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BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MINAS

PROJETO DE HIDROLOGIA

Bruno Mardegam
Paulo Renato Ofranti Filho
Rafael S. Wandekokem
Lucas Carvalho

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES
2022
1
PROJETO DE HIDROLOGIA

Trabalho apresentado à disciplina de Hidráulica


e Hidrologia Aplicada do curso de Bacharelado
em Engenharia de Minas do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito
Santo como requisito parcial para avaliação.
Prof.: DSc. Alexandre Vianna Bahiense

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - ES
2022
2
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................08

1. OBJETIVO.....................................................................................................................09

2. DADOS GERAIS...........................................................................................................09

2.1 LOCALIZAÇÃO...........................................................................................................09

2.2 POLIGONAL DA ÁREA...............................................................................................11

2.3 ÁREA ÚTIL..................................................................................................................11

2.4 FAIXA DE DOMÍNIO....................................................................................................12

2.5 NÚCLEOS POPULACIONAIS....................................................................................12

3.1 RELEVO......................................................................................................................13

3.2 VEGETAÇÃO..............................................................................................................15

3.3 SOLO...........................................................................................................................16

3.4 CLIMA.........................................................................................................................17

3.5 BACIA HIDROGRÁFICA.............................................................................................18

4. ASPECTOS AMBIENTAIS............................................................................................19

4.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO(UCs)......................................................................19

4.2 ZONAS DE AMORTECIMENTO..................................................................................20

4.3 RECURSOS HÍDRICOS..............................................................................................21

4.4 CORREDORES ECOLÓGICOS..................................................................................22

4.5 TOPODE MORRO.......................................................................................................22

5. DIMENSIONAMENTO E MEMORIAL DE CÁLCULOS PARA O SISTEMA DE

DRENAGEM SUPERFICIAL.............................................................................................24

5.1 ÍNDICE PLUVIOMÉTRICO..........................................................................................24

5.2 DURAÇÃO E FREQUÊNCIA DA CHUVA..................................................................25

5.3 INTENSIDADE DE CHUVA DO MUNICÍPIO..............................................................25

5.4 CÁLCULO DE INTENSIDADE DE CHUVA PARA ÁREA DA POLIGONAL.............28

5.5 ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO........................................................................................29

5.6 ESCOAMENTO SUPERFICIAL..................................................................................31

5.6.1 Coeficiente de Escoamento Superficial (C)..........................................................32


3
5.7 DIMENSIONAMENTO DE VAZÃO..............................................................................32

5.8 CÁLCULO DO DIMENSIONAMENTO DE VAZÃO.....................................................33

5.9 CÁLCULO DE DECLIVIDADE DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO................................33


5.10 DRENAGEM SUPERFICIAL.....................................................................................34
5.11 TIPO DE REVESTIMENTO........................................................................................34
5.12 TIPO DE DRENO.......................................................................................................34
5.13 DISPOSITIVOS DE DRENAGEM..............................................................................35
5.14 DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE DRENAGEM COM O USO DE
DISPOSITIVOS.................................................................................................................36

6. DIMENSIONAMENTO E MEMORIAL DE CÁLCULOS PARA O RESERVATÓRIO DE


ABASTECIMENTO...........................................................................................................37

6.1 VAZÃO A SER RECALCADA.....................................................................................37


6.2 VAZÃO NECESSÁRIA (Q)..........................................................................................42
6.3 CÁLCULO DOS COMPRIMENTOS VIRTUAIS...........................................................44
6.3.1 CÁLCULO DO JR E JS............................................................................................44
6.3.1.1 PARA O RECALQUE............................................................................................45
6.3.1.2 PARA A SUCÇÃO.................................................................................................45
6.4 CÁLCULO DA PERDA DE CARGA............................................................................45
6.4.1 RECALQUE..............................................................................................................45
6.4.2 SUCÇÃO..................................................................................................................45
6.5 CÁLCULO DA ALTURA MANOMÉTRICA (HM) .......................................................46
6.6 CÁLCULO PARA VERIFICAR SE HÁ CAVITAÇÃO.................................................46
6.7 CÁLCULO DA POTÊNCIA DA BOMBA (P) ...............................................................46
6.8 CÁLCULO DO K.........................................................................................................46
6.9 CURVA DO SISTEMA.................................................................................................47
6.10 CÁLCULO DO GOLPE DE ARIETE..........................................................................47

6.10.1 CÁLCULO DO PERÍODO DE PROPAGAÇÃO DA ONDA (𝜏 ) ............................47


6.10.2 CÁLCULO DO TEMPO DE FECHAMENTO DA VÁLVULA(T).............................48
6.10.3AVALIAÇÃO SE É MANOBRA LENTA OU RÁPIDA.............................................48
6.11 CÁLCULO DO HT......................................................................................................48
4
6.12 DEFINIR A CLASSE DA TUBULAÇÃO....................................................................48
7. CONCLUSÃO................................................................................................................49
8. REFERENCIAS.............................................................................................................50

5
SUMÁRIO DE IMAGENS

Imagem 01 - Localização Capital Vitória, ANM X Vargem Alta Área de Estudo/ ES. Fonte:
Google Earth, 2022...........................................................................................................10
Imagem 02 - Localização da lavra de granito. Fonte: Google Earth.................................10
Imagem 03 - Indicação da poligonal do processo minerário. Fonte: Cadastro mineiro
ANM...................................................................................................................................11
Imagem 04 - distância até a pista. Fonte: Google Earth...................................................12
Imagem 05 - distância até núcleo populacional. Fonte: Google Earth..............................13
Imagem 06 - Mapa Referente a Elevação do Estado do Espírito Santo. Fonte: IJSN,
2012...................................................................................................................................14
Imagem 07 - Mapa do Município referente a Elevação. Fonte: IJSN,2012.......................15
Imagem 08 - Curva de nível local. Fonte: Kosmo.............................................................15
Imagem 09 - Mapa do Município referente a uso e cobertura do solo do Município. Fonte:
IJSN,
2012...................................................................................................................................16
Imagem 10 - Mapa Referente às Temperaturas médias anuais 1977-2006. Fonte: IJSN,
2012...................................................................................................................................17
Imagem 11- Mapa Referente às Bacias Hidrográficas do Estado do ES. Fonte: IJSN,
2012...................................................................................................................................19
Imagem 12 - Unidade de Conservação e zona de amortecimento...................................20
Imagem 13 - Unidade de Conservação e zona de amortecimento...................................21
Imagem 14 - Recursos Hídricos da poligonal ..................................................................22
Imagem 15 - Topo de Morro. Fonte: Kosmo.....................................................................23
Figura 17 – Localização do Município e da Estação pluviométrica.............................................24

Figura 18 - Desenho esquemático de uma pluviosidade. Fonte: Google Imagens..........................25

Figura 19 - Pluviômetro. Fonte: Google Imagens.....................................................................26

Figura 20 - Curva intensidade-duração-frequência. Fonte: Atlas CPRM.......................................27

Imagem 21 - Área de contribuição total. Fonte: Kosmo.................................................................30

Imagem 22 - Área de contribuição de um dos canais. Fonte: Kosmo............................................31

