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Sumário
AVALIAÇÂO IMOBILIARIA ......................................................................................... 5
Valor..................................................................................................................... 9
Preço.................................................................................................................... 9
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Método de renda ................................................................................................... 21
Método evolutivo ................................................................................................... 22
Método Residual .................................................................................................... 23
Método comparativo direto de custo ...................................................................... 24
Método da quantificação do custo ......................................................................... 24
Método para identificar indicadores de viabilidade da utilização econômica de um
empreendimento .............................................................................................................. 25
Método Comparativo Direto de Dados de Mercado ............................................... 25
Método Comparativo de Custo de Reprodução de Benfeitorias ............................ 25
Método da Rentabilidade – Arbitramento de Aluguéis .............................................. 26
O Modelo de Mandelblatt....................................................................................... 26
Obtenção do justo valor do aluguel: ................................................................... 28
ESTUDO I ................................................................................................................. 34
Introdução.............................................................................................................. 34
O método da renda ................................................................................................ 35
Exemplos de análise das regiões mais rentáveis pelo método da renda .............. 37
Comparação entre regiões da cidade do Rio de Janeiro pelo Valor Presente ...... 39
Comparação entre regiões da cidade de São Paulo pelo Valor Presente ............. 40
Cálculo das taxas internas de retorno das regiões ................................................ 41
Conclusão.............................................................................................................. 43
ESTUDO II ................................................................................................................ 44
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DETERMINAÇÃO DO VALOR DE REFERÊNCIA DO ALUGUEL DE IMÓVEIS
RESIDENCIAIS EMPREGANDO O MÉTODO TODIM ........................................................ 44
Introdução ................................................................................................................. 44
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NOSSA HISTÓRIA
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AVALIAÇÂO IMOBILIARIA
Breve histórico das normas de avaliação de imóveis
Em 1977 surge a primeira Norma Brasileira para Avaliação de Imóveis Urbanos, a NB-
502/77 da ABNT, cuja principal novidade é o estabelecimento de níveis de precisão para as
avaliações. Nessa época, a ABNT começa a produzir outras normas para avaliações, com a
seguinte tipologia: Imóveis Rurais; Unidades Padronizadas; Máquinas, Equipamentos e
Complexos Industriais e Glebas Urbanizáveis. Revista em 1989, a Norma Brasileira para
Avaliação de Imóveis Urbanos é registrada no INMETRO como NBR 5676. Nessa
oportunidade os níveis de precisão são transformados em níveis de rigor. Segue-se a ela a
Norma para Avaliação de Servidões. Paralelamente, alguns institutos, com base na NBR
5676, produzem normas específicas com níveis maiores de detalhamento e respeitando as
características de cada região. Em 30/05/2001 passa a vigorar a Parte 1 da NBR 14.653-1,
visando consolidar os conceitos, métodos e procedimentos gerais para os serviços técnicos
de avaliação de bens e atende aos padrões internacionais de apresentação definidos pela
Parte 3 das Diretivas ISO/IEC: 1989, adotada como Diretiva Nacional pela ABNT.
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Instituição de terminologia, definições, símbolos e abreviaturas;
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Fundamentação teórica para laudos de avaliação: Como fazer uma
Avaliação imobiliária de forma segura.
De que adianta fazer uma bela avaliação imobiliária e determinar um preço que não
pode ser absorvido pelo mercado? As avaliações imobiliárias são trabalhos eminentemente
técnicos, pertencentes a uma ciência denominada Engenharia de Avaliações, cujo acervo
técnico foi obtido através de centenas de trabalhos, livros e outros materiais reunidos em
dezenas de encontros promovidos por 26 entidades profissionais existentes em nosso país.
O assunto relativo a avaliações imobiliárias encontra-se hoje normatizado pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT- NBR- 14653:2), em trabalho coordenado por uma
Diretoria Técnica de Engenharia de Avaliações e Perícias abrigada no Comitê Brasileiro de
Construção Civil da entidade. Com a recente criação dos cursos superiores de Gestão
Imobiliária, estão sendo formados vários Gestores Imobiliários e Tecnólogos em Gestão
Imobiliária. Somente em Brasília, já temos aproximadamente 300 desses profissionais,
provindos da Universidade Católica, Centro Universitário Uniceub, Centro Universitário
Unieuro e outras, com habilitação baseada em um currículo que compreende ciências exatas
como a matemática básica, matemática financeira, estatística, economia, engenharia de
avaliações, planejamento urbano e outras com características de ciências humanas, como a
psicologia, o direito imobiliário, língua portuguesa, dentre outras.
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e corretores do DF possam se manter sempre atualizados e garantir sua diferenciação com
relação aos que não buscam esses cursos de formação e atualização. Como é bom, ao
efetuar um trabalho de Avaliação Imobiliária, ter um poder de argumentação e justificativa
desse trabalho apresentado, baseado em preceitos técnicos, que não deixam margem a
dúvidas e denotam uma total segurança do avaliador com relação ao assunto discutido,
inclusive com justificativas que muitas vezes surgem no âmbito judicial!
Objetivos
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Tipos de valor de avaliação
De acordo com o âmbito, objetivo da avaliação e tipo de imóvel ou propriedade a
avaliar, pode ser determinado (estimados) diversos valores, sendo os mais correntes os
seguintes:
Valor de mercado;
Valor de locação;
Valor de rendimento;
Valor
Valor: Grau de benefício que um bem pode trazer, considerando-se as forças de
demanda e oferta de mercado, a necessidade da compra ou da venda e a oportunidade do
negócio. O valor de um bem pode depender de uma pessoa para outra. Ex. Valor estimativo,
etc. Se tomarmos como exemplo uma construção de luxo em uma área rural, vemos que ela
não alcança o mesmo valor que alcançaria se estivesse em uma área urbana. Quanto mais
afastada do centro populacional, menor deverá ser o seu valor de mercado.
Valor residual: Quantia representativa do valor do bem ao final de sua vida útil
Preço
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qual se efetua, ou se propõe efetuar, uma transação envolvendo um bem, um fruto ou um
direito sobre ele
O que determina a natureza e extensão dos dados específicos que o avaliador deverá
colher será o tipo de imóvel sob avaliação e o método escolhido para encontrar seu valor.
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Os dados específicos comportam informações acerca do terreno, da construção, de sua
renda e despesas.
Descrição legal;
Melhorias de logradouro;
Zoneamento.
Data da construção;
Dimensões do edifício;
Estilo arquitetônico;
Plantas baixas;
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Violações do zoneamento, código de obras e regulamentos;
Custos de construção;
Hipotecas e gravames;
Renda bruta produzida pelos aluguéis ou outra fonte ao longo dos anos e detalhes
dos contratos de arrendamento;
Vacância;
Impostos.
Fontes de informação
Os países desenvolvidos contam com serviços especializados e aprimorados dos
bancos de dados. Essa facilidade não faz parte da realidade de nosso país, se fazendo
necessário um exaustivo trabalho para coleta de dados. Por isso, é importante conhecer
quais as fontes de informação a que se deve recorrer para obtê-los. Basicamente, o avaliador
necessita de informações sobre:
População;
Economia;
Legislação;
Desenvolvimento Urbano;
Desenvolvimento Rural;
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Mapas;
Custos de construção;
Valores fiscais.
Quanto aos valores venais e locatícios unitários, será possível obtê-los por meio de
paciente pesquisa em jornais, Internet, cartórios de notas e registros de imóveis e
imobiliárias. As ações judiciais referentes a imóveis, tais como as de desapropriações,
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renovação de contratos de locação, revisões de aluguéis, sub-rogações e inventários,
também são uma fonte de informação de valores venais e locativos para o avaliador que terá
que manter leitura assídua ao “Diário da Justiça” para ficar a par das decisões judiciais. O
acompanhamento dos leilões de imóveis é também uma fonte de dados para o avaliador.
