRICADAS IN LOCO APOIADAS SOBRE PILARES


METÁLICOS: projeto e execução

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como requisito parcial
para obtenção do grau de Engenheiro
Civil na Faculdade de Engenharia da
Universidade do Estado de Minas
Gerais.

Orientador: Prof. Gilmar Rodrigues da


Silva

João Monlevade
2016
1
2
Dedicamos este trabalho a Deus, aos
nossos pais, irmãos, mestres e amigos; a
todos que nos incentivaram desde o
princípio do curso.

3
AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse ао longo dе


nossas vidas, е nãо somente nestes anos como universitários, mаs que еm todos оs
momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.
Enfatizamos também nossos agradecimentos aos nossos pais e familiares,
pois sempre estiveram conosco, dando conselhos, nos apoiando e não nos deixando
desistir desse sonho.
A Universidade do Estado de Minas Gerais, sеυ corpo docente, direção е
administração qυе nos possibilitou dе realizar о curso com qualidade.
E por fim agradecemos ao nosso professor Gilmar Rodrigues da Silva, pela
orientação, apoio е confiança, nosso muito obrigado por tudo, pela paciência e pelos
ensinamentos que levaremos para sempre.

4
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as
grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível” -
Charlie Chaplin
5
RESUMO

Com o avanço da engenharia nos últimos anos, o mercado da construção civil no


Brasil vem buscando aprimorar seu método construtivo. Dessa forma novas técnicas
estão sendo estudas e experimentadas de forma segura e econômica, visando
atender a crescente demanda de construções residenciais e industriais. Uma
alternativa que vem ganhando espaço é a estrutura de laje nervurada moldada in
loco apoiadas sobre pilares metálicos, caracterizada por ser um sistema estrutural
com maiores índices de esbeltez, atendendo a vãos cada vez maiores, utilizando
estruturas mistas em concreto e aço. Com isso, através de referências bibliográficas
e levantamentos de dados obtidos no estudo de caso, o trabalho apresenta
parâmetros viáveis a sua construção, sendo eles: a viabilidade econômica,
disponibilidade de tecnologia suporte e o cálculo do estudo de caso. Com os
resultados obtidos no desenvolvimento, é notório o quão promissor pode ser o
desempenho estrutural do sistema de laje nervurada apoiada por perfis metálicos
laminados, devido a sua grande vantagem em maiores vãos e menores seções
transversais, sendo assim a opção mais vantajosa e viável para a construção civil.

Palavras-chave: Laje nervurada. Pilar metálico. Desempenho estrutural.

6
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - LAJE NERVURADA APOIADA POR PILARES METÁLICOS POR 15


MEIO DE CAPITÉIS............................................................................................... 15

FIGURA 2 – LAJE NERVURADA APOIADA POR PILARES METÁLICOS POR 15


MEIO DE VIGAS FAIXA......................................................................................... 15
FIGURA 3 - LAJE NERVURADA APOIADA POR PILARES METÁLICOS POR 16
MEIO DE VIGAS FAIXA......................................................................................... 16
FIGURA 4 - LAJE ENGASTADA........................................................................... 17
FIGURA 5 - LAJE CONTÍNUA............................................................................... 18
FIGURA 6 - MOMENTO FLETOR LAJE CONTÍNUA............................................ 18
FIGURA 7- LAJES COM BORDAS APOIADAS................................................... 19
FIGURA 8 - SUPERFÍCIE DE RUÍNA À PUNÇÃO................................................ 26
FIGURA 9 - FLAMBAGEM GLOBAL E LOCAL.................................................... 32
FIGURA 10 - COLOCAÇÃO DAS FORMAS......................................................... 38
FIGURA 11 - ARMADURAS DAS NERVURAS..................................................... 39
FIGURA 12 - COLOCAÇÃO DAS ARMADURAS................................................. 40
FIGURA 13 - PREPARAÇÃO PARA CONCRETAGEM........................................ 41
FIGURA 14 - LANÇAMENTO DO CONCRETO.................................................... 41
FIGURA 15 – RETIRADA DAS FORMAS............................................................. 43
FIGURA 16 - PLANTA DO PAVIMENTO............................................................... 46
FIGURA 17 - FACHADA DO EDIFÍCIO................................................................. 50
FIGURA 18 - FACHADA LATERAL...................................................................... 50
FIGURA 19 - PAVIMENTO GARAGEM................................................................. 51
FIGURA 20 - DESENHO DA SEÇÃO TRANSVERSAL........................................ 52
FIGURA 21 - DESENHO DO DIMENSIONAMENTO............................................. 58
FIGURA 22 - DIAGRAMA DE MOMENTO FLETOR............................................. 64
FIGURA 23 - DIAGRAMA DE ESFORÇO CORTANTE........................................ 64
FIGURA 24 - CÁLCULO DO COEFICIENTE GAMA-Z NO EIXO Y...................... 71
FIGURA 25 - CÁLCULO DO COEFICIENTE GAMA-Z NO EIXO Y...................... 73
FIGURA 26 - PROCESSO P-DELTA PARA O EIXO X......................................... 75
7
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 27 - PROCESSO P-DELTA PARA O EIXO Y......................................... 77

FIGURA 28 - DIMENSIONAMENTO DO PILAR P24............................................ 78

8
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - LIMITE PARA DESLOCAMENTO – EFEITOS ESTRUTURAIS EM 24


SERVIÇO................................................................................................................ 24

TABELA 2 – LIMITES PARA DESLOCAMENTOS – ACEITABILIDADE 24


SENSORIAL........................................................................................................... 24
TABELA 3 - LIMITES PARA DESLOCAMENTOS – EFEITOS EM 25
ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS...................................................................... 25

9
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - VIGAS DO PAVIMENTO.................................................................. 47

QUADRO 2 - BLOCOS DE ENCHIMENTOS UTILIZADOS NO PAVIMENTO..... 47

QUADRO 3 - DIMENSÕES DAS LAJES............................................................... 47

QUADRO 4 - ÁREA DAS LAJES NERVURADAS................................................ 48

QUADRO 5 - RESISTÊNCIA DO CONCRETO E MÓDULO DE 48


ELASTICIDADE...................................................................................................... 48
QUADRO 6 - PILARES DO PAVIMENTO.............................................................. 49

10
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 14
2.1. Funções estruturais das lajes ............................................................................... 14
2.2. Considerações gerais sobre as lajes nervuradas in loco ............................... 16
2.2.1. Vinculação das lajes nervuradas ...................................................................... 17
2.2.2. Vão teórico ............................................................................................................. 19
2.2.3. Pré-dimensionamento ......................................................................................... 20
2.2.4. Recomendações da Norma Brasileira NBR 6118 (ABNT, 2014) .................. 20
2.3. Ações consideradas nas estruturas .................................................................... 21
2.4. Verificação da segurança com relação aos estados limites .......................... 22
2.4.1. Estado limite último ............................................................................................. 22
2.4.2. Estados limites de serviço ................................................................................. 22
2.4.2.1. Estados limites de serviço referente à fissuração ..................................... 23
2.4.2.2. Estado limite de serviço referente a deformações excessivas ............... 23
2.5. Punção em Lajes ..................................................................................................... 26
2.5.1 O fenômeno de punção em lajes nervuradas .................................................. 26
2.5.1. Parâmetros envolvidos no fenômeno de punção .......................................... 27
2.6. Estabilidade global das estruturas ...................................................................... 28
2.6.1. Efeitos de segunda-ordem e seus coeficientes ............................................. 28
2.6.1.1. Coeficiente α ...................................................................................................... 29
2.6.1.2. Coeficiente Gama-Z .......................................................................................... 30
2.6.2. Análise do processo P-Delta.............................................................................. 31
2.7. Perfis estruturais em aço ....................................................................................... 31
2.7.1. Pilares submetidos a esforços combinados .................................................. 31
2.7.2. Flambagem global ................................................................................................ 33
2.7.3. Flambagem local .................................................................................................. 33
2.8. Tecnologia de construção ..................................................................................... 33
2.8.1. Materiais ................................................................................................................. 34
2.8.1.1. Concreto.............................................................................................................. 34
2.8.1.2. Aço ....................................................................................................................... 35
2.8.1.3. Aditivos ............................................................................................................... 36
2.8.1.4. Outros materiais ................................................................................................ 36
2.8.1.5. Considerações construtivas ........................................................................... 37
2.8.2. Execução ................................................................................................................ 37
2.8.2.1. Fôrmas................................................................................................................. 38
11
2.8.2.2. Armadura ............................................................................................................ 39
2.8.2.3. Preparação e lançamento do concreto ......................................................... 40
2.8.2.4. Cura do concreto............................................................................................... 42
2.8.2.5. Retirada das formas e dos escoramentos ................................................... 42
3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 44
4 ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 45
4.1. Escopo do projeto ................................................................................................... 45
4.2. Cálculo das armaduras da laje ............................................................................. 51
4.2.1. Cálculo das armaduras positivas no eixo x .................................................... 52
4.2.2. Cálculo das armaduras positivas no eixo y .................................................... 54
4.2.3. Cálculo das armaduras de tração na mesa no eixo x ................................... 55
4.2.4. Cálculo das armaduras de tração na mesa no eixo y ................................... 55
4.2.5. Dimensionamento das armaduras de distribuição e armaduras de borda
............................................................................................................................................ 57
4.2.6. Verificação da taxa máxima de armadura ....................................................... 57
4.2.7. Dimensionamento das armaduras de continuidade ..................................... 58
4.3. Verificação das nervuras ao cisalhamento ........................................................ 59
4.4. Verificação das flechas .......................................................................................... 60
4.5. Verificação ao puncionamento ............................................................................. 61
4.6. Armadura contra colapso progressivo ............................................................... 63
4.7. Dimensionamento da viga de borda .................................................................... 64
4.8. Cálculo do coeficiente Alfa .................................................................................... 68
4.8.1. Cálculo do coeficiente Alfa na direção x ......................................................... 68
4.8.2. Cálculo do coeficiente Alfa na direção y ......................................................... 69
4.9. Cálculo do coeficiente Gama-Z............................................................................. 70
4.9.1. Cálculo do coeficiente Gama-Z no eixo x ........................................................ 71
4.9.2. Cálculo do coeficiente Gama-Z no eixo y ........................................................ 73
4.10. Processo P-Delta ................................................................................................... 75
4.10.1. Cálculo do processo P-Delta para o eixo x .................................................. 75
4.10.2. Cálculo do processo P-Delta para o eixo y .................................................. 77
4.11. Dimensionamento do pilar .................................................................................. 78
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 83
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 84
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 85

