VA Casa Na Praia-Estudo de Caso 01-04-15 PDF

SHOWROOM VA CASA NA PRAIA
CERTIFICADO LEED PLATINUN

SUMÁRIO
ESTABELECENDO UM SHOWROOM VERDE ...........................................................5
POR QUE CERTIFICAR? .............................................................................................8
ESTUDO DE CASO - VA CASA NA PRAIA ...............................................................12
1. SS SUSTAINABLE SITES - ESPAÇO SUSTENTÁVEL ...............................14
2. WE WATER EFFICIENCY - EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA ....................27
3. EA ENERGY & ATMOSPHERE - ENERGIA E ATMOSFERA ......................33
3.1. Sistema de Automação .................................................................................38
3.2. Sistema Solar fotovoltaico ............................................................................39
4. MR MATERIALS & RESOURCES - MATERIAIS E RECURSOS .................42
4.1. Conteúdo reciclado .......................................................................................47
4.2. Outros materiais sustentáveis ......................................................................48
5. IEQ INDOOR ENVIRONMENTAL QUALITY - QUALIDADE AMBIENTAL

INTERNA .................................................................................................................59
6. IN INNOVATION IN DESIGN / OPERATIONS - INOVAÇÃO E PROCESSO

DE PROJETO ..........................................................................................................67
6.1 Politica e Programa de Limpeza Verde (Green Cleaning Program) ..........67
6.2 Compras Sustentáveis - Redução de mercúrio nas lâmpadas (Sustainable

Purchasing - Reduced Mercury in Lamps) ..........................................................69
7. ARQUITETOS E AMBIENTES ......................................................................71
REFERÊNCIAS .......................................................................................................81
Certificação LEED VA Casa na Praia 0

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Benefícios da certificação LEED. ................................................................10

Tabela 2: Créditos da dimensão Espaço Sustentável. ...............................................14
Tabela 3: Serviços básicos no entorno do empreendimento. ....................................18
Tabela 4: Requisitos de zoneamento. ........................................................................20
Tabela 5: Área impermeável e permeável do empreendimento. ................................21
Tabela 6: Créditos da dimensão Uso Racional da Água. ...........................................27
Tabela 7: Demonstração do cálculo de utilização de água pluvial. ............................30
Tabela 8: Cálculo para Usos diários sem mictórios. ...................................................31
Tabela 9: Créditos da dimensão Energia e Atmosfera. ..............................................33
Tabela 10: Estratégias da equipe de simulação. ........................................................34
Tabela 11: Créditos da dimensão Materiais e Recursos. ...........................................42
Tabela 12: Estratégias da equipe do PGRCC. ...........................................................45
Tabela 13: Materiais com conteúdo reciclado. ...........................................................47
Tabela 14: Créditos da dimensão Qualidade Ambiental Interna. ...............................59
Tabela 15: Área total e visibilidade. ............................................................................65
Tabela 16: Créditos da dimensão Inovação e Processo do Projeto...........................67
Tabela 17: Técnicas e estratégias sustentáveis aplicadas na VA Casa na Praia......78

LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Tipologias da Certificação LEED. ..................................................................5

Figura 2: Dimensões avaliadas pelo LEED. .................................................................7
Figura 3: Pontuação do LEED. .....................................................................................7
Figura 4: Esboço Ilustrativo do VA. ...............................................................................8
Figura 5: Impacto das construções no Brasil. ...............................................................9
Figura 6: Escavações das estruturas, vista lado leste. ...............................................15
Figura 7: Detalhes da estrutura do solo. .....................................................................15
Figura 8: Canaleta direcionando para o sedimentador...............................................16
Figura 9: Vista de dentro do sedimentador. ................................................................16
Figura 10: Tapume. .....................................................................................................16
Figura 11: Entrada estabilizada com brita. .................................................................16
Figura 12: Sistema de Captação da água da chuva que alimenta o banheiro e
lavagem de materiais. .................................................................................................17
Figura 13: Composteira durante a obra. .....................................................................17
Figura 14: Serviços básicos no entorno do empreendimento. ...................................19
Figura 15: Imagem do terreno antes da construção. ..................................................19
Figura 16: Requisitos de zoneamento. .......................................................................20
Figura 17: Situação pré-desenvolvimento do projeto. ................................................21
Figura 18: Proteção das áreas verdes. .......................................................................22
Figura 19: Destaque verde representa os locais de instalação do concregrama.
Fonte: PETINELLI, 2014. ............................................................................................22
Figura 20: Identificação do Bicicletário. ......................................................................22
Figura 21: Identificação das Vagas para VBE. ...........................................................23
Figura 22: Acesso ao transporte público dentro de um raio de 1/4 de milha do
entorno do empreendimento. ......................................................................................24
Figura 23: Representação gráfica da cobertura. ........................................................25

Figura 24: Representação gráfica da redução da ilha de calor em áreas cobertas. ..26
Figura 25: Representação da redução da ilha de calor em áreas descobertas. ........26
Figura 26: Sistema de tratamento da água de chuva da VA. .....................................28
Figura 27: Local do Sistema de tratamento da água de chuva. .................................28
Figura 28: Torneira com vazão restritiva. ...................................................................29
Figura 29: Chuveiro com arejadores. ..........................................................................29
Figura 30: Acionamento de descarga Dual Flush. ......................................................29
Figura 31: Modelagem da Fachada da loja VA Casa na Praia. .................................35
Figura 32: Área interna................................................................................................37
Figura 33: Iluminação por lâmpadas LED. ..................................................................37
Figura 34: Área externa. .............................................................................................37
Figura 35: Vidros selecionados e automatizados. ......................................................37
Figura 36: Irradiação diária média durante o ano em Itajaí. .......................................40
Figura 37: Projeto de Energia Solar Fotovoltaica. ......................................................41
Figura 38: Energia Solar. ............................................................................................41
Figura 39: Energia Solar. ............................................................................................41
Figura 40: Pré-requisito Depósito e Coleta de materiais recicláveis. .........................43
Figura 41: Escolha dos materiais na concepção do projeto. ......................................44
Figura 42: Quantidade de resíduos na obra. ..............................................................46
Figura 43: Entrada e Recepção. .................................................................................48
Figura 44: Pastilhas de vidros Trend. .........................................................................48
Figura 45: Selo Greenguard da Trend. .......................................................................49
Figura 46: Superfícies Sólidas Corian Dupont. ...........................................................50
Figura 47: Revestimento em Madeira Plástica. ..........................................................51
Figura 48: Madeira Plástica. .......................................................................................52
Figura 49: Projeto do painel em ripas de Madeira Plástica. .......................................53
Figura 50: Madeira Plástica. .......................................................................................53
Figura 51: Painel de Aluminio Tecbond. .....................................................................54
Figura 52: Selo FSC. ...................................................................................................54
Figura 53: Madeira certificada com selo FSC® Forest Stewardship Council. ............55
Figura 54: Portas da Cinex. ........................................................................................56
Figura 55: Janelas Mingardi. .......................................................................................57
Figura 56: Janelas automatizadas. .............................................................................57

Figura 57: Parede Verde. ............................................................................................58
Figura 58: Controle ambiental do fumo. ......................................................................60
Figura 59: Controlabilidade dos sistemas iluminação. ...............................................61
Figura 60: Controlabilidade dos sistemas iluminação, Mezanino. ..............................61
Figura 61: Dispositivo de controle de glare (brilho intenso)........................................62
Figura 62: Dispositivo de controle de glare (brilho intenso)........................................62
Figura 63: Marquise. ...................................................................................................63
Figura 64: Anteparo.....................................................................................................63
Figura 65: Visibilidade externa no pavimento térreo. .................................................64
Figura 66: Visibilidade externa no mezanino. .............................................................64
Figura 67: Visibilidade Externa. ..................................................................................65
Figura 70: Visibilidade. ................................................................................................65
Figura 71: Política e Programa de Limpeza Verde. ....................................................68
Figura 72: Treinamento Limpeza Verde. ....................................................................68
Figura 73: Treinamento Gestão de Resíduos. ............................................................68
Figura 74: Lâmpada tubular LED. ...............................................................................70
Figura 75: Lâmpada tubular LED. ...............................................................................70
Figura 76: Arquitetos e ambientes respectivos. ..........................................................72
Figura 77: Entrada - Roberta Zimmermann Buffon. ...................................................72
Figura 78: Recepção - Roberta Zimmermann Buffon. ................................................73
Figura 79: Gourmet e Dinning - Tais e Giovani Marchetti. .........................................73
Figura 80: Lounge Central - Cibeli Spolti. ...................................................................74
Figura 81: Lavabo e Toilet - Artur dos Santos e Ana Panozzo. .................................74
Figura 82: Garden Zen - Eduardo Bugallo. .................................................................75
Figura 83: Garden Zen - Eduardo Bugallo. .................................................................75
Figura 84: Smart Office - Eduardo Bugallo. ................................................................76
Figura 85: Home Teather - Rafael Santos e Alexandre Voigt. ...................................76
Figura 86: Adega de Vinhos - Anna Maya e Anderson Schussler. ............................77
Figura 87: Economia anual de energia e água. ..........................................................78

SHOWROOM DA MAC NA PRAIA BRAVA EM ITAJAÍ SERÁ O 7º
EMPREENDIMENTO COM CERTIFICAÇÃO LEED PLATINUM NO BRASIL
ESTABELECENDO UM SHOWROOM VERDE
A ideia de um showroom certificado LEED Platinum pelo Green Building

Council e uma linha de produtos exclusiva e assinada neste conceito faz da Via
Artística a pioneira no segmento de móveis e decoração. A inspiração na beleza da
praia é a matéria-prima para fazer deste um espaço confortável, acessível e
principalmente consciente.
Construção Sustentável (Green Building) é a edificação ou espaço
construído que teve na sua concepção, construção e operação o uso de conceitos,
técnicas e procedimentos reconhecidos para a sustentabilidade ambiental,
proporcionando benefícios econômicos, na saúde e bem estar das pessoas.
Desenvolvido pelo USGBC – United States Green Building Council, a
Certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design ou em
português, Liderança em Energia e Design Ambiental, é um sistema de
classificações de edificações a partir de critérios sustentáveis pontuando a
edificação em diferentes tipologias. Atualmente são sete tipologias existentes,
descritas brevemente a seguir:
Figura 1: Tipologias da Certificação LEED.

Fonte: GBCBRASIL, 2015.
 LEED New Construction & Major Renovation (Novas construções e

Grandes Reformas): destinado a edificações que serão construídas, ou

passarão por reformas que venham a incluir o sistema de ar condicionado,
envoltória e realocação.
 LEED Existing Buildings – Operation and Maintance (LEED para Edifícios
Existentes- Operação e Manutenção): é focado na eficiência operacional e
manutenção do edifício existente. Ajuda a maximizar a eficiência da operação
e minimizar custos e impacto ao meio ambiente.
 LEED for Commercial Interiors (LEED para Interiores Comerciais): é a
certificação que reconhece escritórios de alto desempenho, que por
possuírem ambientes internos mais saudáveis, auxiliam no aumento de
produtividade de seus ocupantes.
 LEED Core & Shell (Envoltória e Estrutura Principal): é destinado para
edificações que comercializarão os espaços internos posteriormente. A
certificação engloba toda a área comum, sistema de ar condicionado,
estrutura principal, como caixa de escadas e elevadores e fachadas. Os
detalhes da ocupação, como por exemplo, mobiliário, não são considerados,
tendo em vista a pluralidade e autonomia dos futuros ocupantes. Este tipo de
empreendimento facilita a certificação das salas de interiores comerciais.
 LEED Retail (LEED para Lojas de Varejo): reconhece as diferentes
necessidades e características de uma loja de varejo, quando comparada a
uma edificação comercial e auxilia as diretrizes para a redução da pegada
ecológica da edificação.
 LEED for Schools (LEED para Escolas): cria ambientes escolares mais
saudáveis e confortáveis, possibilitando melhor desempenho dos alunos e
corpo docente. Reduz custos com operação e manutenção do edifício e
possibilita a criação de práticas de educação ambiental dentro do próprio
ambiente escolar.
 LEED for Neighborhood Development (LEED para Desenvolvimento de
Bairros): integra princípios de crescimento planejado e inteligente, urbanismo
sustentável e edificações verdes, por meio de diferentes tipologias de
edificações e mistura de usos dos espaços urbanos. Incentiva também a
utilização de transporte público, eficiente e alternativo e criação de áreas de
lazer, tais como parques e espaços públicos de alta qualidade. Esta tipologia
engloba ruas, casas, escritórios, shoppings, mercados e áreas públicas.

Cada tipologia do LEED avalia sete dimensões (Figura 2) por meio de pré-
requisitos obrigatórios e créditos, cujas recomendações quando atendidas garantem
pontos a edificação.
Figura 2: Dimensões avaliadas pelo LEED.

A pontuação é cumulativa e permite às edificações obterem diferentes níveis

da certificação, podendo variar de 40 pontos, nível certificado a 110 pontos, nível
platina (Figura 3).
Figura 3: Pontuação do LEED.


