Você está na página 1de 23

MEMORIAL DE CÁLCULO E DESCRITIVO TÉCNICO

Estação de Tratamento de Águas Cinza e Sistema de


Aproveitamento de Água de Chuva
ETAC
ETAC/ACH HANGAR
Salvador, BA

Outubro/2013
APRESENTAÇÃO

O presente documento apresenta o Memorial Descritivo e de Cálculo para o sistema de tratamento


de água cinza e aproveitamento de água de chuva para o empreendimento Hangar Business Park,
Park
localizado na cidade de Salvador/BA.

O sistema de tratamento
tamento de águas cinza é constituído por uma Estação de Tratamento de Água
Cinza do tipo FBAS + DEC, projetada para uma vazão de 111,35 m³/dia.. O sistema de tratamento
proposto é pela via biológica com eficiência de remoção de matéria orgânica superior a 90%.
9 As
águas provenientes das chuvas serão tratadas no sistema de tratamento de água de chuva cuja
vazão nominal é de 40,9 m³/dia.

Este memorial é composto por fluxograma,


fluxogr etapas do tratamento de águas cinza e do sistema de
aproveitamento de água de chuva,
chuv , características do efluente tratado, desempenho operacional e
dimensionamento das unidades de tratamento.
tratamento
EQUIPE

COORDENAÇÃO:
_______________________________________
Ricardo Franci Gonçalves
Engenheiro Civil e Sanitarista - D.Ing.
CREA 3502/ D - ES

EQUIPE TÉCNICA:

Renate Wanke
Engª Civil, Especialista em Engenharia Ambiental
M.Sc. Engª Ambiental

Thiago Tozi de Mattos


Engenheiro Ambiental

Fernanda Caliman Passamani


Engenheira Ambiental

Miquéias Pereira da Silva


Desenhista

Mateus Alves
Supervisor de Montagem

Diego Segatto Valadares Goastico


Auxiliar Técnico

CLIENTE:
Consórcio Hangar
Sr. Alan Nascimento Caires
Tel (71) 3417-5550
Tel:
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................
................................ ................................... 8
2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO ................................................................
............................................ 10
2.1 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO
O DE ÁGUAS CINZA ................................................................
..................................... 10
2.1.1 Pré-tratamento.............................................................................................................................
................................ ............................. 10
2.1.2 Filtro Biológico Aerado Submerso e Decantador Secundário .....................................................
................................ 10
2.1.3 Tratamento terciário ................................................................................................
................................ .................................................... 12
2.1.4 Gerenciamento do lodo ................................................................................................
................................ ............................................... 12
2.2 SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS
ÁG PLUVIAIS ........................................................
................................ 12
2.2.1 Pré-tratamento.............................................................................................................................
................................ ............................. 13
2.2.2 Filtração ................................................................
................................................................................................
....................................... 13
2.2.3 Desinfecção ................................................................................................................................
................................ ................................. 13
3 CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE
FLUENTE .............................................................................................
............................. 15
4 DIMENSIONAMENTO DA ETAC
TAC................................................................................................
..................................... 17
4.1 CARACTERÍSTICAS DO AFLUENTE
FLUENTE ..........................................................................................
.......................... 17
4.1.1 Cálculo das vazões ................................................................................................
................................ ..................................................... 17
4.1.2 Cálculo das cargas afluentes ................................................................................................
...................................... 17
4.2 BALANÇO DE MASSA ................................................................................................
................................ ................................................. 18
4.3 PRÉ-TRATAMENTO ................................................................................................
................................ ..................................................... 19
4.4 FILTRO BIOLÓGICO AERADO
ADO SUBMERSO (FBAS)................................................................
(FBAS) ................................. 19
4.4.1 Sistema de Aeração ................................................................................................
................................ .................................................... 20
4.5 DECANTADOR SECUNDÁRIO
O DE TAXA CONVENCIONAL
CONVENCION (DEC) ..........................................
................................ 20
4.6 TANQUE DE CONTATO ................................................................................................
................................ ............................................... 20
4.7 PRODUÇÃO DE LODO ................................................................................................
................................ ................................................. 21
4.8 PRODUÇÃO DE BIOGÁS ................................................................................................
................................ ............................................. 22
5 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
ISTEMA ADOTADO ................................................................
............................................ 24
5.1 ETAC ................................................................
................................................................................................
............................................. 24
5.2 ACH ................................................................
................................................................................................
............................................... 24
6 POTÊNCIA INSTALADA ................................................................................................
................................ ................................................. 25

