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Relatório Ambiental Prévio (RAP)

Premix Concreto LTDA

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SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR........................................................................4

2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO...................................................................4

3. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL................................................................................4

4. APRESENTAÇÃO, ENQUADRAMENTO E PORTE..........................................................5

5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO...............................................................6

5.1. Localização e zoneamento..................................................................................6

5.2. Descrição e identificação do local.....................................................................10

5.3 Características técnicas do empreendimento...................................................12

5.4. Fluxograma........................................................................................................20

5.5. Usos pretéritos..................................................................................................22

6. INFRAESTRUTURA PREVISTA E PROJEÇÃO DE DEMANDAS.....................................24

6.1. Abastecimento de Água do empreendimento..................................................24

6.2. Sistema de Coleta e Tratamento de efluentes Sanitário e Industrial...............26

6.3. Sistema de Drenagem Pluvial............................................................................30

6.4. Manejo de Resíduos Sólidos.............................................................................31

6.5. Consumo de energia elétrica............................................................................33

6.6. Canteiro de obras..............................................................................................33

6.7. Geração de emprego e renda...........................................................................34

7. CUSTOS DE OBRA.....................................................................................................34

8. CRONOGRAMA DO EMPREENDIMENTO..................................................................35

9. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA................................................................35

9.1. Delimitação de áreas de influência...................................................................35

9.2. Uso e ocupação do solo....................................................................................38

9.3. Recursos hídricos...............................................................................................39

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9.4. Geologia............................................................................................................41

9.5. Geomorfologia..................................................................................................43

9.6. Pedologia...........................................................................................................45

9.7. Cobertura vegetal..............................................................................................45

9.8. Áreas de Proteção Permanente (APP)..............................................................47

9.9. Unidades de Conservação (UC).........................................................................48

9.10. Fauna...............................................................................................................48

9.11. Clima................................................................................................................50

10. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS, DE CONTROLE OU DE


COMPENSAÇÃO........................................................................................................................51

10.1. Metodologia....................................................................................................51

10.2. Impactos gerados............................................................................................54

10.2.1. Alteração da Qualidade do ar..................................................................54

10.2.2. Alteração sonora (ruídos).........................................................................55

10.2.3. Geração de Resíduos da Construção Civil................................................57

10.2.4. Geração de resíduos sólidos....................................................................59

10.2.5. Geração de efluentes sanitários e industriais..........................................60

10.2.6. Contaminação dos Solos..........................................................................62

10.2.7. Intensificação do tráfego.........................................................................63

10.2.8. Aumento da demanda por produtos e serviços......................................64

10.2.9. Geração de emprego e renda..................................................................65

10.2.10. Pressão sobre a infraestrutura de drenagem natural............................66

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................69

12. ÍNDICE DE ANEXOS.................................................................................................71

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................72

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1. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR

Razão Social PREMIX CONCRETO LTDA

CNPJ 13.124.678/0001-28

Av. Prefeito Waldemar Grubba, 1425, Vila Lalau Jaraguá do


Endereço
Sul/SC, CEP 89.256-900.

2. IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Nome PREMIX CONCRETO LTDA


CNPJ 13.124.678/0004-70
Avenida Antônio Lopes Gonçalves Bastos, s/nº, Bairro Rio
Endereço Pequeno, município de Camboriú/SC, ao lado da empresa Cerb
Caseca.

Coordenadas UTM 735718.35 m E; 7007389.42 m S, SIRGAS 2000 UTM Zona 22S

Código Consema 30.10.00 - Usinas de produção de concreto ou argamassa

3. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL

Nome Melissa Rocha Ragagnin

CPF 030.988.200-12

Engenheira Sanitarista e Ambiental


Formação
Mestre em Engenharia Ambiental

Conselho CREA/SC 166237-6

Contato mr.engenharia.sa@gmail.com/ (47) 99188-8533

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4. APRESENTAÇÃO, ENQUADRAMENTO E PORTE

O presente Relatório Ambiental Prévio (RAP) visa requerer junto à Fundação


Municipal de Camboriú (Fucam) a Licença Ambiental Prévia (LAP) com dispensa de Licença
Ambiental de Instalação (LAI). Trata-se de uma Usina de produção de concreto ou
argamassa que produzirá no máximo 8.000 m³ por mês de concreto e argamassa. A
atividade a ser desenvolvida no empreendimento foi definida de acordo com a Resolução
Consema nº 99/2017 e encontra-se descrita no Quadro 01.

Quadro 01: Definição de atividades.


Atividade Descrição Potencial Poluidor Porte
Atividade Principal
Ar: M
Usinas de produção Porte Grande:
Água: P
30.10.00 de concreto ou AU(3)** ≥ 1 (RAP)
Solo: P
argamassa
Geral: M
Fonte: Consema 99/17. **AU(3): área útil geral - somatório das áreas utilizadas pelo empreendimento
necessárias para a realização da atividade licenciada incluídas, quando houver, as áreas dos setores de apoio,
às áreas destinadas à estocagem, à circulação, às manobras e ao estacionamento de veículos pesados, além
das áreas efetivamente utilizadas ou reservadas para disposição ou tratamento de efluentes e resíduos. A área
útil deve ser expressa em hectare (ha).

Este relatório é um documento técnico, com informações que permitem analisar e


avaliar os impactos ambientais do empreendimento considerado causador de degradação
do meio ambiente, no qual são propostas medidas mitigadoras e de controle ambiental,
com vistas à sua implantação.