Imagem 23 - Desenho esquemático e dimensões do dreno. Fonte: Software Canal....................34

Figura 24 - Desenho esquemático da Descida. Fonte: Google Imagens....................................35

Figura 25 - Desenho esquemático da caixa coletora. Fonte: Google imagens..............................36

6
Figura 26 – Imagem real de caixa de águas pluviais. Fonte: Google Imagens................................36

Figura 27 – Imagem real de escada de drenagem. Fonte: Google Imagens..................................37

Imagem 28 - Localização bomba e caixa d’água. Fonte Google Earth......................................38

Imagem 29 - Poço. Fonte: Imagem do local.............................................................................38

Imagem 30 - Caixa d’água. Fonte: Imagem do local.......................................................................39

Imagem 31 - Bomba utilizada para o dimensionamento. Fonte: Schneider Motobombas..............40

Imagem 32 - Modelo e dados da bomba. Fonte: Schneider Motobombas.......................................41

Imagem 33 - Dados técnicos sobre a bomba. Fonte: Schneider Motobombas.............................41

Imagem 34 - Tabelas de pressão de vapor e atmosférica. Fonte: Schneider Motobombas..........42

Imagem 35 - Tabela de comprimentos equivalentes a perdas localizadas. Fonte: Material utilizado


em sala...........................................................................................................................................44

Imagem 36 - Gráfico do sistema e ponto de operação...................................................................47

7
INTRODUÇÃO

Neste trabalho, seguindo as normas da Agência Nacional de Água (ANA) e do


IBRAM, Instituto Brasileiro de Mineração, é feita a verificação se uma área localizada no
município de Vargem Alta é passível de exploração a fins de extração mineral.

Portanto, será feito o estudo hidrológico da região levando em conta a existência de


Áreas de Preservação Permanentes (APP), topos de morro, rios, nascentes e outros
critérios ambientais que não permitam o uso. E também, serão feitos estipular uma área
de escoamento da água pluvial, determinar a vazão requerida para o funcionamento do
empreendimento, definir qual associação de bombas seria necessária para que se
pudesse fornecer água de maneira satisfatória tudo através da elaboração de um sistema
de abastecimento de água, com o devido dimensionamento da estação elevatória,
baseando-se em estudos topográficos, ambientais, fórmulas matemáticas e formulário de
outorga a fim de propor a implantação desse sistema na área da lavra.

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1.OBJETIVO:

Os objetivos da primeira parte do projeto são determinar a localização, área útil, tipo
de solo, relevo, clima e vegetação com base em dados coletados da área a ser estudado.
Levando sempre em relação às áreas de preservação permanente (APP), unidades de
conservação (UC), zonas de amortecimento, recursos hídricos e faixa de domínio, que
serão analisados mais detalhadamente com a ajuda do Software Kosmos e outras
ferramentas de programas computacionais.

Na segunda parte a ser avaliada iremos estipular uma área de escoamento da água pluvial,
determinar a vazão requerida para o funcionamento do empreendimento, definir qual
associação de bombas seria necessária para que se pudesse fornecer água de maneira
satisfatória tudo através da elaboração de um sistema de abastecimento de água, com o
devido dimensionamento da estação elevatória, baseando-se em estudos topográficos,
ambientais, fórmulas matemáticas e formulário de outorga a fim de propor a implantação
desse sistema na área da lavra.

2. DADOS GERAIS:

2.1 LOCALIZAÇÃO:

O Estado do Espírito Santo está localizado na Região Sudeste do Brasil, tendo


como sua capital a cidade de Vitória.

A Área de Estudo está localizada em Guiomar, no Município de Vargem Alta. A


cidade é localizada à latitude Sul de 20º 40' 15,60” e longitude Oeste de Greenwich, de
41º 00' 25,20'', na região Sul do estado do Espírito Santo, a 136 km de sua capital – Vitória.
O percurso Vitória x Vargem Alta pode ser feito através, majoritariamente da BR-101, tendo
sua rota estimada em 148 km de distância, para se realizar tal percurso, deve-se seguir
no sentido Vitória x Viana através da BR-262, e, posteriormente, deve-se seguir o percurso
pela BR-101 até Iconha, em que então, seguirá pela ES-375 até o município de Vargem
Alta (PMVA, 2018).

Este percurso está representado no mapa Percurso Vitória x Vargem Alta via BR-
101 abaixo (Imagem 01).

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Imagem 01 - Localização Capital Vitória, ANM X Vargem Alta Área de Estudo/ ES. Fonte: Google Earth, 2022.

Imagem 02 - Localização da lavra de granito. Fonte: Google Earth

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2.2 POLIGONAL DA ÁREA:

A área encontra-se com o Requerimento de lavra/ Exigência publicada


apresentado junto a ANM, sob n° de processo 896.588/2004, área titulada/requerida pela
empresa Ofranti Indústria de Mármores e Granitos Eireli ltda, com uma área de 312,89
ha.

Imagem 03 - Indicação da poligonal do processo minerário. Fonte: Cadastro mineiro ANM.

2.3 ÁREA ÚTIL:

A Portaria da FEPAM ( Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis


Roessler) Nº 25 DE 30/03/2016 define área útil como sendo toda a área efetivamente
utilizada para o desenvolvimento da atividade mineradora, construída ou não, formada
pelo conjunto de vértices georreferenciados, na qual estão incluídas as jazidas, as áreas
de depósito, as bacias de sedimentação, estruturas administrativas, britadores e demais
equipamentos, acessos internos, principais e secundários, bem como toda e qualquer

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estrutura ou serviço relacionados à atividade, contida obrigatoriamente na Poligonal
Ambiental.

Portanto, ao desconsiderar a Área de Preservação Permanente composta pelos


recursos hídricos, florestas e demais formas de vegetação, a área útil da poligonal, onde
serão estabelecidas as operações mineiras foi-se calculada com o auxílio do Software
kosmo e possui aproximadamente 20676,631 m² ou (2,06 hac).

2.4 FAIXA DE DOMÍNIO:

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT),


define-se como sendo “Faixa de Domínio” toda área de base física sobre a qual se assenta
uma rodovia, constituída pelas pistas de rolamento, canteiros, obras de arte,
acostamentos, sinalização e faixa lateral de segurança, com limites definidos conforme
projeto executivo da rodovia, decretos de utilidade pública, ou em projetos de
desapropriação. Dessa forma, utilizando o Google Earth e o Software Kosmo foi
identificado uma faixa de domínio a 2.880 metros do empreendimento, sendo a mais
próxima.

Imagem 04 - distância até a pista. Fonte: Google Earth.

2.5 NÚCLEOS POPULACIONAIS:


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De acordo com os dados coletados via satélite, pelo google Earth e o Software
Kosmo não há a presença de área urbana em um raio de 330 metros do empreendimento.

Imagem 05 - distância até núcleo populacional. Fonte: Google Earth

3. FISIOGRAFIA:

3.1 RELEVO:

O relevo do estado do Espírito Santo é caracterizado por baixada litorânea (40% do


território) e serras (interior). É formado por rochas cristalinas, sobretudo gnaisses e
granitos. Ao longo da costa Atlântica encontra-se uma faixa de planície e à medida que se
penetra em direção ao interior, o planalto dá origem a uma região serrana, com altitudes
superiores a 2.000 metros (IBGE, 2015).

