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GESTÃO DE

AFASTADOS
Gestão de Afastados

Sumário
1. Gestão dos Afastados ............................................................................................... 5
1.1 PRINCIPAIS PROBLEMAS COM AFASTADOS..................................................................5
1.2 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................5
1.3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ..............................................................................................5
1.4 INFRA-CONSTITUCIONAL ..............................................................................................5
1.5 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 .....................................................................................5
1.6 LEGISLAÇÃO II...............................................................................................................5
1.7 SEGURIDADE SOCIAL ....................................................................................................6
1.8 ESTRUTURA CONSTITUCIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL NA CF/1988 ..........................6
1.9 MEIO AMBIENTE DO TRABALHO ..................................................................................6
1.10 O QUE É SAÚDE? ........................................................................................................7
1.11 TRABALHO SAUDÁVEL ................................................................................................7
1.11.1 Prevenção ...................................................................................................................... 7
1.11.2 Promoção....................................................................................................................... 7

1.12 LEMBRAR SEMPRE ......................................................................................................7


2. Benefícios ................................................................................................................. 9
2.1 SEGURIDADE SOCIAL ....................................................................................................9
2.2 INSS (INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL)........................................................9
2.3 PREVIDÊNCIA................................................................................................................9
2.4 PREVIDÊNCIA SOCIAL ...................................................................................................9
2.5 SEGURADOS E DEPENDENTES..................................................................................... 10
2.5.1 Segurados ...................................................................................................................... 10
2.5.2 Dependentes.................................................................................................................. 10

2.6 MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO ........................................... 10


2.7 BENEFÍCIOS E SERVIÇOS OFERECIDOS PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL ............................. 10
2.7.1 10 Benefícios.................................................................................................................. 10
2.7.2 3 Serviços ....................................................................................................................... 10

2.8 PREVIDÊNCIA SOCIAL II .............................................................................................. 11


2.8.1 Compensatórios ............................................................................................................. 11

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2.8.2 Indenizatórios ................................................................................................................ 11


2.8.3 Prestação de serviços ..................................................................................................... 11

2.9 CARÊNCIA ................................................................................................................... 11


2.10 ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS .......................................................................................... 11
2.11 BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE .............................................................................. 12
2.11.1 Perícia Médica no INSS ................................................................................................. 12
2.11.2 Incapacidade Laborativa ............................................................................................... 12
2.11.3 Invalidez ....................................................................................................................... 12

2.12 AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO ......................................................................... 12


2.12.1 Alta Programada .......................................................................................................... 13

2.13 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ............................................................................ 13


2.14 AUXÍLIO-ACIDENTE ................................................................................................... 14
2.14.1 Conceito....................................................................................................................... 14
2.14.2 Aparelho Visual ............................................................................................................ 14
2.14.3 Aparelho Auditivo ........................................................................................................ 14
2.14.4 Aparelho da Fonação .................................................................................................... 15
2.14.5 Prejuízo Estético ........................................................................................................... 15
2.14.6 Perdas de Segmentos de Membros ............................................................................... 15
2.14.7 Alterações Articulares................................................................................................... 16
2.14.8 Encurtamento de Membro Inferior ............................................................................... 16
2.14.9 Redução da Força e/ou da Capacidade Funcional dos Membros.................................... 16
2.14.10 Outros Aparelhos e Sistemas ...................................................................................... 17
2.14.11 Doenças Profissionais e as do Trabalho ....................................................................... 17

3. Acidente de Trabalho ............................................................................................. 18


3.1 ACIDENTE DE TRABALHO – LEI 8213/1991 .................................................................. 18
3.2 CAT ............................................................................................................................. 19
3.2.1 Dia do Acidente .............................................................................................................. 20
3.2.2 Instrução Normativa Nº77 INSS/PRES, de 21/01/2015 .................................................... 20

4. Documentos Médicos ............................................................................................. 21


4.1 PRONTUÁRIO MÉDICO ............................................................................................... 21
4.2 PROCESSO CONSULTA CFM Nº 3222/86 PC/CFM/Nº. 11/1988 .................................. 22
4.3 ATESTADO MÉDICO .................................................................................................... 22
4.4 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL ......................................................................... 23
5. Doença Profissional NTEP / FAP / SAT Acidente de Trabalho ................................. 24

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5.1 NEXO TÉCNICO-EPIDEMIOLÓGICO (NTEP) .................................................................. 24


5.2 INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA ................................................................................. 24
5.3 QUANDO APLICAR O NTEP ......................................................................................... 24
5.4 AUXÍLIO DOENÇA ....................................................................................................... 24
5.5 O PERITO É OBRIGADO A ACEITAR O NEXO? .............................................................. 24
5.6 REQUERIMENTO A NÃO APLICAÇÃO DO NTEP ........................................................... 25
5.7 LEI 8213/91 ................................................................................................................ 25
5.8 DECRETO 3048/99 ...................................................................................................... 25
5.9 REQUERIMENTO ......................................................................................................... 26
5.10 AÇÕES DA EMPRESA ................................................................................................. 26
5.11 FAP ........................................................................................................................... 26
5.11.1 O que é considerado? ................................................................................................... 27

6. Segurança Jurídica nas Relações de Trabalho ......................................................... 28


6.1 SAÚDE, SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO ...................................................... 28
6.2 A PESSOA FÍSICA E JURÍDICA ...................................................................................... 28
6.3 CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO PARA A PESSOA JURÍDICA ............ 28
6.4 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ................................................................................... 28
6.5 LEI N. 8.213/91 (QUE REGULAMENTA A CF) ............................................................... 28
6.6 CONCEITO DE AÇÃO REGRESSIVA ............................................................................... 28
6.7 FUNDAMENTO NORMATIVO CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88......................................... 29
6.8 FUNDAMENTO NORMATIVO LEI 8.213/91 ................................................................. 29
6.9 RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR ..................................................................... 29
6.10 QUESTÕES PROCESSUAIS ......................................................................................... 29
6.11 QUESTÕES PROCESSUAIS SAT................................................................................... 31
6.12 PRESSUPOSTOS ........................................................................................................ 31
6.13 POSTURA DA PROCURADORIA GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL .............................. 31
6.14 ESTATÍSTICA DE AÇÕES REGRESSIVAS ...................................................................... 32
6.15 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 32
7. Portador de Necessidades Especiais ....................................................................... 33
7.1 DECRETO 3298/99 ...................................................................................................... 33
7.2 ACESSO AO TRABALHO ............................................................................................... 33
7.3 DEFICIÊNCIA FÍSICA .................................................................................................... 33

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7.4 DEFICIÊNCIA AUDITIVA ............................................................................................... 34


7.5 DEFICIÊNCIA VISUAL ................................................................................................... 34
7.6 DEFICIÊNCIA MENTAL ................................................................................................. 34
7.7 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA .............................................................................................. 34
7.8 REABILITAÇÃO PROFISSIONAL .................................................................................... 34
7.9 DECISÕES JUDICIAIS ................................................................................................... 35
8. Limbo Jurídico Trabalhista Previdenciário .............................................................. 37
8.1 ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO DOS TRIBUNAIS ....................................................... 37
8.2 REPERCUSSÕES DA ALTA MÉDICA PREVIDENCIÁRIA .................................................. 37
8.3 O QUE FAZER ENTÃO? ................................................................................................ 38
8.4 GESTÃO DE AFASTADOS ............................................................................................. 38

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Cartilha de Estudo
1. Gestão dos Afastados
 Do latim: gestione; o conceito de gestão refere-se ao ato de gerir ou de
administrar.
 Gerir consiste em realizar ações que conduzem à realização de um negócio ou
de um desejo qualquer.