12
1 INTRODUÇÃO

Assim como o notório avanço da engenharia brasileira nos últimos anos visa
atender a crescente demanda de construções residenciais e industriais, novas
técnicas construtivas estão sendo estudadas e experimentadas, objetivando atender,
de forma segura e econômica, os desafios que tais projetos ambicionam.
Tendo em vista o crescimento de projetos com alto grau de complexidade, seja
em função das exigências arquitetônica tais como: vencer grandes vãos com
menores seções transversais das peças estruturais, proporcionando mais espaço
interno e harmonização com a arquitetura; ou pelas solicitações de carregamento,
devida a verticalidade com que as estruturas estão sendo projetadas e de acordo
com a finalidade que destina a sua utilização. De acordo com Lima (2012) a procura
por sistemas estruturais com maiores índices de esbeltez que atendam a vãos cada
vez maiores contribuem para a utilização de estruturas mistas em concreto e aço.
Não obstante, é necessário que o engenheiro moderno conheça ambos os materiais
e saiba combate-los com eficiência, visando melhor performance da estrutura e
garantir maior qualidade do produto final.
Como norte para resolução do problema, é pertinente demonstrar às formas as
quais serão tratadas as etapas de projeto, investigando novas soluções para a
técnica construtiva, visando atender aos desafios impostos pelas exigências. Será
apresentado embasamentos técnicos sobre a execução de métodos construtivos da
estrutura de laje nervurada moldada in loco apoiadas sobre pilares metálicos,
levantar hipóteses evidenciadas por análise de problemas e fornecer informações
consistentes no âmbito de cálculo e projeto.
Será abordado o uso específico a que se destina o tipo de estrutura estudada
e os parâmetros as quais se tornam viáveis à sua construção, tais como: viabilidade
econômica; disponibilidade de tecnologia suporte e mão-de-obra para execução do
projeto e logística de transporte. Também será exposta a base de cálculo para a
elaboração do estudo de caso, de acordo com as normas técnicas vigentes. Por fim,
abordar-se-ão aspectos de projetos e execução ligados ao estudo caso.

13
2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico será exposto o embasamento teórico do objeto de pesquisa,


procurando trazer os fundamentos que defendem este trabalho.

2.1. Funções estruturais das lajes

Em engenharia de Estruturas, a laje faz parte de um sistema de placa e


chapas, na qual tem uma função peculiar na estabilidade global da estrutura.
Segundo Lima (2012), no que se refere ao comportamento de placas, a laje
assume o papel de receber ações verticais perpendiculares à sua superfície,
transmitindo-as aos apoios, seja de forma indireta (descarregando essas ações em
vigas); ou de forma direta (apoiada nos pilares por meio de capitéis).
Sobre sistema de chapa, segundo Bezerra (1995) citado por Lima (2012), “ao
considerar as lajes como estrutura de contraventamento, verificou que a rigidez
desses elementos nas estruturas de edifícios altos reduz significativamente os
deslocamentos horizontais”.
Ainda sobre o comportamento dos subsistemas estruturais:

As lajes nas estruturas de concreto ou nas estruturas metálicas têm a


mesma função de contribuir no contraventamento horizontal, portanto nas
estruturas mistas de aço e concreto é necessário haver a solidarização de
todo o conjunto (viga-laje), para que a estrutura passe a ter o mesmo
comportamento monolítico da estrutura de concreto, conseguido por meio
de conectores, permitindo que a laje forme um diafragma contínuo (LIMA,
2012, p. 18).

As possibilidades de se analisar os tipos de estruturas adotadas são facilitadas


na tomada de decisão devido ao avanço na tecnologia de softwares, de maneira que
o engenheiro consiga comparar os sistemas estruturais visando maior economia na
obra (figuras 1, 2 e 3).

14
Figura 1 – Laje nervurada apoiada por pilares metálicos por meio de capitéis .

Fonte: Atex (2016)

Figura 2 – Laje nervurada apoiada por pilares metálicos por meio de vigas faixa

Fonte: Atex (2016)

15
Figura 3 – Laje nervurada apoiada por pilares metálicos por meio de vigas faixa

Fonte: Atex (2016)

Os métodos construtivos apresentados nas figuras acima mostram o potencial


que esses sistemas estruturais proporcionam, tanto na redução da seção transversal
do apoio, quanto nas formas as quais as estruturas podem ser executadas. Isso
permite que se façam estudos de viabilidade econômica, controle e transporte dos
materiais.

2.2. Considerações gerais sobre as lajes nervuradas in loco

Conforme Silva (2005), as lajes nervuradas moldadas no local podem ter uma
ou duas mesas, dependendo das ações atuantes em cada região da laje. Suas
nervuradas podem constituir em uma ou duas direções das lajes, que também
depende dos esforços solicitantes da estrutura.
16
Já de acordo com Bocchi Júnior (1995) as lajes nervuradas têm os mesmos
tipos de vínculos de apoio que as lajes maciças, entretanto, alguns desses vínculos
devem ser evitados, principalmente porque as mesas assumem o papel de receber
os esforços de compressão e as nervuras esforços de tração. Em regiões onde a
laje se encontra em balanço, os esforços são invertidos, o que pode comprometer a
estabilidade da estrutura.

Sabe-se que o concreto é um material que apresenta elevada resistência a


compressão e baixa resistência a tração, sendo assim, necessário
aumentar-se as seções, ou utiliza-se de uma mesa na parte inferior,
implicando em aumento do peso próprio da estrutura e elevação dos custos
da obra (BOCCHI JÚNIOR, 1995, p. 9).

Sobre os materiais sem funções estruturais que compõe a laje nervurada


moldada no local, eles são, em geral, leves e inertes, ocupando os espaços vazios.
Também se utilizam fôrmas que são posteriormente retiradas (SILVA, 2005).

2.2.1. Vinculação das lajes nervuradas

De acordo com Bocchi Júnior (1995) as lajes assumem os vínculos de apoio


nas bordas, engastadas com as lajes adjacentes e em balanço (figuras 4, 5, 6 e 7).

Figura 4 - Laje engastada

Fonte: Bocchi Júnior (1995, p.31)


17
Figura 5 - Laje contínua

Fonte: Bocchi Júnior (1995, p. 31)

Figura 6 - Momento fletor laje contínua

Fonte: Bocchi Júnior (1995, p.32)

18
Figura 7 - Lajes com bordas apoiadas

Fonte: Bocchi Júnior (1995, p.32)

Desse modo, o Diagrama de Momento Fletor (DMF) e o Diagrama de Esforço


Cortante (DEC) podem ser obtidos para análise estrutural e dimensionamento das
peças estruturais.

