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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

SECRETARIA DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS PÚBLICOS

CONTRATO 017/2014 –S0

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE CONSULTORIA PARA A


ELABORAÇÃO DE LEVANTAMENTOS PRELIMINARES; LEVANTAMENTO
PLANIALTIMÉTRICO CADASTRAL; ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS;
PROJETOS GEOMÉTRICOS E TERRAPLENAGEM; ADEQUAÇÃO DE PROJETOS DE
URBANISMO; PROJETO DE PAISAGISMO; PROJETOS DE CICLOVIAS, PROJETOS DE
PAVIMENTAÇÃO, PROJETOS DE DRENAGEM, PROJETOS DE READEQUAÇÃO DE
DRENAGEM, PROJETOS DE SINALIZAÇÃO, ESTUDOS DE TRÁFEGO E
MICROSSIMULAÇÃO DINÂMICA PROJETOS EXECUTIVOS DE OBRAS DE ARTE
ESPECIAIS E ORÇAMENTO NO DISTRITO FEDERAL.

PROJETO EXECUTIVO DE DRENAGEM PARA AMPLIAÇÃO DO HOSPITAL DA


CRIANÇA JOSÉ ALENCAR – SAIN/DF, LOCALIZADO NA REGIÃO ADMINISTRATIVA
DE BRASÍLIA – RA I.

BRASÍLIA/DF
01/2016
APRESENTAÇÃO

A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Serviços Públicos do GDF e o Consórcio


INFRADF firmaram, em 22 de agosto de 2014, o Contrato nº. 017/2014 - SO, Processo nº
110.000.435/2012, os Serviços Especializados de Consultoria para a Elaboração de
Levantamentos Preliminares; Levantamento Planialtimétrico Cadastral; Estudos Geológicos e
Geotécnicos; Projetos Geométricos e Terraplenagem; Adequação de Projetos de Urbanismo;
Projeto de Paisagismo; Projetos de Ciclovias, Projetos de Pavimentação, Projetos de
Drenagem, Projetos de Readequação de Drenagem, Projetos de Sinalização, Estudos de
Tráfego e Microssimulação Dinâmica, Projetos Executivos de Obras de Arte Especiais e
Orçamento, no Distrito Federal.
ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO

Volume Único:
Relatório Técnico de Drenagem Pluvial.
Anexo I – Projeto Executivo de Drenagem: Plantas Gerais, Plantas Parciais e Detalhes.
Anexo II – Planilhas de drenagem: área 04 – SHNW (TOPOCART, 2009), drenagem
interna dos lotes do Hospital da Criança (PRISMA, 2016) e hospital Oncológico (TOPOCART,
2016).
Anexo III – NGB – 123/10 – SHCNW – Setor de Habitações Coletivas Noroeste.
Anexo IV – Cadastro das redes existentes do SHNW.

3
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 9
2 PARÂMETROS DE PROJETO .................................................................................................10
2.1 MÉTODO DE CÁLCULO.......................................................................................................10
2.2 COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL – (C) ......................................................10
2.3 EQUAÇÃO INTENSIDADE – DURAÇÃO – (I).......................................................................12
2.4 PERÍODO DE RECORRÊNCIA .............................................................................................13
2.5 TEMPO DE CONCENTRAÇÃO.............................................................................................14
2.6 OUTROS PARÂMETROS .....................................................................................................14
2.7 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DAS REDES DE DRENAGEM ....................................15
3 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PROJETADO ............................................16
3.1 PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DAS REDES .............................................................19
4 VERIFICAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO EXISTENTES .................................23
4.1 ESTUDOS HIDROLÓGICOS.................................................................................................23
4.1.1 DEFINIÇÃO DA CHUVA DE PROJETO .............................................................................23
4.1.2 TEMPO DE RETORNO .....................................................................................................23
4.1.3 MÉTODO DO SOIL CONSERVATION SERVICE (SCS) ....................................................23
4.1.4 PRECIPITAÇÃO DE PROJETO .........................................................................................24
4.1.5 PARÂMETRO CN ..............................................................................................................26
4.1.6 PARÂMETROS DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA E DO MODELO DE PROPAGAÇÃO
EM CANAIS ..................................................................................................................................30
4.1.7 MÉTODO DO NÚMERO DE ESCOAMENTO DO SCS ......................................................30
4.1.8 MÉTODO DO HIDROGRAMA UNITÁRIO DO SCS ............................................................31
4.1.9 MODELAGEM CHUVA-VAZÃO POR EVENTO: O MODELO HEC- HMS...........................32
4.1.10 AMORTECIMENTO DE CHEIAS EM RESERVATÓRIOS (ROUTING) ...........................33
4.2 ESTRUTURAS DE SAÍDA DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO .......................................34
4.2.1 DETERMINAÇÃO DA SEÇÃO DO DESCARREGADOR DE FUNDO .................................34
4.2.2 DIMENSIONAMENTO DO VERTEDOR DE EXCESSOS ...................................................35
4.3 MODELAGEM HIDROLÓGICA E HIDRÁULICA ...................................................................37
4.3.1 DISCRETIZAÇÃO ESPACIAL DO PROJETO ....................................................................37
4.3.2 SIMULAÇÕES HIDROLÓGICAS DOS RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO ......................38
5 DIMENSIONAMENTO DOS DISSIPADORES DE ENERGIA (BRADLEY-PETERKA)...............54
6 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS E DOS SERVIÇOS DE IMPLANTAÇÃO ............................56
6.1 LOCAÇÃO ............................................................................................................................56
6.2 ESCAVAÇÃO .......................................................................................................................56
6.3 PROCESSO MECÂNICO ......................................................................................................57
6.4 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAL ........................................................................................57
6.5 TALUDE DE VALAS .............................................................................................................57
6.6 LARGURA DO FUNDO DE VALA.........................................................................................58

4
6.7 ESCORAMENTO ..................................................................................................................58
6.8 ESGOTAMENTO E BOMBEAMENTO ..................................................................................59
6.9 PREPARO DO LEITO ...........................................................................................................59
6.10 TUBOS DE CONCRETO .......................................................................................................60
6.11 TUBOS DE CONCRETO SIMPLES.......................................................................................61
6.12 TUBOS DE CONCRETO ARMADO ......................................................................................61
6.13 ASSENTAMENTO E REJUNTAMENTO DOS TUBOS..........................................................63
6.14 POÇOS DE VISITA E CAIXAS DE PASSAGEM ...................................................................63
6.15 BOCAS DE LOBO ................................................................................................................64
6.16 ATERROS.............................................................................................................................64
6.17 REATERRO ..........................................................................................................................65
6.18 LIMPEZA DO CANTEIRO .....................................................................................................65
6.19 REMOÇÃO DE MATERIAL EXCEDENTE.............................................................................66
6.19.1 Segurança do Trabalho..................................................................................................66
6.20 ESCAVAÇÕES E FUNDAÇÕES ...........................................................................................66
6.21 DIÁRIO DE OBRA ................................................................................................................67
6.22 INTERFERÊNCIA COM REDES DE OUTRAS CONCESSIONÁRIAS ...................................67
7 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................68
8 ANEXOS ...................................................................................................................................70
8.1 ANEXO I – PROJETO EXECUTIVO DE DRENAGEM: PLANTAS GERAIS, PLANTAS
PARCIAIS E DETALHES..................................................................................................................70
8.2 ANEXO II – PLANILHAS DE DRENAGEM: ÁREA 04 – SHNW (TOPOCART, 2009),
DRENAGEM INTERNA DOS LOTES DO HOSPITAL DA CRIANÇA (PRISMA, 2016) E HOSPITAL
ONCOLÓGICO (TOPOCART, 2016).................................................................................................71
8.3 ANEXO III – NGB – 123/10 – SHCNW – SETOR DE HABITAÇÕES COLETIVAS NOROESTE.
..............................................................................................................................................72
8.4 ANEXO IV – CADASTRO DAS REDES EXISTENTES DO SHNW. .......................................73

5
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: DETALHE DO SISTEMA DE DRENAGEM PROJETADO. ...............................................16


FIGURA 2: ÁREAS DE CONTRIBUIÇÃO DO SHNW E PARQUE BURLE MARX (TOPOCART, 2009).
.........................................................................................................................................................17
FIGURA 3: EXEMPLO DE SEQUÊNCIA DE CÁLCULO NO MÉTODO DOS BLOCOS ALTERNADOS.
.........................................................................................................................................................25
FIGURA 4: VERTEDOR RETANGULAR DE SOLEIRA DELGADA. ADAPTADO (PORTO, 1998)......35
FIGURA 5: VERTEDOR DE SOLEIRA ESPESSA. ADAPTADO (PORTO, 1998)...............................36
FIGURA 6: DIAGRAMA UNIFILAR HEC-HMS DOS RESERVATÓRIOS EM SÉRIE – RES. 01, RES.
02, RES. 03 E RES. 04. ....................................................................................................................37
FIGURA 7: CURVA COTA X VOLUME DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 01. ...........................40
FIGURA 8: CURVA COTA X ÁREA DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 01. ................................40
FIGURA 9: CURVA COTA X VOLUME DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 02. ...........................43
FIGURA 10: CURVA COTA X ÁREA DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 02. ..............................43
FIGURA 11: CURVA COTA X VOLUME DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 03. .........................47
FIGURA 12: CURVA COTA X ÁREA DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 03. ..............................47
FIGURA 13: CURVA COTA X VOLUME DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 04. .........................50
FIGURA 14: CURVA COTA X ÁREA DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO 04. ..............................50

6
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: CURVAS DE INTENSIDADE-DURAÇÃO-FREQUÊNCIA – BRASÍLIA/DF. ...................13


GRÁFICO 2: PRECIPITAÇÃO-DURAÇÃO-FREQUÊNCIA – BRASÍLIA/DF. ......................................13
GRÁFICO 3: HIETOGRAMA DE PROJETO PARA TR = 25 ANOS E DURAÇÃO DE 1 HORA. .........26
GRÁFICO 4: HIETOGRAMA DE PROJETO PARA TR = 50 ANOS E DURAÇÃO DE 1 HORA. .........26
GRÁFICO 6: CHUVAS, EVENTO DE TR = 25 ANOS. .......................................................................39
GRÁFICO 8: CHUVAS, EVENTO DE TR = 50 ANOS. .......................................................................39
GRÁFICO 7: HIDROGRAMAS AFLUENTE (12,55M3/S) E DEFLUENTE (2,48M3/S), EVENTO DE TR
= 25 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................41
GRÁFICO 8: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 25 ANOS E D = 1,0 H. .41
GRÁFICO 9: VAZÃO DE SAÍDA DO RES. 01. ..................................................................................41
GRÁFICO 10: HIDROGRAMAS AFLUENTE (15,28M3/S) E DEFLUENTE (5,93M3/S), EVENTO DE TR
= 50 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................42
GRÁFICO 11: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 50 ANOS E D = 1,0 H.
.........................................................................................................................................................42
GRÁFICO 12: HIDROGRAMAS AFLUENTE (24,59M3/S) E DEFLUENTE (0,27M3/S), EVENTO DE TR
= 25 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................44
GRÁFICO 13: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 25 ANOS E D = 1,0 H.
.........................................................................................................................................................44
GRÁFICO 14: VAZÃO DE SAÍDA DO RES. 02..................................................................................45
GRÁFICO 15: HIDROGRAMAS AFLUENTE (31,63M3/S) E DEFLUENTE (0,53M3/S), EVENTO DE TR
= 50 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................45
GRÁFICO 16: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 50 ANOS E D = 1,0 H.
.........................................................................................................................................................46
GRÁFICO 17: HIDROGRAMAS AFLUENTE (18,38M3/S) E DEFLUENTE (1,40M3/S), EVENTO DE TR
= 25 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................48
GRÁFICO 18: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 25 ANOS E D = 1,0 H.
.........................................................................................................................................................48
GRÁFICO 19: VAZÃO DE SAÍDA DO RES. 03..................................................................................48
GRÁFICO 20: HIDROGRAMAS AFLUENTE (21,95M3/S) E DEFLUENTE (3,36M3/S), EVENTO DE TR
= 50 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................49
GRÁFICO 21: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 50 ANOS E D = 1,0 H.
.........................................................................................................................................................49
GRÁFICO 22: HIDROGRAMAS AFLUENTE (18,89M3/S) E DEFLUENTE (2,47M3/S), EVENTO DE TR
= 25 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................51
GRÁFICO 23: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 25 ANOS E D = 1,0 H.
.........................................................................................................................................................51
GRÁFICO 24: VAZÃO DE SAÍDA DO RES. 04..................................................................................52
GRÁFICO 25: HIDROGRAMAS AFLUENTE (18,89M3/S) E DEFLUENTE (2,47M3/S), EVENTO DE TR
= 50 ANOS E D = 1,0 H. ...................................................................................................................52
GRÁFICO 26: VOLUME ARMAZENADO E COTAS DE NA, EVENTO DE T = 50 ANOS E D = 1,0 H.
.........................................................................................................................................................53
GRÁFICO 27: ÁBACO DE DIMENSIONAMENTO DA BACIA DE DISSIPAÇÃO POR IMPACTO –
ENTRADA DO RES. 02. ...................................................................................................................54

7
LISTA DE TABELAS

TABELA 1: VALORES DE COEFICIENTES DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL CONFORME A


COBERTURA DO SOLO. .................................................................................................................11
TABELA 2: COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL DA REDE 01. ..................................11
TABELA 2: COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL DAS REDES 02, 03 E 04. ................11
TABELA 3: INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA – I (MM/H) E ALTURA DE PRECIPITAÇÃO – P (MM).
.........................................................................................................................................................12
TABELA 4: PLANILHA PARA CÁLCULO DE COLETORES DE ÁGUAS PLUVIAIS – REDE GERAL.20
TABELA 5: VALORES DE CN EM FUNÇÃO DA COBERTURA E DO TIPO DE SOLO (CONDIÇÃO II
DE UMIDADE) ..................................................................................................................................28
TABELA 6: PARÂMETROS ADOTADOS PARA O MODELO HIDROLÓGICO. .................................37
TABELA 8: DIMENSÕES PADRONIZADAS DOS DISSIPADORES DE IMPACTO............................55
TABELA 9; ACRÉSCIMOS NAS ESCAVAÇÕES...............................................................................56
TABELA 10: LARGURA DE FUNDO DE VALAS PARA TUBOS OU GALERIAS. ..............................58
TABELA 11: ESPESSURA DA BASE DO LEITO PARA TUBOS OU SEÇÕES DA GALERIA MOLHADA.
.........................................................................................................................................................60
TABELA 12: TUBOS SIMPLES, NÃO ARMADOS, QUE TEM AS NOMENCLATURAS: PS1 OU PS2.
.........................................................................................................................................................62
TABELA 13: COMPRESSÃO DIAMETRAL DE TUBOS ARMADOS E/OU REFORÇADOS COM
FIBRAS DE AÇO. .............................................................................................................................62

8
1 INTRODUÇÃO

A PRISMA Consultoria e Engenharia Ltda., apresenta o Projeto Executivo de


Drenagem Pluvial para ampliação do Hospital da Criança José Alencar – SAIN/DF, em
particular da adequação viária das AENW 02 e 03 entre o Setor Noroeste e a EPAA (DF-010),
localizado na Região Administrativa de Brasília – RA I, Distrito Federal.
O presente documento aborda as características do trecho, as condições para
elaboração do Projeto de Execução, as metodologias utilizadas no desenvolvimento do
projeto e a forma de apresentação dos trabalhos. É destinado ao uso de técnicos interessados
em ter um conhecimento do projeto executivo, motivo pelo qual ele relata e reúne todos os
elementos que sejam de interesse para execução da obra.
O projeto de drenagem, contendo o diagnóstico da situação atual da área de estudo,
a delimitação das áreas contribuintes, os tipos de dispositivos para proteger à infraestrutura e
os valores de concentração de vazões em pontos estratégicos, foi conduzida de forma a
reduzir os impactos da obra e facilitar a compatibilização dos cenários propostos de maneira
integrada e harmoniosa.
A justificativa técnica e conceitual do projeto de drenagem, apresentada no relatório e
plantas do projeto, foram elaboradas através da análise sistemática dos trabalhos realizados
e consultados, aliada ao conhecimento interdisciplinar e iterativo. Tais soluções tiveram como
norteadores principais os critérios técnicos da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do
Brasil (NOVACAP) e os parâmetros da Agência Reguladora de Águas e Saneamento do
Distrito Federal (ADASA).

9
2 PARÂMETROS DE PROJETO

2.1 MÉTODO DE CÁLCULO

Para o desenvolvimento do cálculo da vazão excedente de águas pluviais adotou-se o


“Método Racional”, tendo em vista que a área a ser drenada é menor que 300 hectares.
O método racional para a avaliação da vazão de escoamento superficial consiste na
aplicação:
Q=CxixA

Onde:
Q = vazão (l/s);
C = coeficiente de escoamento superficial;
i = intensidade de chuva crítica (l/s x ha);
A = área contribuinte para a seção considerada (ha).

