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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA –ETA

ITAPOÁ, SC.

Janeiro de 2015.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Sumário
1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................14

2. OBJETIVOS ...............................................................................................................................15
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 15
3. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E EMPRESA CONSULTORA .............................................15

3.1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR .................................................................................................. 15


3.2 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA CONSULTORA ......................................................................................... 15
3.3 DADOS DA EQUIPE TÉCNICA MULTIDISCIPLINAR ................................................................................... 16
4. JUSTIFICATIVA DA ATIVIDADE ..................................................................................................17

5. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS ......................................................................20

6. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..............................................................................21

6.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA.............................................................................................................. 21


6.2 DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO ....................................................................................... 25
6.2.1 Concepção do Sistema de Abastecimento de Água do Município ................................... 25
6.2.1.1 Modelagem Hidráulica ...............................................................................................................25
6.2.1.2 Macro-Setores de Abastecimento .............................................................................................26
6.2.1.3 Sistema Proposto .......................................................................................................................27
6.2.2 Descrição das Obras ........................................................................................................ 31
6.2.2.6
Estação de Tratamento de Agua – ETA ......................................................................................31
6.2.2.1
Captação de Água Bruta ............................................................................................................33
6.2.2.2
Sistema de Preparo e Dosagem de Soluções .............................................................................34
6.2.2.3
Sistema de Medição de Vazão Através de Dispositivo de Mistura Rápida Medição Instantânea
da Vazão 35
6.2.2.4 Sistema de Pré-Contato para Mistura de Produtos ...................................................................35
6.2.2.5 Sistema de Floculação Dotado de Floculadores Mecânicos Multi-Estágios com Inversor de
Frequência do Tipo Palhetas Perpendiculares e Painel Elétrico de Comando...........................................................35
6.2.2.6 Sistema de Decantação Lamelar com Lonas de PVC Atóxicas, Dotados de Canaletas de Coleta
com Vertedores Triangulares ....................................................................................................................................36
6.2.2.7 Sistema de Filtração Composto por Tripla Camada Filtrante Suportada em Três Camadas de
Seixos com Retrolavagem Automática por Motobomba ..........................................................................................36
6.2.2.8 Sistema de Recepção e Recuperação de Água de Lavagem dos Filtros .....................................37
6.2.2.9 Sistema de Recepção de Lodo dos Decantadores ......................................................................38
6.2.2.10 Sistema de Contato para Dosagem de Corretor de pH, Desinfectante e Flúor. .......................45
6.2.2.11 Plataforma de Acesso ..............................................................................................................45
6.2.3 Reservatório de Água Tratada (RAT) ............................................................................... 46
6.2.4 Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT) .................................................................... 46
6.2.5 Adutoras e Redes de Distribuição .................................................................................... 46
6.2.6 Reservatórios de Distribuição .......................................................................................... 47
6.2.7 Estações Elevatórias (Boosters) ....................................................................................... 53
6.3 MÃO DE OBRA NECESSÁRIA ...................................................................................................... 53
6.4 CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO. .................................................................................................... 54
6.5 ESTIMATIVA DE INVESTIMENTO A SER REALIZADO ................................................................................. 55
7. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO ........................................................................55

7.1 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESTRADA DE ACESSO............. 55
7.2 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA E ESTRADA DE ACESSO ................ 56
7.3 ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) - CAPTAÇÃO DE ÁGUA BRUTA ....................................................... 56
7.4 ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) - CAPTAÇÃO DE ÁGUA BRUTA .......................................................... 56

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7.5 ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) – REGIONAL ................................................................................ 56


7.6 ASPECTOS LEGAIS ...................................................................................................................... 59
7.6.1 Legislação Federal ........................................................................................................... 59
7.6.2 Legislação Estadual ......................................................................................................... 63
7.6.3 Legislação Municipal ....................................................................................................... 65
8. DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO ................................................................................................67

8.1 CLIMA ......................................................................................................................................... 67


8.2 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA......................................................................................................... 69
8.2.1 Escopo de Trabalho e Metodologia Adotada .................................................................. 69
8.2.2 Abrangência Regional ..................................................................................................... 70
8.2.2.1 Fisiografia ...................................................................................................................................70
8.2.2.2 Litótipos Emergentes .................................................................................................................71
8.2.2.3 Geomorfologia ...........................................................................................................................73
8.2.2.4 Pedologia ...................................................................................................................................74
8.2.2.5 Intemperismo ............................................................................................................................75
8.2.2.6 Geotécnica .................................................................................................................................76
8.2.3 Abrangência Local ........................................................................................................... 78
8.2.3.1 Fisiografia ...................................................................................................................................78
8.2.3.2 Litótipos Emergentes .................................................................................................................78
8.2.3.3 Geomorfologia ...........................................................................................................................79
8.2.3.4 Pedologia ...................................................................................................................................79
8.2.3.5 Intemperismo ............................................................................................................................80
8.2.3.6 Geotécnica .................................................................................................................................81
8.2.3.7 Envolvimento Ambiental............................................................................................................82
8.3 RECURSOS HÍDRICOS ...................................................................................................................... 83
8.3.1 Hidrografia ...................................................................................................................... 83
8.3.2 Qualidade da Água .......................................................................................................... 86
8.3.3 Uso dos Recursos Hídricos ............................................................................................... 89
9. DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO .............................................................................................89

9.1 CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL ........................................................................................ 89


9.1.1 Metodologia .................................................................................................................... 89
9.1.2 Resultados ....................................................................................................................... 93
9.1.3 Unidades de Conservação ............................................................................................. 102
9.2 DIAGNÓSTICO DA FAUNA............................................................................................................... 104
9.2.1 Levantamento de Mamíferos ........................................................................................ 105
9.2.1.1 Metodologia.............................................................................................................................105
9.2.1.2 Resultados e Discussão ............................................................................................................109
9.2.1.3 Análise das pressões e ameaças potenciais a mastofauna ......................................................114
9.2.2 Levantamento da Herpetofauna ................................................................................... 115
9.2.2.1 Metodologia.............................................................................................................................115
9.2.2.2 Resultados e Discussão ............................................................................................................117
9.2.2.3 Análise das pressões e ameaças potenciais a herpetofauna ...................................................123
9.2.3 Levantamento da Avifauna ........................................................................................... 124
9.2.3.1 Metodologia.............................................................................................................................124
9.2.3.2 Resultados e Discussão ............................................................................................................128
9.2.3.3 Análise das pressões e ameaças potenciais a avifauna ............................................................161
10. DIAGNÓSTICO DO MEIO SOCIOECÔNOMICO ..........................................................................162

10.1 ASPECTOS GERAIS DE ITAPOÁ .................................................................................................... 163


10.2 ASPECTOS POPULACIONAIS ....................................................................................................... 163
10.2.1 Estudo da Dinâmica Populacional ................................................................................. 163
10.2.2 Projeção Populacional – PMSB ...................................................................................... 164

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10.2.3 Projeção Segundo Dados do IBGE ................................................................................. 164


10.2.4 Projeção Pelos Dados da CELESC ................................................................................... 165
10.2.5 Definições do Cenário Ideal – PMSB .............................................................................. 167
10.3 PROJEÇÃO POPULACIONAL ADOTADA PARA OS ESTUDOS DE CONCEPÇÃO DO SISTEMA TRATAMENTO DE
ESGOTO 168
10.3.1 Diagnóstico da Situação Atual de Ocupação dos Lotes ................................................. 168
10.3.2 Estimativa da População Atual ..................................................................................... 169
10.3.3 Projeção Populacional Adotada .................................................................................... 170
10.3.4 Aspectos Sociais............................................................................................................. 171
10.3.4.1 Saúde .....................................................................................................................................172
10.3.4.1 Educação ................................................................................................................................172
10.3.1 Aspectos Econômicos .................................................................................................... 172
10.3.2 Infraestrutura Existente................................................................................................. 173
10.3.2.1 Abastecimento de Água .........................................................................................................173
10.3.2.2 Dados dos mananciais existentes ..........................................................................................175
10.3.2.3 Captação de Água Bruta ........................................................................................................176
10.3.2.4 Recalque de Água Bruta ETA Principal ..............................................................................178
10.3.2.5 Adução de Água Bruta ETA Principal ......................................................................................180
10.3.2.6 Estação de Tratamento de Água (ETA)...................................................................................180
10.3.2.7 Descrição Geral da ETA Secundária .......................................................................................185
10.3.2.8 Recalque ................................................................................................................................188
10.3.2.9 Adução de Água Tratada ........................................................................................................189
10.3.2.10 Reservação ...........................................................................................................................190
10.3.2.11 Rede de distribuição ............................................................................................................190
10.3.2.12 Ligações Prediais e Economias .............................................................................................192
10.3.2.13 Perdas de Água ....................................................................................................................192
10.3.2.14 População Total e Urbana Abastecida .................................................................................192
10.3.2.15 Problemas com o Abastecimento de Água ..........................................................................192
10.3.2.16 Esgotamento Sanitário .........................................................................................................196
10.3.2.17 Coleta de Resíduos Sólidos ..................................................................................................196
10.3.2.18 Energia Elétrica ....................................................................................................................196
10.3.2.19 Meios de Comunicação ........................................................................................................197
10.3.2.20 Sistema Viário ......................................................................................................................197
10.3.2.21 Educação ..............................................................................................................................197
10.3.2.22 Saúde ...................................................................................................................................199
10.3.2.23 Lazer, Turismo e Cultura ........................................................................................... 199
8.3.1.24 Acessos e Estradas .....................................................................................................................201
10.3.3 Atividades Produtivas .................................................................................................... 202
10.3.3.1 Setor Primário ........................................................................................................................202
10.3.3.2 Setor Secundário ....................................................................................................................203
10.3.3.3 Setor Terciário........................................................................................................................204
10.3.4 Uso e Ocupação do Solo ................................................................................................ 205
10.3.4.1 Histórico da Ocupação ...........................................................................................................205
10.3.4.2 Caracterização de Uso do Solo ...............................................................................................206
10.3.5 Levantamento de Indícios Arqueológicos ...................................................................... 211
10.4 ESTRATÉGIAS DA PESQUISA ARQUEOLÓGICA PROSPECTIVA .............................................................. 214
10.5 INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA NA ADA DO EMPREENDIMENTO ...................................................... 215
10.6 INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA NA AID DO EMPREENDIMENTO. ...................................................... 222
10.7 INVESTIGAÇÃO ARQUEOLÓGICA NA AII DO EMPREENDIMENTO. ....................................................... 224
10.7.1 Sítios Pré-Históricos cadastrados no município de Itapoá............................................. 224
10.7.2 Habitantes da região no período Pré-Colonial .............................................................. 228
10.7.3 Aspectos Etno-Histórico do Município de Itapoá - SC .................................................... 233
10.7.4 Considerações finais ...................................................................................................... 235

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11. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ..............................................................................236

11.1.1 Metodolodia de Avaliação dos Impactos Ambientais ................................................... 236


11.2 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS.................................................................... 239
12. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS/COMPENSÁTORIAS/CONTROLE. .....243

12.1 MEIO FÍSICO .......................................................................................................................... 243


12.1.1 Escassez por Uso do Recurso Natural ............................................................................ 243
12.1.2 Processos Erosivos do Solo / Instabilizações do Solo ..................................................... 243
12.1.3 Alteração na Qualidade do Ar ....................................................................................... 244
12.1.4 Elevação nos Níveis de Ruído e Vibrações ..................................................................... 245
12.1.5 Alteração na Qualidade dos Recursos Hídricos ............................................................. 245
12.1.6 Alteração na Qualidade dos Solos ................................................................................. 246
12.1.7 Alteração na Paisagem.................................................................................................. 247
12.2 MEIO BIÓTICO........................................................................................................................ 247
12.2.1 Perturbação / Afugentamento / Morte de animais ...................................................... 247
12.2.2 Supressão da Cobertura Vegetal ................................................................................... 247
12.2.1 Intervenção em Área de APP ......................................................................................... 248
12.3 MEIO SOCIOECONÔMICO.......................................................................................................... 248
12.3.1 Geração de Expectativas na Comunidade ..................................................................... 248
12.3.2 Geração de Emprego e Renda ....................................................................................... 248
12.3.1 Aumento no Volume de Tráfego Local .......................................................................... 249
12.3.2 Aumento na Oferta de Abastecimento de Água............................................................ 249
12.3.3 Melhoria nas Condições Sanitárias do Município .......................................................... 250
12.3.4 Risco de Acidentes de Trabalho ..................................................................................... 250
13. PROGRAMAS AMBIENTAIS .....................................................................................................251

13.1 PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA) ................................................................................. 252


13.1.1 Fases e Responsabilidades de Execução ........................................................................ 253
13.2 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL (PCS) .............................................................................. 255
13.2.1 Fases e Responsabilidades de Execução ........................................................................ 256
13.3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PEA) ............................................................................. 257
13.4 PROGRAMA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO ...................................................................... 257
13.5 PROGRAMA DE PESQUISA E GESTÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO (PPGPA) ............................... 258
13.5.1 Fases e Responsabilidades de Execução ........................................................................ 259
13.6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DAS VAZÕES DO RIO SAÍ-MIRIM (PMQAV)
260
13.6.1 Fases e Responsabilidades de Execução ........................................................................ 261
13.7 PROGRAMA DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS) ................................................................. 261
13.8 PLANO DE MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS (PMASUB) .............................................. 263
13.9 PROGRAMA DE CONTROLE DE RUÍDOS (PCRU)............................................................................. 264
13.10 PROGRAMA DE CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS (PCPER) ........................................................ 264
13.11 PROGRAMA DE CONTROLE AMBIENTAL DA QUALIDADE DO AR (PQAR) ............................................ 265
13.12 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE ............................................................... 265
8.12. .................................................................................................................................................. 266
14. DETERMINAÇÃO DO VALOR DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL COM BASO NO DECRETO FEDERAL
6.848/09. 266

15. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................271

16. ANEXOS .................................................................................................................................283

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização geográfica do local de implantação da Estação de Tratamento de Água e


Captação de Água Bruta no Município de Itapoá-SC............................................................................................. 21

Figura 2 - Localização geográfica do local de implantação da Estação de Tratamento de Água e


Captação de Água Bruta em relação a área urbana do Município de Itapoá, SC. ................................................. 22

Figura 3 - Croqui da matricula 10.667 mostrando o terreno (em vermelho) onde se pretende instalar a
Estação de Tratamento de Água e posteriormente a Estação de Tratamento de Efluentes Sanitários do
Município de Itapoá-SC. ........................................................................................................................................ 23

Figura 4 - Localização da área do terreno que será destinada à implantação da Estação de Tratamento
de Água (ETA) e Estrada de Acesso, e ainda, o local da Captação de água bruta e sua tubulação. ...................... 24

Figura 5 - Macro-Setores de Abastecimento de água para o Município de Itapoá, SC. .......................... 26

Figura 6 - Localização do Sistema de Tratamento de Água Bruta e Captação de Água Bruta para o
Munícipio de Itapoá, SC. ........................................................................................................................................ 28

Figura 7 - Esquema Geral das Obras Previstas para o Sistema de Abastecimento de Água Tratada para o
Município de Itapoá-SC. ........................................................................................................................................ 29

Figura 8 - Planta Geral do Sistema Proposto para o Abastecimento de Água Tratada para o Município
de Itapoá-SC. ......................................................................................................................................................... 30

Figura 9 - Localização da Nova Unidade de Captação no Rio Saí-Mirim. ................................................ 34

Figura 10 - Localização dos Centros de Reservação que serão construídos. ........................................... 50

Figura 11 - Zoneamento urbano dos locais onde serão implantados os Centros de Reservação. .......... 52

Figura 12 - Imagem da localização da Área de Influência Diretamente Afetada (ADA) e de Influência


Direta (AID) do local de implantação da ETA no Município de Itapoá-SC. ............................................................ 57

Figura 13 - Imagem da localização da Área de Influência Diretamente Afetada (ADA) e de Influência


Direta (AID) do local de implantação da Captação de água Bruta para a ETA no Município de Itapoá-SC. .......... 58

Figura 14 - Regiões climáticas do Brasil, demonstrando o tipo de clima em Itapoá: Cfa, segundo a
classificação de Koppen. ........................................................................................................................................ 67

Figura 15 - Precipitação média mensal ao longo do ano (1929 a 1988). Fonte: Agência Nacional de
Águas - Estação Meteorológica INMET São Francisco (hidroweb.ana.gov.br). ..................................................... 68

Figura 16 - Distribuição mensal da umidade relativa do ar. Fonte: EPAGRI/UNIVILLE In


(RioInterportConsult, 2010). ................................................................................................................................. 69

Figura 17 - Temperatura média mensal no ano de 2008. Fonte: EPAGRI/UNIVILLE In


(RioInterportConsult, 2010). ................................................................................................................................. 69

Figura 18 - A imagem fotográfica mostra o solo maduro-SM, superficial, seguido do solo saprolítico- SS,
mais profundo, característico da alteração intempérica dos granitoides presentes na região Fonte: Cicero Mario
Bortoluzzi-Out/2010. ............................................................................................................................................. 77

Figura 19 - O dispositivo fotográfico mostra o solo arenoso característico da planície litorânea, da


região. Fonte: Cicero Mario Bortoluzzi-Out/2010. ................................................................................................ 77

Figura 20 - Os dispositivos fotográficos apostos mostram os sedimentos marinhos inconsolidados,


constituídos de areia fina marrom que caracteriza do empreendimento. ........................................................... 79

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Figura 21 - As imagens fotográficas relacionadas mostram os tipos de solos presentes nas cercanias e
no local de inserção da estação de tratamento o solo maduro, superficial, delgado, cinza escuro - seta em
amarelo, seguido do solo saprolítico essencialmente arenoso, com 4,0m de espessura, marrom, sotoposto ao
solo maduro - seta em preto. ............................................................................................................................... 80

Figura 22 - Os dispositivos fotográficos relacionados mostram o resultado da ação de um dos tipos de


intemperismo que atua sobre os sedimentos marinhos contidos na planície Litorânea e na área de estudo - o
intemperismo químico, resultando na modificação e redução do Fe inserido nos sedimentos, o que torna a
água e o solo saprolítico exposto, marrom escuro e marrom. .............................................................................. 81

Figura 23 - As imagens mostram os tipos de erosão linear (1) e os escorregamentos do tipo queda de
material na vertical (2) frequente nos terrenos de características arenosas como é o caso do local dos estudos,
ligados à destituição da vegetação de cobertura e a adoção de inclinação de taludes de cortes inadequados a
estabilidade desse material. .................................................................................................................................. 82

Figura 24 - Regiões Hidrográficas do Estado de Santa Catarina. Observação: (*1: Bacia Hidrográfica do
Rio Cubatão do Norte; *2: Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu). FONTE: SDS, 1997. .............................................. 83

Figura 25 - Mapa de identificação da Bacia Hidrográfica do rio Saí-Mirim e Bacia de Contribuição para a
Captação de Água da ETA no Município de Itapoá, SC. ......................................................................................... 85

Figura 26 - Momento da coleta da amostra de água do rio Saí-Mirim, em Itapoá/ SC. .......................... 86

Figura 27 - Fisionomia da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração na Área de


Influência Direta. ................................................................................................................................................... 91

Figura 28 - Aspecto do epifitismo no interior das florestas em estágio avançado de regeneração da


Área de Influência Direta. ...................................................................................................................................... 91

Figura 29 - Fisionomia da vegetação secundária em estágio avançado de regeneração na Área de


Influência Direta .................................................................................................................................................... 91

Figura 30 - Aspecto do epifitismo no interior das florestas em estágio avançado de regeneração da


Área de Influência Direta. ...................................................................................................................................... 91

Figura 31 - Aspectos do solo encharcado na Área de Influência Direta .................................................. 92

Figura 32 - Vista geral da vegetação arbustiva na Área de Influência Direta com dominância de lianas.
............................................................................................................................................................................... 92

Figura 33 - Fisionomia da vegetação com indivíduos de Syagrus romanzoffiana (coqueiro-jerivá)


distribuídos de forma esparsa na Área de Influência Direta. ................................................................................ 92

Figura 34 - Aspectos do solo encharcado na Área de Influência Direta. ................................................. 92

Figura 35 - Vista geral da vegetação arbustiva na Área de Influência Direta com dominância de lianas 92

Figura 36 - Densos agrupamentos da espécie Typha dominguensis (taboa) nos locais encharcados da
Área de Influência Direta. ...................................................................................................................................... 92

Figura 37 - Fisionomia da vegetação do estrato superior da floresta na área inventariada. .................. 95

Figura 38 - Fisionomia da vegetação do estrato superior da floresta na área inventariada. .................. 95

Figura 39 - Indivíduo de Tapirira guianensis (copiúva) no estrato superior da floresta. ......................... 96

Figura 40 - Indivíduo de Calophyllum brasiliense (guanandi) no estrato superior da floresta. .............. 96

Figura 41 - Fisionomia da vegetação no estrato médio da floresta na área inventariada. ..................... 96

Figura 42 – Fisionomia da vegetação no estrato médio da floresta na área inventariada. .................... 96

Figura 43 - Fisionomia do estrato inferior da floresta com dominância de Geonoma schottiana. ......... 97

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Figura 44 - Fisionomia do estrato inferior da floresta com dominância de Geonoma schottiana .......... 97

Figura 45 - Fisionomia do estrato herbáceo da floresta com dominância de Nidularium innocentii e


outras espécies epifíticas. ..................................................................................................................................... 99

Figura 46 - Fisionomia da vegetação na área inventariada com diversas espécies epifíticas fixadas sobre
os troncos das árvores. .......................................................................................................................................... 99

Figura 47 - Aechmea caudata Lindm. .................................................................................................... 100

Figura 48 - Nematanthus tessmannii (Hoehne) Chautems.................................................................... 100

Figura 49 - Nidularium innocentii Lem. ................................................................................................. 100

Figura 50 - Nematanthus tessmannii (Hoehne) Chautems.................................................................... 100

Figura 51 - Vriesea carinata Wawra ...................................................................................................... 100

Figura 52 - Neoregelia laevis (Mez) L.B.Sm. .......................................................................................... 100

Figura 53 - Vriesea incurvata Gaudich. .................................................................................................. 101

Figura 54 - Aechmea pectinata Baker.................................................................................................... 101

Figura 55 - Codonanthe devosiana Lem. ............................................................................................... 101

Figura 56 - Vriesea cf. atra Mez e Philodendron corcovadense Kunth. ................................................. 101

Figura 57 - Aspectos do tronco de Calophyllum brasiliense (guanandi) explorado ilegalmente no


interior da área inventariada. .............................................................................................................................. 102

Figura 58 - Aspectos do tronco de Calophyllum brasiliense (guanandi) explorado ilegalmente no


interior da área inventariada. .............................................................................................................................. 102

Figura 59 - Localização das Unidades de Conservação próximas a Área Diretamente Afetada pela
implantação da ETA do Município de Itapoá-SC. ................................................................................................ 103

Figura 60 - Maquina fotográfica automática modelo Moultrie D-55 IR, utilizada para amostagem de
mamíferos. Itapoá – SC. Foto: L. Machado.......................................................................................................... 106

Figura 61 - Posicionamento das maquinas fotográficas automáticas para o levantamento de


mamíferos. Foto: Google Hearth. ........................................................................................................................ 107

Figura 62 - Trilhas percorridas para amostragem por método de busca ativa nas áreas de influência da
Estação de Tratamento de Água e área da Captação Itapoá-SC. ....................................................................... 108

Figura 63- Possível toca de tatú registrada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto: F.Ulber. .................. 112

Figura 64 - Possível toca de roedor registrada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto: F.Ulber. ............. 112

Figura 65 - Nasua nasua (quati), espécie registrada e identificada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto:
F.Ulber. ................................................................................................................................................................ 113

Figura 66 - Talo de folha de bromélia mastigado evidencia de comportamento alimentar de Cebus


nigritus espécies registrada e identificada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto: L.Machado. ........................... 114

Figura 67 - Amostragem por busca ativa dentro da área diretamente afetada da ETA. Itapoá-SC. ..... 116

Figura 68 - Scinax alter (perereca-do-litoral) espécie registrada e identificada na área diretamente


afetada e na área de influência direta (ADA/AID) da ETA. Ítapoá - SC. Foto: F. ULBER. ..................................... 121

Figura 69 - Scinax perpusillus (perereca-da-bromélia) espécie registrada e identificada na área


diretamente afetada (ADA) da ETA. Ítapoá - SC. Foto: T. J. CADORIN.\ .............................................................. 121

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 70 - Dendrophryniscus berthalutzae (sapinho-das-folhagens) espécie registrada e identificada na


área de influência direta (AID) da ETA. Ítapoá - SC. Foto: T. J. CADORIN. ........................................................... 122

Figura 71 - Dendrophryniscus leucomystax (sapinho-das-bromélias) espécie ameaçada (IUCN, 2013)


registrada e identificada na área de influência direta (AID) da ETA. Ítapoá - SC. Fotos: L. MACHADO & F. ULBER.
............................................................................................................................................................................. 123

Figura 72 - Profissional anotando espécies de aves através do método de listas de Mackinnon. ........ 125

Figura 73 - Aspecto do interior da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, na ADA. ..................... 126

Figura 74 - Ambiente aberto com predomínio de pastagem e árvores isoladas, na AID da Captação de
Água Bruta. Na imagem, um indivíduo da espécie Pyrocephalus rubinus (príncipe). ......................................... 126

Figura 75 - Ambiente aquático representado pelo Rio Saí Mirim, na AID da Captação de Água Bruta. 127

Figura 76 - Profissional realizando registro fotográfico de ave. ............................................................ 127

Figura 77 - Número de espécies citadas em bibliografia e registradas em campo para a ADA e AID da
Estação de Tratamento de Água Bruta ETA, para o Município de Itapoá-SC. ..................................................... 145

Figura 78 - Espécies e respectivos números de registros obtidos através do método de Listas de


Mackinnon. .......................................................................................................................................................... 148

Figura 79 - Distribuição de abundância das espécies de aves expressa em função do Índice de


Frequência nas Listas (IFL). .................................................................................................................................. 149

Figura 80 - Número de espécies citadas em bibliografia e registradas em campo. .............................. 149

Figura 81 - Riqueza de espécies de aves registrada e calculada através de estimadores não-


paramétricos, a partir de 45 amostras obtidas com listas de Mackinnon. ......................................................... 150

Figura 82 - Distribuição da riqueza de espécies registradas em relação à sensibilidade aos distúrbios


ambientais. .......................................................................................................................................................... 151

Figura 83 - Indivíduo da espécie Chloroceryle americana (martim-pescador-pequeno), registrado na


AID. ...................................................................................................................................................................... 152

Figura 84 - Indivíduo da espécie Ramphocaenus melanurus (bico-assovelado), registrado na AID. .... 152

Figura 85 - Indivíduo da espécie Coereba flaveola (cambacica), registrado na ADA. ........................... 153

Figura 86 - Indivíduo da espécie Vanellus chilensis (quero-quero), registrado na AID. ....................... 153

Figura 87 - Indivíduo (macho) da espécie Pyrocephalus rubinus (príncipe), registrado na AID. ........... 153

Figura 88 - Indivíduo da espécie Ramphastos vitellinus (tucano-de-bico-preto), registrado na ADA. .. 154

Figura 89 - Indivíduo da espécie Herpsilochmus rufimarginatus (chorozinho-de-asa-vermelha),


registrado na AID. ................................................................................................................................................ 154

Figura 90 - Indivíduo da espécie Sirystes sibilator (gritador), registrado na ADA. ................................ 154

Figura 91 - Indivíduo da espécie Megascops atricapilla (corujinha-sapo), registrado na AID............... 155

Figura 92 - Indivíduo (fêmea) da espécie Tachyphonus coronatus (tiê-preto), registrado na AID. ....... 155

Figura 93 - Indivíduos da espécie Crotophaga ani (anu-preto), registrados na AID. ............................. 155

Figura 94 - Indivíduo da espécie Xiphocolaptes albicollis (arapaçu-de-garganta-branca), registrado na


ADA. ..................................................................................................................................................................... 156

Figura 95 - Indivíduo da espécie Rupornis magnirostris (gavião-carijó), registrado na ADA. ................ 156

Figura 96 - Indivíduo da espécie Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira), registrado na AID. .................... 156

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 97 - Indivíduo da espécie Cyanocorax caeruleus (gralha-azul), ave quase ameaçada segundo a
IUCN, registrada na ADA...................................................................................................................................... 157

Figura 98 - Indivíduo da espécie Trogon viridis (surucuá-grande-de-barriga-amarela), ave ameaçada de


extinção registrada na ADA. ................................................................................................................................ 158

Figura 99 - Indivíduo da espécie Phylloscartes kronei (maria-da-restinga), ave ameaçada de extinção


registrada na ADA. ............................................................................................................................................... 158

Figura 100 - Indivíduo da espécie Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense), ave ameaçada de


extinção registrada na ADA. ................................................................................................................................ 158

Figura 101 - Indivíduo (macho) da espécie Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), ave ameaçada de
extinção registrada na AID. ................................................................................................................................. 159

Figura 102 - Indivíduo (fêmea) da espécie Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), ave ameaçada de
extinção registrada na ADA. ................................................................................................................................ 159

Figura 103 - Indivíduo (macho) da espécie Tangara peruviana (saíra-sapucaia), ave ameaçada de
extinção registrada na ADA. ................................................................................................................................ 159

Figura 104 - Margem direita do Rio Saí-Mirim, Itapoá-SC. .................................................................... 176

Figura 105 - Local de captação atual da ETA principal localizado no Rio Saí-Mirim, Itapoá-SC. ........... 177

Figura 106 - Poço de sucção de água bruta - ETA secundária, Itapoá-SC. ............................................. 177

Figura 107 - Captação de Água - ETA secundária localizada no Rio Saí-Mirim, Itapoá-SC. ................... 178

Figura 108 - Adutoras da ETA principal, 2 de DN 200 em Ferro fundido, Itapoá-SC. ............................ 178

Figura 109 - Bomba de Recalque de água tratada, Itapoá-SC. .............................................................. 179

Figura 110 - Bomba de Recalque de água tratada, Itapoá-SC. .............................................................. 179

Figura 111 - Vista da ETA principal, Itapoá-SC. ...................................................................................... 180

Figura 112 - Calha Parshall do sistema da ETA, Itapoá-SC. .................................................................... 181

Figura 113 - Sistema de floculação da ETA, Itapoá-SC........................................................................... 182

Figura 114 - Lagoas de Decantação 1 e 2 da ETA, Itapoá-SC. ................................................................ 182

Figura 115 - Cava de Decantação de lodo da ETA, Itapoá-SC. ............................................................... 183

Figura 116 - Poço de Recalque da água clarificada nas lagoas de decantação da ETA, Itapoá-SC. ....... 183

Figura 117 - Detalhe da Captação da água clarificada na lagoa de decantação 3 da ETA, Itapoá-SC. .. 184

Figura 118 - Filtro Descendente do sistema da ETA, Itapoá-SC. ............................................................ 184

Figura 119 - Vista dos flitros Russo da ETA, Itapoá-SC. ......................................................................... 185

Figura 120 - Caixa de Amortização da ETA secundária, Itapoá-SC. ....................................................... 186

Figura 121 - Planta baixa da lagoa de decantação da ETA secundária, Itapoá-SC................................. 187

Figura 122 - Lagoa de Decantação da ETA secundária, Itapoá-SC. ........................................................ 187

Figura 123 - Vista do Filtro da ETA secundária, Itapoá-SC. .................................................................... 188

Figura 124 - Vista do tanque de contato da água tratada na ETA principal, Itapoá-SC. ........................ 189

Figura 125 - Reservatório de água tratada - Elevado (Taça), Itapoá-SC. ............................................... 190

Figura 126 - Croqui Georreferenciado do Sistema de Abastecimenteo de Água atual de Itapoá-SC:


Fonte: MPB Engenharia, 2012. ............................................................................................................................ 195

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 127 – Vista da Reserva Ecológica Vila Velha, Itapoá-SC. ............................................................ 200

Figura 128 - Vista da localidade da Vila da Glória, Itapoá-SC. ............................................................... 200

Figura 129 - Vista da Praia da Figueira do Pontal, Itapoá-SC................................................................. 201

Figura 130 - A imagem apresenta os principais acessos do Município de Itapoá aos Municípios de
fronteira (Garuva/SC, São Francisco do Sul/SC e Guaratuba/PR). ...................................................................... 202

Figura 131 - Localização das principais regiões de Itapoá. .................................................................... 206

Figura 132 - Imagem do zoneamento urbano do Município de Itapoá, segundo plano diretor. Fonte:
Prefeitura Municipal de Itapoá, SC. ..................................................................................................................... 209

Figura 133 – Mapa do Zoneamento Ecológico Econômico Municipal – ZEEM. Itapoá-SC. ................... 210

Figura 134 - Caminhamentos em transectes 25 metros entre linhas- com perfurações de 50 em 50


metros em áreas de probabilidade arqueológica. - ............................................................................................ 215

Figura 135 - Localização da área do empreendimento, apontando ADA e AID. ................................... 216

Figura 136 - Trilha de topografia utilizada na orientação dos caminhamentos da equipe. .................. 217

Figura 137 – Caminhamentos sistemáticos realizados na ADA do empreendimento........................... 217

Figura 138 - Equipamento utilizado na perfuração das sondagens profundas. .................................... 217

Figura 139 - Processo de abertura dos poços testes na ADA do empreendimento. ............................. 217

Figura 140 - Peneiramento do sedimento proveniente dos poços testes. ........................................... 218

Figura 141 - Perfuração em área de solo aparentemente seco, com sedimento lodoso de fundo de
lagoa em poucos centímetros de profundidade. ................................................................................................ 218

Figura 142 - Sedimento de coloração marrom escuro. ......................................................................... 219

Figura 143 - Poço teste com presença de água a 20 centímetros de profundidade. ............................ 219

Figura 144 - Sedimento de coloração marrom médio (seta branca), sedimento de coloração marrom
claro (seta azul). .................................................................................................................................................. 219

Figura 145 - Poço teste aberto na profundidade de 100 centimetros, com presença de água presença
de água vertendo. ............................................................................................................................................... 219

Figura 146- Mapa ilustrativo com os detalhes da AID do empreendimento. ....................................... 222

Figura 147 - Conversa com morador na AID, senhor Alfredo. ............................................................... 223

Figura 148 - Área loteada, onde se verificam residências sendo construídas. ...................................... 223

Figura 149 - Área de loteamento na AID do empreendimento, com materiais de construção em


superfície. ............................................................................................................................................................ 223

Figura 150 - Residência as margens da Estrada da Fazenda. ................................................................ 223

LISTA DE TABELA
Tabela 1 - Tabela das características da tubulação de água tratada existente no Município de Itapoá-SC
e os reforços que serão implantados. ................................................................................................................... 47
Tabela 2 - Volumes e reservação de água tratada previstas até o fim da concessão. ............................ 47
Tabela 3 - Quantidade de Reservatórios de água tratada e suas capacidades de reservação. ............... 49

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Tabela 4 - Cronologia do volume de armazenamento de água tratada nos reservatórios durante o


período de concessão. ........................................................................................................................................... 49
Tabela 5 - Coordenadas geográficas das extremidades da Área Diretamente Afetada (ADA) da Estação
de Tratamento de Água e estrada de acesso, localizada no Município de Itapoá, SC. ......................................... 55
Tabela 6 - Legislação Federal relacionada à implantação da Estação de Tratamento de Água no
Município de Itapoá, SC. ........................................................................................................................................ 59
Tabela 7 - Legislação Estadual relacionada à implantação da Estação de Tratamento de Água no
Município de Itapoá, SC. ........................................................................................................................................ 63
Tabela 8 - Legislação Estadual relacionada à implantação da Estação de Tratamento de Água no
Município de Itapoá, SC. ........................................................................................................................................ 65
Tabela 9 - Esboço geológico, simplificado. .............................................................................................. 72
Tabela 10 - Resultado das análises Físico-químicas da água do rio Saí-Mirim, realizada em 28 de
fevereiro de 2012 para os estudos ambientais da antiga área do empreendimento. Itapoá, SC. ........................ 87
Tabela 11 - Lista das espécies arbóreo-arbustivas registradas na Área Diretamente Afetada, Itapoá –
SC. .......................................................................................................................................................................... 94
Tabela 12 - Lista das espécies de epífitos vasculares registradas na Área Diretamente Afetada, Itapoá –
SC. .......................................................................................................................................................................... 97
Tabela 13 - Unidades de Conservação próximas a ADA da nova Estação de Tratamento de Água,
Itapoá-SC. ............................................................................................................................................................ 102
Tabela 14 - Lista de mamíferos (não voadores) com potencial ocorrência para o Município de Itapoá-
SC. ........................................................................................................................................................................ 109
Tabela 15 - Lista de espécies registradas e identificadas na área de estudo, tipo de amostragem bem
como grau de ameaça. P = Pegada; V = Registro Visual; F = Registro Fotográfico; R = Rastros ou vestígios; EN =
Entrevista; Grau de ameaça; PP = Pouco Preocupante. ...................................................................................... 111
Tabela 16 – Lista de Anfíbios Anuros registrados para o Estado de Santa Catarina e Município de
Florianópolis-SC. .................................................................................................................................................. 117
Tabela 17 - Lista de Répteis da Ordem Squamata observados no Estado de Santa Catarina e Município
de Florianópolis-SC. ............................................................................................................................................. 118
Tabela 18 - Lista de Anfíbios Anuros obsrvados na Serra Dona Francisca, Joinville - SC. ...................... 119
Tabela 19 - Espécies da herpetofauna registradas e identificadas na área diretamente afetada (ADA) e
área de influência direta da ETA, Itapoá-SC. ....................................................................................................... 120
Tabela 20 - Lista das espécies de aves da região de Itapoá – Santa Catarina. Legenda: Endemismo:
Espécie endêmica do Brasil (BR), Espécie endêmica do Bioma Mata Atlântica (MA); Ameaça de extinção:
Ameaçada no estado de Santa Catarina (SC), no Brasil (BR) e globalmente ameaçada (IUCN), conforme as
categorias: Quase Ameaçada (NT), Vulnerável (VU), Em Perigo (EN) e Criticamente Ameaçada (CR). * Espécie
exótica. ................................................................................................................................................................ 128
Tabela 21 - Lista das espécies de aves registradas na área da ETA, sensibilidade ambiental, local de
registro, habitat e métodos de registro e documentação. Legenda: Sens. (Sensibilidade): Baixa (B), Média (M),
Alta (A); Local: Área Diretamente Afetada (ADA); Área de Influência Direta (AID); Habitat: Floresta Atlântica –
Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, incluindo borda da floresta (FA), ambientes abertos (pastagens) ou
antrópicos (AA), ambiente aquático e áreas alagadas (H2O), observadas apenas em voo (VOO); Método:
Registro Visual (RV), Registro Auditivo (RA), Fotografia (FO). * Espécie exótica. ............................................... 140
Tabela 22 - Lista de espécies registradas e respectivos IFL (Índice de Frequência nas Listas) e número
de registros, em ordem decrescente para a ADA e AID da Estação de Tratamento de Água Bruta para o
Município de Itapoá-SC. ...................................................................................................................................... 145
Tabela 23 - Lista de espécies ameaçadas de extinção registradas e respectiva categoria de ameaça em
Santa Catarina, no Brasil e Mundialmente, conforme as categorias: Vulnerável (VU), Em Perigo (EN) e
Criticamente Ameaçada (CR). .............................................................................................................................. 160
Tabela 24 - Lista de espécies endêmicas da Mata Atlântica e do Brasil registradas. ............................ 160
Tabela 25 - Evolução populacional do Município de Itapoá, SC. ........................................................... 164

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Tabela 26 - Projeção Populacional do Município de Itapoá. ................................................................. 167


Tabela 27 - Projeção populacional urbana adotada para os 30 anos de concessão. ............................ 170
Tabela 28 - Rede de distribuição de água atual do Município de Itapoá-SC. ........................................ 191
Tabela 29 - Volume de água medido x volume faturado (m³) no Município de Itapoá –SC; entre
novembro de 2007 e maio de 2008. ................................................................................................................... 191
Tabela 30 - Número de Economias e Ligações - Referência agosto de 2009. ....................................... 192
Tabela 31 - Número de Consumidores e Consumo (Kw) de Energia Elétrica em Itapoá - 2006............ 196
Tabela 32 - Unidades Escolares no Município de Itapoá, SC. ................................................................ 198
Tabela 33 - Matrículas nas unidades escolares no ano de 2009 no Município de Itapoá, SC. .............. 198
Tabela 34 - Produção agrícola do Município de Itapoá, SC. Fonte: IBGE, 2007. ................................... 203
Tabela 35 - Principais produtos, quantidade e produção da Pecuária do Município de Itapoá, SC. Fonte:
IBGE, 2007. .......................................................................................................................................................... 203
Tabela 36 - Ramo de atividades e unidades locais das empresas situadas no Município de Itapoá, SC.
Fonte: IBGE(2007). .............................................................................................................................................. 204
Tabela 37 - Ramo de atividades e unidades locais das empresas situadas no Município de Itapoá, SC.
Fonte: IBGE, 2007. ............................................................................................................................................... 204
Tabela 38 - Metodologia utilizada para evidenciação de vestígios da ADA, AID e AII da área da ETA. . 212
Tabela 39 - Atividade proposta no projeto de prospecção arqueológica. ............................................ 212
Tabela 40 - Poços testes realizados na ADA do empreendimento. ....................................................... 219
Tabela 41 - Atributos de magnitude de um impacto ambiental. .......................................................... 238
Tabela 42 - Matriz de Interação dos Impactos Ambientais da implantação da Estação de Tratamento de
Água do Município de Itapoá, SC. ....................................................................................................................... 240
Tabela 43 - Magnitude dos Impactos Ambientais da implantação da Estação de Tratamento de Água do
Município de Itapoá, SC. ...................................................................................................................................... 242
Tabela 44 - Parâmetros para determinação do Índice de Magnitude (IM) de acordo com o Decreto
6.848/09 .............................................................................................................................................................. 268
Tabela 45 - Tabela dos valores do índice de magnitude de acordo com os valores do VGR. ............... 268
Tabela 46 – Parâmetros para determinação do índice de Biodiversidade (IB) de acordo com o decreto
6.848/09. ............................................................................................................................................................. 269
Tabela 47 – Parâmetros para determinação de Índice de Abrangencia (IA) de acordo com o decreto
6.848/09. ............................................................................................................................................................. 269
Tabela 48 – Parâmetros para determinação do Índice de Temporalidade (IT) de acordo com o decreto
6.848/09 .............................................................................................................................................................. 269
Tabela 49 – Parâmetros para determinação do Índice de Comprometimento de Áreas Prioritárias
(ICAP) de acordo com o decreto 6.848/09. ......................................................................................................... 270

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

1. APRESENTAÇÃO

O enquadramento de empreendimentos está disposto nas Resoluções do CONSEMA


(Conselho Estadual de Meio Ambiente de Santa Catarina), n°01 de 2006 e n°13 de 2012, que:
"Aprovam a Listagem das Atividades Consideradas Potencialmente Causadoras de
Degradação Ambiental passíveis de licenciamento ambiental pela Fundação do Meio
Ambiente - FATMA e indicam o competente estudo ambiental para fins de licenciamento”,
em seu Anexo I.

Sendo assim, a atividade pretendida enquadra-se no código CONSEMA como


34.31.00 – Captação, adução de água bruta e/ou tratamento de água para o abastecimento
público. O porte do empreendimento dirá qual o devido estudo ambiental a ser realizado para
fins de licenciamento. Na referida Resolução, quando o porte for superior a 400 l/s (litros por
segundo), deve ser apresentado um Estudo Ambiental Simplificado (EAS). A nova ETA
pretende tratar uma vazão média de final de plano de 450 l/s. Por tanto, pela Resolução o
empreendimento necessita de EAS – Estudo Ambiental Simplificado.

No entanto, segundo o disposto na Lei n° 11.428 de 2006 (Dispõe sobre a utilização e


proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providencias), havendo
necessidade de supressão de vegetação primária ou secundária em estágio avançado de
regeneração do Bioma Mata Atlântica, o licenciamento de qualquer empreendimento de
utilidade pública necessita da elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), a ser apresentado na fase de requerimento da
Licença Ambiental Prévia, independente de seu porte, o que é o caso do presente estudo para
a nova ETA.

A Prefeitura Municipal de Itapoá e a concessionária Itapoá Saneamento elaboraram


em 2012 um EAS para obtenção da Licença Ambiental Prévia - LAP (Processo
SAN/11827/CRN), para outra área destinada à implantação da ETA, dentro da mesma
matricula do terreno, aproximadamente 400 metros do presente estudo. Esse estudo foi
realizado pela empresa de consultoria MPB Saneamento, e como os dados dos Meios Físico,
Socioeconômico e Antrópico correspondem às mesmas áreas de influencia do presente
estudo, os mesmos foram utilizados.

A mudança do local de instalação justifica-se pelo fato da área anterior ser em sua
maior parte de terreno encharcado, alagadiço, inviabilizando as obras técnicas de engenharia
civil.

Considerando que as Estações de Tratamento de Água em operação atualmente no


Município de Itapoá, não contemplam as demandas previstas para a população futura do
Município e ainda apresentam problemas operacionais, como descarte inadequado de lodo e
efluente de lavagem dos filtros; a implantação de um novo sistema de tratamento de água,
conforme apresenta este estudo, viabilizará o atendimento à população estimada para o
Município em um horizonte de 30 anos e proporcionará um atendimento e operacionalização
de acordo os padrões estabelecidos pela legislação vigente, minimizando, desta forma, os

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

impactos ambientais negativos observados em decorrência do comprometimento das Estações


atuais.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Apresentar os resultados do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), realizado para a


nova Estação de Tratamento de Água (ETA), no formato de Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA), descrevendo os possíveis impactos gerados pela atividade.

2.2 Objetivos Específicos

• Relacionar a inserção do projeto na área a ser implantada, e suas áreas de


influência;

• Avaliar as alternativas locacionais;

• Diagnosticar os aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos das áreas de


influência;

• Descrever, classificar e avaliar os impactos ambientais referentes às fases de


implantação e operação do empreendimento;

• Propor medidas de prevenção, mitigação e/ou compensação de impactos


negativos, assim como medidas de potencialização de impactos positivos;

• Definir os programas ambientais de monitoramento a serem conduzidos nas


fases de implantação e operação do empreendimento.

3. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E EMPRESA CONSULTORA

3.1 IDENTIFICAÇÃO do EMPREENDEDOR

Nome ou razão social: Itapoá Saneamento Ltda.

Número do CNPJ: 16.920.256/0001-57

Endereço Comercial: Rua Ana Maria R de Freitas, 967 - Bal. Itapema do Norte. CEP:
89249-000

Telefone e fax: (47) 3443-6964

Administrador: Renato Carlini Camargo

3.2 Identificação da Empresa Consultora

A empresa Ambientum Consultoria e Tecnologia Ambiental Ltda, portadora do CNPJ


no 11.181.028/0001-99 com registro de no. 4995776 no Cadastro Federal de Atividades e

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

instrumentos de Defesa Ambiental do IBAMA, e com registro no Conselho de Classe CRBio


03 de n° 674-03 é representada pelo seu sócio-diretor Rafael Scheffer, Biólogo CPF nº
044.324.649-17, com registro no CRBio nº 58.323-03.

A AMBIENTUM encontra-se estabelecida na Rua Daniel Imhof, n0 543, sala 01, São
Luiz, Município de Brusque - SC. O fone para contato é (47) 3354-2634 e o e-mail é
ambientum@ambientumconsultoria.com.br

3.3 Dados da Equipe Técnica Multidisciplinar

Identificação dos profissionais responsáveis pela elaboração do Estudo de Impacto


Ambiental - EIA.

Cadastro Técnico
Nome do profissional Formação Registo de Classe Federal
Coordenação Geral
Rafael Scheffer Biólogo CRBio 58323-03 1509625
Coordenação Técnica
Rafael Arnaldo da Costa
Santos Eng. Civil CREA 50622503368
Renato Carlini Camargo Eng. Civil CREA 5062619873 5646558
CREA SC S1
Marcio Andre Savi Eng. Sanitárista 064407-3
Coordenação Projetos ETA
Marcio Andre Savi Eng. Civil CREA 103275-3
Coordenação Meio Biótico
Luciano Machado Biólogo CRBio 63912-03 2628891
Meio Biótico
Luciano Machado Biólogo CRBio 63912-03 2628891
Engenheiro
João Paulo Maçaneiro Florestal CREA 119473-1 5608612
Fabricio Ulber Biólogo CRBio 53675-03 3692022
Thiago Cadorin Biólogo CRBio 69379-03 4554245
Meio Socioeconômico
Gláucio Andre Mendes Geografo CREA 090917-2

Estação de Tratamento de Água - ETA


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4. JUSTIFICATIVA DA ATIVIDADE

O presente documento apresenta o Estudo Ambiental simplificado para a implantação


da Estação de Tratamento de Água do Município de Itapoá, SC.

Segundo a proposta técnica de Concessão elaborada pelo Consórcio Itapoá (CAB


Ambiental e Serrana Engenharia) para a Prefeitura Municipal de Itapoá, a área urbana do
Município de Itapoá é atendida por um sistema de abastecimento de água que alcança quase
toda a população. O sistema atende de modo integrado a área urbana do Município, incluindo
suas ramificações que se dispõem ao longo da parte costeira da cidade.

É importante considerar que, por ser um balneário costeiro com população flutuante de
verão significativa, existem dois momentos bem distintos durante o ano na cidade de Itapoá:
na temporada de verão, onde o consumo existente é gerado pela população fixa e flutuante; e
o restante do ano, onde a demanda de água é bem inferior do que durante o verão.

O principal centro de produção de água potável atualmente está localizado na parte


central do Balneário com a ETA Principal e com a ETA Secundária, a mais antiga e situada
na parte mais ao sul da principal. A distribuição de água se dá a partir destas unidades
produtoras, contando ainda com o auxílio de um reservatório elevado de água situado nas
proximidades da ETA Principal, e de um reservatório apoiado para onde é recalcada a água
tratada produzida na ETA Secundária.

As Estações de Tratamento de Água em operação atualmente no Município de Itapoá,


além de não contemplarem as demandas necessárias nos períodos de alta temporada e
tampouco as demandas previstas para a população futura do Município; ainda apresentam
problemas operacionais, os quais justificam a construção de uma nova ETA, conforme segue:

ETA Principal

• Na operação do floculador é a grande quantidade de matéria orgânica na água


bruta e a baixa quantidade de sedimentos, que provoca a formação de flocos
pequenos, difíceis de decantar.

• Falta de garantia de que não ocorram vazamentos e infiltrações a partir dos


decantadores, pois as lagoas de decantação são escavadas e operam em solo
arenoso natural, sem impermeabilização, ocasionando um grande desperdício
de água semi-tratada.

• Inexistência de um sistema adequado para a limpeza das lagoas de decantação.

• Sistema de comportas deficientes, que acaba ocasionando uma mistura da água


entre as três lagoas.

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• Baixa reserva de água semitratada pela pouca capacidade de armazenamento


das lagoas, diminuindo a segurança de disponibilidade de água para o
abastecimento.

• Falta de um local adequado para a secagem do lodo das lagoas de decantação


(leito de secagem). As lagoas de secagem (bacias de detenção) dos lodos
removidos dos decantadores são implantadas em terreno de acesso livre,
inclusive para crianças que brincam no local, sem impermeabilização
(infiltração de líquidos e materiais com presença de contaminantes no lençol
freático), sem remoção final de lodos decantados, sem licenciamento e sem
controle ambiental, operando de forma irregular.

• Dosagem de cal é realizada manualmente, o que frequentemente ocasiona


entupimento do sistema de dosagem de cal.

• É utilizado apenas um motor para dosar o cloro gás, se ocorrer alguma


paralisação do motor, o sistema não conta com aparelhagem emergencial.
Nesses casos, é necessária a recirculação de água do sistema. A gestão de
tratamento conta também com apenas um dosador de hipoclorito.

• Apenas um motor para o polímero e um "galão” para preparar o polímero, o


ideal, conforme os técnicos da estação seriam: Dois sistemas para preparar o
polímero, com bomba dosadora de no mínimo 850 cps (viscosidade elevada).

• Necessidade de um tanque de contato com maiores dimensões para adequação


do tempo mínimo de contato de 30 minutos dos produtos utilizados na etapa
final do tratamento.

• Volume insuficiente do poço de recalque de água tratada, que deve possuir


entre 7 e 10 minutos e na alta temporada possui apenas 2,5 minutos de
recalque. As bombas apresentam problemas de formação de vórtices, entrada
de ar nas redes e problemas de cavitação de bombas.

• Falta de planejamento de implantação (Lay Out) do Sistema de Filtração, com


3 tipos diferentes de filtragem (3 Filtros russos, Filtro holandês e 3 filtros
descendentes (em separado).

• Estruturas para sustentação dos filtros convencionais de madeira e apresenta


pouca segurança aos operadores da estação, controles do nível de água dos
filtros utilizam garrafas pet, conforme apresentado abaixo.

• Problemas frequentes de colmatação dos filtros.

• Dosagem de flúor é ineficiente no sistema atual.

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• Todas as partes de instalações elétricas, como o sistema de controle das


bombas, necessitam de reformas.

• Laboratório sem sistemas automatizados de operação, deixando o trabalho do


operador mais complicado e com menos tempo de ação para correção das não
conformidades.

• Falta de planejamento de médio e longo prazo para maior produção da ETA.

ETA Secundária

• Falta de garantia de que não ocorram vazamentos e infiltrações a partir dos


decantadores, pois as lagoas de decantação são escavadas e operam em solo
arenoso natural, sem impermeabilização.

• Condição construtiva da ETA, com pouca segurança e espaço para


manutenção.

• Falta de proteção das partes de tratamento de água.

• Inexistência de um sistema adequado para a limpeza das lagoas de decantação.

• Falta de um local adequado para a secagem do lodo das lagoas de decantação


(leito de secagem). Os lodos são lançados na vegetação ao lado da ETA,
consistindo de uma não conformidade grave.

• Lançamento de água de lavagem em drenagem pluvial local, com perdas de


água durante o processo de tratamento e lançamento de águas fora de padrão
de lançamento (presença de sólidos).
• Falta de recuperação da água de lavagem de filtros.

• Ausência de um macromedidor, prejudicando assim o controle da quantidade


de água que está sendo produzida.

• Perda de água tratada na ETA Secundária devido à existência de registros


danificados.

Desta forma a instalação de uma nova ETA propiciará a:

• Instalação de sistema de tratamento para o lodo gerado pelo processo, com


novas áreas de secagem de lodos e controles operacionais e ambientais.

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• Construção de um novo laboratório físico-químico, de acordo com as normas


técnicas e de segurança.

• Estruturação de um laboratório microbiológico, segundo as normas técnicas e


de segurança.

• Instalação de macromedidores.

Com a implantação da nova ETA, está prevista a desativação da ETA Secundária,


excluindo, portanto, os problemas e impactos decorrentes da operação da ETA secundária.

Por fim, a implantação da ETA proposta neste Estudo, em um sentido mais amplo, tem
como objetivo melhorar as condições ambientais críticas do Município de Itapoá, o qual
passou na última década por um crescimento urbano-demográfico considerável, dispondo de
precária infraestrutura sanitária, uma vez que viabilizará o atendimento à população estimada
para o Município em um horizonte de 30 anos e proporcionará um atendimento e
operacionalização de acordo os padrões estabelecidos pela legislação vigente, minimizando,
desta forma, os impactos ambientais negativos observados em decorrência do
comprometimento das Estações atuais.

5. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS E TECNOLÓGICAS

Considerando que o aproveitamento das atuais estações de tratamento é inviável


tecnicamente, tendo em vista que as mesmas não estão aptas a receberem ampliações capazes
de produzir água necessária para abastecer a população de Itapoá futuramente, a alternativa
selecionada propõe a construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA) e a
desativação das estações existentes.

Além da construção da nova ETA a alternativa adotada prevê a construção de uma


nova unidade de captação de água bruta, melhorias no sistema de distribuição atual e a
construção de novas adutoras, e reservatórios de distribuição de água potável.

O município de Itapoá é uma região peculiar quanto sua fisionomia vegetal em Santa
Catarina, sendo uma das poucas áreas remanescentes com grandes áreas de floresta Ombrófila
densa das terras baixas, assim como vegetação de restinga, mangue, entre outras em menor
densidade. Isso torna escassa a disponibilidade de locais para a implantação do
empreendimento, o que é a realidade do município de Itapoá.

Inicialmente o projeto de implantação da Estação de Tratamento de Água e Esgoto, foi


projetado em uma área próxima do atual terreno onde se pretende instalar a ETA, próximo às
margens do Rio Saí-Mirim, dentro da mesma matricula da atual área de estudo. Em 2012
foram realizados os estudos ambientais, e ocorreu o processo de licenciamento para a primeira
etapa (LAP). Porém, a área tornou-se inviável tecnicamente pelo solo encharcado, devido ao
transbordo do Rio Saí-Mirim em períodos de chuva.

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O novo local não apresenta essas condições impróprias, pois apresenta terreno firme.
Estrategicamente, do ponto de vista da distribuição da água, essa área fica localizada numa
área central do município, facilitando a integração do sistema de abastecimento, a reservação
e a captação de água bruta, gerando o mínimo de intervenção nas áreas do rio Saí Mirim,
neste caso sem supressão vegetal na área de preservação permanente.

6. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

6.1 Localização Geográfica

A área do empreendimento está situada no Município de Itapoá, sob as coordenadas


geográficas (DATUM WGS84) (Latitude 26° 05’08.43” e longitude 48° 37’31.54”),
conforme a Figura 01. Situado na região norte de Santa Catarina. A área do Município é de
256,1 km2 (IBGE) e a altitude varia de 6 a 20 metros acima do nível do mar.

Figura 1 - Localização geográfica do local de implantação da Estação de Tratamento de Água e Captação


de Água Bruta no Município de Itapoá-SC.

Itapoá fica a 256 km ao Norte de Florianópolis e a 40 km de Garuva, em direção ao


litoral, com acesso pelas rodovias SC-412 e SC-415. O aeroporto em Joinville fica a 80 km de
distância pelas rodovias BR-101, SC-412 e SC-415. Itapoá limita-se ao Norte com o Estado
do Paraná, ao sul com São Francisco do Sul, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com
Garuva e São Francisco do Sul.

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O empreendimento fica localizado na Rua 1000, ou Estrada Geral da Fazenda, em área


rural, fazendo divisas com os bairros Itapoá e Itapema do Norte, conforme a Figura 02.

Figura 2 - Localização geográfica do local de implantação da Estação de Tratamento de Água e Captação


de Água Bruta em relação a área urbana do Município de Itapoá, SC.

O terreno destinado à implantação do empreendimento se trata de um imóvel regular


de 60.000 m2 remanescente, averbado na matrícula n° 10.667, e tem como limites os
loteamentos Itapoá Real I e Jardim da Barra, segundo o Registro de Imóveis e como pode ser
visto através da Figura 03. Trata-se de um imóvel de utilidade pública, conforme Decreto
Municipal n° 2.119 de 21 de janeiro de 2014 (Anexo I).

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Figura 3 - Croqui da matricula 10.667 mostrando o terreno (em vermelho) onde se pretende instalar a
Estação de Tratamento de Água e posteriormente a Estação de Tratamento de Efluentes Sanitários do
Município de Itapoá-SC.

Da área total do terreno, será utilizada uma área de 7.000,00 m² para a implantação da
Estação de Tratamento de Água Bruta, e ainda uma área de 5.225,80 m² para a estrada de
acesso, totalizando uma área de 12.225,80 m² (Figura 04). O restante da área será utilizado
para o licenciamento da futura Estação de Tratamento de Esgoto Sanitários do município.

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Figura 4 - Localização da área do terreno que será destinada à implantação da Estação de Tratamento de
Água (ETA) e Estrada de Acesso, e ainda, o local da Captação de água bruta e sua tubulação.

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6.2 Descrição Técnica do Empreendimento

6.2.1 Concepção do Sistema de Abastecimento de Água do Município

6.2.1.1 Modelagem Hidráulica

O sistema de abastecimento de água foi idealizado de modo a atender a demanda de


água futura estabelecida no Plano de Saneamento Básico do Município, em um horizonte de
projeto de 30 anos. Tal demanda foi adequadamente majorada a partir de uma revisão nas
projeções populacionais, feita pela WBS-Engenharia a partir de levantamento dos imóveis
existentes nas áreas a serem atendidas, que conduziu à estimativa de população máxima de
129047 habitantes.

Uma vez que será implantada uma nova ETA e que as unidades existentes de
captação, tratamento e bombeamento serão desativadas, foram estudadas alternativas de
macro distribuição de água tratada tendo por base os seguintes critérios:

 Aproveitamento máximo das tubulações existentes,

 Arruamento existente,

 As zonas de pressão com valores máximos de 50 mca,

 As demandas máximas horárias projetadas conforme mencionado.

Para tanto se efetuou a modelagem hidráulica do sistema abrangendo:

Distribuição espacial da demanda projetada;

 Delimitação dos macro-setores de abastecimento;

 Simulações hidráulicas em regime permanente;

 Esquema geral das obras previstas;

 Reservação necessária;

 Planta geral esquemática do sistema proposto;

 Quantificação das obras previstas.

Na elaboração das análises hidráulicas em regime permanente (“steady-state’”.) foi


utilizado o programa EPANET – versão em português. O programa EPANET foi
desenvolvido pela U.S. Environmental Protection Agency (USEPA), Estados Unidos da
América.

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6.2.1.2 Macro-Setores de Abastecimento

A delimitação dos macros-setores de abastecimento foi efetuada a partir dos resultados


das simulações hidráulicas efetuadas considerando-se as pressões máximas estabelecidas em
Norma (Pmax= 50 mca).

