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ROBSON LUÍS PATRICIO

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE REVEGETAÇÃO


DE ÁREAS DEGRADADAS UTILIZADOS
NA MINERAÇÃO DE NÍQUEL EM
NIQUELÂNDIA GOIAS

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado em


Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de
Brasília, para obtenção do grau de Mestre.

Orientador: Professor Dr. Gustavo Macedo de Mello Baptista

Brasília
2009

1
P314a Patrício, Robson Luís
Avaliação de métodos de revegetação de áreas degradadas utilizados na
mineração de níquel em Niquelândia Goiás / Robson Luís Patrício, 2009.
40 f.: il.; 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2009.


7,5cm Orientação: Gustavo Macedo de Mello Baptista

1.Degradação ambiental – revegetação. 2. Extração mineral –


Niquelândia, Brasil. I. Baptista, Gustavo Macedo de Mello, orient.
III.Título.

CDU 622:502.147

Ficha elaborada pela Biblioteca Central da Universidade Católica de Brasília - UCB.

01/09/2009
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

Robson Luis Patricio

AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE REVEGETAÇÃO DE ÁREAS


DEGRADADAS UTILIZADOS NA MINERAÇÃO DE NÍQUEL EM
NIQUELÂNDIA - GO

Dissertação aprovada em 01 de julho de 2009 para obtenção do título de Mestre em


Planejamento e Gestão Ambiental.

Área de concentração: Planejamento e Gestão Ambiental

Banca Examinadora:

______________________________________________
Prof. Dr. Gustavo Macedo de Mello Baptista
Orientador

_______________________________________________
Profa. Dra. Cássia Beatriz Rodrigues Munhoz
Examinadora Externa

_______________________________________________
Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos
Examinador Interno

_______________________________________________
Prof. Dr. Douglas José da Silva
Examinador Suplente
Á Deus.
Aos meus familiares e
Todos que me ajudaram na realização desta conquista.

2
SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................
8
1.1 – JUSTIFICATIVA .......................................................................................
9
1.2 – OBJETIVOS .............................................................................................
9
2 – REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................
10
2.1 - RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA .............................................
10
2.2 - ÁREAS DEGRADADAS PELA ATIVIDADE DE EXTRAÇÃO MINERAL .
13
3 – DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................
15
4 – MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................
19
4.1 - MEDIDAS GERAIS DE GESTÃO NO PROCESSO DE

REVEGETAÇÃO ..............................................................................................
19
4.2 - MEDIDAS QUE ANTECEDEM À REVEGETAÇÃO .................................
20
4.3 – DESCRIÇÃO DOS TRATAMENTOS UTILIZADOS PARA

REVEGETAÇÃO ..............................................................................................
23
4.4 - UTILIZAÇÃO FOTOGRAFIAS DIGITAIS PARA AVALIAR SUCESSO

DA RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA DEGRADADA ......................................


26
5 – RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................
28
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................
31
7 – BIBLIOGRAFIA ...........................................................................................
32

3
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – LOCALIZAÇÃO DA MINERAÇÃO. 15

FIGURA 2 – COMPLEXO MÁFICO E ULTRAMÁFICO DE NIQUELÂNDIA. 16

FIGURA 3 – LOCALIZAÇÃO – BACIA HIDROGRÁFICA 17

FIGURA 4 – VISTA AÉREA DAS ÁREAS DE ESTUDO 18

FIGURA 5 – REMOÇÃO E ARMAZENAMENTO DO MATERIAL


20
ORGÂNICO DE CAPEAMENTO

FIGURA 6 – RECOLOCAÇÃO DE CAMADA ORGÂNICA SOBRE AS


21
ÁREAS A REVEGETAR

FIGURA 7 – PILHA DE ESTÉRIL – ÁREA DE ESTUDO 23

FIGURA 8 – MODELO ESQUEMÁTICO DAS LEIRAS E REVEGETAÇÃO


24
SOBRE TALUDES TERROSOS COM BERMAS.

FIGURA 9 – EXEMPLO DE OPERAÇÃO DE SUBSOLAGEM 25

FIGURA 10 – BACIAS DE REJEITO ANTIGAS 26

FIGURA 11 – REGISTROS FOTOGRÁFICOS E IMAGENS


29
PROCESSADAS

FIGURA 12 – AREAS APÓS TRATAMENTO 29

4
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – CADASTRO DE ÁREAS DEGRADADAS 19

QUADRO 2 – INSUMOS E PRODUTOS NECESSÁRIOS PARA A

FORMULAÇÃO DA HIDROSSEMEADURA 22

QUADRO 3 – RESULTADOS 28

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RESUMO

Os resultados dos processos de recuperação de áreas degradadas dependem do método


utilizado e das condições do terreno e possíveis tratamentos aplicados a este terreno. Esta
dissertação vem apresentar uma metodologia de avaliação da eficiência dos métodos de
revegetação de áreas degradadas na mineração de níquel. Os diferentes tipos de tratamentos
foram desenvolvidos entre os meses de julho/2004 a janeiro/2007 em área na mineração de
níquel, localizada na unidade da Votorantim Metais em Niquelândia Goiás. Os objetivos desse
trabalho formam de avaliar a eficiência dos métodos de revegetação de áreas degradadas na
mineração de níquel nas áreas de estudo e testar a prática de utilização de rejeito da mineração
que permitam a recuperação da área degradada e minimizar os impactos ambientais.
As áreas onde foram realizados os tratamentos por meio do processo de hidrossemeadura
compreendem as áreas da pilha de estéril, material esse onde a camada de matéria orgânica
havia sido excluída (estéril) e os antigos depósitos do rejeito do processo de beneficiamento de
níquel (rejeito).
Foram utilizadas as fotografias digitais e software ENVI 4.3, para avaliar sucesso dos
tratamentos e verificar a eficiência da revegetação das áreas impactadas pela mineração. E os
resultados obtidos permitiram concluir que o êxito nos processos de hidrossemeadura na
recuperação de um ecossistema degradado com a utilização de topsoil e o rejeito da mineração
que contribuíram para a recuperação das areas que passaram pelos tratamentos.

