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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE TECNOLOGIA – CTEC


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO


DE ÁGUA EM GARANHUNS - PE

Maceió – AL
Janeiro de 2021
2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS


CENTRO DE TECNOLOGIA – CTEC
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO


DE ÁGUA EM GARANHUNS - PE

Maceió – AL
Janeiro de 2021
3

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA..............................................................................................6
2. CARACTERIZAÇÃO DA LOCALIDADE....................................................................6
2.1 DEMOGRAFIA..............................................................................................................6
2.2 ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS.......................................................................8
2.3 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA..........................................................................................9
2.4 INDICADORES SOCIOECONÔMICOS.......................................................................11
2.5 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ATUAL..................................................15
3. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS....................................................................................16
3.1 MAPA DE LOCALIZAÇÃO..........................................................................................16
3.2 PRINCIPAIS VIAS E ESTRADAS DE ACESSO..........................................................17
3.3 TOPOGRAFIA, RELEVO E GEOLOGIA......................................................................18
3.3.1 RELEVO............................................................................................................... 18
3.3.2 GEOLOGIA........................................................................................................... 18
3.3.3 VEGETAÇÃO........................................................................................................19
3.3.4 CLIMA................................................................................................................... 20
3.3.5 BACIA HIDROGRÁFICA.......................................................................................20
4. SISTEMAS DE INFRAESTRUTURA E CONDIÇÕES SANITÁRIAS....................21
4.1 SISTEMA DE DRENAGEM E CONTROLE DE CHEIAS.............................................21
4.1.1 CANALIZAÇÕES..................................................................................................21
4.1.2 BARRAGENS.......................................................................................................23
4.2 SISTEMA VIÁRIO........................................................................................................25
4.3 ENERGIA ELÉTRICA..................................................................................................25
5. ESTUDO DA POPULAÇÃO..........................................................................................25
5.1 PROJEÇÃO ARITMÉTICA..........................................................................................26
5.2 PROJEÇÃO GEOMÉTRICA........................................................................................27
5.3 MÉTODO DA CURVA LOGÍSTICA.............................................................................28
5.4 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DO CONDOMÍNIO.....................................................30
6. DIAGNÓSTICO DO SISTEMA EXISTENTE............................................................31
7. CRITÉRIOS E PARÂMETROS DE PROJETO.........................................................33
7.1 CONSUMO EFETIVO PER CAPITA...........................................................................33
7.2 CONSUMO PER CAPITA............................................................................................35
4

7.3 COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DAS VAZÕES.........................................................36


7.3.1 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DIÁRIA DE VAZÃO (K1).....................................36
7.3.2 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO HORÁRIA DE VAZÃO (K2).................................36
7.3.3 COEFICIENTE DE DEMANDA INDUSTRIAL.......................................................37
7.4 ALCANCE DO ESTUDO.............................................................................................37
7.5 CÁLCULO DE VAZÕES..............................................................................................37
8. ESTUDO DE MANANCIAIS.........................................................................................38
8.1 MANANCIAL SUPERFICIAL.......................................................................................38
8.1.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA...............................................................40
8.1.2 CARACTERIZAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL.................................................41
8.1.3 ESTUDO DE VAZÕES..........................................................................................43
8.2 MANANCIAL SUBTERRÂNEO....................................................................................43
8.2.1 LEVANTAMENTO CADASTRAL DE POÇOS EXISTENTES................................44
8.2.1 CARACTERÍSTICAS SANITÁRIAS DA ÁREA......................................................45
8.3 OUTORGAS................................................................................................................ 46
8.4 PRINCIPAIS USOS DA ÁGUA....................................................................................47
9. LOCALIZAÇÃO DO PROJETO..................................................................................48
10. SISTEMA......................................................................................................................49
11. CAPTAÇÃO.................................................................................................................49
12. ADUTORA...................................................................................................................50
12.1 DEFINIÇÃO DE TRAÇADO.......................................................................................50
12.2. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DA ADUTORA............................52
12.2.1 DIÂMETRO......................................................................................................... 52
12.2.2 VELOCIDADE.....................................................................................................53
12.2.3 PERDA DE CARGA............................................................................................53
12.3 MATERIAL ADOTADO PARA AS TUBULAÇÕES.....................................................54
13. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS....................................................................................54
13.1. Estação elevatória de água bruta.............................................................................56
13.1.1 Localização......................................................................................................... 56
13.1.2. Dimensionamento..................................................................................................56
13.2. Estação elevatória de água tratada..........................................................................57
13.2.1. Localização........................................................................................................57
13.2.2. Dimensionamento..............................................................................................57
14. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA............................................................58
14.1. Localização............................................................................................................... 58
5

14.2. Processo de tratamento............................................................................................59


15. REDE DE DISTRIBUIÇÃO.......................................................................................60
15.1 TOPOGRAFIA........................................................................................................... 60
15.2 PARÂMETROS HIDRÁULICOS................................................................................61
15.3.1 Critério de Vazões...............................................................................................61
15.3.1.1 Determinação da Vazão Máxima horária (Qmh)...................................................61
15.6.1.2 Vazão de distribuição em marcha (Qm)...............................................................61
15.3 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA.......................................................................62
15.4 DIMENSIONAMENTO DA REDE..............................................................................62
15.4.1 DIMENSIONAMENTO PELO SOFTWARE EXCEL............................................63
15.1.2 Dimensionamento pelo Software EPANET.........................................................64
15.1.3 Discussão dos resultados...................................................................................67
16. RESERVATÓRIOS.....................................................................................................69
17. ORÇAMENTO DAS ADUTORAS............................................................................71
18. REFERÊNCIAS...........................................................................................................73
6

1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

Garanhuns é um município da Microrregião de Garanhuns, na Região de


Desenvolvimento Agreste Meridional, na Mesorregião do Agreste Pernambucano, no estado
de Pernambuco, limitando-se a norte com Capoeira e Jucati, a sul com Terezinha, Lagoa do
Ouro, Brejão e Correntes, a leste com São João e Palmeirina, e a oeste com Caetés, Saloá,
Paranatama, Brejão, Terezinha. Dista cerca de 230 km da capital pernambucana, Recife.
Ocupa uma área de 458,550 km², sendo 7,11 km² formando o perímetro urbano e 451,44 km²
formando a zona rural.

Figura 1: Localização do município de Garanhuns no estado de Pernambuco.

Fonte: Google Maps, 2020.


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2. CARACTERIZAÇÃO DA LOCALIDADE

2.1 DEMOGRAFIA

Segundo a contagem realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no


ano de 2010 o município possuía uma população de 129 408 habitantes, sendo 68 432
habitantes do sexo feminino (52,88% da população) e 60 976 pessoas do sexo masculino
(47,12% da população). Ainda de acordo com os dados do censo, 115 356 habitantes viviam
na zona urbana (cerca de 89,14%) e os 14 052 (cerca de 10,86%) na zona rural. No mesmo
ano, a taxa de urbanização do município era de 89,14%. Com relação à estimativa
populacional do IBGE referente ao ano de 2014, o instituto aferiu a população municipal em
136 057 habitantes, sendo então o nono maior município de Pernambuco em população,
apresentando uma densidade populacional de 287,97 hab/km².

Com base nos dados do censo 2010 do IBGE, com a autodeclaração de cada
garanhuense, a população era constituída de 52.678 (40,71%) brancos; 6.166 negros (4,76%);
1.596 amarelos (1,23%); 68 722 pardos (53,10%) e 246 indígenas (0,19%). Considerando-se a
região de nascimento, 125 186 eram nascidos do Nordeste (96,74%); 3 375 no Sudeste
(2,61%); 110 no Norte (0,08%) e 102 no Centro-Oeste (0,08%). 120 199 eram naturais do
estado de Pernambuco (92,88%), e desse total, 91 006 eram naturais de Garanhuns (70,32%).
Entre os 9.209 naturais de outras unidades federativas, Alagoas era o estado com maior
presença, com 2.968 pessoas (2,29%), seguido por São Paulo, com 2.891 pessoas (2,23%) e
pela Paraíba, com 737 habitantes residentes no município (0,57%). Fonte: IBGE, Censo
Demográfico 2010.

Gráfico 1: Distribuição da população residente por faixa etária e situação do domicílio (%): Garanhuns - PE –
2010.
8

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

Gráfico 2: Taxa de urbanização por unidade geográfica - 1991-2010.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

2.2 ASPECTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS

Vários ciclos econômicos marcaram a evolução do município ao longo do século XX.


O primeiro deles estava ligado ao traço mais forte de sua identidade: o cultivo do café,
seguido pela diversificação de produtos agropecuários. A partir de 1966, inicia‐se novo ciclo,
com ênfase para o comércio, o turismo e serviços no município, cuja participação em nosso
PIB é de 62,04%, seguido da indústria com 32,88% e agropecuária com 5,08% (IBGE, 2002).

Na bovinocultura, a bacia leiteira concentrada na região do município de Garanhuns,


participa com aproximadamente 40% - 144 milhões de litros – na produção de leite em
Pernambuco, que nos últimos dois anos foi registrado um crescimento de 23%, atingindo
9

cerca de 360 milhões de litros por ano, colocando o estado em segundo lugar no ranking do
Nordeste (Fonte: ADDIPER – Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco,
out/2005).

Gráfico 3: Participação setorial no PIB por unidade geográfica.

Fonte: IBGE, 2014.

Gráfico 4: Pirâmide etária de Garanhuns.

Fonte: IBGE, 2014.

2.3 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

O município, pelo seu diversificado comércio e oferta de serviços, tem no turismo, um


importante fator de geração de emprego, renda e desenvolvimento, dispondo de uma grande
rede de empresas prestadoras de serviços e de hotéis.

Receitas realizadas: R$ 277.111,47317 (×1000).


10

Gráfico 5: Receitas do município.

Fonte: Siconfi - Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro, 2017.

Despesas empenhadas: R$ 275.853,25084 (×1000).

Gráfico 6: Despesas do município.

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, Siconfi: Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público
Brasileiro, 2017.

No ano de 2000, 43,3% da população vivia com renda per capita inferior a 140 reais,
percentual que foi reduzido para aproximadamente 28,3% no ano de 2010. Mesmo com uma
variação negativa para a pobreza, cerca de 36.143 pessoas vivem em condição de pobreza. Em
2010, 71,7% dos habitantes do município estavam acima da linha da pobreza e indigência,
20,6% estavam entre a linha e 22,8% estavam abaixo. Neste mesmo ano, o índice de
coeficiente de Gini, que mede o nível de desigualdade que há em uma região, era de 0,599,
sendo o valor mais próximo a 0,00 o melhor resultado (menos desigualdade) e mais próximo a
1,00 o pior (mais desigualdade). A participação dos 20% mais pobres da riqueza produzida no
município passou de 2,7% em 1991 para 2,4% em 2010, tendo, desse modo, um aumento dos
11

níveis de desigualdade. Ainda em 2010, a participação dos 20% mais ricos da riqueza
municipal foi de 62,3%, ou seja, 26 vezes superior ao dos 20% mais pobres.

PIB per capita: R$ 16.899,40.

Gráfico 7: PIB per capita de Garanhuns.

Fonte: IBGE, 2017.

Gráfico 8: Renda proveniente de rendimentos do trabalho.

Fonte: IBGE, 2013.

2.4 INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

Trabalho e Rendimento

Em 2018, o salário médio mensal era de 1.8 salários mínimos. A proporção de pessoas
ocupadas em relação à população total era de 16.1%. Na comparação com os outros
municípios do estado, ocupava as posições 40 de 185 e 19 de 185, respectivamente. Já na
comparação com cidades do país todo, ficava na posição 3263 de 5570 e 1953 de 5570,
respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário
12

mínimo por pessoa, tinha 43.8% da população nessas condições, o que o colocava na posição
171 de 185 dentre as cidades do estado e na posição 2279 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Gráfico 9: Proporção de vulneráveis à pobreza*.

Fonte: IBGE, 2013.

Gráfico 10: Renda per capita dos vulneráveis à pobreza.

Fonte: IBGE, 2013.

* Indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00 mensais,
em reais de agosto de 2010, equivalente a 1/2 salário mínimo nesta data.

Gráfico 11: Renda per capita.


