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ESCOLA ESTADUAL TÉCNICA SÃO JOÃO BATISTA


Centro Referência da Educação Profissional

JISANDRA TAVARES SOUZA

JULIANA GONÇALVES

RICARDO TORRES NUNES

VANESSA CASTILHOS DA SILVA

ANALISE DO ÍNDICE DE POLUIÇÃO DOS ARROIOS DE


MONTENEGRO

Fase I

Montenegro

2012
57
2

JISANDRA TAVARES SOUZA

JULIANA GONÇALVES

RICARDO TORRES NUNES

VANESSA CASTILHOS DA SILVA

ANALISE DO ÍNDICE DE POLUIÇÃO DOS ARROIOS DE


MONTENEGRO

Fase I

Relatório de pesquisa desenvolvido como


parte dos requisitos necessários à obtenção
do conceito APTO na Competência 2
(Elaborar e executar projetos de pesquisa
aplicando metodologia científica) Habilidade
2 (Desenvolver, executar e apresentar um
projeto de pesquisa exploratória
investigatório) do Curso Técnico em Química
da Escola Estadual Técnica São João
Batista.

Orientadora: Michele Cristin Behrens

Montenegro
2012
3

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus em primeiro lugar que nos iluminou e nos deu força
para continuarmos em busca de nossos objetivos.
Nossos agradecimentos à professora Michele Behrens, que com muita
paciência e atenção, dedicou do seu valioso tempo para nos orientar em cada passo
dessa pesquisa.
A professora Mariana Figueiró coordenadora do curso técnico em Química e
representante CRC, pela sua atenção e boa vontade em nos ajudar esclarecendo
dúvidas e nos auxiliando quando necessitamos.
A Escola Estadual Ivo Bühler, pela oportunidade de usufruto da câmera para
microscópio e atenção em nos receber.
Ao Sr. Fernando Azevedo Orth por nos fornecer informações necessárias
para o desenvolvimento de nossa pesquisa.
Ao Sr. João Luiz Pires Boos, consignamos os nossos agradecimentos pela
cooperação nos presentes estudos.
Agradecemos também a nossos familiares e a todos aqueles que de forma
especial e carinhosa nos apoiaram nos momentos de dificuldades.
4

RESUMO

Este estudo teve por objetivo Identificar os índices de poluição dos arroios: Arroio
Montenegro, Arroio da Cria e Arroio São Miguel da cidade de Montenegro através de
pesquisas bibliográficas e análises genotóxicas. Os impactos provocados pela
poluição na área de estudo é preocupante. Para análise destes efeitos foi efetuado
testes de mutagenicidade como sistema testes células de Allium cepa.Como
parâmetro macroscópico, utilizou-se o comprimento das raízes como índice de
toxicidade. Os parâmetros microscópicos utilizados foram às frequências de
micronúcleos. Os bulbos que demonstraram melhor desenvolvimento foram os que
estavam mergulhados nas amostras da água do Arroio São Miguel, e os que menos
desenvolveram- se foi os mergulhados nas amostras do Arroio Montenegro. Os
bulbos que apresentaram maior presença de micronúcleos foram os do Arroio
Montenegro em seguida Arroio da Cria e Arroio São Miguel.A partir dos resultados
obtidos nas analises macroscópicas e microscópicas do teste Allium cepa concluiu-
se que o Arroio Montenegro possui maior índice de poluição, sendo que Arroio São
Miguel é o que apresenta menor índice de poluição.
Palavra chave: Arroios Montenegro. Allium cepa.Índice de poluição.
5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Imagem do Cais do Rio Caí, Montenegro RS..................................19


Figura 2-Canos de Esgoto Deságua no Arroio da Cria, Montenegro RS.......23
Figura 3-Lixo nas Margens do Arroio São Miguel Montenegro RS...................25
Figura 4-Encontro das águas do Arroio Montenegro e Rio Caí, Montenegro
RS......................................................................................................................25
Figura 5-Arroio São Miguel, Montenegro RS....................................................27
Figura 6-Arroio São Miguel, Montenegro RS....................................................28
Figura 7-Procedimento Allium cepa..................................................................37
Figura 8-Tabela de Lançamentos de Efluentes................................................57
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LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

DDT- Dicloro Difeniltricloroetano..............................................................................20


UTM- Projeção Universal Transversal de Mercator.................................................22
BDO- Demanda Biológica de Oxigênio....................................................................22
FEPAM- Fundação Estadual de Proteção Ambiental..............................................22
DBO- Demanda Biológica (ou Bioquímica) de Oxigênio..........................................23
IQA- Índice de Qualidade da Água...........................................................................23
DFP- Diretoria de Fiscalização de Produtos............................................................27
PH- Potencial Hidrogeniônico...................................................................................29
ANA- Agência Nacional das águas..........................................................................30
CPRM- Serviço Geológico do Brasil.........................................................................30
SNIRH- Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos.....................31
NE- Nível Estático....................................................................................................32
CONAMA- Conselho Nacional do Meio Ambiente...................................................32
DNA- Ácido Desoxirribonucleico..............................................................................35
CL50- Concentração Letal Mediana.........................................................................38
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas.................................................38
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SUMÁRIO

INTRODUÇAO 9

1 PROBLEMA 11

2 JUSTIFICATIVA 12

3 OBJETIVOS 14
3.1 OBJETIVO GERAL 14
3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS .........14

4 HIPOTESES...........................................................................................................15

5 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................17
5.1 POLUIÇÃO DA ÁGUA.........................................................................................17
5.1.1 Ciclo de poluição da água..............................................................................18
5.1.2 Água contaminada = água poluída................................................................19
5.2 MICROBACIAS....................................................................................................21
5.2.1 Microbacia Arroio da Cria...............................................................................21
5.2.1.1 Lixo nas proximidades do Arroio da Cria preocupa moradores de
Montenegro................................................................................................................24
5.2.2 Microbacia Arroio Montenegro......................................................................25
5.2.3 Microbacia Arroio São Miguel........................................................................26
5.2.3.1Água preta e galeria obstruída são os problemas do Arroio São
Miguel.........................................................................................................................27
5.3 MONITORAMENTO DAS ÁGUAS......................................................................28
8

5.3.1 Rede de monitoramento de qualidade das águas........................................29


5.3.2 Para que serve uma rede de monitoramento de qualidade de
água?.........................................................................................................................30
5.3.3 Legislação........................................................................................................30
5.3.4 Monitoramento químico..................................................................................33
5.3.5 Biomonitoramento ambiental.........................................................................33
5.3.6 Organismos bioindicadores..........................................................................34
5.3.6.1 Ensaios de genotoxicidade.............................................................................35
5.3.6.2 Teste da Allium cepa contra a poluição..........................................................35
5.3.6.3 Toxicologia ambiental.....................................................................................37

6 METODOLOGIA....................................................................................................40
7 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................42
CONCLUSÃO............................................................................................................43
PERSPECTIVA DE CONTINUIDADE........................................................................44
REFERÊNCIAS..........................................................................................................45
ANEXOS....................................................................................................................49
9

INTRODUÇÃO

O município de Montenegro é cortado por três arroios principais que são:


Passo da Cria, Arroio Montenegro e Arroio São Miguel. A presente pesquisa visa
avaliar qual possui maior índice de poluição, ou seja, qual é o mais poluído utilizando
registros de analises já realizados e analise genotóxico com Allium cepa.
Quase toda água potável que consumimos se transforma em esgoto que é
reintroduzido nos rios e lagos.
Os danos causados ao ambiente pela atividade humana vêm preocupando
cada vez mais os cidadãos e as indústrias (empresas).
Grande parte das atividades gera efluente e resíduo sólido, líquido e gasoso
que tem como destino final a atmosfera, o solo e a água.
Muitos desses resíduos constituem-se em materiais ricos em nutrientes e
contaminantes orgânicos e inorgânicos, que causam danos ao ambiente. Em alguns
casos, os subprodutos das substâncias usadas são os responsáveis pela
degradação da saúde humana, dos animais e das plantas.
No mundo, a escassez natural de água doce é agravada pela poluição, pelo
crescimento demográfico e pelo uso desordenado dos recursos naturais. Devido a
esta escassez diversas regiões do planeta não conseguem se desenvolver de forma
expressiva (BRANCO, 1986, p. 245).
A poluição por micro-organismos e por agentes tóxicos é preocupante e
crescente. O desrespeito pelos bens naturais é manifestado de diversas formas,
como o lançamento direto ou indireto despejos domésticos, industriais, ineficaz,
muitas vezes de maneira clandestinas.
O uso da área engloba uma série de problemas ambientais, mas, aqueles
relacionados à qualidade dos recursos hídricos, são os mais relevantes na medida
em que o progressivo processo de degradação em que se encontram poderá torna-
10

se um fator inibidor da continuidade do desenvolvimento sócio econômico desta


área. Portanto,é de fundamental importância um estudo mais detalhado do caso.
11

1 PROBLEMA

É possível identificar qual Arroio da cidade de Montenegro possui maior


índice de poluição através de pesquisas bibliográficas e analises genotóxicas com
Allium Cepa como bioindicador?

