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Estruturação do

SISTEMA DE GESTÃO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
(RSU)
no CONVALE/MG

Estudo de Engenharia, Logística e Afins

CONVALE

Dezembro/2020
SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................... 11
2 ANÁLISE DE “DUE DILIGENCE” ................................................................. 12

2.1 Identificação da Estrutura Existente .................................................... 12


2.1.1 Estrutura do Ente Público no Manejo de RSU.................................. 12
2.1.2 Coleta e Transporte do RSU ............................................................ 14
2.1.3 Tratamento e Destinação Final ........................................................ 24
2.2 Avaliação da Situação Patrimonial ...................................................... 27
2.3 Avaliação da Capacidade Instalada ..................................................... 29

3 APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE ENGENHARIA, LOGÍSTICA E


AFINS ....................................................................................................................... 30

3.1 Abrangência do projeto ........................................................................ 30


3.2 Horizonte de projeto.............................................................................. 30
3.3 Quantificação dos Resíduos Sólidos Urbanos ................................... 30
3.4 Quantificação dos Resíduos Públicos ................................................ 32
3.4.1 Metas de redução de RDO ............................................................... 33

4 DEFINIÇÃO DAS ROTAS TECNOLÓGICAS ................................................ 37

4.1 Diretrizes ................................................................................................ 37


4.2 Situação atual ........................................................................................ 39
4.3 Redução da quantidade de resíduos a ser tratada ............................. 41
4.4 Ampliação gradativa da coleta seletiva ............................................... 43
4.5 Beneficiamento dos resíduos potencialmente recicláveis e da fração
orgânica ................................................................................................................ 43
4.5.1 Rota Tecnológica 1 .......................................................................... 45
4.5.2 Rota Tecnológica 2 .......................................................................... 47
4.5.3 Rota Tecnológica ............................................................................. 50
4.6 Captação e Beneficiamento do Biogás de Aterro Sanitário .............. 52
4.7 Utilização de Estações de Transferência ............................................ 53
4.8 Implantação de uma unidade de reciclagem e compostagem .......... 55

5 MODELO DE PONDERAÇÃO ....................................................................... 57


5.1 Ponderação sobre as principais rotas tecnológicas para o
aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos ............................... 57
5.1.1 Coleta e separação dos vários tipos de resíduos ............................. 57
5.1.2 Destinação do RSU .......................................................................... 58
5.2 Oportunidades para aproveitamento energético de RSU .................. 58
5.2.1 Características do RSU para escolha da tecnologia ........................ 59
5.2.2 Descrição das tecnologias de destinação estudadas ....................... 59
5.3 Ponderação das rotas tecnológicas para tomada de decisão........... 61
5.3.1 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos tecnológicos ....... 61
5.3.2 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos socioambientais .. 62
5.3.3 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos econômicos ........ 62
5.3.4 Modelo de Ponderação .................................................................... 63
5.4 Justificativa das notas atribuídas a cada variável.............................. 65
5.4.1 Variáveis dos aspectos tecnológicos ................................................ 65
5.4.2 Variáveis dos aspectos socioambientais .......................................... 66
5.4.3 Variáveis dos aspectos econômicos ................................................ 67
5.5 Resultado da ponderação e escolha da tecnologia ........................... 68

6 DESCRIÇÃO CONCEITUAL DO PROJETO DE DESTINAÇÃO ................... 70

6.1 Avaliação do Aterro Municipal de Uberaba ......................................... 70


6.1.1 Situação atual................................................................................... 70
6.1.2 Necessidade de intervenções a curto e médio prazo ....................... 71
6.2 Adequação do sistema de destinação para os demais municípios .. 73
6.3 Detalhamento da rota tecnológica indicada no modelo de
ponderação .......................................................................................................... 76
6.3.1 Unidade de triagem para a Biodigestão ........................................... 76
6.3.2 Fase de Digestão Anaeróbia ou Biodigestão ................................... 82
6.3.3 Compostagem Natural do Material Digerido .................................... 90
6.3.4 Aterramento dos rejeitos da biodigestão, da compostagem e da
reciclagem junto com o excedente dos RSU em aterro sanitário ....................... 92
6.3.5 Recuperação do biogás do aterro sanitário com geração de energia
elétrica 92
6.4 Medidas para encerramento e monitoramento do aterro municipal . 95
6.4.1 Vida útil estimada do aterro municipal .............................................. 95
6.5 Instrumentos para atendimento da Política Nacional sobre Mudança
no Clima (PNMC) .................................................................................................. 98

7 DESCRIÇÃO CONCEITUAL DO SISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE


104

7.1 Avaliação do sistema de coleta e transporte de RSU atualmente em


vigor 104
7.1.1 Uberaba ......................................................................................... 104
7.1.2 Serviços de Coleta e Transporte nos demais municípios ............... 105
7.2 Adequações necessárias .................................................................... 108
7.2.1 Coleta domiciliar ............................................................................. 108
7.2.2 Modelo Operacional ....................................................................... 109
7.2.3 Coleta Seletiva ............................................................................... 112

8 PARÂMETROS E QUANTITATIVOS DE PROJETO................................... 119

8.1 Parâmetros de projeto ........................................................................ 119


8.1.1 Referentes ao aterro sanitário ........................................................ 119
8.1.2 Referentes as unidades de beneficiamento de recicláveis e da fração
orgânica 119
8.2 Resumo dos quantitativos do projeto ............................................... 120
8.2.1 Quadro de veículos e equipamentos para implantação dos serviços
de coleta e transporte de resíduos ................................................................... 120
8.2.2 Quadro de veículos e equipamentos para implantação dos serviços
de tratamento e destinação de resíduos .......................................................... 123
8.2.3 Quadro de mão da obra direta para as operações de tratamento e
destinação 123
8.2.4 Quadro de mão de obra direta para as operações de coleta e
transporte 124
8.2.5 Quadro de mão de obra administrativa .......................................... 124
8.3 Projeção de geração e demanda dos subprodutos .......................... 125
8.3.1 Energia recuperada da biodigestão anaeróbia ............................... 125
8.3.2 Energia recuperada do biogás do aterro ........................................ 126
8.3.3 Composto recuperado dos rejeitos da digestão anaeróbia ............ 126
8.3.4 Redução de RDO após a coleta seletiva ........................................ 127
8.3.5 Reciclados recuperados pelas usinas de reciclagem ..................... 127
8.3.6 Rejeitos a serem dispostos no aterro ............................................. 127

9 DESCRIÇÃO DE POSSÍVEIS RECEITAS ACESSÓRIAS .......................... 128

9.1 Coleta, transporte e destinação final dos resíduos dos Grandes


Geradores ........................................................................................................... 128
9.1.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 128
9.2 Coleta, beneficiamento, comercialização e destinação final dos
Resíduos de Construção e de Demolição – RCD ............................................ 129
9.2.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 129
9.3 Recebimento dos RSU de outros municípios ................................... 131
9.3.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 131
9.4 Comercialização dos créditos de carbono ........................................ 131
9.4.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 131

10 PLANO DE OPERAÇÃO, CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO.............. 133

10.1 Estrutura administrativa .................................................................. 133


10.1.1 Estrutura técnica, administrativa e de apoio necessária à
implantação do projeto ..................................................................................... 134
10.1.2 Infraestrutura da Rede de Serviços ............................................ 138
10.2 Plano de Manutenção da Frota e Equipamentos .......................... 139
10.2.1 Sistema Operacional e a interseção com a Manutenção Preventiva
140
10.2.2 Aspectos da Manutenção que afetam a Operação ..................... 142
10.2.3 Classificação dos Serviços de Manutenção................................ 143

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 146


ANEXOS:........................................................................................................... 148
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos - RSU ............................................ 14
Tabela 2: Coleta Domiciliar Municipal (2019) ............................................................ 16
Tabela 3: Transferência e Destinação Final de Resíduos - CONVALE..................... 17
Tabela 4: Geração per capita RDO/2018. ................................................................. 31
Tabela 5: Quantidades de Resíduos no Horizonte do projeto (30 anos) ................... 33
Tabela 6: Metas de Redução da disposição de resíduos sólidos orgânicos em aterro
sanitário administrado pela concessionária ............................................................... 33
Tabela 7: Metas de Redução da quantidade de resíduos recicláveis secos dispostos
em aterro sanitário administrado pela concessionária .............................................. 33
Tabela 8: Composição Gravimétrica RSU Uberaba – 1ª semana de coleta (2011) .. 34
Tabela 9: Composição Gravimétrica RSU Uberaba – 2ª semana de coleta (2011) .. 35
Tabela 10: Geração total de RDO em 2018 .............................................................. 41
Tabela 11: Movimentação de RSU entre os municípios integrantes do projeto:
Distância dos municípios até o destino, CONVALE (2018). ...................................... 55
Tabela 12: Rota Tecnológica 1: Triagem + Pirólise ................................................... 60
Tabela 13: Rota Tecnológica 2: Triagem + Biometanização + Compostagem .......... 60
Tabela 14: Rota Tecnológica 3: Gaseificação ........................................................... 60
Tabela 15: Variáveis e seus respectivos pesos ......................................................... 64
Tabela 16: Cenários e Faixas de pontuação ............................................................. 64
Tabela 17: Metodologia de ponderação: Resultados ................................................ 68
Tabela 18: Dimensões do Aterro Municipal de Uberaba, 2018 ................................. 96
Tabela 19: Metas para captação de gases de aterros sanitários para queima e/ou
aproveitamento energético (%) ................................................................................. 99
Tabela 20: Estimativa de redução dos GEE após a implantação da rota tecnológica
................................................................................................................................ 101
Tabela 21: Calendário de coleta seletiva nos municípios ........................................ 118
Tabela 22: Quantidade de veículos e equipamentos necessários para a execução das
atividades previstas para o projeto. ......................................................................... 121
Tabela 23: Quantidade de veículos e equipamentos para operação de destinação final
................................................................................................................................ 123
Tabela 24: Profissionais necessários para os serviços de destinação final de resíduos
................................................................................................................................ 123
Tabela 25: Profissionais necessários para os serviços de transporte e coleta domiciliar
................................................................................................................................ 124
Tabela 26: Profissionais necessários para os serviços de transporte e coleta domiciliar
................................................................................................................................ 125
Tabela 27: Energia Elétrica Prevista - Unidade de Biometanização ....................... 126
Tabela 28: Dados sobre tratamento por compostagem .......................................... 126
Tabela 29: Reciclados recuperados pela coleta seletiva porta a porta ................... 127
Tabela 30: Recuperados pela usina de reciclagem................................................. 127
Tabela 31: Quantidade a ser disposta no aterro sanitário ....................................... 127
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Área do antigo lixão com galpão ao fundo, onde funciona a unidade de
reciclagem de recicláveis do município de Sacramento ............................................ 20
Figura 2: Aterro de RCD (Antigo lixão de Campo Florido) ........................................ 22
Figura 3: Aterro de RCD em Conceição das Alagoas. .............................................. 22
Figura 4: Visão Geral do Aterro de RCD de Sacramento. ......................................... 23
Figura 5: Layout do Aterro Municipal de Uberaba ..................................................... 24
Figura 6: Célula 4 (fase final de implantação da infraestrutura) - Aterro Municipal de
Uberaba .................................................................................................................... 25
Figura 7: Sistema de tratamento de efluentes do Aterro Municipal de Uberaba ....... 26
Figura 8: Acesso e balança rodoviária – Aterro Municipal de Uberaba ..................... 28
Figura 9: Quantidade de RDO a ser tratada .............................................................. 44
Figura 10: Balanço de massa da rota tecnológica 1. ................................................. 47
Figura 11: Balanço de massa da rota tecnológica 2. ................................................. 49
Figura 12: URE de Gaseificação projetada pela empresa WEG. .............................. 51
Figura 13: Balanço de massa da rota tecnológica 3. ................................................. 52
Figura 14: Mapa com os Municípios do CONVALE que aderiram ao projeto de RSU
(destacados em amarelo) .......................................................................................... 54
Figura 15: Modelo de Ponderação: Notas das rotas tecnológicas por grupo de
variáveis. ................................................................................................................... 69
Figura 16: Localização do Aterro Municipal de Uberaba ........................................... 70
Figura 17: Fluxograma da unidade de triagem .......................................................... 78
Figura 18 - Sistema de Recepção e Alimentação. .................................................... 80
Figura 19 - Sistema de Triagem e Trituração ............................................................ 80
Figura 20 – Sistema de Prensagem. ......................................................................... 82
Figura 21: Etapas da Biodigestão Anaeróbica .......................................................... 85
Figura 22: Fluxograma de Biodigestão com Geração de Energia ............................. 87
Figura 23: Biodigestor Methanum em Operação na COMLURB – RJ....................... 89
Figura 24: Interior do Biodigestor com resíduos em processo de tratamento –
COMLURB – RJ ........................................................................................................ 90
Figura 25: Pátio de Leiras para Compostagem Aeróbia - COMLURB – RJ .............. 91
Figura 26: Captação de Biogás em Aterro Sanitário ................................................. 94
Figura 27: Modelo de flare enclausurado para queima de biogás ............................. 94
Figura 28: Ponto para recolhimento dos resíduos na área rural de Campo Florido 106
Figura 29: Ponto para recolhimento dos resíduos na área rural de Campo Florido 107
Figura 30: Mapa Rodoviário da Região do CONVALE ............................................ 109
Figura 31: Organograma Administrativo .................................................................. 133
GLOSSÁRIO
ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
AMVALE Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Rio Grande
BTA Biotechnische Abfallverwertung GmbH
BTS Sistema multi-estágio úmido
CAIXA Caixa Econômica Federal
CAPEX Capital Expenditure
CDR Combustível Derivado do Resíduo
CHP Combined Heat and Power
CODAU Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações
Urbanas
COMLURB Companhia Municipal de Limpeza Urbana Rio de Janeiro
CONVALE Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional
COOPERU Cooperativa dos Recolhedores Autônomos de Resíduos Sólidos e
Materiais Recicláveis de Uberaba
DRANCO Dry Anaerobic Composting
EPI Equipamento de Proteção Individual
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
ETR Estação de Tratamento de Resíduos
EVTEA Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental
FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente
FEP Fundo de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos de
Concessão
GILOG Gerência de Filial Logística
GIZ Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit
hab Habitante
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
kg Quilograma
km Quilometro
LOA Lei Orçamentária Anual
m Metro
MDL Mecanismos de Desenvolvimento Limpo
MEC Ministério da Educação e Cultura
MPE Ministério Público Estadual
N Newton
NT Nota Técnica
OPEX Operational Expenditure
PFSB Política Federal de Saneamento
ph Potencial Hidrogeniônico
PIGIRS Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PMI Project Management Institute
PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PPP Parceria Público-Privada
RCC Resíduos da Construção Civil
RCD Resíduos de Construção e Demolição
RDF Refuse Derived Fuel
RDO Resíduos Sólidos Domiciliares
RSS Resíduos de Serviços de Saúde
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
SECOM Secretaria Especial de Comunicação
SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
SOMA Soma Ambiental Tratamento e Disposição de Resíduos S.A.
STF Supremo Tribunal Federal
SUS Sistema Único de Saúde
TAC Termos de Ajustamento de Conduta
t Tonelada
TV Televisão
UTM Unidade de Tratamento Mecanizado
WtE Waste to Energy
1 APRESENTAÇÃO

O presente produto consiste nos Estudos de Engenharia, Logística e Afins, parte


do Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) para modelagem
e estruturação de Concessão dos serviços de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos -
RSU para municípios que integram o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento
Regional do Vale do Rio Grande – CONVALE, sendo eles: Água Comprida, Campo
Florido, Conceição das Alagoas, Delta, Planura, Sacramento, Uberaba e Veríssimo.
Os serviços incluídos contemplam a coleta, transporte e disposição final de
Resíduos Sólidos Domiciliares (RDO) e não inclui os serviços de conservação urbana
como varrição, poda e capina de logradouros públicos.
O trabalho contempla as análises e estimativas de engenharia necessárias à
proposição do modelo de Concessão, identificando a estrutura de manejo dos
resíduos sólidos urbanos, a análise de projetos existentes e a possibilidade de
expansão do Aterro Municipal de Uberaba para definir sua vida útil e a necessidade
de um novo aterro, a análise e escolha de possíveis rotas tecnológicas para cada
etapa do projeto, a estimativa dos investimentos para implantação e custos de
operação da alternativa escolhida, os riscos e as responsabilidades envolvidas no
projeto, bem como as medidas institucionais necessárias à implantação do estudo em
tela.

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2 ANÁLISE DE “DUE DILIGENCE”

A análise de “due diligence” (diligência prévia) consiste no estudo, busca e


levantamento das informações existentes no âmbito de engenharia, logística,
infraestrutura e afins, considerando os possíveis riscos e as oportunidades envolvidas
no empreendimento, tendo como foco a estruturação do sistema de gestão de
resíduos sólidos urbanos (RSU) nos municípios citados que integram o CONVALE.

2.1 Identificação da Estrutura Existente

2.1.1 Estrutura do Ente Público no Manejo de RSU

A seguir, serão apresentados os principais órgãos responsáveis pelo manejo de


RSU nos municípios integrantes do CONVALE/MG.

2.1.1.1 O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Regional do Vale do


Rio Grande – CONVALE

O CONVALE é uma associação pública com múltiplas finalidades e duração


indeterminada, que visa a integração econômica, social, política, técnica e
administrativa dos municípios e a prática do associativismo municipal no Estado de
Minas Gerais.
O consórcio se utiliza da estrutura física da AMVALE para o desenvolvimento de
suas atividades. Os principais desafios encontrados estão relacionados a questões
envolvendo os setores de resíduos sólidos, de iluminação pública e de manutenção
das rodovias vicinais, entre outros. O Consórcio possui ainda outros importantes
objetivos, como abrigar atividades relativas à gestão pública dos municípios. É
especialmente importante para os municípios de menor porte e capacidade de
investimento, uma vez que estes seriam incapazes de realizar muitas dessas ações
caso não estivessem integrados ao conjunto de entes participantes.
De uma maneira geral, para municípios menores torna-se inviável planejar,
projetar, gerir e monitorar um sistema de resíduos sólidos de acordo com as normas
e boas técnicas de engenharia. A questão da destinação adequada dos resíduos
sólidos somente pode ser adequadamente estruturada e operada em conformidade

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com a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS a partir da existência e garantia
de um determinado número mínimo de contribuintes para esse sistema. A maioria dos
municípios do CONVALE não dispõem isoladamente de tal população, necessitando,
portanto, se agregar a outras jurisdições locais para viabilizar o processo.
Atualmente o CONVALE possui um Contrato com a empresa Soma Ambiental
Tratamento e Disposição de Resíduos S.A. (SOMA - que opera um Aterro Sanitário e
Industrial em Uberaba). Este teve início em 01 janeiro de 2018 e foi prorrogado até 31
de dezembro de 2020, com o objetivo de execução dos serviços continuados de
disposição final de resíduos sólidos urbanos dos municípios convenentes que
aderirem ao programa.

2.1.1.2 Gestão de Resíduos Sólidos nos Municípios Integrantes do Consórcio

Em cada um dos municípios objeto dos estudos de engenharia, há um órgão


público que responde pela gestão dos resíduos sólidos urbanos gerados no âmbito do
município. Na maioria dos municípios, a gestão é realizada pela Prefeitura ou por
Secretaria designada para tal função. Apenas no caso de Uberaba a gestão dos
serviços é realizada por autarquia do próprio município, a Companhia Operacional de
Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas – CODAU.
Para operação dos serviços de coleta e limpeza pública, parte dos municípios
realiza o serviço diretamente utilizando mão de obra da própria Prefeitura e os demais
através de empresas terceirizadas contratadas pelo poder público para realização dos
serviços de limpeza urbana.
Na Tabela 1 pode-se verificar para cada município integrante do consórcio, de que
forma é realizado o gerenciamento de resíduos sólidos e a natureza jurídica das
instituições responsáveis:

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5.1 Ponderação sobre as principais rotas tecnológicas para o
aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos ............................... 57
5.1.1 Coleta e separação dos vários tipos de resíduos ............................. 57
5.1.2 Destinação do RSU .......................................................................... 58
5.2 Oportunidades para aproveitamento energético de RSU .................. 58
5.2.1 Características do RSU para escolha da tecnologia ........................ 59
5.2.2 Descrição das tecnologias de destinação estudadas ....................... 59
5.3 Ponderação das rotas tecnológicas para tomada de decisão........... 61
5.3.1 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos tecnológicos ....... 61
5.3.2 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos socioambientais .. 62
5.3.3 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos econômicos ........ 62
5.3.4 Modelo de Ponderação .................................................................... 63
5.4 Justificativa das notas atribuídas a cada variável.............................. 65
5.4.1 Variáveis dos aspectos tecnológicos ................................................ 65
5.4.2 Variáveis dos aspectos socioambientais .......................................... 66
5.4.3 Variáveis dos aspectos econômicos ................................................ 67
5.5 Resultado da ponderação e escolha da tecnologia ........................... 68

6 DESCRIÇÃO CONCEITUAL DO PROJETO DE DESTINAÇÃO ................... 70

6.1 Avaliação do Aterro Municipal de Uberaba ......................................... 70


6.1.1 Situação atual................................................................................... 70
6.1.2 Necessidade de intervenções a curto e médio prazo ....................... 71
6.2 Adequação do sistema de destinação para os demais municípios .. 73
6.3 Detalhamento da rota tecnológica indicada no modelo de
ponderação .......................................................................................................... 76
6.3.1 Unidade de triagem para a Biodigestão ........................................... 76
6.3.2 Fase de Digestão Anaeróbia ou Biodigestão ................................... 82
6.3.3 Compostagem Natural do Material Digerido .................................... 90
6.3.4 Aterramento dos rejeitos da biodigestão, da compostagem e da
reciclagem junto com o excedente dos RSU em aterro sanitário ....................... 92
6.3.5 Recuperação do biogás do aterro sanitário com geração de energia
elétrica 92
6.4 Medidas para encerramento e monitoramento do aterro municipal . 95
6.4.1 Vida útil estimada do aterro municipal .............................................. 95
• Resíduos Sólidos Extradomiciliares.

Porém, algumas dessas tipologias de resíduos citadas são atualmente dispostas


no Aterro Sanitário de Uberaba e serão abordados em um subitem específico, no
intuito de fornecer subsídios para a compreensão do estudo.

2.1.2.1 Resíduos Domiciliares

Município de Uberaba

Os serviços de coleta e transporte de resíduos domiciliares em Uberaba são


realizados pela empresa Lara Central de Resíduos Ltda. de acordo com o Contrato nº
418/2018, assinado em 31 de outubro de 2018. A operação de coleta de RDO no
município de Uberaba, retira diariamente uma média de 303,75 t/dia, que corresponde
a aproximadamente 85% do total de resíduos domiciliares gerados nos municípios
integrantes do CONVALE. Nesta operação a empresa utiliza 13 caminhões
compactadores com dispositivo lift para remoção de contêineres de até 1000 litros,
sendo 8 com capacidade de 19m3 e 5 com capacidade de 15 m3. No período diurno a
reserva técnica é de 15% e no período noturno de 23%. Para atendimento as áreas
de difícil acesso e rurais é utilizado um caminhão basculante de 10 m3.
A Prefeitura de Uberaba não tem previsão de realização de coleta seletiva no
contrato com a prestadora de serviço e não há pontos de entrega voluntária (PEV)
para recebimento de recicláveis gerenciados pelo setor público. Todas as iniciativas
de realização da coleta seletiva estão vinculadas ao setor privado e a atuação de
cooperativas de catadores, que coletam e comercializam os resíduos recolhidos.
Quanto aos prestadores de serviço contratados, a Lara Central de Resíduos conta
para a coleta e transporte e operação do aterro sanitário com 130 funcionários próprios
e 90 funcionários terceirizados alocados na administração dos serviços.
Todos os contribuintes que gerem uma quantidade de resíduos domiciliares
superior a 200 kg/dia, são considerados grandes geradores (supermercados,
restaurantes, condomínios, shoppings, entre outros) e a legislação municipal prevê
que devem contratar serviços privados de coleta. As empresas privadas que atuam
nesse mercado não podem destinar os resíduos no Aterro Municipal de Uberaba e
normalmente destinam os resíduos no Aterro da Soma Ambiental.

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Demais Municípios do CONVALE

A coleta de resíduos domiciliares nos demais municípios que integram o consórcio


CONVALE é bastante diversificada com arranjos próprios, organizados pelo setor
público diretamente ou através da contratação de empresas locais para a execução
dos serviços.
A grande maioria dos municípios executa a operação da coleta e transporte
diretamente por suas respectivas secretarias municipais. Os municípios de Campo
Florido e Sacramento possuem contratos de terceirização conforme descrito mais
adiante.
A Tabela 2 apresenta os quantitativos médios diários (t/dia) coletados nos
municípios, a frequência e a frota de veículos envolvida na operação.

Tabela 2: Coleta Domiciliar Municipal (2019)

Quant. média
diária de Frequência de
Município Frota de veículos
resíduos coleta
coletados (t/dia)
Água Diariamente (seg. a 2 caminhões (1 compactador e 1
1,53
Comprida sexta) basculante)
1 caminhão compactador, 1 trator com
Campo Diariamente (seg. a
3,77 carreta, 1 caminhão basculante de 6,00
Florido sexta)

Diariamente de seg.
Conceição
20,00 a sábado - Coleta 2 caminhões compactadores
das Alagoas
noturna
Diariamente (seg. a 2 Caminhões (1 compactador e 1
Delta 4,39
sexta) basculante)
Diariamente (seg. a
Planura 6,29 2 Compactadores, 1 basculante
sábado)
3 x semana (2a, 4a,
Sacramento 13,12 2 caminhões compactadores
sábado)
Na região Central é
diária , 3 x semana
Veríssimo 1,07 1 caminhão basculante
(sede) - 1x semana
Rufinópolis (rural)

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Tabela 2: Coleta Domiciliar Municipal (2019)
Quant. média
diária de Frequência de
Município Frota de veículos
resíduos coleta
coletados (t/dia)
Alternada nos
bairros
13 compactadores (12 diurno e 10
Uberaba 303,75 (3 x semana) e
noturno)
coleta diária na
área central
Total 357,90

Em alguns municípios integrantes do CONVALE, existe a prática de adoção de


áreas de transbordo e triagem de resíduos devido a distância elevada para o aterro
da Soma Ambiental. Essas áreas consistem em estações intermediárias entre o
gerador dos resíduos e o destino final e em algumas é realizado processo de triagem
para recuperação de resíduos recicláveis.
Dos municípios do CONVALE apenas 2 (dois) utilizam áreas de transbordo, são
eles Conceição das Alagoas e Planura, sendo a área de transbordo de Conceição das
Alagoas a única licenciada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SEMAD)
Na planilha a seguir são detalhados o funcionamento das áreas de transbordo e
de que forma e frequência o RSU e enviado para destinação final no Aterro da Soma
Ambiental.

Tabela 3: Transferência e Destinação Final de Resíduos - CONVALE


Frequência de
Transporte para o
envio de RDO para
Município Área de Transbordo aterro Soma
o aterro Soma
Ambiental
Ambiental
NÃO. Os resíduos coletados
quando não completam o caminhão
Água compactador ficam aguardando até Realizado pela
2 x semana
Comprida completarem a capacidade do Prefeitura
veículo, para seguirem para o
aterro

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Tabela 3: Transferência e Destinação Final de Resíduos - CONVALE
Frequência de
Transporte para o
envio de RDO para
Município Área de Transbordo aterro Soma
o aterro Soma
Ambiental
Ambiental
NÃO. Os resíduos coletados são Realizado pela
transportados direto para o aterro. empresa contratada
Campo 3 x semana
A Prefeitura dispõe de 10 (dez) para coleta (L.A
Florido (ter/qui/sab)
caixas estacionárias nas áreas Transporte
rurais que servem de transbordo. Rodoviário)
SIM. Os resíduos coletados são Realizado pela
Conceição transportados para a área do antigo empresa (Vinicius 3 x semana
das Alagoas lixão, que é licenciada para operar Biasoli ME) c/ carretas (ter/qua/sex)
como área de transbordo. articuladas
NÃO. Os resíduos coletados são Realizado pela
Delta Diariamente
transportados direto para o aterro. Prefeitura
SIM. Os resíduos coletados são Realizado pela
direcionados para área de empresa (Vinicius 2 x semana
Planura
transbordo em edificação própria, Biasoli ME) c/ carretas (qua/sex)
para atender a demanda articuladas
Realizado pela
empresa contratada
NÃO. Os resíduos coletados são
Sacramento para coleta (Agrega Diariamente
transportados direto para o aterro.
Higienização de
Ambientes)
NÃO. Os resíduos coletados são Realizado pela 3 x semana
Veríssimo
transportados direto para o aterro. Prefeitura (seg/qua/sex)

2.1.2.2 Coleta Seletiva

Uberaba

O contrato mantido entre a Prefeitura de Uberaba e a empresa Lara não prevê a


realização de coleta seletiva. Toda a atividade de reciclagem de resíduos é efetuada
pelo setor privado ou por catadores autônomos organizados ou não sob cooperativas.
No município de Uberaba há uma associação de catadores independente, a
COOPERU, que coleta, em média, 160 toneladas/mês em todo município, o que
representa aproximadamente 2% do total de RSU coletado no município. A

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Cooperativa tem atualmente 53 cooperados e aproximadamente 130 catadores
autônomos. A cooperativa oferece assistência técnica aos cooperados e auxilia a
comercialização dos recicláveis de quase todos os demais municípios da região.
Existem também algumas empresas privadas em Uberaba que trabalham com
reciclagem de materiais, recebendo principalmente de grandes geradores, de
cooperativas e associações e de catadores individuais.
Dentre as empresas privadas recicladoras cita-se a Renova Ambiental, que, além
de comprar materiais de Uberaba, recebe de municípios vizinhos. Outra empresa é a
Recipetri, sua principal comercialização é de garrafas PET, pois possui um moedor
para realização deste serviço que recicla aproximadamente 500 t de garrafa PET ao
mês.
A empresa CST – Coleta Seletiva e Transporte recebe todos os tipos de materiais
recicláveis dos quais 85% vêm do comércio e da indústria e os outros 15% são
provenientes de catadores individuais. A empresa coleta 1.500 t de materiais
recicláveis durante o mês, das quais 600 t são de papelão, 500 t de materiais plásticos
e o restante é de sucata.

Demais municípios

Entre os municípios integrantes do CONVALE, apenas Campo Florido, Conceição


das Alagoas e Sacramento possuem programa municipal de incentivo à coleta
seletiva. A grande maioria realiza apenas a coleta domiciliar convencional e todo o
RDO é encaminhado para o local de destinação final.

Embora todos os municípios tenham relatado a existência de catadores pela


cidade, o que se pode verificar em visitas técnicas é que esta atividade ocorre de
forma totalmente independente das prefeituras.

No município de Sacramento existe unidade de reciclagem para coleta seletiva


que estão em uso pelos catadores locais (Figura 1).

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Figura 1: Área do antigo lixão com galpão ao fundo, onde funciona a unidade de reciclagem de
recicláveis do município de Sacramento
Fonte: Consórcio Vital, 2019

A Prefeitura Municipal de Conceição das Alagoas, através da Secretaria de Meio


Ambiente vem dando suporte técnico e também suporte na regularização de um grupo
de catadores atualmente formalizada. Essa organização hoje atua empregando cerca
de 15 famílias na coleta, manejo e destinação dos reciclados no município.

2.1.2.3 Resíduos da Limpeza Pública

Os resíduos da limpeza pública são aqueles resultantes das atividades de


conservação e limpeza da área urbana do município. Compreendem a varrição de
logradouros públicos (vias, praças, viadutos, passagens de nível, passarelas, vielas,
servidões públicas, etc), limpeza de feiras livres, mobiliário urbano e monumentos
públicos, desobstrução de ralos e dispositivos de drenagem, raspagem de terra das
sarjetas das vias públicas, pintura do meio fio, capinação e roçada mecanizada em
vias urbanas.
Dados fornecidos pela CODAU referentes ao ano de 2019 indicam a média de
2.886,92 toneladas removidas mensalmente em Uberaba, considerados os resíduos
da limpeza urbana, poda, capina e serviços das equipes-padrão.
Os resíduos oriundos dessas atividades nos municípios de menor porte são
incorporados aos resíduos provenientes da coleta domiciliar, face a inviabilidade de

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destinarem diretamente no aterro da Soma Ambiental em Uberaba, devido à distância
e as quantidades reduzidas que são geradas. Por este motivo, não se pode estimar
com precisão a quantidade de resíduos de limpeza pública gerados nestes municípios.

2.1.2.4 Resíduos de Construção e Demolição

No município de Uberaba, o Decreto nº 1365, de 1º de dezembro de 2017, que


regulamenta a Seção I do Capítulo III do Título III da Lei municipal nº 10.697/2008,
define em seu artigo 2º como Grandes Geradores de resíduos
II. os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos,
institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, entre outros,
geradores de resíduos sólidos de entulhos, terra e materiais de construção, com
massa superior a 50 (cinquenta) quilogramas diários.
Acima deste limite os geradores ficam sujeitos à Lei 11.348/2011 artigos 7º e 8º e
devem contratar os serviços de empresas especializadas ou enviar os resíduos
diretamente a áreas devidamente licenciadas. A Prefeitura não recolhe esse tipo de
resíduos, nem oferece local adequado para sua disposição.
Vale destacar ainda que a legislação municipal prevê a exigência de Plano de
Gestão de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) para instalação de novos
empreendimentos.
Da mesma maneira que em Uberaba, os demais municípios também não possuem
um sistema público de recolhimento de RCD. Existem empresas particulares que
executam esse serviço através da colocação de caçambas. Mas o que se pode
verificar é que em virtude da falta de opções e de fiscalização, a população utiliza
pontos de vazadouro clandestino, que acabam sendo removidos pelas prefeituras e
destinados no aterro SOMA como sendo lixo público.
Os municípios de Campo Florido, Conceição das Alagoas e Sacramento possuem
locais específicos para descarte destes resíduos, conforme já descrito no Relatório
Situação Operacional (Etapa 1 do presente trabalho).
Em Campo Florido, até 2018 a cidade utilizava um lixão, situado a
aproximadamente 4,5 quilômetros do centro urbano.
O local anteriormente utilizado como lixão é utilizado atualmente como aterro para
RCD, conforme ilustrado na Figura 2.