O VA Casa na Praia optou pelo maior nível de certificação, Platina, na
tipologia New Construction & Major Renovation (Novas construções e Grandes
Reformas). Adotando para isso, diretrizes e estratégias sustentáveis que nortearam
o projeto desde a sua concepção, escolha do terreno, arquitetura, canteiro de obras,
construção civil, estabilização final e manutenção.
Rafael Nowascky
Figura 4: Esboço Ilustrativo do VA. Idealizador do Projeto
Fonte: RAMOS, 2014. VA Casa na Praia
POR QUE CERTIFICAR?
O impacto negativo causado pela construção civil é notável aos olhos da

população. Caminhões atrapalham o trânsito, caçambas ficam estacionadas em
lugares de carros, geração e desperdício de resíduos que são depositados em
terrenos baldios e até mesmo nas vias públicas. As calçadas ficam menores dando
espaço para o canteiro de obras, as ruas nos perímetros das construções ficam
sujas de sedimentos, poeira e barros e o barulho são constantes.
O setor da construção civil é uma das atividades que mais consome recursos
naturais (CIB; MMA, 2015). Estima-se que, no Brasil, a construção consome, por ano,
cerca de 21% do total de uso de água, 42% de energia, sendo responsável por 65%
do total de resíduos gerados e de 25% do total de emissões de gases do efeito
estufa (Figura 5).

Figura 5: Impacto das construções no Brasil.
Fonte: SINDUSCON; ELETROBRAS, 2014.
Em contrapartida, o setor é reconhecido como um dos mais importantes para

o desenvolvimento econômico e social, englobando confecção de obras como casas,
edifícios, pontes, barragens, estradas, aeroportos e outras infraestruturas, onde
participam arquitetos e engenheiros em colaboração com técnicos de outras
disciplinas. Então, se pergunta: como é possível conciliar uma atividade produtiva
desta magnitude com as condições que conduzam a um desenvolvimento
sustentável consciente, menos agressivo ao meio ambiente?
Hoje, as Certificações Ambientais na área da Construção Civil, mais
conhecidas como Construção Sustentável ou Green Building, são empreendimentos
que visam à construir edifícios mais eficientes e inteligentes por meio de projetos e
estratégias que diminuem o impacto da atividade. Técnicas para a redução da
poluição, economia de energia, racionalização do uso da água, utilização de
materiais reciclados e não agressivos, são alguns exemplos. O selo atesta e garante
o comprometimento da edificação, antes, durante e depois de suas obras para com
os princípios da sustentabilidade, objetivando melhor aproveitamento de todos os
recursos disponíveis no mercado para proporcionar qualidade, melhorar a saúde
humana e o ambiente natural.
Considerada a principal certificação de construção sustentável para os
empreendimentos, o LEED vem sendo aplicado internacionalmente, cerca de 130
países, reconhecido em todos eles como um indicador de qualidade por apresentar
múltiplos benefícios materiais e imateriais (Tabela 1) nos âmbitos econômicos,
sociais e ambientais.

Tabela 1: Benefícios da certificação LEED.
BENEFÍCIOS EM CERTIFICAR
ECONÔMICOS
Diminuição dos custos operacionais
Diminuição dos riscos regulatórios
Valorização do imóvel para revenda ou arrendamento
Aumento na velocidade de ocupação
Aumento da retenção
Modernização e menor obsolescência da edificação
SOCIAIS
Melhora na segurança e priorização da saúde dos trabalhadores e ocupantes
Inclusão social e aumento do senso de comunidade
Capacitação profissional
Conscientização de trabalhadores e usuários
Aumento da produtividade do funcionário; melhora na recuperação de pacientes (em
Hospitais); melhora no desempenho de alunos (em Escolas); aumento no ímpeto de
compra de consumidores (em Comércios).
Incentivo aos fornecedores com maiores responsabilidades socioambientais
Aumento da satisfação e bem estar dos usuários
Estímulo a políticas públicas de fomento a Construção Sustentável
AMBIENTAIS
Uso racional e redução da extração dos recursos naturais
Redução do consumo de água e energia
Implantação consciente e ordenada
Mitigação dos efeitos das mudanças climáticas
Uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental
Redução, tratamento e reuso dos resíduos da construção e operação.
O Brasil ocupa o terceiro colocado no ranking mundial de projetos com

certificação LEED. Conforme o GBC Brasil, em 2014, foram 135 empreendimentos
registrados e 82 certificados. A organização afirma que há uma grande diversidade
de edificações registradas e certificadas e esta multiplicidade de tipologias vem
aumentando rapidamente. Desde plantas industriais, centro de logística, data
centers, lojas de varejo e instalações esportivas - destacando todas as instalações
esportivas permanentes da Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Além desses, novas
tipologias como museus, instituições de ensino, bibliotecas, agências bancárias e
planejamentos urbanos integrados também são empreendimentos certificados que
comprovam a expansão da conscientização do mercado e busca pelo
aperfeiçoamento com foco em eficiência.
O Diretor Gerente do Greenbuilding Council Brasil, Felipe Faria, assegura que
as atividades da indústria de greenbuilding crescem em velocidade superior ao da
própria construção civil. “Há ao menos 700 grandes empreendimentos em processo

de certificação LEED demandando soluções e serviços com foco em eficiência e
diminuição de impactos sócio ambientais; há unanimidade em determinados setores
de mercado em relação aos green buildings, certo que os novos lançamentos
seguramente acarretarão em novos registros; há um oceano de oportunidades frente
a necessidade de readequação das nossas edificações existentes; há um processo
de abrangência do movimento a setores diversos; há o aumento do envolvimento do
Governo e demais Organizações; há uma forte cobertura de mídia ao nosso
movimento; estão surgindo inúmeros estudos e pesquisas que fortalecem e
justificam nosso movimento de green building; e o mais importante, observamos um
célere processo de conscientização do mercado, Governo e sociedade ao conceito
de sustentabilidade, princípio norteador do novo tratado que guiará a relação entre
Homem e Planeta.” (FARIA, 2015).
Neste contexto, a VA Casa na Praia consolida a excelência no
desenvolvimento de um showroom sustentável de alta performance, com design
inteligente e inovações tecnológicas nos projetos, obras e construção.

ESTUDO DE CASO - VA CASA NA PRAIA
ESCOPO TÉCNICO
Arquiteto responsável: Carlos Eduardo

Construtora: IDA Empreendimentos
Coordenação Geral: Rafael Nowascky
Agente de Comissionamento: Petinelli
Consultoria LEED: Avistar Engenharia Ltda.
Luminotécnico: Gilberto Viera Santos
Automação: Fábio Schwanke
Arquitetos Design Interior: Roberta Zimmermann Buffon; Tais e Giovani Marchetti
Camila Delvaz e Luiza Porto; Cibeli Spolti; Artur dos Santos e Ana Panozzo Eduardo
Bugallo, Milena Casagrande e Daiane Otto; Rafael Santos e Alexandre Voigt; Anna
Maya e Anderson Schussler.
Assessoria Jurídica: Dr. Marcelo J. N. Ribeiro
Área total do Projeto: 411,75 m²
Área construída: 361 m²
O projeto VA Casa na Praia está situado em Santa Catarina, na Rodovia

Oswaldo Reis, Praia Brava, na cidade de Itajaí. Trata-se de um edifício térreo
planejado para abrigar um showroom de móveis de decoração alinhados ao conceito
de sustentabilidade. O empreendimento é composto pela área da loja, três banheiros,
uma copa e um depósito, além das áreas externas.
O VA Casa na Praia tem como propósito a Certificação LEED Platinum na
tipologia New Construction & Major Renovation (Novas construções e Grandes
Reformas) destinado a edificações que serão construídas ou passarão por reformas
que venham a incluir o sistema de ar condicionado, envoltória e realocação
(GBCBRASIL, 2015).
Por meio desse projeto a Via Artística busca ser pioneira no segmento de
imóveis e decoração sustentável com um showroom certificado LEED NC e uma
linha de produtos exclusiva que também tem a sustentabilidade como um princípio.
Dessa forma, a VA Casa na praia deve se tornar uma referência em sustentabilidade

em Santa Catarina, e no Brasil, empregando uma arquitetura moderna e funcional
que alinha aspectos de iluminação, paisagismo e automação predial em busca da
redução dos custos ambiental e econômico do edifício. (PETINELLI, 2014)
O conceito “Green Building” (edifício verde) na edificação, ou seja, a
sustentabilidade de um edifício nasce desde a sua concepção. Antes mesmo do
projeto arquitetônico deve-se pensar em diretrizes como a escolha do terreno, a
existência, conservação e preservação de espécies nele contido, a gestão da
poluição do canteiro de obras. No projeto arquitetônico, além do design inteligente
do edifício, da especificação e escolha de materiais, do desempenho econômico e
ambiental, foi preciso também pensar em proporcionar melhor qualidade e
benefícios sociais para todos os ocupantes do empreendimento, verificar a
conectividade do mesmo com a comunidade, pensar desde o acesso ao transporte
público e alternativo à priorização de vagas para veículos de baixa ou nenhuma
emissão. São variados detalhes, um conjunto de normas e instruções, indicações e
estratégias que combinadas diferenciam a obra sustentável de uma obra
convencional.
A VA Casa na Praia nasceu desse conceito e os mais minuciosos detalhes
foram pensados para cumprir com este propósito. Nos capítulos seguintes são
descritos as estratégias e técnicas escolhidas no processo de Certificação LEED
Platinun do Showroom.

1. SS SUSTAINABLE SITES - ESPAÇO SUSTENTÁVEL
A dimensão Espaço Sustentável (SS - Sustainable Sites) da Certificação

LEED avalia, por meio de um pré-requisito e oito créditos (Tabela 2), estratégias que
minimizam o impacto no ecossistema durante a fase de implantação. A avaliação
considera o desenvolvimento do espaço do empreendimento, controle da quantidade
e qualidade das águas pluviais, transporte alternativo para redução do uso do carro,
conectividade com o entorno, medidas de redução das ilhas de calor e da poluição
luminosa. Para o espaço sustentável, a prevenção da poluição na atividade da
construção é um pré-requisito, ou seja, uma exigência prévia, obrigatória e
indispensável da dimensão.
Tabela 2: Créditos da dimensão Espaço Sustentável.

ESPAÇO SUSTENTÁVEL 26 Pontos
Pré-requisito 1 Prevenção da poluição na atividade da Construção Requisito

Crédito 1 Seleção do Terreno 1
Crédito 2 Densidade Urbana e Conexão com a Comunidade 5
Crédito 3 Remediação de áreas contaminadas 1
Crédito 4.1 Transporte Alternativo, Acesso ao Transporte público 6
Crédito 4.2 Transporte Alternativo, Bicicletário e Vestiário para os ocupantes 1
Crédito 4.3 Transporte Alternativo, Uso de Veículos de Baixa emissão 3
Crédito 4.4 Transporte Alternativo, Área de estacionamento 2
Crédito 5.1 Desenvolvimento do espaço, Proteção e restauração do Habitat 1
Crédito 5.2 Desenvolvimento do espaço, Maximizar espaços abertos 1
Crédito 6.1 Projeto para águas Pluviais, Controle da quantidade 1
Crédito 6.2 Projeto para águas pluviais, Controle da qualidade 1
Crédito 7.1 Redução da ilha de calor, Áreas Descobertas 1
Crédito 7.2 Redução da ilha de calor, Áreas Cobertas 1
Crédito 8 Redução da Poluição Luminosa 1
No empreendimento da VA Casa na Praia primeiramente realizou-se um

plano detalhado contendo o diagnóstico físico-ambiental, descrição de todas as
estratégias planejadas, proposições de medidas mitigatórias e emergenciais para
reduzir a poluição gerada pela atividade da obra, como a erosão do solo,
sedimentação dos cursos da água, geração de poeiras.

O decorrer de cada fase da obra e construção do VA Casa na Praia foi
acompanhado e registrado por relatórios de monitoramento, banco de dados de
fotografias e registro das medidas corretivas, aplicadas sempre que necessárias.
O diagnóstico ambiental, essencial para o dimensionamento adequado das
águas no canteiro de obras, demonstrou que a VA Casa na Praia está localizado na
região de morrarias, posicionado a sul-sudeste do Município de Itajaí,
correspondendo a uma região de baixa fragilidade em relação a processos erosivos.
Figura 6: Escavações das estruturas, vista lado Figura 7: Detalhes da estrutura do solo.
leste.
Demonstrou ainda que a bacia hidrográfica que o empreendimento está

inserido é a Bacia do Rio Itajaí-Açu, micro bacia Ribeirão Ariribá, cujo corpo hídrico
mais próximo da obra passa a uma distância de dezoito metros, em conformidade
com a legislação ambiental.
Para o dimensionamento adequado das águas no canteiro de obras e controle
do transporte de finos em suspensão proveniente do material escavado foi
implantado um sistema temporário de drenagem superficial (Figura 8), destinando
toda a água de escoamento superficial para pontos de decantação dos sedimentos.
A importância do sedimentador (Figura 9) é prevenir a contaminação dos
particulados da construção civil nas galerias pluviais e córregos, que por sua vez
desaguam nos rios que formam as bacias hidrográficas.

