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WBA0389_v1.

Hidrologia e
Drenagem Urbana
Métodos de medição e coleta
de dados hidrográficos
Bloco 1
Marcelo Balbino da Silva
Métodos de medição e coleta de dados

• A sistemática coleta e o arquivamento dos dados em estações


hidrometeorológicas é fundamental.
• Os dados de vazões comporão a série histórica de vazões observadas.
• Quanto maior a série de dados e melhor a qualidade das medições, maior
será a precisão no cálculo das variáveis envolvidas.
Métodos de medição e coleta de dados

• As medições de vazões são realizadas em seções estratégicas e pré-


determinadas nos cursos de água.
• Equipamentos próprios e metodologia adequada.
• Pode-se estimar a curva chave ou curva cota vazão dessa seção.
Métodos diretos de medição de vazão

Método área – declividade:


• Admite que o escoamento do canal ocorra em regime uniforme, segundo
Baptista e Lara (2002).
• A velocidade média do escoamento é obtida indiretamente, por meio da
medida da declividade da linha de água e da rugosidade do canal.
Equação de Manning:
1 2/3 1/2
v  .R .J
n
Onde: v = velocidade média; n = coeficiente de rugosidade de Manning; R = raio hidráulico; J = declividade.
Métodos diretos de medição de vazão

Método das estruturas existentes:


Utiliza-se de coeficientes estimados pela aplicação de conceitos hidráulicos
ao escoamento em bueiros e estruturas similares.
Figura 1 - Ilustração das relações de nível e altura da lâmina d´água em um bueiro

Fonte: elaborada pelo autor.


Método diretos de medição de vazão

• Molinete hidrométrico.
• Flutuadores.
• Método eletromagnético.
• Método ultrassônico.
• Vertedores e calhas.
• Métodos químicos e radioativos.
Hidrograma, fluviograma ou hidrógrafa

• Representação, em forma de gráfico, da variação da vazão em relação ao


tempo em uma estação hidrométrica.
• No hidrograma, é feita a divisão dos escoamentos em superficial e básico.
• Fundamental para a análise dos fenômenos hidrológicos na bacia
hidrográfica e para estimativa de enchentes.
Hidrograma, fluviograma ou hidrógrafa

Os tipos mais comuns de hidrograma são:


• Hidrograma anual: mostra sequência da variação de vazão em relação
tempo num período de um ano.
• Hidrograma de cheia: mostra um determinado evento isolado que gerou
uma onda de cheia, composto pelo escoamento superficial, básico e
subsuperficial, além da precipitação direta no curso de água.
Hidrograma, fluviograma ou hidrógrafa

• Dependendo de fatores como a cobertura, o relevo, a distribuição da


precipitação sobre a bacia, da duração e das condições do solo e do rio.
• Pode assumir formas distintas e, num mesmo hidrograma, podem ser
encontrados mais de um pico, devido a um evento seguido por um
período sem chuva e, na sequência, ocorrer outro evento.
Hidrograma, fluviograma ou hidrógrafa

No hidrograma de cheia, o tramo ascendente representa o caminhamento da


cheia e o tramo descendente, a retirada da água que foi armazenada no leito
do curso de água no período da cheia.
Caracterização de um hidrograma de cheia
Figura 2 - Ilustração de um hidrograma de cheia

Fonte: elaborada pelo autor.


Métodos de medição e coleta
de dados hidrográficos
Bloco 2
Marcelo Balbino da Silva
Hidrograma unitário

• É obtido de uma chuva excedente unitária, uniformemente distribuída


em uma bacia hidrográfica.
• Por exemplo: 1 mm, 1 cm, tendo intensidade constante para um dado
período de tempo, assim, o hidrograma unitário possui um volume
unitário.
Hidrograma unitário
Figura 3 - Ilustra um hidrograma unitário

Fonte: elaborada pelo autor.


Hidrograma unitário

Princípios básicos sobre a teoria do hidrograma:


• Constância do tempo de base.
• Proporcionalidade das vazões.
• Princípio da aditividade.
Chuva excedente ou precipitação efetiva

É a chuva que, descontados os volumes infiltrados, gera o escoamento


superficial e sua duração é igual ao intervalo de tempo de seu início e
término.
Figura 4 - Ilustra determinação da precipitação efetiva

Fonte: elaborada pelo autor.


Métodos de medição e coleta
de dados hidrográficos
Bloco 3
Marcelo Balbino da Silva
Vazões de enchente

• As obras, que envolvem estruturas hidráulicas, levam em consideração os


cálculos da vazão máxima no curso de água a ser utilizado.
• Exemplos: as estruturas de drenagem urbana, como as galerias e canais,
os bueiros, vertedores de barragens, alturas de pontes etc.
Vazões de enchente

Havendo disponibilidade de dados e séries de vazões com qualidade e


quantidade de anos considerável, aplica-se os métodos estatísticos de
previsão de enchentes, tais como Gumbel, Log-Normal e Log de Pearson tipo
III .
Vazões de enchente

• Fornecem a vazão máxima ou vazão de pico.


• Calcula-se o hidrograma unitário para a bacia em estudo e valendo-se de
uma chuva de projeto, determina-se a vazão máxima e o hidrograma de
enchente.
Vazões de enchente

• Se não houver disponibilidade de dados de vazão.