2.2.2. Vão teórico

De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) os vãos efetivos podem ser
calculados pela seguinte expressão:

(1)

Sendo que igual ao menor valor entre ( /2 e 3h). Isso se aplica para ,
onde o primeiro é apoio extremo e o segundo é apoio intermediário da estrutura.

19
De acordo Bocchi Júnior (1995), usualmente se considera como vão teórico a
distância entre os eixos dos apoios.

2.2.3. Pré-dimensionamento

O pré-dimensionamento pode ser concebido pela experiência profissional do


engenheiro de estruturas, seguindo as considerações e recomendações normativas,
devendo sempre se lembrar das dimensões mínimas estabelecidas (BOCCHI
JÚNIOR, 1995).

2.2.4. Recomendações da Norma Brasileira NBR 6118 (ABNT, 2014)

Sobre as espessuras das mesas a NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 74), estabelece:
“A espessura da mesa, quando não existirem tubulações horizontais embutidas,
deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre as faces das nervuras ( e não
menor que 4 cm”.
Ainda sobre as mesas, a referida Norma recomenda:

O valor mínimo absoluto da espessura da mesa deve ser 5 cm,


quando existirem tubulações embutidas de diâmetro menor ou igual a
10mm. Para tubulações com diâmetro ϕ maior que 10mm, a mesa
deve ter a espessura mínima de 4 cm + ϕ, ou 4 cm + 2ϕ no caso de
haver cruzamento destas tubulações (ABNT, 2014, p. 74).

Com relação às nervuras, a NBR 6118 (ABNT, 2014, p.75) recomenda que a
espessura da nervura seja maior que 5 cm. Para nervuras entre 5 e 8 cm, não
podem conter armadura de compressão.
Sobre projeto de lajes, algumas condições são expressas:

a) “para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual 65


cm, pode ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a
verificação do cisalhamento da região das nervuras, permite-se a
consideração dos critérios de laje;
b) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110
cm, exige-se a verificação da flexão da mesa, e as nervuras devem ser
20
verificadas ao cisalhamento como vigas; permite-se essa verificação
como lajes se o espaçamento entre eixos de nervuras for até 90 cm e a
largura média das nervuras for maior que 12 cm;
c) para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior
que 110 cm, a mesa deve ser projetada com laje maciça, apoiada na
grelha de vigas, respeitando-se os seus limites mínimos de espessura.”

2.3. Ações consideradas nas estruturas

As ações são esforços que a estrutura deve suportar de modo às deformações


causadas por esses esforços sejam previstos (SILVA, 2005).
Conforme a diretriz da NBR 6118 (ABNT, 2003), as ações podem ser
classificadas como: permanentes, variáveis e excepcionais.

a) Ações permanentes

Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2003) citada por Silva (2005), as ações
permanentes são de pequena variabilidade ao longo de sua vida útil. Essas ações
podem ser classificadas em diretas e indiretas.
_ Ações permanentes diretas são consideradas o peso próprio da estrutura, pesos
de equipamentos fixos ou empuxos de terras não removíveis e outras ações
consideradas em projeto.
_ Ações permanentes indiretas são causadas por imperfeições construtivas ou dos
materiais, tais como: retração do concreto, deformações e fluência.

b) Ações variáveis

Conforme a NBR 6118 (ABNT, 2003) citada por Silva (2005), as ações
variáveis são aquelas que têm uma variabilidade alta ao longo da vida útil da
estrutura, tais como: mobiliários, pessoas, variação de temperatura, automóveis,
impacto de frenagem e impacto do vento. Elas podem ser classificadas como
normais ou especiais.
_ As ações variáveis normais possuem alta probabilidade de ocorrência e por isso
devem ser previstas nos projetos.
_ As ações variáveis são por ocorrência sísmicas ou acidentes da natureza.
21
c) Ações excepcionais

De acordo com NBR 6118 (ABNT, 2003) citada por Silva (2005), consideram-
se ações excepcionais como: incêndio, choques de veículos em pilares, explosões,
entre outros.

2.4. Verificação da segurança com relação aos estados limites

Sobre a segurança das estruturas:


“Para efeito desta Norma, devem ser considerados os estados-limites últimos e
os estados-limites de serviço” (NBR 6118, 2014, p.54).

2.4.1. Estado limite último

De acordo com a NBR 6118 (ABNT, 2014) o estado limite último pode ser
considerado como a perda de estabilidade da estrutura e pelo colapso progressivo,
onde a o esgotamento da capacidade da estrutura resistir seus esforços, onde as
peças estruturais são submetidas ao limite de deformação e esforços globais e
locais.

2.4.2. Estados limites de serviço

Sob o ângulo de visão de Silva (2005), o estado limite de serviço é


caracterizado pela perda de funcionalidade, conforto e aparência das estruturas, tais
como: deformações excessivas, infiltrações, vibrações excessivas, fissuras, trincas,
recalques diferenciais ou totais. O projetista deve observar as condições as quais
foram projetadas essas estruturas, a fim de evitar tais patologias.

22
2.4.2.1. Estados limites de serviço referente à fissuração

Para Silva (2005, p.46) “pode-se dizer que a fissuração em elementos


estruturais de concreto armado é inevitável, em virtude da grande variabilidade e da
pequena resistência do concreto à tração quando comparada com a de
compressão”.
Ainda sobre fissuras, Silva (2005) confirma que tal patologia pode comprometer
seriamente a estética, funcionalidade e durabilidade das armaduras, uma vez que a
abertura de fissuras permite a entrada de umidade e, consequentemente, a
ocorrência de corrosão.
É pertinente lembrar que as fissuras ocorrem, em geral, pela retração do
concreto, o que torna importante o controle tecnológico de sua fabricação e
execução no canteiro de obra (SILVA, 2005).

2.4.2.2. Estado limite de serviço referente a deformações excessivas

Conforme Silva (2005, p. 54) “a verificação do estado limite de deformações


excessivas tem por objetivo de garantir a manutenção das boas condições de uso da
estrutura”.
Vibrações excessivas no piso, fissuração em alvenarias e desnivelamento do
piso, são consequências da não observância dos limites deslocamento da estrutura
(SILVA 2005). As tabelas (1, 2 e 3) a seguir mostram os parâmetros de flecha
máxima para casa situação.

23
Tabela 1- Limite para deslocamento – efeitos estruturais em serviço

Fonte: Silva (2005, p. 56)

Tabela 2 - Limites para deslocamentos – aceitabilidade sensorial

Fonte: Silva (2005, p.56)

24
Tabela 3 - Limites para deslocamentos – efeitos em elementos não estruturais

Fonte: Silva (2005, p.57)

Algumas considerações de projeto necessárias são apresentadas de acordo no


os parâmetros normativos:

1. “Todos os valores limites de deslocamentos supõem elementos de vão


λ suportados em ambas as extremidades por apoios que não se
movem. Quando se tratar de balanços, o vão equivalente a ser
considerado deve ser o dobro do comprimento do balanço.
2. Para o caso de elementos de superfície, os limites prescritos
consideram que o valor λ é o menor vão, exceto em casos de
verificação de paredes e divisórias, onde interessa a direção na qual a

25
parede ou divisória se desenvolve, limitando-se esse valor a duas vezes
o vão menor.
3. O deslocamento total deve ser obtido a partir da combinação das ações
características ponderadas pelos coeficientes definidos nessa norma.
4. Deslocamentos excessivos podem ser parcialmente compensados por
contraflechas.” (SILVA, 2005 p.57 e 58).

2.5. Punção em Lajes

Neste tópico será abordado o fenômeno de punção, bem como a análise de


suas consequências e parâmetros para combatê-la.

2.5.1 O fenômeno de punção em lajes nervuradas

Conforme Melgues (1995), a ruína por punção em placas é ocasionada,


principalmente, por elevadas tensões de cisalhamento em pequenas áreas. Esse
fenômeno ocorre ocasionalmente em ligações entre lajes e pilares, onde a reação do
apoio concentra-se em uma região maciça da laje, que, se não verificada à punção,
pode ser perfurada pelo pilar. O fenômeno de punção é ilustrado na figura 8.

