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Sistemas de Drenagem

urbana
Disciplina: Saneamento 2
Período: 9º
Prof. Maurício Pimenta Cavalcanti
Introdução
• Sistemas de drenagem urbana
• Conjunto de medidas que tenham como objetivo minimizar
os riscos que a população está sujeita, diminuir os prejuízos
causados por inundações e possibilitar o desenvolvimento
urbano de forma harmônica, articulada e sustentável.
Efeito da Urbanização Sobre
o Comportamento Hidrológico
SANEAMENTO AMBIENTAL
Modificação do regime hidrológico
Impermeabilização do solo devido às
edificações

Retirada da cobertura vegetal nas


áreas de encostas

Colocação de revestimento asfáltico


nas ruas

Aterramento das áreas de várzeas

SISTEMA DE DRENAGEM URBANA – AULA 8


Consequências da urbanização
Enchente x inundação x alagamento

• Enchente
• Aumento temporário das águas dos rios devido a
precipitação
• Inundação
• Transbordamento das água de um canal para os arredores
• Alagamento
• Acúmulo de água nas ruas devido a problemas de
drenagem
Enchente x inundação x alagamento
Inundação
Alagamentos
• Ocupação do solo aumenta a impermeabilização

Fonte: NE10 uol Fonte: G1PE


Objetivos da drenagem
• São sistemas preventivos de inundações, principalmente nas
áreas mais baixas
• O plano urbanístico de expansão deve ter plano de drenagem
urbana, delimitando áreas mais baixas potencialmente
inundáveis
Constituintes do sistema de
drenagem urbana
• Macrodrenagem
• Composta pelos rios e canais
• Responsável pela condução das águas concentradas do
sistema
• Tr entre 10 e 100 anos
• Microdrenagem
• Drenagem dos lotes e áreas públicas
• Direcionar as águas pluviais a rede de macrodrenagem
• Tr entre 2 e10 anos
Intervenções para o controle de
cheias

Fonte: MIGUEZ,VERÓL;REZENDE, 2015


Medidas estruturais
• São intervenções diretas nos rios ou na paisagem
urbana que tem como objetivos a correção/prevenção
dos problemas relacionados a enchentes
• Extensivas (hidrológica)
• Intervenção na bacia hidrográfica
• Intensivas (hidráulica)
• Intervenção nos rios ou canais
Medidas Extensivas
• Reflorestamento e recomposição da cobertura vegetal
• Estruturas de infiltração
• Planos de infiltração
• Valas de Infiltração
• Bacias de percolação
Medidas intensivas
• Aceleração do escoamento
• diques e canalizações (aumento da capacidade de
descarga de rios e corte de meandros)
• Retardamento do escoamento
• reservatórios e bacias de amortecimento
• Desvio do escoamento
• canais de desvio
Medidas não estruturais
• Prevenção das inundações por meio de previsão ou
alerta
• Mecanismos legais,
• Capacitação da população e profissionais
• Regulamentação do uso do solo
• Necessita da união do poder público e sociedade
• Visa harmonizar a convivência da comunidade com as
cheias
Medidas não estruturais

Fonte: Adaptado de Faisal et al.,1999


Chuva de projeto
• Chuva padrão para a qual o sistema de drenagem
funcionará em perfeitas condições
• Inicialmente define-se o tempo de recorrência
• Tempo de recorrência é período de tempo em que
determinado evento poderá ser igualado ou superado, ao
menos uma vez
Tr=1/f
Em que:
Tr – tempo de recorrência (anos)
F – frequencia ou probabilidade de ocorrência do evento em 1 ano
Chuva de projeto