• Pode-se utilizar os métodos baseados em precipitação para obtenção da
vazão de pico e o hidrograma de enchente.
• São métodos que, em função do cálculo da precipitação de projeto,
transformam essa chuva em vazão.
(GENOVEZ, 1991)
Vazões de enchente

São fundamentados:
• No cálculo da intensidade de precipitação para um determinado tempo
de retorno.
• No cálculo da precipitação média para a bacia.
• Da distribuição temporal da precipitação.
• Do cálculo da precipitação efetiva.
• Da determinação da vazão.
Modelos chuva-vazão

• Racional.
• I-Pai-Wu modificado.
• Hidrograma unitário (HU) de Snyder.
• HU triangular do Soil Conservation Service.
• Ven Te Chow.
(GENOVEZ, 1991)
Balanço hídrico

• Determina a disponibilidade hídrica de um sistema e as relações das


demandas de usos da água.
• Estudos e projetos de gerenciamento de recursos hídricos, tais como:
projetos agrícolas, escalas de plantio, previsão de enchentes,
planejamento e projeto de obras hidráulicas etc.
Gestão hídrica

Por meio da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), instituída na Lei


Federal n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997 (BRASIL, 1997), também conhecida
como Lei das águas, tem-se as orientações básicas para a gestão dos
recursos hídricos de maneira participativa e democrática.
Crise hídrica

Um fato que ainda está em nossas memórias, a respeito da disponibilidade


de água, é a crise hídrica enfrentada pela região sudeste em 2014, de acordo
com Machado (2017).
Gerou muitas discussões a respeito do tema, não só no estado de São Paulo,
mas em todo o Brasil.
Teoria em Prática
Bloco 4
Marcelo Balbino da Silva
Reflita sobre a seguinte situação

Você foi convidado (a) a participar de um estudo para a instalação de


uma estação fluviométrica no exutório de uma bacia hidrográfica. A fim
de se obter uma estimativa da vazão, foram realizadas medições com
flutuador na seção em estudo e foram obtidos os seguintes resultados:
• Distância do ponto de lançamento do flutuador até a seção de
referência foi de 25 m, foram realizados cinco lançamentos com os
seguintes tempos: 45, 50, 48, 46 e 49 segundos.
Determine a vazão do rio que passa pela seção indicada na Figura 5.
Reflita sobre a seguinte situação

Figura 5 - Ilustração da seção transversal do rio

1,0m 1,5m 1,5m 1,2m 1,0m 1,0m 1,0m

1,6m
1,6m
2,0m

3,0m 2,7m 2,7m

Fonte: elaborada pelo autor.


Reflita sobre a seguinte situação

Para os dados coletados, foram obtidos os seguintes resultados:


• Em um trecho de 25 m, foram realizados cinco lançamentos de: 45, 50,
48, 46 e 49 segundos.
• Portanto, a média é:

45 + 50 + 48 + 46 + 49
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 = = 47,6𝑠
5
Reflita sobre a seguinte situação

A1 = 1,0 m2 A2 = 3,75 m2 A3 = 4,28 m2 A4 = 3,24 m2


A5 = 2,15 m2 A6 = 1,6 m2 A7 = 0,8 m2 Atotal = 16, 82 m2
Figura 6 - Ilustração da seção transversal do rio com a indicação das áreas

1,0m 1,5m 1,5m 1,2m 1,0m 1,0m 1,0m

1,6m
Área da seção de
2,0m 1,6m

3,0m 2,7m 2,7m


escoamento
A = 16, 82 m2.

Fonte: elaborada pelo autor.


Reflita sobre a seguinte situação

Velocidade do flutuador:

25
𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑓𝑙𝑢𝑡𝑢𝑎𝑑𝑜𝑟 = = 0,53 𝑚Τ𝑠
47,6

Velocidade do flutuador = 0,53 m/s.


Vazão do rio:
Q = 16,82 . 0,53 = 8,91 m3/s

Vazão do rio = 8,91 m3/s.


Dica do Professor
Bloco 5
Marcelo Balbino da Silva
Dica de Leitura!
Figura 7 - Hidrologia

Livro: Hidrologia.
Autor: Diego Barreto de Oliveira.
Editora: Pearson Education do
Brasil.
Ano: 2016.

Fonte: https://plataforma.bvirtual.com.br/. Acesso em: 18 maio


2020.
Dica de leitura

O autor apresenta os conceitos básicos e avançados em Hidrologia, tais


como o ciclo hidrológico, classificação da água e seus cursos, evaporação e
evapotranspiração e poluição das águas.
Referências
BATISTA, M.; LARA, M. Fundamentos de engenharia hidráulica. Editora UFMG. 2002. p.
238.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Federal
n.433, de 08 de janeiro de 1997. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm. Acesso em: 18 maio 2020.
GENOVEZ, A. M. Avaliação dos métodos de estimativa das vazões de enchente para
pequenas bacias rurais do Estado de São Paulo. Tese para obtenção do título de livre
docente, da Faculdade de Engenharia Civil, da Universidade Estadual de Campinas, 1991.
MACHADO, R. R. A crise hídrica e a redução dos índices de perdas. Associação Brasileira de
Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), quinze de fevereiro de dois mil e dezessete.
Disponível em: http://abes-dn.org.br/?p=7631. Acesso em: 19 maio 2020.
Bons estudos!

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