Figura 8 - Superfície de ruína à punção

Fonte: Melgues (1995, p.59)

26
A superfície de ruína ocorre, de acordo com Melgues (1995), a um contorno
calculado, onde o colapso acontece a um ângulo de 30º.

2.5.1. Parâmetros envolvidos no fenômeno de punção

De acordo com Melgues (1995), alguns parâmetros são cruciais para


verificação à punção em estruturas. A espessura da laje inaugura essa verificação,
uma vez que, quanto maior a laje, maior será a espessura do maciço de concreto,
diluindo as tensões ao longo do contorno do apoio.
As dimensões de fôrma e da seção transversal dos pilares também
influenciam no combate ao fenômeno de punção, sendo que, quanto maior o
tamanho do maciço, maior será a área de distribuição das tensões. Já com relação
aos pilares, quanto maior a seção transversal dos pilares, menor serão as forças
concentradas ao longo da laje.
A resistência do concreto também é um parâmetro que se pode verificar na
estrutura, uma vez que, o próprio concreto assumiria as tensões de cisalhamento
provenientes da biela de tração, ocorrendo na ligação entre laje e pilar.
A presença de capitéis e/ou Drop panels são importantes no combate à
punção, já que se aumentam a espessura de contorno do apoio entre laje e pilar.
Por fim, a presença de armaduras de cisalhamento é uma ferramenta que
combate os esforços de cisalhamento na ligação entre laje e pilar.
Conforme Melgues (1995), por limitações arquitetônicas e econômicas as três
primeiras opções não são indicadas, sendo que tais não são cruciais para combater
tal fenômeno. No caso dos capitéis e Drop panels, dependendo do valor das
tensões, esse recurso se torna inviável, podendo ter geometrias exageradas.
A melhor solução seria uma análise global de todos os parâmetros e o uso de
armaduras de cisalhamento, na qual elas podem absorver as tensões ao longo do
contorno dos pilares. Neste trabalho abordaremos somente as armaduras tipo
estribo e gancho, uma vez que, são mais comuns e de fácil execução em obra.

27
2.6. Estabilidade global das estruturas

De acordo com Zumaeta (2016), é importante que engenheiro faça um estudo


de estabilidade global em edificações, seja em concreto armado ou em estruturas
metálicas, afim de que se garanta a segurança da estrutura mediante a seus
estados limites. A instabilidade em estruturas ocasiona deformações excessivas e
esforços não previstos em projeto, podendo prejudicar o desempenho e, até mesmo,
a funcionalidade a qual se destina a construção.
As verificações dos parâmetros de estabilidade são baseadas em três tipos
de não linearidade, conforme se aplica o carregamento na estrutura: não linearidade
física (NLF), não linearidade geométrica (NLG) e não linearidade de contato (NLC).
A não linearidade física está relacionada ao comportamento dos materiais. Os
efeitos de fluência e retração do concreto e o escoamento do aço ocasionam
comportamentos não lineares e que podem fazer diferença na estabilidade global da
estrutura.
A não linearidade geométrica considera a posição geométrica da estrutura e a
deformação que ela tem mediante ao carregamento. O comportamento que a
estrutura assume no espaço pode mudar de posição pelos efeitos de segunda-
ordem e forças externas à estrutura, como por exemplo, os ventos e o desaprumo.
A não linearidade de contato atribui a um comportamento não homogêneo em
termos de ligações entre as peças estruturais, onde podem ocorrer esforços não
previstos em projeto. Isso ocorre em situações onde o projetista considera alguns
vínculos como sendo rotulados, mas que na verdade, não são, e podem ocasionar
fissuras e patologias nas peças estruturais.

2.6.1. Efeitos de segunda-ordem e seus coeficientes

Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) citada por Zumaeta (2016), expõe que
todos os esforços provenientes do efeito de segunda-ordem podem ser
desconsiderados quando estes não ultrapassam 10% do seu valor, classificando a
estrutura como sendo de nós-fixos. Caso ultrapasse essa porcentagem e que ainda
28
seja inferior a 20%, classifica-se a estrutura como sendo de nós-móveis. Vale
salientar que toda estrutura é deslocável, entretanto, as estruturas tratadas como
sendo de nós-fixos possuem valores insignificantes. Já as de nós-móveis possuem
deslocamentos horizontais que precisam ser consideradas em projeto.

2.6.1.1. Coeficiente α

O parâmetro alfa é um indicador de instabilidade de estruturas.

O parâmetro α é um meio para avaliar a estabilidade global de estruturas de


concreto, porém não é capaz de estimar os efeitos de segunda ordem. Ele
foi deduzido em 1967 por Beck e König, baseado na teoria de Euler, e foi
definido como parâmetro de instabilidade por Franco (ZUMAETA, 2016, p.
28).

Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) citada por Zumaeta (2016), a equação
que rege o parâmetro de instabilidade alfa é representada a seguir:

√ (2)

“ é a altura medida a partir do topo da fundação ou de um nível


pouco deslocável do subsolo;
é o somatório de todas as cargas verticais atuantes na estrutura (a
partir do nível considerado para o cálculo de ), com seu valor
característico;
é o somatório da rigidez de todos os pilares da direção
considerada; no caso de estruturas de pórticos, de treliças ou mistas,
ou com pilares de rigidez variável ao da altura, pode ser considerado
o valor da expressão de um pilar equivalente a seção
constante.” (ZUMAETA, 2016, p.29 e p.30).

Ainda segundo Zumaeta (2016), o resultado da expressão α deve ser


comparado a um valor calculado , onde:

(3)

29
(4)

Se , a estrutura é considerada de nós-fixos;


Se , a estrutura é considerada de nós-móveis.

Vale ressaltar que os valores característicos da equação possuem o fator de


segurança do material concreto. Porém, esse valor será alterado para as prescrições
da norma de estruturas de aço, uma vez que nossos pilares serão de perfis
laminados.
Outro ponto é a rigidez dos pilares de aço, que possuem inércia e módulos de
elasticidade diferentes do concreto, então deve-se alterar os índices da equação (2)
para (steel).

2.6.1.2. Coeficiente Gama-Z

De acordo com Zumaeta (2016), um dos parâmetros para se calcular e


verificar a instabilidade da estrutura de acordo com sua deslocabilidade mediante
aos carregamentos horizontais e efeitos de segunda-ordem é o coeficiente gama-z
( ). Este coeficiente são pouco maiores que 1,0, isto porque a estrutura deve reagir
aos efeitos dos carregamentos através das deformações. Valores menores que 1,0
ou negativos são incoerentes, pois demonstra que a estrutura está totalmente
indeslocável, o que não pode ser verdadeiro.
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) citada por Zumaeta (2016), o valor do
coeficiente para cada combinação de carregamento é dado pela expressão:

(5)

“ é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes


na estrutura, na combinação considerada, com seus valores de
cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos
de aplicação, obtidos por análise de primeira ordem;
é o momento de tombamento, ou seja, a soma dos
momentos de todas as forças horizontais da combinação considerada
, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura.”
(ZUMAETA, 2016, p.31).

30
Ainda de acordo com Zumaeta (2016), é considerada a estrutura como sendo
de nós-fixos quando o coeficiente está entre . Já no intervalo ,
a estrutura é denominada de nós-móveis.

2.6.2. Análise do processo P-Delta

Conforme Zumaeta (2016), o processo P-Delta não é um coeficiente que


define a instabilidade da estrutura, mas tão somente um processo que obtém os
esforços globais de primeira e segunda-ordens.
Segundo Lopes (2005), citado por Zumaeta (2016), o processo P-Delta
verifica a relação entre uma carga (P) ao longo do eixo longitudinal de uma peça
estrutural com seu deslocamento (∆) pelo Método da Carga Lateral Fictícia.

2.7. Perfis estruturais em aço

Para o cálculo dos pilares metálicos, devem-se considerar, conjuntamente, os


efeitos globais da estrutura, bem como sua deslocabilidade. Essa análise é feita
pelos processos Gama-Z e P-Delta, que serão tratados neste trabalho. As
características estruturais como, por exemplo, módulo de elasticidade, momento de
inércia e raio de giração, dentre outros, foram retirados da tabela de perfis da
Gerdau Aço Minas.

2.7.1. Pilares submetidos a esforços combinados

Chamberlain et al (2013, p. 54) “Os elementos que compõem um sistema


estrutural estão sujeitos a diversos tipos de solicitação; estas solicitações podem
ocorrer isoladamente ou combinadas, sendo a ocorrência combinada a mais
comum.” Os efeitos provocados pela compressão na estabilidade da peça são
ilustrados na Figura 9.