De largura variável, a Baixada Espírito-santense acompanha toda a costa capixaba,


da fronteira com a Bahia até o limite com o Rio de Janeiro (IBGE, 2015).
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O litoral é rochoso ao sul, com falésias de arenito, e também na parte central, com
grandes morros e afloramentos graníticos à beira mar, além de ser recortado com
enseadas e baías (IBGE, 2015).

Destaque para as dunas de Itaúnas, no extremo norte capixaba, (Imagem 06)


mostra a variação de elevações no Estado do Espírito Santo (IBGE, 2015).

Imagem 06 - Mapa Referente a Elevação do Estado do Espírito Santo. Fonte: IJSN, 2012.

O relevo do município do Vargem Alta é predominantemente montanhoso, com 80%


de sua superfície com declividade superior a 30%. Possui ainda uma variação muito
grande da altitude dos seus terrenos, variando de 60 m ao sul na região do Frade a 1890
m na serra do Redentor divisa com Alfredo Chaves, mais de 60% de suas áreas estão
localizadas entre 600 a 900m de altitude. (IJSN,2011).

O relevo fortemente ondulado a montanhoso apresenta várias quedas d’água que


formam inúmeras cachoeiras e corredeiras. O ponto mais elevado é a pedra do Canudal,
com altitude de 870 metros, com base na (Imagem 07) podemos analisar melhor o relevo
do município (PMVA, 2012).

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Imagem 07 - Mapa do Município referente a Elevação. Fonte: IJSN,2012.

A região que se encontra no perímetro da área em estudo possui cotas variando de


700m até 780m de altitude, e o centro da operação se encontra especificamente entre
700m e 720m de altitude.

Imagem 08 - Curva de nível local. Fonte: Kosmo

3.2 VEGETAÇÃO:

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A vegetação do Espírito Santo é composta por floresta tropical e vegetação
litorânea, sendo a vegetação do município de Vargem Alta originária da mata atlântica,
cobrindo aproximadamente 20% do município, com maior concentração nas áreas de
maior altitude, com características de mata secundária e em regeneração, com poucas
áreas de matas primitivas (IBGE, 2019).

Com relação a florestas cultivadas predominam as espécies de eucaliptos e pinus


ocupando uma área aproximada de 1500 hectares. Com aproximadamente 15 hectares,
no bioma Mata Atlântica, sendo classificado por Veloso et al. (1991) como Floresta
Ombrófila Densa (Floresta Pluvial Tropical). Na área em questão são encontradas três
formações: Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa de Solos
Aluviais e Comunidades Aluviais (Veloso, 1991).

A formação Montana encontra-se em altitudes entre os 500 e 1500 metros, sendo


a estrutura florestal de dossel uniforme, com indivíduos que podem chegar aos 20 metros
(IBGE, 2019).

3.3 SOLO:

Os solos predominantes (85%) são os classificados como latossolo vermelho


amarelo distrófico, de fertilidade média a baixa, bem desenvolvidos, profundos, boa
drenagem, com acidez pronunciada, possuindo ainda solos classificados como terra roxa
estruturada (10%), fertilidade média a alta e acidez média. O restante (5%) é constituído
por solos aluviais, areias quartzosas e solos litólicos com afloramento de rochas (Silva,
1993).

A região possui um solo bastante variável, sendo composta por faixas férteis
proveniente das matérias orgânicas decompostas e pela vasta presença e biodiversidade
de fungos e bactérias. O município apresenta-se, no entanto, em sua maioria um solo
sempre úmido, raso e bem nutritivo, (Imagem 9) podemos observar como está ocupada a
área a terra do município os tipos de vegetação (PVMA, 2012).

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Imagem 09 - Mapa do Município referente a uso e cobertura do solo do Município. Fonte: IJSN, 2012.

3.4 CLIMA:

O clima do Estado do Espírito Santo é tropical úmido, com temperaturas médias


anuais entre 22ºC e 24ºC e volume de precipitação superior a 1.400 mm por ano,
especialmente concentrada no verão, (Imagem 10) as temperaturas médias anual
referente ao ano de (19977-2006) (IJSN, 2012).

Imagem 10 - Mapa Referente às Temperaturas médias anuais 1977-2006. Fonte: IJSN, 2012.
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O clima do município referente a área de estudo, é variável de acordo com as
diferenças de altitudes que se estendem de 50 m a 1890 m. Na região baixa, suas altitudes
variam de 100m a 450m, o clima é caracterizado como quente, com a média das máximas
temperaturas dos meses mais quentes de 30,7ºC a 34ºC, e a temperatura média das
mínimas nos meses mais frios de 11,8ºC a 18ºC (Incaper, 2012).

Na região de altitude média entre 450m a 850m, as temperaturas máximas nos


meses mais quentes são de 27,8ºC a 30,7º e as mínimas nos meses mais frios de 9,4ºC
a 11,8ºC (Incaper, 2012).

Nas regiões mais altas de 850m a 1200m o clima é frio, com a média das máximas
temperaturas dos meses mais quentes de 25,3ºC a 27,8ºC e a média das mínimas dos
meses mais frios de 7,3ºC a 9,4ºC, com algumas áreas sujeitas a geadas (até 3 meses a
cada 4 anos) (Incaper, 2012).

3.5 BACIA HIDROGRÁFICA:

A bacia hidrográfica do Rio Novo está localizada na região sul do Estado do Espírito
Santo. Possui uma área de drenagem de aproximadamente 776,9 km² que abrange
completamente os municípios de Rio Novo do Sul e Iconha e parcialmente os municípios
de Vargem Alta, Itapemirim e Piúma, somando uma população de cerca de 96.095
habitantes, no ano de 2017. Seus limites físicos ocorrem ao norte com a Bacia Hidrográfica
do Rio Benevente, a oeste com a Bacia Hidrográfica do Rio Itapemirim e a sudeste com o
Oceano Atlântico.

O Rio Novo, cuja extensão é de aproximadamente 80 km, nasce na Serra do


Richmond, na localidade de Ipeaçu, município de Vargem Alta, a uma altitude em torno de
800m. Seu principal afluente é o rio Iconha, que nasce da confluência de três rios: Ribeirão
Inhaúma, Ribeirão Monte Alegre e o Ribeirão São Pedro. O córrego Rodeio, afluente do
Ribeirão Monte Alegre, corresponde à nascente mais alta do rio Iconha, na localidade de
Princesa, em Rio Novo do Sul, também a uma altitude de 800 m em um prolongamento da

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Serra do Richmond. Outro importante curso de água da bacia é o Ribeirão Concórdia, cuja
confluência com o Rio Novo se dá já na divisa de Vargem Alta e Rio Novo do Sul.

Imagem 11- Mapa Referente às Bacias Hidrográficas do Estado do ES. Fonte: IJSN, 2012.

