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SANEAMENTO AMBIENTAL E
SAÚDE PÚBLICA
Eliana Menezes dos Santos
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
2
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Henrique Salustiano Silva
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Revisor
Barbara Almeida Souza
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________
Santos, Eliana Menezes dos.
S237s Saneamento ambiental e saúde pública/ Eliana
Menezes dos Santos, – Londrina: Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2020.
43 p.
ISBN 978-65-5903-046-0
CDD 500
____________________________________________________________________________________________
Raquel Torres – CRB 6/2786
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
3
SANEAMENTO AMBIENTAL E SAÚDE PÚBLICA
SUMÁRIO
Noções básicas de saneamento ambiental e saúde pública__________ 05
4
Noções básicas de saneamento
ambiental e saúde pública.
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Barbara Almeida Souza
Objetivos
5
1. Introdução
2. Recursos hídricos
6
2.1 A água na natureza
7
• Evapotranspiração: parcela de água que se desprende do solo
em forma de vapor e perda de água das plantas por meio da
transpiração.
8
2.2 A importância da água para a humanidade
A água é um recurso natural utilizado por todos os seres vivos, por meio
do consumo direto ou indireto em diversos outros fins, como navegação,
geração de energia, irrigação na agricultura, diluição de resíduos ou
recreação. Os diferentes usos da água podem gerar conflito de interesse
na utilização e captação do recurso, diante disso, a legislação brasileira,
por meio da Lei Federal nº 9.433/1997 (BRASIL, 1997, art. 1º) estabelece:
“III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos
é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV - a gestão dos
recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas”.
3. Poluição ambiental
9
nos custos de tratamento, independentemente do uso ao qual se
destina, como no processo de captação para geração de energia ou
abastecimento público. Além disso, a contaminação colabora para o
cenário de escassez do recurso. Nesse sentido, compreender que água
é vital para a manutenção da vida do planeta significa entender que
precisamos valorizar esse recurso renovável e essencial a todos os seres
vivos.
10
Figura 2 – Arcos da Lapa: aqueduto localizado na cidade do Rio de
Janeiro
Fonte: dabldy/iStock.com.
11
água do manancial, tubulações, estação de tratamento, reservatório da
água tratada e uma rede de distribuição. O tratamento da água residual,
após a utilização pela sociedade, carece de uma estrutura similar ao
do abastecimento de água com captação do efluente, tratamento,
desinfecção e posterior descarte em corpos hídricos.
12
O lançamento de efluente sem tratamento, por exemplo, em um
rio ou lago de ecossistema lêntico (água parada), pode causar grave
contaminação. A eutrofização é um processo de proliferação de plantas
aquáticas que se alimentam de nutrientes, especialmente fósforo e
nitrogênio presente no esgoto doméstico. Esse crescimento elevado
compromete a qualidade da água, pois o excesso de plantas impedirá
a entrada de luz na água, reduzindo a fonte de oxigênio para os demais
seres vivos do meio aquático. Por consequência, esse processo altera a
cor e a turbidez da água, diminui a concentração de oxigênio dissolvido,
impactando em todo o equilíbrio do meio hídrico e provocando danos
em diversos segmentos que dependem deste recurso.
13
ocorrido, dos recursos financeiros a serem investidos e tecnologias
disponíveis para aplicação. Assim, é possível também a adoção de
medidas preventivas que tratem o lançamento de esgoto doméstico ou
industrial, reduzindo a carga de nutrientes no meio aquático.
14
O resíduo sólido pode apresentar um valor econômico e ser
encaminhado para a reciclagem ou ser reutilizado em outros processos
industriais e outros setores da cadeia produtiva. No entanto, os rejeitos
são os materiais que não possuem, atualmente, nenhuma aplicação de
reaproveitamento a não ser a disposição final, como o aterro sanitário.
1. Características físicas:
2. Características químicas:
15
• Teor de matéria orgânica: determina o quanto ele poderá ser
biodegradável.
3. Características biológicas:
16
Figura 5 – Presença de pessoas e animais em área de disposição
inadequada de resíduos
Fonte: Joa_Souza/iStock.com.
4. Aspectos legais
17
4.1 Princípios legais e constitucionais
18
Lei Federal nº 6.938/1981: Política Nacional de Meio Ambiente,
responsável pela criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA), é considerada a estrutura da gestão de meio ambiente do
Brasil, sendo composta por vários órgãos e instituições ambientais dos
diversos entes da federação.