6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Esquema de sistema de reúso de águas cinza. ................................................................
................................. 8
Figura 2: Fluxograma do sistema de tratamento da ETAC/ACH Hangar. .......................................
................................ 14

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Etapas do tratamento da ETAC ................................................................
....................................................... 10
Tabela 2: Características do meio suporte do FBAS. ................................................................
...................................... 11
Tabela 3: Etapas do tratamento de águas pluviais. ................................................................
......................................... 12
Tabela 4: Características típicas das águas cinza ................................................................
........................................... 15
Tabela 5: Padrões de qualidade para reúso exigidos pela NBR 13969:1997.
1396 ................................ 15
Tabela 6: Características do efluente final tratado na ETAC. ..........................................................
.......................... 16
Tabela 7: Características do esgoto sanitário afluente ................................................................
.................................... 18
Tabela 8: Vazões e cargas do esgoto à jusante do pré-tratamento
pré tratamento (após balanço de massa)....... 19
Tabela 9: Características
ticas do sistema adotado na ETAC. ................................................................
................................ 24
Tabela 10: Características do sistema adotado na ACH. ................................................................
................................ 24
Tabela 11: Potência instalada ................................................................................................
................................ .......................................... 25

7
1 INTRODUÇÃO

Edificações com sistemas de reúso de água cinza para descarga de vasos sanitários devem ser
concebidas e executadas com sistemas hidráulicos independentes, sendo um para água de reúso e
outro para água potável. Isso inclui diferenciações tanto na coleta do esgoto quanto no
n abastecimento
de água.

A rede de esgoto sanitário deve ser projetada com a segregação das águas residuárias, de maneira
que as águas cinza (provenientes dos lavatórios e chuveiros) e o esgoto primário (provenientes dos
vasos sanitários e cozinha) sejam conduzidos a tratamentos diferenciados através de tubulações
distintas. No caso das águas cinza, elas serão encaminhadas a uma estação de tratamento biológico,
capaz de realizar o tratamento físico/biológico com desinfecção, garantindo dessa forma um efluente
eflue
de alta qualidade para o reúso nas descargas dos vasos sanitários.

O abastecimento de água deve ser projetado com rede dupla, uma de água potável, atendendo pias,
chuveiros, tanques, e outra de água de reúso, atendendo os vasos sanitários. As tubulações
tubulaçõ devem
possuir cores distintas e nenhuma interligação entre elas. É recomendável que as válvulas e os
registros de cada rede possuam abertura e fechamento diferenciados. No caso de falta de água de
reúso, os vasos sanitários devem ser abastecidos com água
águ potável.

É necessário que haja, além dos reservatórios de água potável, usualmente projetado nas edificações
convencionais, reservatórios de água de reúso. Os volumes do reservatório de armazenamento
devem ser determinados com base nas características ocupacionais do edifício.

Figura 1:: Esquema de sistema de reúso de águas cinza.

8
A Estação de Tratamento de
e Águas Cinza (ETAC) do tipo FBAS+DEC é capaz de realizar o
tratamento dos esgotos sanitários a nível terciário através
at da associação em série do processo
biológico FBAS (Filtro Biológico Aerado Submerso), seguido de Decantador Secundário (DEC) e
desinfecção do efluente com hipoclorito de sódio. O efluente final tratado e desinfetado atende aos
padrões de qualidade exigidos pela
la legislação ambiental brasileira e municipal para lançamento de
efluentes em corpos hídricos.