Palavras chaves: Regevetação; Áreas Degradadas; Processamento Digital de Imagens;


Mineração.

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ABSTRACT

The results of the recovery process of damaged areas depends on the method and conditions of
terrain and possible treatments in this field. This dissertation has present a methodology for
evaluating the efficiency of methods for revegetation of degraded areas in the mining of nickel.
The different types of treatments have been developed between the months of July/2004 to
January/2007 at nickel-mining area, located in the unit of Votorantim Metais in Goiás
Niquelândia. The objectives of this study are to evaluate the efficiency of methods for
revegetation of areas degraded in the mining of nickel in the areas of study and test the
practical use of waste from mining to allow the recovery of degraded areas and minimize
environmental impacts.
The areas where the treatments were performed by means of the hidrossemeadura include
sterile areas of the stack, where the material layer of organic material had been deleted (sterile)
and old deposits of waste in the process of beneficiation of nickel (reject).
We used the digital photographs and software ENVI 4.3, to evaluate success of treatment and
verify the effectiveness of the revegetation of areas impacted by mining. And the results
indicated that the success in the process of hidrossemeadura in the recovery of an ecosystem
degraded by the use of topsoil and tailings from mining that contributed to the recovery of
areas now by treatments.

Key words: revegetation; degraded areas; Digital Image Processing, Mining.

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1. INTRODUÇÃO

A dimensão ambiental deve constituir uma variável essencial no planejamento do


desenvolvimento. A utilização inadequada dos recursos naturais viola os ecossistemas,
prejudicando ou mesmo destruindo sua capacidade de auto-regulação e renovação, resultando
em progressiva redução da biodiversidade, degradação ambiental, e enfim, das condições de
vida.
As atividades de extração mineral são de grande relevância para o produto interno bruto
do país, porém, as principais conseqüências para o ambiente causadas por esse setor são as
perdas da biodiversidade, a perda da fertilidade natural do solo e a interferência nos recursos
hídricos da região.
Nesse sentido conforme relata Gardner (2001), a exploração mineral acarreta a
destruição de toda a vegetação, altera radicalmente as condições edáficas, a paisagem e
perturba totalmente o ecossistema. Se não conduzidas devidamente às atividades de exploração
mineral podem ter também conseqüências fora de sua área de ação, sobretudo pela descarga de
resíduos contaminados e produtos químicos, podendo ainda permitir a introdução de pragas e
doenças nos ecossistemas naturais.
A mineração brasileira está enfrentando novas pressões nacionais e internacionais para
proteger o meio ambiente, principalmente às oriundas das normas ditadas pela International
Organization for Standardization (ISO). Isso pode significar que as empresas mineradoras
terão que assumir um compromisso e investimentos maiores que os atuais para atender as
exigências políticas e de mercado (GRIFFITH et al.,1996). Atualmente, no Brasil, as empresas
mineradoras vêm implementando práticas que visam a obtenção de um melhor desempenho na
recuperação e manejo das áreas degradadas.
As principais ações para que as áreas degradadas possam voltar a ser produtivas
consiste no desenvolvimento e estabelecimento de sistemas de manejo do solo seguido da
revegetação do local de maneira inclusive, a propiciar o retorno da fauna, em especial
polinizadores e dispersores.
Gomes-Pompa e Wiechers (1979), apontam os estudos sobre solos como ponto
relevante para a regeneração dos ecossistemas tropicais e subtropicais, devendo ser
considerados para o melhor entendimento e planejamento dos processos ecológicos.
Nesse contexto, para uma eficiente recomposição da vegetação e desenvolvimento de
novas tecnologias e formas de manejo para a recuperação de áreas degradadas, é necessária a

8
intensificação de pesquisas que contemplem, entre outras linhas, a interação dos
conhecimentos sobre a físico-química e microbiologia do solo, a fenologia, a ciclagem de
nutrientes e a auto-ecologia das espécies vegetais.

1.1. JUSTIFICATIVA

A extração de minério, a exemplo de algumas outras atividades de exploração de


recursos da natureza, causa o ônus, evidenciando em seus canteiros de obras um rastro da
intensa alteração do ambiente, tanto com referência à paisagem local como em profundidade
física e temporal.
Três características do solo são principalmente afetadas com a degradação: perda da
camada superficial, alteração da estrutura e perda da matéria orgânica. É difícil caracterizar
separadamente a contribuição de cada um desses componentes do solo na conservação do
ambiente, porque a alteração em qualquer uma destas características traz conseqüências para as
demais (DEDECEK, 1993).
Portanto, o êxito inicial na recuperação de um ecossistema degradado depende das
práticas de manejo a serem efetuadas no sítio, dando inicio dessa forma, ao restabelecimento
dos processos ecológicos.
As operações de mineração devem conceber o uso temporal do terreno. Isso significa
que concomitante à exploração mineral, deve ser recuperada a condição do terreno de maneira
que pelo menos seu valor e uso sejam iguais ao que a área teria antes de ter sido degradada.
Essas considerações levam a uma reflexão extremamente importante qual seja, compatibilizar
os objetivos econômicos com a gestão ecológica dos recursos naturais renováveis e do
ambiente.

1.2. OBJETIVOS

Esta dissertação tem como objetivo principal avaliar a eficiência dos métodos de
revegetação implementados na recuperação de áreas degradadas na mineração de níquel no
município de Niquelândia, Goiás, com vistas a promover condições que permitam não só a
manutenção da vida vegetal, mas também, o crescimento e desenvolvimento das espécies
plantadas.