31
Figura 9 - Flambagem global e local

Fonte: Chamberlain (2013, p. 53)

De acordo com Chamberlain et al (2013) dimensionamento desses elementos


devem respeitar a seguinte condição:

(6)

(7)

Onde:
é a força axial de compressão solicitante;
é a força resistente axial à compressão;
é o momento em x solicitante de cálculo;

32
é o momento em x resistente de cálculo;
é o momento em y solicitante de cálculo;
é o momento em y resistente de cálculo.

Chamberlain et al (2013, p. 54) “A força axial solicitante de cálculo ( éa


resposta da análise estrutural considerando todos os possíveis estados-limite a que
a estrutura poderá ser solicitada durante sua vida útil”.

2.7.2. Flambagem global

Segundo Chamberlain at al(2013) a flambagem dos elementos de barras


ocorre em sua extremidade, causando instabilidade por flexão da peça.

2.7.3. Flambagem local

Segundo Chamberlain at al (2013) a instabilidade causada pela flambagem


local é ocasionada por aparecimentos de deformações em pontos específicos da
peça ao longo de seu comprimento, formando ondulações.

2.8. Tecnologia de construção

Neste tópico, abordaremos os procedimentos de construção e tecnologia e


controle dos materiais das lajes nervuradas moldadas in loco.

33
2.8.1. Materiais

Para a execução de lajes nervuradas in loco apoiadas sobre pilares metálicos,


são utilizados perfis metálicos em I (que serão os pilares) e materiais constituintes
do concreto armado: concreto (cimento , areia, brita, água, aditivos), aço e fôrmas.

2.8.1.1. Concreto

O concreto é um material composto de alta resistência a tensões de


compressões resultado da mistura de cimento, areia, brita e água. A quantidade de
cada componente depende do traço, que a partir deste, pode se obter a resistência
necessária.
De acordo com Bocchi Júnior (1995), o cimento mais utilizado é o Portland
comum, não apresenta nenhum tipo de aditivo em sua composição. Na maioria dos
casos, a brita é de número 1 (9,5mm a 19mm) ou número 2 (19mm a 38mm). Para a
escolha da areia deve se saber a origem e se houve processo de lavagem caso
necessário, impurezas como matéria orgânica e torrões de argila, são prejudiciais à
resistência e vida útil do concreto.
Segundo Barboza (2003), a durabilidade do concreto está ligada diretamente
com a qualidade dos materiais e da espessura de cobrimento das armaduras, que é
o principal responsável pela proteção contra agentes externos como a umidade.
Com a presença de umidade o aço dá início ao processo de oxidação, dessa forma
faz com que a estrutura seja danificada.

34
2.8.1.2. Aço

O aço é utilizado em duas partes da estrutura, no concreto armado da laje e


nos pilares de perfil metálico. A armação da laje tem como objetivo resistir às forças
de trações.
A realização de um projeto estrutural deve ser feito com bastante cautela, além
de seguir as normas, tem a preocupação com espaços para instalações elétricas e
hidráulicas.
Segundo Bocchi Júnior (1995), as barras são classificadas de acordo com a
resistência de escoamento na unidade de medida kgf/mm². Os mais comerciais
são os CA25, CA50, CA60. A numeração na frente do CA (Concreto Armado)
representa à resistência, no aço CA50 a resistência equivale a 50kgf/mm² ou 500
Mpa.
Além de ser classificado em categorias, o aço é classificado de acordo com o
método de fabricação em duas classes. Os aços classes A tem suas ligas de ferro
com carbono adicionadas outros elementos (manganês, silício, alumínio, enxofre,
fosforo e cromo). Eles são fabricados pelo processo de laminação a quente e não
sofrem deformação posteriormente a frio. Segundo Pinheiro (2007), o aço classe A
apresenta melhor trabalhabilidade e tem melhor aceitamento para solda comum, ele
possui diagrama de tensão-deformação com patamar de escoamento bem definido e
resistem a incêndios moderados, desde que as temperaturas sejam abaixo de
1150°C, acima disso perde resistência.
Os aços classe B são fabricados pelo processo de laminação à quente com
posterior encruamento a frio. O diagrama de tensão-deformação dessa classe
apresenta patamar de escoamento convencional, ou seja, o seu patamar de
escoamento não é definido, assim tornando mais difícil a solda, sendo necessárias
técnicas especiais (PINHEIRO, 2007).

35
2.8.1.3. Aditivos

Os aditivos são produtos químicos adicionados ao concreto para modificar uma


ou mais propriedades das misturas. Eles podem ser considerados até o quarto
componente do concreto, além da água, cimento e agregado, pois são largamente
utilizados no preparo de concreto. Segundo Effting (2014), o uso de aditivos permite
uma ampla variedade de aplicação, pois eles têm a capacidade de alterar
propriedades do concreto em estado fresco ou endurecido.
De acordo com Bocchi (2013), os aditivos no concreto tem o objetivo de
aumentar a trabalhabilidade ou plasticidade do concreto; reduzir o consumo de
cimento, ou seja, o seu custo; alterar acelerando ou retardando o tempo de pega;
reduzir a retração; aumentar a durabilidade: aumentando a resistência aos agentes
agressivos; diminuir a permeabilidade.
O uso de aditivos requer cuidados. Deve-se observar sempre o prazo de
validade e as precauções com a conservação. É necessário estar devidamente
informado sobre a hora certa de aplicar o produto, a forma de se colocar e a dose
exata, pois o uso indiscriminado, em desacordo com as recomendações prejudica a
qualidade do concreto, e consequentemente a estrutura (PORTAL DO CONCRETO,
2015).
Segundo Bocchi Júnior (1995), nas lajes nervuradas é necessário o uso de
aditivos que melhoram a plasticidade do concreto, pois elas possuem dimensões
reduzidas das secções transversais das nervuras (largura), dificultando o
adensamento do concreto.

2.8.1.4. Outros materiais

Os materiais que não fazem parte da mistura em si, são considerados os


outros materiais envolvidos. São eles as fôrmas e os escoramentos. De acordo com
Faria (2011), os escoramentos tem a finalidade de sustentar o peso do pavimento
enquanto o concreto não endurece e adquire a resistência suficiente. As fôrmas tem

36
a função de um molde provisório que serve para dar ao concreto fresco a geometria
e textura desejada.
Segundo Bocchi Júnior (1995), as fôrmas e os escoramentos normalmente
são feitas de madeira, mas devido ao alto custo que mesma houve nos últimos anos,
pesquisas, desenvolvimento de materiais e técnicas que pudessem substituir a
madeira por outros materiais, sendo eles os metais (aço e alumínio), plásticos, fibra
de vidro e concreto, para as fôrmas. E para os escoramentos o uso de pontaletes
com secção quadrada, postes circulares de eucalipto, estrutura metálica própria para
esta finalidade e escoramento com pontaletes.

2.8.1.5. Considerações construtivas

Segundo Bocchi Júnior são elas apresentadas da forma a seguir:

“a) nas lajes com armaduras em uma única direção, a armadura mínima de
distribuição por metro de largura da laje, não deve ser menor que 0,9cm² ou
1/5 da armardura principal.
b) os estribos, quando necessários não devem ter espaçamentos maiores
que 20cm, nem diâmetro maior que 1/8 da largura das nervuras. Estes
devem possuir área mínima de 14%(aço CA-50) e 0,25% (aço CA-25), e
serão distribuídos em toda extensão do vão, cobrindo-se o diagrama dos
esforços cortantes.
c) a armadura transversal da mesa decorrente da verificação ao
cisalhamento da ligação mesa-nervura, quando necessária, deve ser
disposta em toda extensão do vão da laje, cobrindo-se o diagrama de
solicitações, observando-se a norma NB-1/78 que estabelece o mínimo, de
1,5cm²/m, ou 0,14% para o aço CA-50 e 0,25% para o aço CA-25. Por
tratar-se de uma laje, nos casos onde a distância livre entre nervuras for
menor ou igual a 50cm pode-se desprezar-se esta disposição,
considerando-se apenas armadura de distribuição, conforme determina o
item a.” (Bocchi, 1995, p.97)

2.8.2. Execução

A execução das lajes nervuradas de concreto armado é composta por variadas


etapas, que serão descritas nos itens a seguir.