1.1 PRINCIPAIS PROBLEMAS COM AFASTADOS


 Aplicação de NTEP – FAP – Acidente de Trabalho
 Reabilitação Profissional
 Limbo Jurídico Trabalhista-Previdenciário

1.2 LEGISLAÇÃO
 OIT
 C155 - Segurança e Saúde dos Trabalhadores
 C187 - Quadro Promocional Para A Segurança E Saúde No Trabalho (Não
ratificada ainda pelo Brasil)

1.3 CONSTITUIÇÃO FEDERAL


 Fundamentos da República
 Dignidade da Pessoa Humana
 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
 XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de
saúde, higiene e segurança;

1.4 INFRA-CONSTITUCIONAL
 CLT
 Portaria 3214/78 – Normas Regulamentadoras
 Portarias do MTE

1.5 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988


 “SEGURIDADE SOCIAL”
 Ampliação dos direitos sociais
 “Constituição Cidadã”

1.6 LEGISLAÇÃO II
 CF (arts. 193/204)

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 Lei do Custeio da Previdência Social (Lei 8.212/91)


 Lei de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/91)
 Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90)
 Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742/93)
 Tratados Internacionais ratificados pelo Congresso Nacional
 Regulamento da Previdência Social (Decreto n. 3.048/99)
 Instruções Normativas do INSS
 Ordens de Serviços
 Circulares

1.7 SEGURIDADE SOCIAL


Constituição Federal
Título VIII – Da Ordem Social
Capítulo II – Da Seguridade Social
Art. 194 – “Conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
Sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à SAÚDE, à PREVIDÊNCIA e à
ASSISTÊNCIA SOCIAL.”

1.8 ESTRUTURA CONSTITUCIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL NA


CF/1988

1.9 MEIO AMBIENTE DO TRABALHO


“O meio ambiente do trabalho está inserido no meio ambiente geral (art. 200, VIII, da
Constituição da República), de modo que é impossível alcançar qualidade de vida sem
ter qualidade de trabalho, nem se pode atingir meio ambiente equilibrado e sustentável
ignorando o meio ambiente do trabalho. Dentro desse espírito, a Constituição de 1988

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estabeleceu expressamente que a ordem econômica deve observar o princípio de


defesa do meio ambiente (art. 170, VI)”.
OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Proteção Jurídica à Saúde do Trabalhador. 6ªed. São Paulo: LTr, 2010.

 Os legisladores entendem que o TRABALHO SAÚDAVEL não só é possível, mas


um direito do trabalhador.
 SERÁ QUE É SO UMA INTENÇÃO OU É POSSÍVEL?

1.10 O QUE É SAÚDE?


 A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a
ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e
social.

1.11 TRABALHO SAUDÁVEL


1.11.1 Prevenção
 Riscos Ocupacionais
 Organização do Trabalho
 Ergonomia
 Exigências e demandas psíquicas

1.11.2 Promoção
 Programas de Qualidade de Vida
 Desenvolvimento Pessoal
 Incentivo à mudança de hábitos prejudiciais à saúde

1.12 LEMBRAR SEMPRE


 Não faz sentido aplicar um programa de promoção à saúde no local de trabalho
sem oferecer também um ambiente de trabalho seguro. A promoção da saúde
no local de trabalho baseia-se numa cultura saudável que exige, acima de tudo,
uma gestão adequada do risco.
 A promoção da saúde no local de trabalho vai além dos requisitos legais. Baseia-
se em ações voluntárias de ambas as partes.
 Em conclusão, a maioria dos estudos analisados indica que a AF regular no lazer
pode estar relacionada a um risco reduzido de absenteísmo por doença. Devido
ao baixo nível de AF no lazer entre adultos e ao fato de que o absenteísmo por
doença é uma questão de saúde pública, social e econômica muito importante,
programas de intervenção são necessários para promover e manter a AF
regular.
 Como a inatividade física é um forte indicador do estado de saúde e da
mortalidade, otimizar os programas de bem-estar para promover o exercício é

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imprescindível para os empregadores minimizarem os custos de saúde e


melhorarem a saúde dos funcionários.
 Nossa revisão constatou que o comportamento alimentar dos funcionários
poderia ser influenciado por intervenções no local de trabalho com base na
educação nutricional unicamente ou combinada com modificações ambientais.
A atividade física foi aumentada por intervenções multicomponentes, incluindo
contagem de passos, deslocamento ativo e mudanças organizacionais.
Programas de múltiplos componentes foram mais eficazes na promoção de um
peso saudável entre os funcionários.
 O estudo “Cost-effectiveness of a complex workplace dietary intervention: an
economic evaluation of the Food Choice at Work study” sugere que, apesar do
uso de um período de tempo curto, as intervenções de modificação da dieta
podem oferecer o melhor valor em termos de melhoria da saúde do funcionário
e geração de benefício monetário para os empregadores através da redução do
absenteísmo.
 Trabalho Saudável é possível? Sim!
 “E, concluindo, dentro desse enfoque, não se poderá dizer que saúde é um
estado de razoável harmonia entre o sujeito e a sua própria realidade?”
Marco Segre e Flávio Carvalho Ferraz. O conceito de saúde. Rev. Saúde Pública vol. 31 no. 5 São
Paulo Oct. 1997

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2. Benefícios
2.1 SEGURIDADE SOCIAL
 Sistema de proteção social constituído por um feixe de princípios e regras
destinados a acudir o indivíduo diante de determinadas contingências sociais,
assegurando-lhe o mínimo indispensável a uma vida digna, mediante a
concessão de benefícios, prestações e serviços.
Desembargador Jediael Galvão Miranda
 A Previdência Social deve assegurar aos beneficiários e aos seus dependentes
meios indispensáveis de manutenção, por motivo de contingências. (Loureiro,
2007).

2.2 INSS (INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL)


 Autarquia Federal (Lei nº 8.029, de 12.04.1990) Atribuições:
 Conceder e manter benefícios e serviços previdenciários
 Emitir CTC relativas ao RGPS
 Gerir os recursos do Fundo do RGPS
 Calcular o montante das contribuições incidentes sobre a remuneração e
demais rendimentos dos trabalhadores, devidas por estes, pelos
empregadores domésticos e pelas empresas com vistas à concessão ou
revisão de benefícios.

2.3 PREVIDÊNCIA
 É o seguro (seguro social) que garante a renda do trabalhador e de sua família
quando:
 da perda, temporária ou permanente, da capacidade de trabalho em
decorrência dos riscos sociais.

2.4 PREVIDÊNCIA SOCIAL


 Contingências
 Doença
 Invalidez
 Morte
 Idade avançada
 Maternidade
 Desemprego involuntário
 Prole
 Reclusão

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2.5 SEGURADOS E DEPENDENTES


2.5.1 Segurados
 Aqueles que têm uma relação dúplice com o sistema – mantém relação de
custeio e simultaneamente uma relação de benefício.
 Segurados Obrigatórios
 Segurados Facultativos

2.5.2 Dependentes
 Aqueles que mantêm somente uma relação de concessão de benefício.
 O vínculo se dá através de um segurado do RGPS.

2.6 MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO


 Mesmo após cessar as contribuições previdenciárias, durante algum tempo os
segurados mantém a qualidade de segurado.
 Este período é conhecido como período de graça.

2.7 BENEFÍCIOS E SERVIÇOS OFERECIDOS PELA PREVIDÊNCIA


SOCIAL
2.7.1 10 Benefícios
 Aposentadorias
 Idade
 Invalidez
 Tempo de Contribuição
 Especial
 Auxílios
 Doença
 Reclusão
 Acidente
 Pensão por Morte
 Salário Maternidade
 Salário Família

2.7.2 3 Serviços
 Serviço Social
 Perícia Médica
 Reabilitação Profissional

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2.8 PREVIDÊNCIA SOCIAL II


2.8.1 Compensatórios
 Aposentadoria por invalidez
 Aposentadoria por idade
 Auxílio-doença
 Salário-maternidade
 Pensão por morte
 Auxílio-reclusão

2.8.2 Indenizatórios
 Auxílio-acidente

2.8.3 Prestação de serviços


 Serviço social
 Reabilitação profissional
 Perícia médica

2.9 CARÊNCIA
 É o número mínimo de contribuições mensais necessárias para que o
beneficiário faça jus ao benefício previdenciário.
 Caráter contributivo-retributivo

2.10 ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS


 E 21 - Pensão por morte (maior inválido)
 E 31 - Auxílio-doença previdenciário
 E 32 - Aposentadoria por invalidez
 E 33 - Aposentadoria por invalidez Aeronauta
 E 36 - Auxílio-acidente de qualquer natureza
 E 46 - Aposentadoria Especial
 E 56 - Pensão Especial Vítimas Talidomida
 E 80 - Salário-Maternidade (prorrogação)
 E 87 - Amparo Social a Pessoa Portadora de Deficiência
 E 91 - Auxílio-Doença acidentário
 E 92 - Aposentadoria Invalidez Acidente de Trabalho
 E 93 - Pensão por morte Acidente de Trabalho
 E 94 - Auxílio-Acidente

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2.11 BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE


2.11.1 Perícia Médica no INSS
 A atividade médico-pericial no INSS tem por finalidade preci ́pua a emissão de
parecer técnico conclusivo na avaliação da incapacidade laborativa, em face de
situações previstas em lei.