Os tipos de abastecimento dos macro-setores considerados, serão os seguintes:

 O Macro-Setor 1 será abastecido através da Estação Elevatória EEAT-1 a ser


implantada junto ao Reservatório de Água Tratada RAT-1, na área da Nova
ETA;

 O Macro-Setor 2 será abastecido a partir do Booster 1 (ou EEAT-2) a ser


implantado;

 O Macro-Setor 3 será abastecido a partir do Booster 2 (ou EEAT-3) a ser


implantado;

 O Macro-Setor 4 será abastecido a partir do Booster 3 (ou EEAT-4) a ser


implantado.

Tais setores são mostrados na Figura 05.

Booster - 2

Booster - 1

Nova ETA - 450 L/s

Booster - 4

Figura 5 - Macro-Setores de Abastecimento de água para o Município de Itapoá, SC.

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6.2.1.3 Sistema Proposto

O sistema de abastecimento que atenderá a demanda final de plano é apresentado nas


Figuras 06, 07 e 08 a seguir.

Em termos quantitativos, a intervenção proposta para ampliação e melhoria do sistema


de abastecimento de água de Itapoá resultará na realização das seguintes obras:

 Novas redes de distribuição e adutoras de água tratada: 49.261 m;

 Novas adutoras de água bruta: 750 m;

 Booster: 3 unidades;

 Estação elevatória de água tratada (EEAT): 2 unidades;

 Nova estação de tratamento de água (ETA): 1 unidade;

 Nova unidade de captação de água bruta: 1 unidade;

 Reservatório com capacidade de 1000 m³: 3 unidades

 Reservatório com capacidade de 2.000 m³: 2 unidades

 Novas ligações prediais de água: 18.179 unidades.

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Figura 6 - Localização do Sistema de Tratamento de Água Bruta e Captação de Água Bruta para o Munícipio de Itapoá, SC.

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Figura 7 - Esquema Geral das Obras Previstas para o Sistema de Abastecimento de Água Tratada para o Município de Itapoá-SC.

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Figura 8 - Planta Geral do Sistema Proposto para o Abastecimento de Água Tratada para o Município de Itapoá-SC.

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6.2.2 Descrição das Obras

Apresenta-se a seguir uma descrição geral das unidades que integrarão o sistema de
abastecimento de água concebido para o Município de Itapoá, abrangendo:

 Manancial para Abastecimento de Água;

 Captação de Água Bruta;

 Adutora de Água Bruta (AAB);

 Estação de Tratamento de Água (ETA);

 Reservatório de Água Tratada (RAT);

 Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT);

 Adutoras e Redes de Distribuição de Água;

 Reservatórios de Distribuição;

 Estações Elevatórias (Boosters).

6.2.2.6 Estação de Tratamento de Agua – ETA

A Nova Estação de Tratamento de Água (ETA) será do tipo convencional, com


característica modular, não removível, não pressurizada, com dispositivos internos pré-
fabricados em aço carbono SAE-1020, PRFV (plástico revestido com fibra de vidro) e PVC e
construída totalmente concreto estrutural impermeabilizado.

A ETA será constituída pelas seguintes unidades:

 Caixa de Chegada;

 Calha Parshall;

 Tanque de Pré-Contato;

 Floculador;

 Decantador;

 Filtro de Areia;

 Tanque de Contato;

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 Tanque de Lodo;

 Tanque de Água de Lavagem;

 Casa de Química;

 Reservatório de Água Tratada;

 Estação Elevatória de Água Tratada;

 Administração e Laboratório;

 Portaria.

O processo de tratamento será composto pelas seguintes fases:

 Sistema de preparo e dosagem das soluções dos insumos necessários para o


tratamento (coagulante, corretor de ph, flúor e desinfectante);

 Sistema de medição de vazão através de dispositivo de mistura rápida e


emprego de medidor instantâneo da vazão;

 Sistema de pré-contato para mistura de produtos (coagulante, corretor de ph e


desinfectante);

 Sistema de floculação dotado de floculadores mecânicos multi-estágios com


inversor de frequência do tipo palhetas perpendiculares e painel elétrico de
comando;

 Sistema de decantação lamelar com perfis de decantação do tipo Tigre, dotados


de canaletas de coleta com vertedores triangulares e descarte automático de
lodo através de válvulas pneumáticas;

 Sistema de filtração composto por tripla camada filtrante suportada em três


camadas de seixos com processo de retrolavagem automática por motobomba;

 Sistema de recepção e recuperação de água de lavagem dos filtros;

 Sistema de recepção de lodo dos decantadores;

 Sistema de contato para dosagem de corretor de ph, desinfectante e flúor.

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O sistema possui um sistema de acesso através de escada inclinada e proteção contra


quedas através de guarda corpo e passarela construídas em aço carbono que permita o acesso
a qualquer parte da estação.

O sistema de tratamento é capaz de processar águas brutas com as características


constatadas no manancial, mantendo sempre o padrão da potabilidade estabelecido pela
Portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde.

As características físico-químicas e hidrobiológicas deverão apresentar os seguintes


limites máximos:

 Turbidez: ≤ 1.000 NTU;

 PH: 5 – 7;

 Cor aparente : ≤ 250 mg/l PT/CO;

 Ferro Total: ≤ 2 mg/l FE TOTAL;

 Oxigênio consumido em meio ácido: ≤8 mg/l O2.

6.2.2.1 Captação de Água Bruta

O Novo Sistema de Captação se caracteriza pela sucção direta no Rio Saí Mirim
através de bombas do tipo anfíbias, que juntamente com as tubulações de sucção serão
apoiadas em lajes de concreto armado (Figura 09). Os conjuntos de recalque serão em número
de 4, interligados em paralelo sendo um para reserva, e os outros operando com uma vazão
nominal de 120 litros/segundo cada um. O barrilete de sucção e recalque deverão ser em ferro
fundido com flanges no diâmetro de 300 mm, sendo que cada conjunto deverá contar com
uma válvula de retenção para evitar retorno de fluxo.

Para o presente caso, as obras civis restringem-se a execução de lajes em concreto


armado que servirão de base de assentamento dos conjuntos moto-bombas e das tubulações de
sucção e recalque, com 15 cm de espessura e largura de 1,25 m.

As características dos conjuntos moto-bomba para a nova captação são:

 Conjunto moto-bomba anfíbia;

 Modelo referência: Higra, R1-260/40B ou similar;

 Q: 120 litros/segundo;

 Hm: 17,00 m.c.a (metros de coluna d’água).

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Figura 9 - Localização da Nova Unidade de Captação no Rio Saí-Mirim.

6.2.2.2 Sistema de Preparo e Dosagem de Soluções

Esse sistema é composto por 12 bombas dosadoras monocabeçotes de diafragma, com


possibilidade de atender todo o processo, com vazão de até 200 litros/hora com pressão de 2
kgf/cm² e recebendo o sinal analógico 4 – 20 ma. São 6 pontos de dosagem, sendo que em
todos os pontos existe 1 linha e 1 bomba reserva, ou seja, sempre um sistema completo de
dosagem em “stand by”.

Os 4 tanques de armazenamento de produtos químicos são construídos em


polipropileno e apresentam volume útil de 3.000 litros, quantidade suficiente para operação
normal por até 1 dia.

Os agitadores necessários para homogeneização dos produtos químicos utilizados


deverão são construídos aço inox aisi-304, empregando uma rotação máxima de 1750 rpm.

Para instalação desse sistema foi construído uma casa, denominada “casa de química”,
a qual tem 6 metros de largura por 12 metros de comprimento.

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6.2.2.3 Sistema de Medição de Vazão Através de Dispositivo de Mistura


Rápida Medição Instantânea da Vazão

O sistema é composto por uma unidade de medição com leitura direta, através de
régua graduada, construída de acordo com as normas CETESB n° ET-2150 e ISSO 9826.

Além de propiciar leitura direta da vazão, a unidade construída em PRFV (plástico


revestido com fibra de vidro) promove a mistura dos insumos utilizados no processo de
tratamento e apresentar gradiente de velocidade na faixa de 700 - 1100 s-1.

No ressalto hidráulico do canal da Calha Parshall, que possui abertura igual a 12” e
mantém o nível de 0,80m, serão dosados coagulante, corretor de pH e desinfetante.

6.2.2.4 Sistema de Pré-Contato para Mistura de Produtos

O sistema é composto por um tanque prismático construído em concreto estrutural


impermeabilizado com volume igual a 21,9 m³, no interior do tanque, existem 3 chicanas
horizontais para promover a mistura dos reagentes e evitar a presença de zonas mortas,
aumentando assim a eficiência do processo. Através da relação vazão por volume constate-se
que o tempo de retenção hidráulica nesse processo é igual a 1 min. O volume desse tanque é
destinado à uma canaleta, a qual distribui a vazão entre os três módulos de tratamento.

6.2.2.5 Sistema de Floculação Dotado de Floculadores Mecânicos Multi-


Estágios com Inversor de Frequência do Tipo Palhetas
Perpendiculares e Painel Elétrico de Comando

O sistema de floculação é dotado de 06 (seis) floculadores mecânicos de multi-


estágios, sendo 02 (dois) floculadores por módulo, totalizando 06 (seis) câmaras em série por
módulo, com tempo de retenção igual de 40 minutos, possibilitando a obtenção de um
gradiente de velocidade de 90 a 20 s-1. Os floculadores mecânicos são construídos
integralmente em aço carbono SAE 1020, acionados através de motoredutor do tipo de
engrenagens helicoidais com grau de proteção IPW55 possuem inversor de frequência para
controle da rotação, alterando assim os gradientes de velocidade no interior dos tanques de
floculação.

Os tanques de floculação, construídos em concreto estrutural impermeabilizado


possuem formas geométricas e dimensões que possibilitam à obtenção de gradientes de
velocidade adequados a formação de flocos com volume e densidade desejados para o
processo decantação. A divisão entre as subcâmaras nos tanques de floculação é realizada
através de um anteparo de PVC atóxico.

Através de uma tubulação de aço carbono SAE 1020 instalada na parte inferior, a água
floculada é distribuída para o decantador, de modo a equalizar o volume por toda extensão da
próxima etapa. O revestimento dos dispositivos internos em aço carbono SAE 1020 passam
pelo processo de jateamento abrasivo ao grau SA 2.½. E aplicação de epóxi atóxico branco,
formando película seca de no mínimo 300 micrômetros.

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6.2.2.6 Sistema de Decantação Lamelar com Lonas de PVC Atóxicas, Dotados


de Canaletas de Coleta com Vertedores Triangulares

O sistema de decantação é composto por 06 (seis) câmaras de decantação, sendo 02


(dois) decantadores por módulo, dotado de perfis de decantação tipo Tigre. A admissão de
água floculada deverá é realizada através de tubulão central construídos em aço carbono SAE
1020 instalado no fundo do decantador, com aberturas geometricamente definidas a fim de
evitar caminhos preferenciais e promover distribuição uniforme de água ao longo do
decantador. O tubulão possui sistema defletor para aumentar o tempo de residência do
processo e evitar a formação de caminhões preferenciais.

A taxa de aplicação de decantação, que é o volume de líquido aplicado por unidade de


superfície disponível para a sedimentação dos flóculos é igual a 4,97 m³/m².h.

Os perfis de decantação tipo tigre são instalados em ângulo de 60º.

O lodo gerado no processo de decantação é descartado de forma automatizada através


ramais de tiragem com válvulas com de diâmetro nominal de 3” através acionamento
pneumático. As válvulas instaladas são do tipo borboleta, conforme norma API-609 a,
possuem corpo em ferro fundido modular ASTM-A536, borboleta em aço inox ASTM A351,
eixo aço inox AISI 304, vedação EPDM, pressão de trabalho 150 PSIA e corpo monobloco
tipo WAFER SEMILUG.

A coleta da água clarificada é realizada através de uma canaleta construída em aço


carbono SAE 1020 com vertedores triangulares, instalada na parte superior do decantador
com inclinação de 1% no sentido decantador – filtro.

Após a coleta da água clarificada, o volume é acumulado em uma canaleta horizontal


construída em concreto estrutural impermeabilizado para seguinte distribuição no processo de
filtração.

O revestimento dos dispositivos internos em aço carbono SAE 1020 passam pelo
processo de jateamento abrasivo ao grau SA 2.½. E aplicação de epóxi atóxico branco,
formando película seca de no mínimo 300 micrômetros.

6.2.2.7 Sistema de Filtração Composto por Tripla Camada Filtrante


Suportada em Três Camadas de Seixos com Retrolavagem Automática
por Motobomba

O sistema de filtração construído em concreto estrutural impermeabilizado é composto


09 (nove) filtros, sendo 03 (três) filtros por módulo, com canaletas de distribuição calculadas
para admitir a vazão efetiva do processo. Esse conjunto de filtração apresenta fundo falso
independente entre eles, com grelhas construídas em aço carbono SAE 1020 com formas
geométricas que permitam a retenção do material filtrante e passagem de água.

O processo de filtração é do tipo descendente com taxas declinantes, com tripla


camada filtrante composta por carvão antracitoso, areia fina e areia grossa. Além dessa

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camada, sobre a grelha são distribuídas 03 (três) camadas de material suporte com
granulometria definida para que não haja a perda de material filtrante.

Para esse suporte são utilizados seixos rolados de cor bege com a seguinte
granulometria: seixo grosso (3/4” – 1/2”), seixo médio (1/2” – 1/4") e seixo fino (1/4” – 1/8”).
De cada granulometria são colocados 10 centímetros, totalizando assim 30 centímetros. Na
sequência, deverá ser assentados 25 centímetros de areia grossa, com tamanho específico
entre 1,7 a 3,2 mm, seguidos 25 centímetros de areia fina com granulometria 0,7 a 1,2 mm e
por último, a disposição de 65 centímetros de carvão antracitoso de origem mineral com
tamanho específico de 0,6 mm a 1,0 mm sendo indispensável a existência do coeficiente de
uniformidade com valor menor igual a 1,5.

Durante a operação normal, o valor máximo de taxa de filtração é 8 m³/m².h. o


processo de retrolavagem é realizado ao menos a cada 12 horas, mesmo que o filtro não
apresente aspectos visuais de sujeira, evitando assim, a queda da taxa de filtração, a
compactação do meio filtrante e perda de material filtrante devido ao atrito entre as partículas.
Para realização do processo de retrolavagem, é utilizado uma motobomba centrifuga
horizontal de 600m³/h, resultando em uma taxa de retrolavagem de 800 m³/m².dia.

As válvulas existentes no circuito hidráulico do conjunto de filtrações são do tipo


borboleta, conforme norma api-609 a, possuir corpo em ferro fundido modular ASTM-a536,
borboleta em aço inox ASTM a351, eixo aço inox AISI 304, vedação EPDM, pressão de
trabalho 150 PSIA e corpo monobloco tipo WAFER SEMILUG.

Na saída do conjunto de 03 (três) filtros é instalado um sistema regulador de filtração


por meio de um sifão.

O revestimento dos dispositivos internos em aço carbono SAE 1020 passam pelo
processo de jateamento abrasivo ao grau SA 2.½. E aplicação de epóxi atóxico branco,
formando película seca de no mínimo 300 micrômetros.

6.2.2.8 Sistema de Recepção e Recuperação de Água de Lavagem dos Filtros

O sistema de recepção e recuperação de água de lavagem dos filtros é composto por


01 (um) tanque prismático construído em concreto estrutural impermeabilizado, de volume
128 m³ com inclinação de fundo igual a 5%. a entrada de água nesse tanque é proveniente da
retrolavagem dos filtros, a qual gera 100m³ por evento. a água “suja” gerada nesse processo, a
qual contem concentração máxima de 1% de sólidos é reencaminhada para o entrada do
processo, maximizando o tratamento e aumentando sua eficiência. A vazão máxima de recíclo
é fixada em 7% da vazão efetiva, ou seja, 90m³/h.

A remoção da água é realizada através de uma bomba centrífuga horizontal de rotor


aberto.

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6.2.2.9 Sistema de Recepção de Lodo dos Decantadores

O sistema de recepção de lodo dos decantadores por um tanque prismático construído


em concreto estrutural impermeabilizado, de volume 60,5 m³ com inclinação de fundo igual a
5%. A entrada de água nesse tanque é proveniente do descarte de lodo dos decantadores, o
qual gera 1,85 m³ por evento, totalizando aproximadamente 60 m³ em 1 hora o lodo
acumulado nesse tanque é encaminhado ao tanque de equalização da ETE, sendo benéfico
para a remoção de nutrientes como nitrogênio e fósforo.

O lodo acumulado nesse tanque é encaminhado a um Sistema de Desidratação,


composto por centrifuga decanter e adensador mecânico, com as características apresentadas a
seguir.

a) Descrição Técnica – Adensador Mecânico

Equipamento de adensamento/espessamento de lodos provenientes de processos de


tratamento de água ou esgoto, para vazão de 160 m³/h, através da distribuição do lodo
floculado no interior de um tambor rotativo, com uma potência de 1 a 1,5 kW (a baixas
rotações no máximo 11 rpm) composto de 02 telas com malhas de abertura distintas,
específicas para o lodo a ser adensado, proporcionando a drenagem do lodo por gravidade
estas aberturas devem ser de 1,0 mm na primeira tela e de 0,6 mm na segunda tela.

Para otimização do processo de floculação do lodo com o polieletrólito,


principalmente quando o lodo a ser tratado é de difícil formação de flocos grandes e
resistentes, deve ser inserido no processo um reator de floculação que promove a perfeita
mistura do lodo com o polieletrólito usando a própria energia cinética dos fluidos. A
floculação é promovida através da mistura do lodo com o polímero onde todas as suas partes
tais como: tanque e cobertura são de Aço inox AISI 304.

A transferência do lodo floculado do reator de floculação para o adensador mecânico


rotativo é feita sem o uso de bomba utilizando apenas a força da gravidade

Entre o reator de floculação e o tanque de recepção do lodo deve existir um tanque de


homogeneização, pela ação de misturadores lentos para promover um fluxo de alimentação
com a concentração constante.

O lodo floculado é então distribuído para o interior do tambor rotativo,


proporcionando a sua drenagem por gravidade. Para evitar com que partículas sólidas finas
obstruam as aberturas das telas, o adensador rotativo deve ser provido de dispersores de água
a uma pressão de no mínimo 4 bar e com acionamento temporizado, permitindo assim uma
maior flexibilidade no controle do tempo de lavagem. O lodo adensado flui através do tambor
até extremidade oposta do cilindro.

 Descrição/Especificação

 Construção:

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O tambor deve ser apoiado em eixos em aço liga e em mancais de rolamentos de


polietileno de alta densidade. O coletor, poço de descarga de líquidos e outros componentes
devem ser fabricados em Aço Inox AISI 304.

O reator de floculação deve ser construído em Aço Inox AISI 304 e suas flanges em
polipropileno.

A cobertura do adensador rotativo deve ser em plástico reforçado com fibra de vidro,
proporcionando uma cobertura leve e eficaz.

 Reator de Floculação

O reator de floculação de lodo é fabricado em Aço Inox AISI 304.

A perfeita mistura entre o lodo e a solução do polieletrólito ocorre aproveitando a


energia cinética da movimentação dos fluidos.

O lodo floculado deve fluir por gravidade diretamente ao dispositivo de adensamento,


de forma a evitar turbulência excessiva e consequente quebra dos flocos. O lodo deve ser
inserido no tambor por um bocal de alimentação o qual direciona o fluxo de lodo para o
interior do tambor rotativo.

 Telas de Filtração

A tela deve ser em polyester monofilamento com emendas para serem presas por um
fio de material polimérico de 0,9 mm de diâmetro.

O tempo de troca da tela, quando necessário, deve ter um tempo aproximado de 1,5
horas sem a necessidade de desmontagens da estrutura.

A tela não deve ser afetada por solventes ou ácidos, nem a ambientes alcalinos com
pH superior a 11.

Deve haver duas tela com aberturas distintas entre o tambor, na primeira etapa a tela
deve ser mais fina com uma abertura de 0,6 mm para a filtração do particulado mais fino, na
segunda parte deve haver uma tela mais grossa com abertura de 1 mm.

A vida útil da tela deve ser de, aproximadamente, 20.000 horas, na ausência de objetos
cortantes e desgaste mecânico.

Entre a tela filtrante e o tambor rotativo deve possuir uma vedação de borracha para
melhorar a fixação da tela e evitar a contaminação de sólidos no clarificado.

 Tensionamento da Tela de Filtração

A tensão da tela deve poder ser ajustada desde o mínimo requerido para o correto
deslocamento da tela.

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O sistema de tensionamento da tela deve ser composto por braçadeiras de Aço Inox
AISI 304.

A tela já deve ser manufaturada na medida dos tambores, regulando o seu ajuste por
intermédio de uma cinta de borracha entre a tela e o tambor e pela braçadeira regulável.

 Desaguamento

O desaguamento deve ser realizado através de drenagem por gravidade, com o lodo
sendo transportado pela tela filtrante rotativa, a qual deve ter uma leve inclinação ajustável de
acordo com o tipo de lodo sendo do adensado, o coletor deve ser conformado de forma a
promover o fluxo do clarificado até um bocal de saída localizado na extremidade do
equipamento. Devem haver dispersores de água para possibilitar a remoção dos sólidos
localizado nas regiões intersticiais, sem quebrar os flocos. O ajuste destes dispositivos deve
ser manual e possibilitar a remoção ou manutenção se necessário durante a operação.

O lodo adensado flui no sentido da outra extremidade no interior do tambor rotativo o


qual conforme o lodo caminha para esta extremidade vai sendo adensado e à água vai sendo
desaguada.

 Sistema de Lavagem da Tela

A água clarificada proveniente do adensamento por gravidade deve ser coletada em


um bocal de 100 mm próprio para sua recepção e poder ser encaminhada a um tanque para
servir ao sistema de lavagem da tela (opcional). O tanque de água de lavagem deve ser
conectado à água de serviço de forma a permitir o uso do filtrado ou água de serviço.

Uma bomba de alta pressão deve succionar a água do tanque de lavagem e alimentar
uma linha de sprays para lavagem da tela de filtração com uma pressão de no mínimo de 4
bar.

 Acionamento

O acionamento do equipamento deve ser efetuado através de um motorredutor com


inversor de frequência para rotação da tela e bomba de alimentação a qual deve estar ligada ao
eixo do tambor.

O acionamento deve proporcionar rotação variável através de um inversor de


frequência, o qual controla a velocidade do tambor e da bomba de alimentação que deve estar
acoplado diretamente ao redutor.

 Sistemas de Controle

O sistema de controle do adensador mecânico rotativo deve contar com as seguintes


funções:

 Controle do sequencial de partida e parada do equipamento;

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 Monitorar o equipamento e seus componentes auxiliares para as


seguintes condições;

 Operação remota do equipamento no sequencial de partida e parada,


através de microprocessador;

 Deve existir um botão de emergência para o intertravamento do


sistema.

Dados Gerais

Tipo do lodo: Lodo de ETA


Tipo de trabalho: Adensamento

Dados de Dimensionamento – Adensador ALDRUM MEGA

Dias por semana: 7


Horas por dia: 24

Vazão Unitária do Equipamento

Volumétrica (m³/h): 70 a 90
Carga de sólidos (kg/h): 500 a 800

Número de Unidades

Operação 1
Reserva: 1

Alimentação de Sólidos

Concentração (%): 0,7 -1

Adição de Polímero

Consumo (kg/ton MS): 2a4


Concentração (%) 0,25

Consumo (kg/ton MS):

Consumo (kg/ton MS): 2a4


Concentração (%) 0,25

Performance Estimada:

Torta

Secagem da torta (%) 2,0 – 5,0

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Especificação do Adensador Mecânico Rotativo Aldrum Mega

Dados Básicos

 Quantidade: ................................................................................................. 01

 Frequência de operação: ............................................................Até 24 horas/dia

 Largura da tela de filtração: ............................................................0,4 / 0,8 mm

 Consumo de floculante:...2 a 4 kg / tonelada de lodo seco, dependendo do tipo


de lodo;

 Material da tela:............................................................Poliéster monofilamento;

 Velocidade da tela: ...........................................................Até 11 rpm (ajustável)

Acionamento do Tambor

 tipo: .....................................................motorredutor com inversor de frequência

Sistema de lavagem da tela

 tipo: ...............................................................................................linha de sprays

 vazão: ........................................................................................de 1,0 a 3,2 m³/h

 pressão: ...........................................................................................mínimo 3 bar

Painel de controle

 funções: comandos gerais e do sequencial de partida e parada, como também


manter o intertravamento com equipamentos auxiliares. Opera em automático e
manual.

Materiais de construção

Telas: ..................................................poliéster monofilamento (20.000 horas vida útil)

Coletor do clarificado: ..............................................................................aço inoxidável

Potência Elétrica requerida

Motor de acionamento: ..................................................................................1 a 1,5 kW

Reator de floculação

floculador: ....................................................................................................tipo vertical

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b) Centrifuga Decanter

Equipamento de desidratação de lodo tipo decanter centrífugo para fazer a separação


em duas fases (líquida/sólida) através da força centrifuga, atingindo-se a clarificação e
separação de uma fase líquida com poucos sólidos e uma fase sólida com alto teor de sólidos.

A descarga do líquido clarificado se dá por bocais reguláveis de acordo com o


processo e o tipo de lodo. A descarga é contínua através de coletor com saída vertical.

A descarga de sólidos se dá por bocais revestidos por buchas de metal duro,


promovendo assim uma maior resistência ao desgaste. Sua descarga também é contínua.

Todas as partes que entram em contato com o produto são de aço inoxidável AISI 316.
A hélice da rosca transportadora também é de aço inoxidável AISI 316 com proteção de metal
duro nas aletas da rosca na zona sujeita a maior abrasão.

O rotor é fabricado em aço inoxidável AISI 316 e composto por uma câmara cilíndrica
envolvendo a rosca de aço inoxidável AISI 316. A face interna do rotor contem ranhuras para
possibilitar arraste otimizado do sólido, alcançando-se assim boa desidratação da torta.

A estrutura alinhada e compacta sustenta o conjunto rotativo com rolamentos


principais em ambas as extremidades. Os amortecedores estão dispostos embaixo da estrutura
e são fabricados em aço carbono.

O rotor é acionado por um motor elétrico e a transmissão é feita por polias e correias
tipo “V”. A rotação é transferida para a rosca por meio de uma caixa de engrenagens
planetária de dois estágios e a diferença de velocidade entre o rotor e a rosca é obtida por um
sistema de acionamento traseiro, que poderá opcionalmente ser feito através de um motor
secundário gerenciado eletronicamente por um controlador automático de rotação chamado
BBC – Basic Controller.

Dados Gerais

Tipo do lodo: Lodo adensado


Tipo de trabalho: Desaguamento

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Dados de Dimensionamento – Centrífuga Decanter ALDEC 45

Dias por semana: 7


Horas por dia: 16 - 24

Vazão Unitária

Volumétrica (m³/h): 20 a 25
Carga de sólidos (kg/h): 630

Número de Unidades

Operação 1
Reserva: 1

Alimentação de Sólidos

Concentração (%): 3,5

Adição de Polímero

Consumo (kg/ton MS): 2a6


Concentração (%) 0,25

Performance Estimada:

Torta

Secagem da torta (%): 18 a 20


Recuperação de Sólidos (%): 93 - 97

c) Balanço de Massa Proposto para o Sistema

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d) Destinação Final do Lodo

O lodo desidratado será acondicionado em caçambas metálicas estacionárias, e será


periodicamente transportado até o local de destinação final, no Aterro Sanitário ESSENCIS,
localizado no Município de Joinville – SC.

6.2.2.10 Sistema de Contato para Dosagem de Corretor de pH,


Desinfectante e Flúor.

O sistema de contato para dosagem é composto por um tanque prismático construído


em concreto estrutural impermeabilizado, de volume 450 m³ com 10 chicanas horizontais
dispostas ao longo do tanque. O objetivo da instalação das chicanas é evitar a criação de
caminhos preferencias e promover a mistura entre os reagentes.

No início é dosado hipoclorito de sódio para promover a desinfecção, seguido de flúor


e por último o corretor de ph. De acordo com a portaria 2.914/11, o tempo necessário para
manutenção do residual de cloro livre é 14 minutos. Se utilizada a relação de volume pela
vazão efetiva, tem-se o tempo de retenção hidráulica de 20 minutos.

6.2.2.11 Plataforma de Acesso

Para a visualização do processo de tratamento em todas as unidades, é fornecido e


instalado guarda-corpo construídos em aço carbono SAE 1020 de acordo com a norma NR-12
em toda a extensão do sistema, permitindo com segurança acesso para manutenções a todos os
acionamentos hidráulicos, mecânicos e outros.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

O revestimento das plataformas e guarda-corpos de acesso compreendido por


jateamento abrasivo ao grau Sa 2. ½. E na sequência, aplicação de esmalte sintético na cor
amarela segurança no padrão m 5 y 8/12 formando película seca de 100 micrômetros.

6.2.3 Reservatório de Água Tratada (RAT)

Na área da ETA está sendo previsto um reservatório “pulmão” com capacidade de


2.000 m³, o que equivale a aproximadamente 1,5 horas de produção de água, no início de
plano.

Este reservatório será do tipo apoiado ou semienterrado, de formato retangular,


construído em estrutura de concreto armado, e permitirá assegurar a vazão de água produzida
constantemente para distribuição, mesmo na ocorrência de redução ou paralisação da
produção de água tratada.

6.2.4 Estação Elevatória de Água Tratada (EEAT)

A distribuição de água tratada a partir do RAT de 2.000 m³ será feita por meio de
bombeamento, prevendo-se, para tanto a construção de uma Estação Elevatória de Água
Tratada (EEAT) equipada com 05 (cinco) conjuntos de recalque, sendo 04 (quatro) operando
e 01 9um) reserva, com vazão máxima de 125 litros/segundo cada um.

6.2.5 Adutoras e Redes de Distribuição

Atualmente o sistema de distribuição de água potável de Itapoá estende-se a partir da


ETA para os extremos norte (Foz do Saí Mirim) e extremo sul (Pontal) através de sub-
adutoras cujos diâmetros variam de 250 a 100 mm, com as micro distribuições em diâmetros
variando de 75 a 50 mm, todos em PVC. Para a nova configuração de vazão projetada, a
localização da nova ETA, foram verificados os ramais de sub-adução para o atendimento do
sistema.

Desta forma a concepção procurou manter o máximo possível das tubulações


existentes, sendo reforçadas por novas linhas de sub-adução. Os reforços foram
dimensionados a partir da ETA, ramificando-se em dois ramais, o qual denominamos Ramal
do Saí Mirim e Ramal do Pontal.

Para o dimensionamento dos reforços, foram mapeados os setores de atendimento


definidos no cadastro comercial e a partir do número de economias atuais (2011) foram
calculadas as populações totais de cada setor. Tendo as populações atuais de cada setor foram
então projetadas as populações ano a ano para cada setor, até o ano de 2042 (final de plano).
Com as populações setorizadas, foram definidos em cada nó, as vazões pontuais e então
dimensionados os reforços para as sub-adutoras, considerando a vazão máxima diária por
tratar-se de sub-adução, além de que serão também implantados reservatórios ao longo do
sistema, que garantirão os picos de vazão horárias.

Desta forma, as características da distribuição do sistema ficaram definidas conforme


se mostra na Tabela 1 a seguir.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Tabela 1 - Tabela das características da tubulação de água tratada existente no Município de Itapoá-SC e
os reforços que serão implantados.
Diâmetro Extensão (m)
Material
(mm) Existente Reforço/Ampliação
50 PVC 204.295 -
75 PVC 1.952 -
100 PVC 5.915 -
150 PVC 21.416 -
200 PVC 615 -
250 PVC 8.829 -
50 PVC-PBA - 917
75 PVC-PBA - 3.008
100 PVC-PBA - 6.152
150 PVC DEFºFº - 5.113
200 PVC DEFºFº - 7.256
250 PVC DEFºFº - 12.356
300 PVC DEFºFº - 5.992
400 PVC DEFºFº - 5.494
500 PVC DEFºFº - 2.973
SUBTOTAIS 243.022 49.261
TOTAL 292.283

6.2.6 Reservatórios de Distribuição

Os volumes úteis dos reservatórios propostos para o município de Itapoá


correspondem, no mínimo, aos volumes necessários para atender às variações de consumo em
cada ano de controle, acrescido de 20% para levar em conta as incertezas dos dados
utilizados, de acordo com a Norma de Projeto de Reservatórios de Água para Abastecimento
Público – NBR – 12217 – dez /93.

Desta forma, considerou-se, em função de outros projetos elaborados para outras


Companhias de Gestão e Operação de Abastecimento Público de Água, que o volume de
reservação seja de 20% do Volume Máximo Diário projetado.

 Reservação Necessária

A tabela seguir apresentada a seguir, mostra os valores de reservação previstos:

Tabela 2 - Volumes e reservação de água tratada previstas até o fim da concessão.

ANO DE RESERVAÇÃO
CONCESSÃO (m3)

1 3.391,41
2 3.487,73
3 3.620,35

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ANO DE RESERVAÇÃO
CONCESSÃO (m3)

4 3.792,93
5 4.010,12
6 4.278,36
7 4.618,70
8 5.019,09
9 5.154,34
10 5.293,14
11 5.488,04
12 5.582,03
13 5.642,60
14 5.703,75
15 5.765,49
16 5.827,84
17 5.890,76
18 5.954,32
19 6.018,48
20 6.083,26
21 6.148,72
22 6.218,86
23 6.233,54
24 6.239,67
25 6.237,29
26 6.228,26
27 6.218,15
28 6.226,47
29 6.264,28
30 6.304,40

 Definição dos Reservatórios de Distribuição

A concepção proposta para o SAA prevê a implantação de 7 novos Reservatórios de


Distribuição, distribuídas em 3 Centros de Reservação, com as seguintes capacidades:

• 01 Reservatório de 2.000 m³;

• 04 Reservatórios de 1.000 m³;

• 02 Reservatórios de 500 m³.

A modulação proposta para os reservatórios a serem implantados em cada Centro de


Reservação será a seguinte:

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Tabela 3 - Quantidade de Reservatórios de água tratada e suas capacidades de reservação.

QUANTIDADE DE
CENTRO DE RESERVATÓRIO/CAPACIDADE RESERVAÇÃO
RESERVAÇÃO (m³)
500 m³ 1.000 m³ 2.000 m³
CR-ETA - - 1 2.000
CR-1 1 1 - 1.500
CR-2 1 1 - 1.500
CR-3 - 2 - 2.000
TOTAL 2 4 1 7.000

A implantação dos reservatórios ao longo do Período de Concessão ocorrerá, a


princípio, de acordo com a seguinte cronologia:

Tabela 4 - Cronologia do volume de armazenamento de água tratada nos reservatórios durante o período
de concessão.
CAPACIDADE DE RESERVAÇÃO/ANO (m³/ano)
CENTRO DE
RESERVAÇÃO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
ANO 22
1 2 3 4 5 6 ao 14 15 16 ao 21 23 ao 30

CR-ETA 2.000 - - - - - - - -

CR-1 - - 1.000 - - - 500 - - -

CR-2 - - 1.000 - - - - - 500 -

CR-3 - - - 1.000 - 1.000 - - - -

SUBTOTAIS - 2.000 2.000 1.000 - 1.000 500 - 500 -


CAPACIDADE
- 2.000 4.000 5.000 6.000 6.000 6.500 6.500 7.000 7.000
INSTALADA

As datas previstas para a implantação dos Reservatórios estão de acordo com plano de
metas da Concessão, conforme contrato com a Prefeitura Municipal de Itapoá.

 Localização dos Reservatórios de Distribuição

O Reservatório de Distribuição de Água Tratada com capacidade para 2.000 m³ (CR-


ETA) será implantado na área destinada à implantação da Estação de Tratamento de Água
(ETA).

A localização dos demais Centros de Reservação, onde serão instalados os


Reservatórios com capacidade para 500 e 1.000 m³, encontra-se indicada na Figura
apresentada a seguir, salientando-se que, esta localização foi inicialmente definida apenas
para fins de concepção do sistema. Como as áreas necessárias para a implantação dos Centros
de Reservação são de pequenas dimensões, as mesmas poderão ocupar lotes comuns e,
portanto, sua localização será definida futuramente na época de implantação, em função da
disponibilidade de lotes desocupados no momento.

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Figura 10 - Localização dos Centros de Reservação que serão construídos.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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 Características da Área (Zoneamento)

As áreas onde serão implantados os Centros de Reservação, que conterão os


Reservatórios de Distribuição de Água Tratada, estão localizados no perímetro urbano do
Município de Itapoá, na Zona Urbana 1 (ZURB 1), de uso predominantemente residencial,
conforme Mapa de Zoneamento da Ocupação e Uso do Solo Urbano, que integra o Plano
Diretor Municipal.

O referido mapa com a localização dos Centros de Reservação, encontra-se


reproduzido a seguir.

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Figura 11 - Zoneamento urbano dos locais onde serão implantados os Centros de Reservação.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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6.2.7 Estações Elevatórias (Boosters)

Para o cenário imediato, deverão ser implantadas três estações elevatórias do tipo
"Booster on line", que pressurizam as linhas de distribuição para manter as pressões e o
abastecimento ao longo do tempo.

A necessidade de aumento de produção e diminuição de custos, aliada a necessidade


de variação de sistemas fez com que fossem desenvolvidos um infinidade de equipamentos
com as mais diversas variedades de aplicação. Um destes equipamentos é o inversor de
frequência, cujo princípio básico é controlar a velocidade de motores de indução trifásicos, a
partir da geração de tensão e frequência ajustáveis.

Desta forma os bombeamentos projetados deverão ser providos de inversores de


frequência e deverão ser automatizados, para acionarem o conjunto de recalque a partir de um
range de pressão pré-definidos. Assim quando a pressão na linha estiver abaixo do
especificado, o bombeamento deverá entrar em operação até que as pressões nas linhas se
estabilizem no valor máximo pré-definido.

Os três conjuntos de recalque deverão operar com as características descritas a seguir.

 Booster 1

Deverá ter capacidade para bombear uma vazão da ordem de 180 litros/segundo contra
uma altura manométrica total de 40 mca.

 Booster 2

O Booster 2 deverá ter capacidade para bombear uma vazão de aproximadamente 90


litros/segundo, vencendo uma altura manométrica total de 30 mca.

 Booster 3

Deverá ter capacidade para realizar o bombeamento da vazão da ordem de 100


litros/segundo, contra uma altura manométrica de 40 mca.

6.3 MÃO DE OBRA NECESSÁRIA

A Equipe Técnica de Produção (Obras) na ETA deverá ser composta por: 1 (um)
Engenheiro de Estruturas - Residente, 1 (um) Técnico de Produção, 1 (um) Supervisor de
Montagem de Formas e Escoramentos/cimbramentos, 1 (um) supervisor de Armação de
Ferragem, 1 (um) Supervisor de concretagem, desmoldagem e Impermeabilização e 1 (um)
Supervisor de montagens mecânicas.

A estimativa de ocupação de mão de obra direta é que sejam envolvidos 40


trabalhadores na implantação da ETA.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

6.4 Cronograma de Implantação.

Sistemas de Abastecimento de Água de Itapoá - SC


Ano 1
ITEM ATIVIDADE P/R
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SAA P

1.1 Obtenção da LAI - SAA (Concessionária) P


1.2 Execução das Obras Previstas Para o SAA P
1.2.1 Unidade de Captação P
1.2.2 Adutora de Água Bruta - AAB P
1.2.3 Estação de Tratamento de Água - ETA 350L/s P
1.2.3.1 Serviços Preliminares P
1.2.3.2 Desmatamento, Destocamento e Limpeza P
1.2.3.3 Movimento de Terra P
1.2.3.4 Fundações P
1.2.3.5 Estruturas de Concreto P
1.2.3.6 Assentamentos P
1.2.3.7 Fechamentos P
1.2.3.8 Revestimentos e Tratamento de Superfícies P
1.2.3.9 Instalações Prediais P
1.2.3.10 Instalações de Produção P
1.2.3.11 Pavimentação P
1.2.3.12 Obras da Áreas Externas e Urbanização P
1.2.3.13 Testes, Comissionamento e Treinamento P
1.2.3.14 Início da Operação da ETA P
1.2.4 Ampliação da ETA +100L/s P
1.2.5 Reservatório de Água Tratada - RAT 2.000 m3 P
1.2.6 Estação Elevatória de Água Tratada - EEAT-1 P
1.2.7 Adutoras de Água Tratada - AATs P
1.2.8 Centro de Reservação - 1 (1.000 m3) P
1.2.9 Centro de Reservação - 2 (1.000 m3) P
1.2.10 Centro de Reservação - 3 (1.000 m3) P
1.2.11 Booster - 1 P
1.2.12 Booster - 2 P
1.2.13 Booster - 3 P
1.2.14 Redes de Distribuição (Reforço/Ampliação) P
1.2.15 Ligações Novas P

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

6.5 Estimativa de Investimento a ser Realizado

Os investimentos totais previstos para o empreendimento são da ordem de R$


29.643.000,00 (Vinte milhões seiscentos e quarenta e três mil reais), referindo ao projeto para
execução final.

7. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO

A definição das áreas de influência corresponde à delimitação do espaço geográfico a


ser direta ou indiretamente afetado pelas alterações ambientais, positivas ou negativas,
decorrentes da implantação e operação da Estação de Tratamento de Água e sua Captação
para o Município de Itapoá/SC.

Para os diagnósticos dos Meios Físico e Biótico e Antrópico foram consideradas as


seguintes áreas de influência: Área Diretamente Afetada - ADA e Área de Influência Direta –
AID e Área de Influência Indireta – AII.

7.1 Área Diretamente Afetada (ADA) - Estação de Tratamento de Água e


Estrada de Acesso

A Área Diretamente Afetada foi delimitada pelas intervenções diretas da implantação


e operação da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Itapoá/SC e estrada de acesso
(Figura 12), sendo elas: a área do terreno destinado à implantação da ETA, com uma área de
7.000 m², e estrada de acesso com área de 5.225,80 m², totalizando uma área de 12.225,80 m²
com seus limites extremos localizados sob as coordenadas geográficas conforme a Tabela 5.

A área de implantação da ETA está inserida em uma área de 60.000 m² a ser


desmembrada, onde também será implantada a Estação de Tratamento de Efluente Sanitários
do Município.

Tabela 5 - Coordenadas geográficas das extremidades da Área Diretamente Afetada (ADA) da Estação de
Tratamento de Água e estrada de acesso, localizada no Município de Itapoá, SC.
Coordenadas geográficas (DATUM WGS84)
Pontos Sul Norte
ETA 1 737476,90 7112615,64
ETA 2 737576,32 7112626,39
ETA 3 737533,91 7112088,71
ETA 4 737633,33 7112099,47
Estrada 1 737547,65 7112878,59
Estrada 2 737571,68 7112877,47
Estrada 3 737564,72 7112812,83
Estrada 4 737584,71 7112811,84
Estrada 5 737566,81 7112695,78
Estrada 6 737586,94 7112697,15
Estrada 7 737574,36 7112626,19
Estrada 8 737594,39 7112628,36

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

7.2 Área de Influência Direta (AID) - Estação de Tratamento de Água e Estrada


de Acesso

A Área de Influência Direta é aquela sujeita aos impactos diretos provenientes da


implantação e operação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Município de
Itapoá/SC.

Portanto, para o presente caso, foi definida como:

 Meio Físico - abrange a Bacia Hidrográfica do Rio Saí-Mirim, totalizando em


uma área de 191 km2.

 Meio Biótico - abrange uma faixa de 300 metros do entorno da ADA.

7.3 Área Diretamente Afetada (ADA) - Captação de Água Bruta

A Área Diretamente Afetada para instalação da estrutura de captação de água bruta, a


qual bombeará água até a Estação de Tratamento foi definida como uma área de
aproximadamente 200 m², localizada as margens do Rio Saí-Mirim, logo, em Área de
Preservação Permanente (APP), conforme a Figura 13. Essa área não possui vegetação ciliar,
sendo caracterizada como área de pastagem.

7.4 Área de Influência Direta (AID) - Captação de Água Bruta

A Área de Influência Direta para a captação de água bruta ficou definida como uma
área de 300 metros do entorno da ADA para o meio biótico meio físico e socioeconômico, a
mesma área definida para a Estação de Tratamento de Água (Figura 13).

7.5 Área de Influência Indireta (AII) – Regional

Abrange a totalidade da área urbana do Município de Itapoá, que equivale a 36,79


km². Vale lembrar que estão incluídas além da região consolidada da área urbana, que
equivale a 20,71 Km2 (56%), as áreas disponíveis para futura expansão que delimita 16,08
Km2 (44%). Dentro dessas áreas estão contemplados os 07 (sete) bairros da área urbana
municipal, a saber: Barra do Saí; Itapema do Norte; Itapoá; Pontal do Norte; Bom Retiro;
Camboão e Figueira do Pontal.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 12 - Imagem da localização da Área de Influência Diretamente Afetada (ADA) e de Influência Direta (AID) do local de implantação da ETA no Município de
Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 13 - Imagem da localização da Área de Influência Diretamente Afetada (ADA) e de Influência Direta (AID) do local de implantação da Captação de água Bruta
para a ETA no Município de Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

7.6 ASPECTOS LEGAIS

Atualmente o Estado e os Municípios, através das instituições públicas, da população


ou ações diretas, coletivas ou individuais, concentram esforços para exercer uma política
ambiental cada vez mais efetiva visando alcançar um desenvolvimento mais próximo dos
conceitos da sustentabilidade. Esta nova concepção busca atender aos anseios da sociedade no
sentido de propiciar uma qualidade de vida melhor.

Este esforço pode ser observado na legislação brasileira no que diz respeito à
implantação de obras de infraestrutura. Tal ação tem levado a sociedade ao exercício de uma
política de cobrança cada vez mais efetiva, e vigilância constante, a fim de se fazer cumprir a
legislação ambiental, norteando a sociedade rumo ao comprimento da mesma.

7.6.1 Legislação Federal

Os diplomas federais que possuem relação com o empreendimento podem ser


visualizados através da Tabela 6.

Tabela 6 - Legislação Federal relacionada à implantação da Estação de Tratamento de Água no Município


de Itapoá, SC.

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


- Determina que todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações (Art. 225); -
Estabelece que o agente que explorar
Constituição
Institui a Constituição da República recursos minerais fica obrigado a recuperar
Federal de
Federativa do Brasil. o meio ambiente degradado (Parágrafo 2); -
1988
Lança o fundamento da Lei de Crimes
Ambientais, determinando que as condutas
e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados
(Parágrafo 3).
- Objetiva a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental
Institui a Política Nacional do Meio
Lei 6.938, de 31 propícia à vida, visando assegurar no País,
Ambiente; Institui o Sistema Nacional
de agosto de condições ao desenvolvimento
do Meio Ambiente - SISNAMA e o
1981 socioeconômico, aos interesses da
Conselho Nacional do Meio
segurança nacional e à proteção da
dignidade humana (Art. 2);
- Estabelece que a avaliação dos impactos
ambientais (Inciso III) e o licenciamento e a
revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras (Inciso IV) são
Ambiente - CONAMA. Instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente (Art. 9). - Determina que a
construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadoras de recursos

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


ambientais, considerados efetiva e
potencialmente poluidores, bem como os
capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental, dependerão de
prévio licenciamento (Art. 10).
- Determina que As florestas existentes no
território nacional e as demais formas de
vegetação, reconhecidas de utilidade às
terras que revestem, são bens de interesse
comum a todos os habitantes do País,
exercendo-se os direitos de propriedade,
Lei 4.771, de 15
com as limitações que a legislação em
de setembro de Institui o Código Florestal.
geral e esta Lei estabelecem (Art. 1); -
1965
Define as áreas que são consideradas
Áreas de Preservação Permanente (Arts. 2
e 3); - Determina que a supressão de
vegetação nestas áreas somente poderá
ser autorizada em caso de utilidade pública
ou de interesse social (Art.4).
Resolução
Dispõe sobre parâmetros, definições Define, em seu artigo 3, as áreas
CONAMA 303,
e limites das Áreas de Preservação consideradas áreas de Preservação
de 20 de março
Permanente. Permanente (APP).
de 2002.
- Determina que o órgão ambiental
competente somente poderá autorizar a
intervenção ou supressão de vegetação em
APP, mediante procedimento administrativo
autônomo e prévio, e atendidos os
requisitos previstos na legislação
competente, nos seguintes casos: I -
utilidade pública (...) (Art. 1); - Aborda a
questão das medidas ecológicas, de caráter
mitigador e compensatório (art. 4); -
Determina que o órgão ambiental
competente estabelecerá, no bojo do
processo de licenciamento ambiental,
Dispõe sobre os casos excepcionais, previamente à emissão da autorização para
Resolução de utilidade pública, interesse social intervenção ou supressão de vegetação em
CONAMA 369, ou baixo impacto ambiental, que APP, as medidas ecológicas, de caráter
de 28 de março possibilitam a intervenção ou mitigador e compensatório, que deverão ser
de 2006. supressão de vegetação em Área de adotadas pelo empreendedor (Art. 5); -
Preservação Permanente. Estabelece que as medidas de caráter
compensatório consistem na efetiva
recuperação ou recomposição das APP e
que a mesma deverá ocorrer na mesma
sub-bacia hidrográfica, e, prioritariamente,
na área de influência do empreendimento
(Inciso I), ou nas cabeceiras dos rios (Inciso
II) (Art. 5 - Parágrafo 2); - Estabelece que
o órgão licenciador deve cadastrar no
Sistema Nacional de Informação de Meio
Ambiente-SINIMA as informações sobre
licenças concedidas para as obras, planos
e atividades enquadradas como de utilidade
pública ou de interesse social (Art. 15).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


- Determina as formações florestais nativas
e ecossistemas integrantes do Bioma Mata
Atlântica (Art. 1); - Considera utilidade
pública as obras essenciais de
infraestrutura de interesse nacional
destinadas aos serviços públicos de
transporte, saneamento e energia,
declaradas pelo poder público federal ou
dos Estados (Art. 3); - Determina que a
supressão de vegetação primária e
Lei 11.428, 22 Dispõe sobre a utilização e proteção
secundária no estágio avançado de
de dezembro de da vegetação nativa do Bioma Mata
regeneração somente poderá ser
2006. Atlântica, e dá outras providências.
autorizada em caso de utilidade pública,
sendo que a vegetação secundária em
estágio médio de regeneração poderá ser
suprimida nos casos de utilidade pública e
interesse social, em todos os casos
devidamente caracterizados e motivados
em procedimento administrativo próprio,
quando inexistir alternativa técnica e
locacional ao empreendimento proposto
(Art. 14).
Lei 5.197/67, de Utilizada para interpretação de atividades
Dispõe sobre a proteção à fauna e dá
03 de janeiro de que causam impacto sobre a fauna
outras providências.
1967 silvestre.
Estabelece em seu Art. 8° A intervenção ou
a supressão de vegetação nativa em Área
Lei 12.651, de Dispõe sobre a proteção da
de Preservação Permanente somente
25 de maio de vegetação nativa; entre outras, áreas
ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública,
2012. de Preservação Permanente
de interesse social ou de baixo impacto
ambiental previstas nesta Lei.
Decreto Altera e acrescenta dispositivos ao
Trata da compensação financeira para
N°6.848, de 14 Decreto n°4.340 de 22 de agosto de
Estudos de Impacto Ambiental e
de maio de 2002, para regulamentar a
Respectivo Relatório – EIA/RIMA.
2009 compensação ambiental.
- Estabelece que é proibido, em todo o
território nacional, o aproveitamento
econômico, a destruição ou mutilação dos
Lei 3.924, de 26 sítios, inscrições e objetos arqueológicos
Dispõe sobre os monumentos
de julho de (Art. 3); - Define que o direito de realizar
arqueológicos e pré-históricos.
1961 escavações para fins arqueológicos, em
terras de domínio público ou particular,
constitui-se mediante permissão do
Governo da União (Art. 8).
Estabelece os procedimentos necessários à
Portaria SPHAN
Dispõe sobre a permissão de comunicação prévia, permissões e
07, de 01 de
pesquisas, prospecção e escavações autorizações para realização de pesquisa,
dezembro de
em sítios arqueológicos. prospecção e escavação de sítios
1988
arqueológicos.
Portaria IPHAN Define os procedimentos para obtenção
Dispõe sobre as licenças ambientais
230, de 17 de das licenças ambientais referentes à
relacionadas aos sítios
dezembro de apreciação e acompanhamento das
arqueológicos.
2002 pesquisas arqueológicas no país.
Institui a Política Nacional de - Adota a bacia hidrográfica como unidade
Recursos Hídricos, cria o Sistema de planejamento e reconhece o valor
Lei 9.433, de 8
Nacional de Gerenciamento de econômico da água (Art. 1); - Concede a
de janeiro de
Recursos Hídricos, regulamenta o outorga pelo poder público do direito de uso
1997
inciso XIX do art. 21 da Constituição dos recursos hídricos, para fins de
Federal, e altera o art. 1° da Lei n° consumo final, insumo de processo

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


8.001, de 13 de março de 1990, que produtivo ou lançamento de resíduos entre
modificou a Lei n° 7.990, de 28 de outros usos (Art. 5).
dezembro de 1989.

Dispõe sobre a criação da Agência


Nacional de Águas - ANA, entidade
Lei 9.984, de 17 federal de implementação da Política Criação da Agência Nacional das Águas
de julho de Nacional de Recursos Hídricos e de (ANA) e do Sistema Nacional de
2000 coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Gerenciamento de Recursos
Hídricos, e dá outras providências.
- Estabelece classes de enquadramento
dos corpos d’água e nortea o controle dos
Resolução efluentes líquidos; - Estabelece que os
CONAMA 20, Dispõe sobre a classificação das órgãos de controle ambiental poderão
de 18 de junho águas. acrescentar outros parâmetros ou tornar
de 1986. mais restritivos os estabelecidos nesta
Resolução, tendo em vista as condições
locais (Art. 15).
Resolução
CONAMA 274,
Dispõe sobre a balneabilidade das Estabelece as categorias de balneabilidade
de 29 de
águas. das águas.
novembro de
2000.
Dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes
Resolução
ambientais para o seu
CONAMA 357, Estabelece a classificação das águas e os
enquadramento, bem como
de 17 de março padrões de lançamento de efluentes.
estabelece as condições e padrões
de 2005
de lançamento de efluentes, e dá
outras providências.
- Estabelece as condições, parâmetros,
Dispõe sobre as condições e padrões
padrões e diretrizes para gestão do
Resolução de lançamento de efluentes,
lançamento de efluentes em corpos de
CONAMA 430, complementa e altera a Resolução
água receptores, alterando parcialmente e
de 13 de maio 357, de 17 de março de 2005, do
complementando a Resolução 357, de 17
de 2011 Conselho Nacional do Meio Ambiente
de março de 2005, do Conselho Nacional
-
do Meio Ambiente.
Estabelece os procedimentos e
Portaria 518, de - Estabelece os parâmetros para análise da
responsabilidades relativos ao
25 de março de qualidade da água e padrão de
controle e vigilância da qualidade da
2004 do potabilidade; - Dita os deveres e obrigações
água para consumo humano e seu
Ministério da de nível federal, estadual e municipal
padrão de potabilidade, e dá outras
Saúde quanto à qualidade das águas.
providências.
Estabelece definições e
procedimentos sobre o controle de
qualidade da água de sistemas de Controle da qualidade da água de sistemas
Decreto 5.440,
abastecimento e institui mecanismos de abastecimento e divulgação de
de 4 de maio de
e instrumentos para divulgação de informações a respeito da qualidade da
2005
informação ao consumidor sobre a água ao consumidor.
qualidade da água para consumo
humano.
Norma
Avaliação do ruído em áreas Estabelece os níveis de ruído aceitáveis
Brasileira ABNT
habitadas visando ao conforto da para áreas habitadas visando o conforto da
NBR
comunidade. comunidade.
10.152/1987
Norma Estabelece critérios de classificação e
Classificação dos resíduos sólidos.
Brasileira ABNT códigos para a identificação dos resíduos

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


NBR de acordo com suas características.
10.004/2004
Estabelece os requisitos para os produtos
químicos utilizados em sistemas de
Norma Produtos químicos utilizados no
tratamento de água para consumo humano
Brasileira ABNT tratamento de água para consumo
e os limites das impurezas nas dosagens
NBR humano - Efeitos a saúde -
máximas de uso indicadas pelo fornecedor
15.784/2009 Requisitos.
do produto, de forma a não causar prejuízo
à saúde humana.
Norma Fixa as condições exigíveis na elaboração
Projeto de estação de tratamento de
Brasileira ABNT de projeto de estação de tratamento de
água para abastecimento público -
NBR água destinada à produção de água potável
Procedimento
12.216/1992 para abastecimento público.

7.6.2 Legislação Estadual

Os diplomas estaduais que possuem relação com o empreendimento podem ser


visualizados através da Tabela 7.

Tabela 7 - Legislação Estadual relacionada à implantação da Estação de Tratamento de Água no


Município de Itapoá, SC.

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


- Estabelece como princípio fundamental do
Estado, a defesa do meio ambiente e da
Constituição do qualidade de vida (Art. 153, Inciso I); -
Estado de Santa Incumbe ao Estado uma série de
Catarina, de 5 Constituição Estadual determinações relacionadas à preservação do
de outubro de meio ambiente (Art. 182); - Determina as
1989 áreas de interesse ecológico, o qual
dependerá de prévia autorização dos órgãos
competentes (Art. 184).
Estabelece que a supressão de vegetação em
área de preservação permanente poderá ser
autorizada em caso de utilidade pública,
interesse social, intervenção ou supressão
eventual e de baixo impacto ambiental,
Lei 14.675, de Institui o Código Estadual do Meio
devidamente caracterizados e motivados em
13 de abril de Ambiente e estabelece outras
procedimento administrativo próprio, quando
2009 providências.
inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto ou quando a
compensação proposta beneficia o meio
ambiente aumentando a área protegida (Art.
119).
Estabelece que as florestas e demais formas
de vegetação nativa, úteis à manutenção e
Lei 10.472, de Dispõe sobre a Política florestal
conservação das terras que revestem são
12 de agosto de do Estado de Santa Catarina e
consideradas bens de interesse comum a
1997 adota outras providências.
todos os cidadãos, exercendo-se o seu uso
com as limitações previstas em lei (Art. 2).
Garante a proteção e a melhoria da qualidade
Lei n° 5.793, de Dispõe sobre a proteção e ambiental de mananciais de água, bacias
16 de outubro de melhoria da qualidade ambiental hidrográficas, restingas, praias, nascentes,
1980 e dá outras providências. outros, de maneira a compatibilizar o
desenvolvimento econômico e social com a

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


preservação e proteção da qualidade
ambiental. Lagunas, entre

Decreto Regulamenta dispositivos da Lei


Estadual 14.250, n° 5.793, de 15 de outubro de Regulamenta os dispositivos da Lei n° 5.793,
de 5 de junho de 1980, referentes à proteção e a de 16 de outubro de 1980.
1981 melhoria da qualidade ambiental.
Aprova a Listagem das Atividades Determina que cada atividade possui um
Consideradas Potencialmente código considerando a sua natureza, porte e o
Causadoras de Degradação estudo exigido para cada caso: 34.31.00 -
Resolução
Ambiental passíveis de Captação, adução e/ou tratamento de água
CONSEMA n°
licenciamento ambiental pela para abastecimento público Pot.
003, de 25 de
Fundação do Meio Ambiente - Poluidor/Degradador: Ar: P Água: P Solo: P
março de 2008
FATMA e a indicação do Geral: P Porte: Q <= 50: pequeno (RAP) 50 <
competente estudo ambiental Q < 300: médio (RAP) Q >= 300: grande
para fins de licenciamento. (EAS)
Compatibiliza a ação humana, em qualquer de
suas manifestações, com a dinâmica do ciclo
Lei Estadual hidrológico no Estado de Santa Catarina, e
Dispõe sobre a Política Estadual
9.748, de 30 de garante que a água possa ser controlada e
de Recursos Hídricos, e dá outras
novembro de utilizada, em padrões de qualidade e
providências.
1994 quantidade satisfatórios, por seus usuários
atuais e pelas gerações futuras, em todo o
território do Estado de Santa Catarina (Art. 2).
- Estabelece que toda pessoa proprietária de
ou responsável por sistema de abastecimento
de água deve obter a aprovação do serviço de
saúde competente, para a sua instalação e
utilização, submetendo-se às normas
regulamentares, entre a quais as referentes à
tomada de amostras para análise, fiscalização
técnica de aparelhos e instrumentos e ainda
Lei Estadual garantir a segurança e potabilidade da água
Dispõe sobre normas gerais de
6.320, de 20 de (Art. 32); - Determina que toda pessoa está
saúde, estabelece penalidades e
dezembro de proibida de poluir e/ou contaminar os
dá outras providências.
1983 mananciais de superfície e subterrâneo, tais
como a água de curso e fonte, ou qualquer
outra unidade de sistema de abastecimento de
água, como adutora, reservatório e rede de
distribuição (Art. 33); - Determina que toda
pessoa responsável por sistema de
abastecimento público de água deve proceder
conforme as normas técnicas relativas à
fluoração e outros procedimentos (Art. 34).
Regulamenta os artigos 32, 33,
Decreto
34 e § 1° do artigo 40, da Lei n° Aprova os artigos referentes ao abastecimento
Estadual 24.981,
6.320 de 20 de dezembro de de água da Lei Estadual 6.320, de 20 de
de 14 de março
1983, que dispõem sobre dezembro de 1983.
de 1985
abastecimento de água.
Enquadra os cursos d'água do
Portaria
Estado de Santa Catarina na
SEPLAN CG 24,
classificação estabelecida pela Enquadra os cursos d'água do Estado de
de 19 de
Portaria GM 0013, de 15 de Santa Catarina em classe 1, 2 e 3.
setembro de
janeiro de 1976 do Ministério do
1979
Interior.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


Trata da contaminação do corpo
hídrico em função do lançamento
Portaria 17, de Estabelece que as substâncias existentes no
de efluente de lavagem dos
18 de abril de efluente não poderão causar efeitos tóxicos
decantadores e filtros sem
2002 FATMA em organismos aquáticos (Art. 1 e 2).
tratamento, devido ao descarte de
areia e resíduos do gradeamento.