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Dentro dos métodos implementados destaca-se a utilização de rejeitos da mineração
possibilitando a recuperação de áreas impactadas pela mineração.
Espera-se ainda, apresentar e estabelecer métodos alternativos de recuperação de áreas
degradadas por meio dos resultados alcançados o processo de recuperação na mineração,
resultando em fontes de recomendação de metodologias que venham melhor contribuir para
minimizar o impacto visual, resgatando elementos da paisagem, tendo como estudo de caso
Unidade da Votorantim Metais de Niquelândia em Goiás.
Analiticamente, esses objetivos podem ser desdobrados nos seguintes objetivos
específicos:

1. Avaliar a eficiência dos métodos de revegetação de áreas degradadas na mineração de


níquel nas áreas de estudo.
2. Testar a prática de utilização de rejeito da mineração que permitam a recuperação da
área degradada e minimizar os impactos ambientais.

2. REVISÃO DA LITERATURA

As informações apresentadas são frutos de pesquisa bibliográfica nas bibliotecas,


internet, consulta a órgãos governamentais e experiência nos testes realizados na unidade da
Votorantim Metais na cidade de Niquelândia, GO.

2.1 Recuperação de Área Degradada

Área degradada é uma denominação recente para as práticas utilizadas em recursos


naturais. São consideradas áreas degradadas, extensões naturais que perderam a capacidade de
recuperação natural após sofrerem distúrbios. A degradação é um processo induzido pelo
homem ou por acidente natural que diminui a atual e futura capacidade produtiva do
ecossistema. De acordo com Belensiefer (1998) áreas degradadas são aquelas que perderam
sua capacidade de produção, sendo difícil retornar a um uso econômico. O termo degradar
conforme Ferreira (1986), pode ser interpretado como: estragar deteriorar, desgastar, atenuar
ou diminuir gradualmente.
Na literatura sobre manejo dos recursos naturais degradados costuma-se observar o uso
de vários termos como recuperação, reabilitação, restauração, regeneração, revegetação,

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recomposição, entre outros, cujos métodos estendem-se ao manejo e conservação de solos
degradados, áreas afetadas por mineração, florestas, pastagens, áreas abandonadas, recursos
hídricos e outros (LIMA, 1994).
Uma das primeiras preocupações dos estudiosos sobre o assunto foi uma questão de
ordem terminológica, onde os termos acima descritos vêm sendo usados sem muito cuidado
com a conceituação. Entretanto comenta-se que foi escolhido recuperar e restaurar como os
melhores termos para identificar e conceituar o assunto de recuperação de área degradada
(BELENSIEFER, 1998). Neste sentido serão relatadas abordagens sobre recuperação e
restauração:
Segundo Soil Conservation Society of America (SCSA) citado por Down & Stoks,
(1978), a recuperação pode ser conceituada como o processo de reconversão do recurso
perturbado à sua condição anterior ou a outro uso ou, ainda, o termo significa “o processo de
reconversão de terras perturbadas aos usos iniciais ou a outros usos produtivos”.
Box (1978), sugere a seguinte definição para recuperação: a área que sofreu degradação
permite que os organismos presentes originalmente, em número e composição, venham
novamente a ocupá-la após o processo de recuperação, aceitando se no entanto, que o sítio seja
ocupado por outros organismos próximos aos originais, mas que preencham o mesmo nicho
ecológico. Neste caso alguns ambientalistas e pesquisadores do assunto são resistentes em
aceitar que para recuperação se utilize outras espécies que não aquelas originalmente ali
estabelecidas.
O Sistema Nacional de Conservação da Natureza – SNUC, citado por Côrrea e Batista
(2004), define recuperação como a restituição de um ecossistema ou de uma população
silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição
atual e restauração como sendo a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada o mais próximo da sua condição original.
Comentando ainda sobre recuperação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA, 1990) o define como o retorno do sítio degradado a
uma forma de utilização de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo. Isso
implica na obtenção de uma condição estável em conformidade com os valores ambientais,
estéticos e sociais da circunvizinhança, significando também, que o sítio degradado terá
condições mínimas de estabelecer um solo e uma nova paisagem.
A restauração, por sua vez, significa o retorno da topografia original e o
restabelecimento do uso prévio do recurso. De acordo com a Soil Conservation Society of

11
America (SCSA), o termo refere-se “ao processo de restauração das condições do terreno como
era antes de ter sido perturbado”.
A restauração é definida também como o conjunto de processos utilizados para
recompor ecossistemas, tendo em vista as condições iniciais naturais, as alterações registradas
e os prognósticos resultantes do monitoramento do ambiente (SÃO PAULO ESTADO
SECRETARIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 1987).
Conforme Society of Ecological Restoration citada por Primark; Massardo (1988)
restauração ecológica se define como o processo de alteração intencional para estabelecer um
ecossistema histórico nativo. O objetivo deste processo é estimular a estrutura, função,
diversidade e dinâmica do ecossistema em questão.
Restaurar a função e a estrutura de um ambiente degradado, buscando similaridade com
as características anteriores à ação antrópica ou distúrbio ambiental causadores da degradação,
é um dos desafios que as ciências enfrentam na tentativa de mitigar os efeitos da degradação
(YOUNG, 2000).
Mais que um simples conceito, é preciso compreender a importância do processo de
restauração. Além de servir como forma alternativa às práticas conservacionistas por meio da
criação de habitats para comunidades vegetais e animais ameaçados, a restauração é uma
importante peça na pesquisa da ecologia, pois permite o teste de idéias e a avaliação de
hipóteses sobre as comunidades (JORDAN III et al., 1987). A prática da restauração
proporciona uma excelente oportunidade para avaliação do nível de conhecimento sobre o
funcionamento dos ecossistemas (HARPER, 1987).
Jackson et al. (1995) relatam definições de outras atividades relacionadas à restauração,
algumas delas utilizadas amplamente, sem grandes distinções, ou seja, a recuperação
considerada com objetivo menor do que a restauração completa, foi definida como resultante
num ecossistema estável e auto-sustentável que pode ou não incluir algumas espécies exóticas
e que inclui uma estrutura e função similares mas não idênticas às da formação original. A
reabilitação foi definida no mesmo estudo como o ato de tornar a terra útil novamente após um
distúrbio.
Ainda comenta Jackson et al. (1995) que o mais importante dentro dessas definições é
perceber que as atividades de reabilitação, recuperação e restauração formam um contínuo no
qual os resultados variam em relação ao grau de similaridade à condição existente antes da
intervenção antrópica, indo do menos para o mais similar.