37
2.8.2.1. Fôrmas

As formas utilizadas na concretagem de lajes têm por finalidade dar forma e


sustentação às mesmas antes que o concreto atinja resistência suficiente para se
auto-suportar (ZANATTA, 2011). As fôrmas plásticas, também chamadas de
cubetas, são feitas de polipropileno (PP), geralmente com aditivos na sua
composição química, que aumentam a dureza e protegem contra os raios
ultravioletas (BÉRGAMO, 2013). As dimensões influenciam diretamente nas cargas
que as lajes terão de suportar.
Montagem: As escoras devem ser niveladas e locadas de acordo com as
indicações do projeto. Em seguida serão alinhadas na sua montagem por réguas,
guias, ou pode ser fixado um cordão ou arame para garantir que as nervuras
obedecerão a marcações previamente determinadas. As cubetas devem ser
encostadas na lateral da fôrma da viga de borda ou na faixa de ajuste. Se apoiadas
uma na outra, poderão se mover, provocando vazamentos de concreto e o
desalinhamento das nervuras. Os pregos podem danificar as formas se forem
utilizados para a fixação. As formas devem ser encaixadas de acordo com as
instruções do fabricante. Quando não houver assoalho, trabalhe sobre placas de
compensado até que possa se apoiar sobre as fôrmas aplicadas. Para facilitar a
desforma e evitar danos às peças, é ideal que se aplique o desmoldante. Figura 10.

Figura 10 - Colocação das Formas

Fonte: Portal dos Equipamentos (2016)

38
2.8.2.2. Armadura

Uma laje nervurada é formada por um conjunto de vigas que se cruzam,


solidarizadas pela mesa. Esse elemento estrutural terá comportamento intermediário
entre o de laje maciça e o de grelha.
Após a colocação das formas obedecendo-se os espaçamentos especificados
em projeto, colocam-se as barras das armaduras das nervuras com seus respectivos
espaçadores, a fim de garantir o cobrimento necessário à boa proteção com relação
à corrosão (VASCONCELLOS, 2012).
Segundo Bocchi Júnior (1995), se houver estribos, que são as armaduras
transversais, devem ser posicionados com os espaçamentos indicados no projeto e
presos de forma que não se mova no momento da concretagem, como mostra nas
figuras 11 e 12.

Figura 11 - Armaduras das nervuras

Fonte: Construção Civil (2016)

39
Figura 12 - Colocação das armaduras

Fonte: Construção Civil (2016)

2.8.2.3. Preparação e lançamento do concreto

Para Kehl (2012), a concretagem de uma laje nervurada, sempre que possível
deve ser feita de uma única vez, para que sejam evitadas juntas de concretagem. É
importante que o concreto não seja depositado em grande quantidade em um só
ponto, além de danificar as fôrmas, o peso do concentrado do material causa
embarrigamento das nervuras e dificulta a identificação dos encontros das fôrmas
para a vibração. O concreto das lajes nervuradas precisa sempre ser vibrado, de
preferência mecanicamente, a fim de garantir um bom acabamento, mantendo maior
homogeneidade e redução do número de vazios. Figuras 13 e 14.

40
Figura 13 - Preparação para concretagem

Fonte: Engenharia de Estrutura (2014)

Figura 14 - Lançamento do concreto

Fonte: Equipe de Obra (2011)

41
2.8.2.4. Cura do concreto

O concreto necessita de um tempo para completar sua cura, mas durante o


processo, várias medidas preventivas devem ser tomadas como forma de proteção
da estrutura contra secagem rápida, mudanças bruscas de temperatura, chuvas
fortes, perda de água por evaporação no ambiente. Segundo Vasconcellos (2012),
no caso de perda de água, deve-se manter o concreto permanentemente umedecido
durante todo o período da cura. A medida indispensável é manter o escoramento até
que a estrutura esteja totalmente curada.

2.8.2.5. Retirada das formas e dos escoramentos

A retirada das fôrmas e escoramentos das lajes nervuradas deve ser feita
quando o concreto estiver com sua capacidade total de receber todas as cargas
previstas calculadas em projeto. Segundo Kehl (2012), em edifícios de vários
pavimentos, a montagem de forma das lajes de um determinado pavimento é feita
quando o andar inferior estiver pronto e apresentar condições de receber favoráveis
de resistência às ações de construção. Figura 15.

42
Figura 15 – Retirada das Formas

Fonte: Equipe de Obra (2011)

43
3 METODOLOGIA

Para realização desse trabalho foi feita uma pesquisa aplicada, que objetiva
gerar conhecimentos para aplicações práticas dirigidas à solução de problemas
específicos. Em relação à forma de abordagem do problema, a presente pesquisa é
desenvolvida pelo método quantitativa. De acordo com Gil (2010, p.29-31) a
pesquisa quantitativa “considera que tudo é quantificável, o que significa traduzir
opiniões e números em informações as quais serão classificadas e analisadas”.
Quanto aos objetivos, a pesquisa é exploratória e explicativa, onde envolve
levantamento bibliográfico e análise de exemplos, buscou aprofundar o
conhecimento e identificar fatores.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, é uma pesquisa bibliográfica,
ou seja, procura de literaturas disponíveis, que abordaram características técnicas,
de desempenho e de execução. É também estudo de caso, pois segundo Gil (2010,
p.29-31) o estudo de caso “envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetos de maneira que se permita o amplo e detalhado conhecimento”.

44
4 ESTUDO DE CASO

Como estudo de caso, elegeu-se o projeto de um edifício contendo sete


pavimentos, sendo a primeira laje no nível térreo nomeado como, Pavimento
Garagem, e os demais como apartamentos, todos com área de 297,57m².

4.1. Escopo do projeto

Como exemplo, dimensionaremos uma das lajes do Pavimento Térreo,


fazendo as verificações necessárias e comparando os resultados com os obtidos no
software.
Sobre o carregamento, foram considerados os valores prescritos na NBR
6120 (ABNT, 1980), sendo:

 Alvenarias: 1300 kgf/m;


 Sobrecarga de utilização para garagem: 450 kgf/m²;
 Sobrecarga de utilização para os apartamentos: 150 kgf/m²;
 Peso de revestimentos: 150 kgf/m²;
 Para laje da cobertura, foram lançados carregamentos localizados em virtude
das caixas d´água.

Sobre as características dos materiais, foi considerada uma laje nervurada


moldada in loco com cubetas de dimensões 30x75x80 centímetros (cubeta
comercializada pela empresa ULMA); concreto usinado com fck de 25MPA e Aço
CA-50.
Com relação ao lançamento da estrutura, observa-se pela planta a seguir.
(Figura 16), e as dimensões e características nos Quadros 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

45
Figura 16 – Planta do pavimento

Fonte: Elaborada pelos autores

46
Quadro 1 – Vigas do pavimento

Vigas
Nome SECAO (cm) ELEVACAO NIVEL
(cm) (cm)
V1 40x90 0 300
V2 40x90 0 300
V3 20x45 0 300
V4 20x45 0 300
V5 20x45 0 300
V6 20x45 0 300
V7 20x50 0 300
V8 20x50 0 300
V9 20x50 0 300
V14 20x50 0 300
V15 20x50 0 300
V16 20x50 0 300

Fonte: Elaborada pelos autores

Quadro 2 – Blocos de enchimentos utilizados no pavimento

Blocos de enchimento
Detalhe Tipo Nome DIMENSOES(cm)
Quantidade
hb bx by
1 Cubetas B30/80/80 30 80 80 259
B30/80/80 30 80 80 104
B30/80/80 30 80 80 64
Fonte: Elaborada pelos autores

Quadro 3 – Dimensões das lajes

Lajes
Nome Tipo Altura Elevacão NIVEL Sobrecarga
(cm) (cm) (cm) kgf/m²

L2 Nervurada 35 0 300 600


L3 Nervurada 35 0 300 600
L4 Nervurada 35 0 300 600

Fonte: Elaborada pelos autores

47
Quadro 4 – Área das lajes nervuradas

Área das lajes


Tipo Altura Bloco de ÁREA
(cm) Enchimento (m²)

Nervurada 35 B30/80/80 297.57

Fonte: Elaborada pelos autores

Quadro 5 – Resistência do concreto e módulo de elasticidade

fck Ecs
kgf/cm² kgf/cm²

250 238000

Fonte: Elaborada pelos autores

48
Quadro 6 – Pilares do pavimento

Nome Seção Elevação (cm) Nível (cm)


P1 W460X106 0 300
P2 W460X106 0 300
P3 W460X106 0 300
P4 W460X106 0 300
P5 W460X106 0 300
P6 W460X106 0 300
P7 W460X106 0 300
P8 W460X106 0 300
P9 W460X106 0 300
P10 20X50 0 300
P11 20X50 0 300
P12 30X30 0 300
P13 190X20 0 300
P14 20X200 0 300
P15 190X20 0 300
P16 20X50 0 300
P17 20X50 0 300
P18 30X30 0 300
P19 W460X106 0 300
P20 W460X106 0 300
P21 W460X106 0 300
P22 W460X106 0 300
P23 W460X106 0 300
P24 W460X106 0 300
P25 W460X106 0 300
P26 W460X106 0 300
P27 W460X106 0 300
Fonte: Elaborada pelos autores

Sobre os desenhos complementares, segue ilustrações em maquetes


eletrônicas da fachada do edifício e do Pavimento Garagem. Figuras 17, 18 e 19.