13

Fonte: IBGE, 2013.

Escolarização

No setor educacional, a nota obtida no Índice de Desenvolvimento da Educação


Básica (IDEB) pelas escolas públicas de Garanhuns, em 2011, foi de 3,9 para os anos iniciais
(5° ano) e de 3,5 para os anos finais (3° ano do ensino médio). O índice possui uma escala que
varia de 0 a 10, sendo 4,0 a média dos anos iniciais em escolas do Brasil. O valor do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) referente à educação foi de 0,556, no ano de 2010.

(6 a 14 anos): 96,8 % da população [IBGE, 2010].

Gráfico 12: Taxa de analfabetismo.

Fonte: IBGE, 2013.

Gráfico 13: População acima de 18 anos com ensino médio completo.


14

Fonte: IBGE, 2013.

IDHM

(Índice de desenvolvimento humano municipal): 0,664

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) de Garanhuns é de 0,664, sendo


considerado médio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
ocupando a décima sexta colocação entre os municípios pernambucanos, porém, estando
abaixo da média estadual, que é de 0,673. Seu índice ainda é muito mais baixo que a média
nacional, ocupando a 2802° colocação no ranking entre os 5.570 municípios da União.

Gráfico 14: Índice de desenvolvimento humano municipal.

Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, 2010.

Gráfico 15: IDH.


15

Fonte: IBGE, 2013.

Mortalidade infantil

A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 13.79 para 1.000 nascidos vivos.
As internações devido a diarreias são de 0.8 para cada 1.000 habitantes. Comparado com
todos os municípios do estado, fica nas posições 70 de 185 e 55 de 185, respectivamente.
Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 2186 de 5570 e 2710 de
5570, respectivamente.

Gráfico 16: Mortalidade infantil.

Fonte: Ministério da Saúde, Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS, 2017.

2.5 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ATUAL

Garanhuns apresenta 52.1% de domicílios com esgotamento sanitário adequado,


73.3% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 15.7% de domicílios
urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada,
16

pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na


posição 65 de 185, 81 de 185 e 35 de 185, respectivamente. Já quando comparado a outras
cidades do Brasil, sua posição é 2141 de 5570, 2892 de 5570 e 2222 de 5570,
respectivamente.

Gráfico 17: População em domicílios com água encanada.

Fonte: IBGE, 2013.


Gráfico 18: População em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados*.

Fonte: IBGE, 2013.

* Domicílios cujo abastecimento de água não provém de rede geral e cujo


esgotamento sanitário não é realizado por rede coletora de esgoto ou fossa séptica.

Gráfico 19: População em domicílios com coleta de lixo.


17

Fonte: IBGE, 2013.

3.CARACTERÍSTICAS FÍSICAS

3.1 MAPA DE LOCALIZAÇÃO

Garanhuns é um município brasileiro do agreste do estado de Pernambuco, distante


230 quilômetros da capital pernambucana, Recife. Ocupa uma área de 458,550 km², sendo
7,11 km² formando o perímetro urbano e 451,44 km² formando a zona rural. Situa-se a 08º 53'
25" de latitude sul e 36º 29' 34" de longitude oeste. Os municípios limítrofes são Capoeiras e
Jucati ao norte; Lagoa do Ouro e Correntes ao sul; São João e Palmeirina ao leste; Caetés,
Saloá, Paranatama, Brejão e Terezinha a oeste. O município está demarcado na Figura 2.

Figura 2: Demarcação do município.


18

Fonte: Google Maps, 2020.

3.2 PRINCIPAIS VIAS E ESTRADAS DE ACESSO

O município tem como principais vias de acesso as rodovias BR-423, BR-424 e PE-
177. A Figura 3 ilustra os acessos à cidade.

Figura 3: Mapa das principais rodovias de acesso à Garanhuns.

Fonte: Google Maps, 2020


19

3.3 TOPOGRAFIA, RELEVO E GEOLOGIA

3.3.1 RELEVO

O município encontra-se na unidade geoambiental das Superfícies Retrabalhadas, que


é formada por regiões que vêm passando acentuado retrabalhamento da sua superfície. Esse
tipo é caracterizado pelo relevo muito dissecado e pelos vales profundos. Situado no Planalto
da Borborema, Garanhuns é cercado pelas colinas Antas, Columinho, Ipiranga, Magano,
Monte Sinai, Quilombo e Triunfo, a uma altitude de 841 metros acima do nível do mar no
marco zero do município, podendo variar conforme o local, havendo áreas em que ultrapassa
1000 metros, como o Monte Magano (1.030 m). A Figura 4, mostra a topografia do
município.

Figura 4: Mapa topográfico.

Fonte: Topographic-Map, 2020.

3.3.2 GEOLOGIA

O estado de Pernambuco é composto predominantemente por rochas pré-cambrianas,


ocupando cerca de 90% do território. As mesmas englobam tratos da província Borborema
que por sua vez é definida por um cinturão orogênico meso/neoproterozóico que se estende
por grande parte do Nordeste.

A região de Garanhuns que contém considerável presença de rochas quartziticas,


demonstra um estilo tectônico mal definido, segundo Costa Filho (op. cit.) devido
principalmente ao estágio bastante avançado de intemperização das rochas.
20

Macroscopicamente os quartzitos de Garanhuns apresentam uma textura cataclástica com


composição predominante de quartzo e alguns pontos brancos, caulinitizados, indicando
presença de feldspato na rocha. A Figura 5, mostra a geologia do município.

Figura 5: Mapa geológico.

Fonte: CPRM, 2006.

3.3.3 VEGETAÇÃO

O município possui dois tipos de vegetações nativas e predominantes: a mata atlântica


e a caatinga. Com o objetivo de diminuir o impacto ambiental sofrido pela urbanização na
cidade, o poder público, sobretudo o municipal criou políticas públicas voltadas para a criação
de áreas verdes e espaços de convivência, lazer e contemplação para melhorar a qualidade de
vida dos habitantes. A cidade de Garanhuns dispões de três parques municipais: o Parque
Euclides Dourado, o Parque Ruber van der Linden e o Parque Natural das Nascentes do Rio
Mundaú. Os dois primeiro são classificados como unidades de uso sustentável e o último de
conservação integral.

A vegetação da parte norte e oeste do município, onde predomina a caatinga, é


composta por espécies hiperxerófilas, com a forte presença de arbustos com galhos retorcidos
e com raízes profundas. As espécies mais encontradas são os cactos, caroá, aroeira, angico,
juazeiro, mandacaru e xique-xique.
21

Já a parte sul e leste, onde predomina a mata atlântica, é constituída por árvores de
médio e grande porte, formada por floresta densa e fechada. Sendo muito rica em
biodiversidade, as árvores de grande porte formam um microclima dentro da mata, com
sombra e muita umidade. As espécies mais comuns são: palmeiras, bromélia, begônias,
orquídeas, cipós, briófitas, pau-brasil, jacarandá, peroba, jequitibá-rosa, cedro, andira, ananas
e figueiras.

3.3.4 CLIMA

O clima é classificado como tropical com estação seca, com verão seco e
inverno úmido, do tipo as na classificação climática de Köppen-Geiger (fronteiriço com o
clima mediterrâneo, tipo Csa), com temperaturas amenas e mais baixas que na maior parte do
ano, em função da altitude. A temperatura média compensada anual é de 21 °C, chegando a
15 °C ou até menos nos meses mais frios, época que também é a mais chuvosa do ano. O
índice pluviométrico é de aproximadamente 920 milímetros (mm) anuais, com umidade do ar
relativamente alta durante o ano todo. O tempo médio de insolação é de 2.330 horas/ano,
sendo maior no último trimestre do ano.

3.3.5 BACIA HIDROGRÁFICA

Garanhuns está inserido na bacia hidrográfica do Rio Mundaú, tendo como seus
principais cursos d'água os rios: Mundaú Canhoto e Inhaúma, além dos riachos: São Pedro,
São Vicente, Mimosinho, Seco, Mocambo, Repartição, Imbé, Mochila, Pacheco, das Pedras,
Baixa da Lama, Estrondo, da Laje, do Dunga, Periperi e Timbó. Todos seus cursos d'água tem
um regime intermitente, sendo seu padrão de drenagem o dendrítico. Já os açudes de maior
importância no município são o Mundaú, com capacidade de 1.968.600 m³, e o açude público
de Garanhuns, Figura 6.

Figura 6: Bacias Hidrográficas.


22

Fonte: Plano Estratégico de Recursos Hídricos de Pernambuco – Secretaria de Recursos Hídricos de


Pernambuco, 2008.

4. SISTEMAS DE INFRAESTRUTURA E CONDIÇÕES


SANITÁRIAS

4.1 SISTEMA DE DRENAGEM E CONTROLE DE CHEIAS

Sistemas de drenagem são uma série de estruturas que são instalados em determinados
locais com o intuito de reter, tratar e transpor águas pluviais. Tais sistemas podem ser
públicos, na forma de bocas de lobo e sarjetas, por exemplo, empregados em instalações
residências, ou mesmo em edifícios comerciais. Os sistemas podem apenas coletar as águas
pluviais, ou também ser capaz de coletar, tratar e distribuir a água para diversos pontos
diferentes.

Os sistemas de drenagem têm como princípio de funcionamento a transferência rápida


das águas para jusante, e tendem a aumentar a frequência das inundações. Estes sistemas
alteram o ambiente natural dos rios e córregos urbanos, e dependendo das características de
ocupação da bacia, e contribuem ainda para o aumento da poluição dos corpos d’água
receptores.

As medidas de drenagem visam o rearranjo temporal e espacial das vazões e, no caso


de estruturas de infiltração, contribuem para a diminuição do volume escoado, reduzindo a
probabilidade de inundações a jusante no sistema de drenagem. As técnicas clássicas de
drenagem apresentam a função única de controlar as cheias e afastar as águas rapidamente, as
estruturas proporcionam, invariavelmente, baixo valor social e ecológico.
23

4.1.1 CANALIZAÇÕES

Os sistemas de drenagem urbana são divididos de acordo com suas dimensões e


funções principais em microdrenagem e macrodrenagem, conforme descrito a seguir:

1.
2.
3.
4.
4.1.
4.1.1.

MICRODRENAGEM

A microdrenagem, também conhecida como sistema inicial de drenagem ou coletor de


águas pluviais, é composta pelo sistema de condutos e canais nos loteamentos ou na rede
primária urbana associada ao sistema viário. Este tipo de sistema de drenagem é projetado
para atender a drenagem de precipitações com risco hidrológico moderado. Os principais
elementos que compõem a rede de microdrenagem são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Principais elementos da rede de microdrenagem.


Terminologia Descrição

Galeria Canalizações utilizadas para a condução de águas pluviais


que adentram o sistema por meio das bocas-de-lobo e das
ligações privadas.

Poços de Visita Dispositivos localizados em pontos estratégicos do


sistema de galerias para permitirem a inspeção e limpeza.
Estes dispositivos devem ser posicionados, em média a
cada 100 m, ao longo do sistema, para facilitar a inspeção
e limpeza, ou em pontos onde ocorre mudança de
direção, declividade e/ou diâmetro das galerias.

Trecho Porção da galeria situada entre dois poços de visita.

Bocas-de-lobo Dispositivos localizados nas sarjetas, em pontos


24

estrategicamente localizados para a captação de águas


pluviais. Podem ser do tipo: com grade de entrada, com
grade lateral, com grade e entrada lateral e de fenda
longitudinal.

Condutos de Ligação Canalizações que conduzem as águas pluviais captadas nas


bocas-de-lobo para as caixas de ligação ou poços de visita a
jusante.

Caixas de Ligação ou de Caixas de concreto ou alvenaria, sem tampão externo ou


Passagem visitável ao nível da rua.

Meios-Fios Estruturas dispostas entre o passeio e a via de


rodagem, paralelas ao eixo da rua e cuja face superior
posiciona-se no mesmo nível do passeio.

Sarjetas Canais situados junto ao meio-fio e ao longo da via, que


recebem as águas do escoamento superficial e as conduz
para os locais de captação (bocas-de-lobo).

Sarjetões Calhas localizadas nos cruzamentos de vias, que


conduzem o fluxo das águas na travessia de ruas
transversais ou desviam o fluxo de um lado para outro da
rua. Os sarjetões podem ser formados pela própria
pavimentação ou de concreto.