Figura 8: Canaleta direcionando para o Figura 9: Vista de dentro do sedimentador.
sedimentador.
Desde a fase inicial da obra, foi essencial realizar o controle do perímetro do

terreno e barreiras de sedimentação. Para isso, foram ajustados tapumes de
madeiras com a adição de pedras britas nos solos expostos (Figura 10), bem como
na entrada/saída (Figura 11) do acesso de caminhões e demais veículos. Essa
medida objetiva impedir que sedimentos saiam do canteiro de obras provocando a
poluição das ruas e vias públicas.
Figura 10: Tapume. Figura 11: Entrada estabilizada com brita.
O sistema temporário de captação de esgoto gerado durante a fase de

construção no canteiro de obras foi realizado por meio do direcionamento das águas

para uma fossa séptica de um metro cúbico (1 m³), com manutenção e limpeza
periódicas. A água utilizada para a descarga nos sanitários temporários foi
proveniente de um sistema simplificado de captação da água de chuva (Figura 12)
da cobertura da área de vivência dos funcionários.
A gestão dos resíduos gerados no canteiro de obras foi realizada com a
separação e triagem de todo resíduo gerado, sendo depositados em áreas
temporárias de armazenamento de materiais para posterior reuso ou destino para
reciclagem. Os materiais recicláveis gerados também foram triados, por classe, num
conjunto de lixeiras plásticas coloridas e bags.
Dentro do canteiro de obras, as lixeiras foram posicionadas em local
estratégico, longe de meios de transporte, de águas pluviais e esgotos. Os orgânicos
também foram dispostos em uma composteira posicionada em local adequado
dentro da obra (Figura 13). Os resíduos perigosos (óleos, solventes, tintas, etc.)
receberam atenção diferenciada, ficando armazenados em recipiente adequados,
claramente sinalizados e separados de outros resíduos, em área específica no
canteiro de obras para posterior destino e tratamento.
Figura 12: Sistema de Captação da água da Figura 13: Composteira durante a obra.
chuva que alimenta o banheiro e lavagem de
materiais.

Toda equipe de obra recebeu instruções por meio de treinamentos periódicos
sobre o manuseio, separação e descarte adequado dos diversos resíduos gerados
na obra, incluindo os entulhos de construção. Para reforçar esta prática, dentro do
canteiro de obras foram distribuídas placas ilustrativas com avisos e instruções a
serem seguidas.
Para um espaço sustentável o LEED Reference Guide considera que a
proximidade de serviços urbanos básicos contribuem para reduzir os impactos de
transporte, como a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa. Afirma
que, facilitar o acesso aos serviços básicos melhora na produtividade dos ocupantes
do edifício, reduzindo tempo gasto de condução, para encontrar estacionamento, e
que além disso, o aumento dos níveis de atividade física pode melhorar a saúde dos
ocupantes. Desta forma, também é importante incluir estas considerações na
escolha do local.
Na seleção do terreno da VA Casa na Praia no estudo destas considerações,
verificou-se que o empreendimento encontra-se bem localizado, ao lado de diversos
serviços básicos como conveniências em geral, padaria, restaurante, posto de
gasolina, escolas e, tendo fácil acesso aos pontos de ônibus.
Tabela 3: Serviços básicos no entorno do empreendimento.

SERVIÇOS LOCAIS
01 CHURCH - IGREJA
02 HOSPITAL - SANTA LUZIA
03 GAS STATION - POSTO BRAVA
04 HOME DEPARTMENT STORE - CASSOL
05 KINDERGARDEN – JARDIM DE INFÂNCIA QUINTAL MÁGICO
06 SCHOOL – CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL ,ARIO PEDRO FERREIRA
07 GROCERY - PANIFICADORA E MERCADO MARTINS
08 LOTERY – LOTÉRICA ROTA 33
09 RESTAURANT - SASSA PIZZARIA
10 PETSHOP – EMPÓRIO ANIMAL
Fonte: RAMOS, 2014.

Figura 14: Serviços básicos no entorno do empreendimento.
Fonte: RAMOS, 2014.
Antes, o terreno era utilizado como estacionamento, coberto por britas

compactadas e apresentava pequenos fragmentos artificiais compostos de
vegetação exótica (Figura 15), sendo estes preservados durante (Figura 18) e
depois da construção.
Figura 15: Imagem do terreno antes da construção.

Para o projeto VA - Casa na Praia também foi preciso verificar o atendimento
aos requisitos legais do zoneamento para usos permitidos. Como demonstra a
Figura 16, de acordo com os parâmetros da cidade de Itajaí, o local está classificado
como Zona Mista de Serviço (ZMS1), estando em acordo com a legislação local.
Figura 16: Requisitos de zoneamento.

Fonte: ITAJAÍ, 2014. (modificado)
A área construída pode ser de no máximo 80% da área do local, enquanto

que 20% devem permanecer como espaço aberto (Tabela 4).
Tabela 4: Requisitos de zoneamento.
Fonte: PETINELLI, 2014.

Respeitando os requisitos de zoneamento, conforme citado anteriormente, a
situação pré-desenvolvimento do projeto VA Casa na Praia encontrava um
estacionamento, terreno completamente impermeabilizado por britas compactadas e
intenso uso de veículos. Neste sentido, o projeto VA objetivou a busca de técnicas e
estratégias para valorizar o uso do espaço existente e melhorar a qualidade dos
espaços abertos projetados no empreendimento (Tabela 5), deixando-o mais
permeável em pelo menos 20%.
Tabela 5: Área impermeável e permeável do empreendimento.
Figura 17: Situação pré-desenvolvimento do projeto.

Para isso, instalou-se concregramas (Figura 19) nas áreas de estacionamento
e de circulação no fundo, garantindo o aproveitamento de 50% da permeabilidade do
solo oriunda dos orifícios do material. Tal estratégia permite o desenvolvimento de
grama, promove efeito paisagístico e aumenta o efeito permeável e drenante
esperado.
CONCREGRAMA
Figura 18: Proteção das áreas verdes. Figura 19: Destaque verde representa os
Fonte: AVISTAR, 2014.
locais de instalação do concregrama.
Na busca de mais práticas sustentáveis para o terreno, em conformidade com

o crédito de transporte alternativo, para incentivo dos ocupantes do empreendimento
VA Casa na Praia, foi instalado um bicicletário e um vestiário com ducha e armários,
para o usuário tomar um banho.
Figura 20: Identificação do Bicicletário.


Vagas reservadas para veículos flex ou “carona solidária”, ou seja, um carro
que possua mais de um ocupante também ganhou prioridade na hora de estacionar.
Esta medida busca incentivar práticas saudáveis e reduzir a poluição proveniente do
uso de veículo de baixa emissão (VBE).
No caso do Brasil, os carros não possuem certificação CARB ou ACEEE
requeridas pelo LEED. Portanto, no Brasil, o critério para veículos considerados de
baixa emissão ocorre quando:
1. Possuírem pontuação mínima de quatro estrelas no IBAMA Nota Verde. A
Nota Verde classifica os automóveis de acordo com seus níveis de emissão
de poluentes.
2. Possuírem certificação Nível A no Programa Brasileiro de Etiquetagem do
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). O PBE
classifica os automóveis de acordo com a eficiência energética do veículo.
Devido aos programas de rotulagem brasileira classificar os veículos de forma
diferente, ambos os programas são necessários para verificar se um veículo cumpre
os requisitos de baixo emissor e de eficiência em termos de combustível. Veículos
que receberam pontuação de qualificação de uma agência, mas não da outra não
são considerados elegíveis.
No VA Casa na Praia, as vagas destinadas para carros menos poluentes são
priorizadas, sendo sinalizadas conforme detalhamento da Figura 21. Optou-se a
sinalização vertical, devido o piso escolhido para as vagas que poderiam dificultar o
entendimento da sinalização horizontal.
Figura 21: Identificação das Vagas para VBE.


Ainda com relação ao transporte, a Figura 22 demonstra o terreno e seu
entorno num raio de quatrocentos metros aproximadamente. Em conformidade com
o requerido pelo crédito, dentro deste raio o pedestre possui duas opções de linhas
de ônibus para a utilização do serviço de transporte público até o empreendimento:
1. LINHA 401 – FAZENDA / RUA SILVA/ RUA INDAIAL/ PRAIA BRAVA:
Segunda à Sexta: 31 Viagens
Sábado: 31 Viagens
Domingos e Feriados: 18 Viagens
2. LINHA 403 - FAZENDA VIA RUA BRUSQUE / PRAIA BRAVA / PRAIA DOS
AMORES SANTA CLARA:
Segunda à Sexta: 13 Viagens
O fácil acesso ao transporte público é um aspecto positivo no critério de
mobilidade e espaço sustentável do empreendimento.
Figura 22: Acesso ao transporte público dentro de um raio de 1/4 de milha do

entorno do empreendimento.

O uso de superfícies escuras contribui para o efeito ilha de calor ao absorver
o calor do sol, que em seguida irradia para o ambiente. Como resultado tem-se o
aquecimento do ambiente interno, gastando-se mais energia com ar condicionado.
Para evitar este efeito e atender este requisito, a cor clara do telhado também foi
pensada na concepção do projeto.
Com relação às áreas cobertas, a cobertura do VA Casa na Praia
(representando 75% da área total do terreno) passou por um “teste verde” onde
foram realizados três parâmetros: refletância á radiação solar; emissividade a
temperatura ambiente; e calculo do índice de refletância solar, todos de acordo as
normas técnicas vigentes.
Figura 23: Representação gráfica da cobertura.

Fonte: RAMOS, 2014.
O resultado foi satisfatório, estando à cor do telhado em conforme com a

porcentagem máxima exigida para que o efeito estufa seja minimizado.

ÁREAS COBERTAS - Cobertura de metal galvanizado branco - Área: 259,43 m²
Figura 24: Representação gráfica da redução da ilha de calor em áreas cobertas.

Nas áreas descobertas, realizou-se o estudo do sombreamento no

empreendimento e a especificação dos materiais de pavimentação previstos com
SRI (índice de refletância solar) de pelo menos 29, no caso o concregrama.
Essa combinação de estratégias foi realizada para garantir e melhorar o
desempenho na redução da absorção de calor.
ÁREAS DESCOBERTAS
Figura 25: Representação da redução da ilha de calor em áreas descobertas.


2. WE WATER EFFICIENCY - EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA
A dimensão Eficiência do Uso da Água (WE - Water efficiency) avalia, por

meio de um pré-requisito e três créditos (Tabela 6), a redução do consumo de água
potável, estratégias inovadoras para o uso racional da água e alternativas de
tratamento e reuso dos recursos. Objetiva maximizar a eficiência no suprimento de
água no empreendimento de modo a reduzir a geração de esgoto e o consumo de
água servida pela concessionária local de águas e esgoto.
Tabela 6: Créditos da dimensão Uso Racional da Água.

USO RACIONAL DA ÁGUA 10 PONTOS
Pré-requisito 1 Redução no Uso da Água Requisito

Crédito 1 Uso eficiente de água no paisagismo 2a4
Redução de 50% 2
Uso de água não potável ou sem irrigação 4
Crédito 2 Tecnologias Inovadoras para águas servidas 2
USO RACIONAL DA ÁGUA (continuação) 10 PONTOS
Crédito 3 Redução do consumo de água 2a4
Redução de 30% 2
Redução de 35% 3
Redução de 40% 4
As estratégias utilizadas no projeto VA Casa na Praia objetivaram conquistar

todos os pontos possíveis na redução de água combinando paisagismo eficiente,
captação e tratamento de água de chuva, instalação de metais e louças eficientes de
alta qualidade que contribuíram para alcançar o total de pontos, com a redução
maior ou igual a 45% do consumo de água.
Para diminuir o consumo de água foi dimensionado e projetado um sistema
personalizado de captação, tratamento e armazenamento da água de chuva em
cisterna com capacidade de 10.000 litros, instalada na parte detrás do terreno;
sistema de tratamento de água negra, instalada na parte frontal.
Os benefícios ambientais gerados por estas práticas são muitos, por exemplo:
a água de chuva captada do telhado e tratada (Figura 26 e Figura 27), resulta em
um percentual de 90% de aproveitamento. Como o uso sanitário não requer um nível
elevado de tratamento e qualidade da água, as águas de chuva tratadas são

reutilizadas nos banheiros, nas regas do jardim vertical (composta por espécies
nativas por demandar menor quantidade de água), e na manutenção de gramas.
Figura 26: Sistema de tratamento da água de Figura 27: Local do Sistema de

chuva da VA. tratamento da água de chuva.
Na hora do descarte, essas águas são direcionadas ao sistema de tratamento

de esgoto, tratadas novamente no local do empreendimento, e só então despejadas
para a rede da SEMASA – Serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e
Infraestrutura de Itajaí.
No caso das louças e metais, a VA empregou estratégias em todos os
conjuntos de peças por meio da especificação de cada produto observando a
combinação de aspectos como funcionalidade, design, beleza, conforto e soluções
especialmente para o baixo consumo, ou seja, consumir menos água do que a linha
convencional de louças.
As torneiras selecionadas possuem acionamento automático por temporizador
liberando apenas a quantidade ideal para o uso, proporcionando economia de até
55% comparada ao sistema convencional. Cada uso da torneira é programado para
a liberação temporizada de 12 segundos com arejador de 1,8 L/min. O arejador

instalado na torneira tem vazões restritivas de 0,47 gal/min, o que significa 0,09
gal/ciclo, projetadas especialmente para o projeto VA Casa na Praia. A linha
Decamatic Eco da DECA selecionada para o VA Casa na Praia apresenta ainda o
selo Sustentax que garante o produto alinhado ao conceito de sustentabilidade.
Figura 28: Torneira com vazão restritiva. Figura 29: Chuveiro com arejadores.
Fonte: DECA, 2014. Fonte: DECA, 2014.
A combinação das peças sanitárias com o reuso da agua pluvial possibilitou

reduzir significativamente o desperdício do consumo de água. A especificação e
escolha de peças eficientes, como o sistema de descarga com acionamento Dual
Flush, proporciona duas opções de consumo racional com a liberação de três ou
seis litros de água para os banheiros unissex e deficientes.
Figura 30: Acionamento de descarga Dual Flush.