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Figura 2: Aterro de RCD (Antigo lixão de Campo Florido)
Fonte: Consórcio Vital, 2019

Em Conceição das Alagoas, os RCD são destinados a um terreno particular,


conforme Figura 3, onde também funciona uma cascalheira. Os resíduos são vazados
aproveitando as cavas oriundas da retirada de cascalho.

Figura 3: Aterro de RCD em Conceição das Alagoas.


Fonte: Consórcio Vital, 2019

Existe no município de Sacramento uma Usina de Reciclagem operada por um


grupo de 10 catadores (em processo para constituição de uma cooperativa), situada

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em área contígua ao aterro de RCD (Figura 4). Como não há controle de acesso ao
aterro de RCD, o local apresenta grande quantidade de lixo a céu aberto e catadores
que apresentam resistência, não querendo se filiar à cooperativa.

Figura 4: Visão Geral do Aterro de RCD de Sacramento.


Fonte: Consórcio Vital, 2019

Como nem a Prefeitura de Uberaba nem os demais municípios efetuam a coleta


nem o destino destes resíduos, não foi possível estimar com precisão o volume nem
o custo de gestão destes resíduos.
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2017) estima a geração
per capita de RCD na região Sudeste em 0,737 kg / hab. X dia.
Considerando a população de Uberaba 330.000 habitantes (IBGE, 2018), a
quantidade de RCD esperada para Uberaba é da ordem de 74.000 toneladas anuais.
Utilizando a mesma metodologia, pode-se estimar que os demais municípios
(população da ordem de 100.000 habitantes – IBGE 2018) geram anualmente
aproximadamente 22.000 toneladas de RCD.

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2.1.3 Tratamento e Destinação Final

2.1.3.1 Aterro Municipal de Uberaba

Os resíduos sólidos urbanos (RSU) provenientes da limpeza pública e da coleta


domiciliar de Uberaba são destinados no Aterro Sanitário Municipal de Uberaba
(19°55'40.1"S 47°55'24.2"W), localizado na Rodovia AMG 2595 (antiga Avenida
Filomena Cartafina), Km 17, no município de Uberaba, cujo o mapa de localização
está apresentado na Figura 5.
O aterro é operado pela empresa Lara Central de Tratamento de Resíduos Ltda.,
por força do Contrato nº 418/2018, assinado em 31 de outubro de 2018, a mesma que
realiza os serviços de limpeza urbana no município.
O Aterro Municipal de Uberaba foi concebido com oito plataformas positivas e mais
uma camada inferior enterrada que possuem altura de 5,0 metros. Para a implantação
das primeiras plataformas a área total disponível foi subdividida em quatro células,
vide Figura 5.

Figura 5: Layout do Aterro Municipal de Uberaba


Fonte: Edital de Concorrência 05/2018.

O Plano de Avanço previsto para o Aterro Municipal prevê a continuidade de


operação da célula 3. A partir de fevereiro de 2020 foi iniciada a operação da quarta

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célula com o incremento de 4 novas plataformas de 5 metros de altura cada, que ao
final da formatação dos taludes se unirá as 3 células anteriores, formando um maciço
único.

Figura 6: Célula 4 (fase final de implantação da infraestrutura) - Aterro Municipal de Uberaba


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

A área total prevista para o maciço de lixo é de aproximadamente 16,9 hectares.


O aterro se elevará 40 metros em oito plataformas de cinco metros de altura cada e a
área do topo prevista é de aproximadamente 6.200 m².
A capacidade volumétrica total estimada é de 3.032.841 m³, se considerarmos a
taxa de material de cobertura da ordem de 17%, o volume útil total do aterro é de
2.517.258 m³ de resíduos sólidos urbanos, possibilitando a operação até o ano de
2035, considerando a efetiva implantação do projeto.
O aterro possui um sistema de captação de efluentes do tipo “espinha de peixe”
implantado no fundo da primeira plataforma das células 1, 2 e 3. Na implantação da
quarta célula o sistema de captação de percolados seguiu a mesma lógica adotada
para as células anteriores, com prolongamentos das artérias dos drenos já existentes.
A concepção da estação para tratamento dos líquidos percolados é
conceitualmente simples, baseada em duas séries de lagoas de estabilização
(Sistema Canadense), cada uma composta de lagoa anaeróbia, lagoa facultativa,
lagoas de lamaçal e meio suporte de britas, lagoas de polimento (despatogenização)
chicanadas e uma lagoa de recolhimento pulmão. O concessionário, caso opte pela

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operação do aterro, deverá avaliar o sistema de tratamento de percolados existente,
a eficiência dos processos e o atendimento aos padrões de lançamento previstos na
legislação ambiental.

Figura 7: Sistema de tratamento de efluentes do Aterro Municipal de Uberaba


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

2.1.3.2 Aterro Sanitário – Soma Ambiental

No município de Uberaba encontra-se em operação, um aterro sanitário e


industrial, o qual trata-se de um empreendimento privado, situado na Avenida
Filomena Cartafina, km 12, no Distrito Industrial, administrado pela empresa Soma
Ambiental, licenciado para tratamento e destinação final de resíduos classe I
(perigosos), classe II A (não inertes e não perigosos – resíduos domiciliares) e classe
B (resíduos de construção e demolição) e classe II-B.
O aterro da Soma Ambiental mantém com o CONVALE contrato na modalidade de
Ata de Registro de Preços para disposição final de RSU dos municípios convenentes
e que optarem por aderir ao mesmo. O contrato foi firmado com preço inicial de R$
83,00 por tonelada, tendo sido reajustado em 01 de janeiro de 2020 para R$ 89,00
por tonelada. Todos os municípios do CONVALE, exceto Uberaba, destinavam ou
passaram a destinar em 2019 seus resíduos nesse aterro
Como as quantidades recebidas ao longo de 2019 pelo aterro não representaram
o universo gerado pelos municípios – alguns municípios passaram a utilizar o aterro

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em diferentes meses do ano -, foram apuradas e utilizadas como referência para
estabelecer o ponto de partida dos resíduos a serem dispostos ao longo da concessão
em cada município, conforme item 4.3 deste relatório.
Em visita realizada ao Aterro da Soma Ambiental em 02/10/2019, fomos
informados que o aterro de resíduos classe IIA, que recebe os resíduos domiciliares
dos municípios do CONVALE, tem vida útil estimada de 35 anos, mantido o plano de
avanço atual previsto em projeto.

2.2 Avaliação da Situação Patrimonial

Em Uberaba, os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da Prefeitura


Municipal de Uberaba (PMU), conforme art. 9° da Lei Municipal nº 10.697/2008 e são
gerenciados pela Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações
Urbanas (CODAU), autarquia municipal responsável pelos serviços de saneamento
básico do município.
Os serviços de coleta, transporte dos Resíduos Sólidos Urbanos gerados em
Uberaba são executados de forma indireta, pela empresa Lara Central de Tratamento
de Resíduos Ltda., por força do Contrato nº 418/2018, assinado em 31 de outubro de
2018.
Os serviços inclusos no contrato são:

• Coleta, Transporte regular de resíduos sólidos manual e em contêineres


externos e enterrados;
• Serviços de fornecimento/instalação/manutenção/higienização de
contêineres de lixo de 1.000 (mil) litros;
• Operação e manutenção de Aterro Sanitário e respectivo licenciamento
corretivo ou novo licenciamento conforme (DN 217);
• Varrição Manual de Vias e Logradouros Públicos;
• Capinação Manual;
• Conservação de Áreas Ajardinadas com Equipamento Costal;
• Varrição mecanizada de vias e logradouros públicos;
• Equipe Padrão;

O prazo de vigência e execução dos serviços, objeto desta contratação é de 36


(trinta e seis) meses. Nem o Contrato nº 418/2018, nem o Edital nº 05/2018 que lhe

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deu origem, possuem cláusula de renovação automática, embora se enquadrem nos
termos do inciso II do artigo 57 da Lei nº 8.666/93.
Todas as instalações que servem de apoio ao sistema de coleta (prédios
administrativos, garagens, postos de serviços etc.) são de propriedade da Prefeitura
e estão disponibilizados contratualmente à empresa prestadora de serviços, que arca
com os custos de manutenção, água e energia.
O terreno onde se localiza o aterro municipal é de propriedade da Prefeitura de
Uberaba e foi cedido em comodato a Lara Central de Tratamento de Resíduos.
Além do terreno existe no local as seguintes benfeitorias:

• Edificação em alvenaria utilizada como área administrativa.


• Guarita em alvenaria para controle de acesso à área;
• Edificação anexa em alvenaria com refeitório e vestiário para os
funcionários da contratada;
• Balança rodoviária de 1 (uma) plataforma com capacidade de 30 toneladas,
de propriedade da Prefeitura de Uberaba. Recentemente (2020) foi
adquirida uma nova balança de 80 toneladas, que já se encontra em
operação.

Figura 8: Acesso e balança rodoviária – Aterro Municipal de Uberaba


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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As edificações e benfeitorias existentes na área do aterro sanitário deverão ser
cedidas, caso o concessionário opte pela utilização do aterro sanitário municipal, pelo
período da concessão em comodato para o futuro concessionário, assim como as
instalações para tratamento de percolado.

2.3 Avaliação da Capacidade Instalada

Conforme apresentado no item anterior, a área onde se localiza o atual aterro


Municipal de Uberaba, caso o concessionário opte pela utilização do aterro sanitário
municipal, deverá receber além dos resíduos do próprio município, também os dos
demais 7 (sete) municípios integrantes do CONVALE.
O Aterro Municipal de Uberaba ocupa uma área inicial de 43.363 m2. Foi finalizada
em fevereiro de 2020 a quarta e última etapa de ampliação, que permitirá, se houver
a efetiva implantação do projeto, um volume excedente de resíduos de
3.032.841,00.95 m³. Esse volume excedente considerados os quantitativos previstos
de RSU a serem destinados, permitirá a operação na mesma área até o ano de 2035.
Durante a etapa de operação do atual aterro sanitário, o concessionário deverá avaliar
o desempenho da unidade tecnológica implantada, a fim de subsidiar a tomada de
decisão, para o período posterior à vida útil do aterro Poderá então optar pela
modelagem que permita aterrar a menor quantidade de resíduos possível como prevê
a PNRS e ampliar os quantitativos destinados ao tratamento por meio de unidades
tecnológicas que tragam mais eficiência aos processos e maior sustentabilidade
econômica e ambiental para o município.

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3 APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE ENGENHARIA, LOGÍSTICA E AFINS

3.1 Abrangência do projeto

A abrangência do presente estudo é a estruturação do sistema de gestão de


Resíduos Sólidos Domiciliares (RDO) nos municípios integrantes do CONVALE, que
participam do processo para concessão dos serviços ao setor privado – Água
Comprida, Campo Florido, Conceição das Alagoas, Delta, Planura, Sacramento,
Uberaba e Veríssimo. A gestão de Resíduos Públicos (RPU), aqueles originários da
prestação dos serviços de limpeza urbana, permanecerá sob a responsabilidade dos
municípios.

3.2 Horizonte de projeto

O horizonte de projeto adotado na avaliação das alternativas será o mesmo


obrigatório pela Portaria nº 557, de 11/11/2016, do Ministério das Cidades
(MCIDADES), estabelecido em 30 (trinta) anos.
Dessa forma, o horizonte de projeto se estenderá até o ano 2050.

3.3 Quantificação dos Resíduos Sólidos Urbanos

Para quantificação dos resíduos sólidos urbanos gerados nos municípios do


CONVALE, foram utilizados os dados disponibilizados pelas Prefeituras e pela
CODAU em Uberaba, responsáveis pela gestão do setor de resíduos sólidos urbanos
no âmbito municipal.
Com base nas projeções do IBGE, a população estimada para os municípios do
CONVALE no ano de 2018 e a quantidade de RDO (t/ano) gerada proveniente dos
levantamentos efetuados junto as Prefeituras e órgãos operacionais do sistema de
limpeza urbana, foi possível calcular a geração per capita para cada município,
apresentada na Tabela 4.

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Tabela 4: Geração per capita RDO/2018.
Município Geração per capita (kg/hab x dia)
Água Comprida 0,74
Campo Florido 0,47
Conceição das Alagoas 0,73
Delta 0,39
Planura 0,46
Sacramento 0,48
Uberaba 0,92
Veríssimo 0,28
Fonte: Consórcio Vital 2019

Embora o valor médio obtido esteja compatível com a média nacional de 0,95
kg/hab.dia (SNIS 2017), podemos verificar grandes desvios de um município para
outro. Diversos fatores podem mascarar a média per capita real de geração de
resíduos. Dentre eles podemos destacar:

• São municípios, em sua maioria, com elevado índice de população rural. A


coleta de resíduos nestas regiões, via de regra, não mantem o mesmo
padrão adotado para a coleta em áreas urbanas. Quantidade considerável
de resíduos não é coletada regularmente, ou simplesmente são enterradas
pela população ou são utilizados para alimentação de animais domésticos
(matéria orgânica). Como a estimativa geração é feita com base na
quantidade de material coletado, esse percentual de resíduos não coletados
pode mascarar de forma considerável os índices de geração per capita.
• A quantidade de resíduos varia naturalmente conforme o período do ano,
dia de semana, incidência de feriados e datas significativas e as condições
climáticas do dia de coleta considerados. Esses fatores geralmente não são
considerados na definição do espaço amostral a ser utilizado para a
estimativa da quantidade de resíduos gerados, que, como já foi dito, é feita
com base na quantidade de resíduos coletados.
• O transporte dos resíduos para o aterro da empresa SOMA AMBIENTAL
muitas vezes é efetuado por caminhão basculante, em alguns casos
valendo-se de um local de transbordo intermediário a céu aberto. E provável
que alguma quantidade de material se perca no transbordo, ou ao longo da

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viagem. Também há de se considerar a perda de umidade natural dos
resíduos durante a viagem.

Realizada esta análise e considerando os índices per capita calculados, verifica-


se que para a redução da geração per capita de resíduos na fonte, é necessária a
implementação de políticas públicas, que só costumam apresentar resultados a médio
e longo prazo. Por isso não podem ser atribuídas somente às ações diretas do
concessionário.
Desta forma assumiu-se que a geração per capita dos RDO será constante em
todo o horizonte de projeto.
Estima-se que da totalidade dos RSU que chegam ao aterro municipal de Uberaba,
apenas 70% tenham origem domiciliar (CODAU, janeiro/2020). Os demais resíduos
se originam na execução de serviços de limpeza pública (varrição, poda, capina,
remoção de entulho, etc) e na realização de mutirões de limpeza pública.

3.4 Quantificação dos Resíduos Públicos

A quantidade de resíduos gerados decorrente dos serviços de limpeza pública


(varrição, capina, remoção de entulho, poda, etc) em municípios de menor porte é um
serviço de difícil mensuração e isto se refletiu na dificuldade de obtenção de dados
junto as Prefeituras Municipais.
Os serviços de limpeza pública são via de regra realizados por servidores da
própria Prefeitura, sem frequência definida e muitas vezes sem apropriação dos
resultados e dos quantitativos removidos das vias públicas. Esse fato dificulta o
levantamento de dados confiáveis e a determinação do RPU gerado nos municípios.
Nas cidades onde foram identificadas áreas operacionais de transbordo, foram
observados que os resíduos públicos são incorporados aos domiciliares, antes de
serem destinados ao aterro da Soma Ambiental em Uberaba.
No município de Uberaba, os serviços de limpeza pública são realizados pela Lara
Central de Tratamento de Resíduos Ltda., contratada pela Prefeitura, de acordo com
o contrato de prestação de serviços nº 418 / 2018. No ano de 2019 foram removidos
33.048 t/ano de RPU, proveniente das atividades de limpeza pública.
Considerando-se a quantidade total de resíduos no horizonte de projeto, para
determinação dos cálculos de CAPEX e OPEX do presente relatório, a Tabela 5 a
seguir apresenta o resumo dos quantitativos adotados.

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Tabela 5: Quantidades de Resíduos no Horizonte do projeto (30 anos)
Tipo de Resíduo Início do Projeto Horizonte do Projeto
RDO (t/ano) 116.165 138.647
RPU (t/ano) 29.090 34.263
RSU (t/ano) 141.839 152.730
Fonte: Consórcio Vital, 2019

3.4.1 Metas de redução de RDO

Dentre os objetivos da PNRS, elencados no artigo 7º da Lei nº 12.305/2010, estão


a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos,
bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Entende-se como rejeito a “parcela a ser encaminhada para disposição final
ambientalmente adequada após esgotadas as suas possibilidades de
reaproveitamento e reciclagem”.
Dentro desse princípio, a Nota Técnica Conjunta nº 01/2020/SPPI/MMA/FUNASA
que substituiu a Nota Técnica nº 164/2018 elaborada em conjunto pelos ministérios
do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; Cidades e da Saúde, visa estabelecer
as diretrizes para a estruturação de projetos relacionados ao manejo dos resíduos
sólidos urbanos no âmbito do Fundo de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento
de Projetos de Concessão e Parcerias Público-Privadas (FEP CAIXA) e metas para
redução da quantidade de resíduos sólidos a ser disposta em aterros sanitários,
conforme disposto na Tabela 6 e Tabela 7.

Tabela 6: Metas de Redução da disposição de resíduos sólidos orgânicos em aterro


sanitário administrado pela concessionária
5 anos (%) 10 anos (%) 15 anos (%) 20 anos (%) 25 anos (%)
25 35 45 50 55
Fonte: NT 01/2020 – Região Sudeste

Tabela 7: Metas de Redução da quantidade de resíduos recicláveis secos dispostos em


aterro sanitário administrado pela concessionária
5 anos (%) 10 anos (%) 15 anos (%) 20 anos (%) 25 anos (%)
30 37 42 45 50
Fonte: NT 01/2020 – Região Sudeste

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Para efetuar a caracterização dos resíduos com potencial de reciclagem na cidade
de Uberaba a equipe que elaborou o PMSB e se baseou na análise gravimétrica
realizada pela empresa DRZ Geotecnologia e Consultoria LTDA contratada pela
prefeitura, entre 2013 e 2014.
A amostragem realizou-se através do método de quarteamento, de acordo com a
NBR 10.007/2004, utilizando-se tonéis de 200 litros com amostras recolhidas em 27
setores de coleta, em duas semanas consecutivas. Os resultados estão apresentados

na Tabela 8 e Tabela 9.

Tabela 8: Composição Gravimétrica RSU Uberaba – 1ª semana de coleta (2011)


Componentes (%)
Papéis Plástico Metal

Borrachas e madeiras

Massa Triada (Kg)


Nº da frota

Emb. Tetrapak
Rota

Não ferroso

Trapos

Outros
Vidros
Papelão
MO*

Ferroso
Rígido
Fino

Fino

Pet

1 12 57,89 5,56 5,26 1,58 1,05 5,26 3 1,05 0,53 1,05 - 16,84 1,21 180
2 17 65,56 6,67 5,56 6,11 1,67 5,56 0,56 1,67 - 0,56 - 5,56 0,56 180
3 13 52,94 7,06 13,53 1,47 2,71 11,8 2,35 1,71 0,59 0,59 - 0,59 4,71 170
4 2 62,29 5,99 1,75 1,2 1,75 7,73 1,6 1,05 0,05 0,5 0,6 9,48 6,03 201
5 5 58,47 5,84 0,8 1,33 1,59 8,22 1,49 1,22 0,11 0,69 1,1 10,5 7,43 189
6 18 53,1 6,2 7,44 0,65 2,93 4,47 0,84 2,93 0,6 3,57 0,7 3,47 13,1 202
7 21 54,33 6,29 3,67 1,91 2,77 6,04 3,02 0,86 0,45 4,12 1,5 7,49 7,55 199
8 16 58,47 4,76 5,82 2,01 2,12 8,99 3,17 2,12 0,11 1,85 1,69 7,14 1,75 189
9 1 49,22 7,55 6,61 0,42 1,93 8,23 1,82 0,31 0,16 0,68 0,46 5,94 16,67 192
10 7 52,2 4,02 4,07 0,77 2,03 6,47 0,63 1,65 0,44 1,55 2,18 7,46 4,53 206
11 19 53,42 4,2 11,54 1,16 0,76 7,09 4 1,57 0,96 1,97 0,76 4,46 8,1 198
12 14 53,32 5,06 6,83 2,01 2,16 5,99 3,64 1,67 0,34 1,72 1,52 7,13 5,16 204
Média
ponderada 56,04 4,74 6,1 1,72 1,96 7,57 2,18 1,48 0,36 1,57 0,88 7,17 7,23 2.128
RSU
Média Total 56,04 13,56 11,7 1,85 1,57 0,88 7,17 7,23 177

Fonte: PMSB apud Relatório de Análise Gravimétrica dos Resíduos Sólidos, 2011.

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Tabela 9: Composição Gravimétrica RSU Uberaba – 2ª semana de coleta (2011)
Componentes (%)
Papéis Plástico Metal

Borrachas e madeiras

Massa Triada (Kg)


Nº da frota

Emb. Tetrapak
Rota

Não ferroso

Trapos

Outros
Vidros
Papelão
MO*

Ferroso
Rígido
Fino

Fino

Pet
13 4 43,71 6,69 9,66 2,48 5,2 5,95 1,54 3,72 1,44 4,86 1,88 7,53 5,35 202
14 26 16,82 9,63 7,01 2,94 13,5 30,84 4,86 2,48 0,89 3,13 1,4 1,78 4,77 107
15 3 56,42 5,68 3,92 1,15 1,15 5,92 2,65 1,54 1,13 1,11 2,53 8,75 8,06 208
16 11 41,36 6,44 12,46 2,37 3,14 6,36 1,95 5,59 2,88 3,56 1,78 2,46 9,66 118
17 10 51,66 7,47 5,06 0,82 9,21 7,57 5,22 1,94 1,07 2,61 0,31 3,07 3,99 196
18 9 52,63 3,1 14,19 0,34 0,62 4,95 0,83 0,15 0,08 9,7 0,72 1,85 10,84 194
19 25 58,67 3,73 3,31 0,27 0,59 9,92 0,91 1,23 1,76 0,93 5,26 0,11 13,3 188
20 22 63,64 2,21 5,11 0,74 2,46 9,34 0,74 1,13 1,03 1,57 0,83 4,08 7,13 204
21 24 57,11 7,63 4,99 0,25 2,74 8,98 0,8 2,19 1,2 0,95 0,65 3,84 8,68 201
22 8 54,92 7,07 4,12 1,41 0,71 5,4 2,25 0,9 0,58 1,09 - 6,43 15,11 188
23 27 55,95 4,25 3,24 1,37 9,11 6,33 5,73 1,37 0,35 2,94 0,05 1,47 8,27 187
24 15 55,86 3,79 13,1 1,72 2,76 10 1,56 0,34 0,28 1,72 0,07 1,76 7 130
25 20 65,61 3,66 3,41 0,93 0,83 9,76 1,8 0,59 0,07 1,05 0,1 4,15 8,05 205
26 23 63,96 3,87 3,34 0,72 0,81 9,55 1,77 0,72 0,1 1,15 0,1 5,25 8,69 210
27 6 59,49 6,77 10,41 0,26 0,77 5,54 0,74 1,64 0,13 0,77 0,36 1,28 11,9 195
Média
ponderada 53,19 5,47 6,89 1,18 3,57 9,09 2,22 1,7 0,87 2,48 1,07 3,59 8,72 2.528
RSU
Média Total 53,19 13,54 14,89 2,57 2,48 1,07 3,59 8,72 169
Fonte: PMSB apud Relatório de Análise Gravimétrica dos Resíduos Sólidos, 2011.

A partir destes dados foi possível estimar um percentual de geração de materiais


não recicláveis (considerando matéria orgânica, borrachas e madeiras, panos e trapos
e outros) da ordem de 68,74%, e de materiais recicláveis (papel, plástico, vidro e
metal) de 31,26%.
Considerando-se a média de 304 t/dia de resíduos coletados pela coleta domiciliar
em Uberaba e a porcentagem de 31% de resíduos recicláveis, conforme análise
gravimétrica, estima-se que Uberaba tenha uma produção de pouco mais de 95 t/d de
resíduos recicláveis coletados na coleta domiciliar, deixando de ser aproveitados na
coleta seletiva.
Para os demais municípios, foram observados os levantamentos da composição
gravimétrica utilizados para elaboração dos Planos municipais de Saneamento Básico
e de Gestão de Resíduos Sólidos, contratados pela AMVALE em 2013, realizados

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8.3.5 Reciclados recuperados pelas usinas de reciclagem ..................... 127
8.3.6 Rejeitos a serem dispostos no aterro ............................................. 127

9 DESCRIÇÃO DE POSSÍVEIS RECEITAS ACESSÓRIAS .......................... 128

9.1 Coleta, transporte e destinação final dos resíduos dos Grandes


Geradores ........................................................................................................... 128
9.1.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 128
9.2 Coleta, beneficiamento, comercialização e destinação final dos
Resíduos de Construção e de Demolição – RCD ............................................ 129
9.2.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 129
9.3 Recebimento dos RSU de outros municípios ................................... 131
9.3.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 131
9.4 Comercialização dos créditos de carbono ........................................ 131
9.4.1 Estimativa do mercado potencial.................................................... 131

10 PLANO DE OPERAÇÃO, CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO.............. 133

10.1 Estrutura administrativa .................................................................. 133


10.1.1 Estrutura técnica, administrativa e de apoio necessária à
implantação do projeto ..................................................................................... 134
10.1.2 Infraestrutura da Rede de Serviços ............................................ 138
10.2 Plano de Manutenção da Frota e Equipamentos .......................... 139
10.2.1 Sistema Operacional e a interseção com a Manutenção Preventiva
140
10.2.2 Aspectos da Manutenção que afetam a Operação ..................... 142
10.2.3 Classificação dos Serviços de Manutenção................................ 143

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 146


ANEXOS:........................................................................................................... 148
4 DEFINIÇÃO DAS ROTAS TECNOLÓGICAS

4.1 Diretrizes

A definição das rotas tecnológicas que nortearão a escolha do modelo de gestão


dos RDO partiu das diretrizes apontadas na NT 01/2020, citada no capítulo anterior,
a seguir resumidas.

i. Estratégia cronológica de implementação das unidades e da estruturação


de serviços componentes da rota tecnológica constituinte da concessão ou
PPP.
ii. Compatibilização dos planos municipais.
iii. Instrumentos para inclusão dos catadores de materiais recicláveis e
reutilizáveis, nos termos da Lei nº 12.305/2010.
iv. Instrumentos para o encerramento e monitoramento de aterros sanitários;
lixões e demais unidades de manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).
v. Estrutura comercial para recuperação de custos a ser considerada
(cobrança conjunta água-esgoto-resíduos).
vi. Recuperação energética de resíduos sólidos, nos termos do Art. 9º, § 1º, da
Lei nº 12.305/2010.
vii. Instrumentos para o atendimento da Política Nacional sobre Mudança do
Clima (PNMC), por meio da mitigação de gases de efeito estufa.
viii. Rotas tecnológicas constituintes da concessão ou PPP.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei nº 12.305/2010 estabelece


uma ordem de prioridades no gerenciamento dos resíduos:

• não geração;
• redução;
• reutilização;
• reciclagem;
• tratamento de resíduos sólidos;
• disposição final ambientalmente adequada de rejeitos;

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Entende-se como rejeito a “parcela a ser encaminhada para disposição final
ambientalmente adequada após esgotadas as suas possibilidades de
reaproveitamento e reciclagem”.
Com base nestes conceitos estudou-se diversas alternativas de beneficiamento de
resíduos.
Para esta etapa abandonou-se as Rotas Tecnológicas que incluem o uso de
tecnologias termo destrutivas, tendo em vista que a legislação estadual as proíbe.
Além das soluções tecnológicas de pirólise e biometanização, incluiu-se na
avaliação uma solução tecnológica passando por processo de gaseificação. Optou-se
por estudar essa alternativa tendo em vista a iminente implantação da Usina de Boa
Esperança, de Furnas.
Para este estudo estabeleceu-se também as seguintes premissas básicas:

• Todas as alternativas apresentadas referem-se exclusivamente aos


Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), não levando em consideração Resíduos
Sólidos Industriais (RSI) ou Resíduos de Serviços de Saúde (RSS);
• Todas as alternativas deverão atender, obrigatoriamente, aos requisitos
impostos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº
12.305/2010), notadamente no que diz respeito ao aproveitamento, mesmo
que parcial, da mão de obra que efetua a catação de lixo nos logradouros e
na introdução da prática da reciclagem da fração seca dos RSU;
• Da mesma forma, as alternativas incluirão tecnologias que permitam a
valorização da fração orgânica dos RSU com geração de energia elétrica,
se demonstrada sua viabilidade;
• Na avaliação econômica das alternativas considerou-se como possível
receita acessória a parcela proveniente do recebimento de resíduos
especiais, desde que em sua proposta o futuro concessionário demonstre
capacidade instalada para receber estes resíduos;
• No exercício para avaliar a viabilidade de implantação de tecnologias de
valorização dos resíduos, as receitas provenientes da venda de biogás
recuperado do aterro foram estudadas, uma vez que duas rotas
tecnológicas avaliadas já preveem captura e beneficiamento do metano
para fins de atendimento à Política Nacional sobre Mudança do Clima-

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PNMC, e que por imposição da legislação o biogás gerado no aterro terá
que ser captado, mesmo que não seja aproveitado economicamente;
• As receitas provenientes da comercialização do composto previsto na rota
tecnológica 2 para reduzir a quantidade de rejeitos a serem enviados ao
aterro não foram consideradas;
• Embora a gestão dos RCD’s não faça parte do escopo do presente trabalho,
todas as rotas tecnológicas consideradas deverão contar com a segregação
inicial destes resíduos, que representam uma parcela considerável dos
RPU’s enviados ao aterro. As receitas provenientes do recebimento e
beneficiamento dos RCD’s podem vir a se constituir como receitas
acessórias futuramente, mas não foram consideradas na modelagem
financeira.

4.2 Situação atual

No presente estudo considera-se que sua implementação ocorrerá em fases


distintas.
Os serviços de tratamento e a destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos
coletados em Uberaba são executados de forma indireta, pela empresa Lara Central
de Tratamento de Resíduos Ltda., por força do Contrato 418/2018, assinado em 31
de outubro de 2018, para a prestação dos serviços de coleta, transporte e de
disposição final ambientalmente adequada de resíduos sólidos.
O prazo de vigência e execução dos serviços, objeto desta contratação, é de 36
(trinta e seis) meses. Nem o Contrato 418/2018, nem o Edital 05/2018 que lhe deu
origem, possuem cláusula de renovação automática, embora se enquadrem nos
termos do inciso II do artigo 57 da Lei n.º 8.666/93.
Por esse motivo, considerou-se a manutenção do contrato até que o processo
licitatório decorrente do presente estudo seja levado a termo.
Para a elaboração do Caderno de Encargos deste processo licitatório serão
mantidas as rotas e a metodologia de coleta convencional adotadas atualmente em
função das especificações do contrato nº 418/2018.
Em relação à destinação final, o aterro municipal iniciou sua operação em
30/11/2005. Sua primeira revalidação de Licença de Operação (LO) se deu em 2009
sendo aprovada pelo COPAM em 16/10/2009, por mais 6 anos. A segunda

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revalidação foi formalizada, conforme disposto no site da SEMAD
(http://www.siam.mg.gov.br/siam/empreendedor/emprto_emprdor_list.jsp?cod_tipo_li
cenca=12&cod_empreendimento=24059&cod_atividades=&num_pa=&ano_pa=&tipo
Processo=1), em 17/09/2015.
Considerando que, de acordo com a Resolução CONAMA 237/1997, Art. 18, § 4º
e a Lei Complementar n° 140/2011 em seu art. 14, § 4º, para obtenção de renovação
automática de licenças ambientais até a manifestação do órgão, as mesmas precisam
ser formalizadas até 120 dias antes do vencimento, ou seja, se a licença atual venceu
em 16/10/2015 e teve seu processo de revalidação formalizado em 17/09/2015.
Atualmente o aterro municipal não possui Licença de Operação, entretanto, por força
de um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC, assinado em 29/09/2020, a situação
operacional do aterro foi regularizada pelo período de 1 ano. O processo de
licenciamento já foi formalizado e encontra-se em análise pela SEMAN. Neste prazo
deverá ser procedida a expedição da licença de operação.
A capacidade volumétrica total estimada é de 3.032.841 m³, conforme descrito na
Tabela 10. Se considerarmos a taxa de material de cobertura da ordem de 17%, o
volume útil total do aterro é de 2.517.258 m³.
Em fevereiro de 2019 foi publicado o edital de Tomada de Preços nº 02/2019, no
valor de R$ 2.946.544,18, cujo objeto é a “contratação de empresa de engenharia
para prestação de serviços para a instalação da quarta parte da primeira plataforma
do aterro sanitário municipal em período seco, visando a adequação e/ou implantação
de sistemas com a regularização da base e impermeabilização, escavação,
regularização do fundo da vala, embasamento, fornecimento e instalação de manta
PEAD.”.
Em abril de 2019 a licitação foi aberta sagrando-se vencedora a empresa Infraarq
Engenharia e Construções Ltda, segundo informação da prefeitura. As obras de
ampliação do aterro se encontram em andamento.
Com a implantação da quarta parte da base do aterro e a elevação do aterro em
mais quatro plataformas, até a cota final prevista em projeto, o aterro ampliará a sua
vida útil, ultrapassando a previsão do Anexo II.3 do Edital nº 05/2018
Os demais municípios transportam e destinam seus resíduos no aterro sanitário
da Soma Ambiental, através de contratos anuais de terceirização renováveis por até
5 anos. Tais contratos deverão ser descontinuados a partir do encerramento do atual.