2.2 COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL – (C)

O coeficiente de escoamento determina uma relação entre a quantidade de água que


precipita e a que escoa em uma área com um determinado tipo de cobertura de solo. Quanto
mais impermeável for à cobertura do solo, maior será esse coeficiente.
Para a fixação do coeficiente de escoamento superficial podem ser usados valores
tabelados, apresentados pela bibliografia para a determinação deste Coeficiente de
Escoamento de acordo com as superfícies urbanas. A Companhia Urbanizadora da Nova
Capital do Brasil (NOVACAP) recomenda os valores dispostos na Tabela 1.
No caso em que uma mesma área possui tipos diferentes de coberturas é necessária
a compatibilização dos coeficientes. Esta é feita, realizando-se uma média ponderada dos
valores, conforme equação.
n

 AC i i
C i 1
n

A
i 1
i

Onde:
Ai é a área parcial, “i” considerada;
Ci é o coeficiente relacionado à área Ai.

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Tabela 1: Valores de coeficientes de escoamento superficial conforme a cobertura do solo.

SUPERFÍCIES C
Calçadas ou impermeabilizadas 0,90
Pavimento Intertravado 0,83
Intensamente urbanizadas e sem áreas verdes 0,70
Residências com áreas ajardinadas 0,40
Integralmente gramadas 0,15
Fonte: Termo de Referência e Especificações para Elaboração de Projetos de Drenagem Pluvial -
NOVACAP, Adaptado.

Com relação aos coeficientes adotados para as redes tem-se:

Tabela 2: Coeficiente de escoamento superficial da rede 01.

COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL - REDE 01


COEF. ESCOAM. COEF. DE
ÁREAS ÁREAS (M2) TOTAL
SUPERF. PROJETO
INTEGRALMENTE GRAMADAS 20.201,53 0,15 3.030,23
PAVIMENTO INTERTRAVADOS 973,40 0,83 807,92
INTENSAMENTE URBANIZADAS E SEM 0,67
50.882,07 0,70 35.617,45
ÁREAS VERDES (LOTE A "AENW")
CALÇADAS OU IMPERMEABILIZADAS 37.283,00 0,90 33.554,70
109.340,00 73.010,30

Obs. 1: A área de contribuição de 5,09ha pertencente ao lote A da AENW 03 (Equipamento


Público Comunitário – EPC) possui taxa mínima de permeabilidade de 30% (trinta por cento),
onde é obrigatória a reserva de área verde permeável ajardinada e ou arborizada dentro dos
limites do lote, conforme NGB – 123/10 (Vide Anexo III). Assim, foi adotado o valor do
coeficiente de escoamento C=0,70.

Obs. 2: Os coeficientes dos lotes do Hospital Oncológico e da Criança foram considerados


conforme seus respectivos projetosDE
COEFICIENTE já ESCOAMENTO
aprovados pela NOVACAP,
SUPERFICIAL sendo:
- REDE 01
COEF. ESCOAM. COEF. DE
ÁREAS ÁREAS (M2) TOTAL
 Lote do Hospital Oncológico – C=0,75 (TOPOCART). SUPERF. PROJETO
INTEGRALMENTE GRAMADAS 71,070.79 0.15 10,660.62

 Lote doPAVIMENTO da Criança – C=0,73


HospitalINTERTRAVADOS 973.40(PRISMA).
0.83 807.92 0.41
CALÇADAS OU IMPERMEABILIZADAS 37,283.00 0.90 33,554.70
109,327.19 45,023.24
Tabela 3: Coeficiente de escoamento superficial das redes 02, 03 e 04.

COEFICIENTE DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL - REDES 02, 03 E 04


COEF. ESCOAM. COEF. DE
ÁREAS ÁREAS (M2) TOTAL
SUPERF. PROJETO
INTEGRALMENTE GRAMADAS 42,359,263.20 0.15 6,353,889.48
0.62
CALÇADAS OU IMPERMEABILIZADAS 71,814,229.80 0.90 64,632,806.82
114,173,493.00 70,986,696.30

Obs. 3: A planta com detalhes dos coeficientes pode ser verificada no Anexo I.

11
2.3 EQUAÇÃO INTENSIDADE – DURAÇÃO – (I)

Para determinação da intensidade pluviométrica de projeto foi utilizada a equação IDF


abaixo, elaborada pelo Engenheiro Francisco Pereira e recomenda pela NOVACAP.
21,7 . 𝐹 0,16
𝑖= . 166,67
(𝑡𝑐 + 11)0,815
Onde:
I = Intensidade da Chuva (l/s/ha);
F = Período de Retorno (anos);
tc = Tempo de concentração (minutos);
166,67 = Coeficiente de Transformação de (mm/min.) em (l/s/ha).

Na tabela a seguir estão apresentados os valores de intensidade pluviométrica (mm/h)


e altura de precipitação (mm), obtidos a partir da equação IDF - Brasília, para chuvas intensas
com durações entre 5 e 120 minutos e períodos de retorno de 5, 10, 15, 25, 50 e 100 anos.

Tabela 4: Intensidade Pluviométrica – I (mm/h) e Altura de Precipitação – P (mm).

INTENSIDADE PLUVIOMÉTRICA - I (mm/h) e ALTURA DE PRECIPITAÇÃO - P (mm)


PERÍODO DE RECORRÊNCIA (anos)
Duração 5 10 15 25 50 100
(min) P (mm) I (mm/h) P (mm) I (mm/h) P (mm) I (mm/h) P (mm) I (mm/h) P (mm) I (mm/h) P (mm) I (mm/h)
5,00 14,65 175,83 16,37 196,45 17,47 209,62 18,96 227,47 21,18 254,15 23,66 283,96
10,00 23,48 140,88 26,23 157,40 27,99 167,95 30,38 182,25 33,94 203,63 37,92 227,51
15,00 29,59 118,37 33,06 132,25 35,28 141,12 38,28 153,14 42,77 171,10 47,79 191,16
20,00 34,19 102,56 38,20 114,59 40,76 122,27 44,23 132,68 49,42 148,25 55,21 165,63
25,00 37,83 90,79 42,27 101,44 45,10 108,24 48,94 117,46 54,68 131,24 61,10 146,63
30,00 40,83 81,66 45,62 91,24 48,68 97,36 52,82 105,65 59,02 118,04 65,94 131,88
35,00 43,37 74,35 48,46 83,07 51,71 88,64 56,11 96,19 62,69 107,47 70,05 120,08
40,00 45,57 68,36 50,92 76,37 54,33 81,49 58,95 88,43 65,87 98,80 73,60 110,39
45,00 47,50 63,34 53,08 70,77 56,63 75,51 61,46 81,94 68,66 91,55 76,72 102,29
50,00 49,23 59,07 55,00 66,00 58,69 70,43 63,69 76,43 71,16 85,39 79,50 95,40
55,00 50,78 55,40 56,74 61,90 60,54 66,05 65,70 71,67 73,41 80,08 82,02 89,47
60,00 52,20 52,20 58,32 58,32 62,23 62,23 67,53 67,53 75,45 75,45 84,30 84,30
65,00 53,50 49,38 59,77 55,18 63,78 58,87 69,21 63,89 77,33 71,38 86,40 79,75
70,00 54,70 46,88 61,11 52,38 65,21 55,89 70,76 60,65 79,06 67,77 88,34 75,72
75,00 55,81 44,65 62,36 49,89 66,54 53,23 72,21 57,77 80,68 64,54 90,14 72,11
80,00 56,85 42,64 63,52 47,64 67,78 50,84 73,55 55,16 82,18 61,64 91,82 68,86
85,00 57,83 40,82 64,61 45,61 68,94 48,67 74,82 52,81 83,59 59,01 93,40 65,93
90,00 58,75 39,17 65,64 43,76 70,04 46,69 76,01 50,67 84,92 56,61 94,88 63,25
95,00 59,62 37,65 66,61 42,07 71,08 44,89 77,13 48,71 86,18 54,43 96,29 60,81
100,00 60,44 36,27 67,53 40,52 72,06 43,24 78,20 46,92 87,37 52,42 97,62 58,57
105,00 61,23 34,99 68,41 39,09 72,99 41,71 79,21 45,26 88,50 50,57 98,88 56,50
110,00 61,98 33,80 69,24 37,77 73,89 40,30 80,18 43,73 89,58 48,86 100,09 54,59
115,00 62,69 32,71 70,04 36,54 74,74 38,99 81,10 42,31 90,61 47,28 101,24 52,82
120,00 63,37 31,69 70,81 35,40 75,55 37,78 81,99 40,99 91,60 45,80 102,34 51,17

Os resultados anteriormente obtidos podem ser representados graficamente pelas


seguintes famílias de curvas.

12
CURVAS DE INTENSIDADE-DURAÇÃO-FREQUÊNCIA (IDF) - BASÍLIA/DF
INTENSIDADE DE CHUVA (mm/h) 300

250

200

150

100

50

0
0 20 40 60 80 100 120
TR 5 anos TR 10 anos DURAÇÃO (min)
TR 15 anos TR 25 anos
TR 50 anos TR 100 anos

Gráfico 1: Curvas de Intensidade-Duração-Frequência – Brasília/DF.

PRECIPITAÇÃO-DURAÇÃO-FREQUÊNCIA - BRASÍLIA/DF
ALTURAS DE PRECIPITAÇÃO (mm)

120

100

80

60

40

20

0
0 20 40 60 80 100 120
TR 5 anos TR 10 anos DURAÇÃO (min)
TR 15 anos TR 25 anos
TR 50 anos TR 100 anos

Gráfico 2: Precipitação-Duração-Frequência – Brasília/DF.

2.4 PERÍODO DE RECORRÊNCIA

O tempo de retorno (TR), ou período de retorno, é definido como o tempo médio no


qual um determinado evento é igualado ou superado, em uma série muito longa de
observações. Os tempos de retorno utilizado no dimensionamento são apresentados a seguir:

 10 anos para as redes de drenagem pluvial;


 25 anos adotado para fins análise de intervenções de controle de inundações,
considerado na verificação das descargas de fundo e vertedores de emergência dos
reservatórios existentes;
 50 anos para verificação quanto ao rompimento e extravasamento dos reservatórios
existentes, permitindo uma análise mais detalhada de riscos e de consequências de
inundações.

13
2.5 TEMPO DE CONCENTRAÇÃO

O tempo de concentração consiste no espaço de tempo que as águas pluviais levarão


para alcançar a seção da rede que está sendo considerada. Este tempo de deslocamento
varia com a distância e as características do terreno, tais como depressões e granulometria
do solo.
Para o cálculo do tempo de concentração usou-se a seguinte fórmula:
𝑡𝑐 = 𝑡𝑒 + 𝑡𝑝
Onde:
tc = tempo de concentração em minuto;
te= tempo de deslocamento superficial ou tempo de entrada em minuto;
tp= tempo de percurso em minuto.
O tempo de deslocamento superficial ou de entrada é o tempo gasto pelas águas
precipitadas, nos pontos mais distantes, para atingir a rede através dos acessórios de
captação. Foi adotado como sendo de 15 minutos, o mesmo adotado para Brasília pela
NOVACAP.
O tempo de percurso (tp) é o tempo de escoamento das águas no interior das redes,
desde o início até a seção considerada. Este tempo é determinado no desenvolvimento da
planilha de cálculo com base no método cinemático:
𝐿
𝑡𝑝 =
𝑉
Onde:
tp = tempo de percurso em segundo;
L= comprimento do trecho de rede em metros;
V= velocidade das águas no interior da rede em m/s.

2.6 OUTROS PARÂMETROS

 Declividades:

Mínima: declividade mínima de 0,5%.


Máxima: declividade tal que assegure uma velocidade não superior a Vmáx.

 Velocidades limites:

Mínima: 1,00 m/s para BSTC.


Máxima: 6,00 m/s para BSTC.

 Diâmetro mínimo das redes projetadas:

Mínimo: 600 mm para BSTC.

14
2.7 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DAS REDES DE DRENAGEM

Para o dimensionamento da rede, utilizaram-se as fórmulas de Manning, quais sejam:


Para o cálculo de Vazão em condutos livres:
2 1
A xR 3xI 2
Q=
n

Onde:
Q = Vazão na Seção (m3/s);
A = Área Molhada (m2);
R = Raio Hidráulico (m);
I = Declividade do Coletor (m/m);
n = Coeficiente de rugosidade de Manning, sendo adotado para os tubos de concreto
0,015.

Para o cálculo de velocidade em tubos:


2 1
R 3 xI 2
V=
n

Onde:
V: Velocidade d’água na Seção (m/s);
R: Raio Hidráulico (m);
I: Declividade do Coletor (m/m);
n: Coeficiente de Rugosidade de Manning.
As redes tubulares foram dimensionadas para um tirante de, no máximo 0,82 vezes o
diâmetro, que corresponde à seção plena.
Todos os parâmetros de projeto preconizado anteriormente foram utilizados nos
cálculos das redes, estas dimensionadas no software AutoCAD® Civil 3D.

15
3 APRESENTAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM PROJETADO

O projeto executivo considerou o cenário com atendimento adequado do serviço de


drenagem e que o aumento da área impermeabilizada será equilibrado por meio de medidas
compensatórias. O lançamento final das redes projetadas será no sistema de drenagem
existente do Setor Habitacional Noroeste – SHNW / Parque Burle Marx (TOPOCART, 2009).
 Rede 01 – Lançamento no reservatório de detenção 02 do Noroeste (existente);
 Rede 02 – Lançamento no PV-02 da Rede 14 do Noroeste (existente);
 Rede 03 – Lançamento no PV-02 da Rede 23 do Noroeste (existente);
 Rede 04 – Lançamento no PV-03 da Rede 03 do Noroeste (existente).

A apresentação do sistema projetado pode ser visualizada na figura abaixo:

Lançamento RD-01
RES. 02

Rede 01

Rede 02

Rede 03
Rede 04

Figura 1: Detalhe do sistema de drenagem projetado.

Os estudos iniciais de drenagem propuseram uma alternativa de concepção com 4


(quatro) reservatórios projetados dentro da poligonal de estudo. No entanto, esta solução
elevaria os custos de implantação da obra, no qual optou-se pelo estudo detalhado para
verificação da possiblidade de utilização de redes e do reservatório de detenção 2 existente
do Setor Noroeste.
Na figura a seguir tem-se o mapa das áreas contribuições dos reservatórios de
detenção existentes.

16
RES. 04

RES. 03

RES. 02

RES. 01

Figura 2: Áreas de contribuição do SHNW e Parque Burle Marx (TOPOCART, 2009).

17
A seguir temos uma descrição sucinta das redes projetadas e seus respectivos
lançamentos detalhados no projeto executivo. As redes foram projetadas conforme a
adequação viária do Hospital da Criança, estando inseridas na Área de Expansão 2 (ver
Figura 2), ou seja, o projeto do SHNW já prevê as áreas de contribuições da poligonal de
projeto.
Tais informações podem ser observadas na planilha de redes da área 04 do SHNW
(TOPOCART, 2009) apresentada no Anexo II.
 A rede 01 do presente projeto, tem seu lançamento previsto no reservatório de
detenção 02, pertencente ao sistema de drenagem do Noroeste. Ressalta-se que o
trecho da rede 01 compreendido entre o PV-29 ao PV-47 será executada no
alinhamento de uma rede existente, havendo assim a necessidade de substituição;
 A rede 02 do presente projeto, terá seu lançamento previsto no PV-02 da rede 14
existente (PV 14.2), pertencente ao sistema de drenagem do Noroeste. Conforme a
planilha de dimensionamento do Setor Noroeste (TOPOCART), o valor da área de
contribuição acumulado para este trecho é de 7,091ha, e como a nova contribuição da
rede 02 é de 2,377ha, conclui-se que os trechos de jusante possuem capacidade
hidráulica suficiente para receber o trecho projetado. A profundidade do PV 14.2 é de
2,36m conforme cadastro, sendo que a rede 02 chega na estrutura com uma
profundidade de 1,6m, resultando em um degrau de 0,76m. As profundidades
adotadas nos PV’s existentes foram obtidas no cadastro (As Built) da obra, conforme
pode ser observado nas plantas vide Anexo IV;
 A rede 03 do presente projeto, terá seu lançamento previsto no PV-02 da rede 23
existente (PV 23.2), pertencente ao sistema de drenagem do Noroeste. Conforme a
planilha de dimensionamento do Setor Noroeste (TOPOCART), o valor da área de
contribuição acumulado para este trecho é de 7,732ha, e como a nova contribuição da
rede 03 é de 7,559ha, conclui-se que os trechos de jusante possuem capacidade
hidráulica suficiente para receber o trecho projetado. A profundidade do PV 23.2 é de
2,26m conforme cadastro, sendo que a rede 03 chega na estrutura com uma
profundidade de 2,20m, resultando em um degrau de 0,06m. As profundidades
adotadas nos PV’s existentes foram obtidas no cadastro (As Built) da obra, conforme
pode ser observado nas plantas vide Anexo IV;
 A rede 04 do presente projeto, terá seu lançamento previsto no PV-03 da rede 3
existente (PV 3.3), pertencente ao sistema de drenagem do Noroeste. Conforme a
planilha de dimensionamento do Setor Noroeste (TOPOCART), o valor da área de
contribuição acumulado para este trecho é de 3,701ha, e como a nova contribuição da
rede 04 é de 2,910ha, conclui-se que os trechos de jusante possuem capacidade
hidráulica suficiente para receber o trecho projetado. A profundidade do PV 23.2 é de

18
2,26m conforme projeto (TOPOCART, 2009), sendo que a rede 03 chega na estrutura
com uma profundidade de 2,20m, resultando em um degrau de 0,06m.