49
Figura 17– Fachada do edifício

Fonte: Elaborada pelos autores

Figura 18 – Fachada lateral

Fonte: Elaborada pelos autores


50
Figura 19 – Pavimento garagem

Fonte: Elaborada pelos autores

4.2. Cálculo das armaduras da laje

Para o dimensionamento, foi considerado apenas a Laje L4 do Pavimento


Térreo, sendo que os processos de cálculo das outras duas lajes são análogos, afim
de não torna-los repetitivo e monótono.
Como a análise estrutural foi feita por software, entraremos com os dados
característicos.
O desenho da seção transversal na Figura 20 a seguir informa os dados de
cálculo que usaremos para o dimensionamento.

51
Figura 20 – Desenho da seção transversal

Fonte: Elaborada pelos autores

4.2.1. Cálculo das armaduras positivas no eixo x

Na análise estrutural, foi encontrado o valor de momento


. Entretanto, multiplicaremos esse valor por 0,8, uma vez que, o novo valor obtido
será em .

Continuamos o processo de cálculo de estruturas em concreto armado,


teremos:

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

(10)

52
Altura da Linha neutra é obtida pela seguinte expressão:
Como a linha neutra é a altura contada a partir da face superior da mesa,
então podemos concluir que a mesa está parcialmente tracionada. Esse fato se
verifica, pois a norma prescreve que deve-se fazer a verificação da mesa à flexão
quando a distância entre as nervuras for maior que 65cm.
Continuando o dimensionamento com o cálculo do Ks e As:

⁄ ⁄
⁄ (11)

⁄ (12)

⁄ ⁄

Será feito a verificação do momento máximo para saber se será necessário a


de armadura de compressão na nervura.

⁄ ( ) ⁄

⁄ (13)

⁄ ⁄ (14)

Como , então não será necessário usar armadura de compressão


na nervura no eixo x.

53
4.2.2. Cálculo das armaduras positivas no eixo y

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

(10)

⁄ ⁄
⁄ (11)

⁄ (12)

⁄ ⁄

Como , então não será necessário usar armadura de compressão


na nervura no eixo y.

54
4.2.3. Cálculo das armaduras de tração na mesa no eixo x

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

⁄ ⁄
⁄ (11)

⁄ (12)

⁄ ⁄

4.2.4. Cálculo das armaduras de tração na mesa no eixo y

De acordo com o software, há duas regiões na laje que possuem diferenças


nos valores dos momentos e que consideráveis. Portanto, faremos o
dimensionamento para cada região do eixo y da laje L4.

⁄ (8)

55
( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

⁄ ⁄
⁄ (11)

⁄ (12)

⁄ ⁄

Cálculo para região 2

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

⁄ ⁄
⁄ (11)

⁄ (12)

⁄ ⁄

56
4.2.5. Dimensionamento das armaduras de distribuição e armaduras de borda

A armadura de distribuição em x e y na mesa tem a função de:


a. Combater os efeitos de retração;
b. Consolida a estrutura da nervura com a mesa;
c. Controla as fissuras;
d. Distribui melhor as cargas pontuais.

A NBR 6118 (ABNT, 2014) prescreve:

⁄ (15)

Nas bordas das lajes, junto as vigas de apoio, é usual posicionar uma

armadura com extensão ⁄ , visando atenuar uma eventual fissuração proveniente

de engastamento parcial das lajes nas vigas. A norma recomenda:

⁄ (16)

4.2.6. Verificação da taxa máxima de armadura

Para se verificar a taxa máxima de armadura na seção transversal, a Norma


estabelece uma porcentagem de 4% da área.

Sendo assim:

57
{ } { }

(17)

4.2.7. Dimensionamento das armaduras de continuidade

Para o dimensionamento das armaduras de continuidade (negativas), serão


considerados dois trechos ao longo do comprimento da viga V1.
Para o dimensionamento do primeiro trecho, o momento negativo
característico é

Figura 21 – Desenho do dimensionamento

Fonte: Elaborada pelos autores

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

58
⁄ ⁄
⁄ (11)

⁄ (12)

Cálculo para o trecho 2

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

⁄ ⁄
⁄ (11)

⁄ (12)

4.3. Verificação das nervuras ao cisalhamento

O processo é análogo ao de lajes maciças, já que o espaçamento entre


nervuras não excede 90cm e a espessura da nervura é maior do que 12cm.

59
Esse resultado dispensa a armadura de cisalhamento nas nervuras. O valor
de foi coletado do software.
(18)

⁄ (19)

(20)

(21)

(22)

(23)

| | Os demais casos onde a armadura ancora no apoio (24)


| |

4.4. Verificação das flechas

Como a estrutura é uma grelha hiperestática, não é possível calculá-la


manualmente. O software usado para o dimensionamento mostra que a flecha é de
1,25cm, dentro do limite estabelecido na Norma.

60
4.5. Verificação ao puncionamento

O processo de cálculo para se verificar a laje ao puncionamento é feito com


cada pilar, afim que se conheça as tensões solicitantes e resistentes nos Drop-
panels ou capitéis. Como exemplo, faremos o cálculo para o pilar P24, que está
inscrito à laje L4.

perfil W460x106 d = 469mm; bf = 194mm

Para a definição do perímetro crítico c e c’, será usado um perímetro


retangular nas dimensões do pilar, pois haverá uma chapa soldada na cabeça do
pilar, afim de distribuir as tensões, fazer a ligação entre as prumadas e dar melhor
aderência à laje.

( ) (25)

(26)

Tensão solicitante crítica

Contorno c:

⁄ (27)

Contorno c’:

⁄ (28)

Tensão resistente no contorno c

( ) ( )

(29)

61
Tensão resistente no contorno c’ sem armadura de punção

√ taxa de armadura positiva e negativa em x e em y (30)

(31)

(32)

√ √ (30)

(33)

( √ ) ( √ )

(34)

não necessita de armadura de punção

Quando a estabilidade global da estrutura depender da resistência da laje à


punção, deve-se prevista armadura de punção mesmo que . Essa
armadura deve equilibrar um máximo de 50% de .

( √ ) (35)

, adotando-se 7cm sendo a distancia entre os estribos, temos: (36)

62
( √ *

(35)

* ( √ ) +
(37)

* ( √ * +
(37)

A armadura será disposta de forma perpendicular, contendo


na horizontal e na vertical.
Substituindo o valor obtido na equação abaixo, temos:

(35)

O valor de encontrado, é a tensão que equilibrará a força solicitante do


pilar no contorno c.

4.6. Armadura contra colapso progressivo

De acordo a atualização da NBR 6118/2014, a equação que dimensiona essa


armadura é dada por:

(38)

Pode-se posicionar 4 barras na horizontal e 2 barras na vertical.

63
4.7. Dimensionamento da viga de borda

Para o dimensionamento da viga de borda, usaremos como exemplo a viga


V15 (20x40). Os diagramas dos esforços, foram retirados do software. Figuras 22 e
23.

Figura 22 – Diagrama de momento fletor

Fonte: Elaborada pelos autores

Figura 23 – Diagrama de esforço cortante

Fonte: Elaborada pelos autores

64
Dados:
 Cobrimento = 2.5cm
 Aço CA-50
 agregado = 19m
 d” = 4cm

Verificação da diagonal de compressão do concreto

(39)

( ) (40)

(41)

, Verificado!

Dimensionamento da armadura longitudinal positiva

⁄ (13)
( )

⁄ ⁄ (13)

(14)

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

65
⁄ ⁄
⁄ (11)

(12)

(42)

Verificação do espaçamento

(43)

(43)

{ (44)

, verificado!