4 ASPECTOS AMBIENTAIS

4.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCs)

Segundo o IEMA (Instituto de gestão ambiental e avaliação) as Unidades de


Conservação (UCs) podem ser definidas como espaços territoriais com características
naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivos de
conservação e com limites definidos, sob regime especial de administração, as quais se
aplicam garantias adequadas de proteção. As Unidades de Conservação dividem-se em
dois grupos distintos:

• Proteção Integral: É permitido o uso indireto dos recursos naturais, aquele que não
envolve coleta, consumo, dano ou destruição;
• Uso Sustentável: É permitido o uso direto dos recursos naturais, aquele que envolve
coleta e uso, comercial ou não, desde que de forma manejada e equilibrada,
garantindo sua perenidade e manutenção dos processos ecológicos;

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Imagem 12 - Unidade de Conservação e zona de amortecimento

Com o auxílio do auxílio do Software Kosmo verificou-se que área apresentada não
se encontra presente dentro de uma UCs de Proteção Integral, representado pelas cores
azul e vermelho. Logo, observou-se também que a área não está inserida dentro de uma
UCs do tipo Uso Sustentável nem apresenta nenhuma unidade próxima.

4.2 ZONAS DE AMORTECIMENTO

Segundo o art. 2º, XVIII da Lei n. 9.985/2000 (Lei do Sistema Nacional de unidades
de Conservação da Natureza – SNUC), as Zonas de Amortecimento podem ser definidas
como o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão
sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos
negativos sobre a unidade. Em concordância com o item anterior, informa-se que a área
estudada em questão, não se encontra em uma Zona de Amortecimento, zonas essas que
estão representadas pela cor verde.

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Imagem 13 - Unidade de Conservação e zona de amortecimento

4.3 RECURSOS HÍDRICOS

Conforme a legislação toda água doce acessível e utilizável para a humanidade, no


estágio tecnológico atual e a custos compatíveis com seus diversos usos, é chamada de
“recurso hídrico”. Em outras palavras, os recursos hídricos são as águas tanto superficiais
quanto subterrâneas disponíveis para uso tais como córregos, rios, nascentes, lago e entre
outros. Segundo a Lei n. 12.651/2012 qualquer curso d’água ou rio deve obedecer a uma
largura mínima prevista por lei como descrita abaixo:

• De 30 metros para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura.


• De 50 metros para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura.
• De 100 metros para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura
• De 200 metros para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura.
• De 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros.

A área da poligonal não está inserida em nenhum ponto que apresenta recursos
hídricos. Com isso podemos observar que como é previsto por lei não será necessário um
recuo na atividade que irá ocorrer na poligonal, uma vez que a área já está fora do limite
estabelecido. No entanto, para o funcionamento do empreendimento será necessário
haver um consumo de água, que poderá ser bombeado do próprio curso d’água localizado
próximo da área.

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Imagem 14 - Recursos Hídricos da poligonal

4.4 CORREDORES ECOLÓGICOS

De acordo com a Lei, nº 9.985, de 18 de julho de 2020, os corredores ecológicos


podem ser descritos como sendo partes de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
unidades de conservação, que possibilitam entre elas o movimento do ecossistema local,
facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a
manutenção de populações que necessitam para sua sobrevivência áreas com extensão
maior do que aquela das unidades individuais.

Com o que foi observado a poligonal do empreendimento não se encontra dentro


ou próximo de corredores ecológicos.

4.5 TOPOS DE MORROS

De acordo com a resolução do CONAMA(Conselho Nacional do Meio Ambiente) e


do Código Florestal, topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura de no
mínimo de 100 metros e inclinação média maior que 25º, as áreas delimitadas a partir da
curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da elevação sempre em
relação à base, sendo está definida pelo plano horizontal determinado por planície ou

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espelho d’água próximo ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais
próximo da elevação.

Com a utilização do Software Kosmo e das imagens do Google Earth, foi analisada
a área dentro da poligonal apresentada, a fim de verificar um possível topo de morro, com
isso observamos a presença de 3 topos de morro na região como mostrado na figura a
baixo.

Imagem 15 - Topo de Morro. Fonte: Kosmo.

Para uma análise mais detalhada, foram escolhidos 3 topos de morro que se
encontram na poligonal e foram realizados cálculos a partir da seguinte formula:

(𝑐𝑜𝑡𝑎𝑀𝑎𝑥 − 𝐶𝑜𝑡𝑎𝑀𝑖𝑛)
𝑇𝑜𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑟𝑜 𝑋 = 𝐶𝑜𝑡𝑎𝑀𝑎𝑥 −
3

Com isso, podemos calcular (a ordem de cálculos será do topo de morro da


esquerda para a direita):

(780 − 700)
𝑇𝑜𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑟𝑜 1 = 780 −
3

𝑇𝑜𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑟𝑜 1 = 753,34 𝑚

(760 − 700)
𝑇𝑜𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑟𝑜 2/3 = 760 −
3

𝑇𝑜𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑜𝑟𝑟𝑜 2/3 = 740 𝑚

23
Os topos de morro 2 e 3 possuem as mesmas cotas tanto máxima quanto mínima,
logo terão o mesmo resultado.

5. DIMENSIONAMENTO E MEMORIAL DE CÁLCULOS PARA O SISTEMA DE


DRENAGEM SUPERFICIAL

5.1 ÍNDICE PLUVIOMÉTRICO

A Estação Jacigua (DNOS), código 02041010, está localizada na Latitude


20°42'38"S e Longitude 41°1'1"W (segundo inventário da ANA), no município de Vargem
Alta/ES. Esta estação pluviométrica continua em atividade, sendo operada pela CPRM.

Figura 17 – Localização do Município e da Estação pluviométrica

A estação mede o Índice pluviométrico do volume de chuva que cai em uma


determinada área em certo período de tempo. Por definição, entende-se essa área como
sendo 1 m² e o tempo como sendo 1 dia (podendo variar). Em outras palavras, ela é
medida pela altura da lâmina de água (em milímetros) que se acumula em cima de 1 m².

Uma pluviosidade de 1 mm (altura de água) equivale ao volume de 1 litro (L) de


água de chuva que se acumulou sobre uma superfície de 1 m². Ou seja, em se tratando
de pluviosidade 1 mm = 1 L/m².

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Figura 18 - Desenho esquemático de uma pluviosidade. Fonte: Google Imagens

5.2 DURAÇÃO E FREQUÊNCIA DA CHUVA

Duração da chuva, ou seja, quanto tempo dura a intensidade (horas ou minutos) do


início ao fim da precipitação. É comum classificar a duração da chuva em 5 minutos, 10
minutos, 15 minutos e 20 minutos, até 24 horas. Por outro lado, a frequência das chuvas
é outro indicador importante, descreve com que frequência os eventos de precipitação
ocorrem durante o ano, ou seja, em quantos dias choveu para uma dada chuva, digamos
I = 80 mm/h, a mesma chuva I = 80 mm/h cai todos os anos em uma área acontece a
cada 10 anos em diferentes regiões.

5.3 INTENSIDADE DE CHUVA DO MUNICÍPIO

A intensidade de chuva é definida como a razão entre a quantidade total de chuva


(profundidade da chuva) caindo durante um determinado período e a duração do período.