7.6.3 Legislação Municipal

As obras que constituem a construção do empreendimento em questão abrangem um


Município em especial no Estado de Santa Catarina, o Município de Itapoá. Os Municípios
em geral possuem legislação própria relativa a diversos temas, a exemplo das regras para a
promoção do adequado ordenamento territorial, mediante o planejamento e controle do uso do
solo, do parcelamento e da ocupação do solo urbano. Assim sendo, a Tabela 8 apresenta os
instrumentos legais do Município de Itapoá.

Tabela 8 - Legislação Estadual relacionada à implantação da Estação de Tratamento de Água no


Município de Itapoá, SC.
Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento
- competência do Município em proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas (Art. 14); - competência do Município,
através de seu Plano Diretor, em dia.
Obrigatoriedade da Prefeitura Municipal em zelar
pela proteção ambiental em todo o território do
Município, (...) e articular-se com órgãos federais e
Institui a Lei Orgânica e
Lei Orgânica do estaduais competentes para fiscalizar ou proibir, no
o Plano Diretor do
Município de Itapoá Município, atividades que, direta ou indiretamente: I -
Município de Itapoá
Lei Municipal n° Criem ou possam criar condições nocivas ou
Institui o Código de
006/2003 ofensivas à saúde, à segurança e ao bem-estar
Postura do Município.
público; II - Prejudiquem a fauna e a flora; III -
Disseminem resíduos com óleo, graxa e lixo; IV -
Prejudiquem a utilização dos recursos naturais para
fins de utilização doméstica, agropecuária, de
piscicultura, recreativa e para outros fins perseguidos
pela comunidade (Art. 56spor sobre a proteção e
fiscalização ambiental (Art. 172).
Obrigatoriedade da Prefeitura Municipal em zelar
pela proteção ambiental em todo o território do
Município, (...) e articular-se com órgãos federais e
estaduais competentes para fiscalizar ou proibir, no
Município, atividades que, direta ou indiretamente: I -
Criem ou possam criar condições nocivas ou
Lei Municipal n° Institui o Código de
ofensivas à saúde, à segurança e ao bem-estar
006/2003 Postura do Município
público; II - Prejudiquem a fauna e a flora; III -
Disseminem resíduos com óleo, graxa e lixo; IV -
Prejudiquem a utilização dos recursos naturais para
fins de utilização doméstica, agropecuária, de
piscicultura, recreativa e para outros fins perseguidos
pela comunidade (Art. 56).
Dispõe sobre o Divide o Município em zonas; dentre elas, a Zona
Lei n° 204/2008 zoneamento da Especial de Interesse Social, na qual há interesse
ocupação e uso do solo público na complementação da infraestrutura urbana

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Legislação Conteúdo Relação com o empreendimento


urbano do Município de ou dos equipamentos comunitários (Art. 17).
Itapoá e dá outras
providências.
- Define a Zona Especial como aquela que apresenta
os ecossistemas primitivos em diversos estágios de
conservação ou completamente degradados e que
deverão estar submetida a normas específicas de
Lei Complementar Institui o Zoneamento
manejo, uso e ocupação (Art. 9); - Define que as
Municipal n° Ecológico Econômico
disposições desta Lei não se aplicam a
021/2008 Municipal.
empreendimentos considerados de utilidade pública
e a áreas com planos de manejo aprovados, que
permanecerão regidos pela legislação ambiental em
vigor (Art. 17).
- Cria o Serviço Autônomo Municipal de Água e
Esgoto (SAMAE), como entidade autárquica
Municipal (Art. 1); - Compete ao SAMAE administrar,
Lei Municipal 161, Cria o Serviço operar, manter, conservar e explorar, diretamente, os
de 14 de julho de Autônomo Municipal de serviços de água potável e de esgotos sanitários;
1992 Água e Esgoto. lançar, fiscalizar e arrecadar as tarifas e taxas dos
serviços de água e esgotos e ainda taxas de
contribuição que incidem sobre terrenos beneficiados
com tais serviços (Art. 2)
Dispõe sobre a gestão
Atribui ao Departamento de Serviços Públicos, a
Decreto Municipal do serviço de
Secretaria de Obras e Serviços Públicos a gestão do
378, de 27 de abastecimento de água
Serviço de Abastecimento de água e Coleta e
fevereiro de 2007 e coleta e tratamento de
Tratamento de esgoto sanitário.
esgotos sanitários.
- Assegura a proteção da saúde da população e a
salubridade do meio ambiente urbano e rural, além
de disciplinar o planejamento e a execução das
ações, obras e serviços de saneamento básico do
Município (Art. 1); - Dá competência ao Município
de organizar e prestar direta ou indiretamente os
serviços de saneamento básico de interesse local
(Art. 7); - Determina que a prestação dos serviços
Institui a Política
Lei Municipal 294, de saneamento básico atenderá a requisitos mínimos
Municipal de
de 11 de junho de de qualidade, incluindo a regularidade, a
Saneamento Básico e
2010 continuidade e aqueles relativos aos produtos
dá outras providências.
oferecidos, ao atendimento dos usuários e às
condições operacionais e de manutenção dos
sistemas, de acordo com as normas regulamentares
e contratuais (Art. 22); - Determina que os
prestadores de serviços de saneamento básico
deverão prestar informações sobre o serviço, atender
ao usuário e assegurar amplo e gratuito acesso às
informações (Art. 25).
Aprova o Plano - Aprova o Plano Municipal de Saneamento Básico
Decreto Municipal Municipal de do Município de Itapoá, para os serviços,
1.205, de 27 de Saneamento Básico do infraestruturas e instalações operacionais dos
setembro de 2010 Município de Itapoá e dá sistemas de abastecimentos de água e esgoto
outras providências. (Art.1).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

8. DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO

8.1 Clima

O clima de uma região é definido por fatores como radiação solar, latitude,
continentalidade, massas de ar e correntes oceânicas. Tais fatores regem os elementos
climáticos como temperatura, precipitação, umidade do ar, e pressão atmosférica, que por sua
vez definem os tipos de clima das regiões.

Segundo dados da Prefeitura Municipal de Itapoá, o clima é Tropical Úmido com


chuvas distribuídas, sem muita oscilação ao longo do ano. A temperatura média anual fica em
torno de 20°C. A umidade relativa do ar média é de 87,18% e a precipitação média anual de
1.904,00 mm.

Adicionalmente, segundo a classificação de Koppen o clima na região é definido como


Temperado Úmido com Inverno Seco e Verão Quente, enquadrado como Cfa, o que indica
temperaturas moderadas com chuvas bem distribuídas e verão quente (Figura 14).

Figura 14 - Regiões climáticas do Brasil, demonstrando o tipo de clima em Itapoá: Cfa, segundo a
classificação de Koppen.

A seguir apresenta-se o regime mensal ao longo do ano dos principais elementos


climáticos, baseado em séries históricas de dados de estações meteorológicas de Joinville e
São Francisco do Sul, uma vez que Itapoá não dispõe de uma estação com esta amplitude de
informações.

 Precipitação

A estação meteorológica do INMET de São Francisco do Sul possui uma série história
de dados pluviométricos de 26 anos de observação, de 1929 a 1988, porém com algumas
falhas. O gráfico da precipitação média mensal resultante destes dados mostra que não há um

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período de seca ao longo do ano, e que o período chuvoso em Itapoá ocorre no verão, nos
meses de janeiro a março (Figura 15).

No período chuvoso (de janeiro a março) a pluviometria média é de 246 mm e, no


inverno (junho a agosto) a média é de 92mm. A precipitação média mensal global obtida
desta série histórica é de 151 mm e a média anual é de 1.847 mm.

Figura 15 - Precipitação média mensal ao longo do ano (1929 a 1988). Fonte: Agência Nacional de Águas -
Estação Meteorológica INMET São Francisco (hidroweb.ana.gov.br).

 Circulação Atmosférica

Em consequência da posição geográfica, da conformação dos terrenos da região e da


proximidade do mar, o segmento em estudo é fortemente defendido dos ventos frios que
sopram de sudoeste e levemente influenciado pelo oceano, através de massas de ar frio que
sopram de sudeste, o que proporciona chuvas copiosas a leste e nordeste da região e menor
pluviosidade a sota-ventos das cadeias de montanhas.

 Umidade Relativa do Ar

O grau de umidade da região nordeste de Santa Catarina é de maneira geral, elevado,


alcançando de 84% a 86% no litoral e serras litorâneas.

A análise feita a partir dos dados obtidos através da Estação Meteorológica de São
Francisco do Sul permitiu observar que o mês que evidenciou o maior valor de umidade
relativa do ar foi o mês de agosto (88,9%) e, que evidenciou o menor valor de umidade
relativa foi o mês de dezembro (85,2%). A média anual obtida foi de 87,2% (Figura 16).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 16 - Distribuição mensal da umidade relativa do ar. Fonte: EPAGRI/UNIVILLE In


(RioInterportConsult, 2010).

 Temperatura

Os dados obtidos a partir da Estação Meteorológica de São Francisco do Sul


resultaram em uma temperatura média de 20,5°C, sendo os meses de janeiro e fevereiro de
2008 os mais quentes, alcançando médias de 24,4°C, e o mês de julho, o mês mais frio com
média de 16,5°C (Figura 17).

Figura 17 - Temperatura média mensal no ano de 2008. Fonte: EPAGRI/UNIVILLE In


(RioInterportConsult, 2010).

8.2 Geologia e Geomorfologia

8.2.1 Escopo de Trabalho e Metodologia Adotada

O escopo de trabalho e a metodologia adotada para a presente investigação constou da


consulta e da análise das informações existentes sobre os modelos de projeto final de
engenharia para a locação da Estação de Tratamento de Água - ETA, que se destinam a

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Implantação dos dispositivos de processamento de água necessários à cidade de Itapoá; da


análise da documentação cartográfica e temática existente sobre a região, incluindo a planta
Topográfica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - Folha SG-22-Z-B-II-
2/III-1, escala 1:50.000, 1981, a Carta Geológica do Estado de Santa Catarina na escala
1:500.000, 1986, O Mapa Rodoviário do Estado de Santa Catarina, escala 1:750.00, 2009,
fotografias e imagens de satélite; da análise da legislação ambiental pertinente ao
envolvimento da questão; de documentos de referência e de informações de cunho técnico de
interesse.

Aliada a pesquisa documental, foram desenvolvidas, investigações "in loco” -


Inspeções de Campo, em que se procurou caracterizar e detalhar do ponto de vista, Geológico,
Geotécnico, Hidrológico - Hidrográfico e Ambiental a área útil propriamente dita e todos os
pontos que poderiam interferir na adequação da futura obra, o que permitiu o entendimento de
todo espaço que envolve as intervenções que serão encetadas para a implantação da estação e
tudo a que ela estiver ligado.

Pôde-se assim, encaminhar e avaliar a melhor forma de se dispor a implantação dos


dispositivos de tratamento dentro de critérios técnicos de ocupação, de distribuição, de
fundação, de movimentação de terra, de critérios ambientalmente corretos e sustentáveis.

8.2.2 Abrangência Regional

8.2.2.1 Fisiografia

No contexto regional a área objeto das investigações está inserida numa superfície que
se acha subordinada a influência do oceano Atlântico e a planície Litorânea Marinha a leste, a
influência da planície Litorânea Marinha a norte e aos terrenos dos Núcleos Migmatíticos de
Injeção Polifásica de São Francisco do Sul, da Sequência Terrígena do Complexo
Metamórfico Brusque e da planície Litorânea Marinha a oeste e a sul do ponto de inserção do
empreendimento.

Distribui-se basicamente, pela Bacia Hidrográfica do rio Saí-Mirim e seus afluentes da


margem esquerda o rio Água Branca do Norte e o córrego Trevisa e da sua margem direita o
córrego Jaguaruna, nas proximidades das Serras do Leste Catarinense, sobre a Planície
Litorânea do norte do estado de Santa Catarina, porção setentrional das folhas topográficas, na
escala 1:50.000 - Garuva e São Francisco do Sul.

Insere-se, nas cercanias, abrangidas pelos terrenos Arqueanos - terrenos dos Núcleos
Migmatíticos de Injeção Polifásica de São Francisco do Sul e pelos terrenos da Sequência
Terrígena do Complexo Metamórfico Brusque já citados, e especialmente sobre os terrenos
Cenozoicos - Sedimentos Continentais e Marinhos, condicionada por um relevo plano de
planície.

O local apoia a sua economia nas cidades de Joinville, maior cidade do Estado de
Santa Catarina, de vocação industrial; em Garuva, cidade norte litorânea catarinense e em
Guaratuba - cidade balneária, do estado do Paraná.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

8.2.2.2 Litótipos Emergentes

Em termos amplos, o Estado de Santa Catarina evidencia em seu território, do leste


para o oeste, a faixa de Sedimentos Cenozoicos - Marinhos e Continentais; o domínio das
rochas do Embasamento Cristalino; o Segmento das rochas Sedimentares pertencentes à Bacia
Sedimentar do Paraná e as rochas Vulcânicas da Formação Serra Geral de idade Mesozoica,
também pertencente à bacia mencionada.

A área objeto de estudos envolve uma superfície contida entre as serras litorâneas
catarinenses e as imediações da cidade de Itapoá-SC.

A superfície objeto dos estudos é limitada pelos paralelos 26° 04’ 24” e 26° 05’ 24”,
de latitude sul e os meridianos 48° 41’ 30” e 48° 42’ 42”, de longitude oeste.

Para o estudo geológico da região contou-se, entre outras coisas, com a orientação
cartográfica das folhas topográficas de São Francisco do Sul - SG-22-Z-B-II-1 / MI- 2870/2 e
MI-2871/1 e Garuva SG-22-Z-B-II-1 / MI-2870/1, IBGE-1981 e fotografias aéreas tomadas
pelas empresas Cruzeiro do Sul, escala 1:25.000, 1978.

A orientação geológica foi basicamente obtida da publicação Textos Básicos de


Geologia e Recursos Minerais de Santa Catarina - Mapa Geológico do Estado de Santa
Catarina - 1986, na escala 1:500.000 e o Mapa Geológico e de Recursos Minerais do Sudeste
de Santa Catarina, 1995, na escala 1:100.000 entre outros trabalhos realizados de escala
regional consultados, como o Atlas de Santa Catarina, convênio RADAMBRASIL / Estado de
Santa Catarina,1986.

O reconhecimento geológico regional, a dispêndio do que possa parecer, foi de grande


importância para se encaminhar previamente e se antecipar a tomada de decisões no que diz
respeito ao licenciamento da superfície objetivada, incluindo etapas como as da análise
locacional; se constituiu em massa crítica para a base de assentamento das fundações das
edificações de alvenaria que irão ser construídas; para a avaliação das reais condições de
estabilidade dos maciços de terra; para a avaliação das questões de envolvimento hidrológico
e ambiental; para a avaliação das condições de acesso ao local e para a indicação dos locais de
ocorrência de materiais de construção.

Fisiograficamente a área objeto da caracterização, está inserida em uma região do


litoral catarinense de direção geral NE-SE, em um Domínio Geológico em que é possível se
identificar o complexo de formas de relevo dos modelados de Desnudação e Acumulação,
acontecidos durante o tempo geológico.

Abrangem os Núcleos Migmatíticos de Injeção Polifásica de São Francisco do Sul, os


terrenos que caracterizam a Sequência Terrígena do Complexo Metamórfico Brusque -
Arqueano, e o substrato que compõe a planície Litorânea Marinha catarinense - Sedimentos
Marinhos - Cenozoicos.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

A Sequência Terrígena entidade litológica componente do Complexo Metamórfico


Brusque incluído nas formas morfológicas do domínio de desnudação / dissecação,
representada em parte dos terrenos que contornam a superfície objeto dos estudos, se constitui
de xistos, granada micaxistos, metacalcários, mármores metarenitos, meta vulcânicas ácidas e
filonitos de origem diversos com dobramentos polifásicos isoclinais. Grada em todos os
níveis para a Sequência Vulcano-Sedimentar do mesmo Grupo.

Os Núcleos Migmatíticos de Injeção Polifásica de São Francisco do Sul entidade


geotectônica constituinte do Escudo Catarinense, incluído também nas formas de relevo do
domínio de desnudação / dissecação, aflorante nas proximidades da área de estudos é uma
unidade litoestratigráfica que se distribui de São Francisco do Sul até as proximidades de
Garuva e se constitui de parte da crosta antiga remobilizada, caracterizada por exposições de
granitoides foliados diversos, não diferenciados, associados a remanescentes de xistos
supracrustais e magmáticos.

Os Sedimentos Marinhos Cenozoicos que se distribuem desde o terciário até o


quaternário estão relacionados a processos marinhos e de movimentos oscilatórios do nível
relativo do mar, são caracterizados por terraços e sedimentos marinhos inconsolidados,
constituídos por areias quartzosas finas e médias, bem a moderadamente selecionadas que se
desenvolvem em profundidade com espessuras da ordem de dezena de metros.

Não é incomum se observar dentro do pacote arenoso, horizontes de solos, argilosos,


argilo siltosos e argilo silto arenosos, com espessura variável e extensão lateral também
variável.

Esses materiais podem ser observados em grande parte da região e na área de estudos,
propriamente dita.

Pequenas exposições de depósitos aluviares atuais - Sedimentos Continentais,


relacionados a processos fluviais, são verificadas dentro do domínio marinho ao longo das
margens e das bacias de inundação dos cursos d’água que constituem esse ambiente.

A Tabela 9 apresente de modo simplificado o esboço geológico descrito


anteriormente.

Tabela 9 - Esboço geológico, simplificado.


COLUNA ESTRATIGRÁFICA
Terraços e Sedimentos
Sedimentos Marinhos-TQ
Marinhos Inconsolidados
Granitoides Foliados Diversos
Núcleos Migmatíticos de Injeção não Diferenciados Associados
Polifásica de São Francisco do Sul- a Remanescentes de Xistos
API(B-)b2 Supracrustais e Migmatitos de
Injeção

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

COLUNA ESTRATIGRÁFICA
Xistos, Granada Micaxistos,
Metacalcários, Mármores
Núcleos Migmatíticos de Injeção
Metarenitos, Meta Vulcânicas
Polifásica de São Francisco do Sul-
Ácidas e Filonitos de origem
A(T-B)t2
diversos com dobramentos
polifásicos isoclinais

Diversos tipos de bens minerais acham-se associados ao Cenozoico de Santa Catarina,


dentre os quais, destacam-se as argilas e os caulins - relacionados aos depósitos residuais; as
turfas, os diatomitos e os concheiros naturais - relacionados aos depósitos transicionais e as
turfas, conchas calcárias, os diatomitos, as areias quartzosas e as argilas de planícies de
inundação - relacionados a depósitos contidos na planície costeira.

8.2.2.3 Geomorfologia

Tendo em conta o modelado e as compartimentações regionais, o relevo do Estado de


Santa Catarina, correlacionados os domínios geotectônicos e morfológicos, apresenta
vinculado às grandes províncias geológicas verificadas no Estado, quatro domínios distintos e
bem característicos.

O domínio do Litoral, abrangendo formas do modelado continental - marinho; o do


Embasamento Cristalino Exposto, representado por terrenos arqueanos, proterozóicos e eo-
paleozóicos, onde as antigas estruturas orogênicas estabilizadas exibem feições de sucessivos
ciclos de desnudação, basculamentos e falhamentos; a Cobertura Sedimentar de Plataforma
relacionada às rochas da sequência gowduânica associadas a processos de desnudação
periférica e o Capeamento ou Planalto Basáltico-Arenítico, o planalto catarinense .

A região que cobre a superfície objeto da caracterização se insere sobre 2 (dois) dos
Domínios Morfológicos representativos do estado catarinense: o Litoral, constituído pelo
complexo de formas do modelado continental - marinho, derivadas essencialmente de
processos de acumulação homogêneo e diferencial, durante o cenozoico e o Embasamento
Cristalino Exposto, derivado essencialmente de processos de desnudação .

No que tange as formas de relevo representativas do Embasamento Cristalino Exposto


de Santa Catarina no entorno do local, destacam-se as formas enquadradas no Domínio
Morfoestrutural do Embasamento em Estilos Complexos, na Região Morfoestrutural das
Serras do Leste Catarinense, na Unidade Geomorfológica das Serras do Tabuleiro/Itajaí - D2 /
Dm1.

De outra sorte, o Domínio do Litoral, está representado no mesmo universo, pela


Região Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares, na Unidade Geomorfológica das
Planícies Costeiras, representada pela Planície Litorânea Marinha, adstrita à orla oceânica.

A Planície Litorânea Marinha apresenta no seu interior modelados de acumulação


marinha, constituído de cordões litorâneos arenosos - Am e de acumulação flúviomarinha -

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Afm, resultante de acumulações fluviais e marinhas, sujeitas ou não a inundações periódicas,


representadas por rios e terraços arenosos.

8.2.2.4 Pedologia

Em termos, pedológico, os tipos de solos que ocupam a região que envolve o local
onde será implantada a Estação de Tratamento de Água são os Podzólicos Vermelho-
Amarelo Latossólico álico; os Cambissolos álicos e os Pdzóis Indiscriminados, relacionados
respectivamente, aos litótipos intemperizados das Serras do Leste Catarinense e as Planícies a
eles adstritas; aos litótipos remanescentes das Escarpas e Reverso da Serra do Mar e as
Planícies Coluvio Aluvionares a eles relacionadas e os relacionados à Planície Litorânea.

Os solos Podzólicos Vermelho-Amarelo Latossólico álicos, compreendem solos


minerais, não hidromórficos, com horizonte B textural, mais profundos, com menor
diferenciação de horizontes e usualmente com menor gradiente textural que os Pdzólicos
Vermelho-Amarelos típicos.

São ainda intermediários para os Latossólos Vermelho-Amarelos, diferindo destes por


apresentar maior, contraste entre horizontes, perfis menos espessos, maior relação textural
B/A e maior desenvolvimento de estrutura no horizonte B.

Apresentam sequência de horizontes A, B e C, com o horizonte A do tipo proeminente


ou moderado, de textura argilosa e ocasionalmente média e estrutura granular em blocos sub-
angulares, pequena a média, fraca e moderada.

O horizonte B apresenta cores bruna forte ou vermelho-amarela.

Quando possui cerosidade ela é fraca, moderada ou pouca.

A relação silte / argila normalmente é baixa.

São solos de baixa fertilidade natural e de baixas altitudes, ocorrendo entre 15,0m e
100,0m, característico de relevo forte ondulado a ondulado.

São derivados de rochas do Pré-Cambriano.

Os Cambissolos álicos, derivados de rochas Pré-Cambrianas, compreendem solos


minerais, não hidromórficos, com horizonte B incipiente, definido pelo baixo gradiente
textural, pela média a alta relação silte/argila ou pela presença de minerais primários de fácil
decomposição.

A cerosidade quando presente nunca passa de fraca e pouca.

Normalmente tem sequência de horizontes A, (B) e C, constatando-se variações


quanto à profundidade do sólum, cor, textura e estrutura. A textura é argilosa.

São solos de baixa fertilidade e ocorrem em revelo fortemente ondulado a


montanhoso.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Os Cambissolos derivados dos sedimentos aluviais - interregno das elevações, são de


textura variável, dependente dos sedimentos que lhe deram origem, com predominância para
os que apresentam a fração síltica.

Neste caso apresentam fertilidade variável e ocorrem em áreas de relevo plano e suave
ondulado, próximos aos rios e linhas de drenagem.

Os solos Pdzol Indiscriminados são solos minerais com horizonte B pdzol, que se
caracteriza por ser um horizonte de acumulação e precipitação de matéria orgânica e
compostos amorfos de alumínio com ou sem ferro eluvial.

São solos que normalmente apresentam uma sequência de horizontes A, A2, Bh, e/ou
Bir, podendo, ocorrer horizontes Bhir.

No horizonte A, a cor predominante é o bruno-acinzentado-escura a preta, com o


horizonte A2 com cores mais claras, variando de bruno-amarelada ao bruno- acinzentado,
com espessura muito variável e textura arenosa.

As cores do horizonte B variam do bruno-amarelada no Bir a bruno-acinzentado-


escuro no Bh ou no Bhir, devido aos compostos orgânicos e sesquióxidos livres,
principalmente de ferro, que conferem ao horizonte diversos graus de dureza.

São solos mal ou muito mal drenados.

Em épocas de intensa pluviosidade observa-se o encharcamento do terreno em


superfície.

São solos ácidos de baixa fertilidade, com baixos teores de nutrientes.

São observados 02 (dois) tipos de horizonte A, um turfoso e outro moderado. Os


turfosos se constituem de solos hidromórficos.

Ocorrem em relevo plano de baixa declividade, na Planície litorânea e derivam de


sedimentos lacustres e marinhos.

Estão associados a areias quartzosas marinhas, tendo como inclusão solos de


manguezais.

8.2.2.5 Intemperismo

Quanto ao Intemperismo, na região de abrangência do projeto há uma equivalência


entre o intemperismo Químico e o Físico.

Neste Modelo o que se verifica é um forte intemperismo químico, de média ação


eólica, mínimos movimentos de massa e forte erosão pluvial.

Assim os litótipos dos Núcleos Migmatíticos de Injeção Polifásica de São Francisco


do Sul e da Sequência Terrígena do Complexo Metamórfico Brusque que circundam a

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

superfície objeto dos estudos, apresentam um manto de alteração da ordem de dezena de


metros - superior a 10,0m, e os Sedimentos Marinhos e Fluviomarinhos, são também
profundos, no local, pouco trabalhados, função da inclinação característica do modelado e do
baixo gradiente hidráulico ali observado.

8.2.2.6 Geotécnica

Da mesma forma que para o intemperismo, os tipos de rochas e sedimentos aflorantes


na região, nas imediações e no local de inserção da Estação, são condicionantes do bom ou do
mau desempenho do suporte do terreno utilizável; das condicionantes de estabilidade de
cortes e aterros; da maior ou menor profundidade do nível d’ água-NA e do nível freático-NF;
do amolgamento, de adensamentos e de recalques; da suscetibilidade à erosão externa e
interna dos materiais sujeitos a implantação das obras de engenharia e da facilidade ou
dificuldade de disponibilidade de materiais de construção.

A pequena variedade litológica - suas alterações e a pequena exposição destes litótipos


na região mais proximal do local da futura implantação favorece em parte a execução de
aterro, se necessário à estruturação da Estação de Tratamento.

Os materiais que serão atravessados no local objetivado são materiais de


características físicas e geomecânicas relativamente favoráveis às cargas que serão aplicadas
na futura superfície de estruturação; na resposta a estabilidade de fundações a serem
implantadas e como suporte de camadas de aterro em apoio aos trabalhos de implantação da
Estação.

Os granitoides expostos na região, mostram um manto de alteração da ordem de


dezena de metros, se constituindo, a partir, da superfície externa do terreno, de horizontes de
solos maduro - SM - 1,0m a 1,5m de espessura, com resistência a compressão simples
variando entre ac~1,0kg/cm2 e ac~8,0kg/cm2; normalmente entre ac~1,0kg/cm2 e
ac~3,0kg/cm2; de solo saprolítico - SS - 7,0m a 10,0m de espessura, com resistência a
compressão simples variando entre ac~1,5kg/cm2 e ac~10,0kg/cm2; de saprólitos - SA -
10,0m a 20,0m de espessura, com resistência a compressão simples compreendida entre
ac~10,0kg/cm2 e ac~30,0kg/cm2 e dos demais horizontes de alteração de rocha, rocha
altamente intemperizada - RAi, com resistência a compressão simples variando entre
ac~30,0kg/cm2 e ac~90,0kg/cm2; rocha medianamente intemperizada - RMi, com resistência
a compressão simples compreendida entre ac~90,0kg/cm2 e ac~180,0kg/cm2 e rocha
levemente intemperizada - RLi, com resistência a compressão simples situada entre
ac~180,0kg/cm2 e ac~250,0kg/cm2, até se alcançar a rocha "sã”, que apresenta resistência à
compressão simples superior ac~250,0kg/cm2 - 25,0 MPa.

Estes materiais nas passagens mais soerguidas - elevações, mostram níveis d’água-
NA, normalmente, profundos, da ordem de metros a dezena de metros - 3,0m até superiores a
10,0m.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 18 - A imagem fotográfica mostra o solo maduro-SM, superficial, seguido do solo saprolítico- SS,
mais profundo, característico da alteração intempérica dos granitoides presentes na região Fonte: Cicero
Mario Bortoluzzi-Out/2010.

Os sedimentos litorâneos expostos na região, componentes das planícies marinha e


Fluviomarinha se constituem de materiais caracterizados por solos argilosos, argilo siltosos,
silto argilosos, argilo arenosos e arenosos, com espessura e distribuição lateral variáveis, com
baixa capacidade de suporte, com resistência a compressão simples baixa, situando-se entre
ac~0,0kg/cm2 e ac~1,5kg/cm2, e que via, de regra, cresce à medida que a profundidade
aumenta.

O nível d’água, destes terrenos, é francamente superficial em muitos casos ou pouco


profundo, da ordem do metro.

Figura 19 - O dispositivo fotográfico mostra o solo arenoso característico da planície litorânea, da região.
Fonte: Cicero Mario Bortoluzzi-Out/2010.

Quanto às formas de erosão e os processos de ruptura e escorregamento susceptíveis


de ocorrerem na região que envolve a superfície estabelecida para abrigar a Estação de
Tratamento o que se espera é que ocorram erosões lineares da superfície externa do terreno, se
não forem prevenidas e controladas, durante o processo de edificação das estruturas

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

pertinentes à Estação e os escorregamentos previsíveis de se instalarem durante os trabalhos


de execução do local são os do tipo queda de material na vertical, se algum talude de
escavação for estabelecido com ângulo de inclinação inadequado a sua estabilidade.

Esses tipos de instabilidades são facilitadas pelas condições de friabilidade, de


incoerência, de porosidade e de permeabilidade que dominam os terrenos arenosos que
predominam na região mais próxima do local objetivado para a implantação das edificações
de alvenaria.

As condições do substrato arenoso que predomina na região, quando destituído da


inclusão de estratos mais compressíveis, oferecem boas condições para o assentamento de
aterros mesmo de certa altura, sem a adição de recalques diferenciais.

O escoamento superficial das águas pluviais fica na região um pouco prejudicado em


virtude do Baixo gradiente hidráulico existente e deve ser considerado nos procedimentos de
implantação da Estação de Tratamento.

Do acesso ao local de estudos à estrada que liga Itapoá a fazenda Palmital, com 2,5m a
3,0m de largura, com boa capacidade de suporte, em tangente.

Quanto à escavação, os materiais a serem trabalhados na região da implantação da


Estação de tratamento serão de 1ª categoria.

8.2.3 Abrangência Local

8.2.3.1 Fisiografia

No contexto local a área objeto das investigações e de inserção do empreendimento


está inserida a oeste da cidade de Itapoá numa superfície subordinada somente a influência da
planície Litorânea Marinha situada do norte no Estado barriga-verde.

Distribui-se unicamente pela Bacia Hidrográfica do rio Saí-Mirim, sobre a Planície


Litorânea, porção setentrional da folha topográfica, de escala 1:50.000 - São Francisco do Sul.

Insere-se sobre os terrenos Cenozoicos - Sedimentos Continentais e Marinhos, por


sobre um relevo plano de planície.

O local apoia a sua economia nas cidades de Joinville, maior cidade do estado de
Santa Catarina, de vocação industrial, em Garuva, cidade norte litorânea catarinense, em
Guaratuba - cidade balneária, do estado do Paraná e na própria cidade de Itapoá.

8.2.3.2 Litótipos Emergentes

O local objeto da caracterização do ponto de vista litológico está inserido


exclusivamente no Domínio Geológico de formas de relevo do Modelado de acumulação -
Marinho e Fluvial.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Constitui-se basicamente sedimentos marinhos constituídos por areia fina, quartzosa,


bem selecionada, pouco siltosa, incoerente, friável, porosa, permeável, bem drenada, marrom,
que se desenvolve em profundidade com espessuras que alcançam metros a dezena de metros.

A proximidade com o rio Saí-Mirim, que contorna a área, arremete a presença de solos
aluvionares areno silto argilosos, medianamente porosos, medianamente permeáveis, cinza
claro a castanho, adstritos as suas margens mais proximais.

Figura 20 - Os dispositivos fotográficos apostos mostram os sedimentos marinhos inconsolidados,


constituídos de areia fina marrom que caracteriza do empreendimento.

8.2.3.3 Geomorfologia

A superfície exposta do terreno onde será edificado o empreendimento se insere


somente em um dos Domínios Geomorfológico característicos da região o relacionado ao
Litoral - enquadrado no contexto da Planície Costeira de Santa Catarina, representado por
formas de relevo de acumulação inseridas na Planície Marinha Litorânea local constituída de
cordões litorâneos arenosos.

É uma área plana de planície praticamente sem variação de cota - variação de 0,5m,
com gradiente hidráulico quase nulo.

8.2.3.4 Pedologia

Os solos de alteração constatados em exposições de taludes localizados nas


proximidades da superfície selecionada para se dispor a estação de tratamento se apresentam
como solo maduro-SM, seguido de solo saprolítico-SS, a maiores profundidades.

O solo maduro se constitui de um solo coluvio-eluvionar, superficial, argilo silto


arenoso de cor cinza escuro, pouco coerente, pouco poroso, pouco permeável, com uma
espessura que varia entre 0,3m e 0,5m, seco.

O solo saprolítico se constitui de um solo eluvionar, mais profundo, arenoso - areia


fina, incoerente, friável, poroso e permeável, de cor marrom, com espessura da ordem de
metros - 4,0m a dezena de metros, seco a menores profundidades.

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Não é incomum se verificar, no seio da massa de solo saprolítico mencionado, dentro


da planície Litorânea localizada no norte do estado de Santa Catarina, a intercalação de
estratos de solos argilosos, argilo siltosos, silto argilosos e argilo arenosos, com espessura e
distribuição lateral variáveis, em pontos mais depressivos da planície, o que parece não
acontecer nas cercanias e no local área onde será estruturada a estação de tratamento.

Taludes de corte expostos observados próximos e a chegada do local destinado à


edificação do empreendimento, constituídos de solo saprolítico essencialmente arenoso com
espessura superior a 4,0m e observado na margem direita do rio Saí- Mirim constituído de
solo colúvio aluvionar areno silto argiloso, estão a indicar a inexistência destes solos dentro
do estrato arenoso mencionado no local onde será edificada a estação de tratamento.

Figura 21 - As imagens fotográficas relacionadas mostram os tipos de solos presentes nas cercanias e no
local de inserção da estação de tratamento o solo maduro, superficial, delgado, cinza escuro - seta em
amarelo, seguido do solo saprolítico essencialmente arenoso, com 4,0m de espessura, marrom,
sotoposto ao solo maduro - seta em preto.

8.2.3.5 Intemperismo

Quanto ao Intemperismo, na superfície do local de abrangência do projeto há uma


equivalência entre o intemperismo Químico e o Físico.

Neste Modelo o que se verifica é um intemperismo químico de média intensidade, de


média ação eólica, de mínimos movimentos de massa e de forte erosão pluvial.

Assim os sedimentos Marinhos presentes na área de estudo e nas suas cercanias


acham-se e são poucos trabalhados intempericamente, função da inclinação característica do
modelado, do baixo gradiente hidráulico observado e da cobertura vegetal que ainda se
mantém na superfície exposta.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 22 - Os dispositivos fotográficos relacionados mostram o resultado da ação de um dos tipos de


intemperismo que atua sobre os sedimentos marinhos contidos na planície Litorânea e na área de estudo -
o intemperismo químico, resultando na modificação e redução do Fe inserido nos sedimentos, o que torna
a água e o solo saprolítico exposto, marrom escuro e marrom.

8.2.3.6 Geotécnica

Os materiais que serão atravessados no local objetivado são materiais arenosos de


características físicas e geomecânicas relativamente favoráveis às cargas que serão aplicadas
na futura superfície de estruturação; na resposta a estabilidade de fundações a serem
implantadas e como suporte de camadas de aterro em apoio aos trabalhos de implantação da
Estação.

Na área propriamente dita da inserção da Estação de Tratamento só se verifica a


ocorrência de solos arenosos, areia fina, quartzosa, bem classificada, homogênea, com
espessura da ordem de metros - superior a 4,0m, com nível d’água-NA de certa profundidade,
que se constitui em um bom suporte para fundação de aterro.

Admitindo-se que se constate a intercalação de estratos de materiais mais argilosos,


argilo siltosos e/ou silto argilosos, de pequena espessura, compressíveis, nos sedimentos
arenosos, não haverá menores problemas para a implantação das edificações, já que nessa
forma de condicionamento o tipo de fundação utilizada é a processada sobre estacas cravadas,
sem escavações ou remoção de materiais adicionais.

O aterro a ser erigido no local para o acerto, a adequação topográfica do terreno e para
acomodação das edificações de alvenaria, será certamente de pequena altura e deve ser
erigido com material de preferência argiloso ou síltico argiloso - solo maduro e saprolítico, de
alteração dos granitoides existentes na região, proveniente de jazida de solo disponível em
locais não muito afastados da área de implantação da Estação.

A inclinação do talude de aterro que leva o terrapleno a estabilidade com esse tipo de
material é 1V:1H.

Escavações que por ventura venham a ser feitas no estrato arenoso local devem ser
condicionadas a uma inclinação de talude situada entre 1V:2H e 1V:3H.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Em qualquer das situações as faces externas dos taludes escavados devem ser
revestidas de pronto com grama em placas.

Os sedimentos arenosos aflorantes no local de adequação da área são porosos e


permeáveis, friáveis e incoerentes que facilitam a erosão superficial, a erosão interna “piping”
e quedas de material na vertical.

Os terrenos de cobertura se não tiverem protegida a sua superfície de assentamento por


ocasião da execução dos trabalhos de engenharia com vegetação e com um sistema de
drenagem superficial adequado ao escoamento das águas pluviométricas, estarão sujeitos a
instalação de processos de erosão linear, ligados a destituição da vegetação que os protege, a
friabilidade e a incoerência dos materiais e de processos de escorregamento do tipo queda de
material na vertical associados à adoção de inclinação de taludes de cortes incompatíveis com
a sua estabilidade.

Figura 23 - As imagens mostram os tipos de erosão linear (1) e os escorregamentos do tipo queda de
material na vertical (2) frequente nos terrenos de características arenosas como é o caso do local dos
estudos, ligados à destituição da vegetação de cobertura e a adoção de inclinação de taludes de cortes
inadequados a estabilidade desse material.

A estrada geral da fazenda que do acesso ao local objeto dos estudos possui uma
largura média de 2,5m a 3,0m, acha-se revestida com "saibro” fino, desenvolve-se em
tangente até o leito do rio Saí-Mirim, possui uma boa capacidade de suporte e deve ser
readequada para permitir a livre circulação de veículos de maior porte.

Quanto à escavação, os materiais a serem trabalhados na região na implantação da


Estação de tratamento serão de 1ª categoria, segundo pequenos acertos do terreno e não
necessitarão de locais próprios para despejo, próprios para bota-fora.

8.2.3.7 Envolvimento Ambiental

O projeto da futura implantação do empreendimento, na questão do Meio Ambiente se


preocupou em equacionar os aspectos ligados às Áreas de Preservação Permanentes - APP,
notadamente as relativas a mata ciliar do rio Saí-Mirim, inexistente nas cercanias do local
objetivado para dispor a Captação de Água Bruta; com as Áreas de Preservação Ambientais-
APA's; como a Reserva Particular do Patrimônio Nacional Fazenda Palmital - RPPN Volta

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Velha - de âmbito Federal e o Parque Natural Municipal Carijós, situadas nas proximidades
do local do empreendimento; com a supressão e/ou manutenção dos segmentos com
recobrimento vegetal característico das zonas litorâneas adstritos a estação de tratamento; com
as áreas de Beleza Estética, com a exploração das Jazidas de Solos e os seus passivos
ambientais e com a readequação do acesso que vai da cidade de Itapoá ao local escolhido para
as instalações ambientais das estações.

8.3 Recursos Hídricos

8.3.1 Hidrografia

Segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (SDS, 1998), Santa


Catarina é dividida em 10 regiões hidrográficas, sendo que a área de interesse deste estudo
ambiental insere-se na Região Hidrográfica Baixada Norte (RH-6), conforme ilustra a Figura
24.

Figura 24 - Regiões Hidrográficas do Estado de Santa Catarina. Observação: (*1: Bacia Hidrográfica do
Rio Cubatão do Norte; *2: Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu). FONTE: SDS, 1997.

Como se pode observar a região RH-6 é subdividida em duas grandes bacias


hidrográficas, a bacia do Rio Cubatão (do Norte) e a bacia do Rio Itapocu. O Município de
Itapoá, sede do empreendimento objeto deste estudo, encontra-se inteiramente inserido na
bacia do Rio Cubatão do Norte, a qual possui uma área de 1.510 km2, sem contar com a Ilha
de São Francisco (SDS,2011).

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

No interior desta grande bacia, tem-se ainda a bacia hidrográfica do rio Saí-Mirim, que
embora a SDS insira-a na bacia do Cubatão do Norte para fins de gerenciamento, o rio Saí-
Mirim não tem nenhuma ligação direta com o rio Cubatão do Norte. Em outras palavras, o rio
Saí-Mirim e seus afluentes formam uma sub-bacia independente e nunca desaguam no rio
Cubatão, tendo sua foz no próprio oceano Atlântico.

A seguir apresenta-se o mapa da bacia hidrográfica que abriga o empreendimento


(Figura 25), bem como sua rede de drenagem. A área da bacia é de 191 km2 e o comprimento
do rio principal (rio Saí Mirim) é 44 km. Vale ressaltar que segundo a Portaria n°24/79 da
FATMA e o Mapa do Projeto FATMA/GTZ (Agosto 2003) - Projeto de Gerenciamento de
Recursos Hídricos no Estado de Santa Catarina: Região Hidrográfica da Baixada Norte
(RH6), todos os cursos d’água da bacia do Saí-Mirim são enquadrados como Classe 2.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 25 - Mapa de identificação da Bacia Hidrográfica do rio Saí-Mirim e Bacia de Contribuição para a Captação de Água da ETA no Município de Itapoá, SC.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

A fim de se conhecer o estado qualitativo do corpo hídrico envolvido no


empreendimento, que é utilizado tanto para captação de água para abastecimento como será
para o lançamento de efluente tratado da futura Estação de Tratamento de Esgoto de Itapoá,
optou-se por coletar e analisar uma amostra de água do rio Saí-Mirim no ponto próximo ao
local de interesse. Os resultados e discussões sobre o tema são apresentados a seguir.

8.3.2 Qualidade da Água

A qualidade da água de um corpo hídrico é, normalmente, definida a partir de


variáveis que representam suas características físicas, químicas e biológicas. Essas variáveis
são indicadores da qualidade da água e são consideradas impurezas quando suas
concentrações alcançam valores divergentes ao estabelecido pela legislação ambiental
pertinente.

Consensualmente, o instrumento legal utilizado como referência para a avaliação da


qualidade da água, que define limites máximos ou mínimos para as concentrações dos
parâmetros, é a Resolução CONAMA n°357/2005, a qual foi empregada neste estudo.

Como em qualquer análise laboratorial, a coleta adequada das amostras é de


fundamental importância para garantir representatividade e, consequentemente, resultados
confiáveis. Por isto, todo o procedimento de coleta, armazenamento e transporte das amostras
de água para análises microbiológicas e físico-químicas foram realizados em conformidade
com o prescrito no Standard Methods for Water Examination 21a edição, bem como no
Manual Técnico para Coleta de Amostras de Água, publicado pelo Ministério Público de
Santa Catarina (2009). Após esta operação, as amostras foram imediatamente levadas ao
laboratório.

A Figura 26 mostra o local do ponto de coleta e o momento da amostragem, a qual foi


realizada no dia 28 de fevereiro de 2012.

Figura 26 - Momento da coleta da amostra de água do rio Saí-Mirim, em Itapoá/ SC.

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Imediatamente após a coleta da amostra de água, esta foi acondicionada


adequadamente e transportada para o laboratório, onde foi submetida à análise de 14
parâmetros de qualidade da água. Os resultados obtidos e as concentrações limites segundo a
Resolução CONAMA n°357/2005 são apresentados na Tabela 10 e nos respectivos gráficos
abaixo.

Tabela 10 - Resultado das análises Físico-químicas da água do rio Saí-Mirim, realizada em 28 de fevereiro
de 2012 para os estudos ambientais da antiga área do empreendimento. Itapoá, SC.
Análises físico-químicas e biológicas da amostra de água coletada no rio Saí-Mirim.
Método VMP Água Doce
Variáveis Un. L.Q. Ponto 01
Analítico Classe 2
Hora da coleta - - - 11:15 -
Condições do tempo - - - Ensolarado -
Variáveis Físicas
Temperatura da Amostra °C 0.10 SM 21 2550 24.7 -
Temperatura do Ambiente °C 0.10 SM 21 2550 29.8 -
Turbidez NTU 0.10 SM 21 2130 B 9.44 100.0
Cor Verdadeira/Real mg Pt/L 2.0 SM 21 2120 C 67.6 75.0
Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 10.0 SM 21 2540 B 60.0 500.0
Variáveis Químicas
pH - 0.01 SM 21 4500 H B 5.01 6,0 a 9,0
Oxigênio Dissolvido mg/L 0.10 SM 21 4500-O G 4.12 > 5,0
SM 21 Ed 5210
DBO mg/L 2.00 B
<2,00 5.0
DQO mg/L 50.0 SM 21 5220 D 62.0 -
SM 21 3500 Fe
Ferro Dissolvido mg/L 0.10 B
0.46 0.3
Fósforo Total mg/L 0.01 SM 21 4500-P E 0.49 **0,1
Nitrato mg/L 0.10 DIN 38 405-D9-2 0.24 10.0
SM 21 4500-
Nitrito mg/L 0.01 NO2 B
<0,01 1.0
Nitrogênio Amoniacal Total mg/L 0.05 SM 21 4500 F 0.48 ***2 0
Óleos e Graxas Coliformes
Visível Ausência Perceptível Ausente V. A.
Fecais
Variáveis Biológicas
NMP/
Coliformes Fecais SM 21 9221 E 200 1.000,0
100mL Ausência
L.Q. Limite de Quantificação (pode variar conforme as interferências das amostras) V.A. Virtualmente Ausente
SM Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 21a Edition. (**) Em ambiente lótico (Água Doce Classe 1).
VM Valor Máximo Permitido Resolução CONAMA 357/2005. (***) Para 7,5 < pH < 8,0.

Conforme demonstram os resultados das análises, 04 (quatro) parâmetros revelaram


concentrações em desconformidade ao que preconiza a legislação ambiental (CONAMA
357/05), sendo eles: pH, oxigênio dissolvido, ferro dissolvido e fósforo total. Os demais
parâmetros, por outro lado, não evidenciaram qualquer alteração.

Quanto às desconformidades, a água mostrou-se levemente ácida, cujo valor do pH foi


igual a 5,01; 16% menor que o mínimo aceitável pela Resolução CONAMA que é de pH 6.
Adicionalmente, o oxigênio também apresentou irregularidades, sendo a concentração mínima
permitida igual 5,00 mg/L e, o valor obtido na análise, igual a 4,12 mg/L, 18% abaixo do
aceitável.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Além destes parâmetros, também foram verificadas desconformidades para o ferro


dissolvido e o fósforo total, cujas concentrações ultrapassaram o valor máximo permitido em
53% e 390%, respectivamente.

A explicação para a deformação do estado normal dos parâmetros mencionados pode


derivar de diversos fatores, entre eles citam-se:

• A baixa concentração de oxigênio dissolvido na amostra de água coletada no


rio Saí-Mirim pode ser explicada pela presença de matéria orgânica no meio
aquático e sua consequente decomposição (que consome oxigênio), bem como
pela coloração escura da água, que dificulta a entrada de luz no sistema e
consequentemente, introdução e produção de oxigênio pelas plantas e algas
através da fotossíntese. Além disto, o fato de o rio Saí-Mirim configurar-se
num rio planície, suas águas não apresentam forte agitação, o que não contribui
para inserção de oxigênio no meio líquido.

• O pH ácido da água possivelmente advém de ácidos carbônicos, húmicos e


fúlvicos, que são substâncias que resultam da decomposição de plantas e
microrganismos - que por sua vez resulta inclusive na redução da concentração
de oxigênio na água. Esta hipótese é ainda reforçada em função da coloração
da água observada em campo, pois o ácido húmico quando solúvel em água
(que ocorre quando o pH é maior do que 2) apresenta uma tonalidade variando
de amarelo escuro a preto (em função da concentração), justamente a cor da
água verificada no momento da coleta;

• Em linha com as duas explicações anteriores, a alta concentração de ferro


dissolvido pode ser explicada pela a incontestável habilidade das substâncias
húmicas de se combinar com grandes quantidades de íons metálicos, inclusive
e principalmente, com ferro e manganês, potencializando a concentração destes
elementos na água;

• Quanto à altíssima concentração de fósforo total verificada na amostra de água,


a provável explicação decorre do fato de que a bacia do rio Saí-Mirim abriga
grandes áreas de produção agrícola e, um dos principais elementos presentes
em fertilizantes para adubação do solo é o fósforo. Neste contexto, destaca-se
ainda que na margem esquerda do rio, no interior da Reserva Particular do
Patrimônio Natural Volta Velha, existe uma grande área de cultivo sustentável
de palmeiras, abrigando inclusive uma indústria de processamento de palmito.

Em síntese final, conclui-se que embora a amostra de água do rio Saí-Mirim tenha
apresentado alterações significativas em parâmetros importantes da qualidade da água, outros
parâmetros importantes como DBO, coliformes fecais, nitrogênio e sólidos dissolvidos
mantiveram-se dentro dos padrões ideais e em conformidades com os limites definidos pela
Resolução CONAMA 357/05, indicando que a perturbação causada no meio aquático não
assumiu proporções generalizadas.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

8.3.3 Uso dos Recursos Hídricos

A empresa Itapoá Saneamento já adquiriu junto a Secretária de Estado do


Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS, a Outorga de Direto de Uso de Recursos
Hídricos, sob extrato de Portaria SDS n° 67/13 de 05/07/2013, com validade até 11 de
outubro de 2042 (Anexo 02).

9. DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO

9.1 Caracterização da Cobertura Vegetal

9.1.1 Metodologia

 Área de Influência Indireta (AII)

A sub-bacia do rio Saí-mirim é coberta pela Floresta Ombrófila Densa Atlântica, que
pode ser subdividida em diferentes formações caracterizadas pela fisionomia da vegetação
associada à cota altimetria (LEITE, 2002; IBGE, 2012). Dentre essas formações a Floresta
Ombrófila Densa das Terras Baixas é a que predomina nesta região, cobrindo grande parte
dos terraços antigos das planícies quaternárias em cotas inferiores a 30 m de altitude.

No Estado de Santa Catarina, a Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas se


caracteriza por apresentar uma vegetação baixa e uniforme, com árvores alcançando em
média 15 a 20 m de altura, de copas largas e densifoliadas (KLEIN, 1980). De acordo com
Sevegnani (2002), as espécies arbóreas que ocorrem de forma muito comum nessa formação
são: Ficus cestrifolia (figueira-mata-pau), Coussapoa microcarpa (figueira-mata-pau),
Guapira opposita (maria-mole), Clusia criuva (mangue-formiga), Byrsonima ligustrifolia
(baga-de-pomba), Myrsine umbellata (capororoca), Myrcia brasiliensis (guamirim), Tapirira
guianensis (copiúva), Syagrus romanzoffiana (coqueiro-jerivá), Calophyllum brasiliense
(guanandi), Alchornea triplinervia (tanheiro), entre outras.

Estudos realizados por Negrelle (2006) em um remanescente bem conservado de


Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas no Município de Itapoá, SC apontou que as
espécies mais importantes do estrato superior da floresta eram Tapirira guianensis (copiúva),
Aparisthmium cordatum (pau-de-facho), Ocotea aciphylla (canela-amarela), Manilkara
subsericea (maçaranduba), Pera glabrata (seca-ligeiro), Aniba firmula (canela), Alchornea
triplinervia (tanheiro), Euterpe edulis (palmiteiro), entre outras. O estrato médio era composto
principalmente pelas espécies Merostachis cf. ternata (taquara), Ouratea parviflora (canela-
de-veado), Guarea macrophylla (catiguá-morcego), Marlierea reitzii (guamirim), Garcinia
gardneriana (bacopari), Esenbeckia grandiflora (cutia), entre outras. Já o estrato inferior era
caracterizado pelas espécies Nidularium innocentii (gravatá), Monstera adansonii (imbé-
mirim), Cabralea canjerana (canjerana), Calophyllum brasiliense (guanandi), Ctenanthe sp.,
Neomarica candida (bariricó), Ocotea aciphylla (canela-amarela), entre outras.

 Área de Influência Direta (AID)

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

A partir das caminhadas realizadas ao longo da Área de Influência Direta foi possível
caracterizar a cobertura vegetal remanescente através de fotografias digitais, observações
feitas para as espécies dominantes e consulta a literatura disponível.

A vegetação remanescente na Área de Influência Direta está inserida na região fito


ecológica Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas (LEITE, 2002; IBGE, 2012). A maior
parte dessa vegetação apresenta fisionomia de floresta secundária e encontra-se em estágio
avançado de regeneração. Essas florestas são exuberantes e formadas por densas comunidades
arbóreas, com árvores podendo chegar a 25 m de altura, entremeadas por diferentes estratos
ou sinúsias inferiores (Figuras 27 e 29). De uma forma geral, as espécies que predominam o
estrato arbóreo dessa vegetação são Tapirira guianensis (copiúva), Calophyllum brasiliense
(guanandi), Myrcia brasiliensis (guamirim-araçá), Myrcia pubipetala (guamirim-chorão),
Pera glabrata (seca-ligeiro), Myrcia amazonica (ingabaú), Ficus cestrifolia (figueira-de-
folha-miúda) e Syagrus romanzoffiana (coqueiro-jerivá).

No interior dessas florestas o sub-bosque é muito úmido, apresentando epífitos


vasculares fixados sobre os troncos das árvores dominantes, o que imprime uma fisionomia
peculiar para esse tipo de vegetação (Figuras 28 e 30). Dentre as espécies de epífitas mais
comuns estão Nidularium innocentii, Vriesea cf. atra, Aechmea pectinata, Vriesea carinata e
Vriesea incurvata (gravatás).

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 27 - Fisionomia da vegetação secundária Figura 29 - Fisionomia da vegetação secundária


em estágio avançado de regeneração na Área de em estágio avançado de regeneração na Área de
Influência Direta. Influência Direta

Figura 28 - Aspecto do epifitismo no interior das Figura 30 - Aspecto do epifitismo no interior das
florestas em estágio avançado de regeneração da florestas em estágio avançado de regeneração da
Área de Influência Direta. Área de Influência Direta.

Próximo ao Jockey Club, na parte oeste da Área de Influência Direta, foi possível
observar uma área com vegetação secundária muito alterada em estágio médio de
regeneração. Em alguns locais, o solo apresenta-se encharcado (Figuras 31 e 34), compondo
uma vegetação baixa e rala devido à saturação hídrica permanente a que as espécies são
submetidas. A vegetação é composta por pequenos arbustos alcançando até 5 m de altura
(Figuras 32 e 35) e de árvores distribuídas de forma muito esparsa, onde a espécie Syagrus
romanzoffiana (coqueiro-jerivá) se sobressai entre as demais, podendo alcançar até 13 m de
altura (Figura 33). É possível observar um número muito expressivo de lianas agressivas
estabelecidas sobre a copa das árvores e arbustos. Além disso, em áreas muito alagadas é
comum encontrarmos densos agrupamentos formados por Typha dominguensis – taboa
(Figura 36), espécie típica de ambientes permanentemente alagados da Floresta Ombrófila
Densa das Terras Baixas no Estado de Santa Catarina (SEVEGNANI, 2002).

De uma forma geral, as espécies mais características que predominam o estrato


arbóreo dessa vegetação são Syagrus romanzoffiana (coqueiro-jerivá), Calophyllum
brasiliense (guanandi), Coussapoa microcarpa (mata-pau), Andira fraxinifolia (pau-angelim),
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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Marlierea tomentosa (garapuruna), Pouteria venosa (guacá-de-leite), Myrcia guianensis


(guamirim), Myrcia brasiliensis (guamirim-araçá), entre outras.

Figura 31 - Aspectos do solo encharcado na Área Figura 34 - Aspectos do solo encharcado na Área
de Influência Direta de Influência Direta.

Figura 32 - Vista geral da vegetação arbustiva Figura 35 - Vista geral da vegetação arbustiva
na Área de Influência Direta com dominância de na Área de Influência Direta com dominância de
lianas. lianas

Figura 33 - Fisionomia da vegetação com Figura 36 - Densos agrupamentos da espécie


indivíduos de Syagrus romanzoffiana (coqueiro- Typha dominguensis (taboa) nos locais
jerivá) distribuídos de forma esparsa na Área de encharcados da Área de Influência Direta.
Influência Direta.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

 Área Diretamente Afetada (ADA)

Para amostrar a vegetação arbóreo-arbustiva na Área Diretamente Afetada (ADA) foi


utilizado o método de área fixa, onde a seleção dos indivíduos é feita proporcional à área da
unidade de amostra e, consequentemente, à frequência dos indivíduos que nela ocorrem
(PÉLLICO NETTO; BRENA, 1997). Foram inseridas de forma aleatória 20 Unidades
Amostrais (UA) retangulares de 10 x 20 m (200 m²), totalizando 4.000 m² de área amostral.
Utilizou-se o processo de amostragem aleatória simples, onde a seleção de cada UA foi feita
livre de qualquer escolha e totalmente independente da seleção das demais unidades de
amostra.

Em cada UA delimitada foram amostrados todos os indivíduos arbóreo-arbustivos


vivos que apresentaram diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 4,0 cm. Para cada
indivíduo medido foram registradas as seguintes variáveis dendrométricas: perímetro à altura
do peito (PAP) medida a 1,30 m de altura do solo, altura total estimada visualmente tendo
como referência o podão de coleta ou um membro da equipe de campo e identificação
botânica da espécie.

Junto com o levantamento da vegetação arbóreo-arbustiva, foi realizado um


levantamento preliminar dos epífitos vasculares da Área Diretamente Afetada (ADA). Esse
levantamento contou com o registro das espécies epifíticas mais abundantes observadas na
floresta, geralmente próximas das trilhas utilizadas para outras atividades.

A definição do estágio sucessional da vegetação nativa remanescente levou em


consideração as observações realizadas em campo, uma caracterização fisionômica da
floresta, consulta à literatura disponível e consulta à Resolução nº 4, de 4 de maio de 1994 do
CONAMA.

9.1.2 Resultados

A cobertura vegetal predominante na Área Diretamente Afetada (ADA) pode ser


caracterizada pela fisionomia da vegetação associada aos diferentes compartimentos
encontrados na floresta, onde foi possível observar os estratos superior, médio e inferior.

Foram amostradas 59 espécies arbóreo-arbustivas distribuídas em 31 famílias


botânicas (Tabela 11). No estrato superior as copas das árvores se tocam, formando um dossel
denso e muito uniforme com altura máxima de 27 m (Figuras 37 e 38). A cobertura florestal
nesse estrato é formada principalmente por Tapirira guianensis (copiúva), Calophyllum
brasiliense (guanandi), Myrcia brasiliensis (guamirim-araçá), Myrcia pubipetala (guamirim-
chorão) e Pera glabrata (seca-ligeiro). A primeira espécie citada acima apresenta um aspecto
muito característico na fisionomia da vegetação, uma vez que se trata de uma espécie
dominante nesse estrato. Além disso, foi verificado que Tapirira guianensis (copiúva) está
fortemente associada com o Calophyllum brasiliense (guanandi), que por vezes está
representada por árvores altas, com copas bem formadas, largas e densifoliadas de coloração

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

verde-escuro. Estas duas espécies imprimem uma fisionomia peculiar para o estrato superior
da floresta na Área Diretamente Afetada (Figuras 39 e 40).

Tabela 11 - Lista das espécies arbóreo-arbustivas registradas na Área Diretamente Afetada, Itapoá – SC.
Família Espécie

Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl.


Annonaceae Guatteria australis A.St.-Hil.
Aquifoliaceae Ilex dumosa Reissek
Ilex theezans Mart. ex Reissek
Araliaceae Schefflera angustissima (Marchal) Frodin
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire et al.
Arecaceae Euterpe edulis Mart.
Geonoma schottiana Mart.
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
Boraginaceae Cordia sp.
Celastraceae Maytenus gonoclada Mart.
Chloranthaceae Hedyosmum brasiliense Miq.
Clethraceae Clethra scabra Pers.
Clusiaceae Calophyllum brasiliense Cambess.
Clusia criuva Cambess.
Garcinia gardneriana (Planch. & Triana) Zappi
Cunoniaceae Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Ser.
Cyatheaceae Cyathea phalerata Mart.
Elaeocarpaceae Sloanea guianensis (Aubl.) Benth.
Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg.
Fabaceae Andira fraxinifolia Benth.
Lauraceae Nectandra oppositifolia Nees
Ocotea aciphylla (Nees & Mart.) Mez
Ocotea elegans Mez
Ocotea pulchella (Nees & Mart.) Mez
Ocotea silvestris Vattimo-Gil
Persea sp.
Magnoliaceae Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng.
Malpighiaceae Byrsonima ligustrifolia A.Juss.
Melastomataceae Miconia cabucu Hoehne
Miconia chartacea Triana
Miconia cubatanensis Hoehne
Miconia sellowiana Naudin
Moraceae Ficus cestrifolia Schott ex Spreng.
Ficus luschnathiana (Miq.) Miq.
Myrsinaceae Myrsine umbellata Mart.
Myrtaceae Calyptranthes rubella (O.Berg) D.Legrand
Marlierea reitzii D.Legrand
Myrcia amazonica DC.
Myrcia brasiliensis Kiaersk.
Myrcia guianensis (Aubl.) DC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Myrcia multiflora (Lam.) DC.