2.11.2 Incapacidade Laborativa


 É a impossibilidade de desempenho das funções específicas de uma atividade,
função ou ocupação habitualmente exercida pelo segurado, em consequência de
alterações morfopsicofisiológicas provocadas por doença ou acidente.
 Deverá estar implicitamente incluído no conceito de incapacidade, desde que
palpável e indiscutível no caso concreto, o risco para si ou para terceiros, ou o
agravamento da patologia sob análise, que a permanência em atividade possa
acarretar.
 Grau:
 Parcial = parcial: limita o desempenho das atribuições do cargo, sem risco de
morte ou de agravamento, embora não permita atingir a meta de
rendimento alcançada em condições normais;
 Total = gera impossibilidade de desempenhar as atribuições do cargo, função
ou emprego.
 Duração:
 Temporária = se pode esperar recuperação dentro de prazo previsível
 Indefinida = insuscetível de alteração em prazo previsível com os recursos da
terapêutica e reabilitação disponíveis à época
 Profissão:
 Uniprofissional = uma atividade específica
 Multiprofissional = diversas atividades
 Omniprofissional = toda e qualquer atividade
Manual Técnico de Perícia Médica Previdenciária, 2018 Resolução INSS 637/2018

2.11.3 Invalidez
 Incapacidade laborativa total, indefinida e multiprofissional, insuscetível de
recuperação ou reabilitação profissional, que corresponde à incapacidade geral
de ganho, em consequência de doença ou acidente.
Manual Técnico de Perícia Médica Previdenciária, 2018 Resolução INSS 637/2018

2.12 AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO


 Beneficiários
 Todos os segurados terão direito, desde que cumpram com a hipótese de
incidência.

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 Conceito
 É devido ao segurado que, cumprido a carência exigida, ficar incapacitado
para o trabalho ou para atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.
 Pagamento do benefício:
 Primeiros 15 dias – EMPRESA
 Do 16º dia em diante – INSS
 Não será devido o Auxílio-Doença ao segurado que filiou ao RGPS já portador da
doença ou lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença
ou lesão.
 Deve ser observado para a concessão do benefício
 DII – Data do início da incapacidade
 Incapacidade maior que 15 dias – INSS
 Caso tenha alta do INSS e se afastar pela mesma doença/patologia dentro de 60
dias a contar da cessação do benefício, a empresa fica desobrigada do
pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento.
 Se o afastamento for por 15 dias, e o trabalhador retornar ao trabalho no 16º
dia, se houver novo afastamento nos próximos 60 dias, em decorrência da
mesma doença, fará jus ao benefício a partir da data do novo afastamento.
 O segurado em gozo de Auxilio-Doença é considerado pela a empresa como
licenciado.
 O Segurado é obrigado a submeter-se a exame médico a cargo da Previdência
Social, processo de reabilitação profissional e tratamento, exceto cirúrgico e
transfusão de sangue.

2.12.1 Alta Programada


 O Estabelecimento pelo INSS, através de exame médico-pericial, de prazo
entendido como suficiente para a recuperação da capacidade de trabalho.
 Cabe ao segurado recorrer de tal alta.

2.13 APOSENTADORIA POR INVALIDEZ


 Beneficiários
 Benefício continuado, devido, mensal e sucessivamente, em razão de
incapacidade total e definitiva (indefinida) para o trabalho.
 Conceito
 É devido ao segurado que, cumprido a carência exigida, ficar incapacitado
para o trabalho e não sujeito a reabilitação profissional.
 Data do Início da Doença
 Data do Início da Incapacidade
 Incapacidade parcial e aposentadoria por invalidez

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 “A incapacidade para o trabalho é fenômeno multidimensional e não pode


ser avaliada tão somente do ponto de vista médico. Devendo ser analisados
também os aspectos sociais, ambientais e pessoais. Há que se perquirir
sobre a real possibilidade de reingresso do segurado no mercado de
trabalho” (IUJEF 2005.82.00506090-3 em 17/12/2007)
 Obrigação do segurado em submeter-se a novas perícias, tratamentos ou
reabilitação caso exista necessidade e seja requerido pelo INSS. A qualquer
tempo.
 Perícia de 2 em 2 anos.
 Operação Pente Fino
 O benefício suspende o contrato de trabalho e cessa com a recuperação da
capacidade de trabalho.

2.14 AUXÍLIO-ACIDENTE
2.14.1 Conceito
 Devido ao segurado que após consolidada as lesões de acidente de qualquer
natureza tiver sequela definitiva, que implique em redução da capacidade de
trabalho para a atividade habitualmente exercida.
 Anexo III do Decreto 3048/99
 Pode ser cumulado com outro benefício e com o salário.
 Não é cumulado com aposentadoria
 Até edição da Lei 9528/97 poderia haver cumulação.
 Em decorrência de AT - divergência

2.14.2 Aparelho Visual


Situações:
a) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,2 no olho acidentado;
b) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,5 em ambos os olhos,
quando ambos tiverem sido acidentados;
c) acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,5 no olho acidentado,
quando a do outro olho for igual a 0,5 ou menos, após correção;
d) lesão da musculatura extrínseca do olho, acarretando paresia ou paralisia;
e) lesão bilateral das vias lacrimais, com ou sem fístulas, ou unilateral com fístula.

2.14.3 Aparelho Auditivo


Trauma acústico
a) perda da audição no ouvido acidentado;
b) redução da audição em grau médio ou superior em ambos os ouvidos,
quando os dois tiverem sido acidentados;

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c) redução da audição, em grau médio ou superior, no ouvido acidentado,


quando a audição do outro estiver também reduzida em grau médio ou
superior.
 Audição normal - até vinte e cinco decibéis.
 Redução em grau mínimo - vinte e seis a quarenta decibéis;
 Redução em grau médio - quarenta e um a setenta decibéis;
 Redução em grau máximo - setenta e um a noventa decibéis;
 Perda de audição - mais de noventa decibéis.

2.14.4 Aparelho da Fonação


Situação:

 Perturbação da palavra em grau médio ou máximo, desde que comprovada por


métodos clínicos objetivos.

2.14.5 Prejuízo Estético


 Prejuízo estético, em grau médio ou máximo, quando atingidos crânios, e/ou
face, e/ou pescoço ou perda de dentes quando há também deformação da
arcada dentária que impede o uso de prótese.
 NOTA 1 - Só é considerada como prejuízo estético a lesão que determina
apreciável modificação estética do segmento corpóreo atingido, acarretando
aspecto desagradável, tendo-se em conta sexo, idade e profissão do acidentado.
 NOTA 2 - A perda anatômica de membro, a redução de movimentos articulares
ou a alteração da capacidade funcional de membro não são consideradas como
prejuízo estético, podendo, porém, ser enquadradas, se for o caso, nos quadros
respectivos.

