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SUBESTAÇÃO 138 kV

BRUSQUE – SÃO PEDRO

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO - EAS

DEZEMBRO DE 2016

CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A


CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS, VISANDO O LICENCIAMENTO


AMBIENTAL PRÉVIO PARA A IMPLANTAÇÃO DA SUBESTAÇÃO 138 kV BRUSQUE –
SÃO PEDRO

GEO CONSULTORES ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA

DEZEMBRO DE 2016.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 2
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................................ 11

2 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .................................................................. 12

2.1 LOCALIZAÇÃO ........................................................................................................... 12

2.2 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................................ 16

2.3 CARACTERISTICAS TÉCNICAS ............................................................................... 17

2.3.1 DESCRIÇÃO DAS OBRAS NO PÁTIO DA SUBESTAÇÃO E NO


SECCIONAMENTO ............................................................................................................. 17

2.4 DESCRIÇÃO GERAL DA ETAPA DE IMPLANTAÇÃO .............................................. 19

2.4.1 OBRAS CIVIS .......................................................................................................... 19

2.4.2 EQUIPAMENTOS ELETROMECÂNICOS .............................................................. 22

2.5 RESIDUOS SÓLIDOS E DESTINAÇÕES .................................................................. 25

2.6 MAO DE OBRA NECESSÁRIA ................................................................................... 30

2.7 CUSTO DO EMPREENDIMENTO .............................................................................. 30

2.8 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO ......................................................................... 30

3 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL............................................................................................... 32

3.1 ÁREAS DE INFLUENCIA ............................................................................................ 32

3.1.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) ............................................................... 33

3.1.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) ................................................................... 33

3.1.3 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ................................................................. 33

3.2 LEGISLAÇÃO INCIDENTE ......................................................................................... 35

3.2.1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ............................................................................. 35

3.2.2 RECURSOS HÍDRICOS.......................................................................................... 36

3.2.3 FLORA E ÁREAS PROTEGIDAS ........................................................................... 37

3.2.4 FAUNA..................................................................................................................... 38

3.2.5 LEGISLAÇÕES MUNICIPAIS ................................................................................. 38

3.2.6 LINHAS DE TRANSMISSÃO E SUBESTAÇÕES DE ENERGIA ELÉTRICA ......... 39

3.2.7 APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS LEGAIS ....................................................... 39

3.3 MEIO FÍSICO .............................................................................................................. 41

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3.3.1 CLIMA E CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS ........................................................ 41

3.3.2 RECURSOS HÍDRICOS.......................................................................................... 46

3.3.3 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA ......................................................................... 59

3.3.4 RECURSOS MINERAIS .......................................................................................... 67

3.3.5 PEDOLOGIA ........................................................................................................... 69

3.4 MEIO BIÓTICO............................................................................................................ 72

3.4.1 FLORA ..................................................................................................................... 72

3.4.2 FAUNA..................................................................................................................... 86

3.5 MEIO SOCIOECONÔMICO ...................................................................................... 107

3.5.1 LOCALIZAÇÃO ..................................................................................................... 107

3.5.2 CARACTERIZAÇÃO POPULACIONAL ................................................................ 107

3.5.3 ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ...................................................... 108

3.5.4 ATIVIDADES ECONÔMICAS ............................................................................... 110

3.5.5 SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA .................................................................... 114

3.5.6 ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................................ 114

3.5.7 EQUIPAMENTOS URBANOS ............................................................................... 116

3.5.8 PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARQUEOLÓGICO ........................... 119

3.5.9 O PLANO DIRETOR E A GESTÃO DO TERRITÓRIO ......................................... 121

3.5.10 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA ............ 121

4 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS ...................................................................... 123

4.1 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ............................................... 123

4.2 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................... 130

4.2.1 ETAPA DE PLANEJAMENTO ............................................................................... 131

4.2.2 ETAPA DE IMPLANTAÇÃO .................................................................................. 131

4.2.3 ETAPA DE OPERAÇÃO ....................................................................................... 138

4.2.4 MATRIZ DE IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................................ 140

5 MEDIDAS MITIGADORAS E PROGRAMAS DE CONTROLE AMBIENTAL .................... 142

5.1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 142

5.2 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES – PEAT ..... 143

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5.3 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE PROCESSOS EROSIVOS .............................. 145

5.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E EFLUENTES


LÍQUIDOS .............................................................................................................................. 146

6 EQUIPE TECNICA ............................................................................................................. 148

7 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 149

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INDICE DE FIGURAS

Figura 1: Vista geral do terreno da subestação. ......................................................................... 12

Figura 2: Vista de terreno previsto para subestação a partir do ponto de seccionamento da LT


Brusque – Rio Branco. ................................................................................................................ 13

Figura 3: Vista do ponto onde se dará o seccionamento para abastecimento da Subestação


Brusque São Pedro, em área de vegetação pioneira. ................................................................ 13

Figura 4: Vista geral de área residencial no entorno do empreendimento. ................................ 16

Figura 5: Indústria instalada próxima à área do empreendimento. ............................................. 16

Figura 6: Atividades da construção de uma Subestação. ........................................................... 19

Figura 7: Vista de implantação de arruamento em subestação. ................................................. 20

Figura 8: Exemplo de atividades iniciais de escavação para fundações e locação de estruturas.


..................................................................................................................................................... 20

Figura 9: Exemplo de Subestações já instaladas, detalhando as paredes contra-fogo e bacia de


contenção de óleo na base de transformadores. ........................................................................ 21

Figura 10: Exemplo escavação para fundação do tipo tubulão. ................................................. 22

Figura 11: Vista Geral de estruturas eletromecânicas implantadas em Subestação. ................ 23

Figura 12: Fluxograma etapas gestão dos Resíduos Sólidos. ................................................... 26

Figura 13: Modelo de baia para destinação de madeiras. .......................................................... 27

Figura 14: Modelo de separação de resíduos adotado em área administrativa de obra de


Subestação.................................................................................................................................. 29

Figura 15: Áreas de Influência .................................................................................................... 32

Figura 16: Classificação Climática segundo Köppen para o estado de Santa Catarina. Destaca-
se em azul a localização do empreendimento. Fonte: Adaptado do Atlas Climatológico de Santa
Catarina (PANDOLFO, 2002)...................................................................................................... 42

Figura 17: Médias das temperaturas mensais entre 1961-1990 (normais climatológicas) para o
município de Camboriú, vizinho do município de Brusque. ........................................................ 43

Figura 18: Precipitação média mensal entre 1961-1990 (normais climatológicas) para o município
de Camboriú, vizinho do município de Brusque. ......................................................................... 44

Figura 19: Precipitação total para o mês de julho. ...................................................................... 45

Figura 20: Número de dias com precipitação maior ou igual a 1 mm no município de Camboriú,
vizinho do município de Brusque. Fonte: Adaptado de INMET, 2009. ....................................... 46

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Figura 21: Regiões Hidrográficas do Estado de Santa Catarina com destaque para a localização
do empreendimento na RH7. Fonte: Geoconsultores, 2016 ...................................................... 48

Figura 22: Localização do município de Brusque em relação à Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-
Mirim, destacada em amarelo. .................................................................................................... 49

Figura 23: Rio Itajaí-Mirim, município de Brusque - SC. ............................................................. 49

Figura 24: Rio Peterstrasse próximo à sua foz no Rio Itajaí-Mirim............................................. 51

Figura 25: Curso d´água localizado na Área Diretamente Afetada. A subestação será implantada
a esquerda da fotografia. ............................................................................................................ 51

Figura 26: Curso d´água a montante da ADA, antes de interceptar a rua São Pedro. .............. 52

Figura 27: Curso d´água localizado nos fundos da Área Diretamente Afetada. ......................... 53

Figura 28: Detalhe para a presença de macrófitas no curso d´água. ......................................... 53

Figura 29: Aspecto do curso d´água em terreno anexo à ADA. ................................................. 54

Figura 30: Aspecto do curso d´água à jusante da ADA. ............................................................. 54

Figura 31: Mapa de classificação dos corpos d´água da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí com
destaque para a sub-bacia do Rio Itajaí-Mirim. .......................................................................... 59

Figura 32: Mapa geológico regional indicando os principais ambientes geológicos. Destaque para
a área do empreendimento localizada na formação Granito Valsungana, identificado em marrom
no mapa....................................................................................................................................... 60

Figura 33: Relevo próximo ao terreno em estudo onde ocorrem cotas de até 200 m................ 64

Figura 34: Corte em talude localizado nos fundos da área em estudo. Próximo deste local existem
morros com cotas de aproximadamente 180 metros. ................................................................. 64

Figura 35: Poligonais de processos minerários – DNPM. .......................................................... 67

Figura 36: Aspecto dos horizontes do solo em estudo (esq.). Processo erosivo nos taludes
localizados nos fundos da Área Diretamente Afetada (dir.) ........................................................ 70

Figura 37: Aspecto do solo nos taludes localizados aos fundos da área em estudo. ................ 70

Figura 38: Mapa de Regiões Fitoecológicas no estado de Santa Catarina, estando a área alvo
do estudo demarcada na cor vermelha, inserida na tipologia Floresta Ombrófila Densa. Fonte:
Adaptado IFFSC, 2013. ............................................................................................................... 76

Figura 39: Vista parcial da Área Diretamente Afetada (ADA) pelo empreendimento em Brusque -
SC. ............................................................................................................................................... 79

Figura 40: Aspecto da vegetação herbácea ocorrendo na primeira fase de cobertura dos solos,
na Área Diretamente Afetada. ..................................................................................................... 80

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Figura 41: Estrato herbáceo e Eichhornia spp. próximo ao recurso hídrico. Além disso, é possível
observar alguns elementos arbustivos de caráter pioneiro. ....................................................... 80

Figura 42: Vista parcial da vegetação herbácea-arbustiva existente no local previsto para o
Seccionamento. Ao fundo indivíduos arbóreos nativos e exóticos, que porém não serão afetados.
..................................................................................................................................................... 81

Figura 43: Indivíduo de porte arbustivo da espécie Mimosa bimucronata registrado no local. .. 82

Figura 44: Vista do terreno onde o empreendimento será instalado. ......................................... 87

Figura 45: Vanellus chilensis (quero-quero), registrado na ADA. ............................................... 99

Figura 46: Sicalis flaveola (canário-da-terra-verdadeiro), registrado na ADA. ......................... 100

Figura 47: Localização do município de Brusque. .................................................................... 107

Figura 48: Evolução Populacional de Brusque. ........................................................................ 108

Figura 49: Vista da área central do município. .......................................................................... 109

Figura 50: Aspecto da área central de Brusque, que concentra as atividades comerciais e de
serviços. .................................................................................................................................... 112

Figura 51: Indústria têxtil em frente ao terreno do futuro empreendimento. ............................. 113

Figura 52: Composição do consumo de energia por classe. .................................................... 115

Figura 53: Evolução do Consumo de energia elétrica em Brusque. ......................................... 115

Figura 54: Evolução do consumo residencial e consumo médio residencial. .......................... 116

Figura 55: Unidade educacional em Brusque ........................................................................... 117

Figura 56: Prédio do Hospital e Maternidade de Brusque ........................................................ 118

Figura 57: Monumento ao Imigrante em Praça central do município, reproduzindo a chegada dos
imigrantes e o contato com os primeiros habitantes da região. ................................................ 119