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5. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

5.1. Localização e zoneamento

O empreendimento está situado na Avenida Antônio Lopes Gonçalves Bastos, s/nº,


Bairro Rio Pequeno, município de Camboriú/SC (Figura 01 e 02), ao lado da empresa Cerb
Caseca. A área do empreendimento possui 6.730,48 m² e está localizada na porção leste do
Estado de Santa Catarina, nas coordenadas 735718.35 m E; 7007389.42 m S, SIRGAS 2000
UTM Zona 22S. O terreno está registrado sob matrícula nº 19.213 no Registro de Imóveis de
Camboriú. O empreendimento será instalado em terreno alugado, contrato de locação em
anexo (Anexo X). Sendo apresentados na Figura 01 a localização do município e nas Figuras
02 e 03 os mapas correspondentes ao mapa de localização e situação do empreendimento,
respectivamente.
Matrícula imobiliária nº 19.213: Propriedade de Carlos Roberto dos Santos,
registrada no Registro de Imóveis da Comarca de Camboriú, com área registrada de
29.917,00 m².

Figura 01: Localização do município de Camboriú.

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Fonte: Autora (2022).

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Figura 02: Localização do empreendimento (destacado em vermelho).

Fonte: Autora (2022).

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Figura 03: Situação do empreendimento.

Fonte: Autora (2022).

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A Lei Complementar nº 89/2017 dispõe sobre a revisão do Zoneamento de Uso e


Ocupação do Solo do Município de Camboriú. De acordo com esta lei e com a Consulta de
Viabilidade nº 3472/2021 (Anexo I), emitida em 19 de abril de 2022 pela Secretaria
Municipal de Planejamento Urbano e assinada pela Arquiteta e Urbanista Maria Theodora
Waltrick de Bem, a área em estudo está localizada nas zonas: Zona Predominantemente
Industrial (ZPI), Zona de Preservação Ambiental 01, 02, 03 (ZPA-01, ZPA-02, ZPA-03) e Zona
de Preservação Permanente 01 (ZPP-01), conforme Figura 04.

Figura 04: Mapa de localização do empreendimento, em relação ao Zoneamento Municipal.

Fonte: Autora, 2022.

De acordo com a Lei Complementar Municipal nº 89/2017, a Zona


Predominantemente Industrial (ZPI), a qual tem como objetivos potencializar a atividade
industrial, incentivar usos exclusivos industriais e garantir o monitoramento ambiental, se
caracteriza pela existência de atividades industriais em consolidação, com localização
estratégica para escoamento da produção e fácil acesso à BR-101, afastada do centro
urbano e com presença de paisagem natural no seu entorno. As vias que integram a ZPI são

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a Marginal Oeste da Rodovia BR-101 e a parte da Rodovia SC-102 Antônio Gonçalves Bastos.
De acordo com a Lei Municipal n° 89 de 2017, Apêndice B a atividade código CNAE 2330-
3/05 - preparação para massa de concreto e argamassa - consta como uso adequado na
Zona predominantemente industrial.
Ainda, as Zonas de Preservação Ambiental 01, 02 e 03 se caracterizam
respectivamente por áreas de topografia com declividade média, de média a alta e
acentuada, com presença de vegetação de pequeno a médio porte, de médio a grande porte
e topos de morros com a presença de vegetação de grande porte com atividades urbanas ou
ocupações irregulares.
A Zona de Preservação Permanente 01 (ZPP-01) se caracteriza por áreas com
presença de nascentes, cursos d'água e cachoeiras, recursos minerais, bem como potenciais
de lazer e turismo ecológico dentro do perímetro urbano do Município de Camboriú. Essa
zona tem como objetivo promover a proteção e a recuperação de nascentes e corpos
d`água.
De acordo com a Lei Municipal n° 89 de 2017, Apêndice B a atividade código CNAE
2330-3/05 - preparação para massa de concreto e argamassa - consta como uso restrito,
sendo a sua adequação vinculada a apresentação e aprovação do Estudo de Impacto de
Vizinhança.

5.2. Descrição e identificação do local

Trata-se de uma usina de produção de concreto ou argamassa utilizando-se de uma


infraestrutura composta por: centro administrativo, base RIG 60 onde será instalado o
maquinário para a produção do concreto (caixa de alimentação, esteiras, caixa de agregados
e silos), reservatórios, baias para os agregados, pátio para os veículos realizarem manobras e
bacia de contenção para os aditivos. O Quadro 02 apresenta o resumo dos dados quanto às
áreas e a ocupação do empreendimento, sendo essa infraestrutura apresentada conforme a
Figura 05. Ainda, pode-se observar na Figura 05, os principais acessos ao empreendimento,
sendo o acesso interno constituído por via não pavimentada.

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Quadro 02: Caracterização do empreendimento.


Aspectos da infraestrutura Valores e medidas
Área total do terreno 29.917,00 m²
Área útil geral – Au (3) 6.730,48 m²
Área do centro administrativo 164,96 m²
Área da bacia de contenção 295,22 m²
Área do pátio 4.470,30 m²
Área das baias 1.800,00 m²
Funcionários 15*
* Número de funcionários previstos tanto para a fase de implantação como para operação. Fonte: Autora,
2022.

Figura 05: Identificação do empreendimento em planta - Estruturas e instalações previstas.

Fonte: Projeto arquitetônico, Jucelino Kazmierczak, 2022.

O maquinário e dispositivos necessários para a realização das atividades do


empreendimento serão: caixa de alimentação, esteiras transportadoras, caixa de agregados,
misturadores, silos metálicos, caminhões betoneira, bombas móveis e estacionárias, torres e
distribuidores de concreto, veículos diversos e baias. No Quadro 03 está exposto o
quantitativo de cada maquinário e dispositivo.

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Quadro 03: Quantitativo dos maquinários e dispositivos utilizados no empreendimento.


Maquinários e Dispositivos Quantitativo (unidade)
Caminhões betoneiras 8
Veículos diversos 14
Torres e distribuidores de concreto 2
Bombas móveis e estacionárias 2
Bombas de concreto 1
Baias 5
Silos 2
Caixa de Alimentação 1
Esteira transportadora 2
Caixa de Agregados 1
Misturador 1
Silos metálicos 1
Fonte: Autora, 2022.