2.14.6 Perdas de Segmentos de Membros


Situações:
a) perda de segmento ao nível ou acima do carpo;
b) perda de segmento do primeiro quirodáctilo, desde que atingida a falange
proximal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
c) perda de segmentos de dois quirodáctilos, desde que atingida a falange
proximal em pelo menos um deles; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de
2001)
d) perda de segmento do segundo quirodáctilo, desde que atingida a falange
proximal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
e) perda de segmento de três ou mais falanges, de três ou mais quirodáctilos;
f) perda de segmento ao nível ou acima do tarso;
g) perda de segmento do primeiro pododáctilo, desde que atingida a falange
proximal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

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h) perda de segmento de dois pododáctilos, desde que atingida a falange proximal


em ambos; (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
i) perda de segmento de três ou mais falanges, de três ou mais pododáctilos.

2.14.7 Alterações Articulares


Situações:
a) redução em grau médio ou superior dos movimentos da mandíbula;
b) redução em grau máximo dos movimentos do segmento cervical da coluna
vertebral;
c) redução em grau máximo dos movimentos do segmento lombo-sacro da coluna
vertebral;
d) redução em grau médio ou superior dos movimentos das articulações do ombro
ou do cotovelo;
e) redução em grau médio ou superior dos movimentos de pronação e/ou de
supinação do antebraço;
f) redução em grau máximo dos movimentos do primeiro e/ou do segundo
quirodáctilo, desde que atingidas as articulações metacarpo-falangeana e
falange-falangeana;
g) redução em grau médio ou superior dos movimentos das articulações
coxofemoral e/ou joelho, e/ou tíbiotársica.
 NOTA 1 - Os graus de redução de movimentos articulares referidos neste quadro
são avaliados de acordo com os seguintes critérios:
Grau máximo: redução acima de dois terços da amplitude normal do movimento
da articulação;
Grau médio: redução de mais de um terço e até dois terços da amplitude
normal do movimento da articulação;
Grau mínimo: redução de até um terço da amplitude normal do movimento da
articulação.

2.14.8 Encurtamento de Membro Inferior


Situação:

 Encurtamento de mais de 4 cm (quatro centímetros).


NOTA: A preexistência de lesão de bacia deve ser considerada quando da
avaliação do encurtamento.

2.14.9 Redução da Força e/ou da Capacidade Funcional dos


Membros
Situações:

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a) redução da força e/ou da capacidade funcional da mão, do punho, do antebraço


ou de todo o membro superior em grau sofrível ou inferior da classificação de
desempenho muscular;
b) redução da força e/ou da capacidade funcional do primeiro quirodáctilo em grau
sofrível ou inferior;
c) redução da força e/ou da capacidade funcional do pé, da perna ou de todo o
membro inferior em grau sofrível ou inferior.

2.14.10 Outros Aparelhos e Sistemas


Situações:
a) segmentectomia pulmonar que acarrete redução em grau médio ou superior da
capacidade funcional respiratória; devidamente correlacionada a sua atividade
laborativa.
b) perda do segmento do aparelho digestivo, cuja localização ou extensão traz
repercussões sobre a nutrição e o estado geral.

2.14.11 Doenças Profissionais e as do Trabalho


 As doenças profissionais e as do trabalho, que após consolidações das lesões
resultem sequelas permanentes com redução da capacidade de trabalho,
deverão ser enquadradas conforme o art. 104 deste Regulamento

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3. Acidente de Trabalho
3.1 ACIDENTE DE TRABALHO – LEI 8213/1991
 Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII
do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
 Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as
seguintes entidades mórbidas:
I. doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo
exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
Social;
II. doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
 Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I. o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,
haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou
perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija
atenção médica para a sua recuperação;
II. o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em
conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes
de força maior;
III. a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no
exercício de sua atividade;
IV. o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de
trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;

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c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada


por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou
durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a
lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se
superponha às consequências do anterior
 Art. 20 – Lei 8213/91
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela
se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho.

3.2 CAT
 Art. 327. O acidente de trabalho ocorrido deverá ser comunicado ao INSS por
meio da CAT, observado o art. 328, e deve se referir às seguintes ocorrências:
I. CAT inicial: acidente do trabalho típico, trajeto, doença profissional, do
trabalho ou óbito imediato;
II. CAT de reabertura: afastamento por agravamento de lesão de acidente do
trabalho ou de doença profissional ou do trabalho; ou
III. CAT de comunicação de óbito: falecimento decorrente de acidente ou
doença profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial.
 Art. 328. A CAT será registrada preferencialmente no sítio eletrônico:
www.previdencia.gov.br ou em uma das Unidades de Atendimento.
§ 1º A CAT registrada pela Internet é válida para todos os fins perante o INSS.
§ 2° No ato do cadastramento da CAT por meio da Internet, o emissor deverá
transcrever as informações constantes no atestado médico para o respectivo
campo da CAT.
 Art. 329. A CAT deverá ser preenchida com todos os dados informados nos seus
respectivos campos, devendo ser comunicado o INSS, preferencialmente por
meio eletrônico.
§ 1º O emitente deverá entregar cópia da CAT ao acidentado, ao sindicato da
categoria e à empresa.

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§ 2º Nos casos de óbito, a CAT também deverá ser entregue aos dependentes e
à autoridade competente.
§ 3º Compete ao emitente da CAT a responsabilidade pela entrega dessa
comunicação às pessoas e às entidades indicadas nos §§ 1º e 2º deste artigo.
§ 4º O formulário da CAT poderá ser substituído por impresso da própria
empresa, desde que contenha todos os campos necessários ao seu
preenchimento.
§ 5º Para fins de cadastramento da CAT, caso o campo atestado médico do
formulário desta não esteja preenchido e assinado pelo médico assistente,
deverá ser apresentado atestado médico, desde que nele conste a devida
descrição do atendimento realizado ao acidentado do trabalho, inclusive o
diagnóstico com o CID, e o período provável para o tratamento, contendo
assinatura, o número do Conselho Regional de Medicina, data e carimbo do
profissional médico, seja particular, de convênio ou do SUS.
§ 6º Na CAT de reabertura de acidente do trabalho, deverão constar as mesmas
informações da época do acidente, exceto quanto ao afastamento, último dia
trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos à data da
reabertura.
§ 7º Não serão consideradas CAT de reabertura para as situações de simples
assistência médica ou de afastamento com menos de quinze dias consecutivos
§ 8º O óbito decorrente de acidente ou de doença profissional ou do trabalho,
ocorrido após a emissão da CAT inicial ou de reabertura, será comunicado ao
INSS, por CAT de comunicação de óbito, constando a data do óbito e os dados
relativos ao acidente inicial.

3.2.1 Dia do Acidente


 Em casos de doença do trabalho/profissional é considerado como dia do
acidente a data do início da incapacidade para o trabalho, o dia da segregação
compulsória ou a data do diagnóstico, o que ocorrer primeiro.

3.2.2 Instrução Normativa Nº77 INSS/PRES, de 21/01/2015


Estabelece rotinas para agilizar e uniformizar o reconhecimento de direitos dos
segurados e beneficiários da Previdência Social, com observância dos princípios
estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal de 1988.

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4. Documentos Médicos
 7.4.5 Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e
exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser
registradas em prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade
do médico-coordenador do PCMSO.
 7.4.5.2 Havendo substituição do médico a que se refere o item 7.4.5, os
arquivos deverão ser transferidos para seu sucessor.
 7.4.5.1 Os registros a que se refere o item 7.4.5 deverão ser mantidos por
período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador.