Fonte: DECA, 2014.
A loja VA Casa na Praia foi projetada com uma variedade de critérios

sustentáveis, sendo um deles a reutilização de águas pluviais no abastecimento de
todos os vasos sanitários instalados na edificação. A água da chuva é captada de
todo o telhado do empreendimento e depois armazenada em um tanque inferior de

nove mil litros (9000 L). Em seguida, passa pelo sistema de tratamento, cuja primeira
água de lavagem do telhado é descartada. Uma vez armazenada no reservatório, a
água passa por um filtro de remoção de sólidos grosseiros e por um filtro de areia
que ajuda a remover a coloração, o cheiro e elementos orgânicos. Após o
tratamento primário, a água é bombeada até complementar o reservatório superior
de água de reuso (1000 litros). Na saída do reservatório superior a água passa ainda
pelo último tratamento de raios UV Ultra Violeta. Posteriormente, toda a água de
reuso é destinada exclusivamente para os vasos sanitários do empreendimento.
Todas as descargas dos vasos sanitários recebem água pluvial oriunda do
telhado da loja. O volume possível de captação de água pluvial é 95,73 kgal anuais
e a demanda 9,35 kgal anuais, portanto o reservatório construído reserva água de
chuva suficiente para atender toda a demanda.
Para realização deste calculo a Tabela 7 mostra a demanda de água e o
volume necessário de água para utilização nos vasos sanitários do empreendimento.
Na parte inferior da tabela é apresentado o consumo mensal e o volume
armazenado no mês mais critico do ano (junho). Como o projeto da VA Casa na
Praia não possui mictórios instalados dentro de seu estabelecimento, o valor
apresentado para o mesmo é zero, sendo preciso redimensionar o calculo do
numero total de utilizações por dia dos usuários.
Tabela 7: Demonstração do cálculo de utilização de água pluvial.
Para isso, utilizou-se como referência o Additional Guidance, versão 7,

atualizado em Julho de 2012, Water Use Reduction. Primeiramente, foi necessário

estimar o número de ocupantes em tempo integral no estabelecimento, FTE (FTE -
Full Time Employee), sendo igual a sete pessoas, tendo distribuição equivalente
entre homens e mulheres. A resolução do cálculo segue adicionando os clientes da
loja (retail costumers) em dez (10) e os visitantes (visitors) em dez (10) pessoas. De
acordo com o Reference Guide, o número de utilizações dos vasos sanitários segue
conforme demonstra a Tabela 8 seguinte:
Tabela 8: Cálculo para Usos diários sem mictórios.
O redimensionamento do uso diário dos vasos sanitários sem mictórios segue

conforme apresenta o memorial de cálculo abaixo:
Usos diários sem mictórios (Total daily uses) – FTE

(7 * 50% * 3) + (7 * 50% * 3) = 21
Usos diários sem mictórios (Total daily uses) – VISITANTES
(10 * 50% * 0.5) + (10 * 50% * 0.5) = 5
Usos diários sem mictórios (Total daily uses) – CLIENTES
(10 * 50% * 0.2) + (10 * 50% * 0.2) = 2
Usos diário Ajustado (TOTAL DAILY USES) = 28

Por meio dos cálculos, por fim, pode-se afirmar que o tanque de
armazenamento tem o dimensionamento necessário para garantir o abastecimento
de 100% das descargas dos vasos sanitários com águas pluviais tratadas no
período mais critico (seco) do ano, por aproximadamente até três meses de seca,
ressaltando que as descargas de todos os vasos sanitários serão completamente
atendidas sem a necessidade de utilização de água potável. Atingindo um total de
81,51% por mês de redução do consumo de água potável nos vasos sanitários.
A combinação dessas estratégias, de forma inteligente e pensadas na maior
eficiência e atendimento aos créditos desta dimensão do projeto VA Casa na Praia,
supera a redução (maior ou igual a 45%) do consumo de água requerida pela
cerificação.

3. EA ENERGY & ATMOSPHERE - ENERGIA E ATMOSFERA
A dimensão Energia e Atmosfera (EA - Energy & Atmosphere) da certificação

LEED avaliam, por meio de três pré-requisitos e seis créditos (Tabela 9), estratégias
nas edificações de eficiência energética, simulações, comissionamento de sistemas,
ferramentas de medições e verificações, equipamentos e sistemas eficientes, e a
utilização de energia verde bem como as técnicas de melhorias e inovações.
Tabela 9: Créditos da dimensão Energia e Atmosfera.

ENERGIA E ATMOSFERA 35 PONTOS
Pré-requisito 1 Comissionamento dos sistemas de energia Requisito

Pré-requisito 2 Performance Mínima de Energia Requisito
Pré-requisito 3 Gestão Fundamental de Gases Refrigerantes, Não uso de CFC´s Requisito
Crédito 1 Otimização da performance energética 1 a 19
12% Prédios novos ou 8% Prédios reformados 1
Crédito 2 Geração local de energia renovável 1a7
1% Energia Renovável 1
Crédito 3 Melhoria no comissionamento 2
Crédito 4 Melhoria na gestão de gases refrigerantes 2
Crédito 5 Medições e Verificações 3
Crédito 6 Energia Verde 2

Conforme o Referencial Guide LEED, o desempenho energético de um
edifício depende muito da sua concepção. A sua volumetria e orientação, materiais,
métodos de construção, construção de envelope e eficiência da água, bem como o
aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC) e sistemas de iluminação,
determinar a eficiência do edifício utiliza energia. Portanto, a maneira mais eficaz
para otimizar a eficiência energética é a utilização de uma abordagem integrada de
todo o edifício. A colaboração entre todos os membros da equipe, desde o início do
projeto, é necessária para a criação de sistemas inteligentes de construção.
Para o atendimento dessa dimensão a VA Casa na Praia teve como parceira
a empresa Petinelli, consultora de soluções em green building, que se
responsabilizou por todo processo de comissionamento da VA, nas fases de projeto,
construção e ocupação, incluído o treinamento à equipe responsável pela operação
dos sistemas.
Para o atendimento dos créditos, basicamente a consultora teve como
reponsabilidade: demonstrar melhoria no desempenho energético em 10% para
novas construções, tendo como referência a baseline estipulada pela norma
ASHRAE 90.1; garantir que todos equipamentos de ar condicionado sejam isentos
da utilização de gases refrigerantes à base de CFC; redução em mais de 10% o
consumo total de energia do edifício demonstrado por meio de simulação energética
da edificação; utilização de sistemas de geração de energias renováveis e garantir a
performance dos sistemas instalados por meio de plano de monitoramento e
verificação.
Além de estudar e propor alternativas que reduzam o consumo de energia, as
simulações de modelos virtuais utilizadas pela consultora foram ferramentas
importantes para garantir e avaliar o desempenho do edifício antes de uma tomada
de decisão. As estratégias de simulação do projeto VA Casa na Praia se apresentam
conforme demonstra a Tabela 10.
Tabela 10: Estratégias da equipe de simulação.
CRITÉRIO AVALIADO ESTRATÉGIA
 Avaliação da proposta arquitetônica para estabelecer meta

de redução
Envoltória
 Estabelecer critérios para seleção dos vidros
 Avaliar impacto do sombreamento (persianas motorizadas
nas fachadas leste e oeste)

CRITÉRIO AVALIADO ESTRATÉGIA (continuação)
Aproveitamento de iluminação  Avaliar emprego de zenitais (solatube)
natural  Estudar utilização de dimerização e sensores
Eficiência do sistema de  Avaliar impacto do projeto luminotécnico sobre o consumo
iluminação do sistema de climatização e do edifício como um todo
 Avaliar possibilidade de aproveitamento de ventilação
Ventilação natural natural integrada ao sistema mecânico para atender
requisitos de qualidade do ambiente interno
 Avaliar o impacto do setpoint no consumo de energia
 Avaliar emprego de ciclo economizador
 Estudar emprego de recuperador de calor
HVAC
 Avaliar impacto do controle de umidade sobre o consumo
do sistema de climatização
 Estudar viabilidade de atender à ASHARE 55
Energia Renovável  Estudar a utilização de painéis fotovoltaicos
 O edifício deverá integrar os seguintes sistemas: sistema
híbrido de ventilação (natural e mecânica), sistema de
Integração dos Sistemas
iluminação com aproveitamento de iluminação natural,
sistema de climatização e sistema de áudio e vídeo.
O comissionamento objetivou verificar se os sistemas prediais de energia

(climatização, iluminação, água quente e energia limpa) estão instalados, calibrados
e desempenhando conforme a demanda do projeto.
O planejamento arquitetônico da fachada (Figura 31) da loja buscou
proporcionar estratégias para maximizar a utilização da iluminação e ventilação
natural durante grande parte do funcionamento do empreendimento.
Figura 31: Modelagem da Fachada da loja VA Casa na Praia.

Fonte: RAMOS, 2012.
O planejamento inteligente se destaca na combinação de diversas técnicas,

desde as mais simples às mais sofisticadas, como a fachada de brises que

controlam a incidência de radiação solar na edificação, permitem a entrada da luz
sem prejudicar o conforto térmico interno, todo sistema de automação que controla
desde o acionamento de luzes e computadores, à abertura das janelas de vidros,
permitindo melhoria na ventilação cruzada, proporcionando mais conforto e
qualidade, menor consumo do ar condicionado e, consequentemente, economia na
energia.
A edificação possui aproximadamente 286 m2 sendo que 260 m2 são
climatizados. Em outras palavras, toda a loja (showroom) é climatizada (térreo e
mezanino). O sistema escolhido para isto, conforme as orientações da consultora, é
do tipo VRF (Variable Refrigerant Flow) com uma unidade condensadora de 8 HP
(22.4 kW) de capacidade e 4 unidades evaporadoras de 2.5 HP (24.000 BTU/h) de
capacidade. São duas unidades no pavimento térreo e duas no mezanino. O sistema
é capaz de operar no modo aquecimento e arrefecimento, onde as evaporadoras
possuem ventiladores de alta pressão estética, necessário para vencer a perda de
carga imposta pelos filtros G4 posicionados no retorno de cada equipamento.
Na parte de iluminação, o LEED adota como padrão de referência a norma
americana ASHRAE 90.1 – 2007 para definição dos requisitos obrigatórios de
controles do sistema de iluminação. Em conformidade com a norma requerida, todo
o empreendimento é controlado por programação horária a partir de um controlador
central, localizado ao lado da copa, que desabilita o sistema de iluminação após as
00:00, e volta a habilitá-la às 9:00 horas durante os dias úteis e aos sábados. Aos
domingos e feriados, o sistema fica habilitado apenas das 17:00 as 00:00. Em
alguns ambientes, como copa, banheiros e depósitos, além da programação horária,
sensores de presença em série a interruptores, podem desligar a iluminação quando
os ambientes estiverem desocupados. Além disso, a maioria da iluminação do
empreendimento se dá por lâmpadas do tipo LED, que aumentam a eficiência do
sistema.

Figura 32: Área interna. Figura 33: Iluminação por lâmpadas
LED.
A iluminação da área externa também é realizada por meio de iluminação do

tipo LED, aumentando a eficiência. O controle da iluminação é feito por meio de
reles fotoelétricos, em série, com programadores horários e interruptores. O reles
fotoelétricos estabelecem que a iluminação só opere em certos períodos com pouca
ou nenhuma iluminação natural, e o programador horário habilita o sistema de
iluminação externa trocável (Tradable) de operar entre os horários das 18:00 ate as
24:00. A iluminação da fachada (Non-Tradable) é habilitada para operar das 18:00
ate as 6:00, também devendo ser habilitado em série pelo interruptor e rele
fotoelétrico.
Figura 34: Área externa. Figura 35: Vidros selecionados e

automatizados.