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4.3 Redução da quantidade de resíduos a ser tratada

A Tabela 10 abaixo apresenta a geração de RDO dos municípios que compõem o


projeto, em 2018.

Tabela 10: Geração total de RDO em 2018


Município Quantidade Resíduos RDO (t/ano)
Água Comprida 474,71
Campo Florido 1.198,26
Conceição das Alagoas 6.400,00
Delta 1.271,98
Planura 1.768,00
Sacramento 3.990,47
Uberaba 97.200,00
Veríssimo 357,59
Fonte: Consórcio Vital, 2019

A fiscalização por parte do poder público da correta apresentação dos resíduos


domiciliares aos serviços de coleta e o impedimento de descarte de RCD e resíduos
diversos em logradouros públicos é o principal fator determinante na redução da
quantidade de resíduos a ser destinada e/ou tratada nas unidades de disposição final
dos resíduos.
Em cidades com elevada eficiência dos serviços de limpeza urbana, como
Uberaba, fica evidente que estes resíduos descartados irregularmente são coletados
como resíduo público, acarretando danos aos equipamentos de coleta que não são
projetados para esta atividade, bem como incorrendo em um acentuado acréscimo de
custo aos serviços de coleta, já que a coleta do resíduo jogado ao solo apresenta
custos 2 a 3 vezes maiores que os da coleta regular.
Portanto, uma fiscalização mais rígida associada à implementação de alternativas
de aproveitamento e destinação adequada dos RCD certamente traria uma sensível
redução no custo das atividades de coleta.
Em relação aos demais municípios que compõem o projeto, conforme já foi dito,
os mesmos utilizam formas específicas de gestão da coleta e transporte de RSU, não
havendo uniformidade quantos às soluções atualmente adotadas.

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Os resíduos domiciliares, geralmente, são coletados juntamente com os resíduos
de limpeza pública, limpeza de lixeiras e outros tipos de resíduos, que, acabam sendo
enviados ao aterro, aumentando o custo de transporte e destinação final.
No município de Uberaba, o Decreto nº 1365, de 1º de dezembro de 2017, que
regulamenta a Seção I do Capítulo III do Título III da Lei municipal nº 10.697/2008,
define em seu artigo 2º como Grandes Geradores de resíduos os proprietários,
possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos, institucionais, de prestação de
serviços, comerciais e industriais, entre outros, geradores de resíduos sólidos de
entulhos, terra e materiais de construção, com massa superior a 50 (cinquenta)
quilogramas diários.
Acima deste limite os geradores ficam sujeitos à Lei 11.348/2011 artigos 7º e 8º e
devem contratar os serviços de empresas especializadas ou enviar os resíduos
diretamente a áreas devidamente licenciadas.
A legislação municipal prevê a exigência de Plano de Gestão de Resíduos da
Construção Civil (PGRCC) para instalação de novos empreendimentos.
Da mesma maneira que em Uberaba, os demais municípios também não possuem
um sistema público de recolhimento de RCD. Existem empresas particulares que
executam esse serviço através da colocação de caçambas, mas o que se pode
verificar é que em virtude da falta de opções e de fiscalização, a população utiliza
pontos de vazadouro clandestino.
Os municípios de Campo Florido, Conceição das Alagoas e Sacramento possuem
locais específicos para descarte destes resíduos.
Embora a gestão dos RCD não faça parte do escopo do presente trabalho, projeta-
se reduzir a parcela dos resíduos atualmente coletada como RSU através de ações
de gestão a serem implementadas pelo Poder Público em conjunto com o futuro
Concessionário.

• Intensificar a fiscalização sobre o descarte irregular, principalmente sobre


os pontos de vazamento clandestino, que hoje constituem problemas de
passivos ambientais;
• Incentivar o estabelecimento de empresas de transporte e beneficiamento
de RCD;

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Além de representar uma parcela significativa dos custos de coleta e transporte de
resíduos, a gestão inadequada do RCD reduz de forma significativa a vida útil do
aterro.
Tendo em vista que a destinação final a ser dada a estes resíduos é mais simples
que o tratamento a ser empregado na destinação do RDO, todas as rotas tecnológicas
deverão considerar que uma parcela do RCD será transportada para aterros de inertes
onde sua fração Classe A (conforme Resolução CONAMA nº 307/2002) poderá ser
processada, gerando agregados reciclados .

4.4 Ampliação gradativa da coleta seletiva

Conforme detalhado no Capítulo 7, estão previstas neste projeto ações de


fortalecimento dos catadores autônomos e cooperativas de reciclagem existentes e
apoio à formação de novas cooperativas.
Em Uberaba, onde já existem cooperativas bem estruturadas, esse apoio se dará
através de coleta seletiva porta a porta, que deverão operar de forma coordenada com
a coleta hoje existente. Está previsto ainda no projeto a melhoria das condições de
infraestrutura da cooperativa COOPERU de forma que tenha sua capacidade de
recebimento de recicláveis ampliada.
Nos demais municípios estão previstas verbas para capacitação dos recicladores
autônomos e cooperativados, realização de campanhas educativas e instalação de
Pontos de Entrega Voluntária. Também está prevista a implantação de coleta seletiva
e recolhimento dos PEVs utilizando a mesma frota de Uberaba.

4.5 Beneficiamento dos resíduos potencialmente recicláveis e da fração


orgânica

Estima-se que com a implantação da coleta seletiva porta-a-porta, dos Pontos de


Entrega Voluntária, da ampliação da infraestrutura da COOPERU em Uberaba, de
uma unidade de reciclagem em Conceição das Alagoas, além da recuperação da
unidade de reciclagem de Sacramento, permita a redução significativa dos resíduos
encaminhados a destinação final. Ao longo do período de concessão, com a
implantação de tecnologias de aproveitamento da fração orgânica, será possível

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atingir à meta de redução estabelecida para quantidade de resíduos sólidos a serem
aterrados.
A Figura 9 abaixo demonstra a quantidade de RDO a ser tratada e disposta no
horizonte de projeto. As quantidades detalhadas de Resíduos por município estão
apresentadas ANEXO II.

Figura 9: Quantidade de RDO a ser tratada


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Para o beneficiamento dos resíduos recicláveis e da fração orgânica, de forma a


restringir o envio de resíduos ao aterro sanitário dentro dos parâmetros anteriormente
definidos, contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE)
e consequentemente aumentando a vida útil do aterro, estabeleceu-se três rotas
tecnológicas.

• Rota 1 - Triagem + pirólise + aterramento de rejeitos + recuperação do


biogás do aterro;
• Rota 2 - Triagem + digestão anaeróbica + compostagem do material
digerido + aterramento de rejeitos + recuperação do biogás do aterro;
• Rota 3 - Triagem + Gaseificação com recuperação de energia +
aterramento de rejeitos.

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A metodologia para coleta e transporte dos resíduos, descrita no Capítulo 7, será
comum a todas as rotas.
Na definição da quantidade de resíduos a ser enviada diretamente ao aterro
sanitário, sem beneficiamento, considerou-se a redução prévia descrita nos itens
anteriores.
Em todas elas foram consideradas os itens abaixo, que apesar de não fazerem
parte do escopo do presente trabalho, são fundamentais para viabilização das rotas.

• Segregação do RCD na origem;


• Aterramento do RCD coletados em aterro de inertes;
• Beneficiamento da Classe A do RCD coletado;

A seguir serão apresentadas, além da descrição detalhada de cada uma das


unidades consideradas, as medidas fundamentais que possibilitarão o sucesso de sua
implementação.

4.5.1 Rota Tecnológica 1

A Rota Tecnológica 1 se constitui da implementação dos procedimentos e


unidades operacionais elencados abaixo.

4.5.1.1 Unidade de triagem

Para essa rota considerou-se a adoção de uma unidade de triagem com


capacidade para processar até 250 toneladas/dia de lixo bruto. Espera-se recuperar
nesta unidade uma média de 12 toneladas por dia. Alguns fabricantes propõem metas
mais ousadas, chegando à quase totalidade dos resíduos seco potencialmente
recicláveis; todavia, neste estudo optou-se por uma modelagem mais conservadora,
deixando para o futuro concessionário adotar unidades com maior eficiência de
separação, caso deseje.

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4.5.1.2 Unidade de Pirólise

A unidade estudada para tratamento do RSU é a de pirólise lenta, com capacidade


para processar, em baixas temperaturas e com a utilização de um reator horizontal os
resíduos não recuperados na usina de reciclagem.
Os parâmetros de dimensionamento da unidade de pirólise levaram em
consideração as informações obtidas na literatura e na expertise dos consultores,
tendo em vista a inexistência de unidade semelhante operando no Brasil em escala
industrial.
A unidade terá capacidade de tratamento de 250 toneladas por dia.
A opção por esta unidade se deu principalmente por imposições de mercado. A
maioria dos fornecedores contactados disponibiliza unidades a partir de 250
toneladas/dia de capacidade. Definir uma unidade com menor capacidade poderia
direcionar a licitação.
Não se optou por uma unidade maior devido ao valor do investimento e à incerteza
quantos aos custos operacionais reais, uma vez que todas as unidades implantadas
no Brasil operam em caráter experimental.
O beneficiamento de 250 toneladas por dia da fração orgânica dos resíduos
corresponde 70% do total dos resíduos domiciliares dos municípios envolvidos e
superior à quantidade esperada de orgânicos (190 t/dia) no ano 1 da concessão,
atendendo com folga as metas de redução contidas na PNRS e expressas na NT
01/2020.
Admitindo 60% de umidade na fração orgânica, a massa a ser processada em
base seca será de 125 t/dia, com uma eficiência de conversão em carvão da ordem
de 35%; a massa de carvão produzida será de 32 t/dia de biochar.
Com a mesma base de raciocínio, a fração gasosa terá o mesmo peso final de 32
t/dia (35% de eficiência) e a fração líquida será de 28 t/dia.
Ao final do processo sobrarão 18 toneladas por dia de rejeitos Classe II - A serem
dispostos no aterro sanitário juntamente com a parcela não beneficiada.de RSU.

4.5.1.3 Balanço de massa

De acordo com as tecnologias a serem implementadas, a rota tecnológica 1


apresentará o balanço de massa fornecido na Figura 10.

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Figura 10: Balanço de massa da rota tecnológica 1.
Fonte: Consórcio Vital

4.5.1.4 Aterro Sanitário

O aterro sanitário, nessa rota tecnológica, receberá um total de 128 t/dia referentes
aos rejeitos do processo de triagem e pirólise e ao RSU excedente (que não passará
por tratamento energético).

4.5.2 Rota Tecnológica 2

A Rota Tecnológica 2 se constitui da implementação dos procedimentos e


unidades operacionais elencados abaixo.

4.5.2.1 Unidade de triagem

Para esta rota considera-se a adoção de uma unidade de triagem convencional


com capacidade para processar até 200 toneladas/dia de lixo bruto. Espera-se
recuperar nesta unidade uma média de 10 toneladas/dia.

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4.5.2.2 Digestão Anaeróbica ou Biodigestão

A unidade estudada para o CONVALE será dimensionada para processar 200


t/dia.
Os parâmetros de dimensionamento desta unidade se basearam em uma unidade
piloto instalada no Ecoparque do Caju/RJ com base nos estudos desenvolvidos pela
Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (COMLURB), juntamente
coma a empresa Methanum Waste and Energy e a Universidade Federal de Minas
Gerais, tendo em vista a inexistência de unidades operando no Brasil em escala
industrial.
Estima-se que esta unidade propicie a decomposição anaeróbica de 125 toneladas
por dia, gerando aproximadamente 20.000 Nm³ de gás metano (CH4) por dia.
A opção por uma unidade de 200 toneladas por dia se deu principalmente pela
possibilidade de se viabilizar posteriormente a produção de energia a partir do biogás
captado. Embora a unidade que serviu de modelo para o presente estudo tenha sido
concebida em módulos construídos em concreto armado e alvenaria, totalizando uma
capacidade diária de 50 toneladas, a maioria dos fornecedores contactados
disponibiliza unidades de 200 toneladas/dia de capacidade. Definir uma unidade com
menor capacidade poderia direcionar a licitação.
Não se optou por uma unidade maior devido ao valor do investimento e à incerteza
quantos aos custos operacionais reais, uma vez que todas as unidades implantadas
no Brasil operam em caráter experimental.
O beneficiamento de 200 toneladas por dia da fração orgânica dos resíduos
corresponde 56% do total dos resíduos domiciliares dos municípios envolvidos e
superior à quantidade esperada de orgânicos (190 t/dia) no ano 1 da concessão,
atendendo com folga as metas de redução contidas na PNRS e expressas na NT
01/2020.

4.5.2.3 Compostagem natural dos resíduos não processados pela


metanização

O resíduo resultante da digestão anaeróbia poderá ser disposto em aterro


sanitário, sendo classificado como resíduo Classe II-A com elevado teor de matéria
orgânica não digerida, ou passar por processo de estabilização final em pátio de leiras

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convencional, para compostagem aeróbia com reviramento semanal das leiras por pá
carregadeira.
O pátio será dimensionado para receber 60 t/dia de material digerido que será
estabilizado ao longo de 45 dias. Depois de estabilizado, o material passará por um
peneiramento dando origem a 40 t/dia de composto orgânico (podendo ser
comercializado) e 20 t/dia de inservíveis (a serem encaminhadas para o aterro
sanitário).

4.5.2.4 Balanço de massa

De acordo com as tecnologias a serem implementadas a rota tecnológica 2


apresentará o balanço de massa fornecido na Figura 11.

Figura 11: Balanço de massa da rota tecnológica 2.


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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4.5.2.5 Aterro sanitário

O aterro sanitário, nessa rota tecnológica, receberá um total de 185 t/dia referentes
aos rejeitos do processo de triagem e compostagem e ao RSU excedente (que não
passará por tratamento energético).

4.5.3 Rota Tecnológica

Esta rota se constitui da implementação dos seguintes procedimentos e unidades


operacionais:

4.5.3.1 Unidade de triagem

Para esta rota considera-se a adoção de uma unidade de triagem convencional


com capacidade para processar até 200 toneladas/dia de lixo bruto. Espera-se
recuperar nesta unidade uma média de 10 toneladas/dia.

4.5.3.2 Unidade de Gaseificação

O processo de gaseificação caracteriza-se por combustão em ambiente pobre de


oxigênio. Este processo dispensa a utilização de subunidades especiais para o
tratamento dos gases produzidos na combustão, sendo mais recomendada para
destinação e tratamento de RSU com produção abaixo de 550 t/dia, requerendo,
entretanto que o RSU sofra um pré-tratamento para melhor adequar sua utilização
durante a combustão.
A gaseificação é um processo de tratamento que envolve reações complexas, que
compreende basicamente 3 (três) etapas principais: a etapa de secagem, a etapa de
pirólise e a etapa de gaseificação em que ocorre a oxidação parcial dos resíduos e a
formação de gases voláteis produzido na etapa de pirólise.
O combustível gerado pelo processo de gaseificação é denominado Syngas (Gás
de Síntese). O calor gerado na combustão do Syngas é aproveitado através de uma
caldeira de recuperação de calor. Esta caldeira, embora de menor complexidade, deve
possuir diferenciação construtiva para operar com gases com alta concentração de

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cloro. O vapor gerado é utilizado em um ciclo de rankine clássico com turbinas e
geradores produzindo energia elétrica.
Produz gases de combustão livres de dioxinas e furanos, dando tratamento
adequado ao RSU, em unidade específica, dispensando investimentos em sistemas
complexos de tratamento de gases.
Os parâmetros de dimensionamento da unidade levaram em consideração as
informações obtidas na literatura e na expertise dos consultores, tendo em vista a
inexistência de unidade semelhante operando no Brasil em escala industrial.
Estima-se que uma unidade com capacidade de tratamento de 200 toneladas por
dia, irá gerar aproximadamente 3,5 MW de energia e 30 toneladas por dia de rejeitos.
Esses rejeitos deverão passar por pós-tratamento utilizado na tecnologia a ser
adotada para permitir enquadramento tipo classe II-A e encaminhados a aterros
licenciados para receber este tipo de resíduos.
A seguir é apresentado desenho esquemático de uma unidade de gaseificação,
com as principais etapas do processo

Figura 12: URE de Gaseificação projetada pela empresa WEG.


Fonte: WEG, 2020.

4.5.3.3 Balanço de Massa

De acordo com as tecnologias a serem implementadas, a rota tecnológica 3


apresentará o balanço de massa fornecido na Figura 13.

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Figura 13: Balanço de massa da rota tecnológica 3.
Fonte: Consórcio Vital, 2019

4.5.3.4 Aterro Sanitário

O aterro sanitário, nessa rota tecnológica, receberá um total de 190 t/dia referentes
aos rejeitos do processo e ao RSU excedente (que não passará por tratamento
energético).

4.6 Captação e Beneficiamento do Biogás de Aterro Sanitário

Para as três rotas tecnológicas foi considerado a captura e o aproveitamento do


biogás do aterro.
Em princípio, este projeto considera a captura do biogás do aterro juntamente ao
biogás gerado no processo de Biometanização. Entretanto, de acordo com a
tecnologia adotada e observando-se a necessidade de redução de emissões do
projeto, o concessionário poderá optar pela queima controlada e centralizada do
biogás em flares.

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4.7 Utilização de Estações de Transferência

Estações de Transferência de Resíduos - ETR são unidades que permitem aos


veículos compactadores descarregar os resíduos coletados em carretas de maior
porte e retornar rapidamente para o roteiro de coleta. Desta forma há um aumento na
eficiência do conjunto coleta + transporte, pois os veículos compactadores podem
dedicar mais tempo ao serviço de coleta e as carretas de grande porte se dedicam
exclusivamente ao transporte dos resíduos ao destino final.
Geralmente, a implementação de uma ETR se dá em grandes cidades onde, por
causa da intensa urbanização, os aterros sanitários se localizam muito longe do centro
de massa de geração de resíduos, ou seja, normalmente as ETR’s operam com
quantidades de RSU superiores 500 t/dia.
No caso do CONVALE a situação é um pouco diversa da usual, já que as
distâncias do centro de massa de geração ao aterro sanitário não são provocadas
pela urbanização das cidades, mas sim por se tratar de cidades distantes entre si, que
irão destinar os resíduos coletados em outro município.
Analisando-se o mapa da Figura 14, chega-se à conclusão que para reduzir a
distância de transporte a números inferiores a 60 km, ter-se-ia que implantar uma ETR
no município de Conceição das Alagoas. Ainda assim, haveria a necessidade de se
abrir uma exceção para Sacramento que ficaria a mais de 70 km de distância.
A seguir apresenta-se mapa com os municípios que aderiram ao projeto de RSU
do CONVALE destacados em amarelo.

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Figura 14: Mapa com os Municípios do CONVALE que aderiram ao projeto de RSU (destacados em amarelo)
Fonte: Consórcio Vital, 2019

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A Tabela 11 apresenta movimentação estudada no transporte dos resíduos.

Tabela 11: Movimentação de RSU entre os municípios integrantes do projeto: Distância dos
municípios até o destino, CONVALE (2018).
Cidade Quant. de resíduos (t/dia) Distância ao aterro (km)
Campo Florido 3,74 89,7
Veríssimo 1,12 63,5
Planura 5,53 131,6
Conceição das Alagoas 20,00 80,4
Água Comprida 1,48 62,8
Sacramento 12,47 75,8
Delta 3,97 25,4
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Considerando-se que esta ETR iria receber os resíduos de Campo Florido,


Veríssimo, Planura, Conceição das Alagoas e Água Comprida, sua operação ficaria
restrita a 33,36 t/dia que corresponde a pouco mais de 80 m³ (considerado o peso
específico na carreta de 400 kg/m³). Desta forma, a ETR necessitaria de apenas 1
carreta de 30 m³ que faria 3 viagens por dia ao aterro municipal. Entretanto, a pá
mecânica usada no carregamento da carreta ficaria ociosa a maior parte do tempo,
assim como as instalações de pesagem dos veículos.
Vê-se, portanto, que o pequeno ganho em eficiência da coleta (Planura e
Veríssimo ainda ficariam a 50 Km de distância da ETR) não justifica o aumento de
custo operacional para manter uma ETR ociosa.
Pelas razões expostas, este relatório não recomenda a adoção de estações de
transferência de resíduos no sistema de coleta e transporte dos resíduos sólidos
urbanos dos municípios que compõem o CONVALE.

4.8 Implantação de uma unidade de reciclagem e compostagem

Também com o intuito de reduzir a quantidade de resíduos a ser transportada para


Uberaba, a unidade de reciclagem localizada em Conceição das Alagoas, que
encontra-se em operação através de cooperativa de catadores será reformada e
ampliada. Além da reciclagem dos resíduos, o estudo prevê a implantação da
compostagem para os resíduos orgânicos.

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A unidade de reciclagem será dotada de esteira de catação, triturador, peneiras
rotativas e prensa enfardadeira. A compostagem dos resíduos orgânicos se dará de
forma natural, em leiras reviradas periodicamente por uma pá carregadeira ou um
revolvedor mecânico de leiras. Os processos naturais de compostagem apresentam,
geralmente, baixa eficiência, resultando em rejeitos na ordem de 60% do material
compostado. Esses rejeitos se transportados e destinados em Uberaba, mesmo com
uma alta eficiência da usina de reciclagem, pelo menos a metade dos resíduos da
unidade continuaria sendo disposta em aterro sanitário.
Comparando-se as necessidades de investimentos e custos de operação desta
alternativa com aqueles decorrentes do transporte e destinação final de todos os
resíduos em Uberaba, concluiu-se que:

• Aumentar-se-ia a vida útil do aterro municipal em apenas um ano, caso o


concessionário opte em utilizá-lo;
• A redução dos custos de transporte praticamente igualaria a necessidade
de investimentos para a implantação da unidade.

Dessa forma, optou-se pela destinação de todos os resíduos em Uberaba. Neste


estudo não se considerou a comercialização do composto orgânico resultante. Caso
o mercado do composto venha a se mostrar promissor, o futuro concessionário poderá
reavaliar a adoção desta alternativa.

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5 MODELO DE PONDERAÇÃO

5.1 Ponderação sobre as principais rotas tecnológicas para o aproveitamento


energético de resíduos sólidos urbanos

O objetivo deste capítulo é apresentar a metodologia de ponderação desenvolvida


para avaliação das alternativas de rotas tecnológicas de destinação final de RSU, que
incluem o aproveitamento energético da fração orgânica dos resíduos sólidos
urbanos.
As alternativas estão em consonância com a Lei Federal nº 12.305/2010 PNRS,
estabelece diretrizes para a elaboração de planos de Gestão de Resíduos e
contemplam metas de redução, reutilização e reciclagem, entre outras, com vistas a
reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para uma disposição final
ambientalmente adequada.
Dentro da ótica da PNRS, o aproveitamento energético de resíduos deve ser
considerado como uma opção desejável sempre que houver viabilidade econômica.

5.1.1 Coleta e separação dos vários tipos de resíduos

Foram construídos cenários com o objetivo de atender com a maior eficiência a


coleta de resíduos nos municípios do CONVALE e buscando o menor custo associado
ao transporte. Considerou-se para os cenários que todas as rotas estudadas teriam a
mesma estrutura e os mesmos objetivos de coleta seletiva. Optou-se pelo cenário com
uma unidade de tratamento e reciclagem em Conceição das Alagoas, a ser
construída, e outra em Sacramento, a ser reformada, apresentando como vantagens
a diminuição de parcela de resíduos que seria destinada ao Aterro Sanitário, gerando
uma economia no custo do transporte, além de manter o material ao alcance dos
catadores locais, mesmo considerando que o valor das receitas não é suficiente para
justificar os investimentos necessários para a instalação das unidades. Como o
presente estudo não considera as receitas acessórias, caso o concessionário consiga
mercado para os produtos de novas unidades de reciclagem e comprove sua
viabilidade, nada impede que implante novas estruturas.
A coleta seletiva foi definida na PNRS como a coleta de resíduos sólidos
previamente separados de acordo com a sua constituição e composição, devendo ser

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implementada por municípios como forma de encaminhar as ações destinadas ao
atendimento do princípio da hierarquia na gestão de resíduos. Está considerado que
as rotas tecnológicas avaliadas devem prever a implantação da coleta seletiva no
tempo das metas estabelecidas no Plano Municipal Integrado de Gestão de Resíduos
Sólidos

5.1.2 Destinação do RSU

O RSU de Uberaba e o RDO dos demais municípios serão destinados ao Aterro


Municipal de Uberaba, caso seja a opção do concessionário, durante sua vida útil,
estimada em 15 (quinze) anos a contar do início do contrato de concessão, prevista
para 2021. A partir daí, o futuro concessionário deverá implantar um novo aterro em
área a ser estudada. Para efeito de cálculo da vida útil do Aterro Municipal de Uberaba,
foi considerada a destinação dos resíduos da limpeza urbana (RPU) e dos resíduos
domiciliares (RDO) do município de Uberaba e o RDO dos demais municípios que
fazem parte do projeto. Com isso, espera-se que 360 t/dia (estimado para o ano de
2021) de resíduos sejam destinados ao Aterro Sanitário, dos quais estima-se que 200
t/dia sejam desviados e tratados a partir da instalação da unidade tecnológica.
A estratégia de implantação e as metas do novo modelo de coleta estão descritas
a seguir.

5.2 Oportunidades para aproveitamento energético de RSU

Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos


“Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética
dos resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua
viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de programa de
monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo Órgão
Ambiental”.
A viabilidade econômica depende, além do balanço entre receitas e despesas, de
um adequado modelo de negócios entre a concessionária e o CONVALE que garanta
a continuidade de suprimento dos resíduos.

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5.2.1 Características do RSU para escolha da tecnologia

Todas as alternativas compreendem a triagem dos materiais recicláveis com apoio


de catadores seguido de triagem semi-mecanizada. É possível viabilizar tecnologias
de digestão anaeróbia, assim como de pirólise e gaseificação, com o mínimo de 150
t/dia de RSU bruto, sendo mais conveniente o mínimo de 200 t/dia.
Com base nos parâmetros encontrados na literatura e em informações de
fornecedores de tecnologias avaliadas, as alternativas foram estudadas de acordo
com um balanço de massa para cada rota.

5.2.2 Descrição das tecnologias de destinação estudadas

As três rotas tecnológicas analisadas são:

• Rota 1 - Triagem + pirólise (250 t/dia) + aterramento de resíduos (128 t/dia)


+ recuperação do biogás do aterro;
• Rota 2 – Triagem + Biometanização (200 t/dia) + compostagem do material
digerido (125 t/dia) + aterramento de resíduos (185 t/dia) + recuperação do
biogás do aterro;
• Rota 3 – Triagem + Gaseificação (200 t/dia) + aterramento de resíduos (190
t/dia) + recuperação do biogás do aterro.

As vantagens e desvantagens das três rotas propostas estão apresentadas nas


Tabela 12, Tabela 13 e Tabela 14 nas páginas a seguir.
Como em todas as rotas haverá necessidade de um aterro sanitário para
disposição dos rejeitos, considerou-se a captação e beneficiamento do biogás
produzido no aterro.

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Tabela 12: Rota Tecnológica 1: Triagem + Pirólise
Vantagens Desvantagens
Beneficiamento dos resíduos potencialmente Heterogeneidade dos RSU dificulta o controle
recicláveis de variáveis operacionais
Possibilidade de modularidade das plantas Tecnologia não consolidada em escala
industriais, conforme demandas locais comercial
Menor emissão de poluentes atmosféricos Processo lento com utilização de combustível
auxiliar
Redução do volume a ser disposto em aterro Elevado custo operacional e de manutenção
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Tabela 13: Rota Tecnológica 2: Triagem + Biometanização + Compostagem


Vantagens Desvantagens
Tecnologia adequada ao resíduo brasileiro que Menor redução da fração orgânica
possui elevada fração de orgânicos
Menor emissão de poluentes atmosféricos Necessidade da compostagem para a completa
estabilização da matéria orgânica digerida.
Promove a reciclagem de matéria orgânica e -
nutrientes
Tecnologia implantada no Brasil com -
equipamentos periféricos disponíveis no
mercado brasileiro e internacional
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Tabela 14: Rota Tecnológica 3: Gaseificação


Vantagens Desvantagens

Maior eficiência no processo de produção Plantas em escala comercial ainda em fase de


de energia, embora necessite utilizar parte construção. Dados sobre a tecnologia são baseados
da energia produzida no próprio sistema em unidades piloto

Tecnologia necessita de uma linha de pré-


processamento que visa remover a parcela de inertes
Produz menor quantidade de rejeitos
e diminuir a umidade do resíduo, que deve ser inferior
a 30%.
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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5.3 Ponderação das rotas tecnológicas para tomada de decisão

Com o intuito de facilitar o processo de tomada de decisão foi criado um conjunto


de critérios para o exercício de comparação entre as propostas de rotas tecnológicas.
Desta forma, observou-se a necessidade de se estabelecer a junção de diversas
variáveis capazes de abarcar as múltiplas faces que compõem uma determinada
tecnologia.
Sendo assim, foram criados três conjuntos de variáveis:

• Tecnológicas;
• Socioambientais; e
• Econômicas.

O resultado do processo é demostrado através de cenários (A, B, C e D) criados


para agregar o resultado das aferições dos três conjuntos de variáveis.

5.3.1 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos tecnológicos

• Histórico das tecnologias: variável que trata do grau de conhecimento


pela comunidade técnica sobre as caraterísticas de cada tecnologia. Foi
dividida em quatro situações: Tecnologia testada apenas no exterior que
retrata uma tecnologia nova no Brasil e com poucos dados analíticos,
Tecnologia testada no Brasil que reflete propostas com histórico e usos
difundidos no Brasil, possibilitando análises mais sólidas em razão da
existência de dados produzidos no país, Tecnologia consagrada que aponta
uma tecnologia já testada e com casos de sucesso e Tecnologia
experimental, onde só foi testada em projetos pilotos sem resultados
conclusivos.
• Aspectos operacionais: variável que busca qualificar as dificuldades de
operação da proposta em suas múltiplas complexidades. Optou-se por ser
retratada em uma escala de quatro situações, sendo estas: Muito
Complexo, Complexo, Média Complexidade e Baixa Complexidade.
• Confiabilidade das informações: variável que identifica o grau de precisão
e confiabilidade dos dados fornecidos por terceiros sobre os parâmetros

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técnicos de uma determinada tecnologia. As gradações foram: Muito alta,
Alta, Média e Baixa.
• Redução de rejeito para o aterro: variável muito importante. Indica a
redução da quantidade de rejeito a ser encaminhada para o aterro e posta
da seguinte forma: Não reduz; Reduz menos de 20%; Reduz entre 20% e
50%; e Reduz em mais de 50%.

5.3.2 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos socioambientais

• Redução de Metano: variável muito importante. A capacidade de redução


de metano por parte de uma determinada rota tecnológica foi posta da
seguinte forma: Não reduz; Reduz menos de 20%; Reduz entre 20% e 50%;
e Reduz em mais de 50%.
• Geração de Poluentes: variável que busca traduzir os impactos ambientais
resultantes da operação de uma determinada da tecnologia, principalmente
no que se refere a geração de CO2 que venham a necessitar de tratamento
adicional. As gradações são: Muito alta, Alta, Média e Baixa.
• Inserção dos catadores no processo: Sendo uma das diretrizes da
Política Nacional de Resíduos Sólidos, a capacidade de inserção dos
catadores existentes no processo é medida pelo percentual de
aproveitamento dos catadores no processo: Não inclui catador (0%); Inclui
até 30% catadores; Inclui entre 30% e 70% dos catadores; Inclui de 70% a
100% dos catadores.

5.3.3 Variáveis que resultam na aferição dos aspectos econômicos

• Custos de instalação: variável que tem por objetivo identificar o peso


financeiro da instalação de determinada tecnologia. Esta análise, por se
tratar de uma identificação qualitativa, não almeja ter a precisão resultante
de um estudo de orçamentação detalhado e sim por meio de valores gerais
de referência permitir a comparação com outras tecnologias. As gradações
são: Custo de instalação menor que 150 milhões de reais; Custo de
instalação entre 150 milhões de reais e 300 milhões de reais; Custo de

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instalação entre 300 milhões de reais e 600 milhões de reais; Custo de
instalação maior que 600 milhões de reais.
• Custos de operação: como no item anterior, tem por objetivo identificar o
peso financeiro de uma determinada tecnologia, porém, neste caso
referente a operação. A relação de comparação é feita do custo de operação
por tonelada: Custo de Operação menor que R$ 50/t; Custo de Operação
entre R$ 50/t e R$ 100/t; Custo de Operação entre R$ 100/t e R$ 200/t;
Custo de Operação maior que R$ 200/t.
• Possíveis receitas de energia: variável que indica se a tecnologia avaliada
possui formas de geração de receitas em função de seus processos. As
categorias são: Sim, superiores aos custos de operação; Sim, iguais aos
custos de operação; Sim, porém, menores que os custos de operação e;
Não possui receitas extras.
• Valor final ao contribuinte: variável muito importante. Considera o valor a
ser pago pelo contribuinte com a implementação da tecnologia em relação
ao valor atribuível ao contribuinte através dos impostos que pagam a
operação atual. Foram estipuladas as seguintes situações: Sem acréscimo
de valor, Acréscimo de até 50% no valor, Acréscimo de 50% a 100% no
valor, Acréscimo superior a 100% no valor.