4.1 PRONTUÁRIO MÉDICO


 NR-15 (Anexo 12, Item 11.1): Os registros das avaliações (dos trabalhadores
expostos ao asbesto) deverão ser mantidos por um período não inferior a 30
anos;
 NR-32, Item 32.4.8: O prontuário clínico individual previsto pela NR-07 deve ser
mantido atualizado e ser conservado por 30 anos após o término de sua
ocupação (para trabalhadores que laborem com radiações ionizantes);
 Do ponto de vista médico, parte das doenças ocupacionais tem tempo de
latência entre a exposição e o aparecimento da moléstia de muitos anos. Esta é
a razão para tempos tão longos de preservação de prontuários médicos
ocupacionais.
 Entendemos, diante de diversos entendimentos da própria Justiça do Trabalho e
de repercussões no Direito Previdenciário, que as empresas, se possível, devem
guardar os prontuários médicos até o final da vida ocupacional do trabalhador.
 Resolução CFM 1638/2002
Art. 1º - Definir prontuário médico como o documento único constituído de um
conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos,
acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele
prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação
entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência
prestada ao indivíduo.
Art. 2º - Determinar que a responsabilidade pelo prontuário médico cabe:
I. Ao médico assistente e aos demais profissionais que compartilham do
atendimento;
II. À hierarquia médica da instituição, nas suas respectivas áreas de
atuação, que tem como dever zelar pela qualidade da prática médica ali
desenvolvida;
III. À hierarquia médica constituída pelas chefias de equipe, chefias da
Clínica, do setor até o diretor da Divisão Médica e/ou diretor técnico.

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4.2 PROCESSO CONSULTA CFM Nº 3222/86 PC/CFM/Nº. 11/1988


 Atestado é o instrumento utilizado para se afirmar a veracidade de certo fato ou
a existência de certa obrigação. É o documento destinado a reproduzir, com
idoneidade, certa manifestação do pensamento.
 É um documento que traduz, portanto, o ato médico praticado pelo profissional
que reveste-se de todos os requisitos que lhe conferem validade, vale dizer,
emana de profissional competente para a sua edição - médico habilitado - atesta
a realidade da constatação por ele feita para as finalidades previstas em Lei,
posto que o médico no exercício de sua profissão não deve abster-se de dizer a
verdade sob pena de infringir dispositivos éticos, penais etc.

4.3 ATESTADO MÉDICO


 É uma afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas consequências;
 Não se exige maior formalidade para sua obtenção, bastando que o interessado
o solicite ao profissional que tenha praticado o correspondente procedimento
médico. Deve ser sempre emitido seguindo as normas emanadas de Resolução
CFM 1658/2002;
 Para fins previdenciários e similares;
 Atestados para intervenção compulsória;
 Atestados para abonos de faltas laborais ou escolares;
 Atestados de aptidão física;
 Atestados de comparecimento à consulta médica (também chamados de
declaração de comparecimento);
 Atestado de óbito;
 Resolução 1.658 / 2002 do Conselho Federal de Medicina:
Normatiza a emissão de atestados médicos e dá outras providências
Art. 1º: O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu
fornecimento direito inalienável do paciente, não podendo importar em
qualquer majoração de honorários.
Art. 2º: Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou
prontuário médico os dados dos exames e tratamentos realizados, de maneira
que possa atender às pesquisas de informações dos médicos peritos das
empresas ou dos órgãos públicos da Previdência Social e da Justiça.
Art. 3º: Na elaboração do atestado médico, o médico assistente observará os
seguintes procedimentos:
I. especificar o tempo concedido de dispensa à atividade, necessário para a
recuperação do paciente;
II. estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado pelo paciente;
III. registrar os dados de maneira legível;

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IV. identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de


registro no Conselho Regional de Medicina.
Parágrafo único. Quando o atestado for solicitado pelo paciente ou seu
representante legal para fins de perícia médica deverá observar:
I. o diagnóstico;
II. os resultados dos exames complementares;
III. a conduta terapêutica;
IV. o prognóstico;
V. as consequências à saúde do paciente;
VI. o provável tempo de repouso estimado necessário para a sua recuperação,
que complementará o parecer fundamentado do médico perito, a quem
cabe legalmente a decisão do benefício previdenciário, tais como:
aposentadoria, invalidez definitiva, readaptação;
VII. registrar os dados de maneira legível;
VIII. identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo ou número de
registro no Conselho Regional de Medicina.

4.4 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL


7.4.4 – Para cada exame médico realizado, previsto no item 7.4.1, o médico emitirá o
Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), em duas vias.
7.4.4.1 – A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador,
inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização de
trabalho.
7.4.4.2 – A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador,
mediante recibo na primeira via.

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5. Doença Profissional NTEP / FAP / SAT Acidente de Trabalho


5.1 NEXO TÉCNICO-EPIDEMIOLÓGICO (NTEP)
É a relação estatístico-epidemiológica que se estabelece entre o código de doenças
(CID) e o setor de atividade (CNAE).
CID X CNAE
NTEP: Nexo técnico-epidemiológico
FAP: Fator Acidentário de Prevenção
SAT: Seguro de acidente do Trabalho

5.2 INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


Após advento do NTEP e FAP:
A EMPRESA é responsável pelo ônus da prova
Tentativa de:
- ↓ incidência de acidentes
- ↑ taxa sobre o empresário que não investir na saúde do trabalhador

5.3 QUANDO APLICAR O NTEP


Há doença? → Não

Sim

Há incapacidade laborativa? → Não

Sim

Qual a natureza da doença?
(Tem vínculo com o trabalho?)

5.4 AUXÍLIO DOENÇA


É preciso apresentar Incapacidade laborativa.
NÃO BASTA TER A DOENÇA!
Nexo epidemiológico com o trabalho:
 Auxílio doença acidentário (B91)
 Auxílio doença previdenciário (B31)

5.5 O PERITO É OBRIGADO A ACEITAR O NEXO?


NÃO
Apesar do vínculo, o Perito pode descaracterizar-se e conceder B31.
Mesmo que não estabeleça NTEP, o perito pode estabelecer nexo e conceder B91.

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5.6 REQUERIMENTO A NÃO APLICAÇÃO DO NTEP


Tanto a empresa quanto o segurado podem discordar da aplicação ou não do NTEP,
cabendo a interposição de recurso.
Existe prazo estabelecido para tal procedimento:
- 15 dias da data para a entrega da GFIP que registre a movimentação do trabalhador.
- 15 dias da data do conhecimento da empresa.

5.7 LEI 8213/91


 Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência
de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação
entre a atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida
motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças
(CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento.
 Artigo 21-A.
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando
demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo.
§ 2º A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do
nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito
suspensivo, da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de
Recursos da Previdência Social.

5.8 DECRETO 3048/99


Artigo 337. (...)
§ 7º A empresa poderá requerer ao INSS a não aplicação do nexo técnico
epidemiológico ao caso concreto mediante a demonstração de inexistência de
correspondente nexo entre o trabalho e o agravo.
§ 8º O requerimento de que trata o § 7º poderá ser apresentado no prazo de quinze
dias da data para a entrega, na forma do inciso IV do art. 225, da GFIP que registre a
movimentação do trabalhador, sob pena de não conhecimento da alegação em
instância administrativa.
§ 9º Caracterizada a impossibilidade de atendimento ao disposto no § 8º, motivada
pelo não conhecimento tempestivo do diagnóstico do agravo, o requerimento de que
trata o § 7º poderá ser apresentado no prazo de quinze dias da data em que a empresa
tomar ciência da decisão da perícia médica do INSS referida no § 5º.
§ 10. Juntamente com o requerimento de que tratam os §§ 8º e 9º, a empresa
formulará as alegações que entender necessárias e apresentará as provas que possuir
demonstrando a inexistência de nexo entre o trabalho e o agravo.
§ 11. A documentação probatória poderá trazer, entre outros meios de prova,
evidências técnicas circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, podendo

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ser produzidas no âmbito de programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que


possuam responsável técnico legalmente habilitado.
§ 12. O INSS informará ao segurado sobre a contestação da empresa para que este,
querendo, possa impugná-la, obedecendo, quanto à produção de provas, ao disposto
no § 10, sempre que a instrução do pedido evidenciar a possibilidade de
reconhecimento de inexistência do nexo entre o trabalho e o agravo.
§ 13. Da decisão do requerimento de que trata o § 7º cabe recurso, com efeito
suspensivo, por parte da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao Conselho de
Recursos da Previdência Social, nos termos dos arts. 305 a 310