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Rodrigues (1999), Stringuetti (2001) apontam para a adoção da nomenclatura proposta
por Aronson (1995) pela clareza dos conceitos. Onde os termos utilizados para os objetivos
pretendidos pela recuperação são: restauração "senso stricto" restauração “senso lato",
reabilitação e redefinição, cada qual visando diferentes objetivos em uma recuperação
ambiental de uma área degradada. Assim, o termo recuperação por englobar todos os termos
anteriormente citados será empregado neste estudo para referir-se a intervenções que visem o
restabelecimento da vegetação em áreas degradadas.

2.2 Áreas Degradadas pela Atividade de Extração Mineral

A mineração promove degradação no meio físico, de escalas pontuais até escalas


regionais. Os efeitos desses processos modificadores do meio são perceptíveis por vários
condicionantes ambientais e antrópicos, influentes ou não na vida humana. A exploração de
minerais leva a supressão da vegetação, altera drasticamente a paisagem e perturba totalmente
o ecossistema (GARDNER, 2001).
Um aspecto fundamental na recuperação de áreas degradadas pela mineração é o
conhecimento do solo ou do substrato onde essa recuperação tem que ser conduzida. Os
procedimentos específicos na recuperação dessas áreas dependem essencialmente das
propriedades físicas, químicas, biológicas e mineralógicas do solo ou substrato, que deverá
apresentar condições adequadas para o desenvolvimento das plantas (FONTES, 1991).
Na identificação dos impactos ambientais deve-se levar em conta que quase todas as
minerações baseiam-se em trabalhos que envolvem a movimentação de terras e escavações.
Decorrentes destas atividades estão o desflorestamento, a alteração da superfície topográfica da
paisagem, a perda ou degradação das camadas superficiais do solo, a instabilização de encostas
e terrenos em geral, as alterações dos corpos d'água e de níveis do lençol freático, a erosão e o
assoreamento (KOPEZINSK, 2000).
Silva (1988) descreve três fatores que aumentam a extensão destes distúrbios: o método
de extração, o tamanho da operação a ser utilizada na lavra e a natureza do mineral e suas
conseqüências, como o beneficiamento, por exemplo. O mineral pode ser extraído por
desmonte hidráulico, dragagem, escavações e desmonte por explosivos, causando, impactos
ambientais diferentes.
Um dos principais processos relacionados com a degradação de terras é a própria
degradação do solo (LAL, 1998), definida como a perda da capacidade produtiva e da utilidade

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atual ou potencial do mesmo (BLUM,1998). Os processos relacionados com a degradação do
solo são: erosão, compactação, acidificação, salinização, esgotamento de nutrientes, exaustão
do solo, diminuição do carbono orgânico e da biodiversidade. Tais processos podem afetar
outros componentes do meio físico, como clima, vegetação e água, caracterizando, assim, as
áreas degradadas (LAL, 1998).
Os programas de recuperação ambiental podem ser definidos como um conjunto de
ações, idealizadas e executadas interdisplinarmente entre as diferentes áreas do conhecimento,
que visa proporcionar o restabelecimento de condições de equilíbrio e sustentabilidade
existentes anteriormente em um sistema natural (DIAS; GRIFFITH, 1988). A complexidade
dos processos de degradação e de recuperação do ambiente deve-se aos inúmeros fenômenos
biológicos e físico-químicos envolvidos. Sendo assim, o trabalho interdisciplinar de
profissionais de diferentes áreas do conhecimento deve buscar o entendimento dos
mecanismos e o desenvolvimento de técnicas de recuperação de áreas degradadas
(KOBIYAMA et al., 2001).

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3. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O local estudado situa-se na mineração de níquel na cidade de Niquelândia, Goiás,


Brasil e em uma área de aproximadamente 21.000 hectares. As instalações da Votorantim
Metais se encontram a 300 km de Brasília pela BR-414 e 350 km de Goiânia pela BR-153,
ocupando uma área de 360.936 m2, sendo que 77.719 m2 são de área construída. A Usina
Macedo dista, aproximadamente, 15 km da cidade de Niquelândia, e o acesso é pela via
estadual GO-535. A figura 1 apresenta a localização da Votorantim Metais no município de
Niquelândia, GO.

VM

FIGURA 1 – Localização da mineração Votorantim Metais - VM (VMN, 2007)

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As mineralizações de níquel laterítico, em questão, foram descobertas em 1929. Esses
depósitos estão localizados no Complexo Máfico-Ultramáfico de São José do Tocantins,
também denominado Complexo Máfico-Ultramáfico de Niquelândia, norte do estado de Goiás,
representada pela figura 2.
As jazidas de níquel laterítico da Votorantim estão localizadas na zona ultramáfica do
Complexo e encontram-se, de forma geral, acima de 1.050 m de altitude, orientação
aproximada N15E e se estendem ao longo de 17 km numa faixa de 2 km.