Myrcia pubipetala Miq.
Myrcia pulchra (O.Berg) Kiaersk.
Myrcia racemosa (O.Berg) Kiaersk.
Psidium cattleianum Sabine
Não identificada 1
Não identificada 2
Olacaceae Heisteria silvianii Schwacke
Peraceae Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill.
Podocarpaceae Podocarpus sellowii Klotzsch ex Endl.
Primulaceae Cybianthus brasiliensis (Mez) G.Agostini
Rubiaceae Amaioua guianensis Aubl.
Sapindaceae Cupania oblongifolia Mart.
Matayba intermedia Radlk.
Sapotaceae Pouteria venosa (Mart.) Baehni
Manilkara subsericea (Mart.) Dubard
Theaceae Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski
Urticaceae Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini

Figura 37 - Fisionomia da vegetação do estrato Figura 38 - Fisionomia da vegetação do estrato


superior da floresta na área inventariada. superior da floresta na área inventariada.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 39 - Indivíduo de Tapirira guianensis Figura 40 - Indivíduo de Calophyllum


(copiúva) no estrato superior da floresta. brasiliense (guanandi) no estrato superior da
floresta.
O estrato médio é caracterizado por um sub-bosque não muito denso (Figuras 41 e 42),
permitindo desta forma, que a luz solar atinja os estratos inferiores da floresta. Nesse estrato
as espécies mais características são Myrcia racemosa (guamirim) e Myrcia amazonica
(ingabaú), que por apresentarem vários fustes e copas bem formadas se tornam as espécies
mais características desse estrato. Outras espécies menos expressivas, mas que também
merecem destaque são Miconia cubatanensis (pixirica), Amaioua guianensis (carvoeiro),
Byrsonima ligustrifolia (muriri), Calophyllum brasiliense (guanandi), Garcinia gardneriana
(bacopari), Marlierea reitzii (guamirim), Tapirira guianensis (copiúva), Heisteria silvianii
(casca-de-tatu) e Myrcia brasiliensis (guamirim).

Figura 41 - Fisionomia da vegetação no estrato Figura 42 – Fisionomia da vegetação no estrato


médio da floresta na área inventariada. médio da floresta na área inventariada.
O estrato inferior é dominado por uma única espécie, a palmeira Geonoma schottiana
(guaricana), que em certos locais da floresta pode apresentar elevada densidade de indivíduos

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

(Figuras 43 e 44). Outra espécie de palmeira menos expressiva, mas que também merece
destaque é o Bactris setosa (tucum), que está representado por indivíduos de pequeno porte e
de forma associada com Geonoma schottiana (guaricana). Uma observação importante na
floresta foi que a espécie Euterpe edulis (palmiteiro) aparece com poucos indivíduos no
estrato inferior e raramente ocorre no estrato médio, indicando que essa espécie pode não
estar encontrando um ambiente favorável para o seu desenvolvimento.

Figura 43 - Fisionomia do estrato inferior da Figura 44 - Fisionomia do estrato inferior da


floresta com dominância de Geonoma floresta com dominância de Geonoma schottiana
schottiana.
Foram registradas 81 espécies de epífitos vasculares na floresta (Tabela 12; Figuras 45
a 52) e as mais comuns foram Vriesea cf. atra, Aechmea pectinata, Vriesea carinata e Vriesea
incurvata (gravatás). Em relação às epífitos vasculares, foi possível observar elevada
dominância de Nidularium innocentii (gravatá). Essa constatação ficou muito evidente em
grande parte da área, pois o gravatá domina de forma bem marcante o estrato inferior da
floresta, chegando a formar agrupamos puros em certos locais (Figura 45). Outra observação
importante que merece destaque é o elevado número de espécies epifíticas (bromélias, lianas e
orquídeas) presentes em todos os estratos da floresta (Figura 46). Estas espécies de epífitos
vasculares geralmente estão fixadas sob os grossos troncos de Tapirira guianensis (copiúva) e
Calophyllum brasiliense (guanandi).

Tabela 12 - Lista das espécies de epífitos vasculares registradas na Área Diretamente Afetada, Itapoá –
SC.
Família Espécie

Araceae Anthurium cf. urvilleanum Schott


Anthurium gaudichaudianum Kunth
Anthurium pentaphyllum (Aubl.) G. Don
Anthurium scandens (Aubl.) Engl.
Monstera adansonii Schott
Philodendron appendiculatum Nadruz & Mayo
Philodendron bipinnatifidum Schott
Philodendron corcovadense Kunth
Philodendron crassinervium Lindl.
Araliaceae Oreopanax capitatus (Jacq.) Decne. & Planch.
Bromeliaceae Aechmea caudata Lindm.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Aechmea nudicaulis (L.) Griseb.


Aechmea ornata Baker
Aechmea pectinata Baker
Aechmea sp.
Billbergia amoena (Lodd.) Lindl.
Neoregelia laevis (Mez) L.B.Sm.
Nidularium innocentii Lem.
Nidularium procerum Lindm.
Racinaea spiculosa (Griseb.) M.A. Spencer & L.B. Sm.
Tillandsia geminiflora Brongn.
Tillandsia stricta Sol.
Tillandsia tenuifolia L.
Tillandsia usneoides (L.) L.
Vriesea altodaserrae L.B. Sm.
Vriesea cf. atra Mez
Vriesea carinata Wawra
Vriesea flammea L.B. Sm.
Vriesea gigantea Gaudich.
Vriesea incurvata Gaudich.
Vriesea philippocoburgii Wawra
Vriesea rodigasiana E. Morren
Vriesea vagans (L.B. Sm.) L.B. Sm.
Cactaceae Rhipsalis pachyptera Pfeiff.
Rhipsalis sp.
Clusiaceae Clusia criuva Cambess. subsp. parviflora Vesque
Gesneriaceae Codonanthe devosiana Lem.
Codonanthe gracilis (Mart.) Hanst.
Nematanthus cf. australis Chautems
Nematanthus tessmannii (Hoehne) Chautems
Melastomataceae Pleiochiton blepharodes (DC.) Reginato et al.
Orchidaceae Acianthera sp.
Anacheilium sp.
Anathallis sp.
Brassavola cf. tuberculata Hook.
Bulbophyllum sp.
Catasetum sp.
Cattleya forbesii Lindl.
Coppensia flexuosa (Sims) Campacci
Dichaea cogniauxiana Schltr.
Dryadella sp.
Epidendrum latilabre Lindl.
Epidendrum sp.
Heterotaxis brasiliensis (Brieger & Illg) F. Barros
Notylia sp.
Octomeria sp.
Ornithophora radicans (Rchb. f.) Garay & Pabst
Phymatidium delicatulum Lindl.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Polystachya cf. concreta (Jacq.) Garay & Sweet


Prosthechea fragrans (Sw.) W.E. Higgins
Scaphyglottis modesta (Rchb. f.) Schltr.
Trigonidium obtusum Lindl.
Vanilla chamissonis Klotzsch
Piperaceae Peperomia glabella (Sw.) A.Dietr. var. glabella
Peperomia sp.
Dryopteridaceae Elaphoglossum lingua (C. Presl) Brack.
Elaphoglossum luridum (Fée) Christ
Polybotrya cylindrica Kaulf.
Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching
Hymenophyllaceae Hymenophyllum sp.
Trichomanes pilosum Raddi
Lomariopsidaceae Nephrolepis sp.
Polypodiaceae Campyloneurum acrocarpon Fée
Microgramma percussa (Cav.) de la Sota
Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel.
Pecluma sp.
Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota
Pleopeltis pleopeltifolia (Raddi) Alston
Serpocaulon catharinae (Langsd. & Fisch.) A.R. Sm.
Pteridaceae Vittaria lineata (L.) Sm.
Lycopodiaceae Huperzia sp.

Figura 45 - Fisionomia do estrato herbáceo da Figura 46 - Fisionomia da vegetação na área


floresta com dominância de Nidularium inventariada com diversas espécies epifíticas
innocentii e outras espécies epifíticas. fixadas sobre os troncos das árvores.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 47 - Aechmea caudata Lindm. Figura 50 - Nematanthus tessmannii (Hoehne)


Chautems

Figura 48 - Nematanthus tessmannii (Hoehne)


Chautems Figura 51 - Vriesea carinata Wawra

Figura 49 - Nidularium innocentii Lem. Figura 52 - Neoregelia laevis (Mez) L.B.Sm.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 53 - Vriesea incurvata Gaudich. Figura 55 - Codonanthe devosiana Lem.

Figura 56 - Vriesea cf. atra Mez e Philodendron


Figura 54 - Aechmea pectinata Baker. corcovadense Kunth.

Em relação às espécies arbóreo-arbustivas amostradas na Área Diretamente Afetada


(ADA), apenas Euterpe edulis Mart. está incluída na Lista Oficial das Espécies da Flora
Brasileira Ameaçadas de Extinção (MMA, 2008). Já para a lista de epífitos vasculares
amostradas na ADA, nenhuma espécie encontra-se ameaçada de extinção segundo a Instrução
Normativa N° 6 de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008).

Considerando as definições estabelecidas pela Resolução n° 4, de 4 de maio de 1994


do CONAMA foi possível classificar o estágio sucessional da vegetação nativa remanescente
como: 1) estágio médio de regeneração a partir do diâmetro à altura do peito médio da floresta
(12,38 cm); 2) estágio avançado de regeneração a partir da altura total média da floresta (12,2
m) e; 3) vegetação primária a partir da área basal total média da floresta (25,85 m².ha-1). No
entanto, diante dos resultados obtidos pelo inventário florestal, da caracterização fisionômica
da vegetação e levando em consideração os estudos realizados por Klein (1979, 1980),
Sevegnani (2002), Oliveira-Filho (2009), Siminski (2009), IBGE (2012) e Sevegnani et al.
(2013) foi possível classificar a vegetação nativa remanescente da área como um belo
exemplar de Floresta Latifoliada Pluvial Perenifólia Subtropical de Baixada (Floresta
Ombrófila Densa das Terras Baixas), inserida na parte norte das planícies quaternárias do
Estado de Santa Catarina e cuja fisionomia da vegetação se encontra secundária devido a
exploração ilegal de madeiras de lei (Figuras 57 e 58), mas que atualmente pode ser
considerada como em estágio avançado do processo de sucessão.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo Ambiental Simplificado – EAS

Figura 57 - Aspectos do tronco de Calophyllum Figura 58 - Aspectos do tronco de Calophyllum


brasiliense (guanandi) explorado ilegalmente no brasiliense (guanandi) explorado ilegalmente no
interior da área inventariada. interior da área inventariada.

9.1.3 Unidades de Conservação

A Tabela 13 apresenta a distância da ADA às UC’s, assim como o tipo e categoria das
mesmas conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Tabela 13 - Unidades de Conservação próximas a ADA da nova Estação de Tratamento de Água, Itapoá-
SC.
1
Unidades de Conservação Tipo/Categoria Distância (Km)
RPPN Volta Velha Uso Sustentável/Reserva Particular do 0.5
Patrimônio Natural
Parque Municipal Carijós Uso Sustentável/Área de Proteção Ambiental 3.3
APA de Guaratuba-PR Uso Sustentável/Área de Proteção Ambiental 11.5
PE do Boguaçu-PR Proteção Integral/Parque Estadual 14.5
PE Acaraí-SC Proteção Integral/Parque Estadual 18.5
APA Serra Dona Francisca Uso Sustentável/Área de Proteção Ambiental 29.5

Do ponto de vista das interferências potenciais com áreas legalmente protegidas,


apenas uma área deve considerada à luz dos dispositivos legais vigentes, a Reserva Particular
do Patrimônio Nacional Volta Velha, situada a, aproximadamente, 500 metros do terreno
destinado á implantação da Captação da ETA do Município de Itapoá/SC. A seguir
apresentam-se os principais aspectos relativos a esta área.

Através da Figura 59 é possível observar a localização da ADA em relação às


Unidades de Conservação.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 59 - Localização das Unidades de Conservação próximas a Área Diretamente Afetada pela implantação da ETA do Município de Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

 Reserva Particular do Patrimônio Nacional Fazenda do Palmital

A Reserva Particular do Patrimônio Nacional Fazenda do Palmital é também


conhecida como Reserva Volta Velha (RPPN Volta Velha) (Figura 59). Está localizada no
Município de Itapoá, Santa Catarina, (26°04’S, 48° 38’W), foi legalizada em 22 de junho de
1992 (Portaria 070/92N - IBAMA- Superintendência de Santa Catarina) e está categorizada
como Área Piloto da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (Corrêa 1995), representando a
mais significativa unidade de conservação de Floresta Atlântica de Planície Quaternária do
Estado de Santa Catarina.

É formada por uma única propriedade constituída pela RPPN Palmital (Decreto 70/92
IBAMA), com 586 hectares e a Fazenda Palmital, com outros 600 hectares. Foi criada pela
Família Machado com o objetivo de conservar um dos últimos remanescentes da Floresta
Ombrófila Densa das Planícies Quaternárias do litoral norte de Santa Catarina. Segundo o
SNUC, as RPPNs não necessitam de uma zona de amortecimento.

O Município de Itapoá também conta, recentemente, com um Parque Municipal,


denominado Parque Natural Municipal Carijós, criado pela Lei Municipal n° 330/2011. O
Parque possui área pública de 39,76 hectares e visa preservar os ecossistemas naturais de
grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas
científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental. O Plano de Manejo da
Unidade está em estudo e, segundo sua lei de criação, até a publicação do Plano de Manejo, o
limite de sua Zona de Amortecimento é de cem metros em projeção horizontal, a partir do seu
perímetro e suas normas de uso serão definidas conforme a legislação incidente, em norma
específica.

O Parque está localizado na Rua 650,bairro Brasília, Município de Itapoá / SC.

9.2 Diagnóstico da Fauna

O Brasil possui um alto índice de diversidade tanto em fauna como flora. Em seu
território, a Mata Atlântica é considerada um dos maiores repositórios de biodiversidade do
planeta com cerca de 20 mil espécies de vegetais e aproximadamente 1810 espécies de
vertebrados terrestres (VARJABEDIAN, 2010).

A Floresta Atlântica apresenta uma das mais altas biodiversidades faunísticas e


florísticas do mundo devido aos diversos ambientes e nichos ecológicos que apresentam
(LEWINSHON & PRADO, 2002). Essa diversidade se deve as diferentes altitudes e latitudes,
altas médias pluviométricas e a tropicalidade. Estes fatores proporcionam áreas de grande
biodiversidade e uma alta dependência recíproca entre os organismos. Assim, o conhecimento
da fauna e flora é o fator inicial para a conservação e o uso racional de um ecossistema
(SANTOS, 2003).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

9.2.1 Levantamento de Mamíferos

Os mamíferos estão entre os grupos zoológicos mais importantes em termos de


conservação biológica, pois são tanto polinizadores como dispersores de sementes, além de
exercerem um valioso papel nas teias alimentares (REIS et al., 2010). Com mais de cinco mil
espécies descritas no mundo e 652 no Brasil (REIS et al., 2006), os mamíferos são
considerados um importante componente dos ecossistemas, principalmente pela sua grande
variedade de espécies e adaptações ao ambiente. São animais considerados bons indicadores
de qualidade ambiental (D'ANDREA et al., 1999), desta forma levantamentos deste grupo são
essenciais para a definição de estratégias de conservação ao longo do desenvolvimento de
empreendimentos.

Apesar do Estado de Santa Catarina estar totalmente inserido no Bioma Mata


Atlântica, os estudos sobre a mastofauna neste Estado ainda são muito escassos. Existem
poucos trabalhos que tenham levantados dados e registros expressivos sobre este grupo, sendo
apenas os trabalhos de Cimardi (1996) e Cherem et al. (2004) de significativa relevância na
caracterização de mamíferos no Estado.

9.2.1.1 Metodologia

 Área de Influência Indireta (AII)

Foram levantados dados secundários através de pesquisa em referencias bibliográfica


para a composição de uma lista contendo as espécies possíveis da mastofauna não voadora no
Município de Itapoá.

 Área de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA)

Para a amostragem da Mastofauna, foram utilizados os métodos de amostragem por


busca ativa e registro fotográfico utilizando máquinas fotográficas automatizadas. Foi
realizada uma campanha de amostragem direta com duração de três dias entre os dias 31, de
abril a 02 de Maio de 2014.

• Amostragem por registro fotográfico

Quatro maquinas fotográficas automáticas foram utilizadas do modelo Moultrie D-55


IR (Figura 60), todas digitais que foram dispostas em pontos estratégicos dentro do terreno
(Figura 61) para realizar o registro fotográfico das espécies. Para otimizar o tempo e facilitar
o registro, na frente de cada câmera, foram colocados atrativos como frutas e bacon. Esta
metodologia totalizou 288 horas de amostragem durante o levantamento.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 60 - Maquina fotográfica automática modelo Moultrie D-55 IR, utilizada para amostagem de
mamíferos. Itapoá – SC. Foto: L. Machado.

• Amostragem por busca ativa

Durante todos os dias da campanha foram realizadas caminhadas dentro da área


amostral (Figura 62), durante estas, os profissionais realizaram busca ativa por possíveis
rastros de mamíferos, caracterizados por pegadas, fezes, pelos, ossadas de animais mortos,
restos de alimentos e odor. Com esta metodologia pode ocorrer o avistamento direto dos
animais. As caminhadas tiveram duração de onze horas por dia. A equipe de mastofauna
contou com dois profissionais totalizando 66 horas de amostragem.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 61 - Posicionamento das maquinas fotográficas automáticas para o levantamento de mamíferos. Foto: Google Hearth.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 62 - Trilhas percorridas para amostragem por método de busca ativa nas áreas de influência da Estação de Tratamento de Água e área da Captação Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Entrevistas

Entrevistas foram realizadas com moradores da dentro da área de influencia direta


objetivando adquirir informações adicionais sobre possíveis animais avistados.

• Identificação Taxonômica

Os mamíferos foram identificados com o auxílio do guia de identificação de


Mamíferos do Brasil proposto por Reis et al. (2010). Os rastros e pegadas foram identificados
com auxilio de guias de identificação como os publicados por Becker & Dalponte, 1999 e
IAP, 2008. Espécies Ameaçadas de Extinção

A ocorrência de espécies ameaçadas ou possivelmente ameaçadas foi considerada de


acordo com as espécies classificadas nas categorias do Livro vermelho da fauna brasileira
ameaçada de extinção (MMA, 2014) e a lista da fauna ameaçada de extinção do Estado de
Santa Catarina, anexa a resolução CONSEMA 002/2011 (CONSEMA, 2011), e a Lista
Vermelha da IUCN (IUCN, 2010).

9.2.1.2 Resultados e Discussão

 Área de Influência Indireta (AII)

O Estado de Santa Catarina possui poucos dados sobre sua mastofauna, assim como a
região litorânea e o Município de Itapoá. Uma lista com as espécies de possível ocorrência
para o Município de Itapoá foi montada com base em estudos realizados em ambientes de
Floresta Atlântica no estado de Santa Catarina. A lista a seguir se baseia no livro Mamíferos
de Santa Catarina, publicada por Cimardi em 1996 e nos trabalhos de Graipel et al. (2001) e
Cherem et al. (2006) (Tabela 14), com destaque para a Ordem Rodentia com maior número de
espécies registradas (n=18).

Tabela 14 - Lista de mamíferos (não voadores) com potencial ocorrência para o Município de Itapoá-SC.

Táxa Nome Popular


Ordem Rodentia
Família Muridae
Rattus Rattus rato-domestico
Rattus norvegicus rato
Mus musculus camundongo
Oecomys sp rato
Akodon montensis rato-de-grama
Delomys dorsalis rato
Nectomys squamipes rato-d'água
Oligoryzomys flavescens camundongo-do-mato
Oligoryzomys nigripes camundongo-do-mato
Oryzomys russatus rato
Oryzomys ratticeps rato

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Oxymycterus judex rato


Familia Cuniculidae
Cuniculus paca paca
Familia Echimyidae
Nelomys dasythrix rato
Familia Erethizontidae
Sphiggurus villosus coandu
Coendou prehensilis ouriço-caixeiro
Família Myocastoridae
Myocastor coypus ratão-do-banhado
Família Dasyproctidae
Dasyprocta azrae cutia
Ordem Didelphimophia
Família Didelphidae
Didelphis aurita gambá-de-orelha-preta
Didelphis albiventris gambá-de-orelha-branca
Chironectes minimus cuica-d'água
Lutrerolina crassicaudata cuica-de-cauda-grossa
Micoureus demerarae cuica
Ordem carnivora
Família Canidae
Cerdocyon thous cachorro-do-mato
Familia Procyonidae
Procyon cancrivorus mão-pelada
Nasua nasua quati
Família Mustelidae
Lontra longicaudis lontra
Eira barbara irara
Familia Felidae
Leopardus pardalis jaguatirica
Leopardus tigrinus gato-do-mato-pequeno
Leopardus wiedii gato-maracajá
Puma concolor onça-parda
Puma yagouaroundi gato-mourisco
Ordem Cingulata
Família Dasypodidae
Cabassous tatouay tatú
Dasypus novemcinctus tatú-galinha
Dasypus septemcinctus tatú
Familia Mymecophagidea
Tamandua tetradactyla tamandua-mirim
Ordem Primata
Familia Cebidae
Alouatta clamitans bugio

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Cebus nigritus macaco-prego

 Área de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA)

Durante a campanha de levantamento foram registradas apenas três espécies de


mamíferos em toda a área do estudo, foram elas o procionídeo Nasua nasua (quati), o
Mustelideo Lontra longicaudis (lontra) e o Cebideo Cebus nigritus (macaco-prego).

Os métodos de amostragem que se demonstrou mais eficiente foi a busca ativa, aonde
foram registrados todas as espécies. A Tabela 15 indica as espécies registradas, o método de
registro e o grau de ameaça das espécies em todo o levantamento.

Tabela 15 - Lista de espécies registradas e identificadas na área de estudo, tipo de amostragem bem como
grau de ameaça. P = Pegada; V = Registro Visual; F = Registro Fotográfico; R = Rastros ou vestígios; EN
= Entrevista; Grau de ameaça; PP = Pouco Preocupante.

Táxa Nome popular Tipo de registro Grau de ameaça CONSEMA/MMA


Ordem Carnivora
Família Mustelidae
Lontra longicaudis lontra V -
Família Procionidae
Nasua nasua quati V/F -
Ordem Primata
Família Cebidea
Cebus nigritus macaco-prego R/EN -

Devido ao baixo número de espécies registradas não foi possível realizar uma curva de
acumulação das espécies. Outras duas evidencias de registro de espécies de mamíferos foram
registradas durante o estudo, foi registrada uma possível toca de tatú (Figura 63) e uma
possível toca de roedor (Figura 64), no entanto os mesmos não foram contabilizados como
espécies registradas, pois com o registro apenas das tocas não é possível identificar se
realmente as mesmas são pertencentes a estes grupos de mamíferos, podendo ser também
relacionadas a répteis.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 63- Possível toca de tatú registrada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto: F.Ulber.

Figura 64 - Possível toca de roedor registrada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto: F.Ulber.

 Descrição das espécies

Todas as espécies registradas são nativas da fauna brasileira e não se encontram


ameaçadas de extinção de acordo com as listas do MMA (2003), CONSEMA (2011). As
espécies de mamíferos deste levantamento foram identificadas pelo Biólogo Luciano
Machado CRBio 63.912 – 03D.

Mustelídeos (Ordem Carnívora)

• Lontra longicaudis (lontra).

Pertencente à família Mustelidae, L. longicaudis é um mustelídeo solitário de hábitos


semiaquáticos e diurno com dieta onívora, mas alimenta-se principalmente de peixes e
crustaceos. Abriga-se em cavidades naturais ou tocas cavadas nas margens dos cursos d’água.
Esta espécie ocorre nos biomas brasileiros Amazonia, Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica e

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Campos Sulinos. (REIS et al, 2010). Foram avistados dois indivíduos desta espécie no
segundo dia de amostragem as margens do Rio Saí-Mirim na área que será diretamente
afetada pelo sistema de captação de água para a ETA. O registro foi visual, devido à agilidade
dos animais não foi possível realizar o registro fotográfico.

Procianídeos (Ordem Carnívora).

• Nasua nasua (quati) (Figura 65).

Indivíduos desta espécie possuem tamanho médio, podem chegar até 150cm de
comprimento total e pesar cerca de 14kg.. A espécie vive em grupos, podendo os bandos,
atingir de 30 a 40 indivíduos, os machos adultos vivem solitários e só são aceitos no grupo no
período reprodutivo.. Possui hábitos diurnos, e dieta onívora, por possuir esse tipo de dieta
pode se aproveitar de alimentos e lixo produzido pelo homem. São hábeis escaladores de
arvores e ingerem muitos frutos tornando-se assim grandes dispersores de sementes (REIS et
al., 2010). A espécie não é citada em nenhum grau de ameaça de extinção nas listas
consultadas. Um grupo de aproximadamente 7 (sete) indivíduos foi registrado na ADA do
empreendimento.

Figura 65 - Nasua nasua (quati), espécie registrada e identificada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto:
F.Ulber.

Cebideos (Ordem Primata)

• Cebus nigritus (macaco-prego).

A espécie ocorre na Argentina, Paraguai e Brasil, no qual é endêmica da Mata


Atlântica, ocorrendo desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Costumam formar
bandos médios de até 23 indivíduos. Possuem uma dieta constituída de frutos, ramos, flores,
brotos, néctar, insetos, pequenos vertebrados e ovos. Com hábitos diurnos, a espécies pode ser
facilmente observada no alto das arvores (REIS et al.2010). C. nigritus, não está classificada
em nenhum grau de ameaça no Brasil e no Estado de Santa Catarina (MMA,
2003/CONSEMA 2011). O registro desta espécie para a área de influencia do

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

empreendimento foi realizado através de entrevista com moradores próximos da área e


também devido ao registro de evidencia da presença dos mesmos, já que os macacos-prego
tem por habito se alimentar dos talos de folhas de bromélias que se encontram no alto das
árvores e atirar ao chão as folhas com os talos mastigados ou roídos (Figura 66), foi possível
registrar estas evidencias em vários pontos dentro da ADA e AID do empreendimento.

Figura 66 - Talo de folha de bromélia mastigado evidencia de comportamento alimentar de Cebus nigritus
espécies registrada e identificada na área do estudo. Itapoá - SC. Foto: L.Machado.

9.2.1.3 Análise das pressões e ameaças potenciais a mastofauna

 Supressão da vegetação

Mamíferos têm como principal região de nidificação e busca de alimentos os


ambientes florestados, tendendo a sofrer com a fragmentação vegetal. Apesar de algumas
espécies serem oportunistas e conseguirem se adaptar a ambientes antrópicos, a supressão da
vegetação pode ocasionar alteração e até destruição de microhabitats diminuindo a
disponibilidade de alimentos e locais de reprodução e nidificação. Durante a campanha de
levantamento da fauna foi possível perceber que a vegetação se encontra em estágio avançado
de regeneração e que apesar da baixa riqueza de espécies da mastofauna registrada, a área do
estudo é bastante atrativa para espécies de mamíferos, por tanto é recomendado que durante o
processo de supressão da vegetação, o mesmo seja acompanhado de uma equipe de
profissionais biólogos para realizar o afugentamento brando das espécies e o possível resgate
se necessário.

 Poluição sonora

A poluição sonora tem sido apontada como fator determinante na composição de


comunidades biológicas em diversos organismos, estudos demostram que a poluição sonora
gerada por influencia antropogênica pode influenciar na comunicação acústica interespecífica
com finalidade reprodutiva ou no comportamento social das populações (HOOPER, 2011). É
imprescindível que seja realizado um monitoramento dos níveis de ruídos na área das obras
para determinar se os ruídos podem ou não estar causando algum impacto sob a fauna local,

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

principalmente na AID do empreendimento durante a instalação e durante a operação,


estabelecendo assim a elaboração de protocolos de mitigação deste impacto.

9.2.2 Levantamento da Herpetofauna

O conhecimento sobre a composição dos grupos de vertebrados de uma área é fator de


importância primordial em projetos para a sua conservação. Assim, a identificação das
espécies de anfíbios e répteis e o estudo de suas particularidades ecológicas revelam-se
decisivos para o sucesso das ações que buscam conservar a biodiversidade (HEYER et al.,
1994). Em Santa Catarina o conhecimento sobre a riqueza e distribuição geográfica de
anfíbios anuros ainda é incipiente, pelo fato dos estudos terem se iniciado há poucos anos
(LUCAS, 2008). Hoje se estima a existência de 110 espécies de répteis para o Estado de Santa
Catarina, nenhuma delas endêmica (BERNILS et al., 2007). Em se tratando de anfíbios pode-
se citar o trabalho de Garcia et al., (2007), e de Lucas (2008), este último registrando 144
espécies de anfíbios para o Estado. Contudo os trabalhos nesta área ainda são muito escassos.
Por ocuparem tanto ambientes terrestres quanto aquáticos os anfíbios são excelentes
indicadores de qualidade ambiental e desempenham uma importante função na dinâmica entre
esses ecossistemas.

Ainda não existem estimativas sobre a quantidade de espécies de répteis existentes


para Santa Catarina, porém segundo Bérnils et al. (2007), são conhecidas 61 espécies de
serpentes e lagartos para o Vale do Itajaí, com a expectativa de alcançar 90 espécies para a
região. E segundo Hartmann & Giasson (2008), existem cerca de 40 espécies de répteis
conhecidas para a região de São Domingos e Ipuaçu, sendo este a única referência para a
herpetofauna do oeste catarinense.

Ao contrário dos anfíbios, répteis são animais inconspícuos e de difícil amostragem,


sendo muitas vezes complexo avaliar os efeitos de um empreendimento através deste grupo.
No entanto, são importantes por disponibilizarem relevantes subsídios ao conhecimento do
estado de conservação de regiões naturais (MOURA-LEITE et al., 1993), pois ocupam
posição ápice em cadeias alimentares, exigindo assim uma oferta alimentar que sustente suas
populações, funcionam como excelentes bioindicadores de primitividade dos ecossistemas ou,
por outro lado, de diferentes níveis de alteração ambiental.

9.2.2.1 Metodologia

 Área de Influência Indireta (AII)

Para comparação de resultados referentes à herpetofauna no Município de Itapoá,


foram levantadas referências como as listas de espécies para o Estado de Santa Catarina e o
Município de Florianópolis-SC, publicadas por Kunz et al. (2007), a monografia Diagnóstico
da Taxocenose de Anfíbios Anuros da Fazenda Sequóia na Serra Dona Francisca – SC, de
autoria de Sousa (2008).

 Área de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA)

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Para a amostragem in loco da herpetofauna utilizou-se os métodos de amostragem por


busca ativa e registros bioacústicos. As buscas foram realizadas durante três dias
consecutivos, no período entre os dias 30 de abril e 2 de maio de 2014.

• Amostragem por busca ativa

Os anfíbios e répteis foram procurados de forma ativa (Figura 67), nos horários de
maior atividade das espécies, sendo nas horas mais quentes do dia a ênfase em répteis e no
período noturno uma maior atenção aos anuros. Foram feitas caminhadas em trilhas no
interior da mata, por toda a extensão da ADA/AID, revirando troncos, vegetação,
serrapilheira, tocas e pedras. A visualização de anuros foi realizada de forma ativa
principalmente no período noturno, onde os profissionais com auxílio de lanternas procuram
os espécimes pela vocalização desses animais. Buscou-se também as espécies de forma
indireta, principalmente através de peles (ecdises), ovos, carcaças ou qualquer outro vestígio
que pudesse demonstrar a presença de anfíbios e répteis na área da ETA. Os espécimes
encontrados foram fotografados sempre que possível para fins de registros de imagens. A
equipe de herpetofauna contou com três profissionais biólogos e a metodologia por busca
ativa somou um total de 24 horas de campo.

Figura 67 - Amostragem por busca ativa dentro da área diretamente afetada da ETA. Itapoá-SC.

• Amostragem por bioacústica

O registro auditivo consiste no reconhecimento das emissões vocais das espécies em


questão. Cada espécie de anfíbio anuro possui vocalizações exclusivas e a experiência dos
pesquisadores permite a identificação em campo. Sempre que possíveis às vocalizações são
gravadas para formar registros e também para solucionar alguma eventual dúvida quanto à
espécie. Foram utilizados gravadores digitais de alta sensibilidade para a captação e
armazenamento desses dados.

• Identificação Taxonômica

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Para a identificação das espécies de anfíbios em campo foram utilizados o livro


Anfíbios da Mata Atlântica de Haddad et al., (2008) e o Guia Interativo dos Anfíbios Anuros
da Mata Atlântica, de Toledo & Haddad (2011).

Para a identificação dos répteis em campo foram utilizados o livro Serpentes da Mata
Atlântica: Guia Ilustrado para a Serra do Mar de Marques et al., (2001) e o site da Sociedade
Brasileira de Herpetologia. A classificação e nomenclatura neste trabalho seguem os
utilizados pela Sociedade Brasileira de Herpetologia, sendo o grupo dos répteis organizado
por Bérnils & Costa (2011), e o grupo dos anfíbios organizado por Segalla et. al (2012). Foi
consultado ainda o site da Integrated Taxonomic Information System (http://www.itis.gov)
para confirmação de nomenclatura e classificação dos espécimes.

• Espécies ameaçadas de extinção

A ocorrência de espécies ameaçadas ou possivelmente ameaçadas foi considerada de


acordo com as espécies classificadas nas categorias do Livro vermelho da fauna brasileira
ameaçada de extinção (MMA, 2014), a lista da fauna ameaçada de extinção do Estado de
Santa Catarina (CONSEMA, 2010) e a Lista Vermelha da IUCN (IUCN, 2013).

9.2.2.2 Resultados e Discussão

 Área de Influência Indireta (AII)

Segundo a lista de Kunz et al., (2007), para o Estado de Santa Catarina e Município de
Florianópolis, foram levantados 66 espécies de Anuros, distribuídos em cinco famílias, sendo
a família Hylidae a maior contribuinte, com 31 espécies (Tabela 16). Para os répteis foram
observados 64 espécies, distribuídos em 10 famílias, sendo Colubridae a maior família
(Tabela 17).

Tabela 16 – Lista de Anfíbios Anuros registrados para o Estado de Santa Catarina e Município de
Florianópolis-SC.

Taxa
Caeciliidae Leptodactylidae
Siphonops sp. Leptodactylus sp.
Brachycephalidae Leptodactylus araucarius
Eleutherodactylus sp. Leptodactylus fuscus
Eleutherodactylus binotatus Leptodactylus gracilis
Eleutherodactylus henselii Leptodactylus notoaktites
Hylidae Leptodactylus plaumanni
Aplastodiscus cochranae Physalaemus biligonigerus
Aplastodiscus ehrhardti Physalaemus cuvieri
Aplastodiscus perviridis Physalaemus aff. Gracilis
Bokermannohyla hylax Physalaemus nanus
Dendropsophus microps Physalaemus olfersii
Dendropsophus minutus Physalaemus spiniger

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Dendropsophus nahdereri Cycloramphidae


Dendropsophus sanborni Cycloramphus bolitoglossus
Dendropsophus werneri Cycloramphus cf. izecksohni
Hypsiboas sp. Hylodes sp.
Hypsiboas bischoffi Limnomedusa macroglossa
Hypsiboas faber Odontophrynus americanos
Hypsiboas joaquini Proceratophrys boiei
Hypsiboas leptolineatus Proceratophrys subguttata
Hypsiboas marginatus Bufonidae
Hypsiboas aff. semiguttatus Chaunus abei
Hypsiboas semilineatus Chaunus ictericus
Dendrophryniscus
Phyllomedusa distincta
brevipollicatus
Pseudis minuta Melanophryniscus dorsalis)
Scinax sp. Microhylidae
Scinax cf. alter Chiasmocleis leucosticta
Scinax argyreornatus Elachistocleis ovalis
Scinax catharinae Ranidae
Scinax fuscovarius Lithobates catesbeianus
Scinax cf. granulatus
Scinax perereca
Scinax cf. perpusillus
Scinax rizibilis
Scinax squalirostris
Sphaenorhynchus surdus
Trachycephalus mesophaeus

Tabela 17 - Lista de Répteis da Ordem Squamata observados no Estado de Santa Catarina e Município de
Florianópolis-SC.

Taxa
Chelidae Echinanthera bilineata
Hydromedusa tectifera Echinanthera cyanopleura
Alligatoridae Helicops carinicaudus
Caiman latirostris Imantodes cenchoa
Amphisbaenidae Leptophis ahaetulla
Amphisbaena sp. Liophis miliaris
Leiosauridae Mastigodryas bifossatus
Enyalius iheringii Oxyrhopus clathratus
Urostrophus vautieri Oxyrhopus rhombifer
Tropiduridae Philodryas aestiva
Liolaemus occipitalis Philodryas arnaldoi
Tropidurus torquatus Philodryas olfersii

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Gekkonidae Philodryas patagoniensis


Hemidactylus mabouia Pseudoboa haasi
Anguidae Sibynomorphus neuwiedi
Sibynomorphus
Ophiodes sp.
ventrimaculatus
Teiidae Siphlophis pulcher
Cnemidophorus
Sordellina punctata
lacertoides
Cnemidophorus
Spilotes pullatus
vacariensis
Tupinambis merianae Thamnodynastes sp.
Gymnophthalmidae Thamnodynastes hypoconia
Cercosaura schreibersii Thamnodynastes strigatus
Colobodactylus taunayi Tomodon dorsatus
Placosoma glabellum Tropidodryas serra
Scincidae Tropidodryas striaticeps
Mabuya dorsivittata Waglerophis merremii
Colubridae Xenodon guentheri
Atractus taeniatus Xenodon neuwiedii
Boiruna maculata Elapidae
Chironius bicarinatus Micrurus altirostris
Chironius exoletus Micrurus corallinus
Chironius laevicollis Viperidae
Chironius multiventris Bothrops cotiara
Clelia plúmbea Bothrops jararacuçu
Dipsas albifrons Bothrops gr. Neuwiedi
Echinanthera affinis Crotalus durissus

Segundo a lista de Sousa (2008), para Serra Dona Francisca, Joinville, SC, foram
registradas 34 espécies de anfíbios anuros, pertencentes a oito famílias, sendo a família
Hylidae a mais representativa (Tabela 18).

Tabela 18 - Lista de Anfíbios Anuros observados na Serra Dona Francisca, Joinville - SC.

Taxa
Amphignathodontidae Hypsiboas geographicus
Flectonotus fissilis Hypsiboas prasinus
Bufonidae Scinax catharinae
Rhinella sp. Scinax fuscovarius
Craugastoridae Scinax perereca
Haddadus sp. Scinax perpusillus
Cycloramphus bolitoglossus Sphaenorhynchus caramaschii
Proceratophrys sp. Hylodidae
Proceratophrys boiei Hylodes cf. heyeri
Hylidae Leiuperidae

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Aplastodiscus albosignatus Physalaemus cuvieri


Aplastodiscus ehrhardti Physalaemus aff.gracilis
Aplastodiscus perviridis Physalaemus olfersii
Bokermannohyla sp. Sp. 1
Dendropsophus microps Leptodactylidae
Dendropsophus minutus Leptodactylus araucarius
Dendropsophus nahdereri Leptodactylus marmoratus
Hypsiboas albopunctatus Leptodactylus cf notoaktites
Hypsiboas bischoffi Leptodactylus ocellatus
Hypsiboas faber Scythrophrys sawayae

 Área de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA)

Foram registros e identificadas quatro espécies da herpetofauna no local sendo todas


as espécies de anfíbios anuros (Tabela 19). Não foram registradas nesta campanha espécies de
répteis no local.

Tabela 19 - Espécies da herpetofauna registradas e identificadas na área diretamente afetada (ADA) e


área de influência direta da ETA, Itapoá-SC.
Tipo de Local do
Taxa Nome popular Status
registro registro
ORDEM ANURA ETA
Família Hylidae
Scinax alter Perereca-do-litoral Visual ADA / AID
Perereca-da-
Sinax perpusillus Visual ADA
bromélia
Família Bufonidae

Dendrophryniscus berthalutzae
Sapinho-das-
Visual AID Ameaçada
folhagens (IUCN, 2013)

Dendrophryniscus leucomystax
Sapinho-das-
Visual AID Ameaçada
bromélias (IUCN, 2013)

 Descrição das Espécies

Todas as espécies registradas na campanha de levantamento em maio de 2014 são


nativas da fauna brasileira, sendo que duas das espécies constam na Lista Vermelha da IUCN
na categoria pouco preocupante (least concern LC) (IUCN, 2013). Os parágrafos a seguir
descreverão estas espécies, tratando brevemente da morfologia, ocorrência e aspectos
ecológicos. Todas as espécies da herpetofauna deste levantamento foram identificadas pelos
Biólogos Fabrício Ulber CRBio 053675 – 03D e Luciano Machado CRBio 63.912 – 03D.

Ordem Anura (Sapos, Rãs e Pererecas)

Família Hylidae

• Scinax alter (perereca-do-litoral) (Figura 68)

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Perereca de tamanho pequeno, encontrada frequentemente em áreas mais abertas, tem


hábito arborícola e seu período de maior atividade é o noturno (HADDAD, 2008). É muito
comum encontrar esta espécie refugiada em bromélias, principalmente nas regiões de restinga
(COLOMBO, 2004).

Figura 68 - Scinax alter (perereca-do-litoral) espécie registrada e identificada na área diretamente afetada
e na área de influência direta (ADA/AID) da ETA. Ítapoá - SC. Foto: F. ULBER.

• Scinax perpusillus (perereca-da-bromélia) (Figura 69)

Perereca de tamanho pequeno, encontrada frequentemente em áreas florestadas, tem


hábito arborícola e seu período de maior atividade é o noturno. Utiliza como sítio de canto a
roseta de bromélias (HADDAD, 2008). Os machos de S. perpusillus são territoriais e
bromelígenos (PEIXOTO, 1995), vocalizando a partir de bromeliáceas terrestres ou epífitas;
durante o amplexo, os ovos são depositados na água acumulada nas axilas ou no tanque
central, onde os girinos se desenvolvem (ALVES-SILVA & SILVA, 2009).

Figura 69 - Scinax perpusillus (perereca-da-bromélia) espécie registrada e identificada na área


diretamente afetada (ADA) da ETA. Ítapoá - SC. Foto: T. J. CADORIN.\

• Dendrophryniscus berthalutzae (sapinho-das-folhagens) (Figura 70)

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Sapo de tamanho pequeno tem hábitos noturnos e costuma ficar empoleirado em


arbustos baixos ou sobre bromélias próximas ao chão. A desova dessa espécie ocorre na água
acumulada nas bromélias (CARVALHO, 1949). Durante a noite costuma ficar sobre as folhas
da vegetação baixa, no meio da floresta. Esta espécie está na Lista Vermelha da IUCN, listada
como pouco preocupante (least concern LC) uma vez que, embora a sua extensão de
ocorrência seja provavelmente inferior a 20.000 km2, é comum, com uma população
presumidamente grande, e é pouco provável que ocorra um declínio rápido suficiente para
qualificar a espécie em uma categoria mais ameaçada (IUCN, 2013).

Figura 70 - Dendrophryniscus berthalutzae (sapinho-das-folhagens) espécie registrada e identificada na


área de influência direta (AID) da ETA. Ítapoá - SC. Foto: T. J. CADORIN.

• Dendrophryniscus leucomystax (sapinho-das-bromélias) (Figura 71)

Pequeno sapo, encontrada frequentemente em áreas florestadas, tem hábito escalador


arborícola e seu período de maior atividade é o noturno (HADDAD, 2008). Os seus habitats
naturais são as florestas tropicais e subtropicais úmidas de baixa altitude e marismas
intermitentes de água doce. Esta espécie está na Lista Vermelha da IUCN, listada como pouco
preocupante (least concern LC) devido a ampla distribuição e a tolerância a certo grau de
modificação do habitat. O declínio das populações não é rápido o suficiente para que a
espécie seja qualificada em uma categoria mais ameaçada (IUCN, 2013).

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Figura 71 - Dendrophryniscus leucomystax (sapinho-das-bromélias) espécie ameaçada (IUCN, 2013)


registrada e identificada na área de influência direta (AID) da ETA. Ítapoá - SC. Fotos: L. MACHADO &
F. ULBER.

9.2.2.3 Análise das pressões e ameaças potenciais a herpetofauna

 Alteração e destruição dos ambientes naturais

A preservação de ambientes florestados é imprescindível para a proteção e


conservação da herpetofauna, uma vez que a supressão da vegetação pode reduzir a
disponibilidade de abrigos e oferta de alimentos. Durante a campanha de levantamento de
herpetofauna foi possível perceber que a vegetação na área da ETA está bem conservada, mas
foi possível constatar o corte seletivo de grandes árvores para extração de madeira. O
ambiente tem grande parte de seu solo alagado e foi observada também a escavação de valas
para drenagem na parte frontal do terreno. Essa drenagem pode contribuir significativamente
para a alteração das características do local e por consequência das espécies que vivem neste
ambiente. É possível notar que a parte mais próxima da vala de drenagem tem o solo mais
seco e estas pequenas alterações podem ter contribuído com a baixa riqueza de espécies
observadas.

Certas características fisiológicas e ecológicas tornam os anfíbios fortemente


dependentes da água, pelo menos durante a fase larval. Esses animais apresentam forte
sensibilidade a alterações de parâmetros físicos e químicos da água e várias espécies são
também sensíveis a alterações na estrutura da vegetação nas vizinhanças dos corpos d'água
(JIM, 1980). No geral, as intervenções humanas levam a um empobrecimento da estrutura e
da diversidade da vegetação. Tal mudança também altera o hábitat de diversas espécies
animais, causando o desaparecimento de especialistas com hábitos restritos em favor de
generalistas.

Outros fatores, como a variação sazonal, também podem influenciar a distribuição de


espécies de anfíbios anuros. Seu período de reprodução é altamente afetado pela distribuição
das chuvas, principalmente porque a disponibilidade de sítios aquáticos para reprodução é
maior durante a estação chuvosa.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Durante o período de coleta de dados em campo as temperaturas caiam


consideravelmente ao entardecer e a umidade relativa do ar também diminuía. A combinação
de clima seco e frio não favorece o encontro com anfíbios e répteis, tendo em vista a
preferência dos anfíbios por locais úmidos e dos répteis por locais quentes. Em qualquer
situação diferente destas a tendência é de os animais procurarem por abrigos que mantenham
as condições necessárias para a sua manutenção, até que a normalidade se restabeleça.

9.2.3 Levantamento da Avifauna

A mata atlântica apresenta 891 espécies de aves (LIMA, 2014 apud PIVETTA, 2014),
46,9% do total de aves registradas em território brasileiro – 1901 espécies (CBRO, 2014).
Destas, 213 são endêmicas do Bioma, o qual apresenta ainda 1.035 subespécies de aves, das
quais 351 são endêmicas. 233 espécies encontram-se em listas de ameaçadas nacional ou
internacionalmente (LIMA, 2014 apud PIVETTA, 2014). Muitas destas “estão limitadas a
regiões montanhosas elevadas, e várias cadeias de montanhas tem espécies ou subespécies
próprias” (SIGRIST, 2012). Regiões litorâneas ou de baixadas são igualmente ricas, embora a
fragmentação e destruição destes ambientes sejam mais acentuadas do que nas áreas
montanhosas, o que contribui para inclusão de várias espécies típicas destes locais em
categorias de ameaça. Neste contexto enquadra-se a região litorânea do município de Itapoá,
em Santa Catarina.

No estado de Santa Catarina, “totalmente inserido no bioma Mata Atlântica”


(SEVEGNANI; SCHROEDER, 2013), Rosário (1996), citou a ocorrência de 596 espécies de
aves. Algumas destas, no entanto, possuem registros inválidos, fora de sua área de
distribuição e outras com informações pouco precisas, apenas recentemente tiveram registros
documentados. Atualmente, fontes digitais disponibilizam diariamente vários registros de
aves, em sites específicos na internet (WIKI AVES, 2014; PLANQUÉ; VELLINGA, 2014),
dado o crescimento no número de observadores de aves. Esses dados, aliados principalmente
a novas ocorrências registradas em estudos para licenciamento ambiental, elevaram a riqueza
de aves no território catarinense para mais de 650 espécies. Destas, 97 constam na Lista
Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado de Santa Catarina
(CONSEMA, 2011).

A execução de estudos de licenciamento e monitoramento ambiental “pode colaborar


para o registro de espécies da avifauna, ou mesmo ampliar a distribuição em locais pouco
amostrados” (AZEVEDO, 2006). “As aves são também excelentes indicadores da qualidade
de nosso ambiente, funcionando como detectores de mudanças na saúde e condições do
ecossistema” (SAVE BRASIL, 2013). Espécies florestais são sensíveis ao desmatamento, e
apresentam declínio populacional ou mesmo extinções locais após alterações do habitat. Desta
forma, o adequado conhecimento da biologia e ecologia deste grupo pode fornecer dados para
subsidiar programas de conservação e manejo (REGALADO; SILVA, 1997).

9.2.3.1 Metodologia

 Área de Influência Indireta (AII)

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Para a área de Influência Indireta foram levantados dados através de consultas


bibliográficas e registros de ocorrência disponíveis no site WikiAves (WIKI AVES, 2014) as
espécies de possível ocorrência para a área de estudo.

 Área de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA)

Para o levantamento da avifauna foi utilizado o registro visual e auditivo, onde as aves
são identificadas através de suas vocalizações e/ou visualmente, com auxílio de binóculos
Nikon 8 x 42. Foi empregado o método de Listas de Mackinnon, que consiste em uma
metodologia para inventários rápidos em ambientes tropicais, nas quais todas as espécies de
aves identificadas em um trajeto pré-determinado são anotadas em listas consecutivas de igual
tamanho (Figura 72). A grande vantagem é a obtenção de listas de espécies padronizadas,
obtidas sem restrição de tempo, e o grande número de amostras obtidas em um único dia de
campo (BIBBY, 2004; RIBON, 2007). Para este trabalho são utilizadas listas (amostras) de 10
espécies, conforme recomendado por Herzog, Kessler e Cahill (2002). A partir das amostras é
calculado um índice de abundância relativa, denominado Índice de Freqüência nas Listas
(IFL). O IFL de uma espécie é obtido dividindo-se o número de listas em que ela ocorre pelo
número total de listas obtido. Quanto mais comum a espécie, maior o IFL (RIBON, 2010).
Para verificar a suficiência de amostragem, uma curva de acumulação de espécies foi
confeccionada, onde as unidades amostrais corresponderam às listas de Mackinnon.

Figura 72 - Profissional anotando espécies de aves através do método de listas de Mackinnon.

Através do caminhamento foram percorridas as áreas mais significativas dos habitats


encontrados na área do empreendimento, que podem ser divididos em: Floresta Ombrófila
Densa de Terras Baixas, na ADA (Figura 73), ambientes abertos ou antropizados (Figura 74)
e ambiente aquático, representado principalmente pelo Rio Saí Mirim (Figura 75), na AID.
Além das buscas durante o dia, com ênfase no período matutino e final de tarde, foram
efetuadas buscas durante a noite, favorecendo assim, além das habitualmente diurnas, o
registro de aves das ordens Strigiformes (corujas), Caprimulgiformes (bacuraus) e
Nyctibiiformes (mãe-da-lua).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 73 - Aspecto do interior da Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, na ADA.

Figura 74 - Ambiente aberto com predomínio de pastagem e árvores isoladas, na AID da Captação de
Água Bruta. Na imagem, um indivíduo da espécie Pyrocephalus rubinus (príncipe).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 75 - Ambiente aquático representado pelo Rio Saí Mirim, na AID da Captação de Água Bruta.

Algumas aves são atraídas com o uso de playback, a fim de confirmar a identificação
da espécie ou obter registro fotográfico (Figura 76). As fotografias são obtidas com câmera
Panasonic Lumix DMC-FZ200. As vozes não identificadas em campo são gravadas com
gravador Sony PCM-M10, para posterior identificação mediante consulta a acervos sonoros
como o website Xeno-canto (PLANQUÉ; VELLINGA, 2014). As aves visualizadas e não
conhecidas, são identificadas com auxílio de guias (SICK, 1997; PERLO, 2009; SIGRIST,
2014).

O grau de ameaça das espécies de aves é baseado na Lista das Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção em Santa Catarina (CONSEMA, 2011), Lista das Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção (M.M.A, 2014); e espécies globalmente ameaçadas, de
acordo com International Union for Conservation of Nature - IUCN (IUCN, 2013; BIRDLIFE
INTERNATIONAL, 2013). A nomenclatura das espécies e ordem taxonômica segue a lista
oficial das aves do Brasil (CBRO, 2014).

Figura 76 - Profissional realizando registro fotográfico de ave.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

9.2.3.2 Resultados e Discussão

 Área de Influência Indireta (AII)

Através de consultas bibliográficas e registros de ocorrência disponíveis no site


WikiAves (WIKI AVES, 2014), foram listadas 375 espécies de aves, pertencentes a 23 ordens
e 73 famílias, com possível ocorrência para a área do empreendimento. A Tabela 20 mostra a
lista de espécies, assim como respectivos aspectos de endemismo e ameaça.