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delimitação do mercado em análise, considerando as teorias e conceitos existentes, ou
ainda, as hipóteses advindas de experiências adquiridas pelo avaliador sobre a formação do
valor e envolve ainda, a estrutura e estratégia da pesquisa. A estrutura da pesquisa compõe-
se de duas variáveis:
Planejamento da pesquisa
No planejamento de uma pesquisa, o que se pretende é a composição de uma
amostra representativa de dados de mercado de imóveis com características, tanto quanto
possível, semelhantes às do avaliando, usando-se toda a evidência disponível. Essa etapa -
que envolve estrutura e estratégia da pesquisa – deve iniciar-se pela caracterização e de
limitação do mercado em análise, com o auxílio de teorias e conceitos existentes ou
hipóteses advindas de experiências adquiridas pelo avaliador sobre a formação do valor. Na
estrutura da pesquisa são eleitas as variáveis que, em princípio, são relevantes para explicar
a formação de valor e estabelecidas as supostas relações entre si e com a variável
dependente. A estratégia de pesquisa refere-se à abrangência da amostragem e às técnicas
a serem utilizadas na coleta e análise dos dados, como a seleção e abordagem de fontes de
informação, bem como a escolha do tipo de análise (quantitativa ou qualitativa) e a
elaboração dos respectivos instrumentos para a coleta de dados (fichas, planilhas, roteiros
de entrevistas, entre outros).
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Identificação das variáveis do modelo
Variável dependente
Para a especificação correta da variável dependente, é necessária uma investigação
no mercado em relação à sua conduta e às formas de expressão dos preços (por exemplo,
preço total ou unitário, moeda de referência, formas de pagamento), bem como observar a
homogeneidade nas unidades de medida.
Variáveis independentes
As variáveis independentes referem-se às características físicas (por exemplo: área,
frente), de localização (como bairro, logradouro, distância de polo de influência, entre outros)
e econômicas (como oferta ou transação, época e condição do negócio - à vista ou a prazo).
Devem ser escolhidos com base em teorias existentes, conhecimentos adquiridos, senso
comum e outros atributos que se revelem importantes no decorrer dos trabalhos, pois
algumas variáveis consideradas no planejamento da pesquisa podem se mostrar pouco
relevantes e vice-versa.
Pelo emprego de variáveis Proxy (por exemplo: padrão construtivo expresso pelo
custo unitário básico);
Por meio de códigos alocados (por exemplo: padrão construtivo baixo igual a 1,
normal igual a 2 e alto igual a 3).
Buscar dados de mercado com atributos mais semelhantes possíveis aos do bem
avaliando;
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Identificar e diversificar as fontes de informação, sendo que as informações devem
ser cruzadas, tanto quanto possível, com objetivo de aumentar a confiabilidade dos dados
de mercado;
Visitar cada imóvel tomado como referência, com o intuito de verificar, tanto quanto
possível, todas as informações de interesse;
Tratamento de dados
Preliminares
É recomendável, preliminarmente, a sumarização das informações obtidas sob a
forma de gráficos que mostrem as distribuições de frequência para cada uma das variáveis,
bem como as relações entre elas. Nessa etapa, verificam-se os equilíbrios da amostra, a
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influência das possíveis “variáveis-chave”, sobre os preços e a forma de variação, possíveis
dependências entre elas, identificação de pontos atípicos, entre outros. Assim, podem-se
confrontar as respostas obtidas no mercado com as crenças, a priori do engenheiro de
avaliações, bem como permitirem a formulação de novas hipóteses.
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Isenção e identificação das fontes de informação, esta última no caso de avaliações
judiciais, de forma a permitir a sua conferência.
Sua semelhança com o imóvel objeto da avaliação, no que diz respeito à sua
situação, à destinação, ao grau de aproveitamento e às características físicas.
Tratamento científico
Quaisquer que sejam os modelos utilizados para inferir o comportamento do mercado
e formação de valores devem ter seus pressupostos devidamente explicitados e testados.
Quando necessário, devem ser intentadas medidas corretivas, com repercussão na
classificação dos graus de fundamentação e precisão. Outras ferramentas analíticas para a
indução do comportamento do mercado, consideradas de interesse pelo engenheiro de
avaliações, tais como redes neurais artificiais, regressão espacial e análise envoltória de
dados, podem ser aplicadas, desde que devidamente justificadas do ponto de vista teórico e
prático, com a inclusão de validação, quando pertinente.
Método Involutivo
Identifica o valor de mercado do bem, alicerçado no seu aproveitamento eficiente,
baseado em modelo de estudo de viabilidade técnico-econômica, mediante hipotético
empreendimento compatível com as características do bem e com as condições do mercado
no qual está inserido, considerando-se cenários viáveis para execução e comercialização do
produto.
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Vistoria
Nenhuma avaliação poderá prescindir da vistoria. Em casos excepcionais, quando for
impossível o acesso ao bem avaliando, admite-se a adoção de uma situação paradigma,
desde que acordada entre as partes e explicitada no laudo. A vistoria deve ser efetuada pelo
engenheiro de avaliações com o objetivo de conhecer e caracterizar o bem avaliando e sua
adequação ao seu segmento de mercado, daí resultando. Condições para a orientação da
coleta de dados. É recomendável registrar as características físicas e de utilização do bem e
outros aspectos relevantes à formação do valor. O conhecimento de estudos, projetos ou
perspectivas tecnológicas que possam vir a afetar o valor do bem avaliando deverá ser
explicitado e suas consequências apreciadas.
Compra do imóvel;
Impostos e taxas;
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Publicidade
O prazo para a venda das unidades seja compatível com a estrutura, conduta e
desempenho do mercado.
Modelos: A avaliação poderá ser realizada com a utilização dos seguintes modelos,
em ordem de preferência:
Método de renda
O método da renda avalia um bem, com base na capitalização presente da sua renda,
real ou prevista. Os aspectos fundamentais do método são as determinações do período de
capitalização e a taxa de desconto a ser utilizada, que devem ser expressamente justificadas
pelo engenheiro de avaliações. Este tipo de avaliação pode ser utilizado para um bem que
não se encontra a venda no mercado, nem tampouco podem ser reproduzidos, mas possuem
um potencial de geração de renda.
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Neste caso, poderiam se arbitrar os possíveis rendimentos a curto, médio ou longo
prazo, dependendo do tipo do empreendimento. Neste caso não se estimaria um valor de
mercado, mas um valor máximo de viabilidade que um investidor estaria disposto a pagar
pelo bem, nas condições por ele estabelecidas. É o chamado valor econômico. Este método
é amplamente utilizado para determinação da viabilidade econômica de um empreendimento
ou negócio. As avaliações de empreendimentos de base imobiliária (hotéis, shopping centers
e outros) devem observar as prescrições da ABNT NBR 14653-4. No caso de avaliação de
imóvel que não se enquadre na situação anterior, devem ser observados os seguintes
aspectos:
Montagem do fluxo de caixa: A montagem do fluxo de caixa é feita com base nas
despesas e receitas previstas para o imóvel e suas respectivas épocas.
Método evolutivo
Identifica o valor do bem pelo somatório dos valores de seus componentes. Este
método pode ser considerado como método eletivo para a avaliação de imóveis cujas
características sui generis impliquem a inexistência de dados de mercado em numero
suficiente para a aplicação do método comparativo direto de dados de mercado. Caso a
finalidade seja a identificação do valor de mercado, deve ser considerado o fator de
comercialização. A composição do valor total do imóvel avaliando pode ser obtida através da
conjugação de métodos, a partir do valor do terreno, considerados o custo de reprodução
das benfeitorias devidamente depreciado e o fator de comercialização, ou seja:
VI = (VT + VB) x FC
Onde:
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VI é o valor do imóvel;
VT é o valor do terreno;
VB é o valor da benfeitoria;
FC é o fator de comercialização.