FIGURA 2: Complexo Máfico e Ultramáfico de Niquelândia (Ferreira Filho et al., 1992)

A Votorantim Metais foi fundada em 1942 e é detentora dos direitos minerais


caracterizados por manifesto de mina no maciço de Niquelândia. É uma empresa do grupo
VOTORANTIM, constituída com fins de extração e beneficiamento de Níquel.
Acompanhando a filosofia de todo o Grupo VOTORANTIM, desenvolve suas atividades com
preocupação especial pelo meio ambiente, e lhe compete executar o processo de produção de
acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. (VMN, 2007)
A reserva atual lavrável da Votorantim é de 53,2 milhões de toneladas com teores
médios de 1,45% de Ni, 0,172% Co, e 0,17 % Cu. Essas reservas correspondem a uma vida
útil de 30 anos, para a produção de níquel eletrolítico. (VMN, 2007)

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Segundo classificação do Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica -
DNAEE (2005) a área em questão, encontra-se inserida na grande Bacia Hidrográfica do
Tocantins. Os Córregos Mosquito e Jacuba que nascem na Serra da Mantiqueira deságuam no
Córrego Biliágua que tem sua nascente principal nas proximidades da Cidade de Niquelândia,
e segue no sentido do Rio Maranhão, hoje Represa de Serra da Mesa.
A área onde se insere a Votorantim é dotada de uma vasta rede hidrográfica,
apresentando, devido ao relevo, rupturas de declive, vales encaixados, entre outras
características. São córregos de pequeno potencial hídrico, mas devido à grande quantidade de
tributários, estes córregos passam a apresentar maior volume d’água.

FIGURA 3: Localização – Bacia Hidrográfica (VMN, 2007)

Regionalmente ocorrem rochas das seguintes unidades lito-estatigráficas: Complexo


Goiano, Grupo Serra da Mesa, Grupo Araí, Grupo Paranoá, Complexo Máfico-ultramáfico do
Tocantins (ou de Niquelândia) e coberturas mais recentes detrito-lateríticas. Nessa seqüência
de rochas, as mais antigas são as do Complexo Goiano, de idade Arquena de composição
granítica a tonalítica. (VMN, 2007)

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Como já mencionado, as jazidas em lavra pela Votorantim encontram-se situadas no
complexo máfico-ultramáfico de Niquelândia, ao norte do estado de Goiás. As rochas do
complexo estão representadas na sua zona basal por gabros e noritos, intercalados por
piroxenitos. Sobrepostos às rochas da zona basal do complexo existe uma zona ultramáfica,
caracterizada por intercalações de dunitos e piroxenitos. Segue-se a essa zona uma outra zona
máfica com gabro-noritos com poucas intercalações de piroxenitos e, finalmente, a porção
superior, localmente denominada como Unidade Serra dos Borges, composta
predominantemente por gabros, leuco-troctolitos e anortositos. (VMN, 2007)
A lavra de todas as minas de minério niquelífero da Votorantim se dá a céu-aberto, por
meio de métodos convencionais de lavra em bancada. As bancadas possuem alturas de 3 m e
as bermas, ou seja, a frente do talude, com largura de 7 m. (VMN, 2007)
Esse processo se dá inicialmente com a retirada da camada vegetal, e a regularização do
terreno. A camada vegetal é então estocada para ser utilizada na reabilitação de outras áreas
degradadas. Após o processo de retirada da matéria orgânica é feita a escavação e
carregamento de minério e de estéril.
O estéril é o local onde a camada contendo matéria orgânica foi excluída e minério foi
retirado. Esse, então é encaminhado por caminhões para a pilha de disposição controlada de
estéril.
A pilha de estéril e o antigo depósito de rejeito que fazem parte do objeto de pesquisa
estão representados na figura 4.

Depósito de Rejeito

Pilha de Estéril

FIGURA 4: Vista aérea das áreas de estudo (Landsat, 2004).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

Os tratamentos das áreas onde foram realizados os testes, detalhados a seguir, possuem
caráter orientador para as tomadas de decisões, necessárias na gestão contínua da
sustentabilidade ambiental do empreendimento em pauta. Mesclam-se, portanto, neste
trabalho, orientações e procedimentos, necessários para todos os tipos de superfícies das areas
onde passaram pelo processo de revegetação. A concepção das medidas de revegetação baseia-
se em dados diagnosticados em campo, bem como em dados colhidos em informações internas
da empresa.
As medidas de revegetação propostas nesse trabalho consistem em proporcionar um
cenário futuro de perfeita integração paisagística e ambiental com o cenário original da região,
resgatando em todas as áreas degradadas uma função ambiental adequada aos recursos
autóctones encontrados localmente.
Para garantir qualidade serão implantados recursos e metodologias eficientes,
considerando as limitações regionais de solos e clima.

4.1. Medidas gerais de gestão no processo de revegetação

É comum, ao longo da operação de complexos mínero-industriais, como no caso em


estudo, a geração de superfícies desnudas ou degradadas. Para que seja efetuado um controle
sistemático dos mais diversos tipos de intervenção ambiental, em especial no que tange áreas
degradadas, faz-se necessária um cadastro, como exemplo do quadro 1, com dados atualizados
das áreas desnudas que serão objetos de revegetação.
As áreas foram escolhidas pelas características que as diferenciam são elas:

Quadro 1 – Cadastro de áreas degradadas


CADASTRO DE ÁREAS DEGRADADAS
Cronograma de reabilitação
Nome da área e localização Tipo de reabilitação
Início Conclusão
Pilha de estéril Área de Lavra (T1 e T2) Hidrossemeadura JULHO 2005 JAN. 2007
Antiga Barragem da Rejeito (T3 e T4) Hidrossemeadura JULHO 2004 JAN. 2006

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As áreas sujeitas a revegetação, além de constarem no cadastro, conforme apresentado
no quadro 1 foram avaliadas quanto ao cenário temporal.
Os tratamentos T1 e T2 foram realizados na pilha de estéril e os tratamentos T3 e T4
correspondem aos tratamentos realizados nos antigos depósitos de rejeitos, que podem ser
visualizados na figura 4.