3.1 PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DAS REDES

No planejamento/dimensionamento das redes verificou-se a viabilidade do


funcionamento, especialmente as cotas de operação e as estruturas hidráulicas.
Ressalta-se que no cálculo da rede 01 considerou-se a drenagem interna do Hospital
Oncológico e da Criança, sendo que as vazões dos respectivos projetos foram transformadas
em uma área contribuinte equivalente para inserção no software de dimensionamento.
No cálculo da intensidade de chuva foi considerado um tempo de concentração de 15
minutos e um tempo de retorno de 10 anos. Os valores das vazões podem ser confirmados
nas planilhas do Anexo II.

 Hospital Oncológico – Rede 05 – Q = 0,25m3/s:


𝑄 =𝐶∗𝑖∗𝐴
𝑚3 𝐿/𝑠 𝑚3
0,25 = (0,75 ∗ 367,361 /1000 ) ∗ 𝐴ℎ𝑎
𝑠 ℎ𝑎 𝑠
𝑚3 𝑚 3/𝑠
0,25 𝑠
= 0,2755 ℎ𝑎
∗ 𝐴ℎ𝑎
𝑚3
0,25
𝐴ℎ𝑎 = 𝑠
𝑚3 /𝑠
∗ 10000ℎ𝑎 → 𝐴 = 9074,41𝑚 2 → 𝐴 = 0,91ℎ𝑎
0,2755
ℎ𝑎

 Hospital Oncológico – Rede 01 – Q = 1,312m3/s:


𝑄 =𝐶∗𝑖∗𝐴
3
𝑚 𝐿/𝑠 𝑚3
1,312 = (0,75 ∗ 367,361 /1000 ) ∗ 𝐴ℎ𝑎
𝑠 ℎ𝑎 𝑠
𝑚3 𝑚 3 /𝑠
1,312 = 0,2755 ∗ 𝐴ℎ𝑎
𝑠 ℎ𝑎
𝑚3
1,312
𝐴ℎ𝑎 = 𝑠
𝑚3 /𝑠
∗ 10000ℎ𝑎 → 𝐴 = 47622,50𝑚 2 → 𝐴 = 4,76ℎ𝑎
0,2755
ℎ𝑎

 Hospital da Criança (Drenagem Interna) – Rede 07 – Q = 1,829m3/s:


𝑄 =𝐶∗𝑖∗𝐴
𝑚3 𝐿/𝑠 𝑚3
1,829 = (0,73 ∗ 367,361 /1000 ) ∗ 𝐴ℎ𝑎
𝑠 ℎ𝑎 𝑠
𝑚3 𝑚 3 /𝑠
1,829 𝑠
= 0,2682 ℎ𝑎
∗ 𝐴ℎ𝑎
𝑚3
1,829
𝐴ℎ𝑎 = 𝑠
𝑚3 /𝑠
∗ 10000ℎ𝑎 → 𝐴 = 68195,38𝑚 2 → 𝐴 = 6,82ℎ𝑎
0,2682
ℎ𝑎

19
Tabela 5: Planilha para Cálculo de Coletores de Águas Pluviais – Rede Geral.
PLANILHA PARA CÁLCULO DE COLETORES DE ÁGUAS PLUVIAIS
REDE 01, 02, 03 E 04 - HOSPITAL DA CRIANÇA

Trecho Cota do Terreno Área de Área Coef. de Tempo de Vazão Declividade Diâmetro Declividade Altura da Profundidade Cota Geratriz Inf. Tubo
SAxC Coef. de Intensidade Extensão Velocidade Enchimento Degrau
REDES Contrib. Total Escoam. Concent. Estimada do Terreno ou Seção do Tubo Lâmina Mont. Jus.
Estruturas Mont. (m) Jus. (m) (ha) Manning (l/sxha) (m) (m/s) (%) Mont. (m) Jus. (m) (m)
(ha) (ha) C (s) (m³/s) (m/m) (mm) (%) (m) (m) (m)
REDE-01 PV-01->PV-02 1136,760 1134,530 0,260 0,260 0,174 0,67 0,015 900,00 367,371 58,16 0,064 0,038 600 3,83 2,04 0,10 16,80 1,40 1,40 1135,360 1133,130 0,20
REDE-01 PV-02->PV-03 1134,530 1132,230 0,718 0,978 0,655 0,67 0,015 928,50 361,991 59,84 0,237 0,038 600 3,51 2,89 0,20 33,20 1,60 1,40 1132,930 1130,830 0,15
REDE-01 PV-03->PV-04 1132,230 1130,190 1,317 2,295 1,537 0,67 0,015 949,20 358,190 53,15 0,551 0,038 600 3,56 3,63 0,32 52,86 1,55 1,40 1130,680 1128,790 0,15
REDE-01 PV-04->PV-05 1130,190 1128,210 0,281 2,576 1,726 0,67 0,015 963,84 355,557 51,34 0,614 0,039 600 3,56 3,73 0,34 56,46 1,55 1,40 1128,640 1126,810 0,10
REDE-01 PV-05->PV-06 1128,210 1126,254 1,196 3,772 2,527 0,67 0,015 977,61 353,119 50,99 0,892 0,038 600 3,84 4,14 0,43 71,22 1,50 1,50 1126,710 1124,754 0,20
REDE-01 PV-06->PV-07 1126,254 1124,944 0,281 4,053 2,715 0,67 0,015 989,92 350,970 34,00 0,953 0,039 600 3,56 4,04 0,47 77,75 1,70 1,60 1124,554 1123,344 0,05
REDE-01 PV-07->PV-08 1124,944 1123,697 0,093 4,145 2,777 0,67 0,015 998,33 349,518 32,00 0,971 0,039 600 3,90 4,22 0,46 75,88 1,65 1,65 1123,294 1122,047 0,05
REDE-01 PV-08->PV-09 1123,697 1122,431 0,031 4,177 2,798 0,67 0,015 1005,92 348,220 34,48 0,974 0,037 600 3,67 4,11 0,47 78,25 1,70 1,70 1121,997 1120,731 0,35
REDE-01 PV-09->PV-10 1122,431 1121,367 0,024 4,201 2,814 0,67 0,015 1014,32 346,796 50,00 0,976 0,021 800 1,23 2,79 0,53 65,73 2,05 1,60 1120,381 1119,767 0,15
REDE-01 PV-10->PV-11 1121,367 1121,080 0,035 4,236 2,838 0,67 0,015 1032,26 343,796 41,55 0,976 0,007 800 0,93 2,48 0,58 72,96 1,75 1,85 1119,617 1119,230 0,00
REDE-01 PV-11->PV-12 1121,080 1120,968 0,029 4,265 2,858 0,67 0,015 1049,00 341,050 16,00 0,975 0,007 800 2,26 3,53 0,43 53,82 1,85 2,10 1119,230 1118,868 0,20

REDE-05-HOSP. ONCOLÓGICO PV-12->PV-12 1121,090 1120,968 0,906 0,906 0,679 0,75 0,015 900,00 367,371 8,05 0,250 0,015 600 5,24 3,39 0,18 30,71 1,60 1,90 1119,490 1119,068 0,40

REDE-01 PV-12->PV-13 1120,968 1120,668 0,000 5,171 3,537 0,67 0,015 1053,53 340,315 34,63 1,204 0,009 1000 1,01 2,75 0,54 54,44 2,30 2,35 1118,668 1118,318 0,25

REDE-01-HOSP. ONCOLÓGICO PV-13->PV-13 1121,497 1120,668 4,761 4,761 3,571 0,75 0,015 900,00 367,371 8,89 1,312 0,093 800 5,95 5,47 0,39 48,18 2,60 2,30 1118,897 1118,368 0,30

REDE-01 PV-13->PV-14 1120,668 1120,448 0,000 9,932 7,108 0,67 0,015 1066,10 338,293 20,00 2,405 0,011 1000 2,10 4,26 0,68 67,57 2,60 2,80 1118,068 1117,648 0,05
REDE-01 PV-14->PV-15 1120,448 1119,590 0,052 9,984 7,143 0,67 0,015 1070,80 337,545 60,00 2,411 0,014 1000 1,76 3,96 0,72 72,39 2,85 3,05 1117,598 1116,540 0,05
REDE-01 PV-15->PV-16 1119,590 1118,805 0,468 10,452 7,456 0,67 0,015 1085,95 335,155 43,00 2,499 0,018 1000 1,71 3,92 0,76 75,57 3,10 3,05 1116,490 1115,755 0,00
REDE-01 PV-16->PV-17 1118,805 1118,472 0,229 10,681 7,609 0,67 0,015 1096,91 333,451 16,80 2,537 0,020 1000 1,98 4,20 0,72 71,93 3,05 3,05 1115,755 1115,422 0,45

REDE-07-HOSP. DA CRIANÇA CCS 01->PV-17 1118,883 1118,472 6,820 6,820 4,978 0,73 0,015 900,00 367,371 12,48 1,829 0,033 1000 3,30 4,77 0,49 49,11 3,00 3,00 1115,883 1115,472 0,50

REDE-01 PV-17->PV-18 1118,472 1117,502 0,000 17,500 12,588 0,67 0,015 1100,91 332,833 51,32 4,190 0,019 1200 1,60 4,30 0,96 80,31 3,50 3,35 1114,972 1114,152 0,00
REDE-01 PV-18->PV-20 1117,502 1116,642 0,328 17,828 12,807 0,67 0,015 1112,84 331,007 45,00 4,239 0,019 1200 1,69 4,42 0,95 79,01 3,35 3,25 1114,152 1113,392 0,05
REDE-01 PV-20->PV-22 1116,642 1115,465 0,230 18,058 12,961 0,67 0,015 1123,01 329,467 60,00 4,270 0,020 1200 1,63 4,35 0,97 81,12 3,30 3,10 1113,342 1112,365 0,05
REDE-01 PV-22->PV-24 1115,465 1114,136 0,779 18,837 13,483 0,67 0,015 1136,82 327,402 60,00 4,414 0,022 1200 1,80 4,57 0,96 79,74 3,15 2,90 1112,315 1111,236 0,00
REDE-01 PV-24->PV-25 1114,136 1113,305 1,806 20,643 14,693 0,67 0,015 1149,96 325,463 36,00 4,782 0,023 1200 2,17 5,01 0,94 78,66 2,90 2,85 1111,236 1110,455 0,00
REDE-01 PV-25->PV-27 1113,305 1114,033 1,117 21,760 15,442 0,67 0,015 1157,14 324,414 42,00 5,010 -0,017 1200 2,43 5,30 0,93 77,83 2,85 4,60 1110,455 1109,433 0,00
REDE-01 PV-27->PV-28 1114,033 1113,286 1,661 23,421 16,555 0,67 0,015 1165,06 323,266 25,00 5,352 0,030 1200 2,79 5,67 0,93 77,72 4,60 4,55 1109,433 1108,736 0,05
REDE-01 PV-28->PV-29 1113,286 1110,694 0,000 23,421 16,555 0,70 0,015 1169,47 322,632 28,74 5,341 0,090 1200 2,59 5,48 0,97 80,43 4,60 2,75 1108,686 1107,942 0,20

REDE-03- PROJETO NOROESTE PV-03->PV-29 1113,337 1110,694 0,441 0,441 0,309 0,70 0,015 900,00 367,371 60,05 0,113 0,044 400 3,62 2,45 0,16 39,58 1,95 1,48 1111,387 1109,215 1,47

REDE-01 PV-29->PV-30 1110,694 1110,929 0,234 24,096 17,027 0,70 0,015 1174,71 321,880 74,43 5,481 -0,003 1500 0,89 3,72 1,16 77,63 2,95 3,85 1107,742 1107,079 0,00
REDE-01 PV-30->PV-31 1110,929 1109,942 0,250 24,345 17,202 0,70 0,015 1194,70 319,049 40,00 5,488 0,025 1500 0,97 3,86 1,12 74,94 3,85 3,25 1107,079 1106,692 0,20

REDE-01- PROJETO NOROESTE PV-06->PV-31 1113,060 1109,942 2,424 2,424 1,697 0,70 0,015 900,00 367,371 65,23 0,623 0,048 600 4,78 4,19 0,31 52,10 1,95 1,95 1111,110 1107,992 1,50

REDE-01 PV-31->PV-32 1109,942 1109,646 0,084 26,853 18,957 0,70 0,015 1205,06 317,605 28,62 6,021 0,010 1500 1,03 4,01 1,19 79,14 3,45 3,45 1106,492 1106,196 0,00
REDE-01 PV-32->PV-33 1109,646 1109,425 0,024 26,877 18,974 0,70 0,015 1212,19 316,619 39,88 6,007 0,006 1500 1,43 4,63 1,03 68,85 3,45 3,80 1106,196 1105,625 0,25
0,000
REDE-04- PROJETO NOROESTE PV-05->PV-33 1110,670 1109,425 1,315 1,315 0,920 0,70 0,015 900,00 367,371 16,10 0,338 0,077 500 10,00 4,72 0,20 39,33 2,18 2,55 1108,485 1106,875 1,50

REDE-01 PV-33->PV-34 1109,425 1109,709 0,088 28,279 19,955 0,70 0,015 1220,80 315,437 37,12 6,295 -0,008 1500 1,12 4,18 1,19 79,39 4,05 4,75 1105,375 1104,959 0,00
REDE-01 PV-34->PV-35 1109,709 1109,980 0,024 28,304 19,972 0,70 0,015 1229,67 314,229 46,48 6,276 -0,006 1500 1,14 4,21 1,18 78,64 4,75 5,55 1104,959 1104,430 0,00
REDE-01 PV-35->PV-36 1109,980 1110,225 0,172 28,476 20,093 0,70 0,015 1240,71 312,741 12,50 6,284 -0,020 1500 1,24 4,38 1,14 75,71 5,55 5,95 1104,430 1104,275 0,00

REDE16- PROJETO NOROESTE PV-01->PV-36 1111,456 1110,225 1,718 1,718 1,203 0,70 0,015 900,00 367,371 35,01 0,442 0,035 500 9,94 5,05 0,23 45,72 2,20 4,45 1109,256 1105,775 1,50

20
PLANILHA PARA CÁLCULO DE COLETORES DE ÁGUAS PLUVIAIS
REDE 01, 02, 03 E 04 - HOSPITAL DA CRIANÇA

Trecho Cota do Terreno Área de Área Coef. de Tempo de Vazão Declividade Diâmetro Declividade Altura da Profundidade Cota Geratriz Inf. Tubo
SAxC Coef. de Intensidade Extensão Velocidade Enchimento Degrau
REDES Contrib. Total Escoam. Concent. Estimada do Terreno ou Seção do Tubo Lâmina Mont. Jus.
Estruturas Mont. (m) Jus. (m) (ha) Manning (l/sxha) (m) (m/s) (%) Mont. (m) Jus. (m) (m)
(ha) (ha) C (s) (m³/s) (m/m) (mm) (%) (m) (m) (m)
REDE-01 PV-36->PV-37 1110,225 1110,474 0,062 30,256 21,339 0,70 0,015 1243,57 312,359 48,04 6,666 -0,005 1500 1,46 4,74 1,11 74,18 5,95 6,90 1104,275 1103,574 0,00
REDE-01 PV-37->PV-38 1110,474 1110,757 0,214 30,470 21,489 0,70 0,015 1253,70 311,010 20,34 6,683 -0,014 1500 1,56 4,88 1,09 72,40 6,90 7,50 1103,574 1103,257 0,00
REDE-01 PV-38->PV-39 1110,757 1110,858 0,079 30,549 21,544 0,70 0,015 1257,87 310,459 23,99 6,689 -0,004 1500 1,66 5,02 1,06 70,60 7,50 8,00 1103,257 1102,858 0,01
REDE-01 PV-39->PV-40 1110,858 1110,429 0,071 30,620 21,594 0,70 0,015 1262,65 309,830 73,21 6,690 0,006 1500 1,67 5,02 1,06 70,50 8,01 8,80 1102,852 1101,629 0,00
REDE-01 PV-40->PV-41 1110,429 1110,112 0,409 31,029 21,880 0,70 0,015 1277,22 307,929 19,02 6,738 0,017 1500 1,93 5,34 1,01 67,13 8,80 8,85 1101,629 1101,262 0,00
REDE-01 PV-41->PV-42 1110,112 1108,953 0,081 31,110 21,937 0,70 0,015 1280,78 307,468 67,11 6,745 0,017 1500 1,95 5,37 1,00 66,93 8,85 9,00 1101,262 1099,953 0,00
REDE-01 PV-42->PV-43 1108,953 1107,954 0,235 31,345 22,101 0,70 0,015 1293,29 305,863 54,45 6,760 0,018 1500 2,01 5,43 1,00 66,34 9,00 9,10 1099,948 1098,854 0,05
REDE-01 PV-43->PV-44 1107,954 1107,282 0,263 31,608 22,285 0,70 0,015 1303,32 304,589 27,85 6,788 0,024 1500 1,88 5,29 1,02 68,20 9,15 9,00 1098,804 1098,282 0,05
REDE-01 PV-44->PV-45 1107,282 1106,254 0,130 31,737 22,376 0,70 0,015 1308,58 303,925 53,59 6,801 0,019 1500 1,73 5,11 1,06 70,42 9,05 8,95 1098,232 1097,304 0,05