O fator de comercialização seja levado em conta, admitindo-se que pode ser maior
ou menor do que a unidade, em função da conjuntura do mercado na época da avaliação.
Método Residual
Este método pode ser utilizado, por exemplo, quando se tem intenção de construir
uma casa para venda. O valor do terreno é estimado por diferença entre o valor total do
imóvel e o das benfeitorias ou o valor destas subtraindo-se o valor do terreno. Ele analisa a
viabilidade de se desenvolver um empreendimento, através da comparação do valor de
mercado do produto final contra o custo de construção mais terreno. Neste método sempre
teremos ou valor fixo do custo de construção ou do valor do terreno.
É aquele que estima o valor do terreno por diferença entre o valor total do imóvel e o
das benfeitorias ou o valor destas subtraindo-se o valor do terreno. O entendimento do
método residual também passa pelo método evolutivo. Admita que se deseja construir uma
casa para vender, onde o custo com o terreno foi de R$ 450.000,00 e com a construção foi
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de R$ 430.000,00, resultando num custo total de R$ 880.000,00. Se o valor de mercado da
casa for R$ 1.100.000,00, verifica-se que este valor está acrescido de uma taxa de 25% em
relação ao custo de reedição do imóvel, ou seja, equivalente a um índice de 1,25. Este índice
é denominado fator de comercialização. Observe que este fator pode ser maior ou menor
que a unidade. Assim sabendo-se o valor total do imóvel e o custo da benfeitoria, para se
obter o valor da parcela terreno teria que se extrair do valor total de comercialização, para só
depois fazer a subtração.
VI = (VT + CB) x FC
Onde:
VI – Valor do Imóvel;
VT – Valor do Terreno;
CB – Custo da Benfeitoria;
FC – Fator de Comercialização.
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Método para identificar indicadores de viabilidade da utilização
econômica de um empreendimento
Os procedimentos avaliatório usuais com a finalidade de determinar indicadores de
viabilidade da utilização econômica de um empreendimento são baseados no seu fluxo de
caixa projetado, a partir do qual são determinados indicadores de decisão baseados no valor
presente líquido, taxas internas de retorno, tempos de retorno, entre outros.
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possibilita a sua avaliação pelo método comparativo de dados de mercado. O que se pode
fazer é avaliar os custos necessários para reproduzir uma benfeitoria avaliando pelo Método
Comparativo de Custo de Reprodução de Benfeitorias.
A reprodução dos seus componentes é feita pela composição dos custos, com base
em orçamento detalhado ou sumário, em função do rigor do trabalho avaliatório. Devem,
ainda, ser justificados e quantificados os efeitos do desgaste físico e/ou do obsoletismo
funcional, se houver Este método é amplamente utilizado em laudos técnicos de avaliação,
nos complementos das avaliações em imóveis com benfeitorias e como complemento nos
laudos que utilizam o Método Comparativo de Dados de Mercado.
O Modelo de Mandelblatt
Mandelblatt30 (apud ABUNAHMAN, 2002, p. 149) elaborou um modelo matemático
bem simples para encontrar o preço de imóveis urbanos, cuja aplicação é consagrada para
apartamentos podendo, com o emprego dos devidos parâmetros cabíveis, ser também
utilizado para o cálculo de lojas e salas comerciais. Segundo unahman, “este modelo está
aprovado em todo o país através de inúmeros julgados e aplicação pelos avaliadores.” O
modelo parte das seguintes relações para chegar à fórmula proposta:
onde,
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onde,
Abuhnaman ressalta que, “em síntese, “K” será um fator indicativo se o mercado é
“comprador” (K>1) ou “vendedor” (K) e, na prática, deverá situar-se entre 0,85 e 1,15, em se
tratando de imóveis residenciais.” (ABUNAHMAN, 2002, p. 150)
onde,
r = relação percentual entre o preço da quota de terreno e o preço do imóvel novo, obtido por
pesquisa de mercado para cada bairro ou região do município.
No tocante ao valor de “ ” Abunahman observa que “no caso de apartamento deverá ser
considerada a área útil mais o percentual pertinente às paredes (15%) e, dotado de garagem,
a área equivalente desta (12,50 m²)” (ABUNAHMAN, 2002, p. 150).
27
Levando o item “e” e “d” na expressão do item “a”, tem-se:
Exemplos:
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C=993,75+40% de custos indiretos, idade 30 anos, K=1,10, cota do terreno 0,25, como Vi =
212.000,00. Pedese calcular o justo preço do aluguel. Para uma taxa de 6%a.a., 212.000,00
x 0,06/12 = 1060,00. Tabelando fica:
Considerando a variação usual dos aluguéis, poder-se-ia arbitrar o justo preço desta
locação residencial em: AL = R$ 1.236,00
Loja de rua e de galeria não se confunde com Shopping Centers cuja modalidade
normalmente prevê um aluguel mínimo e/ou um aluguel percentual sobre as vendas,
prevalecendo aquele que for maior. As lojas de galerias, normalmente apresentam preço
locatício inferior ao das lojas de frente para rua e o seu preço decresce à medida que se
aproximam do fundo. A determinação do preço locativo dessas lojas de rua e de galeria pode
ser realizado pela aplicação da fórmula de Mandelblatt, já demonstrada.
29
Avaliação de aluguel em lojas de Shopping Centers
Como o aluguel de uma loja de Shopping envolve um novo componente, a
quantificação do valor do Fundo de Comércio, que normalmente pertence ao empreendedor
do Shopping e ao lojista (a este pelo período da duração do contrato), não é aplicável o
Método da Rentabilidade através da fórmula de Mandelblatt. Segundo Abunahman, o método
mais adequado é o Método Comparativo (ABUNAHMAN, 2002, p. 172). O método
comparativo já foi demonstrado anteriormente neste trabalho.
em que,
AL = aluguel mensal.
30
Avaliação de aluguel de Hotéis e Motéis
O método para cálculo do justo aluguel de Hotéis e Motéis é baseada no modelo de
Gomes Jr.
onde,
No cálculo da área geradora de renda são excluídas aquelas não utilizadas pelo
hóspede, como por exemplo: a área da recepção onde ficam os funcionários e administração,
a cozinha, vestiários e refeitório de funcionários, corredores de acesso aos apartamentos,
vãos de elevadores, etc.
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A experiência demonstra que quanto maior e mais luxuoso for o hotel menor será a
fração de área rentábil, situando-se para os grandes hotéis de “5 estrelas” na ordem de 50%,
em geral (ABUNAHMAN, 2002, p. 118).
MODELO DE ABUNAHMAN
A fórmula apresentada por Abunahman é assim representada:
em que,
32
Lg = lucro bruto do empresário dono do negócio incidente sobre a gasolina, em
porcentagem por litro (%/l).
Se,
em que,
33
d = número de dias de ocupação por mês.
ESTUDO I
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do Rio de Janeiro e São Paulo. São calculados os valores presentes dos imóveis e estes são
comparados aos valores reais de venda das diversas regiões escolhidas. Dessa forma, pode-
se avaliar quais regiões são mais atrativas para o investimento.