1
12

1 JUSTIFICATIVA

O processo de ocupação do espaço urbano, a ausência de planejamento a


negligência com relação à legislação ambiental bem como a transgressão das leis
vigentes, tem permitido que importantes áreas ambientais como por, exemplo as
áreas de preservação permanentes localizadas as margens de cursos de água
sejam ocupadas e transformadas perdendo suas características naturais(FRAGA,
Josélia Maria Lorence).
Infelizmente grande parte das margens dos Arroios Montenegro, Arroio da
Cria e Arroio São Miguel a vegetação foi substituída por residências e indústrias.
O desenvolvimento urbano e industrial da cidade de Montenegro ocorre ao
longo dos arroios o que faz deles receptores de dejetos diariamente.
O fato preocupante é o aumento da população quanto das atividades
industriais e o numero de vezes que esses arroios recebem dejetos urbanos e
industriais.
As águas poluídas possuem inúmeras fontes, dentre as quais se destacam
os esgotos domésticos, esgotos industriais, tal fato está ligado diretamente à
ocupação do solo e ao tipo de uso (CETESB, 1997).
No passado utilizava-se as águas dos Arroios para consumo, hoje serve de
canal de esgoto urbano, industrial e agrícola.
Segundo o Prefeito Percival de Oliveira, em Montenegro “Não existe sistema
de esgoto. As águas servidas são lançadas na rede de drenagem pluvial e desta
descarregadas nos córregos e rios da região, quando não em valas a céu aberto”.
Já se sabe que, não é realizado nenhum tipo de acompanhamento quanto
ao nível de poluição dos arroios.
Os Arroios deságuam no Rio Caí, o fato de não serem monitorados faz com
que não se saiba o quanto os arroios estão poluídos e o quanto de poluição eles
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deságuam no Rio Caí.


O lançamento de efluentes diretamente em cursos d’água, a ausência de
rede coletora de esgoto, ausência de topografia favorável para ligação do esgoto
doméstico à rede coletora de esgotos, ausência de sistemas alternativos de
esgotamento sanitário, sistema alternativo de esgotamento sanitário inadequado
favorece a poluição do lençol freático.
Através de analises com bioindicador, pretende-se avaliar qual dos arroios é
o mais poluído.
Bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades biológicas
cuja presença, abundância e distribuição são indicativos biológicos que refletem o
conjunto de impactos ambientais ocorridos num ecossistema aquático e em sua
bacia de drenagem (Callisto& Gonçalves, 2002).
O descaso com nossos Arroios é preocupantes, eles são importante
contribuinte do Rio Caí em volume de água.
A água é o elemento fundamental para a existencia da vida. A preservação é
de essencial importancia é de fundamental conciencia dos seres humanos.
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3 OBJETIVO

3 .1 OBJETIVO GERAL

Identificar os índices de poluição dos arroios da cidade de Montenegro


através de pesquisas bibliográficas e analises genotóxicas.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Através de pesquisa bibliográfica conhecer sobre:


 Poluição das águas e seus impactos ambientais;
 Os arroios São Miguel, Da Cria e Montenegro da cidade de
Montenegro e suas características quanto ao índice de poluição;
 Biomonitoramento de afluentes;
 Teste Allium Cepa;
 Legislação que relacione o resultado da análise de biomonitoramento
com o índice de poluição.

Realizar análises e levantamentos sobre:


 Mapear os arroios São Miguel, Da Cria e Montenegro na cidade de
Montenegro;
 Coletar amostras das águas dos arroios escolhidos utilizando o máximo
possível de cuidados com relação à coleta de amostras, conforme ANEXO C;
 Realizar o Teste Allium Cepa nos Laboratórios do Curso Técnico em
Química na Escola Estadual Técnica São João Batista;
15

 Avaliar os resultados, comparando os dados obtidos das amostras qual


dos arroios possui maior índice de poluição e verificar esses resultados com a
bibliografia.
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4 HIPÓTESES

Sim é possível identificar o índice de poluição dos Arroios de Montenegro


através de pesquisa bibliográfica e análises genotóxicas identificando o Arroio mais
poluído.
Não é possível identificar o índice de poluição dos Arroios de Montenegro
através de pesquisa bibliográfica e análises genotóxicas identificando o Arroio mais
poluído.
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5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 POLUIÇÃO DA ÁGUA

De acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde, a “água


considera-se poluída quando a sua composição ou o seu estado tenham sido
alterados por forma a que se torne menos adequados para algumas ou todas as
utilizações para que pudesse servir no estado natural”.
Esta definição abrange a “modificação das propriedades físicas, químicas e
biológicas da água, ou o lançamento de substâncias líquidas, sólidas ou gasosas
que tornam as águas nocivas para a saúde, ou impróprio para o uso.
Os sinais de poluição podem ser percebidos através do sabor desagradável,
crescimento excessivo e descontrolado de algas numa dada massa de água, praias
fluviais, de mar ou lagos onde não é permitido tomar banho e/ou onde existem
cheiros desagradáveis, manchas de óleo a flutuar na água, etc.
A diversidade destes sinais indica a complexidade que o problema da
poluição da água pode atingir.
Vários poluentes são responsáveis pela poluição das águas, por exemplo:
consumidores de oxigênio, agentes causadores de doenças, nutrientes, compostos
orgânicos sintéticos, petróleo e hidrocarbonetos, substâncias inorgânicas e minerais,
metais, sedimentos, materiais radioativos e calor.
Poluição da água é a introdução de partículas estranhas ao ambiente
natural, direta ou indiretamente, sendo por isso potencialmente nocivo à fauna, flora,
bem como seres humanos que utilizem essa água.
A poluição da água é questão de preocupação mundial. A água poluída
impregnada de contaminantes, não pode ser utilizada para nenhum fim de consumo
humano, como água potável ou para banho, ou então quando não tem capacidade
de abrigar os peixes.
18

5.1.1 Ciclo de poluição da água

Mesmo que benignos alguns produtos da atividade humana podem tornar-se


poluentes. Ao precipitar esses produtos podem causar efeitos negativos.
O óxido de azoto, por exemplo, são frequentemente citados como poluidores
embora a substância não seja prejudicial. Na verdade, é a energia solar (luz do Sol)
que converte esses compostos em poluição.
Muitas vezes, depende do contexto para classificar um fenômeno como
poluição ou não. A massa de algas que resulta na asfixia dos peixes em lagos ou em
rios é considerada poluição, quando são alimentados por nutrientes vindos de
dejetos industriais, agrícola ou residencial.
O termo poluição também pode se referir a ondas eletromagnéticas ou
radiatividade. Essa interpretação deu origem a ideias como poluição sonora e
poluição visual.
Poluentes mais frequentes e seus efeitos mais temidos são:
 Dioxinas - provenientes de detritos e do lixo, podem causar Cancro, má
formação de fetos, doenças neurológicas, etc.
 Partículas de exaustão - emitidas por carros e indústrias. Afetam o
pulmão, causando asma, bronquite, alergias e até câncer.
 Chumbo - proveniente de carros, pinturas, água contaminada,
indústrias. Afeta o cérebro, causando retardo mental e, outros graves efeitos na
coordenação motora e na capacidade de atenção.
 Mercúrio - tem origem em centrais elétricas e na incineração de lixo.
Assim como o chumbo, afeta o cérebro, causando efeitos igualmente graves.
 Pesticidas, Benzeno e isolantes- podem causar distúrbios hormonais,
deficiências imunológicas, má-formação de órgãos genitais em fetos, infertilidade,
câncer de testículos e de ovário.
Nos rios, levam-se acaso inúmeras e variadas atividades:
 Praticam-se desportos, lazer e também são utilizados para o
transporte. Também são usados como vazadouros de águas residuais e outros
materiais dos esgotos das nossas cidades.
19

Figura 1: Imagem do Cais do Rio Caí, Montenegro RS.


Fonte:http://www.oprogressoonline.com.br/index.php/o-rio-cai-e-nosso.html

 Podem suportar uma pequena quantidade de desperdícios e


transportá-los até ao mar, mas não conseguem aguentar a quantidade de resíduos
que produzimos hoje em dia. A contaminação causou enormes danos em muitos rios
e em locais a vida desapareceu por completo.