O sistema elétrico, conforme a consultora é realizada a partir do quadro de
medição da concessionária. O empreendimento possui um quadro de distribuição
(CD Sala Comercial), localizado em frente ao ambiente da copa, no térreo. Deste
quadro de distribuição partem todos os circuitos elétricos do empreendimento, onde
os barramentos de iluminação, tomadas e ar-condicionado foram separados entre si,
facilitando a medição destes sistemas individualmente.
3.1. Sistema de Automação
A VA Casa na Praia possui um Sistema de Automação personalizado que

contribui significativamente com a redução do consumo de energia em
equipamentos de climatização e controles de iluminação.
Janelas motorizadas contribuem com a climatização sendo ativadas conforme
as condições externas de temperatura, vento e luminosidade solar, de forma a
melhorar a ventilação proporcionando melhor condição interna na edificação,
também reduz no consumo de energia em ar condicionado, contribuindo na
qualidade do ar e conforto dos seus ocupantes.
O sistema de iluminação da VA Casa na Praia segue uma programação
horária fazendo com que o as lâmpadas liguem e desliguem automaticamente nos
horários pré-determinados pelo o usuário. Sendo assim, é realizada a programação
de acordo com a necessidade do usuário.
A iluminação do empreendimento para ocupação convencional ocorre por
meio do controle de cada ambiente, respeitando regra de áreas máximas de grupos
de luminárias em que cada um pode controlar. Ao final do horário, toda a iluminação
é desligada pelo controlador e os controles de cada ambiente são desabilitados. A
iluminação fora dos horários convencionais de ocupação, se limita em no máximo 2
horas (ajustável) o tempo que a iluminação pode permanecer acesa, sendo
necessária a reprogramação do sistema para iniciar novamente o ciclo convencional.
A iluminação da área de banheiros, copa e depósito são acionados por
pulsador e sensor de presença. Os sensores de presença foram especificados para
os ambientes onde não há a permanência de pessoas e servem para circulação
rápida de pessoas, onde ao detectar a presença de pessoas liga automaticamente e
desliga em seguida, evitando que lâmpadas fiquem acesas sem necessidade. A

iluminação exterior opera somente em horários noturnos quando não há iluminação
natural e seu acionamento é controlado por fotoelétricos e programação horária.
Estratégias como o sistema de automação representam uma significativa economia
em energia além de proporcionar mais conforto e segurança.
3.2. Sistema Solar fotovoltaico
O projeto VA Casa na Praia também conta com a geração de energia a partir

de fonte renovável solar.
O Referencial Guide LEED ressalta que a utilização da energia renovável
minimiza a chuva ácida, poluição, mudança climática e problemas de saúde humana
decorrentes de contaminantes do ar. A utilização de recursos renováveis evita o
consumo de combustíveis fósseis, a produção de resíduos nucleares, e a operação
prejudicial ao meio ambiente de barragens hidrelétricas.
Para a adequada análise do desempenho do sistema de geração solar e
determinação da produção de energia necessária na VA Casa na Praia, foi realizado
estudos da incidência solar, avaliação das tecnologias e configurações e calculadas
as perdas no sistema realizadas pela Araxá Solar, empresa de implantação e
operação de sistemas solares fotovoltaicos. Posteriormente foi determinado o porte
necessário do sistema fotovoltaico para suprir o consumo médio anual estimado no
local e o total viável para a instalação.
A metodologia utilizada para determinação da produção de energia foi a
ferramenta de software PVsyst, que analisa diferentes configurações com precisão a
fim de identificar a melhor solução para uma determinada localidade.
A base de dados de irradiação utilizada no estudo foi a do Atlas Brasileiro de
Energia Solar (2006), resultado do projeto SWERA (Solar and Wind Energy
Resource Assessment), com coordenação do Instituto Nacional de Estudos
Espaciais – INPE e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC.
O Atlas apresenta valores de irradiação na superfície terrestre, obtidos a partir do
tratamento via modelo matemático de uma série histórica (jul/1995 a dez/2005) e
imagens de satélite geoestacionário. Os valores utilizados foram calibrados através

dos dados da estação solarimétrica localizada no Centro Tecnológico da
Universidade Federal de Santa Catarina.
A cidade de Itajaí, onde se localiza a VA Casa na Praia, está localizado na
latitude Sul a 27º, e longitude Oeste a 48,6°, e tem uma média anual de radiação
global horizontal diária em torno de 4,5 kWh/m². A Figura 36 a seguir ilustra o
comportamento da irradiação ao longo dos meses do ano na região de Itajaí no
plano horizontal.
Figura 36: Irradiação diária média durante o ano em Itajaí.

Fonte: ARAXÀ, 2014.
O estudo da irradiação disponível no local do projeto é fundamental, pois esta

variável é diretamente proporcional à geração solar fotovoltaica.
Após os estudos realizados pela Araxá Solar, o sistema proposto e escolhido
para a VA Casa na Praia foi um conjunto composto por oito módulos de 245 W,
totalizando uma potência de 1,96 kW.

Figura 37: Projeto de Energia Solar Fotovoltaica.
Fonte: ARAXÀ, 2014.
Figura 38: Energia Solar. Figura 39: Energia Solar.
Conforme a Araxá Solar, a escolha do módulo fotovoltaico reflete diretamente

no desempenho e características da planta e sua escolha leva em consideração os
parâmetros de custo, tamanho das placas e rendimento para o empreendimento.

4. MR MATERIALS & RESOURCES - MATERIAIS E RECURSOS
A dimensão Materiais e Recursos (MR – Materials and Resourses) da

certificação LEED avalia, por meio de um pré-requisito e sete créditos (Tabela 11), o
uso de materiais de baixo impacto ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, de
reuso, etc.) e reduz a geração de resíduos, além de promover o descarte consciente,
desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários.
Tabela 11: Créditos da dimensão Materiais e Recursos.

MATERIAIS E RECURSOS 14 Pontos
Pré-requisito 1 Depósito e Coleta de materiais recicláveis Requisito

Crédito 1.1 Reuso do edifício, Manter Paredes, Pisos e Coberturas Existentes 1a3
Reuso de 55% 1
Reuso de 75% 2
Reuso de 95% 3
Crédito 1.2 Reuso do Edifício, Manter Elementos Interiores não estruturais 1
Crédito 2 Gestão de Resíduos da Construção 1a2
Destinar 50% para o reuso 1
Destinar 75% para o reuso 2
Crédito 3 Reuso de Materiais 1a2
Reuso de 5% 1
Reuso de 10% 2
Crédito 4 Conteúdo Reciclado 1a2
10% do Conteúdo 1
20% do Conteúdo 2
Crédito 5 Materiais Regionais 1a2
10% dos Materiais Extraído, Processado e Manufaturado
1
Regionalmente
20% dos Materiais Extraído, Processado e Manufaturado
2
Regionalmente
Crédito 6 Materiais de Rápida Renovação 1
Crédito 7 Madeira Certificada 1
Para aumentar a procura de materiais de construção sustentáveis, isso é

incorporar materiais que possuam algum conteúdo reciclado na sua composição,
materiais regionais (extraídos, produzidos e beneficiados dentro de um raio de
oitocentos metros a partir da obra), ou reuso de materiais, madeira certificada, e/ou
madeira de rápida renovação (madeiras com ciclo de corte até 10 de anos), o LEED,
incentiva oferecendo pontos, caso o empreendedor opte por alguns destes critérios.
No empreendimento da VA todas as práticas citadas acima foram adotadas,
desde o atendimento do pré-requisito à escolha dos materiais, bem como a

elaboração e execução do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção
Civil – PGRCC, desviando 95% dos materiais residuais, dos aterros.
Figura 40: Pré-requisito Depósito e Coleta de materiais recicláveis.

A forma escolhida para tal desvio foi realizada desde a concepção do projeto
(Figura 41), pensados para aperfeiçoar o uso de recursos naturais, por exemplo: a
estrutura metálica do telhado além de ser modular, possui na sua composição
conteúdo reciclável, a parede frontal e dos fundos são de vidros LOW-E, composta
de conteúdos recicláveis e regionais, e a estrutura e piso são em concreto aparente.

Figura 41: Escolha dos materiais na concepção do projeto.
Fonte: RAMOS, 2012.
Os materiais de revestimento em alguns pontos, também possuem conteúdo

recicláveis, e/ou regionalidade. E por fim, todo detalhe de madeira depois de
finalizado a obra, possui certificação FSC e são de eucalipto (rápida renovação).
Prevendo e planejando a situação, o VA pode direcionar todos os resíduos
recicláveis (papel, papelão, metais, vidros, plásticos, isopor, etc.) para a cooperativa
COOPERFOZ – no qual faz parte do Programa Rota de Reciclagem de Itajaí. Ao
chegar à cooperativa, os resíduos são redirecionados as empresas que fazem a
reciclagem, desviando de aterros, e direcionando a uma destinação ecologicamente
correta.
Os resíduos de madeira foram reaproveitados em outra obra, o entulho foi
para empresa ASN Tira Entulho, responsável pelo reaproveitamento dos mesmos
(moendo e/ou reutilizando de outras formas), os resíduos perigosos foram
destinados a empresa licenciada para o tratamento e disposição final dos mesmos,
as sobras da estrutura metálica foram reaproveitadas e transformadas em um
grande depósito de resíduos de outra empresa. E para finalizar estes créditos, o VA

recebeu de doação vidros planos de outra empresa e usou como reuso no
empreendimento, colocando-os com “grade” de proteção no limite do terreno com o
vizinho.
A concretização da gestão dos RCC no canteiro de obras para as medidas de
desvio implica no comprometimento para se realizar ações dentro e fora dos
canteiros. A Tabela 12 a seguir apresenta as medidas adotadas pela consultora
responsável, Avistar Engenharia Ltda. para garantir o bom manejo e desvio dos
resíduos.
Tabela 12: Estratégias da equipe do PGRCC.

ESTRATÉGIA
 Junto às equipes de obra, identificar o arranjo físico do canteiro de obras (distribuição de
espaços, atividades, fluxo de resíduos e materiais e equipamentos de transporte disponíveis), os
resíduos predominantes, empresa contratada para remoção dos resíduos, locais de destinação
dos resíduos utilizados pela obra/coletor;
 Indicar uma área no canteiro de obras para a colocação de dispositivos de coleta seletiva,
sinalizadas para a separação na origem, considerando as observações feitas por mestres e
encarregados;
 Definir os responsáveis pela coleta dos resíduos nos locais de acondicionamento inicial e
transferência para armazenamento final;
 Indicar locais de destinação adequada dos resíduos
 Definir responsável para o registro da destinação dos resíduos com as empresas terceirizadas;
 Garantir que os resíduos perigosos e especiais terão armazenamento temporário e destinação
final adequada.
 As madeiras, sempre que possível, deverão ser reutilizadas na obra.
 Deverá ser prezada a boa organização no canteiro de obras, considerando que esse critério evita
desperdícios na utilização e aquisição de materiais.
 A não geração dos resíduos deve ser presente para concretização do programa de gestão de
resíduos.
 As empresas contratadas para o transporte, remoção e destinação final dos resíduos deverão
estar cadastradas nos órgãos competentes e isentas de quaisquer restrições cadastrais.
 Todos os resíduos que saírem da obra deverão apresentar o MTR – Manifesto de Transporte de
Resíduos ou Declaração de Transporte e Destinação Final dos resíduos recolhidos, conforme as
especificações da NBR 15112:2004 a 15114:2004, que deve ser emitido em três vias: 1ª via –
para gerador; 2ª via – para transportador; 3ª via – para destinatário.
A composição do RCC apresenta variáveis conforme o sistema construtivo, as

especificações dos materiais utilizados na obra, do nível tecnológico do construtor,
do treinamento dos envolvidos com a execução dos serviços, dentre outros fatores,
sendo, portanto, a quantificação inexata muito dos índices de geração de RCC.
Entretanto o principal objetivo é o conhecimento dos diversos tipos de resíduos
gerados a fim de dimensionar os dispositivos de armazenamento das mesma e
posterior destinação final.

A metodologia utilizada para a quantificação dos resíduos na obra se deu por
meio de índices de composição média de RCC levantados em literaturas e
diagnósticos locais bem como de histórico de geração de RCC em obras similares. A
estimativa da quantidade de resíduos gerada pela atividade construtiva, em
específico para novas construções, é feita com base em indicadores de perdas
pesquisados em diversas regiões brasileiras, apresentadas pelo documento “Manual
de Gestão de Resíduos da Construção Civil” (CAIXA, 2005) elaborado em uma ação
articulada com o Ministério das Cidades e o Ministério do Meio Ambiente.
Figura 42: Quantidade de resíduos na obra.