A ETAC FBAS+DEC é fruto dos mais recentes avanços tecnológicos da engenharia sanitária
brasileira. Compacta, pode ser inserida em pequenas áreas que não prejudicam
prejudicam a funcionalidade da
edificação. As principais características em comum destes processos são: compacidade; alta
concentração de biomassa ativa; idades de lodo elevadas (resultando em pequena produção de
lodo); resistência a choques hidráulicos e de carga
car orgânica; e possibilidade de cobertura (evitando
problemas com odores e impacto visual).

Principais vantagens:
• Sistema compacto e de fácil instalação;
• Simplicidade operacional;
• Baixo custo de implantação e operação;
• Baixo impacto em ambientes urbanos (ruído, odor, visual);
• Baixa produção de lodo (gera 60% menos lodo que os processos convencionais);
• Reduzido consumo de energia;
• Flexibilidade operacional.

9
2 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO

2.1 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO


TRATAMENT DE ÁGUAS CINZA

O tratamento realizado na ETAC tipo FBAS+DEC compreende as etapas discriminadas na Tabela 1.

Tabela 1: Etapas do tratamento da ETAC


UNIDADE COMPON
COMPONENTES
Pré-tratamento Caixa de entrada com tela
Filtro Biológico Aerado Submerso (FBAS) e Decantador
Tratamento aeróbio
Secundário de Taxa Convencional (DEC)
Tratamento terciário Filtro de areia e Desinfecção
esinfecção com hipoclorito de sódio
Tratamento do lodo Caminhão limpa-fossa
limpa

2.1.1 Pré-tratamento

O pré-tratamento
tratamento é responsável pela remoção de sólidos grosseiros. Esta etapa é uma preparação do
efluente para os tratamentos subsequentes e consistirá em uma tela localizada na caixa de entrada.
Trata-se
se de princípio de retenção puramente físico, no qual os sólidos presentes no efluente ficam
retidos ao encontrarem as malhas da tela.

O objetivo do pré-tratamento é proteger os equipamentos eletromecânicos do desgaste provocado


provoca
pelo choque com estes materiais, bem como evitar que sobrenadantes alcancem a superfície líquida
do reator. Os sólidos removidos na tela incluem todos os materiais, orgânicos e inorgânicos,
inorgânicos e
deverão ser dispostos em aterro sanitário. O material orgânico
orgânico varia em função das características do
sistema de esgotamento e da época do ano.

2.1.2 Filtro Biológico Aerado Submerso e Decantador Secundário

Após a passagem pelo pré-tratamento


tratamento, o efluente é encaminhado para o tratamento aeróbio,
a
realizado em um Filtro Biológico
iológico Aerado Submerso (FBAS) seguido de decantação secundária, cuja
principal função é a remoção de compostos orgânicos, contribuindo para uma eficiência global na
remoção de DBO5 superior a 90%. O efluente produzido pelo FBAS+DEC possui elevado grau de
clarificação. O lodo de excesso ou biofilme de excesso produzido no FBAS é liberado juntamente com

10
o efluente e no decantador secundário este material é removido. O lodo aeróbio (removido
(re no
decantador secundário) é enviado rotineiramente à entrada do tratamento.
tratamento

Os FBAS são reatores biológicos à base de culturas de microrganismos fixas sobre um meio suporte
e constituídos por um tanque preenchido com um material poroso, através do qual a água residuária e
ar fluem permanentemente. Na quase totalidade dos processos existentes, o meio poroso é mantido
sob total imersão pelo fluxo hidráulico, caracterizando os FBAS como reatores trifásicos compostos
por:

 Fase sólida - Constituída pelo meio suporte e pelas colônias de microrganismos


rganismos que nele se
desenvolvem sob a forma de um filme biológico (biofilme);
 Fase líquida - Composta pelo líquido em permanente escoamento através do meio poroso;
 Fase gasosa - Formada pela aeração artificial e, em reduzida escala, pelos gases
subprodutos da atividade biológica no reator.