5.1.2 Água contaminada = Água poluída

Poluição da água é a contaminação de corpos de água por elementos que


podem ser nocivos ou prejudiciais aos organismos e plantas, assim como a atividade
humana. O resultado da contaminação traduz-se como água poluída.
Quando a água apresenta alterações físicas, como: cheiro, turbidez, cor ou
sabor denomina-se como poluída e quando a água contém agentes patogênicos
vivos, sejam bactérias, vermes, protozoários ou vírus denomina-se como
contaminada. Essa água não é potável, logo não deve ser utilizada.
Normalmente, a alteração física é a consequência da inserção de produtos
químicos na água, devido à presença de substâncias, como: elementos estranhos
ou tóxicos.
Os parasitas, as bactérias patógenas e os vírus são os agentes biológicos
frequentemente mais encontrados nas águas. Os principais contaminadores são:
biodegradáveis e provêm da agricultura como adubos e restos de seres vivos e das
atividades domésticas como papel, excrementos e sabões. Se acumulados em
20

excesso produzem a eutrofização das águas (excesso de nutrientes numa massa de


água, provocando um aumento excessivo de algas e decorrente queda de oxigênio).
Contaminadores biológicos são os micro-organismos capazes de provocar
doenças.
Os mais perigosos contaminadores químicos, são resíduos tóxicos, como os
pesticidas do tipo DDT (chamados de organoclorados), eles tendem a se acumular
no corpo dos seres vivos. Os metais pesados, também perigosos (chumbo,
mercúrio) utilizados em certos processos industriais, tendem a se acumular nos
organismos.
Cólera, febre tifoide, febre paratifóide, desinteria bacilar, amebíase ou
desinteria amebiana, hepatite infecciosa, poliuomielite são doenças causadas por
contaminação da água.
O cloro não pode ser considerado um contaminante, pois sua função é
limpar a água, porém em contato com contaminadores orgânicos (principalmente
vegetais geram os trihalometanos) que são cancerígenos.
A água tratada pode ser contaminada durante o percurso que percorre até
as residências, onde acaba em caixas d’água.
As nascentes, minas e cisternas, que são fontes de suprimento de água,
podem apresentar contaminação, seja por se localizarem na proximidade de fossas,
onde há grande presença de matéria orgânica, ou pelo acesso de animais de
animais, águas de chuva ou outras fontes de contaminação e poluição.
Há três formas principais de contaminação de um corpo ou curso de água, a
forma química, a física e a biológica:
 A forma química altera a composição da água e com esta reagem;
 A forma física, ao contrário da química, não reage com a água, porém
afeta negativamente a vida daquele ecossistema;
 A forma biológica consiste na introdução de organismos ou
microorganismos estranhos àquele ecossistema, ou então no aumento danoso de
determinado organismo ou microorganismos já existente.
Existem duas categorias de como pode se dar a poluição que é poluição
localizada ou poluição pontual e poluição não localizada.
Onde a fonte de poluição origina-se de um ponto específico, como por
exemplo, uma vala ou um cano, o despejo de impurezas, por parte de uma estação
21

de tratamentos residuais, por parte de uma empresa ou então por meio de um bueiro
denomina-se poluição localizada.
Poluição não localizada é uma forma de contaminação difusa que não
possui origem numa única fonte. É geralmente o resultado de acumulação do agente
poluidor em uma área ampla. A água da chuva recolhida de áreas industriais e
urbanas, estradas bem como sua consequente utilização é geralmente categorizada
como poluição não localizada.
Como principais contaminantes da água, podemos citar:
 Elementos que contenham dióxido de carbono em excesso (como
fumaça industrial, por exemplo);
 Contaminação térmica;
 Substâncias tóxicas;
 Agentes tensoativos;
 Compostos orgânicos biodegradáveis;
 Agentes patogênicos;
 Partículas sólidas;
 Nutrientes em excessos (eutrofização);
 Substâncias radioativas.
Como recurso hídrico indispensável, torna-se cada vez mais importante a
conscientização sobre a melhor forma de tratamento da água como sustentáculo da
vida no planeta. Ainda mais se pensarmos que a maioria das comunidades
espalhadas pelo planeta possui pouca consciência sobre a melhor forma de
tratamento de um de seus recursos mais importantes.

5.2MICROBACIAS

5.2.1 Microbacia Arroio da Cria

A microbacia do Arroio da Cria está inserida na bacia hidrográfica do Rio


Caí, situada na região centro-leste do estado do Rio Grande do Sul. O Rio
Caí,compreende sete segmentos distintos (FEPAM/GTZ, 1997), baseados em
critérios geomorfológicos e de uso do solo e da água, sendo o quinto segmento
aquele que atravessa o município de Montenegro e recebe as águas do Arroio da
22

Cria. Os usos preponderantes para este segmento são diluição de despejos


domésticos da zona urbana dos municípios de São Sebastião do Caí, Pareci Novo e
Montenegro; diluição de despejos industriais de Montenegro trazidos pelos arroios
Alfama e da Cria e abastecimento doméstico em São Sebastião do Caí e
Montenegro (FEPAM/GTZ, 1997).
O Município de Montenegro tem uma área de 440,01Km 2 (87,41% na
bacia do Rio Caí) (FEPAM/GTZ, 1997). A área urbana encontra-se toda inserida na
bacia do Rio Caí, sendo que só uma parte dela pertence à microbacia do Arroio da
Cria. O Arroio da Cria situa-se no retângulo compreendido entre as coordenadas
UTM 442.000 mE, 458.000 mE, 6710.000 mN e 6722.000 mN, caracterizando-se
com um dos principais afluentes da porção final do Rio Caí. O arroio atinge a quarta
ordem na sua porção final com base na classificação de Horton (Hynes 1979), sendo
formado pela união de dois arroios: o Arroio dos Carros e o arroio Costa de Serra.
Como grande parte dos cursos d’água do Estado, suas margens sofreram e ainda
sofrem com o desmatamento, resultando em que, segundo FEPAM/GTZ (1997), as
margens ciliar que, se encontram ao longo do Rio Caí e seus afluentes sejam
normalmente menores que os estabelecidos por lei. Ao longo do seu curso, o arroio
recebe a influência de atividades variadas e o reflorestamento ( eucalipto e acácia),
a agropecuária, o plantio de frutas cítricas e a atividade industrial resultam na
eliminação de áreas nativas, substituídas por essas atividades.
Nas proximidades do Arroio da Cria ocorrem loteamentos irregulares,
com esgotos a céu aberto e descargas diretas de tributários do arroio. Foi estimada
uma carga orgânica total despejada nos recursos hídricos do município em torno de
3,1 t/dia de BDO e 730 kg de nitrogênio (PPM/FNMA/MRS, 1999), com
aproximadamente 630 kg/dia de BDO diretamente lançados ao Arroio da Cria,
devido ao esgoto doméstico.
23

Figura 2: Cano de esgoto deságua no Arroio da Cria, Montenegro RS.


Fonte: Gonçalves (2012)

A atividade industrial caracteriza-se pelo predomínio de indústrias de


beneficiamento de produtos agropecuários.
As empresas de maior parte são de curtumes (curtimento a base de cromo)
um frigorífico (abate de bovinos), uma indústria de sucos e óleos essenciais
(extraído de frutas cítricas), um encubatório de pintos, uma indústria de produção de
tanino de acácia negra e uma usina de compostagem de resíduos industriais
(provenientes de agroindústrias). Dentre elas, quatro são responsáveis pelo aporte
de 1280 m3/dia de afluentes no arroio.
Afluente da margem direita do Rio Caí, o Arroio da Cria recebe despejos
industriais e domésticos do município de Montenegro, RS, Brasil. Entre novembro de
1997 e agosto de 1998, em sete estações amostrais, foram realizadas quatro coletas
sazonais para avaliar a qualidade das suas águas por meio das variáveis:
percentagem de saturação de oxigênio, DBO 5, pH, fósforo total, nitrato, coliformes
fecais, turbidez, sólidos suspensos totais, condutividade elétrica, alcalinidade,
cloretos, cromo total e temperatura. Os resultados foram interpretados através de
um Índice de Qualidade de Água (IQA da NSF), testes de aleatorização e estatística
multivariada. Estimou-se a relação entre cobertura vegetal/usos do solo e a
qualidade das águas da bacia do arroio a partir de mapeamentos pré-existentes da
bacia do Rio Caí, baseados em técnicas de geoprocessamento e informações sobre
agricultura, urbanização, indústrias e pluviosidade, obtidos junto a órgãos
competentes. O IQA variou entre 44,8 e 72,9. Sólidos suspensos totais, pH e
24

turbidez, significativamente afetados pela precipitação, determinaram a pior


qualidade no verão, sendo a melhor no outono. As estações 06 e 07 apresentaram
pior qualidade, devido a coliformes fecais, fósforo total, sólidos suspensos totais e
turbidez (estação 06) e pH, nitrato, turbidez e percentagem de saturação de oxigênio
(estação 07). O IQA não evidenciou diferenças espaciais e/ou temporais, por não
considerar variáveis particularmente importantes como condutividade elétrica,
cloretos e alcalinidade. A análise multivariada formou grupos distintos de estações
amostrais mais e menos impactadas, grupos esses mantidos parcialmente na
comparação com o IQA. Existem diferenças na qualidade da água com relação à
natureza e densidade da ocupação, com predomínio de despejos orgânicos
domésticos e industriais. Os valores de sólidos e turbidez estão relacionados à
grande proporção de solo desprotegido e pluviosidade intensa. Uma investigação
específica, no sentido de quantificar a contribuição de cada fonte poluente para a
qualidade final do corpo d’água se faz necessária.

5.2.1.1 Lixo nas proximidades do Arroio da Cria preocupa moradores de


Montenegro.

O Arroio da Cria um dos principais afluentes do Rio Caí nasce na zona rural
e passa por diversos bairros, até chegar ao seu destino. Em seu trajeto, encontra
inúmeros fatores que contribuem para sua degradação como: Detritos industriais,
poluição agrícola e principalmente lixo urbano.
Além desses fatores a destruição da mata ciliar, o assoreamento e a
ocupação das margens com construções irregulares também prejudicam e
degradam o Arroio da Cria.
O Arroio da Cria, hoje, é sinônimo de transtornos, principalmente para os
moradores do Bairro Aeroclube. Com qualquer chuva o arroio transborda, invadindo
ruas e casas. Sem conseguir seguir seu leito original e ter vazão suficiente para que
suas águas desemboquem no rio, o Arroio espalha-se e causa prejuízos a todos
aqueles que vivem nas suas proximidades.
25

Figura 3: Lixo nas margens do Arroio São Miguel Montenegro RS.