O método da renda
Segundo a NBR 5676/89 – Norma Brasileira de Avaliação de Imóveis Urbanos da
ABNT, o método da renda é aquele que apropria o valor do imóvel e de suas partes
constitutivas, com base na capitalização presente da sua renda líquida, seja ela real ou
prevista. Para a sua utilização, precisam ser determinados o período de capitalização e a
taxa de desconto a ser utilizada. Para diversos autores, este método é fundamentado no
princípio de que o valor de uma determinada propriedade é uma função de sua capacidade
de gerar renda, o que geralmente é o aluguel. A propriedade constitui o denominado “capital
imóvel”, que deve ser rentabilizado a uma taxa de atratividade variável em função da
localização, do tipo de imóvel e da conjuntura econômica do momento da avaliação. Logo,
os dados de mercado necessários para a utilização deste método são os aluguéis esperados,
a taxa de desconto e o número de períodos do investimento. Pela NBR 5676/89, a taxa de
desconto a ser utilizada deve ser expressamente justificada, mas na grande maioria das
avaliações ela vem sendo determinada pela comparação direta com as taxas aplicadas a
imóveis similares. Segundo MENDONÇA et al.(1998), devido à sua flexibilidade que permite
a grande generalização do seu uso, nos casos de perícias judiciais, este método tem sido
recomendado pela própria jurisprudência dos tribunais do poder judiciário, que consagra
como justa a taxa de atratividade de 12% ao ano para imóveis comerciais. Porém, os
trabalhos que vem sendo realizados comprovam que existe uma incerteza quanto a taxa de
atratividade pré-definida que indique com segurança a renda mensal esperada para um
determinado imóvel, em virtude da constante instabilidade econômica do país. Não há, no
Brasil, taxas de atratividade fixadas para imóveis residenciais, mas observa-se que, quanto
maior e mais luxuoso é o imóvel residencial, menor é a taxa interna de retorno.
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Referencial (ou TR) + 0,5%, sendo que a parcela Taxa Referencial pretende corrigir o capital
investido com relação à inflação e, portanto, 0,5% é a taxa de juros real do investimento. No
Brasil, qualquer investimento cuja taxa de juros real, ou seja, a taxa de atratividade
descontada a inflação, seja inferior a 0,5% é um investimento inviável. Qualquer investimento
cuja taxa de juros real seja igual a 0,5% mas apresente algum risco também é inviável.
Nestes dois casos é mais interessante investir na caderneta de poupança. Portanto, para se
determinar corretamente a taxa mínima de atratividade viável dos investimentos em imóveis,
deve-se em primeiro lugar determinar qual o risco do investimento. O risco de um
investimento qualquer é formado por duas parcelas: o risco sistemático e o risco não
sistemático. O risco sistemático é aquele que afeta um grande número de ativos, em maior
ou menor grau (ROSS, et al., 1995). Como os riscos sistemáticos atingem o mercado como
um todo, também são chamados de risco de mercado. Por exemplo, a possibilidade de que
o preço dos imóveis aumente ou diminuam devido a um plano econômico do governo é um
risco sistemático. Já o risco não sistemático, também conhecido como risco diversificável, é
aquele que afeta um único ativo ou um grupo pequeno de ativos (ROSS, et al., 1995). Por
exemplo, o risco de que seja construída uma via expressa em frente a um imóvel e este se
desvalorize é um risco do tipo diversificável. Os riscos diversificáveis de um investimento
podem ser eliminados ao se formar uma carteira de ativos, pois em uma carteira de ativos
bem elaborada pode-se dizer que, de uma maneira geral, a desvalorização de um ativo é
compensada pela valorização de outro. Já o risco sistemático ou de mercado não pode ser
eliminado.
Atualmente, no Brasil, a taxa mínima de atratividade que vem sendo utilizada pelo
mercado de imóveis varia entre 0,7% e 0,8% ao mês. Esse valor já leva em consideração o
risco sistemático envolvido no investimento e não inclui a parcela da inflação. Como já foi
dito, a NBR 5676/89 determina que nas avaliações de imóveis pelo método da renda o
período de capitalização e a taxa de desconto a ser utilizada devem ser expressamente
justificadas. Apesar disso, o intervalo entre 0,7% e 0,8% vem sendo largamente utilizado
como taxa mínima de atratividade nas avaliações de imóveis pelo método da renda sem que
os cálculos que a justifiquem sejam demonstrados. A demonstração dos cálculos que levam
à essa taxa mínima de atratividade será objeto de um trabalho futuro.
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Exemplos de análise das regiões mais rentáveis pelo método da
renda
Supondo que um determinado investidor decida investir em imóveis residenciais para
alugá-los a terceiros. Para tanto, ele deseja saber quais as regiões mais interessantes para
o tal investimento, ou seja, quais as regiões onde a rentabilidade do investimento é maior.
Com o objetivo de comparar regiões e analisar quais seriam as mais rentáveis para o
investimento em imóveis para aluguel, foram tomados dados de diferentes regiões das
cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Nesses dados, são fornecidos os valores reais
médios de venda e aluguel de imóveis residenciais, segundo o número de quartos, que vem
sendo praticados nas várias regiões dessas duas cidades. Com base nos valores reais
médios dos aluguéis, foram calculados, pelo método da renda, os valores de venda dos
imóveis médios em cada região, segundo o número de quartos. Os valores reais médios de
aluguéis são as receitas. Não foi descontado o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU
como despesa, uma vez que na grande maioria dos contratos, este é pago pelo locatário, e
os cálculos estão sendo feitos sob o ponto de vista do locador. A taxa mínima de atratividade
aplicada aos cálculos foi 0,75%, taxa esta que se encontra dentro do intervalo que vem sendo
utilizado pelo mercado que é de 0,7% a 0,8%. Deve-se lembrar ainda que, geralmente, as
receitas sobem anualmente. Aqui foi considerado que as receitas, ou seja, os aluguéis
subirão anualmente à mesma taxa que a inflação. Assim, não foi adicionada a inflação à taxa
mínima de atratividade para que as receitas permanecessem constantes durante toda a
duração do investimento. Não será aqui considerada a parcela dos riscos diversificáveis uma
vez que para sua obtenção deve-se fazer um estudo detalhado de cada região e estes podem
ser eliminados com a formação de uma carteira de investimento. Para a determinação do
número de períodos do investimento, foi necessária uma análise sobre o valor residual do
imóvel, ou seja, o valor de venda deste após o término do investimento.
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revendido a um determinado preço, o que significa que o imóvel ainda terá um determinado
valor, denominado valor residual. A fórmula (1) simplesmente ignora o valor residual e,
portanto, sua aplicação não deve ser considerada correta. Existem duas maneiras de se
resolver esse problema. A primeira é incluir o valor residual na fórmula (1). Logo, o valor de
venda do imóvel é calculado pela equação (2).
onde:
A – Valor do aluguel;
38
Assim, para o cálculo do valor de venda dos imóveis médio para as regiões analisadas
foi considerado que o número de períodos do investimento é infinito, a uma taxa mínima de
atratividade de 0,75% ao mês, e foi então utilizada a fórmula (4).
Com base nos dados da tabela 1, foram então calculados, os valores de venda dos
imóveis médios para cada região, dados pelo valor presente determinado pela fórmula (4).
Os valores de venda calculados são mostrados na tabela 2, juntamente com os valores reais
de venda que vem sendo negociados pelo mercado, para que sejam comparados.
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Na tabela 2, pode-se observar que na grande maioria das regiões, os valores
presentes calculados são inferiores aos valores de venda reais que vem sendo negociados
no mercado, com exceção de Centro para um, três e quatro quartos, Madureira para um, dois
e três quartos, e Jacarepaguá para dois quartos. Com isso pode-se concluir que para um
investimento com número de períodos infinito e taxa mínima de atratividade igual a 0,75%,
sem considerar o risco diversificável, esses imóveis estão subvalorizados com relação à
renda que estes podem gerar e, portanto, podem ser considerados os investimentos mais
atrativos dentre os analisados. As demais regiões, nas quais os valores presentes calculados
foram inferiores aos valores reais de mercado, sem considerar o risco diversificável, não são
consideradas atrativas para uma taxa mínima de atratividade de 0,75% e número de períodos
infinito. Lembrando que o risco diversificável pode ser eliminado ao se investir em carteiras
de imóveis.