Segundo a Avistar Engenharia, consultora responsável pela gestão dos

resíduos, o manejo adequado dos resíduos no interior do canteiro possibilita a
identificação de material reutilizável e reciclável, economizando tanto por dispensar
a compra de novos materiais como por evitar o custo na remoção e tratamento do
resíduo.
Durante a gestão dos resíduos a prioridade foi realizar a prática em
conformidade com as premissas da certificação LEED, ou seja, todo resíduo

passível de reutilização ou com viabilidade econômica para reciclagem, deve ser
desviado da destinação ao aterro.
4.1. Conteúdo reciclado
Um dos créditos avaliados na dimensão Materiais e Recursos da Certificação

LEED é o aumento da demanda por materiais reciclados, reduzindo extração dos
recursos naturais e aumentando a vida útil dos materiais e insumos, reduzindo o
impacto gerado na extração e produção de novos materiais.
A ISO 14.021 – Rótulos e Declarações ambientais define:
 Material pós-consumo: resíduos gerados pelas famílias ou pelo comercio,
indústria e administradores prediais como utilizadores finais do produto, que
já não podem ser utilizados na sua função.
 Material pré-consumo: materiais retirados do fluxo de resíduos durante o
processo de fabricação. Excluem-se reaproveitamento de materiais como o
retrabalho, triturados ou sucata produzida num processo e capaz de ser
valorizadas no âmbito do mesmo processo que são gerados.
Para o atendimento do requisito é preciso utilizar material com conteúdo
reciclado, de forma que a soma dos reciclados pós-consumo mais metade dos
reciclados pré-consumo (pós-industrial) seja igual ou maior a 10% ou 20% do custo
dos materiais no projeto. No processo de certificação da VA Casa na Praia esse
crédito foi facilmente atendido apenas com a cobertura metálica do empreendimento,
mas ainda assim todos os materiais foram especialmente escolhidos e especificados
com critérios sustentáveis. A Tabela 13 apresenta alguns materiais utilizados na VA
Casa na Praia com conteúdo reciclado.
Tabela 13: Materiais com conteúdo reciclado.
% Conteúdo Reciclado % Conteúdo Reciclado
Material
Pós-consumo Pré-consumo
Alumínio 0 94,95
Isopor 0 50
Madeira Plástica 60 40
Superfície Sólida 13 6
Pastilhas de Vidro 67,49 0
Sucata Aço Gerdau 47 20
Vidro Low E 2 11,3

4.2. Outros materiais sustentáveis
A escolha dos materiais e produtos sustentáveis na VA Casa na Praia buscou

ir além do processo da Certificação LEED, mesmo não acumulando mais pontuação
no processo, buscou-se incorporar a sustentabilidade até mesmo nos mínimos
detalhes dos espaços e ambientes do empreendimento, especificando todos
materiais e produtos possíveis preocupando-se com a fabricação, desenvolvimento,
qualidade comprovada e comercialização justa e responsável.
Trend Pastilhas de vidros
Alinhado com o conceito da certificação LEED, a escolha das pastilhas de

vidro da TREND aplicadas na VA Casa na Praia, contem uma alta porcentagem de
reciclado pós-consumo e vidro pós-industrial. A importância disso resulta da redução
da extração de novos recursos naturais e aumento da vida útil dos materiais e
insumos, reduzindo ainda o impacto gerado da extração e produção de novos
materiais.
Figura 43: Entrada e Recepção. Figura 44: Pastilhas de vidros Trend.

Fonte: VIAARTISTICA,2015. Fonte: TREND, 2015.
Conforme a TREND, as pastilhas são projetadas especificamente para

consumir menos matérias-primas e ter maior durabilidade. O processo de produção

exige menos de 60% de matéria-prima e ao incorporar resíduos geológicos e de
vidro reciclado que teriam destino final o aterro, evita o desperdício de material. No
crédito de Qualidade ambiental interior, o material atribui valor por não apresentar
emissões de compostos orgânicos voláteis (COV).
Além disso, na fábrica, as instalações são desenhadas com sistemas de
reuso da água que reduzem significativamente o consumo de água e a proliferação
de poluentes. Segundo o fabricante, o consumo e custo de materiais da embalagem
também são reduzidos por meio do uso de embalagens recicladas e reutilizáveis,
representando redução de mais do 22% do total de resíduos.
A TREND é membro ativo do Green Building Council, assumindo o
compromisso na redução no consumo de água (20%) e na produção de resíduos
(22%), melhorando a eficiência dos processos produtivos (números sobre Sebring,
FL planta de produção). Possui a GREENGUARD Children & Schools, certificação
que garante nenhuma ou a baixa emissão de compostos orgânicos voláteis. Outras
certificações que estão em andamento na TREND é a certificação ISO 14001 de
Gestão Ambiental e a Avaliação do Ciclo de Vida (TREND, 2015).
Figura 45: Selo Greenguard da Trend.

Fonte: TREND, 2015.
A qualidade, beleza do produto e o compromisso da empresa com a

sustentabilidade são atributos que contribuíram na escolha do material para compor
os ambientes da VA Casa na Praia.

Corian® DuPont™ Superfícies Sólidas
Figura 46: Superfícies Sólidas Corian Dupont.

Fonte: DUPONT, 2015.
A escolha das superfícies sólidas da Corian® DuPont™ na VA Casa na Praia

se deu pela alta qualidade do produto e design sustentável.
As superfícies sólidas da Corian possuem formabilidade tridimensional, sendo
adaptável a quase qualquer formato, lugar ou finalidade, com grande variedade de
cores, oferece liberdade para projetar, explorar e criar. O material é sólido, não
poroso, homogêneo, composto de ± 1/3 de resina acrílica (também conhecida como
PoliMetilMetacrilato ou PMMA) e ± 2/3 de minerais naturais. O principal mineral é
TriHidrato de Alumina (ATH), derivado da bauxita, da qual o alumínio é produzido
(DUPONT, 2015).
Essas características garantem a resistência à maioria dos impactos e
arranhões que ocorrem em áreas de uso intenso. Maciço em toda sua espessura,
pode ser fabricado com emendas imperceptíveis e cantos arredondados, tornando-
se uma superfície 100% higiênica evitando o desenvolvimento de bactérias ou
fungos (certificado por laboratório) contribuindo para melhor qualidade na saúde dos
ocupantes.
Conforme a DuPont, a Corian® Terra Collection é composta de um mínimo de
6% a 13% de material reciclado em sua composição, certificado pelo SCS (Scientific
Certification Systems). Fabricado de acordo com processos industriais mais
responsáveis, utiliza tecnologia avançada e rígidos padrões de qualidade que
permitem reduzir o consumo de energia e geração de resíduos.

Outra característica que faz a Corian uma escolha sustentável é o maior ciclo
de vida útil, sendo o material de alta durabilidade e facilmente reparado,
reaproveitado ou renovado. A sua utilização evita a extração de recursos naturais
como mármores e granitos. Contribui para a qualidade do ar em ambientes fechados
e seus adesivos são de baixa emissão de componentes orgânicos voláteis (VOC) e
poluentes de alto risco para o ar.
Também possuem os certificados Greenguard Indoor Air Quality® e
Greenguard for Children and Schools®. Sendo um material quimicamente estável,
não tóxico e com um impacto mínimo na qualidade do ar, água ou solo. Todos os
pigmentos usados na sua fabricação estão aprovados pelo FDA (Food & Drug
Administration dos EUA), pois não contém metais pesados, nem ingredientes tóxicos
ou cancerígenos.
Ecoblock Madeira plástica
A Ecomadeira, comparada aos similares sintéticos e à madeira natural,

apresenta baixo custo, boas propriedades térmicas e uso reduzido de instrumentos
para seu processamento. Trata-se de um material proveniente de fontes renováveis,
ecologicamente correto e que, além de tudo, ajuda a desenvolver a região onde é
produzido (ECOBLOCK, 2015).
Figura 47: Revestimento em Madeira Plástica.

Fonte: ECOBLOCK, 2015.

A substituição da madeira natural pela Ecomadeira, proporciona impactos
positivos na redução de resíduos. Produzida a partir de passivos ambientais
industriais e domésticos, a Ecoblock tem capacidade instalada para transformar 500
toneladas/mês de resíduos sólidos em matéria prima. Conforme a Ecoblock, estima-
se que a cada 700 Kg de Ecomadeira® produzida, preserva-se uma árvore adulta, o
que equivale a 233 mil sacolas de supermercado.
A madeira plástica utilizada na VA Casa na Praia apresenta em sua
composição 40% de material reciclado pré-consumo e 60% de material pós-
consumo conforme a declaração ambiental fornecida pela empresa.
Figura 48: Madeira Plástica.

Fonte: ECOBLOCK, 2015.
Além disso, o processo produtivo da Ecomadeira é inovador e sustentável. A

transformação dos resíduos plásticos e fibras industriais e/ou residências em perfis
de ecomadeira, ocorre sem a utilização de água ou químicos e também não há a
geração de subprodutos. Todos os resíduos que entram na fábrica são utilizados
para a produção da Ecomadeira. Conforme a empresa, caso algum perfil não passe
pelo controle de qualidade, ele volta para o início do processo sem nenhuma perda.
Isso também ocorre nas fases de corte e aparas, pois todos estas sobras também
voltam para o processo produtivo.

Na arquitetura, possui estética atrativa, vida útil superior a outros materiais
convencionais, impermeabilidade e possibilidade de ficar exposta a condições
climáticas extremas sem alteração de características.
Figura 49: Projeto do painel em ripas de Madeira Plástica.

Fonte: VIAARTISTICA, 2015.
Figura 50: Madeira Plástica.


TecBond® Painel de alumínio
A TecBond® é um painel de alumínio composto (ACM) da Day Brasil, formado

por duas chapas de alumínio pintado com um núcleo plástico de polietileno,
produzido com a mais alta tecnologia dentro dos padrões ISO 9001;2000. O
processo de pintura utilizado é o coil coating, um dos mais modernos para aplicação
de tinta liquida, garantindo alta durabilidade e uniformidade de cor. (DAY BRASIL,
2015)
Figura 51: Painel de Aluminio Tecbond.

FSC - Forest Stewardship Council Madeiras certificadas
Todas as madeiras que foram utilizadas na VA Casa

na Praia possuem o selo de certificação florestal FSC®. O
Selo FSC tem o objetivo de garantir que a madeira provém
de um processo produtivo manejado segundo uma gestão
ambiental adequada, socialmente justa, viável
economicamente e que cumpre as leis vigentes e, portanto, Figura 52: Selo FSC.
não está contribuindo para a exploração predatória dos Fonte: FSC, 2015.
recursos florestais.

O FSC Brasil (Conselho Brasileiro de Manejo Florestal) foi criado no ano de
2001 para garantir a certificação florestal no Brasil, cujas vantagens e benefícios
atingem desde a floresta e as empresas do ramo até o consumidor final (FSC, 2015).
Figura 53: Madeira certificada com selo FSC® Forest Stewardship Council.
Fonte: FSC BRASIL, 2015.
Segundo a organização, uma área florestal certificada garante a origem da

madeira para os revendedores e consumidores conscientes de que estão utilizando
produtos madeireiros originados de uma floresta com manejo responsável, que
aquela matéria-prima florestal foi explorada através de técnicas de manejo, e em
que foram aplicadas localmente as leis ambientais e trabalhistas.
Cinex / alumite
A Cinex atua na fabricação de portas para mobiliário, divisórias de ambientes

e complementos para móveis.
Os principais materiais, o alumínio e o vidro, são totalmente reaproveitados no
processo de fabricação alcançando segundo a empresa o desperdício mínimo,
sendo todas as sobras são recicladas. A tinta utilizada é atóxica, à base de água,
por isso não afetando o local de trabalho e nem os ambientes onde nossos produtos
são instalados.

Figura 54: Portas da Cinex.
Fonte: CINEX, 2015; VIAARTISTICA, 2015.
Além do compromisso ambiental da empresa, a escolha da Cinex para a VA

Casa na Praia se deu pela funcionalidade, beleza e inovação dos modelos que
exprimem leveza e praticidade.
Portobello Cerâmica
Os produtos cerâmicos da Portobello especificados para a VA Casa na Praia,

apresentam em média, 18% a 20% de conteúdo reciclado. Os revestimentos
cerâmicos da Portobello são produtos inovadores, com design e soluções
tecnológicas diferenciadas, com qualidade em cada etapa do processo produtivo.
Todo processo de fabricação da Portobello utiliza energia limpa, o gás natural.
Todo resíduo sólido gerado no processo industrial é reciclado e reutilizado. Por
exemplo, o descarte da água usada no processo industrial é reutilizado por meio de
uma Estação de tratamento de Efluentes onde a água tratada volta para o processo
industrial sendo novamente utilizada em circuito fechado.
Conforme a Portobello, a empresa foi a pioneira em produzir porcelanato
Extra Fino com 5,0mm de espessura proporcionando mais leveza e facilidade de
manusear, cortar e transportar. O Extra Fino Portobello também apresentou redução
no consumo de recursos energéticos e naturais, e não gera resíduos na aplicação
sobreposta.