Figura 58: Rua São Pedro, próximo ao terreno na futura SE Brusque São Pedro. ................. 122

Figura 59: Vista do entorno a partir do terreno da futura SE. ................................................... 122

Figura 60: Diferente vista da ocupação junto a rua São Pedro. ............................................... 122

Figura 61: Exemplo de Rede de Interações em atividade de terraplanagem. .......................... 124

Figura 62: Atividades inerentes à implantação da Subestação. ............................................... 132

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INDICE DE TABELAS

Tabela 1: Lista das espécies de mamíferos de provável ocorrência nas áreas de influência direta
e indireta do empreendimento Subestação Brusque – São Pedro, Brusque, Santa Catarina.
Conservação: (LC) Pouco Preocupante, (NT) Quase Ameaçada; (Na) Não ameaçada; (NE) Não
avaliada; (VU) Vulnerável; (EM) Em Perigo; (EX) Exótica, (DD) Dados insuficientes. ............... 88

Tabela 2: Lista das espécies de aves com provável ocorrência para o município de Brusque,
estado de Santa Catarina. Categorias de ameaça: (IUCN, 2011): Criticamente em Perigo (CR);
Em Perigo (EN); Vulnerável (VU); Quase ameaçado (NT); De menor risco (não ameaçado) (LC);
Dados insuficientes (DD). Endemismos: (#) Endêmico da Mata Atlântica; ($) Endêmico do Brasil.
(EX) Espécie Exótica. .................................................................................................................. 92

Tabela 3: Lista de espécies de anfíbios, com provável ocorrência para a área do empreendimento
SE Brusque – São Pedro, município de Brusque, Santa Catarina. Legenda: LC (pouco
preocupante), NT (quase ameaçado) DD (dados deficientes) NA (não ameaçado), VU
(vulnerável), EN (em perigo), CR (criticamente em perigo), EX (exótico). ............................... 101

Tabela 4: Lista das espécies de répteis de provável ocorrência nas áreas de influência indireta e
direta do empreendimento, Brusque, estado de Santa Catarina. Conservação: NA (não
ameaçado). Estado de conservação baseado na IUCN (2011), MMA (2008) CONSEMA (2011)
(LC) Pouco Preocupante, (NA) Não ameaçada; (NE) Não avaliada; Vulnerável (VU); Em Perigo
(EN); Exótica (EX). .................................................................................................................... 104

Tabela 5: IDHM em Brusque ..................................................................................................... 109

Tabela 6: Dados de Renda, Pobreza e Desigualdade em Brusque. ........................................ 110

Tabela 7: Composição da atividade da população. .................................................................. 111

Tabela 8: Ocupação da população com mais de 18 anos. ....................................................... 111

Tabela 9: Evolução do PIB municipal de Brusque. ................................................................... 112

Tabela 10: PIB por contribuição dos setores da economia ...................................................... 113

Tabela 11: Longevidade, mortalidade e fecundidade em Brusque ........................................... 118

Tabela 12: Natureza do impacto ambiental. ............................................................................. 125

Tabela 13: Localização e espacialização do impacto. .............................................................. 125

Tabela 14: Incidência do impacto ambiental. ............................................................................ 126

Tabela 15: Duração do impacto ambiental ............................................................................... 126

Tabela 16: Temporalidade do impacto ambiental ..................................................................... 126

Tabela 17: Reversibilidade do impacto ambiental .................................................................... 127

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Tabela 18: Ocorrência do impacto ambiental ........................................................................... 127

Tabela 19: Importância do impacto ambiental .......................................................................... 128

Tabela 20: Magnitude do Impacto ambiental ............................................................................ 128

Tabela 21: Pesos atribuídos aos critérios dos atributos de um determinado impacto. ............ 129

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1 APRESENTAÇÃO

Este documento, apresenta as características técnicas do empreendimento Subestação 138 kV


Brusque – São Pedro, bem como o diagnóstico ambiental do terreno onde se prevê sua
instalação e sugestões de medidas e programas que minimizem os impactos ambientais de sua
implantação e operação.

O empreendimento em questão é previsto para ser implantado no município de Brusque, em um


terreno de aproximadamente 4.960m² localizado na rua São Pedro, bairro São Pedro. A região
é classificada, de acordo com o plano diretor municipal, como Zona de manutenção do perfil
local, que incorpora bairros onde será direcionado o crescimento do município em médio e longo
prazo.

O atendimento a esta subestação será na tensão de 138 kV realizado a partir de um


seccionamento da LT 138 kV Brusque – Brusque Rio Branco, que cruza paralela aos fundos do
terreno, distante a aproximadamente 90 metros. A implantação deste seccionamento também é
objeto deste licenciamento, como atividade secundária, visto os reduzidos impactos ambientais
associados e a necessidade de implantação e apenas duas estruturas relacionadas.

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2 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

2.1 LOCALIZAÇÃO

O empreendimento em questão está previsto para ser implantado no município de Brusque,


localizado na região do vale do Itajaí, estado de Santa Catarina. A cidade possui população
estimada pelo IBGE de 125.810 habitantes para o ano de 2016.

O terreno previsto para a construção desta subestação, faz frente à rua São Pedro, no bairro de
mesmo nome, região noroeste do município de Brusque, localizado a menos de 1 km do
município de Guabiruba. O local está inserido no plano diretor municipal como Zona de
manutenção do perfil local.

Figura 1: Vista geral do terreno da subestação.

Também está incluído como atividade secundária desta subestação, um seccionamento de Linha
de Transmissão, visando o abastecimento da SE em questão, a partir da LT 138kV Brusque -
Brusque Rio Branco, distante em cerca de 90 metros na porção oeste do terreno, sendo desta
forma considerada uma atividade secundária visto as pequenas dimensões de sua extensão e a
necessidade de construção de apenas duas estruturas relacionadas a este Seccionamento.

No traçado definido para o seccionamento, não se fazem necessários a intervenção em


vegetação nativa, bem como atividades de supressão, facilitando os aspectos construtivos no
tocante a acessibilidade e menor intervenção e ambientes naturais.

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Desta forma a implantação deste empreendimento necessitaria apenas da realização de Estudo
Ambiental Simplificado, conforme apresentado neste documento.

A Figura 2 apresenta a vista do terreno de implantação do empreendimento a partir do local


previsto para a implantação do seccionamento para abastecimento da SE.

Figura 2: Vista de terreno previsto para subestação a partir do ponto de seccionamento da LT Brusque –
Rio Branco.

Figura 3: Vista do ponto onde se dará o seccionamento para abastecimento da Subestação Brusque São
Pedro, em área de vegetação pioneira.

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A seguir é apresentado o mapa de localização do empreendimento, frente ao território municipal
de Brusque. O local previsto para a implantação do Seccionamento é caracterizado pela
presença de vegetação herbácea pioneira e arbustiva, não havendo presença de vegetação
arbórea.

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LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
704000

A A
Convenções Cartográficas
#
* Bairro
Loteamentos

Vias
Hidrografia
LT 138 kV BQE-BRB

Rua Theodoro Albrescht


GUABIRUBA Limite Municipal
- 29
Rua SP SE 138kV Brusque São Pedro

B Área de Influência Direta - AID (250m)


B

BRUSQUE Referencias:
Bairro São Pedro Imagem: SDS/SC, 2010
#
*
Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012

C 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C


N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.

Planta de Situação
LT
1 38 SAO PAULO
kVB
QE
-B R PARANA
B

Argentina
7004000

7004000
SANTA CATARINA
Guabiruba

Brusque
Rua São
Pedro
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Brusque

Loteamento Bosque das Palmeiras

SE 138kV Brusque III

E E
57

0 35 70 140 210
Metros
SP -
Rua
Rua SP - 56
isher

Empreendimento:
Subestação 138 kV Brusque São Pedro
F
loriano

hof
a u Im Título:
N icol Localização
Rua F

Rua
Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:
1:5.000 SIRGAS2000 / UTM / 22S
F Elaboração: Data:
Dezembro/2016
N° Desenho:
1- Localização
Revisão:
00
F
Empreendedor: Órgão Licenciador:

704000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2.2 JUSTIFICATIVAS

A instalação desta terceira subestação para o município de Brusque visa o melhoramento no


fornecimento de energia elétrica para a região que sofre com o aumento na demanda durante o
verão, causando interrupções no fornecimento em áreas residenciais e comerciais. O aumento
na demanda de energia está relacionado ao crescimento populacional registrado no município,
sendo que para 2000 os dados do IBGE levantaram uma população de 76.058 habitantes, já
para 2010 o censo demográfico apontou um crescimento de quase 39%, com 105.503
habitantes, já para 2016 o IBGE estima uma população de 125.810 habitantes.

Além das melhores condições de fornecimento de energia para a população crescente do


município, a instalação desta nova subestação também possibilita o crescimento industrial na
região, atividade que fomenta a economia de Brusque.

Figura 4: Vista geral de área residencial no Figura 5: Indústria instalada próxima à área do
entorno do empreendimento. empreendimento.

Para o ano de 2019 são previstos carregamentos acima de 100% nas unidades transformadoras
TT3 e TT4 40,0//26, 67MVA da SE Brusque em regime normal de operação, causando o
esgotamento do espaço físico na SE Brusque para instalação de novas unidades
transformadoras e de novas ELs de 23kV para a distribuição além da dificuldade de
remanejamento de cargas da SE Brusque para a SE Brusque Rio Branco através das redes de
distribuição em 23kV.

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2.3 CARACTERISTICAS TÉCNICAS

Conforme descrito anteriormente, a subestação será atendida através de um seccionamento a


partir da LT 138kV Brusque - Brusque Rio Branco, incluído neste estudo como atividade
secundária. A instalação do seccionamento supracitado fornecerá energia para a SE Brusque
São Pedro onde está previsto a instalação de um transformador de 26,67 MVA para conversão
138 kV/ 23 kV. Serão instaladas quatro entradas de linhas de 23 kV para o fornecimento e
distribuição de energia elétrica para a região.

2.3.1 Descrição das Obras no Pátio da Subestação e no Seccionamento

2.3.1.1 Obras Civis

Tratando-se de uma etapa de implantação de subestação, será necessária a construção de toda


a infraestrutura em uma área aproximada de 3662,02 m², envolvendo os serviços de
terraplanagem, construção da rede de drenagem do terreno, colocação de brita, malha de
aterramento, arruamento parcial, instalação de muros e portão de acesso, etc.

2.3.1.2 Obras Eletromecânicas

Será necessária a instalação do seccionamento em 138 kV para a entrada na SE Brusque São


Pedro, onde está prevista a instalação de duas estruturas. Dessa forma será necessário executar
a instalação completa destas estruturas, compreendendo as fundações, içamento, montagem,
aterramento, lançamento dos cabos, instalação das caixas de emendas para o cabo OPGW,
fornecimento dos materiais, etc.

Além das conexões a serem realizadas com os transformadores, montagem e instalação do


transformador TT1, lançamento dos cabos de controle até a casa de comando, dentre outras
atividades.