Fonte: Castilhos (2012).

5.2.2 A Microbacia do Arroio Montenegro


A microbacia do Arroio Montenegro esta inserida na bacia hidrográfica do
Rio Caí situada na região centro leste do estado do Rio Grande do Sul. Localiza-se
na região central do município de Montenegro e libera os seus detritos nas águas do
Rio Caí.
A imagem abaixo mostra quando o Arroio Montenegro se liga (desemboca)
no Rio Caí. Na imagem esta visível à diferença entre à cor da água do Arroio
Montenegro e do Rio Caí. A espuma mostra que o arroio recebe grande carga de
detritos.

Figura 4: Encontro das águas do Arroio Montenegro e Rio Caí, Montenegro RS.
Fonte: Souza(2012).
26

O Arroio Montenegro é o principal arroio do município e corta o centro da


cidade de Montenegro apresentando grande nível de desmatamento em sua
margem recebendo grande concentração de detritos domésticos e industriais, pois
compreende uma grande margem povoada e industrializada com despejos diretos
em suas águas.
Ao longo de seu percurso o Arroio Montenegro recebe influência de
atividades variadas tais como o reflorestamento (plantação de eucalipto e acácia),
agropecuária, plantio de frutas cítricas, atividades industriais além de grande
concentração urbanizada que resultam no desmatamento das margens do mesmo,
substituídas por estas atividades.
A atividade industrial na microbacia do Arroio Montenegro predomina o
beneficiamento de produtos agropecuários. Dentre as atividades industriais da
microbacia do Arroio Montenegro compreende principalmente de aviários com um
frigorifico de grande porte (abate de aves), uma indústria de essências de sucos
cítricos, algumas serigrafias espalhadas pelas proximidades de suas margens além
de varias empresas de pequeno porte.
O Arroio Montenegro recebe lixo em grande escala. Esse fator é
preocupante já que nota-se que a população não tem ideia do quanto isso o
prejudica, o quanto isso o polui o mata diariamente.

5.2.3 A Microbacia do Arroio São Miguel

A microbacia do Arroio São Miguel esta situado na bacia hidrográfica do


Rio Caí e está localizado na região centro-leste do Rio Grande do Sul assim como
os arroios da Cria e Montenegro. Em seu pequeno curso o Arroio São Miguel corta
os bairros cinco de maio e municipal atravessando uma grande área de campo
aberto desaguando nas águas do Rio Caí, próximo a empresa Tanac S.A na Rua
Álvaro de Moraes.
O Arroio São Miguel por estar situado em uma região urbanizada recebe
uma grande alíquota de detritos domésticos despejadas diretamente em suas águas
além de receber detritos industriais de algumas empresas da região tais como uma
serigrafia localizada próximo ao bairro cinco de maio. Não há analises que
27

comprovam o descarte de impurezas realizadas por empresas nas águas do Arroio


São Miguel.

Figu
ra 5:Arroio São Miguel, Montenegro RS.
Fonte: Castilhos (2012).

5.2.3.1 Água preta e galeria obstruída são os problemas do Arroio São Miguel

Após as chuvas que se abate sobre Montenegro as águas do Arroio São


Miguel aparece preta. Segundo funcionários do Grêmio Esportivo Municipal, a cada
chuva é assim que o córrego fica. O cheiro de esgoto paira no ar, denunciando o
lançamento de dejetos cloacais no curso d’água.
Outra preocupação dos dirigentes do clube é a galeria, sob a Rua
Antônio Lisboa, que tem uma das passagens obstruída por um banco de areia. Parte
de uma árvore que se desprendeu há alguns dias e está caída sobre o leito do arroio
também dificulta a passagem da água.
Segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, a Diretoria de Meio
Ambiente fará uma coleta da água para análise do material. Quanto à árvore caída,
a diretoria precisa obter licenciamento, junto ao DFP para realizar a retirada da
árvore do local.
28

FIGURA 6: Fonte:http://informativogeral.blogspot.com.br/2012/07/ponte-sobre-o-
arroio-sao-miguel.html

5.3 MONITORAMENTO DAS ÁGUAS

O monitoramento é o acompanhamento das características de um sistema


através de um conjunto de praticas.
O monitoramento da qualidade da água é acompanhado das alterações
químicas, físicas e biológicas da água, que ocorrem por atividades antropicas e por
fenômenos naturais.
Nas praticas para o monitoramento da qualidade da água estão à coleta de
dados e de amostras de água em locais específicos (referenciado geograficamente),
que devem ser feitas em intervalos regulares de tempos, de modo que as
informações possam ser utilizadas para a definição da qualidade da água.
É de suma importância que juntamente com esse monitoramento seja feita a
determinação da vazão, para determinar a carga de poluentes afluente.
O monitoramento deve permitir uma avaliação adequada da qualidade da
água. Para isso, podem ser utilizadas diversas configurações, em termos de
localização dos pontos de monitoramento, de periodicidade e de tipo de parâmetros
monitorados, sempre em função dos objetivos visados:
 Monitoramento básico – É Realizado em pontos específicos para um melhor
acompanhamento da evolução da qualidade das águas, identificação de
tendências e apoio a elaboração de diagnósticos. Os resultados obtidos no
monitoramento permitem a identificação dos locais onde é necessário um
maior detalhamento. A frequência do monitoramento acompanha os ciclos
hidrológicos, ou seja, varia de uma frequência mínima trimestral até uma
29

frequência mensal. Os parâmetros a serem monitorados devem estar


relacionados com o tipo de uso e ocupação da bacia contribuinte a estação e
com os objetivos da rede. Sendo assim, tanto a localização das estações
quanto os parâmetros monitorados devem ser reavaliados periodicamente.
 Inventários – Esta modalidade inclui observações associadas à avaliação
intensiva com o objetivo de estabelecer um diagnóstico da qualidade das
águas de um trecho específico de curso d’água. Esta avaliação pode estar
associada ao acompanhamento de ações limitadas no tempo. Nessa
modalidade a frequência de amostragem é alta, variando de diária até
mensal.
 Vigilância – Nessa modalidade incluem-se as observações efetuadas em
locais onde a qualidade das águas é de suma importância para um
determinado uso ou em locais com alto índice de poluição associada ao uso
da água. Neste caso é necessário um monitoramento praticamente em tempo
real, o que pressupõe a utilização de aparelhos automáticos, limitando os
tipos de parâmetros monitorados. Com tudo, um bom acompanhamento dos
parâmetros pH, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, já permitem
identificar alterações associadas a ações antrópicas.
 De Conformidade – Nesta modalidade incluem-se as observações feitas pelos
usuários dos recursos hídricos traves de requisitos legais presentes nos
marcos regulatórios (Portaria no 518 do Ministério da Saúde, Resolução
no 357 do CONAMA), nas condicionantes das licenças ambientais e nos
termos de outorga. Tanto a periodicidade quanto os parâmetros monitorados
são determinados pelos órgãos competentes.

5.3.1 Rede de monitoramento de qualidade de água

Uma rede de monitoramento de qualidade de água é constituída pelos


seguintes elementos:
 Pontos de coleta: São estações de monitoramento, que define os
objetivos da rede e é identificado pelas coordenadas geográficas.
 Os instrumentos são utilizados para determinar parâmetros em campo
e em laboratório.
30

 Equipamentos utilizados na coleta: baldes, frascos, caixa térmica,


veículos.
 Protocolos são necessários para a coleta e preservação das amostras
para análise laboratorial dos parâmetros de qualidade e para identificação das
amostras.

5.3.2 Para que serve uma rede de monitoramento de qualidade de água?

A crescente urbanização e a concentração demográfica têm contribuído de forma


crescente para deterioração da qualidade das águas. A redução da qualidade da água
impõe a necessidade de se buscar água cada vez mais longe, algumas vezes em outras
bacias.
Tendo em vista a necessidade de estabelecer um equilíbrio sustentável entre o
desenvolvimento econômico e demográfico em quantidade e qualidade que contemple os
diversos usos da água, é fundamental o estabelecimento de um programa de
monitoramento que forneça subsídios para a avaliação das condições dos mananciais e a
tomada de decisões associada ao gerenciamento dos recursos hídricos.