Dimensionamento da armadura longitudinal negativa

⁄ (8)

( √ ) ( ) (9)
√ ⁄

⁄ ⁄
⁄ (11)

66
(12)

Cálculo da armadura transversal

⁄ ⁄
(22)

(21)

(20)

(45)

(46)

( ) ⁄ (47)

( ) ⁄ ⁄ (48)

⁄ (49)

(50)

Verificação do espaçamento transversal

(51)

67
, verificado quanto ao cisalhamento.

{ (52)

Verificado o espaçamento

4.8. Cálculo do coeficiente Alfa

Para se calcular o coeficiente Alfa, foi considerada a interação entre dois


módulos de elasticidade nos pilares: Concreto e Aço.
Os valores dos carregamentos verticais resultam na parcela de peso próprio
da estrutura e sobrecarga. Vale salientar que a parcela de peso próprio dos pilares
está conforme sua locação na estrutura, ou seja, dezoito perfis W460x106 e nove
pilares de concreto, sendo três pilares-parede, quatro pilares em volta da caixa de
escala e dois pilares de canto.

4.8.1. Cálculo do coeficiente Alfa na direção x

Primeiramente, deve calcular os momentos de inércia dos pilares na direção


considerada e os módulos de elasticidade de cada material utilizado.

, eixo de maior inércia, de acordo com a tabela da


Gerdau, Aço Minas.
, eixo de menor inércia, de acordo com a tabela da
Gerdau, Aço Minas.

( ) (53)

( )

68
( )

( )

( )

Cálculo dos módulos de elasticidade do concreto

√ √ (54)

⁄ (55)

Módulo de elasticidade do aço

√( ∑ ) ( ∑ )
(56)


( ) ( )

A estrutura é estável na direção x.

4.8.2. Cálculo do coeficiente Alfa na direção y

, eixo de maior inércia, de acordo com a tabela da


Gerdau, Aço Minas.
, eixo de menor inércia, de acordo com a tabela da
Gerdau, Aço Minas.

( ) (53)

69
( )

( )

( )

( )

√( ∑ ) ( ∑ )
(56)


( ) ( )

A estrutura é estável na direção y.

4.9. Cálculo do coeficiente Gama-Z

Será calculado o coeficiente apenas para os pilares metálicos. Usaremos


como exemplo o pilar P24. Os valores já estão com as combinações de cálculo
feitas pelos softwares AltoQI Eberick e Ftool. Figura 24.

70
4.9.1. Cálculo do coeficiente Gama-Z no eixo x

Figura 24 – Cálculo do coeficiente Gama-Z no eixo x

Fonte Elaborada pelos autores

(57)

(58)

71
72
4.9.2. Cálculo do coeficiente Gama-Z no eixo y

Figura 25 – Cálculo do coeficiente Gama-Z no eixo y

Fonte: Elaborada pelos autores

(57)

(58)

73
Como os resultados foram menores de 10%, podemos afirmar que a estrutura
se mantem estável perante aos esforços de segunda ordem.

74
4.10. Processo P-Delta

Para o cálculo do processo P-Delta, será usado o mesmo pilar. Entretanto,


faremos apenas um cálculo, a fim de conhecer os esforços de segunda-ordem para
dimensionar o pilar da garagem, já que os valores desse processo não são
considerados parâmetros de estabilidade.

4.10.1. Cálculo do processo P-Delta para o eixo x

Figura 26 – Processo P-Delta para o eixo x

Fonte: Elaborada pelos autores


75
(57)

(58)

(59)

(60)

(61)

( ) (62)

O valor é menor do que 1%, podendo permanecer este valor.

76
4.10.2. Cálculo do processo P-Delta para o eixo y

Figura 27 – Processo P-Delta para o eixo y

Fonte: Elaborada pelos autores

(57)

(58)

(59)

(60)

(61)

77
( ) (62)

O valor é menor do que 1%, podendo permanecer este valor.

4.11. Dimensionamento do pilar

Como exemplo, o pilar P24 será dimensionado com seus esforços


combinados. Figura 28.

Figura 28 – Dimensionamento do pilar P24

Fonte: Elaborada pelos autores

Verificação à compressão

Flambagem Local na Mesa (FLM)


√ √ ⁄
(63)

78
(64)
√ √

(65)

Flambagem local na Alma (FLA)


√ √ (66)

(65)

(67)

Limite de Esbeltez por flexão no eixo x

√ √ (68)

(69)

(70)

(71)

Limite de Esbeltez por flexão no eixo y

√ √ (68)

79
(69)
( )

(70)

(71)

Limite de Esbeltez por torção

√ √ (72)

( )

(73)

√ √ (74)

( ) ( )

(75)

(76)

(71)

Para a verificação, será usado posteriormente o menor valor entre ,


, .

Verificação à flexão

Flambagem Local na Mesa (FLM)

80

√ √ (72)

(65)

Flambagem local na Alma (FLA)


√ √ (66)

(67)

Cálculo dos momentos resistentes de cálculo

(68)

(68)

Verificação dos esforços combinados

Para fazer a verificação dos esforços combinados, será inserido os valores


encontrados no processo P-Delta, a fim de dimensionar a peça já com os efeitos de
segunda ordem contabilizados.

(6)

81
( ) (6)

O perfil apresenta devida resistência às solicitações.

82
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com os resultados obtidos no desenvolvimento, podemos perceber o quão


promissor pode ser o desempenho estrutural do sistema de laje nervurada apoiada
por perfis metálicos laminados.
Com relação à laje, podemos observar que o resultado foi satisfatório tanto no
ponto de vista estrutural, onde tivemos melhor desempenho da estrutura mediante
os esforços solicitantes, quanto no ponto de vista econômico, onde podemos usar
uma geometria que aproveitasse a maior inércia possível da nervura da laje,
conseguindo maior economia de concreto.
Com relação aos perfis, o resultado do dimensionamento conseguiu ser fiel à
ideia de que se podem ter seções transversais menores comparadas aos pilares de
concreto armado. Já no sob a ótica de execução, podemos perceber que há uma
maior velocidade na execução das prumadas dos pilares, dispensando o uso de
formas e o tempo de cura dos pilares de concreto. Vale salientar que é necessário
se ter um controle e acompanhamento das soldas e parafusos que conectarão as
prumadas dos perfis.
Como sugestão para continuidade da pesquisa, pode-se estudar os tipos de
conexão entre pilar-laje e pilar-fundação, bem como o dimensionamento das chapas,
soldas e parafusos. Pode-se, também, estudar o controle de aderência entre as
chapas soldadas na cabeça dos perfis com o concreto da laje, bem como as
armaduras que serão colocadas neste último. Outro aspecto, seria o
dimensionamento de estruturas de pilares misto de perfis metálico e concreto
armado, uma vez que estes se consolidam com maior resistência ao cisalhamento e
esforços de segunda ordem, oriundos do vento e desaprumo.

83
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sobre o aspecto de projeto e execução, é pertinente dizer que este modelo


estrutural é, com certeza, um conjunto de soluções entre obterem-se maiores vãos,
conseguido pelo sistema de laje nervura e menores seções transversais, obtido pelo
uso de perfis metálicos. Diga-se de passagem, que tal modelo pode ser construído
com menor período de tempo e dispensando o uso de formas para os pilares, sendo
suas maiores vantagens.
Contudo, podemos destacar algumas desvantagens à sua construção, sendo
eles: maior custo dos perfis comparado aos pilares de concreto armado e aplicar
uma logística de transporte e estoque dos perfis no canteiro de obras, necessitando
de um cronograma de atividades específico destinado a este fim, além de ter custos
adicionais com transporte e engenharia de custos e planejamento.
Com base nos altos exposto deste trabalho podemos concluir que o tema
abordado é recente na engenharia de construção civil no país, uma vez que se têm
poucas pesquisas e muitos horizontes a serem descobertos por meio da pesquisa
cientifica de análise estrutural de estruturas mistas.

84
REFERÊNCIAS

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1980.

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de estruturas de concreto - Procedimento –3.ed - requisitos. Rio de Janeiro,
2014.

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de estruturas de concreto - Procedimento – 1.ed - requisitos. Rio de Janeiro,
2003.

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em: http://www.construcaocivil.info/laje-nervurada-pronta-para-concretagem/.
Acessado em: 29 agos. 2016.

CONSTRUÇÃO CIVIL. Laje nervurada pronta para concretagem. Porto Alegre,


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CATÁLOGO DIGITAL DE DETALHAMENTO DA CONSTRUÇÃO. Reportagem por


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Disponível em: https://cddcarqfeevale.wordpress.com/2012/07/11/lajes-nervuradas/.
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