5.3.4 Modelo de Ponderação

No que se refere à ponderação atribuiu-se maior importância às variáveis que se


relacionam diretamente com os objetivos da implantação do projeto. Assim sendo, a
redução de rejeito para o aterro, a capacidade de redução de metano emitido e o valor
final ao contribuinte foram considerados os critérios prioritários, assim recebendo
pesos maiores. As variáveis e os respectivos pesos a elas atribuídos estão descritos
na Tabela 15.

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Tabela 15: Variáveis e seus respectivos pesos
Variáveis Pesos
Histórico das tecnologias 1
Aspectos operacionais 1
Confiabilidade das informações 1
Redução de rejeito para o aterro 3
Redução de metano 3
Inserção dos catadores no processo 2
Geração de Poluentes 1
Custos de instalação 1
Custos de operação 1
Possíveis receitas de energia 1
Valor final ao contribuinte 3
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Em cada variável foram atribuídas as notas (4), (2), (-2) e (-4), sendo a nota (4)
atribuída ao aspecto que contribui mais positivamente para a variável estudada e (-4)
ao que contribui mais negativamente para a variável.
Dentro de cada conjunto de variáveis, foi calculado o somatório das notas de cada
variável multiplicadas pelos respectivos pesos a elas atribuídos, o que resulta em uma
pontuação final do conjunto de variáveis classificada em um dos cenários descritos na
Tabela 16.

Tabela 16: Cenários e Faixas de pontuação


Cenário Descrição Pontuação
A Tecnologias com propostas que apresentam melhores soluções 16 a 22
ambientais, orçamentárias ou nas ações de operação em relação às
outras alternativas. Representam categorias positivas e que traduzem as
melhores opções.
B Não apresenta questões discrepantes dos objetivos do Projeto 8 a 15
C Opção onerosa ou trabalhosa para a implantação e operação, porém, sem 0a7
situações que a inviabilizem
D Tecnologia que apresenta grandes desafios para a sua implementação e <0
operação como fatores de degradação ambiental ou de altos custos
financeiros
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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5.4 Justificativa das notas atribuídas a cada variável

5.4.1 Variáveis dos aspectos tecnológicos

5.4.1.1 Pirólise

No Brasil essa tecnologia ainda é uma novidade mesmo em protótipos. Logo, para
a variável “Histórico das tecnologias” a pirólise foi avaliada como “testada apenas
no exterior”;
Os “Aspectos operacionais” ligados a tecnologia dependem da composição
gravimétrica dos resíduos a serem tratados. A heterogeneidade do RSU do
CONVALE, conforme constatado no presente estudo, dificulta o controle das variáveis
operacionais, sendo assim classificado como “média complexidade”;
Por se tratar de uma metodologia de tratamento de resíduos em processo de testes
e estudos para implementação em escala comercial no Brasil, os dados coletados
durante os estudos foram fornecidos por empresas que detêm a tecnologia, por esta
razão a variável “Confiabilidade das informações” foi avaliada como “Baixa”;
A “Redução de rejeito para aterro”, quando 250 t de resíduos são tratadas via
pirólise, varia de “maior que 50%”.

5.4.1.2 Biometanização

Tecnologia testada em escala comercial no Brasil, em unidade de pequeno porte


(50 t/dia). Logo, para a variável “Histórico das tecnologias” a biometanização foi
avaliada como “tecnologia testada no Brasil”;
Nesta tecnologia, para a completa estabilização da matéria orgânica os resíduos
precisam passar por diferentes etapas de tratamento (triagem mecanizada, digestão
anaeróbica e compostagem). Por outro lado, o processo é natural: ocorre mesmo sem
o enclausuramento da fração orgânica. Por isso os “Aspectos operacionais” foram
classificado como “baixa complexidade”;
Por se tratar de uma metodologia de tratamento testada em escala comercial no
Brasil, a “Confiabilidade das informações” obtidas durante este estudo foram
classificadas como “Alta”;

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A “Redução de rejeito para aterro”, quando 200 t de resíduos são tratadas via
biometanização, varia de “maior que 50%”.

5.4.1.3 Gaseificação

Tecnologia testada em unidade piloto no Brasil. Logo, para a variável “Histórico


das tecnologias” a gaseificação foi avaliada como “tecnologia testada no Brasil”;
Nesta tecnologia, para a completa estabilização da matéria orgânica os resíduos
precisam passar por diferentes etapas de tratamento (linha de pré-processamento,
triagem mecanizada, processo de trituração e tratamento térmico). Por envolver etapa
de preparo prévia a fase de tratamento térmico e também um maior controle durante
o processo de enclausuramento dos resíduos os “Aspectos operacionais” foram
classificados como de “média complexidade”;
Por se tratar de uma metodologia de tratamento de resíduos em processo de testes
e estudos para implementação em escala comercial no Brasil, os dados coletados
durante os estudos foram fornecidos por empresas que detêm a tecnologia, por esta
razão a variável “Confiabilidade das informações” foi avaliada como “Baixa”;
A “Redução de rejeito para aterro”, quando 200 t de resíduos são tratadas via
gaseificação, é “maior que 50%”.

5.4.2 Variáveis dos aspectos socioambientais

5.4.2.1 Pirólise

A pirólise proporciona uma “Redução do Metano” “maior que 50%” quando


comparado a emissão gerada pelo resíduo quando disposto no aterro sem nenhum
tipo de tratamento prévio;
O tratamento do resíduo por meio da Pirólise proporciona uma “Geração de
Poluentes” “baixa”, quando comparado a emissão gerada pelo resíduo quando
disposto no aterro sem nenhum tipo de tratamento prévio;
Como essa tecnologia exige que os resíduos passem previamente por um
processo de separação a “Inserção dos catadores no processo” é fundamental e
varia “entre 30% e 70%”.

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5.4.2.2 Biometanização

A biometanização proporciona uma “Redução do Metano” “maior que 50%”


quando comparado a emissão gerada pelo resíduo quando disposto no aterro sem
nenhum tipo de tratamento prévio;
O tratamento do resíduo por meio da biometanização proporciona uma “Geração
de poluentes” “baixa” quando comparado a emissão gerada pelo resíduo quando
disposto no aterro sem nenhum tipo de tratamento prévio;
Como essa tecnologia exige que os resíduos passem previamente por um
processo de separação a “Inserção dos catadores no processo” é fundamental e
varia “entre 30% e 70%”.

5.4.2.3 Gaseificação

A gaseificação proporciona uma “Redução do Metano” “maior que 50%” quando


comparado a emissão gerada pelo resíduo quando disposto no aterro sem nenhum
tipo de tratamento prévio;
O tratamento do resíduo por meio da gaseificação proporciona uma “Geração de
Poluentes” “baixa”, quando comparado a emissão gerada pelo resíduo quando
disposto no aterro sem nenhum tipo de tratamento prévio;
Como essa tecnologia permite que os resíduos passem previamente por um
processo de separação sem grandes prejuízos ao processo de tratamento da fração
orgânica, a “Inserção dos catadores no processo” varia “entre 30% e 70%”.

5.4.3 Variáveis dos aspectos econômicos

5.4.3.1 Pirólise

O “Custo da Instalação” dessa tecnologia varia “entre R$ 150 milhões e R$ 300


milhões”;
O “Custo da Operação” varia “entre R$100/t e R$200/t”;
A tecnologia permite o recebimento de “Possíveis receitas de energia” que, de
acordo com o presente trabalho foi avaliada como “superiores aos custos
operacionais”;

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O “Valor final ao contribuinte” sofrerá um “acréscimo entre 20% e 50% no valor”
conforme demonstrado nos estudos econômico-financeiros.

5.4.3.2 Biometanização

O “Custo da Instalação” dessa tecnologia é “menor R$ 150 milhões”;


O “Custo da Operação” varia “entre R$50/t e R$100/t”;
A tecnologia permite o recebimento de “Possíveis receitas de energia” que, de
acordo com o presente trabalho foi avaliada como “superiores aos custos
operacionais”
O “Valor final ao contribuinte” sofrerá um “acréscimo de até 20%”do valor
previsto nos estudos econômico-financeiros.

5.4.3.3 Gaseificação

O “Custo da Instalação” dessa tecnologia varia é “menor que R$ 150 milhões”;


O “Custo da Operação” varia “entre R$50/t e R$100/t”;
A tecnologia permite o recebimento de “Possíveis receitas de energia” que, de
acordo com o presente trabalho foi avaliada como “superiores aos custos
operacionais”;
O “Valor final ao contribuinte” sofrerá um “acréscimo de até 20%” conforme
demonstrado nos estudos econômico-financeiros.

5.5 Resultado da ponderação e escolha da tecnologia

A partir da aplicação do modelo de ponderação obteve-se as classificações e as


respectivas notas por grupos de variáveis apresentadas Tabela 17 e na Figura 15.

Tabela 17: Metodologia de ponderação: Resultados


Classificação
Ponderação dos Ponderação dos Ponderação
Rota Tecnológica Ponderação
aspectos aspectos dos aspectos
Final
tecnológicos socioambientais econômicos
Pirólise B A D B
Biometanização A A A A
Gaseificação B A A A
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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ROTAS TECNOLÓGICAS POR GRUPOS DE
VARIÁVEIS
Pirólise Biometanização Gaseificação

25 22 22 22
20
20
16 16
14
15
10
10

5
0
0
Variavel dos aspectos tecnologicos Variavel dos aspectos Variavel dos aspectos econômicos
sociambientais

Figura 15: Modelo de Ponderação: Notas das rotas tecnológicas por grupo de variáveis.
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Os resultados apontam para a escolha da rota tecnológica com a biometanização


(rota tecnológica 2). Os estudos efetuados a partir deste ponto foram desenvolvidos
apenas para o projeto com biometanização.

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Figura 29: Ponto para recolhimento dos resíduos na área rural de Campo Florido 107
Figura 30: Mapa Rodoviário da Região do CONVALE ............................................ 109
Figura 31: Organograma Administrativo .................................................................. 133
6.1.2 Necessidade de intervenções a curto e médio prazo

6.1.2.1 Instalações Físicas

Caso o concessionário opte pela utilização do Aterro Municipal de Uberaba, este


possui instalações físicas necessárias à sua administração local, cabendo ao futuro
concessionário efetuar, ao assumir os serviços, as adequações que julgar
necessárias, sobretudo quanto às instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias e de
informática.
De forma geral, as instalações físicas se encontram em razoável estado de
conservação. Entretanto, foram considerados os custos de adequação das
instalações físicas, face ao período de utilização das instalações ser o da vida útil do
aterro municipal.
Entre as medidas de melhoria e ampliação da área de recepção de resíduos está
a implantação de uma segunda plataforma da balança rodoviária (capacidade de 80
toneladas), com o objetivo de oferecer maior dinâmica no acesso ao aterro sanitário,
evitando-se a formação de filas, com a utilização de plataformas distintas para a
entrada e saída de veículos.
O controle da pesagem será efetuado através de balança eletrônica a ser instalada
em um fosso de 8,00 m de comprimento, 3,00 m de largura e 2,00 m de profundidade,
sendo registrado o peso dos resíduos sólidos transportados por veículos e caminhões.
A balança será vinculada a software de sistema de banco de dados, de forma a
permitir a emissão de relatórios diários e/ou periódicos e o acompanhamento remoto
em tempo real pelo contratante.
O sistema de identificação dos veículos que ingressarão no aterro deverá ser
automatizado através tags fixados nos veículos e reconhecidos por leitora fixada na
cabine de pesagem, com a menor interferência humana possível.
Todos os sistemas de controle de acesso e de pesagem deverão ser auditáveis e
conter ferramentas que impeçam o manuseio indevido das informações armazenadas.
O concessionário deverá implantar um Pátio de Estacionamento e Manobra em
área descoberta, em pavimentação asfáltica, com no mínimo 600,00 m² contendo 07
(sete) vagas para veículos e espaço livre de manobra.

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6.1.2.2 Adequação da estrutura operacional

Em linhas gerais, as condições operacionais do aterro de Uberaba podem ser


consideradas satisfatórias.
As vias de acesso interno estão corretamente dimensionadas para as atividades a
que se destinam.
O sistema de drenagem superficial se mostra adequado, permitindo boas
condições de operação mesmo sob chuva.
Os taludes externos não apresentam uniformidade quanto à sua geometria; a
concessionária deverá submeter ao poder concedente um projeto de readequação e
proteção destes taludes.
O aspecto mais sensível e passível de adequação é o sistema de tratamento de
efluentes líquidos e gasosos.
Embora exista um sistema físico-biológico de tratamento para o chorume efluente,
esse sistema apresenta algumas fragilidades. Das duas linhas de lagoas existentes
apenas uma é impermeabilizada. Recentemente fez-se a conexão entre as duas
entretanto, a que não possui impermeabilização pode propiciar contaminação do
lençol freático. A linha que não está impermeabilizada é aquela que recebe o efluente
do maciço. É realizado monitoramento trimestral do efluente bruto e tratado. Todo o
sistema se baseia no acúmulo do chorume tratado em uma bacia de contenção, em
tempo chuvoso, com perdas por evapotranspiração, e a recirculação do excedente à
massa de resíduos em tempo seco. Embora até o presente momento não se tenha
registrado extravasamento de chorume para o exterior da lagoa de contenção, há que
se prever um sistema alternativo caso a quantidade de chuva (e/ou de produção de
chorume) venha a ultrapassar a capacidade da mesma.
O contrato 418/2018, mantido entre a Prefeitura de Uberaba e a empresa Lara,
apenas menciona em seu item 7 que “a empresa contratada deverá apresentar
estimativa de aproveitamento de biogás e sua viabilidade econômica”, não estipulando
prazos para o cumprimento da cláusula nem sanções para o seu descumprimento. No
levantamento efetuado por esta consultoria, não foi identificada nenhuma iniciativa
neste sentido. Também não se identificou a existência de sistemas eficientes para
captação e tratamento (pelo menos queima centralizada e controlada) do biogás
produzido. Apesar disso, em 2011 foi realizado um estudo elaborado pela Global
Methane Initiative com o apoio da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

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da América (EPA) e do Programa de Aproveitamento do Gás Metano de Aterros
Sanitários. O Relatório de Avaliação Preliminar do referido estudo pode ser acessado
em:
https://www.globalmethane.org/Data/new_Final_Assessment_Report_Uberaba_POR
_4-25-2011.pdf
Dessa forma, a futura concessionária deverá proceder uma avaliação minuciosa
dos sistemas de captação e de tratamento dos efluentes líquidos e gasosos e um
Projeto Executivo para as adequações que se fizerem necessárias.
As intervenções elencadas neste item foram estimadas na modelagem financeira.
O custo efetivo destas intervenções deverá estar incluso nos estudos quando da
primeira revisão tarifária, obedecendo ao calendário contido no Edital de Concessão.
Cabe ressaltar que o presente estudo avaliou o aproveitamento do Aterro
Municipal de Uberaba, como uma premissa de projeto, já que Uberaba concentra
84,9% do RDO total do projeto. A concessionária, entretanto, pode oferecer ao Poder
Concedente, outra alternativa de destinação final dos resíduos coletados, que deverá
ser avaliada e aprovada para operação.

6.2 Adequação do sistema de destinação para os demais municípios

O concessionário deverá apoiar os municípios no esforço de remediação dos


antigos lixões através da elaboração dos projetos executivos necessários.
Apresentamos a seguir um resumo das condições anteriores de destinação de
cada um dos demais municípios, extraído dos estudos efetuados na primeira etapa do
projeto.

• Água Comprida

Anteriormente havia na cidade um lixão parcialmente recuperado, onde há uma


cerca, mourões e placas sinalizando a desativação e proibição de jogar lixo, mas foi
verificado que ainda ocorre vazamento clandestino de resíduos por particulares.

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• Campo Florido

Até 2018 a cidade utilizava um lixão, situado a aproximadamente 4,5 quilômetros


do centro urbano. O local anteriormente utilizado como lixão é utilizado atualmente
como aterro para RCD.

• Conceição das Alagoas

Até o início de 2019, os resíduos da coleta domiciliar eram destinados ao lixão,


que é localizado a uma distância média de 5,4 km do centro urbano, na zona rural do
município. Atualmente a prefeitura de Conceição das Alagoas está adotando medidas
para a recuperação parcial do lixão; aqueles oriundos das atividades de limpeza
urbana ainda são destinados no antigo lixão.
Durante a visita constatou-se que particulares utilizavam o lixão de forma indevida,
a despeito dos esforços da prefeitura para coibir essa atividade.
Verificou-se também a permanência de catadores e a presença de animais.

• Delta

Até 2013 os RSU coletados no município eram destinados em lixão localizado a


uma distância média de 10,0 km do centro urbano do município.
Em visita ao local os técnicos do Consórcio Vital puderam constatar que embora
desativado e em estágio inicial de regeneração natural da vegetação, o antigo lixão é
utilizado por terceiros para vazamento clandestino de resíduos.
Já operou no município uma usina de reciclagem e compostagem, atualmente
desativada, situada junto ao antigo lixão. Um dos motivos para o fechamento da usina
foi a baixa qualidade do composto obtido, o que impedia a prefeitura de conseguir sua
certificação.
A reativação da usina não foi contemplada do presente estudo, principalmente por
se desconhecer os reais motivos que levaram à desativação da mesma. O futuro
concessionário poderá avaliar essa alternativa, embora a pequena quantidade de
resíduos a ser transportada a Uberaba e a pequena distância (Delta se encontra a
menos de 40 km de Uberaba) não justificam os custos de operação e de implantação
desta unidade local de tratamento.

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• Planura

Até o mês de janeiro de 2019 os RSU coletados no município de Planura eram


destinados ao lixão localizado a uma distância média de 5,0 km do centro urbano do
município.
Em visita ao antigo lixão verificou-se a existência de grande quantidade de lixo
descoberto, propiciando a presença de catadores e alguns pontos de afloramento de
chorume.

• Sacramento

Até o ano de 2017 os RSU coletados eram destinados em lixão localizado a uma
distância média de 6,0 km do centro urbano do município.
Em visita ao antigo lixão verificou-se que o mesmo se encontra desativado e em
estágio inicial de regeneração natural da vegetação, sendo ainda passível de ações
para remediação.
Existe no município, uma Usina de Reciclagem operada por um grupo de 10
catadores (em processo para constituição de uma cooperativa), situada em área
contígua ao aterro de RCD.
Esse projeto contempla obras para adequação da usina de reciclagem de
Sacramento. Todavia, a abrangência destas ações e a viabilidade de implantação das
mesmas deverá ser objeto de estudos mais aprofundados a serem realizados pelo
futuro concessionário, juntamente com a administração pública local e a cooperativa
de catadores (caso já tenha sido estruturada).

• Veríssimo

Antes de aderir ao contrato de destinação, mantido entre o CONVALE e o aterro


SOMA, o município utilizava um lixão situado a menos de 2 quilômetros do centro da
cidade.
Em visita ao antigo lixão verificou-se que o mesmo se encontra desativado e em
estágio inicial do processo natural de regeneração da vegetação local.

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6.3 Detalhamento da rota tecnológica indicada no modelo de ponderação

Conforme visto no capítulo 5 – Modelo de Ponderação, a rota tecnológica que


apresentou melhor resultado global, considerados todos os parâmetros avaliados, foi
a rota tecnológica 2, que inclui a implantação de uma unidade de biometanização com
capacidade para processamento de 200 t/dia.

6.3.1 Unidade de triagem para a Biodigestão

A unidade de triagem de RSU terá capacidade para processar até 200


toneladas/dia de lixo bruto. A unidade de processamento sugerida será formada por 2
(duas) linhas de triagem/trituração com capacidade para processar até 100 toneladas
por dia cada, montadas em paralelo e composta pelos equipamentos especificados a
seguir:
A usina de triagem de RSU terá capacidade para processar até 200 toneladas/dia
de lixo bruto, operando em dois turnos.
As informações técnicas obtidas com os profissionais e pesquisadores envolvidos
na unidade de biometanização estudada como parâmetro para a elaboração deste
trabalho apontaram inicialmente não ser imprescindível um pré-tratamento rigoroso
dos resíduos a serem encaminhados à unidade de beneficiamento da fração orgânica.
Um teor de impurezas (basicamente resíduos inertes) maior ou menor interferiria
apenas nos parâmetros de recuperação do biogás e, consequentemente, no
rendimento térmico da unidade.
Na unidade estudada, implantada nas instalações da COMLURB, não havia pré-
tratamento. Procurava-se obter um resíduo de melhor qualidade através da escolha
dos roteiros de coleta cuja gravimetria melhor se mostrava adequada às necessidades
de projeto.
Os dados de volume e o estudo gravimétrico alertaram para a possibilidade de não
alcançar os parâmetros estimados devido ao baixo rendimento demonstrado pelos
processos de separação manual e à viabilidade de se adotar plenamente a solução
do Rio de Janeiro.
Além disso, o aprofundamento dos estudos da equipe de técnicos da Methanum
indicou que elevadas concentrações de impurezas no RSU a ser tratado podem não
só reduzir a qualidade e quantidade do biogás, como o percentual de material

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decomposto, e consequentemente vir a comprometer as metas de redução do material
orgânico a ser aterrado.
Optou-se, então, por incluir na Unidade de Tratamento Mecânico Biológico uma
usina de triagem de orgânicos para efetuar a separação dos materiais menos
adequados ao processo de biometanização ainda que sem o beneficiamento da
parcela com potencial de reciclagem com a seguinte configuração.

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Figura 17: Fluxograma da unidade de triagem
Fonte: Iguaçumec, 2020.

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a. Sistema de Recepção e Alimentação

Os caminhões de coleta descarregam os resíduos em galpão dimensionado para


receber separadamente RDO e os resíduos volumosos numa área independente da
área de tratamento mecânico.
A área de recepção de resíduos domiciliares, incluída a área de manobra de
descarga, é 30 m x 48 m (1.440 m²), com uma área de armazenamento de resíduos
de 720 m², o equivalente a 2.160 m³ (considerando uma altura de descarga de 3 m).
A área de armazenamento de resíduos volumosos foi projetada com 20 m x 20 m
(400 m²).
Depois de uma primeira separação de elementos volumosos na descarga dos
caminhões se alimenta a linha através de transportadores que conduzem os resíduos
a um rompedor de bolsas plásticas e a um tambor revolvedor, conforme indicado na
Figura 18.

b. Sistema de Triagem e Trituração

Adotou-se uma única linha de catação permitindo o trabalho simultâneo de 20


catadores em cada turno de trabalho e um separador magnético para resíduos
ferrosos após a linha de separação manual.
O Sistema de Trituração é composto por moinho triturador para lixo, tipo martelo,
bicas de alimentação tipo balística para eliminação de materiais não trituráveis e
transportadores mecânicos contínuos de correia, para descarga do lixo triturado. A
Figura 19 ilustra o sistema de triagem e trituração.

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Figura 18 - Sistema de Recepção e Alimentação.
Fonte: Iguaçumec, 2020.

Figura 19 - Sistema de Triagem e Trituração


Fonte: Iguaçumec, 2020.

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c. Sistema de Cobertura

Estrutura metálica de cobertura das unidades de processamento (recepção,


catação, trituração e prensagem), confeccionada em chapa de aço carbono, com pés
tipo caixão e tesouras treliçadas, cobertura em telhas galvanizadas espessura 0,5
mm, fechamento nas cabeceiras, contraventamentos horizontais e longitudinais. Área
coberta aproximada: 4.000 m².

d. Sistema Elétrico
• 1 (um) quadro elétrico de comando e proteção dos motores da unidade de
processamento, carcaça em chapas de aço carbono, dimensionado
conforme ABNT;
• 1 (um) conjunto de fiação, tubulação, botoeiras, cabos e demais acessórios
necessários para acionamento dos motores e iluminação da unidade de
processamento, composta de refletores tipo BEDD Ø 14", com lâmpadas de
luz mista 250 W, 220 V.

e. Sistema de Prensagem

Adotou-se sistema de prensagem alimentado automaticamente por


transportadores, prensas hidráulicas para enfardamento de papel, papelão, plástico
fino e PET, latas e alumínio e perfurador de PET, conforme ilustrado na . O transporte
será efetuado por transportadores planos e inclinados.
Com essa configuração estima-se a separação de 20 t/dia de reciclados.
Sistemas mais sofisticados de triagem com maior automação permitem aumentar
a separação e o beneficiamento de recicláveis. Para os objetivos deste projeto, focado
na redução de resíduos dispostos em aterro, tais sistemas encareceriam sem a
contrapartida da receita derivada, razão por que não foram utilizados.
Futuramente, caso o projeto executivo da concessionária considere a receita com
recicláveis, poderá implantar sistemas de triagem mais complexos. Caso a se
desenvolva política pública de separação de orgânicos na origem, poderá ainda definir
roteiros mais adequados ao beneficiamento.

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Figura 20 – Sistema de Prensagem.
Fonte: Iguaçumec, 2020.

Futuramente, caso o projeto executivo do concessionário considere a receita com


recicláveis, poderá implantar sistemas de triagem mais complexos. Caso a se
desenvolva política pública de separação de orgânicos na origem, poderá ainda definir
roteiros mais adequados ao beneficiamento.

6.3.2 Fase de Digestão Anaeróbia ou Biodigestão

Digestão Anaeróbia ou Biodigestão é um processo de decomposição da matéria


orgânica pelo ataque de micro-organismos em condições de ausência de oxigênio
livre, gerando como produtos finais gasosos, o biogás (mistura de metano, gás
carbônico, gás sulfídrico, amônia e outros gases em menor proporção) e um substrato
sólido que pode ser usado como condicionador de solos.
Entretanto, a fração orgânica dos resíduos sólidos é um substrato complexo e,
obviamente, a sua degradação envolve um caminho metabólico ainda mais complexo,
constituído por uma série de reações, até à síntese do metano como produto final.
Ao contrário da degradação aeróbia, onde a matéria orgânica é metabolizada
diretamente a gás carbônico - CO2, a degradação anaeróbia envolve quatro etapas
distintas e sequenciais, a saber:

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• Etapa 1 – Hidrólise

Nesta etapa, as substâncias orgânicas complexas (carboidratos, proteínas e


lipídios) são hidrolisadas em materiais de menor peso molecular (normalmente ácidos
voláteis) que podem atravessar as paredes celulares das bactérias fermentativas,
tendo em vista que estas não são capazes de assimilar a matéria orgânica
diretamente.
A hidrólise do material particulado, bem como de material solúvel de maior
tamanho, é uma etapa essencial para aumentar a biodisponibilidade, ou seja, o
acesso das células microbianas ao substrato. Esta conversão inicial é realizada por
meio de exoenzimas, que são enzimas excretadas por bactérias fermentativas,
também denominadas bactérias hidrolíticas. Assim, as proteínas são degradadas em
peptídeos; os carboidratos em açúcares solúveis; e os lipídios em ácidos graxos de
cadeia longa e glicerol.
Cabe ressaltar que a hidrólise dos polímeros usualmente ocorre de forma lenta,
sendo vários os fatores que podem afetar o grau e a taxa em que o substrato é
hidrolisado, como temperatura, tamanho do material, pH e quantidade de celulose e
lignina.
Nestes casos, a alta complexidade do material orgânico pode resultar em uma
baixa velocidade de hidrólise, tornando-a a etapa limitante de todo o processo de
digestão.

• Etapa 2 – Acidogênese

Os produtos solúveis provenientes da fase de hidrólise são metabolizados por


bactérias fermentativas em compostos mais simples, incluindo ácidos graxos voláteis
de cadeia curta, álcoois, ácido lático, dióxido de carbono, hidrogênio, amônia e sulfeto
de hidrogênio.
A acidogênese é efetuada por um grande e distinto grupo de bactérias
fermentativas, principalmente as espécies Clostridium e Bacteroids, sendo que as
Clostridium formam esporos, o que lhes confere capacidade de sobrevivência em
ambientes adversos.

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Cooperativa tem atualmente 53 cooperados e aproximadamente 130 catadores
autônomos. A cooperativa oferece assistência técnica aos cooperados e auxilia a
comercialização dos recicláveis de quase todos os demais municípios da região.
Existem também algumas empresas privadas em Uberaba que trabalham com
reciclagem de materiais, recebendo principalmente de grandes geradores, de
cooperativas e associações e de catadores individuais.
Dentre as empresas privadas recicladoras cita-se a Renova Ambiental, que, além
de comprar materiais de Uberaba, recebe de municípios vizinhos. Outra empresa é a
Recipetri, sua principal comercialização é de garrafas PET, pois possui um moedor
para realização deste serviço que recicla aproximadamente 500 t de garrafa PET ao
mês.
A empresa CST – Coleta Seletiva e Transporte recebe todos os tipos de materiais
recicláveis dos quais 85% vêm do comércio e da indústria e os outros 15% são
provenientes de catadores individuais. A empresa coleta 1.500 t de materiais
recicláveis durante o mês, das quais 600 t são de papelão, 500 t de materiais plásticos
e o restante é de sucata.

Demais municípios

Entre os municípios integrantes do CONVALE, apenas Campo Florido, Conceição


das Alagoas e Sacramento possuem programa municipal de incentivo à coleta
seletiva. A grande maioria realiza apenas a coleta domiciliar convencional e todo o
RDO é encaminhado para o local de destinação final.

Embora todos os municípios tenham relatado a existência de catadores pela


cidade, o que se pode verificar em visitas técnicas é que esta atividade ocorre de
forma totalmente independente das prefeituras.

No município de Sacramento existe unidade de reciclagem para coleta seletiva


que estão em uso pelos catadores locais (Figura 1).

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Figura 21: Etapas da Biodigestão Anaeróbica
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Em linhas gerais, o tempo de digestão da massa orgânica é curto, cerca de 45 dias


(tempo de aproveitamento econômico de extração do biogás). Entretanto, após este
período é necessário que se proceda à cura do material resultante, o que demora,
pelo menos, mais 45 dias em condições climáticas tropicais, totalizando, o processo
completo, num período mínimo de 90 noventa dias.
Atualmente, o processo de tratamento por digestão anaeróbia figura como uma
tecnologia promissora, em virtude da alta taxa de produção de biogás que propicia o
aproveitamento energético.
Várias são as vantagens dos sistemas anaeróbios quando comparados aos
tratamentos aeróbios, dentre as quais merecem destaque:

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Figura 1: Área do antigo lixão com galpão ao fundo, onde funciona a unidade de reciclagem de
recicláveis do município de Sacramento
Fonte: Consórcio Vital, 2019

A Prefeitura Municipal de Conceição das Alagoas, através da Secretaria de Meio


Ambiente vem dando suporte técnico e também suporte na regularização de um grupo
de catadores atualmente formalizada. Essa organização hoje atua empregando cerca
de 15 famílias na coleta, manejo e destinação dos reciclados no município.

2.1.2.3 Resíduos da Limpeza Pública

Os resíduos da limpeza pública são aqueles resultantes das atividades de


conservação e limpeza da área urbana do município. Compreendem a varrição de
logradouros públicos (vias, praças, viadutos, passagens de nível, passarelas, vielas,
servidões públicas, etc), limpeza de feiras livres, mobiliário urbano e monumentos
públicos, desobstrução de ralos e dispositivos de drenagem, raspagem de terra das
sarjetas das vias públicas, pintura do meio fio, capinação e roçada mecanizada em
vias urbanas.
Dados fornecidos pela CODAU referentes ao ano de 2019 indicam a média de
2.886,92 toneladas removidas mensalmente em Uberaba, considerados os resíduos
da limpeza urbana, poda, capina e serviços das equipes-padrão.
Os resíduos oriundos dessas atividades nos municípios de menor porte são
incorporados aos resíduos provenientes da coleta domiciliar, face a inviabilidade de

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destinarem diretamente no aterro da Soma Ambiental em Uberaba, devido à distância
e as quantidades reduzidas que são geradas. Por este motivo, não se pode estimar
com precisão a quantidade de resíduos de limpeza pública gerados nestes municípios.

2.1.2.4 Resíduos de Construção e Demolição

No município de Uberaba, o Decreto nº 1365, de 1º de dezembro de 2017, que


regulamenta a Seção I do Capítulo III do Título III da Lei municipal nº 10.697/2008,
define em seu artigo 2º como Grandes Geradores de resíduos
II. os proprietários, possuidores ou titulares de estabelecimentos públicos,
institucionais, de prestação de serviços, comerciais e industriais, entre outros,
geradores de resíduos sólidos de entulhos, terra e materiais de construção, com
massa superior a 50 (cinquenta) quilogramas diários.
Acima deste limite os geradores ficam sujeitos à Lei 11.348/2011 artigos 7º e 8º e
devem contratar os serviços de empresas especializadas ou enviar os resíduos
diretamente a áreas devidamente licenciadas. A Prefeitura não recolhe esse tipo de
resíduos, nem oferece local adequado para sua disposição.
Vale destacar ainda que a legislação municipal prevê a exigência de Plano de
Gestão de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) para instalação de novos
empreendimentos.
Da mesma maneira que em Uberaba, os demais municípios também não possuem
um sistema público de recolhimento de RCD. Existem empresas particulares que
executam esse serviço através da colocação de caçambas. Mas o que se pode
verificar é que em virtude da falta de opções e de fiscalização, a população utiliza
pontos de vazadouro clandestino, que acabam sendo removidos pelas prefeituras e
destinados no aterro SOMA como sendo lixo público.
Os municípios de Campo Florido, Conceição das Alagoas e Sacramento possuem
locais específicos para descarte destes resíduos, conforme já descrito no Relatório
Situação Operacional (Etapa 1 do presente trabalho).
Em Campo Florido, até 2018 a cidade utilizava um lixão, situado a
aproximadamente 4,5 quilômetros do centro urbano.
O local anteriormente utilizado como lixão é utilizado atualmente como aterro para
RCD, conforme ilustrado na Figura 2.