40
Assim como no caso anterior, foram adotados taxa mínima de atratividade 0,75% e
número infinito de períodos. Também foi novamente considerado que a taxa de crescimento
dos aluguéis é igual à inflação. Os valores presentes calculados pela fórmula (4) são
mostrados na tabela abaixo, juntamente com os valores médios reais de venda dos imóveis
que vem sendo negociados na cidade de São Paulo.
41
de atratividade de 0,75% e número infinito de períodos para o investimento. Seria
interessante determinar, então, quais as taxas internas de retorno que os investimentos nas
regiões analisadas oferecem. Para tanto, como o número de períodos do investimento
considerado continuou sendo infinito, foi utilizada a mesma fórmula (4), mas dessa vez
buscando-se encontrar o valor de i.
Em (5) A é o valor dos aluguéis e P é o valor de venda que vem sendo praticados no
mercado. Como está sendo considerado que as receitas sobem conforme a inflação, o valor
de i calculado é a taxa de juros real, sem considerar a inflação. Logo, para o Rio de Janeiro,
as taxas internas de retorno calculadas foram.
Como era de se esperar, a tabela acima mostra que a taxa interna de retorno do
investimento com número infinito de períodos, sem considerar o risco diversificável, na
maioria das regiões analisadas está abaixo da taxa mínima de atratividade de 0,7% a 0,8%
utilizada pelo mercado. As exceções são alguns imóveis em Madureira, Centro e
Jacarepaguá. Essa tabela também mostra que na maioria das regiões as taxas internas de
retorno são próximas da taxa de 0,5% oferecida pela poupança, sendo que em algumas
regiões estas chegam a ser até mesmo inferiores à taxa da poupança. A tabela abaixo mostra
as taxas internas de retorno das regiões analisadas na cidade de São Paulo.
42
Pela tabela acima pode-se observar que, sem considerar o risco diversificável, para o
investimento com número infinito de períodos, a grande maioria das taxas internas de retorno
calculadas estão próximas da taxa de 0,5% oferecida pela poupança, que é um investimento
livre de risco. Das regiões analisadas, apenas, Pirituba e Vila Sônia para três quartos,
oferecem a taxa de 0,7%, dentro do intervalo de 0,7% a 0,8% utilizado pelo mercado. Moema
oferece taxas internas de retorno inferiores a 0,5%, mostrado ser uma região inviável para o
investimento desconsiderando-se o risco diversificável. As regiões de Jardim Paulista e
Pinheiros, para três quartos, oferecem as taxas mais baixas, 0,32% e 0,39%
respectivamente. Ë importante ressaltar que todos os cálculos foram feitos com base em um
número infinito de períodos para o investimento e sem considerar o risco diversificável. Incluir
o valor residual dos imóveis, ou seja, o valor de revenda dos imóveis ao término de um
investimento de número finito de períodos nos cálculos pode alterar, ou não, os resultados e
uma região considerada não atrativa pode vir a ser considerada atrativa. Da mesma forma,
o risco diversificável pode alterar, ou não, os resultados obtidos.
Conclusão
O método da renda para avaliação de imóveis pode ser também utilizado para analisar
quais regiões são mais interessantes para se investir em imóveis. Para tanto, deve-se basear
os valores dos imóveis calculados nas receitas ou aluguéis que estes são capazes de gerar,
e determinar a taxa mínima de atratividade e o número de períodos a serem empregados
nos cálculos. Para a determinação da taxa mínima de atratividade, deve-se considerar os
riscos do investimento, que são formados pelos riscos sistemáticos e diversificáveis. Para os
cálculos, foi utilizada a taxa de 0,75%, baseada nas taxas que vem sendo utilizadas pelo
mercado que variam de 0,7% a 0,8%. Essas taxas vem sendo largamente utilizadas pelo
mercado e sua justificativa, que é exigida pela Norma, será objeto de um trabalho futuro. Ao
se optar por um número finito de períodos, deve-se considerar também o valor residual dos
43
imóveis, que é inexistente quando for considerado um número infinito de períodos. As regiões
foram analisadas calculando-se valores de venda dos imóveis médios pelo método da renda
e comparando-os aos valores reais de venda que vem sendo negociados e determinando
quais regiões se mostram mais atrativas para investimentos com número infinito de períodos.
Os resultados obtidos foram confirmados ao se determinar as taxas internas de retorno das
regiões analisadas.
ESTUDO II
Introdução
Este artigo aborda a utilização de um método do Apoio Multicritério à Decisão na
avaliação de imóveis residenciais que estão disponíveis para alugar na cidade de Volta
Redonda, no Estado do Rio de Janeiro. Na maioria das vezes os critérios empregados para
fazer a avaliação das alternativas são conflitantes. Por exemplo, o que seria mais valorizado:
uma casa pequena, antiga, em um excelente bairro residencial, próximo ao centro; ou uma
residência grande, nova, com piscina e área de lazer, num bairro distante do centro da
cidade?
– Método de Renda: Define o valor do aluguel como sendo uma porcentagem do valor
de venda do imóvel. É simples de se aplicar, mas dependendo da oferta e procura na região
em questão, não conduz a valores competitivos e praticáveis no mercado.
44
O método TODIM (Gomes, 2007; Gomes, Araya & Carignano, 2004), do Apoio
Multicritério à Decisão, é capaz de ordenar as alternativas de acordo com as preferências
dos decisores. Para isso, incorpora em sua formulação a Teoria dos Prospectos (Kahneman
& Tversky, 1979) que considera a aversão e a propensão ao risco durante o processo
decisório. Neste estudo, o método TODIM foi empregado para ordenar alternativas de
imóveis, que foram selecionados dentre os disponíveis para alugar, na cidade de Volta
Redonda, no Estado do Rio de Janeiro. Após esta ordenação, haverá maior facilidade para
definir os valores de aluguel, uma vez que foram inseridos no conjunto de alternativas alguns
imóveis anteriormente avaliados, isto é, com seus valores de aluguel já definidos.
O presente artigo foi elaborado da forma explicada a seguir. Após a introdução, nas
subseções 2.1 e 2.2, respectivamente, apresenta-se uma breve introdução ao Apoio
Multicritério à Decisão e à Teoria dos Prospectos. Em seguida, na subseção 2.3 apresenta-
se a teoria do método TODIM. O estudo de caso realizado em si está contido na seção 3 do
artigo.
45
Bouyssou, 1993) –, empregou-se o método TODIM, que tem a característica, importante para
o problema em pauta, de modelar explicitamente os padrões de preferência dos decisores
em presença de risco. Para tanto, o método TODIM fundamenta-se na Teoria dos
Prospectos, desenvolvida originalmente por Daniel Kahneman e Amos Tversky na década
de 70 (Kahneman & Tversky, 1979).
46
O Método TODIM
O método multicritério TODIM (acrônimo de TOmada de Decisão Interativa
e Multicritério), concebido em sua forma atual ao início dos anos 90 (Gomes, 2007), é
provavelmente o único método multicritério fundamentado na Teoria dos Prospectos. Isto
significa que existe definitivamente uma teoria subjacente ao método – e uma teoria tão forte
que foi mesmo objeto de Prêmio Nobel de Economia concedido em 2002 (Roux, 2002). Assim
sendo, enquanto praticamente todos os demais métodos multicritério partem da premissa de
que o tomador de decisão decide buscando sempre a solução correspondente ao máximo
de alguma medida global de valor (por exemplo, o maior valor possível de uma função de
utilidade multiatributo – no caso da MAUT), o método TODIM faz uso da noção de uma
medida global de valor calculável pela aplicação do paradigma em que consiste a Teoria dos
Prospectos. Com isto, o método se alicerça sobre uma descrição – já sobejamente
comprovada por evidências empíricas – de como as pessoas efetivamente decidem em face
ao risco.
47
O método TODIM faz uso de comparações por pares entre os critérios de decisão,
possuindo recursos tecnicamente simples e corretos para eliminar eventuais inconsistências
provenientes dessas comparações. Também permite efetuar-se juízos de valor em uma
escala verbal, utilizar uma hierarquia de critérios, juízos de valor nebulosos e fazer uso de
relações de interdependência entre alternativas.