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PLANTA PLANIALTIMÉTRICA

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LOCALIZAÇÃO

N IMÓVEL

RUA SÃO PEDRO ±650m

SEM ESCALA

TABELA DE COORDENADAS UTM DO VERTICES (SIRGAS 2000)

MC MARCO DE CONCRETO/PEDRA
Celesc SE BRUSQUE SÃO PEDRO
PT POSTE Distribuição S.A.
MEIO FIO
CERCA DE ARAME Levantamento Topográfico Planialtimétrico Cadastral Georreferenciado
CURVAS DE NIVEL

BL BOCA DE LOBO (DRNAGEM)

TMB 1/500 SET/2016


2.4 DESCRIÇÃO GERAL DA ETAPA DE IMPLANTAÇÃO

Na etapa de implantação, quando necessário, realiza-se primeiramente a atividade de


terraplanagem no pátio destinado à subestação e posteriormente as atividades de construção
civil, envolvendo desde a implantação das fundações, as entradas e saídas para Linhas de
Transmissão, a implantação da base do transformador juntamente com a bacia coletora de óleo,
que se situa abaixo do mesmo, interligada ao poço coletor, estando todas as atividades em
conformidade com as necessidades técnicas.

As obras de subestações passam por duas fases distintas, sendo a primeira de obras civis e a
segunda de montagem eletromecânica. Dentro destas fases da obra são desenvolvidas as
atividades apresentadas na Figura 6.

Implantação de
Mobilização de Atividades de escritório e Locação de
Pessoal Terraplenagem estruturas Estruturas
administrativas

Sistemas de Construção de
Montagens Escavações para
drenagem e estruturas e
eletromecânicas fundações
aterramento pórticos

Testes e
comissionamento

Figura 6: Atividades da construção de uma Subestação.

2.4.1 Obras Civis

Tratando-se de uma etapa de implantação da subestação, serão feitos os serviços de


terraplenagem (corte e aterro) a construção da rede de drenagem do terreno, arruamento da
subestação, colocação de brita, de canaletas para cabos, dos sistemas de abastecimento de
água e esgoto, construção da casa de comandos, de muros, calçadas e portões, das fundações
para as estruturas dos barramentos e de ancoragem das conexões de linhas e transformadores
e para as estruturas suporte de equipamentos, via de transferência e base para o transformador,
instalações mecânicas e dos painéis de comando, etc.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 19
Figura 7: Vista de implantação de arruamento em subestação.

Figura 8: Exemplo de atividades iniciais de escavação para fundações e locação de estruturas.

Também na fase de execução das obras civis será instalada a malha de aterramento. Está
prevista na base do transformador a montagem da bacia coletora de óleo, interligada ao poço
coletor, conforme as necessidades técnicas.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


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Figura 9: Exemplo de Subestações já instaladas, detalhando as paredes contra-fogo e bacia de
contenção de óleo na base de transformadores.

2.4.1.1 Construção das Torres para o Seccionamento

As áreas de montagem das torres serão localizadas em quadrados com 15 m de lado, sendo
estes limitados ao ponto de seccionamento e da entrada da subestação. Nessas áreas serão
realizadas manobras e depositados materiais relativos exclusivamente às atividades daqueles
locais. Os materiais potencialmente mais prejudiciais ao meio ambiente como óleos e graxas
ficarão no almoxarifado dos canteiros de obras.

Para construção das fundações das torres, o material escavado será absorvido no reaterro e as
sobras espalhadas pelas imediações, não sendo gerados bota foras devido ao pequeno volume
de corte e distância entre torres. As fundações serão em bloco de concreto simples, bloco de
concreto com sapata armado ou tubulão.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 21
Figura 10: Exemplo escavação para fundação do tipo tubulão.

A praça de lançamento de cabos será localizada em uma área com 20 x 20 m de lado, também
na faixa de servidão. Nessa área também serão realizadas manobras e depositados materiais
relativos exclusivamente às atividades daqueles locais tais como bobinas, cavaletes e
equipamentos de lançamento.

2.4.2 Equipamentos Eletromecânicos

Será implantado uma unidade transformadora TT1 138 kV/ 23 kV de 26,67MVA montado em
conjuntos metálicos para suporte de equipamentos padrão Celesc.

Assim, inicialmente as atividades de implantação do empreendimento se darão através da


implantação de uma Unidade Transformadora, modelo 01 TT 26,67MVA 138.00/13.80kV, para
transformação de tensão 138 kV/ 23 kV.

São previstas também entradas e saídas de Linha de Transmissão sendo inicialmente uma
entrada em 138 kV (cabo 477MCM; circuito duplo), e quatro saídas em 23 kV para fornecimento
em tensão comercial.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 22
Figura 11: Vista Geral de estruturas eletromecânicas implantadas em Subestação.

Na planta a seguir é apresentada a planta do arranjo geral da Subestação.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 23
ARRANJO GERAL

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 24
2.5 RESIDUOS SÓLIDOS E DESTINAÇÕES

A gestão de resíduos se enquadra nas atividades de saneamento básico, por existir a conexão
entre este, a saúde e o meio ambiente. A implantação da Gestão de Resíduos interfere no dia-
a-dia de todos os agentes que atuam na obra, trazendo uma maior proteção aos trabalhadores,
a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente, o gerenciamento de
resíduos deve constituir um conjunto de procedimentos de gestão com os princípios básicos, em
ordem de prioridade:

 não geração de resíduos;

 minimização da produção dos resíduos inevitáveis;

 garantia de um encaminhamento seguro, de forma eficiente aos resíduos produzidos.

Dentro do manejo de resíduos primeiramente serão identificados todos os resíduos gerados pela
obra, sua unidade geradora, classificação, as alternativas de acondicionamento temporário,
manejo e destinação final adequada. A Figura 12 demonstra o diagrama simplificado das etapas
de manejo de resíduos.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 25
Figura 12: Fluxograma etapas gestão dos Resíduos Sólidos.

Quanto à destinação final, podem ser preliminarmente definidas as seguintes diretrizes:

 todos os resíduos enquadrados nas Classes II A e B (inertes e não inertes) e que sejam
passíveis de reciclagem ou reaproveitamento serão destinados a esse fim;

 os resíduos perigosos e os não inertes que não possam ser reciclados serão destinados
a processadores ou destinadores finais (aterro, coprocessamento em fornos de cimento
ou incineração) licenciados pelos órgãos ambientais;

 os resíduos domésticos orgânicos serão recolhidos pela coleta municipal;

 resíduos sólidos de saúde devem ser encaminhados para incineração ou desinfecção


em empresas especializadas e licenciadas;

De acordo com a Resolução CONAMA 307/2002, os resíduos da construção civil serão


destinados como se explica a seguir.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 26
 Terra de Remoção (Classe A)

A terra de remoção será, na medida do possível, reciclada e utilizada na própria obra. Além disso,
poderá ser reutilizada em aterros e terraplenagem em obras que necessitem de material para tal
fim, ou em aterros de inertes devidamente licenciados.

 Tijolos, produtos cerâmicos ou produtos de cimento (Classe A)

A destinação dos restos de tijolos, produtos cerâmicos ou de cimento (pré-moldados) atenderá


aos seguintes requisitos:

o deverão ser encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil,


sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;

o a lavagem de calhas de caminhão betoneira serão feitos na própria cava.

 Madeiras (Classe B)

O aproveitamento de madeira residuais das obras poderá ser destinado às empresas e entidades
que utilizem a madeira como combustível ou matéria-prima na região. Estes resíduos devem ser
estocados de forma organizada em baias para destinação dos mesmos (Figura 13).

Figura 13: Modelo de baia para destinação de madeiras.


Fonte: Geo Consultores.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 27
 Metais (Classe B)

Os restos de metal e ferragens serão aproveitados a partir da coleta seletiva em recipientes


específicos, tendo que atender aos seguintes requisitos:

o poderão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de


armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir sua utilização
ou reciclagem futura;

o como destino final, poderão ser entregues a empresas de reciclagem de


materiais metálicos, Cooperativas e Associações de catadores ou depósitos de
ferro-velho.

 Embalagens, papel, papelão e plástico (Classe B)

Para as embalagens, papel, papelão e plástico, serão previstos recipientes específicos para
coleta seletiva, que serão, posteriormente, reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem
futura. Como destino final, poderão ser entregues:

o a empresas de reciclagem de materiais de embalagens, papéis, etc.;

o a Cooperativas e Associações de Catadores.

 Óleos, tintas, vernizes e produtos químicos em geral (Classe D)

O armazenamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte deve assegurar em
todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem, desta forma
serão separados e transportados para os seguintes destinos:

o Latas de tintas e vernizes serão devolvidas ao fabricante para destino adequado;

o Latas de tintas base água, como látex PVA e látex acrílico, serão destinadas
para reciclagem de metais.

 Lixo orgânico comum

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 28
O lixo orgânico comum (resíduos produzidos durante as refeições) deverá ser acondicionado em
sacos plásticos.

Esses sacos serão dispostos em locais previstos e no horário estabelecido pela empresa
concessionária de limpeza pública local.

 Resíduos sanitários

Como o local de canteiro de obras será locado em edificação e estrutura existente, serão
utilizados os dispositivos da própria edificação e o sistema público de saneamento.

 Resíduos químicos

Os resíduos químicos líquidos, quando aplicável, serão armazenados em tambores, em locais


ventilados, cobertos e devidamente trancados.

Figura 14: Modelo de separação de resíduos adotado em área administrativa de obra de Subestação.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 29
2.6 MAO DE OBRA NECESSÁRIA

Estima-se que para o desenvolvimento das atividades previstas para a execução das obras
sejam utilizados um total de 20 trabalhadores na fase de pico de obra. O pico de utilização de
mão de obra está concentrado na fase em que coincidem o final das obras civis com o início das
obras eletromecânicas da subestação.

2.7 CUSTO DO EMPREENDIMENTO

São estimados para a implantação do empreendimento, investimentos no entorno de R$


3.580.000,00.

2.8 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO

O cronograma de realização das obras, contendo as principais etapas, é apresentado na tabela


a seguir.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 30
MESES
ETAPA
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Terraplanagem
Construção de canteiro de obras
Pórticos
Civil - bases de equipamentos
Malha terra
Civil - casa de relés
Civil - casa de controle
Canaletas/ cx. De passagem de cabos
Paredes corta-fogo
Filtros
Água e óleo - drenagem e separação
Montagem
Montagem de pórticos
Montagem dos suportes de equipamentos
Cerca externa se
Eletromecânica
Barramentos
Equipamentos
Reatores
Transformadores
Filtros
Lançamento de cabos
Montagem de painéis
Serviços auxiliares
Iluminação externa

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 31
3 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

3.1 ÁREAS DE INFLUENCIA

O Diagnóstico Ambiental do empreendimento está instrumentalizado através de métodos e


técnicas que tomam como referências a Resolução do CONAMA n° 001/86 além de constatações
práticas que a equipe técnica que elaborou este trabalho propõe para cada situação específica.

A referida Resolução estabelece definições, diretrizes básicas e critérios para a realização da


análise de impactos ambientais para empreendimentos diversos. Por outro lado, a mesma não
estabelece regras rígidas para a delimitação das áreas de influência, sugerindo certa
flexibilidade, desde que sustentada tecnicamente em cada caso, conforme artigo 5º, inciso III,
que se deve “definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica na qual se localiza”.

A delimitação da área de influência é de extrema importância para definição referencial da


caracterização do meio físico, do meio biótico e do meio socioeconômico para viabilizar a
implantação e operação do empreendimento, apontando as consequências positivas e
negativas.