REDE-05- PROJETO NOROESTE PV-05->PV-45 1107,340 1106,254 1,941 1,941 1,359 0,70 0,015 900,00 367,371 35,01 0,499 0,031 800 10,00 5,06 0,20 25,07 4,94 7,35 1102,405 1098,904 1,65

REDE-01 PV-45->PV-46 1106,254 1105,000 0,219 33,898 23,888 0,70 0,015 1319,06 302,613 52,30 7,229 0,024 1500 1,83 5,28 1,09 72,36 9,00 8,70 1097,254 1096,300 0,00
REDE-01 PV-46->PV-47 1105,000 1104,993 0,140 34,038 23,986 0,70 0,015 1328,97 301,384 19,00 7,229 0,000 1500 1,88 5,34 1,07 71,54 8,70 9,05 1096,300 1095,943 0,05
REDE-01 PV-47->PV-48 1104,993 1103,637 0,013 34,051 23,995 0,70 0,015 1332,53 300,945 60,00 7,221 0,023 1500 1,76 5,19 1,10 73,39 9,10 8,80 1095,893 1094,837 0,10
REDE-01 PV-48->PV-49 1103,637 1101,378 0,000 34,051 23,995 0,70 0,015 1344,08 299,531 60,00 7,187 0,038 1500 1,52 4,86 1,17 78,05 8,90 7,55 1094,737 1093,828 0,00
REDE-01 PV-49->PV-50 1101,378 1099,276 0,000 34,051 23,995 0,70 0,015 1356,43 298,035 60,00 7,151 0,035 1500 1,50 4,84 1,17 77,97 7,55 6,35 1093,828 1092,926 0,00
REDE-01 PV-50->PV-51 1099,276 1096,786 0,000 34,051 23,995 0,70 0,015 1368,83 296,549 60,00 7,116 0,042 1500 1,73 5,15 1,09 72,94 6,35 4,90 1092,926 1091,886 1,06
REDE-01 PV-51->PV-52 1096,786 1093,952 0,000 34,051 23,995 0,70 0,015 1380,48 295,169 60,00 7,083 0,047 1500 1,46 4,76 1,18 78,41 5,96 4,00 1090,826 1089,952 0,60
REDE-01 PV-52->PV-53 1093,952 1089,523 0,000 34,051 23,995 0,70 0,015 1393,07 293,692 60,00 7,047 0,074 1500 2,47 5,95 0,95 63,58 4,60 1,65 1089,352 1087,873 0,02
REDE-01 LANC. DISSIPADOR A4 0,000 0,000 0,000 34,051 23,995 0,70
0,05
REDE-02 PV-03->PV-04 1138,997 1138,551 0,239 0,527 0,327 0,62 0,015 976,63 353,278 20,15 0,116 0,022 600 1,96 1,91 0,16 26,61 1,65 1,60 1137,347 1136,951 0,00
REDE-02 PV-04->PV-05 1138,551 1136,647 0,123 0,650 0,403 0,62 0,015 987,16 351,444 60,00 0,142 0,032 600 3,17 2,41 0,16 26,12 1,60 1,60 1136,951 1135,047 0,05
REDE-02 PV-05->PV-06 1136,647 1134,999 0,096 0,746 0,463 0,62 0,015 1012,06 347,167 60,00 0,161 0,027 600 2,58 2,32 0,18 29,37 1,65 1,55 1134,997 1133,449 0,05
REDE-02 PV-06->PV-07 1134,999 1133,992 0,119 0,866 0,537 0,62 0,015 1037,93 342,861 40,00 0,184 0,025 600 2,52 2,39 0,19 31,71 1,60 1,60 1133,399 1132,392 0,05
REDE-02 PV-07->PV-08 1133,992 1132,810 0,080 0,946 0,586 0,62 0,015 1054,68 340,139 40,00 0,199 0,030 600 2,71 2,51 0,20 32,45 1,65 1,55 1132,342 1131,260 0,05
REDE-02 PV-08->PV-09 1132,810 1132,179 0,092 1,037 0,643 0,62 0,015 1070,63 337,583 20,66 0,217 0,031 600 2,81 2,60 0,20 33,59 1,60 1,55 1131,210 1130,629 0,05
REDE-02 PV-09->PV-10 1132,179 1130,650 0,113 1,150 0,713 0,62 0,015 1078,57 336,306 60,00 0,240 0,025 600 2,46 2,55 0,22 36,68 1,60 1,55 1130,579 1129,100 0,05
REDE-02 PV-10->PV-11 1130,650 1129,000 0,084 1,235 0,766 0,62 0,015 1102,08 332,639 60,00 0,255 0,028 600 2,67 2,67 0,22 37,08 1,60 1,55 1129,050 1127,450 0,00
REDE-02 PV-11->PV-12 1129,000 1126,860 0,136 1,371 0,850 0,62 0,015 1124,56 329,222 60,00 0,280 0,036 600 3,57 3,04 0,22 36,08 1,55 1,55 1127,450 1125,310 0,05
REDE-02 PV-12->PV-13 1126,860 1125,001 0,216 1,586 0,984 0,62 0,015 1144,27 326,306 60,00 0,321 0,031 600 2,77 2,88 0,25 41,65 1,60 1,40 1125,260 1123,601 0,05
REDE-02 PV-13->PV-14 1125,001 1124,119 0,211 1,797 1,114 0,62 0,015 1165,10 323,250 27,89 0,360 0,032 600 2,98 3,05 0,26 43,49 1,45 1,40 1123,551 1122,719 0,20
REDE-02 PV-14->PV-15 1124,119 1123,221 0,193 1,990 1,234 0,62 0,015 1174,24 321,944 60,00 0,397 0,015 600 1,50 2,42 0,34 56,42 1,60 1,60 1122,519 1121,621 0,00
REDE-02 PV-15->PV-14.2 1123,221 1122,560 0,387 2,377 1,474 0,62 0,015 1199,07 318,444 30,45 0,469 0,022 600 2,17 2,90 0,33 55,75 1,60 1,60 1121,621 1120,960 0,76
REDE-14-NOROESTE PV-14.2 (EXISTENTE) 0,000 0,000 0,476 2,854 1,769 0,62 0,000 1209,58 316,972

REDE-03 PV-01->PV-02 1132,667 1132,128 0,420 0,420 0,260 0,62 0,015 900,00 367,361 43,00 0,096 0,013 600 1,26 1,55 0,16 27,05 1,40 1,40 1131,266 1130,726 0,10
REDE-03 PV-02->PV-03 1132,128 1131,618 0,538 0,957 0,593 0,62 0,015 927,81 362,111 26,00 0,215 0,020 600 1,58 2,11 0,23 39,01 1,50 1,40 1130,626 1130,216 0,10
REDE-03 PV-03->PV-04 1131,618 1130,317 0,620 1,577 0,978 0,62 0,015 940,16 359,833 40,45 0,352 0,032 600 2,96 3,03 0,26 42,99 1,50 1,40 1130,116 1128,917 0,05
REDE-03 PV-04->PV-05 1130,317 1129,600 0,000 1,577 0,978 0,62 0,015 953,53 357,417 19,55 0,350 0,037 600 3,43 3,19 0,25 41,14 1,45 1,40 1128,867 1128,196 0,15
REDE-03 PV-05->PV-09 1129,600 1128,690 1,105 2,683 1,663 0,62 0,015 959,66 356,306 26,85 0,593 0,034 600 3,20 3,55 0,34 57,15 1,55 1,50 1128,046 1127,188 0,50
REDE-03 PV-06->PV-07 1131,107 1129,875 0,847 0,847 0,525 0,62 0,015 900,00 367,361 60,00 0,193 0,021 600 2,02 2,24 0,21 34,45 1,52 1,50 1129,587 1128,376 0,15
REDE-03 PV-07->PV-08 1129,875 1129,254 0,909 1,757 1,089 0,62 0,015 926,84 362,306 27,00 0,395 0,023 600 1,56 2,45 0,33 55,44 1,65 1,45 1128,226 1127,804 0,05
REDE-03 PV-08->PV-09 1129,254 1128,690 0,741 2,497 1,548 0,62 0,015 937,85 360,250 21,75 0,558 0,026 600 2,61 3,23 0,35 58,70 1,50 1,50 1127,754 1127,188 0,50
REDE-03 PV-09->PV-10 1128,690 1126,558 0,133 5,314 3,295 0,62 0,015 967,22 354,944 60,00 1,169 0,036 800 3,22 4,22 0,43 54,03 2,00 1,80 1126,688 1124,758 0,05
REDE-03 PV-10->PV-11 1126,558 1125,325 0,185 5,498 3,409 0,62 0,015 981,44 352,444 40,00 1,201 0,031 800 2,96 4,11 0,45 56,39 1,85 1,80 1124,708 1123,525 0,05
REDE-03 PV-11->PV-12 1125,325 1123,640 0,173 5,672 3,516 0,62 0,015 991,17 350,750 50,00 1,233 0,034 800 2,87 4,09 0,46 57,87 1,85 1,60 1123,475 1122,040 0,00
REDE-03 PV-12->PV-13 1123,640 1121,664 0,197 5,868 3,638 0,62 0,015 1003,39 348,639 49,71 1,269 0,040 800 3,98 4,67 0,43 53,22 1,60 1,60 1122,040 1120,064 0,10
REDE-03 PV-13->PV-14 1121,664 1121,240 0,191 6,059 3,757 0,62 0,015 1014,04 346,833 12,41 1,303 0,034 800 3,01 4,22 0,47 59,04 1,70 1,65 1119,964 1119,590 0,25
REDE-03 PV-14->PV-15 1121,240 1120,604 0,188 6,247 3,873 0,62 0,015 1016,99 346,333 54,64 1,342 0,012 1000 0,98 2,79 0,59 58,81 1,90 1,80 1119,340 1118,804 0,00
REDE-03 PV-15->PV-PV-23.2 1120,604 1120,359 0,591 6,839 4,240 0,62 0,015 1036,55 343,083 47,49 1,455 0,005 1000 1,36 3,22 0,56 55,87 1,80 2,20 1118,804 1118,159 0,06
REDE-23-NOROESTE PV-23.2 (EXISTENTE) 0,000 0,000 0,720 7,559 4,687 0,62 0,000 1051,28 340,667

21
PLANILHA PARA CÁLCULO DE COLETORES DE ÁGUAS PLUVIAIS
REDE 01, 02, 03 E 04 - HOSPITAL DA CRIANÇA

Trecho Cota do Terreno Área de Área Coef. de Tempo de Vazão Declividade Diâmetro Declividade Altura da Profundidade Cota Geratriz Inf. Tubo
SAxC Coef. de Intensidade Extensão Velocidade Enchimento Degrau
REDES Contrib. Total Escoam. Concent. Estimada do Terreno ou Seção do Tubo Lâmina Mont. Jus.
Estruturas Mont. (m) Jus. (m) (ha) Manning (l/sxha) (m) (m/s) (%) Mont. (m) Jus. (m) (m)
(ha) (ha) C (s) (m³/s) (m/m) (mm) (%) (m) (m) (m)
REDE-04 PV-01->PV-02 1123,370 1120,840 0,126 0,126 0,088 0,70 0,015 900,00 367,361 60,00 0,032 0,042 600 4,22 1,72 0,07 11,82 1,40 1,40 1121,970 1119,440 0,10
REDE-04 PV-02->PV-03 1120,840 1119,200 0,318 0,444 0,311 0,70 0,015 934,84 360,806 41,00 0,112 0,040 600 3,76 2,39 0,13 22,27 1,50 1,40 1119,340 1117,800 0,15
REDE-04 PV-03->PV-3.3 (EXISTENTE) 1119,200 1119,090 0,561 1,005 0,704 0,70 0,015 951,99 357,694 19,35 0,252 0,006 600 1,34 2,07 0,27 44,47 1,55 1,70 1117,650 1117,390 0,46
REDE-03-NOROESTE PV-3.3->PV-3.4 (EXISTENTE) 1119,090 1117,940 0,506 2,910 2,037 0,70 0,015 963,12 355,694 70,63 0,725 0,016 800 1,64 2,91 0,40 49,61 2,16 2,17 1116,930 1115,770 0,00
REDE-03-NOROESTE PV-3.4 (EXISTENTE) 0,000 0,000 0,000 2,910 2,037 0,70 0,000 987,37 351,417

QUANTITATIVOS - REDE GERAL


Item Quant. Unidade

PV's 82 Unidades
Tubos
600 1.677,15 m
800 434,18 m
1000 289,03 m
1200 348,06 m
1500 1.097,93 m

22
4 VERIFICAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO
EXISTENTES

4.1 ESTUDOS HIDROLÓGICOS

No estudo hidrológico foram adotados modelos matemáticos do tipo chuva x vazão


para a definição dos hidrograma de projeto, em virtude da carência de dados fluviométricos
que poderiam subsidiar análises estatísticas de cheias.
Os dados necessários à elaboração desses estudos compreendem fundamentalmente
as características hidráulicas e geomorfológicas da bacia, suas condições de
impermeabilização, tempos de concentração, bem como as precipitações de projeto.

4.1.1 DEFINIÇÃO DA CHUVA DE PROJETO

Nos projetos de obras de reservação de deflúvios é fundamental a definição do


hietograma da precipitação e do volume de deflúvio. A composição do hietograma foi a partir
das curvas IDF da NOVACAP, sendo estas construídas a partir de registros históricos de
alturas de precipitação versus duração (ver capítulo 2.3).

4.1.2 TEMPO DE RETORNO

O tempo de retorno (TR), ou período de retorno, é definido como o tempo médio no


qual um determinado evento é igualado ou superado, em uma série muito longa de
observações. Os tempos de retorno utilizados no dimensionamento são apresentados no
capítulo 2.4.

4.1.3 MÉTODO DO SOIL CONSERVATION SERVICE (SCS)

Neste estudo foi utilizado o método do Soil Conservation Service (SCS, 1975) para a
separação do escoamento. Ressalte-se que os métodos do SCS são os mais aplicados no
Brasil em função de sua relativa simplicidade, da existência dos dados necessários e da
aceitação de seus resultados pelas instituições públicas brasileiras de recursos hídricos.
A estimativa das perdas nas precipitações é fundamental para a avaliação das cheias
em uma dada bacia hidrográfica.

23
Para estimativa da chuva efetiva (Loss) utilizou-se o software HEC-HMS que dispõe
de vários modelos como:

 Perda inicial mais perdas constantes (Initial and Constant Loss);


 Método de SCS em grade;
 Método de Smith Parlange;
 Método de Green-Ampt;
 Método do SCS número de deflúvio (Curve Number);
 Balanço de umidade no solo;
 Balanço de umidade no solo em grade.

O método do SCS foi desenvolvido em 1972 no Serviço de Conservação de Solos dos


Estados Unidos. Esse método foi ampliado para dados em grade, de observações em radares.
Em 1975 o SCS emitiu a nota técnica TR-55 (Technical Release 55) na qual foram
apresentados todos os conceitos de sustentação teórica e dados para aplicação dos métodos
do SCS nos Estados Unidos.

4.1.4 PRECIPITAÇÃO DE PROJETO

Para a obtenção do hietograma de projeto, que é o gráfico de totais precipitados em


intervalos parciais dentro da duração considerada, deve-se adotar uma distribuição temporal
da precipitação ao longo da duração da chuva.
No projeto foi utilizado o Método dos Blocos Alternados (citado em CHOW ET AL.,
1957) para a distribuição temporal da precipitação, com intensidade obtida através da curva
I-D-F. O método consiste na determinação das alturas de chuva em cada intervalo de tempo,
rearranjando o posicionamento destas alturas na duração total da precipitação de forma
alternada, ou seja, a partir do pico são distribuídos os valores de lâmina de chuva em ordem
decrescente alternadamente no sentido esquerda-direita do pico. Em geral o pico de chuva é
posicionado no centro de duração, no entanto pode ser escolhida outra posição, de acordo
com as características locais predominantes.
Recomenda-se uma precisão de minuto para os intervalos. Toleram-se pequenos
arredondamentos tanto para a duração total do hietograma quanto para os intervalos de
tempo, de modo que a soma destes resulte, com precisão de minuto, exatamente no valor da
referida duração total.
A discretização do tempo de duração da chuva foi feita em intervalos de tempo iguais,
de forma a obedecer algumas regras para definição do intervalo de discretização. Este
intervalo não deve ser maior do que o tempo de concentração da bacia e deve ser um
submúltiplo do intervalo de discretização utilizado no modelo de cálculo adotado. Para cada

24
intervalo calcular a precipitação correspondente através de equações IDF da NOVACAP. Em
seguida, deve-se determinar os incrementos de chuva correspondentes a cada intervalo e
rearranjar os incrementos da chuva de maneira a ter o bloco mais intenso entre 1/3 e 1/2 da
duração da chuva. Os demais blocos devem ser colocados de forma a seguir a seguinte
sequência: ΔPt5 - ΔPt3 - ΔPt1 - ΔPt2 - ΔPt4 - ΔPt6.
Tucci (1993) propõe a sequência ΔPt6 - ΔPt4 - ΔPt3 - ΔPt2 - ΔPt5 - ΔPt6, modificando
o método original. Costa & Menezes (2007) compara as duas opções e constata que a
proposta de Tucci (1993) leva a picos de vazão maiores com volumes menores. Desta forma,
pode-se testar a sequência a ser adotada, sempre mantendo uma lógica na escolha. Neste
estudo, optou-se por utilizar o método original para rearranjar os incrementos de chuva.
A Figura 3 apresenta a sequência de cálculo, com equacionamento, no Método dos
Blocos Alternados.