Embora o TODIM tenha parte de suas raízes na tese de doutorado do segundo autor
deste artigo (Gomes, 1976), sua atual formulação, fundamentada na Teoria dos Prospectos
e adquirida no início da década de 90, inspirou-se em Salminen (1992). Este autor, por sua
vez, foi um dos primeiros pesquisadores a associarem, do ponto de vista computacional, a
Teoria dos Prospectos ao Apoio Multicritério à Decisão, embora sem a aparente preocupação
em desenvolver um método analítico de ampla aplicabilidade (Gomes, 2007).
Em Roy & Bouyssou (1993), sobre o método TODIM, afirmam que este é:
"... um método tendo como base a Escola Francesa e a Escola Americana. Combina
aspectos provenientes da Teoria de Utilidade Multiatributo, do método AHP e dos métodos
ELECTRE" (p. 638), (Gomes, 2007).
"... baseia-se em uma noção bastante parecida com a de fluxo líquido, no sentido do
PROMÉTHÉE" (p. 229).
O capítulo 5 de Gomes, Araya & Carignano (2004) explica com detalhes o método
TODIM. Encontram-se algumas das várias aplicações já realizadas deste método em:
Gomes & Lima (1992a; 1992b); Gomes & Duarte (1998); Gomes, Duarte & Moraes (1999);
Trotta, Nobre & Gomes (1999); Costa, Almeida & Gomes (2003); e Passos & Gomes (2005).
Duas outras aplicações foram divulgadas recentemente (Mourão & Gomes, 2006; Rangel,
Silva & Silvério, 2006).
48
por pares pode conter alguma inconsistência, decorrente da violação da transitividade, o
método TODIM possui um recurso que, ao mesmo tempo que respeita os juízos de valor que
conduziram à essa matriz inicial, corrige-os de uma forma sistemática, eliminando por
completo a eventual inconsistência. Uma vez assim constituída a matriz corrigida de
comparações por pares entre os critérios, a aplicação do método TODIM prossegue na
direção da obtenção dos pesos dos critérios, usando-se para isto as seguintes duas etapas:
(i) somam-se os valores ao longo de cada coluna dessa matriz corrigida; (ii) calculam-se os
recíprocos dessas somas; (iii) divide-se cada um desses recíprocos pelas soma dos
recíprocos: os valores desta forma obtidos serão os pesos dos critérios. Após a definição
desses pesos dos critérios, pede-se a especialistas que estimem, para cada um dos critérios
qualitativos c, a contribuição de cada alternativa i para o objetivo associado ao critério. Este
método requer que os valores das avaliações, dos critérios em relação às alternativas, sejam
numéricos e que sejam normalizados, portanto os critérios qualitativos avaliados numa
escala verbal são transformados numa escala cardinal. As avaliações dos critérios
quantitativos são obtidas através dos desempenhos das alternativas em relação aos critérios,
como por exemplo, nível de ruído em decibéis, potência de um motor em HP, nota de um
aluno em uma disciplina etc (Gomes, Araya & Carignano, 2004).
49
Após a atribuição dos pesos dos critérios e de sua normalização, necessita-se calcular
as matrizes de dominância parciais e a matriz de dominância final. Admita-se agora que um
dos m critérios pode ser considerado como sendo um critério de referência r; este poderá
ser, por exemplo, identificado como sendo o critério de maior peso. Assim, a rc representa a
taxa de substituição do critério em análise c em relação ao critério de referência r. A medida
de dominância de cada alternativa i sobre cada alternativa j, incorporada agora à Teoria dos
Prospectos, é dada pela expressão matemática (1):
onde:
assim:
50
para c(i,j), isto é, a equação (3), e se W ic – W jc for negativo, c(i,j) será representado pela
equação (4).
Estudo de Caso
A cidade de Volta Redonda está situada ao sul do estado do Rio de Janeiro. Tem
aproximadamente 256.000 habitantes e possui atualmente um grande número de imóveis,
tanto residenciais como comerciais, alugados ou à disposição para aluguel.
Esta pesquisa busca determinar um valor de referência para o aluguel dos imóveis
residenciais que estão para serem alugados, servindo desta maneira como uma importante
fonte de informação para os proprietários e para as imobiliárias.
Para realizar a avaliação de imóveis foi necessário identificar quais critérios deveriam
ser considerados neste estudo. Para tanto, foi elaborada uma pesquisa junto a diversas
imobiliárias da cidade de Volta Redonda e foram feitas entrevistas com especialistas deste
ramo, que trabalham em avaliação de imóveis.
51
Definição dos Critérios
A partir dos pontos de vistas explicitados nas entrevistas com profissionais do ramo
imobiliário, identificaram-se os critérios mais relevantes para esta análise, descritos a seguir:
C1 – Localização:
É o mais importante critério de avaliação dos imóveis para aluguel. É um critério qualitativo
que busca definir se o imóvel está ou não em uma localização bem valorizada. Para avaliar
o desempenho das alternativas em relação a este critério, definiu-se a escala apresentada
na Tabela 2. Desta forma, um imóvel com "boa localização", nesta avaliação, recebe uma
pontuação igual a 4.
C2 – Área de Construção:
Critério quantitativo que retrata o tamanho da construção do imóvel. Neste estudo, a unidade
de medida utilizada foi o metro quadrado (m2).
C3 – Qualidade da Construção:
Critério qualitativo que determina o padrão de acabamento do imóvel. Foram definidos três
níveis de acabamento e suas respectivas pontuações, que são apresentados na Tabela 3.
Considerando uma residência que tenha sido construída com um "alto padrão de
acabamento", este imóvel recebe a pontuação igual a 3, valor máximo para este critério de
avaliação.
52
C4 – Estado de Conservação:
Critério qualitativo utilizado para avaliar o estado geral do imóvel. Este critério considera se
houve ou não reforma do imóvel, e também suas condições de moradia. A Tabela 4, a seguir,
apresenta a pontuação associada ao estado de conservação do imóvel. Por exemplo, um
apartamento em condições de moradia, necessitando de pequenos reparos, ou seja, com
"médio estado de conservação", recebe a pontuação igual a 2. Este critério não está
diretamente relacionado ao critério C3, pois o estado de conservação independe do padrão
de acabamento do imóvel. Um imóvel pode ter um alto padrão de acabamento, com material
de grande qualidade, mas estar precisando de reformas, devido à sua idade.
C6 – Número de Cômodos:
Critério quantitativo que considera para a valoração a quantidade dos seguintes cômodos
existentes no imóvel: salas, quartos, copa/cozinha e banheiros. Destaca-se aqui a diferença
entre este critério e o critério C2, que retrata a área de construção. É interessante avaliar o
imóvel também pelo número de cômodos, pois podem estar em questão dois imóveis com o
53
mesmo tamanho total, mas um deles pode ter poucos cômodos grandes, e o outro, com
maior número de cômodos menores.
C7 – Atrativos:
Critério qualitativo que traduz a existência de dependências de lazer, como piscina e
churrasqueira, além de outros. É avaliado de acordo com a Tabela 5. Uma casa que tenha
piscina e churrasqueira recebe 4 pontos.
C8 – Segurança:
Critério qualitativo empregado para retratar as condições de segurança do imóvel. A Tabela
6 apresenta a avaliação do imóvel segundo este critério. Por exemplo, um apartamento que
tenha porteiro e câmeras de segurança recebe pontuação igual a 1.
Todos os critérios acima definidos são critérios de maximização, ou seja, quanto maior
for a pontuação obtida na avaliação das alternativas em relação a cada critério, melhor será
o seu desempenho.