Em se tratando de termos conceituais a área de influência deve abranger todas as áreas


passíveis de sofrer impactos devido às ações diretas e indiretas do empreendimento, desde a
implantação até a sua operação.

Por se tratar de uma subestação os impactos diretos serão relacionados à área empreendimento.
Para melhor exemplificar a dimensão destas três áreas, poderá ser observada a Figura 15.

Figura 15: Áreas de Influência

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 32
3.1.1 Área Diretamente Afetada (ADA)

Esta área corresponde ao local onde será implantada a área da subestação, as áreas dos
canteiros de obras, de empréstimo e bota-fora. A subestação contará com uma área de
aproximadamente 0,36 ha, sendo esta área considerada ADA. Para o seccionamento a ADA foi
considerada para este estudo a faixa de servidão administrativa, que perfaz uma extensão de
12,5 metros para cada lado do eixo da linha, por sua extensão

3.1.2 Área de Influência Direta (AID)

A AID corresponde às áreas reais ou potencialmente ameaçadas pelos impactos diretos da


implementação e operação do empreendimento, onde para os estudos do meio biótico deve ser
considerada parte da AID um raio de 250 metros no entorno do empreendimento.

3.1.3 Área de Influência Indireta (AII)

A AII compreende o território onde a subestação irá impactar de forma indireta os meios físicos,
bióticos e socioeconômicos, incluindo, portanto a AID e a ADA. A Resolução CONAMA nº 001/86,
em seu artigo 5º estabelece que os estudos ambientais devem definir os limites geográficos das
áreas direta ou indiretamente afetados, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica
na qual se localiza. Em relação ao empreendimento em questão os potenciais impactos sobre a
bacia hidrográfica gerados por este são ínfimos, porém os impactos sobre os
municípios/localidades serão maiores, desta forma resolveu-se utilizar o critério socioeconômico,
sendo a delimitação do município de Brusque como Área de Influência Indireta.

O mapa de Áreas de Influência é apresentado a seguir.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 33
MAPA DE ÁREAS DE INFLUENCIA

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

680000 700000 720000

Pomerode 704000 Navegantes


Timbó
A A
Convenções Cartográficas
#
* Bairro
Loteamentos
Ilhota Vias
Bairro São Pedro
#
* Limite Municipal
Área Diretamente Afetada - ADA
Área de Influência Direta - AID (250m)
7020000

7020000
Área de Influência Indireta - AII
B B
LT
1 38
k
250 metros VB
QE
-B R Gaspar
B

Blumenau
Referencias:
7004000

7004000
Rua São Imagem: SDS/SC, 2010
Pedro Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012

Indaial
C 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C
N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.

Itajaí Planta de Situação


SAO PAULO Ilhota
6
-5
SP
PARANA
Gaspar
a Loteamento Bosque das Palmeiras

¯
Blumenau
Ru
Itajaí
Argentina

1:5.000 SANTA CATARINA


0 30 60 120 180
Metros
Guabiruba
D Brusque D
704000 nt
ico
RIO GRANDE DO SUL lâ
At
Guabiruba no
7000000

7000000
ea
Oc
Botuverá Canelinha

Guabiruba
Brusque
Camboriú Brusque

E
Apiúna

Tijucas
® SE 138kV Brusque III

Presidente Nereu

Canelinha Empreendimento:
Botuverá Subestação 138 kV Brusque São Pedro

Áreas de Influência
Título:

Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:

¯
Vidal Ramos Indicada SIRGAS2000 / UTM / 22S
Nova Trento
F Elaboração: Data: N° Desenho: Revisão: F
São João Batista 1:180.000 Dezembro/2016 2- Áreas de Influência 00
Empreendedor: Órgão Licenciador:
0 2,75 5,5 11 16,5 22
Km

680000 700000 720000


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.2 LEGISLAÇÃO INCIDENTE

A implementação de empreendimentos passíveis de causarem impacto ambiental devem seguir


procedimentos para a análise da viabilidade técnica e locacional, cumprindo o disposto nas
legislações federais, estaduais e municipais. Na elaboração do presente estudo para a
Subestação 138 kV Brusque – São Pedro e o seccionamento com aproximadamente 90 metros
de extensão, para abastecimento desta Subestação, foram consideradas as legislações citadas
a seguir.

3.2.1 Licenciamento Ambiental

O processo de Licenciamento Ambiental é um importante instrumento instituído pela Política


Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto
n° 99.274 de 6 de junho de 1990, a qual fixa critérios gerais a serem adotados no licenciamento
de atividades utilizadoras de recursos ambientais e potencialmente poluidoras. A competência
para estabelecer normas e critérios gerais para o licenciamento das atividades é atribuída pelas
referidas legislações ao CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente, o qual instituiu
diversas resoluções com critérios, diretrizes e condições para o licenciamento de atividades
efetiva ou potencialmente poluidoras.

Como parte integrante do processo de licenciamento ambiental, os estudos ambientais


encontram base na Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, a qual estabelece as
definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental.

Com o objetivo de revisar os critérios utilizados no licenciamento ambiental, a Resolução


CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997 define o licenciamento, os níveis de competência
de cada Unidade da Federação e os empreendimentos passíveis de licenciamento ambiental. A
competência para licenciar é atribuída aos diferentes entes federativos em razão da localização
do empreendimento, da abrangência dos impactos diretos ou do tipo de empreendimento.

A Lei Complementar nº 140 de 08 de dezembro de 2011, que altera a Política Nacional do Meio
Ambiente, define mais precisamente os limites da competência de cada ente federativo nos
processos administrativos de licenciamento ambiental. De acordo com o exposto nos arts. 7º, 8º
e 9°, os empreendimentos inseridos em limite municipal poderão ser licenciados pelo próprio
Município, observadas as atribuições dos demais entes federativos e quando possuir
competência para tal.

Deste modo, a análise do processo de licenciamento ambiental do empreendimento da


Subestação 138 kV Brusque – São Pedro foi atribuída ao município de Brusque, uma vez que a

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 35
Fundação Municipal do Meio Ambiente – FUNDEMA tem competência para a análise de
processos de subestação de energia.

A nível municipal, o enquadramento da atividade, definição de porte e de estudo ambiental foi


baseado na Resolução CONSEMA nº 14 de 14 de dezembro de 2012, a qual “aprova a Listagem
das Atividades Consideradas Potencialmente Causadoras de Degradação Ambiental de impacto
local para fins do exercício da competência do licenciamento ambiental municipal”. Cabe
ressaltar que o município de Brusque licencia as atividades descritas no Anexo III.

Conforme a referida Resolução, o empreendimento se enquadra na atividade “34.15.00 -


Subestação de transmissão de energia elétrica”, caracterizado como de porte pequeno, devendo
ser apresentado um Estudo Ambiental Simplificado na etapa de solicitação da Licença Ambiental
Prévia.

Como documento norteador do referido processo considerou-se a Instrução Normativa nº 65 –


FATMA a qual estabelece a documentação necessária para apresentação dos planos,
programas e projetos ambientais relacionados a Atividades Diversas, abrangendo as
Subestações de Transmissão de Energia Elétrica.

Em relação aos processos de licenciamento, cabe citar também a Resolução CONAMA nº 6 de


16 de setembro de 1987, a qual dispõe sobre o licenciamento ambiental de obras do setor de
geração de energia elétrica, e a Resolução CONAMA nº 79 de 27 de junho de 2001 que
estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos
elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental.

3.2.2 Recursos Hídricos

Em relação aos recursos hídricos cabe citar a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000 que cria a
Agência Nacional de Águas – ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos. A ANA apresenta, dentre outras, a função de “supervisionar, controlar e avaliar as
ações e atividades decorrentes do cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos
hídricos”.

Na área de instalação do empreendimento em estudo foi verificada a presença de dois cursos


hídricos, devendo ser prevista a manutenção de suas áreas de preservação permanente
conforme preconizado pelo Código Florestal Brasileiro, Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012.
Ressalta-se que será mantida a faixa de mata ciliar apenas para um dos cursos d´água o qual
está localizado nos fundos do terreno. Devido às limitações impostas pela dimensão do terreno,
não será mantida a APP para o outro curso d´água. Tal decisão é sustentada pela definição da
área como de utilidade pública conforme Decreto Municipal nº 7.675 de 08 de outubro de 2015.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 36
As águas da bacia hidrográfica em estudo foram avaliadas de acordo com a Resolução CONAMA
Nº 357 de 17 de março de 2005 que classifica as águas doces, salobras e salinas do território
nacional, segundo seus usos preponderantes.

3.2.3 Flora e Áreas Protegidas

A análise e definição de áreas de proteção ambiental ou com possíveis restrições, considerando


a localização do empreendimento, baseou-se nas seguintes leis:

- Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012 - Código Florestal Brasileiro, o qual dispõe sobre a
proteção da vegetação nativa.

- Lei Nº 14.675 de 13 de abril de 2009 – Institui o Código Estadual do Meio Ambiente de Santa
Catarina.

- Lei Nº 16.342 de 21 de janeiro de 2014 – Altera o Código Estadual do Meio Ambiente e


estabelece outras providências.

- Lei Nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 - Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação


nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.

Para a verificação de espécies ameaçadas de extinção verificaram-se as Listas Oficiais de


Espécies da Flora Ameaçada de Extinção no âmbito Nacional e Estadual, definidas pela Portaria
MMA nº 443 de 2014 e a Resolução CONSEMA nº 51 de 2014, respectivamente. Com base nas
referidas legislações não foram encontradas espécies ameaçadas de extinção na área de
implantação do empreendimento.

Para as obras de implantação da subestação será realizada a supressão de apenas um exemplar


arbóreo. Deste modo, não se faz necessária a solicitação de Autorização de Supressão de
Vegetação bem como a compensação ambiental ou reposição florestal.

Conforme citado anteriormente, devido à presença de dois cursos d´água no local deve ser
prevista a manutenção da Área de Preservação Permanente de um dos cursos d´água de acordo
com o preconizado no Código Florestal. Deste modo, considerando que o rio em questão
apresenta largura menor que 10 metros, deverá ser mantida uma faixa de mata ciliar de pelo
menos 30 metros.

Em relação às áreas protegidas cabe citar também a Resolução CONAMA n° 428, de 17 de


dezembro de 2010, que trata do licenciamento de empreendimentos de significativo impacto
ambiental localizados em Unidades de Conservação (UC) ou na sua Zona de Amortecimento
(ZA). A referida Resolução dispõe que o licenciamento de tais empreendimentos seja concedido
apenas após a autorização do órgão responsável pela administração da UC. Nos processos de

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 37
licenciamento ambiental de empreendimentos não sujeitos a EIA/RIMA o órgão ambiental
licenciador deverá dar ciência ao órgão responsável pela administração da UC, quando o
empreendimento causar impacto direto na UC ou estiver localizado na sua ZA.

O empreendimento em estudo não está inserido em área de Unidade de Conservação ou em


sua Zona de Amortecimento, se encontrando apenas na área circundante, ou seja, em um raio
de até 10 km da RPPN Chácara Edith e do Parque Municipal Leopoldo Moritz. Apesar de
localizado na área circundante, os procedimentos citados acima não foram considerados
necessários uma vez que o empreendimento não apresenta impactos às referidas unidades.