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Figura 2: Aterro de RCD (Antigo lixão de Campo Florido)
Fonte: Consórcio Vital, 2019

Em Conceição das Alagoas, os RCD são destinados a um terreno particular,


conforme Figura 3, onde também funciona uma cascalheira. Os resíduos são vazados
aproveitando as cavas oriundas da retirada de cascalho.

Figura 3: Aterro de RCD em Conceição das Alagoas.


Fonte: Consórcio Vital, 2019

Existe no município de Sacramento uma Usina de Reciclagem operada por um


grupo de 10 catadores (em processo para constituição de uma cooperativa), situada

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• dificuldade na operação do sistema, principalmente em termos de
obstruções de canalização em sistemas contínuos;
• necessidade de mão de obra qualificada para o processo de operação e
monitoramento da planta
• menor eficiência energética quando comparada com outras tecnologias
disponíveis no mercado. Cabe ressaltar que, da mesma forma que o
sistema ora avaliado, também não existem no Brasil unidades utilizando
outras tecnologias de beneficiamento de orgânicos operando em escala
industrial; dessa forma, a maior eficiência de uma outra tecnologia se baseia
apenas em cálculos teóricos apresentados pelos detentores de cada
tecnologia. Como as receitas oriundas da comercialização da energia
elétrica potencialmente obtida não foram consideradas na modelagem
econômico-financeira do projeto (podendo vir a ser incluídas futuramente
como receitas acessórias, conforme definido nestes mesmos estudos
financeiros), a concessionária poderá vir a optar pela utilização de outra
tecnologia que à época apresente maior viabilidade, desde que respeitados
os demais condicionantes contidos no Edital de Concessão.

Figura 23: Biodigestor Methanum em Operação na COMLURB – RJ


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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em área contígua ao aterro de RCD (Figura 4). Como não há controle de acesso ao
aterro de RCD, o local apresenta grande quantidade de lixo a céu aberto e catadores
que apresentam resistência, não querendo se filiar à cooperativa.

Figura 4: Visão Geral do Aterro de RCD de Sacramento.


Fonte: Consórcio Vital, 2019

Como nem a Prefeitura de Uberaba nem os demais municípios efetuam a coleta


nem o destino destes resíduos, não foi possível estimar com precisão o volume nem
o custo de gestão destes resíduos.
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2017) estima a geração
per capita de RCD na região Sudeste em 0,737 kg / hab. X dia.
Considerando a população de Uberaba 330.000 habitantes (IBGE, 2018), a
quantidade de RCD esperada para Uberaba é da ordem de 74.000 toneladas anuais.
Utilizando a mesma metodologia, pode-se estimar que os demais municípios
(população da ordem de 100.000 habitantes – IBGE 2018) geram anualmente
aproximadamente 22.000 toneladas de RCD.

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Figura 25: Pátio de Leiras para Compostagem Aeróbia - COMLURB – RJ
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

O pátio será dimensionado para receber 60 t/dia de material digerido que será
estabilizado ao longo de 45 dias. Depois de estabilizado, o material passará por um
peneiramento dando origem a 40 t/dia de composto orgânico (a ser comercializado) e
20 t/dia de inservíveis (que será encaminhado para o aterro sanitário).
A poda oriunda do RPU não foi considerada. A adoção da compostagem orgânica
como componente autônomo da rota e não como medida complementar foi
descartada devido ao baixo valor de revenda do composto e à necessidade de grande
área disponível. Caso o mercado futuramente se mostre receptivo para a
comercialização do composto, o concessionário poderá ampliar este tipo de
tratamento

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6.3.4 Aterramento dos rejeitos da biodigestão, da compostagem e da

reciclagem junto com o excedente dos RSU em aterro sanitário

Todos os passos e processos apresentados nas rotas tecnológicas apresentam ao


final dos ciclos, rejeitos que devem ser dispostos em aterro. A exceção do aterro
sanitário nenhuma alternativa consegue eliminar totalmente os resíduos, havendo
sempre a necessidade de um local para receber os rejeitos advindos da reciclagem,
da biodigestão e da compostagem realizadas na unidade de tratamento, para
confinamento e disposição final das parcelas sem possibilidade de beneficiamento.
Até mesmo a incineração que é um processo de destruição térmica dos resíduos
sólidos urbanos, na saída da última câmara de queimadores, são geradas cinzas que
devem ser analisadas e destinadas em aterro de acordo com a classificação do rejeito
/ resíduo pela NBR 10.004.
Há que se considerar também a possibilidade de paralisações dos sistemas de
beneficiamento ocasionadas por quebras e manutenções. Como a maioria dos
sistemas atualmente disponíveis advém de tecnologias pouco difundidas no Brasil,
obviamente com dificuldade de obtenção de peças de reposição, o risco de longos
períodos de paralisação não podem ser descartados, criando-se a necessidade de um
sistema alternativo não só para os rejeitos dos processos de tratamento, mas também
da totalidade dos resíduos em caso de quebra.
Dessa forma, o futuro concessionário deverá projetar, licenciar, implantar e operar
um novo aterro sanitário em área a ser adquirida pelo próprio, atendendo a legislação
ambiental e normas técnicas específicas.

6.3.5 Recuperação do biogás do aterro sanitário com geração de energia

elétrica

O biogás é um subproduto da decomposição anaeróbia realizado em presença de


archeobactérias do tipo metanogênicas, que se alimentam dos materiais orgânicos,
presentes nos resíduos sólidos urbanos. É constituído basicamente por metano CH4
(50%), dióxido de carbono CO2 (49%) e pequenas quantidades de outros gases,
dentre eles: hidrogênio H2, gás sulfídrico H2S, oxigênio O2, amoníaco NH3 e
nitrogênio N2.

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A composição do biogás depende do material orgânico de origem e, em se tratando
do biogás de aterro sanitário, da idade da célula, pois os componentes químicos
sofrem decaimento ao longo do tempo.
Segundo a ABRELPE, para que o metano do biogás possa ser explorado
comercialmente, por meio de recuperação energética, o aterro sanitário deverá
receber, no mínimo, 200 toneladas de RSU por dia e ter altura mínima de
carregamento de 10 metros.
No aterro sanitário a captação do biogás será feita através de manifolds
conectados ás cabeças dos poços de drenagem de gases que conduzirão o biogás
coletado para a unidade de tratamento (Figura 19), uma vez que, a fim de garantir um
melhor rendimento energético deverá ser feita a remoção de outros gases, como o
dióxido de carbono (CO2) e principalmente o gás sulfídrico (H2S).
Neste projeto considerou-se que a totalidade do biogás captado tratado será
queimado de forma centralizada e controlada através da instalação de flare para
queima de até 150m3/h.
A câmara de combustão deve ser fabricada em aço inox AISI 304, com dimensões
aproximadas de 2mm x 950mm (diâmetro) x 4.000mm.
A dinâmica do sistema de queima do biogás tem como elemento responsável pelo
acionamento do processo de queima o transmissor de pressão, que percebendo
pressão previamente determinada, envia um sinal elétrico ao controlador de pressão
que através de relés, obedece a seguinte sequência:

• Acionamento do sistema de ignição, fazendo com que o transformador


envie a tensão para que o eletrodo produza um arco voltaico (faísca),
durante o tempo pré-determinado;
• Abertura da válvula automática;
• Desligamento do queimador quando a pressão interna do digestor atingir o
valor mínimo previamente estabelecido. Um controlador de temperatura em
conjunto com relé de tempo monitora o re-start do equipamento, reiniciando
todo o sistema de ignição caso não seja detectada a ignição do biogás, após
o intervalo de tempo previamente determinado.

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Figura 26: Captação de Biogás em Aterro Sanitário
Fontes: Consórcio Vital, 2019.

Figura 27: Modelo de flare enclausurado para queima de biogás


Fonte: Combustec – queimadores e geradores de ar quente, 2019.

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6.4 Medidas para encerramento e monitoramento do aterro municipal

6.4.1 Vida útil estimada do aterro municipal

A capacidade volumétrica total estimada é de 3.032.841 m³, conforme descrito na


Tabela 5. Se considerarmos a taxa de material de cobertura da ordem de 17%, o
volume útil total do aterro é de 2.517.258 m³, o que corresponde a 2.139.669 toneladas
de resíduos, conforme descrito na Tabela 18.
Os materiais para o devido envelopamento (argila) e cobertura das células de RSU
são de responsabilidade da empresa contratada, incluindo a carga, descarga,
espalhamento e adensamento. Parte deste material encontra-se disponível em área
adjacente, resultante da escavação da plataforma 3 e da segunda linha de lagoas. Em
princípio, com base nas informações contidas no Caderno de Encargos, o aterro
sanitário não necessitará empréstimos para cobertura de resíduos, considerando o
material já escavado e o material a escavar.

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em diferentes meses do ano -, foram apuradas e utilizadas como referência para
estabelecer o ponto de partida dos resíduos a serem dispostos ao longo da concessão
em cada município, conforme item 4.3 deste relatório.
Em visita realizada ao Aterro da Soma Ambiental em 02/10/2019, fomos
informados que o aterro de resíduos classe IIA, que recebe os resíduos domiciliares
dos municípios do CONVALE, tem vida útil estimada de 35 anos, mantido o plano de
avanço atual previsto em projeto.

2.2 Avaliação da Situação Patrimonial

Em Uberaba, os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da Prefeitura


Municipal de Uberaba (PMU), conforme art. 9° da Lei Municipal nº 10.697/2008 e são
gerenciados pela Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações
Urbanas (CODAU), autarquia municipal responsável pelos serviços de saneamento
básico do município.
Os serviços de coleta, transporte dos Resíduos Sólidos Urbanos gerados em
Uberaba são executados de forma indireta, pela empresa Lara Central de Tratamento
de Resíduos Ltda., por força do Contrato nº 418/2018, assinado em 31 de outubro de
2018.
Os serviços inclusos no contrato são:

• Coleta, Transporte regular de resíduos sólidos manual e em contêineres


externos e enterrados;
• Serviços de fornecimento/instalação/manutenção/higienização de
contêineres de lixo de 1.000 (mil) litros;
• Operação e manutenção de Aterro Sanitário e respectivo licenciamento
corretivo ou novo licenciamento conforme (DN 217);
• Varrição Manual de Vias e Logradouros Públicos;
• Capinação Manual;
• Conservação de Áreas Ajardinadas com Equipamento Costal;
• Varrição mecanizada de vias e logradouros públicos;
• Equipe Padrão;

O prazo de vigência e execução dos serviços, objeto desta contratação é de 36


(trinta e seis) meses. Nem o Contrato nº 418/2018, nem o Edital nº 05/2018 que lhe

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deu origem, possuem cláusula de renovação automática, embora se enquadrem nos
termos do inciso II do artigo 57 da Lei nº 8.666/93.
Todas as instalações que servem de apoio ao sistema de coleta (prédios
administrativos, garagens, postos de serviços etc.) são de propriedade da Prefeitura
e estão disponibilizados contratualmente à empresa prestadora de serviços, que arca
com os custos de manutenção, água e energia.
O terreno onde se localiza o aterro municipal é de propriedade da Prefeitura de
Uberaba e foi cedido em comodato a Lara Central de Tratamento de Resíduos.
Além do terreno existe no local as seguintes benfeitorias:

• Edificação em alvenaria utilizada como área administrativa.


• Guarita em alvenaria para controle de acesso à área;
• Edificação anexa em alvenaria com refeitório e vestiário para os
funcionários da contratada;
• Balança rodoviária de 1 (uma) plataforma com capacidade de 30 toneladas,
de propriedade da Prefeitura de Uberaba. Recentemente (2020) foi
adquirida uma nova balança de 80 toneladas, que já se encontra em
operação.

Figura 8: Acesso e balança rodoviária – Aterro Municipal de Uberaba


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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Após o encerramento definitivo do aterro de Uberaba, com o início das atividades
do novo aterro a ser implantado, a concessionária deverá propor plano de
encerramento, bem como atender todas diretrizes ambientais vigente à época,
observando no mínimo, as seguintes ações descritas, que incluem a manutenção do
controle definitivo do acesso à área, bem como medidas que irão promover a
recuperação ambiental da área:

• Reconformação do terreno e implantação da camada de cobertura vegetal


definitiva;
• Implantação do sistema de drenagem superficial definitivo;
• Implantação dos sistemas de tratamento dos efluentes líquidos e gasosos
definitivos;
• Monitoramento geotécnico e ambiental, incluindo os sistemas de drenagem
superficial e de tratamento de efluentes;

As ações previstas para pós encerramento e monitoramento do aterro deverão ser


executadas pelo concessionário durante todo o período de concessão, se optar pelo
uso inicial do aterro municipal de Uberaba.

6.5 Instrumentos para atendimento da Política Nacional sobre Mudança no


Clima (PNMC)

A Lei nº 12.187/2009 define a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC),


por meio da qual o Brasil assume o compromisso de adotar ações mitigadoras com o
objetivo de reduzir as emissões de GEE entre 36,1% e 38,9% em relação às emissões
projetadas até 2020.
Em novembro de 2016 o país ratificou sua Contribuição Nacionalmente
Determinada (NDC), quando assumiu o compromisso junto ao UNFCCC, de adotar
medidas para redução das emissões de GEE em 37% em 2025 e 43% em 2030, tendo
por referência o ano de 2005.
Em conformidade com a PNMC, a Nota Técnica Conjunta 01/2020 fixa metas de
redução que devem ser observadas nos projetos de tratamento e destinação final de
RSU. A Tabela 19 apresenta as metas para captação de gases de aterros sanitários
para queima e/ou aproveitamento energético.

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3 APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS DE ENGENHARIA, LOGÍSTICA E AFINS

3.1 Abrangência do projeto

A abrangência do presente estudo é a estruturação do sistema de gestão de


Resíduos Sólidos Domiciliares (RDO) nos municípios integrantes do CONVALE, que
participam do processo para concessão dos serviços ao setor privado – Água
Comprida, Campo Florido, Conceição das Alagoas, Delta, Planura, Sacramento,
Uberaba e Veríssimo. A gestão de Resíduos Públicos (RPU), aqueles originários da
prestação dos serviços de limpeza urbana, permanecerá sob a responsabilidade dos
municípios.

3.2 Horizonte de projeto

O horizonte de projeto adotado na avaliação das alternativas será o mesmo


obrigatório pela Portaria nº 557, de 11/11/2016, do Ministério das Cidades
(MCIDADES), estabelecido em 30 (trinta) anos.
Dessa forma, o horizonte de projeto se estenderá até o ano 2050.

3.3 Quantificação dos Resíduos Sólidos Urbanos

Para quantificação dos resíduos sólidos urbanos gerados nos municípios do


CONVALE, foram utilizados os dados disponibilizados pelas Prefeituras e pela
CODAU em Uberaba, responsáveis pela gestão do setor de resíduos sólidos urbanos
no âmbito municipal.
Com base nas projeções do IBGE, a população estimada para os municípios do
CONVALE no ano de 2018 e a quantidade de RDO (t/ano) gerada proveniente dos
levantamentos efetuados junto as Prefeituras e órgãos operacionais do sistema de
limpeza urbana, foi possível calcular a geração per capita para cada município,
apresentada na Tabela 4.

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A Tabela 20 apresenta a estimativa de redução dos GEE emitidos pelo sistema
atual de destinação de RSU após a implantação da rota tecnológica estudada no
presente capítulo. Caso a futura concessionária opte por adotar uma rota diferente da
apresentada no projeto, deverá observar o atendimento às metas definidas na NT
01/2020.

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Tabela 20: Estimativa de redução dos GEE após a implantação da rota tecnológica

Emissão potencial Emissão estimada de % de


Redução CH4 - Recuperação de 50% Redução tCO2eq
Ano de CH4 total CH4 após rota redução de
beneficiamento (t/ano) no aterro (t/ano) total (t/ano) (t/ano)
(t/ano) tecnológica (t/ano) CH4

2021 - - - - - -
2022 155,26 150,71 4,55 75,36 79,90 51,46% 2.237,32
2023 308,86 213,05 95,81 106,52 202,33 65,51% 5.665,35
2024 460,79 273,14 187,64 136,57 324,21 70,36% 9.077,97
2025 611,04 330,98 280,06 165,49 445,55 72,92% 12.475,45
2026 759,62 386,52 373,10 193,26 566,36 74,56% 15.858,03
2027 906,52 441,17 465,34 220,59 685,93 75,67% 19.206,01
2028 1.051,73 494,91 556,82 247,45 804,28 76,47% 22.519,72
2029 1.195,26 548,18 647,08 274,09 921,17 77,07% 25.792,80
2030 1.337,11 600,97 736,15 300,48 1.036,63 77,53% 29.025,63
2031 1.477,28 653,23 824,05 326,62 1.150,67 77,89% 32.218,71
2032 1.615,78 704,96 910,82 352,48 1.263,30 78,19% 35.372,33
2033 1.752,59 756,12 996,47 378,06 1.374,53 78,43% 38.486,90
2034 1.887,74 806,71 1.081,03 403,36 1.484,39 78,63% 41.562,80
2035 2.021,23 856,71 1.164,52 428,35 1.592,87 78,81% 44.600,46
2036 2.153,05 906,08 1.246,97 453,04 1.700,01 78,96% 47.600,39
2037 2.283,23 954,82 1.328,41 477,41 1.805,82 79,09% 50.562,88
2038 2.411,76 1.003,17 1.408,59 501,58 1.910,17 79,20% 53.484,80
2039 2.538,65 1.051,11 1.487,54 525,56 2.013,09 79,30% 56.366,62
2040 2.663,91 1.098,63 1.565,28 549,31 2.114,60 79,38% 59.208,77
2041 2.787,58 1.145,72 1.641,86 572,86 2.214,72 79,45% 62.012,21
2042 2.909,69 1.192,15 1.717,54 596,08 2.313,61 79,51% 64.781,21
2043 3.030,26 1.237,92 1.792,34 618,96 2.411,30 79,57% 67.516,51
2044 3.149,33 1.283,04 1.866,30 641,52 2.507,82 79,63% 70.218,85
2045 3.266,93 1.327,51 1.939,42 663,75 2.603,18 79,68% 72.888,95
2046 3.383,09 1.371,34 2.011,75 685,67 2.697,42 79,73% 75.527,65

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Tabela 20: Estimativa de redução dos GEE após a implantação da rota tecnológica

Emissão potencial Emissão estimada de % de


Redução CH4 - Recuperação de 50% Redução tCO2eq
Ano de CH4 total CH4 após rota redução de
beneficiamento (t/ano) no aterro (t/ano) total (t/ano) (t/ano)
(t/ano) tecnológica (t/ano) CH4

2047 3.497,83 1.415,07 2.082,75 707,54 2.790,29 79,77% 78.128,12


2048 3.611,18 1.458,70 2.152,47 729,35 2.881,83 79,80% 80.691,15
2049 3.723,17 1.502,24 2.220,93 751,12 2.972,05 79,83% 83.217,46
2050 3.833,83 1.545,68 2.288,15 772,84 3.060,99 79,84% 85.707,78
Total 60.784,31 25.710,55 35.073,75 12.855,28 47.929,03 1.342.012,83
Fonte: Consórcio Vital, 2020

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102/154
A relação entre RSU e GEE decorre também do potencial emissão de CO2 devido
ao transporte dos resíduos, desde a coleta até a destinação final. Em relação a esta
última, a COMLURB iniciou em 2019 a substituição de parte da frota de coleta de
veículos de motor a combustão por veículos da marca BYD Motors 100% elétricos.
Essa alternativa não foi abordada no presente estudo, devido à ausência de dados
para avaliação dos prós e contras da utilização deste tipo de veículo, e devido à pouca
oferta de chassis elétricos no mercado nacional, o que poderia acarretar problemas
futuros no processo licitatório. Mas o futuro concessionário poderá propor a adoção
desta tecnologia, se assim o desejar
Outra possibilidade é a utilização do biocombustível derivado do biogás. A adoção
do biocombustível apenas para suprir as necessidades do concessionário não
viabilizaria os investimentos necessários, mas pode vir a ser adotado como política
pública para a substituição de parte da frota que atende à Prefeitura, transporte
públicos etc., como alternativa à geração de energia elétrica a partir do metano.
Também a possibilidade de se adotar soluções modulares de tratamento de RSU,
descentralizando o destino e permitindo maior otimização das rotas de coleta,
certamente contribuiria para a redução das quantidades de CO 2 lançadas na
atmosfera. Todavia, esta alternativa não foi avaliada neste projeto devido à necessária
economia de escala para viabilizar a implantação das tecnologias de beneficiamento
incluídas nas rotas tecnológicas, considerando os preços atuais, mas não impede que
venha a ser adotada no horizonte de projeto caso as condições de mercado venham
a se alterar.

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103/154
7 DESCRIÇÃO CONCEITUAL DO SISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE

7.1 Avaliação do sistema de coleta e transporte de RSU atualmente em vigor

Conforme apresentado nos relatórios anteriores, a coleta de resíduos urbanos dos


municípios que compõem o CONVALE ainda é realizada de forma direta pelas
Prefeituras com a maior parte dos municípios executando os serviços de coleta com
equipe própria e apenas os municípios de Uberaba, Campo Florido e Sacramento
terceirizando os serviços de coleta junto a empresas especializadas.
Note-se, entretanto, que a totalidade dos municípios de porte médio e grande
utilizam veículos coletores compactadores de 15 m³, enquanto os municípios de
menor porte utilizam compactadores de 10 m³ e basculantes (normalmente para
resíduos da limpeza pública e poda de árvores).
Por fim, cabe lembrar que 7 (sete) dos municípios do consórcio são de pequeno
porte e, desta forma, perdendo a economia de escala que ocorre em municípios de
maior porte.

7.1.1 Uberaba

Os serviços de limpeza urbana são de responsabilidade da Prefeitura Municipal de


Uberaba (PMU), conforme art. 9° da Lei municipal nº 10.697/2008, que dispõe sobre
a organização do Sistema de Limpeza Urbana do município de Uberaba e contém
outras disposições.
O principal órgão responsável por este setor é a Companhia Operacional de
Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (CODAU), que com a aprovação da
Lei Municipal 25/2018, passou a se denominar Companhia Operacional de
Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas, passando, a partir de 2019, a ser a
autarquia responsável por além do tratamento e distribuição de água e coleta e
tratamento do esgoto, pela coleta de lixo e drenagem urbana.
Os serviços de coleta e transporte dos Resíduos Sólidos Urbanos gerados em
Uberaba são executados de forma indireta pela empresa Lara Central de Tratamento
de Resíduos Ltda., por força do Contrato nº 418/2018, assinado em 31 de outubro de
2018.

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Os serviços inclusos no contrato são:

• Coleta, Transporte regular de resíduos sólidos domiciliares de forma manual


e mecanizada através de contêineres externos;
• Serviços de fornecimento/instalação/manutenção/higienização de
contêineres de lixo de 1.000 (mil) litros;
• Operação e manutenção de Aterro Sanitário e respectivo licenciamento
corretivo ou novo licenciamento conforme (DN 217);
• Varrição Manual de Vias e Logradouros Públicos;
• Capinação Manual;
• Conservação de Áreas Verdes;
• Varrição mecanizada de vias e logradouros públicos;
• Equipe Padrão;

Em Uberaba, a coleta domiciliar é realizada de forma manual, utilizando 13


caminhões coletores compactadores entre 9,5 e 12,5 toneladas e 1 caminhão
basculante toco para os locais de difícil acesso, que de acordo com o município são
áreas não pavimentadas. A distância média de transporte percorrida por estes
veículos da malha urbana até o local de destinação final no aterro sanitário é de 34
km (considerados 17 km ida e volta)
A coleta é efetuada nos períodos diurno e noturno, sendo doze roteiros no período
diurno e dez no período noturno atendendo a todo o perímetro urbano. As equipes de
coleta são compostas por um motorista e três coletores. Os resíduos coletados são
transportados para o aterro municipal de Uberaba

7.1.2 Serviços de Coleta e Transporte nos demais municípios

A Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos nos municípios que integram o consórcio
CONVALE é bastante diversificada com arranjos próprios, organizados pela gestão
pública de cada ente, através de Secretarias de Obras, Planejamento, Meio Ambiente,
entre outras citadas pelos responsáveis.
A grande maioria dos municípios executa a operação da coleta e transporte
diretamente por suas respectivas secretarias municipais. O município de Sacramento
possui contrato de terceirização conforme descrito mais adiante.

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Para efetuar a caracterização dos resíduos com potencial de reciclagem na cidade
de Uberaba a equipe que elaborou o PMSB e se baseou na análise gravimétrica
realizada pela empresa DRZ Geotecnologia e Consultoria LTDA contratada pela
prefeitura, entre 2013 e 2014.
A amostragem realizou-se através do método de quarteamento, de acordo com a
NBR 10.007/2004, utilizando-se tonéis de 200 litros com amostras recolhidas em 27
setores de coleta, em duas semanas consecutivas. Os resultados estão apresentados

na Tabela 8 e Tabela 9.

Tabela 8: Composição Gravimétrica RSU Uberaba – 1ª semana de coleta (2011)


Componentes (%)
Papéis Plástico Metal

Borrachas e madeiras

Massa Triada (Kg)


Nº da frota

Emb. Tetrapak
Rota

Não ferroso

Trapos

Outros
Vidros
Papelão
MO*

Ferroso
Rígido
Fino

Fino

Pet

1 12 57,89 5,56 5,26 1,58 1,05 5,26 3 1,05 0,53 1,05 - 16,84 1,21 180
2 17 65,56 6,67 5,56 6,11 1,67 5,56 0,56 1,67 - 0,56 - 5,56 0,56 180
3 13 52,94 7,06 13,53 1,47 2,71 11,8 2,35 1,71 0,59 0,59 - 0,59 4,71 170
4 2 62,29 5,99 1,75 1,2 1,75 7,73 1,6 1,05 0,05 0,5 0,6 9,48 6,03 201
5 5 58,47 5,84 0,8 1,33 1,59 8,22 1,49 1,22 0,11 0,69 1,1 10,5 7,43 189
6 18 53,1 6,2 7,44 0,65 2,93 4,47 0,84 2,93 0,6 3,57 0,7 3,47 13,1 202
7 21 54,33 6,29 3,67 1,91 2,77 6,04 3,02 0,86 0,45 4,12 1,5 7,49 7,55 199
8 16 58,47 4,76 5,82 2,01 2,12 8,99 3,17 2,12 0,11 1,85 1,69 7,14 1,75 189
9 1 49,22 7,55 6,61 0,42 1,93 8,23 1,82 0,31 0,16 0,68 0,46 5,94 16,67 192
10 7 52,2 4,02 4,07 0,77 2,03 6,47 0,63 1,65 0,44 1,55 2,18 7,46 4,53 206
11 19 53,42 4,2 11,54 1,16 0,76 7,09 4 1,57 0,96 1,97 0,76 4,46 8,1 198
12 14 53,32 5,06 6,83 2,01 2,16 5,99 3,64 1,67 0,34 1,72 1,52 7,13 5,16 204
Média
ponderada 56,04 4,74 6,1 1,72 1,96 7,57 2,18 1,48 0,36 1,57 0,88 7,17 7,23 2.128
RSU
Média Total 56,04 13,56 11,7 1,85 1,57 0,88 7,17 7,23 177

Fonte: PMSB apud Relatório de Análise Gravimétrica dos Resíduos Sólidos, 2011.

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Figura 29: Ponto para recolhimento dos resíduos na área rural de Campo Florido
Fonte: Consórcio Vital, 2019

Coleta e transporte de RSU de Sacramento


O município de Sacramento mantém contrato nº 268/2018, oriundo do Pregão
Presencial nº 044/2018 com a empresa AGREGA HIGIENIZAÇÃO DE AMBIENTE
EIRELLI para execução dos serviços de coleta manual e mecanizada, transbordo,
transporte e destinação final, coleta seletiva dos resíduos sólidos domiciliares e
comerciais, (zona urbana e rural), gerados no município de Sacramento, com
destinação intermediária em unidade de reciclagem de resíduos sólidos de
propriedade do município e destinação final no Aterro Sanitário da empresa SOMA.
Foi assinado em 01 de outubro de 2018, com vigência de 12 meses, podendo ser
prorrogado caso haja interesse do município limitado a 5 anos, na forma da Lei
8666/93.

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107/154
pela empresa Terra Ambiental. A estimativa da quantidade de resíduos com potencial
de reciclagem para os municípios integrantes do projeto foi obtida através da média
dos valores obtidos para Conceição das Alagoas, Delta, Planura, Veríssimo e
Sacramento.
A partir destes dados foi possível estimar um percentual de geração de materiais
não recicláveis (considerando matéria orgânica, borrachas e madeiras, panos e trapos
e outros) da ordem de 73,5%, e de materiais recicláveis (papel, plástico, vidro e metal)
de 26,5%.
Considerando o total de 54 t/dia de resíduos coletados pela coleta domiciliar nos
demais municípios integrantes, a porcentagem de 26,5% de resíduos recicláveis,
estima-se que estes municípios tenham uma produção de aproximadamente 14 t/dia
de resíduos recicláveis coletados na coleta domiciliar, deixando de ser aproveitados
na coleta seletiva.

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4 DEFINIÇÃO DAS ROTAS TECNOLÓGICAS

4.1 Diretrizes

A definição das rotas tecnológicas que nortearão a escolha do modelo de gestão


dos RDO partiu das diretrizes apontadas na NT 01/2020, citada no capítulo anterior,
a seguir resumidas.

i. Estratégia cronológica de implementação das unidades e da estruturação


de serviços componentes da rota tecnológica constituinte da concessão ou
PPP.
ii. Compatibilização dos planos municipais.
iii. Instrumentos para inclusão dos catadores de materiais recicláveis e
reutilizáveis, nos termos da Lei nº 12.305/2010.
iv. Instrumentos para o encerramento e monitoramento de aterros sanitários;
lixões e demais unidades de manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU).
v. Estrutura comercial para recuperação de custos a ser considerada
(cobrança conjunta água-esgoto-resíduos).
vi. Recuperação energética de resíduos sólidos, nos termos do Art. 9º, § 1º, da
Lei nº 12.305/2010.
vii. Instrumentos para o atendimento da Política Nacional sobre Mudança do
Clima (PNMC), por meio da mitigação de gases de efeito estufa.
viii. Rotas tecnológicas constituintes da concessão ou PPP.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei nº 12.305/2010 estabelece


uma ordem de prioridades no gerenciamento dos resíduos:

• não geração;
• redução;
• reutilização;
• reciclagem;
• tratamento de resíduos sólidos;
• disposição final ambientalmente adequada de rejeitos;

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37/154
Assim, a solução que se apresenta como mais indicada é criar quatro grupos de
municípios que serão atendidos pela mesma frota de veículos de coleta e transporte,
a saber:

• Grupo 1: Campo Florido e Veríssimo


• Grupo 2: Planura, Conceição das Alagoas e Água Comprida
• Grupo 3: Sacramento e Delta
• Grupo 4: Uberaba, onde não se propõe nenhuma modificação momentânea,
mas que deve ser objeto de estudo mais acurado com vistas a obter reduções
nos custos operacionais, como se explica em tópico mais adiante1.

Foi priorizado o uso de equipamentos de 15 m³ por serem os veículos de melhor


relação custo-benefício para as quantidades envolvidas.
A par do aproveitamento máximo dos compactadores de 15 m³ foi introduzido o
uso de veículos de pequeno porte sem compactação (satélites de 5 m³) para a coleta
de resíduos em municípios com pouca geração de RSU por serem mais ágeis e
apresentarem maior velocidade média de coleta. A grande vantagem do veículo
satélite é que ele consegue vazar os resíduos coletados diretamente na bacia de carga
do compactador, prescindindo de estações de transferência.
A hipótese de se utilizar Estações de Transferência de Resíduos – ETR’s em locais
próximos aos centros de massa de geração de RSU dos diversos municípios foi
abandonada em função dos elevados custos operacionais envolvidos face ao porte
dos municípios considerados, como se explica em item específico. A viabilidade de
adoção de sistemas de armazenamento temporário e/ou de pré-tratamento de RSU
descentralizados visando a redução da quantidade de resíduos a ser transportada foi
mais bem abordado no Capítulo 6 do presente trabalho.

1 Alterações mais profundas no sistema de coleta de RSU envolveria uma revisão dos roteiros de

coleta, o que foge ao escopo deste trabalho, cujo principal objetivo é apresentar a forma mais
econômica de se implantar um sistema de coleta domiciliar consorciado.

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7.2.2.1 Grupo 1

Em linhas gerais, o esquema operacional será o seguinte:

• A coleta em Campo Florido será realizada diariamente por um


veículo compactador de 15 m³. Ao terminar o serviço o compactador
irá efetuar a coleta de Veríssimo.
• A coleta em Veríssimo será realizada diariamente por um satélite de
5 m³. Ao terminar o serviço de coleta, o satélite vai esperar o
compactador de Campo Florido às margens da BR-262 para vazar
seus resíduos.
• Após receber os resíduos do satélite de Veríssimo, o compactador
se dirigirá para o aterro e voltará diretamente para Campo Florido.