4.2. Medidas que antecedem à revegetação

4.2.1 - Armazenamento do material orgânico de cobertura

Ainda antes da utilização de uma área, a cobertura original do solo é preservada e


armazenada para utilização posterior. O material a ser armazenado, também denominado aqui
de “topsoil”, consiste no material orgânico de cobertura, incluindo a vegetação rasteira e
arbustiva, que eventualmente cubra a área a ser degradada.
O armazenamento da camada superficial do solo tem como objetivo preservar os
propágulos, fertilidade química e biológica dos solos originais do local. Esse “topsoil” é
removido da superfície a ser utilizada é empurrado para as laterais da referida área, onde serão
formadas leiras contínuas temporariamente. Essa operação é feita com tratores de esteira
(decapeamento) e pá carregadeira (empilhamento), conforme pode ser observado na figura 5.
As leiras são empilhadas em formato longilíneo, com altura máxima de 2,0 m, sem
sofrer compactação. A localização desses depósitos é em curvas de nível, a montante, próxima
à cava, em forma de meia lua.
No caso das áreas de lavra, somente depois desse procedimento é feito o decapeamento
do estéril da mina.
Algumas áreas atualmente já não possuem “topsoil”. Nesses casos esta operação ficará
dispensada.

FIGURA 5 - Remoção e armazenamento do material orgânico de capeamento

20
4.2.2 – Recomposição topográfica e reaplicação do solo de cobertura em áreas a serem
revegetadas

As áreas degradadas, em especial os taludes de cavas, foram reconformadas de acordo


com o projeto de lavra. O critério foi a integração paisagística, suavisando arestas abruptas em
terra, bem como pontas remanescentes de terraplenagens.
Após a reconformação topográfica do terreno, foi procedida a reaplicação do “topsoil”
sobre as superfícies a serem revegetadas.
Quando a distância entre a leira de acumulação e a área degradada for menor que 50 m,
o material é empurrado com trator de esteiras. Quando a distância for maior que 50 m, o
material é carregado em caminhões basculantes por pá-carregadeira até as áreas degradadas.
O “topsoil” foi acumulado a montante dos taludes que foram recuperados, em montes
com espaçamento de 10 em 10 metros, ao longo de toda crista dos taludes revegetados. A
partir daí o material foi distribuído manualmente, com enxadas ou ancinhos (figura 6). A
camada final de solo de cobertura tem uma espessura de 10 cm e máxima de 20 cm.

Superfície a revegetar

FIGURA 6 - Recolocação de camada orgânica sobre as áreas a revegetar

4.2.3 – O processo de Hidrossemeadura

A Hidrossemeadura é uma técnica que consiste no lançamento de um coquetel de


sementes, fertilizantes, corretivos, adesivos e matéria orgânica sobre a área a ser revegetada.
Esse lançamento foi realizado com o auxílio de equipamento específico, por firma
especializada.
Para que o resultado da hidrossemeadura sobre os taludes seja positivo, parte-se dos
seguintes pressupostos:
- Boa experiência, comprovada pela empresa de hidrossemeadura em áreas
semelhantes, com fotos de áreas após mais de 5 anos de revegetação;

21
- A qualidade das sementes garantida pelo fornecedor, que deverão estar localmente
adaptadas ou aclimatadas;
- Seleção de espécies conforme indicado nesse documento;
Considerando esses pressupostos, a mistura utilizada para a aplicação do coquetel, por
meio de hidrossemeadura, nos taludes das pilhas de estéril foi utilizada de acordo com as
informações apresentadas no quadro 2..

Quadro 2 - Insumos e produtos necessários para a formulação da hidrossemeadura


QUANTIDADE
INSUMOS DESCRIÇÃO
POR m2 POR ha
Azevém (Lolium multiflorum)* 6,0 g 60,0 Kg
Braquiária (Brachiaria humidicola)* 2,0 g 20,0 Kg
Capim gordura (Melinis minutiflora) 3,0 g 30,0 Kg
Andropogon (Andropogon sp)* 4,0 g 40,0 Kg
Sementes Crotalária (Crotalária sp.) 2,0 g 20,0 Kg
Feijão guandu (Cajanus cajan) 3,0 g 30,0 Kg
Sesbânia (Sesbania virgata) 3,0 g 30,0 Kg
Calopogônio (Calopogonium mucunoides) 3,0 g 30,0 Kg
Unha-de-gato (Mimosa sp.) 3,0 g 30,0 Kg
Termofosfato com micronutrientes 50,0 g 500,0 Kg
1.000,0
N.P.K-20.05.20 100,0 g
Adubação Kg
Suerfosfato triplo 5,0 g 50,0 Kg
Sulfato de Zinco 0,5 g 5,0 Kg
Sulfato de cobre 0,3 g 3,0 Kg
Corretivos Gesso agrícola 25,0 g 250 Kg
Farinha de osso* 50,0 g 500,0 Kg
Mulch Cana-de-açúcar, papel-picado, colágeno betuminoso,
2,0 L 20,0 m3
/colágeno* mulch
* Admitiu-se variações, desde que com efeito garantido pelo fornecedor.

22
4.3 – Descrição dos tratamentos utilizados para revegetação.

4.3.1. Tratamento de hidrossemeadura diretamente no material estéril na recuperação da


área degradada (T1).

Este tipo de superfície, resultante de terraplenagens de encosta, como às margens de


estradas, corte em áreas de empréstimo, cortes friáveis em geral e taludes das pilhas de estéril
(figura 7), receberam o seguinte tratamento preparatório:
Uma vez estabilizada por meio de cálculos de estabilidade e demais providências de
ordem geotécnica, inclusive drenagem, a superfície recebeu um sulcamento manual, com
enxadões. Os sulcos possuíam 30 cm de largura e tinham 3 m de espaçamento paralelo. Os
mesmos têm inclinação de 30º, relativo às curvas de nível.
A função desse sulcamento é a de criar um micro-terraceamento e estrutura de suporte
para receber a aplicação de solo de cobertura. Ademais, foram eliminados eventuais materiais
roliços de pequeno porte nessa operação.
Após o terraceamento, conforme mencionado no parágrafo anterior foi aplicada a
hidrossemeadura uniformemente sobre toda face do talude a revegetar.