Estruturas de Dissipação de Devem ser utilizadas nas saídas das galerias em cursos
Energia Hidráulica d’água para evitar a erosão causada pela concentração do
escoamento pluvial.

Condutos Forçados Elementos que conduzem as águas pluviais sob pressão


diferente da atmosférica.

Estações de Bombeamento Equipamentos utilizados para conduzir as águas pluviais em


locais onde o escoamento por gravidade não é possível.

Fonte: Bidone e Tucci, 1995 e FCTH, 1999.

MACRODRENAGEM
25

A macrodrenagem tem por função a condução final dos escoamentos de diferentes


sistemas de microdrenagem. Esta rede compreende as intervenções de fundo de vale e é
constituída pelos canais abertos e fechados com dimensões maiores do que os condutos da
microdrenagem, além da rede natural de drenagem das bacias, formadas pelos córregos,
riachos e rios urbanos. Também fazem parte da macrodrenagem os reservatórios de
amortecimento implantados para a contenção de cheias.

4.1.2 BARRAGENS

Com a intenção de resolver definitivamente o défice na infraestrutura hídrica, na qual


ocasiona cheias advindas de chuvas intensas, que afetam os rios. A falta de um sistema de
drenagem que supra demandas desse tipo geram diversos transtornos, a partir de estudos é
possível se fazer a construção de barragens, afim de resolver ou atenuar esses problemas que
surgem com a urbanização desordenada.

Em se tratando do Estado de Pernambuco, os rios mais afetos com o fenômeno das


cheias são o Capibaribe, Una, Sirinhaém e Ipojuca, pois os eventos hidrológicos críticos
influenciam diretamente em áreas densamente urbanizadas. E após diversos eventos
catastróficos, um conjunto de ações foram tomadas a fim de mitigar o efeito de novas cheias
eventuais. Dentre as ações planejadas, destacaram-se sistemas de previsão de eventos críticos
de catástrofes naturais, ampliação de calha dos rios e construção de barragens para controle de
cheias.

No geral, o Estado de Pernambuco possui 110 reservatórios (Figura 7) monitorados


constantemente pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), tendo como
principal finalidade o abastecimento das cidades. Destes, 27 barragens foram construídas
apenas com a finalidade de controle de cheias.
26

Figura 7: Reservatórios no Estado de Pernambuco.

Fonte: GOMES, 2019.

4.2 SISTEMA VIÁRIO

O sistema viário do município é constituído pelas vias municipais, estaduais e federais


existentes e projetadas. Podendo ser classificadas como vias expressas, arteriais, coletoras,
locais, de pedestres, ciclovias, de tráfego seletivo e até mesmo vielas.

As vias são compostas por leito carroçável, canteiros centrais e calçadas em sua
maioria, podendo apresentar ainda baias para estacionamento de veículos ou parada de ônibus
urbano, assim como faixas exclusivas destinadas ao transporte coletivo ou ciclovias. As vias
existentes no município podem ter suas larguras atuais ajustadas, assim como, as novas vias
e/ou projetadas, verificando a melhoria da mobilidade, viabilidade técnica e o interesse
público.

4.3 ENERGIA ELÉTRICA

O fornecimento de água tratada depende, diretamente, da energia elétrica. Só


funcionam se há luz para acionar os equipamentos de grande porte que bombeiam a água dos
rios, ou dos poços, até as estações de tratamento. Estas, também dependem da energia para
27

fazer a água circular entre os tanques até tornar-se própria para o consumo humano. É por
meio da energia elétrica que a água é bombeada dos reservatórios até os pontos de consumo.

Quando há falta de energia elétrica, a normalização do abastecimento de água é mais


demorada do que o retorno da luz, pois a velocidade da luz não se aplica à água. Sempre que
há interrupção no fornecimento de água, as tubulações ficam vazias. Para retomar o
abastecimento, o bombeamento deve seguir determinados parâmetros. Se for reiniciado
rapidamente, com alta pressão, as tubulações rompem. Por isso, geralmente são necessárias
várias horas até que a água chegue às torneiras de novo, após o reinício da produção e da
distribuição.

5. ESTUDO DA POPULAÇÃO

Os projetos de abastecimento de água e saneamento são realizados com base em dados


da população futura de uma determinada localidade, esses dados são obtidos a partir de
estimativas de crescimento populacional. Isto é feito com o intuito de o sistema de
abastecimento e saneamento não deixar de atender a demanda de distribuição de água e coleta
de resíduos muito rapidamente. O horizonte adotado foi de 20 anos (no intervalo de 2020 a
2040). A população no final desse período foi estimada a partir dos métodos matemáticos, que
são aqueles cuja previsão da população futura é estabelecida através de uma equação
matemática. Tais métodos são: Método geométrico, método aritmético e método da curva
logística. A população de Garanhuns foi estimada a partir dos três métodos e a população do
condomínio foi estimada a partir dos métodos aritmético e geométrico, com as constantes de
crescimento populacional obtidas a partir do crescimento populacional de Garanhuns.

5.1 PROJEÇÃO ARITMÉTICA

O método faz uso da suposição de que a população aumenta em progressão aritmética,


ou seja, supõe que a população cresça a uma quantidade constante por ano. Pressupõe uma
taxa de crescimento constante para os anos que se seguem, a partir de dados conhecidos, por
exemplo, a população do último censo. Admite que a população varie linearmente com o
tempo e é utilizado para período pequenos entre 1 e 5 anos, para previsões mais distantes, a
discrepância com a realidade histórica é acentuada.

A expressão geral do método aritmético é:


28

P=P2 + k a ×(t−t 2 )

P 2−P1
k a=
t 2−t 1

Onde:

P é a previsão da população;
P2é a população do último censo;
k a é a constante aritmética;
t é o ano da previsão;
t 2é o ano do último censo;
P1é a população do penúltimo censo;
t 1é o ano do penúltimo censo.
Tabela 2: População de Garanhuns de acordo com o IBGE.
Ano População (pessoas)

2010 129.408

2020 140.577
Fonte: IBGE, 2020.

Fazendo uso das formulações e da tabela apresentadas, a população estimada de 2030


e 2040 foi calculada da seguinte forma:

P2020 −P2010 140577−129408


k a= = =1116,9
2020−2010 10

P2030 =P2020 +k ❑a∗(2030−2020)=140577+1116,9∗(2030−2020)=151.746 pessoas

P2040 =P2020 +k ❑a∗(2040−2020)=140577+1116,9∗(2040−2020)=162.915pessoas

Gráfico 20: Estimativa da população de Garanhuns de acordo com o método aritmético.


29

Fonte: Autores, 2020.

5.2 PROJEÇÃO GEOMÉTRICA

O método estima a população através de um crescimento exponencial e considera para


iguais períodos de tempo, a mesma porcentagem de aumento da população. Onde as variáveis
são as mesmas definidas para o método aritmético, exceto k g, que representa a taxa de
crescimento geométrico, ou a constante geométrica.

ln P2−ln P1
k g=
t 2−t 1

k g∗(t−t 2 )
P=P2∗e

Utilizando a tabela do item 5.1, obtemos os seguintes valores para k g, P2030e P2040:

ln P2−ln P1 ln 140577−ln 129408


k g= = =0,008278518
t 2−t 1 2020−2010

k g∗(t−t 2) 0,00827∗(2030−2020)
P2030 =P2∗e =140577∗e =152.710 pessoas

k g∗(t−t 2) 0,00827∗(2040−2020)
P2040 =P2∗e =140577∗e =165.890 pessoas

Gráfico 21: População de Garanhuns de acordo com o método geométrico.


30

Fonte: Autores, 2020.

5.3 MÉTODO DA CURVA LOGÍSTICA

Para esse método, é admitido que o crescimento populacional obedece a uma relação
matemática do tipo curva logística, ou seja, a população cresce assintoticamente em função do
tempo para um valor limite de saturação (K). Pelas restrições quanto ao espaço de tempo e
população específicos, vemos que esse método é menos representativo para nosso caso, mas
para efeito de demonstração, prosseguiremos com a análise.

A equação logística é da seguinte maneira:

K
P= a−b∗(t−t 2 )
1+e

Onde o parâmetro a é um valor tal que para T=a/b, existe uma inflexão. O parâmetro
b é a razão de crescimento da população e T é o intervalo de tempo entre o ano da projeção e
t 0. É necessário conhecer três pontos para determinar esses três parâmetros:
P0 (t 0 ), P1 (t 1 ) e P2 (t 2). Esses pontos devem obedecer a certas restrições, a saber:

P 0 < P1 < P 2
31

P0∗P 2< P1 ²

Assim, os parâmetros são encontrados a partir das seguintes expressões, onde d é o


intervalo entre os três anos:

2∗P0∗P1∗P 2−(P1 ²)∗( P0 + P2)


K=
P0∗P2 −(P1 ²)

1 P ∗(K −P 1)
b= ∗log 0
d∗0,4343 P1∗(K−P 0)

1 K −P0
a= ∗log
0,4343 P0

Visando obedecer às restrições e para uma melhor adequação aos resultados


requeridos, obtemos os valores da população dos seguintes anos:

Tabela 3: Dados usados na curva logística.


Ano População

2000 117749

2010 129408

2020 140577
Fonte: IBGE.

Com os dados acima, obtemos os seguintes resultados:

2∗P0∗P1∗P 2−(P1 ²)∗( P0 + P2) 2∗117749∗140577∗129408−(129408²)∗(140577+117749)


K= =
P0∗P2 −(P1 ²) 117749∗140577−(129408²)

1 P0∗(K −P 1) 1 117749∗(216437,3346−129408)
b= ∗log = ∗log =0,2281
d∗0,4343 P1∗(K−P 0) 10∗0,4343 129408∗(216437,3346−117749)

1 K −P0 1 216437,3346−117749
a= ∗log = ∗log =2,2677
0,4343 P0 0,4343 117749

K 216437,3346
P2030 = a−b∗(t−t 2)
= 2,2677−0,2281∗(2030−2020)
=214.229pessoas
1+ e 1+ e
32

K 216437,3346
P2040 = a−b∗(t−t 2)
= 2,2677−0,2281∗(2040−2020)
=216.209pessoas
1+ e 1+ e

Gráfico 22: Estimativa da população de Garanhuns por curva logística.

Fonte: Autores, 2020.

5.4 PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DO CONDOMÍNIO

A estimativa de crescimento populacional do Condomínio Portal dos Ipês foi feita a


partir do método geométrico usando a taxa de crescimento geométrica do município, pois o
método aritmético forneceria uma população muito exorbitante usando a taxa de crescimento
aritmética do município e não temos dados suficientes para o cálculo da curva logística.

A saber, serão 240 lotes, 5 habitantes por lote, resultando em 1200 habitantes. A taxa
de crescimento geométrica, calculada anteriormente, foi tal que Kg = 0,00827. A equação
utilizada também foi a mesma. Assim, temos que as populações estimadas no condomínio nos
anos de 2030 e 2040 são:

P2030 =P2∗e k ∗(t−t )=1200∗e 0,00827∗(2030−2020)=1.304 pessoas


g 2

P2040 =P2∗e k ∗(t−t )=1200∗e 0,00827∗(2040−2020)=1.416pessoas


g 2

Gráfico 23: Crescimento da população do condomínio pelo método geométrico.


33

Fonte: Autores, 2020.

6.DIAGNÓSTICO DO SISTEMA EXISTENTE

O sistema de abastecimento de água de Garanhuns é integrado. A água produzida em


Garanhuns é distribuída para sua sede, localidade de São Pedro, para o município de São João
e o distrito de Frexeiras, atendendo a Garanhuns e mais 9 localidades.

O Sistema conta com 3 captações em mananciais superficiais a partir da captação nas


barragens Inhumas, Cajueiro e Mundaú, que contam, cada um desses sistemas, com duas
estações elevatórias de água bruta (EEAB) em série. Dessa forma a água é transportada para a
Estação de Tratamento de Água Garanhuns. Após o tratamento na ETA Garanhuns a água é
distribuída para as cidades conforme esquemas a seguir:

Figura 8: Esquema Geral do Sistema Integrado Garanhuns


34

Fonte: COMPESA

Tabela 4: Dados do município de Garanhuns

Fonte: Governo Municipal, 2019.