Todos os veículos serão dotados de sistema de comunicação de forma a permitir


que os motoristas se comuniquem para marcar o local de encontro e vazamento dos
resíduos do satélite para o compactador

7.2.2.2 Grupo 2

Em linhas gerais, o esquema operacional será o seguinte:

• A coleta em Planura será realizada diariamente por um veículo


compactador de 15 m³ que irá operar em um único turno. Ao terminar
o serviço o compactador irá a Uberaba vazar seus resíduos;
• A coleta em Conceição das Alagoas também será realizada
diariamente, por um compactador de 15 m³ que irá realizar duas
viagens. Poderá haver necessidade de uma segunda equipe de
coleta para realizar a segunda viagem, caso o tempo total de serviço
ultrapasse as jornadas limite definidas em legislação.
• A coleta em Água Comprida será realizada diariamente por um
veículo satélite de 5 m³ que também irá efetuar duas viagens por dia.
Uma vez concluídos os serviços de coleta em Água Comprida o
satélite vai esperar o compactador de Conceição das Alagoas (ou o
de Planura, caberá ao operador do sistema sincronizar as duas

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111/154
coletas) às margens da MG-427 para vazar seus resíduos e depois
retornar à sede municipal;
• Após receber os resíduos do satélite de Água Comprida o
compactador se dirigirá para o aterro sanitário voltando
imediatamente para Conceição das Alagoas (ou Planura).

Todos os veículos serão dotados de sistema de comunicação, de forma a permitir


que os motoristas se comuniquem para marcar o local de encontro e vazamento dos
resíduos do satélite para o compactador.

7.2.2.3 Grupo 3

A coleta em Sacramento será realizada diariamente por um compactador de 15 m³


que irá operar em duas viagens (ou dois turnos).
Após concluir a coleta, o compactador irá diretamente para o aterro sanitário
voltando em seguida para Sacramento.
A coleta em Delta será realizada por um compactador de 15 m³, que após realizado
o serviço irá diretamente para o aterro sanitário.

7.2.2.4 Grupo 4

Como dito anteriormente, não se prevê, no momento, nenhuma alteração no


sistema de coleta de Uberaba.
Para atender às áreas de difícil acesso, previu-se a substituição o caminhão
basculante utilizado atualmente por compactador de 6 m³.

7.2.3 Coleta Seletiva

Ao se analisar a disposição geográfica dos municípios componentes do consórcio,


observa-se nitidamente as grandes distâncias que separam as diferentes sedes
municipais dos possíveis locais de destinação final.
Diante desta inequívoca questão, as maneiras de se minimizar este problema são
reduzir a quantidade de resíduos encaminhada para aterro através da implementação
da coleta seletiva, ou então implantar estações de transferência que permitam reduzir

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a distância percorrida pelos carros de coleta. A análise de viabilidade de utilização de
Estações de Transferência já foi abordada no Capítulo 6.
Toda vez que se ouve falar de coleta seletiva o pensamento das pessoas se
restringe à separação do resíduo na hora de se jogar fora.
Entretanto, a reciclagem dos resíduos tem que ser pensada desde a segregação
na fonte até a entrega do material na indústria que irá efetuar o seu reprocessamento.
Provavelmente, este elo da cadeia de reciclagem talvez seja o mais importante, pois
envolve o transporte dos recicláveis, material extremamente leve e que não deve (e
muitas vezes não pode) ser compactado.
Transportando este raciocínio para o CONVALE, essas principais indústrias de
reciclagem estão localizadas em Uberaba.
Da simples observação do quadro de distâncias a Uberaba (anteriormente
apresentado) nota-se as grandes distâncias de transporte a serem percorridas pelo
material que segregado nos municípios de Planura, Sacramento, Campo Florido e
Conceição das Alagoas.
Apenas os municípios de Água Comprida, Veríssimo e Delta se encontram a
distâncias que podem ser consideradas razoáveis para o transporte de recicláveis.
Porém, estes três municípios, juntos, geram somente 7,3 t/dia de RSU (estimativa
para 2021), o que, em termos de recicláveis não chegaria a 2 t/dia (se considerarmos
26,5% dos RDO como potencialmente recicláveis – ver capítulo 3), ou seja, uma
quantidade pequena que não justifica o esforço e o custo da segregação.
Entretanto, em que pesem as condições desfavoráveis dos pequenos municípios
para realizar a coleta seletiva, não se pode descartar a implementação deste
procedimento.
Além disso, constatou-se que, à despeito da pouca participação do Poder Público
na coleta seletiva de Uberaba e dos demais municípios, estas existem em diferentes
estágios de progresso, e, devido à fragilidade do sistema, podem vir a ser sufocadas
caso o papel a ser exercido pela futura concessionária venha a colidir com o sistema
existente.
Dessa forma, além das dificuldades técnicas já apontadas devido à grandes
distâncias e pequenas quantidades de resíduos envolvidas, surge como imperativa a
necessidade de conciliar a atuação da futura concessionária com a dos pequenos
recicladores.

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O atual contrato mantido entre a Prefeitura de Uberaba e a empresa Lara não
prevê a realização de coleta seletiva. Toda a atividade de reciclagem é efetuada por
catadores autônomos ou organizados sob cooperativas.
Neste trabalho previu-se a necessidade de uma frota e equipe específica,
independente daquela a ser utilizada na coleta domiciliar, para apoio à coleta seletiva,
sem considerar a recuperação dos custos através da venda dos reciclados. Dessa
forma, a futura concessionária deve considerar a necessidade de participar como
parceiro nos projetos de coleta seletiva em vigor ou que venham a ser implementados
pela Prefeitura de Uberaba.
Quanto aos demais municípios, apenas alguns possuem algum tipo de programa
municipal para incentivar a coleta seletiva. Em sua grande maioria todo resíduo sólido
urbano é encaminhado para os locais de destinação final.
Embora todos os municípios tenham relatado a existência de catadores pela
cidade, o que se pode verificar em visitas técnicas é que esta atividade ocorre de
forma totalmente independente das prefeituras, com exceção dos municípios de
Campo Florido, Conceição das Alagoas e Sacramento, que possuem um programa
para incentivar a coleta seletiva local.
Este projeto prevê melhoria das condições de infraestrutura da cooperativa
COOPERU de forma que tenha sua capacidade de recebimento de recicláveis
ampliada, a readequação da unidade de reciclagem de Sacramento e a ampliação e
reforma da unidade de reciclagem em Conceição das Alagoas. Avaliou-se a
viabilidade da unidade de reciclagem em Conceição das Alagoas para receber todos
os resíduos das cidades do entorno (Água Comprida, Campo Florido, Conceição das
Alagoas, Planura, Veríssimo), com capacidade média de 30 toneladas por dia, mas o
ganho de custos não justificou o aumento do investimento necessário. Por esse
motivo, optou-se por uma unidade simplificada para receber apenas o material
proveniente da coleta seletiva nestas cidades (média de 8,6 t/dia no ano 1), o que não
impede a futura concessionária de rever os estudos e adotar a primeira solução como
forma de reduzir a quantidade de resíduos a ser transportada a Uberaba.
Para os demais municípios, que apresentam diferentes níveis de adesão a
programas locais de coleta seletiva, estão previstas ações institucionais de
fortalecimento dos recicladores locais, quando existirem, e de apoio à criação de
cooperativas onde não existirem (as necessidades de cada município deverão ser
avaliadas individualmente, em conjunto com as administrações municipais). Também

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estão previstas verbas para campanhas educativas, implantação de Pontos de
Entrega Voluntária e outras ações visando incentivar (e não competir) as atividades
hoje existentes. A frota prevista para coleta seletiva em Uberaba também poderá ser
utilizada em apoio logístico ao transporte dos resíduos separados nestas cidades aos
centros de comercialização em Uberaba.
Nos levantamentos efetuados, alguns municípios declararam percentuais de
reciclagem de até 35% dos resíduos coletados. Entretanto, conforme já foi visto, a
coleta seletiva nestes municípios é efetuada basicamente por catadores autônomos,
daí ter-se adotado metas bem mais modestas. Como as interferências previstas no
projeto se fundamentam basicamente no fortalecimento das instituições de reciclagem
existentes e a implementação de PEV’s para entrega de recicláveis pela população, a
meta crescerá gradativamente ao longo do período de concessão.

7.2.3.1 Ampliação da coleta seletiva porta a porta em Uberaba, em conjunto


com as cooperativas existentes

Neste projeto se prevê o incremento da coleta seletiva pública através da


implantação de roteiros porta a porta, priorizando setores do município de acordo com
projeto específico a ser elaborado pela concessionária e submetido à fiscalização do
contratante.
Em princípio está prevista a utilização de 03 caminhões coletores sem
compactação, do tipo baú de 6 m³ especialmente adaptados e com suas respectivas
equipes, até o décimo ano de concessão. Um destes caminhões também será
utilizado no apoio à coleta seletiva e recolhimento dos PEVs nos demais municípios,
como descrito mais adiante.
Caso as metas estipuladas neste trabalho sejam alcançadas ou suplantadas,
recomenda-se que a coleta seletiva passe a ser executada por caminhões
compactadores de 15 m³ (ou outro equipamento equivalente, a ser proposto pelo
concessionária) a partir do décimo primeiro ano de concessão.
Cabe ressaltar que, segundo a PNRS, o interesse da coleta seletiva pública não
pode conflitar com o das associações e cooperativas de catadores. A realidade atual
é que essas cooperativas possuem baixa efetividade na coleta de reciclados, daí a
possibilidade de implantação da coleta seletiva pública.

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7.2.3.2 Ampliação do sistema dos Pontos de Entrega Voluntária nos municípios

Na maioria dos municípios estudados a coleta seletiva é efetuada porta a porta,


através de catadores autônomos. Neste projeto prevê-se a implantação de Pontos de
Entrega Voluntária de Resíduos em todos os municípios, facilitando o trabalho de
separação atualmente executado por estes catadores.
Durante a implantação deverá ser feita campanha de conscientização junto a todas
as comunidades diretamente atendidas pelos PEV’s a serem implantados.
Caberá a concessionária o recolhimento dos resíduos depositados nos PEVs e o
transporte dos mesmos para os locais definidos em conjunto com as administrações
locais. Neste trabalho recomenda-se que os recicladores que hoje trabalham
localmente de forma independente sejam instados a se organizar em cooperativas,
compartilhando os resíduos beneficiados nas usinas de Sacramento ou Conceição
das Alagoas. Nessa modelagem, a concessionária utilizaria um caminhão
compactador de 6 m³ para recolher os reciclados dos PEVs e aqueles recolhidos porta
a porta pelos recicladores locais, cabendo às futuras cooperativas definir o modelo de
compartilhamento dos resultados da comercialização dos resíduos. Embora essa
modelagem dependa da criação de cooperativas, que se sabe não ser um processo
muito rápido, este caminhão coletor está previsto na estimativa dos custos de
implantação e de operação deste trabalho.
A concessionária poderá propor um novo modelo de mobilização popular e
recolhimento de resíduos segregados, elaborando projeto executivo específico, que
deverá ser submetido à anuência contratante.

7.2.3.3 Coleta seletiva de orgânicos

A adoção de um modelo de coleta seletiva para a fração orgânica está


intrinsicamente ligada ao modelo de beneficiamento destes resíduos. O
beneficiamento da fração orgânica através de processo de decomposição anaeróbica
tem seu rendimento aumentado na medida em que se prioriza esta parcela da coleta.
Contudo, o teor de orgânicos característico dos RDO´s dos municípios em estudo
faz com que uma modelagem específica para a coleta seletiva de orgânicos pouco se
diferencie da modelagem de coleta de resíduos domiciliares comuns.

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Por este motivo, neste trabalho considerou-se a coleta da fração orgânica incluída
na coleta domiciliar tradicional; caberá ao futuro concessionário, se o desejar,
implantar rotas específicas para esses resíduos, direcionando da forma mais
adequada ao sistema de beneficiamento por ele adotado.
Essa medida também contribuirá para a melhoria da qualidade dos resíduos que
devem ser endereçados a rota tecnológica que necessita de um teor de orgânicos
mais elevados para um melhor rendimento do processo.

7.2.3.4 Coleta seletiva porta a porta nos municípios

Como o grande problema relatado pelos catadores nos municípios mais distantes
é o transporte dos resíduos separados até Uberaba, onde se localizam os principais
compradores, está prevista a utilização de um caminhão compactador de 6 m³ para
auxiliar neste transporte, conforme anteriormente proposto (ampliação do sistema dos
Pontos de Entrega Voluntária nos municípios).
A implementação da coleta seletiva nos municípios que compõem o Grupo 1 deve
ser realizada de forma progressiva, uma vez que não estão implantadas de forma
institucional. A medida que a pratica da segregação dos recicláveis secos for sendo
incorporada pela população dos municípios do Grupo 1, a concessionária deverá se
adequar para atender a demanda de serviço.
Para o Grupo 2, tendo em vista que Conceição das Alagoas já opera efetivamente
a unidade de reciclagem, o serviço de coleta seletiva irá elevar a amplitude das áreas
atendidas, oferecendo uma maior dinâmica e a melhoria dos resultados para a
cooperativa local.
Para tal, será utilizado o caminhão descrito anteriormente, destinado à coleta dos
PEVs.
Para as cidades que compõem o Grupo 3 (Delta e Sacramento), a implantação da
coleta seletiva também pode ser ampliada de imediato, utilizando o mesmo caminhão
previsto para coleta dos PEVs e para a coleta seletiva de Conceição das Alagoas,
obedecendo ao calendário proposto a seguir.

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A metodologia para coleta e transporte dos resíduos, descrita no Capítulo 7, será
comum a todas as rotas.
Na definição da quantidade de resíduos a ser enviada diretamente ao aterro
sanitário, sem beneficiamento, considerou-se a redução prévia descrita nos itens
anteriores.
Em todas elas foram consideradas os itens abaixo, que apesar de não fazerem
parte do escopo do presente trabalho, são fundamentais para viabilização das rotas.

• Segregação do RCD na origem;


• Aterramento do RCD coletados em aterro de inertes;
• Beneficiamento da Classe A do RCD coletado;

A seguir serão apresentadas, além da descrição detalhada de cada uma das


unidades consideradas, as medidas fundamentais que possibilitarão o sucesso de sua
implementação.

4.5.1 Rota Tecnológica 1

A Rota Tecnológica 1 se constitui da implementação dos procedimentos e


unidades operacionais elencados abaixo.

4.5.1.1 Unidade de triagem

Para essa rota considerou-se a adoção de uma unidade de triagem com


capacidade para processar até 250 toneladas/dia de lixo bruto. Espera-se recuperar
nesta unidade uma média de 12 toneladas por dia. Alguns fabricantes propõem metas
mais ousadas, chegando à quase totalidade dos resíduos seco potencialmente
recicláveis; todavia, neste estudo optou-se por uma modelagem mais conservadora,
deixando para o futuro concessionário adotar unidades com maior eficiência de
separação, caso deseje.

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4.5.1.2 Unidade de Pirólise

A unidade estudada para tratamento do RSU é a de pirólise lenta, com capacidade


para processar, em baixas temperaturas e com a utilização de um reator horizontal os
resíduos não recuperados na usina de reciclagem.
Os parâmetros de dimensionamento da unidade de pirólise levaram em
consideração as informações obtidas na literatura e na expertise dos consultores,
tendo em vista a inexistência de unidade semelhante operando no Brasil em escala
industrial.
A unidade terá capacidade de tratamento de 250 toneladas por dia.
A opção por esta unidade se deu principalmente por imposições de mercado. A
maioria dos fornecedores contactados disponibiliza unidades a partir de 250
toneladas/dia de capacidade. Definir uma unidade com menor capacidade poderia
direcionar a licitação.
Não se optou por uma unidade maior devido ao valor do investimento e à incerteza
quantos aos custos operacionais reais, uma vez que todas as unidades implantadas
no Brasil operam em caráter experimental.
O beneficiamento de 250 toneladas por dia da fração orgânica dos resíduos
corresponde 70% do total dos resíduos domiciliares dos municípios envolvidos e
superior à quantidade esperada de orgânicos (190 t/dia) no ano 1 da concessão,
atendendo com folga as metas de redução contidas na PNRS e expressas na NT
01/2020.
Admitindo 60% de umidade na fração orgânica, a massa a ser processada em
base seca será de 125 t/dia, com uma eficiência de conversão em carvão da ordem
de 35%; a massa de carvão produzida será de 32 t/dia de biochar.
Com a mesma base de raciocínio, a fração gasosa terá o mesmo peso final de 32
t/dia (35% de eficiência) e a fração líquida será de 28 t/dia.
Ao final do processo sobrarão 18 toneladas por dia de rejeitos Classe II - A serem
dispostos no aterro sanitário juntamente com a parcela não beneficiada.de RSU.

4.5.1.3 Balanço de massa

De acordo com as tecnologias a serem implementadas, a rota tecnológica 1


apresentará o balanço de massa fornecido na Figura 10.

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8.2 Resumo dos quantitativos do projeto

8.2.1 Quadro de veículos e equipamentos para implantação dos serviços de

coleta e transporte de resíduos

Para realização dos serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos


de forma manual e mecanizada, deve-se considerar que o planejamento básico das
atividades decorre das características específicas dos serviços a executar e em
função do volume de resíduos a coletar.
Os serviços tratados no presente item abrangem os seguintes tipos de atividades:

• ˗ Coleta de resíduos sólidos domiciliares;


• ˗ Coleta em áreas de difícil acesso (comunidades);
• ˗ Coleta seletiva de resíduos;
• ˗ Coleta nas zonas rurais;

A Tabela 22 apresenta a quantidade de veículos e equipamentos necessários para


execução para a realização das atividades previstas no projeto, conforme apresentado
nos Capítulos 6 e 7.

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Tabela 22: Quantidade de veículos e equipamentos necessários para a execução das atividades previstas para o projeto.
Roteiro 4
Roteiro 1 Roteiro 2 Roteiro 3 Coleta seletiva
Uberaba
Ano
Compactador Compactador Compactador Compactador Compactador Compactador
Satélite Satélite Baú Compactador
15 m³ 15 m³ 15 m³ 6 m³ 15 m³ 19 m³

2021 1 1 2 2 2 1 5 9 2 -
2022 1 1 2 2 2 1 5 9 2 -
2023 1 1 2 2 2 1 5 9 2 -
2024 1 1 2 2 2 1 5 9 2 -
2025 1 1 2 2 2 1 5 9 2 -
2026 1 1 2 2 2 1 5 9 3 -
2027 1 1 2 2 2 1 5 9 3 -
2028 1 1 2 2 2 1 5 9 3 -
2029 1 1 2 2 2 1 5 9 3 -
2030 1 1 2 2 2 1 5 9 3 -
2031 1 1 2 2 2 1 5 9 - 3
2032 1 1 2 2 2 1 5 9 - 3
2033 1 1 2 2 2 1 5 9 - 3
2034 1 1 2 2 2 1 5 9 - 3
2035 1 1 2 2 2 1 5 9 - 3
2036 1 1 2 2 2 1 5 9 - 6
2037 1 1 2 2 2 1 5 9 - 6
2038 1 1 2 2 2 1 5 9 - 6
2039 1 1 2 2 2 1 5 9 - 6
2040 1 1 2 2 2 1 5 9 - 6

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4.5.2.2 Digestão Anaeróbica ou Biodigestão

A unidade estudada para o CONVALE será dimensionada para processar 200


t/dia.
Os parâmetros de dimensionamento desta unidade se basearam em uma unidade
piloto instalada no Ecoparque do Caju/RJ com base nos estudos desenvolvidos pela
Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro (COMLURB), juntamente
coma a empresa Methanum Waste and Energy e a Universidade Federal de Minas
Gerais, tendo em vista a inexistência de unidades operando no Brasil em escala
industrial.
Estima-se que esta unidade propicie a decomposição anaeróbica de 125 toneladas
por dia, gerando aproximadamente 20.000 Nm³ de gás metano (CH4) por dia.
A opção por uma unidade de 200 toneladas por dia se deu principalmente pela
possibilidade de se viabilizar posteriormente a produção de energia a partir do biogás
captado. Embora a unidade que serviu de modelo para o presente estudo tenha sido
concebida em módulos construídos em concreto armado e alvenaria, totalizando uma
capacidade diária de 50 toneladas, a maioria dos fornecedores contactados
disponibiliza unidades de 200 toneladas/dia de capacidade. Definir uma unidade com
menor capacidade poderia direcionar a licitação.
Não se optou por uma unidade maior devido ao valor do investimento e à incerteza
quantos aos custos operacionais reais, uma vez que todas as unidades implantadas
no Brasil operam em caráter experimental.
O beneficiamento de 200 toneladas por dia da fração orgânica dos resíduos
corresponde 56% do total dos resíduos domiciliares dos municípios envolvidos e
superior à quantidade esperada de orgânicos (190 t/dia) no ano 1 da concessão,
atendendo com folga as metas de redução contidas na PNRS e expressas na NT
01/2020.

4.5.2.3 Compostagem natural dos resíduos não processados pela


metanização

O resíduo resultante da digestão anaeróbia poderá ser disposto em aterro


sanitário, sendo classificado como resíduo Classe II-A com elevado teor de matéria
orgânica não digerida, ou passar por processo de estabilização final em pátio de leiras

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convencional, para compostagem aeróbia com reviramento semanal das leiras por pá
carregadeira.
O pátio será dimensionado para receber 60 t/dia de material digerido que será
estabilizado ao longo de 45 dias. Depois de estabilizado, o material passará por um
peneiramento dando origem a 40 t/dia de composto orgânico (podendo ser
comercializado) e 20 t/dia de inservíveis (a serem encaminhadas para o aterro
sanitário).

4.5.2.4 Balanço de massa

De acordo com as tecnologias a serem implementadas a rota tecnológica 2


apresentará o balanço de massa fornecido na Figura 11.

Figura 11: Balanço de massa da rota tecnológica 2.


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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Tabela 24: Profissionais necessários para os serviços de destinação final de resíduos
Cargos 1º turno 2º turno Quantidade Total
Sub-Encarregado 1 0 1
Engenheiro Junior 1 0 1
Total de funcionários 42
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

8.2.4 Quadro de mão de obra direta para as operações de coleta e transporte

Para realização dos serviços de transporte e coleta domiciliar do CONVALE, foi


dimensionado o quadro funcional da Tabela 25.

Tabela 25: Profissionais necessários para os serviços de transporte e coleta domiciliar


Cargos Motorista Coletor Fiscal
Coleta Convencional Roteiro 1 3 5 1
Coleta Convencional Roteiro 2 4 9 1
Coleta Convencional Roteiro 3 3 8 1
Coleta Convencional Roteiro 4 28 83 4
Coleta seletiva (ano 1) 2 3 -
Coleta Seletiva (ano 11) 2 3 -
Total 42 111 7
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

8.2.5 Quadro de mão de obra administrativa

Para todas as atividades de suporte administrativo e gerência das atividades


operacionais e de planejamento do contrato de concessão, também foi dimensionado
o quadro administrativo apresentado na Tabela 26.

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Tabela 26: Profissionais necessários para os serviços de transporte e coleta domiciliar
Cargos Quantidade
Gerente Geral 1
Coordenadores 4
Encarregado de coleta 2
Encarregados administrativos 1
Encarregado de tratamento e destino 1
Encarregado de sala técnica 1
Auxiliar administrativo 4
Auxiliar técnico 2
Estagiário 2
Técnico de segurança do trabalho 1
Comprador 1
Almoxarife 1
Auxiliar de serviços gerais 2
Vigia 4
Total 27
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

8.3 Projeção de geração e demanda dos subprodutos

Com base nos parâmetros acima definidos pode-se estimar as demandas dos
subprodutos resultantes dos processos tecnológicos, que constituirão receitas
adicionais ao concessionário.

8.3.1 Energia recuperada da biodigestão anaeróbia

O processo de decomposição anaeróbia gera quantidade considerável de biogás.


O biogás gerado possui elevada concentração de metano (da ordem de 60%), que
uma vez liberado na atmosfera produz forte impacto como gerador de efeito estufa.
Por outro lado, o metano possui elevado poder calorífico, podendo ser utilizado
como biocombustível, substituindo o GLP, ou alimentando um moto gerador para
produção de energia elétrica.
Como a utilização do metano como biocombustível depende de negociações e
adequações do setor energético, neste trabalho, para efeito de dimensionamento e

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estimativas de investimento e custo operacional, considerou-se a utilização do metano
recuperado para geração de energia elétrica.
A eficiência energética do biogás, considerada neste trabalho, com percentual
superior a 60% de metano e 30% na conversão elétrica do gerador, é de
aproximadamente 0,19 MWh/t.dia, demonstrando a potencialidade de uso controlado.
Na Tabela 27 são apresentados os quantitativos esperados para geração de energia
elétrica em 1 (um) ano.

Tabela 27: Energia Elétrica Prevista - Unidade de Biometanização


Quantidade Geração de Energia do processo Energia produzida
(t/dia) (MWh/t) (MWh/ano)
200 0,19 13.870
Fonte: Ornellas, 2019

8.3.2 Energia recuperada do biogás do aterro

A quantidade de metano gerada pelo aterro sanitário foi estimada com auxílio do
software LandGEM, desenvolvido pela USEPA, baseado na metodologia de
decaimento de primeira ordem, cujos resultados são apresentados a seguir:
O biogás capturado no aterro poderá ser direcionado ao sistema de geração de
energia juntamente ao biogás produzido na biodigestão. Baseado na metodologia
acima citada (conforme USEPA - Environmental Protection Agency), estimou-se em
cerca de 2 mil MWh/ano a média anual de energia adicionada ao demonstrado no item
anterior.

8.3.3 Composto recuperado dos rejeitos da digestão anaeróbia

Tabela 28: Dados sobre tratamento por compostagem


(t/dia)
Capacidade da Usina 200
Quantidade de material tratado na reciclagem 25
Quantidade de material a ser digerido 175
Quantidade de material não digerido passível de compostagem 60
Quantidade que efetivamente se transforma em composto 40
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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8.3.4 Redução de RDO após a coleta seletiva

Tabela 29: Reciclados recuperados pela coleta seletiva porta a porta


Ano 1 (2021)
Quantidade de RDO (t/ano) 116.165
Quantidade de recicláveis coletados (t/ano) 3.452,00
Ano 30 (2050)
Quantidade de RDO (t/ano) 138.647
Quantidade de recicláveis coletados (t/ano) 20.3725,00
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

8.3.5 Reciclados recuperados pelas usinas de reciclagem

Tabela 30: Recuperados pela usina de reciclagem


(t/dia)
Capacidade da usina 200
Quantidade de material tratado na reciclagem 25
Quantidade efetivamente reciclada 20
Rejeitos 5
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

8.3.6 Rejeitos a serem dispostos no aterro

Tabela 31: Quantidade a ser disposta no aterro sanitário


Origem do rejeito (t/dia)
Reciclagem 5
Biometanização/compostagem 20
Resíduos não tratados 160
Total 185
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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9 DESCRIÇÃO DE POSSÍVEIS RECEITAS ACESSÓRIAS

Além das receitas previstas decorrentes dos parâmetros tarifários obtidos a partir
da modelagem econômico-financeiro desenvolvida para a concessão, há necessidade
de se abordar a possível permissão de obtenção de receitas acessórias pelo
concessionário.
A Lei Federal nº 8.987/1995 (Lei Geral de Concessões de Serviços Públicos)
evidencia a autorização no seu artigo 11, ao Poder Concedente para que preveja, em
favor do concessionário, a possibilidade de auferir receitas alternativas,
complementares, acessórias ou de projetos associados, com vistas a favorecer a
modicidade das tarifas. Trata-se de mecanismo de financiamento do serviço
concedido, que não onera os seus destinatários (usuários), nem o Poder Público (nas
hipóteses de concessões comuns subsidiadas e de parcerias púbico-privadas). Tais
receitas podem guardar, em razão das externalidades do serviço público prestado,
relação direta com o contrato de concessão (geração de energia a partir da captação
de biogás, comercialização de créditos de carbono etc.), ou terem vinculação indireta
(destinação final de resíduos de grandes geradores privados).
O entendimento jurídico que deve prevalecer é no sentido de que todas as receitas
acessórias obtidas pelo concessionário devem ser revertidas à modicidade tarifária e
determina que essas receitas sejam obrigatoriamente consideradas para a aferição
do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão.
O relatório de análise econômico-financeira do presente Projeto irá detalhar de que
forma as possíveis receitas acessórias irão contribuir, quando efetivamente
realizadas, para o valor da tarifa a ser cobrada. Em qualquer caso, tais receitas
necessitarão ser apresentadas ao poder concedente para autorização prévia ao
efetivo investimento.

9.1 Coleta, transporte e destinação final dos resíduos dos Grandes Geradores

9.1.1 Estimativa do mercado potencial

O Decreto Municipal de Uberaba nº 1365 de 1º de dezembro de 2017, regulamenta


os Grandes Geradores de que trata a Seção I do Capítulo III do Título III da Lei

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4.7 Utilização de Estações de Transferência

Estações de Transferência de Resíduos - ETR são unidades que permitem aos


veículos compactadores descarregar os resíduos coletados em carretas de maior
porte e retornar rapidamente para o roteiro de coleta. Desta forma há um aumento na
eficiência do conjunto coleta + transporte, pois os veículos compactadores podem
dedicar mais tempo ao serviço de coleta e as carretas de grande porte se dedicam
exclusivamente ao transporte dos resíduos ao destino final.
Geralmente, a implementação de uma ETR se dá em grandes cidades onde, por
causa da intensa urbanização, os aterros sanitários se localizam muito longe do centro
de massa de geração de resíduos, ou seja, normalmente as ETR’s operam com
quantidades de RSU superiores 500 t/dia.
No caso do CONVALE a situação é um pouco diversa da usual, já que as
distâncias do centro de massa de geração ao aterro sanitário não são provocadas
pela urbanização das cidades, mas sim por se tratar de cidades distantes entre si, que
irão destinar os resíduos coletados em outro município.
Analisando-se o mapa da Figura 14, chega-se à conclusão que para reduzir a
distância de transporte a números inferiores a 60 km, ter-se-ia que implantar uma ETR
no município de Conceição das Alagoas. Ainda assim, haveria a necessidade de se
abrir uma exceção para Sacramento que ficaria a mais de 70 km de distância.
A seguir apresenta-se mapa com os municípios que aderiram ao projeto de RSU
do CONVALE destacados em amarelo.

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A Lei Municipal define que para pequenos volumes, o RCD deve ser destinado em
Ecopontos: “ equipamentos contratados pelos geradores destinados ao recebimento
de resíduos da construção civil e resíduos volumosos limitados a 1 (um) metro cúbico,
gerados e entregues pelos munícipes, podendo ainda ser coletados e entregues por
pequenos coletores diretamente contratados pelos geradores, equipamentos esses
que, não poderão causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e deverão ser
usados para triagem de resíduos recebidos, posterior coleta diferenciada e remoção
para adequada disposição;
Para volumes superiores a 1 m3, os resíduos de construção civil devem ser
destinados a Aterros de Resíduos de Construção Civil Classe A, de reserva de
material para usos futuros: áreas onde serão empregadas técnicas de disposição de
RCD no solo, visando a reserva de materiais de forma segregada, possibilitando seu
uso futuro e/ou a disposição destes materiais com vistas à futura utilização da área,
empregando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível,
sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente, devidamente licenciado pelo
órgão ambiental competente.
Diferentemente do quantitativo de grandes geradores, onde os resíduos chegam
identificados ao destino final, pois são transportados por empresas cadastradas, os
resíduos de construção dispostos irregularmente não são de fácil quantificação. Como
esses resíduos são dispostos muitas vezes no logradouro público, são removidos por
operações mecanizadas associada a outros tipos de resíduos que se encontram
também dispostos desta forma, como resíduos domiciliares, bens inservíveis e
resíduos de capina e áreas verdes.
A situação dos RCD dispostos irregularmente nos espaços públicos, também é
percebida nos demais municípios que compõem o CONVALE e a tendência é que a
remoção desses resíduos pelo poder público, seja adicionada aos resíduos
domiciliares que serão destinados ao Aterro.

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9.3 Recebimento dos RSU de outros municípios

9.3.1 Estimativa do mercado potencial

Uma outra forma de gerar receitas acessórias ao concessionário de forma a que


este possa oferecer no edital de concessão dos serviços, uma tarifa mais vantajosa
ao usuário final é a possibilidade de expansão da área de abrangência da destinação
final de resíduos sólidos urbanos, para os demais municípios que compõem a região
do CONVALE e que não mostraram interesse em um primeiro momento de formalizar
a participação no consórcio CONVALE para a gestão integrada dos resíduos sólidos
urbanos.
A possibilidade de ampliação da recepção de resíduos sólidos urbanos dos
municípios que compõem o CONVALE não é significativa, uma vez que todos os
demais municípios (Conquista, Comendador Gomes, Santa Juliana, Nova Ponte e
Pirajuba) foram consultados e optaram por uma solução municipal individualizada. Da
mesma forma, poderá ocorrer com outros municípios que não compõem o CONVALE,
apesar disso essa hipótese é menos provável dada a distância de transporte. Caso
eventualmente venha a ocorrer uma adesão de um ou mais municípios, deve ser
considerada uma receita acessória, que permitirá uma diminuição do resultado final
do custo operacional do objeto da concessão, com reflexo direto na tarifa a ser
avaliado pela agência reguladora.

9.4 Comercialização dos créditos de carbono

9.4.1 Estimativa do mercado potencial

Outra possível fonte de receitas acessórias é a adoção de modelos operacionais


nos projetos de recuperação energética do aterro sanitário que venham a permitir a
captação dos incentivos previstos no Protocolo de Quioto (Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo - MDL) através da venda de Créditos de Carbono.
Como haverá drástica redução da emissão de gás metano bem como de processos
de redução e reciclagem com a implantação do novo modelo de gestão do aterro
sanitário, será possível a captura de novas receitas.