Somfy Motores das janelas
Com o produto da Somfy, a motorização e automatização das janelas e

brises permite a programação horária de abertura e fechamento das janelas para
renovação do ar e resfriamento do ambiente proporcionando um ambiente de
trabalho mais saudável e redução do uso do ar-condicionado economizando em
energia.
Figura 55: Janelas Mingardi. Figura 56: Janelas automatizadas.

Fonte: SOMFY, 2015. Fonte: VIAARTISTICA, 2015.
Os atuadores Mingardi oferecem conforto e praticidade no acionamento de

janelas, renovação e resfriamento do ar melhorando na qualidade do ar e na
redução do consumo de energia do ar-condicionado.
Ecotelhado Parede verde
A Ecoparede ou Parede Verde é um jardim vertical contribuindo na pontuação

da certificação LEED ao combater as ilhas de calor. No caso de paredes internas, a

parede verde purifica o ar ao reter compostos orgânicos voláteis (COV), materiais
particulados, fumaças, além de manter o conforto térmico agradável.
Na VA Casa na Praia o modelo selecionado foi o jardim de parede Canguru.
Formado de contêineres de floreiras, especialmente projetados para reservar água e
repassar o excedente ao vaso de baixo por gravidade até o último recipiente.
(ECOTELHADO, 2015). Conforme a empresa, as jardineiras possuem aberturas na
parte inferior por onde passa o excedente de água e também permite o crescimento
e a comunicação das raízes do módulo superior com o inferior permitindo um
crescimento natural da vegetação.
Diferente dos demais sistemas que trabalham com substrato orgânico o
Jardim Vertical Canguru é fundamentado na Hidrocultura utilizando argila expandida
que tem alta porosidade e oxigenação e não compacta com o tempo evitando a
troca de substrato. Os nutrientes são supridos através da fertiirrigação o que o torna
mais controlável.
Figura 57: Parede Verde.

Na VA Casa na Praia o Sistema não obteve sucesso por falta de manutenção

e assistência da empresa contratada.

5. IEQ INDOOR ENVIRONMENTAL QUALITY - QUALIDADE AMBIENTAL
INTERNA
A dimensão Qualidade Ambiental Interna (IEQ - Indoor Environmental Quality)

da certificação LEED avalia, por meio de dois pré-requisitos e oito créditos (Tabela
14), a qualidade ambiental interna do ar, essencial para ambientes com alta
permanência de pessoas, com foco na escolha de materiais com baixa emissão de
compostos orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto térmico e
priorização de espaços com vista externa e luz natural.
Tabela 14: Créditos da dimensão Qualidade Ambiental Interna.

QUALIDADE AMBIENTAL INTERNA 15 Pontos
Pré-requisito 1 Desempenho Mínimo da Qualidade do Ar Interno Requisito

Pré-requisito 2 Controle da fumaça do cigarro Requisito
Crédito 1 Monitoração do Ar Externo 1
Crédito 2 Aumento da Ventilação 1
Crédito 3.1 Plano de Gestão de Qualidade do Ar, Durante a Construção 1
Crédito 3.2 Plano de Gestão de Qualidade do Ar, Antes da ocupação 1
Crédito 4.1 Materiais de Baixa Emissão, Adesivos e Selantes 1
Crédito 4.2 Materiais de Baixa Emissão, Tintas e Vernizes 1
Crédito 4.3 Materiais de Baixa Emissão, Carpetes e sistemas de piso 1
Materiais de Baixa Emissão, Madeiras Compostas e Produtos de
Crédito 4.4 1
Agrofibras
Crédito 5 Controle interno de poluentes e produtos químicos 1
Crédito 6.1 Controle de Sistemas, Iluminação 1
Crédito 6.2 Controle de Sistemas, Conforto Térmico 1
Crédito 7.1 Conforto Térmico, Projeto 1
Crédito 7.2 Conforto Térmico, Verificação 1
Crédito 8.1 Iluminação Natural e Paisagem, Luz do dia 1
Crédito 8.2 Iluminação Natural e Paisagem, Vistas 1
Esta categoria de crédito aborda as preocupações ambientais relacionadas

com a qualidade ambiental interna; saúde, segurança e conforto dos ocupantes;
consumo de energia; renovação e gestão de contaminantes do ar. Os conjuntos
dessas estratégias, como melhorar a ventilação, a iluminação natural, visibilidade
externa, gerenciamento de contaminantes do ar, especificação de materiais menos
nocivos, são preocupações que promovem a qualidade ambiental interna
aumentando a produtividade do trabalhador em 16%, melhorando o retorno sobre o
investimento.

Para o atendimento desses créditos na VA Casa na Praia, além do controle
das áreas antifumo (Figura 58), todos os materiais (adesivos e selantes, tintas,
sistemas de piso) especificados tiveram como prioridade serem materiais de baixa
emissão e requereram antes da compra a apresentação de fichas técnicas
comprovando os requisitos requeridos. Por exemplo, o produto Super Cimentcola
Zero COV Weber Quartzolit utilizado em revestimentos para paredes e pisos
apresentou ausência ou baixa emissão de Compostos Orgânicos Voláteis – COV
estando essas quantidades especificadas no formulário nas tabelas adequadas.
Figura 58: Controle ambiental do fumo.

Para o projeto VA Casa na Praia os cálculos de Iluminação Natural da

edificação dos ambientes regularmente ocupados do projeto foram obtidos através
de simulação computacional. O resultado final mostrou que 92% das áreas
regularmente ocupadas estão de acordo com os requisitos do crédito IEQ 8.1.
Iluminação Natural e Paisagem, Vistas. Ressaltando que as refletâncias dos
materiais e as propriedades dos vidros foram incluídas para a análise.
Outro crédito que promove conforme e maior qualidade ambiental interna é a
controlabilidade dos sistemas iluminação. Como mostra a planta do empreendimento
na Figura 59 e Figura 60, o ambiente da recepção foi considerado como
individualmente ocupado na área da loja. Nessa área é permitido que ocupantes
controlem as configurações desejadas de iluminação, ao definirem os níveis de luz
adequados às tarefas, hora do dia, preferências pessoais e as variações individuais

na acuidade visual podem melhorar o conforto e a produtividade dos ocupantes e
economizando ainda energia.
Os demais mobiliários mostrados nas plantas são previsões de itens para
exposição de vendas, com frequente alteração de layout e mobiliário, ou seja, não
são considerados como ambientes de trabalho.
Figura 59: Controlabilidade dos sistemas iluminação.

Figura 60: Controlabilidade dos sistemas iluminação, Mezanino.

A fachada principal possui orientação leste, recebendo sol pela manhã (do
nascente ao meio-dia). O dispositivo de controle de glare (brilho intenso) é uma
sequência vertical de brises inclinados, espaçados a cada 15 cm que funcionam

como anteparo da fachada de vidro (de VLT 54%), auxiliando no conforto interno da
loja, conforme demonstra a Figura 61.
Figura 61: Dispositivo de controle de glare (brilho intenso).

Fonte: RAMOS, 2012.
Figura 62: Dispositivo de controle de glare (brilho intenso).
A fachada posterior da loja é orientação oeste. As fachadas voltadas para o

oeste recebem Sol pela tarde (do meio-dia ao ocaso). Em geral, ambientes voltados

para o oeste tendem a ser mais quentes do que os voltados para leste, apesar de
receberem o mesmo número de horas de Sol, recebem o Sol no período do dia em
que a inércia térmica proveniente da noite anterior (frescor noturno) já foi vencida.
Para controle de glare (brilho intenso), os métodos adotados foram essencialmente:
sequência horizontal de ripas de madeira que funcionam como anteparo solar na
parede da divisa, vidro VLT 54% e marquise de 3m de extensão.
Figura 63: Marquise. Figura 64: Anteparo.
Com relação à visibilidade externa, na VA Casa na Praia as pessoas que

usufruem do espaço possuem facilidade de acesso à visibilidade externa, atendendo
ao crédito de qualidade ambiental interna. A área demarcada em vermelho na Figura
65 é a recepção, que é o único setor que possui presença de pessoas sentadas na
loja. A visibilidade externa é total nas áreas de loja, pois as fachadas frontais e
posteriores são completamente envidraçadas, sem peitoril opaco; e parcial na copa
(ambiente 6 destacado em cinza), devido à interrupção da visibilidade por uma
parede.
A total visibilidade externa propicia um ambiente generoso no uso da
iluminação natural, com a consequente economia de energia. O resultado disto, é
um ambiente prazeroso para o exercício do trabalho oferecendo condições
saudáveis de conforto aos ocupantes da edificação.

Figura 65: Visibilidade externa no pavimento térreo.
Figura 66: Visibilidade externa no mezanino.


Figura 67: Visibilidade Externa. Figura 68: Visibilidade Externa.
Figura 69: Visibilidade Externa. Figura 70: Visibilidade.
Tabela 15: Área total e visibilidade.

Como ilustrado nas fotos e plantas acima, ambas as fachadas (frontal e
posterior) possuem vidro em sua totalidade. A VA Casa Na Praia possui condições
de obter Performance Exemplar (Exemplary Perfomance) neste crédito, já que
possui mais de 90% dos espaços regularmente ocupados com múltiplas linhas de
visão (num ângulo de 180°) e, por se tratar de uma loja localizada numa região
consolidada previamente desenvolvida, mais de 90% dos espaços regularmente
ocupados possui visibilidade a vegetação externa, atividades humanas e objetos.

6. IN INNOVATION IN DESIGN / OPERATIONS - INOVAÇÃO E PROCESSO
DE PROJETO
A dimensão Inovação e Processo de Projeto (IN - Innovation in Design)

incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings, assim como, a criação de
medidas projetuais não descritas nas categorias do LEED, sendo possível acumular
até cinco pontos (Tabela 16). Pontos de desempenho exemplar estão habilitados
para esta categoria.
Tabela 16: Créditos da dimensão Inovação e Processo do Projeto.

INOVAÇÃO E PROCESSO DO PROJETO 6 Pontos
Crédito 1 Inovação no Projeto: Insira o título 1a5

Inovação ou Performance Exemplar 1
Inovação 1
Inovação 1
Crédito 2 Profissional Acreditado LEED® 1
Além do Profissional Acreditado LEED®, Engenheiro Ambiental Joao Vitor

Gallo, e créditos de performance exemplar, a VA Casa na Praia atende esta
dimensão com dois projetos de inovação: a Politica e Programa de Limpeza Verde
(Green Cleaning Program) e Compras Sustentáveis - Redução de mercúrio nas
lâmpadas (Reduced Mercury in Lamps).
6.1 Politica e Programa de Limpeza Verde (Green Cleaning Program)
A Politica de Limpeza Verde do Edifício indica práticas ambientais para

limpeza no interior do Showroom Via Artística localizada na Praia Brava em Itajaí-SC.
Tem como objetivo reduzir a exposição de ocupantes do edifício e funcionários de
manutenção a contaminantes de partículas químicas e biológicas potencialmente
perigosas, que adversamente impactam a qualidade do ar, a saúde, sistemas de
edifícios e o meio ambiente.

Figura 71: Política e Programa de Limpeza Verde.
Aborda a compra sustentável de produtos e equipamentos de limpeza,

desenvolvimento e implementação de procedimentos para limpeza efetiva,
promoção e implementação de higienização manual, desenvolvimento de diretrizes
de manuseio de produtos químicos para limpeza; desenvolvimento de treinamentos
para funcionários; coleta e análise de feedback dos ocupantes.
Figura 72: Treinamento Limpeza Verde. Figura 73: Treinamento Gestão de

Resíduos.

6.2 Compras Sustentáveis - Redução de mercúrio nas lâmpadas
(Sustainable Purchasing - Reduced Mercury in Lamps)
O objetivo é proteger o meio ambiente, a saúde publica, os recursos naturais

e reduzir o desperdício e a contaminação por mercúrio. Desta maneira, por meio
desta política interna de compra sustentável, a empresa minimiza muito os impactos
no meio ambiente e na saúde publica.
Este plano também incentiva as empresas que produzem lâmpadas a
produzirem produtos contendo menores índices de mercúrio e se responsabilizar na
logística reversa de recolhimento destes produtos quando chegarem ao final de sua
aplicação. Outro beneficio do plano é o conhecimento dos funcionários da VA Casa
na Praia sobre as lâmpadas com mercúrio e as exigências da NEMA, procurando
sempre adquirir itens menos poluentes.
A empresa VA Casa na Praia sabe que essas estratégias (procedimento
interno e formação) têm fortes efeitos nos funcionários e o comportamento de
fornecedores. E um esforço diário, pequeno, mas muito eficaz se comparado aos
seus benefícios.

Figura 74: Lâmpada tubular LED.
Fonte: ABALUX, 2014.
Figura 75: Lâmpada tubular LED.

Fonte: ABALUX, 2014.