5.3.3 Legislação

RESOLUÇÃO Nº. 107, DE 13 DE ABRIL DE 2010

Estabelece diretrizes e critérios a serem adotados para o planejamento, a


implantação e a operação de Rede Nacional de Monitoramento Integrado Qualitativo
e Quantitativo de Águas Subterrâneas.
Art. 1° Estabelecer diretrizes e critérios a serem adotados para o
planejamento, a implantação e a operação de Rede Nacional de Monitoramento
Integrado Qualitativo e Quantitativo de Águas Subterrâneas.
Art. 2° A Rede Nacional de Monitoramento Integrado Qualitativo e
Quantitativo de Águas Subterrâneas deverá ser planejada e coordenada pela
Agência Nacional de Águas-ANA e implantada, operada e mantida pela Companhia
de Pesquisa de Recursos Minerais-CPRM, ambas as instituições em articulação
com os órgãos e entidades gestores de recursos hídricos dos estados e do Distrito
Federal.
31

Parágrafo único. As informações qualitativas e quantitativas geradas serão


incorporadas ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos-SNIRH.
Art. 3° A escolha dos pontos de monitoramento deverá considerar:
I - o uso e a ocupação do solo;
II - a demanda pela água subterrânea:
a) densidade de poços;
b) volume de explotação;
c) densidade e crescimento populacional;
d) uso da água para abastecimento público;
e) tipo de atividade econômica; e
f) áreas de conflitos;
III - caracterização geológica;
IV - caracterização hidrogeológica:
a) hidráulica;
b) geometria;
c) tipo de aquífero;
d) zonas de recarga/descarga; e
e) interação das águas superficiais e subterrâneas;
V - hidrogeoquímica:
a) características naturais das águas subterrâneas; e
b) águas subterrâneas alteradas por ações antrópicas;
VI - vulnerabilidade natural dos aquíferos, risco de poluição das águas
subterrâneas e áreas contaminadas;
VII - clima:
a) tipos climáticos;
b) área sujeita a eventos hidrometeorológicos críticos;
VIII - aquíferos de importância estratégica; e
IX - a proximidade e possibilidade de integração com estações de
monitoramento hidrometeorológicas.
Art. 4° A Rede Nacional de Monitoramento de Águas Subterrâneas deverá
especificar, para cada aquífero:
I - a quantidade e distribuição espacial de poços georeferenciados a serem
construídos exclusivamente para monitoramento;
32

II - a quantidade e distribuição de poços georeferenciados existentes a


serem integrados a rede nacional de monitoramento;
III - os parâmetros de qualidade de água selecionados a partir da Resolução
no 396, de 3 de abril de 2008, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA
para os poços previstos nos incisos I e II; e
IV - as frequências de obtenção dos dados quantitativos e qualitativos.
Parágrafo único. Para integrar a Rede Nacional de Monitoramento de Águas
Subterrâneas, são necessários poços com informações construtivas e que
representem as características hidrogeológicas e hidrogeoquímicas de um só
aquífero.
Art. 5° Rede Nacional de Monitoramento de Águas Subterrâneas será objeto
das seguintes campanhas de obtenção de dados:
I - uma campanha inicial de coleta de água, repetida a cada cinco anos, que
analisará parâmetros selecionados conforme previsto na Resolução CONAMA no
396, de 2008, em função da hidrogeoquímica natural da água, do uso e ocupação do
solo e dos usos preponderantes da água subterrânea;
II - uma campanha semestral abrangendo, pelo menos, os parâmetros pH,
cloretos, nitritos, nitratos, dureza total, alcalinidade total, ferro total, sólidos totais
dissolvidos, e coliformes termotolerantes; e
III - uma campanha de medição contínua in loco, preferencialmente de forma
automática, para determinação do nível estático (NE), temperatura e condutividade
elétrica.
§ 1° As coletas deverão ser realizadas de acordo com critérios e
procedimentos normatizados e as análises, realizadas por laboratórios
credenciados.
§ 2° Nos casos de desconformidades nos parâmetros indicados, análises
mais específicas e frequentes deverão ser realizadas para identificação do problema
e tomada de ações corretivas por parte dos órgãos competentes.
Art. 6° As informações processadas na Rede Nacional de Monitoramento de
Águas Subterrâneas serão divulgadas em boletim anual e disponibilizadas no
Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos- SNIRH.
Art. 7° Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Fonte: TEIXEIRA, Izabella- Presidente do Conselho- COSTA, Silvano Silverio da-
Secretário Executivo
33

5.3.4 Monitoramento Químico

O monitoramento ambiental utiliza-se de alguns instrumentos específicos para


realizar a avaliação do estado de preservação ou grau de degradação de um
ecossistema. Os aspectos de avaliação mais convencionais para a determinação do
grau de impactos ambientais em ecossistemas aquáticos são s alterações nas
concentrações de variáveis químicas, a determinação do pH e da dureza junto com
outras variáveis, formam uma ferramenta importante para se determinar a influencia
de substancias poluentes à biota aquática e para se obter informações sobre a
qualidade da água. (GOULART; CALLISTO, 2003).
Estas análises não apresentam dados suficientes para a detecção das
consequências sobre as comunidades biológicas. (ROBERTO; ABREU, 1991).
Um instrumento imprescindível para a avaliação da toxicidade é uma
complementação da caracterização química dos efluentes tem-se o monitoramento
biológico. Os ensaios de toxicidade utilizando Bioindicadores de qualidade se tornam
necessários para a avaliação de reações de organismos vivos a poluição ambiental
complexa e para uma indicação dos efeitos sinérgicos de vários poluentes enquanto
que as análises físico-químicas identificam a presença e as respectivas
concentrações de diferentes poluentes (BERTOLETTI; NIPPER; MAGALHÃES,
1992).

5.3.5 Biomonitoramento ambiental

Há três fatores básicos que podem ser empregados no Biomonitoramento


ambiental de uma determinada área. Um caso é quando se tem a suspeita de que
organismos nativos estejam sendo afetados. Outro quando a saúde humana esteja
sendo ameaçada devido à ingestão de espécies atingidas, e por último, quando se
deseja saber as condições ambientais de um determinado local (SILVA; HEUSER;
ANDRADE, 2003).
Para a identificação de diversas situações a determinação de efeitos
maléficos a saúde e ao ambiente são complexos. Indicam-se uma série de técnicas
dentre as quais se destacam organismos Bioindicadores e biomarcadores,
34

representados por células isoladas, organelas e sistemas enzimáticos (BENASSI,


2004; GRINEVICIUS, 2006; SOUZA, 2006).
Analisa-se então, o comportamento e as reações de um organismo vivo frente
a um estimulo ambiental. Utiliza-se então o processo de bioindicação para
determinar a qualidade de um ambiente. Neste processo podem ser obtidas
informações dos efeitos do agente estressor sobre o sistema biológico empregado, e
tendo a possibilidade eventual de inferir sobre a qualidade e quantidade do fator
atuante. Ao contrário da bioindicação, o monitoramento através de parâmetros
químicos tem como base avaliar o tipo e a intensidade do agente estressor, podendo
se deduzir, em alguns casos, os efeitos biológicos causados (LIMA, 2003).

5.3.6 Organismos Bioindicadores

Bioindicador é aquele organismo animal ou vegetal sensível à poluição. Estes


organismos, quando expostos a alguma alteração no ambiente, podem reagir
alterando seus processos vitais. São capazes de fornecer respostas do tipo
fisiológica, bioquímica, genética, comportamental, entre outras.
Sua indicação também pode ser feita através do acúmulo de poluente em seu
sistema (LARCHER, 2000).
A determinação do organismo-teste abrangerá uma série de critérios
seletivos. Deve-se observar a quantidade e disponibilidade da espécie, se o cultivo,
manutenção e conservação em laboratório são simples, se o conhecimento da
biologia deste bioindicador é amplo e se possuem uma sensibilidade de resposta.
Observa-se ainda, a estabilidade genética do organismo em gerar populações
uniformes, certificando uma uniformidade de resposta e a sua representatividade
ecológica (BOHRER, 1995).
São vários os organismos utilizados para o Biomonitoramento de cursos
d’água, dentre os quais se destacam espécies de moluscos, peixes e crustáceos
(COTELLE; FERARD, 1999) e algumas espécies vegetais.
Para os testes de toxicidade são amplamente citados na literatura os
microcrustáceos Artemia sp (SVENSSON et al., 2005) e Daphnia magna,
Vibriofischeri e Danio rerio(KNIE; LOPES, 2004) e Allium cepaL. (ARAMBASIC;
BJELIC; SUBAKOV, 1995).
35

5.3.6.1 Ensaios de Genotoxicidade

Agentes genotóxicos são aqueles que interagem com o DNA produzindo


alterações em sua estrutura, quando essas alterações se fixam de forma capaz
deserem transmitidas, denominam‐se mutações.
As mutações são as fontes devareiedades genética de uma população,
sendo fundamentais para a sustentação das espécies. Porém, podem causar
doenças tanto nos indivíduos comonos seus descedentes, dependendo da
quantidade, do tipo e local onde ocorrem as mutações ealterar o balanço dos
ecossistemas.
Nas populações, podem aumentar a ocorrencia decâncer, doenças
hereditárias e do coração, bem como aumentar a malignidade de patógenos. Os
compostos mutagênicos encontram‐se distribuídos nos ecossistemas (água,
solo,ar); são transferidos e acumulados através das cadeias tróficas, podendo
causar danosgenéticos ou efeitos genotóxicos nos indivíduos ou populações
expostas.