Definição da equação IDF


adotada

Escolha da duração da chuva (td) e do


intervalo de discretização (Δt)

Cálculo da Intensidade da Precipitação em


cada Intervalo de Tempo (i) em mm/h

Cálculo da Precipitação Acumulada em cada


Intervalo de tempo (Pn = i . tn) em mm

Cálculo da Precipitação a cada Intervalo de


discretização ( ΔP = Pn+1 - Pn) em mm

Rearranjo do Blocos de Precipitação na sequência


ΔPt5 - ΔPt3 - ΔPt1 - ΔPt2 - ΔPt4 - ΔPt6 ou ΔPt6 - ΔPt4 -
ΔPt3 - ΔPt2 - ΔPt5 - ΔPt6

Distribuição da precipitação pelo


Métododos Blocos Alternados

Figura 3: Exemplo de sequência de cálculo no Método dos Blocos Alternados.

25
Os hietogramas de projeto foram construídos para os tempos de retorno 25 e 50 anos,
visando os estudos de funcionamento das estruturas de controle do reservatório de detenção.
Hietograma de Projeto para TR = 25 anos e duração de 1 hora

20
18

Precipitação (mm)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
5 10 15
20 25 30
35 40
45 50
60 55
Duração (min)
Gráfico 3: Hietograma de projeto para TR = 25 anos e duração de 1 hora.

Hietograma de Projeto para TR = 50 anos e duração de 1 hora

22
20
Precipitação (mm)

18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
5 10 15
20 25 30
35 40
45 50 55 60
Duração (min)

Gráfico 4: Hietograma de projeto para TR = 50 anos e duração de 1 hora.

4.1.5 PARÂMETRO CN

O parâmetro CN depende do tipo, condições de uso e ocupação e umidade do solo no


período que antecede ao evento. Com relação aos tipos de solo e condições de ocupação, o
SCS distingue, no método, quatro grupos hidrológicos de solos, que variam desde areias com
grande capacidade de infiltração a solos argilosos com capacidade de infiltração
extremamente baixa (30 - 40% de argila total).
Grupo A – Solos arenosos, com baixo teor de argila total (inferior a 8,0%), sem rochas,
sem camada argilosa e nem mesmo densificada até a profundidade de 1,5m. O teor de húmus
é muito baixo, não atingindo 1,0%.

26
Grupo B – Solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor de
argila total, porém ainda inferior a 15%. No caso de terras roxas este limite pode subir a 20%
graças a maior porosidade. Os dois teores de húmus podem subir, respectivamente, a 1,2%
e 1,5%. Não pode haver pedras e nem camadas argilosas até 1,5m, mas é quase sempre
presente uma camada mais densificada que a camada superficial.
Grupo C – Solos barrentos, com teor de argila de 20 a 30%, mas sem camadas
argilosas impermeáveis ou contendo pedras até a profundidade de 1,2m. No caso de terras
roxas, estes dois limites máximos podem ser de 40% e 1,5m. Nota-se, a cerca de 60cm de
profundidade, camada mais densificada que no Grupo B, mas ainda longe das condições de
impermeabilidade.
Grupo D – Solos argilosos (30 a 40% de argila total) e com camada densificada a uns
50cm de profundidade ou solos arenosos como B, mas com camada argilosa quase
impermeável ou horizonte de seixos rolados.
A Tabela 6 fornece valores de CN para os diferentes tipos de solo e respectivas
condições de ocupação. Cabe ressaltar que essa tabela se refere à Condição II de umidade
antecedente do solo.

27
Tabela 6: Valores de CN em função da cobertura e do tipo de solo (Condição II de Umidade)

NUMEROS DA CURVA DO SCS (CONDIÇÃO DE UMIDADE II)

BACIAS URBANAS
USO DO SOLO SUPERFÍCIE SOLO A SOLO B SOLO C SOLO D
Lote até 500m² (65% impermeável) 77 85 90 92
Residencial Lote até 1000m² (38% imperveável) 61 75 83 87
Lote até 1500m² (30% impermeável) 57 72 81 86
Pavimentados 98 98 98 98
Estacionamentos
Cobertos (telhados) 98 98 98 98
Pavimentadas, com guias e drenagens 98 98 98 98
Ruas e Estradas Com cascalho 76 85 89 91
De terra 72 82 87 89
Áreas comerciais 85% de impermeabilização 89 92 94 95
Distritos industriais 72% de impermeabilização 81 88 91 93
Boas condições, cobertura de grama > 75% 39 61 74 80
Espaços abertos, parques e jardins
Condições médias, cobertura de grama > 50% 49 69 79 84
BACIAS RURAIS
USO DO SOLO SUPERFÍCIE SOLO A SOLO B SOLO C SOLO D
Terreno preparado para plantio Plantio em linha reta 77 86 91 94
(descoberto) Em fileiras retas 70 80 87 90
Linha reta, condições ruins 72 81 88 91
Linha reta, condições boas 67 78 85 89
Cultura em fileiras
Curva de nível, condições ruins 70 79 84 88
Curva de nível, condições boas 65 75 82 86
Linha reta, condições ruins 65 76 84 88
Linha reta, condições boas 63 75 83 87
Cultura de grãos
Curva de nível, condições ruins 63 74 82 85
Curva de nível, condições boas 61 73 81 84
Em curvas de nível 60 72 81 88
Terraceado em nível 57 70 78 89
Plantações de legumes Pobres 68 79 86 89
Normais 49 69 79 94
Boas 39 61 74 80
Linha reta, pobres 68 79 86 89
Linha reta, normais 49 69 79 84
Linha reta, densos 39 61 74 80
Pastagens
Curvas de nível, pobres 47 67 81 88
Curvas de nível, normais 25 59 75 83
Curvas de nível, densos 6 35 70 79
Normais 30 58 71 78
Campos Esparsos, baixa transpiração 45 66 77 83
Densos, alta transpiração 25 55 70 77
Normais 56 75 86 91
Estradas de terra Más 72 82 87 89
Superfície dura 74 84 90 92
Muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91
Esparsas 46 68 78 84
Florestas
Densas, alta transpiração 26 52 62 69
Normais 36 60 70 76

28
O método do SCS distingue 3 condições de umidade antecedente do solo.
Condição I – solos secos - as chuvas nos últimos 5 dias não ultrapassaram 15mm.
Condição II – situação média na época de cheias - as chuvas nos últimos 5 dias
totalizaram entre 15 e 40mm.
Condição III – solo úmido (próximo da saturação) - as chuvas nos últimos 5 dias foram
superiores a 40mm e as condições meteorológicas foram desfavoráveis a altas taxas de
evaporação.
Como as tabelas para achar o número CN se referem às condições normais chamada
Condição II, conforme o solo antecedente estiver seco ou úmido terá que ser feito às
correções do número CN.
Com as equações de Sobhani, 1975 in Asce, 2009 que conseguimos calcular
analiticamente o valor de CN(I) para o caso de seca e CN(III) para o caso de chuva
antecedente.
CN(II)
CN(I) =
[2,334 − 0,01334 ∗ CN(II)]

CN(II)
CN(III) =
[0,4036 + 0,0059 ∗ CN(II)]

Na estimativa das vazões de entrada nos reservatórios, optou-se por adotar o CN


futuro para as sub-bacias (Tabela 7) de acordo com uma correlação entre os valores das
vazões apresentadas no projeto de drenagem do SHNW (TOPOCART, 2009). Adotaram-se
condições de umidade antecedente tipo II, uma prática corrente em estudos dessa natureza.

29
4.1.6 PARÂMETROS DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA E DO MODELO DE
PROPAGAÇÃO EM CANAIS

O hidrograma unitário sintético do SCS, na versão HEC-HMS, além da área da bacia


requer a estimativa do tempo de resposta da bacia (“lag-time”), expresso como uma função
do tempo de concentração (tc). Os tc foram estimados por sub-bacia, considerando-se uma
combinação de aplicação do tempo de deslocamento superficial de 15 minutos com a
somatória do tempo de percurso calculado pelo método cinemático. A equação do tempo de
concentração fica como segue:
1 𝑙𝑖
𝑡𝑐 = 15,00 + ∑
60 𝑣𝑖
𝑖

Sendo:
𝑡𝑐 : tempo de concentração (min);
𝑙𝑖 : comprimento de trecho canalizado, com declividade constante (m);
𝑣𝑖 : velocidade de escoamento no trecho canalizado, com declividade constante (m/s).

4.1.7 MÉTODO DO NÚMERO DE ESCOAMENTO DO SCS

O método do número de escoamento do SCS estima a chuva excedente como uma


função da precipitação acumulada e da cobertura do solo, do uso da terra e da umidade
antecedente, utilizando a seguinte equação:
(𝑃 − 𝐼𝑎 )2
𝑃𝑒 = 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑃 > 𝐼0
𝑃 − 𝐼𝑎 + 𝑆

𝑃𝑒 = 0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑃 ≤ 𝐼0

Onde:
Pe – é o deflúvio (precipitação excedente) (mm);
P – representa a altura total da chuva (mm);
𝐼𝑎 – denota a abstração inicial (mm);
S – refere-se à retenção potencial máxima, a qual mede a capacidade da bacia de
reter as precipitações.

Utilizando estudos experimentais em bacias dos Estados Unidos, o SCS desenvolveu


uma equação empírica para estimar S em função de Ia na forma:
𝐼 = 0,2 𝑆
Em consequência, a equação da chuva excedente pode ser escrita na forma:
(𝑃 − 0,2𝑆)2
𝑃𝑒 =
𝑃 + 0,8𝑆

30
Para determinar o valor de S, o SCS estabeleceu uma relação empírica com o CN,
sendo este uma função do tipo de solo e da cobertura vegeta que foi tabelada. A correlação
para a estimativa do CN é a seguinte:
25400 − 10𝐶𝑁
𝑆=
𝐶𝑁

Onde:
S – representa a retenção potencial máxima pelos solos após o início do escoamento
(mm)
CN – o número de escoamento (Tabela 6).

4.1.8 MÉTODO DO HIDROGRAMA UNITÁRIO DO SCS

O SCS concebeu um HU adimensional para o qual a ordenada da vazão no instante i


é expressa pela razão entre a vazão q e a vazão de pico q p em função da razão entre o tempo
t e o tempo no qual ocorre a vazão de pico (T p).
As características físicas das bacias hidrográficas são incorporadas ao modelo pelos
parâmetros: área da bacia (A), tempo até o pico t p, vazão de pico qp, tempo de concentração
(tc), e tempo de retardo (lag) tL.
Os parâmetros do modelo são a área da bacia e o tempo de concentração, os demais
são calculados pelas equações desenvolvidas pelo SCS.
A sequência de cálculo é dada por:

o Estima-se o tempo de concentração (tc) da bacia utilizando-se fórmulas empíricas ou


estimando o tempo de viagem de uma gota de chuva do ponto mais distante ao
exutório da bacia;
o Com o valor de tc, estima-se o tempo de retardo tL pela relação 𝑡𝐿 = 0,6𝑡c;
o Estima-se o valor do tempo até o pico (tp) em função do intervalo de cálculo:

∆𝑡
𝑡𝑝 = +𝐿
2
Onde:
Δt – denota o intervalo de tempo de cálculo;
tL – o lag da bacia hidrográfica.

31
o Calcula-se a vazão de pico pela fórmula:

2,08𝐴
𝑞𝑝 =
𝑡𝑝
Onde:
qp – é a vazão de pico em m3/s;
A – área de drenagem em km2;
tp – é o tempo de pico, em h.

Dessa forma, conhecendo-se a vazão de pico qp e o tempo onde acontece o pico pode-
se obter as ordenadas do HU.

4.1.9 MODELAGEM CHUVA-VAZÃO POR EVENTO: O MODELO HEC- HMS

O modelo hidrológico empregado no estudo foi o modelo HEC-HMS, versão 4.1,


desenvolvido pelo Hydrologic Engineering Centre, do Corpo de Engenheiros do Exército dos
EUA (US Army Corps of Engineers). O HEC-HMS contempla, de fato, uma solução
multimodelo composta por diferentes alternativas de modelagem da precipitação de projeto,
da precipitação efetiva, da concentração dos escoamentos por modelagem do escoamento
superficial e da propagação de hidrogramas de cheia em cursos d’água, reservatórios e outras
áreas de armazenamento, como as bacias de detenção.
Trata-se de um modelo semi-distribuído de simulação por evento. No caso do estudo
hidrológico em estudo, empregaram-se as seguintes soluções de modelagem:

 Chuvas efetivas calculadas por meio do método Soil Conservation Service (Método
SCS), com emprego do parâmetro CN;
 Modelagem da concentração de escoamentos adotando-se o modelo do hidrograma
unitário sintético triangular igualmente proposto pelo SCS;
 Modelagem da propagação de hidrogramas de cheia em áreas de armazenamento
(reservatórios de detenção) pelo método de Puls modificado.

32
4.1.10 AMORTECIMENTO DE CHEIAS EM RESERVATÓRIOS (ROUTING)

O método utilizado no dimensionamento do reservatório é o de Puls, por ser um dos


mais conhecidos. O método utiliza a equação de continuidade concentrada, sem contribuição
lateral e a relação entre o armazenamento e a vazão é obtida considerando a linha de água
do reservatório horizontal.
A variação do volume armazenado em um reservatório pode ser descrita pela
equação:
𝑑𝑆
𝐼−𝑄 =
𝑑𝑡

Onde:
I – vazão afluente;
Q – vazão efluente;
S – Volume armazenado;
t – tempo.
dS/dt – denota a variação no armazenamento por unidade de tempo.

Para um intervalo de tempo t, a equação acima pode ser escrita na forma de
diferenças finitas e rearranjada como:
2𝑆1 2𝑆2
(𝐼1 + 𝐼2 ) + ( − 𝑄1 ) = ( + 𝑄2 )
∆𝑡 ∆𝑡

Onde:
I1 e I2 – vazões afluentes nos instantes 1 e 2;
t – período de tempo entre 1 e 2;
S1 e S2 – volumes reservados nos instantes 1 e 2;
Q1 e Q2 – vazões efluentes nos instantes 1 e 2;

As incógnitas são, portanto, S 2 e Q2, que podem ser obtidas por intermédio das
relações das curvas (cota x volume), (cota x vazão efluente), e das curvas auxiliares em
função do volume armazenado e da vazão efluente.

33
4.2 ESTRUTURAS DE SAÍDA DO RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO

As vazões efluentes dos reservatórios de detenção on-line dependem do tipo e das


dimensões da sua estrutura de controle de saída. As relações entre o NA e as vazões
extravasadas podem ser obtidas mediante utilização dos parâmetros hidráulicos (como
coeficientes de descarga) aplicados às relações do escoamento em cada caso. No projeto
foram adotadas estruturas de controle mistas compreendendo a extravazão através de
(orifício e vertedor).
As estruturas hidráulicas mistas ou de múltiplos estágios são aquelas posicionadas em
uma mesma localidade e projetadas para diferentes tempos de recorrência (TR) para um
melhor desempenho no atendimento dos eventos de chuva.
O controle das vazões de descarga é realizado em cada estágio, sendo que o estágio
inferior (S1) corresponde a um descarregador de fundo que opera primeiramente como um
vertedor. A partir do momento em que o nível de água do reservatório se eleva e beira a parte
superior do mesmo, o controle passa a ser de um orifício. As vazões esperadas para este
estágio correspondem ao tempo de recorrência máximo de 25 anos.
O estágio intermediário (S2) foi dimensionado para uma vazão de 25 anos, no qual
corresponde a um vertedor do tipo retangular de parede espessa.

4.2.1 DETERMINAÇÃO DA SEÇÃO DO DESCARREGADOR DE FUNDO

O descarregador de fundo (orifício) deve ser instalado no reservatório de forma a


permitir a liberação gradual da água armazenada. Deve-se instalar o descarregador junto ao
fundo do reservatório, evitando assim o acúmulo de água no interior da estrutura.
A vazão descarregada Q foi determinada pela relação:
𝑄 = 𝐾0 𝑎0 √2𝑔ℎ

Onde:
K0 – coeficiente de descarga do orifício (adimensional), sendo adotado o valor típico
para orifícios com cantos vivos 0,6;
a0 – área da seção transversal do orifício;
h – lâmina ou altura d’água, acima do eixo central do orifício (orifício livre) ou diferença
de nível d’água (orifício afogado);
g – aceleração da gravidade (9,81 m/s²).