Tabela 20 - Lista das espécies de aves da região de Itapoá – Santa Catarina. Legenda: Endemismo:
Espécie endêmica do Brasil (BR), Espécie endêmica do Bioma Mata Atlântica (MA); Ameaça de extinção:
Ameaçada no estado de Santa Catarina (SC), no Brasil (BR) e globalmente ameaçada (IUCN), conforme
as categorias: Quase Ameaçada (NT), Vulnerável (VU), Em Perigo (EN) e Criticamente Ameaçada (CR). *
Espécie exótica.
Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
ORDEM
TINAMIFORMES
Família Tinamidae
Tinamus solitarius macuco MA SC: VU; IUCN: NT
Crypturellus obsoletus inhambuguaçu
SC: EN; BR: VU; IUCN:
Crypturellus noctivagus jaó-do-sul BR; MA
NT
Crypturellus
inhambu-chororó
parvirostris
Crypturellus tataupa inhambu-chintã
Nothura maculosa codorna-amarela
ORDEM
ANSERIFORMES
Família Anatidae
Dendrocygna bicolor marreca-caneleira
Dendrocygna viduata irerê
Cairina moschata pato-do-mato
Sarkidiornis sylvicola pato-de-crista
Amazonetta
pé-vermelho
brasiliensis
ORDEM
GALLIFORMES
Família Cracidae
Penelope superciliaris jacupemba SC: VU
Penelope obscura jacuaçu
Ortalis squamata aracuã-escamoso
Família
Odontophoridae
Odontophorus capueira uru MA
ORDEM
PODICIPEDIFORMES
Família
Podicipedidae
Podilymbus podiceps mergulhão-caçador
ORDEM
SULIFORMES

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Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Família Fregatidae
Fregata magnificens tesourão
Família Sulidae
Sula leucogaster atobá-pardo
Família
Phalacrocoracidae
Phalacrocorax
biguá
brasilianus
ORDEM
PELECANIFORMES
Família Ardeidae
Tigrisoma lineatum socó-boi
Cochlearius
arapapá
cochlearius
Nycticorax nycticorax savacu
Bubulcus ibis garça-vaqueira
Ardea cocoi garça-moura
Ardea alba garça-branca-grande
Syrigma sibilatrix maria-faceira
Egretta thula garça-branca-pequena
Egretta caerulea garça-azul
Família
Threskiornithidae
Plegadis chihi caraúna-de-cara-branca
Mesembrinibis
coró-coró
cayennensis
Phimosus infuscatus tapicuru-de-cara-pelada
Theristicus caudatus curicaca
Platalea ajaja colhereiro
ORDEM
CATHARTIFORMES
Família Cathartidae
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha
Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta
Sarcoramphus papa urubu-rei
ORDEM
ACCIPITRIFORMES
Família Pandionidae
Pandion haliaetus águia-pescadora
Família Accipitridae
Leptodon cayanensis gavião-de-cabeça-cinza
Elanoides forficatus gavião-tesoura
Harpagus diodon gavião-bombachinha
Accipiter poliogaster tauató-pintado SC: CR
Accipiter superciliosus gavião-miudinho SC: VU
Accipiter striatus gavião-miúdo
Accipiter bicolor gavião-bombachinha-grande
Geranospiza gavião-pernilongo

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Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
caerulescens
Heterospizias
gavião-caboclo
meridionalis
Amadonastur
gavião-pombo-pequeno BR; MA SC, BR, IUCN: VU
lacernulatus
Urubitinga urubitinga gavião-preto
Rupornis magnirostris gavião-carijó
Pseudastur polionotus gavião-pombo-grande MA IUCN: NT
Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta
Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco SC: VU
Spizaetus
gavião-pato SC: EN
melanoleucus
ORDEM
GRUIFORMES
Família Aramidae
Aramus guarauna carão
Família Rallidae
Aramides cajaneus saracura-três-potes
Aramides saracura saracura-do-mato MA
Laterallus
sanã-parda
melanophaius
Laterallus leucopyrrhus sanã-vermelha
Porzana albicollis sanã-carijó
Pardirallus nigricans saracura-sanã
Gallinula galeata frango-d'água-comum
ORDEM
CHARADRIIFORMES
Família Charadriidae
Vanellus chilensis quero-quero
Pluvialis dominica batuiruçu
Pluvialis squatarola batuiruçu-de-axila-preta
Charadrius
batuíra-de-bando
semipalmatus
Charadrius collaris batuíra-de-coleira
Família
Haematopodidae
Haematopus palliatus piru-piru
Família
Recurvirostridae
Himantopus melanurus pernilongo-de-costas-brancas
Família Scolopacidae
Gallinago paraguaiae narceja
Actitis macularius maçarico-pintado
Tringa solitaria maçarico-solitário
Tringa melanoleuca maçarico-grande-de-perna-amarela
Tringa flavipes maçarico-de-perna-amarela
Arenaria interpres vira-pedras
Calidris alba maçarico-branco
Calidris fuscicollis maçarico-de-sobre-branco

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Família Jacanidae
Jacana jacana jaçanã
Família Laridae
Larus dominicanus gaivotão
Família Sternidae
Sternula superciliaris trinta-réis-anão
Sterna hirundinacea trinta-réis-de-bico-vermelho
Sterna trudeaui trinta-réis-de-coroa-branca
Thalasseus acuflavidus trinta-réis-de-bando
Família Rynchopidae
Rynchops niger talha-mar
ORDEM
COLUMBIFORMES
Família Columbidae
Columbina talpacoti rolinha-roxa
Columba livia * pombo-doméstico
Patagioenas picazuro pombão
Patagioenas
pomba-galega
cayennensis
Patagioenas plumbea pomba-amargosa
Zenaida auriculata pomba-de-bando
Leptotila verreauxi juriti-pupu
Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira
Geotrygon montana pariri
ORDEM
CUCULIFORMES
Família Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato
Coccyzus
papa-lagarta-acanelado
melacoryphus
Crotophaga ani anu-preto
Guira guira anu-branco
Tapera naevia saci
Dromococcyx
peixe-frito-pavonino
pavoninus
ORDEM
STRIGIFORMES
Família Tytonidae
Tyto furcata coruja-da-igreja
Família Strigidae
Megascops choliba corujinha-do-mato
Megascops atricapilla corujinha-sapo MA
Strix virgata coruja-do-mato
Glaucidium brasilianum caburé
Athene cunicularia coruja-buraqueira
Asio clamator coruja-orelhuda
Asio stygius mocho-diabo
ORDEM

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Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
NYCTIBIIFORMES
Família Nyctibiidae
Nyctibius griseus mãe-da-lua
ORDEM
CAPRIMULGIFORME
S
Família
Caprimulgidae
Antrostomus rufus joão-corta-pau
Lurocalis
tuju
semitorquatus
Hydropsalis albicollis bacurau
Hydropsalis parvula bacurau-chintã
Hydropsalis torquata bacurau-tesoura
Chordeiles nacunda corucão
ORDEM
APODIFORMES
Família Apodidae
Cypseloides senex taperuçu-velho
Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca
Chaetura cinereiventris andorinhão-de-sobre-cinzento
Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal
Família Trochilidae
Ramphodon naevius beija-flor-rajado BR; MA IUCN: NT
Phaethornis squalidus rabo-branco-pequeno BR
Phaethornis eurynome rabo-branco-de-garganta-rajada MA
Eupetomena macroura beija-flor-tesoura
Aphantochroa
beija-flor-cinza MA
cirrochloris
Florisuga fusca beija-flor-preto MA
Anthracothorax
beija-flor-de-veste-preta
nigricollis
Lophornis magnificus topetinho-vermelho BR
Lophornis chalybeus topetinho-verde
Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho
Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta MA
Leucochloris albicollis beija-flor-de-papo-branco MA
Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca
Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde
Clytolaema rubricauda beija-flor-rubi BR; MA
Calliphlox amethystina estrelinha-ametista
ORDEM
TROGONIFORMES
Família Trogonidae
surucuá-grande-de-barriga-
Trogon viridis SC: EN
amarela
Trogon surrucura surucuá-variado MA
Trogon rufus surucuá-de-barriga-amarela
ORDEM

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Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
CORACIIFORMES
Família Alcedinidae
Megaceryle torquata martim-pescador-grande
Chloroceryle amazona martim-pescador-verde
Chloroceryle aenea martinho SC: VU
Chloroceryle
martim-pescador-pequeno
americana
Chloroceryle inda martim-pescador-da-mata SC: EN
ORDEM
GALBULIFORMES
Família Bucconidae
Notharchus swainsoni macuru-de-barriga-castanha SC: VU
Malacoptila striata barbudo-rajado BR; MA
Nonnula rubecula macuru
ORDEM PICIFORMES
Família
Ramphastidae
Ramphastos vitellinus tucano-de-bico-preto
Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde MA
Selenidera
araçari-poca MA
maculirostris
Família Picidae
Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira MA
Melanerpes candidus pica-pau-branco
Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela MA
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó MA
Piculus flavigula pica-pau-bufador SC: VU
Colaptes
pica-pau-verde-barrado
melanochloros
Colaptes campestris pica-pau-do-campo
Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela
SC, BR, IUCN: VU;
Dryocopus galeatus pica-pau-de-cara-canela MA
BR:EN
Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca
Campephilus robustus pica-pau-rei MA
ORDEM
FALCONIFORMES
Família Falconidae
Caracara plancus caracará
Milvago chimachima carrapateiro
Milvago chimango chimango
Herpetotheres
acauã
cachinnans
Micrastur ruficollis falcão-caburé
Micrastur
falcão-relógio
semitorquatus
Falco sparverius quiriquiri
Falco femoralis falcão-de-coleira
Falco peregrinus falcão-peregrino

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
ORDEM
PSITTACIFORMES
Família Psittacidae
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha MA
Forpus xanthopterygius tuim
Brotogeris tirica periquito-rico BR; MA
SC: CR; BR: VU; IUCN:
Touit melanonotus apuim-de-costas-pretas BR; MA
EN
Pionopsitta pileata cuiú-cuiú MA
Pionus maximiliani maitaca-verde
Amazona brasiliensis papagaio-de-cara-roxa BR; MA SC: CR
Triclaria malachitacea sabiá-cica BR; MA SC: VU; IUCN: NT
ORDEM
PASSERIFORMES
Família
Thamnophilidae
Terenura maculata zidedê MA
Myrmotherula unicolor choquinha-cinzenta BR; MA IUCN: NT
Stymphalornis
bicudinho-do-brejo BR; MA SC: CR; BR: EN
acutirostris
Rhopias gularis choquinha-de-garganta-pintada BR; MA
Dysithamnus
choquinha-de-peito-pintado BR; MA IUCN: NT
stictothorax
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa
Herpsilochmus
chorozinho-de-asa-vermelha
rufimarginatus
Thamnophilus
choca-de-chapéu-vermelho
ruficapillus
Thamnophilus
choca-da-mata
caerulescens
Hypoedaleus guttatus chocão-carijó MA
Batara cinerea matracão
Mackenziaena severa borralhara MA
Myrmoderus
papa-formiga-de-grota BR; MA
squamosus
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul MA
Drymophila ferruginea trovoada BR; MA
Drymophila malura choquinha-carijó MA
Drymophila squamata pintadinho BR; MA SC: EN
Família
Conopophagidae
Conopophaga lineata chupa-dente MA
Conopophaga
cuspidor-de-máscara-preta BR
melanops
Família Grallariidae
Hylopezus nattereri pinto-do-mato MA
Família
Rhinocryptidae
Eleoscytalopus
macuquinho BR; MA IUCN: NT
indigoticus
Scytalopus speluncae tapaculo-preto BR; MA

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Psilorhamphus guttatus tapaculo-pintado MA IUCN: NT
Família Formicariidae
Formicarius colma galinha-do-mato
Chamaeza
tovaca-campainha
campanisona
Família
Dendrocolaptidae
Dendrocincla turdina arapaçu-liso MA
Sittasomus
arapaçu-verde
griseicapillus
Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado MA
Lepidocolaptes
arapaçu-escamado-do-sul MA
falcinellus
Dendrocolaptes
arapaçu-grande
platyrostris
Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca
Família Xenopidae
Xenops minutus bico-virado-miúdo
Xenops rutilans bico-virado-carijó
Família Furnariidae
Furnarius rufus joão-de-barro
Phleocryptes melanops bate-bico
Automolus
barranqueiro-de-olho-branco MA
leucophthalmus
Anabacerthia
limpa-folha-ocráceo MA
lichtensteini
Philydor atricapillus limpa-folha-coroado MA
Cichlocolaptes
trepador-sobrancelha BR; MA
leucophrus
Certhiaxis
curutié
cinnamomeus
Synallaxis ruficapilla pichororé MA
Synallaxis spixi joão-teneném
Família Pipridae
Manacus manacus rendeira
Ilicura militaris tangarazinho BR; MA
Chiroxiphia caudata tangará MA
Família Oxyruncidae
Oxyruncus cristatus araponga-do-horto
Família
Onychorhynchidae
Onychorhynchus
maria-leque-do-sudeste BR; MA SC: CR
swainsoni
Myiobius barbatus assanhadinho SC: EN
Myiobius atricaudus assanhadinho-de-cauda-preta SC: VU
Família Tityridae
Schiffornis virescens flautim MA
anambé-branco-de-bochecha-
Tityra inquisitor
parda
Tityra cayana anambé-branco-de-rabo-preto

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Pachyramphus
caneleiro
castaneus
Pachyramphus
caneleiro-preto
polychopterus
Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto
Família Cotingidae
Procnias nudicollis araponga MA IUCN: VU
Pyroderus scutatus pavó MA SC: EN
Carpornis cucullata corocochó BR; MA IUCN: NT
Família Pipritidae
Piprites chloris papinho-amarelo
Família
Platyrinchidae
Platyrinchus
patinho
mystaceus
Platyrinchus
patinho-gigante MA SC, IUCN: VU
leucoryphus
Família Tachurididae
Tachuris rubrigastra papa-piri SC: VU
Família
Rhynchocyclidae
Mionectes rufiventris abre-asa-de-cabeça-cinza MA
Leptopogon
cabeçudo
amaurocephalus
Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato
Phylloscartes kronei maria-da-restinga BR; MA IUCN: VU
Phylloscartes oustaleti papa-moscas-de-olheiras BR; MA SC: VU; IUCN: NT
Phylloscartes sylviolus maria-pequena MA SC: EN; IUCN: NT
Tolmomyias
bico-chato-de-orelha-preta
sulphurescens
Todirostrum
teque-teque BR; MA
poliocephalum
Poecilotriccus
tororó
plumbeiceps
Myiornis auricularis miudinho MA
Hemitriccus orbitatus tiririzinho-do-mato BR; MA IUCN: NT
Hemitriccus
tachuri-campainha BR; MA
nidipendulus
Hemitriccus kaempferi maria-catarinense BR; MA SC, BR: VU; IUCN: EN
Família Tyrannidae
Hirundinea ferruginea gibão-de-couro
Camptostoma
risadinha
obsoletum
Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela
Elaenia parvirostris guaracava-de-bico-curto
Elaenia mesoleuca tuque
Elaenia obscura tucão
Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta
Phyllomyias fasciatus piolhinho
Phyllomyias
piolhinho-serrano BR; MA IUCN: NT
griseocapilla

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Pseudocolopteryx
amarelinho-do-junco
flaviventris
Serpophaga nigricans joão-pobre
Serpophaga
alegrinho
subcristata
Attila phoenicurus capitão-castanho
Attila rufus capitão-de-saíra BR; MA
Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata
Ramphotrigon
maria-cabeçuda
megacephalum
Myiarchus swainsoni irré
Myiarchus ferox maria-cavaleira
Sirystes sibilator gritador
Pitangus sulphuratus bem-te-vi
Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro
Myiodynastes
bem-te-vi-rajado
maculatus
Megarynchus pitangua neinei
Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho
Tyrannus
suiriri
melancholicus
Tyrannus savana tesourinha
Empidonomus varius peitica
Conopias trivirgatus bem-te-vi-pequeno
Colonia colonus viuvinha
Myiophobus fasciatus filipe
Pyrocephalus rubinus príncipe
Fluvicola nengeta lavadeira-mascarada
Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu
Lathrotriccus euleri enferrujado
Contopus cinereus papa-moscas-cinzento
Knipolegus cyanirostris maria-preta-de-bico-azulado
Satrapa icterophrys suiriri-pequeno
Muscipipra vetula tesoura-cinzenta MA
Família Vireonidae
Cyclarhis gujanensis pitiguari
Vireo chivi juruviara
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado MA
Família Corvidae
Cyanocorax caeruleus gralha-azul MA IUCN: NT
Cyanocorax chrysops gralha-picaça
Família Hirundinidae
Pygochelidon
andorinha-pequena-de-casa
cyanoleuca
Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora
Progne tapera andorinha-do-campo
Progne chalybea andorinha-doméstica-grande
Tachycineta albiventer andorinha-do-rio

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco
Hirundo rustica andorinha-de-bando
Família Troglodytidae
Troglodytes musculus corruíra
Cantorchilus
garrinchão-de-bico-grande BR
longirostris
Família Polioptilidae
Ramphocaenus
bico-assovelado
melanurus
Família Turdidae
Turdus flavipes sabiá-una
Turdus leucomelas sabiá-barranco
Turdus rufiventris sabiá-laranjeira
Turdus amaurochalinus sabiá-poca
Turdus albicollis sabiá-coleira
Família Mimidae
Mimus saturninus sabiá-do-campo
Mimus triurus calhandra-de-três-rabos
Família Motacillidae
Anthus lutescens caminheiro-zumbidor
Família Passerellidae
Zonotrichia capensis tico-tico
Família Parulidae
Setophaga pitiayumi mariquita
Geothlypis
pia-cobra
aequinoctialis
Basileuterus culicivorus pula-pula
Myiothlypis rivularis pula-pula-ribeirinho
Família Icteridae
Cacicus chrysopterus tecelão
Cacicus haemorrhous guaxe
Gnorimopsar chopi graúna
Agelasticus thilius sargento
Chrysomus ruficapillus garibaldi
Molothrus oryzivorus iraúna-grande
Molothrus bonariensis vira-bosta
Sturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul
Família
Mitrospingidae
Orthogonys
catirumbava BR; MA
chloricterus
Família Thraupidae
Coereba flaveola cambacica
Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro
Saltator fuliginosus pimentão MA SC: VU
Orchesticus abeillei sanhaçu-pardo BR; MA IUCN: NT
Thlypopsis sordida saí-canário

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Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Tachyphonus
tiê-preto MA
coronatus
Ramphocelus bresilius tiê-sangue BR; MA SC: VU
Lanio cristatus tiê-galo SC: EN
Lanio cucullatus tico-tico-rei
Lanio melanops tiê-de-topete
Tangara seledon saíra-sete-cores MA
Tangara cyanocephala saíra-militar MA
Tangara desmaresti saíra-lagarta BR
Tangara sayaca sanhaçu-cinzento
Tangara cyanoptera sanhaçu-de-encontro-azul BR; MA IUCN: NT
Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro
Tangara ornata sanhaçu-de-encontro-amarelo BR; MA
Tangara peruviana saíra-sapucaia BR; MA SC: EN; BR, IUCN: VU
Tangara preciosa saíra-preciosa
Stephanophorus
sanhaçu-frade
diadematus
Pipraeidea melanonota saíra-viúva
Pipraeidea bonariensis sanhaçu-papa-laranja
Tersina viridis saí-andorinha
Dacnis nigripes saí-de-pernas-pretas BR; MA IUCN: NT
Dacnis cayana saí-azul
Chlorophanes spiza saí-verde
Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto
Hemithraupis ruficapilla saíra-ferrugem BR; MA
Conirostrum
figuinha-de-rabo-castanho
speciosum
Conirostrum bicolor figuinha-do-mangue SC: VU
Haplospiza unicolor cigarra-bambu MA
Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro
Volatinia jacarina tiziu
Sporophila falcirostris cigarra-verdadeira MA SC: EN; BR, IUCN: VU
Sporophila lineola bigodinho
Sporophila
coleirinho
caerulescens
Sporophila
caboclinho-de-barriga-preta BR; MA SC: VU
melanogaster
Sporophila angolensis curió SC: CR
Família Cardinalidae
Piranga flava sanhaçu-de-fogo
Habia rubica tiê-do-mato-grosso
Cyanoloxia
azulinho
glaucocaerulea
Família Fringillidae
Sporagra magellanica pintassilgo
Euphonia chlorotica fim-fim
Euphonia violacea gaturamo-verdadeiro
Euphonia chalybea cais-cais MA IUCN: NT

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Táxon / Nome
Nome em Português Endemismo Ameaça de extinção
Científico
Euphonia
gaturamo-rei
cyanocephala
Euphonia pectoralis ferro-velho MA
Família Estrildidae
Estrilda astrild * bico-de-lacre
Família Passeridae
Passer domesticus * pardal

 Área Diretamente Afetada (ADA) e Área de Influência Direta (AID)

Para a área da ETA foram registras em campo 119 espécies de aves, pertencentes a 20
ordens e 46 famílias, sendo 86 espécies na ADA e 33 na AID. A Tabela 21 informa as
espécies de aves registradas em campo, sensibilidade aos distúrbios ambientais, conforme
Parker III, Stotz e Fitzpatrick (1996), local de registro (ADA ou AID), habitat onde foram
encontradas e os métodos de registro e documentação obtidos.

Tabela 21 - Lista das espécies de aves registradas na área da ETA, sensibilidade ambiental, local de
registro, habitat e métodos de registro e documentação. Legenda: Sens. (Sensibilidade): Baixa (B), Média
(M), Alta (A); Local: Área Diretamente Afetada (ADA); Área de Influência Direta (AID); Habitat:
Floresta Atlântica – Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, incluindo borda da floresta (FA),
ambientes abertos (pastagens) ou antrópicos (AA), ambiente aquático e áreas alagadas (H 2O), observadas
apenas em voo (VOO); Método: Registro Visual (RV), Registro Auditivo (RA), Fotografia (FO). * Espécie
exótica.
Táxon / Nome Científico Nome em Português Sens. Local Habitat Método
ORDEM TINAMIFORMES
Família Tinamidae
Crypturellus obsoletus inhambuguaçu B ADA FA RA
ORDEM ANSERIFORMES
Família Anatidae
Amazonetta brasiliensis pé-vermelho B AID H2O RV, RA
ORDEM GALLIFORMES
Família Cracidae
Ortalis squamata aracuã-escamoso B ADA FA RV, RA
Família Odontophoridae
Odontophorus capueira uru A AID FA RA
ORDEM SULIFORMES
Família Fregatidae
Fregata magnificens tesourão A ADA VOO RV
ORDEM
PELECANIFORMES
Família Ardeidae
Bubulcus ibis garça-vaqueira B AID VOO RV
Syrigma sibilatrix maria-faceira M AID AA RV
ORDEM
CATHARTIFORMES
Família Cathartidae
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha B AID VOO RV
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta B ADA VOO RV

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Táxon / Nome Científico Nome em Português Sens. Local Habitat Método


ORDEM
ACCIPITRIFORMES
Família Accipitridae
RV, RA,
Rupornis magnirostris gavião-carijó B ADA FA, AA
FO
ORDEM GRUIFORMES
Família Rallidae
Aramides saracura saracura-do-mato M ADA FA, H2O RV, RA
Laterallus melanophaius sanã-parda B AID H2O RA
Pardirallus nigricans saracura-sanã M AID H2O RA
ORDEM
CHARADRIIFORMES
Família Charadriidae
RV, RA,
Vanellus chilensis quero-quero B AID AA
FO
ORDEM
COLUMBIFORMES
Família Columbidae
Columbina talpacoti rolinha-roxa B AID AA RV
ORDEM CUCULIFORMES
Família Cuculidae
Piaya cayana alma-de-gato B ADA FA RA
RV, RA,
Crotophaga ani anu-preto B AID AA
FO
ORDEM STRIGIFORMES
Família Strigidae
RV, RA,
Megascops atricapilla corujinha-sapo B AID FA
FO
ORDEM
CAPRIMULGIFORMES
Família Caprimulgidae
Hydropsalis torquata bacurau-tesoura B AID AA RV
ORDEM APODIFORMES
Família Apodidae
andorinhão-de-sobre-
Chaetura cinereiventris M ADA VOO RV, RA
cinzento
Família Trochilidae
Ramphodon naevius beija-flor-rajado M ADA FA RA
Eupetomena macroura beija-flor-tesoura B AID AA RV
Aphantochroa cirrochloris beija-flor-cinza M ADA FA RV, RA
Florisuga fusca beija-flor-preto M ADA FA RV
Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta M ADA FA RV, RA
Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde B ADA FA, AA RV, RA
ORDEM
TROGONIFORMES
Família Trogonidae
surucuá-grande-de-barriga- RV, RA,
Trogon viridis M ADA FA
amarela FO
ORDEM
CORACIIFORMES
Família Alcedinidae

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Táxon / Nome Científico Nome em Português Sens. Local Habitat Método


RV, RA,
Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno B AID H2O
FO
ORDEM PICIFORMES
Família Ramphastidae
RV, RA,
Ramphastos vitellinus tucano-de-bico-preto A ADA FA
FO
Família Picidae
Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira M ADA FA RV, RA
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó M ADA FA RA
Piculus flavigula pica-pau-bufador A ADA FA RA
Colaptes campestris pica-pau-do-campo B AID AA RA
Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca B AID FA RA
ORDEM
FALCONIFORMES
Família Falconidae
Caracara plancus caracará B AID VOO RV
Milvago chimachima carrapateiro B ADA FA, AA RV, RA
Milvago chimango chimango B AID AA RA
Herpetotheres cachinnans acauã B AID FA RA
Micrastur semitorquatus falcão-relógio M ADA FA RA
ORDEM
PSITTACIFORMES
Família Psittacidae
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha M ADA FA RV, RA
Brotogeris tirica periquito-rico B ADA FA, AA RA
Pionopsitta pileata cuiú-cuiú M AID VOO RV, RA
Pionus maximiliani maitaca-verde M ADA VOO RV, RA
ORDEM
PASSERIFORMES
Família Thamnophilidae
Myrmotherula unicolor choquinha-cinzenta M ADA FA RA
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa M ADA FA RA
Herpsilochmus RV, RA,
chorozinho-de-asa-vermelha M ADA FA
rufimarginatus FO
Thamnophilus
choca-da-mata B ADA FA RV, RA
caerulescens
Hypoedaleus guttatus chocão-carijó A ADA FA RA
Myrmoderus squamosus papa-formiga-de-grota M ADA FA RV, RA
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul M ADA FA RA
Família Conopophagidae
Conopophaga lineata chupa-dente M ADA FA RA
Família Rhinocryptidae
Eleoscytalopus indigoticus macuquinho M ADA FA RA
Família Formicariidae
Formicarius colma galinha-do-mato A ADA FA RA
Família Dendrocolaptidae
Dendrocincla turdina arapaçu-liso M ADA FA RV, RA
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde M ADA FA RA
Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado A ADA FA RA

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Táxon / Nome Científico Nome em Português Sens. Local Habitat Método


Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande M ADA FA RV, RA
RV, RA,
Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca M ADA FA
FO
Família Xenopidae
Xenops minutus bico-virado-miúdo M ADA FA RA
Xenops rutilans bico-virado-carijó M ADA FA RA
Família Furnariidae
Furnarius rufus joão-de-barro B AID AA RV, RA
Anabacerthia lichtensteini limpa-folha-ocráceo A ADA FA RA
Philydor atricapillus limpa-folha-coroado A ADA FA RA
Certhiaxis cinnamomeus curutié M AID AA, H2O RV, RA
Synallaxis ruficapilla pichororé M ADA FA RV, RA
Synallaxis spixi joão-teneném B AID AA RA
Família Pipridae
Manacus manacus rendeira B ADA FA RV
Chiroxiphia caudata tangará B ADA FA RA
Família Tityridae
Schiffornis virescens flautim M ADA FA RA
Família Rhynchocyclidae
Leptopogon
cabeçudo M ADA FA RV, RA
amaurocephalus
RV, RA,
Phylloscartes kronei maria-da-restinga M ADA FA
FO
Hemitriccus orbitatus tiririzinho-do-mato M ADA FA RA
RV, RA,
Hemitriccus kaempferi maria-catarinense A ADA FA
FO
Família Tyrannidae
Camptostoma obsoletum risadinha B ADA FA, AA RA
Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta M ADA FA RA
Attila rufus capitão-de-saíra M ADA FA RV, RA
RV, RA,
Sirystes sibilator gritador M ADA FA
FO
Pitangus sulphuratus bem-te-vi B ADA FA, AA RV, RA
Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro B AID AA RV, RA
bentevizinho-de-penacho-
Myiozetetes similis B ADA AA RA
vermelho
Myiophobus fasciatus filipe B ADA FA, AA RA
Pyrocephalus rubinus príncipe B AID AA RV, FO
Satrapa icterophrys suiriri-pequeno B AID AA RV
Família Vireonidae
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado M ADA FA RA
Família Corvidae
RV, RA,
Cyanocorax caeruleus gralha-azul M ADA FA
FO
Família Hirundinidae
Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa B ADA AA RV, RA
Família Troglodytidae
Troglodytes musculus corruíra B ADA FA, AA RV, RA
Cantorchilus longirostris garrinchão-de-bico-grande B ADA FA RV, RA

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Táxon / Nome Científico Nome em Português Sens. Local Habitat Método


Família Polioptilidae
RV, RA,
Ramphocaenus melanurus bico-assovelado B AID FA
FO
Família Turdidae
Turdus flavipes sabiá-una M ADA FA RV, RA
RV, RA,
Turdus rufiventris sabiá-laranjeira B ADA FA, AA
FO
Turdus amaurochalinus sabiá-poca B ADA FA, AA RV, RA
Turdus albicollis sabiá-coleira M ADA FA RV, RA
Família Passerellidae
Zonotrichia capensis tico-tico B ADA FA, AA RV
Família Parulidae
Setophaga pitiayumi mariquita M ADA FA RV, RA
FA, AA,
Geothlypis aequinoctialis pia-cobra B ADA RV, RA
H2O
Basileuterus culicivorus pula-pula M ADA FA RV, RA
Myiothlypis rivularis pula-pula-ribeirinho M ADA FA, H2O RV, RA
Família Icteridae
Cacicus haemorrhous guaxe B AID FA RA
Família Thraupidae
RV, RA,
Coereba flaveola cambacica B ADA FA
FO
RV, RA,
Tachyphonus coronatus tiê-preto B ADA FA
FO
RV, RA,
Ramphocelus bresilius tiê-sangue B ADA FA
FO
Lanio cristatus tiê-galo M ADA FA RV, RA
Lanio melanops tiê-de-topete M ADA FA RA
Tangara seledon saíra-sete-cores M ADA FA RV, RA
Tangara cyanocephala saíra-militar M ADA FA RV, RA
Tangara sayaca sanhaçu-cinzento B ADA FA, AA RV, RA
Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro B ADA FA RV, RA
RV, RA,
Tangara peruviana saíra-sapucaia M ADA FA
FO
Pipraeidea melanonota saíra-viúva B AID FA RA
Tersina viridis saí-andorinha B ADA FA RV, RA
Dacnis cayana saí-azul B ADA FA RA
Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro B ADA AA RV, RA
Volatinia jacarina tiziu B AID AA RV
Sporophila caerulescens coleirinho B AID AA RV, RA
Família Cardinalidae
Habia rubica tiê-do-mato-grosso A AID FA RA
Família Fringillidae
Euphonia violacea gaturamo-verdadeiro B ADA FA, AA RV, RA
Euphonia pectoralis ferro-velho M ADA FA RV, RA
Família Estrildidae
Estrilda astrild bico-de-lacre B AID AA RV, RA

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Através do método de Listas de Mackinnon foram obtidas em campo na ADA e na


AID 45 listas de dez espécies cada (450 registros de aves), registrando 119 espécies, ou seja,
31,73% da riqueza com ocorrência esperada para a região – 375 espécies (Figura 77).

Figura 77 - Número de espécies citadas em bibliografia e registradas em campo para a ADA e AID da
Estação de Tratamento de Água Bruta ETA, para o Município de Itapoá-SC.

Dentre as espécies registradas, as mais frequentes foram: Basileuterus culicivorus


(pula-pula), com IFL = 0,31 (registrado em 31% das listas, perfazendo sozinho 3,1% dos
registros obtidos considerando todas as espécies), Phylloscartes kronei (maria-da-restinga),
com IFL = 0,29, Chiroxiphia caudata (tangará), com IFL = 0,24 e Leptopogon
amaurocephalus (cabeçudo), Cyanocorax caeruleus (gralha-azul) e Tachyphonus coronatus
(tiê-preto), com IFL = 0,20 (Tabela 22). Estas espécies, que foram registradas em mais de
20% das listas, são comuns na região, de baixa e média sensibilidade à perturbação ambiental,
típicas tanto de áreas preservadas quanto florestas secundárias e borda da floresta.

Tabela 22 - Lista de espécies registradas e respectivos IFL (Índice de Frequência nas Listas) e número de
registros, em ordem decrescente para a ADA e AID da Estação de Tratamento de Água Bruta para o
Município de Itapoá-SC.
Espécie Nome em Português IFL Nº Registros
Basileuterus culicivorus pula-pula 0,31 14
Phylloscartes kronei maria-da-restinga 0,29 13
Chiroxiphia caudata tangará 0,24 11
Leptopogon amaurocephalus cabeçudo 0,20 9
Cyanocorax caeruleus gralha-azul 0,20 9
Tachyphonus coronatus tiê-preto 0,20 9
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata 0,18 8
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul 0,18 8
Pitangus sulphuratus bem-te-vi 0,18 8
Coereba flaveola cambacica 0,18 8
Tangara peruviana saíra-sapucaia 0,18 8
Vanellus chilensis quero-quero 0,16 7

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Espécie Nome em Português IFL Nº Registros


Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-de-asa-vermelha 0,16 7
Synallaxis ruficapilla pichororé 0,16 7
Sirystes sibilator gritador 0,16 7
Turdus flavipes sabiá-una 0,16 7
Euphonia violacea gaturamo-verdadeiro 0,16 7
Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta 0,13 6
Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira 0,13 6
Brotogeris tirica periquito-rico 0,13 6
Myrmoderus squamosus papa-formiga-de-grota 0,13 6
Eleoscytalopus indigoticus macuquinho 0,13 6
Myiophobus fasciatus filipe 0,13 6
Cantorchilus longirostris garrinchão-de-bico-grande 0,13 6
Setophaga pitiayumi mariquita 0,13 6
Geothlypis aequinoctialis pia-cobra 0,13 6
Myiothlypis rivularis pula-pula-ribeirinho 0,13 6
Euphonia pectoralis ferro-velho 0,13 6
Rupornis magnirostris gavião-carijó 0,11 5
Aramides saracura saracura-do-mato 0,11 5
Milvago chimachima carrapateiro 0,11 5
Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado 0,11 5
Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho 0,11 5
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado 0,11 5
Troglodytes musculus corruíra 0,11 5
Turdus amaurochalinus sabiá-poca 0,11 5
Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro 0,11 5
Amazonetta brasiliensis pé-vermelho 0,09 4
Ortalis squamata aracuã-escamoso 0,09 4
Ramphodon naevius beija-flor-rajado 0,09 4
Aphantochroa cirrochloris beija-flor-cinza 0,09 4
Trogon viridis surucuá-grande-de-barriga-amarela 0,09 4
Ramphastos vitellinus tucano-de-bico-preto 0,09 4
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha 0,09 4
Pionus maximiliani maitaca-verde 0,09 4
Myrmotherula unicolor choquinha-cinzenta 0,09 4
Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde 0,09 4
Philydor atricapillus limpa-folha-coroado 0,09 4
Certhiaxis cinnamomeus curutié 0,09 4
Synallaxis spixi joão-teneném 0,09 4
Myiopagis caniceps guaracava-cinzenta 0,09 4
Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa 0,09 4
Turdus rufiventris sabiá-laranjeira 0,09 4
Turdus albicollis sabiá-coleira 0,09 4
Ramphocelus bresilius tiê-sangue 0,09 4
Tangara cyanocephala saíra-militar 0,09 4
Tangara sayaca sanhaçu-cinzento 0,09 4
Crypturellus obsoletus inhambuguaçu 0,07 3

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Espécie Nome em Português IFL Nº Registros


Fregata magnificens tesourão 0,07 3
Florisuga fusca beija-flor-preto 0,07 3
Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde 0,07 3
Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno 0,07 3
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 0,07 3
Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca 0,07 3
Xenops minutus bico-virado-miúdo 0,07 3
Xenops rutilans bico-virado-carijó 0,07 3
Schiffornis virescens flautim 0,07 3
Hemitriccus orbitatus tiririzinho-do-mato 0,07 3
Hemitriccus kaempferi maria-catarinense 0,07 3
Lanio melanops tiê-de-topete 0,07 3
Tersina viridis saí-andorinha 0,07 3
Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha 0,04 2
Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta 0,04 2
Piaya cayana alma-de-gato 0,04 2
Hydropsalis torquata bacurau-tesoura 0,04 2
Chaetura cinereiventris andorinhão-de-sobre-cinzento 0,04 2
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó 0,04 2
Caracara plancus caracará 0,04 2
Micrastur semitorquatus falcão-relógio 0,04 2
Conopophaga lineata chupa-dente 0,04 2
Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande 0,04 2
Anabacerthia lichtensteini limpa-folha-ocráceo 0,04 2
Manacus manacus rendeira 0,04 2
Camptostoma obsoletum risadinha 0,04 2
Attila rufus capitão-de-saíra 0,04 2
Pyrocephalus rubinus príncipe 0,04 2
Ramphocaenus melanurus bico-assovelado 0,04 2
Zonotrichia capensis tico-tico 0,04 2
Lanio cristatus tiê-galo 0,04 2
Tangara seledon saíra-sete-cores 0,04 2
Tangara palmarum sanhaçu-do-coqueiro 0,04 2
Dacnis cayana saí-azul 0,04 2
Sporophila caerulescens coleirinho 0,04 2
Odontophorus capueira uru 0,02 1
Bubulcus ibis garça-vaqueira 0,02 1
Syrigma sibilatrix maria-faceira 0,02 1
Laterallus melanophaius sanã-parda 0,02 1
Pardirallus nigricans saracura-sanã 0,02 1
Columbina talpacoti rolinha-roxa 0,02 1
Crotophaga ani anu-preto 0,02 1
Megascops atricapilla corujinha-sapo 0,02 1
Eupetomena macroura beija-flor-tesoura 0,02 1
Piculus flavigula pica-pau-bufador 0,02 1
Colaptes campestris pica-pau-do-campo 0,02 1

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Espécie Nome em Português IFL Nº Registros


Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca 0,02 1
Milvago chimango chimango 0,02 1
Herpetotheres cachinnans acauã 0,02 1
Pionopsitta pileata cuiú-cuiú 0,02 1
Hypoedaleus guttatus chocão-carijó 0,02 1
Formicarius colma galinha-do-mato 0,02 1
Dendrocincla turdina arapaçu-liso 0,02 1
Furnarius rufus joão-de-barro 0,02 1
Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro 0,02 1
Satrapa icterophrys suiriri-pequeno 0,02 1
Cacicus haemorrhous guaxe 0,02 1
Pipraeidea melanonota saíra-viúva 0,02 1
Volatinia jacarina tiziu 0,02 1
Habia rubica tiê-do-mato-grosso 0,02 1
Estrilda astrild bico-de-lacre 0,02 1

Várias espécies (n=26), no entanto, foram registradas em apenas uma das 45 listas
obtidas e tiveram IFL muito baixo (IFL=0,02), o que pode indicar raridade delas nos locais e
período amostrados, amostragens não direcionadas nos habitats preferenciais destas espécies
ou mesmo indivíduos de passagem ou espécies migratórias. A indicação de raridade com base
nesses dados poderia ser melhor avaliada caso houvesse um levantamento envolvendo outras
campanhas. De modo geral, a comunidade de aves registrada é composta por um pequeno
número de espécies de densidade populacional relativamente alta e um número elevado de
espécies de densidade baixa (Figura 78 e 79).

Figura 78 - Espécies e respectivos números de registros obtidos através do método de Listas de


Mackinnon.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 79 - Distribuição de abundância das espécies de aves expressa em função do Índice de Frequência
nas Listas (IFL).

A curva de acúmulo de espécies obtida a partir do método de Listas de Mackinnon se


manteve em crescimento durante as amostragens, apresentando leve tendência à estabilização,
não incluindo novas espécies nas últimas três amostras (Figura 80).

Figura 80 - Número de espécies citadas em bibliografia e registradas em campo.

Apesar disso, a falta de amostragens contemplando a sazonalidade implica na ausência


de registros de espécies que estejam de passagem ou presentes apenas em determinadas
épocas do ano. A maioria das aves migratórias esperadas para o local de estudo são
consideradas residentes de verão, mas há outras que aumentam suas populações no inverno ou
fazem deslocamentos altitudinais, sendo maior a chance de detecção destas espécies em
levantamentos e monitoramentos prolongados.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Para estimar a riqueza real de espécies a partir das amostras obtidas foram utilizados
os estimadores não paramétricos Chao, Bootstrap, Jacknife 1 e 2, calculados com o Programa
Past ver. 3.01 (HAMMER et al., 2001). As estimativas mais conservadoras resultaram em
aproximadamente 132 espécies de aves, valor superior ao registrado em campo (Figura 81).

Figura 81 - Riqueza de espécies de aves registrada e calculada através de estimadores não-paramétricos, a


partir de 45 amostras obtidas com listas de Mackinnon.

A composição de espécies registradas pode ser dividida em aves tipicamente florestais,


aves de ambientes abertos ou antropizados e aves associadas aos ambientes aquáticos. No
primeiro grupo podem-se mencionar espécies como: Crypturellus obsoletus (inhambuguaçu),
Odontophorus capueira (uru), Ramphodon naevius (beija-flor-rajado), Trogon viridis
(surucuá-grande-de-barriga-amarela), Ramphastos vitellinus (tucano-de-bico-preto),
Veniliornis spilogaster (picapauzinho-verde-carijó), Piculus flavigula (pica-pau-bufador),
Micrastur semitorquatus (falcão-relógio), Myrmotherula unicolor (choquinha-cinzenta),
Hypoedaleus guttatus (chocão-carijó), Myrmoderus squamosus (papa-formiga-de-grota),
Dendrocincla turdina (arapaçu-liso), Anabacerthia lichtensteini (limpa-folha-ocráceo),
Philydor atricapillus (limpa-folha-coroado), Phylloscartes kronei (maria-da-restinga),
Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense), Attila rufus (capitão-de-saíra), Tangara peruviana
(saíra-sapucaia), Habia rubica (tiê-do-mato-grosso), Euphonia pectoralis (ferro-velho), entre
outras.

Nos ambientes abertos e alterados, é comum a observação de espécies como, por


exemplo, Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-preta), Colaptes campestris (pica-pau-do-
campo), Milvago chimachima (carrapateiro), Vanellus chilensis (quero-quero), Columbina
talpacoti (rolinha-roxa), Crotophaga ani (anu-preto), Furnarius rufus (joão-de-barro),
Pitangus sulphuratus (bem-te-vi), Machetornis rixosa (suiriri-cavaleiro), Pygochelidon
cyanoleuca (andorinha-pequena-de-casa), Zonotrichia capensis (tico-tico) e Sicalis flaveola
(canário-da-terra-verdadeiro).

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Há também espécies associadas aos ambientes aquáticos, como córregos e rios, tanto
em ambientes abertos como junto à floresta. Neste grupo estão inclusas aves como
Amazonetta brasiliensis (pé-vermelho), Laterallus melanophaius (sanã-parda), Pardirallus
nigricans (saracura-sanã) e Chloroceryle americana (martim-pescador-pequeno). Os
passeriformes que frequentam ambientes associados à agua, como Certhiaxis cinnamomeus
(curutié) e Geothlypis aequinoctialis (pia-cobra) costumem alimentar-se de insetos presentes
nas suas margens.

Algumas espécies registradas podem ser observadas tanto em ambientes abertos


quanto em locais de floresta conservada. No entanto, apenas a diversidade de hábitats e
principalmente a manutenção de áreas contínuas de floresta podem garantir a permanência e
sobrevivência de grande parte da avifauna local.

A maioria das espécies registradas possui hábito predominantemente diurno. Durante


as atividades de busca noturna, apenas duas aves foram registradas: Megascops atricapilla
(corujinha-sapo) e Hydropsalis torquata (bacurau-tesoura), sendo a primeira atraída com
playback.

Quanto à sensibilidade ambiental, sabe-se que algumas espécies de aves são


consideravelmente mais vulneráveis à perturbação humana do que outras. Espécies altamente
vulneráveis à perturbação humana são bons indicadores da saúde do ambiente. Para avaliar
esse grau de sensibilidade foi utilizado o status atribuído por Parker III, Stotz e Fitzpatrick
(1996). Foram registradas 58 espécies de sensibilidade baixa, 50 de sensibilidade média e
onze espécies de alta sensibilidade (Figura 82).

Figura 82 - Distribuição da riqueza de espécies registradas em relação à sensibilidade aos distúrbios


ambientais.

As espécies com alta sensibilidade aos distúrbios ambientais são altamente


dependentes de áreas preservadas, algumas delas endêmicas e ameaçadas. Foram registradas
neste grupo: Odontophorus capueira (uru), Fregata magnificens (tesourão), Ramphastos
vitellinus (tucano-de-bico-preto), Piculus flavigula (pica-pau-bufador), Hypoedaleus guttatus

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(chocão-carijó), Formicarius colma (galinha-do-mato), Xiphorhynchus fuscus (arapaçu-


rajado), Anabacerthia lichtensteini (limpa-folha-ocráceo), Philydor atricapillus (limpa-folha-
coroado), Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense) e Habia rubica (tiê-do-mato-grosso).

A seguir imagens de algumas espécies de aves registradas para a AID e ADA (Figura
83 a 96).

Figura 83 - Indivíduo da espécie Chloroceryle americana (martim-pescador-pequeno), registrado na


AID.

Figura 84 - Indivíduo da espécie Ramphocaenus melanurus (bico-assovelado), registrado na AID.

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Figura 85 - Indivíduo da espécie Coereba flaveola (cambacica), registrado na ADA.

Figura 86 - Indivíduo da espécie Vanellus chilensis (quero-quero), registrado na AID.

Figura 87 - Indivíduo (macho) da espécie Pyrocephalus rubinus (príncipe), registrado na AID.

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Figura 88 - Indivíduo da espécie Ramphastos vitellinus (tucano-de-bico-preto), registrado na ADA.

Figura 89 - Indivíduo da espécie Herpsilochmus rufimarginatus (chorozinho-de-asa-vermelha), registrado


na AID.

Figura 90 - Indivíduo da espécie Sirystes sibilator (gritador), registrado na ADA.

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Figura 91 - Indivíduo da espécie Megascops atricapilla (corujinha-sapo), registrado na AID.

Figura 92 - Indivíduo (fêmea) da espécie Tachyphonus coronatus (tiê-preto), registrado na AID.

Figura 93 - Indivíduos da espécie Crotophaga ani (anu-preto), registrados na AID.

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Figura 94 - Indivíduo da espécie Xiphocolaptes albicollis (arapaçu-de-garganta-branca), registrado na


ADA.

Figura 95 - Indivíduo da espécie Rupornis magnirostris (gavião-carijó), registrado na ADA.

Figura 96 - Indivíduo da espécie Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira), registrado na AID.

 Espécies de interesse conservacionista

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Entre as espécies de aves com ocorrência para a região, 38 estão ameaçadas, 14 quase
ameaçadas, 93 são endêmicas do bioma Mata Atlântica e 44 são endêmicas do Brasil (ver
Tabela 18). Em campo, foram registradas doze espécies de interesse conservacionista, sendo
cinco quase ameaçadas mundialmente e sete ameaçadas de extinção. As aves quase
ameaçadas registradas são: Ramphodon naevius (beija-flor-rajado), Myrmotherula unicolor
(choquinha-cinzenta), Eleoscytalopus indigoticus (macuquinho), Hemitriccus orbitatus
(tiririzinho-do-mato) e Cyanocorax caeruleus (gralha-azul; Figura 92).

Figura 97 - Indivíduo da espécie Cyanocorax caeruleus (gralha-azul), ave quase ameaçada segundo a
IUCN, registrada na ADA.

As aves ameaçadas de extinção registradas são: Trogon viridis (surucuá-grande-de-


barriga-amarela; Figura 98), Piculus flavigula (pica-pau-bufador), Phylloscartes kronei
(maria-da-restinga; Figura 99), Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense; Figura 100),
Ramphocelus bresilius (tiê-sangue; Figura 101 e 102), Lanio cristatus (tiê-galo) e Tangara
peruviana (saíra-sapucaia; Figura 103), conforme Tabela 23. Todas estas são
predominantemente encontradas em áreas de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e
Restingas das áreas litorâneas, tendo como principal ameaça perda de habitat e isolamento das
populações, em decorrência do desmatamento ocasionado principalmente pela forte
especulação imobiliária. Vale mencionar que Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense),
espécie restrita ao litoral norte de Santa Catarina e sul do Paraná, foi instituída como ave
símbolo do município de Itapoá (ITAPOÁ, 2009). Phylloscartes kronei (maria-da-restinga)
encontra-se ameaçada de extinção na categoria Vulnerável (VU) na lista da IUCN. No
entanto, não foi incluída na lista de espécies ameaçadas de Santa Catarina e foi retirada na
última lista nacional por atualmente ser considerada uma espécie comum. A plasticidade de P.
kronei para ocupar áreas de capoeira e mesmo áreas abertas pode minimizar alguns dos
efeitos da fragmentação (PIACENTINI et al., 2008).

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Figura 98 - Indivíduo da espécie Trogon viridis (surucuá-grande-de-barriga-amarela), ave ameaçada de


extinção registrada na ADA.

Figura 99 - Indivíduo da espécie Phylloscartes kronei (maria-da-restinga), ave ameaçada de extinção


registrada na ADA.

Figura 100 - Indivíduo da espécie Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense), registrada na ADA.

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Figura 101 - Indivíduo (macho) da espécie Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), ave ameaçada de extinção
registrada na AID.

Figura 102 - Indivíduo (fêmea) da espécie Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), ave ameaçada de extinção
registrada na ADA.

Figura 103 - Indivíduo (macho) da espécie Tangara peruviana (saíra-sapucaia), ave ameaçada de extinção
registrada na ADA.

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Tabela 23 - Lista de espécies ameaçadas de extinção registradas e respectiva categoria de ameaça em


Santa Catarina, no Brasil e Mundialmente, conforme as categorias: Vulnerável (VU), Em Perigo (EN) e
Criticamente Ameaçada (CR).
Santa
Espécie Nome em Português Brasil IUCN
Catarina
surucuá-grande-de-barriga-
Trogon viridis EN
amarela
Piculus flavigula pica-pau-bufador VU
Phylloscartes kronei maria-da-restinga VU
Hemitriccus kaempferi maria-catarinense VU VU EN
Ramphocelus bresilius tiê-sangue VU
Lanio cristatus tiê-galo EN
Tangara peruviana saíra-sapucaia EN VU VU

As aves consideradas endêmicas da Mata Atlântica estão representadas por 37


espécies registradas, e as endêmicas do Brasil somam 12 espécies (Tabela 24), das quais
apenas uma não é também endêmica da Mata Atlântica: Cantorchilus longirostris
(garrinchão-de-bico-grande).

Tabela 24 - Lista de espécies endêmicas da Mata Atlântica e do Brasil registradas.


Endêmica da Endêmica
Espécie Nome em Português
Mata Atlântica do Brasil
Odontophorus capueira uru X
Aramides saracura saracura-do-mato X
Megascops atricapilla corujinha-sapo X
Ramphodon naevius beija-flor-rajado X X
Aphantochroa cirrochloris beija-flor-cinza X
Florisuga fusca beija-flor-preto X
Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta X
Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira X
Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó X
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha X
Brotogeris tirica periquito-rico X X
Pionopsitta pileata cuiú-cuiú X
Myrmotherula unicolor choquinha-cinzenta X X
Hypoedaleus guttatus chocão-carijó X
Myrmoderus squamosus papa-formiga-de-grota X X
Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul X
Conopophaga lineata chupa-dente X
Eleoscytalopus indigoticus macuquinho X X
Dendrocincla turdina arapaçu-liso X
Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado X
Anabacerthia lichtensteini limpa-folha-ocráceo X
Philydor atricapillus limpa-folha-coroado X
Synallaxis ruficapilla pichororé X
Chiroxiphia caudata tangará X
Schiffornis virescens flautim X
Phylloscartes kronei maria-da-restinga X X
Hemitriccus orbitatus tiririzinho-do-mato X X

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Endêmica da Endêmica
Espécie Nome em Português
Mata Atlântica do Brasil
Hemitriccus kaempferi maria-catarinense X X
Attila rufus capitão-de-saíra X X
Hylophilus poicilotis verdinho-coroado X
Cyanocorax caeruleus gralha-azul X
Cantorchilus longirostris garrinchão-de-bico-grande X
Tachyphonus coronatus tiê-preto X
Ramphocelus bresilius tiê-sangue X X
Tangara seledon saíra-sete-cores X
Tangara cyanocephala saíra-militar X
Tangara peruviana saíra-sapucaia X X
Euphonia pectoralis ferro-velho X

 Espécies Migratórias

Apenas três das aves migratórias esperadas, consideradas residentes de verão, foram
registradas, visto que nesta época elas costumam migrar e estão escassas: Myiophobus
fasciatus (filipe), Pyrocephalus rubinus (príncipe) e Tersina viridis (saí-andorinha). Estas
espécies chegam à região no início da primavera e reproduzem-se no verão, estando ausentes
no Estado na maior parte ou durante todo o outono e o inverno, quando estão em regiões mais
setentrionais (NAKA; RODRIGUES, 2000; BENCKE et al., 2003). Espécies Pachyramphus
polychopterus (caneleiro-preto), Attila phoenicurus (capitão-castanho), Elaenia parvirostris
(guaracava-de-bico-curto), Cnemotriccus fuscatus (guaracavuçu), Lathrotriccus euleri
(enferrujado), Legatus leucophaius (bem-te-vi-pirata), Myiodynastes maculatus (bem-te-vi-
rajado), Tyrannus melancholicus (suiriri), Tyrannus savana (tesourinha), Empidonomus
varius (peitica), Vireo olivaceus (juruviara), Progne tapera (andorinha-do-campo),
Stelgidopteryx ruficollis (andorinha-serradora), Progne chalybea (andorinha-doméstica-
grande), entre outras, poderiam ser registradas nos meses mais quentes na área de estudo.

9.2.3.3 Análise das pressões e ameaças potenciais a avifauna

No local de estudo pode-se listar como impactante à avifauna em geral principalmente


a especulação imobiliária, onde se notam desmatamentos para aberturas de estradas e terrenos
constantes. A perda de habitat resultante da supressão da vegetação ou modificações no
ambiente na área de estudo ou no seu entorno, bem como a possibilidade de caça, que embora
não confirmada, pode ocorrer no local, visto que há trilhas no interior do fragmento florestal,
são as principais ameaças evidentes.

 Considerações finais para a avifauna

Das 375 espécies listadas com ocorrência para a região do empreendimento, foram
registradas 31,73 % (119 espécies) através das atividades em campo. Essa riqueza, no entanto,
poderia ser acrescida de várias espécies com maior tempo de amostragem e envolvendo
também outros períodos do ano, visto que diversas espécies migratórias e algumas florestais
não foram registradas. Maior tempo de amostragem também favorece a detecção de espécies
raras, especialmente ameaçadas.

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Avaliando a composição dos ambientes nas áreas de influência do empreendimento,


nota-se predomínio de áreas florestadas bem conservadas, especialmente na ADA, onde se
registrou a maioria das espécies endêmicas e ameaçadas, de alta sensibilidade aos distúrbios
ambientais. As áreas aquáticas, principalmente o Rio Saí Mirim, na AID, são também
importantes para muitas espécies de aves. As aves de ambientes abertos ou antropizados
(pastagem, estrada e área residencial, na AID) são comuns na região, mais generalistas, menos
dependentes de habitats específicos e, portanto menos vulneráveis às alterações ambientais.

Dentre as espécies levantadas em bibliografia, 93 são consideradas endêmicas do


bioma Mata Atlântica, 44 são endêmicas do Brasil, 38 estão ameaçadas e 14 quase
ameaçadas. Destas, foram registradas 37 endêmicas da Mata Atlântica, 12 endêmicas do
Brasil, cinco quase ameaçadas e sete ameaçadas: Trogon viridis (surucuá-grande-de-barriga-
amarela), Piculus flavigula (pica-pau-bufador), Phylloscartes kronei (maria-da-restinga),
Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense), Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), Lanio
cristatus (tiê-galo) e Tangara peruviana (saíra-sapucaia), aves distribuídas no Estado
principalmente em áreas de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e Restingas, nas
regiões litorâneas. A principal ameaça para essas espécies é a redução e descaracterização dos
ambientes naturais. Para a manutenção das populações é importante que seja inalterada parte
da formação florestal existente, de forma que haja continuidade florestal com áreas
adjacentes, atuando como corredor ecológico e conservando a avifauna endêmica do Bioma.

Diversos fatores, como por exemplo, a procura de alimento, influenciam na


distribuição e locomoção das espécies nos ambientes. Sendo assim, não é possível avaliar
precisamente todos os impactos do empreendimento sobre a avifauna. No entanto, é
recomendável durante a implantação, atentar para a presença de ninhos de aves,
especialmente onde há florestas e durante a primavera e verão. É recomendável o
acompanhamento de um profissional habilitado durante o processo de execução das obras,
para salvamento ou afugentamento de espécies assim como a realização de monitoramento de
fauna, contemplando a sazonalidade, possibilitando o registro de espécies raras, vagantes e
migratórias, a fim de subsidiar informações para proposição de medidas mitigatórias
adequadas ao grupo das aves.

10. DIAGNÓSTICO DO MEIO SOCIOECÔNOMICO

O Diagnóstico Ambiental do Meio Socioeconômico consiste na qualificação social e


econômica dos espaços territoriais que integram a Área de Influência Direta do
empreendimento em questão. Em outras palavras, configura-se num retrato descritivo das
condições socioeconômicas, baseado em informações oficiais obtidas a partir de
levantamentos secundários; ou seja, em bibliografia pertinente e, em registros
disponibilizados nas páginas eletrônicas sob domínio restrito do governo.

Conhecendo-se o perfil socioeconômico da população pretende-se evidenciar a


existência de problemas no meio antrópico que possam interferir diretamente na realização
das obras ou surgir em consequência destas, visando se antecipar aos mesmos através da

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busca de soluções compartilhadas para todos os possíveis entraves de modo a se obter êxito
para todas as partes envolvidas.

10.1 Aspectos Gerais de Itapoá

Tornou-se município em 26 de abril de 1989, através da Lei Estadual n°7.586, sendo


anteriormente distrito do município de Garuva. Pertence a microrregião do Nordeste de Santa
Catarina, e possui uma área territorial de 256,1 km², e tem sua localização geográfica sob as
coordenadas geográficas; Latitude 26°07’01 S e Longitude 48°36’58”W.

Fica localizada ainda na Bacia Hidrográfica do Rio Saí-Mirim, com uma área de 73,30
Km², o qual é formado por vários rios, sendo os principais, Rio Saí-Mirim, Saí Guaçú e o Rio
Jaguaruna, sendo considerada uma bacia litorânea de pequeno porte e desagua diretamente no
Oceano Atlântico.

É uma cidade litorânea, possui cerca de 32 km de prais, que proporciona boas


condições para a prática de esportes náuticos como o surfe, o windsurfe, o jet-ski e barcos a
vela, o que proporciona forte atrativo turístico a cidade.

10.2 Aspectos Populacionais

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, no ano de 2010, Itapoá tinha


uma população de 14.763 habitantes. Desse total, 591 eram residentes da área rural e 14.172
habitantes residentes da área urbana (IBGE, 2010). Quanto ao gênero, foram recenseados
7.447 homens e 7.316 mulheres. Atualmente, a população estimada para o município é de
17.521 habitantes (IBGE, 2014).

A cidade recebe na alta temporada, compreendida entre os meses de dezembro e


fevereiro, cerca de 200 mil visitantes, sendo, portanto uma cidade de população flutuante ao
longo do ano (Prefeitura de Itapoá, 2014).

Em 2010, o censo demográfico levantou 15.772 domicílios, sendo 5.044 domicilios


ocupados; 9373 domicilios particulares ocupados de uso ocupacionas e 1.320 domicilios
vagos (IBGE, 2010).

10.2.1 Estudo da Dinâmica Populacional

Neste capítulo é apresentado o estudo populacional que serviu de base para a


determinação da demanda de água ao longo do Período de Concessão e para a elaboração do
Estudo de Concepção proposto para o Sistema Tratamento de Esgoto do Município de Itapoá.

As fontes dos dados adotados e o método utilizado no Estudo Populacional tiveram


com base a Projeção Populacional constante do Plano Municipal de Saneamento Básico
(PMSB) elaborado pelo Município de Itapoá, conforme demonstrado a seguir.

O estudo em questão abrangeu:

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 Projeção Populacional – PMSB;


 Definição do Cenário Ideal – PMSB;
 Projeção Populacional Adotada para os Estudos de Concepção do Sistema de Coleta
e tratamento de esgoto.

Assim sendo, tem-se:

10.2.2 Projeção Populacional – PMSB

Neste item encontra-se reproduzida a Projeção Populacional constante do Plano


Municipal de Saneamento Básico (PMSB) do Município de Itapoá, elaborado em
dezembro/2009 e revisado em julho/2010.

10.2.3 Projeção Segundo Dados do IBGE

As projeções da população no PMSB tiveram como ponto de partida os dados obtidos


junto ao IBGE, indicados na tabela a seguir, salientando-se que o Município de Itapoá foi
criado em 26/abril/1989, sendo antes um Distrito de Garuva.

Dados Populacionais de Itapoá


Ano
População
1970 1980 1991 2000
Total - - 4.007 8.839
Urbana - - 3.309 8.191
Rural - - 698 648
Fonte: IBGE

Tabela 25 - Evolução populacional do Município de Itapoá, SC.


Evolução Populacional
Situação Ano Crescimento Taxa
do Geométrica
Domicílio 1991 2000 91/00 anual média
Total 4.007 8.839 120,59% 9,19%
Urbana 3.309 8.191 147,54% 10,60%
Rural 698 648 -7,16% -0,82%

Como aconteceu em outros municípios do Estado de Santa Catarina, a população rural


da cidade de Itapoá vinha diminuindo ao longo dos anos. Tal fato pode ser observado na
tabela anterior onde o município apresentou um crescimento negativo de 7,16% entre os anos
de 1991 e 2000.

Número de Domicílios

Ano

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1991 2000
808 2.351

Se caso fossem adotadas as taxas de crescimento apresentadas na Tabela 25, a


projeção populacional para 2007 seria de:

 População Urbana: 8.191 x (1,106)7 = 16.581 habitantes;


 População Município: 8.839 x (1,0919) 7 = 16.356 habitantes.

Entretanto, a projeção apresentada acima não é coerente com a contagem populacional


realizada pelo IBGE em 2007, que resultou em 10.719 habitantes, o que significava 21,27 %
de crescimento entre 2000 e 2007 ou ainda 2,79% ao ano, taxa bem inferior ao período entre
1991 a 2000.

Para o ano de 2009, conforme apresentado anteriormente, o IBGE indica para o


Município de Itapoá, em sua estimativa populacional, o número de 11.489 habitantes
(população rural e urbana), sendo que durante a alta temporada (dezembro á fevereiro),
estima-se uma população flutuante de 200.000 habitantes (aproximadamente), durante todo o
período. Faz-se necessário citar que a população flutuante presente em Itapoá na alta
temporada vem aumentando a cada ano, sendo seu dimensionamento de grande importância
para a projeção do sistema de abastecimento de água do município.

Os números apresentados pelo IBGE são muito contestados quanto à sua precisão,
sendo usadas geralmente baixas taxas de crescimentos populacionais. Segundo o próprio
IBGE, existe sim a possibilidade de falha no processo de contagem das populações. Essas
falhas podem estar atreladas ao tipo de metodologia utilizada nas contagens.

10.2.4 Projeção Pelos Dados da CELESC

Para a projeção populacional através dos dados fornecidos pela CELESC, considerou-
se apenas número total de consumidores residenciais, sendo a relação de veranistas mais fixos
a partir do IBGE dados de 2000:

N° de domicílios total .627


3,75
N° de domicílios população residente 2.561

 % Domicílios Fixos: ou

-
 % Domicílios Veranistas ou

O número de habitantes fixos por domicílio para o ano de 2000 (último Censo) foi
assim calculado:

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

 N° de habitantes/ou população residente fixa em 2000 = 8.191


habitantes;
 Domicílios fixos = 2.561;
 Assim: habitantes/domicílio.

Número Total de Consumidores Residenciais

Domicílios % a.a
Nº Total Consumidores Consumo Anual Categoria Incremento
Ano % a.a
Residenciais Residencial (10³ KWh) Consumo
Incrementos
1999 6.702 - 8.781,5 -
2000 7.589 13,23 9.581,7 9,11
2001 8.167 7,62 10.158,2 6,02
2002 8.792 7,65 10.485,5 3,22
2003 9.412 7,05 11.207,5 6,89
2004 10.087 7,17 11.785,3 5,15
2005 10.644 5,52 12.255,9 3,99
2006 11.211 5,33 12.417,8 1,32
Fonte: CELESC

 Cálculo da estimativa para 2007: 11.211 x 1,0533 = 11.809


consumidores residenciais (incluindo os veranistas).

Da análise dos dados anteriores, para o ano de 2007 foram adotados os seguintes
dados para obtenção da população total (residente x flutuante):

 Residente: 11.809 x 0,270 x 3,20 hab/dom = 10.203 habitantes;


 Veranista: 11.809 x 0,73 x 5,00 hab/dom = 43.103 habitantes;
 População Total: 53.306 habitantes.

A população urbana fixa pelo IBGE para o ano de 2007 era igual a 10.071 [10.719 -
648 (rural)], que praticamente confere o estimado (10.203 habitantes) para população
residente fixa.

Houve ainda a necessidade de considerar os veranistas de camping, pousadas, hotéis e


associações. Porém, o parâmetro de 5 pessoas em média para o total dos (11.809 x 0,73) =
8.621 domicílios de veranistas cobre com folga a estimativa, pois se considerarmos 4
habitantes/domicílio, teríamos mais 34.482 veranistas nos domicílios, que acrescido mais
8.621 habitantes em hotéis, pousadas, camping, resultaria em um total de 43.103 habitantes.

É evidente que em algumas ocasiões como o Natal, Réveillon, Carnaval ou finais de


semana pode até ser superada a estimativa.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

10.2.5 Definições do Cenário Ideal – PMSB

De acordo com o item 7.3 do Plano Municipal de Saneamento Básico, para a projeção
futura e consequentemente para a elaboração dos cenários, considerando 20 anos de horizonte
(2010-2029), foram adotadas 4 taxas de crescimento de população, em função das condições
estimadas para o período, a saber:

 Cenário 1: Taxa de crescimento baixa de 2,50% ao ano;


 Cenário 2: Taxa de crescimento média de 5,33% ao ano;
 Cenário 3: Taxa de crescimento alta de 7,00% ao ano;
 Cenário 4: Taxa de crescimento variável da população fixa, no período de 20
anos (iniciando em 4,6 % ao ano em 2010 e terminando em 1,8 % ao ano em
2029), considerando que as condições sejam as seguintes, assim como
crescimento variável da população flutuante, em percentual menor, devido aos
sérios problemas viários de acesso a Itapoá;
 Ligeiro aumento no preço dos lotes, em consequência da procura para
construção de novos empreendimentos, fazendo com que a população flutuante
migre para outros balneários;
 Falta de investimentos em infraestrutura viária na região;
 Falta de infraestrutura no município principalmente no setor de saneamento,
ocasionando falta de água e poluição no mar por falta de saneamento básico,
fazendo com que a população flutuante migre para outros balneários.

Analisando os cenários expostos anteriormente, no PMSB decidiu-se pela utilização


do Cenário 4 para a definição do cenário ideal para o Município de Itapoá.

Foi adotado um crescimento mais alto para os 8 primeiros anos (i=4,63%),


justificando-se principalmente pelo fato da implantação do Porto no Município de Itapoá, que
a exemplo de outros municípios que receberam este tipo de empreendimento, tiveram um
crescimento acima da média. Além disso, existem, outros fatores que irão contribuir para o
crescimento do município, sendo estes de grande relevância.

Para o restante do tempo, será adotado um crescimento variável e decrescente, entre


2,8 % em 2018 até 1,8 % em 2029, conforme Tabela 26.

Tabela 26 - Projeção Populacional do Município de Itapoá.