Também em relação às áreas protegidas, a Instrução Normativa IPHAN nº 001, de 25 de março


de 2015, estabelece procedimentos administrativos a serem observados pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, quando instado a se manifestar nos processos
de licenciamento ambiental federal, estadual e municipal em razão da existência de intervenção
na Área de Influência Direta - AID do empreendimento em bens culturais acautelados em âmbito
federal.

Cabe ressaltar, porém, que não foi constatada a presença de sítios arqueológicos na área
diretamente afetada ou de influência direta do empreendimento.

3.2.4 Fauna

Em relação à fauna cabe citar a Resolução CONSEMA nº 002, de 06 de dezembro de 2011 que
reconhece a Lista Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado de Santa
Catarina. Verificou-se que, apesar do bioma Mata Atlântica apresentar espécies ameaçadas de
extinção, o empreendimento não está localizado em área com vegetação ou de travessia de
fauna, não apresentando impactos significativos sobre as espécies.

3.2.5 Legislações Municipais

Em relação às legislações municipais foram consideradas a Lei Orgânica, Plano Diretor e Lei de
Zoneamento, as quais seguem citadas abaixo:

- Lei Orgânica do município de Brusque, promulgada em 03 de abril de 1990.

- Lei Complementar nº 135, de 23 de dezembro de 2008 - Dispõe sobre a avaliação, revisão e


atualização do plano diretor de organização físico-territorial de Brusque (SC) e sua adequação
ao estatuto da cidade e dá outras providências (Integram esta as Leis Complementares nºs
136/2008, 137/2008, 138/2008, 139/2008 e 140/2008).

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 38
- Lei Complementar nº 136, de 23 de dezembro de 2008: Institui o Código de Zoneamento e Uso
do Solo do Município de Brusque e dá Outras Providências.

3.2.6 Linhas de Transmissão e Subestações de Energia Elétrica

De acordo com a Constituição Federal de 1988, art. 22, compete privativamente à União legislar
sobre a energia, cabendo ser citada a Lei Nº 9.427 de 27 de dezembro de 1996, que institui a
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL.

De acordo com a Lei supracitada, a ANEEL é uma autarquia sob regime especial, vinculada ao
Ministério de Minas e Energia, que tem por finalidade regular e fiscalizar a produção,
transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as
políticas e diretrizes do governo federal. Esta Lei definiu as competências da ANEEL e
disciplinou o regime de concessões de serviços públicos de energia elétrica. Há algumas
obrigações impostas por essa lei, dentre as quais podem ser citadas:

 os custos dos estudos e projetos que forem aprovados pela ANEEL, para inclusão no
programa de licitação de concessões, deverão ser ressarcidos a quem os executou, pelo
vencedor da licitação, conforme prefixado em Edital.
 os proprietários de terrenos marginais a cursos d’água e a rotas de linhas de transmissão
de energia só estão obrigados a permitir levantamentos de campo em suas terras
quando o interessado dispuser de autorização da ANEEL para tal; a ANEEL poderá
estipular cauções em dinheiro para eventuais indenizações de danos resultantes da
pesquisa de campo sobre as propriedades.

Empreendimentos de linhas de transmissão e subestações de energia elétrica utilizam de


algumas legislações para regularizar as concessões e permissões da prestação dos serviços,
como a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que trata do regime de concessão e permissão
da prestação de serviços públicos e a Lei nº 9.074, de 07 de julho de 1995, que definiu as normas
para outorga e prorrogação das concessões e permissões de serviços públicos. Essa lei permitiu
ao poder concedente firmar convênios de cooperação com as Unidades da Federação e o Distrito
Federal para realizarem atividades complementares de fiscalização e controle dos serviços
prestados em seus respectivos territórios.

3.2.7 Aplicação dos Instrumentos Legais

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 39
O empreendedor e todas as empresas que vierem a ser contratadas para a construção da
Subestação 138 kV Brusque – São Pedro e o Seccionamento para abastecimento desta
subestação, se obrigam a cumprir todos os regulamentos, normas, leis, decretos e resoluções
apresentadas e descritas, em todas as esferas de governo, federal, estadual e municipal.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 40
3.3 MEIO FÍSICO

3.3.1 Clima e Condições Meteorológicas

3.3.1.1 Metodologia

A caracterização da região do empreendimento, no que se refere ao clima e condições


meteorológicas, foi realizada por meio da análise de dados primários de estações meteorológicas
e em bibliografias de estudos da região.

Os dados primários utilizados foram obtidos a partir das Normais Climatológicas Padrão para o
período de 1961 a 1990 e elaboradas pelo INMET – Instituto Nacional de Meteorologia.
Consideraram-se os elementos Precipitação e Temperatura da estação meteorológica do
município de Camboriú, sendo esta a estação mais próxima da área em estudo.

3.3.1.2 Caracterização do Clima e Condições Meteorológicas da Região

Segundo a classificação de Köppen, no Estado de Santa Catarina ocorre o clima mesotérmico


úmido (sem estação seca), identificado como Cf, dividido nos subtipos Cfa e Cfb (PANDOLFO,
2002).

No município de Brusque ocorre o subtipo Cfa, caracterizado como clima subtropical que
apresenta temperatura média no mês mais frio inferior a 18ºC (mesotérmico) e temperatura
média no mês mais quente acima de 22ºC, com verões quentes, geadas pouco frequentes e
tendência de concentração das chuvas nos meses de verão, contudo sem estação seca definida.

A figura abaixo apresenta a distribuição dos tipos climáticos em Santa Catarina, onde pode ser
verificada a localização do município de Brusque no tipo climático Cfa.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 41
Figura 16: Classificação Climática segundo Köppen para o estado de Santa Catarina. Destaca-se em azul
a localização do empreendimento. Fonte: Adaptado do Atlas Climatológico de Santa Catarina
(PANDOLFO, 2002).

3.3.1.2.1 Temperatura

O gráfico abaixo apresenta as médias mensais das temperaturas médias, mínimas e máximas
para o município de Camboriú.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 42
Temperatura (°C)
35,0

30,0

25,0

20,0
°C

15,0

10,0

5,0

0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
T. Média 23,9 24,0 23,1 20,1 17,5 15,6 15,0 16,0 17,5 19,3 21,0 22,7
T. Máxima 28,8 28,8 28,1 25,9 23,9 21,8 21,1 21,5 22,0 23,6 25,5 27,3
T. Mínima 19,9 20,1 19,1 16,0 12,9 11,0 10,6 11,8 13,8 15,7 17,1 18,8

Figura 17: Médias das temperaturas mensais entre 1961-1990 (normais climatológicas) para o município
de Camboriú, vizinho do município de Brusque.
Fonte: Adaptado de INMET, 2009.

De acordo com os dados apresentados, verifica-se que as maiores temperaturas na região


ocorrem entre dezembro e março (verão), quando há a atuação das massas de ar tropicais. No
mês de janeiro a temperatura média foi de 23,9°C e em fevereiro de 24,0°C. Observa-se também
que as médias das temperaturas máximas atingem aproximadamente 29ºC em janeiro e
fevereiro, sendo estes os meses mais quentes.

A partir de março inicia uma queda nas temperaturas, caracterizando a mudança de estação
verão-outono, quando ocorrem as primeiras incursões de massas polares no Estado. Ao longo
da estação, porém, podem ocorrer períodos de elevação súbita na temperatura, denominados
de "veranico". Esta inversão na temperatura ocorre devido aos frequentes bloqueios
atmosféricos nesta estação que impedem a passagem das frentes sobre o Estado, ocasionando
uma diminuição no volume de chuvas e o consequente estabelecimento de massas de ar seco
e mais aquecido (MONTEIRO, 2001).

As menores temperaturas são observadas nos meses de junho a agosto, com valores entre 15
e 16°C. Nestes meses atuam as massas de ar polar provenientes do continente antártico,
levando o ar frio pela aproximação de anticiclones que se deslocam sobre a Argentina em direção
à região Sul do Brasil (MONTEIRO, 2001). A partir de setembro, quando se inicia a primavera,
observa-se o aumento gradual da temperatura.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 43
3.3.1.2.2 Precipitação

Devido sua localização geográfica, o Estado de Santa Catarina apresenta uma precipitação bem
distribuída durante o ano. Os principais sistemas meteorológicos responsáveis pelas chuvas no
estado são as frentes frias, os vórtices ciclônicos, os cavados de níveis médios, a convecção
tropical, a ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) e a circulação marítima (MONTEIRO,
2001).

O gráfico abaixo apresenta as médias mensais da precipitação de acordo com os dados do


INMET entre o período de 1961 e 1990 para o município de Camboriú.

Precipitação (mm)
200,0
175,0
150,0
125,0
100,0
75,0
50,0
25,0
0,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Precipitação 187,6193,9138,2108,2100,0 87,5 148,1 97,3 128,7141,5155,5159,9

Figura 18: Precipitação média mensal entre 1961-1990 (normais climatológicas) para o município de
Camboriú, vizinho do município de Brusque.
Fonte: Adaptado de INMET, 2009.

A partir dos dados apresentados, observa-se que o município de Camboriú não apresenta
estações secas bem definidas, mantendo um nível de pluviosidade acima de 100 mm em quase
todos os meses. O volume acumulado anual é de 1646,5 mm.

O mês de junho apresenta o menor volume, com 87,5 mm. Nos meses de outono se observa
maior estabilidade atmosférica com temperaturas amenas e menores índices de pluviosidade.
Esta estabilidade se deve aos bloqueios atmosféricos frequentes que impedem a passagem das
frentes sobre o Estado nesta estação. Tais condições podem ser observadas na queda na
pluviosidade entre os meses de março e junho.

Durante o inverno atuam sobre o Estado as massas de ar polar provenientes do continente


antártico, as quais conferem tempo estável com baixos índices de pluviosidade. Porém,

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 44
contrariando a ideia exposta, observa-se no gráfico um aumento abrupto no índice de
pluviosidade para o mês de julho. Considerando a localização do município de Camboriú, onde
os dados foram coletados, pode-se supor alguma interferência nos valores recolhidos ou na
análise dos dados. Na Figura 19 é apresentado o mapa de precipitação total para o mês de julho,
conforme o Atlas Climatológico de Santa Catarina elaborado pela EPAGRI (PANDOLFO, 2002).
Neste mapa tanto o município de Camboriú como o de Brusque estão localizados na isolinha de
precipitação menor que 90 mm e próximos à isolinha de 90 – 110 mm. Considerando as massas
de ar atuantes na região durante o inverno e os níveis do mês de junho e agosto, entende-se
que o índice de precipitação mais provável é o levantado pela EPAGRI.

Figura 19: Precipitação total para o mês de julho.


Fonte: Adaptado do Atlas Climatológico de Santa Catarina (PANDOLFO, 2002).

Verifica-se o aumento gradual do volume de precipitação a partir de setembro, período da


primavera, onde há ocorrência de tempo mais instável. Essa instabilidade é ocasionada
principalmente pelos Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM) favorecendo a ocorrência
de pancadas de chuva forte com trovoadas e granizo isolado (MONTEIRO, 2001). Estes sistemas
são mais comuns nos meses de setembro (MONTEIRO, 2001 apud FIGUEIREDO & SCOLAR,
1996).