5.3 Características técnicas do empreendimento

a. Matérias primas e insumos

Para a fabricação da matéria prima do empreendimento são utilizados os insumos


apresentados no Quadro 04, além do modo de estocagem e demais informações
pertinentes, conforme ABNT NBR 12.655/1996.
As matérias-primas usadas na produção de Concreto Usinado para construção civil,
representadas por areia e brita de acordo com as classificações indicadas na ABNT NBR
7.211, são armazenadas em forma de pilhas a céu aberto nas respectivas baias, com
capacidade de armazenamento de aproximadamente 200 m³ de cada agregado, distribuídas
sobre piso impermeabilizado com cimento e área drenada.
O cimento é armazenado separadamente nos silos da central dosadora, conforme a
marca, tipo e classe, com capacidade de 200 toneladas.
Os aditivos são armazenados até o instante do seu uso nas embalagens originais ou
em local que atenda às especificações do fabricante. O aditivo que será utilizado é o
polifuncional.

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A água utilizada na preparação do concreto será provisionada por meio de


caminhões-pipas e deverá atender os requisitos da NBR 15.900-1 e deve ser armazenada
separadamente em caixas estanques e tampadas, de modo a evitar a contaminação por
substâncias, conforme Norma NBR 12.655.

Quadro 04: Insumos e características.


Insumo Estado físico Tipo de estocagem Consumo diário
Brita 0 sólido baia 116 m³
Brita 1 sólido baia 116 m³
Areia fina sólido baia 63 m³
Areia artificial sólido baia 63 m³
Cimento sólido silos 50 ton
Água líquido Tanque - capacidade 80 m³ 2,50 m³
Aditivo polifuncional sólido Tanque - capacidade 8 m³ 166 L
Fonte: Empreendedor, 2022 - Considerando a produção máxima de 8.000 m³ de concreto.

b. Produtos fabricados

O produto principal a ser fabricado é o concreto dosado em central (CDC). O


concreto é um material formado pela mistura de cimento, água, agregados (areia e pedra) e,
eventualmente, aditivos. A estimativa média de produção mensal é de 4.000 m³ de concreto
com produção máxima de 8.000 m³. O concreto é fabricado conforme a finalidade de uso,
variando a proporção dos materiais (traço), alterando assim a resistência No Quadro 5 é
apresentado algumas finalidades conforme a proporção empregada.

Quadro 05: Finalidade do concreto, proporções e resistência.


Proporção* Finalidade Resistência
1: 1: 2 Obra de responsabilidade de Grande Porte 40Mpa
1: 1,5: 3 Estrutural de responsabilidade (Lajes, Pilares, Vigas) 35Mpa
1: 2: 2,5 Estrutural de responsabilidade 30Mpa
1: 2: 3 Estrutural comum (Sapatas, Estacas, Pilares, Vigas e Escadas) 25Mpa
1: 2,5: 3 Estrutural comum 23Mpa
1: 2: 4 Estrutural comum 21Mpa
1: 2,5: 3,5 Estrutural comum 19Mpa

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1: 2,5: 4 Concreto comum de menor responsabilidade 18Mpa


1: 2,5: 5 Concreto comum 15Mpa
1: 3: 5 Concreto comum 12Mpa
1: 3: 6 Concreto comum 10Mpa
1: 4: 8 Concreto comum 8Mpa
Fonte: Reganati (2019). *Proporção descrita como (cimento: areia: agregado). Continuação Quadro 05*

c. Efluentes líquidos gerados

Os efluentes líquidos gerados no processo industrial para produção do concreto são


descontínuos com vazão variável. O efluente é composto basicamente pela mistura diluída
de água, cimento e agregados. Conforme a descrição do processo industrial, estes efluentes
são gerados, durante as seguintes atividades:
● Lavagem interna dos balões dos caminhões-betoneira;
● Excessos de água do sistema de aspersão, durante o carregamento dos
caminhões;
● Limpeza e umedecimento do piso da central dosadora.
Todos estes efluentes gerados são drenados e conduzidos por canaletas até os tanques
de decantação, após o processo de sedimentação, o efluente é reaproveitado e retorna para
a fabricação do concreto, conforme projeto hidrossanitário apresentado em anexo.
Estima-se uma vazão máxima diária de efluente industrial de 9,60 m³,
correspondendo a uma vazão horária de 0,40 m³, considerando a média de 0,50 m³ de água
para a lavagem interna de um caminhão betoneira. O valor do consumo médio de água foi
retirado de um levantamento que avaliou que a quantidade de água utilizada varia
conforme as condições em que os veículos se encontram no ato da limpeza, sendo
apresentado esses valores no Quadro 06.

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Quadro 06: Quantidade de água utilizada para lavagem de um caminhão betoneira.


Autor (a) Quantidade de água utilizada (m³)
Sandrolini e Franzoni (2001) 0,70 a 1,30
Ekolu e Dawneerangen (2010) 0,50
Vieira (2010) 0,80
Tsimas e Zervaki (2011) 1,50
Oliveira et al. (2017) 0,80
Fonte: Feltes (2018, p.20).

d. Efluentes atmosféricos gerados

No geral, os efluentes atmosféricos que poderão ser gerados na fase de implantação


e operação do empreendimento são: monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio
(NOx), hidrocarbonetos (HC), óxidos de enxofre (SOx), material particulado (MP) (CETESB,
2014).
Na fase de implantação, as emissões de poluentes atmosféricos ocorrem pelo
aumento do tráfego e pelas condições das vias de acesso internas do empreendimento
(estrada não pavimentada) haverá emissões atmosféricas de particulados (poeira), além de
monóxido de carbono e dióxido de enxofre emitidos pelo motor dos caminhões, emissões
que abrangem tanto o entorno quanto o empreendimento.
Para as emissões de particulados causadas pelos caminhões, em ambas as fases
(implantação e operação), será previsto o sistema de umectação da estrada por meio de
caminhão pipa e aspersores, além disso o transportador deverá realizar o enlonamento das
cargas de matéria prima, para evitarem a emissão de particulados provenientes das cargas.
Na fase de operação os pontos de geração de emissões atmosféricas causadas no
empreendimento são:
● Ação dos ventos na área de estocagem (baias) dos agregados.
● Movimentação dos caminhões, pelo carregamento/descarregamento dos
agregados (matéria prima) durante o funcionamento da central dosadora;
● Descarga do cimento para o silo, na dosagem do cimento para fabricação do
concreto e proveniente da chaminé do silo de cimento;
● Queima de combustível derivado de petróleo (óleo diesel) pelos caminhões e
pá carregadeira no tráfego interno dos caminhões.