FIGURA 7 – Pilha de estéril – Área de estudo

4.3.2. Tratamento de hidrossemeadura com a utilização de top soil na recuperação da


área degradada (T2).

Sempre objetivando um melhor resultado no processo de revegetação em taludes das


pilhas de estéril, após o terraceamento, foi aplicada uma camada de “topsoil” (solo orgânico de
decapeamento) com 10 a 20 cm de espessura, de forma manual e uniformemente sobre toda

23
face do talude a revegetar. O material foi transportado até o local por meio de caminhões
basculantes.
Em geral, taludes altos exigem a confecção de bancadas intermediárias, denominadas
de bermas. Visando a rapidez da revegetação desses taludes, foram criados corredores verdes
sobre as bermas em forma de leiras, formadas com solo orgânico de cobertura ("topsoil"),
misturado com corretivos agrícolas. Essas leiras, longitudinais e paralelas às bordas externas
das bermas, têem formato trapezoidal, com 2 m de base e 1 m de altura. As mesmas foram
construídas por meio do despejo sucessivo de caminhões basculantes, carregados com
“topsoil”. Posteriormente foram conformadas mecanicamente com pá-carregadeira. A
superfície das leiras foi levemente compactada pela força da pá e dos pneus da máquina. Em
casos que as bermas não tinham largura para o acesso do maquinário, as leiras foram feitas
manualmente (figura 8).

Talude

Talude

Berma

FIGURA 8 - Modelo esquemático das leiras e revegetação sobre taludes terrosos com
bermas

4.3.3. Tratamento de hidrossemeadura diretamente sobre o rejeito na recuperação da


área degradada (T3).

Nesse tratamento o processo de hidrossemeadura foi aplicado diretamente sobre o


rejeito disposto sobre os antigos depósitos.

24
Em geral as superfícies na base de escavações, estradas desativadas, pátios e áreas de
empréstimo planas, encontram-se altamente compactas devido ao tráfego intenso de veículos.
Essas áreas, antes de sua revegetação, receberam um tratamento específico de descompactação.
Foi aplicada uma operação de subsolagem, (figura 9), realizada com trator de esteiras com
“ripper” acoplado. O “ripper” foi tracionado em curvas de nível, sempre que possível
operacionalmente. A ação de subsolagem consistiu em duas passagens de “ripper” a uma
profundidade de 60 cm. Essa operação foi realizada com clima seco no mês de agosto do ano
2005,

FIGURA 9: Exemplo de operação de subsolagem (Alves et. al. 2005)

4.3.4. Tratamento de hidrossemeadura utilizando rejeito com top soil na recuperação da


área degradada (T4).

Ainda objetivando o melhor resultado de revegetação áreas desnudas e foram tratadas


utilizando uma mistura do top soil resultante do processo de lavra com o rejeito da produção de
carbonato de níquel que se dá partir de uma combinação de processos físicos (adequação
granulométrica por meio de moagem e secagem), pirometalúrgicos (redução) e
hidrometalúrgicos (lixiviação amoniacal, purificação e precipitação de carbonato de níquel).
A partir de bacias de rejeito antigas foi possível constatar a possibilidade de
revegetação, estimulada pela aplicação de solo ou material terroso sobre as mesmas. A figura
10 ilustra os tratamentos de hidrossemeadura diretamente sobre o rejeito na recuperação da
área degradada (T3) e o Tratamento de hidrossemeadura utilizando rejeito com top soil na
recuperação da área degradada (T4).

25
T04

T03

FIGURA 10 – Bacias de rejeito Antigas

Para verificar a eficiência da revegetação das áreas impactadas pela mineração,


utilizou-se de fotografias digitais para avaliar sucesso dos tratamentos utilizados.

4.4 Utilização fotografias digitais para avaliar sucesso da recuperação de uma área
degradada.

Para tal utilizou-se fotografias digitais capturadas uma câmera portátil modelo: DSC-
P41 da marca SONY com uma resolução de 1 mega pixels.no formato jpeg.
As fotografias foram registradas a uma altura de 2,0 metros, perpendicular ao solo. Isso
foi possível posicionando a câmera sobre uma haste de madeira. Foram realizados 10 (dez)
registros no dia 06 de Novembro de 2008 em para cada área do objeto de estudo sorteadas ao
acaso. Os registros fotográficos foram realizados em um dia ensolarado (sem nuvens) no
período de 09 às 12hs. O mesmo fotógrafo tomou todas as 50 fotografias utilizadas para avaliar
o terreno cobertura vegetal nos diferentes tratamentos. Salienta-se que na área a qual foi
aplicado o tratamento 2, ou estéril mais topsoil, foram obtidas imagens na área plana (berma) e
na área inclinada (taludes), visando identificar os efeitos da compactação sobre o tratamento.
Por isso, quatro tratamentos e cinqüenta fotos.

26
4.4.1 Classificação digital das Fotografias

Para o processamento das fotografias digitais utilizou-se um procedimento euristico de


separação de clusters, ou seja, nuvens de pixels agrupados que apresentam comportamento
espectral similar. Para tal, selecionou-se como região interesse todos os pixels da cena e os
mesmos foram exportados para o visualizador n-dimensional. Esse módulo permite a
exposição de todos os pixels em três dimensões e ainda rotacioná-los visando a identificação
dos clusters referentes que são expostos à cobertura vegetal.
Selecionam-se esses clusters de forma manual e por meio de interpretação e
posteriormente exportam os pixels selecionados para a foto original. Por meio de interpretação
visual verifica-se todos os pixels foram selecionados e se os mesmos referem-se as classes a
serem identificadas.
Ao se exportar os clusters, o módulo informa quantos, pixels foram selecionados e,
como todos os pixels são classificados é possível determinas o percentual de cobertura vegetal
da foto.
Todas as 40 fotos foram processadas com software ENVI 4.3, seguindo procedimentos
similares aos aplicados no processamento de cenas. De cada cena, pixels representam
basicamente duas classes utilizadas - solo nu (background) e cobertura vegetal foram
selecionados como uma referência para o algoritmo classificação.
Apesar do fato de que as fotografias não têm escala, os resultados foram normalizados,
por meio de porcentagem. A percentagem de cobertura vegetal terreno foi então utilizada para
avaliar a eficiência dos quatros tratamentos aplicados nas áreas degradadas.