5.3.6.2 Teste da Allium cepa contra a poluição

Resíduos industriais, urbanos e agrícolas são lançados sem distinção nos


cursos d’água acrescentando vários contaminantes às águas superficiais e
sedimentos (Egito et al.,2007). Esses resíduos são caracterizados como misturas
complexas, contendo inúmeros compostos orgânicos e inorgânicos genotóxicos que
muitas vezes não sofrem degradação durante o processo de tratamento de água
devido a um alto grau de persistência, alguns são mutagênicos conhecidos. (Nielsen
e Rank, 1994; Rank e Nielsen, 1998).
Metais pesados potencialmente tóxicos lançados na natureza são perigosos e
muitas vezes indestrutíveis e, mesmo quando precipitados e acumulados no fundo
de rios, o processo pode ser revertido voltando os metais à sua forma tóxica inicial
(Tommasi, 1979).
O chorume, um líquido escuro resultante da ação da água das chuvas que
percola pelos resíduos orgânicos em decomposição, chega até os rios onde causa
debilidade no nível de oxigênio e eleva a DBO (Demanda Biológica de Oxigênio)
prejudicando os organismos aeróbios, que cedem lugar aos anaeróbios, que liberam
36

amônia, substancia tóxica para muitos organismos (Lima, 1995). Além dos efeitos
diretos à saúde, podem ter efeitos tóxicos ou mutagênicos indiretos e, ao longo do
tempo, causar doenças como: infertilidade, câncer, arteriosclerose, doenças
cardiovasculares, entre outros (Grover e Kaur, 1999).
Substâncias tóxicas, muitas destas químicas, promovem a ocorrência de
mutações genéticas e aberrações cromossômicas e existe um grande número de
protocolos desenvolvidos para detectar essas alterações (Majer et al., 2005).
Para a avaliação, monitoramento e detecção de genotóxicos no ambiente os
bioensaios com plantas superiores têm sido recomendados desde a década de 70
(Grant, 1999).
Células vegetais geralmente possuem enzimas necessárias para ativação e
metabolização de compostos promutagênicos e hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos (PAHs), como é o caso das células meristemáticas das raízes de Allium
cepa (a cebola comum), espécie frequentemente usada como bioindicador desde o
final da década de 30, quando Levan investigou os efeitos citológicos da colchicina
revelando vários efeitos tóxicos e clastogênicos da ação direta dos químicos, sendo
demonstrado após que soluções de vários tipos de sais inorgânicos induzem
diferentes tipos de aberrações cromossômicas em células de Allium cepa, tornando-
se essa espécie numa valiosa ferramenta para monitoramento ambiental na
detecção do potencial genotóxico das substâncias lançadas no ambiente (Fiskesjö,
1985, 1989; Rank et al., 2002).
A mutagenicidade pode relacionar-se com a frequência de quebras
cromossômicas, desse modo, os riscos de eventos mutagênicos podem ser
avaliados pela frequência desses danos genéticos (Fiskesjö, 1985).
O teste Allium cepa é bem conhecido e muito utilizado em laboratórios do
mundo inteiro para análise de várias substâncias das quais se deseja conhecer o
possível potencial mutagênico, obtido pela frequência de aberrações e quebras
cromossômicas indicando riscos de aneuploidia e fornecendo importantes
informações em relação à avaliação de amostras ambientais (Rank e Nielsen, 1993).
Os resultados positivos no teste Allium cepa devem ser considerados como
uma indicação de que a amostra testada pode ser um perigo para os outros
organismos (Fiskesjö, 1989), podendo indicar a presença de certas substâncias
citotóxicas, genotóxicas ou mutagênicas no ambiente (Smaka-Kincl et al., 1996).
37

A alta sensibilidade do teste Allium cepa impede que contaminações passem


despercebidas, mesmo quando são testadas misturas complexas como no caso de
esgotos.
É recomendado para uma rápida avaliação da genotoxicidade de efluentes,
sendo uma importante ferramenta que pode ser usada como padrão em
monitoramentos ambientais para se traçar o local da fonte de contaminação,
identificando substancias citotóxicas e genotóxicas com baixas concentrações em
águas naturais (rios ou lagos), os quais são utilizados como recipientes para
efluentes domésticos e industriais e que, posteriormente, têm suas águas utilizadas
na agricultura e no abastecimento público (Fiskesjö,1985, 1989; Rank e Nielsen,
1993; Nielsen e Rank, 1994; Smaka-Kincl et al., 1996; Amaral et al., 2007; Barbério
et al., 2009).
O teste Allium cepa, junto com análises químicas, pode ser usado para se
obter dados com bases científicas para regulamentação das descargas de
substâncias potencialmente perigosas, lançadas no ambiente (Nielsen e Rank,
1994). Também é sensível nas análises de hidrocarbonetos do petróleo,
representando um eficiente modelo para detectar tais contaminações (Leme e Marin-
Morales, 2008), podendo ser utilizado em conjunto com outros sistemas-testes para
se avaliar a contaminação de águas superficiais por esgotos, lodos de esgotos
domésticos e industriais (Gupta et al., 2005), poluentes provenientes de plantações
agrícolas (Oberholster et al., 2008) e em extratos aquosos de solos (Cotelle et al.,
1999).

Figura 7: Procedimento Allium cepa.


Fonte: Souza (2012)
38

5.3.7.2 Toxicologia ambiental

O objetivo maior da toxicologia ambiental é analisar os efeitos adversos da


substancias químicas presentes no ambiente em uma determinada espécie biológica
e suas implicações negativas à saúde do homem (SILVA, 2005).
Dentro da toxicologia, tem-se a ecotoxicologia que detecta a ação de
substâncias nocivas ou tóxicas para os diversos organismos vivos de um
ecossistema (KNIE; LOPES, 2004). Entende-se por substância tóxica, aquela capaz
de modificar ou ocasionar a morte de um determinado sistema biológico, sendo
considerando, portanto um agente danoso (SILVA, 2005).
O fato de que os testes fornecem dados sobre os efeitos resultantes da ação
conjunta de diversas substancias químicas, alem de permitir uma avaliação do
impacto destes compostos sobre corpos receptores possibilitando a determinação
de diluições que evitem ou reduzam os efeitos tóxicos reside a importância das
analises ecotoxicológicas (BOHRER, 1995).
Entende-se que não é possível determinar de maneira direta os impactos
causados por esses agentes (SILVA, 2005). Para obter tais conhecimentos da ação
dos contaminantes ambientais é utilizado algumas técnicas de medida e
monitoramento, como os testes toxicológicos, seguidos muitas vezes, de
experimentação laboratorial com animais. (OLIVEIRA-SILVA, 2001 apud SILVA,
2005).
Para definir o teste de toxicidade pode depender de cada situação,
especificada pelo tipo de efeito, substância e organismo utilizado. Diferentes tipos de
ensaios podem ser citados como, por exemplo: agudo, subagudo, crônico, dentre
outros especiais (SILVA, 2005).
Os testes agudos e subagudos diferenciam-se do crônico por avaliarem os
efeitos sobre o organismo num curto espaço de tempo, ao contrário do crônico que
se baseia numa exposição mais longa. No ensaio agudo a resposta é obtida dentro
de 24 a 48 horas.
A metodologia utilizada avalia a mortalidade dos organismos, sendo o
resultado, geralmente expresso em CL50 (Concentração Letal Mediana), ou seja, a
concentração em que ocorre a mortalidade em 50% dos organismos expostos à
amostra, no espaço de tempo determinado (SVENSSON et al., 2005). Só será
39

válido, se o controle obtiver uma sobrevivência de no mínimo 90% dos indivíduos,


segundo a ABNT (2003).
Os efeitos no crescimento do organismo em questão são obtidos pelo teste de
toxicidade subaguda que também chamado de teste de curta duração é
desenvolvido focando a avaliação de parâmetros quantitativos.
Os organismos vivos terão uma reação dependente da quantidade do tóxico a
que foram expostos. Porém, todos estes estudos estão fundamentados num mesmo
princípio de dose-resposta (JARDIM, 2004).
Então a toxicologia é considerada uma ferramenta eficaz para a avaliação e
estimativa de risco para o ecossistema, possibilitando ter um controle sobre os
agentes ambientais que possam comprometer o metabolismo normal da biota
exposta a estes (ANTONELLI, 2005; KNIE; LOPES, 2005).
40

6 METODOLOGIA

O período de realização do projeto foi de março de 2012 à novembro de


2012. Planejou-se um roteiro das etapas necessárias para o desenvolvimento da
pesquisa colocando em sequência preparatória para obtenção dos resultados.
Primeiramente foram levantados todos os tipos de documentação que
poderiam ser utilizadas para a elaboração do trabalho. Estas documentações foram
adquiridas através de banco de teses. Realizamos pesquisa bibliográfica sobre
poluição da água, efluentes, analises com Allium cepa, monitoramento
biomonitoramento.
A definição dos locais analisados: analisamos os Arroios da cidade de
Montenegro afluentes do Rio Caí que são, Arroio Passo da Cria, Arroio São Miguel e
Arroio Montenegro visando que os Arroios recebem diariamente grandes cargas de
resíduos tóxicos produzidos por industrias e residências e também o fato de serem
afluentes do Rio Cai que é o responsável pela água potável distribuída ao município.
Mapeamos o local para reconhecimento da área estudada. Pesquisamos
analises já realizada na área estudada.
Pretendia-se retirar três analises por Arroio, cada amostra em um lugar
diferente. Se houvesse alteração da primeira para a segunda amostra ou da
segunda para a terceira, seria coletada outras três amostras em outros três pontos
( dentro da área em que foi coletada a amostra que deu alteração), para melhor
avaliação no local.
O planejamento feito teve alguns imprevistos pois os reagentes necessários
não chegaram a tempo para a realização dos procedimentos, resolveu-se então
coletar uma amostra no desemboque de cada Arroio.
Antes de realizarmos a coleta das amostras foi feito uma lista dos materiais
necessários para a coleta. Os materiais utilizados no procedimento tem desde
equipamentos de segurança pessoal ( Anexo A ), à equipamentos de segurança das
amostras na coleta e no armazenamento para transporte das mesmas (Anexo B).
41