19
Rede Nacional de Monitoramento de qualidade da água RN: criado
em 2013 pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
estabelece uma padronização das águas em nível nacional, incentivando
a cooperação entre os operadores de prestação de serviço.
20
• Órgãos locais, compreendidos pelos órgãos da esfera dos
municípios.
• Agências de Águas.
Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 10.004: Resíduos
sólidos - Classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BRAGA, B. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento
sustentável. São Paulo: Pearson, 2005.
21
BRASIL. Agência Nacional de Águas. Comitês de Bacia Hidrográfica. Disponível em:
https://www.ana.gov.br/aguas-no-brasil/sistema-de-gerenciamento-de-recursos-
hidricos/comites-de-bacia-hidrografica/comite-de-bacia-hidrografica-interestaduais.
Acesso em: 20 jul. 2020.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 out. 2020.
BRASIL. Lei complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas,
nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da
Constituição Federal, para a cooperação entre a União [...]. Brasília, DF: Presidência
da República, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/
lcp140.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1981. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal [...]. Brasília, DF:
Presidência da República, 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l9433.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1999. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9782.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000. Dispõe sobre a criação da Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), entidade federal de implementação
da Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh) e responsável pela instituição de
normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.
Brasília, DF: Presidência da República, 2000. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l9984.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais
para o saneamento básico; cria o Comitê Interministerial de Saneamento Básico;
altera as [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2007. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm. Acesso em: 20
out. 2020.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2010. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: 20
out. 2020.
22
BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do
saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) [...]. Brasília, DF: Presidência
da República, 2020. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2020/lei/L14026.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
2011. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/
prt2914_12_12_2011.html. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Portaria de consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação
das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/gm/2017/prc0005_03_10_2017.html. Acesso em: 28 jul. 2020.
BRASIL. Lex: Coletânea: legislação de Direito Ambiental. 6. ed. São Paulo: Saraiva,
2013.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução nº 357, de 17
de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições
e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília:
CONAMA, 2005. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=459. Acesso em: 28 jul. 2020.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução nº 396, de
3 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para
o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Brasília:
CONAMA, 2008.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA. Manual de Saneamento. 4. ed.
Brasília: FUNASA, 2006.
TRATA BRASIL (BRASIL). O que é Saneamento? Disponível em: http://www.
tratabrasil.org.br/saneamento/o-que-e-saneamento. Acesso em: 22 ago. 2020.
23
Sistemas de tratamento de
esgotos e manejo de águas
pluviais
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Barbara Almeida Souza
Objetivos
24
1. Introdução
25
Assim, um sistema de abastecimento de água é fundamental para
garantir saúde e qualidade de vida à população. De acordo com Funasa
(2006, p. 66), a prestação de serviço de abastecimento de água é:
26
como a contaminação por fertilizantes e defensivos agrícolas e áreas
inadequadas de descarte de resíduos sólidos, bem como poluição
pontual, como o lançamento de esgotos doméstico ou industrial.
27
• Coagulação e floculação: processo de adição de produtos
químicos que promovem a aglomeração das impurezas na
forma de flocos.
28
utilização em atividades humanas, como em banhos, refeitórios e
descargas dos sanitários. Esse recurso tem suas características físicas
ou químicas alteradas e necessitam de tratamento antes de serem
devolvidas à natureza.
29
• Pré-tratamento: é composto por gradeamento que remove
grandes sólidos, em seguida, o efluente é direcionado para a etapa
de desarenação, ou popularmente conhecida como etapa de caixa
de areia, que tem a função de remover os sólidos que não foram
retidos na etapa anterior.
30
Figura 1 – Lançamento de efluente e resíduos no Rio Negro –
Manaus/AM
Fonte: Shakzu/iStock.com.
31
denominado efluente industrial, cuja composição e características físico-
químicas variam conforme o tipo de atividade desenvolvida.
32
uma zona de digestão e sedimentação, e um separador de fases
gás-sólido-líquido. É utilizado para a estabilização do efluente.