● Chuva fraca: quando a intensidade é inferior a 5 mm/h;

● Chuva moderada: quando a intensidade está entre 5 e 25 mm/h;

● Chuva forte: quando a intensidade está compreendida entre 25,1 e 50 mm/h;

● Chuva muito forte: quando a intensidade é igual ou superior a 50 mm/h;

● Pancadas de chuva: Precipitação intensa ocorrida em curto período de tempo e


espacialmente restrita.

Temos que a intensidade de chuvas é estimada de região para região, de acordo


com parâmetros pluviométricos regionais e estatísticos e, também, pelo tempo de retorno
no local e o tempo de concentração, na qual é calculada segundo a equação abaixo:

25
𝐾. 𝑇 𝑎
𝑖=
(𝑏 + 𝑡)𝑐

Onde:

i: intensidade de chuvas [mm/h]

K,a,b,c: parâmetros adimensionais, que variam de acordo com a região.(Os parâmetros


foram obtidos com a utilização do software gratuito Plúvio 2.1, disponibilizado
gratuitamente para download pela Universidade de Viçosa)

T: tempo de retorno em [anos]

t: tempo de duração da chuva[min]

Os dados coletados foram obtidos a partir dos dados diários de precipitação


coletados em pluviômetro modelo Ville de Paris, bastante utilizado no Brasil.

Figura 19 - Pluviômetro. Fonte: Google Imagens

O gráfico a seguir contém os dados que foram obtidos mediante a equação


adotada para representar a família de curvas, do tipo:

26
Figura 20 - Curva intensidade-duração-frequência. Fonte: Atlas CPRM

𝛿
{[((𝑎 ln(𝑇)+𝑏).ln(𝑡+ ))]+𝑐 ln(𝑇)+𝑑}
60
𝑖=
𝑡

Onde:

i é a intensidade da chuva (mm/h)

T é o tempo de retorno (anos) t é a duração da precipitação (horas)

a, b, c, d, δ são parâmetros da equação

No caso de Vargem Alta, para durações de 5 minutos a 1 hora, os parâmetros da


equação são os seguintes: a =7,3823; b = 13,3425; c = 17,6630; d = 31,9468 e δ = 5

5
{[[(7,3823 ln(𝑇)+13,3425).ln(𝑡+ ))]+17,6630 ln(𝑇)+31,9468}
60
𝑖=
𝑡

Esta equação é válida para tempos de retorno até 100 anos.

Para durações superiores a 1 hora até 24 horas, os parâmetros da equação são os


seguintes: a = 6,4732; b = 11,6814; c =17,2057; d = 31,1256 e δ = 11

11
{[𝑖 = [(6,4732 ln(𝑇) + 11,6814). ln (𝑡 + 60))] + 17,2057 ln(𝑇) + 31,1256}
𝑡

A equação acima é válida para tempos de retorno até 100 anos.

27
A Tabela 01 apresenta as intensidades, em mm/h, calculadas para várias durações
e diferentes tempos de retorno. Enquanto que na Tabela 02 constam as respectivas alturas
de chuva, em mm, para as mesmas durações e os mesmos tempos de retorno.

Tabela - :Intensidade de chuva em mm/h. Fonte: Atlas CPRM

Tabela 2 - Altura da chuva em mm. Fonte: Atlas CPRM

5.4 CÁLCULO DE INTENSIDADE DE CHUVA PARA ÁREA DA POLIGONAL

28
Com o auxílio do software Pluvio 2.1, produzidos pelo GPRH da Universidade
Federal de Viçosa, inseriu-se a coordenada de amarração da poligonal estudada em
coordenadas geográfica (grau, minuto e segundos), o estado e a localidade. Portanto,
obteve-se os seguintes valores como apresentada no Anexo I:

K: 1081,539 a: 0,177 b: 11,228 c: 0,746

Por se tratar de um empreendimento de mineração adotou-se um tempo de retorno


de 20 anos, para um melhor desenvolvimento da lavra e após o seu encerramento, que
ocorrerá quando esgotar os recursos minerais ou a sua exploração já não é rentável, possa
pôr em prática o projeto recuperação da área degradada.

Utilizando para o projeto um período de recorrência ou de retorno da chuva de (20


anos) e uma duração da chuva de 8 min., teremos:

𝐾. 𝑇 𝑎
𝑖=
(𝑏 + 𝑡)𝑐

(1081,539). 200,177
𝑖=
(11,228 + 8)0,746

𝑖 = 202,539𝑚𝑚/ℎ

Portanto temos que a intensidade de chuvas encontrada para a área estudada em


questão, localizada na zona rural do município de Vargem Alta/ ES foi de 202,539 mm/h.

5.5 ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO

Conforme a norma NBR 10.844/89, item 3.1 define-se área de contribuição sendo
a “soma das áreas das superfícies que, interceptando chuva, conduzem as águas para
determinado ponto da instalação.”

29
Imagem 21 - Área de contribuição total. Fonte: Kosmo

Utilizando-se o software gratuito Kosmo, obteve-se os dados e identificou-se a área


de captação pluvial equivalente a 14401,6121 m² ou 1,44 ha.

Como o canal está em V, haverá duas saídas e, sendo assim, será calculado em
base do maior canal com a maior área.

30
Imagem 22 - Área de contribuição de um dos canais. Fonte: Kosmo

Identificou-se a área de captação pluvial equivalente a 9968,5863 m² ou 0,99ha.

5.6 ESCOAMENTO SUPERFICIAL

O escoamento superficial corresponde à parte do ciclo hidrológico que se preocupa


com o deslocamento da água pela superfície do solo. É fundamental para o projeto de
engenharia e é dimensionado para suportar o fluxo máximo produzido pelo escoamento
superficial.

A avaliação do ciclo hidrológico prevê que uma fração do volume total da


precipitação é interceptada pela vegetação e o restante atinge a superfície do solo,
causando umedecimento dos agregados do solo e reduzindo sua coesão. À medida que
a chuva continua, os agregados se decompõem em partículas menores. A quantidade
de solos não estruturados aumenta com a intensidade da precipitação, velocidade e
tamanho das gotas. Além de causar a liberação de partículas, obstruindo os poros do
solo, o impacto das gotas de água também tende a compactar o solo, fazendo com que
sua superfície fique selada, reduzindo a permeabilidade à água. O acumulo de água nas
31
depressões existentes na superfície do solo, acontece apenas quando a intensidade da
precipitação é superior à taxa de infiltração, ou seja, quando é excedida a capacidade de
acumulo de água. Uma vez esgotada a capacidade de retenção da superfície, a água irá
começar a escoar.

5.6.1 Coeficiente de Escoamento Superficial (C)

O coeficiente de escoamento é definido como a razão entre o volume de água de


escoamento superficial e o volume de precipitação. Ou seja, quantifica o grau de absorção
de água pela superfície onde ocorre a precipitação, representando quanto % do volume
de precipitação será efetivamente escoado.

Na realidade, há pouca absorção pelas superfícies no início da precipitação porque


elas são secas e suas cavidades contêm ar. Depois de algum tempo, esses vazios ficam
saturados e reduzem a taxa de absorção de água.