5.9 REQUERIMENTO
Documentos assinados pelo Técnico Responsável legalmente e habilitado:
 Demonstrativos ambientais (PPRA, PCMSO, PCMAT)
 PPP
 Programa de gestão de risco
 Parecer para Contestação
 Relatórios Médicos e documentos médicos
Portanto:
 A perícia médica do INSS pode deixar de aplicar o NTEP mediante decisão
fundamentada (SEMPRE justificar parecer)
 Inexistência do NTEP não elide o nexo: trabalho x agravo
 Perícia Médica = caracterização técnica do acidente de trabalho

5.10 AÇÕES DA EMPRESA


 Acompanhamento dos Benefícios por Incapacidade e Contestações quando
necessário
 Investigação correta dos “Acidentes de Trabalho”
 Emissão de CAT com critério

5.11 FAP
 Fator Acidentário de Prevenção (FAP) consiste em um multiplicador variável num
intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com
quatro casas decimais, considerado o critério de arredondamento na quarta casa
decimal, a ser aplicado sobre a alíquota de 1%, 2% ou 3%;
 Salientamos que as alíquotas do GIL-RAT serão reduzidas em até 50% ou majoradas
em até 100% em razão do desempenho da empresa em relação a sua respectiva
atividade aferida pelo FAP;
 Considera-se dois anos imediatamente anteriores ao ano de processamento para
fins do cálculo dos índices;

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 O cálculo considera diversos insumos, ou seja, itens que compõem a fórmula do FAP
e que podem ser contestados. Anualmente se divulga o FAP da empresa e o prazo
para recurso administrativo;
Resolução CNP Nº 1329 DE 25/04/2017
Estabelece a metodologia para o cálculo do FAP
Portaria Anual sobre o FAP

5.11.1 O que é considerado?


 Índices de Frequência, Gravidade e Custo;
 De acordo com a sua classificação em relação às outras empresas do mesmo grupo
econômico, poderá haver uma diminuição ou majoração da GIL-RAT.

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6. Segurança Jurídica nas Relações de Trabalho


6.1 SAÚDE, SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO
Acidente no trabalho
Quem sofre com o acidente?

6.2 A PESSOA FÍSICA E JURÍDICA


1) Pessoa Física – a individual = o trabalhador
2) Pessoas Físicas – as coletivas = família do trabalhador
3) Pessoa Jurídica = Empresa

6.3 CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO PARA A


PESSOA JURÍDICA
 Dano humano
 Dano moral
 Dano à imagem
 Dano econômico
 Dano patrimonial
 Dano jurídico = ação judicial - “a novidade”

6.4 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


Súmula 229: A indenização acidentária não exclui a do direito comum, em caso de dolo
ou culpa grave do empregador

6.5 LEI N. 8.213/91 (QUE REGULAMENTA A CF)


Artigo 122: O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por acidente do
trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem
 A quem compete buscar perante o empregador os gastos que o INSS teve com
acidentes de trabalho?
 O Próprio INSS por meio de ações regressivas

6.6 CONCEITO DE AÇÃO REGRESSIVA


É ação proposta pelo INSS a fim de obter o ressarcimento das despesas com prestações
sociais, concedidas em face dos acidentes do trabalho ocorridos por culpa dos
empregadores.

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6.7 FUNDAMENTO NORMATIVO CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88


Art. 7º, incisos XXII e XXVIII prevê:
Art. 7 “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:”
(...)
“XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;
(...)
“XXVIII- seguro contra acidente de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa

6.8 FUNDAMENTO NORMATIVO LEI 8.213/91


Art. 120 “nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do
trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá
ação regressiva contra os responsáveis”.

6.9 RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR


É subjetiva = exige a prova da culpa grave.
Ex.: negligência quanto ao cumprimento e a fiscalização das normas de saúde e
segurança do trabalho
(CLT, NRs, ABNT, Convenções/Acordos Coletivos)

6.10 QUESTÕES PROCESSUAIS


- Prescrição: 5 anos
- Prestações vencidas e vincendas
- Presunção de culpa do empregador?
- Recolhimento do SAT exime a responsabilidade do empregador? Não
ADMINISTRATIVO ACIDENTE DO TRABALHO. MORTE. SEGURADO. NEGLIGÊNCIA.
NORMAS DE SEGURANÇA. AÇÃO REGRESSIVA DO INSS (...)
O fato das empresas contribuírem para o custeio do regime geral de previdência social,
mediante o recolhimento de tributos e contribuições sociais, dentre estas aquela
destinada ao seguro de acidente do trabalho – SAT, não exclui a responsabilidade nos
casos de acidentes de trabalho decorrentes de culpa sua, por inobservância das normas
de segurança e higiene do trabalho (AC 200672060037802, TRF4, Terceira Turma, Rel.
Des. Federal Maria Lúcia Luz Leiria,09/09/2009)
CIVIL. ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE. AÇÃO REGRESSIVA DO INSS CONTRA
EMPREGADOR. NEGLIGÊNCIA COMPROVADA. (...)
O seguro de acidente de trabalho – SAT não exclui a responsabilidade em caso de
acidente decorrente de culpa da empregadora. (TRF-4.AC 200672000001682, 3ª Turma
Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, DE 29/10/2008)

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ACIDENTE DE TRABALHO.AÇÃO REGRESSIVA CONTRA O EMPREGADOR . INSS. ARTIGO


120. LEI No. 8.213/91. NECESSIDADE DE CONCORRÊNCIA DE DANO , CULPA E NEXO
CAUSAL. HONORÁRIOS.
1. Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do
trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social deve
propor ação regressiva contra os responsáveis.
2. Esta responsabilidade funda-se na premissa de que os danos gerados culposamente
pelo empregador ao INSS decorrente de acidentes do trabalho não podem e não
devem ser suportados por toda a sociedade na medida em que, no risco repartido
entre os membros da sociedade (risco social), não se admite a inclusão de uma
atitude ili ́cita da empresa que não cumpre as normas do ambiente de trabalho.
3. Presentes os requisitos fundamentais: (I) o dano suportado pela vi ́tima, (II) o ato
culposo do agente, (III) o nexo causal entre o dano e a conduta culposa, surge o
dever de indenizar. (TRF 4a R. – 2003/0035954-4)
CIVIL E PREVIDENCIÁ RIO . AÇÃO REGRESSIVA MOVIDA PELO INSS CONTRA EMPRESA
VISANDO INDENIZAÇÃO COM FUNDAMENTO NA LEI No 8.213/91. EXAME DA PROVA DA
CULPABILIDADE NO EVENTO . ARBITRAMENTO DE HONORÁ RIOS ADVOCATI ́CIOS . (...)
1. Não é inconstitucional a previsão contida no art. 121, da Lei no 8.213/91.
2. No caso concreto, entendendo-se que a conduta imprudente do empregado
concorreu diretamente para a causação do evento, não é procedente o pedido de
ressarcimento formulado pelo INSS, eis que o acidente não decorreu diretamente da
inobservância, pela empresa, as normas de segurança do trabalho. (...) (TRF 1a Reg.
AC 1998.01.00.091587-6/MG)
ADMINISTRATIVO.RESPONSABILIDADE CIVIL . MINERAÇÃO. ACIDENTE DE FUNCIONÁRIO
EM SERVIÇO- DESABAMENTO DE TETO- INFORTÚNIO– AÇÃO REGRESSIVA
IMPROCEDENTE. SUCUMBÊNCIA.
Ausente a culpa na atuação da empresa, a atuar na responsabilização por evento fatal
ocorrido, dizendo com o desabamento de teto da mina em que dois funcionários
trabalhavam, improcede a ação regressiva da autarquia, certo que, em sendo obra do
infortúnio, por ele responde a mesma em função de sua própria finalidade institucional
assecuratória. TRF 4a Região, 4a Turma, Apel. 2000.04.01.106807-3,27/07/2005.
ADMINISTRATIVO E CIVIL . ACIDENTE DE TRABALHO.INSS. AÇÃO REGRESSIVA. SÚMULA
229 DO STF. ALCANCE.
1. Trata-se, o caso em exame, da aplicação da Súmula 229 do Pretório Excelso, cujo
teor é o seguinte: "A indenização acidentária não exclui a de direito comum, em
caso de dolo ou culpa grave do empregador”.
- A Súmula 229 equiparou a culpa grave ao dolo, para efeito de ensejar a
indenização de direito comum em casos de infortunística.
- Por conseguinte, não somente em casos de dolo, mas, também, em caso de culpa
grave, em que o empregador demonstre pela negligência e omissão de precauções
elementares, despreocupação e menosprezo pela segurança do empregado, dando
causa ao acidente, neste caso, admite-se a indenização de direito comum. (...)