33
4. Drenagem de águas pluviais
34
• Macrodrenagem: está diretamente ligada a drenagem natural
da região anterior à ocupação humana e a instalação de
cidades. A instalação de obras de infraestrutura no âmbito
da macrodrenagem permite um melhor escoamento da água
precipitada, evitando a erosão do solo e o assoreamento em fundo
de vales.
35
O padrão de lançamento de efluentes será regido pela Resolução nº
430/2011, que complementa a Resolução nº 357/2005 e deverá ser
considerado as legislações estaduais, diante da qualificação dos corpos
hídricos e diretrizes estabelecida em cada região (CONAMA, 2011;
2005). Esses parâmetros de âmbito federal, em conjunto os requisitos
estaduais, definem as condições de lançamento dos efluentes para
qualquer fonte poluidora em corpos hídricos, de acordo com sua
classificação. Alguns dos parâmetros exigidos são: pH, temperatura,
materiais sedimentáveis, óleos e graxas e diversos elementos solúveis
em água.
36
• Classe 4: águas destinadas a navegação e harmonia paisagística.
37
Em virtude da quantidade de indicadores, a National Sanitation
Foundation (NSF), em 1970, nos Estados Unidos, desenvolveu o Indicador
de Qualidade da Água (IQA), que atribui uma nota para a qualidade
da água analisada. O mesmo indicador foi adotado pela Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) e, na sequência, pelos
demais estados brasileiros. Segundo os Indicadores de Qualidade
(BRASIL, 2020, [s.p.]), o IQA tem por objetivo:
38
orgânica presente em um efluente, por exemplo. Outra aplicação é
utilizar o controle do crescimento microbiológico na decomposição de
matéria orgânica em processos de compostagem.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Indicadores de Qualidade - Índice de Qualidade das Águas (IQA). Disponível
em: http://pnqa.ana.gov.br/indicadores-indice-aguas.aspx. Acesso em: 21 jul. 2020.
39
BRASIL. Portaria de consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Consolidação
das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/saudelegis/gm/2017/prc0005_03_10_2017.html. Acesso em: 28 jul. 2020.
BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do
saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para editar
normas de referência sobre o serviço de saneamento, a Lei nº 10.768, de 19 de
novembro de 2003 [...]. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L14026.htm. Acesso
em: 20 out. 2020.
BRASIL. Lex: Coletânea: legislação de Direito Ambiental: Resolução Conama 357. 6.
ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução nº 357, de 17
de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições
e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Brasília:
CONAMA, 2005. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=459. Acesso em: 28 jul. 2020.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução nº 430, de 13 de
maio de 2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes,
complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho
Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. Brasília: CONAMA, 2011. Disponível em:
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=646. Acesso em: 28 jul.
2020.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASA. Manual de saneamento. 4. ed.
Brasília: FUNASA, 2006.
MIGUEZ, M. G.; VERÓL, A. P.; REZENDE, O. M. Drenagem urbana: do projeto
tradicional à sustentabilidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
PHILIPPI JR., A. Saneamento, saúde e ambiente. São Paulo: Manole, 2005.
PHILIPPI JR., A.; GALVÃO JR., A. C. Gestão do saneamento básico: abastecimento de
água e esgotamento sanitário. São Paulo: Manole, 2011.
VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos: princípios do tratamento biológico de águas residuárias. 3. ed. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2005.
NETTO, J. M. de A.; FERNANDEZ, M. F. Manual de hidráulica. 9. ed. São Paulo:
Blucher, 2018.
40
Ecologia, educação ambiental e
saúde
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Barbara Almeida Souza
Objetivos
• Abordar os conceitos básicos das inter-relações
entre os seres vivos e o meio ambiente.
41
1. Introdução
2. Noções de ecologia
42
[...] o melhor modo de delimitar a ecologia moderna seja considerar o
conceito de níveis de organização, visto como um espectro ecológico [...] e
como uma hierarquia ecológica estendida.
43
O Brasil, devido à sua extensão territorial, possui uma grande variação
climática, desde climas frios e úmidos até climas mais quentes e
secos. Essa variação climática contribui para uma grande diversidade
de biomas e das espécies, o que torna o Brasil o país com a mais alta
biodiversidade do mundo (MITTERMEIER et al., 1997). Desse modo, a
conservação da biodiversidade é fundamental para manutenção dos
ecossistemas e suas interações. Os ciclos biogeoquímicos são essenciais
para a ciclagem dos compostos químicos que interagem com os
ecossistemas e, dependendo do elemento, pode ser armazenado na
atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera da Terra. Esses reservatórios
naturais de elementos químicos existentes no planeta são importantes
para o seu equilíbrio.