Portanto, podemos conceituar o coeficiente de escoamento usando a seguinte


equação:

𝑉𝑒𝑠𝑐𝑜𝑎𝑑𝑜
𝐶=
𝑉𝑃𝑟𝑒𝑐𝑖𝑝𝑡𝑎𝑑𝑜

Tanto a altura da lâmina de água escoada como a altura da lâmina de água


precipitada são medidas em milímetros, que são necessárias para medir os respectivos
volumes drenados e precipitados. Assim, conhecendo o coeficiente de "escoamento" para
uma dada chuva intensa de certa duração, pode-se determinar o escoamento superficial
de outras chuvas de diferente intensidade, desde que a duração seja a mesma.

5.7 DIMENSIONAMENTO DE VAZÃO

A vazão, ou volume escoado por unidade de tempo, é a principal grandeza que


caracteriza um escoamento. Geralmente é expressa em m³/s ou L/s.

Antes de dimensionar um dreno, deve-se realizar o cálculo da vazão da água da


chuva que escoa no terreno. Para isso utilizou-se do Método Racional, que é o método
mais utilizado pelo setor. Sendo calculada com a seguinte equação:

𝐶. 𝑖. 𝐴
𝑄=
360

Onde:

32
Q: vazão superficial [m³/s].

C: coeficiente de escoamento superficial.

i: intensidade média de chuva para precipitação ocorrida durante o tempo de concentração


da bacia [mm/h]

A: área da bacia de contribuição [ha].

5.8 CÁLCULO DO DIMENSIONAMENTO DE VAZÃO

Utilizando-se os dados:

𝐶. 𝑖. 𝐴
𝑄𝑐𝑝 =
360

(0,20). (202,539). (1,44)


𝑄𝑐𝑝 =
360

𝑄𝑐𝑝 = 0,16𝑚3 /𝑠

Temos para a área estudada a vazão de 0,16 m³/s, como calculado acima, para
todo os dois canais.

Como o canal está em V será calculado para o de maior vazão.

(0,20).(202,539).(0,99)
𝑄𝑐𝑝 =
360

𝑄𝑐𝑝 = 0,11𝑚3 𝑠

Então será utilizado para os cálculos a vazão de 0,11m³/s para o canal.

5.9 CÁLCULO DE DECLIVIDADE DA ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO

Com o auxílio do software Kosmo, foi possível realizar os cálculos do fator de


declividade da área, sabendo que a cota superior é 760 m e a inferior 720m, e a distância
90 m, podemos obter pela seguinte fórmula:

(𝐶𝑜𝑡𝑎 sup 𝑒 𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝐶𝑜𝑡𝑎 inf 𝑒 𝑟𝑖𝑜𝑟)


𝐼=
𝐿

Onde:

I: Declividade

L: distância em (m)

33
(760 − 720)
𝐼=
90

𝐼 = 0.44𝑚/𝑚

Sendo assim a inclinação da área de contribuição será de 0,44 m/m.

5.10 DRENAGEM SUPERFICIAL

O sistema de drenagem superficial tem como finalidade a captação ou interceptação


e remoção das águas precipitadas, sobre as estradas e áreas adjacentes, que escoam
superficialmente. As águas superficiais devem ser removidas ou conduzidas para fora do
corpo estradal, da frente de lavra onde está sendo realizada a manobra de equipamento e
pessoal, ou para locais apropriados de deságue seguro, para evitar a sua acumulação na
estrada, bem como visando proporcionar estabilidade aos maciços que constituem a
infraestrutura a fim de não causar erosão nos terrenos marginais e também para não
causar danos materiais e físicos.

5.11 TIPO DE REVESTIMENTO

O tipo de revestimento que será utilizado nos drenos será o concreto. Foi adotado
tal material, por ser o economicamente mais viável e também por ele ter uma vida útil maior
que os demais materiais discriminados no anexo II, o que iria economizar tempo e trabalho
a longo prazo, já que não seria necessário realizar reparos em períodos curtos.

5.12 TIPO DE DRENO

Como terá que ser feito dois canais por conta do terreno, foi calculado o canal com
a maior área de chuva da poligonal, que poderá ser usado no outro canal por conta do
dimensionamento maior que não haverá perigo de transbordamento. Relatório (ANÉXO I).

34
Imagem 23 - Desenho esquemático e dimensões do dreno. Fonte: Software Canal

5.13 DISPOSITIVOS DE DRENAGEM

Os dispositivos de drenagem são necessários no projeto, para que auxilie na


drenagem superficial. Neste projeto os dispositivos utilizados serão a descida d’água
(dispositivo que tem como objetivo conduzir as águas captadas por outros dispositivos de
drenagem, pelos taludes de corte e aterro) e a caixa coletora (dispositivo que coleta as
águas provenientes das sarjetas e das descidas d’água de corte).

Figura 24 - Desenho esquemático da Descida. Fonte: Google Imagens

35
Figura 25 - Desenho esquemático da caixa coletora. Fonte: Google imagens

5.14 DIMENSIONAMENTO DA ÁREA DE DRENAGEM COM O USO DE DISPOSITIVOS.

Devido ao fato de o canal selecionado para a operação ter um formato de “V”, haverão
duas áreas para ocorrência da drenagem, tendo elas 60 e 64 metros de comprimento,
respectivamente.

Para otimizar as operações de drenagem, no final dos canais, utilizaremos descidas


d'água com escadas de dissipação de energia e, em seguida, de acordo com a legislação,
aplicaremos caixas coletoras de água a cada 20 metros. Essas caixas estarão interligadas
entre si por tubulações de concreto e serão de fácil acesso para eventuais manutenções.

Figura 26 – Imagem real de caixa de águas pluviais. Fonte: Google Imagens

As caixas de drenagem utilizadas terão área da seção transversal em formato


retangular e dimensões. Vale ressaltar que as caixas devem estar no mesmo nível de
altura umas em relação as outras, para que não haja perda de energia no escoamento.

36
Figura 27 – Imagem real de escada de drenagem. Fonte: Google Imagens

As escadas de dissipação de energia terão o formato de seus degraus retangulares.

6. DIMENSIONAMENTO E MEMORIAL DE CÁLCULOS PARA O RESERVATÓRIO DE


ABASTECIMENTO

- OUTORGA DE RECURSOS HÍDRICOS

A outorga é imprescindível para a legalidade e regularidade quanto ao uso de recursos


hídricos quando se tratar de implantação, ampliação e alteração de qualquer
empreendimento que demande uso de água superficial ou subterrânea, bem como a
execução de obras ou serviços que alterem o seu regime, quantidade ou qualidade, como
mostrado no anexo III.

6.1 VAZÃO A SER RECALCADA

A vazão a ser recalcada dependerá, essencialmente, de dois elementos: consumo


diário da instalação, jornada de trabalho da bomba (GUEDES, 2013).

A água a ser utilizada no empreendimento será recalcada de um posso posicionado


as margens do córrego localizado próximo a lavra:

37
Imagem 28 - Localização bomba e caixa d’água. Fonte Google Earth.

Imagem 29 - Poço. Fonte: Imagem do local

A mina possui capacidade de armazenamento de 5.000L na caixa d’água.