A principal característica dos FBAS é a sua capacidade de realizar, no mesmo reator, a remoção de
compostos orgânicos solúveis e de partículas em suspensão presentes no esgoto. A fase sólida, além
de servir de meio suporte para as colônias bacterianas depuradoras, constitui-se
constitui se em um eficiente
meio filtrante.

O meio suporte utilizado é material plástico, composto de conduítes elétricos


elétricos corrugados de diâmetro
de 3/4’’, cortados em pedaços
edaços de aproximadamente 2,0
2, cm. Eles foram escolhidos por serem bem
leves e por possuírem elevada área superficial específica.

Tabela 2:
2 Características do meio suporte do FBAS.
Área superficial
Massa específica
Meio suporte específica Porosidade (%)
(kg/m³)
(m²/m³)

200 92% 26

A colmatação ou entupimento do meio suporte são os problemas mais inerentes aos filtros biológicos
de fluxo ascendente, com empacotamento de pedras e britas. Os filtros empacotados com material
plástico, como é o caso proposto para a ETAC, não têm apresentado problemas de entupimento,
mesmo quando as áreas superficiais específicas são baixas na ordem de
de 100 m²/m³. Nesses filtros, o
meio suporte é maleável e é possível fazer a limpeza através de dispositivos. No
o caso foram usados

11
tubos perfurados com diâmetros menores que o meio suporte, que por processo de sucção remove o
excesso de lodo no filtro sem a necessidade
necess de procedimentos de retrolavagem.

2.1.3 Tratamento terciário

O tratamento terciário consiste na passagem do efluente pelo filtro de areia e posteriormente pela
desinfecção com hipoclorito de sódio.
O filtro de areia tem a finalidade de reter partículas
partículas de sólidos que tenham passado pelos processos
anteriores e assim garantir um efluente de alta qualidade. A limpeza é manual, sendo realizada
através do sistema de retrolavagem. Nesse processo a água passa no sentido contrário ao do fluxo,
fluxo
retirando as impurezas do meio filtrante.
Após a filtração, o efluente passará por um processo de desinfecção através da cloração. A aplicação
do cloro será feita por meio de uma bomba dosadora de hipoclorito de sódio, sendo este um processo
automatizado. A vantagem de se utilizar o cloro como agente desinfetante é que ele deixa uma
concentração residual no efluente, garantindo a desinfecção em caso de recontaminação no sistema
de distribuição/descarte do efluente final.

2.1.4 Gerenciamento do lodo

O lodo aeróbio retido no decantador secundário é enviado para o início do sistema de tratamento
através de uma bomba centrífuga autoescorvante,, a qual é acionada automaticamente por
temporizador programável. O lodo só deve ser descartado do FBAS em caso de sobrecarga do
sistema ou do excesso de lodo acarretado por uma operação incorreta. O lodo deve ser removido por
caminhão limpa fossa e posteriormente ser encaminhado a aterro sanitário qualificado ou, após
tratamento de higienização, utilizado como adubo orgânico.

2.2 SISTEMA DE APROVEITAMENTO


MENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS
PLUVI

O sistema de aproveitamento de águas pluviais compreende as etapas discriminadas na Tabela 3.