44
• Ciclo do nitrogênio: é um elemento muito importante para o
crescimento de vegetação. O maior reservatório está localizado na
atmosfera, encontrado sob a forma gasosa N2, porém, a absorção
pelas plantas ocorre através das formas (NH4+, NO2–e NO3 –) e para
tanto é necessário a participação de bactérias com característica de
fixação e decomposição do nitrogênio. Nesse processo, ocorrem as
etapas de fixação, amonificação, nitrificação e desnitrtificação. Os
animais irão absorver nitrogênio por meio da alimentação (BRAGA,
2005).
45
A luz solar é uma excelente fonte de energia natural. Nesse sentido,
alguns organismos como plantas e algas utilizam essa energia natural,
transformando-a em energia química no processo de fotossíntese,
sendo organismos conhecidos como autótrofos ou produtores do
próprio alimento. Há os organismos que produzem alimento por meio
da oxidação de compostos inorgânicos, ou seja, sem a utilização de luz
solar em um processo denominado quimiossíntese.
46
das atividades antrópicas, que estimulou o surgimento da Avaliação de
Impacto Ambiental (AIA), vinculada ao processo de exame dos impactos
ambientais, em que Sánchez (2013, p. 34) descreve como: “[...] alteração
da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos
naturais ou sociais provocada por ação humana”.
47
propagação da doença e a observação do quadro clínico frente aos
tratamentos e medicamentos, como é possível observar na figura a
seguir.
Fonte: duncan1890/iStock.com.
48
A saúde ambiental é um conceito que está diretamente ligado aos
fatores ambientais que podem influenciar de forma negativa a saúde
das pessoas. O órgão responsável pela atuação em saúde ambiental e
controles epidemiológicos, resultantes da poluição do meio ambiente, é
a Vigilância em Saúde Ambiental (VSA). Segundo o Ministério da Saúde
(2017), a VSA é definida como:
49
Figura 2 – Densa camada de poluição sobre uma cidade
50
A inalação de ar com concentrações de poluentes acima dos limites
aceitos pela legislação, devido aos gases ou material particulado, pode
comprometer o sistema respiratório e cardiovascular. Isso depende
do poluente envolvido e do tempo de exposição, que podem afetar de
maneira diferente cada faixa etária da população. Alguns dos principais
poluentes atmosféricos são o material particulado, ozônio (O3), dióxido
de enxofre (SO2), aerossóis, monóxido de carbono (CO) e o óxidos de
nitrogênio (NOX). Nesse sentido, segundo Philippi Jr. (2005, p. 90):
51
4. Educação ambiental para a saúde pública
52
O mecanismo de educação em saúde ambiental tem como uma
das características primordiais a possibilidade de transformação do
indivíduo, proporcionando-lhe a consciência de ser o protagonista da
sua própria história. Assim, com o conhecimento adquirido, ele tem a
possibilidade de aplicá-lo em seu cotidiano de maneira que impacte
positivamente a sua própria saúde e qualidade de vida.
53
ou recusa ao uso de embalagens plástica. Esses são mecanismos que
contribuem para o processo de transformação, mas não modificam um
indivíduo em um ser crítico e consciente com capacidade de desenvolver
mudança no meio em que reside.
Referências Bibliográficas
BRAGA, B. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento
sustentável. São Paulo: Pearson, 2005.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 out. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigilância ambiental. 2017. Disponível em: http://
saude.gov.br/vigilancia-em-saude/vigilancia-ambiental. Acesso em: 8 ago. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Histórico Brasileiro. 2020. Disponível em:
https://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/pol%C3%ADtica-nacional-de-
educa%C3%A7%C3%A3o-ambiental/historico-brasileiro.html. Acesso em: 11 ago.
2020.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1981]. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental,
institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília,
DF: Presidência da República, [1999]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/LEIS/L9795.htm. Acesso em: 20 out. 2020.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE–FUNASA. Manual de saneamento. 4. ed. Brasília:
FUNASA, 2006.
GRISI, B. M. Glossário de ecologia e ciências ambientais. João Pessoa: Editora
Universitária da UFPB, 2000.