54
Pesos dos Critérios
De acordo com a importância dos critérios empregados nesta pesquisa para avaliar
os imóveis, seus respectivos pesos foram definidos pelos decisores através da valoração
direta, e posteriormente normalizados. Ambas as informações são apresentadas na Tabela
7.
55
A4 – Casa em localização média, com 124 m2 de área construída, médio padrão de
acabamento, bom estado de conservação, com duas vagas na garagem, 5 cômodos, pomar
com árvores frutíferas, piscina e churrasqueira, não apresenta sistema de segurança.
A11 – Casa com boa localização, com 280 m2 de área construída, médio padrão de
acabamento, apresentando um estado de conservação médio, com duas vagas na garagem,
7 cômodos, possuindo ainda sistema de segurança.
56
A13 – Apartamento localizado na periferia com média localização, com 160 m2 de área
construída, com alto padrão de acabamento, em bom estado de conservação, com 2 vagas
na garagem, 6 cômodos, apresentando segurança adicional.
A14 – Apartamento com média localização, com 320 m2 de área construída, apresenta
alto padrão de acabamento, está em bom estado de conservação, com 2 vagas na garagem,
8 cômodos, possuindo ainda sistema adicional de segurança.
A15 – Casa localizada com boa localização, com 180 m 2 de área construída, com
padrão médio de acabamento, em ótimo estado de conservação, com uma vaga na garagem,
6 cômodos, possuindo ainda sistema de segurança adicional.
No estudo de caso, o fator de atenuação de perdas q tem valor igual a 1, o que significa
que as perdas contribuirão com seu valor real para o valor global. Para a implementação do
método, é necessário que estes desempenhos sejam normalizados. A matriz de
desempenho normalizada é chamada matriz de desejabilidades parciais, apresentada
na Tabela 9 abaixo.
57
Após a implementação da formulação matemática do método TODIM, obtém-se o
valor global de cada alternativa, apresentados na Tabela 10. Esta tabela apresenta ainda o
valor global normalizado e a ordenação de cada alternativa.
58
Análise dos Resultados
Dentre os imóveis avaliados, alguns foram inseridos como referência, apenas para
auxiliar a análise, pois já são conhecidos os seus valores de aluguel. Estes imóveis são
apresentados na Tabela 11.
Desta forma, inserindo estes imóveis com valores conhecidos, pode-se estabelecer
uma faixa de valores para os outros imóveis em análise. Por exemplo, neste estudo, verifica-
se que A8 está, na ordenação final pelo método TODIM, em 8º lugar. A3 está em 9º lugar,
tendo como valor de aluguel a quantia de R$ 450,00, e A 4 está em 7º lugar, devendo ser
alugado por R$ 650,00. Pode-se então dizer que A8 deve ser alugado por um valor entre R$
450,00 e R$ 650,00. Da mesma forma, verifica-se que o imóvel A14 está em 2º lugar. A5 está
em 1º lugar, com valor de aluguel de R$ 1.500,00, e A 11 está em 3º lugar, com valor de
aluguel de R$ 930,00. Portanto, o imóvel A14 deve ser alugado por um valor entre R$
1.500,00 e R$ 930,00.
Estes intervalos de valores são definidos para cada alternativa em análise, servindo
de referência para obter valores de referência para o aluguel. Desta forma, torna-se menos
complexo o processo de decisão. A Tabela 12 sugere os intervalos apropriados, para os
imóveis com os valores de aluguel não definidos.
59
Análise de Sensibilidade
Depois de obtidos os resultados com a implementação do método TODIM, foi
realizada a análise de sensibilidade variando o peso do critério de maior importância para os
decisores, que é o critério C1. Seu peso foi reduzido de cinco para três e não houve variação
da ordenação das quinze alternativas. Uma outra análise foi realizada variando o valor de ,
índice que representa o fator de atenuação das perdas. Na primeira implementação realizada
o valor de utilizado para foi 1. Na análise de sensibilidade o valor de q foi alterado de 1 para
5. Com esta alteração realizada, somente ocorreu alteração na ordenação dos valores de
A13 com A15, indicando que, apesar da alteração no valor do índice de atenuação das perdas,
a ordenação obtida é consistente.
60
Conclusão
A análise das alternativas utilizando o método TODIM conduziu a uma ordenação que
se mostrou satisfatória e concordante com as expectativas dos especialistas. Através de sua
formulação torna-se mais fácil resolver os conflitos existentes entre os critérios, pois, às
vezes, para se conseguir um bom desempenho em um determinado critério de análise, deve-
se abrir mão do desempenho de outro, o que configura uma importante relação de troca
(Gomes, 2007).
Neste estudo foi possível identificar ainda que três imóveis, A 1, A13 e A15, caíram
dentro da mesma faixa estabelecida pelas alternativas A 4 e A11. Pela Tabela 10, verifica-se
que a ordem desses três imóveis é: A13, A1 e A15. Desta maneira, os valores de aluguel
desses três imóveis poderiam ser os mesmos, ou, de outro modo, referenciando o valor do
aluguel do imóvel de acordo com a ordenação fornecida pelo método, isto é, o maior valor
para A13 e o menor valor para A15.
61
ESTUDO III
Uma avaliação pode ser definida como o conjunto de operações que leva à formação
de juízo sobre o valor de um imóvel, ou de um direito sobre ele. O valor de um bem é
representado essencialmente pelo valor atribuído pelo mercado onde ele é transacionado ou
locado (GONZÁLEZ, 2000, p.20). Atribui-se valor a tudo aquilo que é útil ou escasso. O
principal objetivo da Engenharia de Avaliações é a determinação do valor de um bem, de
seus custos, frutos e direitos, assim como determinar a viabilidade de sua utilização para
uma determinada situação e finalidade. (FERMO, 2006).
62
na negociação junto aos clientes das imobiliárias, quanto para contribuir com o
reaquecimento do mercado imobiliário trazendo de volta o equilíbrio do setor.
Este estudo tem por objetivo elaborar um modelo de regressão linear múltipla por meio
do método comparativo direto de dados de mercado, para avaliação de bens imóveis do tipo
locações de salas comerciais localizadas na região central da cidade de Criciúma/ SC. Para
utilização desse método, é essencial um conjunto de dados do mercado locatício. Esta coleta
de dados do mercado pode ser feita: via web, classificados de jornais, em imobiliárias, ou in
loco, com visita aos imóveis ofertados. É condição fundamental para aplicação deste método
a existência de um conjunto de dados que possa ser tomado estatisticamente como amostra
de mercado. Isto é, por esse método, qualquer bem pode ser avaliado, desde que exista
dados que possam ser considerados como uma amostra representativa para os mesmos.
(DANTAS, 2012, p. 16).
63
4) 4) Códigos ajustados, é uma variável com seus valores extraídos da amostra
utilizando variáveis dicotômicas havendo ao menos três dados por características.
Já as variáveis dependentes, serão aquelas que representam o valor de mercado
de um imóvel: valor unitário ou valor total (DELFINO, 2013, p.3).
O modelo de regressão linear tem como objetivo estimar uma função que explique a
variação de uma variável dependente Y em relação a outras variáveis independentes, que
são responsáveis pelo seu valor. Pode ser simples quando possui apenas uma variável, ou
múltipla quando a variabilidade é explicada por mais de uma variável (ZANCAN, 1996, p. 28).
No âmbito da avaliação de imóveis é identificada essencialmente a depreciação associada
ao desgaste físico do edifício ou depreciação. O critério de RossHeidecke considera a
depreciação como uma perda de valor que não pode ser recuperada com gastos de
manutenção. Uma benfeitoria regularmente conservada deprecia-se de modo regular,
enquanto que outra mal conservada deprecia-se mais rapidamente. (ZANCAN, 1996). A
Figura 01 estabelece 5 (cinco) categorias com estado de conservação, com 4 (quatro)
categorias intermediárias, atribuindo a cada uma delas coeficientes próprios.