O sistema de esgotamento sanitário atende cerca de 10% do município. As demais


regiões utilizam o sistema único de coleta a partir da rede de drenagem pluvial com
lançamento nos córregos e fundos de vales da região.

Tabela 5: Informações SES Garanhuns.


35

Fonte: Governo municipal, 2019.

Tabela 6: Dados Operacionais SES Garanhuns.

Fonte: Governo municipal, 2019.

7. CRITÉRIOS E PARÂMETROS DE PROJETO

7.1 CONSUMO EFETIVO PER CAPITA

Segundo Tsutiya (2006), quando existem hidrômetros nas ligações prediais, a empresa
responsável pelo sistema de abastecimento de água processa periodicamente os dados das
leituras dos hidrômetros, para efeito de cobrança e controle.

As informações contidas na leitura dos hidrômetros e de interesse para o consumo


efetivo per capita são:
36

● Consumo no período por tipo de economia (domiciliar, industrial, comercial e


público);
● Número de cada tipo de economia, o que permite avaliar o número de
habitantes atendido pelo índice de atendimento.

Assim, a partir dessas informações avalia-se o consumo médio efetivo de água por
habitante nesse período, que pode ser calculado pela equação:

Vc
qe=
( NE × ND × NH / L)

Onde:

𝑞e : Consumo efetivo per capita (L/hab.dia);


𝑉c : Volume de água consumido medido pelos Hidrômetros (L);
𝑁𝐸: Número médio de Economias (lig);
𝑁𝐷: Número de dias da medição pelos hidrômetros (dia);
𝑁𝐻 / 𝐿 : Número médio de habitantes por ligação (hab/lig).

Considerando as relações abaixo:

Vc
Vcd=
Nd

NE
NHa=
NH
L

Podemos reescrever a fórmula acima como sendo:

Vcd
qe=
NHa

Onde:
37

𝑉𝑐𝑑: Volume médio de água consumido diariamente medido pelos Hidrômetros


(L/dia);
𝑁𝐻𝑎: Número de habitantes atendidos com abastecimento de água (hab).

De acordo com o site do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS),


foram obtidos os dados abaixo referentes ao abastecimento de água da cidade de Garanhuns,
em 2018:

Vc
= 4.721,28 m³/ano ⇒ 12.935,0137 L/dia
Nd

𝑁𝐻𝑎 = 123.891 habitantes atendidos

Logo,

qe=104,41L/hab.dia

7.2 CONSUMO PER CAPITA

Para a determinação do consumo per capita de água considera-se o consumo efetivo


per capita para o cálculo do projeto. Além disso, deve-se levar em conta uma margem de
segurança e considerar um índice de perdas para garantir maior confiabilidade aos serviços
prestados pela obra a ser executada. A fórmula utilizada para o cálculo do consumo per capita
é:

qe
q=
1−I

Onde:

𝑞: Consumo per capita (L/hab.dia);


𝑞𝑒: Consumo efetivo per capita (L/hab.dia);
𝐼: Índice de perdas (%).

De acordo com a literatura consultada, foi estabelecido um valor para o índice de


perdas de 20%.
38

Utilizando a equação acima para encontrar o consumo per capita, encontrou-se um


valor de q = 130,51 L/hab.dia.

Contudo, segundo a norma de “Diretrizes Gerais para Estimativa de Consumo de


Água - Consumo Per Capita” da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA),
atualizada em 2020, conforme disposto na seção 5.1 “Diretrizes básicas”, define-se como
consumo per capita mínimo para municípios com população entre 4.000 e 50.000 habitantes o
valor de 150 L/hab.dia. Dessa forma, prezando pelo crescimento do município e perspectiva
de aumento de qualidade de vida na região, foi considerado neste projeto o consumo per
capita q = 150 L/hab.dia.

7.3 COEFICIENTES DE VARIAÇÃO DAS VAZÕES

Em um sistema de abastecimento de água, a quantidade consumida altera-se


constantemente em função do tempo, dos hábitos da população, pelas condições climáticas,
ou por até imprevisíveis vazamentos. “Normalmente, o consumo doméstico apresenta uma
grande variação, enquanto que no consumo industrial a variação é menor” (Tsutiya, 2006). De
um modo geral, para o abastecimento de água de uma determinada área, ocorrem variações
anuais, mensais, diárias, horárias e instantâneas do consumo de água. A literatura recomenda
que o coeficiente de consumo de água na Estação de Tratamento de Água (ETA) seja um
valor entre 1% e 5%. Para tomar um valor de referência foi considerado o valor adotado pela
COMPESA, que é de 4%, já que a companhia está presente no município. Assim, para
projetos de sistemas de abastecimento de água e sistemas de esgoto sanitário são importantes
os seguintes coeficientes:

7.3.1 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO DIÁRIA DE VAZÃO (K1)

A relação entre o maior consumo diário verificado no período de um ano e o consumo


médio diário neste mesmo período, fornece o coeficiente de variação diária. Segundo a norma
interna da COMPESA, que tem por título: Diretrizes Gerais para Elaboração de Estudos de
Concepção de Sistemas de Abastecimento de Água e de Sistemas de Esgotamento Sanitário,
seção 5.6, o valor a ser adotado de K1(coeficiente de máxima vazão diária) de ser 1,2,
conforme prescrições da NBR 9649 (ABNT, 1986).
39

7.3.2 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO HORÁRIA DE VAZÃO (K2)

A relação entre a maior vazão horária observada num dia e a vazão média horária do
mesmo dia (obs.: dias onde o consumo de água sofreu alterações devido a acidentes no
sistema devem ser evitados na análise desse coeficiente), define o coeficiente da hora de
maior consumo (K2). Segundo a norma interna da COMPESA, que tem por título: Diretrizes
Gerais para Elaboração de Estudos de Concepção de Sistemas de Abastecimento de Água e de
Sistemas de Esgotamento Sanitário, seção 5.6, o valor a ser adotado de K2(coeficiente de
máxima vazão horária) de ser 1,5, conforme prescrições da NBR 9649 (ABNT, 1986).

7.3.3 COEFICIENTE DE DEMANDA INDUSTRIAL

O coeficiente de demanda industrial foi desconsiderado nos cálculos do projeto,


pois o mesmo aborda a distribuição de água para um condomínio residencial.

7.4 ALCANCE DO ESTUDO

Levando em conta o crescimento populacional da cidade e assim do


condomínio, a adutora foi projetada tendo em vista o funcionamento e atendimento
pleno das demandas apresentadas até o ano de 2040.

7.5 CÁLCULO DE VAZÕES

A partir da utilização do método de crescimento geométrico, obteve-se que em 2040 o


condomínio Portal dos Ipês possuirá um total de 1.416 habitantes.

Para calcular as vazões nos trechos que serão abordados abaixo, utilizou-se o consumo
per capita (q) igual a 150 L/hab.dia, a projeção população do condomínio (P) o coeficiente do
dia de maior consumo (K1) igual a 1.2, o coeficiente de hora de maior consumo (K2) igual a
1,5. As vazões específicas, por exemplo, grandes consumidores (Qesp 1 e Qesp 2) foram
consideradas como 1L/s. Para o consumo de água na Estação de Tratamento de Água (ETA)

foi adotado um percentual de 4% (Ceta). Adotando um funcionamento de 24h por dia.

a) Vazão da Captação, Estação elevatória e Adutora até a ETA (L/s)


40

Q1=¿

Foi utilizada a equação acima para encontrar a vazão da Captação, Estação elevatória
e Adutora até a ETA e encontrou-se um valor de Q1=4,11 L/s.

b) Vazão da ETA até o Reservatório (L/s)

K 1 × P ×q
Q2= +Qesp
86400

Foi utilizada a equação acima para encontrar a vazão da ETA até o Reservatório e
encontrou-se um valor de Q2=3,95 L/s.

c) Vazão do reservatório até a condomínio (L/s):

K 1 × K 2 × P ×q
Q3= +Qesp
86400

Foi utilizada a equação acima para encontrar a vazão do reservatório até o condomínio
e encontrou-se um valor de Q3=5,425 L/s.

Na Tabela 7 pode-se observar as vazões de projeto em cada trecho utilizando a


população projetada do condomínio para 2040 e um funcionamento de 24h/dia.

Tabela 7: Vazão de projeto trecho a trecho considerando a população projetada.


VAZÃO DE PROJETO
Q1 - Vazão da Captação, Estação elevatória e Adutora até a ETA (L/s) 4,11 L/s
Q2- Vazão da ETA até o Reservatório (L/s) 3,95 L/s
Q3 - Vazão do reservatório até a rede (L/s) 5,425 L/s
Fonte: Autores, 2020.

8. ESTUDO DE MANANCIAIS

A captação de água, seja de superfície ou subterrânea, é um conjunto de estruturas e


equipamentos, construídos ou montados junto a um manancial, de forma que possibilite a
retirada de água destinada a um sistema de abastecimento. As obras de captação devem ser
projetadas e construídas de modo a:

1. Funcionar ininterruptamente em qualquer época do ano;


41

2. Permitir a retirada de água para o sistema de abastecimento em quantidade


suficiente e com a melhor qualidade possível;
3. Facilitar o acesso para a operação e manutenção do sistema.

8.1 MANANCIAL SUPERFICIAL

Manancial é a fonte para o suprimento de água, sendo que os mananciais superficiais


são geralmente construídos pelos córregos, rios, lagos e represas. As águas desses mananciais
devem preencher os requisitos mínimos no que diz respeito aos aspectos quantitativos, como
também quanto aos aspectos da qualidade do ponto de vista físico, químico e biológico.
Segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), os mananciais que
fornecem água para a cidade de Garanhuns são a Barragem Inhumas, que contém uma
capacidade máxima de armazenamento de 7,87 hm³; a Barragem Mundaú que contém uma
capacidade máxima de 1,97 hm³; e a barragem Cajueiro, que contém uma capacidade máxima
de 19 hm³. Todas essas barragens fazem parte do sistema que abastece tanto a cidade de
Garanhuns, quanto a cidade de São João. Além delas, outras sete cidades integram o sistema
de abastecimento.
Abaixo encontram-se os níveis históricos de cada manancial supracitado.
Figura 8: Níveis históricos dos mananciais.
42

Fonte: ANA, 2020

Note que o manancial Barragem Cajueiro só detém dados a partir de 2017, uma vez
que ele ainda estava sendo construído em 2016.

Figura 9: Localização dos mananciais da cidade de Garanhuns.


43

Fonte: ANA, 2020

8.1.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DA BACIA

O município de Garanhuns está localizado na bacia hidrográfica do Rio Mundaú. Ela


possui uma área total de 4457,87 km² e perímetro de 382,98 km. A bacia está localizada nos
estados de Alagoas e Pernambuco e sua área de drenagem envolve 36 municípios. O maior
território municipal com sede na bacia do Rio Mundaú pertence ao município de Garanhuns
com área de 450,06 km². Segundos os dados do IBGE (2010), toda a população residente nos
municípios que fazem parte da dessa bacia hidrográfica somam 1.751.500 pessoas.

Figura 10: Localização geográfica da Bacia do Rio Mundaú.

Fonte: Codevasf, 2019.


44

8.1.2 CARACTERIZAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL

A bacia do Rio Mundaú apresenta em quase toda sua totalidade o clima, segundo a
classificação de Köppen, Aw (Tropical, com estação seca no inverno), sendo que uma
pequena porção a noroeste da bacia apresenta o clima BSh - clima das estepes quentes com
baixas latitudes e altitudes. Na bacia do Rio Mundaú atuam a Massa Polar Atlântica (MPA), a
Massa Tropical Atlântica (MTA) e a Massa Equatorial do Atlântico Sul (MEAS). A massa
equatorial do Atlântico sul atua na estação do verão, onde se verifica maior amplitude
térmica. Também no verão atua a massa tropical atlântica, caracterizada por suas elevadas
temperaturas e umidade que vão se amenizando quanto mais se afastam do litoral, chegando
no sertão nordestino, já quase sem umidade.

A bacia caracteriza-se intensivamente pela prática da agropecuária, enquanto que


pequenas porções da bacia são ocupadas por florestas, ecótono, savana, água, influência
urbana e vegetação secundária.