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O tratamento previsto para os dois silos de cimento será um filtro manga, que possui
sistema exaustor/sucção, podendo ser empregado o equipamento de filtragem do tipo
SILOTOP zero. Este sistema de controle retém a emissão de material particulado que
trabalha de forma pneumática. O pó é separado do fluxo de ar pelos elementos filtrantes
especiais (polypeat) voltando para o silo depois do sistema de limpeza, integrado à
cobertura que o remove dos elementos filtrantes.
A eficiência do filtro está ligada à limpeza das mangas que estão fixadas em uma base
sobre molas helicoidais onde é montado o motovibrador dinâmico para que sempre ao
efetuar o carregamento do silo o motovibrador seja acionado a cada 10 minutos,
alternadamente por um período de 03 a 05 segundos, a fim de manter os filtros sem
acúmulo de material, alcançando a pressão desejada no carregamento. A limpeza do filtro
deverá ocorrer conforme orientações do fabricante sendo o resíduo captado no filtro e
reutilizado na usina.
Para controlar as poeiras fugitivas geradas no manuseio dos agregados, na
movimentação dos caminhões para o descarregamento e carregamento destes, a usina
utilizará aspersores de água nas vias e no pátio do empreendimento mantendo úmidas o
suficiente para evitar projeção de poeira para a atmosfera.
O local de carregamento dos materiais onde estará posicionado o caminhão betoneira
será impermeabilizado para evitar a emissão de particulados durante a movimentação dos
caminhões, além disso, será empregado também aspersor sobre o pátio, evitando poeiras
fugitivas.

e. Resíduos gerados

No Quadro 07 encontram-se os principais resíduos que serão gerados na operação


do empreendimento e suas formas de acondicionamento e estocagem.

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Quadro 07: Principais resíduos a serem gerados na fase de operação.

Classificação
Origem NBR nº Acondicionamento Estocagem Destinação Final
Tipo de Resíduo
10.004 Recomendada

Sacos plásticos e coletor


Reciclados (Papel, Refeitório, copa, recepção específico ou em cima de Área fechada com
II B - Inerte Encaminhamento para
papelão) e escritório pallets em área coberta isolamento
empresas de reciclagem
com piso impermeável

Refeições Sacos plásticos ou lixeiras Área fechada com Disposição em aterro


Restos de comida II A – Não Inerte
na cor cinza isolamento sanitário
Área fechada com
Óleos e graxas Bombonas, colocados
dosagem do concreto isolamento e piso Encaminhamento para
lubrificantes II B - Inerte sobre estrados de madeira
impermeabilizado empresas de reciclagem

Aterro industrial Classe I


Pátio de Produção I - Perigoso Área fechada com
EPI contaminados Bombonas plásticas ou coprocessamento
isolamento

Sacos plásticos ou lixeiras Área fechada com Disposição em aterro


Rejeitos sanitários Banheiros, copa, refeitório II A – Não Inerte
na cor cinza isolamento sanitário
retorno dos caminhões
Restos de concreto II B - Inerte Baias ou em montes sob o - Empresa licenciada para
betoneira, dos corpos de
solo. Sem cobertura. retirada dos resíduos de
prova provenientes dos
construção civil
testes de resistência do

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concreto, e da limpeza das


canaletas de drenagem e
tanque de decantação

Estação de Tratamento de I Empresa especializada


Lodo - -
Esgoto para retirada do lodo

Oriundos da água de
lavagem dos caminhões- Empresa especializada
I
Lodo com sólidos betoneiras, sedimentados - - para reaproveitamento do
e recuperados nos tanques resíduo
de decantação

Tambores e Peças Reaproveitamento; Ferro


II A - Inerte Á granel latas/tambores
Pátio
metálicas velho; Doação
Fonte: Autora, 2022. Continuação Quadro 07*

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Vale ressaltar que não terá nenhum sistema ou vala de manutenção de veículos e
equipamentos, não sendo gerado um volume significativo de resíduos contaminados com
óleo e graxas. Os volumes gerados devem ser descartados conforme descrito no Quadro 07.
De acordo com estimativas do empreendedor serão geradas duas cargas de 5m³ de
resíduos de concreto/areia por mês oriundos dos ensaios de resistência e demais resíduos
gerados pelo processo.
Considerando o valor de referência da ABNT NBR 7.229/1993 que estipula 0,3 L de
lodo/pessoa para ocupantes temporários de fábrica em geral, estima-se que lodo gerado
diariamente pelos 15 funcionários durante a operação do empreendimento, totaliza 4,5 L de
lodo fresco, considerando um adensamento de 25% num intervalo de limpeza de 6 meses,
será gerado um volume de 3,3 L por dia.
Os resíduos com características de domésticos/comerciais foram estimados em
função dos diferentes usos das áreas da edificação, sendo apresentado no Quadro 08.

Quadro 08: Estimativa de geração de resíduos com características domésticas/comerciais.