Maior o Tr Maior o segurança Maior o investimento

• A escolha do Tr está relacionada com o risco assumido


• Necessário considera a definição que leva em conta a
probabilidade da ocorrência de um evento e também os
possíveis impactos negativos oriundos desse evento.
Estudo de risco
• Pode-se calcular probabilidade de um evento com um
tempo de recorrência específico (Tr) acontecer em um
determinado período de tempo (n) 𝑛
𝑛
1
𝑃𝑇𝑟 = 1 − 1 −
𝑇𝑟
• Qual probabilidade de um evento com Tr de 10 anos
falhar na sua vida útil?
Chuva de projeto
• Duração
• Usualmente utiliza-se o tempo de concentração da bacia
para canais e galerias
• Para dispositivos de detenção ou retenção utiliza-se tempos
maiores que o tempo de concentração da bacia (maior
volume)
• Área de ocorrência
• Para bacias maiores que 25km² recomenda-se aplicar um
fator de redução
Fator de Redução
Vazão contribuinte
• Método racional
𝑄 = 𝑐. 𝑖. 𝐴
Em que:
Q – vazão (m³/s)
C – coeficiente de escoamento
i – intensidade da chuva (m/s)
A – área de captação(m²)
Para Q em l/s i em mm/min e A em há Q = 167 * c * i * A;
Para Q em m³/s i em mm/h e A em km² Q = 0,287 * c * i * A
Chuva de projeto
• Curva IDF
𝑎𝑇𝑟𝑏
𝐼=
(𝑡 + 𝑐)𝑑
Em que:
I – Intensidade (mm/h)
Tr – tempo de retorno (anos)
t – tempo de concentração(min)
a,b,c e d – parâmetros de cada localidade
Coeficiente de runoff
• Considera-se uma média ponderada das diversas áreas
da bacia de captação
σ 𝐶𝑖 𝐴𝑖
𝐶=
σ 𝐴𝑖
Em que:
C – coeficiente de runoff médio
Ci – coeficiente de runoff de cada área
Ai – áreas de captação
Tempo de concentração
• Tempo gasto por uma gota de água, localizada mais
distante, até um PV
• Para os PV’s iniciais, alguns autores adotam como
sendo de 5 minutos
• Para os demais será o tempo de concentração anterior,
somado com o tempo de percurso do trecho anterior
𝑡𝑐 = 𝑡𝑐(𝑎𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟) + 𝑡𝑝
Em que:
Tp –comprimento do trecho anterior/ velocidade do escoamento
Microdrenagem - componentes
• Meio-fio • Responsável por receber as águas pluviais
que incidem sobre as vias públicas e lotes
• Sarjetas (Chezy- majorando o coeficiente de
• Sarjetões Manning)
• Em geral, as guias tem 15 cm de altura o que
implica num enchimento máximo de 13 cm
Sarjetas
• Calculo da capacidade teórica da sarjeta
𝑍 8ൗ
𝑄 = 0,375. . 𝑦 3 . 𝐼.
𝑛
Em que:
Q – vazão(m³/s)
n – coeficiente de manning
I – declividade
y – altura lamina d’água
Z – tangente de Ɵ
Sarjetas
• Devido aos detritos encontrados na sarjeta fazem com
que a vazão conduzida seja reduzida, necessitando,
assim corrigir a vazão por um fator F
Microdrenagem - componentes
• Bocas de lobo
• Ligam as sarjetas as galerias ou tubulações subterrâneas
• Conexão entre a rede superficial e a subterrânea
• Devem ser colocadas em locais estratégicos nos pontos
mais baixos da via, sempre a montante a faixa de pedestre
Microdrenagem – Boca de lobo
• Capacidade hidráulica • Classificação
(capacidade de engolimento)
da boca de lobo (vertedor de
parede espessa)

𝑄 = 1,71. 𝐿. 𝐻 2
Em que:
Q – vazão(m³/s)
L - comprimento da abertura (m)
H – altura da água nas proximidades
(m) (0,13)

Obs. Boca de lobo de sarjeta ao invés de L


utilizar o perímetro
Microdrenagem – Boca de lobo
• Pelas mesmas razões das sarjetas, é necessário
considerar fatores de redução para a capacidade de
descarga da boca de lobo
Microdrenagem – Boca de lobo
• Espaçamento entre bocas de lobo

2. 𝑄
∆𝑥 =
𝐶. 𝑖. 𝐿𝑟
Em que:
∆𝑥 - distância entre as bocas de lobo (m)
Q – vazão (m³/s)
I – intensidade (m/s)
C – coeficiente de runoff
Lr – largura da rua
Microdrenagem - componentes
• Tubos de ligação
• Liga as bocas de lobo as caixas de ligação ou aos PV
• Caixas de ligação (não visitável)
• Recebe os tubos de ligação e direcionam para um PV
• Poços de visita
• Câmaras visitáveis, tem função semelhante aos poços de
visita de um SES
• Galerias
• Conduz as águas na rede de drenagem
• Escoamento livre
Galerias - recomendações
• Seções circulares Dmin=300mm
• Seções retangulares hmin=50cm
• Dimensionar a seção plena ou 0,95d (circulares)
• Seções retangulares, deixar 10% livre
• Velocidade mínima – 0,75m/s
• Velocidade máxima – 3,5m/s*
• Recobrimento mínimo – 1,0m (aresta superior)
• Profundidade máxima – 3,5m (aresta inferior)
• Diametros menores a montante
• Geratriz superior alinhada
Galerias dimensionamento
• Calcula-se vazão pelo método racional
• Inicialmente adota-se o diâmetro mínimo e a declividade do
terreno para calcular, Chezy (Manning), Qp, vp
• Se Qp<Q, aumenta-se o diâmetro ou a declividade até que
Qp≥Q
• Para as cotas do coletor, verificar a profundidade mínima e
a cobertura máxima.
• Após definição das cotas, verificar a relação Q/Qp e
determinar a velocidade de escoamento e tempo de
escoamento do trecho
Galerias
Exemplo 1
• Calcule a vazão máxima que escoa pela sarjeta com
uma altura de 15 cm e por toda a rua, segundo os
parâmetros normais de via pública. Para uma
declividade longitudinal de 0,005 m/m, quais são as
vazões?
Exemplo 3
• Determinar a vazão máxima teórica na extremidade de jusante de uma
sarjeta situada em uma área com as características: A = 2,0 ha, i =
700/t^2/3 com “i” em mm/h e “t” em minutos, C = 0,40 e tc = 36 minutos.
São dados da sarjeta: I = 0,01 m/m, z = 16, n = 0,016 e altura da guia 13
cm
• verificar a lâmina teórica de água junto a guia.
• verificar a velocidade de escoamento
• Calcular a capacidade máxima admissível da sarjeta
Galerias

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