Foram tomados todos os cuidados necessários para a proteção das amostras


para que não ocorresse contaminação das mesmas ( Anexo C ).
O procedimento foi devidamente documentado, inclusive com fotos,
acompanhado por uma ficha de coleta contendo informações no mínimo básicas
( Anexo D ).
Ao chegar o local foi fotografado e verificado se havia existência de seres
vivos na água e suas margens.
As amostras foram submetidas a analises Allium cepa, que consiste em
mergulhar os bulbos das cebolas nas amostras de água para enraizamento. O teste
da cebola pode possibilitar a avaliação dos poluentes nos arroios estudados. Com
este teste podemos verificar que existem cargas tóxicas presentes nas amostras
coletadas.
Mergulhamos três bulbos por amostra da água de cada Arroio e outros três
mergulhamos para testes de controle positivo 15 μg/L de MMS
(Metilmetanossulfonato - CAS#66273), substância capaz de promover alterações
celulares como aberrações cromossômicas e formação de micronúcleos. Esse tipo
de agente se caracteriza por sua reatividade com os centros nucleofílicos no DNA,
promovendo alquilação nas bases ou no grupo fosfato (Swain eScott, 1953; Vogel,
1982). No controle negativo, utilizamos a solução nutritiva de Hoagland (Hoagland e
Arnon, 1950).
As laminas microscópicas foram preparadas com bulbos mergulhados por 82
hs nas amostras coletadas e nas soluções de controle positivo e negativo.
Utilizamos quatro laminas contendo os bulbos que melhor se desenvolveram.
Após cortar as raízes foram submetidas à reação de Feulgen, consistindo de
hidrólise ácida com HCl 4 N a 24 ºC por 75 min. interrompida com uma rápida
lavagem em HCl 0,1 N (gelado), depois imersas por 40 min. em Schiff (corante
púrpura nucleofílico), lavadas com água sulfurosa e água destilada posteriormente.
Em seguida, foram colocadas sobre lâminas para microscopia junto com uma ou
duas gotas de ácido acético 45%, cobertas com lamínulas e esmagadas com leve
pressão sobre o material entre lâmina e lamínula.
42

7 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com este estudo foi possível reconhecer, os fatores que influenciam a


poluição da água, seus impactos ambientais, biomonitoramento, conhecer os
arroios, da cidade de Montenegro e suas características, assim como o teste Allium
cepa.
As laminas ficaram bem visíveis, com uma ótima coloração dos núcleos, e
boa visualidade dos limites celulares, podendo ser observados todos os estágios de
divisões celulares ocorrido no processo de mitose, em especial a formação dos
micronúcleos.
Foram analisados dois tipos de mutações cromossômicas: micronúcleos e
deformações das paredes celulares da Allium Cepa.
Esses danos genéticos detectados neste estudo indicam a presença de
substâncias poluentes nas amostras testadas. Essas aberrações cromossômicas
nos núcleos e nas paredes celulares são indicativas da presença de muitas
substâncias químicas, que podem promover esse efeito.
Quanto às alterações nas células, foi observado que a água do arroio
Montenegro, revelou um alto potencial mutagênico, quando comparado ao arroio são
Miguel e ao arroio da Cria. Essa alta quantidade de micronúcleos e deformações das
paredes celulares que teve o arroio Montenegro em relação aos outros arroios indica
a presença de contaminantes que promoveram a genotoxicidade em células da
Allium Cepa.Foi usado como base para qualificar as amostras o controle negativo e
o controle positivo.
As alterações cromossômicas (micronúcleos e deformações nas paredes
celulares) indicam genotoxicidade.
43

CONCLUSÃO

Neste estudo, foi possível detectar a existência de um potencial mutagênico


nos três arroios, principalmente no arroio Montenegro decorrente da presença de
substâncias tóxicas.
Com os procedimentos realizados, com Allium cepa Identificamos que os
bulbos que apresentaram maior presença de micronúcleos foram os do Arroio
Montenegro em seguida Arroio da Cria e Arroio São Miguel.
Os bulbos que demonstraram melhor desenvolvimento foram os que estavam
mergulhados nas amostras da água do Arroio São Miguel, e os que menos
desenvolveram- se foi os mergulhados nas amostras do Arroio Montenegro.
A partir dos resultados obtidos nas analises macroscópicas e microscópicas
do teste Allium cepa concluiu-se que o Arroio Montenegro possui maior índice de
poluição, sendo que o Arroio São Miguel o menor índice.

.
44

PERSPECTIVAS DE CONTINUIDADE

Pretende-se continuar com o projeto, para descobrir quais são as cargas


tóxicas que estão, presentes nos arroios, principalmente o arroio Montenegro que
apresenta maior índice de poluição. Fazer entrevistas com as empresas próximas
aos arroios, pra ter noção de quais são os cuidados tomados.
Fazer coletas da nascente, do meio e do desemboque dos arroios pra ver a
partir de que ponto às cargas tóxicas se intensificam.
Analisar as amostras de Allium Cepa com um microscópio mais avançado
para fotografar as imagens das lâminas mais claramente.
Pretende-se fazer análises químicas, titulações e análises físico-químicas da
água dos arroios.
45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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48

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 TOMMASI, L. R. A degradação do meio ambiente. 4. ed. São Paulo: Nobel,


1979. 169 p. acesso em agosto de 2012
49

ANEXOS

ANEXO A: Equipamentos de segurança individual

Para equipamentos de segurança pessoal será utilizado luvas, óculos, jaleco


(guarda pó),mapa do local à ser pesquisado, água potável, telefone caso ocorra
algum acidente chamar socorro.

ANEXO B: Equipamentos de segurança das amostras à serem coletadas

 Para segurança das analises será utilizada frasco coletor que deverá
ser de polietileno ( P ), vidro borosilicato ( V ) ou vidro de borosilicato âmbar (VB),
com tampas lacráveis, os mesmos deverão estar devidamente limpos e
descontaminados conforme descritos nos procedimentos padrões;
 Preferencialmente será utilizado frascos com boca larga para facilitar a
coleta;
 Levar frascos a mais do que o necessário caso algum quebre ou
aconteça alguma contaminação ou vazamento o que obrigará a trocar a embalagem
e repetir a coleta;
 Papel absorvente;
 Etiquetas de identificação.

ANEXO C:Cuidados à serem tomados

 Não tocar nas partes internas dos frascos e do material de coleta;


50

 Não deixar exposto ao pó, fumaça e outras impurezas que possam vir
a contaminar as amostras;
 Os frascos deverão ficar abertos apenas o tempo necessário para o
preenchimento;
 Os frascos deverão ser mantidos ao abrigo do sol;
 Deverá ser usado um par de luvas para cada amostra a ser coletada;
 Para determinar a temperatura deverá ser usado um termômetro
devidamente calibrado;
 Utilizar caixa térmica com gelo para manter as amostras em
temperatura entre 1°C e 4° C, o que preservará as características físicas, químicas e
biológicas em curto prazo (24 horas ) como é recomendado para todas as amostras.

ANEXO D:Informações básicas para a ficha de coleta

 Código de identificação;
 Identificação do ponto de amostragem e sua localização;
 Procedência da amostra ( efluente, rio, lago, etc.);
 Condições climáticas no momento da coleta e no período
imediatamente anterior;
 Parâmetros a serem analisados no campo e seus resultados;
 Parâmetros a serem analisados no laboratório;
 Nome do técnico que coletou a amostra;
 Data, hora e assinatura do técnico coletor;
 Nome do técnico que fez o transporte;
 Data, hora e assinatura do técnico transportador;
 Nome do técnico que amarzenou a amostra;
 Data, hora e assinatura do técnico que armazenou;
 Espaço para anotar alterações sobre quaisquer ocorrências anormais
relacionadas a amostragem, bem como quaisquer condições especiais que possam
fornecer dados de importância para a interpretação dos resultados.

ANEXO E: Resolução CONAMA N° 357, de 17 de março de 2005


51

Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para


o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento
de efluentes, e da outras providencias.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA, no uso das


competências que lhe são conferidas pelos artigos. 6°, inciso II e 8°, inciso VII, da
Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981,regulamentada pelo Decreto no 99.274, de 6
de junho de 1990 e suas alterações, tendo em vista o disposto em seu Regimento
Interno, e Considerando a vigência da Resolução CONAMA no 274, de 29 de
novembro de 2000, que dispõe sobre a balneabilidade;Considerando o art. 9°, inciso
I, da Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que instituiu a Política Nacional dos
Recursos Hídricos, e demais normas aplicáveis a matéria;
Art. 1° Esta Resolução dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais
para o enquadramento dos corpos de água superficiais, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes.