Com este aumento gradual até os meses de verão, os maiores volumes de precipitação ocorrem
entre novembro e fevereiro, o qual apresenta um índice pluviométrico de 193,9 mm.

Como citado por MONTEIRO (2001), no verão, entre os meses de dezembro e março, as altas
temperaturas e elevados índices de umidade favorecem a formação de convecção tropical

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 45
resultando em pancadas de chuvas isoladas, principalmente no período da tarde, resultando nos
altos índices de pluviosidade nesta época.

Cabe ressaltar que os fenômenos El Niño e La Niña podem atuar intensificando os eventos de
altos ou baixos índices de pluviosidade, respectivamente.

No gráfico abaixo são apresentados os dias com precipitação maior ou igual a 1 mm, ou seja, os
dias chuvosos de cada mês.

Verifica-se que os dias de chuva seguem o comportamento do volume de precipitação mensal,


sendo janeiro, fevereiro e março os meses com maior ocorrência de dias chuvosos.

Número de Dias com Precipitação


Maior ou Igual a 1 mm (dias)
30

25

20
Dias

15 12 13 12 11 11 11 11
10 8 7 8 8 8

0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Figura 20: Número de dias com precipitação maior ou igual a 1 mm no município de Camboriú, vizinho do
município de Brusque. Fonte: Adaptado de INMET, 2009.

3.3.1.3 Considerações Finais

Observa-se que a região onde está localizado o município de Brusque apresenta um clima com
temperaturas elevadas durante o verão e amenas durante as outras estações. A precipitação é
bem distribuída ao longo do ano, porém, com a ocorrência de chuvas intensas no período de
verão e primavera.

3.3.2 Recursos Hídricos

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 46
No levantamento de informações em diversas bases de dados de recursos hídricos e em
verificações in loco observou-se a presença de dois cursos d´água localizados na Área
Diretamente Afetada pelo empreendimento.

Neste item serão apresentadas as características dos recursos hídricos que ocorrem na Área
Diretamente Afetada bem como nas demais áreas de influência do empreendimento, sendo
consideradas como unidades de estudo as bacias hidrográficas da região.

As informações foram obtidas por meio de pesquisas bibliográficas, como documentos oficiais,
projetos e artigos e por visitas a campo.

3.3.2.1 Caracterização dos Recursos Hídricos do Estado de Santa Catarina

O Estado de Santa Catarina é dividido em dois grandes grupos de drenagem independentes


tendo a Serra Geral como principal divisor de águas (SANTA CATARINA, 2006). Estes sistemas
de drenagem são divididos em função do relevo onde ocorrem, sendo eles a Vertente do Interior,
onde estão localizadas as bacias hidrográficas que fluem para oeste, e a Vertente do Atlântico,
que é formada por bacias independentes, que desembocam diretamente no Oceano Atlântico.

Para fins de gerenciamento dos recursos hídricos, o Estado de Santa Catarina é dividido em 10
Regiões Hidrográficas que englobam bacias semelhantes em aspectos hidrológicos e
fisiográficos (SANTA CATARINA, 1998). O município de Brusque está totalmente inserido na
Região Hidrográfica RH 07 – Vale do Itajaí, localizada na Vertente do Atlântico onde suas bacias
fluem para o oceano. Esta região hidrográfica compreende em sua área total a Bacia Hidrográfica
do Rio Itajaí - Açu.

A Figura 21 apresenta a localização do empreendimento em relação às regiões hidrográficas do


Estado de Santa Catarina.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 47
Figura 21: Regiões Hidrográficas do Estado de Santa Catarina com destaque para a localização do
empreendimento na RH7. Fonte: Geoconsultores, 2016

A Região Hidrográfica do Litoral Centro está localizada entre as coordenadas 26º27’ e 27º53’ S
e 48º38’ e 50º29’ W e possui uma área total de 15.111 km ² (SANTA CATARINA, 1998) sendo
composta por 7 (sete) sub-bacias: Itajaí do Norte, Benedito, Luiz Alves, Itajaí-Açu, Itajaí-Mirim,
Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste. O Rio Itajaí-Açu, principal curso d´água da bacia, é formado pela
confluência dos rios Itajaí do Sul e Itajaí do Oeste a qual ocorre no município de Rio do Sul. Os
principais afluentes são o Rio Itajaí do Norte, Benedito e Luiz Alves, que desembocam na
margem direita do rio, e o Rio Itajaí-Mirim, que desemboca na margem esquerda, próximo à foz
do Rio Itajaí-Açu.

A principal atividade desenvolvida nesta bacia é a produção industrial reunindo, em sua maioria,
fábricas de tecidos, calçados e de vestuário. O beneficiamento da produção agropecuária tem
destaque para o arroz, fumo, leite e produtos da suinocultura, cabendo citar também a atividade
pesqueira (ANA, 2001).

A gestão da bacia hidrográfica é realizada pelo “Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica


do Rio Itajaí”, instituído pelo Decreto nº 2.109, de 05 de agosto de 1997.

Conforme citado anteriormente, esta região é composta por diversas sub-bacias, sendo que o
município de Brusque está inserido na sub-bacia do Rio Itajaí-Mirim (Figura 22).

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 48
Figura 22: Localização do município de Brusque em relação à Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Mirim,
destacada em amarelo.
Fonte: Editado de VIBRANS, 2005.

A bacia hidrográfica do rio Itajaí-Mirim drena uma área de aproximadamente 1.673 Km² (ANA,
2001) e tem seu exutório em uma região estuarina no município de Itajaí, próximo a foz do Rio
Itajaí-Açu. O Rio Itajaí Mirim intercepta a área urbana do município de Brusque (Figura 23),
recebendo contribuição de diversas microbacias, sendo uma delas a microbacia do rio
Peterstrasse, a qual drena a região onde se encontra o local de estudo.

Figura 23: Rio Itajaí-Mirim, município de Brusque - SC.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 49
3.3.2.2 Caracterização dos Recursos Hídricos na Área de Influência Direta (AID) e Área
Diretamente Afetada (ADA)

A Área de Influência Direta do empreendimento está totalmente inserida na Microbacia


Hidrográfica do Rio Peterstrasse, como pode ser observado no Mapa de Recursos Hídricos. No
referido mapa pode ser verificado também que há ocorrência de dois cursos d´água localizados
na Área Diretamente Afetada, onde de será implantada a subestação.

O Rio Peterstrasse está localizado ao sudeste da área de implantação da subestação, a uma


distância de aproximadamente 700 metros no trecho mais próximo.

A microbacia hidrográfica Rio Peterstrasse tem uma área de aproximadamente 18,00 km²
abrangendo os bairros Centro I, São Leopoldo, Steffen, São Luiz e São Pedro, conforme
consultado nos dados disponibilizados pela EPAGRI (2005). O rio principal da microbacia
apresenta uma extensão aproximada de 4,1 km, e deságua na margem direita do Rio Itajaí-Mirim.

De acordo com a organização físico-territorial proposta pela Lei Complementar nº 135/08, que
dispõe sobre a avaliação, revisão e atualização do Plano Diretor do município, a microbacia Rio
Peterstrasse possui a maior parte de sua área em perímetro urbano (BRUSQUE, 2008).

Em sua extensão intercepta áreas principalmente urbanizadas. Seus afluentes são em maioria
rios de primeira ordem, segundo metodologia de classificação de Horton-Strahler (SHAHIDIAN,
2012, p.5), que nascem em cotas de até 200 metros em locais que apresentam vegetação
preservada.

Em relação à definição das áreas de preservação permanente, o Rio Perterstrasse, bem como
seus afluentes, não apresenta largura maior que 10 metros, como pode ser observado na Figura
24. Segundo o Código Florestal, para cursos d´água que apresentam largura de até 10 metros
a Área de Preservação Permanente é delimitada em uma faixa marginal de 30 metros (BRASIL,
2012). Em parte de sua extensão o rio apresenta APP sem mata ciliar, sendo a mesma ocupada
por construções ou vias de tráfego.

O Rio Peterstrasse desemboca no Rio Itajaí-Mirim nas mediações do centro da cidade.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 50
Figura 24: Rio Peterstrasse próximo à sua foz no Rio Itajaí-Mirim.

Conforme citado anteriormente, a área onde será implantado o empreendimento é interceptada


por dois cursos d´água localizados aos fundos e na lateral do terreno, confluindo-se no vértice
do mesmo.

O curso d´água localizado no limite lateral do terreno (Figura 25) se encontra visivelmente
retificado e sem mata ciliar. Este rio pode ser considerado de primeira ordem, tendo sua nascente
localizada no morro em frente à ADA. O curso d´agua intercepta a Rua São Pedro antes de
percorrer o terreno em estudo (Figura 26).

Figura 25: Curso d´água localizado na Área Diretamente Afetada. A subestação será implantada a
esquerda da fotografia.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 51
Figura 26: Curso d´água a montante da ADA, antes de interceptar a rua São Pedro.

Cabe ressaltar que devido à limitação da área para a instalação do projeto da subestação, não
será mantida área de preservação permanente para este curso d´água. Esta medida é
sustentada pelo caráter de utilidade pública do empreendimento, conforme Decreto Municipal nº
7.675 de 08 de outubro de 2015.

Para o rio localizado aos fundos do terreno (Figura 27) será mantida uma faixa de 30 metros de
largura para recompor a APP conforme definido pelo Código Florestal (BRASIL, 2012).

Este rio pode ser considerado como primeira a segunda ordem segundo classificação de Horton-
Strahler (SHAHIDIAN, 2012, p.5). Seus afluentes nascem a noroeste da área em estudo, a uma
distância de aproximadamente 1 Km e em cotas de até 100 metros. Em seu percurso até a ADA
interceptam áreas residenciais e de solo exposto.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 52
Figura 27: Curso d´água localizado nos fundos da Área Diretamente Afetada.

Na Figura 28 verifica-se o aspecto do rio, que apresenta macrófitas em toda o trecho que percorre
o terreno.

Figura 28: Detalhe para a presença de macrófitas no curso d´água.

Após a confluência dos cursos d´água em questão, os mesmos percorrem áreas urbanizadas,
residenciais e industriais, até sua confluência com o Rio Peterstrasse, próximo ao Rio Itajaí-
Mirim.

Em visita a campo observou-se o lançamento de efluentes industriais nestes cursos d´água,


principalmente do ramo têxtil, apresentando um dos desafios para a manutenção da qualidade

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 53
da água na bacia hidrográfica do Rio Itajaí-Mirim. Nas figuras abaixo pode ser visualizado o
aspecto deste curso dágua ao longo de seu percurso.

Figura 29: Aspecto do curso d´água em terreno anexo à ADA.

Em grande parte de sua extensão o curso d´água percorre áreas urbanizadas, estando adjacente
às vias de tráfego.