Projeção Populacional de 4,63 a 1,8 % ao ano

POPULAÇÃO FIXA POPULAÇÃO FLUTUANTE POPULAÇAO


ANO
(HAB) (HAB) TOTAL

2007 10.896 43.108 54.004


2008 11.197 46.125 55.382
2009 11.474 49.354 56.764

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Projeção Populacional de 4,63 a 1,8 % ao ano

POPULAÇÃO FIXA POPULAÇÃO FLUTUANTE POPULAÇAO


ANO
(HAB) (HAB) TOTAL

2010 11.620 52.809 58.042


2011 12.158 55.175 67.333
2012 12.721 57.565 70.286
2013 13.310 59.972 73.282
2014 13.926 62.390 76.316
2015 14.570 64.813 79.383
2016 15.245 67.081 82.326
2017 15.951 69.295 85.246
2018 16.397 71.443 87.840
2019 16.840 73.515 90.355
2020 17.278 75.500 92.778
2021 17.714 77.388 95.102
2022 18.145 79.207 97.352
2023 18.570 80.951 99.521
2024 18.988 82.612 101.600
2025 19.398 84.184 103.582
2026 19.799 85.660 105.459
2027 20.191 87.034 107.225
2028 20.572 88.300 108.872
2029 20.942 89.452 110.394

10.3 Projeção Populacional Adotada para os Estudos de Concepção do Sistema


Tratamento de Esgoto

A concepção proposta para o Sistema Abastecimento de Água do Município de Itapoá


foi fundamentada na projeção populacional prevista para o Período de Concessão (Período de
Projeto), demonstrada neste item através dos seguintes tópicos:

 Diagnóstico da Situação Atual de Ocupação dos Lotes;


 Estimativa da População Atual;
 Projeção Populacional Adotada;

10.3.1 Diagnóstico da Situação Atual de Ocupação dos Lotes

No período compreendido entre os meses de março e junho/2013, foi realizado um


levantamento de campo com o objetivo de diagnosticar a situação atual de ocupação dos lotes
de cada quadra, na área urbana do Município de Itapoá.

Os lotes foram classificados da seguinte forma:

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

 Lote ocupado com domicílios fixos;


 Lote ocupado com domicílios veranistas;
 Lote ocupado com imóvel comercial;
 Lote com imóvel em construção;
 Lote vazio.

O resultado deste levantamento é apresentado na tabela a seguir.

Quantidade de lotes / por tipo de ocupação

Comercial Domicílio Fixo Domicílio Veranista Lote Vazio Em Construção TOTAL

1.401 3.863 8.673 16.031 497 30.447

Da análise da tabela anteriormente apresentada constata-se que atualmente existem


aproximadamente 30.447 lotes no município de Itapoá. Deste total, cerca de 3.863 lotes são
ocupados com domicílio fixo, 8.673 com domicílio veranista, 1.401 com imóvel comercial,
497 com imóvel em construção e 16.031 são lotes vazios.

12,70%
Residência Fixa
Residência de Veraneio
52,60% 28,50% Imóvel Comercial
Imóvel em Construção
Lote Vazio

4,60%

1,60%

10.3.2 Estimativa da População Atual

De acordo com o PMSB e com os estudos realizados, o número médio de habitantes


por domicílio fixo é de 3,2, sendo constatado ainda o número médio de 5 habitantes por
domicílio veranista, que cobre com folga os veranistas de camping, pousadas, hotéis e
associações.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estes números, associados ao Diagnóstico da Situação Atual de Ocupação dos Lotes,


possibilitou estimar o número atual de habitantes fixos e flutuantes para o município de
Itapoá, conforme demonstrado a seguir.

Ocupação População

Tipo de Domicílio Quantidade de Domicílio (unid)


(hab/dom) (hab)

FIXO 3.863 3,20 12.362

VERANISTA 8.673 5,00 43.365

TOTAL 55.727

10.3.3 Projeção Populacional Adotada

O Período de Projeto adotado para os Estudos de Concepção do Sistema de


Tratamento de Esgoto no Município de Itapoá é de 30 anos, iniciando em outubro/2012, com
término previsto para outubro/2042. Para facilitar os estudos, foi considerado como Ano 1 do
Período de Projeto o ano de 2013 e o Ano 30 o ano de 2042.

A projeção populacional ao longo do Período de Projeto foi determinada com base nas
taxas de crescimento populacional adotadas no Plano Municipal de Saneamento Básico
(PMSB) aprovado para o município de Itapoá, até o ano de 2029.

No entanto, essas taxas de crescimento foram aplicadas partindo-se da população atual


estimada para o ano de 2013, conforme demonstrado no subitem anterior.

Para o período após o ano de 2029 foram adotados valores decrescentes para a taxa de
crescimento da população, conforme tendência de decréscimo observada em todo o território
nacional, variando de 1,37% até aproximadamente 1,00% no final do Período do Projeto.

Assim sendo, para fins da elaboração dos Estudos de Concepção foi adotada a seguinte
projeção populacional (Tabela 27):

Tabela 27 - Projeção populacional urbana adotada para os 30 anos de concessão.


ANO DE POPULAÇÃO TOTAL
ANO
CONCESSÃO URBANA (habitantes)
1 2013 55.727
2 2014 58.034
3 2015 60.428
4 2016 63.407

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

5 2017 67.262
6 2018 71.784
7 2019 77.567
8 2020 84.031
9 2021 91.641
10 2022 94.487
11 2023 97.422
12 2024 101.420
13 2025 103.582
14 2026 104.798
15 2027 106.030
16 2028 107.275
17 2029 108.534
18 2030 109.924
19 2031 111.332
20 2032 112.757
21 2033 114.200
22 2034 115.663
23 2035 117.338
24 2036 117.974
25 2037 118.452
26 2038 118.771
27 2039 118.966
28 2040 119.141
29 2041 119.671
30 2042 120.774

10.3.4 Aspectos Sociais

Apresenta uma visão geral do desempenho do município nos últimos anos frente à
evolução de seus indicadores de desenvolvimento humano, suas ações na saúde, educação e
da condição dos domicílios.

Os indicadores de desenvolvimento humano utilizados para avaliar a qualidade de vida


do município foram o índice de desenvolvimento humano (IDH-M), o índice FIRJAN de
desenvolvimento Municipal (IFDM) e o índice de desenvolvimento familiar (IDF). Em ambos
os casos, são avaliados aspectos relacionados à longevidade da população, emprego e renda,
saúde, trabalho, condições de habitação, entre outras.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Itapoá em 2010 foi de 0,795


(Atlas Brasil, 2013).

O Índice FIRJAN de desenvolvimento municipal (IDFM), criado pela Federação das


Indústrias do Rio de Janeiro para acompanhar a evolução dos municípios brasileiros e o
resultado da gestão das prefeituras, apontou em 2005, o município como o 102 ª colocado

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

(IDFM 0.6889) no ranking de desenvolvimento do Estado. Em 2008, ocorreu um crescimento,


com um índice de 0.7622, a cidade aparece na 39ª posição estadual. No ano de 2011, Itapoá
alcançou 0,7485, caindo para a 109ª posição estadual (FIRJAN, 2014).

O índice de desenvolvimento familiar (IDF) aborda a pobreza em diferentes


perspectivas. Este varia entre 0 e 1, e quanto melhores as condições da família, mais próximo
de 1 será o seu indicador. Este índice leva em consideração os dados de todos os integrantes
da família, porém se restringe apenas a famílias inscritas em programas sociais. De acordo
com o ministério do Desenvolvimento Social, o IDF de Itapoá para o ano de 2008, foi de
0,560 (MDS, 2008).

10.3.4.1 Saúde

Conta com 08 estabelecimentos públicos de saúde, e 02 privados (IBGE, 2010). No


ranking estadual, segundo o Indice FIRJAN, em 2011 o município ocupava a 111ª quanto a
saúde, com 0.8304 de pontuação, que varia entre 0 e 1.

10.3.4.1 Educação

O município possui 07 unidades escolares municipais, com 1998 alunos matriculados


no ensino fundamental, 394 no pré-escolar, em 2012, e 01 unidade escolar público estadual,
com 234 alunos matriculados para o ano de 2012 no ensino fundamental, e 635 matriculas no
ensino médio (INEP, 2012).

O Índice de Educação Básica (IDEB) é calculado a partir de dois componentes: a taxa


de rendimento escolar (aprovação) e média de desempenho nos exames padronizados
aplicados pelo INEP, o qual permite traçar metas de qualidade educacional para a educação.

A média do IDEB alcançada pelo município em 2011 foi de 5,74 para os alunos dos
anos iniciais (do 1º ao 5º ano), e de 4,82 para os anos finais (6º ao 9º ano). Em ambas as
séries as médias vem crescendo anualmente e superando as metas propostas pelo Ministério
da Educação (MDS, 2013).

10.3.1 Aspectos Econômicos

As bases econômicas do município são o turismo, forte nos meses de verão, atraindo
cerca de 200 mil pessoas todos os anos, e que vem crescendo a cada ano.

O segundo e mais forte contribuinte é o Porto de Itapoá, terminal privativo de uso


misto para a movimentação de contêineres tem como acionistas a Portinvest Participações
(Conglomerado Batistella e Logística Brasil – Fundo de Investimento e Participações gerido
pela BRZ Investimentos) e Aliança Navegação e Logística (Hamburg Süd).

O Porto está localizado no início na Baía da Babitonga. A localização geográfica


estratégica tem águas calmas e condições naturais de profundidade, com um calado de
aproximadamente 16 metros. Assim o terminal é adequado para receber navios de grande

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

porte, melhorando o fluxo destas embarcações nas regiões Sul e Sudeste brasileiro.
Caracterizado como um porto de concentração de cargas de importação e exportação.

O Terminal segue tendência dos portos mais modernos do mundo, com mínima
interferência no meio ambiente. Ele foi inaugurado em 22 de dezembro de 2010 e suas
atividades crescem a cada dia.

O produto interno bruto (PIB) do município em 2006 era de R$ 101.612 milhões de


reais. Em 2011, o PIB chegou à casa de R$ 197.672 milhões de reais, sendo R$ 9.393 milhões
oriundos da agricultura, R$ 34.029 milhões da indústria e R$ 141.580 milhões dos serviços
(IBGE, 2014).

10.3.2 Infraestrutura Existente

10.3.2.1 Abastecimento de Água

A área urbana do Município de Itapoá é atendida por um sistema de abastecimento de


água que alcança quase toda a população. O sistema atende de modo integrado, à área urbana
principal do Município, incluindo suas ramificações que se dispõem ao longo da parte costeira
da cidade.

Antes de tudo, devemos considerar que, por ser um Balneário Costeiro, com
população flutuante, cerca de 150% maior que a população fixa, existem dois momentos bem
distintos durante o ano na cidade de Itapoá: na temporada de verão (entre 15 de dezembro e
fim de fevereiro), onde o consumo existente é gerado pela população fixa e a flutuante, e o
restante do ano, onde a demanda de água é bem inferior do que durante o verão.

A configuração física atual do sistema de abastecimento ocorre de forma inadequada,


muito comum em todo o País, de acompanhar a demanda sem o necessário planejamento
prévio, resultando um sistema desprovido de regime racional de distribuição de pressões,
decorrente da extensão física das redes a partir de dois centros de produção, de capacidades
diferentes de produção de água. O principal centro de produção de água potável está
localizado na parte central do Balneário com a ETA Principal e com a ETA Secundária, a
mais antiga, na parte mais ao sul da principal.

A distribuição de água se dá a partir destas unidades produtoras, contando ainda com o


auxilio de um reservatório elevado de água situado nas proximidades da ETA Principal, e de
um reservatório apoiado para onde é recalcada a água tratada produzida na ETA Secundária.

Para a distribuição de água produzida na ETA Principal é utilizado bombeamento a


partir da própria, com diversas redes principais de água, distribuindo ao longo da faixa
costeira, para isto usando o sistema viário que acompanha a orla marítima, ramificando nas
diversas ruas transversais e nas vias paralelas ao mar. Para manter a distribuição de água com
pressão adequada à rede, a mesma é toda pressurizada a partir da ETA com 35 mca e são
utilizados reforços por meio de 1 booster ligado somente na temporada de verão.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

O abastecimento de água se realiza por meio de 11.693 ligações e 13.303 economias


(dados de 2008). A relação entre número de economias e o número de ligações (1,13) revela
uma baixa verticalização, com os domicílios consumidores sendo formados primordialmente
de residências unifamiliares.

Existem muitas residências e alguns condomínios de chalés e pousadas que utilizam


águas subterrâneas a partir de poços rasos (ditas ponteiras), não sendo possível mensurar
claramente o quanto representam em relação às possuidoras de ligações junto à rede de
distribuição municipal.

O abastecimento é feito utilizando o Rio Saí Mirim como manancial de superfície,


mediante tratamento físico-químico da água.

As instalações de captação, bombeamento e adução de água bruta têm capacidade


instalada de aproximadamente 140 l/s, sendo de 120 l/s na ETA Principal (Rua 650) e de 20
l/s na ETA Secundária, na parte sul do balneário.

Na ETA Principal a estação elevatória de água tratada é constituída de três conjuntos


moto-bomba, sendo que dois operam o ano todo e um conjunto é acionado apenas na
temporada de veraneio. A adução se realiza por meio de três adutoras de ferro fundido, sendo
seus diâmetros de 150 mm, 150 mm e 300 mm.

Na ETA Secundária, o recalque de água tratada em direção ao reservatório apoiado se


dá por um conjunto moto-bomba (um reserva), com uso de adutora de 150 mm de ferro
fundido.

A Estação de Tratamento de Água - ETA Principal tem capacidade instalada para


produzir 120 l/s de água potável. Os processos de tratamento incluem dispersão de produtos
químicos, correção de pH, floculação, decantação, filtração, desinfecção e fluoretação.

A ETA dispõe de uma estação elevatória de bombeamento para a lavagem dos filtros.
A água tratada é encaminhada por recalque para o sistema de distribuição e para o
reservatório elevado existente. Junto a este, existe um conjunto moto-bomba que amplia a
pressão de distribuição de água a partir do mesmo, para atingir a pressão recomendável nos
pontos finais da rede de distribuição.

A Estação de Tratamento de Água - ETA Secundária tem capacidade instalada para


produzir 20 l/s de água potável. Os processos de tratamento incluem dispersão de produtos
químicos, floculação, decantação, filtração, desinfecção e correção de pH.

A ETA dispõe de uma estação elevatória de bombeamento para a lavagem do filtro. A


água tratada é encaminhada por recalque para o reservatório apoiado, distante
aproximadamente 6 km da ETA, e a partir deste ocorre à distribuição por gravidade.

O sistema dispõe de um total de dois reservatórios com capacidade total de 850 m³. O
reservatório principal, que recebe água tratada da ETA Principal, é do tipo elevado, em
formato de taça, estrutura metálica, com capacidade de 500 m³ e altura geométrica máxima de

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

aproximadamente 25 metros. O reservatório que recebe água da ETA Secundária é do tipo


apoiado, estrutura de concreto armado, com capacidade de 350 m³.

Nas seções subsequentes são descritas as instalações e identificados os problemas dos


sistemas físicos de abastecimento de água, dos sistemas operacionais, gerenciais e de
manutenção, da comercialização dos produtos e serviços envolvidos e do atendimento ao
público.

10.3.2.2 Dados dos mananciais existentes

O único manancial que abastece a cidade de Itapoá é o Rio Saí Mirim. Seu regime de
vazões mínimas não compromete o abastecimento. A característica da água deste mais
marcante é sua forte cor, menor na captação de água da ETA Secundária e maior na captação
da ETA Principal, pela passagem do rio por terreno com solo composto de grande quantidade
de matéria orgânica, presente nos mangues ao longo da parte baixa do manancial.

As principais fontes poluidoras, passíveis de influenciar a qualidade das águas do Rio


Saí Mirim no que interessa à sua captação para abastecimento, são:

• Falta de Tratamento de Esgoto da cidade de Itapoá, com possibilidade de


contaminação do lençol freático ou descarga de esgotos nos córregos da região;

• Crescente implantação de loteamentos ao longo do manancial, com remoção de


cobertura vegetal e exposição de solo permitindo carreamento de sedimentos;

• Remoção de vegetação na parte superior do manancial para exploração de


terras nas culturas agrícolas, no cultivo de espécies exóticas ou pequena
pecuária de subsistência.

Considerando a pífia capacidade de os sistemas de gerenciamento de recursos hídricos


no Brasil de efetivamente oferecer segurança nas projeções que se possam fazer quanto à
gestão do uso, do aproveitamento, da proteção e do controle dos mesmos, será crucial, no
processo de planejamento de que trata o PMSB, tomar decisões sobre a proteção do
Manancial fornecedor de Água Bruta para as atuais captações.

De qualquer forma, o monitoramento constante e sustentável da qualidade das águas


do Rio Saí Mirim (Figura 104), da ocupação da sua bacia hidrográfica e das atividades
poluidoras devem constituir estratégia de primeira grandeza por parte dos responsáveis pela
prestação do serviço de abastecimento de água, ao mesmo tempo orientando a operação da
ETA e os processos decisórios a respeito de eventuais mudanças na captação e buscando
influenciar o comportamento dos sistemas de gerenciamento dos recursos hídricos da bacia.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 104 - Margem direita do Rio Saí-Mirim, Itapoá-SC.

10.3.2.3 Captação de Água Bruta

O abastecimento de água de Itapoá é realizado a partir de manancial superficial (Rio


Saí Mirim), mediante 2 captações:

A Captação Principal, que atende a ETA Principal, próxima à área ocupada do


Balneário, na Rua 650, no ponto onde o Rio Saí Mirim (Figura 105) mais se aproxima da área
urbana, com a instalação de 2 bombas submersíveis no leito do rio, sem barramento de
alteamento de nível, com cada bomba recalcando água bruta por meio de sua adutora própria
de DN 200, em ferro fundido, em direção a ETA (distante aproximadamente 500 metros),
com vazão de 50 l/s recalcada por cada bomba. No período de veraneio é instalada mais uma
bomba submersível, para que seja atingida a vazão de tratamento (120 l/s). O nível do Rio Saí
Mirim neste ponto é bem constante, não ocorrendo problemas de baixa por estiagem que
prejudique a operação da captação. Apenas em períodos de grande precipitação de chuvas,
com períodos de cheia do rio, ocorreu o recobrimento dos barramentos de recalque das
adutoras, fazendo com que os painéis elétricos e de controle das bombas tivessem que ser
erguidos dentro da guarita de alvenaria.

A Captação Secundária, que atende a ETA Secundária, mais a montante do rio, ao sul
da parte ocupada do Balneário, possui tomada direta afogada, construída na margem direita do
rio, com barramento para alteamento de nível ou regularização de vazões, feito por rochas
dispostas ao longo da seção do rio. A água captada é encaminhada a um pequeno poço em
anéis de concreto, onde está instalada bomba submersível que recalca água por adutora
(aproximadamente 600 metros de comprimento), DN 200, em ferro fundido, para a ETA. O
barramento de alteamento no rio deve sofrer intervenção com acréscimo de pedras e rochas ao
longo da seção, para ampliar a retenção de água e ampliar o nível no local. Assim como na
captação principal, a oscilação do nível do rio não afeta a operação desta captação.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Figura 105 - Local de captação atual da ETA principal localizado no Rio Saí-Mirim, Itapoá-SC.

A tomada de água é feita diretamente por bombas submersíveis no fundo do rio, com
passarela de madeira para acesso as bombas e estrutura de madeira para fixação de redes de
proteção e um conjunto de telas para retenção de sólidos, que encaminha a água diretamente
por duas adutoras à ETA.

Na ETA Secundária a tomada de água é constituída de um canal de entrada dotado de


um conjunto de telas para retenção de sólidos, que encaminha a água até um poço de sucção
circular, com 1 m de diâmetro, a partir do qual é realizado o bombeamento, por bomba
submersível.

Figura 106 - Poço de sucção de água bruta - ETA secundária, Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 107 - Captação de Água - ETA secundária localizada no Rio Saí-Mirim, Itapoá-SC.

Figura 108 - Adutoras da ETA principal, 2 de DN 200 em Ferro fundido, Itapoá-SC.

10.3.2.4 Recalque de Água Bruta ETA Principal

O bombeamento é realizado por meio de dois conjuntos moto-bombas submersíveis,


que funcionam alternadamente ou juntos. Além destas, é adicionado ao sistema uma bomba
de na temporada de veraneio para ampliar a vazão de água bruta.

O sistema pode operar com os três conjuntos simultaneamente, sempre que tal
procedimento se revelar necessário (Alta Temporada). Não existe reservatório de água tratada
que permita a redução de operação do recalque de água bruta no horário entre 18 e 21 horas
(pico), para que possa ser reduzido o custo de energia. Não existe, também, plano de tarifa da
concessionária de energia elétrica (plano tarifa verde) utilizado atualmente.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 109 - Bomba de Recalque de água tratada, Itapoá-SC.

 ETA Secundária

O bombeamento é realizado por meio de um conjunto moto-bomba submersível,


operando entre às 7:00 hs e às 19:00 hs do dia. Durante a temporada os trabalhos são
realizados durante 24 horas.

Existe reservatório de água tratada que permite a redução de operação do recalque de


água bruta no horário entre 18 e 21 horas (pico), para que possa ser reduzido o custo de
energia. Não existe plano de tarifa da concessionária de energia elétrica (plano tarifa verde)
utilizado atualmente.

As instalações elétricas já passaram por melhorias atenuando desgastes e


inadequações. As unidades eletromecânicas não possuem um sistema de telecomando por
meio de sistema de telemetria, sendo permitido o monitoramento dos dados à distância, tais
como corrente, tensão e ações operacionais para ligar/desligar bombas a partir do Centro de
Controle Operacional - CCO, localizado na ETA.

Figura 110 - Bomba de Recalque de água tratada, Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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10.3.2.5 Adução de Água Bruta ETA Principal

As duas tubulações de saída imediata são por mangote flexível de 100 mm, seguidas
do barrilete de controle e de duas redes adutoras de DN 200, em ferro fundido, independente
uma da outra. Não existe dispositivo da medição de pressão e vazão, assim como pontos para
coleta instantânea de dados. As tubulações seguem pelo leito carroçável não pavimentado da
Rua 650 até a ETA, localizada nesta mesma rua.

Não foram realizados levantamentos hidráulicos recentes nas adutoras, pelo atual
operador, para verificar a condição superficial interna das mesmas.

 ETA Secundária

A tubulação de saída imediata é por mangote flexível de 100 mm, seguida do barrilete
de controle e de uma rede adutora de DN 200, em ferro fundido, encaminhando à ETA. A
tubulação segue por caminho não pavimentado.

Não foi realizado levantamento hidráulico recente na adutora, pelo atual operador,
para verificar a condição superficial interna da mesma.

10.3.2.6 Estação de Tratamento de Água (ETA)

 Descrição Geral da ETA Principal

A ETA é do tipo convencional e está localizado no Balneário Brasília, ao fim da Rua


650, no ponto onde o Rio Saí-Mirim se aproxima da ocupação urbana local, com diversos
loteamentos próximos ao rio, na margem direita deste, em cota aproximada de 2 m acima do
nível do mar.

A vazão de entrada pode variar entre 50 l/s (uma bomba de recalque da captação, fora
da temporada de verão) e 120 l/s (três bombas operando na captação, na temporada de verão).

Figura 111 - Vista da ETA principal, Itapoá-SC.

A sequência do tratamento de água na ETA é da seguinte forma:

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

A chegada de água é em caixa de amortização em concreto armado, com saída direta


para a medição de vazão. Após passar pelos processos de medição de vazão, com uso de
Calha Parshall de 9 polegadas e com régua de graduação de leitura direta da vazão, em m3/h,
ocorre a correção e ajuste de pH com a adição de cal. Na entrada do floculador é feita a adição
de sulfato de alumínio.

Figura 112 - Calha Parshall do sistema da ETA, Itapoá-SC.

Os produtos adicionados à água bruta são:

• Cal;

• Sulfato de Alumínio - para a coagulação;

• Hipoclorito

• Polímero

• Floculação

O Floculador é estruturado em placas de concreto pré-moldado, com ligação entre


estas por pilaretes também de concreto armado pré-moldado. O Floculador fica enterrado no
solo, sendo este composto por areia. O Floculador é do tipo convencional, com 56
compartimentos, possuindo passagens superiores e inferiores com espaços vazios deixados
pela ausência de placas divisórias.

Segundo os atuais responsáveis pela operação da ETA, não existe problema


dimensional e construtivo com o floculador que possa impossibilitar o atendimento da
operação de vazões maiores que as utilizadas atualmente. O principal problema operacional
quanto à operação do floculador é a grande quantidade de matéria orgânica na água bruta e a
baixa quantidade de sedimentos, que provoca a formação de flocos pequenos, difíceis de
decantar.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

A floculação é realizada por meio de uma câmara, dotada de floculadores hidráulicos,


tipo convencional.

Figura 113 - Sistema de floculação da ETA, Itapoá-SC.

 Decantação

Após a formação dos flocos, a água em tratamento passa, através de canais abertos,
para 3 lagoas de decantação, com dimensões de:

• 20,50 x 30,00 metros na Lagoa 1, próxima ao Floculador;

• 20,50 x 28,50 metros na Lagoa 2, ao lado da Lagoa 1; e

• 10,00 x 65,07 x 49 metros, na diagonal da Lagoa 1.

Figura 114 - Lagoas de Decantação 1 e 2 da ETA, Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 115 - Cava de Decantação de lodo da ETA, Itapoá-SC.

Existe a intenção de melhorias operacionais nas lagoas de decantação com o


revestimento interno das mesmas com mantas de PEAD, eliminando vazamentos e contato
entre o solo e a água em tratamento, além de maior facilidade na remoção de lodo decantado.

Durante o período de veraneio as lagoas de decantação operam no limite da


capacidade, sendo necessária a implantação de nova lagoa ou mudança no sistema de
decantação para qualquer ampliação da capacidade de produção de água tratada.

A saída de água já clarificada das lagoas se dá por tubulação de fibra de vidro


perfurada, diâmetro de 300 mm, que encaminham as águas clarificadas para um poço de
recalque central, onde é feito o recalque para o processo de filtração.

Figura 116 - Poço de Recalque da água clarificada nas lagoas de decantação da ETA, Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 117 - Detalhe da Captação da água clarificada na lagoa de decantação 3 da ETA, Itapoá-SC.

 Filtração

A ETA possui 3 tipos de filtros:

• Modelos compactos de filtros russos, dispostos lado a lado, com capacidade de


filtragem de aproximadamente 45 litros por segundo;

• Dois filtros com fluxo descendente, montados a partir de uma caixa d’água de
20.000 litros, sendo esta instalada sobre estrutura de madeira, para
encaminhamento da água filtrada para o poço de recalque;

• Um filtro tipo “holandês”, com sistema de limpeza contínua.

Figura 118 - Filtro Descendente do sistema da ETA, Itapoá-SC.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 119 - Vista dos flitros Russo da ETA, Itapoá-SC.

O sistema de filtração de água é o maior gargalo produtivo na ETA. A intenção de


ampliação de capacidade de tratamento passa necessariamente pela ampliação, modernização
e nova estruturação do sistema de filtragem.

A água filtrada é encaminhada para um poço de recalque de água tratada onde ocorre a
adição de hipoclorito de sódio, para desinfecção, hidróxido de sódio para correção de pH e
Fluossilicato de sódio para fluoretação.

10.3.2.7 Descrição Geral da ETA Secundária

A ETA Secundária é do tipo convencional e está localizada a oeste do Balneário, com


coordenadas UTM: 736.000 W; 7.111.000 S; em torno de 800 metros ao sul da captação no
rio, Cota 14,26m aproximada, dentro da Fazenda de Geraldo Mariano Minter; ao Sul da
confluência do Rio Saí Mirim com o Rio Braço do Norte.

A Zona é Rural, com cultivo de palmeiras para produção de palmito, criação de gado
extensiva e pequenos cultivos de subsistência. Em torno da ETA existe vegetação em diversos
estágios de regeneração, inclusive médio e avançado.

A vazão de entrada é de 15 a 20 l/s (uma bomba de recalque da captação, durante todo


o ano).

A sequência do tratamento de água na ETA é:

A chegada d’água se da em caixa de amortização em bloco de concreto, localizada a


direita da ETA (visto de fora), com dosagem de sulfato de alumínio e hidróxido de sódio
diretamente na chegada e correção do pH. Existe calha de medição na chegada.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 120 - Caixa de Amortização da ETA secundária, Itapoá-SC.

A Floculação é feita em um floculador tubular (há também um pequeno floculador de


madeira com chicanas horizontais, mas este não funciona e atualmente serve somente como
passagem), desaguando no decantador, que é uma lagoa em forma de U, em volta da estrutura
de alvenaria da ETA, escavada em solo natural, sem impermeabilização, com pequenas
chicanas em madeira e plástico. A profundidade das lagoas de decantação é pequena, sendo
que as lagoas ocupam todo o terreno cercado da ETA. A estrutura desta parte do tratamento
(chegada, floculação e decantação) é muito rudimentar.

Após a decantação de sólidos, o líquido clarificado é recalcado por bomba


submersível, instalada dentro de pequeno poço de recalque, no lado esquerdo da ETA. A
tubulação de recalque é do tipo mangote, de diâmetro de 75 mm.

Na estrutura de alvenaria da ETA, a água decantada passa por vertedor triangular onde
é medida a vazão de tratamento. Depois de adicionado cloro e hidróxido de sódio, passa por
câmaras desativadas (eram floculadores e decantadores antigamente) e por filtragem.

Nas diversas câmaras da ETA existem saídas do tipo dreno para a limpeza de fundo,
sendo quatro ao todo.

Os produtos adicionados à água bruta são:

• Hidróxido de sódio;

• Sulfato de Alumínio - para a coagulação;

• Cloro.

 Floculação

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

O Floculador é do tipo tubular, partindo da caixa de amortização e indo até a lagoa de


decantação. A extensão do floculador em projeto é de 13,00 m, porém sua extensão real é de
aproximadamente 5,00 m.

 Decantação

Após a formação dos flocos, a água em tratamento é encaminhada a uma lagoa de


decantação em forma de "U”. Ver figura a seguir.

Figura 121 - Planta baixa da lagoa de decantação da ETA secundária, Itapoá-SC.

Esta lagoa é uma escavação no solo natural, sem revestimento das paredes internas,
com profundidade variando de 1,00 a 1,50 metros, com a execução das divisórias por
estruturas de madeira e fechamento com lonas de PVC.

Figura 122 - Lagoa de Decantação da ETA secundária, Itapoá-SC.

Quando é realizada a limpeza das lagoas de decantação, os sólidos são lançados nos
terrenos ao lado da ETA, onde existe vegetação nativa.

 Filtração

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

A ETA possui apenas um filtro com fluxo descendente, montado numa das câmaras da
estrutura de alvenaria da ETA, para possuir altura para recalque de água tratada por bomba de
eixo horizontal escorvada.

Figura 123 - Vista do Filtro da ETA secundária, Itapoá-SC.

10.3.2.8 Recalque
 ETA Principal
A ERAT - Estação de Recalque de Água Tratada, localizada na parte frontal da ETA,
é composta por um poço de recalque de concreto armado, com dimensão em planta de 3,0 x
4,00 metros e altura útil de 1,40 metros. Não existe na ETA um tanque de contato para
desinfecção, pois a água tratada é desinfectada diretamente no pequeno poço de recalque.

O volume mínimo recomendável para o tanque de contato é de 30 minutos de


detenção, necessários para que haja a completa mistura e a ação do cloro na desinfecção da
água. Esse tempo equivale a 90 e 216 m3 de capacidade, para os volumes máximos de
tratamento, na baixa e alta temporada.

Quanto ao poço de recalque, este deveria possuir dimensão para uma contenção de
volume de água entre 7 e 10 minutos de vazão (equivalentes a 21 a 36 m3, na baixa
temporada e 50 e 72 m3, na alta temporada), para evitar a cavitação das bombas, o arraste de
ar para a tubulação e a formação de vórtices no poço que possa prejudicar a operação de
recalque.

Qualquer necessidade de modernização e ampliação do sistema de abastecimento de


água passa necessariamente pela implantação de Nova ERAT, com tanque de contato.

As bombas de recalque de água tratada são do tipo "Centrífuga de Eixo Horizontal”,


com potências de 20, 40 e 50 HP, sendo que a última está em atividade somente na temporada
de verão.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 124 - Vista do tanque de contato da água tratada na ETA principal, Itapoá-SC.

 ETA Secundária

Na ERAT - Estação Recalque de Água Tratada, a sucção de água é feita diretamente


após a filtragem, recalcando por tubulação de ferro fundido DN 150 mm, com
aproximadamente 5,2 km, até o reservatório apoiado, nos próximos a parte central do
balneário, na cota 45, onde passa a distribuir por gravidade para consumo, para o extremo sul
do balneário e também para sua parte central.

Existe um tanque de contato na ETA, entre a saída da filtração e o recalque de água


tratada, construído dentro da estrutura predial da ETA, de acordo com o seu projeto. Este
tanque possui volume de 18,09 m3. Considerando que a vazão de água tratada produzida na
ETA é de 20 l/s e que o tempo de contato mínimo recomendado para se realizar uma perfeita
desinfecção é de 30 minutos, temos que o tempo de contato no tanque será de apenas 15
minutos. Porém, como o reservatório de distribuição está distante da ETA aproximadamente 6
Km (distância entre a produção e a reservação), e como a velocidade na adutora é baixa em
torno de 0,64 m/s, o tempo de contato do tanque somado ao tempo que a água leva da ETA
até o reservatório de distribuição, supera em muito o tempo recomendado para uma perfeita
desinfecção.

Quanto ao poço de recalque, este deveria possuir dimensão para uma contenção de
volume de água entre 7 e 10 minutos de vazão (equivalentes a 8,4 a 12 m3, na alta
temporada), para que exista capacidade de operação do recalque de água tratada, mesmo com
pequenos desequilíbrios operacionais da ETA, tais como: regulagens de dosagem de produtos
químicos, pequenos desligamentos de recalques intermediários do processo de tratamento,
entre outras possibilidades.

10.3.2.9 Adução de Água Tratada

Na ETA Principal a adução se realiza por meio de três adutoras de ferro fundido,
sendo seus diâmetros de 150 mm, 150 mm e 250 mm. Esta última faz parte da rede de reforço
que opera na Temporada de Veraneio.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Na ETA secundária, o recalque de água tratada em direção ao reservatório apoiado se


dá por um conjunto moto-bomba com uso de adutora de 150 mm de ferro fundido, distante
aproximadamente 6 km da ETA, e a partir deste ocorre à distribuição por gravidade.

10.3.2.10 Reservação

O sistema de abastecimento de água de Itapoá é composto de 2 reservatórios: um


reservatório elevado localizado próximo a ETA Principal e um reservatório apoiado
localizado no Bairro Itapoá.

O reservatório elevado possui uma capacidade de 500,00 m3 e recebe água da ETA


Principal através de uma tubulação de 200 mm.

Figura 125 - Reservatório de água tratada - Elevado (Taça), Itapoá-SC.

O reservatório localizado no Bairro de Itapoá, segundo projeto, possui uma capacidade


de 350,00 m³ e é alimentado pela água produzida na ETA Secundária. Entretanto, como
atualmente a produção de água da ETA é em média de apenas 20 l/s, este reservatório serve
somente como passagem.

10.3.2.11 Rede de distribuição

A distribuição de água no Município é realizada por uma rede linear que abrange todo
o litoral, partindo das estações de tratamento de água: ETA Principal e ETA Secundária.

Para a distribuição de água produzida na ETA Principal é utilizado bombeamento a


partir da própria, com diversas redes principais de água, distribuindo ao longo da faixa
costeira, para isto usando o sistema viário que acompanha a orla marítima, ramificando nas
diversas ruas transversais e nas vias paralelas ao mar. Para manter a distribuição de água com
pressão adequada, a rede é toda pressurizada a partir da ETA com 20 mca e são utilizados
reforços por meio de 2 boosters. Da ETA Principal parte duas adutoras de distribuição (DN
150 mm; DN 250 mm) que vão alimentar as linhas de distribuição conectadas ao sistema, em

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

direção aos bairros do norte e em direção aos bairros do sul do Município, sendo que nesta
última direção as linhas de distribuição se encontrarão com as linhas de distribuição
provenientes da ETA Secundária.

Da ETA Secundária parte uma adutora de reservação (DN 150 mm) de 5,2 Km até o
reservatório apoiado, saindo deste uma adutora de distribuição (DN 250 mm) de
aproximadamente 3,2 Km até o ponto de encontro com a linha de distribuição que conduz a
água tratada proveniente da ETA Principal.

Esse sistema de distribuição de água do Município pode ser dividido em dois setores
devido a existência de registros no ponto de encontro das linhas de distribuição que saem da
ETA Principal e da ETA Secundária.

Segue, abaixo, tabela com a extensão e o respectivo diâmetro das adutoras e linhas de
distribuição do sistema de distribuição de água tratada do Município de Itapoá.

Tabela 28 - Rede de distribuição de água atual do Município de Itapoá-SC.


TIPO DIÂMETRO (mm) EXTENSÃO (m)
Adutora de reservação 150 5.200
Adutora de distribuição 150 920
Adutora de distribuição 250 3.262
Linha de distribuição 65 1.160
Linha de distribuição 75 1.918
Linha de distribuição 100 7.492
Linha de distribuição 150 10.216
Linha de distribuição 200 4.866

A Tabela 29 relaciona os volumes de água medidas e faturadas nos meses de


novembro de 2007 a maio de 2008.

Tabela 29 - Volume de água medido x volume faturado (m³) no Município de Itapoá - SC; entre novembro
de 2007 e maio de 2008.
Volume nov/07 dez/07 jan/08 fev/08 mar/08 abr/08 mai/08
Medido 68.765 59.292 151.968 126.615 58.608 65.192 48.224
Faturado 111.499 116.938 173.672 158.353 120.790 125.196 117.468

O grande diferencial entre o volume medido e faturado nos meses de novembro,


dezembro, março, abril e maio se deve ao fato de ser cobrado volume mínimo nas ligações
residenciais e não ocorrer consumo nas mesmas.

Da mesma forma, mesmo crescendo muito a quantidade medida nos meses de janeiro
e fevereiro, esta permanece inferior que a quantidade faturada.

A média histórica de volume medido, nos meses fora da temporada, é de 60.016,2 m3


por mês. Transformado em vazão média, a quantidade medida é de 23,15 litros por segundo.
Como temos a informação de produção média de 50 litros por segundo nos meses fora da
temporada, a perda física (medido/produzido) é consideravelmente alta.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Da mesma forma, nos meses de verão (janeiro e fevereiro) a média de volume medido
é de 139.291,5 m3. Transformado em vazão média, a quantidade medida é de 53,74 litros por
segundo. Como temos a informação de produção média de 105 litros por segundo nos meses
da temporada, a perda física (medido/produzido) também é consideravelmente alta.

10.3.2.12 Ligações Prediais e Economias

A tabela a seguir apresenta o número de economias e ligações existentes no Município


de Itapoá.

Tabela 30 - Número de Economias e Ligações - Referência agosto de 2009.


Tipo Residencial Comercial Industrial Pública Total
Ligações 11.231 369 12 71 11.693
Economias 12.557 657 13 76 13.303

10.3.2.13 Perdas de Água

As perdas de água no sistema de distribuição de Itapoá chegam à ordem de 55%. Estas


perdas podem ser de ordem física (real) ou não-física (aparentes).

As perdas físicas são aqui representadas pelos vazamentos na rede de distribuição


devido as altas velocidades nos trechos, que favorecem o desgaste e o rompimento das
tubulações. Além do desperdício do recurso, os vazamentos trazem riscos de contaminação da
água e, consequentemente, riscos à saúde pública.

As perdas aparentes representam o volume de água consumido não contabilizado pela


companhia de abastecimento, decorrente de erros de medição nos hidrômetros, falta de
hidrômetros, fraudes, ligações clandestinas e falhas no cadastro. Este tipo de perda é tão
relevante quanto as reais, visto que influencia diretamente nos gastos e na receita do sistema.

10.3.2.14 População Total e Urbana Abastecida

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do ano


de 2006 (último dado oficial disponível), 9.061 habitantes do Município de Itapoá são
atendidos com serviço de abastecimento de água, sendo que sua totalidade encontra- se
localizada na área urbana da cidade.

10.3.2.15 Problemas com o Abastecimento de Água

 Manancial de superfície

Atualmente, não existem grandes problemas ambientais na Bacia do Rio Saí Mirim,
que possui aproximadamente 73,3 km2 no ponto de captação da ETA Secundária, com a área
da bacia de contribuição no ponto de captação da ETA Principal, sendo de 150 km2 (o
significativo acréscimo é pela contribuição da Afluente do Rio Saí Mirim, o Rio Braço do
Norte). A montante das duas captações, no Rio Saí Mirim, está localizada a captação de água
da Indústria Vega do Sul, com captação de aproximadamente 120 l/s. Devemos considerar

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

que a vazão máxima disponível para o abastecimento público do Rio Saí Mirim poderá ser no
máximo de 40% da Q98, que é a vazão na sua série histórica que esta disponível em 98% do
tempo no leito do rio, no caso do Rio Saí Mirim esta vazão é de 451,14 l/s.

 Captação e adução de água bruta

Os principais problemas referentes à captação e adução de água bruta acontecem na


alta temporada, pois há um aumento considerável na demanda, sobrecarregando assim as
bombas e as duas redes de adução de água bruta, o que gera uma necessidade de uso de uma
terceira bomba submersa e um aumento na perda de carga pelo crescimento da vazão. Como a
distância é pequena e o terreno praticamente plano, o custo deste crescimento de vazão não é
muito significativo.

Podemos citar, ainda, a fragilidade da estrutura de acesso às bombas de recalque de


água bruta, toda esta de madeira, que já apresenta desgastes e envelhecimento resultantes do
tempo de instalação. As telas de proteção, quando da visita às instalações, estavam muito
cheias de sólidos retidos, principalmente folhas e galhos de vegetação rasteira.

 Estação de tratamento de água ETA Principal:

ETA Principal:

Os principais problemas da ETA Principal são os seguintes:

 Falta de garantia de que não ocorram vazamentos e infiltrações a partir dos


decantadores, pois as lagoas de decantação são escavadas e operam em solo
arenoso natural, sem impermeabilização;

 Inexistência de um sistema adequado para a limpeza das lagoas de decantação;

 Falta de um local adequado para a secagem do lodo das lagoas de decantação


(leito de secagem). As lagoas de secagem (bacias de detenção) dos lodos
removidos dos decantadores são implantados em terreno de acesso livre,
inclusive para crianças que brincam no local, sem impermeabilização
(infiltração de líquidos e materiais com presença de contaminantes no lençol
freático), sem remoção final de lodos decantados, sem licenciamento e sem
controle ambiental, operando de forma irregular;

 Necessidade de um tanque de contato com maiores dimensões ajustando o


tempo de reação dos produtos utilizados na etapa final do tratamento.

 Volume insuficiente do poço de recalque de água tratada, que deve possuir


entre 7e10 minutos e na alta temporada possui apenas 2,5 minutos de recalque.
As bombas apresentam problemas de formação de vórtices, entrada de ar nas
redes e problemas de cavitação de bombas;

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

 Falta de planejamento de implantação (Lay Out) do Sistema de Filtração, com


3 tipos diferentes de filtragem (3 Filtros russo, Filtro Holandês e filtro
convencional (em separado);

 Falta de planejamento de médio e longo prazo para maior produção da ETA;

ETA Secundária:

Os principais problemas da ETA Secundária são os seguintes:

 Falta de garantia de que não ocorram vazamentos e infiltrações a partir dos


decantadores, pois as lagoas de decantação são escavadas e operam em solo
arenoso natural, sem impermeabilização;

 Condição construtiva da ETA, com pouca segurança e espaço para


manutenção;

 Falta de proteção das partes de tratamento de água;

 Inexistência de um sistema adequado para a limpeza das lagoas de decantação;

 Falta de um local adequado para a secagem do lodo das lagoas de decantação


(leito de secagem). Os lodos são lançados na vegetação ao lado da ETA,
consistindo de uma não conformidade grave;

 Lançamento de água de lavagem em drenagem pluvial local, com perdas de


água durante o processo de tratamento e lançamento de águas fora de padrão
de lançamento (presença de sólidos);

 Falta de recuperação da água de lavagem de filtros;

 Ausência de um macromedidor, prejudicando assim o controle da quantidade


de água que está sendo produzida;

 Perda de água tratada na ETA Secundária devido à existência de registros


danificados.

A Figura 126 apresenta um croqui georeferenciado do sistema de abastecimento de


água com: a rede de distribuição, as estações de tratamento de água e os reservatórios.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 126 - Croqui Georreferenciado do Sistema de Abastecimenteo de Água atual de Itapoá-SC: Fonte: MPB Engenharia, 2012.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

10.3.2.16 Esgotamento Sanitário

De acordo com a empresa que opera o sistema de abastecimento de água do Município


de Itapoá, o Plano de Saneamento Básico do Município e o Diagnóstico de Água e Esgoto do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do ano de 2006, os habitantes do
Município de Itapoá não são atendidos por serviços de coleta e tratamento de esgoto coletivo.

Deste modo, o Município é atendido, quando há, com soluções individuais de


tratamento do tipo fossa/filtro; sem um cadastro que permita quantificar o tipo de tratamento e
destinação final realizado, existindo muitas irregularidades devido à falta de controle e
fiscalização efetiva destes dispositivos. Assim, não é conhecido o número de habitações
atualmente que dispõem o esgoto sanitário através de fossas sem a observância das normas da
ABNT e sem a manutenção periódica necessária. Porém, devido à falta de fiscalização e
orientação técnica pela concessionária ou pela Prefeitura Municipal de Itapoá, estas
irregularidades são comuns no Município. A Lei Federal No 11.888/2008 exige que haja
assistência técnica pública e gratuita às famílias de baixa renda quanto aos serviços de
esgotamento sanitário, a qual não existe no Município (CAB AMBIENTAL E SERRANA
ENGENHARIA, 2012).

Como Itapoá não possui sistema de esgotamento sanitário coletivo deve-se priorizar,
como um todo a implantação efetiva desse sistema no Município.

10.3.2.17 Coleta de Resíduos Sólidos

O serviço de coleta de resíduos sólidos no Município de Itapoá é realizado pela


SURBI - Serviços Urbanos de Itapoá, empresa filial à Serrana Engenharia.

A coleta de lixo no bairro Jardim da Barra, região que compreende o local destinado à
ETA Itapoá, é realizada às terças-feiras, quintas-feiras e aos sábados no período entre às 5h da
manhã às 14h.

10.3.2.18 Energia Elétrica

O atendimento da rede elétrica em Itapoá é feito pela CELESC - Centrais Elétricas de


Santa Catarina, sendo que a corrente elétrica local é de 220 volts. O Município é atendido pela
Subestação Itapoá 34,5/13,2 KV, localizada na Rua Dr. Manoel Fontes da Luz. A alimentação
para a referida Subestação é suprida pela COPEL - Companhia Paranaense de Energia em
34.500 Volts.

A tabela a seguir apresenta o número de consumidores e o consumo de energia elétrica


(em kw) no Município de Itapoá em 2006.

Tabela 31 - Número de Consumidores e Consumo (Kw) de Energia Elétrica em Itapoá - 2006.


Classe de Consumidores Número de Consumidores Consumo (Kw)
Residencial 11.211 12.417.827
Industrial 535 961.524

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Comercial 396 3.167.101


Rural 208 513.243
Poderes Públicos 50 260.587
Iluminação Pública 1 2.305.069
Serviço Público 6 783.925
Consumo Próprio 2 10.008
Consumidores Total 12.409 20.419.284

10.3.2.19 Meios de Comunicação

O atendimento da telefonia fixa no Município de Itapoá é feito pela TELESC -


Telecomunicações Santa Catarina (BrasilTelecom), sendo que, atualmente, Itapoá possui
cerca de 3.500 telefones convencionais, pertencentes as centrais de Balneário Pérola do
Atlântico, da Barra do Saí e Central de Itapoá. A capacidade final do sistema atualmente
instalado é de 20.000 telefones, sendo que no Município existem cerca de 50 telefones
públicos. Já telefonia celular conta com a cobertura das operadoras: TIM, VIVO, CLARO e
BrasilTelecom.

Quanto às redes de televisão, o Município conta com a representação de filiadas das


principais redes de televisão do país: RBS TV (Rede Globo), TV Barriga Verde (Rede
Bandeirantes), SBT Santa Catarina e RIC TV (Record).

O Município possui ainda uma agência dos Correios, localizada no bairro de Itapema
do Norte.

10.3.2.20 Sistema Viário

O transporte coletivo urbano em Itapoá é realizado pela empresa TRANSITA de


segunda a sexta-feira.

O sistema de transporte no Município também conta com linhas intermunicipais e


interestaduais. A linha intermunicipal tem destino a Joinville, já a linha de transporte
interestadual conta com dois destinos: Guaratuba (PR) e Curitiba (PR). O Município também
conta com um serviço de transporte aquático realizado através de Ferry boats e barcas, sendo
que o serviço de barca realiza o trajeto da Vila da Glória a São Francisco do Sul, já o serviço
de Ferry Boats é atendido por duas linhas: Ferry Boat do Vigorelli e Ferry Boat da Vila da
Glória.

10.3.2.21 Educação

Entre os indicadores sociais, somados aos de renda, os de educação e saúde compõem


a fórmula para a obtenção dos índices sociais que indicam o grau de desenvolvimento humano
de uma respectiva sociedade.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Segundo dados da Prefeitura Municipal, existem no Município cerca de 19 unidades


escolares, as quais estão dispostas na Tabela 32 conforme sua localidade.

Tabela 32 - Unidades Escolares no Município de Itapoá, SC.

Localidade Unidade Escolar


E.M.E.F. Euclides Emídio
Barra do Saí Pré-Escola Balão Mágico
Creche Lua de Cristal
E.M.E.F. Frei Valentim
Itapoá Pré-Escola Gente Feliz
Creche Mundo Encantado
E.M.E.F. Claiton Almir Hermes
São José Pré-Escola Tempo de Aprender
Creche Primeiros Passos
E.M.E.F. João Monteiro Cabral
Pontal Pré Escola Sereia do Mar
Creche Arco-Íris
E.M.E.F. Ayrton Senna E.J.A
Itapema Pré-Escola Palhacinho Feliz
Creche Pequeno Aprendiz
E.M.E.F. Monteiro Lobato
Samambaial
Pré-Escola Reino das Águas Claras
Saí-Mirim E.M.E.F. Alberto Speck

Ainda, a Tabela 33 ilustra a distribuição dos alunos da rede escolar na cidade de Itapoá
durante o ano letivo de 2009.

Tabela 33 - Matrículas nas unidades escolares no ano de 2009 no Município de Itapoá, SC.

Unidade Escolar Número de Matrículas


Ensino Fundamental 2.189
Escola pública estadual 391
Escola pública federal 0
Escola pública municipal 1.793
Escola privada 5
Ensino médio 527
Escola pública estadual 527
Escola pública federal 0
Escola pública municipal 0
Escola privada 0
Ensino pré-escolar 361

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Escola pública estadual 0


Escola pública federal 0
Escola pública municipa 353
Escola privada 8

Conforme a Tabela acima existe por volta de 3.077 alunos matriculados nas unidades
de ensino instaladas no Município

10.3.2.22 Saúde

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, o


Município de Itapoá possui um IDH de 0,793 e a taxa de fecundidade é de 0,8 filhos por
mulher.

Segundo dados da Prefeitura Municipal existem 5 estabelecimentos voltados para a


saúde em Itapoá, sendo 4 públicos e somente 1, privado.

Unidades de Saúde
PSF Itapema
PSF Barra do Saí
PSF Itapoá
PSF Pontal
Centro de Reabilitação

10.3.2.23 Lazer, Turismo e Cultura

Entre os principais locais de lazer da cidade estão a Baía da Babitonga, os passeios de escuna
e ultraleve, a Reserva Ecológica Volta Velha (RPPN) e a Localidade Vila da Glória (Figuras
127 e 128). Na Baía da Babitonga encontram-se trapiches de embarque para barcos que fazem
passeios turísticos pelas 14 ilhas da baía e pelo Arquipélago das Graças. A Reserva Ecológica
Volta Velha, por sua vez, trata-se de uma reserva particular de conservação da Mata Atlântica
com 1000 hectares de área, fica a 3 km do mar em linha reta a partir do centro. A mata é
densa, coberta de bromélias e com abundante fauna tropical.

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Figura 127 – Vista da Reserva Ecológica Vila Velha, Itapoá-SC.

Figura 128 - Vista da localidade da Vila da Glória, Itapoá-SC.

As praias do Município também são destinos de lazer. Itapoá possui 4 praias no


decorrer de seu litoral, sendo elas: praia da Barra do Saí, praia da Figueira do Pontal, Itapema
do Norte e praia de Itapoá. A praia da Figueira do Pontal é a mais próxima ao
empreendimento, caracteriza-se como uma praia calma, com residências de veraneio, possui
um trapiche para atracadouro de barcos e local das instalações do Porto (área de vocação
portuária). A Praia do Pontal da Figueira é banhada pelo canal, no qual os navios passam para
o Porto de São Francisco do Sul (Figura 129). O local ainda se destaca por seus mangues e
caranguejos.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 129 - Vista da Praia da Figueira do Pontal, Itapoá-SC.

8.3.1.24 Acessos e Estradas

Os principais acessos do Município de Itapoá aos Municípios de Guaratuba/PR,


Garuva/SC e São Francisco do Sul/SC são, respectivamente, a Estrada Cornelsen
(Continuação da Avenida Municipal Saí-Mirim) ao norte, a SC 415 a oeste e a Estrada para
Vila da Glória ao Sul.

A área do empreendimento pode ser acessada de Joinville e do vizinho estado do


Paraná - Curitiba, através da BR-101 rodovia asfaltada, seguindo-se pela SC-412 asfaltada em
direção ao litoral, seguida da SC-415 e da vicinal mencionada - estradas não pavimentadas,
quando se atinge o local especificado no ponto central de Jaguaruna. Pode-se alcançar o ponto
eleito para a instalação da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Município de Itapoá,
também de Guaratuba cidade situada no litoral sul do Paraná, igualmente, pela SC-412, agora
no sentido litoral-BR- 101 em consonância também com a SC-415 e a vicinal especificada
(Figura 130).

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Figura 130 - A imagem apresenta os principais acessos do Município de Itapoá aos Municípios de
fronteira (Garuva/SC, São Francisco do Sul/SC e Guaratuba/PR).

10.3.3 Atividades Produtivas

Apresentando uma área de 256 km2, o Município de Itapoá possui 14.763 habitantes
residentes (IBGE, 2010), Sendo que durante a alta temporada (dezembro a fevereiro), estima-
se uma população flutuante de 200.000 habitantes (aproximadamente), durante todo o
período.

Economicamente, Itapoá está erguida sobre as seguintes atividades.

10.3.3.1 Setor Primário

A Economia do Município de Itapoá já teve a pesca artesanal como uma das principais
atividades econômicas da cidade, entretanto, pelo seu caráter extrativista e pela característica
artesanal dos pescadores estabelecidos, vem perdendo dia a dia seu espaço para frotas
pesqueiras industriais. O setor atende, hoje, basicamente o mercado local e os veranistas e
turistas.

Quanto à agricultura, essa se caracteriza tipicamente de subsistência, cultivando


culturas como banana, arroz, mandioca, abacaxi e hortifrutigranjeiros (Tabela 34).

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Tabela 34 - Produção agrícola do Município de Itapoá, SC. Fonte: IBGE, 2007.

Principais Quantidade produzida Valor da produção (Mil Área plantada


Produtos (toneladas) Reais) (hectare)
Banana 2.000 600 100
Arroz 372 138 62
Mandioca 240 36 20
Palmito 75 90 50
Milho 9 3 5

Já no diz respeito à pecuária, essa é explorada por pequenos proprietários com


rebanhos de gado de corte e gado leiteiro, tendo como objetivo o atendimento ao comércio
local, através da transformação do leite, sendo feita sua comercialização de "porta em porta”
(Tabela 35).

Tabela 35 - Principais produtos, quantidade e produção da Pecuária do Município de Itapoá, SC. Fonte:
IBGE, 2007.

Número (cabeças) Produção - quantidade


600 -
80 -
245 -
90 -
50 -
1.200 -
800 -
70 -
- 84 mil litros
- 13 mil dúzias
- 10.000 Kg

10.3.3.2 Setor Secundário

O Setor Secundário é responsável pela transformação das matérias-primas disponíveis


em produtos industrializados.

Na Indústria, Itapoá não dispõe de um setor diversificado, uma vez que sua base
econômica é o Turismo. Um dado relevante é o número de profissionais das áreas da
Engenharia e Arquitetura residentes no Município, que somam em torno de 15.

O ramo de atividade mais desenvolvida no Município de Itapoá é o das Indústrias de


Transformação, conforme ilustração da Tabela 36.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Tabela 36 - Ramo de atividades e unidades locais das empresas situadas no Município de Itapoá, SC.
Fonte: IBGE(2007).
Ramo de Atividade Unidades Locais
Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal. 6
Indústrias extrativas 1
Indústrias de transformação 53
Construção 11

10.3.3.3 Setor Terciário

Além dos belíssimos atrativos naturais, o Município conta com diversificado setor de
comércio, ramo imobiliário e construção civil.

O comércio voltado à atividade turística cresce a cada ano, com a instalação de novos
estabelecimentos. Os principais são:

• Restaurantes, bares e lanchonetes;

• Hotéis, pousadas e lodges de ecoturismo;

• Mercados e mini-mercados;

• Comércio varejista de artigos do vestuário;

• Padarias.

Conforme a Tabela 37, o ramo de atividade mais expressivo é o Comércio.

Tabela 37 - Ramo de atividades e unidades locais das empresas situadas no Município de Itapoá, SC.
Fonte: IBGE, 2007.
Unidades
Ramo de atividade
locais
Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 470
Alojamento e alimentação 222
Transporte, armazenagem e comunicações 13
Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços
3
relacionados
Administração pública, defesa e seguridade social 57
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas 8
Educação 17
Saúde e serviços sociais 5
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 51

O setor de construção civil, por sua vez, é o que apresenta maior crescimento,
principalmente em relação à construção de edifícios residenciais. O comércio e a prestação de

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

serviços voltados à construção civil também apresentam crescimento significativo, sendo as


principais áreas:

• Comércio varejista de material de construção;

• Empreiteiras de mão-de-obra;

• Número de engenheiros e arquitetos cadastrados.

10.3.4 Uso e Ocupação do Solo

10.3.4.1 Histórico da Ocupação

Os índios carijós foram os primeiros habitantes do Município de Itapoá. Sua influência


cultural e étnica ainda é observada na região através da existência dos sambaquis formados a
partir do acúmulo de conchas, cascas e ostras; bem como através do uso de algumas
denominações locais, como é o caso do próprio nome do Município de Itapoá, que conforme a
designação indígena significa "pedra que surge”. Sendo que esta se refere a uma pedra
localizada no Balneário de Itapoá a 300 metros da praia que quando do acontecimento de
maré alta desaparece e ressurge na maré baixa.

Os Carijós instalados próximos a Baía da Babitonga eram em um pequeno grupo e não


sofreram grandes hostilidades pelo povo europeu que habitou as mesmas terras mais tarde.
Por esta razão, possuem características até hoje oriundas da influência do "homem
americanus”, observadas em seus traços étnicos.

A colonização européia teve início com a chegada dos portugueses em 1658 em razão
da fundação da cidade de São Francisco do Sul. A partir desta época começa a surgir na
região o interesse pelas atividades econômicas voltadas para a questão portuária, as quais
surgiram através da adoção, por parte dos portugueses, de estratégias militares de ocupação da
região que exigiam aprimoramento da estrutura portuária. Pouco tempo depois, por volta da
metade do século 19, foi iniciada uma colonização alemã na região, através da chegada da
Princesa Dona Francisca, filha de D. Pedro I, casada em 1843 com o Príncipe de Joinville.

Mais tarde, a ocupação de Itapoá se deu a partir da formação de pequenas


comunidades de pescadores, localizadas principalmente no litoral. Diversos loteamentos
foram sendo construídos lado a lado, por volta dos anos 60, sendo que o perímetro urbano do
Município foi estabelecido neste período em que Itapoá ainda pertencia ao Município de
Garuva.

Itapoá foi desmembrada de Garuva apenas em 1966, através da Lei n° 08/66 sendo
transformada em Distrito. Um pouco mais tarde, por meio da Lei Estadual n° 7.586/89, foi
decretado como Município.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

10.3.4.2 Caracterização de Uso do Solo

A caracterização de uso do solo municipal em Itapoá é formada a partir do Plano


Diretor Municipal, mais precisamente através da Lei Municipal n° 204/2008 (Zoneamento da
Ocupação e Uso do Solo Urbano do Município de Itapoá) e da Lei Complementar Municipal
n° 021/2008 (Zoneamento Ecológico Econômico Municipal - ZEEM).

O perímetro urbano de Itapoá abrange quase 20% da área total do Município, em uma
faixa média aproximada de 3 km ao longo de todo o litoral, desde a Baía da Babitonga até a
foz do rio Saí-Mirim, na divisa com o Estado do Paraná.

Em toda a extensão da malha urbana, o tipo de uso predominante é o residencial,


estando distribuído de maneira homogênea no tecido da cidade. As habitações apresentam, em
geral, bom padrão construtivo, com destaque para as edificações localizadas na Barra do Rio
Saí-Mirim. Verifica-se o predomínio de edificações térreas, porém, sendo grande também o
número de edificações com dois pavimentos. Observa- se, ainda, uma tendência mais recente
à construção de conjuntos e edifícios residenciais.

Quanto ao uso comercial, verifica-se uma concentração na área central da localidade


de Itapema do Norte. Duas vias concentram o maior número de estabelecimentos: a Avenida
do Calçamento e a Avenida do Comércio (denominação local), sendo considerados os eixos
comerciais principais. Em função disto, observa-se que a área central de Itapema do Norte
desempenha hoje o papel de centro urbano. É a área mais desenvolvida do tecido urbano
existente, sendo que, na época de temporada, é também a área mais frequentada.

A Figura 131 abaixo ilustra as principais regiões de Itapoá.