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Portanto, a ação de indenização por direito comum, em acidente de trabalho,


pressupõe: a) dano; b) existência de dolo ou culpa grave do empregador; c) nexo
causal entre o dano e o dolo ou culpa grave. Ausentes tais pressupostos, descabe a
aludida indenização, consoante a reiterada jurisprudência da Suprema Corte, verbis:
"Acidente de trabalho”. Indenização de direito comum. Está em plena vigência o
verbete da Súmula 229, que admite a ação de direito comum para indenização de
acidente de trabalho decorrente de dolo ou falta inescusável do empregador. Não se
verificando tais pressupostos, não cabe tal indenização. RE conhecido e provido. (In
RTJ 121/1.198. No mesmo sentido: RTJ 64/746; 91/604; 101/1.098; 108/1.289).
(...)- No caso dos autos não restou comprovado o nexo de causalidade entre o dano
e o dolo ou culpa grave da requerente. Ademais, sequer restou provado o dolo ou
culpa grave da apelante, ônus do INSS.
2. Apelação conhecida e provida (2000.72.03.000377-0, Apel., TRF 4a Região, Terceira
Turma, em 6/05/2003)

6.11 QUESTÕES PROCESSUAIS SAT


- O SAT é um seguro em prol do trabalhador (art. 7º, XXVIII, Constituição Federal de
1988).
- Não exclui a obrigação de cumprir as normas de segurança do trabalho.
- O SAT cobre apenas os riscos ordinários da atividade econômica.
- Descumprir ou deixar de fiscalizar o cumprimento de normas de segurança constitui
ato ilícito (contravenção penal, art. 19, § 2º da Lei 8.213/91. Constitui contravenção
penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança do
trabalho)

6.12 PRESSUPOSTOS
 Ocorrência de um acidente do trabalho sofrido por um segurado do INSS
- Tanto acidentes típicos como atípicos
 Benefício ou Serviço concedido pelo INSS ao segurado vítima do acidente ou a
seus dependentes.
 Culpa grave do empregador pelo acidente de trabalho
 Responsabilidade civil subjetiva: negligência quanto ao cumprimento e a
fiscalização das normas de saúde e segurança do trabalho

6.13 POSTURA DA PROCURADORIA GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


1) Intensificar as investigações dos acidentes a ajuizamento de ações
2) Fiscalizar os acordos em ações acidentárias na Justiça do Trabalho
3) Fiscalizar o cumprimento dos TACs em ações acidentárias
4) Promoção de ações regressivas coletivas em ações civis públicas

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6.14 ESTATÍSTICA DE AÇÕES REGRESSIVAS

Fernando Maciel. Ações Regressivas Acidentárias, LTR 2015

6.15 CONCLUSÃO
Pelo que pudemos verificar, o ordenamento jurídico brasileiro entende que nem todo
acidente de trabalho é acidente. Estes são punidos severamente. Definitivamente é
melhor prevenir do que indenizar.
LIMÃO = ↑ alíquota, ações regressivas
LIMONADA = ↓ alíquota embasada em: - PPRA - PCMSO - PPP - PCMAT - ERGONOMIA
- Investimentos em Saúde e Segurança do Trabalho

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7. Portador de Necessidades Especiais


7.1 DECRETO 3298/99
I. deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade,
dentro do padrão considerado normal para o ser humano.
II. deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um peri ́odo
de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se
altere, apesar de novos tratamentos.
III. incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social,
com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para
que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações
necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a
ser exercida.

7.2 ACESSO AO TRABALHO


 Art. 34. É finalidade primordial da política de emprego a inserção da pessoa
portadora de deficiência no mercado de trabalho ou sua incorporação ao
sistema produtivo mediante regime especial de trabalho protegido.
 Art. 36. A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de
dois a cinco por cento de seus cargos com beneficiários da Previdência Social
reabilitados ou com pessoa portadora de deficiência habilitada, na seguinte
proporção:
I. até duzentos empregados, dois por cento;
II. de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento;
III. de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento;
IV. mais de mil empregados cinco por cento.
 § 1º A dispensa de empregado na condição estabelecida neste artigo, quando se
tratar de contrato por prazo determinado, superior a noventa dias, e a dispensa
imotivada, no contrato por prazo indeterminado, somente poderá ocorrer após a
contratação de substituto em condições semelhantes.

7.3 DEFICIÊNCIA FÍSICA


 Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma
de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia,
triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência
de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita
ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam
dificuldades para o desempenho de funções.

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7.4 DEFICIÊNCIA AUDITIVA


 Perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida
por audiograma nas freqü ências de 500 HZ, 1.000HZ, 2.000 Hz e 3.000 Hz.

7.5 DEFICIÊNCIA VISUAL


 Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho,
com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre
0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a
somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor
que 60°. graus; ou a ocorrência simultâ nea de quaisquer das condições
anteriores.

7.6 DEFICIÊNCIA MENTAL


 Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com
manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais
áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação.
b) cuidado pessoal.
c) habilidades sociais.
d) utilização dos recursos da comunidade.
e) saúde e segurança.
f) habilidades acadêmicas.
g) lazer.
h) trabalho.

7.7 DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA


 Associação de duas ou mais deficiências.

7.8 REABILITAÇÃO PROFISSIONAL


 Caso não seja possível a recuperação para a atividade habitual, deverá o
segurado ser reabilitado para o exercício de outra atividade;
 Não cessa o benefício até que seja dado como habilitado para a nova atividade;
 A empresa não pode impedir a reabilitação, porém deve indicar quando não
houver função compatível com as restrições impostas pelo INSS;
 O exame de retorno ao trabalho só pode ser realizado após a alta previdenciária,
ou seja, após o processo de reabilitação estar concluído;
 Enquanto o funcionário está sendo reabilitado, ainda continua em beneficio
junto a Previdência Social;
 Qualquer problema com o funcionário na empresa deve ser comunicado ao
setor de Reabilitação Profissional do INSS;

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 O RH e o SESMT devem preencher os formulários necessários a correta


reabilitação;
 A empresa deve acompanhar a Reabilitação.

7.9 DECISÕES JUDICIAIS


 “BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. LAUDO PERÍCIA MÉDICA OFICIAL. CAPACIDADE
RESIDUAL PARA OUTRAS ATIVIDADES. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL.
Comprovada, desde a cessação administrativa, a incapacidade permanente para
a sua última atividade, o segurado faz jus ao restabelecimento do auxílio-doença
e à reabilitação profissional a cargo do INSS, nos termos do artigo 62 da Lei
8.213/91 e artigos 136 e seguintes do Decreto 3.048/99.
(RCI 2009.72.51.000562-5/SC)
 BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. CAPACIDADE
RESIDUAL. Atestada a existência de capacidade para o exercício de
determinadas atividades laborativas, não merece reforma a sentença que nega a
aposentadoria por invalidez, mantendo o benefício do auxílio-doença com
submissão da parte-autora a processo de reabilitação profissional para o exercício
de outra atividade compatível com sua limitação física. Caso não seja promovida
a reabilitação, ou sendo esta impraticável, fica o INSS sujeito a conceder à parte-
autora o benefício de aposentadoria por invalidez. Recurso a que se nega
provimento.
RCI 2009.72.55.001985-4/SC
 BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. MOTORISTA DE CAMINHÃO. CARDIOPATIA
ISQUÊMICA. LIMITAÇÕES. INCOMPATIBILIDADE COM O LABOR DESENVOLVIDO.
CONDIÇÕES PESSOAIS - IDADE, GRAU DE INSTRUÇÃO, HISTÓRICO
CONTRIBUTIVO. Ainda que, na teoria, as tarefas mais pesadas possam ser
separadas das mais leves, na prática não se pode pretender que isso ocorra,
negando o benefício previdenciário e submetendo o segurado e seu
empregador ao ônus de aceitar um empregado “parcial”: apto apenas para
“alguns” afazeres da sua atividade laboral e inapto para outros que, diga-se de
passagem, sequer podem ser descritos de forma específica e exaustiva. Do
trabalhador se exige o todo no exercício de sua atividade e não apenas
“algumas” tarefas. O trabalhador deve ser considerado por inteiro. Ou está
plenamente capaz para sua atividade ou não está. De ser sopesado, na hipótese,
o potencial risco à coletividade na conjugação da atividade laborativa
desenvolvida pelo segurado e a patologia apresentada, a qual se mostra
suscetível de novo evento cardiovascular agudo – infarto do miocárdio. Sendo,
no caso, atestada a incapacidade permanente [...], possuindo o autor 55 anos de
idade, baixo grau de instrução e histórico profissional, iniciado em 1977, sempre
relacionado à função de motorista carreteiro, conclui-se não existir possibilidade
de reabilitação ou reinserção no mercado de trabalho, fazendo jus o segurado à
aposentadoria por invalidez.