38
Imagem 30 - Caixa d’água. Fonte: Imagem do local

Segundo depoimento de funcionários da empresa em dias de elevado consumo de


água, iniciado o dia com a caixa cheia sem o acionamento da bomba, não chega a esvaziar
a caixa completamente, supondo-se que o gasto diário máximo varia de 4.000L até 4.500L.
Com isso considerando que com o avanço da lavra o consumo aumente foi considerado
um gasto diário de 5.000L.

Temos que:

- Vida útil ±20 anos

- Comprimento da tubulação de recalque= 200m

- Comprimento da tubulação de sucção = 4m

- Cota do poço = 700m

- Cota da caixa d’água= 734m

- Altura de sucção(Hs) = 3m

- Altura de recalque (Hr) = 734m – 700m = 34m

- Consumo de água diário = 5.000L

𝐾𝑔
- 𝛾 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 = 1000 𝑚3

- 𝜂 = 0,40

39
- Tubulação de plástico

- E do polietileno de baixa densidade= 200 × 106 𝑃𝑎

- Gravidade = 9,81m/s2

- Pressão de vapor= 0,33m

- Pressão atmosférica= 9,47m

- Tempo de funcionamento diário da mina= 9h

Imagem 31 - Bomba utilizada para o dimensionamento. Fonte: Schneider Motobombas

40
Imagem 32 - Modelo e dados da bomba. Fonte: Schneider Motobombas

Imagem 33 - Dados técnicos sobre a bomba. Fonte: Schneider Motobombas

41
Imagem 34 - Tabelas de pressão de vapor e atmosférica. Fonte: Schneider Motobombas

6.2 VAZÃO NECESSÁRIA (Q)

42
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎 (𝐿)
Q = 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎 (𝑠)

5.000
Q =9 × 60 × 60

Q = 0,154 L/s = 1,543x10 -4 m3/s = 0,55m3/h

- Diâmetro das tubulações (D):


1
𝐷 = 1,3 × 𝑥 4 × √𝑄

𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑛𝑜 𝑑𝑖𝑎


𝑥=
24

9
𝑥=
24

𝑥 = 0,375

1
𝐷 = 1,3 × 0,3754 × √1,543 × 10−4

𝐷 = 12,6 𝑚𝑚

Por tanto, considerando os diâmetros comerciais mais próximos, o diâmetro de


recalque ficará 13mm e o de sucção 19mm.

-Cálculo das peças especiais:

Recalque:-1 válvula de retenção = 1,6m Sucção: - 1 Válvula de pé com crivo =5,6m

- 1 registro de gaveta = 0,1m - 1 Curva de 90°= 0,4m

- 1 saída = 0,4m

- 1 curva de 90° = 0,3m

43
Imagem 35 - Tabela de comprimentos equivalentes a perdas localizadas. Fonte: Material utilizado em sala

6.3 CÁLCULO DOS COMPRIMENTOS VIRTUAIS

𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 = 𝑝𝑒ç𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 + 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒

𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 = 2,4𝑚 + 200𝑚

𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 = 202,4𝑚

𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 𝑝𝑒ç𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 + 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑐çã𝑜

𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 6𝑚 + 4𝑚

𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑐çã𝑜 = 10𝑚

6.3.1 CÁLCULO DO JR E JS

Como os diâmetros utilizados são menores do que 50 mm usaremos a formula de


𝐷×𝐽 4 𝑉7
Flamante: 4
= 𝑏√ 𝐷

▫ b=0,00023 para canos de ferro ou de aço usados


▫ b= 0,000185 para canos de ferro e aço novos
▫ b= 0,000140 para canos de chumbo

44
▫ b= 0,000130 para canos de cobre
▫ b= 0,000120 para canos de plástico (PVC, etc.)

6.3.1.1 PARA O RECALQUE

𝑄 =𝐴×𝑉

1,543 × 10−4 = (𝜋 × 0,00652 ) × 𝑉

𝑚
𝑉 = 1,163
𝑠

0,013×𝐽 4 1,1637
Jr: 4
= 0,000120√ 0,013

𝐽𝑟 = 0,142

6.3.1.2 PARA A SUCÇÃO

𝑄 =𝐴×𝑉

1,543 × 10−4 = (𝜋 × 0,00952 ) × 𝑉

𝑚
𝑉 = 0,544
𝑠

0,019×𝐽 4 0,5447
Js: 4
= 0,000120√ 0,019

𝐽𝑠 = 0,023

6.4 CÁLCULO DA PERDA DE CARGA

6.4.1 RECALQUE

ℎ𝑓 𝑅 = 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 × 𝐽𝑟

ℎ𝑓 𝑅 = 202,4 × 0,142

ℎ𝑓 𝑅 = 28,7408𝑚

6.4.2 SUCÇÃO

45
ℎ𝑓 𝑠 = 𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 × 𝐽𝑠

ℎ𝑓 𝑠 = 10 × 0,023

ℎ𝑓 𝑠 = 0,23𝑚

6.5 CÁLCULO DA ALTURA MANOMÉTRICA (HM)

𝐻𝑚 = 𝐻𝑔 + ℎ𝑓 𝑅 + ℎ𝑓 𝑠

𝐻𝑚 = 37 + 28,7408 + 0,23

𝐻𝑚 = 66𝑚

6.6 CÁLCULO PARA VERIFICAR SE HÁ CAVITAÇÃO

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = ±𝐻𝑠 + 𝑃𝑎 − 𝑃𝑣 − ℎ𝑓 𝑠

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = −3 + 9,47 − 0,33 − 0,23

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = 5,91

𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 > 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟𝑒𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑓𝑎𝑏𝑟𝑖𝑐𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑏𝑜𝑚𝑏𝑎

Portanto, não há cavitação.

6.7 CÁLCULO DA POTÊNCIA DA BOMBA (P)

𝛾 × 𝑄 × 𝐻𝑚
𝑃=
75 × 𝜂

1000 × 1,543 × 10−4 × 66


𝑃=
75 × 0,4

𝑃 = 0,34 𝑐𝑣

Por tanto, usaremos uma bomba de 0,5cv, pois é a bomba disponível para o caso que
apresenta potência comercial mais próxima.

6.8 CÁLCULO DO K

Para diâmetro < 50mm usa-se:

- Fator de atrito (f):

𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑅×𝑉 2 202,4×1,1632


ℎ𝑓 𝑅 = 𝑓 × --> 28,7408 = 𝑓 × 0,013×2×9,81 --> 𝑓 = 0,02677
𝐷×2𝑔

8𝑓 ×𝐿𝑣𝑖𝑟𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒
𝐾= 𝜋2 ×𝑔×𝐷 5

46
8 × 0,02677 × 202,4
𝐾=
𝜋 2 × 9,81 × 0,0135

𝐾 = 1.206.823.732

6.9 CURVA DO SISTEMA

Para D<50mm, usa-se:

𝐻𝑚 = 𝐻𝑔 + 𝐾 × 𝑄 2

𝐻𝑚 = 37 + 1.206.823.732 × 𝑄 2

Q(m3/h) 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2


Q(m3/s) 5,55 1,11 1,66 2,22 2,77 3,33
× 10−5 × 10−4 × 10−4 × 10−4 × 10−4 × 10−4
Hm(m.c.a) 40,7 51,86 70,25 96,47 129,59 170,8

Imagem 36 - Gráfico do sistema e ponto de operação.