Tabela 3:
3 Etapas do tratamento de águas pluviais.
UNIDADE COMPONENTES
Pré-tratamento Filtro autolimpante e Descarte da 1ª chuva
Filtração Filtro de areia
Desinfecção Desinfecção
esinfecção com hipoclorito de sódio

12
2.2.1 Pré-tratamento

O filtro autolimpante fica localizado na entrada do sistema de aproveitamento de água de chuva e é


responsável pela retenção de sólidos grosseiros por princípio de retenção puramente físico.
O objetivo do filtro autolimpante é remover o material grosseiro presente nas águas pluviais sem a
necessidade de limpeza das grades, uma vez que esta é realizada com ação da força hidráulica do
sistema, que direciona o material retido para um reservatório para armazenamento.
O sistema de tratamento será composto por um
u reservatório para descarte da 1ª chuva. O descarte
da precipitação inicial visa remover as impurezas provenientes da lavagem da atmosfera e a poeira e
fuligem acumulada nas superfícies de coberturas e calhas.
Após o descarte dos sólidos indesejáveis e desvio da água das primeiras chuvas, a água coletada
nos telhados será armazenada em uma cisterna, e passará posteriormente por um filtro de areia e
desinfecção.

2.2.2 Filtração

O filtro de areia tem a finalidade de reter partículas de sólidos que tenham passado
passado pelos processos
anteriores e assim garantir um efluente de alta qualidade. A limpeza é manual, sendo realizada
através do sistema de retrolavagem. Nesse processo a água passa no sentido contrário ao do fluxo,
retirando as impurezas do meio filtrante.

2.2.3 Desinfecção

Após a filtração, o efluente passará por um processo de desinfecção através da cloração. A aplicação
do cloro será feita por meio de uma bomba dosadora de hipoclorito de sódio, sendo este um processo
automatizado.

13
Figura 2:: Fluxograma do sistema de tratamento da ETAC/ACH Hangar.

14
3 CARACTERÍSTICAS DO EFLUENTE
E

As características quantitativas químicas típicas de águas cinza consideradas no dimensionamento


da Estação de Tratamento de Águas Cinza encontram-se
se apresentadas de forma sintetizada na
tabela abaixo.

Tabela 4: Características típicas das águas cinza

Parâmetros Valor típico


pH 6,7 a 7,5
Temperatura < 40°C
Sólidos em suspensão totais 250 mg/L
DBO5 250 mg/L
DQO 400 mg/L

Caso o efluente apresente características diferentes das apresentadas na tabela acima, a estação
terá sua eficiência comprometida.
Segundo a NBR 13969:1997, os efluentes classificados como classe 2 são aqueles reutilizados para:
lavagens de pisos, calçadas e irrigação dos jardins, manutenção dos lagos e canais para fins
paisagísticos, exceto chafarizes. Os efluentes reutilizados para descargas dos vasos sanitários são
classificados como classe 3. Os padrões de qualidade exigidos pela NBR 13969:1997 são descritos
na tabela a seguir.

Tabela 5: Padrões de qualidade para reúso


reúso exigidos pela NBR 13969:1997.
NBR 13969:1997
Parâmetro Unidade
Classe 2 Classe 3
Turbidez UNT ≤ 5,0 ≤ 10
Coliformes Fecais NMP/100mL ≤ 500 ≤ 500
Cloro Residual mg/L  0,5

No caso em que a produção de reúso for superior ao consumo, o excesso deverá ser descartado na
rede de drenagem. Deste modo, o efluente final tratado na ETAC deve atender também aos padrões
de lançamento de efluentes estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 e 430/2011. As
características estão descritas na Tabela 6.

15
Tabela 6:: Características do efluente final tratado na ETAC.
Parâmetros Efluente tratado
pH 5,0 a 9,0
Temperatura < 40°C
Materiais sedimentáveis ≤ 1,0 mL/L
Sólidos em suspensão totais ≤ 30 mg/L
DBO5 ≤ 30 mg/L
DQO ≤ 90 mg/L
Coliformes termotolerantes ≤ 1000 NMP/100mL

16
4 DIMENSIONAMENTO DA ETAC

Dados de entrada:
• Vazão média de água cinza:
cinza 111,35 m³/dia
• Coeficiente do dia de maior consumo: k1 = 1,2
• Coeficiente da hora de maior consumo: k2 = 1,5
• Concentração
tração média de DBO afluente: 250
25 mg/L
• Concentração
ntração média de DQO afluente: 400
4 mg/L
• Concentração média
dia de SST afluente: 250 mg/L
• Temperatura média do efluente: 25 °C