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A Tabela 11 apresenta movimentação estudada no transporte dos resíduos.

Tabela 11: Movimentação de RSU entre os municípios integrantes do projeto: Distância dos
municípios até o destino, CONVALE (2018).
Cidade Quant. de resíduos (t/dia) Distância ao aterro (km)
Campo Florido 3,74 89,7
Veríssimo 1,12 63,5
Planura 5,53 131,6
Conceição das Alagoas 20,00 80,4
Água Comprida 1,48 62,8
Sacramento 12,47 75,8
Delta 3,97 25,4
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Considerando-se que esta ETR iria receber os resíduos de Campo Florido,


Veríssimo, Planura, Conceição das Alagoas e Água Comprida, sua operação ficaria
restrita a 33,36 t/dia que corresponde a pouco mais de 80 m³ (considerado o peso
específico na carreta de 400 kg/m³). Desta forma, a ETR necessitaria de apenas 1
carreta de 30 m³ que faria 3 viagens por dia ao aterro municipal. Entretanto, a pá
mecânica usada no carregamento da carreta ficaria ociosa a maior parte do tempo,
assim como as instalações de pesagem dos veículos.
Vê-se, portanto, que o pequeno ganho em eficiência da coleta (Planura e
Veríssimo ainda ficariam a 50 Km de distância da ETR) não justifica o aumento de
custo operacional para manter uma ETR ociosa.
Pelas razões expostas, este relatório não recomenda a adoção de estações de
transferência de resíduos no sistema de coleta e transporte dos resíduos sólidos
urbanos dos municípios que compõem o CONVALE.

4.8 Implantação de uma unidade de reciclagem e compostagem

Também com o intuito de reduzir a quantidade de resíduos a ser transportada para


Uberaba, a unidade de reciclagem localizada em Conceição das Alagoas, que
encontra-se em operação através de cooperativa de catadores será reformada e
ampliada. Além da reciclagem dos resíduos, o estudo prevê a implantação da
compostagem para os resíduos orgânicos.

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10 PLANO DE OPERAÇÃO, CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO

10.1 Estrutura administrativa

A estrutura da Concessionária para gerenciamento dos serviços a serem


concedidos deverá ser implantada como uma unidade regional da empresa, dispondo
de quadro de liderança com dedicação exclusiva a gerir e controlar a operação, sendo
capaz de manter o processo e seus indicadores dentro do acordado, sempre
monitorando, desenvolvendo e implantando melhorias que possibilitem o
aperfeiçoamento contínuo dos serviços prestados à população.
Os profissionais deverão ser capacitados e experientes, com estrutura que
possibilite o monitoramento intenso das operações, corrigindo qualquer desvio que
possa haver sem nenhum prejuízo à qualidade dos serviços.
O organograma a seguir apresenta a estrutura administrativa sugerida para o
contrato de concessão, no que tange as funções necessárias para atendimento ao
escopo contratual.

Figura 31: Organograma Administrativo


Fonte: Consórcio Vital, 2019.

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10.1.1 Estrutura técnica, administrativa e de apoio necessária à implantação do

projeto

A aquisição ou locação de área para implantação do setor operacional e


administrativo da concessionária será responsabilidade da própria. O local para
implantação da sede operacional deverá possuir área suficiente para instalação das
áreas administrativas, operacionais e oficinas, sem interferir com o fluxo dos veículos
e com a menor interferência possível com o tráfego local.
A sede operacional deverá ser murada e os pátios de guarda e manutenção da
frota deverão interferir o mínimo possível com a vizinhança do entorno. Com o objetivo
de oferecer um melhor atendimento logístico e facilitar a circulação de veículos,
máquinas e equipamentos, a área de implantação deverá ser utilizada de forma
estratégica e racional. O arranjo proposto deverá procurar, além de minimizar as
distâncias, evitar as interferências que possam ocorrer entre as unidades e os serviços
propriamente ditos.
O arranjo resultante dessa análise deverá prever áreas distintas assim definidas:

• Área Administrativa

Nessa área deverão ficar concentradas todas as atividades técnico-administrativas


da Concessionária. As unidades que compõem esta área deverão ser posicionadas
de forma estratégica em função de suas destinações e da própria taxa de ocupação
no terreno:

o Portaria (entrada principal do terreno);


o Escritório Administrativo.

• Área de Serviços

Destinada às atividades de apoio aos funcionários deverá estar localizada junto à


área de manutenção, constituída pelas seguintes unidades:

o Sanitários e Vestiários;
o Refeitório;
o Descanso laborial

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• Área de Manutenção

Nessa área deverão ser executadas todas as atividades de manutenção dos


veículos e equipamentos a serem utilizados nos serviços. As unidades constantes
deverão ser locadas na área disponível mais próxima às instalações operacionais e
acessos, facilitando, assim, a locomoção.
As unidades que integrarão essa área deverão possuir seus acessos facilitados à
circulação de equipamentos, bem como às manobras de caminhões, prevendo-se que
deverão ser implantadas nessa área as seguintes unidades:

o Almoxarifado;
o Oficina de Manutenção de Equipamentos e Veículos;
o Rampa de lavagem;
o Abastecimento de Combustível.

• Dimensionamento e Especificações das Unidades

O projeto das unidades das instalações operacionais da Concessionária deverá


atender às Normas Regulamentadoras NR-18 e NR-24, no tocante ao
dimensionamento, conforto ambiental, método construtivo e infraestrutura, bem como
ao atendimento dos dados específicos e demais documentos.
Para garantir a manutenção e limpeza das instalações operacionais, deverá haver
uma equipe responsável por estes serviços, destacando as seguintes atribuições:

o Inspeção periódica dos extintores de incêndio existentes;


o Verificação de placas e cartazes de segurança do trabalho e
sinalização,
o Realização de serviços de sanificação nas instalações operacionais,
englobando dedetização contra insetos rasteiros, voadores e
desratização;
o Limpeza interna das unidades, mantendo os móveis, pisos e paredes
sempre limpos e asseados;
o Varrição e lavagem do piso dos refeitórios após cada refeição;
o Manutenção dos sanitários e vestiários, devendo os pisos serem
lavados diariamente;

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o Realização de serviços de manutenção das instalações elétricas,
hidráulicas e sanitárias.

• Higiene das Instalações Operacionais

As instalações sanitárias, projetadas em quantidades suficientes, deverão ser


mantidas em perfeito estado de conservação e higiene, assim como o refeitório que
sempre deverá estar em estado de perfeito asseio e higiene. Os resíduos deverão ser
acondicionados em recipientes adequados e removidos diariamente, evitando-se a
criação e proliferação de insetos. Periodicamente, deverá ser providenciada a
dedetização de toda a instalação operacional.

• Segurança Patrimonial

Esta seção deverá ser encarregada de zelar pela segurança patrimonial da sede
operacional da Concessionária, até o término definitivo do Contrato de Concessão.
Deverão ser compostas por: porteiros, vigias diurnos e noturnos.

o Projetos das Unidades


o Portaria Principal

A Portaria Principal terá como finalidade básica, o procedimento do controle de


fluxo das pessoas, veículos e equipamentos no acesso de entrada e saída das
instalações operacionais. Deverá contar com unidades de relógio de ponto e chapeira.
Visará proceder a vigilância e segurança patrimonial da unidade, através da sua
posição estratégica que deverá permitir uma total visualização da área interna das
instalações operacionais.

• Escritório Administrativo

Esta unidade será planejada a fim de atender à equipe responsável pelo


gerenciamento técnico-administrativo dos serviços. Deverá consistir em uma
edificação dimensionada em conformidade com a quantidade de pessoal que será
alocada na atividade. Deverá contar com dependências destinadas aos serviços

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administrativos e técnicos, de engenharia, reuniões, sala específica para as atividades
de Educação Ambiental, sanitários e copa para atender aos funcionários.

• Refeitório

Terá por finalidade preparar e servir refeições para os níveis básico e médio,
alocados no Contrato, com previsão de turnos de atendimento. Deverá conter salões
para refeições e cozinha compatível com a necessidade de preparo de alimentação
para a força de trabalho.
Para o nível médio e superior deverá haver um salão de refeições também
equipado com mesas e cadeiras, com capacidade para atender o pessoal alocado.

• Sanitários e Vestiários

Esta unidade deverá atender a todos os funcionários do Contrato. Esta unidade


deverá conter bacias sanitárias, lavatórios coletivos, mictórios, chuveiros, armários de
aço e bancos de madeira, dimensionados de acordo com o efetivo previsto.

• Almoxarifado

Esta unidade deverá ser concebida com a finalidade de proceder à guarda e ao


armazenamento dos diversos materiais e ferramentas a serem utilizados nos serviços,
devendo ser instalada em uma edificação fechada e coberta, com área para materiais
diversos, equipada com prateleiras, escritório e balcão para atendimento.

• Oficina de Manutenção de Veículos e Equipamentos

Deverá ser planejada com a finalidade de atender aos serviços de manutenção


preditiva e corretiva, lubrificação e lavagem dos equipamentos e dos veículos, que
estarão vinculados ao contrato, devendo ser instalada em um galpão com boxes para
abrigo dos equipamentos e dos veículos.

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• Pátio de Estacionamento

O pátio de estacionamento deverá ser projetado em função da quantidade de


veículos e equipamentos que compõem a frota dimensionada para a operação de
todos os serviços objeto do contrato. Deve ser prevista uma taxa de ocupação dos
veículos de 30 m² por unidade.

10.1.2 Infraestrutura da Rede de Serviços

As redes de energia elétrica, hidráulica, sanitária, dispositivos de segurança contra


incêndios e redes de drenagem deverão ser dimensionadas em concordância com as
Normas Técnicas, para atender às demandas específicas das unidades. Os critérios
de Projeto que deverão ser adotados são expostos, resumidamente, a seguir:

• Rede de Instalações Elétricas

O suprimento de energia elétrica deverá ser feito através do prolongamento da


rede existente, das instalações da Concessionária local de energia, até o local das
instalações operacionais, com a instalação de transformador aterrado, para o
rebaixamento da tensão. As redes de baixa tensão deverão ser aéreas, seguindo
padrões das Normas Técnicas previstas. Na oficina deverá ser utilizada a tensão
220/380 v; nos escritórios e unidades comunitárias, será utilizada a tensão de 110v,
que é a tensão padrão para Uberaba.

• Rede de Instalações Hidráulicas

A água potável deverá ser obtida através do prolongamento da rede de


abastecimento existente. A distribuição para as unidades das instalações operacionais
deverá ser feita através de redes, a partir de um reservatório elevado que deverá ser
implantado. Nas unidades, haverá caixa d'água de fibrocimento com capacidade para
um dia de consumo. Todas as redes deverão ser executadas em PVC rígido.

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• Rede de Esgoto Sanitário

O sistema de esgoto sanitário deverá ser formado por redes de coleta de esgotos
que atenderão às unidades das instalações operacionais, encaminhando os despejos
nas redes da Concessionária de esgoto existente.
Para coleta e disposição dos esgotos, as redes deverão ter caixas de passagem
posicionadas o mais próximo possível do núcleo gerador, facilitando, assim, as
operações de manutenção. A rede deverá ser dimensionada em função do número de
usuários em cada local de geração.
Caso o terreno para implantação das instalações operacionais não esteja
beneficiado com a rede pública de coleta de esgotos, os despejos deverão ser
coletados em fossas sépticas e destinados para sumidouros.

• Rede SPDA e Dispositivos de Segurança contra Incêndio

Os dispositivos de segurança contra incêndio deverão se constituir num conjunto


de extintores a serem distribuídos nos locais recomendados pelas Normas
Regulamentadoras, na instalação de hidrantes em pontos estratégicos e brigada de
incêndio formada por equipe que deverá ser treinada para o perfeito manuseio e
utilização dos equipamentos de combate a incêndio.
Quanto à rede de SPDA de prevenção contra descargas atmosféricas, deverão ser
instalados, em pontos estratégicos, para-raios do tipo Franklin; sendo que a
quantidade e a distribuição deverão atender às Normas Técnicas e ao raio de ação
dos mesmos.

10.2 Plano de Manutenção da Frota e Equipamentos

As equipes de manutenção deverão estar dimensionadas e estruturadas para


darem todo o suporte ao setor de operações, como parte integrante do esforço de
produção da Concessionária.
A parcela desse esforço pertinente à manutenção depende de qualificação técnica
para funcionar no nível de desempenho adequado, diretamente associados à
frequência de falhas e aos tempos de duração dos serviços de manutenção, que
interferem no desempenho operacional. A busca de ganhos de produtividade deverá

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ser um objetivo a ser perseguido para que não haja descontinuidade que afete os
resultados da operação.
O bom funcionamento dos serviços de manutenção representará um alto potencial
de contribuição para o aumento de produtividade, à luz de seu relacionamento com o
setor operacional que apresenta uma dinâmica relevante no cotidiano da cidade.
Por outro lado, o exercício dessas duas funções requer combinações específicas
de recursos tanto para a provisão de bens como de serviços.
As atividades de manutenção deverão ser executadas com a finalidade de
assegurar um estado satisfatório, previamente especificado, de equipamentos e
instalações. De modo geral a manutenção tem sido associada simples e diretamente
à conservação de veículos e equipamentos, embora administrativamente deva ser
considerada de modo bem mais abrangente. No seu relacionamento com a operação,
deverá ser reforçado o conceito de que a manutenção está intimamente ligada ao
resultado operacional desejado.

10.2.1 Sistema Operacional e a interseção com a Manutenção Preventiva

Na interseção entre os serviços operacionais e a manutenção estará a importância


de assegurar as condições operacionais dos veículos e equipamentos, isto é, a
manutenção influencia o resultado operacional da concessão. O conceito de
disponibilidade de veículos e equipamentos, para que possam produzir, surge então
como fator bastante útil na avaliação da qualidade do serviço prestado pela
manutenção à operação do sistema.
Não é tarefa fácil medir a disponibilidade. Para todos é clara a necessidade de que
o tempo de paralisação do equipamento deve ser o menor possível. Frequentemente
há confusão entre o tempo de interrupção da operação e o tempo de reparo.
Um sistema que não é operado continuamente pode desenvolver falha sistêmica
enquanto está inativo. A condição de falha pode não ser evidente até que o sistema é
solicitado a operar.
Estas considerações são importantes para empresas que exerçam atividades onde
o transporte e a logística são fatores essenciais no bom desempenho da prestação de
serviços. O serviço de coleta domiciliar e a destinação final de resíduos sólidos
urbanos, são fundamentalmente serviços de transporte de carga. Nessa situação, fica
claro que face a complexidade das operações, o custo de paralisação é alto e deve

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5.2.1 Características do RSU para escolha da tecnologia

Todas as alternativas compreendem a triagem dos materiais recicláveis com apoio


de catadores seguido de triagem semi-mecanizada. É possível viabilizar tecnologias
de digestão anaeróbia, assim como de pirólise e gaseificação, com o mínimo de 150
t/dia de RSU bruto, sendo mais conveniente o mínimo de 200 t/dia.
Com base nos parâmetros encontrados na literatura e em informações de
fornecedores de tecnologias avaliadas, as alternativas foram estudadas de acordo
com um balanço de massa para cada rota.

5.2.2 Descrição das tecnologias de destinação estudadas

As três rotas tecnológicas analisadas são:

• Rota 1 - Triagem + pirólise (250 t/dia) + aterramento de resíduos (128 t/dia)


+ recuperação do biogás do aterro;
• Rota 2 – Triagem + Biometanização (200 t/dia) + compostagem do material
digerido (125 t/dia) + aterramento de resíduos (185 t/dia) + recuperação do
biogás do aterro;
• Rota 3 – Triagem + Gaseificação (200 t/dia) + aterramento de resíduos (190
t/dia) + recuperação do biogás do aterro.

As vantagens e desvantagens das três rotas propostas estão apresentadas nas


Tabela 12, Tabela 13 e Tabela 14 nas páginas a seguir.
Como em todas as rotas haverá necessidade de um aterro sanitário para
disposição dos rejeitos, considerou-se a captação e beneficiamento do biogás
produzido no aterro.

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• Tempo Administrativo: é função da agilidade do usuário do sistema. Envolve
tipicamente o registro de falha (onde afeta o período de interrupção da
operação), distribuição das tarefas de reparo, comutação da mão de obra
quando há demarcação de limites da atuação, intervalos formais etc.

Na verdade, a manutenção deve administrar a incerteza com a qual convive, na


medida em que não se sabe exatamente quando o equipamento vai falhar. O
tratamento estatístico de histórico de falhas vem no auxílio de se encontrar uma
solução.
Dentro de um enfoque mais abrangente pode ser desenvolvido um modelo de
tratamento de fatores que afetam a produtividade levando em conta também à ação
preventiva da manutenção.

10.2.2 Aspectos da Manutenção que afetam a Operação

A operação dos serviços de coleta domiciliar depende do potencial de


produtividade dos veículos e equipamentos e do bom desempenho dos profissionais
envolvidos nessas funções. É cada vez mais evidente a assertiva de que a
manutenção começa na adequada operação dos veículos e equipamentos.
As atividades de manutenção são essenciais para assegurar que as funções
previstas no contrato objeto da concessão serão exercidas pelos veículos que
compõem a frota, em determinadas condições, e por um período de tempo
especificado, o que traduz na contribuição da manutenção para garantir a
confiabilidade da frota.
As ações de manutenção podem implicar interrupção operacional, ou paralisação
de veículos e equipamentos gerando perda de eficiência e atrasos na operação. Os
responsáveis pela administração só podem agir sobre esses tempos através da
análise dos diversos fatores intervenientes.
Uma medida da confiabilidade é o tempo médio de funcionamento até a ocorrência
de uma falha (TMEF), que está associado diretamente à frequência de ocorrência de
falhas.
A eficiência da manutenção pode ser medida correspondendo à probabilidade de
retorno de uma unidade a uma condição específica, em um determinado período de

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tempo, com o uso de recursos definidos. Isto tem a ver com o tempo de reparo,
normalmente expresso através do tempo médio para reparo (TMPR).
A disponibilidade pode ser expressa pela relação clássica:

D= TMEF⁄(TMEF+TMPR)×100%

A obtenção de ganhos de produtividade exige dedicação sistemática da área de


manutenção, a análise e a ação sobre esses fatores. Essa sistematização é possível
na medida em que a manutenção adote um modelo dinâmico de planejamento e
controle operacional.

10.2.3 Classificação dos Serviços de Manutenção

A classificação dos diferentes tipos de serviços de manutenção que serão


adotados pela equipe responsável pela oficina da Concessionária podem ser
resumidos em 4 tipos:

• Manutenção Corretiva

As manutenções corretivas são intervenções realizadas depois que a falha já


ocorreu e têm, portanto, caráter emergencial. As manutenções corretivas não são
programadas, são executadas sempre que ocorrem paradas inesperadas de
equipamentos por falha e ocupam, portanto, um período de tempo que desfalca a frota
de veículos e equipamentos em operação.

• Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva consiste na substituição de peças em períodos


regulares. Tem caráter preventivo de interferir em equipamentos antes que ocorra
uma falha inesperada.
A troca de peças em períodos regulares pode acarretar uma substituição das
mesmas pelo descarte antes do fim de sua vida útil. O período de tempo para
execução de intervenções é programado por antecipação, ou seja, as intervenções
não implicam interrupção inesperada da operação.

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• Manutenção Preditiva

A manutenção preditiva parte do pressuposto de que, do ponto de vista econômico,


parar um veículo, máquina ou equipamento para desmontá-lo e executar intervenções
de manutenção preventiva quando o mesmo ainda apresenta condições de operar
com desempenho satisfatório, não é procedimento admissível e deveria ser evitado.
Por outro lado, esperar que o veículo entre em pane para então repará-lo pode
causar prejuízos absurdos. A adoção da manutenção preditiva pressupõe que existe
uma solução ideal, que consiste em intervir nos veículos e equipamentos, ou seja,
providenciar uma manutenção eficaz que o mantenha com desempenho aceitável, no
momento adequado.
Tal momento é estabelecido mediante um estudo e acompanhamento
(monitoramento) cuidadoso dos vários elementos que intervêm no processo de
operação, visando detectar a iminência de uma falha.
Neste particular, o próprio equipamento fornece os elementos que permitem
detectar o seu estado real, assim como o de seus componentes, bastando que tais
elementos sejam verificados com atenção no decorrer da operação.
A manutenção preditiva pode ser considerada como uma maneira de enfocar a
manutenção preventiva, tendo caráter proativo, ou seja, é caracterizado por uma
postura ativa dos responsáveis pela manutenção.

• Manutenção Operacional Plena

É uma filosofia de organização que integra todos os funcionários de uma empresa,


destacadamente as equipes de manutenção e operação, na execução dos serviços
de manutenção. O operador também executa serviços de manutenção do veículo ou
equipamento, particularmente aqueles que não exigem conhecimento tecnológico
altamente especializado.

• Plano de Emergência em caso de Acidentes de Trânsito

Caso ocorram acidentes no intervalo de percurso dos veículos operacionais, o


atendimento será praticamente imediato, função dos recursos que a Concessionária
deverá dispor para atendimento de casos emergenciais. Aliado a esta condição,
apesar da implementação de um plano de manutenção eficaz, não será descartada a

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hipótese de ocorrência de avarias dos equipamentos durante o desenvolvimento dos
serviços.
Nesse sentido, a Concessionária tão logo seja iniciado o contrato, deverá ter a
disposição um conjunto de empresas no segmento de autosocorro, através de
guinchos, identificados, localizados no município de Uberaba e nas principais rodovias
que interligam os municípios atendidos pela concessionária (.BR-262, BR-464 e MG-
810). Essas empresas deverão estar de prontidão 24 horas por dia, sendo necessário,
portanto, o cadastramento de vários meios de comunicação.
Os veículos avariados deverão ser transportados através de autos-socorro até as
instalações operacionais da concessionária para serem realizados os devidos reparos
e prontamente substituídos por outro veículo similar para a continuidade dos serviços.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMVALE – Disponível em: <http://amvale.org.br/site/>. Acesso em: março de


2019.
Caixa Econômica Federal – VIGOV. Relatório Técnico de Diagnóstico Preliminar
Consolidado. Sistema de Resíduos Sólidos Urbanos. CONVALE. 2018
Edital de Concorrência 05/2018 – Licitação da contratação de empresas para
serviço relacionados a RSU
IBGE/CENSO, 2010
Lei Federal n° 11.107 de 6 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de
contratação de consórcios públicos e dá outras providências.
Lei Federal nº 11.445/2007. 05 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento básico, cria o Comitê Interministerial de Saneamento
Básico. Política Federal de Saneamento Básico (PFSB).
Lei Federal nº 12.305. 02 de agosto de 2010, alterada em 18 de maio de 2012.
Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Lei Federal nº 8.666/93. 21 de junho de 1993. Institui normas para licitações e
contratos da Administração Pública e dá outras providências
Lei Federal nº 8.987/95.13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de
concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da
Constituição Federal, e dá outras providências
Máquina Solo. Compostadores (Revolvedor de Leiras). Disponível em<
http://maquinasolo.com.br/equipamento/compostadores-revolvedor-de-leiras/>
Acesso em: 26 de fevereiro de 2019.
Ministério da Cidadania, 2019. Disponível em: <http://mds.gov.br/bolsafamilia>.
Acesso em: março de 2019.
Nota Técnica Conjunta nº 01/2020/SPPI/MMA/FUNASA que substituiu a Nota
Técnica Conjunta nº 164/2018-M. Diretrizes para a estruturação de projetos
relacionados ao manejo dos resíduos sólidos urbanos no âmbito do Fundo de Apoio
à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos de Concessão e Parcerias Público-
Privadas (FEP CAIXA) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
Panorama da Destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos no Estado de Minas
Gerais, 2015

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Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais - ABRELPE, 2017
Plano Municipal de Saneamento Básico de Uberaba - PMSB, 2013.
Portaria n° 557, de 11/11/2016, do Ministério das Cidades.
Pregão eletrônico nº 061/7066-2018 - GILOG/BR.
REICHERT. G.A. III-242 - Aplicação da digestão anaeróbia de resíduos sólidos
urbanos: uma revisão. 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Campo Grande/MS, 2015.
Site do Bolsa Família e Cadastro Único. Disponível em
<http://www.mds.gov.br/bolsafamilia >. Acessado em: março de 2019.
Situação do Ente Público. 0433CT1000-01_Relatorio_situacao_do_ente_publico.
Consórcio Vital. 2019.
Situação Fiscal. 0433CT1002-00_Relatorio_situacao_fiscal. Consórcio Vital. 2019.
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Consórcio Vital. 2019.

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ANEXOS:

ANEXO I – Projeção da população dos Municípios no horizonte de projeção


ANEXO II A – Projeção da quantidade de resíduos por município no horizonte
de projeto
ANEXO II B – Estimativa de vida útil do Aterro Municipal de Uberaba
ANEXO III – Planilha de Monitoramento Geotécnico e Ambiental
ANEXO IV – Especificações Mínimas para Veículos e Equipamentos
ANEXO I – PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO DOS
MUNICÍPIOS NO HORIZONTE DE PROJEÇÃO
Projeção da População dos Municípios no Horizonte de Projeto
Água Conceição das
ANO Campo Florido Planura Veríssimo Delta Sacramento Uberaba
Comprida Alagoas
2019 1.999 8.151 27.893 12.133 3.999 10.533 26.185 333.783
2020 1.994 8.300 28.239 12.335 4.058 10.821 26.387 336.906
2021 1.989 8.448 28.569 12.537 4.117 11.109 26.585 339.934
2022 1.984 8.597 28.884 12.739 4.177 11.396 26.778 342.871
2023 1.979 8.745 29.186 12.941 4.236 11.684 26.966 345.719
2024 1.975 8.894 29.473 13.142 4.295 11.972 27.151 348.482
2025 1.970 9.042 29.748 13.344 4.354 12.260 27.331 351.161
2026 1.965 9.191 30.010 13.546 4.413 12.548 27.508 353.759
2027 1.960 9.340 30.261 13.748 4.473 12.835 27.680 356.279
2028 1.955 9.488 30.500 13.950 4.532 13.123 27.849 358.723
2029 1.950 9.637 30.729 14.152 4.591 13.411 28.013 361.093
2030 1.945 9.785 30.947 14.354 4.650 13.699 28.174 363.392
2031 1.940 9.934 31.156 14.556 4.710 13.986 28.332 365.621
2032 1.935 10.083 31.355 14.758 4.769 14.274 28.486 367.783
2033 1.930 10.231 31.545 14.960 4.828 14.562 28.636 369.880
2034 1.926 10.380 31.727 15.161 4.887 14.850 28.784 371.913
2035 1.921 10.528 31.900 15.363 4.946 15.138 28.927 373.886
2036 1.916 10.677 32.066 15.565 5.006 15.425 29.068 375.798
2037 1.911 10.825 32.224 15.767 5.065 15.713 29.205 377.653
2038 1.906 10.974 32.375 15.969 5.124 16.001 29.340 379.452
2039 1.901 11.123 32.520 16.171 5.183 16.289 29.471 381.197
2040 1.896 11.272 32.665 16.373 5.242 16.577 29.602 382.942
2041 1.891 11.421 32.810 16.575 5.301 16.865 29.733 384.687
2042 1.886 11.570 32.955 16.777 5.360 17.153 29.864 386.432
2043 1.881 11.719 33.100 16.979 5.419 17.441 29.995 388.177
2044 1.876 11.868 33.245 17.181 5.478 17.729 30.126 389.922
2045 1.871 12.017 33.390 17.383 5.537 18.017 30.257 391.667
2046 1.866 12.166 33.535 17.585 5.596 18.305 30.388 393.412
2047 1.861 12.315 33.680 17.787 5.655 18.593 30.519 395.157
2048 1.856 12.464 33.825 17.989 5.714 18.881 30.650 396.902
2049 1.851 12.613 33.970 18.191 5.773 19.169 30.781 398.647
2050 1.846 12.762 34.115 18.393 5.832 19.457 30.912 400.392

ANEXOI_Projecao_Populacao_Horizonte_de_Projeto 1/1
ROTAS TECNOLÓGICAS POR GRUPOS DE
VARIÁVEIS
Pirólise Biometanização Gaseificação

25 22 22 22
20
20
16 16
14
15
10
10

5
0
0
Variavel dos aspectos tecnologicos Variavel dos aspectos Variavel dos aspectos econômicos
sociambientais

Figura 15: Modelo de Ponderação: Notas das rotas tecnológicas por grupo de variáveis.
Fonte: Consórcio Vital, 2019.

Os resultados apontam para a escolha da rota tecnológica com a biometanização


(rota tecnológica 2). Os estudos efetuados a partir deste ponto foram desenvolvidos
apenas para o projeto com biometanização.