Percentual
Área total Geração de resíduo Volume
Tipo de construção Orgânico e
(m²) (litros/ m²/dia) Seco (litros/dia)
rejeitos
Refeitório 24,33 1,00 0,4 0,6 11,6784
Escritórios e
119,67 0,30 0,7 0,3 15,07842
demais áreas
Estimativa de geração 26,76
Fonte: Manual para edificações multifamiliares e de uso misto (Companhia Melhoramentos da Capital) -
Adaptado pela Autora, em 2022.

f. Estimativa da capacidade de produção

O empreendimento terá capacidade média de 4000 m³ e capacidade de produção


máxima mensal de 8.000 m³ de concreto usinado.

g. Regime de funcionamento

O empreendimento terá regime comercial de funcionamento, operando de segunda


à sábado das 7:00 às 18:00, sem fechar ao meio dia. Sendo realizadas atividades nos turnos
matutino e vespertino.

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5.4. Fluxograma

O processo produtivo da central dosadora de concreto, em questão, consiste no


recebimento da matéria-prima, armazenamento do material, transferência do material,
dosagem, carregamento, transporte, moldagem de corpo de prova, entrega e lavagem do
veículo.
Para a fabricação do concreto, inicia-se com o recebimento dos agregados,
compostos por areia fina, areia artificial e brita 0 e 1, fornecidos por terceiros e oriundos de
jazidas e procedimentos devidamente licenciados. O material é descarregado por caminhões
basculantes, cada qual em sua baia de estocagem, dispostas ao ar livre.
Estes agregados são armazenados em baias e pilhas de estocagem e por meio de
uma pá carregadeira são descarregados na caixa de alimentação. Sendo encaminhados para
a caixa de agregados por meio de uma esteira onde é realizada a volumetria de acordo com
o traço do concreto a ser usinado. Após essa etapa, os agregados serão transferidos
separadamente por meio de uma esteira até o misturador.
O caminhão se posiciona na plataforma de carregamento com a boca do balão sob a
extremidade superior da esteira transportadora. Na extremidade inferior deste
equipamento, o misturador descarrega os agregados dosados sob a esteira, sendo efetuada
a descarga no interior do balão do caminhão betoneira.
O cimento é recebido através de caminhões graneleiros fechados. A transferência do
cimento contido no caminhão para o silo vertical é realizada através da injeção de ar
comprimido no reservatório de carga passando por uma tubulação, o cimento é transferido
para o silo de armazenamento. Do silo, o cimento é descarregado por gravidade em um
transportador helicoidal, que faz o transporte e lançamento desse material diretamente
sobre o silo vibratório onde é realizada sua volumetria de acordo com o traço do concreto a
ser usinado.
Simultaneamente, ao carregamento do balão com matéria seca, processa-se o
carregamento de água, através de uma tubulação que passa pela central de operação, onde
se encontram instalados um hidrômetro e um registro, para controle do volume prescrito na

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dosagem do concreto. A água encontra-se armazenada em quatro reservatórios de 20.000L


cada.
Também é utilizado outro produto, que atribui ao concreto produzido determinadas
características, como plasticidade (aditivo). A adição de aditivo é feita por tubulações
diretamente no caminhão, após a adição de água na betoneira. Os aditivos são comprados a
granel em estado sólido e descarregados diretamente nos dois tanques de reservação que
estão localizados dentro de uma bacia de contenção.
Concluída a etapa de carregamento, o material (agregados, cimento, água e aditivo)
contido na betoneira passa por um tempo de homogeneização para a reação e formação do
concreto, chegando-se assim na forma final do produto para entrega.
A retirada das amostras para corpos de prova é realizada no canteiro de obras, no
momento da entrega do material.
Após o retorno do caminhão é realizada uma lavagem no interior da betoneira. A
lavagem externa e a manutenção dos caminhões betoneira, assim como o abastecimento
são realizadas em postos e oficinas de terceiros.
Na Figura 06 encontra-se um fluxograma simplificado do processo produtivo do
concreto.

24
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Figura 06: Fluxograma de processo produtivo do concreto.

Fonte: Elaborado pela autora, 2022.

5.5. Usos pretéritos

Foram analisadas imagens de satélites para fins de levantamento quanto aos usos
pretéritos do terreno do empreendimento. Verificou-se que a área passou por alterações no
ano de 2013 e nos anos seguintes foi utilizada como área para depósito de materiais inertes
da empresa Cerb Caseca. De acordo com as visitas na área e laudo hidrogeológico, os usos
pretéritos estão de acordo com o informado pelo proprietário e o que pôde ser visualizado
tanto pelas imagens de satélite quanto em visita in loco, não apresentando nenhum outro
uso além de área para depósito de materiais, conforme pode ser observado nas Figuras 07,
08 e 09.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Figura 07: Imagem demonstrativa dos usos pretéritos da área no ano de 2012.

Fonte: Adaptado de Google Earth (2022).

Figura 08: Imagem demonstrativa dos usos pretéritos da área no ano de 2013.

Fonte: Adaptado de Google Earth (2022).

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Figura 09: Imagem demonstrativa dos usos pretéritos da área no ano de 2014.

Fonte: Adaptado de Google Earth (2022).

6. INFRAESTRUTURA PREVISTA E PROJEÇÃO DE DEMANDAS


6.1. Abastecimento de Água do empreendimento

No município de Camboriú, o sistema de abastecimento de água é de


responsabilidade da Concessionária Águas de Camboriú (AEGEA). Por meio da declaração de
viabilidade de água, Ordem de Serviço nº 15028/2022 (Anexo V), a concessionária informa
que o local do empreendimento não possui rede de abastecimento de água. Sendo assim, a
água para fins de consumo humano e para produção de concreto será provisionada através
de caminhão pipa.
O consumo de água por funcionário foi mensurado baseado na NBR 7.229/1993, no
qual considera-se a contribuição de esgoto 70 L/hab.dia para ocupantes temporários em
fábricas. Esse valor corresponde a 80% do consumo de água previsto para cada funcionário,
assim, estima-se que o consumo de água para atendimento dessa demanda é de 1.350
Litros/dia, levando em conta o número de 15 funcionários e o consumo médio de 90
Litros/funcionário.dia, nas fases de implantação e operação do empreendimento.
Nos dias em que houver maior fluxo de veículos no pátio do empreendimento, será
prevista a umectação do solo por meio de um caminhão-pipa com capacidade de 2.000 L. No