Figura 30: Aspecto do curso d´água à jusante da ADA.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 54
A seguir é apresentado o mapa de Recursos Hídricos das áreas de influência do
empreendimento.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 55
MAPA DE RECURSOS HÍDRICOS

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 56
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
702500 703000 703500 704000 704500

7005000

7005000
Convenções Cartográficas
A A
Nascente
Vias
Hidrografia
LT 138 kV BQE-BRB
SE 138kV Brusque São Pedro
Área de Influência Direta - AID (250m)
Microbacias - Bacia do Rio Itajaí
7004500

7004500
Nome da microbacia
B RIO PETERSTRASSE B
RIO SAO PEDRO OU HOLSTEIN E RIBEIRAO ORTHMANN
RIO SAO PEDRO OU HOLSTEIN E RIBEIRAO ORTHMANN LT 1
38 k
V B QE
-B R
B

Referencias:
Imagem: SDS/SC, 2010
Limites Municipais e microbacias: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012
Cursos d´água e nascentes: SDS/SC,2010.
7004000

7004000
C 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C
N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.

Planta de Situação
SAO PAULO

PARANA

RIO PETERSTRASSE Argentina

SANTA CATARINA
Guabiruba
7003500

7003500
Brusque

D D
ico
nt
RIO GRANDE DO SUL lâ
At
no
ea
Oc

550000 600000 650000 700000 750000

Guabiruba

µ
Brusque
7050000

7050000

SE 138kV Brusque III


7003000

7003000
E 0 70 140 280 420
Metros
E
Bacia do Rio Itajaí
7000000

7000000

Empreendimento:
Subestação 138 kV Brusque São Pedro

Hidrografia
Título:
6950000

6950000

se
r as
rst
Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:

¯
1:10.000
7002500

7002500
te SIRGAS2000 / UTM / 22S
F Pe Data: N° Desenho: Revisão: F
o Elaboração:
Bacias Hidrográficas Ri Dezembro/2016 3- Hidrografia 00
Empreendedor: Órgão Licenciador:
550000 600000 650000 700000 750000

702500 703000 703500 704000 704500


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.3.2.3 Enquadramento dos Corpos d´Água

O enquadramento de corpos d’água em classes de uso preponderantes estabelece não


necessariamente o estado do corpo d´água, mas sim o nível de qualidade que deveria ter em
relação ao seu uso prioritário.

Como instrumento para a classificação das águas cabe citar a Resolução nº 357/2005 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA que classifica as águas doces, salobras e
salinas do território nacional, segundo seus usos preponderantes.

Segundo a referida resolução, as águas doces são classificadas em 5 classes de usos


preponderantes:

Classe especial: águas destinadas a) ao abastecimento para consumo humano, com


desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, c) à
preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

Classe 1: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após
tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato
primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA n°274,
de 2000; d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam
rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e e) à proteção das
comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

Classe 2: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato
primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA n° 274,
de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte
e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aquicultura e à atividade de
pesca.

Classe 3: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e
forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e e) à dessedentação de
animais.

Classe 4: águas que podem ser destinadas: a) à navegação; e b) à harmonia paisagística.

Também o Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, em sua Resolução nº 91/2008,


estabelece procedimentos para o enquadramento de corpos de água seguindo os preceitos da
Política Nacional de Recursos Hídricos.

A Resolução CONAMA 357/2005, em seu artigo 42, diz que enquanto não aprovados os
respectivos enquadramentos, as águas doces do país serão consideradas Classe 2, exceto se

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 57
as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais
rigorosa correspondente.

Atualmente a Resolução CERH nº 001/2008 dispõe sobre a classificação dos corpos de água de
Santa Catarina e em seu artigo 1º adota a classificação estabelecida pela Resolução CONAMA
357.

Em relação à qualidade atual das águas das bacias hidrográficas cabe citar o estudo realizado
pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí na etapa de “Diagnóstico” para
elaboração do Plano de Bacia (SDS, 2010).

Neste estudo o comitê reuniu diversos levantamentos já realizados e os compilou para definir a
qualidade da água da bacia.

Dentre os parâmetros investigados, destacam-se a DBO, amônia, oxigênio dissolvido, fosfato,


coliformes termotolerantes, salinidade, pH, nitrato, nitrito, turbidez, clorofila, surfactantes,
cadmio, chumbo, cobre, cromo, ferro, zinco, 2,4D, pirazurosuforon, quinclorac, metsulfuron e
fósforo total.

Com as diversas informações coletadas foi gerado um mapa síntese do diagnóstico de qualidade
da água da bacia. Para a determinação da classe o critério adotado foi utilizar sempre a pior
classe de qualidade encontrada em cada seção de rio.

A Figura 31 apresenta a classificação dos rios da sub-bacia do Rio Itajaí-Mirim. Os rios da bacia
foram classificados em Classe 3 em quase toda a extensão. Próximo à foz alguns cursos d´água
foram definidos como Classe 4. Cabe salientar que o principal parâmetro que atribuiu as Classes
3 e 4 foi Coliformes Termotolerantes.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 58
Figura 31: Mapa de classificação dos corpos d´água da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí com destaque
para a sub-bacia do Rio Itajaí-Mirim.

3.3.3 Geologia e Geomorfologia

O empreendimento está inserido na formação Granito Valsungana, um magmatismo granítico


intrusivo no Grupo Brusque, apresentando um único corpo alongado no sentido NE.

O Granito Valsungana corresponde a biotita monzogranitos a sienogranitos, cor branco-


acizentado, estrutura maciça a orientada por fluxo magmático, textura porfirítica a porfiróide com
megacristais de k-feldspato (<10cm), matriz grossa com plagioclásio, quartzo, biotita e
acessórios.

O ambiente geológico do empreendimento é apresentado na figura abaixo, bem como no mapa


geológico a seguir.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 59
Figura 32: Mapa geológico regional indicando os principais ambientes geológicos. Destaque para a área
do empreendimento localizada na formação Granito Valsungana, identificado em marrom no mapa.
Fonte CPRM, 2014.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 60
MAPA GEOLÓGICO

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 61
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
704000 705000

A Convenções Cartográficas A
7005000

7005000
LT 138 kV BQE-BRB
Estrutura geológica
SE 138kV Brusque São Pedro
Q2a Área de Influência Direta - AID (250m)
Limite Municipal
#
* Bairro
Guabiruba Sigla - Nome da Unidade
NP3pe_gamma_1Ivl, Granito Valsungana

B NPbr, Brusque
B
Q2a, Depósitos aluvionares

Referencias:
Imagem: SDS/SC, 2010
Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012
Geologia: GEOBANK, CPRM, 2014.
Bairro São Pedro
#
*
C 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C
N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.
LT
1 38
k VB Planta de Situação
QE
-B R SAO PAULO Ilhota
B
NP3pe_gamma_1Ivl PARANA
Gaspar
7004000

7004000
Blumenau

Itajaí
Argentina

SANTA CATARINA

Brusque
Guabiruba
D Brusque D
ico
nt
RIO GRANDE DO SUL lâ
At
no
ea
Oc
Botuverá Canelinha

Guabiruba

µ
Brusque

SE 138kV Brusque III

E 0 55 110 220 330


Metros
E

Empreendimento:
Subestação 138 kV Brusque São Pedro
NPbr
Geológico
Título:

Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:


1:8.000 SIRGAS2000 / UTM / 22S
F Elaboração: Data: N° Desenho: Revisão: F
7003000

7003000
Dezembro/2016 4- Geológico 00
Empreendedor: Órgão Licenciador:

704000 705000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 #
* 10
A fisiografia regional é caracterizada pelas feições geomorfológicas da serra leste catarinense
com morros isolados ou em conjunto, com colinas mais suaves que transacionam para a planície
costeira.

A Unidade Geomorfológica Serra do Leste Catarinense se apresenta constituída por um


agrupamento de elevações paralelas e subparalelas orientadas preferencialmente para NE e
separadas por vales muito profundos. Os interflúvios são orientados segundo zonas de fraturas
ou falhas do embasamento cristalino, muitas das quais foram reativadas pelo mecanismo ligado
ao “rifteamento” do Atlântico Sul (IBGE, 2002).

As altitudes nesta unidade são em torno de 900 m, e a medida que se aproximam da linha de
costa as cotas altimétricas diminuem gradativamente para 100 m ou menos. A área em estudo
apresenta cota em torno de 60 m, sendo registrada cotas de até 300 m no seu entorno.

A seguir é apresentado o mapa da Hipsometria da área de influência do empreendimento.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 62
MAPA DE HIPSOMETRIA

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 63
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
704000
Convenções Cartográficas

7005000

7005000
#
* Bairro
A Loteamentos A
Vias
Hidrografia
LT 138 kV BQE-BRB
Limite Municipal
SE 138kV Brusque São Pedro

Guabiruba Área de Influência Direta - AID (250m)

Elevação (metros) 70 - 80
250 - 500 60 - 70
B 100 - 250 50 - 60 B
90 - 100 40 - 50

Rua Theodoro Albrescht


80 - 90 -30 - 40
9
P -2
aS
Ru

Referencias:
Imagem: SDS/SC, 2010
Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012

C Bairro São Pedro


#
* 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C
N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.

Planta de Situação
LT SAO PAULO Ilhota
1 38
kVB
QE PARANA
Gaspar
-B R Blumenau
B
Itajaí
Argentina
7004000

7004000
SANTA CATARINA
Rua São
Pedro
Brusque R. S
P-5 Guabiruba
D 8
Brusque D
ico
of nt
r Im h RIO GRANDE DO SUL lâ
F is
he
is c onti no
At

do aV ea
an arin Oc
ern R. Ca t
F Botuverá Canelinha
ão
a Jo
Ru Loteamento Bosque das Palmeiras Guabiruba

µ
57
Fisher

Brusque
SP -
Rua
riano

Rua SP - 56

SE 138kV Brusque III


of
Rua Flo

Im h
E N icol
a u
0 50 100 200 300 E
Rua Metros

Empreendimento:
Subestação 138 kV Brusque São Pedro

Ru
Rua SP - 73 Hipsométrico
a
Título:


o
Le
o
po
Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:

l
1:7.000

do
SIRGAS2000 / UTM / 22S
F Elaboração: Data:
Dezembro/2016
N° Desenho:
5- Hipsométrico
Revisão:
00
F
Empreendedor: Órgão Licenciador:

704000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Os modelados são do tipo Dissecação Colinoso, com vales pouco encaixados, abertos, com
amplitude altimétrica pequena constituindo elevações convexo-côncavas conformando colinas.
A declividade varia entre 5º na área da subestação e entre 5º e 30º na área próxima ao
Seccionamento.

Os modelados que compõem esta unidade foram enquadrados na classe de Vulnerabilidade


Moderada e Alta (IBGE, 2002). Esta classificação tem como critérios os fatores de erodibilidade,
tomando-se como atributos as características das rochas, do relevo, do solo e os processos
morfogenéticos.

Nas figuras abaixo podem ser observadas as características fisiográficas da região em estudo.

Figura 33: Relevo próximo ao terreno em estudo onde ocorrem cotas de até 200 m.