RELATORIO ESTUDOS DE ENGENHARIA E AFINS ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU DO CONVALE/MG


69/154
Projeção da Quantidade de Resíduos por município no Horizonte de Projeto (t/ano)

Campo Água Conceição


ANO Veríssimo Planura Sacramento Delta Uberaba
Florido Comprida das Alagoas

2019 1.215,05 352,71 480,14 6.294,61 1.905,73 4.132,54 1.361,84 98.206,83


2020 1.237,26 357,91 478,93 6.372,69 1.937,46 4.164,42 1.399,08 99.125,69
2021 1.259,32 363,11 477,73 6.447,16 1.969,19 4.195,67 1.436,31 100.016,60
2022 1.281,53 368,41 476,53 6.518,25 2.000,92 4.226,13 1.473,42 100.880,74
2023 1.303,59 373,61 475,33 6.586,40 2.032,65 4.255,80 1.510,66 101.718,69
2024 1.325,81 378,81 474,37 6.651,17 2.064,22 4.284,99 1.547,89 102.531,63
2025 1.347,87 384,02 473,17 6.713,22 2.095,94 4.313,40 1.585,13 103.319,85
2026 1.370,08 389,22 471,97 6.772,35 2.127,67 4.341,33 1.622,37 104.084,24
2027 1.392,29 394,51 470,77 6.828,99 2.159,40 4.368,48 1.659,47 104.825,69
2028 1.414,35 399,72 469,57 6.882,93 2.191,13 4.395,15 1.696,71 105.544,77
2029 1.436,56 404,92 468,37 6.934,61 2.222,86 4.421,03 1.733,95 106.242,08
2030 1.458,62 410,12 467,17 6.983,80 2.254,59 4.446,44 1.771,18 106.918,50
2031 1.480,84 415,42 465,96 7.030,97 2.286,31 4.471,38 1.808,29 107.574,32
2032 1.503,05 420,62 464,76 7.075,88 2.318,04 4.495,68 1.845,52 108.210,44
2033 1.525,11 425,82 463,56 7.118,75 2.349,77 4.519,36 1.882,76 108.827,42
2034 1.547,32 431,03 462,60 7.159,83 2.381,34 4.542,71 1.920,00 109.425,58
2035 1.569,38 436,23 461,40 7.198,87 2.413,07 4.565,28 1.957,23 110.006,08
2036 1.591,59 441,52 460,20 7.236,33 2.444,80 4.587,53 1.994,34 110.568,64
2037 1.613,66 446,73 459,00 7.271,98 2.476,53 4.609,16 2.031,58 111.114,42
2038 1.635,87 451,93 457,80 7.306,06 2.508,25 4.630,46 2.068,81 111.643,73
2039 1.658,08 457,13 456,60 7.338,78 2.539,98 4.651,14 2.106,05 112.157,15
2040 1.680,29 462,34 455,40 7.371,50 2.571,71 4.671,81 2.143,29 112.670,57
2041 1.702,50 467,54 454,19 7.404,23 2.603,44 4.692,49 2.180,52 113.183,99
2042 1.724,71 472,75 452,99 7.436,95 2.635,17 4.713,16 2.217,76 113.697,41
2043 1.746,92 477,95 451,79 7.469,67 2.666,89 4.733,83 2.255,00 114.210,83
2044 1.769,13 483,15 450,59 7.502,39 2.698,62 4.754,51 2.292,23 114.724,25
2045 1.791,34 488,36 449,39 7.535,11 2.730,35 4.775,18 2.329,47 115.237,67
2046 1.813,55 493,56 448,19 7.567,84 2.762,08 4.795,86 2.366,70 115.751,09
2047 1.835,77 498,76 446,99 7.600,56 2.793,81 4.816,53 2.403,94 116.264,51
2048 1.857,98 503,97 445,79 7.633,28 2.825,54 4.837,21 2.441,18 116.777,93
2049 1.880,19 509,17 444,59 7.666,00 2.857,26 4.857,88 2.478,41 117.291,35
2050 1.902,40 514,38 443,39 7.698,72 2.888,99 4.878,56 2.515,65 117.804,77

ANEXOII_A_Projecao_da_Quantidade_de_Residuos_no_Horizonte_de_Projeto 1/1
ANEXO II B – ESTIMATIVA DE VIDA ÚTIL DO
ATERRO MUNICIPAL DE UBERABA
RDO DE PROJETO BIODIGESTÃO REDUÇÃO DO RDO RPU RSU A SER RSU A SER MATERIAL DE VOLUME TOTAL VOLUME TOTAL CAPACIDADE DO NECESSIDADE
RDO TOTAL REJEITOS
ANO DO ATERRO² ANAERÓBICA ENCAMINHADO PARA UBERABA ATERRADO³ ATERRADO COBERTURA ATERRADO ACUMULADO ATERRO DE NOVO ATERRO
(T/ANO)¹ (T/ANO)
(T/ANO) (T/ANO) ATERRO (%) (T/ANO) (T/ANO) (M³/ANO)4 (M³/ANO)5 (M³/ANO) (M³/ANO)6 UBERABA (M³) (M³)

2021 116.165 112.749 - - 2,94 29.090 141.839 157.598 26.792 184.390 1.436.574,76
2022 117.226 112.053 - - 3,01 29.341 143.035 158.927 27.018 185.945 1.622.519,81
2023 118.257 111.299 - - 4,50 29.585 142.518 158.353 26.920 185.273 1.807.792,67
2024 119.259 110.490 - - 5,99 29.821 141.938 157.709 26.810 184.519 1.992.311,71
2025 120.233 109.626 72.000 9.000 61,22 30.050 76.677 85.196 14.483 99.680 2.091.991,49
2026 121.179 109.784 72.000 9.000 61,39 30.273 77.057 85.619 14.555 100.174 2.192.165,24
2027 122.100 109.908 72.000 9.000 61,58 30.488 77.396 85.996 14.619 100.615 2.292.780,07
3.032.841
2028 122.994 110.358 72.000 9.000 61,50 30.698 78.056 86.729 14.744 101.472 2.394.252,47
2029 123.864 110.782 72.000 9.000 61,42 30.900 78.682 87.425 14.862 102.287 2.496.539,30
2030 124.710 111.171 72.000 9.000 61,37 31.097 79.268 88.076 14.973 103.049 2.599.587,80
2031 125.533 111.544 72.000 9.000 61,33 31.288 79.831 88.702 15.079 103.781 2.703.368,61
2032 126.334 111.892 72.000 9.000 61,30 31.473 80.365 89.294 15.180 104.474 2.807.842,63
2033 127.113 112.216 72.000 9.000 61,28 31.652 80.869 89.854 15.275 105.129 2.912.971,94
2034 127.870 112.519 72.000 9.000 61,27 31.826 81.345 90.383 15.365 105.749 3.018.720,45
2035 128.608 112.790 72.000 9.000 61,29 31.995 81.785 90.872 15.448 106.320 3.125.040,88
2036 129.325 113.049 72.000 9.000 61,30 32.159 82.208 91.342 15.528 106.870 3.231.910,71
2037 130.023 113.477 72.000 9.000 61,18 32.318 82.794 91.994 15.639 107.632 3.339.543,13
2038 130.703 113.887 72.000 9.000 61,07 32.471 83.358 92.620 15.745 108.366 3.447.909,04
2039 131.365 114.280 72.000 9.000 60,96 32.621 83.901 93.223 15.848 109.071 3.556.980,04
2040 132.027 114.662 72.000 9.000 60,87 32.770 84.432 93.813 15.948 109.761 3.666.741,24
2041 132.689 114.858 72.000 9.000 60,92 32.919 84.777 94.197 16.014 110.211 3.776.951,97
2042 133.351 115.051 72.000 9.000 60,97 33.069 85.120 94.578 16.078 110.656 3.887.607,69
1.763.191
2043 134.013 115.240 72.000 9.000 61,02 33.218 85.459 94.954 16.142 111.096 3.998.703,86
2044 134.675 115.426 72.000 9.000 61,07 33.367 85.794 95.327 16.206 111.532 4.110.235,94
2045 135.337 115.599 72.000 9.000 61,14 33.517 86.115 95.684 16.266 111.950 4.222.185,96
2046 135.999 116.172 72.000 9.000 60,90 33.666 86.838 96.487 16.403 112.890 4.335.075,68
2047 136.661 116.746 72.000 9.000 60,67 33.815 87.561 97.290 16.539 113.829 4.448.905,11
2048 137.323 117.319 72.000 9.000 60,44 33.965 88.284 98.093 16.676 114.769 4.563.674,25
2049 137.985 117.893 72.000 9.000 60,22 34.114 89.007 98.896 16.812 115.709 4.679.383,09
2050 138.647 118.466 72.000 9.000 59,99 34.263 89.730 99.700 16.949 116.649 4.796.031,65
Obs: 1) RDO estimado a partir da geração de RDO per capita e da projeção da população
2) RDO de Projeto após a redução da Coleta Seletiva
3) O RSU a ser aterrado considera o RDO - BIODIGESTÃO ANAERÓBICA + RPU + Rejeito da Biodigestão Anaeróbica
4) Considerando 0,85 t/m³
5) Material de Cobertura 17% (segundo Edital 005/2018)
6) Considerando a ocupação de 1.056.059 m³ (até quarta plataforma das células 1, 2 e 3) em janeiro de 2021

ANEXO II B - VIDA ÚTIL DO ATERRO MUNICIPAL DE UBERABA


ANEXO III – PLANILHA DE MONITORAMENTO
GEOTÉCNICO E AMBIENTAL
Check List de Inspeções de Monitoramento - Encerramento do Aterro
Avaliação
Monitoramento Ambiental Possíveis Incidências Riscos Associados Ações Corretivas
Adequada Inadequada
Nivelamento da superfície
Melhoria da drenagem
Acúmulo de águas pluviais Erosão e arrasto de
Vias de acesso e superfícies superficial e manutenção
Processos erosivos sedimentos
dos acessos
Observação de trincas
Dimensões / inclinações
Afloramento de percolados
Acúmulo de águas pluviais Erosão, arrasto de Drenagem superficial e
Bermas e Taludes Processos erosivos sedimentos e estabilidade manutenção da cobertura
geotécnica vegetal
Observação de trincas
Falta de manutenção da cobertura
vegetal
Afloramento de percolados
Drenagem interna do Substituição da tubulação
Sistema de drenagem de Drenos de biogás inoperantes
maciço e estabilidade e reativação dos drenos
percolados e gases Tubulação danificada geotécnica de gases
Cobertura vegetal queimada
Assoreamento
Sistema de drenagem Erosão e arrasto de Manutenção dos sistemas
Mudança de declividade - -
superficial sedimentos existentes
Trincas e rupturas - -
Lagoa de contenção de Vazamento de percolados Reparos locais e controle
Risco Ambiental
percolados Odores de odores
Instrumentação de controle Instrumentos danificados ou mal Instalação e recuperação
(marcos superficiais e funcionamento Estabilidade Geotécnica ou substituição dos
piezômetros) Ausência de instrumentos instrumentos
Sistema de proteção danificado
Monitoramento de águas Posso obstruído ou seco Instalação; recuperação
Risco Ambiental
subterrâneas Ausência de poços de ou substituição dos poços
monitoramento
Processos erosivos
Estabilidade geotécnica.
Falta de cobertura vegetal Replantio e correções
Sistema de proteção de taludes Erosão e arrasto de
locais
Ausência de sistema de drenagem sedimentos

Falta de manutenção Erosão e arrasto de Replantio e correções


Cobertura vegetal
Ausência de cobertura vegetal sedimentos locais

ANEXOIII_Planilha_de_Monitoramento_Geotecnico_e_Ambiental 1/1
6.1.2.2 Adequação da estrutura operacional

Em linhas gerais, as condições operacionais do aterro de Uberaba podem ser


consideradas satisfatórias.
As vias de acesso interno estão corretamente dimensionadas para as atividades a
que se destinam.
O sistema de drenagem superficial se mostra adequado, permitindo boas
condições de operação mesmo sob chuva.
Os taludes externos não apresentam uniformidade quanto à sua geometria; a
concessionária deverá submeter ao poder concedente um projeto de readequação e
proteção destes taludes.
O aspecto mais sensível e passível de adequação é o sistema de tratamento de
efluentes líquidos e gasosos.
Embora exista um sistema físico-biológico de tratamento para o chorume efluente,
esse sistema apresenta algumas fragilidades. Das duas linhas de lagoas existentes
apenas uma é impermeabilizada. Recentemente fez-se a conexão entre as duas
entretanto, a que não possui impermeabilização pode propiciar contaminação do
lençol freático. A linha que não está impermeabilizada é aquela que recebe o efluente
do maciço. É realizado monitoramento trimestral do efluente bruto e tratado. Todo o
sistema se baseia no acúmulo do chorume tratado em uma bacia de contenção, em
tempo chuvoso, com perdas por evapotranspiração, e a recirculação do excedente à
massa de resíduos em tempo seco. Embora até o presente momento não se tenha
registrado extravasamento de chorume para o exterior da lagoa de contenção, há que
se prever um sistema alternativo caso a quantidade de chuva (e/ou de produção de
chorume) venha a ultrapassar a capacidade da mesma.
O contrato 418/2018, mantido entre a Prefeitura de Uberaba e a empresa Lara,
apenas menciona em seu item 7 que “a empresa contratada deverá apresentar
estimativa de aproveitamento de biogás e sua viabilidade econômica”, não estipulando
prazos para o cumprimento da cláusula nem sanções para o seu descumprimento. No
levantamento efetuado por esta consultoria, não foi identificada nenhuma iniciativa
neste sentido. Também não se identificou a existência de sistemas eficientes para
captação e tratamento (pelo menos queima centralizada e controlada) do biogás
produzido. Apesar disso, em 2011 foi realizado um estudo elaborado pela Global
Methane Initiative com o apoio da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

RELATORIO ESTUDOS DE ENGENHARIA E AFINS ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU DO CONVALE/MG


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da América (EPA) e do Programa de Aproveitamento do Gás Metano de Aterros
Sanitários. O Relatório de Avaliação Preliminar do referido estudo pode ser acessado
em:
https://www.globalmethane.org/Data/new_Final_Assessment_Report_Uberaba_POR
_4-25-2011.pdf
Dessa forma, a futura concessionária deverá proceder uma avaliação minuciosa
dos sistemas de captação e de tratamento dos efluentes líquidos e gasosos e um
Projeto Executivo para as adequações que se fizerem necessárias.
As intervenções elencadas neste item foram estimadas na modelagem financeira.
O custo efetivo destas intervenções deverá estar incluso nos estudos quando da
primeira revisão tarifária, obedecendo ao calendário contido no Edital de Concessão.
Cabe ressaltar que o presente estudo avaliou o aproveitamento do Aterro
Municipal de Uberaba, como uma premissa de projeto, já que Uberaba concentra
84,9% do RDO total do projeto. A concessionária, entretanto, pode oferecer ao Poder
Concedente, outra alternativa de destinação final dos resíduos coletados, que deverá
ser avaliada e aprovada para operação.

6.2 Adequação do sistema de destinação para os demais municípios

O concessionário deverá apoiar os municípios no esforço de remediação dos


antigos lixões através da elaboração dos projetos executivos necessários.
Apresentamos a seguir um resumo das condições anteriores de destinação de
cada um dos demais municípios, extraído dos estudos efetuados na primeira etapa do
projeto.

• Água Comprida

Anteriormente havia na cidade um lixão parcialmente recuperado, onde há uma


cerca, mourões e placas sinalizando a desativação e proibição de jogar lixo, mas foi
verificado que ainda ocorre vazamento clandestino de resíduos por particulares.

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• Porta Traseira
A porta traseira deverá ser rígida e indeformável, confeccionada com chapas de
espessuras e resistência mecânica compatíveis com a natureza do serviço a que será
submetido, sendo 2 turnos diários pelo período de 60 meses. Internamente todos os
cordões de solda deverão ser contínuos, a fim garantir que sejam evitados
vazamentos. O trancamento da porta traseira deverá ser seguro, resistente e de fácil
manuseio; a vedação entre a porta traseira e a caixa coletora deverá ser perfeita, de
modo a não permitir vazamento para o exterior, de lixo ou líquido oriundo da carga
coletada. A resistência do aço a ser empregado deve atender às seguintes condições
mínimas: limite de escoamento de 80.000PSI para todo o conjunto, com exceção do
fundo do depósito de carga que deve ser de 120.000PSI. Deverá ser previsto na porta
traseira do equipamento, sistema de segurança, como estribos instalados em ambos
os lados, a altura máxima de 500 mm do solo, de forma que ofereçam segurança aos
operadores, confeccionados com chapa antiderrapante, cantos arredondados,
batentes na extremidade dianteira, e alças para as mãos posicionadas de forma a não
interferir na operação de carga, oferecendo segurança aos operadores.

• Tomada de Força
Preferencialmente com transmissão direta, acoplada ao motor, acionamento do
interior da cabine, de forma a permitir que o sistema de compactação opere com o
veículo em deslocamento (baixa velocidade) no roteiro de coleta. Baixo nível de ruído
durante a coleta (atendendo aos limites estabelecidos na legislação vigente, medidos
conforme preconizado na norma NBR 8433).

• Sistema Hidráulico
Obrigatoriamente a bomba do sistema deverá ser de palhetas, visando um menor
nível de ruído; o comando traseiro de compactação deverá ter obrigatoriamente
acionamento elétrico por botoeiras reforçadas, funcionais, de fácil manuseio e pronta
ação; o sistema deve permitir o funcionamento do ciclo de compactação durante o
deslocamento do veículo a baixa velocidade; deverá existir comando, em ambos os
lados, que permita a operação através de um único acionamento para realização do
ciclo contínuo de compactação; o sistema deverá ainda prever a existência de 2
botões de emergência para parada imediata do ciclo de compactação, localizados em

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


ANEXOIV_ESPECIFICACOES_MINIMAS_VEICULOS_E_EQUIPAMENTOS_OPERACIONAIS
CONVALE/MG
2/15
ambos os lados da porta traseira, em local de fácil acesso às mãos dos operadores;
o sistema hidráulico deverá conter dispositivo para evitar ruído por impacto provocado
pelos êmbolos dos cilindros de compactação no final do curso; deverá ter dispositivo
para aceleração automática do motor, devendo a rotação ser garantida
obrigatoriamente em níveis abaixo de 1.000rpm, com desarme automático caso a
rotação seja ultrapassada; o subsistema hidráulico do acionamento da placa de ejeção
deverá ter dispositivo que impossibilite a compactação no interior do coletor contra a
porta fechada; os acionamentos da placa ejetora e abertura da porta traseira deverão
ser por meio de manetes localizadas próximas a cabine do veículo, no lado esquerdo;
o ciclo de compactação deverá ser de 21 segundos +/- 10%.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


ANEXOIV_ESPECIFICACOES_MINIMAS_VEICULOS_E_EQUIPAMENTOS_OPERACIONAIS
CONVALE/MG
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2 COMPACTADOR 15 m³ PARA COLETA DE LIXO DOMICILIAR E PÚBLICO:
CHASSI PBT 16.000kg

• Descrição
Coletor compactador para lixo urbano, com carregamento traseiro, capacidade
volumétrica útil de 15m³, montado obrigatoriamente em chassi eletrônico com PBT de
16.000kg.

• Chassi
Com PBT de 16.000 kg (dezesseis mil quilogramas) no mínimo, direção hidráulica,
proteção do Carter do motor, movido a óleo diesel, descarga posicionada na vertical
entre a cabine e o equipamento em estrita observância às prescrições do PROCONVE
e da Euro 5, obrigatoriamente com gerenciamento eletrônico de injeção, tração 4x2,
preferencialmente preparado para acionar a tomada de força diretamente pelo volante
do motor, com grade protetora do radiador, com chicote elétrico traseiro independente
para o equipamento, com feixes de molas dianteiros e traseiros especiais, com molas
curtas e reforçadas dimensionadas para suportar o equipamento compactador de lixo,
com 4 interruptores tipo tecla no painel de instrumentos, para acionamento dos
dispositivos/acessórios a serem incorporados.

• Caixa Coletora
Deverá ser rígida e indeformável, ter laterais lisas, compactar lixo urbano
heterogêneo e misturado com utensílios domésticos em desuso, confeccionada com
chapas em aço com espessura e resistência mecânica compatíveis com a natureza
do serviço durante os 60 meses de contratação e em 2 turnos diários; todos os
cordões de solda internos deverão ser contínuos, a fim garantir que sejam evitados
vazamentos; na parte traseira da caixa deverá ser previsto compartimento coletor de
chorume e água de lavagem, com registro tipo esfera para descarga destes líquidos;
a resistência do aço a ser empregado deve atender às seguintes condições mínimas:
limite de escoamento de 80.000PSI para todo o conjunto, com exceção da saia do
assoalho que deverá ter o limite de escoamento mínimo de 120.000PSI.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


ANEXOIV_ESPECIFICACOES_MINIMAS_VEICULOS_E_EQUIPAMENTOS_OPERACIONAIS
CONVALE/MG
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• Porta Traseira
A porta traseira deverá ser rígida e indeformável, confeccionada com chapas de
espessuras e resistência mecânica compatíveis com a natureza do serviço a que será
submetido, sendo 2 turnos diários pelo período de 60 meses. Internamente todos os
cordões de solda deverão ser contínuos, a fim garantir que sejam evitados
vazamentos. O trancamento da porta traseira deverá ser seguro, resistente e de fácil
manuseio; a vedação entre a porta traseira e a caixa coletora deverá ser perfeita, de
modo a não permitir vazamento para o exterior, de lixo ou líquido oriundo da carga
coletada. A resistência do aço a ser empregado deve atender às seguintes condições
mínimas: limite de escoamento de 80.000PSI para todo o conjunto, com exceção do
fundo do depósito de carga que deve ser de 120.000PSI. Deverá ser previsto na porta
traseira do equipamento, sistema de segurança, como estribos instalados em ambos
os lados, a altura máxima de 500 mm do solo, de forma que ofereçam segurança aos
operadores, confeccionados com chapa antiderrapante, cantos arredondados,
batentes na extremidade dianteira, e alças para as mãos posicionadas de forma a não
interferir na operação de carga, oferecendo segurança aos operadores.

• Tomada de Força
Preferencialmente com transmissão direta, acoplada ao motor, acionamento do
interior da cabine, de forma a permitir que o sistema de compactação opere com o
veículo em deslocamento (baixa velocidade) no roteiro de coleta. Baixo nível de ruído
durante a coleta (atendendo aos limites estabelecidos na legislação vigente, medidos
conforme preconizado na norma NBR 8433).

• Sistema Hidráulico
Obrigatoriamente a bomba do sistema deverá ser de palhetas, visando um menor
nível de ruído; o comando traseiro de compactação deverá ter obrigatoriamente
acionamento elétrico por botoeiras reforçadas, funcionais, de fácil manuseio e pronta
ação; o sistema deve permitir o funcionamento do ciclo de compactação durante o
deslocamento do veículo a baixa velocidade; deverá existir comando, em ambos os
lados, que permita a operação através de um único acionamento para realização do
ciclo contínuo de compactação; o sistema deverá ainda prever a existência de 2
botões de emergência para parada imediata do ciclo de compactação, localizados em

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


ANEXOIV_ESPECIFICACOES_MINIMAS_VEICULOS_E_EQUIPAMENTOS_OPERACIONAIS
CONVALE/MG
5/15
a. Sistema de Recepção e Alimentação

Os caminhões de coleta descarregam os resíduos em galpão dimensionado para


receber separadamente RDO e os resíduos volumosos numa área independente da
área de tratamento mecânico.
A área de recepção de resíduos domiciliares, incluída a área de manobra de
descarga, é 30 m x 48 m (1.440 m²), com uma área de armazenamento de resíduos
de 720 m², o equivalente a 2.160 m³ (considerando uma altura de descarga de 3 m).
A área de armazenamento de resíduos volumosos foi projetada com 20 m x 20 m
(400 m²).
Depois de uma primeira separação de elementos volumosos na descarga dos
caminhões se alimenta a linha através de transportadores que conduzem os resíduos
a um rompedor de bolsas plásticas e a um tambor revolvedor, conforme indicado na
Figura 18.

b. Sistema de Triagem e Trituração

Adotou-se uma única linha de catação permitindo o trabalho simultâneo de 20


catadores em cada turno de trabalho e um separador magnético para resíduos
ferrosos após a linha de separação manual.
O Sistema de Trituração é composto por moinho triturador para lixo, tipo martelo,
bicas de alimentação tipo balística para eliminação de materiais não trituráveis e
transportadores mecânicos contínuos de correia, para descarga do lixo triturado. A
Figura 19 ilustra o sistema de triagem e trituração.

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3 COMPACTADOR 19m³ PARA COLETA DE LIXO DOMICILIAR E PÚBLICO

• Descrição
Coletor compactador para lixo urbano, com carregamento traseiro, capacidade
volumétrica útil de 19m³, montado em chassi eletrônico com PBT de 23.000 kg.

• Chassi
Com PBT de 23.000 kg (vinte e três mil quilogramas) no mínimo, direção hidráulica,
proteção do Carter do motor, movido a óleo diesel, em estrita observância às
prescrições do PROCONVE e da Euro 5, obrigatoriamente com gerenciamento
eletrônico de injeção, tração 6x2, preferencialmente preparado para acionar a tomada
de força diretamente pelo volante do motor, descarga posicionada na vertical entre a
cabine e o equipamento com grade protetora do radiador, com chicote elétrico traseiro
independente para o equipamento, com feixes de molas dianteiros e traseiros
especiais, dimensionados para suportar o equipamento compactador de lixo, com 4
interruptores tipo tecla no painel de instrumentos, para acionamento dos
dispositivos/acessórios a serem incorporados.

• Caixa Coletora
Deverá ser rígida e indeformável, ter laterais lisas, compactar lixo urbano
heterogêneo e misturado com utensílios domésticos em desuso, confeccionada com
chapas em aço com espessura e resistência mecânica compatíveis com a natureza
do serviço durante os 60 meses de contratação e em 2 turnos diários; todos os
cordões de solda internos deverão ser contínuos, a fim garantir que sejam evitados
vazamentos; na parte traseira da caixa deverá ser previsto compartimento coletor de
chorume e água de lavagem, com registro tipo esfera para descarga destes líquidos;
a resistência do aço a ser empregado deve atender às seguintes condições mínimas:
limite de escoamento de 80.000PSI para todo o conjunto, com exceção da saia do
assoalho que deverá ter o limite de escoamento mínimo de 120.000PSI. Suporte para
pás e vassouras.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


ANEXOIV_ESPECIFICACOES_MINIMAS_VEICULOS_E_EQUIPAMENTOS_OPERACIONAIS
CONVALE/MG
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• Porta Traseira
A porta traseira deverá ser rígida e indeformável, confeccionada com chapas de
espessuras e resistência mecânica compatíveis com a natureza do serviço a que será
submetido, sendo 2 turnos diários pelo período de 60 meses. Internamente todos os
cordões de solda deverão ser contínuos, a fim garantir que sejam evitados
vazamentos. O trancamento da porta traseira deverá ser seguro, resistente e de fácil
manuseio; a vedação entre a porta traseira e a caixa coletora deverá ser perfeita, de
modo a não permitir vazamento para o exterior, de lixo ou líquido oriundo da carga
coletada. Deverá ser previsto na porta traseira do equipamento, sistema de
segurança, como estribos instalados em ambos os lados e centro, a altura máxima de
500 mm do solo, de forma que ofereçam segurança aos operadores, confeccionados
com chapa antiderrapante, cantos arredondados, batentes na extremidade dianteira,
e alças para as mãos posicionadas de forma a não interferir na operação de carga,
oferecendo segurança aos operadores.

• Tomada de Força
Preferencialmente com transmissão direta, acoplada ao motor, acionamento do
interior da cabine, de forma a permitir que o sistema de compactação opere com o
veículo em deslocamento (baixa velocidade) no roteiro de coleta. Baixo nível de ruído
durante a coleta (atendendo aos limites estabelecidos na legislação vigente, medidos
conforme preconizado na norma NBR 8433).

• Sistema Hidráulico
Obrigatoriamente a bomba do sistema deverá ser de palhetas, visando um menor
nível de ruído; o comando traseiro de compactação deverá ter obrigatoriamente
acionamento elétrico por botoeiras, reforçadas, funcionais, de fácil manuseio e pronta
ação; o sistema deve permitir o funcionamento do ciclo de compactação durante o
deslocamento do veículo a baixa velocidade; deverá existir comando, em ambos os
lados, que permita a operação através de um único acionamento para realização do
ciclo contínuo de compactação; o sistema deverá ainda prever a existência de 2
botões de emergência para parada imediata do ciclo de compactação, localizados em
ambos os lados da porta traseira, em local de fácil acesso às mãos dos operadores;
o sistema hidráulico deverá conter dispositivo para evitar ruído por impacto provocado

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


ANEXOIV_ESPECIFICACOES_MINIMAS_VEICULOS_E_EQUIPAMENTOS_OPERACIONAIS
CONVALE/MG
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pelos êmbulos dos cilindros de compactação no final do curso; deverá ter dispositivo
para aceleração automática do motor, devendo a rotação ser garantida
obrigatoriamente em níveis abaixo de 1.100rpm, com desarme automático caso a
rotação seja ultrapassada; o subsistema hidráulico do acionamento da placa de ejeção
deverá ter dispositivo que impossibilite a compactação no interior do coletor contra a
porta fechada; os acionamentos da placa ejetora e abertura da porta traseira deverão
ser por meio de manetes localizadas próximas a cabine do veículo, no lado esquerdo;
o ciclo de compactação deverá ser de 21 segundos +/- 10%.

• Basculamento de Contêineres Plásticos 2 rodas


Dispositivo hidráulico para basculamento semi automático e independente de 2
contêineres plásticos de 2 rodas de 120 e 240l ambos atendendo obrigatoriamente
aos dois padrões: americano e europeu (Norma ABNT NBR 15.911) dispositivo este
que deverá efetuar movimento que permita o esvaziamento completo dos contêineres
sem solavancos; o tempo de basculamento (do solo até a posição superior) do
contêiner de 120/240 litros deverá ser de 5 a 7 segundos, com válvula final de curso
dupla ação para evitar avarias nos contêineres.

• Basculamento de Caçambas Estacionárias


Dispositivo hidráulico superior para basculamento de caçambas metálicas multiuso
de 5m³, incluídos os atracadores na porta traseira, dispositivo este que deverá garantir
o esvaziamento completo das caçambas sem solavancos; não deverá haver
interferência da placa transportadora e dos lifters com as caçambas durante o ciclo de
basculamento dos resíduos na boca de carga; o tempo de basculamento (do solo até
a posição superior) da caçamba deverá ser no máximo de 60 segundos.
Das 28 (vinte e oito) unidades de veículos, tipo P7, 15 (quinze) unidades deverão
ser dotados dos seguintes equipamentos e acessórios:
o Basculamento de Contêineres Metálicos 4 rodas: Dispositivo hidráulico
inferior para basculamento de contêineres metálicos de 4 rodas e
capacidade nominal de 1.200l (Norma ABNT NBR 15.911) dispositivo este
que deverá efetuar movimento que permita o esvaziamento completo dos
contêineres sem solavancos.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


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CONVALE/MG
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o Deverá conter 200 (duzentos) contêineres metálicos novos, por veículo,
com capacidade nominal de 1.200l, composto de corpo, tampa bipartida e
4 rodízios 6x3” giratórios 360° reforçados em chapa estrutural SAE1020
com travas de segurança em 2 rodas (Norma ABNT NBR 13.334). Deverão
ser pintadas com tinta anticorrosiva e tinta esmalte sintético automotiva. Nos
lados do contêiner metálico de 1.200l, deverão conter a palavra COMLURB
e o número sequencial de identificação, em baixo ou alto relevo, conforme
anexo da programação visual.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


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CONVALE/MG
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4 CAMINHÃO BAÚ

• Descrição
Veículo tipo baú fechado com capacidade mínima de 6m³, adaptada para coleta
seletiva, montada em chassi eletrônico com PBT de 5.000kg.
• Chassi
Com PBT de 5.000 kg (cinco mil quilogramas) no mínimo, (4 x 2), motor diesel,
com grade inferior protetora do radiador, devendo atender às prescrições do
PROCONVE e da EURO 5.

• Sistema Hidráulico:
De acionamento direto ou indireto, bomba hidráulica, reservatório de óleo,
tubulações e comandados do interior da cabine, com ângulo de basculamento de no
mínimo 45º (quarenta e cinco graus) e no tempo de 60` (sessenta segundos). Deverão
ser instalados nas laterais do equipamento, parte inferior, dois faróis de serviço, um
do lado direito e outro do lado esquerdo, direcionados para a área de trabalho.

• Complementos:
Para-lamas: nas rodas traseiras, dotados de anteparos dianteiros e traseiros,
montados de maneira a permitirem sem dificuldade a troca de pneus; cada conjunto
complementado de para-barro de borracha maciça; Para-choque: na traseira do
veículo deve ser instalado para-choque de acordo com as normas do CONTRAN;
Engate para tração de reboque: Na traseira, fixo à última travessa do chassi, com pino
e trava de segurança. Lona para cobertura da carga: a carroceria deve conter lona de
cobertura do material a ser transportado; dispositivo para enlonamento. Ganchos para
amarração de lona: a carroceria deve ser provida, em sua volta, de ganchos para
amarração de lona; Acesso à carroceria: deve ser previsto sistema de acesso à
carroceria, pelas duas laterais. Tomadas de ar e elétrica: Na traseira do chassi
deverão ser instaladas 2 tomadas sendo uma pneumática e uma elétrica para o
acionamento do freio e sinalização de reboques.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


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CONVALE/MG
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5 SATÉLITE – Basculante 5 m3 para transporte de RSU

• Descrição

Veículo tipo mini basculante de 5m³, no mínimo, com caçamba de formato


trapezoidal basculável hidraulicamente, montada em chassi eletrônico com PBT de
5.000kg.

Destina-se a coleta de lixo domiciliar em locais de baixa densidade demográfica,


difícil acesso, íngremes e irregulares, pavimentados ou não. O veículo deverá
hidraulicamente elevar a caçamba por meio de sistema que poderá ser pantográfico
e bascular a carga da caçamba, à altura mínima de 1,40m do solo, no interior das
tremonhas dos coletores compactadores e/ou caixas abertas estacionárias de 5m³.

• Chassi

Com PBT de 5.000 kg (cinco mil quilogramas) no mínimo, (4 x 2), motor diesel,
com grade inferior protetora do radiador, devendo atender às prescrições do
PROCONVE e da EURO 5.

• Caçamba Basculante

De formato trapezoidal, basculável nas tremonhas dos coletores compactadores


de 15m³ e 19m³, altura mínima de descarregamento: 1,40m do solo; Capacidade de
carga: 2.000kg (dois mil quilogramas). Suporte para pá e vassouras.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


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CONVALE/MG
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6 CAÇAMBA BASCULANTE DE 12 M³

• Descrição

Veículo (6x4) motor diesel, com atendimento PROCONVE e da EURO 5, tipo


caçamba basculante aberta superiormente, fabricada em aço, com formato retangular,
e capacidade volumétrica útil de 12m³ (doze metros cúbicos).

Destina-se ao transporte de solo e resíduos no interior do Aterro Sanitário.

• Caçamba Basculante

Construída em aço e soldada eletricamente, internamente à caçamba; todos os


cordões de solda contínuos para evitar vazamento de líquido oriundo da carga;
Constituída de fundo, laterais, parte frontal, porta traseira com articulação suspensa e
protetor da cabine.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


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CONVALE/MG
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7 RETROESCAVADEIRA

Retroescavadeira sobre rodas com carregadeira, tração 4 x 4, potência mínima de


75 HP, peso operacional mínimo de 6500 kg, capacidade da carregadeira de 0,76 m3
e da retroescavadeira mínima de 0,18 m3, profundidade de escavação mínima de 4,0
metros.

Destina-se a escavação de material de cobertura na jazida, e carregamento de


caminhões basculantes com resíduos ou material de cobertura.

coleta de lixo domiciliar em locais de baixa densidade demográfica, difícil acesso,


íngremes e irregulares, pavimentados ou não. O veículo deverá hidraulicamente
elevar a caçamba por meio de sistema que poderá ser pantográfico e bascular a carga
da caçamba, à altura mínima de 1,40m do solo, no interior das tremonhas dos
coletores compactadores e/ou caixas abertas estacionárias de 5m³.

• Chassi

Com PBT de 5.000 kg (cinco mil quilogramas) no mínimo, (4 x 2), motor diesel,
com grade inferior protetora do radiador, devendo atender às prescrições do
PROCONVE e da EURO 5.

• Caçamba Basculante

De formato trapezoidal, basculável nas tremonhas dos coletores compactadores


de 15m³ e 19m³, altura mínima de descarregamento: 1,40m do solo; Capacidade de
carga: 2.000kg (dois mil quilogramas). Suporte para pá e vassouras.

ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU


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CONVALE/MG
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• menor consumo de energia;
• menor área para implantação;
• potencial de geração de energia.

Contudo, os processos anaeróbios empregados no tratamento de resíduos sólidos


ainda possuem alguns interferentes, devido à falta de configurações de sistemas de
tratamento e, sobretudo, ao tempo necessário para estabilizar os resíduos sólidos,
que é bastante longo quando comparado com processos aeróbios.
Estudos mostram que, a partir da crise energética dos anos 70, o gás metano dos
digestores anaeróbios voltou a despertar o interesse geral, acarretando o aumento de
sua utilização nos países europeus. Esta tendência foi reforçada nos últimos anos em
virtude da proibição da implantação de novos aterros sanitários na Comunidade
Europeia.
A utilização energética do biogás apresenta grande importância estratégica dentro
do enfoque dos impactos ambientais, pois além de viabilizar seu aproveitamento como
fonte de energia, contribui para o controle das emissões de metano na atmosfera, já
que tem o potencial de aquecimento global vinte e uma vezes maior que o do gás
carbônico. Porém, a principal vantagem do biogás frente ao gás natural é que o último
não é uma fonte de energia renovável, razão pela qual vários países o utilizam como
fonte energética.
No Brasil, assim como em outros países onde há um grande percentual de matéria
orgânica nos RSU, os biodigestores vêm sendo utilizados para fins, não só de
saneamento rural, como também de redução de custos de produção, tendo em vista
que o biogás gera boa parte da energia elétrica consumida na propriedade e o
composto orgânico melhora as características do solo, aumentando a produtividade
das plantações, como se evidencia na Figura 22.

RELATORIO ESTUDOS DE ENGENHARIA E AFINS ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE RSU DO CONVALE/MG


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