27
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

entanto, não há uma estimativa do volume gasto para esta atividade devido a variação de
demanda por conta de que a umectação está relacionada à sazonalidade da precipitação
pluviométrica.
No processo produtivo do concreto usinado será previsto a utilização mensal de 60
m³ de água, segundo dados do empreendedor.
Estima-se ainda, o consumo médio de 9,60 m³ para o processo de lavagem de
caminhões betoneira, considerando o valor máximo de duas viagens por caminhão
betoneira e uso de 0,50 m³ de água por caminhão (FELTES, 2018). Vale ressaltar que, esta
estimativa pode variar visto que a quantidade utilizada de água depende das condições em
que os veículos se encontram no ato da limpeza.
Para fins de redução do consumo de água, será reutilizada a água oriunda da
lavagem interna dos caminhões após a etapa de decantação, sendo esta bombeada para
reservatórios e posteriormente encaminhada para betoneira sem que haja contato dos
trabalhadores. Levando em conta um percentual de 20% de perdas da água utilizada para
esse processo, estima-se que poderão ser aproveitados em torno de 7,68 m³/dia de água
podendo ser reutilizada no processo produtivo.
Assim, prevê-se o consumo industrial de 2.300 L/dia, consumo humano de 1.350
L/dia, totalizando um consumo diário de aproximadamente 3.650 L/dia.
Para fins de reservação, serão utilizados quatro reservatórios com volume de 20.000
litros totalizando um volume de reservação de 80.000 litros para fins de produção do
concreto, argamassa e lavagem interna de veículos, este volume será provisionado por meio
de caminhão pipa contratado, conforme informações prestadas pelo empreendedor.
Ademais, a Figura 10 apresenta o balanço hídrico previsto para o empreendimento.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Figura 10: Balanço hídrico do empreendimento.

Fonte: Autora, 2022. *Não foram atribuídos valores uma vez que as porcentagens correspondentes podem
apresentar variações.

6.2. Sistema de Coleta e Tratamento de efluentes Sanitário e Industrial

Haverá geração de esgoto sanitário durante a fase de operação, oriundo de quatro


banheiros, dois vestiários, uma copa e um refeitório. Estima-se que a geração de esgoto
sanitária será 80% do consumo diário de água totalizando 70L per capita, considerando-se
15 funcionários em ambas as fases. Desta forma, a geração de esgoto será de 1,05 m³/dia.
Devido a inexistência de rede coletora de esgoto e estação de tratamento de
efluentes no município de Camboriú, será implantado um sistema de tratamento de esgoto
individual composto por tanque séptico, filtro anaeróbio, com disposição final do efluente
tratado no sistema de drenagem do município. O sistema foi dimensionado de acordo com a
NBR 13.969/97 - Unidade de tratamento complementar e disposição final dos efluentes,
projeto e execução e NBR 7.229/93-Projeto, construção e operação de sistemas de tanques
sépticos, além de bibliografias específicas sobre o tema.

29
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Desta forma, através do Ofício nº 16/ENG SESB/2022 (Anexo VI), a SESB autoriza o
empreendimento a lançar o efluente tratado por sistema de tratamento de esgoto individual
na rede de galeria pluviais.
A manutenção do sistema é de responsabilidade do proprietário do
empreendimento que, além de realizar as análises conforme a instrução normativa nº
001/2018, o sistema de tratamento deve ser acompanhado por responsável técnico o qual
determinará a frequência de limpezas, manutenção e reparos necessários. Devem ser
realizadas também, as análises através de laboratórios credenciados ao IMA, conforme
Decreto Estadual nº 3.754/2010, sendo entregue laudos técnicos baseados nas análises e no
acompanhamento da estação de tratamento de esgoto.
No Quadro 09, será apresentada a caracterização do esgoto sanitário que será
gerado pelo empreendimento, que contém faixas de valores normalmente encontrados para
esgotos domésticos típicos.

Quadro 09: Caracterização do esgoto sanitário.


Parâmetro Faixa de valores (g/hab/dia)
DBO5 45 – 54
DQO (1,6 – 2,5) DBO5
Sólidos totais 170 – 220
Sólidos não filtráveis 70 – 145
Sólidos filtráveis 50 – 150
Areia (0,2mm) 5 – 15
Substâncias solúveis em hexana 10 – 30
Cloretos 4–8
Nitrogênio total, como N 5 – 12
Nitrogênio orgânico (0,4) N total
Nitrogênio amoniacal (0,7) N total
Fósforo total, como P 0,8 – 4
Fósforo orgânico (0,3) P total
Fósforo inorgânico (orto e polifosfato) (0,7) P total
Microrganismos presentes (por 100 mL)
Total de bactérias 109 – 1010

Coliformes fecais 106 – 109

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Streptococos fecais 105 – 106


Salmonella Typhosa 10 – 104
Cistos de protozoários 10³
Ovos de helmintos 10³
Vírus 102 – 104
Fonte: http://www.licenciamentoambiental.eng.br/caracterizacao-dos-esgotos-domesticos/. Continuação
Quadro 09*

Além da geração de efluentes sanitários será gerado também efluentes industriais


conforme apresentado no Item 5.3(c). No quadro 10 será apresentada a caracterização do
efluente industrial oriundo da lavagem dos caminhões betoneira, sendo apresentado seus
aspectos qualitativos.

Quadro 10: Caracterização do efluente industrial- lavagem dos caminhões betoneira.

Parâmetros Caracterização do efluente industrial

pH 12,03
Turbidez (NTU) 53,43
Sólidos totais (ppm) 2.532,73
Cloreto (ppm) 104,86
Sulfato (ppm) 843,50
Álcalis (ppm) 71,80
Fonte: Adaptado de Feltes (2018).