Figura 34: Corte em talude localizado nos fundos da área em estudo. Próximo deste local existem morros
com cotas de aproximadamente 180 metros.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 64
Abaixo é apresentado o mapa de declividades da área de influência do empreendimento.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 65
MAPA DE DECLIVIDADES

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 66
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
704000

Convenções Cartográficas

A #
* Bairro
A
Loteamentos

Vias
LT 138 kV BQE-BRB
SE 138kV Brusque São Pedro

Rua Theodoro Albrescht


Área de Influência Direta - AID (250m)
Limite Municipal

Declividade (graus) 30
5 45
10 90
B 15
B

Bairro São Pedro


Referencias:
#
*
Imagem: SDS/SC, 2010
Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012
Declividade: USGS, 2004

C 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C


N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.
LT
1 38
Planta de Situação
kVB
QE
-B R
B
SAO PAULO Ilhota

PARANA
Gaspar
Blumenau
7004000

7004000
Itajaí
Argentina
Rua São
Pedro
SANTA CATARINA
R. S
P-5
8
Guabiruba
D Brusque D
36

ico
nt
RIO GRANDE DO SUL lâ
P-

At
m hof no
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aS

ea
isco Oc
na V
Ru

i
atar Botuverá Canelinha
R. C
Guabiruba
Loteamento Bosque das Palmeiras

µ
Brusque
57

SE 138kV Brusque III


SP -

E E
Rua

0 35 70 140 210
Metros
Rua SP - 56
isher F
loriano

of
u Im h
ola Empreendimento:
Nic Subestação 138 kV Brusque São Pedro
Rua
Rua F

Declividade
Título:

Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:


1:5.000 SIRGAS2000 / UTM / 22S
F Elaboração: Data:
Dezembro/2016
N° Desenho:
6- Declividade
Revisão:
00
F
Empreendedor: Órgão Licenciador:

704000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.3.4 Recursos Minerais

O Ministério das Minas e Energia por meio do DNPM- Departamento Nacional da Produção
Mineral concede à iniciativa privada e ao poder público a oportunidade de obtenção de
concessões para o desenvolvimento de pesquisa mineral e eventual lavra. Na figura abaixo
podem ser observados as poligonais concedidas pelo DNPM para o desenvolvimento de
pesquisa mineral e lavra.

Na área em estudo e no entorno do empreendimento os principais bens minerais pesquisados e


explorados são argila para uso industrial e saibro, cujo emprego é direcionado para a construção
civil. Os processos estão em sua maioria na fase de autorização de pesquisa, sendo verificado
apenas um polígono de Argila em fase de requerimento de licenciamento.

Na Área Diretamente Afetada do empreendimento o processo minerário tem número


815125/2016.

Figura 35: Poligonais de processos minerários – DNPM.

Abaixo é apresentado o mapa dos processos minerários abrangidos pela área de influência do
empreendimento, o qual reforça a existência de recursos minerais nas áreas de influência para
as obras de construção do empreendimento.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 67
MAPA DE RECURSOS MINERAIS

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 68
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
703000 704000 705000

Convenções Cartográficas
Vias
A LT 138 kV BQE-BRB A
SE 138kV Brusque São Pedro
815453/2014 815242/2014 Área de Influência Direta - AID (250m)
Limite Municipal
#
* Bairro
Loteamentos
7005000

7005000
FASE REGISTRO DE EXTRAÇÃO
AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA REQUERIMENTO DE LAVRA
CONCESSÃO DE LAVRA REQUERIMENTO DE LAVRA GARIMPEIRA
Guabiruba DISPONIBILIDADE REQUERIMENTO DE LICENCIAMENTO
B LAVRA GARIMPEIRA REQUERIMENTO DE PESQUISA B
LICENCIAMENTO REQUERIMENTO DE REGISTRO DE EXTRAÇÃO

Referencias:

cht
#
*

Rua Theodoro Albres


Imagem: SDS/SC, 2010
Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012
Processos Minerários: SIGMINE - DNPM, 2016
LT 1
38 k
V B QE
-B R
C B 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C
Bairro São Pedro N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.
815514/2009 #
*
Planta de Situação
SAO PAULO
815125/2016 Gaspar
PARANA
Itajaí
7004000

7004000
Rua S
Blumenau
Argentina
R. S

ão Pe
P-5
8 SANTA CATARINA
Guabiruba

Rua Altair Bodenmuller


d ro
D Brusque Brusque

D
Loteamento Bosque das Palmeiras ico
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RIO GRANDE DO SUL lâ
At
no
Fisher

57

ea
Oc Canelinha
SP -

Botuverá
Nova Trento
riano

Rua SP - 56
Rua

of
u Im h Guabiruba
Rua Flo

ola

f
Nic

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µ
Rua

Im
Brusque

vo
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Gu
a
SE 138kV Brusque III

Ru
Rua SP - 73
E 0 70 140 280 420
Metros
E

815242/2014

Ru
aS
ão
Leo
Empreendimento:
Subestação 138 kV Brusque São Pedro

pol
Rua SP - 49
7003000

7003000
do
Recursos Minerais
Rua Alex Krieger Título:
Rua SP - 47
0
-5

Loteamento Oscar Morsch


Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:
SP

1:10.000 SIRGAS2000 / UTM / 22S


a
Ru

#
*
F Elaboração: Data:
Dezembro/2016
N° Desenho:
7- Recursos Minerais
Revisão:
00
F
rsch
lin a Mo Empreendedor: Órgão Licenciador:
Eve
Rua

703000 704000 705000


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.3.5 Pedologia

No município de Brusque ocorrem três formações de solo distintas, sendo elas Argissolo
Vermelho Amarelo, Gleissolo Háplico, e Neossolo Litólico, conforme levantamento descrito pela
Embrapa (SOLOS, 2004). Cabe ressaltar que a nomenclatura apresentada corresponde ao
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos-SiBCS/2006.

A Área de Influência Direta é compreendida totalmente pelo Argissolo Vermelho Amarelo.

Essa formação compreende solos minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural, em
geral vermelho-amarelado ou bruno-avermelhado, sob horizonte A moderado, ou proeminente,
ou mesmo chernozêmico, desde que a atividade da argila seja baixa. Pode ser tanto de argila de
atividade baixa quanto alta, álicos, distróficos ou eutróficos, e possui sequência de horizontes A,
Bt, C ou, mesmo frequentemente A, E, Bt, C. Abrange desde solos com mais de 2 metros de
profundidade (muito profundos), até perfis com pouco mais de 50 centímetros (pouco profundos),
e desde moderadamente até acentuadamente drenados.

Os solos desta classe são desenvolvidos nos mais diversos materiais de partida, pois, com
exceção de materiais oriundos de rochas efusivas básicas, ocorrem praticamente em todos os
demais tipos de rochas encontrados no estado. Formam-se em áreas de relevo suave ondulado
até forte ondulado, sob condições climáticas variáveis de tropical a subtropical, dominadas por
vegetação do tipo floresta tropical, subtropical, de caráter intermediário tropical/subtropical e
campestre.

A formação ocorrente na área em estudo apresenta especificamente alta saturação com alumínio
trocável, argila de atividade baixa, horizonte superficial do tipo A moderado e textura argilosa ao
longo do perfil com gradiente textural B/A pouco acentuado.

Estes solos são formados tanto de rochas sedimentares do Permiano (Formação Rio Bonito e
Rio do Sul) quanto de rochas graníticas, referidas ao Cambriano, e também das pertencentes ao
Complexo Tabuleiro. Possuem um horizonte A argiloso, com espessura entre 15 e 35
centímetros, de coloração bruna ou bruna amarelada escura, com matiz 10YR ou 7,5YR, valor
normalmente 4 e croma entre 3 e 5.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 69
Figura 36: Aspecto dos horizontes do solo em estudo (esq.). Processo erosivo nos taludes localizados nos
fundos da Área Diretamente Afetada (dir.)

Figura 37: Aspecto do solo nos taludes localizados aos fundos da área em estudo.

Abaixo é apresentado o mapa pedológico da área de influência do empreendimento.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 70
MAPA DE PEDOLOGIA

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 71
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
703000 704000 705000

A Convenções Cartográficas A
#
* Bairro
LT 138 kV BQE-BRB
SE 138kV Brusque São Pedro
7005000

7005000
Área de Influência Direta - AID (250m)
PVA24
Limite Municipal

Tipo de solo

PVA1, ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO


Guabiruba PVA24, ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO

B RL5, NEOSSOLO LITOLICO


B

#
*

Referencias:
LT 1 Imagem: SDS/SC, 2010
38 k
V B QE Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012
-B R
B
Bairro São Pedro
C PVA1
#
* 00 Emissão Inicial DEZ/16 01 DEZ/16 EO C
N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.

Planta de Situação
SAO PAULO Ilhota
7004000

7004000
PARANA
Gaspar
Blumenau

Itajaí
Argentina

SANTA CATARINA

Brusque
Guabiruba
D Brusque D
ico
nt
RIO GRANDE DO SUL lâ
At
no
ea
Oc
Botuverá Canelinha

Guabiruba

µ
Brusque

SE 138kV Brusque III

E 0 70 140 280 420


Metros
E
7003000

7003000
Empreendimento:
RL5 Subestação 138 kV Brusque São Pedro

Pedológico
Título:

#
*
Escala: Datum / Projeção / Meridiano Central:
1:10.000 SIRGAS2000 / UTM / 22S
F Elaboração: Data:
Dezembro/2016
N° Desenho:
8- Pedológico
Revisão:
00
F
Empreendedor: Órgão Licenciador:

703000 704000 705000


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.4 MEIO BIÓTICO

3.4.1 Flora

A implantação da Subestação 138 kV Brusque São Pedro no município de Brusque, encontra-se


inserida no Bioma Mata Atlântica, e para isso foi consultado o Novo Código Florestal Brasileiro
(Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012), a Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.428 de 22 de dezembro
de 2006), a Resolução CONAMA n° 004 de 4 de Maio de 1994, que define vegetação primária e
secundária nos estágios inicias, médio e secundários de regeneração da Mata Atlântica para o
Estado de Santa Catarina, assim como as Listas Oficiais de Espécies da Flora Ameaçada de
Extinção no âmbito Nacional e Estadual, regidos pela Portaria MMA nº 443 de 2014 e a
Resolução CONSEMA nº 51 de 2014, respectivamente.

Originalmente a área abrange a região fitogeográfica de Floresta Ombrófila Densa na formação


de Submontana (IBGE, 2012), apesar da legislação existente para proteção e recuperação da
flora, a Área de Influência Direta (AID) destinada a implantação da Subestação 138 kV Brusque
São Pedro encontra-se com alto grau de alteração antrópica em relação a cobertura original.
Sendo sua ADA formada por área terraplanada e com presença de vegetação pioneira originada
de processo de regeneração.

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 72
MAPA DE USO DO SOLO

ESTUDO AMBIENTAL SIMPLIFICADO – EAS


SE BRUSQUE – SÃO PEDRO Página 73
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
704000

Convenções Cartográficas
A #
* Bairro A
Loteamentos

Vias
Guabiruba LT 138 kV BQE-BRB
Área de Influência Direta - AID (250m)
SE 138kV Brusque São Pedro

Rua Theodoro Albrescht


- 29 Limite Municipal
Rua SP
Uso do Solo Massa d´água
Classe Urbanização
B Solo Exposto Gramínea B
Agricultura Vegetação

Bairro São Pedro


Referencias:
#
*
Imagem: SDS/SC, 2010
Limites Municipais: Mapoteca Topográfica Digital Epagri, 2012

C 00 Emissão Inicial DEZ/16 RBS DEZ/16 EO C


N° Discriminação das Revisões Data Conf. Data Aprov.

Planta de Situação
LT
1 38
kVB
QE
-B R SAO PAULO Ilhota
B
PARANA
Gaspar
Blumenau
7004000

7004000
Itajaí
Argentina

Brusque
Rua São SANTA CATARINA
Pedro