34
4.2.2 DIMENSIONAMENTO DO VERTEDOR DE EXCESSOS

O vertedor de excessos, como o próprio nome sugere, tem a finalidade de escoar o


excesso de água que entra no reservatório, quando ocorrem chuvas com intensidade superior
à utilizada no dimensionamento.
O vertedor, de acordo com aspectos construtivos utilizados, pode ser de paredes
delgadas ou de parede espessa.
Os elementos que caracterizam os vertedores estão relacionados a seguir (PORTO,
1998):

 Crista ou Soleira: é a parte superior, onde ocorre o contato com a lâmina vertente;
 Carga (H): é a diferença entre a cota da soleira e o nível de água a montante medida
a uma distância do vertedor, na qual a distribuição de pressão é hidrostática;
 Altura do vertedor (p): distância entre a cota de fundo do canal ou reservatório e a cota
da crista da soleira;
 Largura (L): largura da soleira.

A Figura 4 apresenta um desenho esquemático dos principais parâmetros que


constituem um vertedor. No caso, é apresentado um vertedor retangular de soleira delgada e
com contração lateral.

Figura 4: Vertedor retangular de soleira delgada. Adaptado (PORTO, 1998).

35
O vertedor retangular é caracterizado por uma soleira que deve ter uma espessura (e)
suficientemente longa para proporcionar um paralelismo ao longo de si mesmo, com
distribuição hidrostática de pressão graças à aderência do escoamento com o plano horizontal
do vertedor. A altura da soleira é caracterizada pela elevação do fundo do canal (Delta Z),
conforme Figura 5.

Figura 5: Vertedor de soleira espessa. Adaptado (PORTO, 1998).

Os vertedores podem ser classificados quanto à natureza da parede, sendo:

 Parede delgada: e < 2/3H


 Parede espessa: e ≥ 2/3H

Onde e é a espessura da parede do vertedor; e H é a carga máxima desejada no


vertedor (H = z – zw, sendo z é a cota corrente e zw é a cota da crista).
Os vertedores serão do tipo retangular (elevado e emergência), sendo que vazão Q foi
determinada pela relação:
𝑄 = 𝐶𝑣. 𝐿. 𝐻1,5

Onde:
Cv – coeficiente de vazão (adimensional), sendo adotado o valor de 1,83 para o
vertedor de soleira delgada (elevado) e 1,71 para vertedor de soleira espessa
(emergência);
L – Comprimento útil da soleira (m);
H – Carga total acima da soleira (m).

36
4.3 MODELAGEM HIDROLÓGICA E HIDRÁULICA

4.3.1 DISCRETIZAÇÃO ESPACIAL DO PROJETO

Tendo em vista as redes e reservatórios de detenção existentes, elaborou-se os


diagramas unifilar para modelagem pelo HEC-HMS.

Figura 6: Diagrama unifilar HEC-HMS dos reservatórios em série – RES. 01, RES. 02, RES. 03 e RES. 04.

Os parâmetros adotados para o modelo hidrológico pelo método SCS Unit Hydrograph
são apresentados na tabela a seguir:

Tabela 7: Parâmetros adotados para o modelo hidrológico.

PARÂMETROS RES. 01 RES. 02 RES. 03 RES. 04


Área da sub-bacia (ha) 105,58 308,90 98,11 104,20
Intervalo de cálculo (Time Interval) (min) 2 2 2 2
Número da curva CN (Curve Number) 82 70 86 86
Duração da chuva (h) 1 1 1 1
Precipitação de 1 hora (mm/h) 67,53 67,53 67,53 67,53
Tempo de retorno (anos) 25 25 25 25

As áreas de contribuições (vide Figura 2) das sub-bacias dos reservatórios


compreendem:
RES. 01 – área externa 5 = 14,0ha; área externa 6 = 29,32ha; área drenagem 5 =
22,15ha; área parque 1 = 40,11ha.
RES. 02 – área externa 1 = 34,21ha; área externa 2 = 73,44ha; área externa 3 =
13,55ha; área externa 4 = 44,22ha; área de expansão 2 = 28,02ha; área drenada 4 = 88,65ha;
área parque 2 = 26,81ha.
RES. 03 – área drenada 3 = 58,08ha; área parque 3 = 53,49ha.
RES. 04 – área drenada 2 = 58,08ha; área parque 4 = 46,12ha.

37
Visando a segurança da estrutura do reservatório em enchentes com maiores períodos
de retorno, optou-se por verificar os vertedouros e as interligações dos reservatórios para TR
de 25 anos, ou seja, há um risco de 4% de ocorrer uma chuva crítica em um ano, relacionada
pela seguinte equação:
1
𝑃=
𝑇𝑅
Onde:
P – é a probabilidade de excedência;
TR – tempo de retorno;
Assim, se a excedência ocorre em média uma vez a cada 25 anos, então a
probabilidade que o evento ocorra em um ano qualquer é 1/25=0,04, ou seja, 4%.
O dimensionamento das obras de drenagem deve ser realizado, portanto, conforme
os riscos aceitáveis, o se faz pela adequada escolha dos tempos de recorrência.

4.3.2 SIMULAÇÕES HIDROLÓGICAS DOS RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO

Apresenta-se, a seguir, uma avaliação das condições de funcionamento e operação


dos reservatórios de detenção em estudo para os diferentes cenários simulados.

38
4.3.2.1 RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO – RES. 01

Chuvas

120
102
108
114
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
84
90
96
0
6
0,0

2,0
Precipitação (mm)

4,0

6,0

8,0

10,0

Infiltração Excedente

Gráfico 5: Chuvas, evento de TR = 25 anos.

Chuvas

120
102
108
114
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
84
90
96
0
6

0,0

2,0
Precipitação (mm)

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

Infiltração Excedente

Gráfico 6: Chuvas, evento de TR = 50 anos.

O controle hidráulico do RES. 01 é composto por:

 Um orifício instalado na cota 1.100,350 (fundo da bacia) com seção circular


(1xØ600mm);
 Um vertedor elevado adotado como parede espessa, com largura de 0,80m instalada
à cota 1.101,645.
 Um vertedor de emergência do tipo parede espessa, com seção transversal retangular
e soleira com largura de 37,0m instalada à cota 1.102,050. A borda livre do reservatório
é de 0,32m, sendo a cota da crista do reservatório 1.102,370.

39
No dimensionamento do reservatório considerou-se as diferentes condições de
funcionamento das estruturas de controle (orifício em descarga livre, orifício afogado, vertedor
em descarga livre e vertedor afogado).
A Figura 7 ilustra a curva cota x volume do reservatório, nota-se que o volume máximo
previsto de armazenamento é de 30.674m3.
Curva Cota x Volume
1.102,5
1.102,0
Cota (m)

1.101,5
1.101,0
1.100,5
1.100,0
0 5 10 15 20 25 30 35
Volume (1000 m3)

Figura 7: Curva cota x volume do reservatório de detenção 01.

A Figura 8 ilustra a curva cota x área do reservatório.


Curva Cota x Volume
1.102,5
1.102,0
Cota (m)

1.101,5
1.101,0
1.100,5
1.100,0
0 5 10 15 20 25 30 35
Volume (1000 m3)

Figura 8: Curva cota x área do reservatório de detenção 01.

Os hidrogramas de entrada e saída (Gráfico 7), os volumes armazenados e os níveis


d’água atingidos no RES. 01 (Gráfico 8), ao longo do tempo, permitindo constatar-se a
eficiência de amortecimento do reservatório de detenção. A cota máxima do NA encontrada
na simulação (TR de 25 anos) do RES. 01 é 1.102,12m, com borda livre de 0,25m em relação
à cota de crista da barragem e volume armazenado de 24.929m3. Percebe-se que o
percentual de amortecimento das vazões de pico do RES. 01 é de 80% da vazão de pico
afluente ao reservatório. Isso significa que o reservatório realiza uma significativa atenuação
das cheias para as áreas de jusante.

40
Hidrogramas Afluente e Defluente
14,00

12,00

10,00
Vazão (m3/s)
8,00

6,00

4,00

2,00

,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 7: Hidrogramas Afluente (12,55m3/s) e Defluente (2,48m3/s), evento de TR = 25 anos e d = 1,0 h.

Volume Armazenado e Cotas de NA


30,00 1102,30

25,00
1101,80
Volume (1000 m3)

20,00

Cota (m)
1101,30
15,00
1100,80
10,00

1100,30
5,00

,00 1099,80
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 8: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 25 anos e d = 1,0 h.

Vazão Máxima de Saída do RES. 01


2,50

2,0
Vazão (m3/s)

1,50

1,0

,50

,0
,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

Gráfico 9: Vazão de saída do RES. 01.

41
Os hidrogramas de entrada e saída para um tempo de retorno de 50 anos podem ser
visualizados a seguir. A cota máxima efluente simulada é 1.102,22m, portanto, 0,15m abaixo
do coroamento. Essa diferença acomoda bem a segurança colocada pelos Engenheiros de
barragens, considerando uma chuva excepcional.
Hidrogramas Afluente e Defluente
16,00
14,00
12,00
Vazão (m3/s)

10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 10: Hidrogramas Afluente (15,28m3/s) e Defluente (5,93m3/s), evento de TR = 50 anos e d = 1,0 h.

Volume Armazenado e Cotas de NA


30,00 1102,50

25,00
1102,0
Volume (1000 m3)

20,00
Cota (m)

1101,50
15,00
1101,0
10,00

1100,50
5,00

,00 1100,0
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 11: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 50 anos e d = 1,0 h.

42
4.3.2.2 RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO – RES. 02

O controle hidráulico do RES. 02 é composto por:

 Um orifício instalado na cota 1.087,820 (fundo da bacia) com seção retangular


(300x400mm);
 Um vertedor elevado adotado como parede espessa, com largura de 1,06m instalada
à cota 1.088,720.
 Um vertedor de emergência do tipo parede espessa, com seção transversal retangular
e soleira com largura de 82,0m instalada à cota 1.089,120. A borda livre do reservatório
é de 0,30m, sendo a cota da crista do reservatório 1.089,420.

No dimensionamento do reservatório considerou-se as diferentes condições de


funcionamento das estruturas de controle (orifício em descarga livre, orifício afogado, vertedor
em descarga livre e vertedor afogado).
A Figura 9 ilustra a curva cota x volume do reservatório, nota-se que o volume máximo
previsto de armazenamento é de 109.616m3.
Curva Cota x Volume
1.090,0
1.089,5
Cota (m)

1.089,0
1.088,5
1.088,0
1.087,5
0 20 40 60 80 100 120
Volume (1000 m3)

Figura 9: Curva cota x volume do reservatório de detenção 02.

A Figura 10 ilustra a curva cota x área do reservatório.


Curva Cota x Area
1.090,0
1.089,5
Cota (m)

1.089,0
1.088,5
1.088,0
1.087,5
50 55 60 65 70 75 80 85
Area (1000 m2)

Figura 10: Curva cota x área do reservatório de detenção 02.

43
Os hidrogramas de entrada e saída, os volumes armazenados e os níveis d’água
atingidos no RES. 02, ao longo do tempo, são apresentados a seguir, permitindo constatar-se
a eficiência de amortecimento do reservatório de detenção. A cota máxima do NA encontrada
na simulação (TR de 25 anos) do RES. 02 é 1.088,70m, com borda livre de 0,72m em relação
à cota de crista da barragem e volume armazenado de 54.316m3. Percebe-se que o
percentual de amortecimento das vazões de pico do RES. 02 é de 99% da vazão de pico
afluente ao reservatório. Isso significa que o reservatório realiza uma significativa atenuação
das cheias para as áreas de jusante.

Hidrogramas Afluente e Defluente


30,00

25,00

20,00
Vazão (m3/s)

15,00

10,00

5,00

,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 12: Hidrogramas Afluente (24,59m3/s) e Defluente (0,27m3/s), evento de TR = 25 anos e d = 1,0 h.

Volume Armazenado e Cotas de NA


60,00 1088,80
1088,70
50,00 1088,60
Volume (1000 m3)

1088,50
40,00 1088,40
Cota (m)

1088,30
30,00
1088,20
20,00 1088,10
1088,0
10,00 1087,90
1087,80
,00 1087,70
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 13: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 25 anos e d = 1,0 h.

44
Vazão Máxima de Saída do RES. 02
,30

,20
Vazão (m3/s)

,10

,0
,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

Gráfico 14: Vazão de saída do RES. 02.

Os hidrogramas de entrada e saída para um tempo de retorno de 50 anos podem ser


visualizados a seguir. A cota máxima efluente simulada é 1.088,96m, portanto, 0,46m abaixo
do coroamento. Essa diferença acomoda bem a segurança colocada pelos Engenheiros de
barragens, considerando uma chuva excepcional.

Hidrogramas Afluente e Defluente


35,00

30,00

25,00
Vazão (m3/s)

20,00

15,00

10,00

5,00

,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 15: Hidrogramas Afluente (31,63m3/s) e Defluente (0,53m3/s), evento de TR = 50 anos e d = 1,0 h.

45
Volume Armazenado e Cotas de NA
80,00 1089,30
70,00
1089,0
60,00
Volume (1000 m3) 1088,70
50,00

Cota (m)
40,00 1088,40
30,00
1088,10
20,00
1087,80
10,00
,00 1087,50
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 16: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 50 anos e d = 1,0 h.

4.3.2.3 RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO – RES. 03

O controle hidráulico do RES. 03 é composto por:

 Um orifício instalado na cota 1.062,500 (fundo da bacia) com seção circular


(1xØ600mm);
 Um vertedor elevado adotado como parede espessa, com largura de 0,60m instalada
à cota 1.064,100;
 Um vertedor de emergência do tipo parede espessa, com seção transversal retangular
e soleira com largura de 30,0m instalada à cota 1.064,830. A borda livre do reservatório
é de 0,47m, sendo a cota da crista do reservatório 1.065,300.

No dimensionamento do reservatório considerou-se as diferentes condições de


funcionamento das estruturas de controle (orifício em descarga livre, orifício afogado, vertedor
em descarga livre e vertedor afogado).

46
A Figura 11 ilustra a curva cota x volume do reservatório, nota-se que o volume máximo
previsto de armazenamento é de 43.551m3.
Curva Cota x Volume
1.065,5
1.065,0
1.064,5
Cota (m)

1.064,0
1.063,5
1.063,0
1.062,5
1.062,0
0 10 20 30 40 50
Volume (1000 m3)

Figura 11: Curva cota x volume do reservatório de detenção 03.

A Figura 12 ilustra a curva cota x área do reservatório.


Curva Cota x Area
1.065,5
1.065,0
1.064,5
Cota (m)

1.064,0
1.063,5
1.063,0
1.062,5
1.062,0
13 14 15 16 17
Area (1000 m2)

Figura 12: Curva cota x área do reservatório de detenção 03.

Os hidrogramas de entrada e saída, os volumes armazenados e os níveis d’água


atingidos no RES. 03, ao longo do tempo, são apresentados a seguir, permitindo constatar-se
a eficiência de amortecimento do reservatório de detenção. A cota máxima do NA encontrada
na simulação (TR de 25 anos) do RES. 03 é 1.064,62m, com borda livre de 0,71m em relação
à cota de crista da barragem e volume armazenado de 31.901m3. Percebe-se que o
percentual de amortecimento das vazões de pico do RES. 03 é de 92% da vazão de pico
afluente ao reservatório. Isso significa que o reservatório realiza uma significativa atenuação
das cheias para as áreas de jusante.

47
Hidrogramas Afluente e Defluente
20,00
18,00
16,00
Vazão (m3/s) 14,00
12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 17: Hidrogramas Afluente (18,38m3/s) e Defluente (1,40m3/s), evento de TR = 25 anos e d = 1,0 h.

Volume Armazenado e Cotas de NA


35,00 1065,0

30,00 1064,50
Volume (1000 m3)

25,00
1064,0

Cota (m)
20,00
1063,50
15,00
1063,0
10,00

5,00 1062,50

,00 1062,0
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 18: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 25 anos e d = 1,0 h.

Vazão Máxima de Saída do RES. 03


1,50

1,0
Vazão (m3/s)

,50

,0
,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

Gráfico 19: Vazão de saída do RES. 03.

48
Os hidrogramas de entrada e saída para um tempo de retorno de 50 anos podem ser
visualizados a seguir. A cota máxima efluente simulada é 1.064,93m, portanto, 0,40m abaixo
do coroamento. Essa diferença acomoda bem a segurança colocada pelos Engenheiros de
barragens, considerando uma chuva excepcional.

Hidrogramas Afluente e Defluente


25,00

20,00
Vazão (m3/s)

15,00

10,00

5,00

,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 20: Hidrogramas Afluente (21,95m3/s) e Defluente (3,36m3/s), evento de TR = 50 anos e d = 1,0 h.

Volume Armazenado e Cotas de NA


40,00 1065,50
35,00 1065,0
30,00
Volume (1000 m3)

1064,50
25,00
Cota (m)

1064,0
20,00
1063,50
15,00
1063,0
10,00
5,00 1062,50

,00 1062,0
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 21: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 50 anos e d = 1,0 h.

49
4.3.2.4 RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO – RES. 04

O controle hidráulico do RES. 04 é composto por:

 Um orifício instalado na cota 1.037,300 (fundo da bacia) com seção circular


(1xØ1000mm);
 Um vertedor elevado adotado como parede espessa, com largura de 0,60m instalada
à cota 1.040,000;
 Um vertedor de emergência do tipo parede espessa, com seção transversal retangular
e soleira com largura de 40,0m instalada à cota 1.040,380. A borda livre do reservatório
é de 0,62m, sendo a cota da crista do reservatório 1.041,000.