Os padrões de lançamento de efluentes encontram-se descritos no Quadro 11, que


foi elaborado através de consulta a ABNT NBR 13969, também às Resoluções Conama
357/2005, 430/2011 e Consema 181/2021, as quais apresentam padrões de enquadramento
de corpos de água e padrões de lançamento de efluentes tanto em corpos receptores
quanto em solo. No entanto, no que se refere aos parâmetros presentes na caracterização
do efluente industrial apenas os parâmetros de pH, turbidez e sólidos totais são
quantificados para fins de lançamento e/ou reúso. Ainda, quanto ao parâmetro sólidos
totais, encontram-se valores de referência quanto à algumas frações, sendo: sólidos

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

sedimentáveis (<0,5 mg/L), sólidos em suspensão (<50 mg/L), para padrão de lançamento
em águas pluviais; e sólidos dissolvidos totais <200 mg/L para reuso ou 500 mg/L para fins
de lançamento em corpos receptores Classe 3. Visto que, conforme o Plano de Recursos
Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú e Bacias Contíguas, o Rio Pequeno, o qual
encontra-se à jusante da rede de drenagem do empreendimento, possui enquadramento
Classe 4 (PBHC, 2018).

Quadro 11: Padrões de lançamento conforme caracterização do efluente industrial.


Valores para
Lançamento no solo
lançamento nas Reuso (NBR
Parâmetros (R. Consema nº
galerias de águas 13.969/1997)
181/2021)
pluviais (NBR 13.969)
pH 6,0 a 9,0 6,0 a 9,0 6,0 a 8,0
Turbidez NI NI <5,00*
Cloreto (ppm) NI NI NI
Sulfato (ppm) NI NI NI
Álcalis (ppm) NI NI NI
Fonte: Adaptado pela Autora, 2022. NI: não informado. *Classe 1 - Lavagem de carros e outros usos que
requerem o contato direto do usuário com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador.

Sendo assim, para fins de reuso em que seja requerido o contato direto do usuário
com a água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador bem como o lançamento em
galerias de água pluvial é necessário realizar a correção do pH, remoção de turbidez e
sólidos totais para que os padrões mencionados anteriormente sejam atendidos (NBR
13.969/1997; R. Consema nº 181/2021).
No entanto, o efluente industrial gerado na produção não será utilizado em
atividades de contato direto como limpeza ou lançado em corpo receptor, não sendo
necessário realizar o seu tratamento, pois a água de reuso será utilizada estritamente no
processo de produção do concreto em que a introdução de água será realizada por sistema
de bombeamento para reservatórios e posterior alimentação de betoneiras. Todavia, será
implementado um sistema de decantação para que o efluente seja reintroduzido na
produção do concreto, sendo necessário apenas realizar o descarte do lodo gerado no

32
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

processo, sendo esse descartado conforme apresentado no item 5.3 (e). O sistema de
decantação a ser empregado possui três tanques secos e três molhados, o efluente passará
por tratamento físico no qual os sólidos presentes irão sedimentar ao longo dos tanques, o
efluente tratado será utilizado no processo de fabricação do concreto.

6.3. Sistema de Drenagem Pluvial

De acordo com a Certidão de viabilidade 17/ENG SESB/2022 emitida pela Secretaria


de Saneamento Básico, há sistemas de galerias de drenagem no entorno do
empreendimento com capacidade de recebimento da vazão gerada, a certidão encontra-se
no (Anexo VI). A implantação do empreendimento demandará uma maior capacidade de
recebimento do escoamento pluvial. Assim, serão conduzidas para a rede de drenagem
natural as águas oriundas do escoamento superficial e o efluente tratado do sistema de
tratamento de esgoto doméstico.
O sistema de drenagem pluvial foi projetado de forma a abranger todo o
empreendimento. O dimensionamento e detalhes do sistema de drenagem pode ser
visualizado no Projeto Hidrossanitário elaborado por Jucelino Kazmierczak no Anexo XII,
conforme a Figura 11.
Figura 11: Projeto hidrossanitário com destaque para o sistema de drenagem pluvial.

33
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Fonte: Jucelino Kazmierczak, 2022.

As águas pluviais provenientes da área onde ocorre a dosagem do concreto e


carregamento dos caminhões betoneira são coletadas por canaletas e conduzidas,
juntamente com os efluentes da lavagem dos caminhões betoneira para os tanques de
decantação (bate lastro) e são posteriormente reutilizadas no processo produtivo.
As águas pluviais, oriundas dos telhados e pátios internos de estacionamento serão
conduzidas por meio de canaletas diretamente para as caixas de drenagem para conexão ao
sistema de drenagem pluvial natural que será tubulado conforme apresentado na Figura 11.
O sistema definitivo de drenagem de águas pluviais deverá ser construído para
permanecer em uso após o término da construção da Usina, sendo um importante sistema
de proteção ambiental após a paralisação das atividades no local.