MITTERMEIER, R. et al. Biodiversity hotspots and major tropical wilderness areas:
approaches to setting conservation priorities. Conservation Biology, [S. l.], v. 12, n.
3, p. 516-520, 1998.
ODUM, E. P.; BARRETTT, G. W. Fundamentos de ecologia. São Paulo: Cengage
Learning, 2020.
PHILIPPI JR, A. Saneamento, saúde e ambiente. São Paulo: Manole, 2005.
54
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São
Paulo: Oficina de Texto, 2013.
55
Panorama da Gestão do
Saneamento Básico no Brasil
Autoria: Eliana Menezes dos Santos
Leitura crítica: Barbara Almeida Souza
Objetivos
• Conhecer o panorama das políticas e os programas
governamentais sobre saneamento básico no Brasil.
56
1. Introdução
57
A elaboração e implementação de políticas públicas voltadas para
o saneamento sinalizam uma resposta do Estado na correção da
ineficiência na prestação de serviço de saneamento básico e em regiões
que por muitos anos se eximiram da responsabilidade de eliminar
situações de esgotamento sanitário ao ar livre. O conceito de política
pública possui diversas definições, segundo Souza (2006, p. 26), diante
dos diversos conceitos existentes é possível resumi-lo como:
58
• A PNMA apresenta em seu texto aspectos importantes e
objetivos a serem atingidos, entre eles temos a harmonia do
desenvolvimento econômico com a preservação ambiental,
definição de áreas prioritárias de atuação governamental, o
estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental,
o estímulo ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias
para o uso racional de recursos ambientais e instituiu o princípio
de poluidor-pagador, atribuindo-lhe a obrigação da reparação e/
ou indenização aos danos causados decorrentes da sua atividade
(BRASIL, 1981).
59
das águas e no Estatuto da Metrópole, conforme demonstrado na figura
a seguir. N
60
I–Universalização do acesso e efetiva prestação de serviço; IV–articulação
com as políticas [...] de proteção ambiental, de promoção da saúde, de
recursos hídricos e outras de interesse social relevante, destinadas à
melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja
fator determinante. (BRASIL, 2020, art. 4-A, § 1º)
61
novembro de 2014, redefinida com o intuito de promover “à
equidade, à melhoria das condições e dos modos de viver e à
afirmação do direito à vida e à saúde, dialogando com as reflexões
dos movimentos no âmbito da promoção da saúde” (BRASIL, 2018,
p. 6).
3. Entidades reguladoras
62
A fiscalização e a regulamentação em matéria de saneamento são
normalmente exercidas por entidades ou agências reguladoras, criadas
pelos entes federativos para essa e outras atribuições, conforme
previsto na Lei Federal nº 13.848/2019, que dispõe sobre a gestão,
a organização, o processo decisório e o controle social das agências
reguladoras. É possível encontrar agências reguladoras e fiscalizadoras
nos três níveis governamentais. Na esfera federal, temos a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a Agência Nacional de Águas e
Saneamento Básico (ANA) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS). No âmbito estadual, temos a Agência Reguladora de Saneamento
e Energia do estado de São Paulo (ARSESP) e a Agência Reguladora de
águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (ADASA), e na esfera
municipal, temos a Agência Reguladora de Serviços Públicos (ARSEP) do
município de Mauá, conforme observado na figura a seguir.
63
4. Modelos de prestação de serviço
64
ordenamento jurídico, conforme art. 241 da Constituição Federal
de 1988:
65
5. Melhoria da qualidade: instrumentos e
diagnóstico da prestação de serviço de
saneamento
66
plataforma de informações do SINIS, resultando em relatórios de
diagnóstico sobre a situação do país em termos de abastecimento de
água, tratamento de esgoto, tratamento de resíduos e manejo de águas
pluviais, informações disponíveis a todos os cidadãos (SNIS, 2020).
67
Figura 4 – Situações que apresentam os tipos de perdas mais
comuns na distribuição de água
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regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei
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altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.666, de 21 de junho de 1993,
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organização, o processo decisório e o controle social das agências reguladoras,
altera a Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, a Lei nº 9.472, de 16 de julho
de 1997, a Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997 [...]. Brasília, DF: Presidência da
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Bons estudos!
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