Onde:
64
K = Depreciação física
Com a fórmula é possível elaborar uma tabela de entrada dupla em que se consideram
simultaneamente a idade e o estado de conservação. A depreciação física de um imóvel é
determinada com base na equação (2):
Onde:
D = Depreciação acumulada
65
Segundo Delfino (2013, p.4), outra importante verificação a ser feita é a eventual
existência de pontos atípicos ou outliers que divergem sensivelmente da média dos valores
e que podem indicar perturbação na regressão. Para Fermo (2006, p.35), antes de se retirar
um ponto atípico deve-se analisar cuidadosamente cada um deles verificando se os dados
numéricos quantitativos ou qualitativos foram considerados corretamente. A remoção só
deverá ser realizada se for encontrado um erro de medição ou de especificação ou qualquer
outra causa identificável.
66
MATERIAIS E MÉTODOS
A cidade de Criciúma possui aproximadamente 200.000 mil habitantes e se constitui
numa área territorial de quase 236 km², segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE, 2015). O município localiza-se no extremo sul do estado de Santa
Catarina, conforme Figura 02, sendo a principal cidade da Associação dos Municípios da
Região Carbonífera (AMREC). Além de ser a maior cidade do sul catarinense é a quinta
maior em população de Santa Catarina. A cidade é polo industrial em diversos setores, entre
eles: confecção, embalagens, cerâmico, plástico e descartável, metalmecânico, construção
civil, material gráfico e extração do carvão mineral a qual ganhou destaque em nível nacional.
O comércio da região é fortemente concentrado em Criciúma, que segundo a prefeitura
municipal, detém 2.759 estabelecimentos comerciais. Criciúma é um referencial de compras
de produtos da região, especialmente do setor vestuarista.
67
as seguintes informações: bairro, área total, térrea ou aérea, ofertada ou locada, distância
até a Praça Nereu Ramos, CUB do padrão de acabamento, estado de conservação, idade
aparente, CUB depreciado e valor de locação, conforme Tabela 02. Esta matriz de dados
possibilitou as simulações em busca do modelo de cálculo que explica o mercado locatício
de salas comerciais na região central da cidade de Criciúma, SC.
O relatório fotográfico da fachada frontal dos imóveis conforme mostra a Figura 03,
elaborado juntamente com a tabela de dados, possibilitou as consultas para definição das
variáveis que explicam o comportamento de preço de locação das salas comerciais que
compõem a amostra de dados.
68
Figura 03 – Fachadas dos dados 264, 239, 223, 214,176,1,106,109,116.
Assim como a variável oferta ou locada que também é do tipo dicotômica e tem por
objetivo indicar se o imóvel da pesquisa já está locado ou encontra-se em oferta.
Considerando que os imóveis locados já foram negociados e seus valores aceitos considera-
se (1) para oferta e (2) para locada. Com o apoio do aplicativo Google Earth foi realizada a
consulta das coordenadas geográficas de todos os imóveis de locação pesquisados e da
Praça Nereu Ramos, definida como ponto de referência de valorização em função de sua
localização. Desta forma, com todos os dados geo-referenciados, determinou-se como
variável do tipo quantitativa, a distância entre dois pontos, conforme Figura 04.
69
Figura 04 – Representação de cálculo da distância entre dois pontos.
O CUB depreciado é uma variável independente do tipo (Proxy) que tem como objetivo
demonstrar o custo unitário básico (CUB) classificado de acordo com os padrões construtivos
da edificação e depreciado pelo critério de Ross-Heidecke. A Figura 05 demostra como o
CUB unitário depreciado foi calculado com o auxílio do Excel 2010. Adotou-se como
referência o CUB de salas comerciais para SC no mês de setembro de 2016, enquadrando
o imóvel pesquisado no padrão médio ou alto.
Finalizando a Tabela 02 a variável dependente utilizada foi valor total de locação, expressa
em Reais/mês. Todos os dados pesquisados, depois de organizados na Tabela 03, foram
70
localizados e plotados no mapa da cidade por meio do aplicativo Google Earth, conforme
mostra a Figura 06.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Elaborou-se diversas combinações entre as variáveis para identificar qual o conjunto
de variáveis melhor represente o comportamento dos valores das salas comerciais avaliadas
na região central da cidade de Criciúma. Entre as variáveis testadas, 6 (seis) delas
explicaram estatisticamente o valor locativo das salas comerciais, ou seja, 1 (uma) variável
dependente, sendo o valor total de locação, e 5 (cinco) variáveis independentes, que são:
71
área total, térrea ou aérea, ofertada ou locada, distância até à Praça Nereu Ramos e CUB
depreciado. Obteve-se a equação de regressão com o melhor nível de significância, onde os
resultados dos resíduos de regressão obtidos no modelo possibilitaram a equação
apresentada na Figura 07:
O modelo obtido apresentou correlação no valor de 89,02%, o que significa uma forte
relação entre a variável dependente e as variáveis independentes utilizadas. O coeficiente
de determinação encontrado foi de 79,25%, o que significa dizer que 20,75% do valor total
não foi explicado pelo modelo de regressão por prováveis variáveis não consideradas ou
erros ocasionais de medidas. Em seguida realizou-se as verificações referentes à análise de
regressão. A Tabela 03 apresenta o valor de t de Student para cada variável utilizada no
modelo com a sua específica significância. A NBR 14653-2: 2011 em seu item 9.2.1
especifica o nível de significância individual de cada regressor, enquadrando em Grau III a
significância até 10%, Grau II até 20% e em Grau I para significância de até 30%, desta forma
observa-se que o modelo gerado apresentou Grau III já que os resultados da significância
ficaram entre 0,01% e 0,04%. No que se refere à quantidade mínima de dados de mercado
utilizados no modelo, segundo a NBR 14653-2:2011, o modelo atendeu a fórmula: 6(k + 1),
onde k é o número de variáveis independentes, nesse caso verificou-se o enquadramento
desta pesquisa no grau III de fundamentação.
72
estabelece que, na análise de normalidade os resíduos precisam indicar uma tendência à
distribuição normal, constatou-se a aderência da amostra aos percentuais verificados na
Curva Normal Reduzida, a equação de regressão obtida apresentou seus percentuais dentro
dos domínios da referida norma, como mostra a Tabela 04, garantindo dessa forma a
normalidade dos resíduos.
Como pode ser notado na Figura 09, o modelo apontou a presença de 9 (nove) pontos
com resíduo superior a 2 (dois) desvios padrões. Segundo Dantas (2012, p. 113) o fato de
um ponto apresentar-se com resíduo padronizado inferior ou superior 2 (dois) desvios
padrões, não implica necessariamente que se trata de um outlier, desde que 95% dos
resíduos padronizados estejam aproximadamente entre -2 e +2. Dessa forma, nesse
trabalho, esses pontos não foram considerados como atípicos, por se tratarem de 3,90% dos
231 dados utilizados, ficando 96,10% dos resíduos no intervalo limitado dentro de medidas
aceitáveis.
73
Figura 09 - Resíduos da regressão.
74
Tabela 05 – Amostra para análise do modelo.
A variação entre o valor de locação das salas comerciais gerados pela equação, com
o valor de locação ofertado pode ser observada na Tabela 06. O modelo apresentou uma
variação entre -9,10% e +10,65% com relação ao valor médio calculado pelo modelo,
portanto, está dentro do limite de amplitude de 15% para mais e para menos estabelecido no
item 8.2.1.5.1 da NBR 14653-2: 2011, e aproximam-se com a realidade do mercado
imobiliário das salas comerciais na região central de Criciúma, SC.
75
Tabela 07 - Aplicação do modelo de regressão linear múltipla
76
Tabela 08 - Pontuação para o grau de fundamentação.
77
Tabela 09 - Enquadramento do modelo.
CONCLUSÕES
78
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