Figura 131 - Localização das principais regiões de Itapoá.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

O Município de Itapoá, em seu Zoneamento da Ocupação e Uso do Solo Urbano,


estabelece os seguintes zoneamentos:

• Zona Urbana: correspondem àquelas onde o uso predominante é o residencial;

• Zona de Uso Restrito: Zona que apresenta alterações na organização funcional


dos ecossistemas primitivos, porém capacitada ou com potencial para
conservar o equilíbrio de uma comunidade de organismos em graus variados
de diversidade, quando da ocorrência de ocupação humana de baixo impacto.

• Zona Portuária: corresponde a assim denominada em razão das características


de uso. Especialmente entendidas aquelas em que haja interesse público e
social no desenvolvimento da atividade portuária;

• Zona Retro-Portuária e Industrial: corresponde a assim denominada em razão


das características de uso. Especialmente entendidas aquelas em que haja
interesse público e social em promover a urbanização adequada às atividades
retroportuárias e industriais de pequeno, médio e alto potencial poluidor;

 Zona Especial:

• Zona Especial de Interesse Social: correspondem as assim denominadas em


razão das características de uso. Especialmente entendidas aquelas em que
haja interesse público em promover a urbanização ou a regularização jurídica
da posse da terra, assim como áreas de loteamentos irregulares que, por suas
características, interesse público e social exijam regularização jurídica do
parcelamento, ou a complementação da infraestrutura urbana ou dos
equipamentos comunitários, bem como a recuperação ambiental;

• Zona de Preservação de Fundo de Vale: compreendem as faixas de drenagem


de todos os cursos d’água para efeito de proteção ambiental do curso d’água e
da vegetação ciliar existente, e para o escoamento das águas pluviais;

• Já em seu Zoneamento Ecológico Econômico Municipal (ZEEM), ficaram


estabelecidos os seguintes zoneamentos:

• Zona de Preservação Permanente (ZPP): Zona que não apresenta alterações na


organização funcional dos sistemas primitivos, estando capacitada ou com
potencial para manter em equilíbrio uma comunidade de organismos em graus
variados de diversidade;

• Zona de Uso Restrito (ZUR): Zona que apresenta alterações na organização


funcional dos ecossistemas primitivos, porém capacitada ou com potencial
para conservar o equilíbrio de uma comunidade de organismos em graus

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

variados de diversidade, quando da ocorrência de ocupação humana de baixo


impacto;

• Zona de Uso Rural (ZR): Zona que apresenta os ecossistemas primitivos


modificados, com dificuldades de regeneração natural pela exploração,
supressão, ou substituição de alguns de seus componentes pela ocorrência de
culturas com fins produtivos;

• Zona de Uso Urbano (ZURB): Zona que apresenta alterações na organização


funcional dos ecossistemas primitivos, porém capacitada ou com potencial
para conservar o equilíbrio de uma comunidade de organismos em graus
variados de diversidade, quando da ocorrência de ocupação humana de baixo
impacto;

• Zona de Uso Especial (ZUE): Zona que apresenta os ecossistemas primitivos


em diversos estágios de conservação ou completamente degradados e que
deverão estar submetida a normas específicas de manejo, uso e ocupação.

Vale ressaltar que estes dois instrumentos legais, os quais caracterizam o uso do solo
em Itapoá, estão em consonância com o empreendimento proposto, a qual é reforçada ainda,
pelo Decreto Municipal n°1453 de 25 de janeiro de 2012, que declara a utilização da área para
implantação do empreendimento como "Utilidade Pública”.

A seguir são apresentados os mapas de delimitação das áreas mencionadas.

Conforme a Figura 132, o terreno destinado à implantação do empreendimento está


locado na adjacência de uma Zona de Uso Restrito (ZUR) e uma Zona Urbana de Baixa
Densidade (ZUBD); (Figura 133), sendo, desta maneira, permitido promover as instalações
propostas pelo objeto de estudo.

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Figura 132 - Imagem do zoneamento urbano do Município de Itapoá, segundo plano diretor. Fonte: Prefeitura Municipal de Itapoá, SC.

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Figura 133 – Mapa do Zoneamento Ecológico Econômico Municipal – ZEEM. Itapoá-SC.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

10.3.5 Levantamento de Indícios Arqueológicos

O presente capítulo é apresenta a síntese dos resultados do Relatório Final de


Prospecção Arqueológica Pré-histórica realizado na Área de Implantação da Estação de
Tratamento de Água (ETA) no Município de Itapoá – SC; realizado pela empresa Sapienza
Arqueologia & Gestão do Patrimônio, em fevereiro de 2014, sob número de processo junto ao
IPHAN de N° 01510.001659/2013-19; em atendimento ao que determina a Lei Federal
n°3.924/61 e as Portarias IPHAN n° 007/88 e 230/02. Portaria N° 208, de 25 de Outubro de
2013.

A pesquisa realizada foi uma prospecção arqueológica interventiva, que buscou


evidenciar vestígios antrópicos pretéritos em uma área de potencial arqueológico.

A pesquisa em questão buscou levantar subsídios para a avaliação dos impactos


culturais e desenvolvimento de programas mitigadores dos impactos negativos, integrando a
proteção do patrimônio arqueológico e o desenvolvimento regional sustentável. Para isso,
aplicou-se a metodologia preditiva que consistiu em dar subsídios ao empresário para planejar
seu empreendimento numa relação custo- benefício, que possibilitasse a projeção da provável
distribuição dos recursos arqueológicos de uma região a partir de uma amostra
cuidadosamente selecionada da área impactada (KIPNIS, 1996).

A equipe realizou o reconhecimento e vistoria do local, através de caminhamentos e


perfurações assistemáticas, em todas as áreas da ADA, onde foi possível perfurar.

Para isso, consideraram-se os seguintes critérios:

a) Para o solo - cor, composição, elementos minerais e rochas propícias ao


aproveitamento humano;

b) Para os vestígios arqueológicos diretos - presença de ecofatos, artefatos ou


outro material de origem cultural;

c) Para os vestígios indiretos - avaliação de marcas negativas.

Para a pesquisa apresentada nesse relatório, investigou-se através de bibliografia e


intensivas prospecções, na ADA, estabelecida aqui como toda área do empreendimento; da
AID que se refere aos 50 metros a partir da ADA e da AII, onde se realizou levantamento de
dados bibliográficos e entrevistas com a comunidade a fim de entender o potencial cultural,
envolvendo os aspectos históricos, pré- históricos e dos bens do patrimônio cultural material e
imaterial do município de Itapoá.

A Tabela 38 apresenta uma síntese dos critérios utilizados para definição das áreas a
serem pesquisadas e os respectivos procedimentos.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Tabela 38 - Metodologia utilizada para evidenciação de vestígios da ADA, AID e AII da área da ETA.

Área
Área da pesquisa Procedimento
Afetada

Toda a área de implantação da Caminhamento e perfuração em transects


ADA
Estação de Tratamento de Água sistemático em áreas propícias;

Caminhamento assistemático e perfuração em


50 metros a partir da ADA do
AID transects; abertura de poços testes em áreas
empreendimento
propícias.

Pesquisa bibliográfica sobre a pré- história,


AII O município envolvido: Itapoá/SC
etnohistória local e entrevistas com a comunidade.

O plano de trabalho apresentado ao IPHAN foi cumprido na íntegra, conforme


podemos averiguar na Tabela 39.

Tabela 39 - Atividade proposta no projeto de prospecção arqueológica.

Situação
Item Atividade proposta
atual

1 Percorrer toda a área a fim de identificar vestígios arqueológicos; Realizada

Promover levantamento sistemático, baseado em caminhamentos,


2 perfurações de poços testes e/ou abertura de sondagens arqueológicas, nos Realizada
locais propícios da Área Diretamente Afetada (ADA);

Realizar caminhamentos e perfurações assistemáticas na Área de Influência


3 Realizada
Direta (AID);

Levantamentos assistemáticos através de entrevistas com a comunidade


4 Realizada
residente próxima ao empreendimento (ADA, AID e AII);

Avaliar se houver ocorrência, de conteúdo arqueológico no espaço através de Nenhuma


5 amostragem retirada das coletas superficiais, poços teste e/ou sondagens, ocorrência foi
bem como na abertura de perfis; verificada

Classificar, caso haja ocorrência de sítios arqueológicos na área diretamente


afetada e no entorno, o espaço estudado quanto à sua significância histórica e Nenhuma
6 científica, grau de integridade e tamanho do(s) sítio(s), discriminando aqueles ocorrência foi
que deverão ser objeto de preservação ou salvamento a fim de possibilitar a verificada
produção do conhecimento científico;

7 Elaboração de relatório final de pesquisa Realizada

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Para reconstruir a atividade humana do passado em um assentamento é fundamental


que o arqueólogo compreenda o contexto de um achado, seja este um artefato, uma estrutura,
uma construção ou um grupo orgânico. O contexto de um objeto depende de sua associação
com outros achados e da sua situação, posição e nível no contexto do sítio. Para tanto, utiliza-
se a prospecção arqueológica sistemática em transects, que proporciona o entendimento de
situações comuns em áreas com potencial arqueológico. A partir das prospecções os
pesquisadores podem descobrir novos vestígios arqueológicos, além de revisitar sítios já
catalogados. A partir daí, se avalia e cadastra os novos sítios descrevendo forma, tamanho e
localização, por exemplo. No caso do recadastramento se faz uma avaliação do grau de
integridade e fatores naturais e antrópicos que ocasionam a destruição recorrente. Em ambos
os casos é importante que o pesquisador tenha em mente um plano de gestão pré-definido a
ser encaminhado ao órgão competente a fim de inibir a destruição do patrimônio arqueológico
mapeado (RENFREW, BAHN, 1993).

O reconhecimento e a prospecção arqueológica abrangem uma grande variedade de


técnicas, não só a identificação e registro do solo ou artefatos de superfície de coleta, mas
também, amostragem de alguns dos recursos naturais e minerais tais como rochas e minerais,
que podem ser identificados como matéria- prima para os grupos humanos que estariam
habitando a região. Grande parte da pesquisa prospectiva atual é dedicada a avaliar a
distribuição espacial das atividades humanas, as diferenças regionais, e as mudanças
populacionais ao longo do tempo e da relação entre o homem e os recursos disponíveis
(RENFREW, BAHN, 1993).

Um dos principais objetivos do arqueólogo consiste em localizar e registrar os


assentamentos e estruturas. Os métodos de identificação de assentamentos concretos incluem
a consulta a fontes documentais e evidências locais, especialmente na observação meticulosa
da área, fazendo o reconhecimento da paisagem, avaliando todo e qualquer vestígio presente
em superfície (RENFREW, BAHN, 1993). Para essa finalidade, realizam-se os
caminhamentos sistemáticos e assistemáticos, que buscam orientar-se através das informações
presentes no contexto, que envolvem: a paisagem, a matéria-prima que ocorre na região
pesquisada, biodiversidade, espacialidade de artefatos, influências antrópicas contemporâneas,
localização geográfica da área e condições de sobrevivência humana.

A prospecção de reconhecimento vem ganhando importância devido ao


desenvolvimento de estudos regionais específicos, que buscam a compreensão do sistema de
assentamento e espacialidade de grupos sociais do passado, agregando informações
relacionadas ao contexto arqueológico ambiental e de espacialidade. Através de pesquisas
pioneiras feitas por pesquisadores como Gordon Willey e William Sanders, que visavam
relacionar cada vez mais os padrões de assentamento com a distribuição da paisagem em uma
determinada região (RENFREW, BAHN, 1993).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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10.4 Estratégias da Pesquisa Arqueológica Prospectiva

As estratégias utilizadas em campo foram às intervenções assistemáticas e extensivas


em subsuperfície, que ofereceram condições apropriadas para se encontrar vestígios
arqueológicos.

As prospecções do tipo extensivo ou assistemático prospectam-se apenas ás áreas que


supostamente terão mais potencial ou que arqueologicamente são mais sugestivas. Essas áreas
são selecionadas com base em critérios previamente definidos, como sejam, as características
geomorfológicas e pedológicas, as informações orais e as referencias escritas ou mesmo
natureza da toponímia ou de alguns traços identificados nas fotografias aéreas (CARVALHO,
2007 p:62).

A metodologia aplicada na área da pesquisa consiste em caminhamentos sistemáticos


e assistemáticos através de linhas em transects de 25 em 25 metros e com perfurações de
poços testes de 50 x 50 metros em áreas de probabilidade arqueológica.

Essa metodologia permite averiguar a presença tanto de elementos artefatuais e/ou


estruturais mais densos, como também, permite ao pesquisador verificar a presença de
vestígios discretos, que podem apresentar grande significância para o estudo do patrimônio
cultural arqueológico.

A adoção dos poços-teste como medida para o controle de ocorrências arqueológicas


enterradas se justifica como medida propositiva, e foram executadas obedecendo aos
seguintes procedimentos práticos:

• Desagregação, peneiramento, triagem e exame do sedimento retirado da


sondagem, com auxílio de colher de pedreiro e / ou enxadão.

• Análise dos aspectos ambientais da área, especialmente no que se refere a


aspectos ambientais como vegetação e geomorfologia;

• Registro documental fotográfico e anotações das informações em diários de


campo.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 134 - Caminhamentos em transectes 25 metros entre linhas- com perfurações de 50 em 50 metros
em áreas de probabilidade arqueológica. -

Portanto, às estratégias de campo consistiram de intervenções sistemáticas em


superfície e assistemáticas em sub superfície no espaço modular, procurando registrar
informações relacionadas à distribuição espacial dos vestígios arqueológicos.

Dentro desse arcabouço teórico-metodológico, a identificação de qualquer tipo de


ocorrência arqueológica, pode representar um contexto cultural mais amplo não restrito
apenas ao locus do episódio à medida que, a correlação entre a existência desses com o
ambiente circundante apresentará importantes fatores simbólicos e cognitivos.

10.5 Investigação Arqueológica na ADA do Empreendimento

A metodologia de pesquisa aplicada na área do empreendimento buscou realizar


caminhamentos e prospecção sistemáticos e assistemáticos com perfurações em transects de
50x50 metros nas áreas que apresentaram probabilidade arqueológica em toda a ADA do
empreendimento. Esta metodologia teve como objetivo investigar de forma extensiva e
meticulosa todo o terreno onde será implantado a Estação de Tratamento de Água de Itapoá.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 135 - Localização da área do empreendimento, apontando ADA e AID.

Os caminhamentos na ADA (Área diretamente afetada) ocorreram de forma


sistemática distando cada pesquisador em média 25 metros um do outro, respeitando as
condições geográficas e os elementos ambientais presentes no terreno. Já que a área do
empreendimento encontra-se composta por uma densa vegetação de Mata Atlântica nativa.
Esse procedimento teve como objetivo verificar em superfície algum vestígio de natureza
arqueológica, bem como identificar as áreas de probabilidade de assentamento humano.

Durante os caminhamentos sistemáticos, percebeu-se que a área do empreendimento


encontra-se com uma vegetação bastante preservada, com a superfície do solo totalmente
coberto por camada orgânica densa, proveniente de vários anos de decomposição. Além da
mata preservada, a composição geográfica do terreno é de planície sedimentar litorânea onde
grande parte da área é periodicamente alagada apresentando-se no momento da pesquisa de
campo em sua maioria encharcada, com o lençol freático bastante elevado.

Durante os caminhamentos sistemáticos na ADA, não foi averiguado nenhum vestígio


arqueológico.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 136 - Trilha de topografia utilizada na Figura 137 – Caminhamentos sistemáticos


orientação dos caminhamentos da equipe. realizados na ADA do empreendimento.

A prospecção interventiva ocorreu de forma sistemática e assistemática em toda a área


do empreendimento. As perfurações foram realizadas em malhas em transects de 50x50
metros, partes das linhas seguiram as trilhas deixadas pelo levantamento topográfico.
Simultaneamente as pesquisas arqueológicas de campo a equipe de sondagem realizavam
prospecções geológicas, perfurando até 14 metros de profundidade, com o objetivo de
encontrar solo propício para as fundações. Porém, os profissionais informaram que em suas
sondagens, verificaram-se água nos primeiros centímetros de perfuração, bem como uma
camada orgânica identificada como fundo de lagoa a 80 centímetros e aos 14 metros
verificaram-se solo de piçarra.

O método de pesquisa com prospecção interventiva assistemática sugere a atenção


exclusiva do arqueólogo que faz um estudo prévio da área e de seu entorno, proporcionando
uma leitura da paisagem arqueológica local, a fim de ter propriedade para elencar as áreas de
probabilidade para a prospecção interventiva (CARVALHO, 2007).

Figura 138 - Equipamento utilizado na Figura 139 - Processo de abertura dos poços
perfuração das sondagens profundas. testes na ADA do empreendimento.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 140 - Peneiramento do sedimento proveniente dos poços testes.

Figura 141 - Perfuração em área de solo aparentemente seco, com sedimento lodoso de fundo de lagoa em
poucos centímetros de profundidade.

Em toda a ADA (Área Diretamente Afetada) foi aberto um total de 10 poços testes
distribuídos em toda a área do empreendimento. Os poços testes variaram, quanto a sua
profundidade, de 20 a 100 centímetros. Os sedimentos provenientes das sondagens
apresentaram três variações estratigráficas. Sedimentos de coloração marrom escuro, marrom
médio e marrom claro. O solo apresentou-se com baixa compactação e tipologias arenosas, na
maioria dos poços testes apresentaram água em média 20 cm. Em síntese a estratigrafia dos
poços testes apresentou a seguinte composição:

a. 0-20 cm: sedimento com coloração marrom escuro, tipologia arenosa,


granulometria fina e baixa compactação (com presença de água ao final);

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Figura 142 - Sedimento de coloração marrom Figura 143 - Poço teste com presença de água a
escuro. 20 centímetros de profundidade.

b. 0-70 cm: sedimento marrom claro, tipologia arenosa, granulometria fina e


baixa compactação;

c. 71-100 cm: Sedimento marrom médio, tipologia arenosa, granulometria fina e


baixa compactação (com presença de água ao final).

Figura 144 - Sedimento de coloração marrom Figura 145 - Poço teste aberto na profundidade
médio (seta branca), sedimento de coloração de 100 centimetros, com presença de água
marrom claro (seta azul). presença de água vertendo.

A Tabela 40 apresenta o resultado do material obtido com a abertura dos poços testes
na área do empreendimento.

Tabela 40 - Poços testes realizados na ADA do empreendimento.


Nível de
PT UTM 22J escavação Descrição
(cm) Coloração: marrom claro
71128 Granulometria: fina
1 737560 0-70
72 Compactação: baixa
Tipologia: arenosa

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Obs.: mata nativa;


presença de Bromélias;
camada orgânica. Sem a
presença de vestígios
arqueológicos.
Coloração: marrom
médio Granulometria:
fina Compactação: baixa
Tipologia: arenosa
71-100 Obs.: camada marrom
escura alta
compactação nos 100
cm. Sem a presença de
vestígios arqueológicos.
Coloração: marrom claro
Granulometria: fina
Compactação: baixa
Tipologia: arenosa
0-70 Obs.: mata nativa;
presença de Bromélias;
camada orgânica. Sem a
71128 presença de vestígios
2 737567 arqueológicos.
22
Coloração: marrom
médio Granulometria:
fina Compactação: baixa
71-100 Tipologia: arenosa
Obs.: Sem a presença
de vestígios
arqueológicos.
Coloração: marrom claro
Granulometria: fina
Compactação: baixa
Tipologia: arenosa
0-70 Obs.: mata nativa;
presença de Bromélias;
camada orgânica. Sem a
71127 presença de vestígios
3 737564 arqueológicos.
72
Coloração: marrom
médio Granulometria:
fina Compactação: baixa
71-100 Tipologia: arenosa
Obs.: Sem a presença
de vestígios
arqueológicos.
Coloração: marrom claro
Granulometria: fina
Compactação: baixa
Tipologia: arenosa
711277
4 737558 0-60 Obs.: mata nativa;
2
presença de Bromélias;
camada orgânica. Sem a
presença de vestígios
arqueológicos.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Coloração: marrom médio


Granulometria: fina
Compactação: baixa
Tipologia: arenosa
61-80 Obs.: camada marrom
escura alta compactação
nos 80 cm. Sem a presença
de vestígios
arqueológicos.

Coloração: marrom escuro


Granulometria: fina
Compactação: baixa
Tipologia: arenosa
711268
5 737549 0-80 Obs.: camada marrom
2
escura alta compactação
nos 80 cm. Sem a presença
de vestígios
arqueológicos.

Coloração: marrom escuro


Granulometria: fina
Compactação: não
711263 Tipologia: arenosa
6 737552 0-60
2
Obs.: solo com umidade.
Sem a presença de
vestígios arqueológicos.
Coloração: marrom médio
Granulometria: fina
Compactação: não
61-80 Tipologia: arenosa
Obs.: água no fundo. Sem
a presença de vestígios
arqueológicos.
Coloração: marrom escuro
Granulometria: fina
Compactação: não
711263 Tipologia: arenosa
7 737501 0-20
1
Obs.: água no fundo. Sem
a presença de vestígios
arqueológicos.
Coloração: marrom escuro
Granulometria: fina
Compactação: não
711268 Tipologia: arenosa
8 737498 0-20
1
Obs.: água no fundo. Sem
a presença de vestígios
arqueológicos.
Coloração: marrom escuro
Granulometria: fina
711263 Compactação: não
9 737453 0-20
1 Tipologia: arenosa
Obs.: água no fundo. Sem
a

Finalizando o trabalho de prospecção arqueológica interventiva, conclui- se que a área


da pesquisa ADA e grande parte da AID encontram-se amplamente preservada, com presença

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

de mata nativa primária. Porém, o relevo de planície sedimentar aluvial faz com que a área
periodicamente seja inundável afetada pelas cheias anuais e pela influencia das marés. Apesar
da região de Itapoá ser um local de alta probabilidade arqueológica, como se pode observar
nas pesquisas realizadas por Farias; Kneip, 2010,os fatores geográficos demonstraram poucos
lugares considerados arqueologicamente propícios. Todos os poços testes abertos foram
avaliados quanto à estrutura sedimentar e estratigráfica, em nenhum deles se verificou
vestígios arqueológicos. Os procedimentos de campo foram documentados com fotos e a
descrição detalhada das atividades em diário de campo, além do preenchimento de fichas de
sondagem. A investigação na ADA apontou para a ausência de vestígios arqueológicos.

10.6 Investigação Arqueológica na AID do Empreendimento.

A AID (Área de Influência Direta) abrange o espaço onde as alterações nos fatores do
ambiente resultam diretamente das atividades inerentes à implantação e operação do
empreendimento. Os limites dessa área variam conforme os aspectos ambientais analisados.

No presente estudo, a AID (Área de Influência Direta) foi estipulada como sendo 50
metros além do limite da ADA (Área Diretamente Afetada), conforme se observa no mapa de
prospecção.

A AID da Estação de Tratamento de Água de Itapoá no sentido norte do terreno


apresenta-se antropizada ocupada por residências, loteamentos, ruas com posteamentos.
Também nesse mesmo sentido, verificou-se um valo que margeia a Estrada da fazenda
conforme Figura 146.

Figura 146- Mapa ilustrativo com os detalhes da AID do empreendimento.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Devido às condições ambientais e geológicas da AID (Área de Influência direta),


foram realizados apenas caminhamentos assistemáticos nos locais com a presença de
vegetação de pastagem e com relevo de suave elevação, onde se localizam as residências
construídas.

Percebe-se que grande parte da AID no sentido sul/leste/oeste da área da Estação,


apresenta uma vegetação semelhante a da ADA, isto é, caracteriza-se por uma área altamente
preservada, composta por uma planície inundável, com pontos alagados não demonstrando a
necessidade da realização de poços testes para diagnosticar vestígios arqueológicos em
subsuperfície.

Em conversa com o morador senhor Alfredo Silva, que mora a 1 ano no município de
Itapoá, nos informou que não tem conhecimento de nenhum vestígio arqueológico na região.

As Figuras (147 a 150) apresentam as etapas do caminhamento realizado na AID e as


áreas de loteamentos cercadas.

Figura 147 - Conversa com morador na AID, Figura 149 - Área de loteamento na AID do
senhor Alfredo. empreendimento, com materiais de construção
em superfície.

Figura 148 - Área loteada, onde se verificam Figura 150 - Residência as margens da Estrada
residências sendo construídas. da Fazenda.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

10.7 Investigação Arqueológica na AII do Empreendimento.

10.7.1 Sítios Pré-Históricos cadastrados no município de Itapoá

O litoral de Santa Catarina possui alta densidade de sítios arqueológicos. Nele


encontramos sambaquis, sítios cerâmicos ligados a grupos Jê e Guarani e diversos tipos de
sítios históricos. Esses monumentos vêm sendo destruídos há uma velocidade assustadora, em
virtude do rápido avanço urbano das áreas litorâneas.

Através das pesquisas realizadas no banco de dados do IPHAN, e no livro de


Farias;Kneip (2010) identificamos 26 sítios arqueológicos pré-históricos em Itapoá. Segue
abaixo uma breve descrição desses sítios.

Nome: Jaguaruna I-Código: 4208450-1-Coordenadas: UTM 22J 738435 7101941

Descrição: Localizado na Rua Pau Brasil, em Figueira do Pontal, está na propriedade


do Sr. Alfredo Costman. Aparentemente é um sítio raso, porém, segundo moradores locais,
era um grande sambaqui que fora desmontado para aterro. Possui, aproximadamente, 80 x 45
x 2 m, e está em péssimo estado de conservação, com menos de 25% de sua estrutura
preservada. Foi recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP-Arqueologia/UNISUL. Tipo:
Sambaqui

Nome: Jaguaruna II - Código: 4208450-2-Coordenadas: UTM 22J 738228


7102009

Descrição: Localizado na estrada geral da Jaca, em um viela em frente a Igreja


Evangélica Assembléia de Deus. Esse sítio foi escavado por nós, e apresentou camadas de
conchas bem compactadas e com muita matéria orgânica, o pacote arqueológico possui 66 cm
de conchas, não apresentando quase nenhum vestígio de outro tipo de fauna. Sua extensão é
de 60 x 40 x 1,5 m e o grau de integridade é médio, quase 70%. Foi recadastrado em 2007
pela equipe do GRUPEP- Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Jaguaruna III-Código: 4208450-3-Coordenadas: UTM 22J 738475


7102094

Descrição: No final da Rua Caraipé, no bairro Figueira do Pontal, na propriedade de


Dulcimar Cercal. Constitui-se em um pequeno montículo de aproximadamente 1 m, sobre sua
área estão construídas nove casas, muitos lotes foram aterrados com saibro, encobrindo as
conchas. Possui tamanho aproximado de 100 x 35 x 1 m , com baixo grau de integridade. Foi
recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP- Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Jaguaruna IV - Código: 4208450-4-Coordenadas: UTM 22J 738151


7102017

Descrição: Localizado na propriedade de Diene Coqueres, distando 60 m do Jaguaruna


II. Mede aproximadamente 30 x 10 x 2 e possui grau de integridade razoável, acima de 50%.
Foi recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP- Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Nome: Jaguaruna V - Código: 4208450-5-Coordenadas: UTM 22J 737175


7104710

Descrição: Localizado no terreno de Carlos Henrique Capixaba, na localidade de


Figueira do Pontal, possui medida de 30 x 20 x 6 m, localizado no meio da mata fechada,
possui uma densa camada de serrapilheira. Possui alto grau de integridade, mais de 75% de
preservação. Foi recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP-Arqueologia/UNISUL. Tipo:
Sambaqui.

Nome: Jaguaruna VI - Código: 4208450-6 - Coordenadas: UTM 22J 738189


7102033

Descrição: Localizado na propriedade de Diene Coqueres, distando 50 m do Jaguaruna


II. Possui forma monticular com medidas de 6 x 6 x 2. Abrimo um grande perfil nesse sítio a
fim de identificarmos o padrão construtivo e coletarmos material para datação. Foi
recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP- Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Jaguaruna VII - Código: 4208450-7-Coordenadas: UTM 22J 738137


7102029

Descrição: Localizado na propriedade de Diene Coqueres, distando 100 m do


Jaguaruna II e 50 m do Jaguaruna VIII. Mede aproximadamente 25 x 20 x 1, com feição
monticular e ovalada, com muita concha de Anomalocardia sp e sedimento arenoso escuro.
Seu grau de integridade é alto, acima de 75%. Foi recadastrado em 2007 pela equipe do
GRUPEP-Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Jaguaruna VIII - Código: 4208450-8 - Coordenadas: UTM22J; 738079


7102021

Descrição: Localizado na propriedade de Diene Coqueres, distando 80 m do Jaguaruna


II. Mede aproximadamente 30 x 20 x 1, com feição monticular e ovalada, com muita concha
de Anomalocardia sp e sedimento arenoso escuro, distante 50 metros do Jaguaruna VII e grau
de integridade alto, acima de 75%. Foi recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP-
Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Vila Rica I - Código: 4208450-9 - Coordenadas: UTM 22J 735611 7110679

Descrição: Localizado na Fazenda Terra de Evilate, cujo proprietário é Jacinto


Guinter. Possui medidas de 40 x 30 x 12 e está bastante preservado, mais de 75% de
integridade. Foi recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP- Arqueologia/UNISUL.
Tipo: Sambaqui.

Nome: Volta Velha I - Código: 4208450-10 - Coordenadas: UTM22J; 734829-


7111484

Descrição: Localizado na propriedade de Natael Machado, no bairro de Volta Velha,


próximo ao rio Saí Mirim. Possui forma monticular e muitas conchas de Anomalocardia sp

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

espalhada na superfície. Está bastante preservado, com mais de 75% de integridade. Foi
recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP- Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Rio Inferninho - Código: 4208450-11 - Coordenadas: UTM 22J 737703


7106130

Descrição: Localizado no Loteamento Veredas, com medida aproximada de 25 x 20 x


2, está bastante preservado possuindo, apenas, um perfil aberto pela população local. Foi
recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP-Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Sambaqui do Saí - Código: 4208450-12 - Coordenadas: UTM 22J 736174


7124335

Descrição: Localizado as margens do rio Saí Mirim ao lado da estrada que liga Itapoá
a Guaruva. Possui feição monticular e ovalada com medidas de 70 x 30 x 20. Está na beira da
estrada e tomado por uma densa vegetação arbustiva, possui alto grau de integridade, tendo
sido, aparentemente cortado pela estrada, quando esta foi aberta. Foi recadastrado em 2007
pela equipe do GRUPEP-Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Pontal do Norte I - Código: 4208450-13 - Coordenadas: UTM 22J 741191


7103965

Descrição: Localizado a 100 metros da avenida que margeia a praia. Sobre ele, foram
construídas duas casas e está cercado por duas ruas, por isso, seu grau de integridade é baixo,
não chegando a 25%. Sítio raso, com aproximadamente 50 x 30 x 2, com substrato arenoso e
muita concha em superfície. Foi recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP-
Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Figueira do Pontal - Código: 4208450-14 - Coordenadas: UTM 22J 739520


7102191

Descrição: Localizado nas proximidades da área de implantação do TECON SC,


possui medida de 50 x 25 x 1. assentado sobre duna, possui duas casas construídas na sua
superfície. Esse sítio foi por nós escavado e está sendo objeto de estudo sistemático. Foi
recadastrado em 2007 pela equipe do GRUPEP- Arqueologia/UNISUL. Tipo: Sambaqui.

Nome: Barra do Rio Saí Mirim I - Código: 4208450-15 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 3200 m2 de área e muito destruído. Sua destruição se deu
devido à extração de conchas para a compactação de estradas. O responsável por seu registro
foi João Alfredo Rohr. Tipo: Sambaqui.

Nome: Barra do Rio Saí Mirim II - Código: 4208450-16 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 2000 m2 de área e muito destruído. Sua destruição se deu
devido à extração de conchas para a compactação de terrenos. O responsável por seu registro
foi João Alfredo Rohr. Tipo: Sambaqui.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Nome: Barrancos - Código: 4208450-17- Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 100 m2 de área e bem conservado. O responsável por seu
registro foi Walter Piazza. Tipo: Sambaqui.

Nome: Batovi I - Código: 4208450-18 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui situado em meio a tereno arenoso, à margem do rio Batovi. O


responsável por seu registro foi Walter Piazza. Tipo: Sambaqui.

Nome: Batovi II - Código: 4208450-19 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui sobre embasamento cristalino em meio a terreno arenoso, à


pouca distância do rio Batovi. O responsável por eu registro foi Walter Piazza. Tipo:
Sambaqui.

Nome: Bucuí - Código: 4208450-20 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 900 m2 de área, situado na encosta de um maciço cristalino,


atualmente rodeada por várias culturas agrícolas. O responsável por seu registro é Walter
Piazza. Tipo: Sambaqui.

Nome: Mina Velha - Código: 4208450-21 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 7500 m2 de área, situado em ampla área cercado nos lados
norte, leste e sul por terrenos alagadiços. Acha-se cortado em duas porções, ambas
grandemente danificadas. Foi encontrado um zoólito nesse sítio. O responsável por seu
registro foi Walter Piazza. Tipo: Sambaqui.

Nome: Palmital - Código: 4208450-22 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 7500 m2 de área, situado à beira do Rio Palmital, recoberto
por vegetação secundária. O responsável por seu registro foi Walter Piazza. Tipo: Sambaqui.

Nome: Rio Saí Mirim I - Código: 4208450-23 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 6000 m2 de área e bem conservado. O responsável por seu
registro foi João Alfredo Rohr. Tipo: Sambaqui.

Nome: Rio Saí Mirim II - Código: 4208450-24 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 450 m2 de área e bem conservado. O responsável por seu
registro foi João Alfredo Rohr. Tipo: Sambaqui.

Nome: Rio Saí Mirim III - Código: 4208450-25 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 4000 m2 de área e bem conservado. O responsável por seu
registro foi João Alfredo Rohr. Tipo: Sambaqui.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Nome: Rio Saí Mirim IV - Código: 4208450-26 - Coordenadas: 0 0

Descrição: Sambaqui com 4000 m2 de área e bem conservado. O responsável por seu
registro foi João Alfredo Rohr. Tipo: Sambaqui.

10.7.2 Habitantes da região no período Pré-Colonial

❖ OS SAMBAQUIANOS

Os sambaquis são sítios arqueológicos que foram construídos lentamente, durante


muitos anos. "É uma palavra de etnologia Tupi, língua falada pelos horticultores e ceramistas
que ocupavam parte significativa da costa brasileira (...).Tamba significa conchas e Ki
amontoado, que são as características mais marcantes desse tipo de sítio” (GASPAR, 2000: ).
Os sambaquis destacam-se como os sítios arqueológicos mais antigos da costa litorânea
brasileira.

Os vestígios das ocupações nos sambaquis revelam que o sambaquieiro estabelecia


estreita relação com os mortos e restos de fauna, demonstrando uma lógica de construção do
espaço. Nesse sentido, destacam-se como aspectos marcantes da cultura sambaquieira as
evidências de sepultamentos, que demonstram tratar-se de uma sociedade organizada, já que
"os sepultamentos, em sua maioria, seguem um determinado padrão, e há especificidades para
certos indivíduos que não se restringem as diferenças de sexo e idade.” (GASPAR, 2000:23).

No que se refere aos sambaquis propriamente ditos, eles voltam a receber a atenção
dos arqueólogos: várias teses abordam o tema e importantes projetos são delineados. A
própria representação dos construtores de sambaquis altera-se. Eles não são mais percebidos
como um bando de coletores de moluscos, nômades em busca de alimentos. Discute-se
complexidade social, especula-se sobre a presença de chefes, enfoca-se o elaborado ritual
funerário, debate-se a presença de especialistas dedicados à confecção de esculturas e destaca-
se a grandiosidade dos sítios como resultado de um orquestrado trabalho social. (GASPAR,
2000:26).

As características mais marcantes de um sambaqui são a sua forma monticular e o fato


de serem constituídos por conchas, berbigões, ostras e moluscos. Nas escavações
arqueológicas realizadas em sambaquis, os restos faunísticos são abundantes, o que demonstra
a intimidade entre os sambaquieiros e o habitat lagunar, pois a existência de restos de fauna de
peixes, principalmente de lagoas, revela que se tratava de exímios navegadores.

Os sambaquieiros foram o grupo que deixou a maior quantidade e diversidade de


testemunhos de sua permanência no território brasileiro. [...] Os materiais estão bem
preservados porque, diferente de alguns grupos que estavam sempre mudando de um lugar
para outro ou limpando sistematicamente o local de moradias, os sambaquieiros habitavam
durante muito tempo o mesmo local e tinham o hábito de acumular os restos faunísticos.
(TENÓRIO, 1999:160).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Em relação aos objetos, encontram-se artefatos utilizados para captura de pescado,


instrumentos feitos com pontas ósseas, presos em hastes de madeira, como um arpão. "As
populações do litoral utilizavam todos os tipos de matérias- primas oferecidas pelo ambiente
em que habitavam, como rochas (basalto, quartzo), conchas, ossos e dentes de animais, além
de outros materiais orgânicos que não são facilmente preservados” (FARIAS, 2000:4).

Também eram utilizadas espinhas de peixes, esporão de raia, ossos de aves e de


mamíferos (como macacos, porcos-do-mato e outros). Tratam-se, porém, de materiais
orgânicos, motivo pelo qual não se encontram evidências. Outros materiais também eram
utilizados na fabricação de artefatos, empregados na obtenção de alimentos:

Pequenos blocos e lascas de quartzo eram preparados


através de percussão direta e bipolar, garantindo fios
cortantes para inúmeras tarefas. (...) O arsenal tecnológico
contava também com objetos para triturar e moer alimentos.
Pesados almofarizes feitos em pedra estavam relacionados
com o processamento de vegetais. Um artefato
sugestivamente denominado quebra-coquinho, entre outras
funções, facilitava o consumo de diferentes tipos de nozes
(GASPAR, 2000:49).

Os sambaquieiros produziam artefatos como colares e adornos. Para tanto, eram


utilizadas conchas, dentes de animais, como tubarão, porcos-do-mato e jacaré para pingentes,
o que pode ter um significado importante na vida dos sambaquieiros, pois são animais
agressivos, difíceis de serem capturados.

A arte sambaquieira é contemplada ainda em forma de escultura. "A habilidade dos


sambaquieiros ficou registrada nas esculturas de pedra e osso conhecidas como zoólitos (zoo
= animal, lito = pedra); são objetos que impressionam pela beleza e pelo equilíbrio de
formas”. (GASPAR, 2000:52). Os zoólitos são representações de animais ou pessoas.

Nos sambaquis são encontrados vários zoólitos, representando figuras de peixes, aves,
tatus e outros animais, feitos de pedra ou osso. Para Prous (1992:234), não há dúvida "de que
os zoólitos desempenharam um papel importante na cultura sambaquiana meridional, pois
nossas experimentações mostram que, das peças do instrumental conservado, foram elas as
que requereram maior tempo de trabalho”.

Grande parte da complexidade social sambaquieira ainda está para ser desvendada,
uma vez que contamos com a diversidade regional, caracterizada por Beck no final da década
de 1960, em sua tese de doutoramento. A pesquisadora observou variações regionais
relacionadas à produção tecnológica, com artefatos característicos nas regiões sul, centro e
norte do Estado de Santa Catarina, bem como um padrão funerário que também apresentou
diferenças significativas. No entanto, essas pesquisas não foram aprofundadas, pois não houve
o estabelecimento de uma cronologia robusta para todos esses sítios pesquisados.

Essa diversidade regional pode estar relacionada às alterações que normalmente


ocorrem nas culturas, com o surgimento de novos grupos e o estabelecimento de novos
contatos inter-étnicos. Contamos com dados importantes produzidos por um projeto de longa

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

duração no sul de Santa Catarina, cujas pesquisas, detalhadas, mostram-nos diversas nuances
no processo construtivo dos sítios, no padrão de ocupação do ambiente lagunar, de aspectos
relacionados a alimentação e padrões comportamentais ligados aos sepultamentos (GASPAR;
DEBLASIS, 1992; DEBLASIS et al., 2004). A escavação no município de Itapoá (SC) será
de suma importância para realizarmos uma descrição e análise mais profundas desses sítios
arqueológicos, possibilitando realizar comparações entre esses, os de Itapoá e os sambaquis
do centro e sul do Estado de Santa Catarina.

❖ CERAMISTAS TUPI-GUARANI

De acordo com Schiavetto (2003), os primeiros estudos sobre os grupos pré-históricos


ceramistas guarani, surgem com o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas
PRONAPA (1965-1970). Mas é apenas nas duas últimas décadas que os fenômenos relativos
ao processo migratório vêm sendo estudado dentro da Arqueologia, com o intuito de instituir
a consciência e importância dos processos sociais e culturais do passado, mostrando a
aproximação entre os processos históricos e pré-históricos, embora suas causas possam ser
distintas.

Quanto à origem da difusão desse grupo no Brasil, temos a partir da década de 80,
duas principais hipóteses para o local de origem de migração dos Guarani. Métraux (1927)
propõem a primeira hipótese, segundo esse autor, os Guarani teriam partido da bacia do
Paraná-Paraguai, em direção ao sul e norte do Brasil, ocupando a região compreendida como
o litoral até a bacia Amazônica. Já a segunda hipótese parte das pesquisas desenvolvidas por
Brochado (1984) sugerindo que os Guarani teriam partido da Amazônia seguindo os Rios
Paraguai e Paraná até a foz do Rio da Prata, daí então se voltou para o litoral sul do Brasil
(NOELLI, 1999-2000).

Segundo Noelli (1999-2000), a busca por novos territórios foi ocasionada devido a
uma mudança social e política no sistema organizacional do grupo, oriunda do
desenvolvimento da agricultura, bem como do sedentarismo, dando origem ao esgotamento
do espaço útil e consequentemente as divergências entre os grupos agricultores que
mantinham formas de organização diferentes e tiveram que se reorganizar.

A região da Amazônia possuía um local adequado para o desenvolvimento do grupo,


com florestas entrecortadas e condições naturais muito boas para a prática de suas atividades
de caça, pesca e agricultura, mas de acordo com Schmitz (1999), uns dos motivos que
impulsionaram os guarani a sair de seu ambiente inicial, foi a escassez de recursos
naturais nos períodos de seca provocado pelo fenômeno El Nino, que pode durar décadas ou
séculos. Outro motivo que levou a migração, está ligado a busca da Terra Sem Males, que de
acordo com a crença dos Guarani, seria a busca por um lugar com condições propícias para o
desenvolvimento de suas atividades, isso é, uma espécie de paraíso.

A Terra Sem Males não é apenas um lugar para onde a tribo


deve se deslocar sem tréguas em busca de uma vida
sem a morte e sem o mal. Ela é também um tempo, pois eis
que pelo menos entre os Guarani atuais um cataclismo
próximo que, diferente de um primeiro, ancestral, destruirá a

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Terra má de agora e somente serão salvos os que houverem


se posto em marcha em busca da Terra Sem Mal (BRANDÃO,
1990:63).

Os Guaranis contruíam suas aldeias geralmente em posições elevadas, em áreas


localizadas em partes superiores nas encostas dos morros e próximos a rios, onde pudessem
adquirir melhores condições naturais para sobrevivência do grupo (PROUS, 1992).

Além da agricultura, pesca, caça e coleta, os Guarani se caracterizavam pela confecção


de lâminas de machado polido, uso de tembetás e principalmente confecção de vasilhas
cerâmicas, característica comumente encontrada nos sítios arqueológicos Guarani, sendo uma
tradição cultural constituída principalmente por cerâmica policrômica, corrugada e escovada;
que eram utilizadas para armazenar alimentos, cozinhar alimentos e em rituais cerimoniais
funerários de enterramento secundário nas chamadas urnas funerárias, especificamente as
cerâmicas com tratamento supercifial com pinturas (TERMINOLOGIA, 1976).

O material cerâmico tornou-se um importante instrumento dos grupos guarani que


determinou a escolha do espaço geográfico para o acampamento do grupo, pois como as
vasilhas e potes cerâmicos podiam variar de tamanho, não eram de fácil mobilidade,
dificultando o nomadismo, contribuindo assim para a fixação do grupo em lugares com
matéria-prima (argila) para a confecção da cerâmica (SCHMITZ, 1991).

A cerâmica é o elemento diagnóstico para identificar sítios


arqueológicos de grupos ceramistas: pode apresentar variados
estilos, o que possibilita distinguir diferentes culturas ou
variações; seu uso está associado a sociedades agrícolas. No
sul do Brasil, foram encontradas culturas que produziam
cerâmica na época da chegada dos europeus, nesse período
os Guarani ocupavam vastas extensões de terra e podem ser
considerados como um dos maiores grupos agricultores
(CARBONERA, 2008:113).

Esta tradição é " fruto de uma relação complexa entre dois tipos de classificações, uma
linguistica e outra cerâmica, que tem origem na história da pesquisa etnográfica do país.”(
ALVES, 1991:43)

Este grupo teve grande influência na formação da população do país, mas


principalmente aqui no Rio Grande do Sul, e segundo Brochado, "sua provável origem vem
da região sul dos Rios Madeira Guaporé na Amazônia”, mas estavam presentes ainda nos
estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, no lado oeste do estado de São Paulo, nos
estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, além do Uruguai, Paraguai e norte da
Argentina.

A presença dos guaranis no estado do Rio Grande do Sul já foi evidenciado em


diversas regiões segundo registros arqueológicos, mas apresentam grande ocupação na região
do Vale do Rio Jacuí, que apresenta boas condições para ocupação.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Em geral os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram as regiões que
propiciaram enormemente a ocupação territorial pelas sociedades indígenas, pois foi nesse
ambiente que eles puderam desenvolver suas culturas agrícolas de subsistência antes da
chegada dos europeus ao continente no século XV.

❖ CAIÇARAS: GRUPOS DO LITORAL CATARINENSE

O termo caiçara tem sua origem no vocabulário tupi-guarani caáiçara, que denomina o
homem do litoral (SAMPAIO, 1987 apud adams, 2000 p.103). Para os guarani, este termo era
utilizado para denominar as estacas cortadas a volta das tabas ou aldeias e o curral feito de
galhos de árvore fincados na água para cercar os peixes. No entanto com o passar do tempo, o
termo foi utilizado para designar ás palhoças construídas nas parias para abrigar as canoas e
os apetrechos de pescadores, dai então, mais tarde veio a ser denominado o termo
identificados do morador de Cananéia (Fundação SOS Mata Atlântica, 1992), e apartir desse
momento, passou a ser a denominação dos indivíduos e comunidades de pescadores e
pequenos agricultores que habitam o litoral do brasileiro.

Segundo Miranda e Hanazaki (2008), a restinga brasileira é composta por um conjunto


de ecossistemas costeiros com uma imensa diversidade de comunidades biológicas, distintas
florística e fisionomicamente, implantadas em solos arenosos pouco desenvolvidos, mas que
possibilita a formação de complexos vegetacionais pioneiros.

As fisionomias arbóreas originais variam de acordo com a inundação do terreno o que


é influenciado pelo teor de salinidade, apresentando um mosaico ou até mesmo uma zonação,
geralmente no sentido oceanocontinente, dando origem ao aumento da lenhosidade e da altura
da vegetação, e concequentemente o número de espécies florístico e faunístico do ambiente.

Como sabemos o ecossistema foi historicamente utilizado por populações humanas,


que ocuparam e ocupam a região costeira do Brasil. Entre elas, encontram-se comunidades
pré-históricas e históricas, comunidades com modos de vida bastante semelhantes entre si,
porém distintas origens e contextos. Dentro do espaço e tempo histórico, temos grupos com
conhecimentos, práticas e crenças próprios, relacionados a processos adaptativos, que
envolvem relações entre seres vivos e seu ambiente (BERKES, 1999 apud MIRANDA,
HANAZAKI, 2008).

No litoral de Santa Catarina, bem como em todo litoral brasileiro, existem grupos
populacionais de origem caiçara e açoriana, que habitam áreas de Restinga da Mata Atlântica.
Esses grupos, localizados nesses ricos biomas, caracterizam-se por interagirem diretamente
com esse bioma, acumulando amplo conhecimento sobre suas espécies vegetais e animais,
apesar da distinta relação de origem, as comunidades caiaras e as de influencia açoriana,
podem aresentar um padrão semelhante de uso de ambiente florestal. Buscando em recursos
disponíveis no ambiente a funcionalidade destes recursos, aplicando-o no cotidiano, através
da necessidade da sobrevivência humana.

Tendo em vista a grande interação entre a evolução histórica da cultura tradicional e


seu território nativo, as comunidades caiçaras possuem uma identidade construída a partir de

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

um forte vínculo com o ecossistema da Mata Atlântica. Seus saberes, suas "visões de mundo”
e seus modos de vida estão intensamente interligados com a natureza local e seu estado de
conservação.

O homem litorâneo já foi identificado como pescador, ou então, o chamado "caiçara”


descaracterizado, isto é, não mais ligado apenas ás formas de vida e trabalho próprias do
litoral, como a pesca. Mas pesquisas recentes mostram uma dada importância ás atividade
agrícola que enfatizam a questão da permanência das comunidades caiçaras no interior de
unidades de conservação de mata atlântica, cultivando como: o feijão-de-porco (Canavalia
ensiformis); feijão guandú (cajanus cajan); milho (gênero Zea); mandioca (Manihot
utilíssima); tefrósia (Tefrosia candida); gliricídea (Gliricidia sepium); amora (Morus nigra);
abóbora (gênero Cucúrbita); girassol (Helianthus annuus); abacaxi (Ananas comosus); bucha
(Luffa cylindrica) e eritrina (Erythrina indica picta). Além do mutirão realizado nessas duas
áreas foi feita uma visita na roça da agricultora Margarethi a fim de observar a evolução das
culturas de feijão-guandú (cajanus cajan) e mandioca (Manihot utilíssima) (adams, 2000).

Em pesquisas feitas na ilha de Santa Catarina, as pesquisadoras Tatiana Mota Miranda


e Natalia Hanazaki da Universidade Federal de Santa Catarina, Departamento de Botânica,
buscaram identificar a origem e a formação de comunidades açorianas e caiçaras naquela
região. Dessa maneira elas argumentam que:

Na Ilha de Santa Catarina, assim como no litoral sul do país,


são encontradas comunidades costeiras, de influência
açoriana, que resultaram de um fluxo de imigração do
arquipélago dos Açores para o Brasil ocorrido em meados do
século XVIII. Na porção sul da Ilha de Santa Catarina, inserida
no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PEST), localiza-se
a comunidade de Naufragados ,que por sua origem pode ser
considerada de influência açoriana, tendo sido formada por
uma colônia de pescadores e posseiros ocasionais.
Atualmente, Naufragados conta com cerca de 20 moradores
que, além da prática da pesca e de atividades relacionadas ao
turismo, prestam serviços como autônomos no município de
Florianópolis e seus arredores (Diegues & Arruda 2001;
Ribeiro 2004 pud MIRANDA, HANAZAKI, 2008).

A situação vivida pelas populações caiçaras a partir do inicio da década de 80, isto é,
após a invasão expansiva do turismo e da especulação imobiliária do litoral, ocasionou uma
valorização dos terrenos caiçaras, localizados em áreas de belas paisagens próximos ao mar.
Essa situação gerou um grande movimento de evasão do litoral, que fez com que as famílias
de pescadores e lavradores, que antes viviam cultivando suas roças em terras legalmente por
direito, vendessem essas terras e fossem para grandes centros contribuir para a formação de
uma grande legião de desempregados, favelados e miseráveis.

10.7.3 Aspectos Etno-Histórico do Município de Itapoá - SC

Os principais colonizadores da região que compreende o município de Itapoá, foram


os Franceses e Portugueses que chegaram em Santa Catarina no século XIX. Por volta de
1841, na tentativa de implantar o município de Garuva, o colonizador francês Benoit Jules de
Mure inspirado pelo projeto filosófico do Frances Charles Fourier, que planejava a

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implantação de uma comunidade baseada no socialismo utópico. Dessa maneira, Benoit inicia
suas propostas revolucionárias, primeiramente nas antigas terras da Península do Saí, ás
margens da baía de São Francisco, que se baseava em uma colônia de consumo.

A escolha da região da Península do Saí pelo francês, se deu pelos seguintes motivos:

O primeiro, foi devido a importante amizade que o francês


Mure adquiriu com o Coronel Camacho, um político de
personalidade forte e centralizadora da região de São
Francisco do Sul. E o segundo motivo se deu devido à posição
estratégica das terras, área de porto, e o clima favorável que
variava de 18° a 20° durante meses. A região também
apresentava saída para o mar através de importantes e
variados riachos, bem como a presença de cachoeiras e de
vales para o cultivo. Dr. Mure dizia, em sua carta publicada no
Jornal do Comércio de março de 1841, que as terras da região
do Saí pareciam compor todas as condições morais e
econômicas para a colônia prosperar.(SARTORI, CAMPOS,
FLORES, 2011 p.03)

No entanto o plano não deu certo e a iniciativa de colonizar a região, deu origem ao
povoamento de São João do Palmital, ligado a São Francisco do Sul, que segue um
desenvolvimento econômico, político por décadas, o que deu origem ao interesse de muitos
moradores do estado, a seguiram para o norte do Estado á procura de trabalho. Esse
movimento deu origem a comunidade de moradores onde hoje, localiza-se a cidade de Garuva
e atual Itapoá.

Os primeiros habitantes da região que compreende a cidade de Itapoá foram os


sambaquianos, em seguida os Carijós, que observaram no mar o surgimento de uma pedra a
300m da costa, que aparecia sempre que a maré baixava, dando origem ao nome Itapoá, que
significa "pedra que surge”.

O município de Itapoá pertencia a Garuva e foi transformado em Distrito pela lei n


08/66 de 01 de março de 1966 e em 26 de abril de 1989 torna-se município pela lei Estadual
de n 7.586. Tanto o município de Itapoá como o de Garuva, pertencia ao município de São
Francisco e aos poucos foram elevando sua categoria perante o Estado.

Os imigrantes europeus portugueses e franceses fazem parte dos habitantes


colonizadores que ocuparam a região que compreende Itapoá. Vieram pelo mar, e
desembarcaram em São Francisco do Sul, principal canal de recebimento de pessoas e a partir
dai expandiram-se para as demais regiões do norte do Estado de Santa Catarina. Inicialmente,
o acesso por terra a Itapoá era muito difícil, pois haviam apenas picadões muito acidentados.
Em 1957, a empresa SIAP-Sociedade Imobiliária e Pastoril Ltda, inicia a construção da
estrada da Serrinha, que fica sendo o acesso principal a Itapoá até 1963. No entanto, após ser
elevada a categoria de distrito de Garuva, tem inicio a construção de um segundo acesso a
Itapoá, que em 1970 foi concluída denominada Estrada Cornelsen em homenagem ao maior
doador de terras para a abertura de estradas da região, logo, em 1985, foi construída duas
pontes de concreto que contribuíram para o acesso a Itapoá.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Atualmente o município de Itapoá tem como sua principal atividade econômica o


turismo, por decorrência de suas belas paisagens naturais, em seguida vem a pesca que já foi
uma das principais atividades econômicas do município, entretanto, o seu caráter extrativista
de característica artesanal dos pescadores, hoje infelizmente vem perdendo força e se
concentra em pequenas frotas pesqueiras industriais. A comercialização de frutos do mar tem
o reforço de pescados oriundos de São Francisco do Sul, Itajaí e Guaratuba, pois os pescados
de Itapoá não são suficientes para comercializar em grande escala principalmente na alta
temporada.

A agricultura da cidade de Itapoá é tipicamente de pequeno porte, caracterizando-se


como de subsistência. As principais culturas são: a banana, arroz, mandioca, abacaxi e
hortifrutigranjeiros. A pecuária baseia-se em pequenos proprietários com rebanhos de gado,
produção de leite, bem como comercialização do mesmo. A construção civil em Itapoá vem
crescendo cada vez mais, por conta do turismo, gerando empregos formais e informais. A
economia Portuária também tem uma grande importância econômica, pois será implantado
uns dos mais modernos Portos do mundo, que está gerando muitos empregos na área da
construção civil, e assim, movimentando a economia do município.

10.7.4 Considerações finais

A pesquisa realizada na região de implantação da estação de Tratamento de Água de


Itapoá, no município de Itapoá, SC, foi uma prospecção arqueológica interventiva, que buscou
evidenciar vestígios antrópicos pretéritos em uma área de potencial arqueológico.

A área investigada é composta por vegetação de Floresta Ombrófila Densa preservada.


Todo esse ambiente foi percorrido, observado e vistoriado o mais detalhado possível. Em toda
a área foram realizados poços testes. Nessas ações foram avaliados os sedimentos e a
estratigrafia, não sendo encontrado nenhum vestígio arqueológico na ADA ou AID.

Realizou-se também entrevistas com a comunidade local, a fim de evidenciar o nível


de conhecimento do grupo sobre Arqueologia, bem como verificar se saberiam apontar a
ocorrência de vestígios arqueológicos. Nas entrevistas as respostas demonstraram que a
maioria da população entrevistada tem conhecimento sobre os vestígios arqueológicos pré-
coloniais, e disseram nunca terem visto tais vestígios na região. O diagnóstico educativo
apontou para uma comunidade que conhece o patrimônio arqueológico e tem interesse em
aprender mais sobre ele, pois informaram que gostariam de participar de atividades educativas
que viessem ao encontro da temática do patrimônio arqueológico e histórico.

Para a AII utilizou-se pesquisa bibliográfica, análise de cartas topográficas e fotos


aéreas, de banco de dados e de bibliografia especializada, com isso foi possível inferir a
presença de sítios arqueológicos no município de Itapoá.

É importante ressaltar que na ADA e AID da área pesquisada não encontramos


nenhuma evidência arqueológica. Diante disso, consideramos que o empreendimento não
colocará em risco nenhum sítio arqueológico seja pré- histórico ou histórico, podendo ter suas
licenças ambientais liberadas, no que concerne ao patrimônio arqueológico.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

11. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

11.1.1 Metodolodia de Avaliação dos Impactos Ambientais

A análise dos impactos ambientais é realizada tendo como finalidade a integração dos
diversos aspectos do Estudo Ambiental. Até aqui tudo o que foi feito relaciona-se à
preparação da informação e a espacialização dos impactos. Agora o que se pretende buscar é a
integração entre as diversas ações do empreendimento e seu potencial de impacto, com a
susceptibilidade ambiental, identificando os diversos fatores ambientais considerados na
síntese dos meios do diagnóstico ambiental.

Os principais impactos do empreendimento fazem-se sentir desde a fase de


planejamento até a operação, passando pelo projeto e construção da Estação de Tratamento de
Água. Objetivando facilitar o entendimento sobre os possíveis impactos, foi elaborada a
Matriz de Interação de Impactos Ambientais, que permite a identificação e qualificação dos
impactos decorrentes da instalação do empreendimento. Na Matriz são apresentados os
impactos ambientais considerados para cada meio (físico, biótico e socioeconômico),
relacionando-os com as fases do empreendimento (projeto, implantação e operação).

A matriz de interação funciona como uma listagem de controle bidimensional,


dispondo ao longo de seus eixos, vertical e horizontal, as ações de planejamento, implantação
e operação do projeto e os fatores ambientais que poderão ser afetados, permitindo assinalar,
nas quadrículas correspondentes às interseções das linhas e colunas, os impactos de cada ação
sobre os componentes por ela modificados (Costa, Chaves, Oliveira; 2005).

Para os impactos ambientais previstos, são apresentadas suas respectivas medidas


mitigadoras, de controle e de compensação, do meio físico, biológico e antrópico afetado,
considerando a Área Diretamente Afetada (ADA) e a Áreas de Influência Direta (AID),
tomando as intervenções sobre o meio físico, meio biótico e socioeconômico.

Os impactos associados à implantação da Estação de Tratamento de Água levam em


consideração cada fase do empreendimento. Assim, serão descritos nos itens subsequentes os
impactos e medidas mitigadoras, compensatórias e de controle referentes a cada fase do
Projeto.

Identificados os impactos e suas fases de ocorrência, é avaliada a magnitude de um


impacto, levando em consideração a existência de impactos positivos e negativos, diretos e
indiretos, permanentes e temporários, mediatos e imediatos, locais, regionais e estratégicos.
Como pode ser visto, a magnitude de um impacto ambiental pode ser representada pela
composição de uma série de atributos, sendo eles (Costa, Chaves, Oliveira; 2005):

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

 Atributos de Sentido:

- Impactos positivos: os quais favorecem o meio ambiente e podem ainda


sofrer medidas potencializadoras;

- Impactos negativos: são aqueles que devem sofrer medidas mitigadoras para
reduzir seus danos ao meio ambiente;

 Atributos de Forma de Incidência:

- Impacto Direto: quando é resultado de uma relação de causa e efeito;

- Impacto Indireto: é resultante de uma reação secundária à ação ou resultante


de um conjunto de reações;

 Atributos de Permanência:

• Impacto Permanente: acontece quando executada a ação, os efeitos não cessam


de se manifestar, num horizonte temporal conhecido;

• Impacto Temporário: quando o efeito permanece por um determinado período


de tempo;

 Atributos de Incidência:

• Impacto Mediato (a médio ou longo prazo): o qual ocorre depois de decorrido


algum tempo da intervenção;

• Impacto Imediato: o qual ocorre no momento em que se dá a ação;

 Atributos de Distributividade:

• Impacto Local: o qual ocorre apenas na região de ocorrência da ação;

• Impacto Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente


(área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois
ou mais Estados.

 Atributos de Permanência:

• Impacto temporário: quando sua manifestação tem duração determinada,


incluindo-se nesse atributo a reversibilidade;

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Impacto permanente: quando, uma vez executada a intervenção, sua


manifestação não cessa ao longo de um horizonte temporal conhecido,
incluindo-se nesse atributo a irreversibilidade.

 Atributo de Intensidade:

• A força com que o impacto ambiental deverá se manifestar sobre determinado


compartimento ambiental.

 Atributo de Importância:

• Importância do impacto ambiental quanto às condições prevalescentes no


compartimento ambiental sobre o qual virá a se manifestar.