Os seus principais rios são: Mundaú (158,27 km), Canhoto (10181 km), Inhaúma
(48,86 km) e Satuba (43,33 km).

Figura 11: Hidrografia com os principais cursos d’água da bacia do Rio Mundaú.
45

Fonte: CPRM, 2020.

Segundo o plano de saneamento do município, as análises da qualidade da água são


feitas em função dos parâmetros de cor, turbidez da água tratada e cloro residual. A referência
é o mínimo permitido na rede de distribuição, pois a dosagem máxima irá depender das
condições da água produzida. De acordo com a Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde, os
limites máximos de cor e turbidez e mínimo de cloro residual na água tratada são os
seguintes:

● Cor: ≤ 15UH (Unidade Hazen = mgPT-Co/L)


● Turbidez: ≤ 15UT (na água pós-filtrada ou pré-colocada)
● Cloro Residual: ≥ 0,2 mg /l

A portaria estabelece que, para a turbidez, 95% das amostras devem atender ao limite
acima estipulado, 5% pode atingir o limite de 1,0 UT e nenhuma amostra pode ser superior a
1,0 UT. Para o parâmetro cor, nenhuma amostra pode ultrapassar 15 UH.

O cloro residual é o parâmetro que dá garantias sanitárias para a água produzida,


sendo considerado como valor mínimo em qualquer ponto da rede de distribuição o limite de
0,2 mg/l, logo a água produzida não poderá apresentar valores inferiores a este patamar.
46

Conforme estabelecido pela Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde as análises de


rotina na saída do tratamento, como cor, turbidez e cloro residual são realizadas a cada 2
horas, das unidades de tratamento isoladas e da saída final do tratamento. O parâmetro de
cloro residual na saída do tratamento garante a qualidade sanitária da água produzida, cujas
repercussões impactam na confiabilidade da água produzida.

De acordo com as amostras analisadas no período de agosto/18 a agosto/19, a ETA


Garanhuns atende aos padrões estabelecidos pela Portaria em relação a cor da água tratada,
como também para cloro residual que também atingiu o valor mínimo em todas as amostras
analisadas. Em relação a turbidez, a ETA apresentou algumas análises acima do estabelecido,
no entanto nenhuma amostra teve resultado maior do valor máximo permitido para rede de
distribuição.

8.1.3 ESTUDO DE VAZÕES

Segundo a Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), as vazões


fornecidas pelos mananciais superficiais são:

1. Barragem Inhúmas: 160 l/s


2. Barragem Cajueiro: 240 l/s
3. Barragem Mundaú: 70 l/s

8.2 MANANCIAL SUBTERRÂNEO

Os mananciais subterrâneos ocorrem e materiais rochosos consolidados, e em


materiais desagregados não consolidados. Qualquer tipo de rocha, sedimentar, ígnea ou
metamórfica, seja consolidada ou não, pode constituir um aquífero se for suficientemente
poroso e permeável. O município de Garanhuns está totalmente inserido no Domínio
Hidrogeológico Fissural, sendo formado por rochas de embasamento cristalino que englobam
o sub-domínio das rochas metamórficas constituído o Complexo Belém do São Francisco e do
Complexo Cabrobó e o sub-domínio rochas ígneas dos Granitóides.
47

8.2.1 LEVANTAMENTO CADASTRAL DE POÇOS EXISTENTES

Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC) - a agência


responsável pelo monitoramento e controle dos poços existentes no estado de Pernambuco, a
cidade de Garanhuns detém os seguintes poços de captação de água subterrânea:

Tabela 8: Poços ativos de captação de água subterrânea.


Termo da Processo
Finalidade de Uso Vencimento
Outorga APAC
236-P/15 6857-P/15 OUTROS 9/25/2020
294-P/15 6882-P/15 CONSUMO ANIMAL 11/19/2020
306-P/15 5979-P/14 OUTROS 12/4/2020
ABASTECIMENTO RESIDENCIAL
312-P/15 2915-P/04 12/4/2020
PARTICULAR
ABASTECIMENTO RESIDENCIAL
025-P/16 6025-P/14 1/22/2021
PARTICULAR
563-P/16 7187-P/16 OUTROS 12/23/2021
098-P/19 4449-P/09 INDÚSTRIA 6/20/2024
104-P/19 3333-P/05 INDÚSTRIA 6/25/2024
254-P/19 6814-P/15 INDÚSTRIA 10/15/2021
ESTABELECIMENTO
337-P/19 3841-P/07 12/12/2024
COMERCIAL
ESTABELECIMENTO
025-P/20 5992-P/14 1/17/2025
COMERCIAL
034-P/20 1454-P/99 INDÚSTRIA 1/17/2025
035-P/20 1452-P/99 INDÚSTRIA 1/17/2025
ESTABELECIMENTO
041-P20 5993-P/14 1/17/2025
COMERCIAL
194-P/20 7331-P/17 COMERCIALIZAÇÃO DE ÁGUA 6/17/2022
200-P/20 8018-P/19 COMERCIALIZAÇÃO DE ÁGUA 5/13/2022
220-P/20 8152-P/19 COMERCIALIZAÇÃO DE ÁGUA 6/10/2022
ESTABELECIMENTO
239-P/20 8005-P/19 6/15/2025
COMERCIAL
289-P/20 5474-P/13 COMERCIALIZAÇÃO DE ÁGUA 5/13/2022
Fonte: APAC, 2020.
48

8.2.1 CARACTERÍSTICAS SANITÁRIAS DA ÁREA

O sistema de esgotamento sanitário atende cerca de 10% do município. As demais


regiões utilizam o sistema único de coleta a partir da rede de drenagem pluvial com
lançamento nos córregos e fundos de vales da região.

Tabela 9: Informações SES Garanhuns.

Fonte: Governo municipal, 2019.

Tabela 10: Dados Operacionais SES Garanhuns.

Fonte: Governo municipal, 2019.

A Coleta Seletiva, Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade de


Pernambuco, no Plano Estadual de Resíduos Sólidos de 2012 - o mais recente disponibilizado
para consulta pública, Garanhuns detém com as seguintes estatísticas:

● Taxa de Geração de resíduos sólidos per capita: 1,27 kg/hab.dia


49

● Produção de resíduos sólidos: 5015,67 t/mês


● Projeção da população para 2020: 138.015 pessoas
● Projeção da produção de resíduos sólidos para 2020: 63976,15 t/ano

Figura 12: Mapa da destinação de resíduos sólidos da RD Agreste Central

Fonte: Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Pernambuco

A coleta de resíduos sólidos é realizada diariamente e ele é destinado para um aterro


sanitário na própria cidade. As cidades Angelim, Brejão, Caetés, Capoeiras, Correntes, Lagoa
do Ouro, Palmeirina, Paranatama, São João, Saloá e Terezinha destinam seus resíduos para
Garanhuns.

8.3 OUTORGAS

Em se tratando de corpos hídricos de domínio dos Estados e do Distrito Federal a


solicitação de outorga deve ser feita às respectivas autoridades outorgantes estaduais.Em
Pernambuco, a Agência Pernambucana de Águas e Clima – APAC é responsável pelas
emissões de outorgas em águas de domínio do Estado. As águas de domínio dos Estados e do
Distrito Federal são aquelas que não estão entre os bens da União, incluindo as águas
subterrâneas.

Conforme estabelece a Política Estadual de Recursos Hídricos de Pernambuco, cabe


aos Comitês de Bacia Hidrográfica propor ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos
50

critérios e valores para usos isentos de outorga. Enquanto os comitês não apresentarem
propostas para definição desses valores, a APAC adota como isentos de outorga os valores
discriminados na tabela a seguir.

Tabela 11: Tabela de usos isentos de outorga.


Águas Usos Características

Derivações e captações Vazão média ≤ 0,5 l/s

Superficiais
Barramentos de rios Volume de acumulação
intermitentes ≤ 200.000 m³

Profundidade do polo ≤
Usuário doméstico, 20m
residencial ou rural
Subterrâneas Vazão ≤ 5m³/dia

Poços destinados exclusivamente à pesquisa, não


produtivos, independente da profundidade.

Fonte: APAC, 2011.

Os usos isentos de outorga estão sujeitos ao cadastramento junto à CPRH, APAC,


Governo do Estado de Pernambuco e à fiscalização dos órgãos públicos. Os interessados
deverão entregar na Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) os requerimentos de
outorga e de licenciamento ambiental devidamente preenchidos e protocolados, bem como
anexar toda a documentação necessária.

8.4 PRINCIPAIS USOS DA ÁGUA

Ao se realizar uma análise das principais atividades econômicas da cidade, pode-se


construir o gráfico apresentado abaixo.
51

Figura 13: Indústrias em Garanhuns no ano de 2017.

Fonte: RAIS (2020)

Segundo a ANA, os principais consumos de água em Garanhuns são:

Tabela 12: Consumo de água no município de Garanhuns.


Humano Indústria Abastecimento Animal Agricultura Irrigada

59 m²/s 7 m²/s 6 m²/s 16 m²/s


Fonte: ANA, 2020.

Dessa forma, as atividades econômicas refletem a utilização do consumo de água no


município.

9. LOCALIZAÇÃO DO PROJETO

O condomínio está situado na rua Manoel Camelo, no bairro Francisco Simão dos
Santos Figueira. Entre o depósito Bom Leite e a loja de roupas Sunny Side. O condomínio vai
ser abastecida pela estação de tratamento EEAB 2 Cajueiro administrada pela COMPESA,
sendo que a estação vai coletar água onde deságua águas do rio Mundaú, próximo a Chácara
pôr do sol.
52

Figura 14: Localização do terreno do condomínio.

Fonte: Google Earth, 2021.

10.SISTEMA

As principais etapas para determinar um sistema de abastecimento de água são: Estudo


e escolha do manancial, captação, estações elevatórias, adutora, estação de tratamento de água
e rede de distribuição (ver figura 15). Nos próximos tópicos cada etapa será detalhada. 

Figura 15: Sistema de abastecimento de água.

Fonte: Tsutiya, 2006.

11. CAPTAÇÃO

Na escolha do local de captação em um manancial superficial deve-se levar em conta:


o local de captação para que se proporcione a solução mais conveniente economicamente e a
qualidade da água, pois segundo a NB 587/79, o manancial é considerado satisfatório sob o
53

ponto de vista sanitário se a água, quando realizado o tratamento ou ainda bruta, está
conforme o Padrão de Potabilidade do Ministério de Estado da Saúde.

Ainda segundo a NB 587/79, a captação trata-se de um conjunto de equipamentos e


instalações utilizado para a retirada de água do manancial, com a tomada de água para
abastecimento (Figura 16). Compreende a primeira unidade do sistema de abastecimento, que
se classifica em: superficial, subterrânea, poço profundo e poço raso, utilizada de acordo com
o manancial explorado. O manancial do sistema a ser implantado é o Rio Mundaú, a captação
será realizada através de captação direta, que é utilizada normalmente em cursos de água
perenemente volumosos, sujeitos a pequena variação de nível.

Figura 16 – Esquema de captação direta

Fonte: Autor desconhecido.

12. ADUTORA

As adutoras são canalizações dos sistemas de abastecimento de água que conduzem a


água para as unidades que precedem a rede de distribuição. Elas interligam captação, estação
de tratamento e reservatórios e não distribuem a água aos consumidores. Dependendo do
sistema há casos em que partem ramificações da adutora principal (subadutoras), para levar
água a outros pontos do sistema.
Segundo a ABNT NBR 12215/2017, adutora é um dispositivo hidráulico, constituído
de tubulações, peças, conexões, válvulas, ventosas e juntas especiais, com fim de transportar
água bruta ou água potável de uma unidade a outra de um sistema de abastecimento de água,
podendo funcionar por gravidade ou por recalque. 
54

12.1 DEFINIÇÃO DE TRAÇADO

Para determinar o traçado da adutora deve-se levar em consideração as características


topográficas do terreno. Além disso, outros aspectos devem ser considerados, como: a
influência do plano de carga e da linha piezométrica, a localização da adutora e faixas de
servidão ou desapropriação para a implantação e operação das adutoras.