7. ARQUITETOS E AMBIENTES
A VA Artística Casa na Praia inaugurou o showroom sustentável com a

Mostra Mac 2013, o evento que reuniu arquitetos e decoradores brasileiros
renomados.
A Mac atua desde 1980, comprometida com o meio ambiente, produz móveis
exclusivos em alumínio, fibra sintética e madeira Cumaru, toda ela com certificação
do IBAMA, para ambientes internos e externos trabalha regada com muito estilo e
extrema elegância. Com 30 anos de mercado, o parque industrial da MAC ocupa
uma área de 20.000 metros quadrados, operando com equipamentos de última
geração.
A Mac Móveis renova diariamente seu compromisso com o meio ambiente,
por meio de práticas sustentáveis realizadas dentro da estrutura da empresa e,
também, através de ações de incentivo divulgadas entre seus funcionários, para que
esses levem para suas casas conceitos ambientalmente corretos. Pensando nisso a
Mac se associou ao Green Farm CO2 Free, um projeto que cuida do meio ambiente
e trabalhar a redução da emissão de CO2. A Mac hoje preserva uma área de
46.540.666,33 m2 com criatório conservacionista de animais silvestres, criação e
cuidados de centenas de árvores, criação de peixes com soltura nos rios Amambaí e
Paraná, utiliza embalagens biodegradáveis, neutraliza todo CO2 de sua frota além de
utilizar toda a sua matéria prima até o último estágio evitando assim, desperdício e
refugos.
Na mostra, realizada no espaço VA Casa na Praia, cada profissional se
responsabilizou em criar um ambiente inteiramente Mac, espaços singulares e bem
trabalhados, com peças feitas de forma totalmente artesanal e única.

Figura 76: Arquitetos e ambientes respectivos.
Fonte: VIAARTISTICA,2015.
Figura 77: Entrada - Roberta Zimmermann Buffon.


Figura 78: Recepção - Roberta Zimmermann Buffon.
Figura 79: Gourmet e Dinning - Tais e Giovani Marchetti.


Figura 80: Lounge Central - Cibeli Spolti.
Figura 81: Lavabo e Toilet - Artur dos Santos e Ana Panozzo.


Figura 82: Garden Zen - Eduardo Bugallo.
Figura 83: Garden Zen - Eduardo Bugallo.


Figura 84: Smart Office - Eduardo Bugallo.
Figura 85: Home Teather - Rafael Santos e Alexandre Voigt.


Figura 86: Adega de Vinhos - Anna Maya e Anderson Schussler.

8. RESUMO DAS TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS
CASA NA PRAIA
Figura 87: Economia anual de energia e água.

Tabela 17: Técnicas e estratégias sustentáveis aplicadas na VA Casa na Praia.

Técnicas e Estratégias Sustentáveis aplicadas na VA Casa na Praia
Prevenção da poluição na atividade da Construção

Seleção do Terreno
Terreno impermeabilizado, não cultivável, sem espécies ameaçadas ou em extinção.
Densidade Urbana e Conexão com a Comunidade
Terreno em área urbana, acessível a diversos serviços básicos.
Transporte Alternativo
Fácil acesso ao Transporte público local.
Bicicletário e Vestiário para os ocupantes.
Estacionamento preferencial para veículos de baixa emissão.
Desenvolvimento do espaço
Maximização dos espaços abertos com piso permeável
Controle da quantidade e qualidade das Águas Pluviais
Captação Tratamento e Reuso da água de chuva no canteiro de obras
Aumento da permeabilidade do terreno

Técnicas e Estratégias Sustentáveis aplicadas na VA Casa na Praia (cont.)
Redução da Poluição Luminosa
Projeto de iluminação interior e exterior
Sistema de Automação de toda iluminação interna e externa do empreendimento
Redução no Uso da Água
Louças e metais sanitários eficientes
Torneiras com arejadores
Descargas com dois Acionamentos (Dualflux)
Chuveiros com restritor de vazão
Uso eficiente de água no paisagismo
Parede verde com plantas nativas da região
Irrigação das plantas com água da chuva
Reuso da Água
Captação de água de chuva, tratamento e reutilização nos vasos sanitários
instalados
Tratamento dos efluentes antes de encaminhá-lo ao sistema de saneamento público
Projeto e Comissionamento dos sistemas de energia
Geração local de energia renovável Fotovoltaica
Depósito e Coleta de materiais recicláveis
Gestão de Resíduos da Construção
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do início ao fim da obra
Separação e Descarte correto dos resíduos sólidos, sendo mais de 90% dos
resíduos gerados na construção reutilizados ou reciclados;
Resíduos orgânicos reaproveitados no próprio local, dentro das áreas verdes
durante a obra, servindo de adubo às plantas.
Treinamento e Educação Ambiental para todos os envolvidos na obra.
Materiais e produtos com Conteúdo Reciclado
Sucata Aço
Alumínio
Vidro
Pastilhas de Vidro
Concreto CP4
Piso vinilico
Cerâmica Portobelo
Isopor
Madeira Plástica
Superfície Sólida Acrílica
Materiais Regionais e de Rápida Renovação
Madeira Certificada
Madeira utilizadas na obra possuem Sistema de Certificação Florestal – FSC
Controle da fumaça do cigarro
Aumento da Ventilação
Ventilação cruzada promovendo aumento da ventilação natural
Brises horizontais e verticais
Plano de Gestão de Qualidade do Ar
Durante a Construção
Antes da ocupação

Técnicas e Estratégias Sustentáveis aplicadas na VA Casa na Praia (cont.)
Materiais de Baixa Emissão de toxidade (Compostos Orgânicos Voláteis - COV)
Adesivos e Selantes
Tintas e Vernizes
Carpetes e sistemas de piso
Controle interno de poluentes e produtos químicos
Controle de Sistemas
Iluminação automatizada
Conforto Térmico
Telhado branco
Instalação de telhas sanduíche
Vidros low-e
Técnica de sombreamento
Iluminação Natural e Paisagem,
Presença de iluminação natural; Luz do dia
Vistas para área externa

REFERÊNCIAS
ABALUX. Características Lâmpada Tubular a LED. Disponível em

www.abaluxiluminacao.com.br. Acesso em março de 2014.
ARAXÁ, Energia Solar. Memorial descritivo do sistema de geração de energia solar

fotovoltaico integrado à cobertura do VA Casa na Praia. ARAXÁ SOLAR, Março de
2014. 8p.
AVISTAR, Engenharia Ltda. Stormater Pollution Prevention Plan (SWPPP) -Plano de

Prevenção da Poluição de Águas Pluviais VA CASA NA PRAIA. AVISTAR, 2014.
129 p.
CIB, Conselho Internacional da Construção; MMA, Ministério do Meio Ambiente.

Construção Sustentável. Disponível em www.mma.gov.br/destaques/item/8059.
Acesso em março de 2015.
CINEX. Portas da Cinex. Disponível em www.cinex.com.br. Acesso em março de

2015.
DAY BRASIL. Especificações técnicas das Chapas de TecBond®. Disponivel em

www.daybrasil.com.br. Acesso em março de 2015.
DECA. Produtos economizadores, Disponível em www.deca.com.br. Acesso em

outubro, 2014.
DUPONT. Catálogo das superfícies sólidas DuPont™ Corian®. Disponível em

www.dupont.com.br. Acesso em fevereiro de 2015.
ECOBLOCK, 2015. Revestimento em Madeira Plástica. Disponível em

http://ecoblock.com.br. Acesso em fevereiro de 2015.
ECOTELHADO, 2015. Especificações técnicas do Jardim de parede Canguru.

Disponível em http://ecotelhado.com. Acesso em fevereiro de 2015.
FARIA, Felipe. Consolidação, Aperfeiçoamento e Expansão. GBC Brasil:

Greenbuilding Council Brasil. Disponível em http://blog.gbcbrasil.org.br/?p=166.
Acesso em março de 2015.
FSC, Forest Stewardship Council. Especificações técnicas do Selo de Certificação

Florestal FSC. Disponível em http://br.fsc.org. Acesso em fevereiro de 2015.

GBCBRASIL, Greenbuilding Council Brasil. Certificação LEED - Leadership in
Energy and Environmental Design. Disponível em http://gbcbrasil.org.br. Acesso em
março de 2015.
ITAJAI, Município de Itajaí, SC. Requisitos de zoneamento. Disponível em

http://itajai.sc.gov.br/mapas.php. Acesso em novembro de 2014.
LEED, Leadership in Energy and Environmental Design. LEED Reference Guide for
Green Building Design and Construction. USGBC, 2009. 674p. Disponível em
www.usgbc.org. Acesso em março de 2015.
PETINELLI, Soluções em Green Building. Relatório Final do Processo de

Comissionamento. Novembro de 2014. 9p.
RAMOS, Carlos Eduardo. Projeto de Arquitetura: VA Casa na Praia. 2012.
SINDUSCON, Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo;

ELETROBRAS, Centrais Elétricas Brasileiras. Impacto das construções no Brasil.
Disponível em www.sindusconsp.com.br. Acesso em outubro de 2014.
SOMFY. Catálogo: Automatização para Janelas. Disponível em www.somfy.com,br.

Acesso em fevereiro de 2015.
TREND, Trend Group. Pastilhas de vidros Trend. Disponível em

www.trendingreen.com. Acesso em fevereiro de 2015.
VIAARTISTICA. Via Artística Casa na Praia. Disponível em

http://viaartistica.com/casa-na-praia.html. Acesso em março de 2015.

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SHOWROOM VA CASA NA PRAIA

CERTIFICADO LEED PLATINUN

ESTABELECENDO UM SHOWROOM VERDE ...........................................................5

POR QUE CERTIFICAR? .............................................................................................8

ESTUDO DE CASO - VA CASA NA PRAIA ...............................................................12

1. SS SUSTAINABLE SITES - ESPAÇO SUSTENTÁVEL ...............................14

2. WE WATER EFFICIENCY - EFICIÊNCIA NO USO DA ÁGUA ....................27

3. EA ENERGY & ATMOSPHERE - ENERGIA E ATMOSFERA ......................33

3.1. Sistema de Automação .................................................................................38

3.2. Sistema Solar fotovoltaico ............................................................................39

4. MR MATERIALS & RESOURCES - MATERIAIS E RECURSOS .................42

4.1. Conteúdo reciclado .......................................................................................47

4.2. Outros materiais sustentáveis ......................................................................48

5. IEQ INDOOR ENVIRONMENTAL QUALITY - QUALIDADE AMBIENTAL

6. IN INNOVATION IN DESIGN / OPERATIONS - INOVAÇÃO E PROCESSO

6.1 Politica e Programa de Limpeza Verde (Green Cleaning Program) ..........67

6.2 Compras Sustentáveis - Redução de mercúrio nas lâmpadas (Sustainable

7. ARQUITETOS E AMBIENTES ......................................................................71

Certificação LEED VA Casa na Praia 0

Tabela 1: Benefícios da certificação LEED. ................................................................10

Certificação LEED VA Casa na Praia 1

Figura 1: Tipologias da Certificação LEED. ..................................................................5

Certificação LEED VA Casa na Praia 2

Certificação LEED VA Casa na Praia 3

Certificação LEED VA Casa na Praia 4

ESTABELECENDO UM SHOWROOM VERDE

A ideia de um showroom certificado LEED Platinum pelo Green Building

Figura 1: Tipologias da Certificação LEED.

 LEED New Construction & Major Renovation (Novas construções e

Certificação LEED VA Casa na Praia 5

Certificação LEED VA Casa na Praia 6

Figura 2: Dimensões avaliadas pelo LEED.

A pontuação é cumulativa e permite às edificações obterem diferentes níveis

Figura 3: Pontuação do LEED.

Certificação LEED VA Casa na Praia 7

POR QUE CERTIFICAR?

O impacto negativo causado pela construção civil é notável aos olhos da

Certificação LEED VA Casa na Praia 8

Em contrapartida, o setor é reconhecido como um dos mais importantes para

Certificação LEED VA Casa na Praia 9

O Brasil ocupa o terceiro colocado no ranking mundial de projetos com

Certificação LEED VA Casa na Praia 10

Certificação LEED VA Casa na Praia 11

Arquiteto responsável: Carlos Eduardo

O projeto VA Casa na Praia está situado em Santa Catarina, na Rodovia

Certificação LEED VA Casa na Praia 12

Certificação LEED VA Casa na Praia 13

A dimensão Espaço Sustentável (SS - Sustainable Sites) da Certificação

Tabela 2: Créditos da dimensão Espaço Sustentável.

Pré-requisito 1 Prevenção da poluição na atividade da Construção Requisito

No empreendimento da VA Casa na Praia primeiramente realizou-se um

Certificação LEED VA Casa na Praia 14

Demonstrou ainda que a bacia hidrográfica que o empreendimento está

Certificação LEED VA Casa na Praia 15

Desde a fase inicial da obra, foi essencial realizar o controle do perímetro do

Figura 10: Tapume. Figura 11: Entrada estabilizada com brita.

O sistema temporário de captação de esgoto gerado durante a fase de

Certificação LEED VA Casa na Praia 16

Certificação LEED VA Casa na Praia 17

Tabela 3: Serviços básicos no entorno do empreendimento.

Certificação LEED VA Casa na Praia 18

Antes, o terreno era utilizado como estacionamento, coberto por britas

Figura 15: Imagem do terreno antes da construção.