No dimensionamento do reservatório considerou-se as diferentes condições de


funcionamento das estruturas de controle (orifício em descarga livre, orifício afogado, vertedor
em descarga livre e vertedor afogado).
A Figura 13 ilustra a curva cota x volume do reservatório, nota-se que o volume máximo
previsto de armazenamento é de 67.193m3.
Curva Cota x Volume
1.041,5
1.041,0
1.040,5
1.040,0
Cota (m)

1.039,5
1.039,0
1.038,5
1.038,0
1.037,5
1.037,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Volume (1000 m3)

Figura 13: Curva cota x volume do reservatório de detenção 04.

A Figura 14 ilustra a curva cota x área do reservatório.


Curva Cota x Area
1.041,5
1.041,0
1.040,5
1.040,0
Cota (m)

1.039,5
1.039,0
1.038,5
1.038,0
1.037,5
1.037,0
15 16 17 18 19 20 21
Area (1000 m2)

Figura 14: Curva cota x área do reservatório de detenção 04.

50
Os hidrogramas de entrada e saída, os volumes armazenados e os níveis d’água
atingidos no RES. 04, ao longo do tempo, são apresentados a seguir, permitindo constatar-se
a eficiência de amortecimento do reservatório de detenção. A cota máxima do NA encontrada
na simulação (TR de 25 anos) do RES. 04 é 1.039,20m, com borda livre de 1,80m em relação
à cota de crista da barragem e volume armazenado de 32.930m3. Percebe-se que o
percentual de amortecimento das vazões de pico do RES. 04 é de 87% da vazão de pico
afluente ao reservatório. Isso significa que o reservatório realiza uma significativa atenuação
das cheias para as áreas de jusante.
Hidrogramas Afluente e Defluente
20,00
18,00
16,00
14,00
Vazão (m3/s)

12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 22: Hidrogramas Afluente (18,89m3/s) e Defluente (2,47m3/s), evento de TR = 25 anos e d = 1,0 h.

Volume Armazenado e Cotas de NA


35,00 1039,50

30,00
1039,0
Volume (1000 m3)

25,00
Cota (m)

20,00 1038,50

15,00 1038,0
10,00
1037,50
5,00

,00 1037,0
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 23: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 25 anos e d = 1,0 h.

51
Vazão Máxima de Saída do RES. 04
2,50

2,0
Vazão (m3/s)

1,50

1,0

,50

,0
,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

Gráfico 24: Vazão de saída do RES. 04.

Os hidrogramas de entrada e saída para um tempo de retorno de 50 anos podem ser


visualizados a seguir. A cota máxima efluente simulada é 1.039,20m, portanto, 1,80m abaixo
do coroamento. Essa diferença acomoda bem a segurança colocada pelos Engenheiros de
barragens, considerando uma chuva excepcional.

Hidrogramas Afluente e Defluente


20,00
18,00
16,00
14,00
Vazão (m3/s)

12,00
10,00
8,00
6,00
4,00
2,00
,00
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Hidrograma Afluente Hidrograma Defluente

Gráfico 25: Hidrogramas Afluente (18,89m3/s) e Defluente (2,47m3/s), evento de TR = 50 anos e d = 1,0 h.

52
Volume Armazenado e Cotas de NA
35,00 1039,5000

30,00
1039,000
Volume (1000 m3) 25,00

Cota (m)
20,00 1038,5000

15,00 1038,000
10,00
1037,5000
5,00

,00 1037,000
,0 15,0 30,0 45,0 60,0 75,0 90,0 105,0 120,0

Volume Armazenado Cotas de NA

Gráfico 26: Volume armazenado e cotas de NA, evento de T = 50 anos e d = 1,0 h.

53
5 DIMENSIONAMENTO DOS DISSIPADORES DE ENERGIA
(BRADLEY-PETERKA)

No dimensionamento dever-se-á levar em consideração a elevada solicitação das


estruturas por parte das forças dinâmicas e turbulências. A estrutura deverá ser
suficientemente estável para resistir aos esforços de arrancamento, provocados pela carga
de impacto sobre a parede defletora.
A Bacia de Dissipação por Impacto tem geometria em forma de caixa, dotada de uma
viga transversal com seção em “L” invertido. A eficiência desta bacia para idênticos números
de Froude a montante é considerada superior à de uma bacia por ressalto hidráulico.
Considerando as vazões de pico resultante do estudo para tempo de retorno T = 10
anos, temos:

 Rede 01 – Lançamento no RES. 02 – Vazão = 7,05m3/s.

No Gráfico 27 entra-se com o valor da vazão, onde se obtém a dimensão, em metros,


da largura do dissipador.
DIMENSIONAMENTO DA BACIA DE DISSIPAÇÃO POR IMPACTO
8,0

7,0

6,0
LARGURA EM METROS (A)

5,0

4,0
R
R IO
U PE
3,0
IT ES
LIM
IOR
F ER
IT E IN
2,0 LIM

1,0
0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 2,0 3,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10 12

DESCARGA EM m3/s

Gráfico 27: Ábaco de dimensionamento da bacia de dissipação por impacto – Entrada do RES. 02.

54
Com o valor da largura (A = 4,7m), sendo as dimensões padronizadas conforme a
tabela seguinte obtém-se um dissipador tipo A3. No entanto, optou-se pela adoção de 01
dissipador tipo A4, devido o diâmetro da rede ser de Ø1500mm.

Tabela 8: Dimensões padronizadas dos dissipadores de impacto.

55
6 ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS E DOS SERVIÇOS DE
IMPLANTAÇÃO

6.1 LOCAÇÃO

Toda locação deverá seguir rigorosamente o projeto, salvo nos casos em que outra
rede de infraestrutura já tenha sido executada no local. Nesta locação deverão ser
cadastradas todas as possíveis interferências, quer sejam de redes de infraestrutura ou
qualquer outro obstáculo, com o objetivo de realizarem estudos para o novo caminhamento,
caso necessário.
Após a locação, a contratada deverá calcular as notas de serviço, obedecendo todos
os dados do projeto, no que diz respeito a diâmetros, declividades e profundidades. Somente
após a liberação das notas de serviço pela fiscalização, poderão ser iniciados os trabalhos de
escavação das valas.
Antes de iniciar qualquer frente de serviço, a contratada deverá solicitar a todas as
concessionárias os cadastros de suas redes, para que sejam eliminadas eventuais
divergências entre estes e o cadastramento feito quando da locação. Qualquer dano causado
às redes das concessionárias será de inteira responsabilidade da contratada.

6.2 ESCAVAÇÃO

As escavações das redes deverão ser de acordo com as notas de serviços, que
obedecerão rigorosamente às cotas dos perfis acrescidas das espessuras do tubo, da bolsa
do tubo e do lastro de cascalho compactado ou da espessura da laje inferior, do lastro de
concreto magro e do lastro de cascalho compactado, quando se tratar de galeria ou canal em
concreto armado, moldado in loco. Estes acréscimos, em metros, são conforme a Tabela 9
abaixo:

Tabela 9: Acréscimos nas escavações.


2,00
Diâmetro dos tubos (mm) 400 500 600 800 1000 1200 1500 1,65x 1,80x x
1,65 1,80 2,00
Espessura do tubo (mm) 0,04 0,05 0,06 0,08 0,10 0,12 0,15
Espessura da bolsa do tubo 0,12 0,15
0,04 0,05 0,06 0,08 0,10
(mm)
Espessura do lastro de 0,15 0,20 0,20 0,20 0,20
0,05 0,05 0,10 0,10 0,15
cascalho compactado (m)

56
6.3 PROCESSO MECÂNICO

As escavações deverão ser efetuadas por processo mecânico, salvo nos trechos onde
for impossível o emprego de máquina, ou seja, nos casos de interferência ou proximidade
com outras redes de infraestrutura, ou de redes muito próximas aos postes, ou ainda, por
qualquer outro motivo, não houver condições para o emprego de escavação mecânica. Nestes
casos, será permitido o emprego de escavação manual.

6.4 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAL

 Primeira Categoria: compreende solos, em geral, residuais ou sedimentares, seixos


rolados ou não, com diâmetro máximo inferior a 15 centímetros, qualquer que seja o
teor de umidade que apresentem.
 Segunda Categoria: compreende os materiais com resistência ao desmonte mecânico
inferior a da rocha não alterada, cuja extração se processa por combinação de
métodos que obriguem a utilização do maior equipamento de escarificação exigido
contratualmente; a extração eventualmente poderá envolver o uso de explosivos ou
processos manuais adequados. Estão incluídos nesta classificação os blocos de rocha
de volume inferior a 2,00 m3 e os matacões ou pedras de diâmetro médio
compreendido entre 0,15 e 1,00 metros.
 Terceira Categoria: compreende os materiais com resistência ao desmonte mecânico
equivalente ao da rocha não alterada e blocos de rocha com diâmetro médio superior
a 1,00 metro, ou de volume igual ou superior a 2,00 m3, cuja extração e redução, a
fim de possibilitar o carregamento, se processem somente com o emprego contínuo
de explosivos.

6.5 TALUDE DE VALAS

As valas das redes em tubos deverão ser escavadas em talude 1:3 e escoradas. A
escavação em talude 1:3 consiste no alargamento de 1,00 metro, em cada lado da vala, para
cada 3,00 metros de profundidade.

57
6.6 LARGURA DO FUNDO DE VALA

As valas deverão ser escavadas nas larguras descriminadas a seguir, em função do


diâmetro de rede:

Tabela 10: Largura de Fundo de Valas para Tubos ou Galerias.


Diâmetro dos Tubos ou Largura do Fundo
Seção da Galeria (m) da Vala (m)
0,40 1,00
0,50 1,20
0,60 1,40
0,80 1,70
1,00 2,00
1,20 2,20
1,50 2,60
1,65 x 1,65 3,00
1,80 x 1,80 3,20
2,00 x 2,00 3,40
2,20 x 2,20 3,60
2,40 x 2,40 3,80

O material escavado deverá ser depositado em ambos os lados da vala, se possível,


igualmente distribuídos e afastados dos lados da mesma, a uma distância superior a 0,50
metro. Todo material de granulometria graúda solta deverá ser retirado da beira da vala.
Para efeito de medição do volume escavado a ser pago, não serão levadas em
consideração dimensões maiores adotadas pela empreiteira, além das impostas por esta
especificação, salvo as devidamente autorizadas pela fiscalização em Diário de Obra. No caso
da empreiteira adotar dimensões menores, a fiscalização deverá pagar o volume real
escavado.

6.7 ESCORAMENTO

Todas as valas escavadas para execução de redes, além da escavação em talude 1:3,
deverão ser escoradas. A empreiteira é responsável pela elaboração dos projetos de
escoramento e sua aplicação ou da determinação do talude natural do terreno quando
necessário. De comum acordo com o Engenheiro Fiscal, a empreiteira deverá contratar um
calculista de renome, especialista no assunto, para a elaboração dos projetos. Na elaboração
dos projetos, o calculista deverá, em princípio, levar em conta que serão conjuntos de
escoramentos para valas com talude 1:3, aplicados separadamente um do outro, de 2,00 em
2,00 metros e considerar estronca perdida no fundo da vala. Caberá ao departamento técnico

58
a aprovação dos projetos de escoramento e a fiscalização da sua execução. A fiscalização só
deverá pagar o serviço de escoramento de vala, num determinado trecho entre 02 (dois) poços
de visita, se o mesmo for executado conforme o projeto aprovado em toda extensão do trecho
em consideração.
À proporção que a vala vai sendo escavada, o serviço de escoramento deverá
acompanhar a escavação, devendo, portanto, ser executado antes do preparo do fundo da
vala. Durante a execução do escoramento é proibido qualquer outro operário entrar no interior
da vala, que não seja os que estiverem trabalhando na sua execução. Caso a empreiteira não
disponha de material para executar o escoramento, a fiscalização não deverá permitir o início
do serviço de escavação da vala, e anotar no Diário de Obra que só permitirá a liberação do
serviço de escavação, após a chegada e inspeção do material necessário.
O escoramento de uma vala deverá permanecer em seu local, até que a execução do
aterro compactado alcance a metade da seção do tubo.

6.8 ESGOTAMENTO E BOMBEAMENTO

Os serviços de escavação deverão incluir obras de proteção contra infiltração de águas


superficiais procedentes de chuva. O esgotamento de água através de moto-bomba só será
pago no caso de obras executadas em terrenos encharcados, devido à infiltração de águas
naturais, quando não for possível iniciar as escavações da rede, do seu lançamento final para
o seu início.
Nos pontos de caminhamento da rede em que ocorrer o afloramento d’água, o leito de
assentamento dos tubos será em brita, ao invés de cascalho, formando um colchão de
drenagem. No poço de visita a jusante do afloramento, serão implantados tubos de PVC de
100 milímetros, interligando o dreno à rede.

6.9 PREPARO DO LEITO

Terminada a escavação, proceder-se-á a limpeza do fundo da vala e a regularização


do “greide”. Todo o trecho do leito escavado a mais e que levar aterro, deverá receber uma
base de cascalho compactada, cuja espessura por diâmetro de rede, deverá ser conforme a
Tabela 11 abaixo:

59
Tabela 11: Espessura da Base do Leito para Tubos ou Seções da Galeria Molhada.
Diâmetro do Tubo ou Espessura da Base (m)
Seção da Galeria Moldada
400 mm 0,05
500 mm 0,05
600 mm 0,10
800 mm 0,10
1000 mm 0,15
1200 mm 0,15
1500 mm 0,20
1,65 x 1,65 m 0,20
1,80 x 180 m 0,20
2,00 x 2,00 m 0,20
2,20 x 2,20 m 0,20
2,40 x 2,40 m 0,20

Toda a compactação deverá ser executada por meio manual nos locais onde, a critério
da fiscalização, seja impróprio o uso de compactadores mecânicos. O terreno ou cascalho
deverá ser umedecido (umidade ótima), determinada para o tipo de solo existente, e
compactado com grau nunca inferior a 100% do Proctor Normal para o caso de redes em
tubo.
Nos trechos de terreno muito úmido deverá ser executada drenagem através de lastro
em brita, substituindo o lastro de cascalho pelo de brita, conforme a Tabela 8, acima. Após a
compactação, proceder-se-á ao nivelamento do fundo das valas com aparelho de precisão
topográfica, cujo perfil deverá ser das cotas do projeto, diminuída da espessura do tubo e
somada ao da bolsa para as redes em tubos.

6.10 TUBOS DE CONCRETO

Todos os tubos de concreto simples ou armado serão do tipo ponta e bolsa. Deverão
ser executados em conformidade com as Normas e Especificações Técnicas vigentes no País
(NBR 6118/82, NBR 7481/82, entre outras) e ter resistência à compressão diametral de acordo
com a EB-6 e EB-103, conforme Lei nº 4150 de 21/11/62, fazendo parte integrante destas
especificações. O critério da fiscalização poderá aceitar tubos do tipo macho e fêmea, desde
que no seu assentamento seja empregado um macaco TIRFOR para juntá-los bem e, para
efeito de pagamento dos tubos, deverá ser pago somente 70% do valor dos tubos ponta e
bolsa. Os tubos deverão apresentar na sua parte externa, o nome da empreiteira, a data de
fabricação e a especificação de sua classe.

60
6.11 TUBOS DE CONCRETO SIMPLES

Na fabricação dos tubos de concreto simples deverá ser empregado concreto, cuja
resistência aos 28 dias seja igual a 25,0 MPa (Fck 28 dias = 25,0 MPa).

6.12 TUBOS DE CONCRETO ARMADO

Na fabricação dos tubos de concreto armado deverá ser empregado concreto, cuja
resistência aos 28 dias seja igual a 30,0 MPa (Fck 28 dias = 30,0 MPa) e para a armadura,
empregar-se-á telas de aço CA-60 soldadas. A tela para armadura simples deverá ser
posicionada próxima ao centro da espessura da parede, de tal maneira que ficará da parte
interna uma distância correspondente a 0,42 de espessura da parede e com as pontas
justapondo-se em 35 centímetros. A designação das telas de aço CA-60 soldadas, a serem
empregadas na fabricação dos tubos, estão relacionadas na Tabela 13, a seguir, onde são
apresentadas por diâmetro e classe dos tubos. Nesta Tabela 10 há também a indicação da
espessura da parede do tubo para atingir a classe pretendida.
Durante a fabricação dos tubos pela empreiteira, a fiscalização deverá exigir o controle
tecnológico do concreto empregado, através de firma especializada, e verificar se estão
empregando a tela indicada corretamente.
Aconselha-se o emprego de tubos por classe, em função do aterro sobre os mesmos.
Estas peças são dimensionadas de acordo com a sua necessidade de vazão,
especificidade (condução de água pluvial ou esgoto/ efluentes) e resistência mecânica
necessária (de acordo com a carga que atuará sobre a peça), sendo assim, quanto maior a
resistência do produto, maior será o número de sua classificação. A Norma Técnica Brasileira
que regulamenta sua fabricação: ABNT NBR 8890:2008 – “Tubos de concreto de seção
circular para águas pluviais e esgotos sanitários – Requisitos e métodos de ensaio” regula
seu processo de fabricação e dimensionamento.
Exemplo de nomenclatura de tubos de concreto:

 Tubos de concreto destinados a águas pluviais:


o Sem armação: PS 1 e PS 2;
o Com armação: PA 1, PA 2, PA 3 e PA 4;

As nomenclaturas são dadas de acordo com a sua respectiva classe de resistência


que corresponde a valores mínimos de fissuração e rompimento da peça. A seguir, classes
de resistências e diâmetros comercializados comumente:

61
Tabela 12: Tubos Simples, não armados, que tem as nomenclaturas: PS1 ou PS2.

Carga mínima de
DN
ruptura kN/m

Classe ES
200 36
300 36
400 36
500 45
600 54
Carga diametral de ruptura
kN/m
Qd 90

Tabela 13: Compressão diametral de tubos armados e/ou reforçados com fibras de aço.