Na figura 16 mostra o traçado da adutora, em que se inicia no local de captação


(Latitude 8°56'28.17"S e longitude 36°29'35.50"O), e da captação até a estação de tratamento
de água compreende 1960 metros de extensão do traçado da adutora bruta, com diferença de
nível de 49 metros, da estação de tratamento até o reservatório compreende 1740 metros e
eleva a água a uma altura de 55 metros de traçado da adutora de água tratada.

Figura 17: Traçado da adutora.

Fonte: Google Earth, 2021.

Altitudes e distâncias aproximadas dos locais obtidas através do Google Earth:

Distância entre o manancial e a EEAB: 56,10m


Distância entre a EEAB e a ETA: 1903,90 m
Distância entre a ETA e a EEAT: 280m
Distância entre a EEAT e o reservatório: 1460m
Distância entre o reservatório e o condomínio: 120m
Altitude do Rio Mundaú: 715m
Altitude da EEAB: 720m
55

Altitude da ETA: 764m


Altitude da EEAT: 761m
Altitude do reservatório: 819 m
Altitude do condomínio: 819 m

12.2. PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES DA ADUTORA

12.2.1 DIÂMETRO

O cálculo do diâmetro da adutora de recalque de água bruta que abastece o


condomínio foi feito por meio da fórmula de Bresse:

D=K √ Q

Onde D é o diâmetro econômico (m) para a tubulação de recalque, K é um coeficiente


variável, em função dos custos de investimento e operação, e o índice ado diâmetro e da
vazão é referente ao trecho da adutora. O valor de K depende de variáveis que dependem do
fluido transportado, tubulação e conjunto elevatório, nesse projeto foi adotado K = 1.2 (para
uma velocidade de 0,88 m/s) e Q é a vazão contínua de bombeamento (m³/s). Vale destacar,
que os diâmetros econômicos obtidos por essa formulação, nem sempre são iguais ou
semelhantes aos diâmetros comerciais.

No trecho da captação no Rio Mundaú até a estação de tratamento - ETA, foi utilizado
o valor de Q1, o diâmetro da adutora foi de:

D 1=K √ Q1=1,2 √0,00411 =0,077m=77mm

No trecho da estação de tratamento - ETA até o reservatório do condomínio, foi


utilizado o valor de Q2, o diâmetro da adutora foi de:

D 2=K √ Q2=1,2 √0,00395 =0,075m=75mm

Do reservatório do condomínio até a entrada da rede de distribuição, foi utilizado o


valor de Q3, o diâmetro da adutora foi de:

D 3=K √ Q3 =1,2 √0,005425 =0,088m=88mm


56

Diante dos valores encontrados, como os diâmetros D1 e D3 não podem ser


encontrados para compra, foi escolhido os diâmetros nominais imediatamente superiores aos
encontrados. Adotou-se então um diâmetro de 100mm.

12.2.2 VELOCIDADE

De acordo com a ABNT NBR 12215-1/2017, as velocidades máximas de


dimensionamento deve ser de 3m/s, e as vazões mínimas devem ser 0,6m/s para adutoras de
água bruta e 0,3m/s para adutoras de água tratada, sendo exceções aceitas, desde que seja
tecnicamente justificada. Calcularemos, assim, a velocidade nesse trecho a partir da equação
abaixo:
Q
V=
A

         Onde V é a velocidade em m/s, Q é a vazão m³/s e A é a área da tubulação em m².


Temos:

V¹ = 0,598 m/s

V²=0,89 m/s

V³=0,69 m/s

12.2.3 PERDA DE CARGA

Perda de carga unitária (J)

Por meio da fórmula de Hazen-Williams, obteve-se a perda de carga unitária das


adutoras de água bruta e de água tratada.

1,85
10,65∗Q
J = 1,85 4,87
C ∗D

Onde D é o diâmetro da adutora em m, Q é a vazão da adutora, determinada por meio


da demanda, e J é a perda de carga unitária e C é o coeficiente de rugosidade de material da
tubulação. Como foi adotado PVC, devido ao fato de ser o material adequado para o uso em
adutoras enterradas, tem-se que C=130. Assim, foram encontrados:  
57

J1=0,0037389 m/m
J2=0,0140835 m/m
J3=0,0062401 m/m

Perda de carga contínua

A perda de carga contínua é obtida pela equação abaixo:

ΔHi=Ji*Li

Onde ΔH é a perda de carga contínua, J é a perda de carga unitária e L é a largura.


Considerando os comprimentos das adutoras: L1= 1960 m (água bruta), L2=1740 m (água
tratada) e L3= 120 m (água tratada), tem-se que a perda de carga referente a adutora é:

 ΔH1 = 7,32 m.c.a. 

 ΔH2= 24,50 m.c.a. 

 ΔH3 = 0,75 m.c.a. 

Assim sendo, a perda de carga contínua total é de 32,57 m.c.a.

Perda de carga localizada

As perdas de carga localizada, como curva de entrada, curvas diversas, válvulas de


gaveta e de retenção, foram consideradas como nulas, visto que há poucos desses acessórios
hidráulicos previstos em projeto. Assim sendo, a perda de carga total da adutora é de 32,57
m.c.a.

12.3 MATERIAL ADOTADO PARA AS TUBULAÇÕES


O material do tubo adotado é o MPVC DEFoFo. Escolheu-se esse tipo de PVC, pois a
linha de tubos e conexões MPVC DEFoFo Tigre, possui um composto modificador de
impacto, o que garante elevada resistência ao produto, sendo assim, muito utilizada nos
sistemas enterrados de abastecimento para a adução de água bruta ou tratada. 
Por ser um material de PVC, o valor de C na fórmula em Hazen-Williams adotado é
de 130. 

13. ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS 


58

Estação Elevatória de Água é caracterizada com um conjunto de motobombas,


válvulas e acessórios interligados com um poço de sucção ou um reservatório que garanta um
volume contínuo da sucção das bombas, podendo ser enterrado ou apoiado. Existem diversos
tipos de Estação Elevatória de Água, que podem ser projetadas com diferentes tipos de
bombas, podendo ser também de água bruta ou água tratada.

A importância de uma estação elevatória reside no fato que o sistema de


abastecimento de água proveniente de uma bacia hidrográfica pode ter terreno tão íngreme
que a água, para chegar a determinados pontos deverá ter seu recalque utilizando-se bombas.
Nesses casos a estação elevatória é essencial, tanto para captar a água quanto para conduzi-la
a pontos de distribuição, viabilizando assim, o tratamento de água e sua distribuição para as
pessoas. 

No projeto em questão foi utilizado duas estações elevatórias, EEAB (Estação


elevatória de água bruta), que recebe a água captada do Rio Mundaú e leva até a Estação de
Tratamento, e a EEAT (Estação elevatória de água tratada) que recebe a água já tratada da
ETA e a leva até o reservatório.

Figura 18: Traçado do sistema.

Fonte: Google Earth, 2021.


59

Figura 19: Corte topográfico com a localização dos pontos.

Fonte: Google Earth, 2021.

13.1. ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA BRUTA

A estação elevatória de água bruta consiste no local onde é feito o bombeamento ou


recalque da água, com o intuito de superar os desníveis do terreno e alcançar a altitude da
Estação de Tratamento de Água. Essa possui um conjunto de bombas e acessórios que
possibilitam a elevação, no caso do referido projeto será adicionado 56,32 m.c.a.

13.1.1 LOCALIZAÇÃO
O posicionamento da EEAB no mapa pode ser visto nas figuras 18 e 19, sendo sua
latitude de 8° 56 '27,09"S e longitude de 36° 29' 34.29"O. Com uma elevação de 719m, tem
como objetivo vencer a altura entre a captação e a ETA, elevando a água bruta a 49 metros de
altura até a estação de tratamento. 

13.1.2. DIMENSIONAMENTO 

Altura manométrica total é a energia por unidade de peso que o sistema solicita para
transportar o fluido do reservatório de sucção para o reservatório de descarga, com uma
determinada vazão. Essa energia será fornecida por uma bomba, que será o parâmetro
fundamental para o selecionamento da mesma. É importante notar que em um sistema de
bombeamento, a condição requerida é a vazão, enquanto a altura manométrica total é uma
consequência da instalação. A Altura Manométrica é calculada pela soma da perda de carga
do trecho com o desnível geométrico:

A potência da bomba a ser instalada foi calculada por meio das seguintes equações:
60

Onde, o peso específico da água (9810 N/m³ ou 1000Kgf/m³), Q é a vazão horária


transformada para m³/s e Hm é a altura manométrica.

Assim, calculando a potência necessária para a bomba, temos:

Diante dos dados calculados, escolhemos a bomba a ser utilizada. A bomba requer
uma vazão Q = 0,00411m³/s = 14,796m³/h, uma altura manométrica Hm = 56,32 m.c.a. e uma
potência Ph = 3,09CV.

Assim, para a primeira bomba, foi escolhida uma bomba do catálogo da Schneider. A
escolhida foi a Bomba Schneider BC-21R 1.1/2". Esta bomba possui potência 5,0CV e é
utilizada para aplicações gerais, atendendo, assim, à nossa demanda.

13.2. ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA TRATADA

A Estação Elevatória de Água Tratada é responsável pelo bombeamento de água


potável, normalmente enviando água da ETA até os reservatórios, de onde serão
posteriormente distribuídas para consumo.

13.2.1. LOCALIZAÇÃO 
A disposição da EEAT no mapa é vista nas figuras 18 e 19, sendo sua latitude de 8°
55' 27.85"S e longitude de 36° 28' 55.14"O. Após a estação de tratamento de água há um
declive e por conta disso a estação elevatória de água tratada está distante 280 metros da ETA.
Tendo como objetivo vencer a altura entre a ETA e o reservatório, elevará a água
tratada a 55 metros de altura até o reservatório.
61

13.2.2. DIMENSIONAMENTO 

A Altura Manométrica é calculada pela soma da perda de carga do trecho com o


desnível geométrico:

A potência da bomba a ser instalada foi calculada por meio das seguintes equações:

Assim, calculando a potência necessária para a bomba, temos:

Diante dos dados calculados, escolhemos a bomba a ser utilizada. A bomba requer
uma vazão Q = 0,00395m³/s = 14,22m³/h, uma altura manométrica Hm = 79,5 m.c.a. e uma
potência Ph = 4,18 CV.

Assim, para a segunda bomba, a Bomba Schneider BC-21R 1.1/2" também atende à
nossa demanda.

14. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

Segundo a NBR 12216/1992, uma estação de tratamento de água (ETA) é um conjunto


de unidades destinado a adequar as características da água aos padrões de potabilidade. O
tratamento da água é composto por diversos processos, classificados como físicos e químicos,
que eliminam quaisquer tipos de contaminação, visando torná-la própria para o consumo
humano e evitando a transmissão de doenças. É importante que essa ETA esteja próxima ao
centro de distribuição, visando um menor gasto com transporte de água e riscos de
contaminação.
62

Será implantada uma ETA com sistema de tratamento convencional, justificando a


necessidade do seu uso pela qualidade da água que será utilizada no sistema de abastecimento.
Sendo captada de um manancial, em que há variações de qualidade, a depender do clima e
propriedades da água à montante.

14.1. LOCALIZAÇÃO 
De acordo com a NBR 12216/1992, a ETA deve estar localizada em um ponto
acessível, levando em consideração as localizações do manancial, 1960 m, e do centro de
distribuição, 1860 m. De acordo com a Figura 18, a ETA foi alocada na coordenada de
latitude 8°55'46.00"S e longitude 36°29'02.11"O. Receberá a vazão 4,11L/s e encaminhará
3,95L/s para o reservatório. 

14.2. PROCESSO DE TRATAMENTO 


O sistema convencional de uma ETA é composto de Adutora, floculadores,
decantadores, filtros e reservatórios e é denominado convencional por ser comumente
encontrado na maioria das estações de tratamento de água. O tratamento da água a livra de
qualquer tipo de contaminação, evitando a transmissão de doenças. Devido à origem do
manancial escolhido, se faz necessário o tratamento da água para distribuição ao consumo
humano. A Figura 20 expressa o esquema das etapas do tratamento da água na ETA.

Figura 20: Esquema das etapas do tratamento da água convencional.

F
onte: Aracruz, 2006.