O conjunto dimensionado oferece uma vazão de 0,63m 3/h e altura manométrica de


76m.c.a, ou seja, o conjunto irá trabalhar com folga, possibilitando assim maior
durabilidade e eficiência.

6.10 CÁLCULO DO GOLPE DE ARIETE

6.10.1 CÁLCULO DO PERÍODO DE PROPAGAÇÃO DA ONDA (𝜏 )

47
1010 1010
𝐾=
𝐸
--> 𝐾 = 200×106 --> 𝐾 = 50

- Celeridade (C):

9×900 9×900 𝑚
𝐶= 𝐷 --> 𝐶 = 0,013 --> 𝐶 = 461,3 𝑠
√48,3+𝐾× 𝑒 √48,3+50×0,0025

2×𝐿𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 2×200


𝜏= 𝐶
--> 𝜏 = 461,3
--> 𝜏 = 0,86𝑠

6.10.2 CÁLCULO DO TEMPO DE FECHAMENTO DA VÁLVULA(T)

𝐻𝑚 66
𝐿𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒
= 200 = 0,33 𝐿𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 < 500𝑚

𝐾×𝐿×𝑉 2×200×1,163
𝑡=𝐶+
𝑔×𝐻𝑚
--> 𝑡 = 0,4 + 9,81×66
--> 𝑡 = 1,11𝑠

6.10.3 AVALIAÇÃO SE É MANOBRA LENTA OU RÁPIDA

Como 𝑡 > 𝜏 , então é manobra é lenta.

2𝐿×𝑉 2×200×1,163
ℎ𝑎 = 𝑔×𝑡
--> ℎ𝑎 = 9,81×1,11
--> ℎ𝑎 = 42,72𝑚

6.11 CÁLCULO DO HT

𝐻𝑇 = 𝐻𝑟 + ℎ𝑎

𝐻𝑇 = 34 + 42,72

𝐻𝑇 = 76,72𝑚. 𝑐. 𝑎

6.12 DEFINIR A CLASSE DA TUBULAÇÃO

𝐾𝑔𝐹
1
𝑐𝑚2
----------------- 10𝑚. 𝑐. 𝑎

𝑥 ----------------- 76,72𝑚. 𝑐. 𝑎

𝐾𝑔𝐹
𝑥 = 7,672
𝑐𝑚2

48
Por tanto, a classe de tubulação necessária é 20.

7. CONCLUSÃO

É notória a quantidade de preocupações e restrições empenhadas pelos órgãos de


proteção ambiental no que diz respeito à preservação dos recursos hídricos da natureza.
Através de pesquisas que se utilizaram de diversas literaturas e softwares (como Plúvio,
Kosmo), foi possível realizar o levantamento dos dados necessários para verificação de
viabilidade da extração dos recursos minerais na pedreira em questão.

Através dos métodos ensinados em sala de aula de como calcular o dimensionamento das
tubulações, componentes, potência necessária para a bomba, vazões e entre outros itens,
foi possível realizar todo o planejamento hidráulico requerido para a lavra e, também, sobre
como realizar o cálculo da intensidade das chuvas na região e as formas adequadas de
se realizar tal drenagem pluvial.

Após serem realizados todos os estudos aqui apresentados, foi possível concluir
que na área selecionada em Guiomar no município de Vargem Alta é legalmente
permissível a realização de uma frente de lavra, tendo em vista que não há restrições de
acordo com a legislação em referente às áreas de preservação permanentes, pois os topos
de morros, os rios e nascentes não estão na área da pedreira.

49
8. REFERENCIAS

ANM - PROCESSOS MINERÁRIOS ES. Geobases - Sistema Integrado de Bases


Georreferenciadas do Estado do Espírito Santo. Disponível em
<https://ide.geobases.es.gov.br/layers/geonode:anm_proc_minerarios_es_31984>. Acesso em 01
de dezembro de 2022.

CADASTRO MINEIRO. Agência Nacional de Mineração - ANM. Ministério de Minas e Energia.


Governo Federal. Disponível em
<https://sistemas.anm.gov.br/SCM/site/admin/dadosProcesso.aspx>. Acesso em 01 de dezembro
de 2022.

CBH RIO NOVO. Agência Estadual de Recursos Hídricos - AGERH. Governo do Estado do
Espírito Santo. Disponível em <https://agerh.es.gov.br/cbh-rio-novo>. Acesso em 01 de dezembro
de 2022.

GOOGLE EARTH. Disponível em <https://earth.google.com/web/>. Acesso em 01 de dezembro


de 2022.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <


http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=320503#>. Acesso em:
[28/11/2022].

PREFEITURA MUNICIPAL DE VARGEM ALTA. Disponível em:


<https://www.vargemalta.com.br>. Acesso em: 29 de novembro de 2022.

INCAPER. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural.


Coordenação Técnica de Segurança Alimentar e Estruturação da Comercialização.
Cadastro de agroindústrias familiares do ES. Vitória: CTESA, 2019. 1 planilha eletrônica.

SCHNEIDER MOTOBOMBAS: https://schneider.ind.br/

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ANÉXO I

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ANÉXO II

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ANÉXO III

CERTIDÃO DE DISPENSA DE OUTORGA N° 1164/2022

A AGÊNCIA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS - AGERH certifica que, com basenos dados
declarados abaixo:

Requerente: Ofranti Indústria de Mármores e Granitos Eireli

CNPJ: 01.980.711/0002-13
Corpo hídrico: Sem nome

Tipo de interferencia: Captação direta

Coordenadas (UTM Zona 24S, Datum WGS-84): 297666 E / 7715916 N

Volume captado diário: 3,6 m3 (três vírgula seis metro(s) cúbico(s))

Vazão máxima de captação 1,0 l/s (um litro(s) por segundo)

Município: Vargem Alta

Finalidade(s): Abastecimento industrial

Tal uso é considerado como insignificante de acordo com a Resolução Normativa n° 017, de 13
de março de 2007, alterada pela Resolução Normativa n° 021, de 01 de agosto de 2008, do Conselho
Estadual de Recursos Hídricos e, nos termos do Parágrafo Único do Art. 18 da Lei Estadual n° 10.179,
de 18 de Março de 2014, independe de outorga de direito de uso de recursos hídricos.
O requerente se responsabiliza pelas informações prestadas sobre as características do
empreendimento e finalidades do uso dos recursos hídricos.
Esta certidão não dispensa nem substitui a obtenção de alvarás ou licenças de qualquer natureza,
exigidas pela legislação federal, estadual ou municipal.
O prazo de vigência desta certidão é de dois (2) anos, contados a partir da data de expedição.

Espírito Santo, 13 de Dezembro de 2022

Protocolo de identificação:
2022.3471.6134.0011

Esta certidão só é válida quando acompanhada de documento oficial e original com o número do CPF ou CNPJ
Para fins de comprovação deste documento, favor acessar www.iema.es.gov.br.

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