4.1 CARACTERÍSTICAS DO AFLUENTE


FLUENTE

4.1.1 Cálculo das vazões

Vazão média de águas cinza:


é  111,35 ³/

Vazão máxima total:


á  é    
á  200,43 ³/

Vazão mínima total:


í  é  0,5
í  55,68 ³/

4.1.2 Cálculo das cargas afluentes

Carga de DBO:
 !"  #$%&$'(çã#+,- .  é/
 !"  0,25 0/ ³ . 111,35 1 /
  27,8 0/

Carga de DQO:
 2"  #$%&$'(çã#+- .  é/
 2"  0,4 0/ ³ . 111,35 1 /  44,54 0/

17
Carga SST:
445  #$%&$'(çã#667 .  é/
445  0,25 0/ ³ . 111,35 1 /  27,8 0/

Tabela 7:: Características do esgoto sanitário afluente


Parâmetros Dados de projeto
3
Vazão média 111,35 m /dia
Vazão média 1,29 l/s
Vazão mínima 0,64 l/s
Vazão máxima 2,32 l/s
Carga DBO 27,8 kg/dia
Concentração DBO 250 mg/l
Carga DQO 44,54 kg/dia
Concentração DQO 400 mg/l
Carga de SST 27,8 kg/dia
Concentração de SST 250 mg/l

4.2 BALANÇO DE MASSA

A vazão que chega ao filtro FBAS será composta pela vazão afluente à estação e vazão de
recirculação do lodo biológico retido nos decantadores.
O lodo biológico retido nos decantadores secundários apresenta concentrações de sólidos e DBO
que podem ser muitas vezes superiores às do esgoto afluente, resultando eventualmente em uma
massa de sólidos e matéria orgânica (DBO ou DQO) significativamente diferentes das inicialmente
previstas.
Deve-se considerar que parte
rte da vazão afluente e da matéria a tratar recirculam várias vezes na
ETAC, acrescentando a cada passagem uma nova parcela de vazão e de massa ao esgoto a tratar.
Cada uma das recirculações que geram vazão e massa devem
deve ser levadas em conta no cálculo do
balanço de massa até o ponto em que o acréscimo resultante da última recirculação considerada
possa ser admitido como desprezível.
Os cálculos do balanço de massa estão em anexo.

18
Tabela 8:: Vazões e cargas do esgoto à jusante do pré-tratamento
tratamento (após balanço de massa)
Parâmetros Final de plano
3
Vazão média 112,0 m /dia
Vazão média 1,30 l/s
Vazão dia maior contribuição 1,56 l/s
Vazão mínima 0,65 l/s
Vazão máxima 2,34 l/s
Carga DBO 30,2 kg/dia
Concentração DBO 269,6 mg/l
Carga DQO 51,5 kg/dia
Concentração DQO 459,8 mg/l
Carga de SST 50,55 kg/dia
Concentração de SST 445,0 mg/l

4.3 PRÉ-TRATAMENTO

Foi adotada uma tela em nylon com espaçamento de 1 mm. A tela apresenta as seguintes
características:
• Área da tela: 0,50 x 0,68 m
• Abertura da malha: 1 mm
• Inclinação: 60º
A tela é posicionada na caixa de entrada da estação de tratamento de águas cinza.

4.4 ADO SUBMERSO (FBAS)


FILTRO BIOLÓGICO AERADO

Carga orgânica volumétrica:



8  !";
9:

Onde:
8 : carga volumétrica de DBO aplicada
3
cada ao FBAS (CV < 1,8 kgDBO/m .dia);
 !" : carga orgânica de DBO afluente
fluente ao reator FBAS;
9: : volume útil do reator.
<=>?=>  1,0 0+,-/ ³ . 