A água a ser tratada é encaminhada a estação de tratamento onde, inicialmente, são


retiradas as impurezas mais grosseiras (sólidos, gorduras e areia), para depois, ser removida a
63

matéria orgânica completando-se o tratamento, eventualmente, com a adição de cloro, para


que ocorra a desinfecção da água. Os efluentes são lançados, então, por um emissário, ao seu
destino final, com um elevado índice de purificação. Em uma estação de tratamento, o
processo ocorre em etapas:
- Coagulação: quando a água na sua forma natural (bruta) entra na Estação de
Tratamento de Água (ETA), ela recebe, nos tanques, uma determinada quantidade de agentes
coagulantes, o mais comumente utilizado é o sulfato de alumínio. Esta substância serve para
aglomerar (juntar) partículas sólidas que se encontram na água.
- Floculação: em tanques de concreto com a água em movimento, as partículas sólidas
se aglutinam em flocos maiores.
- Decantação: em outros tanques, por ação da gravidade, os flocos com as impurezas e
partículas ficam depositadas no fundo dos tanques, separando-se da água.
- Filtração: a água passa por filtros formados por carvão, areia e pedras de diversos
tamanhos. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro.
- Desinfecção: é aplicado na água os agentes e processos de desinfecção para eliminar
microrganismos causadores de doenças, os mais comumente utilizados são o cloro (gás ou
líquido) ou ozônio.
- Fluoretação: é aplicado flúor na água para prevenir a formação de cárie dentária em
crianças.
- Correção de pH: é aplicada na água certa quantidade de cal hidratada ou carbonato de
sódio. Esse procedimento serve para corrigir o pH da água e preservar a rede de
encanamentos de distribuição.
- Tanque de Contato: O tanque de contato é o recipiente, ou dispositivo, onde se
processa a desinfecção final. Muito mais do que ser um ponto de dosagem de cloro, o tanque
de contato tem a função de homogeneizar a ação do cloro na água. Suas dimensões e
características permitem que todas as parcelas de água no sistema possuam total desinfecção.

15. REDE DE DISTRIBUIÇÃO

O dimensionamento da rede de distribuição de água foi realizado para o condomínio


Portal dos Ipês, localizado na cidade de Garanhuns - PE. Nessa zona do condomínio foram
previstos para efeito de dimensionamento de 240 lotes como final de plano, sendo para essa
quantidade a consideração da vazão de dimensionamento. Além disso, todos os cálculos
basearam-se em uma projeção de população para 2040, ou seja, 1.416 habitantes. 
64

15.1 TOPOGRAFIA

Após analisar a topografia do terreno onde está localizado o condomínio a ser


abastecido, concluiu-se que o mesmo se situa entre as cotas 984 m e 952 m, sendo uma região
representada por um plano relativamente inclinado.

15.2 PARÂMETROS HIDRÁULICOS

As vazões previstas no projeto de Redes de Abastecimento de Água foram calculadas


de acordo com as taxas e coeficientes dispostos na Tabela 13:

Tabela 13 – Parâmetros de cálculo.

Fonte: Autores, 2020

15.3.1 CRITÉRIO DE VAZÕES

A vazão de contribuição de cada trecho corresponderá a cota per capita para cada
morador que foi estipulado em 150 litros/dia, multiplicado pelos coeficientes de hora e dia de
maior consumo pela população prevista para 2040. A rede de distribuição será contínua,
tendo um abastecimento 24 h/dia.

15.3.1.1 Determinação da Vazão Máxima horária (Qmh)

A vazão máxima horária foi calculada por meio da equação:

N∗P∗q∗K 1∗K 2
 Qmh = + Qesp
86400

Onde: N é o número de lotes, P é o número de hab. por lote, q é a consumo per capita
mínimo para cada morador, K1 e K2 são os coeficientes de hora e dia de maior consumo,
respectivamente e Qesp é a vazão específica. Assim, Qmh = 5,425 L/s.
65

15.6.1.2 Vazão de distribuição em marcha (Qm)

A vazão em marcha foi calculada por:

Qmh
Qm =
nt

Onde Qmh é a vazão máxima horária e nt é a quantidade total de lotes que a rede de
distribuição alimenta. Assim, Qm = 0,023L/s.lote. Vale ressaltar que foi utilizado como
parâmetro a quantidade total de lotes para se ter uma maior precisão de como será o
funcionamento da rede. A literatura recomenda também utilizar o comprimento total do
sistema como parâmetro, devido ao fato das redes de abastecimento terem grandes larguras,
tornando mais oneroso a contagem das quantidades de lote por cada trecho, como foi feito
nesse projeto.

15.3 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA

O dimensionamento da rede foi feito de acordo com as especificações da norma NBR


12217/1994 de modo a abastecer o lote mais desfavorável com uma pressão mínima de 8
m.c.a, sendo seu escoamento feito através da pressão empregada na rede, e considerando as
suas perdas de carga para cada trecho. Além disso, considerou-se as velocidades máximas
como 3,5m/s.

Para a escolha dos diâmetros das tubulações, foi utilizada a Tabela 14, feita por Porto
(1999). A escolha se baseia nos valores máximos de velocidade e vazão recomendados para
cada trecho.

Tabela 14 – Velocidade e vazões máximas em redes de abastecimento.

Fonte: PORTO, 1999.


66

15.4 DIMENSIONAMENTO DA REDE 

As redes de abastecimento de água foram dimensionadas seguindo as orientações da


NBR 12218/94, baseando – se nos critérios das velocidades e vazões econômicas, calculando
– se as perdas de carga entre cada trecho através da fórmula de Hazen-Willians, para tubos de
PVC (C=130). O diâmetro mínimo nominal da rede foi considerado em 50 mm. A rede
dimensionada é do tipo ramificada, uma vez que forma pontas secas no final de cada trecho,
devendo haver seu isolamento no final de cada uma através de Caps em PVC.

15.4.1 DIMENSIONAMENTO PELO SOFTWARE EXCEL

Foi calculada a tabela que se encontra em arquivo em anexo por meio dos seguintes
passos:

Primeiramente, foi nomeado cada trecho e coletada a sua respectiva extensão, em


metros. Após, foi feita análise de vazões em cada trecho, pelo cálculo da vazão de marcha
pela equação abaixo e pela equação da continuidade, encontrou-se as vazões à montante e à
jusante de cada trecho.

Qmarcha = Qm*n

Onde Qmarcha é a vazão em marcha, Qm é a vazão de distribuição em marcha e n é a


quantidade de lotes alimentados pelo trecho. Em seguida, foi calculou-se a vazão fictícia,
dada pela média da vazão à montante e à jusante e escolhido do diâmetro do tubo, a partir da
análise da vazão em cada trecho (atentando-se para os dados da Tabela 14). Por meio da
equação abaixo, foi calculada a velocidade (m/s) de cada trecho.

2
π∗D
V= *Qfictícia
4

Após, foi calculada a perda de carga unitária e a perda de carga por meio das
equações:

10,65∗Qfictícia1,85
J= C 4,87
1,85 ∗D

ΔH = J * Extensão
67

Assim como foi analisada as vazões trecho a trecho, fez-se de maneira semelhante
com as cotas do terreno e as cotas piezométricas, sendo sempre a cota piezométrica a jusante
a subtração entre a cota piezométrica a montante e o ΔH.

Para finalizar, realizou-se o cálculo da Pressão disponível (em m.c.a), subtraindo as


cotas a montante das cotas piezométricas a montante e assim também com as a jusante.

Em Anexo, segue a planilha com o dimensionamento de cada trecho e a planta baixa


com a localização dos nós e dos trechos e sua respectiva topografia (Pranchas 01 e 02,
referente a rede de distribuição de água).

15.1.2 DIMENSIONAMENTO PELO SOFTWARE EPANET

Para realizar o dimensionamento a partir do software EPANET, adotou-se os seguintes


critérios de projeto:

 Diâmetro de todas as tubulações: 100 mm;


 Dimensões do reservatório cilíndrico local: 8 m de diâmetro e 6 m de altura;
volume de 48 m³;
 Altura da base do reservatório cilíndrico local até o solo: 10 m;
 27 nós e 26 tubulações distintas.

Considerou-se também a topografia do terreno, de forma a posicionar os nós de acordo


com a altitude do local. A Tabela 15 mostra a configuração da rede de distribuição de água
para o condomínio. 

Tabela 15: Conexões da Rede e seus respectivos nós.


Tubulação Nó Inicial Nó Final Extensão (m) Diâmetro (mm)

1 2 3 60 100

2 3 4 90 100

3 4 16 130 100

4 16 17 40 100

5 4 5 85 100

6 5 6 90 100

7 6 7 90 100
68

8 7 8 110 100

9 8 9 35 100

10 10 6 190 100

11 11 5 240 100

12 12 16 150 100

13 13 3 350 100

14 14 15 70 100

15 15 19 90 100

16 19 18 50 100

17 18 2 120 100

18 18 20 1000 100

19 20 21 80 100

20 21 22 50 100

21 21 23 80 100

22 20 24 120 100

23 19 25 110 100

24 15 27 100 100

25 27 26 40 100

26 1 2 60 100
Fonte: Autores, 2021.

A Figura 21 mostra o diagrama da rede na interface de usuário do software EPANET.


69

Figura 21: Diagrama da rede de abastecimento do condomínio.

Fonte: Autores, 2021.

Figura 22: Planta com as pressões de cada nó.


70

Fonte: Autores, 2021.

Figura 23: Vazões por trecho.

Fonte: Autores, 2021.


71

15.1.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS. 

Após configurar a rede de abastecimento, executou-se a verificação do seu respectivo


funcionamento. Verificado o funcionamento da rede, coletou-se os resultados mostrados nas
Tabelas 16 e 17, respectivamente.

Tabela 16: Informações sobre os nós da rede de distribuição.


Altitude
Nó Demanda (L/s) Pressão (m) Energia Total (m)
(m)
2 0.21 983,8 11.63 996.43
3 0.21 983.9 12.42 996.32
4 0.21 981.7 14.51 996.21
5 0.21 978.1 18.06 996.16
6 0.21 975.1 21.04 996.14
7 0.21 972.9 23.23 996.13
8 0.21 965 31.12 996.12
9 0.21 963.3 32.82 996.12
10 0.21 964.5 31.63 996.13
11 0.21 965.6 30.56 996.16
12 0.21 965.7 30.49 996.19
13 0.21 963.5 32.82 996.32
14 0.21 964.5 31.71 996.21
15 0.21 969.9 26.31 996.21
16 0.21 976.5 19.7 996.2
17 0.21 975.8 20.39 996.19
18 0.21 978.8 17.45 996.25
19 0.21 975.5 20.73 996.23
20 0.21 978.7 17.07 995.77
21 0.21 976.5 19.26 995.76
22 0.21 973.9 21.86 995.76
23 0.21 968.4 27.36 995.76
24 0.21 958 37.77 995.77
25 0.21 957.3 38.93 996.23
26 0.21 954.4 41.81 996.21
27 0.21 960.9 35.31 996.21
1 -5.46 991.8 5 996.8
Fonte: Autores, 2021.
72

Percebe-se que as demandas de todos os Nós do sistema estão equilibradas. As


Pressões Nodais respeitam a NBR 12218, que estabelece a pressão mínima em 10,20 m.c.a.
para uma rede de distribuição de água. A demanda do Nó 1 é negativa por ser o nó do
reservatório local, que naturalmente está depositando água na rede.

Tabela 17: Informações do escoamento nas tubulações do sistema da rede.


Tubulação Vazão (L/s) Velocidade (m/s) Perda de Carga (m/km)
1 2.73 0.35 1.72
2 2.31 0.29 1.26
3 0.63 0.08 0.11
4 0.21 0.03 0.01
5 1.47 0.19 0.55
6 1.05 0.13 0.29
7 0.63 0.08 0.11
8 0.42 0.05 0.05
9 0.21 0.03 0.01
10 -0.21 0.03 0.01
11 -0.21 0.03 0.01
12 -0.21 0.03 0.01
13 -0.21 0.03 0.01
14 -0.21 0.03 0.01
15 -0.84 0.11 0.19
16 -1.26 0.16 0.41
17 -2.52 0.32 1.48
18 1.05 0.13 0.48
19 0.63 0.08 0.11
20 0.21 0.03 0.01
21 0.21 0.03 0.01
22 0.21 0.03 0.01
23 0.21 0.03 0.01
24 0.42 0.05 0.05
25 0.21 0.03 0.01
26 5.46 0.7 6.21
Fonte: Autores, 2021.