4.4.2 Análise estatística

Para verificar se existem diferenças de cobertura vegetal em função dos diferentes


tratamentos dados às áreas mineradas utilizou-se o teste não-paramétrico de Kruskal-Wallis
que tem como objetivo avaliar se mais de duas amostras independentes são significativamente
diferentes.
Para a utilização desse teste é necessário ordenar os grupos de dados por tratamento.
Para tal os 5 conjuntos de dados foram ordenados do menor para o maior valor percentual.
Posteriormente, atribuiu-se o rankeamento para os dados ordenados.

27
Depois foi calculado o somatório dos ranks (Rk) atribuídos para cada tratamento. De
posse desses valores calculou-se o valor de H pela equação 1.

(Eq. 1)

Onde n é o número total de amostras, nk é número de amostras por tratamento e Rk é o


somatório dos ranks de cada tratamento.
Para testar a hipótese inicial, que os tratamentos são semelhantes estatisticamente, foi
utilizada a distribuição Qui-Quadrado para se achar os valores do H tabelado, com os GL = n-
1. Quando o H calculado ≥ H tabelado a hipótese inicial (H0) é rejeitada, ou seja, os cinco
tratamentos são estatisticamente diferentes e, em caso contrário, H0 não é rejeitada e os
conjuntos são estatisticamente iguais.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a realização de todos os tratamentos no qual os resultados são demonstrados pelo


percentual de cobertura. Os resultados demonstram que o tratamento (T04), realizado com a
mistura de rejeito e o top soil apresentam um melhor resultado, seguido do tratamento (T02)
que também utilizou a camada de top soil. O quadro 3 apresenta os resultados

Quadro 3 – Resultados

A figura 11 apresenta registros fotográficos e os resultados de imagens processadas


após processamento no software.

28
T01 T02 T03 T04
FIGURA 11 – Registros fotográficos e imagens processadas

Ao analisar o quadro 3 pode-se contatar que o tratamento 1 apresentou grau de


cobertura média de (74,22%), considerado um resultado satisfatório tendo em vista a aplicação
direta sobre o estéril. Provavelmente, a heterogeneidade do material que compõe o estéril
favoreceu um grau de cobertura satisfatório, conforme verificado na figura 12.

T03

T04 T01

T02

FIGURA 12: Areas após tratamento

O tratamento 2 apresentou valor médio de grau de cobertura de (77,57%), resultado de


um bom espalhamento do material topsoil, o que viabilizou uma boa penetração de raízes e
estabelecimento de um maior grau de cobertura de vegetação.
O tratamento 3 apresentou menor grau de cobertura com (42,77%). Constata-se que
este tratamento apresentou em média o menor grau de cobertura, conforme quadro 3. Mesmo
utilizando-se do rejeito, que apresenta nutrientes em sua composição, acreditamos que a falta
de topsoil corroborou para esses resultados atingissem o menor valor médio.
O tratamento 4 apresentou o melhor valor médio de grau de cobertura (84,20%).
Acredita-se que este resultado se deve a mistura heterogenia de topsoil com o rejeito.

29
Ainda os tratamentos 2 e 4, onde se utilizou topsoil, foram os que apresentaram os
melhores resultados de grau de cobertura.
Analisando os dados por meio do teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, obteve-se
um valor de H calculado de 28,927 e o valor obtido de Qui-Quadrado para 4 graus de liberdade
e para um α=0,05, foi de 0,711. Portanto, rejeita-se a hipótese inicial e os tratamentos são
estatisticamente diferentes.
O somatório dos ranks obtidos no método de Kruskal-Wallis apresenta o maior valor
para o tratamento 4 (402), seguido do tratamento 2 (309), depois pelo tratamento 1 (255) e
finalmente pelo tratamento 3 (63). Isso corrobora a análise dos percentuais de cobertura, ou
seja, o somatório dos ranks evidencia os valores médios apresentados no quadro 3.
Segundo Toy et al., 2001; Parrota et al., (2001) as boas práticas envolvidas no processo
de recuperação de áreas degradadas pela atividade de mineração incluem a descompactação e
medidas de conservação de solo, a reposição da camada superficial do solo original (“topsoil”).
Medidas essas que fazem parte dos processos que antecedem os processos de revegetação.
Ainda comparando-se os tratamentos com “topsoil” e sem “topsoil”, contata-se com
que os tratamentos que se utilizou de topsoil apresentaram diferença significativa entre os
tratamentos, com efeito positivo (SENA, 2006).

30
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De posse dos resultados verifica-se que o método do uso das fotografias digitais pode
ser utilizado para analisar a eficiência nos processo de revegetação e pode ser largamente
aplicado devido a sua facilidade.
O processo de revegetação na mineração é imprescindível na busca bom resultados de
recuperação de áreas degradadas. Com os resultados de porcentagem de cobertura que medem
a e eficiência nos tratamentos demonstrados, destacam-se os resultados onde foi utilizado o
top-soil em conjunto com rejeito que pode neste objeto de estudo ser utilizado com substrato
na recuperação de áreas.
E considerando que as empresa mineradoras vêm implantando práticas que visam a
obtenção de um melhor desempenho na recuperação e manejo de áreas degradadas este método
é um ferramenta importante na avaliação de um processo de recuperação.
Finalmente, é importante considerar este método de avaliação dos processos de
revegetação com um instrumento de gestão, visando o estabelecimento de indicadores nos
processos de recuperação de áreas degradadas.

31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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