Assim, o volume útil requerido é:


9:  27,8 ³
19
4.4.1 Sistema de Aeração

O FBAS possui um sistema de aeração em que o ar é injetado através de soprador para difusores de
ar de bolha grossa na base do corpo do filtro através de canalização própria. A vazão de ar
necessária para o FBAS foi projetada
jetada com base na taxa de aeração e na carga
ga orgânica de DBO
afluente ao FBAS.

Considerando:
Taxa de aeração (A=B ) = 35 N.m³ar/kgDBOaplicada
Carga orgânica de DBO afluente
fluente ao FBAS ( !" ) = 30,2 kgDBO/dia

Temos:

=B  A=B   !"

=B  35 C ³(/0+,-=DE  30,2 0+,-


0+,-/
=B  1057 C ³(/
=B  44,0 C ³(/F

4.5 DECANTADOR SECUNDÁRIO DE TAXA CONVENCIONAL (DEC)

Área superficial do reator:



G  é;AH

Onde:
G: área superficial do reator;
é : vazão média total;
AH : taxa de aplicação superficial (AH I 24 ³/ ². ).

Assim, tem-se
se a área superficial de decantação necessária:
necessária
111,35 ³/
G  K
18 ³/ ². 

G  6,18 ²

4.6 TANQUE DE CONTATO

Volume útil e dimensões do reator:

20
9:   é  L

Onde:
9: : é o volume útil do reator;
é : é a vazão média total;
L: é o tempo de contato (L  30 $
$).

Assim,, o volume útil necessário é de:


9:  0,1875 ³

O tanque utilizado possui a geometria adequada para atender ao tempo de detenção hidráulica,
garantindo assim a desinfecção necessária.

4.7 PRODUÇÃO DE LODO

No FBAS será produzido lodo relativo ao tratamento do esgoto mais o lodo resultante da
d recirculação
no decantador secundário, enviado ao
a FBAS para estabilização (com aproximadamente 20% de
redução dos SSV desse lodo). A produção de lodo relativa a cada uma dessas parcelas será
considerada separadamente.

Dados necessários para os cálculos:


cálculos
• Coeficiente de produção de sólidos no FBAS:
F 0,25 kgSST/kgDBOapl
• Carga de DBO do esgoto afluente ao FBAS:
FBAS 27,8 kgDBO/dia
• Carga de SST no lodo do decantador secundário após balanço de massa: 22,71 kgSST/dia
• Carga de SSV no lodo do decantador secundário após balanço de massa: 15,89 kgSSV/dia
• Redução de SSV no FBAS,, de lodo proveniente dos decantadores secundários: 20%
• Concentração esperada para o lodo de descarte do FBAS:
FBAS C = 3%
• Densidade do lodo: ρ = 1.020 kg/m³
kg/m

Produção de lodo no FBAS devido ao esgoto afluente:


∆N=OE:P?P  0,25 0667/0+,-=DE . (0+,-=DE
∆N=OE:P?P  6,95 0667/

Produção de lodo no tratamento biológico aeróbio e recirculado para o FBAS:


∆NE>> =PBóST>  (0667 U 0,2 ∙ (0669
∆NE>> =PBóST>  19,53 0667/
21
O lodo produzido no tratamento biológico aeróbio (decantador secundário) será recirculado para o
FBAS através de uma bomba de recirculação de lodo, funcionando em um ciclo de 2 minutos a cada
2 horas.