Ao analisar os dados da tabela acima, nota-se que as perdas de cargas e as velocidades


dos escoamentos nas tubulações da rede estão em níveis aceitáveis, de maneira que seja
73

possível atender toda a demanda do condomínio. Observando a coluna de vazões, pode-se


observar alguns valores negativos. O fato ocorre devido a formulação computacional do
software ao analisar o vetor unitário do volume de controle de cada tubulação. Como as
pressões nodais são positivas e atendem aos requisitos do projeto, é garantido que o fluxo do
escoamento será na direção correta.

16. RESERVATÓRIOS

Para construir o sistema de abastecimento do condomínio, foi considerado um


reservatório municipal mandatário próximo à ETA, com as dimensões mostradas na Figura
24. Como o reservatório principal está abaixo da cota do reservatório do condomínio, será
necessário a elevação da água até a altitude do projeto. A Figura 25 mostra as dimensões do
reservatório do condomínio e a Figura 26 mostra a esquematização da cota piezométrica para
o projeto. Vale ser ressaltado que para a simulação no software EPANET foi utilizado um
DATUM distinto do utilizado pelo Google Earth, de forma que as altitudes da simulação
computacional e da visualização no Google Earth são distintas entre si. A alteração não surtiu
nenhum efeito prático sobre os cálculos realizados para o dimensionamento da rede de
distribuição, foi apenas uma questão de convenção para o software. Os reservatórios foram
dimensionados de modo que sua capacidade suprisse o consumo de água por pouco mais que
um dia pelo condomínio. 

Figura 24: As dimensões do reservatório municipal mandatário.

Fonte: Autores, 2021.


74

Figura 25: As dimensões do reservatório do condomínio.

Fonte: Autores, 2021.

Figura 26: Cotas piezométricas para a rede de abastecimento do condomínio.

Fonte: Autores, 2021.


75

17. ORÇAMENTO DAS ADUTORAS 

PLANILHA ORÇAMENTÁRIA ADUTORA


DATA BASE: SINAPI/2020 e ORSE/2020
PREÇO
PREÇO
ITEM CÓDIGO DESCRIÇÃO UN. QUANT. UNITÁRIO
TOTAL (R$)
(R$)
1 Movimentação de terra
72915/ Escavação de áreas
1.1 m³ 57,3 8,92 511,116
SINAPI mecanizadas
ATERRO
MECANIZADO DE
94306/
1.2 VALA COM m³ 27,3 22,45 612,885
SINAPI
ESCAVADEIRA
HIDRÁULICA
ASSENTAMENTO DE
TUBO DE PVC PBA
PARA REDE DE ÁGUA,
DN 100 MM,
JUNTA ELÁSTICA
INTEGRADA,
97123/
1.3 INSTALADO EM m 3820 2,38 9091,6
SINAPI
LOCAL COM NÍVEL
ALTO DE
INTERFERÊNCIAS
(NÃO INCLUI
FORNECIMENTO).
AF_11/2017
04617/ Transporte de material
1.4 km 15 10,92 163,8
ORSE escavado
2 Materiais hidráulicos
ANEL BORRACHA,
00000328/ PARA TUBO/CONEXAO
2.1 UND 1.274 5,46 6956,04
SINAPI PVC PBA, DN 100 MM,
PARA REDE AGUA
TUBO PVC PBA JEI,
00036374/ CLASSE 12, DN 100
2.2 m 3.822 49,04 187430,88
SINAPI MM, PARA REDE DE
AGUA (NBR 5647)
JOELHO PVC,
00003528/
2.3 SOLDAVEL, PB, 45 UND 10 5,78 57,8
SINAPI
GRAUS, DN 100 MM
Bomba Schneider BC-21R
2.4 1.1/2" 5,0CV UND 2 3.561,00 7122
220/380/440V Trifásica
76

PREÇO
PREÇO
ITEM CÓDIGO DESCRIÇÃO UN. QUANT. UNITÁRIO
TOTAL (R$)
(R$)
3 Reservatórios
ALVENARIA TIJOLOS
CERAMICOS 21 FUROS
3.1 PLEO m² 219 73,34 16061,46
11 cm - J1cm ci-ar 1:5 - A
VISTA 2 FACES
CONTRAPISO
CONCRETO
3.2 PLEO m² 405 31,36 12700,8
IMPERMEAVEL- 8cm-
300kg ci/m3
PILAR CONCRETO
ARMADO-
3.3 PLEO m³ 4 2297,16 9188,64
ESCOR,FORMA,ARM,L
ANC,CURA,D.
VIGA CONCRETO
ARMADO-
3.4 PLEO m³ 0,54 1829,36 987,8544
ESCOR,FORMA,ARM,L
ANC,CURA,DES
LAJE CONCRETO
ARMADO-
3.5 PLEO m³ 12,94 1132,73 14657,5262
ESCOR,FORMA,ARM,L
ANC,CURA,DES
TOTAL 265542,4016
Fonte: Autores, 2021
77

18. REFERÊNCIAS

ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO.

ARACRUZ. Sistemas de Tratamento de Água. Disponível em:


<http://www.saaepenedo.com.br/arquivos/outros/Tratamento_de_Agua.pdf>. Acesso em: 10
de jan. de 2021.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estação de tratamento


de água para abastecimento público - Procedimento. NBR 12216, ABNT, 1992, 18p.

COMO FUNCIONA A DRENAGEM URBANA?. EOS Consultores, 2019. Disponível em: <


https://www.eosconsultores.com.br/como-funciona-drenagem-urbana/>. Acesso em: 24 de
nov. de 2020.

COMPESA – COMPANHIA PERNAMBUCANA DE SANEAMENTO

COSTA FILHO, A. Estudo Geológico da Folha Garanhuns- PE- Área D. Recife, 1978. 112p.
Relatório de Graduação (Monografia em Geologia), Universidade Federal de Pernambuco,
Recife.

GOMES, M. M. A. Abordagem integrada de modelagem hidrológica e operação de barragens


para avaliação da eficiência do controle de cheias na bacia do Rio Capibaribe - PE. Recife,
2019. 156p. Dissertação, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

GPE-NI-011 – Diretrizes Gerais para Estimativa de Consumo de Água – Consumo per Capita

GPE-NI-012 – Diretrizes Gerais para Elaboração de Estudos de Concepção de SAA e de SES

PERNAMBUCO. Secretaria de Recursos Hídricos. Plano Estratégico de Recursos Hídricos e


Saneamento; coordenação técnica Amaury Xavier de Carvalho. - Recife: A Secretaria, 2008.
SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DEPENDE DA ENERGIA
ELÉTRICA. SANEPAR, 2014. Disponível em: < http://site.sanepar.com.br/noticias/servico-
de-abastecimento-de-agua-depende-da-energia-letrica.>. Acesso em: 24 de nov. de 2020.
78

SISTEMA VIÁRIO. Prefeitura de Jundiaí. Disponível em:


<https://jundiai.sp.gov.br/planejamento-e-meio-ambiente/sistema-viario/>. Acesso em: 24 de
nov. de 2020.

SNIS – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO.


Informações e Indicadores municipais consolidados: Garanhuns. Disponível em
<http://app4.cidades.gov.br/serieHistorica/#>

TOMINGA, E. N S. Urbanização e cheias: Medidas de Controle na fonte - SP, 2013.


137p.Dissertação, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo.
ANEXOS

Perda de Perda Cota Pressão dinâ


Nº de Vazão (l/s) Cota do terreno (m) Cota Piezo.
Diâmetro Velocidade Carga de Piezométrica (mca)
Trecho L (m) Lotes a jusante
(mm) (m/s) Unitária J Carga a montante
Alim. Jusante Marcha Montante Fictícia Montante Jusante (m) Montante Ju
(m/m) ∆H (m) (m)
INT 1-RES 34,6 0 2,034 0,000 2,034 2,034 75 0,460 0,004 0,143 982 992,0 997 996,86 15
RES - A 33,5 0 2,034 0,000 2,034 2,034 75 0,460 0,004 0,138 992,0 983,8 992,00 991,86 0,00
A-B 65 8 1,854 0,181 2,034 1,944 75 0,440 0,004 0,246 983,8 978,9 991,86 991,86 8,06
B-C 26,66 3 0,949 0,068 1,017 0,983 50 0,501 0,008 0,206 978,9 975,5 991,86 991,85 12,96
C-D 41,5 7 0,362 0,158 0,520 0,441 50 0,224 0,002 0,073 975,5 969,9 991,85 991,85 16,35
D-E 31,15 8 0,000 0,181 0,181 0,090 50 0,046 0,000 0,003 969,9 964,5 991,85 991,85 21,95
B-F 14,51 3 0,769 0,068 0,836 0,802 50 0,409 0,005 0,077 978,9 978,9 991,86 991,85 12,96
F-G 34,22 4 0,249 0,090 0,339 0,294 50 0,150 0,001 0,028 978,9 976,5 991,85 991,85 12,95
G-H 22,22 5 0,000 0,113 0,113 0,057 50 0,029 0,000 0,001 976,5 974,0 991,85 991,85 15,35
F-J 72,59 19 0,000 0,429 0,429 0,215 50 0,109 0,000 0,034 978,9 958,0 991,85 991,85 12,95
G-I 32,46 6 0,000 0,136 0,136 0,068 50 0,035 0,000 0,002 976,5 968,5 991,85 991,85 15,35
C-K 66,17 19 0,000 0,429 0,429 0,215 50 0,109 0,000 0,031 975,5 958,0 991,85 991,85 16,35
D-L 42,63 6 0,045 0,136 0,181 0,113 50 0,058 0,000 0,006 969,9 961,0 991,85 991,85 21,95
L-M 13,33 2 0,000 0,045 0,045 0,023 50 0,012 0,000 0,000 961,0 958,5 991,85 991,85 30,85
A-N 29,22 2 3,345 0,045 3,391 3,368 75 0,762 0,010 0,306 983,8 982,8 991,86 991,85 8,06
N-P 156,6 42 0,000 0,949 0,949 0,475 50 0,242 0,002 0,315 982,8 978,2 991,85 991,85 9,05
N-O 42,11 2 2,351 0,045 2,396 2,373 75 0,537 0,005 0,231 982,8 980,5 991,85 991,85 9,05
O-S 55,3 13 0,520 0,294 0,814 0,667 50 0,340 0,004 0,209 980,5 976,3 991,85 991,84 11,35
S-U 15 2 0,000 0,045 0,045 0,023 50 0,012 0,000 0,000 976,3 975,9 991,84 991,84 15,54
S-T 68,13 21 0,000 0,475 0,475 0,237 50 0,121 0,001 0,038 976,3 965,9 991,84 991,84 15,54
O-P 36,87 2 1,492 0,045 1,537 1,514 50 0,771 0,017 0,635 980,5 978,2 991,85 991,83 11,35
P-V 105,2 29 0,000 0,656 0,656 0,328 50 0,167 0,001 0,107 978,2 965,9 991,83 991,83 13,63
P-Q 44,36 2 0,791 0,045 0,836 0,814 50 0,414 0,005 0,242 978,2 975,1 991,83 991,82 13,63
Q-X 83,29 24 0,000 0,543 0,543 0,271 50 0,138 0,001 0,060 975,1 964,9 991,82 991,82 16,72
Q-R 44 2 0,203 0,045 0,249 0,226 50 0,115 0,001 0,022 975,1 972,8 991,82 991,82 16,72
R-Y 54,84 7 0,045 0,158 0,203 0,124 50 0,063 0,000 0,009 972,8 965,0 991,82 991,82 19,02
80

Y-Z 14,82 2 0,000 0,045 0,045 0,023 50 0,012 0,000 0,000 965,0 963,5 991,82 991,82 26,82
Σ 1212 240

COTA DO RESERVATÓRIO 992,00 m


PRESSÃO DINÂMICA MÍNIMA 8,06 m.c.a
PRESSÃO DINÂMICA MÁXIMA 33,85 m.c.a

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