CAPÍTULO I: DAS DEFINIÇÕES


Art. 2° Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I - águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰;
II - águas salobras: águas com salinidade superior a 0,5 ‰ e inferior a 30 ‰;
VII - carga poluidora: quantidade de determinado poluente transportado ou
lançado em um corpo de água receptor, expressa em unidade de massa por tempo;
IX - classe de qualidade: conjunto de condições e padrões de qualidade de
água necessária são atendimento dos usos preponderantes, atuais ou futuros;
XI - coliformes termos tolerantes: bactérias gram-negativas, em forma de
bacilos,oxidas e negativas, caracterizadas pela atividade da enzima- galactosidase,
Podem crescer em meios contendo agentes tenso-ativos e fermentar a lactose nas
temperaturas de 44 – 45 °C, com produção de acido, gás e aldeído. Alem de
estarem presentes em fezes humanas e de animais homeotérmicos, ocorrem em
solos, plantas ou outras matrizes ambientais que nãotenham sido contaminados por
material fecal;
XII - condição de qualidade: qualidade apresentada por um segmento de
corpo d'água, num determinado momento, em termos dos usos possíveis com
segurança adequada, frente às Classes de Qualidade;
52

XIII - condições de lançamento: condições e padrões de emissão adotados


para o controle de lançamentos de efluentes no corpo receptor;
XIV - controle de qualidade da água: conjunto de medidas operacionais que
visa avaliar a melhoria e a conservação da qualidade da água estabelecida para o
corpo de água;
XV - corpo receptor: corpo hídrico superficial que recebe o lançamento de um
efluente;
XVII - efeito tóxico agudo: efeito deletério aos organismos vivos causados por
agentes físicos ou químicos, usualmente letalidade ou alguma outra manifestação
que a antecede, em um curto período de exposição;
XVIII - efeito tóxico crônico: efeito deletério aos organismos vivos causados
por agentes físicos ou químicos que afetam uma ou varias funções biológicas dos
organismos, tais como a reprodução, o crescimento e o comportamento, em um
período de exposição que pode abranger a totalidade de seu ciclo de vida ou parte
dele;
XXI - ensaios eco-toxicológico: ensaios realizados para determinar o efeito
deletério de agentes físicos ou químicos a diversos organismos aquáticos;
XXII - ensaios toxicológicos: ensaios realizados para determinar o efeito
deletério de agentes físicos ou químicos a diversos organismos visando avaliar o
potencial de risco a saúde humana;
XXV - monitoramento: medição ou verificação de parâmetros de qualidade e
quantidade de água, que pode ser continua ou periódica, utilizada para
acompanhamento da condição e controle da qualidade do corpo de água;
XXVI - padrão: valor limite adotado como requisito normativo de um
parâmetro de qualidade de água ou efluente;
XXVII - parâmetro de qualidade da água: substancias ou outros indicadores
representativos da qualidade da água;
XXX - recreação de contato primário: contato direto e prolongado com a água
(tais como natação, mergulho, esqui aquático ) na qual a possibilidade do banhista
ingerir água e elevada;
XXXI - recreação de contato secundário: refere-se aquela associada a
atividades em que o contato com a água e esporádico ou acidental e a possibilidade
de ingerir água e pequena,como na pesca e na navegação (tais como iatismo);
53

XXXV - tributário (ou curso de água afluente): corpo de água que flui para um
rio maior ou para um lago ou reservatório;
XXXVIII - zona de mistura: região do corpo receptor onde ocorre a diluição
inicial de um efluente.

CAPÍTULO IV : DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE LANÇAMENTO DE


EFLUENTES
Art. 24. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e
desde que obedeçam as condições, padrões e exigências dispostos nesta
Resolução e em outras normas aplicáveis.
Art. 25. E vedado o lançamento e a autorização de lançamento de efluentes
em desacordo comas condições e padrões estabelecidos nesta Resolução.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá, excepcionalmente,
autorizar o lançamento de efluente acima das condições e padrões estabelecidos no
art. 34, desta Resolução, desde que observados os seguintes requisitos:
I - comprovação de relevante interesse publico, devidamente motivado;
II - atendimento ao enquadramento e as metas intermediarias e finais,
progressivas e obrigatórias;
III - realização de Estudo de Impacto Ambiental - EIA, as expensas do
empreendedor responsável pelo lançamento;
IV - estabelecimento de tratamento e exigências para este lançamento; e
V - fixação de prazo Maximo para o lançamento excepcional.
Art. 26. Os órgãos ambientais federal, estaduais e municipais, no âmbito de
sua competência,deverão, por meio de norma especifica ou no licenciamento da
atividade ou empreendimento,estabelecer a carga poluidora máxima para o
lançamento de substancias passiveis de estar em presentes ou serem formadas nos
processos produtivos, listadas ou não no art. 34, desta Resolução, de modo a não
comprometer as metas progressivas obrigatórias, intermediarias e final,
estabelecidas pelo enquadramento para o corpo de água.
Art. 27. E vedado, nos efluentes, o lançamento dos Poluentes Orgânicos
Persistentes- POPS mencionados na Convenção de Estocolmo, ratificada pelo
Decreto Legislativo n° 204, de 7 de maio de 2004.
54

Parágrafo único. Nos processos onde possa ocorrer a formação de dioxinas e


furanos devera ser utilizada a melhor tecnologia disponível para a sua redução, ate
a completa eliminação.
Art. 28. Os efluentes não poderão conferir ao corpo de água características
em desacordo comas metas obrigatórias progressivas, intermediarias e final, do seu
enquadramento.
Art. 29. A disposição de efluentes no solo, mesmo tratados, não poderá
causar poluição ou contaminação das águas.
Art. 30. No controle das condições de lançamento, e vedada, para fins de
diluição antes do seu lançamento, a mistura de efluentes com águas de melhor
qualidade, tais como as águas de abastecimento, do mar e de sistemas abertos de
refrigeração sem recirculação.
Art. 31. Na hipótese de fonte de poluição geradora de diferentes efluentes ou
lançamentos individualizados, os limites constantes desta Resolução aplicar-se-ão a
cada um deles ou ao conjunto após a mistura, a critério do órgão ambiental
competente.
Art. 32. Nas águas de classe especial e vedado o lançamento de efluentes ou
disposição de resíduos domésticos, agropecuários, de aquicultura, industriais e de
quaisquer outras fontes poluentes, mesmo que tratados.
§ 1° Nas demais classes de água, o lançamento de efluentes devera,
simultaneamente:
I - atender as condições e padrões de lançamento de efluentes;
II - não ocasionar a ultrapassagem das condições e padrões de qualidade de
água,estabelecidos para as respectivas classes, nas condições da vazão de
referencia;
III - atender a outras exigências aplicáveis.
Art. 33. Na zona de mistura de efluentes, o órgão ambiental competente
poderá autorizar, levando em conta o tipo de substancia, valores em desacordo com
os estabelecidos para a respectiva classe de enquadramento, desde que não
comprometam os usos previstos para o corpo de água.
Art. 34. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser
lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água desde que obedeçam as
condições e padrões previstos neste artigo, resguardadas outras exigências
cabíveis:
55

§ 1° O efluente não devera causar ou possuir potencial para causar efeitos


tóxicos aos organismos aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de
toxicidade estabelecidos pelo órgão ambiental competente.
§ 2° Os critérios de toxicidade previstos no § 1° devem se basear em
resultados de ensaios ecotoxicologicos padronizados, utilizando organismos
aquáticos, e realizados no efluente.
§ 3° Nos corpos de água em que as condições e padrões de qualidade
previstos nesta Resolução não incluam restrições de toxicidade a organismos
aquáticos, não se aplicam os parágrafos anteriores.
§ 4° Condições de lançamento de efluentes:
I - PH entre 5 a 9;
II - temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do
corpo receptor não devera exceder a 3°C na zona de mistura;
III - materiais sedimentáveis: ate 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff.
Para o lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja
praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
IV - regime de lançamento com vazão máxima de ate 1,5 vezes a vazão
media do período de atividade diária do agente poluidor, exceto nos casos
permitidos pela autoridade competente;
V - óleos e graxas:
1 - óleos minerais: ate 20mg/L;
2- óleos vegetais e gorduras animais: ate 50mg/L; e
VI - ausência de materiais flutuantes.
§ 5° Padrões de lançamento de efluentes:
56

Figura 8: Tabela de lançamentos de efluentes.


Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/resolucao_conama357.pdf

Art. 36. Alem dos requisitos previstos nesta Resolução e em outras normas
aplicáveis, os efluentes provenientes de serviços de saúde e estabelecimentos nos
quais haja despejos infectados com microorganismos patogênicos, só poderão ser
lançados após tratamento especial.
Art. 37. Para o lançamento de efluentes tratados no leito seco de corpos de
água intermitentes, o órgão ambiental competente definira ouvido o órgão gestor de
recursos hídricos, condições especiais.

MARINA SILVA
Presidente do CONAMA
57

Anexo F:
Ficha de coleta de amostra da água
N° da Amostra
Natureza da Amostra:
água doce água salobra água salina
Sólidos em suspensão: sim não

Procedência da Amostra
Ponto:
Local da Coleta: Município:

Classificação
Chuvas nas últimas 48 horas: Sim Não
Chuvas na hora da coleta: Sim Não
Profundidade da Coleta:
Data da Coleta: Hora da Coleta:
Coletor:
Tempo: Nublado Ensolarado Chovendo

Clima
Temperatura:
Umidade do ar:
Incidência de luz: baixa média alta
Velocidade vento
Grupo responsável:

Descrição geral da área (solo, vegetação, água, animais, ação,antrópica, descrição


dos sons ouvidos):
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