O lodo total removido do FBAS será de:


∆N?>?=E  19,53 0667/

Vazão do lodo total produzido no FBAS:


FBAS
19,53 0667/
E>>   0,638
³/
0,03 ∙ 10200/ ³

4.8 PRODUÇÃO DE BIOGÁS

A produção teórica de metano no sistema de tratamento pode ser estimada por meio da equação:
equação
 6\ e
+-WXY  é  Z[6\ U 6] U ^>SH 

Onde:
So: Concentração de DQO afluente ao FBAS (kg/m³);
S: Concentração de DQO efluente ao FBAS (kg/m³);
Yobs: Coeficiente de produção de sólidos, em termos de DQO (0,21 kgDQOlodo/kgDQOapl)

0,40 0,160 0,210+-E>> 0,40


+-WXY  111,35 ³/ _` U fUg ∙ hi
³ ³ 0+-=DE ³
+-WXY  17,37 0+-/

Fator
ator de correção para a temperatura operacional do reator:
b  a
a['] 
c  [273 d ']
Onde:
P: Pressão atmosférica (1 atm)
K: Carbono orgânico dissolvido correspondente a 1 mol de CH4 (64gDQO/mol))
t: temperatura operacional do reator (25ºC)
R: Constante dos gases (0,082 atm.L/mol.K)

Dessa forma,
a[']  2,62 0+-/ ³

22
Produção volumétrica do metano:
+-WXY
WXY 
a[']
WXY  6,63 ³/

Considera-se
se uma perda de 20% do metano em relação à produção teórica. Logo, a produção de
metano será de 5,3 m³/dia.

A avaliação da produção de biogás é feita a partir da estimativa do percentual de metano no biogás.


Adotando-se
e um percentual de 60% de metano no biogás, tem-se:
tem

WXY
ST>jáH   8,83 C ³/
0,60

23
5 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA
S ADOTADO

5.1 ETAC

Tabela 9:: Características do sistema adotado na ETAC.


ITEM UNIDADE DESCRIÇÃO QUANTIDADE MATERIAL
1 Pré-tratamento Caixa com tela 01 PRFV
2 Tanque Horizontal k = 3,00 m, H = 8,50 m 01 PRFV
3 Filtro de areia Dancor Modelo DFR-22
DFR 01
4 Bomba do filtro Dancor Modelo PF-17
PF 01
5 Recirculação de lodo Bomba Autoescorvante 01
Schneider Modelo BCA 1 1/2
6 Sistema de aeração Soprador Gardner de canal lateral 01
2BH7 420 0AH26-7
0AH26
7 Tanque de contato k = 2,90 m, H = 1,85 m 01 PRFV
8 Desinfecção Bomba Dosadora Eletromagnética 01
VIbropac
9 Recalque Bomba Schneider Centífuga Bronze 02
9 Painel elétrico Painel elétrico para motores 01
Legenda: PRFV: Plástico Reforçado com Fibra de Vidro; k: Diâmetro; H: Altura.

5.2 ACH

Tabela 10: Características do sistema adotado na ACH.


ITEM UNIDADE DESCRIÇÃO QUANTIDADE MATERIAL
1 Pré-tratamento Caixa de Entrada 01 PRFV
Filtro Autolimpante Aquasave 01
2 Reservatório de 01 PRFV
Descarte
3 Filtro de areia Dancor Modelo DFR-12-14
DFR 01
4 Bomba do filtro Dancor Modelo PF-17
PF 01
7 Cisterna k = 2,90 m, H = 1,85 m 01 PRFV
Legenda: PRFV: Plástico Reforçado com Fibra de Vidro; k: Diâmetro; H: Altura.

24
6 POTÊNCIA INSTALADA

Tabela 11: Potência instalada


Potência Potência Potência
Equipamentos Quantidade
unitária (cv) total (cv) total (kW)
Soprador de ar 2,4 01 2,4 1,75
Bomba de recirculação de
0,75 01 0,75 0,55
lodo
Bomba dosadora de cloro - 01 - -
Bomba do filtro de areia
0,75 01 0,75 0,55
(ETAC)
Bomba do filtro de areia
0,33 01 0,33 0,25
(ACH)
Bomba de recalque 4,0 02 8,0 5,90
TOTAL 12,23 9,0

25

Você também pode gostar