Carga mínima de fissura (tubos armados) ou


DN carga isenta de danos (tubos reforçados com Carga mínima de ruptura kN/m
fibras) kN/m
Classe PA1 PA2 PA3 PA4 PA1 PA2 PA3 PA4
300 12 18 27 36 18 27 41 54
400 16 24 36 48 24 36 54 72
500 20 30 45 60 30 45 68 90
600 24 36 54 72 36 54 81 108
700 28 42 63 84 42 63 95 126
800 32 48 72 96 48 72 108 144
900 36 54 81 108 54 81 122 162
1 000 40 60 90 120 60 90 135 180
1 100 44 66 99 132 66 99 149 198
1 200 48 72 108 144 72 108 162 216
1 500 60 90 135 180 90 135 203 270
1 750 70 105 158 210 105 158 237 315
2 000 80 120 180 240 120 180 270 360
Carga diametral de fissura/ruptura kN/m
Qd 40 60 90 120 60 90 135 180

Nota 1: Carga diametral de fissura (trinca) ou ruptura é a relação entre a carga de fissura (trinca) ou
ruptura e o diâmetro nominal do tubo.

Nota 2: Outras classes podem ser admitidas mediante acordo entre fabricante e comprador, devendo
ser satisfeitas as condições estabelecidas nesta Norma para tubos de classe normal. Para tubos
armados, a carga mínima de ruptura deve corresponder a 1,5 da carga mínima de fissura (trinca).

62
6.13 ASSENTAMENTO E REJUNTAMENTO DOS TUBOS

A empreiteira, antes de transportar para a obra os tubos, deverá selecioná-los,


retirando do lote os que apresentarem defeitos aparentes, pois os mesmos para serem
aceitos, deverão estar isentos de fraturas, fissuras largas ou profundas, de asperezas na
superfície interna e excentricidade. Para serem transportados, os tubos deverão estar
devidamente curados.
O assentamento de cada lote de tubo só poderá iniciar após o exame e a escolha do
Engenheiro Fiscal para teste, mas com a devida autorização por escrito no Diário de Obra.
Lotes de tubos assentados sem a devida autorização e sem terem sido submetidos ao ensaio
de compressão diametral serão de inteira responsabilidade da empreiteira. Caso os mesmos
sejam recusados por apresentarem defeitos aparentes ou por ocasião dos ensaios, as
substituições dos lotes serão executadas sem qualquer ônus para a contratante.
A junta interna entre dois tubos (a ponta e a bolsa) não poderá ser superior a 5
milímetros e os tubos deverão ser rejuntados com argamassa de cimento e areia no traço 1:4.
As juntas na parte interna serão rejuntadas cuidadosamente, alisando-se a argamassa de
modo a se evitar, tanto quanto possível, rebarbas e rugosidades que poderão alterar o regime
de escoamento das águas, sendo que para tubos de diâmetro igual ou superior a 800
milímetros o rejuntamento interno deverá ser em toda sua seção circular. Na parte externa,
além de tomadas as juntas, as bolsas serão completadas por um colar de seção triangular
isósceles da mesma argamassa. Não poderão ser assentados tubos trincados ou danificados
durante a descida na vala, ou que apresentarem quaisquer defeitos construtivos que
passarem despercebidos pela inspeção da fiscalização.
Após o assentamento dos tubos a fiscalização deverá conferir o seu alinhamento e
verificar se as juntas não estão superior a 5 milímetros, para tanto basta medir o comprimento
do trecho e contar o número de tubos e do comprimento medido e subtrair o comprimento dos
tubos. O resultado desta subtração deverá ser dividido pelo número de tubos, cujo novo
resultado será o espaçamento médio de cada junta.
Nas redes executadas com tubos de diâmetro igual e maior que 800 milímetros a
fiscalização deverá conferir também o rejuntamento interno dos tubos.

6.14 POÇOS DE VISITA E CAIXAS DE PASSAGEM

As caixas e os poços de visita, cujo diâmetro do tubo de saída seja menor ou igual a
800 milímetros, serão executados de acordo com as plantas de detalhe de poço de visita e
caixa de passagem para redes < 600milímetros ou para redes de 800milímetros, em alvenaria
de blocos de concreto, sendo em concreto armado pré-moldado as lajes do fundo e da tampa.

63
Para diâmetros maiores serão executados em concreto armado de acordo com as plantas de
detalhe de poço de visita e caixa de passagem para redes de 1.000, 1.200 e 1.500 milímetros,
para aterro menor ou igual a 3,00 metros sobre a laje da tampa.
Os poços de visita e as caixas de passagem apoiar-se-ão sobre uma camada de
concreto magro de 0,05 metros de espessura, executados sobre uma base de cascalho
compactado de 0,20 metros de espessura. As paredes internas, quando em alvenaria, serão
revestidas com argamassa de cimento/areia no traço 1:3. A concretagem das paredes em
concreto armado deverá ser executada com todo o cuidado necessário, para obter faces
isentas de defeitos. Em princípio, é dispensado o revestimento destas paredes, mas caso o
concreto apresente falhas ou brocas devido ao adensamento mecânico mal executado, a
fiscalização poderá recusar o serviço ou exigir que os trechos com defeitos sejam
devidamente escarificados, novamente concretados com o emprego de forma e revestidos.
As visitas dos poços serão executadas com aduelas de concreto, vibrado de 0,40
metros de comprimento útil e 600 milímetros de diâmetro interno, rejuntado com argamassa
de cimento/areia no traço 1:4. Nas visitas e no corpo de caixa do poço deverão ser colocados
estribos de ferro fundido, espaçados de 0,40 metros um do outro. As visitas dos PVs
localizados em área verde ou sob calçada, terão um tampão de ferro fundido do tipo T-105,
as dos poços de visita localizados sob as vias, terão tampões de ferro fundido do tipo T-137.
A quantidade total dos poços de visita pode ser confirmada nos desenhos das plantas
parciais do projeto.

6.15 BOCAS DE LOBO

Serão utilizadas bocas em meio fio vazado e com grelha, executadas com rebaixo de
5 centímetros. O número total de bocas de lobo foi extraído dos desenhos das plantas parciais
do projeto executivo.

6.16 ATERROS

O aterro das valas para as redes com o emprego de tubos será executado em duas
etapas. Na primeira, o aterro será executado até a metade da altura dos tubos, devendo ser
compactado em camadas não superiores a 20 centímetros. Se possível, deverá sempre ser
usado o mesmo material da escavação devidamente umedecido, evitando-se a parte com
presença de matéria orgânica. A compactação das camadas nas redes com diâmetro igual ou
menor que 600 milímetros e nas camadas iniciais das redes com diâmetro igual ou maior que

64
800 milímetros deverá ser executada com soquetes manuais de 15 quilos de peso e com 100
milímetros de diâmetro. As últimas camadas dos aterros, compactadas até a metade da altura
do diâmetro dos tubos, para as redes com diâmetro igual ou maior que 800milímetros serão
compactadas, por meio de compactadores mecânicos.
De um modo geral, a segunda etapa de execução dos aterros das valas será efetuada
sem compactação, deixando a sobra amontoada acima do nível natural do terreno, com o fim
de compensar futuros abatimentos do aterro ou espalhada ao redor da vala de acordo com as
instruções da fiscalização.
Quando da execução de redes ao longo ou em travessias das vias existentes, ou
projetadas, com programação para a implantação imediata, o aterro acima da metade do
diâmetro dos tubos deverá ser compactado por meios mecânicos até o nível do terreno, em
toda extensão da via, sendo que nas travessias, a extensão será de (L/2)+h a partir do eixo
do cruzamento, e para cada lado, onde: L é igual ao comprimento do trecho da rede,
compreendido entre 02 (dois) pontos de cruzamento com os bordos da pista e “h” a
profundidade da vala em correspondência ao eixo da pista.
A empreiteira é totalmente responsável por eventuais abatimentos que ocorrerem no
pavimento asfáltico, onde a mesma tenha executado o aterro de valas. Acontecendo o
abatimento, a empreiteira será obrigada a refazer o aterro e recompor o pavimento sem ônus
para a contratante.

6.17 REATERRO

De modo geral, o reaterro dos lados externos de uma galeria moldada é executado
sem compactação, amontoando-se o material excedente sobre o leito aterrado. Entretanto,
quando se tratar de galerias moldadas, executadas sob pavimento, será exigido o reaterro
compactado mecanicamente, em camadas de 20 centímetros, até o nível da superfície. Em
qualquer galeria será exigida compactação mecânica em camadas de 20 centímetros nos
trechos onde houver mudança de direção, até o nível superior da galeria pelo lado externo da
deflexão, numa extensão de 10 metros. O reaterro compactado deverá ter controle de
umidade e ser acompanhado pela fiscalização.

6.18 LIMPEZA DO CANTEIRO

Após a execução das redes, por ocasião de cada medição e no recebimento da obra,
toda a área afetada pela execução da mesma deverá ser limpa, removendo todos os entulhos.

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A argamassa a ser utilizada deverá ser executada sobre amassadeira de madeira, ficando
proibido executá-la sobre o asfalto. Qualquer resto de massa ou entulho que ficarem sobre as
pistas ou calçadas deverão ser varridos e lavados.

6.19 REMOÇÃO DE MATERIAL EXCEDENTE

O serviço de carga e transporte, por meio de caminhão, do material excedente


proveniente da escavação, até o bota fora, a ser indicado pela fiscalização, só poderá ser
executado excepcionalmente, depois de devidamente autorizado em Diário de Obra pela
fiscalização.

6.19.1 Segurança do Trabalho

Deverá ser observada a Portaria nº 15, de 18 de agosto de 1972 do Ministério do


Trabalho e Previdência Social sobre o assunto, cuja parte do Capítulo III diz respeito à
escavação de vala, descrito a seguir:

6.20 ESCAVAÇÕES E FUNDAÇÕES

Art. 44
Este Capítulo estabelece medidas de segurança nos trabalhos de
escavação realizados nas obras de construção, inclusive trabalhos
correlatos, executados, abaixo do nível do solo, entre outros:
escoramentos de fundações, muros de arrimo, vias de acesso e redes
de abastecimento.
Art. 45
Antes de iniciar a escavação, deverão ser removidos blocos de pedras
, árvores e outros elementos próximos a bordos da superfície a ser
escavada.
Art. 46
Deverão ser escorados muros e edifícios vizinhos, redes de
abastecimento, tubulações, vias de acesso, vias públicas e, de modo
geral, todas as estruturas que possam ser afetadas pela escavação.
§ 1º - O escoramento deverá ser inspecionado com freqüência,
principalmente após chuvas ou outras ocorrências que aumentem o
risco de desabamento.
§ 2º - Quando for necessário rebaixar o lençol d’água do subsolo, serão
tomadas providências para evitar danos aos prédios vizinhos.
Art. 47
Os taludes das escavações de profundidade superior a 1,25m ( um
metro e vinte e cinco centímetros), deverão ser escorados com
pranchas metálicas ou de madeira, assegurando estabilidade, de
acordo com a natureza do solo.
§ 1º - Será dispensada a exigência de que trata este artigo, quando o
ângulo de inclinação do talude for inferior ao ângulo do talude natural.

66
§ 2º - Nas escavações profundas, com mais de 2,00m (dois metros)
serão colocados escadas seguras, próximas aos locais de trabalho, a
fim de permitir em caso de emergência, a saída rápida do pessoal.
Art. 48
Os materiais retirados da escavação deverão ser depositados a
distância superior a 0,50m (cinquenta centímetros) da borda da
superfície escavada.
Art. 49
O escoramento dos taludes de escavação deverá ser reforçado nos
locais em que houver máquinas e equipamentos operando junto às
bordas de superfície escavada.
Art. 50
Nas proximidades de escavação realizadas em vias públicas e
canteiros de obra, deverão ser colocados cerca de proteção e sistema
adequado de sinalização.
§ 1º - Os pontos de acesso de veículos e equipamentos à área de
escavação, deverão ter sinalização de advertência permanente.
§ 2º - As escavações nas vias públicas devem ser permanentemente
sinalizadas.
Art. 51
O tráfego próximo às escavações deverá ser desviado.
Parágrafo Único - Quando for impossível o desvio do tráfego, deverá
ser reduzida a velocidade dos veículos.

6.21 DIÁRIO DE OBRA

É de competência da empreiteira o registro no Diário de Obra de todas as ocorrências


diárias, bem como especificar detalhadamente os serviços em execução, devendo a
fiscalização, neste mesmo diário, concordar ou retificar o registro da empresa. Caso o Diário
de Obra não seja preenchido no prazo de 48 horas, a fiscalização poderá fazer o registro que
achar conveniente e destacar imediatamente as folhas, ficando a empreiteira, no caso de dias
passíveis de prorrogação ou em qualquer caso, sem direito a nenhuma reivindicação.

6.22 INTERFERÊNCIA COM REDES DE OUTRAS CONCESSIONÁRIAS

Antes de iniciar qualquer frente de serviço, a empreiteira deverá ter solicitado às


concessionárias do serviço público o cadastro de suas redes. Todos os pedidos de cadastro
deverão ser registrados no Diário de Obra.
É responsabilidade da empreiteira qualquer dano causado às redes públicas
existentes nas proximidades ou que cruzem com as redes que ela estiver executando.

67
7 BIBLIOGRAFIA

ADASA, Resolução Nº 9, de 8 de Abril de 2011, Brasília-DF.

AKAN, A OSMAN. Urban Stormwater Hydrology. Lancaster, Pennsylvania: Technomic, 1933.

ASCE (American Society Of Civil Engineer). Curve Number Hydrology – State of Practice.
Richard H. Hawkinns, Timothys J. Ward, Donald E. Woodward e Joseph A. Van Mullerm.
ASCE, 2009 ISBN 978-0-7844-1004-2, USA, 106 páginas.

CANHOLI, A. P. Drenagem Urbana e Controle de Enchentes. Ed. Oficina de Textos. 2005.

CARVALHO, J.A. Barragens de terra. Lavras. Universidade Federal de Lavras, 1998. 54p.

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COSTA, A. R. e MENEZES, F. C. M. F. (2007) Aplicação do Método dos Blocos Alternados e


da Convolução de Hidrogramas para Determinação de Escoamento Superficial Direto – ESD.
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Army Corps of Engineers, Hydrologic Engineering Center. Davis, California.

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NORMAS/DU – AP0997, Brasília-DF.

NOVACAP, Termo de referência e Especificações Para Elaboração de Projetos de Sistema


de Drenagem Pluvial, Brasília-DF.

PDDU-DF, Plano Diretor de Drenagem Urbana do Distrito Federal, Brasília-DF, 2009.

PLÍNIO TOMAZ. Cálculos Hidrológicos e Hidráulicos Para Obras Municipais. São Paulo, 2002.

PORTO, RODRIGO DE MELO. Hidráulica Básica. São Carlos, SP: EESC/USP, 1998 540 p.

LENCASTRE, A. E FRANCO, F.M. Lições de Hidrologia. Universidade Nova de Lisboa, Lisboa


1984. 451 p.

68
TUCCI, C. E. M, PORTO, R. L. L. P, BARROS, M. T. L, Drenagem Urbana. ABRH - Editora
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_____, C. E. M. (org.) (2007) Hidrologia: ciência e aplicação. Porto Alegre: Ed. Da


Universidade/UFRGS/ABRH/EDUSP - Coleção ABRH de Recursos Hídricos, v. 4.

URBONAS, B.; STAHRE, P. 1993. Stormwater – Best Management Practices and Detention
for Water Quality Drainage and CSO Management. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, 449 p.

69
8 ANEXOS

8.1 ANEXO I – PROJETO EXECUTIVO DE DRENAGEM: PLANTAS GERAIS, PLANTAS


PARCIAIS E DETALHES.

70
8.2 ANEXO II – PLANILHAS DE DRENAGEM: ÁREA 04 – SHNW (TOPOCART, 2009),
DRENAGEM INTERNA DOS LOTES DO HOSPITAL DA CRIANÇA (PRISMA, 2016) E
HOSPITAL ONCOLÓGICO (TOPOCART, 2016).

71
8.3 ANEXO III – NGB – 123/10 – SHCNW – SETOR DE HABITAÇÕES COLETIVAS
NOROESTE.

72
8.4 ANEXO IV – CADASTRO DAS REDES EXISTENTES DO SHNW.

73

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