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RCI 2008.72.54.002904-4/SC
 APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. TENOSSINOVITE
BICIPTAL E SÍNDROME DO IMPACTO NO OMBRO DIREITO. PERÍCIA JUDICIAL
CONCLUSIVA ACERCA DA INCAPACIDADE TEMPORÁRIA PARA AS ATIVIDADES
LABORATIVAS. AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO QUE É DEVIDO. NECESSIDADE DE
SE GARANTIR AO SEGURADO A REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. (...) 1. A perda da
força do trabalho, uma situação temporária e decorrente da doença profissional,
justifica a concessão do auxílio-doença acidentário e mais a reabilitação
profissional, esta a solução preconizada pelo perito judicial. (...)”
AC n. 2009.034742-4, RS
 ACIDENTE DO TRABALHO. NEUROSE ANSIOSO-DEPRESSIVA. AUXÍLIO-DOENÇA
ACIDENTÁRIO.
Se o motorista, após acidente típico, vem a padecer de doença psíquica que o
impossibilite de exercer a profissão, não se lhe havendo oportunizado,
outrossim, a REABILITAÇÃO PROFISSIONAL, resta evidente seu direito ao auxílio-
doença acidentário, a partir da data em que o órgão ancilar teve conhecimento
inequívoco do seu real estado de saúde, aferido por perícia administrativa.
AC. 1988.047594-8

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8. Limbo Jurídico Trabalhista Previdenciário


 “Limbo”
- Colaborador tem alta previdenciária, mas o médico do trabalho o considera inapto
ao trabalho

8.1 ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO DOS TRIBUNAIS


 Num primeiro momento prevalece a alta previdenciária
- Legalidade da alta previdenciária
- Presunção de veracidade dos atos administrativos do INSS
- MUNUS PÚBLICO

8.2 REPERCUSSÕES DA ALTA MÉDICA PREVIDENCIÁRIA


 Contrato de trabalho volta a vigorar;
 Retorno ao Trabalho na mesma função ou com readaptação (artigo 471 CLT);
 Cabe à empresa desconstituir a legalidade da alta médica do INSS;
 Alta médica do INSS. Recusa do trabalhador pela empresa. Impossibilidade. A
alta médica é um ato administrativo e este goza de presunção de boa-fé e
correção. Não pode o particular (empregador) descumprir o ato administrativo e
impedir o acesso da trabalhadora ao trabalho e respectivos salários. Se a
empresa entende que não deve receber o empregado nas suas dependências
porque ainda está doente, deve questionar a alta médica no Juízo competente.
E, até obter decisão favorável, deve pagar os salários do período. O que não se
admite é que, diante da alta do INSS, com a cessação do benefício
previdenciário e a recusa do empregador e ausência de salários, o empregado
fique à própria sorte, sem obter sua subsistência de qualquer dos lados. Recurso
ordinário não provido. (TRT/SP - 00585200831202007 (00585200831202007) -
RO - Ac. 3ªT 20101083593 - Rel. ANTERO ARANTES MARTINS - DOE 27/10/2010)
 "RECURSO DE REVISTA. APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.015/2014
E DO NOVO CPC (LEI N.º 13.105/2015). INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
IMPASSE ENTRE A PERÍCIA DO INSS E A AVALIAÇÃO MÉDICA DA EMPRESA. LIMBO
JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO. EMPREGADO QUE PERMANECE POR UM PERÍODO
SEM RECEBER SALÁRIOS. O caso dos autos diz respeito à situação em que se
configura um impasse entre a avaliação perpetrada pelo perito do INSS, que
considera o trabalhador apto ao trabalho, e o perito médico do trabalho, que
entende que o empregado não tem condições de voltar a trabalhar. Trata-se de
situação que é denominada pela doutrina de "limbo-jurídico-previdenciário",
que se caracteriza por ser um período no qual o empregado deixa de receber o
benefício previdenciário, e também não volta a receber os seus salários. No caso
dos autos, o juízo primeiro reconheceu que o pagamento dos salários relativos
ao referido período é responsabilidade da empresa, não havendo discussão a
esse respeito no presente Recurso, que versa apenas sobre o pedido de
indenização por danos morais, pelo fato de o Reclamante ter permanecido por

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um período sem receber os seus salários, fato incontroverso nos autos. Assim
sendo, diante do que foi apurado pelo Juízo primário, é de se constatar que o
Reclamante efetivamente sofreu dano de ordem moral, tratando-se de dano in
re ipsa, que decorre do próprio fato ofensivo, decorrente do infortúnio sofrido
que, no caso, é inafastável, haja vista a situação que se verifica quando um
trabalhador deixa de receber tanto o benefício previdenciário como os salários
devidos. Precedentes. Recurso de Revista conhecido e provido". (RR - 1433-
51.2014.5.12.0014 Data de Julgamento: 16/11/2016, Relatora Ministra: Maria
de Assis Calsing, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 18/11/2016)".
 “O empregador que impede o retorno ao trabalho de empregado reabilitado
pela Previdência Social e também não promove a rescisão contratual,
reencaminhando o empregado, de forma inútil aos cofres previdenciários,
responde pelo pagamento dos salários relativos a período ocorrente entre a alta
médica e efetivo retorno ao trabalho ou efetiva rescisão, pois o tempo em
questão é considerado com o tempo despendido à disposição do empregador”
(TRT2ªRegião, processo0262400-22.2010.5.02.0362, Rel.Juíza convocada Maria
José Bighetti Ordoño Rebello, 11ªTurma, DJ. 07/02/2012)

8.3 O QUE FAZER ENTÃO?


 A empresa, caso seu médico do trabalho entenda que não há condições do
colaborador voltar ao trabalho, deve propor ao trabalhador a colocação do
mesmo em licença remunerada;
 Neste caso, a mesma mantém o pagamento do salário e a própria empresa ou o
colaborador move ação contra o INSS;
 Somente a decisão judicial pode reestabelecer o beneficio e considerar o ato
administrativo nulo;
 O colaborador, já previamente, tem que concordar em devolver os valores
pagos pela empresa.

8.4 GESTÃO DE AFASTADOS


 A empresa deve consultar o site do INSS para verificar o status dos benefícios de
seus colaboradores;
 Alta previdenciária é igual convocação para reassumir as funções e realizar
exame de retorno ao trabalho;
 Não retornou? Abandono de emprego!;
 Acompanhar a aplicação do NTEP para ingresso com recursos – efeito
suspensivo do recurso do NTEP;
 Os reabilitados podem ser enquadrados em cota de deficientes!;
 Criação de uma cartilha de orientação ao colaborador sobre seus direitos e
deveres em relação ao afastamento e retorno ao trabalho;
 Participação de todos os setores da empresa: RH, SESMT, Diretoria, Gestores
operacionais etc..

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