 Valor de Relevância Global:

• É uma medida que leva em consideração a magnitude, a intensidade e a


importância de determinado impacto ambiental, avaliado através dos atributos
dos impactos e da percepção dos técnicos de equipe multidisciplinar que
analisaram o meio considerado.

De acordo com a metodologia adotada, são elaboradas as planilhas de avaliação


ambiental, onde estão listados os fenômenos ambientais ocorrentes por cenário. A planilha é
dividida em dois segmentos, quais sejam: (i) Composição da Magnitude; e, (ii) Atributos dos
Impactos Ambientais.

Para a composição da magnitude, tomando-se por base os componentes desta variável,


são atribuídos valores de 1 (um) e 2 (dois) de acordo com seus aspectos mais relevantes.
Assim, por exemplo, seja qual o sentido de um determinado impacto, tem-se uma forma de
incidência mais relevante caso ela seja direta (valor atribuído 2) do que indireta (valor
atribuído 1). Do mesmo modo, a distributividade regional (2) é mais relevante do que local,
do ponto de vista de impactos. O mesmo critério é utilizado para tempo de incidência e prazo
de permanência, tendo ao final os valores mostrados na Tabela 41.

Tabela 41 - Atributos de magnitude de um impacto ambiental.


ITEM Valor atribuído igual a 2 Valor atribuído igual a 1
Forma de Incidência Direta Indireta
Distributividade Regional Local
Tempo de Incidência Imediato Mediato
Prazo de Permanência Permanente Temporário

Para os valores de Intensidade e Importância, a equipe multidisciplinar determina seus


valores usando critérios de Muito Pequeno (1), Pequeno (2), Médio (3), Grande (4), e Muito
Grande (5).

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

O Valor da Relevância Global (VRG) é então determinado pela multiplicação dos


atributos encontrados no segundo segmento da planilha, atribuindo-se o sinal (positivo ou
negativo) determinado pelo sentido no primeiro segmento da planilha.

Cabe ressaltar que estes valores têm caráter categórico e não numéricos, e servem para
reduzir a subjetividade da análise pela equipe multidisciplinar. A matriz de avaliação não tem
a finalidade de contabilizar aritmeticamente os valores obtidos para cada um dos impactos
identificados. Mas sim, pretende fornecer subsídios para hierarquizar estes impactos, a fim de
orientar os debates entre a equipe multidisciplinar durante o processo de avaliação ambiental
e, posteriormente, priorizar os planos ambientais, onde se incluem medidas de mitigação,
otimização e compensação, visando à viabilidade ambiental do empreendimento.

11.2 IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A análise da matriz de interação dos impactos permitiu identificar 16 impactos


ambientais, dos quais 11 se caracterizam como prejudiciais e 02 benéficos na fase de
implantação. Enquanto que na fase de operação foram verificados 10 impactos prejudiciais e
03 benéficos, sendo que 04 dos 16 impactos identificados estão restritos à fase de instalação;
03 estão restritos à fase de operação do empreendimento e 09, ocorrem nas duas fases (Tabela
42). Estando os impactos negativos mais concentrados no meio físico e biótico e os benéficos
no meio socioeconômico.

A matriz de magnitude dos impactos ambientais é apresentada na Tabela 43.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo Ambiental Simplificado – EAS

Tabela 42 - Matriz de Interação dos Impactos Ambientais da implantação da Estação de Tratamento de Água do Município de Itapoá, SC.

FASE/ATIVIDADES PROJETO IMPLANTAÇÃO OPERAÇÃO

Mobilização de Equipamentos

Decantação Sedimentação de
Floculação Adição de Sulfato

Desinfecção Tratamento com


instalação das estruturas da
Recrutamento e contratação

Movimentação de materiais,
equipamentos e veículos de

partículas menores da água


Realização de obras civis e
Implantação e operação de

Captação Gradeamento e
levantamentos de campo

Preparação e limpeza do

Filtração Separação de
Ações

empreendimento e

canteiro de obras

remoção de areia
de mão de obra
Divulgação do

cloro gasoso
de Alumínio
e máquinas

terreno

flocos
carga

ETA
Impactos Ambientais

Escassez por uso do recurso


x x
natural

Processos erosivos /
x x x x
Instabilizações do solo

Alteração da qualidade do ar x x x x x
Meio Físico

Elevação nos níveis de ruído e


x x x x x x x
vibrações

Alteração na qualidade dos


x x x x x x
recursos hídricos

Alteração na qualidade dos solos x x

Alteração na Paisagem x x x

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Meio Antrópico Meio Biótico

público

comunidade
do Município
Morte de animais
Impactos Ambientais
FASE/ATIVIDADES

Geração de expectativas na
Ações

Intervenção em área de APP

Aumento na oferta de serviço

Geração de emprego e renda


Perturbação / Afugentamento /

Aumento do volume de tráfego


Risco de acidentes de trabalho
Supressão da cobertura vegetal

Melhoria nas condições sanitárias


Divulgação do

x
empreendimento e
levantamentos de campo
PROJETO

Mobilização de Equipamentos
e máquinas

Recrutamento e contratação

x
de mão de obra

Implantação e operação de

x
x
x
x
x
x

canteiro de obras

x Preparação e limpeza do
x
x
x
x
x

Estação de Tratamento de Água - ETA


terreno
Estudo Ambiental Simplificado – EAS

IMPLANTAÇÃO

Movimentação de materiais,
x
x
x
x

equipamentos e veículos de
carga
Realização de obras civis e
x
x
x
x

instalação das estruturas da


ETA
Captação Gradeamento e
x
x
x

remoção de areia
Floculação Adição de Sulfato
x
x
x

de Alumínio
Decantação Sedimentação de
x
x
x

flocos
Filtração Separação de
x
x
x
OPERAÇÃO

partículas menores da água


Desinfecção Tratamento com
x
x
x

cloro gasoso
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Estudo Ambiental Simplificado – EAS

Tabela 43 - Magnitude dos Impactos Ambientais da implantação da Estação de Tratamento de Água do Município de Itapoá, SC.

COMPOSIÇÃO DA MAGNITUDE ATRIBUTOS DOS IMPACTOS Valores


Ações / Impactos Ambientais Fase Sentido Forma de Incidência Distributividade Tempo de Incidência Prazo de Permanência Magnitude Intensidade Importância VRG Forma de Tempo de Prazo de
Sentido Distributividade
Instalação Operação positivo negativo direta indireta local regional imediato mediato permanente temporário (1 a 5) (1 a 5) (1 a 5) (1 a 125) Incidência Incidência Permanência
Escassez por uso do recurso natural X X X X X X -3 1 4 -12 -1 2 1 2 1
Processos erosivos do solo / Instabilizações do
X X X X X X X -3 2 2 -12 -1 2 1 2 1
solo
Alteração na qualidade do Ar X X X X X X -2 1 1 -2 -1 1 1 2 1
Elevação nos níveis de ruído e vibrações X X X X X X X -3 2 2 -12 -1 2 1 2 1
Alteração na qualidade dos recursos hídricos X X X X X X X -3 1 2 -6 -1 2 1 2 1
Alteração na qualidade dos solos X X X X X X X -3 1 1 -3 -1 2 1 2 1
Alteração na Paisagem X X X X X X X -4 3 3 -36 -1 2 1 2 2
Perturbação / Afugentamento / Morte de animais X X X X X X X X -4 3 2 -24 -1 2 1 2 2
Intervenção em área de APP X X X X X X X -3 2 2 -12 -1 1 1 2 2
Supressão da cobertura vegetal X X X X X X -4 4 4 -64 -1 2 1 2 2
Geração de expectativas na comunidade X X X X X X 3 2 2 12 1 1 2 2 1
Geração de emprego e renda X X X X X X X 3 2 2 12 1 2 1 1 2
Aumento no volume de tráfego X X X X X X -4 2 2 -16 -1 2 2 2 1
Aumento na oferta de abastecimento de água X X X X X X 4 4 5 80 1 2 2 2 1
Melhoria nas condições sanitárias do Município X X X X X X 4 4 5 80 1 2 2 1 2
Risco de acidentes de trabalho X X X X X X X -2 1 1 -2 -1 2 1 1 1
VGR Total -17

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

12. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS E MEDIDAS


MITIGADORAS/COMPENSÁTORIAS/CONTROLE.

12.1 Meio Físico

12.1.1 Escassez por Uso do Recurso Natural

O impacto relativo ao risco de escassez por uso do recurso natural se refere à


utilização das águas do Rio Saí-Mirim nas etapas de captação e filtração da Estação de
Tratamento de Água do Município de Itapoá é um impacto restrito da fase de operação
do empreendimento.

Este impacto ocorre na etapa de captação de água bruta, uma vez que a captação
consiste na retirada de uma vazão constante de água do recurso hídrico, sendo uma
atividade inerente e indispensável na operação do empreendimento. Já na etapa de
filtração, o risco de escassez por uso do recurso natural está relacionado à água retirada
do curso d’água, muitas vezes sem controle de vazão, necessária à lavagem dos filtros.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

• Manter controle de vazão para captação de água bruta e para lavagem


dos filtros;
• Manter monitoramento constante do sistema operacional, especialmente
dos valores de vazão;

12.1.2 Processos Erosivos do Solo / Instabilizações do Solo

Na fase de implantação do empreendimento, são fatores geradores de impacto


ambiental: a implantação e operação do canteiro de obras; a preparação e limpeza do
terreno; a movimentação de materiais, equipamentos e veículos de carga; a realização
de obras civis e a instalação das estruturas da ETA.

Nesta fase, a movimentação e exposição do solo durante a realização das obras


aumentará a suscetibilidade aos processos erosivos e à movimentação de solo. Estes
processos poderão levar ao carreamento e suspensão de solo e sedimentos e a sua
deposição nos recursos hídricos próximos, podendo contribuir para o aumento da
turbidez e assoreamento das águas destes cursos.

Na fase de operação do empreendimento, o impacto relativo às estabilizações do


solo tende a cessar, considerando que cessarão a movimentação de solo e reduzirá a
movimentação de veículos de carga, os quais contribuem para a movimentação de solo.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

• O empreendimento deverá ser implantado em etapas progressivas, de


forma a diminuir a exposição de solo ao processo erosivo;

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Deverá ocorrer a supressão de vegetação apenas nos locais necessários, à


medida que for ser movimentado o solo protegido pela mesma, evitando
grandes áreas sem cobertura vegetal. A supressão também deve estar
condicionada ao cronograma de obra, sendo executada somente, no
máximo, uma semana antes dos trabalhos de movimentação de solo no
trecho de cobertura vegetal a ser removida;

• Minimização dos movimentos de terra em estações ou épocas de chuva,


evitando a deposição de sólidos em áreas inadequadas;

• Implantar dispositivos de proteção ambiental que evitem o assoreamento,


como sacos de solo, mantas de siltagem, muros de gravidade, entre
outros;

• Promover a manutenção e limpeza, sempre que necessário, dos cursos


d’água e drenagens naturais;

• Implantar Programa de Controle de Processos Erosivos.

12.1.3 Alteração na Qualidade do Ar

As obras de implantação de um empreendimento da natureza e porte da Estação


de Tratamento de Água do Município de Itapoá requerem operações que geram a
emissão de gases e material particulado.

Os principais mecanismos causadores destas emissões estão relacionados ao


arraste eólico dos materiais depositados sobre as superfícies durante as atividades de
preparação e limpeza do terreno, durante o tráfego de veículos de carga e por manuseio
de materiais da construção civil (areia, cimento, brita). Além disto, a movimentação de
veículos e a utilização de máquinas para a execução das obras gerarão emissões
atmosféricas na forma de gases de combustão.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Para a fase de implantação do empreendimento, as medidas para minimizar ou,


até mesmo, evitar a ocorrência deste impacto, envolvem o controle de emissões nas
atividades de preparação e limpeza do terreno, na movimentação de materiais,
equipamentos e veículos de carga, por meio da umectação das áreas de trabalho,
lavagem dos pneus dos caminhões na saída do empreendimento para vias públicas e
regulagem de veículos de acordo com as normas do PROCONVE, as quais deverão
estar detalhadas no Programa de Gestão Ambiental, no momento de obtenção da licença
ambiental de instalação (LAI).

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

12.1.4 Elevação nos Níveis de Ruído e Vibrações

Na etapa de construção do empreendimento, os ruídos e vibrações podem ser


produzidos por máquinas diversas, tais como, serras, britadeiras, bate-estacas e outros
equipamentos. Além disto, os mesmos podem ser oriundos da movimentação de
veículos de carga.

Um fator relevante quanto a este impacto diz respeito à existência de algumas


residências no entorno do empreendimento. O incômodo, portanto, sobre esta população
deverá ultrapassar os níveis de conforto acústico durante uma parcela do período de
obras, devendo ser evitadas as atividades noturnas.

Na fase de operação, a atividade de captação e floculação poderá causar a


produção de ruído devido à operação das bombas e do poço de captação e devido à
operação da calha parshall, respectivamente nas etapas de captação e floculação.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Como forma de minimizar os impactos referentes ao ruído na fase de instalação


do empreendimento, sugere-se monitorar a propagação sonora do fluxo de veículos no
entorno da ETA até as áreas residenciais vizinhas, de modo a verificar a eventual
ultrapassagem dos padrões de ruído e propor medidas necessárias. É importante também
que seja efetuada manutenção periódica nos equipamentos de transporte.

Já com relação aos impactos relativos à fase de operação do empreendimento,


sugere- se que a operação dos equipamentos responsáveis pela captação e floculação se
dê em ambiente fechado e durante o período diurno.

12.1.5 Alteração na Qualidade dos Recursos Hídricos

Durante a implantação do empreendimento, algumas atividades produzem maior


quantidade de resíduos sólidos e efluentes que devem ter um destino adequado para que
não atinjam os recursos hídricos presentes na área, ocasionando, desta forma, alteração
na qualidade das águas.

As atividades correspondentes à fase de obras que poderão causar este tipo de


impacto são: implantação e operação do canteiro de obras; a preparação e limpeza do
terreno; a movimentação de materiais, equipamentos e veículos de carga; a realização
de obras civis e instalação da ETA.

Com relação à fase de operação do empreendimento, a alteração na qualidade


dos recursos hídricos está relacionada às atividades de:

• Captação, devido à remoção dos sólidos (gradeamento) e areia,


repercutindo positivamente nos meios físico, biótico e socioeconômico
ao proporcionar alterações positivas da qualidade da água;

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Decantação, devido à geração e descarte de lodo e devido ao descarte de


efluente de lavagem dos decantadores, podendo implicar na
contaminação do corpo hídrico;

• Filtração, devido ao descarte de efluente de lavagem dos filtros, podendo


implicar na contaminação físico-química e bacteriológica do corpo
hídrico.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

As medidas mitigadoras para este impacto relacionam-se ao controle da geração


e destinação final adequada dos resíduos sólidos e efluentes provenientes das atividades
desenvolvidas no canteiro de obras.

Para isto sugere-se a utilização de áreas contendo sistemas de impermeabilização


e drenagem projetados, para evitar que os resíduos gerados pela construção civil,
manuseio de produtos para abastecimento e manutenção de veículos e equipamentos
não atinjam os recursos hídricos. Além disto, devem-se realizar manutenções periódicas
em máquinas e equipamentos de forma a prevenir o derramamento de óleos e graxas.

Quanto às medidas para mitigação dos impactos da fase de operação do


empreendimento, sugere-se:

• Realizar manutenção periódica no sistema operacional, de forma a


manter as características dos efluentes dentro dos padrões permissíveis
(Resolução Conama 357/05 e Resolução Conama 430/2011).

12.1.6 Alteração na Qualidade dos Solos

Na fase de implantação, a alteração na qualidade dos solos pode se dar pela


possível contaminação do solo em decorrência da infiltração de efluentes provenientes
do canteiro de obras, por contaminantes advindos da lavagem de veículos e
equipamentos, além de vazamentos acidentais. Além disto, a contaminação pode ocorrer
pelo processo de lixiviação de resíduos sólidos domésticos e de construção civil
depositados no terreno de forma inadequada.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

As medidas mitigadoras para este impacto relacionam-se ao controle da geração


e destinação final adequada dos resíduos sólidos e efluentes provenientes das atividades
desenvolvidas no canteiro de obras. Para isto sugere-se a utilização de áreas contendo
sistemas de impermeabilização e drenagem projetados, para evitar que os resíduos
gerados pela construção civil, manuseio de produtos para abastecimento e manutenção
de veículos e equipamentos atinjam o solo. Além disto, devem-se realizar manutenções

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

periódicas em máquinas e equipamentos de forma a prevenir o derramamento de óleos e


graxas.

12.1.7 Alteração na Paisagem

A implantação do empreendimento refletirá em impactos na paisagem em


decorrência da implantação das infraestruturas da ETA.

No entanto, apesar disto, cabe destacar que a implantação do empreendimento


deve promover uma melhoria nas condições sanitárias do Município e, consequente,
melhoria da qualidade de vida da população.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Não há medidas mitigadoras em relação aos impactos na paisagem decorrentes


da implantação do empreendimento, pois são ações fundamentais à construção do
empreendimento.

12.2 Meio Biótico

12.2.1 Perturbação / Afugentamento / Morte de animais

Na fase de construção do empreendimento, a movimentação de pessoas e


equipamentos na área, e o aumento dos níveis de ruído e vibrações podem levar ao
afugentamento e perturbação da fauna existente no local.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Para que se minimizem os efeitos sobre a fauna local, algumas medidas podem
ser tomadas:

• Apresentar aos funcionários cartilha de educação ambiental de como


proceder na presença de espécimes nativos, quanto a sua captura para
posterior transferência e informar da proibição da morte de animais
nativos;

• Adoção de medidas que busquem a redução dos níveis de ruídos,


controle e organização do tráfego de caminhões, pessoas e maquinários;

• Implantar Programa de Educação Ambiental, visando à conscientização


ambiental dos trabalhadores e da população do entorno para que se
minimizem as interferências sobre a fauna remanescente.

12.2.2 Supressão da Cobertura Vegetal

Como decorrência da implantação do empreendimento, haverá supressão de


vegetação nativa em estágio avançado de uma área de 5.000,00 m² para a estrada de

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

acesso a ETA e uma área de 7.000,00 m² para a implantação da ETA, conforme


verificado em campo.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Embora este impacto seja irreversível e não mitigável, poderá ter sua
significância reduzida em função da implementação de medidas compensatórias. Para
isto, será compensada uma área do mesmo tamanho da suprimida na mesma matricula,
além da compra de créditos de reposição florestal através do volume de madeira
registrado no inventário florestal da área.

12.2.1 Intervenção em Área de APP

A estrutura da captação de água bruta será instalada na margem direita do Rio


Saí-Mirim próximo a estrada geral, em área de Preservação Permanente (APP). O local
não possui vegetação ciliar, apenas pastagem, o que diminui a magnitude do impacto
sobre a intervenção.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Como forma de compensação pela área de APP utilizada pela captação será
proposto a recuperação de uma área duas vezes maior através do plantio de mudas de
vegetação nativa nas margens da própria área destinada a captação na margem do Rio
Saí-Mirim.Meio Socioeconômico

12.3 Meio Socioeconômico

12.3.1 Geração de Expectativas na Comunidade

O impacto da geração de expectativas na comunidade ocorre sistematicamente a


partir das primeiras ações de divulgação da intenção de implantar o empreendimento.
Este processo, no entanto, tende a adquirir maior intensidade à medida que se
aproximam as fases de licenciamento e início das obras.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Para mitigação deste impacto será necessário implementar um Plano de


Comunicação Social, destinado a divulgação de informações sobre o empreendimento
para a população da região, possibilitando a inserção de criticas, expectativas, sugestões
e reivindicações locais.

12.3.2 Geração de Emprego e Renda

Na fase de construção do empreendimento, a demanda por mão-de-obra deverá


ser de cerca de 40 trabalhadores diretos, com diferentes níveis de qualificação, e 20
trabalhadores indiretos. Enquanto que para a operação da ETA é prevista a geração de
cinco novas vagas de emprego direto e cinco vagas de emprego indireto.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Como este impacto tem caráter positivo, as medidas indicadas assumem um


efeito potencializador. Para isto, sugere-se:

• Implantar Programa de Comunicação Social para divulgação das vagas


de emprego;

• Utilizar, tanto quanto possível, a mão-de-obra local.

12.3.1 Aumento no Volume de Tráfego Local

As obras de instalação da nova ETA e da Captação vão gerar aumento no


trágedo de veículos na Rua 1000, porém de baixa intensidade e temporário.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

• Melhorar a sinalização da via com placas e se necessário implementar


mecanismos de controle de velocidade, como redutores de velocidade,
visando a mitigação deste impacto e a prevenção de outros, como o risco
de acidentes;

12.3.2 Aumento na Oferta de Abastecimento de Água

A Estação de Tratamento de Água de Itapoá/SC terá capacidade de atender, em


final de plano - após a segunda etapa de implantação -, as demandas planejadas parao
horizonte de 30 anos a partir de 2012. A Estação foi projetada para atender uma
vazão média de 450 l/s em duas etapas de implantação, sendo que o início de operação
está previsto para 2014 (1a etapa) com produção de água tratada igual a 350 l/s, já em
2018 (2a etapa) a ETA deverá ter capacidade de produção ampliada para 450 l/s.

Cabe destacar que, atualmente, o Município conta com duas estações, uma
denominada ETA Principal que tem capacidade de produção de 120 l/s e a segunda,
denominada ETA Secundária tem capacidade de tratamento instalada de 20 l/s. Ambas
são ETAs de tratamento convencional, cujos processos de tratamento incluem dispersão
de produtos químicos, correção de pH, floculação, decantação, filtração, desinfecção e
fluoretação. As condições operacionais das duas estações estão muito comprometidas,
inclusive no que diz respeito às conformidades ambientais onde se observa lançamento
dos efluentes (lodo e água de lavagem) fora das conformidades estabelecidas na
legislação ambiental em vigor. Além disso, as ETAs não estão aptas a receberem
ampliações capazes de produzir água necessária para abastecer a população de Itapoá
futuramente.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Não existem medidas mitigadoras, compensatórias e/ou de controle relativas a


este impacto. Ainda, como a projeção da ETA abrange o número de habitantes do
Município, incluindo a população flutuante estimada para final de plano (2041); não há
sugestão de medidas potencializadoras.

12.3.3 Melhoria nas Condições Sanitárias do Município

A instalação da nova Estação de Tratamento de Água e o atendimento da


população futura do Município com abastecimento de água proporcionará melhorias nas
condições sanitárias do Município, as quais implicam diretamente em melhorias na
qualidade de vida da população. O abastecimento com água tratada é fundamental para
a melhoria das condições de saúde e higiene da população. Associado aos demais
serviços de saneamento, saúde, educação e renda pode ser considerado um indicador
universal de desenvolvimento sustentável.

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

De forma a potencializar este impacto sugere-se que seja efetuada manutenção


periódica no sistema operacional da ETA e no Sistema de Abastecimento de Água
(SAA) a ser instalado no Município de Itapoá como um todo, de forma a evitar
prejuízos no serviço de abastecimento de água.

12.3.4 Risco de Acidentes de Trabalho

A dinâmica de trabalho sem as devidas precauções pode gerar muitos níveis de


periculosidade aos funcionários do empreendimento. O mesmo se aplicará à dinâmica
diária dos serviços necessários à implantação da Estação de Tratamento de Água (carga
e transporte de material, utilização de veículos e equipamentos, permanência em áreas
de risco - obras).

Medidas Mitigadoras, Compensatórias e/ou de controle:

De forma a mitigar este impacto, sugerem-se as seguintes ações:

• Deve ser adotado e cobrado dos funcionários o uso dos EPI


(Equipamentos de Proteção Individual).

• Máquinas, equipamentos, sistemas e demais instalações que funcionem


automaticamente devem conter dispositivos que interrompam seu
funcionamento quando atingidos os limites de segurança.

• O acesso às áreas de operação de máquinas e equipamentos só será


permitido ao pessoal autorizado.
• Cada máquina ou equipamento que funcione à base de eletricidade deve
possuir chave de emergência ou botão de parada, para que, em caso de
necessidade, seja paralisado imediatamente seu funcionamento.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Todas as instalações elétricas devem estar convenientemente protegidas


contra impactos ocasionais de água, poeira, animais e a influência de
agentes químicos.

• Chaves de partida de máquinas e equipamentos devem ser guardadas e


protegidas contra acionamento acidental.

13. PROGRAMAS AMBIENTAIS

Os Programas Socioambientais aqui propostos visam estabelecer os principais


procedimentos a serem adotados, visando dirimir as interferências sobre o meio
ambiente nas fases de implantação e operação da Nova Estação de Tratamento de Água.
Nesta fase buscou-se descrevê-los em relação a seus principais objetivas e justificativas,
fornecendo um escopo dos mesmos. Seu detalhamento em termos de metodologia,
procedimentos operativos, articulações institucionais quando for o caso e outros
elementos será realizado na etapa de elaboração do Plano Básico Ambiental para o
empreendimento.

Assim sendo, encontram-se apresentados neste capítulo os seguintes Programas


Ambientais:

• Programa de Gestão Ambiental (PGA);

• Programa de Comunicação Social (PCS);

• Programa de Educação Ambiental (PEA);

• Programa de Saúde e Segurança do Trabalho (PSST);

• Programa de Pesquisa e Gestão do Patrimônio Arqueológico (PPGPA);

• Programa de Monitoramento da Qualidade da Água e das Vazões do Rio


Saí-Mirim (PMQAV);

• Programa de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS);

• Plano de Monitoramento das Águas Subterrâneas (PMASUB);

• Programa de Controle de Ruídos (PCRU);

• Programa de Controle de Processos Erosivos (PCPER);

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Programa de Controle da Qualidade do Ar (PQAR);

• Estudo de Análise de Risco e Plano de Ação Emergencial.

• Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre.

13.1 Programa de Gestão Ambiental (PGA)

Os objetivos gerais do PGA são:

• Minimizar impactos e riscos ambientais e os incômodos à população


relacionados à construção e à operação do empreendimento, a fim de
contribuir para uma efetiva melhoria da qualidade ambiental, da saúde
pública e da qualidade de vida no município de Itapoá;

• Garantir o respeito às legislações ambiental, trabalhista e de saúde e


segurança do trabalho, e o atendimento às condicionantes do processo de
licenciamento ambiental;

• Gerenciar a execução dos programas ambientais detalhados no PBA,


desde o início da fase de construção e ao longo de todo o ciclo de vida
operacional do empreendimento;

• Estabelecer um canal proativo de diálogo e interação com as instituições


locais no que concerne às questões ambientais.

Os objetivos específicos do PGA são:

• Incorporar ao organograma gerencial da Concessionária a função da


Gestão Ambiental;

• Garantir a obtenção, com a antecedência necessária, das licenças,


outorgas e autorizações imprescindíveis à regularidade ambiental das
atividades de construção e operação do empreendimento;

• Coordenar a implantação dos programas ambientais da fase de


construção em compasso ao cronograma físico das obras, de modo a
evitar atrasos ou a falta de inspeções de supervisão e providências de
prevenção, mitigação ou controle ambiental no canteiro de obras, nas
frentes de obra e em áreas de apoio externas;

• Supervisionar o cumprimento das responsabilidades legais e contratuais


da parte da Construtora e demais contratistas em termos da gestão de
impactos e riscos ambientais, sociais e ocupacionais durante as obras;

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Criar uma rotina de inspeções e registros de supervisão ambiental das


obras, a fim de verificar a adequação dos procedimentos da Construtora e
dos demais contratistas às legislações de meio ambiente e de saúde e
segurança do trabalho, e solicitar a tomada de ações corretivas para as
não conformidades identificadas;

• Compor uma equipe técnica responsável pela execução das tarefas de


gestão ambiental nas fases de construção e operação, por meio da
contratação de profissionais ou empresas especializadas;

• Supervisionar a qualidade dos produtos e serviços prestados pelos


profissionais ou empresas contratadas, incluindo o controle de prazos e a
revisão dos relatórios periódicos de andamento de cada programa;
• Coordenar a implantação dos programas ambientais da fase de operação,
de modo a prevenir, minimizar ou controlar impactos e riscos associados
às atividades da empresa;

• Coordenar e elaborar os relatórios periódicos de consolidação dos


programas do PBA nas fases de construção e operação, para comprovar o
cumprimento das condicionantes das licenças ambientais;

• Criar uma rotina de organização e guarda de registros e documentos


ambientais;

• Criar um canal de interação institucional para agilizar questões ou


pendências quanto à regularidade ambiental das atividades da empresa e
da Construtora, bem como as ações necessárias para dar respostas a
imprevistos, acidentes e reclamações da população, relacionados à
execução das obras ou à operação do empreendimento.

13.1.1 Fases e Responsabilidades de Execução

Para evitar atrasos no cronograma de início das obras, a execução do PGA


deveria ser iniciada um mês antes da data esperada para emissão da LAI pela FATMA,
tendo em vista a necessidade de antecedência para contratação dos especialistas
responsáveis pela implantação dos programas ambientais para o empreendimento.
Obviamente, para que seja possível antecipar esse período, pressupõe-se um bom canal
de comunicação entre a Gestão Ambiental do empreendimento e o órgão ambiental,
ainda que atrasos e imprevistos possam sempre ocorrer.

O PGA será implantado durante todo o período de execução das obras, e terá
seguimento ao longo de todo o ciclo de vida operacional do empreendimento, com

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

exceção das atividades de supervisão ambiental dos programas de responsabilidade da


Construtora, que terão seu término algum tempo após o término das obras, dependendo
do cronograma específico de cada programa. Nos casos do Programa de Comunicação
Social e do Programa de Educação Ambiental, as ações, procedimentos, projetos e
públicos-alvo a serem contemplados serão diferentes em cada fase do empreendimento
(ver as descrições dos respectivos programas).

A responsabilidade de execução do PGA será exclusivamente da Itapoá


Saneamento (Concessionária), na condição de representante do empreendedor
(Prefeitura de Itapoá, o Poder Concedente), o que não eximirá as responsabilidades
técnicas individuais dos profissionais/empresas prestadores de serviços de consultoria e
gestão ambiental contratados pelo empreendedor.

Tanto o empreendedor (Concessionária) quanto a empresa responsável pela


execução das obras civis (Construtora) terão que arcar com os custos e prazos de
implantação dos programas ambientais detalhados neste PBA. A Construtora ficará
responsável direto pela execução do Programa de Contratação de Mão-de-Obra Local
(PCMOL) e do Programa de Controle Ambiental da Construção (PCAC), sob a
supervisão do empreendedor. A Concessionária gerenciará diretamente a execução do
PGA e dos demais programas do PBA.

 Medidas/Ações

Estarão definidas no PGA as seguintes medidas/ações:

• PGA-1. Estruturação Administrativa da Gestão Ambiental do


Empreendimento;

• PGA-2. Compartilhamento de Responsabilidades Socioambientais em


Contratos com Terceiros;

• PGA-3. Composição da Equipe Técnica de Gestão Ambiental (ETGA);

• PGA-4. Interação com Instituições Públicas;

• PGA-5. Coordenação Geral da Execução dos Programas Ambientais e do


atendimento às Condicionantes do Licenciamento;

• PGA-6. Supervisão Ambiental da Construção;

• PGA-7. Gestão Ambiental da Operação.

Estação de Tratamento de Água - ETA


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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

13.2 Programa de Comunicação Social (PCS)

Por meio do Programa de Comunicação Social (PCS), a Concessionária Itapoá


Saneamento resolverá as demandas de comunicação entre empreendedor e partes
interessadas durante a construção e ao longo de todo o ciclo de vida operacional do
empreendimento.

O Programa de Comunicação Social tem como objetivos gerais:

• Divulgar informações claras e acessíveis aos públicos externos e internos


sobre o empreendimento em suas diferentes fases;

• Criar mecanismos adequados de comunicação entre o empreendedor e as


partes interessadas no empreendimento (“stakeholders”), para
atendimento de consultas, reclamações e sugestões;

• Estabelecer estratégias de comunicação social para garantir que as


informações sejam bem elaboradas e transmitidas com eficiência,
precisão e transparência às partes interessadas;

• Minimizar especulações negativas decorrentes de desinformação e de


informações contraditórias e não oficiais;

• Divulgar os resultados das ações de gestão ambiental e responsabilidade


social da Concessionária;

• Construir uma imagem de transparência empresarial e um


relacionamento de confiança com as comunidades e instituições locais.

Os objetivos específicos do PCS são:

• Divulgar ao público externo, pelos meios de comunicação locais,


informações sobre o projeto e o andamento das obras, tais como:
justificativas, objetivos e importância do empreendimento; características
técnicas e operacionais da estação; evolução do cronograma de obras;
impactos ambientais das obras e da operação; e implantação de
programas ambientais;

• Criar canais de comunicação do empreendedor com comunidades e


instituições durante a construção e a operação do empreendimento, que
assegurem o direito de acesso à informação clara e transparente e o
direito de participação via encaminhamento de consultas, reclamações e
sugestões;

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Estabelecer com a Construtora uma relação de troca permanente de


informação e de compartilhamento de responsabilidades no atendimento
a consultas, dúvidas e reclamações sobre o andamento das obras e seus
impactos sobre o meio ambiente as comunidades afetadas diretamente
pelas obras;

• Divulgar informações sobre o desempenho ambiental da estação e das


atividades da Concessionária;

• Padronizar internamente os procedimentos de comunicação, garantindo


que somente interlocutores autorizados recebam e transmitam as
informações, e que o façam de maneira congruente, sem contradições;

• Organizar atividades coletivas ou eventos que promovam a participação e


o engajamento do pessoal operacional da estação e das comunidades do
entorno;
• Apoiar os demais programas ambientais do PBA em suas necessidades
de divulgação de resultados e comunicação com partes interessadas.

13.2.1 Fases e Responsabilidades de Execução

O Programa de Comunicação Social deverá ser implantado nas fases de


construção e operação do empreendimento, e suas ações, procedimentos, projetos e
públicos-alvo contemplados serão adequados às necessidades de comunicação de cada
fase.

A responsabilidade de execução do PCS será exclusivamente da Itapoá


Saneamento (Concessionária), o que não eximirá as responsabilidades diretas da
Construtora em termos das providências necessárias para responder a dúvidas e
reclamações, e as responsabilidades técnicas dos profissionais/empresas encarregados
das ações de comunicação social.

 Medidas/Ações

As principais medidas ou ações do PCS são descritas a seguir:

• PCS-1. Mapeamento de Partes Interessadas e Canais de Comunicação;

• PCS-2. Divulgação Pública e Comunicação com Partes Interessadas;

• PCS -3. Atendimento a Consultas e Reclamações;

• PCS-4. Engajamento de Partes Interessadas;

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• PCS – 5. Criação de um Canal Interno de Comunicação entre Empresa e


Funcionários.

13.3 Programa de Educação Ambiental (PEA)

O objetivo do Programa de Educação Ambiental é promover ações de cunho


educativo junto a diferentes setores da sociedade local de modo a:

• Conscientizar a população da importância do Saneamento Básico em sua


qualidade de vida, e desenvolvimento e na proteção do meio-ambiente;

• Esclarecer quais os principais processos tecnológicos serão empregados


nos sistemas de abastecimento de água e de coleta, tratamento e
afastamento de esgotos sanitários;

• Destacar o importante papel da população para o correto funcionamento


dos sistemas mencionados e ensinar procedimentos que o cidadão
comum deve adotar;

• Capacitar sistematicamente o público interno da companhia de modo a


atualizar e reciclar conhecimentos e procedimentos;

• Capacitar em especial as equipes operacionais no que tange a Saúde e


Segurança no trabalho.

Os métodos e as estratégias a serem utilizados no Programa de Educação


Ambiental devem considerar o envolvimento e a participação do público que atua
diretamente e indiretamente na empresa – funcionários, terceirizados, fornecedores e
clientes, bem como o público externo, representados pelos diversos segmentos sociais
locais do município.

Em função da diversidade do público, é importante que as ações propostas no


programa sejam realizadas considerando – se as prioridades identificadas “in loco”
quando da implantação do programa, os temas de interesse da empresa e dos envolvidos
e adequações de metodologias que favoreçam a sensibilização, a participação e a
mobilização social.

13.4 Programa de Saúde e Segurança no Trabalho

Terá como objetivo promover atividades de saúde laboral e de segurança para os


trabalhadores.

Informará, atualmente, às autoridades, clientes, funcionários e às comunidades


locais sobre as medidas de segurança, proteção e emergências adotadas pela ITAPOÁ

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Saneamento para situações de riscos à saúde, à segurança e ao meio ambiente, advindos


de incidentes relacionados aos processos de instalação dos empreendimentos (SAA), em
conformidade com as Normas de Segurança.

Informações recentes demonstram que os empreendimentos que incluem na sua


gestão programas vinculados ao atendimento da saúde e segurança do trabalho como um
dos princípios de atuação responsável, têm obtido significativos avanços de melhoria de
produtividade de seus trabalhadores e por consequência também da instituição.

A execução de programas adequadamente planejados e executados tem trazido


resultados significativos, a exemplo da redução do custo com acidentes de trabalho e
doenças ocupacionais, melhoria da qualidade de vida do trabalhador e melhoria da
imagem da instituição.

O subprograma Saúde e Segurança do Trabalho tem como pressuposto para a


sua condução, o entendimento das inter-relações entre trabalho, meio ambiente e saúde
e prevê que muito dos temas relativos às questões de saúde e segurança do trabalhador
devam ser abordados de maneira integrada nas atividades propostas neste programa,
como um todo.

Para tanto, é importante que a Comissão de Gestão do Programa, esteja atenta


para que na construção dos conteúdos programáticos das atividades, esta visão seja
fortalecida e difundida para os participantes. Assim planejadas, as atividades serão
enriquecidas e os seus resultados serão mais evidenciados pelos trabalhadores e pela
instituição.

Os focos principais do subprograma são: a promoção e manutenção da saúde e


da segurança dos trabalhadores e da sua capacidade de trabalho e devem estar definidos
no conjunto da Política de Segurança e Saúde do Trabalho, da instituição.

13.5 Programa de Pesquisa e Gestão do Patrimônio Arqueológico


(PPGPA)

Por meio do Programa de Pesquisa e Gestão do Patrimônio Arqueológico


(PPGPA), a Concessionária Itapoá Saneamento executará as medidas/ações de pesquisa
e gestão do patrimônio arqueológico porventura existente na área de influência do
empreendimento.

Os objetivos gerais do PPGPA são:

• Prevenir danos ao patrimônio arqueológico, como a perda de sítios ou


objetos de interesse para salvamento ou preservação;

• Garantir o cumprimento das exigências legais de proteção do patrimônio


histórico-cultural, no que se refere aos procedimentos de pesquisa e

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

gestão do patrimônio arqueológico relativos a projetos em fase de


licenciamento ambiental;

• Aprofundar o conhecimento científico e popular sobre os períodos pré-


colonial e colonial da história de ocupação do litoral catarinense, tendo
em vista a valorização do patrimônio histórico-cultural regional e
nacional.

Os objetivos específicos do PPGPA são:

• Elaborar projeto de pesquisa arqueológica conforme o estado da arte


corrente das metodologias científicas e as exigências do IPHAN;

• Realizar levantamento bibliográfico para caracterizar o contexto etno-


histórico e identificar os sítios arqueológicos já catalogados pela
comunidade científica dentro da área de influência do empreendimento;
• Realizar vistoria de campo para busca de achados fortuitos e
levantamento arqueológico interventivo-prospectivo na área de
implantação do projeto e entorno imediato, com a finalidade de
identificar possíveis vestígios de espaços ocupados ou objetos
produzidos por grupos humanos das eras pré-colonial e colonial;

• Realizar atividades de educação patrimonial, focalizando a população do


município e, mais especificamente, a população localizada nas
proximidades do empreendimento;

• Providenciar e gerenciar o apoio de instituição acadêmica para


divulgação dos resultados dos levantamentos de campo, guarda de
eventuais achados arqueológicos, e ações de preservação e educação
patrimonial;

• Garantir a entrega dos relatórios científicos e a obtenção das


aprovações/portarias necessárias do IPHAN no âmbito do processo de
licenciamento ambiental do empreendimento.

13.5.1 Fases e Responsabilidades de Execução

O PPGPA deverá ser implantado desde a fase de requerimento de LAI (pré-LAI)


e ao longo da fase de construção, encerrando com a entrega do relatório científico final
com os resultados dos levantamentos de campo e a comprovação do cumprimento das
ações de educação patrimonial e eventual guarda institucional de achados
arqueológicos.

A responsabilidade de execução do PPPGPA será exclusivamente da Itapoá


Saneamento (Concessionária), o que não eximirá as responsabilidades técnicas diretas

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

da empresa especializada contratada para execução dos levantamentos de campo e


serviços de gestão em arqueologia, bem como as responsabilidades da instituição de
apoio no que se refere à guarda de eventuais achados na área de influência do
empreendimento.

 Medidas/Ações

As principais medidas ou ações do PPGPA são descritas a seguir:

• PPGPA-1. Elaboração do projeto de pesquisa/prospecção arqueológica e


envio ao IPHAN;

• PPGPA-2. Execução de levantamento arqueológico interventivo e


pesquisas complementares;

• PPGPA-3. Ações de Salvamento ou Preservação e Monitoramento de


Achados Arqueológicos;

• PPGPA-4. Atividades de Educação Patrimonial;

• PPGPA-5. Envio do Relatório Científico Final da Pesquisa ao IPHAN.

13.6 Programa de Monitoramento da Qualidade da Água e das Vazões do


Rio Saí-Mirim (PMQAV)

Por meio do Programa de Monitoramento da Qualidade da Água e das Vazões


do Rio Saí-Mirim (PMQAV), a Concessionária Itapoá Saneamento acompanhará
sistematicamente as variações nos valores dos parâmetros selecionados para fins de
avaliação da qualidade da água do Rio Saí-Mirim, bem como as variações nas vazões e
nos níveis d’água, em pontos de controle situados a montante e a jusante do local do
empreendimento.

Os objetivos gerais do PMQAV são:

• Garantir o atendimento aos padrões de qualidade da água definidos pela


legislação de recursos hídricos para o curso d’água em questão;

• Detectar as alterações na qualidade da água causadas pelo aporte de


sedimentos e poluentes provenientes do local das obras, bem como em
decorrência da captação superficial durante a fase de operação;

• Garantir a segurança das instalações e dos funcionários da estação contra


o risco de inundações súbitas.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Os objetivos específicos do PMQAV são:

• Definir pontos de controle e/ou amostragem de qualidade da água do Rio


Saí-Mirim;

• Realizar coletas e análises físico-químicas periódicas das amostras de


água do rio;

• Avaliar as variações periódicas nos valores dos parâmetros de qualidade


da água do Rio Saí-Mirim, visando à detecção de alterações indesejadas
e à tomada de medidas corretivas;

• Realizar medições periódicas das vazões e dos níveis d’água do rio Saí-
Mirim nas seções de controle determinadas e acompanhar as variações
do regime hidrológico nos períodos de cheia e estiagem.

13.6.1 Fases e Responsabilidades de Execução

O PMQAV deverá ser executado desde a fase de construção, após a emissão da


LAI, antes da implantação do canteiro de obras, e continuará ao longo de todo o ciclo de
vida operacional da estação.

A responsabilidade de execução do programa será exclusivamente da Itapoá


Saneamento (Concessionária), o que não eximirá as responsabilidades técnicas diretas
das empresas e/ou laboratórios contratados para a realização periódica das coletas e
análises físico-químicas e das medições de vazões e nível d’água.

 Medidas/Ações

As principais medidas ou ações do PMQAV são descritas a seguir:

• PMQAV-1. Definição dos pontos de controle/amostragem e dos


parâmetros de análise de qualidade da água;

• PMQAV-2. Definição da Periodicidade da Amostragem;

• PMQAV-3 Definição dos Procedimentos de Coleta e Análise da Agua;

• PMQAV-4 Relatórios de Monitoramento.

13.7 Programa de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS)

Este plano tem por objetivo definir a metodologia e os critérios utilizados para o
controle sistematizado na geração de resíduos sólidos no empreendimento, da fase de
obras a operação, orientando quanto a sua identificação, classificação, segregação,
coleta, e destino final.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Na fase de construção, grande esforço será dispendido na organização do


canteiro de obras, fluxo de materiais e treinamento e controle da mão de obra no sentido
de minimizar perdas de materiais e a produção de resíduos.

Entretanto, por sua natureza os serviços de construção invariavelmente geram


significativos volumes de resíduos sólidos que, a depender de sua disposição final,
podem vir a causar danos ambientais, justificando, assim um programa de gestão dos
mesmos.

Por outro lado, na fase operacional, não obstante esteja sendo projetada uma
estação de tratamento de água moderna e sem os costumeiros problemas das estações
antigas referentes a gestão dos sólidos decantados e das águas de lavagem dos filtros,
justifica-se a adoção de procedimentos de gestão que preservem a qualidade ambiental
como um todo.

A gestão dos resíduos será implementada com base nos seguintes princípios:

• Minimização da geração de resíduos;

• Maximização da reutilização e reciclagem;

• Minimização do Tratamento e da Disposição Final em Aterros.

O PGRS se aplica a todos os locais do sistema de abastecimento de água,


incluindo as unidades do sistema produtor e distribuidor de água, sob responsabilidade
da ITAPOÁ Saneamento.

No âmbito do Programa de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, tem-


se as seguintes atribuições:

• Caberá aos integrantes, encarregados e terceiros: Desenvolverem a


seleção primária dos resíduos gerados em toda a área do
empreendimento, bem como suas frentes de trabalho;

• Caberá ao gerente de produção: Dar subsídios técnicos e disponibilizar


recursos adequados para o desenvolvimento destes itens nas frentes de
trabalho;

• Caberá ao setor de Serviços Gerais: Administração, a limpeza predial e o


recolhimento dos resíduos sólidos comuns classe II A – não inertes e
classe II B - inertes gerados nas áreas administrativas e sua disposição
nos pontos de coleta de resíduos sólidos;

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

• Caberá a Equipe de Campo: Coletar, identificar, transportar e dispor os


resíduos sólidos de Classe II A – não-inertes, II B - inertes nos pontos de
coleta de resíduos sólidos;

• Caberá a Equipe de Coleta: Recolher os resíduos dos pontos, dispor no


ponto de estocagem provisória para a Contratada efetuar transporte do
material. Emitir o MR manifesto de resíduos coletados para controle
mensal;

• Caberá a Contratada responsável pelo transporte: Emitir o Manifesto de


Transporte de Resíduos. Efetuar o transporte dos RSC conforme,
destinando-os para os locais previamente estabelecidos e licenciados.

13.8 Plano de Monitoramento de Águas Subterrâneas (PMASUB)

O PMASUB tem por objetivo avaliar a qualidade das águas subterrâneas do


terreno da ETA, prevenindo contra a eventual contaminação decorrente da infiltração de
águas contendo contaminantes químicos.

O PMASUB aplica-se ao terreno da estação de tratamento de água.

O monitoramento de águas subterrâneas deverá ser feito através da instalação de


poços de monitoramento no terreno da ETA para coleta e análise de amostras de água.

Deverão ser executados 2 poços de monitoramento, um a montante e outro a


jusante da estação dos quais serão retiradas, periodicamente, amostras de água a serem
analisadas em laboratório ambiental externo.

Deverão ser feitas duas campanhas de amostragem antes do início de operação


da ETA. No primeiro ano deverá ser feita amostragem bimestral, e depois disso a
amostragem será feita uma vez a cada 6 (seis) meses, visando abranger as condições
hidrológicas nos períodos de chuvas e de estiagem.

A execução dos poços atenderá a • NBR 13.8 5 – “Construção de Poços de


Monitoramento e Amostragem – Procedimento”.

Na coleta de amostras deverão ser empregados os procedimentos previstos no


“Guia de coleta e preservação de amostras de água – 1a Edição CETESB”.

A análise das amostras deverá ser feita conforme os padrões do “AWWA –


APHA – WPCI – Standard Methods for the Examination of Water and Waste Water –
20a Edição” e “7.1. EPA, SW 846”.

Os procedimentos em geral deverão atender as orientações estabelecidas no


“Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas” da CETESB.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

13.9 Programa de Controle de Ruídos (PCRU)

O Programa de Controle de Ruídos tem a finalidade principal de garantir que


não haverá incômodos causados pelos ruídos originados nos componentes da captação e
da ETA, para às comunidades localizadas nas proximidades das mesmas.

Para tanto garantirá valores de níveis de pressão sonora menores que os níveis
admissíveis para a zona de instalação do empreendimento, nos limites de sua
propriedade. A Legislação Federal e Estadual que disciplina o assunto é constituída pela
Norma Brasileira NBR-10151, Resolução CONAMA 01 de 1990 e a Lei Estadual
12.189 de 29 de abril de 2005.

Para tanto, estão previstos constantes monitoramentos, antes das obras para
determinação do ruído de fundo, na fase inicial de implantação e na sua operação, em
campanhas de medição periódicas.

O ruído a ser gerado na captação e na ETA, será monitorado nos limites do


entorno dos terrenos onde serão instaladas, em pontos pré-fixados e equidistantes, 10 de
cada lado do terreno. Tais componentes localizar-se-ão em áreas afastada de mais de
500,0 m das áreas residenciais mais próximas.

À distância de 500,0 m, com a propagação em campo livre, se dará uma


atenuação expressiva, o que permite inferir que a incomodidade causada pelos ruídos
para as áreas de residências.

O objetivo principal é de manter os níveis de pressão sonora abaixo dos


parâmetros limites dados pela Legislação Federal e Estadual, para a qualidade do ar
quanto à poluição sonora, já nos limites da área destinada à implantação da ETA, a
partir de onde, entende-se, começam as áreas e direitos de outros, de não serem
incomodados pelo ruído.

O plano busca também minimizar a produção interna de ruídos, tendo em vista a


saúde e conforto dos funcionários sediados no terreno da ETA.

13.10 Programa de Controle de Processos Erosivos (PCPER)

A implantação da ETA se dará em um terreno de cerca de 7.000,00 m² de


topografia plana localizado próximo ao Rio Saí-Mirim. Com o intuito de proteger as
instalações de inundações causadas pelo manancial o terreno deverá ser aterrado até
cota que possa ser considerada segura, tendo em vista o histórico de inundações do rio.
As obras de terraplanagem do terreno serão, portanto notadamente de aterro, e os
taludes formados deverão ser de altura baixa, inferior a 2,00 m.

Os processos erosivos a serem combatidos se darão tão somente durante as obras


de terraplenagem, já que o terreno será ocupado por tanques e edificações, áreas
pavimentadas, gramados e jardins.

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

A topografia do terreno e o projeto da ETA configuram superfícies pouco


inclinadas para o terreno, o que mesmo durante as obras de terraplenagem favorece
pouco a formação de ravinamentos e processos erosivos iniciais.

Também colabora nesse sentido o emprego de solos argilosos como material de


aterro.

O Programa de Controle de Processos Erosivos visa minimizar as perdas de solo


causadas por esses processos e consequentes problemas de assoreamento de terrenos e
cursos d’água.

13.11 Programa de Controle Ambiental da Qualidade do Ar (PQAR)

As obras de implantação da Estação de Tratamento de Agua requerem operações


que geram a emissão material particulado e gases, que podem alterar, temporariamente a
qualidade do ar no terreno e em suas imediações.

No caso do material particulado o problema ocorre em função da ação do vento


na superfície de áreas terraplenadas e em áreas externas eventualmente sujas com terra
dos caminhões,

No caso de gases, a causa de dá pela emissão de máquinas e caminhões com


motores não regulados.

O Programa de Controle Ambiental da Qualidade do Ar tem por objetivo


minimizar os incômodos causados a população localizada próxima ao terreno da ETA,
durante as obras de implantação do empreendimento em razão da emissão de materiais
particulados e gases de combustão.

13.12 Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre

O objetivo geral do presente programa é mensurar os possíveis impactos da


implantação e operação do empreendimento sobre a fauna através do monitoramento da
fauna de vertebrados terrestres na área de instalação da Estação de Tratamento de Água
(ETA).

Monitorar os impactos sobre a fauna na área do empreendimento, bem como


propor medidas de manejo visando mitigar os impactos verificados, com vistas à
conservação da diversidade de espécies na área. Dentre elas, as espéceis ameaçadas de
extinção registradas nos estudos ambientais, são elas: No grupo das aves: Trogon viridis
(surucuá-grande-de-barriga-amarela), Piculus flavigula (pica-pau-bufador),
Phylloscartes kronei (maria-da-restinga), Hemitriccus kaempferi (maria-catarinense),
Ramphocelus bresilius (tiê-sangue), Lanio cristatus (tiê-galo) e Tangara peruviana
(saíra-sapucaia). E no grupo dos Anfíbios: Dendrophryniscus berthalutzae (Sapinho-
das-folhagens), Dendrophryniscus leucomystax (Sapinho-das-bromélias).

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

8.12. Estudo de Análise de Risco e Plano de Ação Emergencial

O objetivo deste estudo é identificar os principais riscos ambientais associados


ao sistema de abastecimento de água em licenciamento junto ao órgão ambiental
catarinense.

Tal identificação levanta os principais perigos existentes, suas causas e


consequências e adicionalmente aponta soluções para sua minimização ou mitigação.

Conforme a Norma Técnica da CETESB, P4.261M- Manual de orientação para a


elaboração de estudos de análise de risco, pode-se definir risco como a medida de danos
à vida humana, resultante da combinação entre a frequência de ocorrência e a magnitude
das perdas ou danos (consequências).

De acordo com essa norma, ainda, tem-se:

• Risco Individual;

• Risco Social.

14. DETERMINAÇÃO DO VALOR DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL COM


BASO NO DECRETO FEDERAL 6.848/09.

O decreto federal n° 6848, de 14 de maio de 2009, acresceu no art. 31 do decreto


4.340 de 2002 uma metodologia para determinação da compensação ambiental, que
devem se contempladas no EIA/RIMA, representado pela equação:

CA = Vr x Gi

Onde:

CA = Valor da compensação ambiental;

Vr = Valor de referencia;

Gi = Grau de impacto ambiental.

O valor de referência (Vr) é o somatório dos investimentos necessários para


implantação do empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos,
projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para
mitigação de impactos causados pelo empreendimento, bem como os encargos e custos
incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive os relativos às
garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.

Já o grau de Impacto Ambiental (Gi), é determinado pela seguinte fórmula:

Gi = ISB + CAP + IUC

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

Onde:

ISB = Impacto sobre a biodiversidade;

CAP = Comprometimento de área prioritária;

IUC = Influência em unidades de conservação.

O impacto sobre a biodiversidade (ISB) apresenta valore variando entre 0 e


0,25%, e por sua vez, é medido através da seguinte equação:

ISB = IM x IB (IA+IT)

140

Onde:

ISB = Impacto sobre a biodiversidade:

IM = Índice de magnitude;

IB = Índice de biodiversidade;

IA = Índice de abrangência;

IT = Índice de temporalidade.

Conforme o decreto, o ISB tem o objetivo de contabilizar os impactos do


empreendimento diretamente sobre a ADA e a AID.

Para determinação do Comprometimento de Área Prioritária (CAP), aplica-se a


seguinte metodologia:

CAP = IM x ICAP x IT

70

Onde:

CAP = Comprometimento de área prioritária;

IM = Índice de Magnitude;

ICAP = Índice de comprometimento de área prioritária;

IT = Índice de temporalidade;

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Estudo de Impacto Ambiental – EIA

O CAP contabiliza os efeitos do empreendimento sobre a área prioritária em que


se insere.

Embasando-se no decreto 6.848/09, a exceção do GI, do ISB e do CAP, todos os


demais parâmetros são estabelecidos através de tabelas. Para este estudo em especial,
houve a distribuição dos valores de magnitude, apresentados na Tabela 44 entre 0 e 3,
de acordo com a tabela (matriz) que estabelece os parâmetros de atributos para o IM no
anexo do referido decreto.

Tabela 44 - Parâmetros para determinação do Índice de Magnitude (IM) de acordo com o Decreto
6.848/09

Valor Atributo
0 Ausência de impacto ambiental significativo negativo
Pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento
1
dos recursos ambientais
Média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao comprometimento dos
2
recursos ambientais
3 Alta magnitude do impacto ambiental negativo

Destaca-se que na tabela são apresentados todos os impactos ambientais, sejam


eles negativos e positivos, sendo assim, para os impactos positivos adotou-se o valor 0
(zero).

O IM varia de 0 a 3, avaliando a existência e a relevância dos impactos


ambientais concomitantemente significativos negativos sobre os diversos aspectos
ambientais associados ao empreendimento, analisados de forma integrada na matriz de
impacto ambiental. O presente empreendimento apresenta “ausência de impacto
negativo significativo”(IM 0) de acordo com o Valor de Referencia Global (VRG),
determinado pela matriz de impacto. A Tabela 45 determina o índice de Magnitude de
acordo com os valores do VRG da matriz de impacto.

Tabela 45 - Tabela dos valores do índice de magnitude de acordo com os valores do VGR.
Magnitude do impacto ambiental VRG
0 ausência de impacto ambiental significativo negativo 0 até -108
pequena magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao
1 comprometimento dos recursos ambientais -108 até -649,8
média magnitude do impacto ambiental negativo em relação ao
2 comprometimento dos recursos ambientais -649,9 até -1516,2
3 alta magnitude do impacto ambiental negativo -1516,3 até -2166,0

O IUC, que representa a influência em Unidade de Conservação, varia de 0 a


0.15% e avalia a influencia do empreendimento sobre as unidades de conservação ou
suas zonas de amortecimento. De acordo com os parâmetros apresentados no decreto,
uma vez que a área está inserida na Zona de amortecimento da RPPN Volta Redonda, o
valor utilizado é de 0,05%.

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Quanto ao índice de Biodiversidade (IB) que varia de 0 a 3, é avaliado o estado


da biodiversidade antes da instalação do empreendimento (Tabela 46).

Tabela 46 – Parâmetros para determinação do índice de Biodiversidade (IB) de acordo com o


decreto 6.848/09.

Valor Atributo
0 Biodiversidade se encontra muito comprometida
1 Biodiversidade se encontra medianamente comprometida
2 Biodiversidade se encontra pouco comprometida
Área de trânsito ou reprodução de espécies consideradas endêmicas ou
3
ameaçadas de extinção

Em função da condição atual de conservação dos ambientes onde será instalado


o empreendimento, a maioria dos impactos ambientais apresentou o índice
biodiversidade (IB) de 1.

O índice de abrangência (IA) varia de 1 a 4 e avalia a extensão espacial dos


impactos ambientais negativos sobre os recursos naturais. Seus atributos e valores são
apresentados na Tabela 47.

Tabela 47 – Parâmetros para determinação de Índice de Abrangencia (IA) de acordo com o decreto
6.848/09.
Valor Atributos para empreendimentos terrestres
1 Impactos limitados à área de uma micro bacia
Impactos que ultrapassem a área de uma micro bacia limitados à área de uma bacia de
2 a
3 ordem
a
Impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 3 ordem e limitados à área de uma
3 a
bacia de 1 ordem
a
4 Impactos que ultrapassem a área de uma bacia de 1 ordem

Pela localização e tamanho do empreendimento os impactos ficam limitados à


área de uma micro bacia sendo o resultado da IA = 1 (um).

O índice de temporalidade (IT) refere-se à persistência dos impactos negativos


do empreendimento ao longo do tempo. Seus valores variam de 1 a 4 e são apresentados
na tabela 48.

Tabela 48 – Parâmetros para determinação do Índice de Temporalidade (IT) de acordo


com o decreto 6.848/09
Valor Atributo

1 Imediata: até 5 anos após a instalação do empreendimento;

2 Curta: superior a 5 e até 15 anos após a instalação do empreendimento;

3 Média: superior a 15 e até 30 anos após a instalação do empreendimento;

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4 Longa: superior a 30 anos após a instalação do empreendimento.

Por fim, o ICAP, índice de Comprometimento de Áreas Prioritárias, varia de 0 a


3 e avalia o comprometimento sobre a integridade da fração significativa da área
prioritária impactada pela implantação do empreendimento. Destaca-se que, para a
determinação desse parâmetro, é necessário o mapeamento oficial de áreas prioritárias
aprovadas mediante ato do Ministério de Estado e Meio Ambiente. Conforme a tabela
49 caso as informações sejam classificadas como insuficiente conhecidas, adota-se o
valor 3. A área do empreendimento está inserida, conforme mapa disponível no
endereço eletrônico www.mma.gov.br, em área prioritária de importância extremamente
alta. Portanto, o valor utilizado nesta análise é de 3.

Tabela 49 – Parâmetros para determinação do Índice de Comprometimento de Áreas Prioritárias


(ICAP) de acordo com o decreto 6.848/09.
Valor Atributo

Inexistência de impactos sobre áreas prioritárias ou impactos em áreas prioritárias


0
totalmente sobrepostas a unidades de conservação

1 Prioritárias totalmente sobrepostas a unidades de conservação.


2 Impactos que afetem áreas de importância biológica muito alta

Impactos que afetem áreas de importância biológica extremamente alta ou classificada


3
como insuficientemente conhecidas

Depois de aplicadas todas as equações, para todos os impactos listados no estudo


ambiental conforme Tabela 43 procedeu-se o calculo do Gi (grau de impacto), o qual foi
multiplicado pelo investimento estimado na ordem de R$ 20.643.000,00 (Vinte milhões
seiscentos e quarenta e três mil reais); chegando a um valor estimado de R$ 10.321,50
(Dez mil trezentos e vinte e um reais e cinquenta centavos).

CA = VR x Gi

CA = 20.643.000,00 x 0,05%

CA = R$ 10.321,50

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16. ANEXOS

 Anexo 01 – Decreto de Utilidade Pública Matricula 10.667

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 Anexo 02 – Outorga de Direto de Uso de Recursos Hídricos.

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