6.4. Manejo de Resíduos Sólidos

Durante a fase de instalação haverá necessidade de gerenciamento de resíduos de


construção civil (RCC), classificados conforme legislação federal específica em classes A, B, C
e D. A Lei nº 2.476/2012, regulamentada pelo Decreto nº1.978/2014, institui o sistema para
gestão sustentável de resíduos da construção civil no Município de Camboriú e norteará o
planejamento e ações desta atividade.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Para essa fase foi considerada a geração de 150 kg de resíduo por cada metro
quadrado de área construída de acordo com o método indireto desenvolvido por Pinto
(1999). Desta forma foi calculada a estimativa de resíduos gerada no empreendimento,
sabendo-se que cada metro cúbico de resíduo contém 1,20 toneladas de entulho.
Totalizando assim a geração de 18 m³ de resíduos da construção civil. No entanto, esta
estimativa é genérica, podendo variar de acordo com os métodos construtivos adotados.
Conforme o Art. 2º da Lei nº 2.476/2012, os RCC gerados em Camboriú, deverão ser
destinados às áreas indicadas no artigo 6º desta Lei, visando sua reutilização, reciclagem,
reservação ou destinação mais adequada, conforme legislação específica. Os RCC não
poderão ser dispostos em aterros sanitários e controlados, em "lixões", em áreas de "bota
fora", encostas, corpos d'água, lotes vagos, em passeios, vias e outras áreas públicas e em
áreas protegidas por Lei.
Segundo o Art. 6º da Lei nº 2.476/2012, a Rede de Áreas para Recepção de resíduos
será constituída por empreendimento regulamentados, públicos ou privados, operadores de
triagem, reciclagem, reservação e disposição final, compromissados com o disciplinamento
dos fluxos e dos agentes e com a destinação adequada dos resíduos gerados, atuantes em
conformidade com as diretrizes desta Lei, sendo proibida sua utilização para fins de
descarga de resíduos domiciliares.
Assim, para o referido empreendimento, será desenvolvido o Plano de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), em conformidade com as
diretrizes do Sistema para a Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil Municipal e
com a legislação federal específica.
Até sua destinação final, os resíduos serão acondicionados em caçambas fornecidas
por empresas licenciadas para este tipo de atividade, que posteriormente farão o serviço de
transporte para o local apropriado. Os RCC serão integralmente triados pelos operadores e
receberão a destinação definida em legislação específica, priorizando-se sua reutilização e
reciclagem. O transporte dos RCC será realizado conforme previsto na legislação vigente (Lei
nº 2.476/2012).
No município de Camboriú, a coleta de resíduos domiciliares, estabelecimentos
comerciais (com características domiciliares) do setor público, institucionais e de prestação

35
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

de serviços é realizada pela empresa Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda., a qual
atua também na limpeza de vias urbanas no município.
A coleta de resíduos sólidos gerados na fase de operação do empreendimento, que
se enquadre nos tipos de resíduos descritos no Ofício 17/ENG SESB/2022 (Anexo VII) serão
coletados e destinados pela Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda. Ainda, deverão
ser dispostos em lixeiras compartimentadas entre resíduo orgânico e reciclável. Elas deverão
prover o abrigo dos resíduos e deverão ser dispostas em piso impermeabilizado dotado de
ralo conectado à rede coletora de efluentes.
Todos os resíduos coletados pela Ambiental Limpeza Urbana e Saneamento Ltda.
passam por tratamento e disposição final adequada. Conforme o Artigo 2° do Decreto
Municipal n° 3.995/2021, prestadores de serviços e empreendimentos comerciais serão
taxados relativamente ao seu porte em função da área (m²). Para as definições do porte do
comércio considerar-se-á:
I - de Pequeno Porte o comércio cuja metragem do estabelecimento seja de
até 60 m² ;
II - de Médio Porte o comércio cuja metragem do estabelecimento seja entre
60,01 m² até 150,00 m² ;
III - de Grande Porte o comércio cuja metragem do estabelecimento seja
acima de 150,01 m².

6.5. Consumo de energia elétrica

Os sistemas de fornecimento de energia elétrica serão realizados através da CELESC,


concessionária regional de abastecimento de energia elétrica. A rede de distribuição será
executada a partir de derivações de redes existentes próximas à área do empreendimento.
O empreendimento demandará 5.500 kWh, essa estimativa foi realizada considerando
dados de consumo médio, os quais foram disponibilizados pelo empreendedor, para uma
mesma atividade.

6.6. Canteiro de obras

36
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

A instalação do canteiro de obras será provisória para o desenvolvimento de


atividades como, escritório, depósito, almoxarifado e banheiro químico.
Haverá um aumento do tráfego no entorno do empreendimento na fase de
implantação, com isso ocorrerá um aumento das emissões atmosféricas de particulados
(poeira), além de monóxido de carbono e dióxido de enxofre emitidos pelo motor dos
caminhões, emissões que abrangem tanto o entorno quanto o empreendimento, como
mencionado no item 5.3(d). Para isso será previsto um sistema de umectação no canteiro de
obras através de caminhão pipa e o transportador deverá realizar o enlonamento das
cargas, para não causarem incômodos e evitar a emissão de particulados provenientes das
cargas.
Na fase de implantação do empreendimento não haverá geração de efluentes
líquidos industriais e/ou efluentes contaminados por produtos químicos. Apenas será
gerado efluente sanitário oriundo dos banheiros dos funcionários no canteiro de obras,
sendo utilizado banheiros químicos para atendimento dessa demanda. O banheiro químico
será contrato Vidalimp Locação de Equipamentos LTDA., licenciado através da LAO
1.671/2022 (Anexo XIV), sendo o contrato apresentado no Anexo XII.
Haverá geração de resíduos sólidos durante sua fase de implantação, estes deverão
ser regulamentados por normas e leis que deverão ser cumpridas como: NBR 10.004/2004,
Lei federal 12.305/2010, Resolução Conama nº 307/2002 e alterações.
Etapas básicas como a segregação, o acondicionamento, o transporte e a destinação
final por empresas devidamente licenciadas deverão ser executados durante as obras do
empreendimento de acordo com o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC) apresentado no Programa de Gestão Ambiental do empreendimento.
Os principais resíduos da construção civil (RCC) gerados na fase de implantação
serão: papelão, concreto, tijolo, argamassa, plástico, gesso, e produtos contaminados como
latas de tinta e seus derivados.
Os resíduos domésticos que contemplam os resíduos orgânicos (restos de frutas e
alimentos em geral), plástico, papel, alumínio e alguns resíduos contaminantes (pilhas) serão
devidamente separados na sua origem pelos funcionários, e acondicionados
adequadamente em saco plásticos para a coleta municipal, de acordo com o cronograma

37
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

diferenciado para resíduos recicláveis e não-recicláveis. A supervisão da correta separação e


da disposição no abrigo temporário de resíduos são do empreendedor.

6.7. Geração de emprego e renda

Durante a implantação e operação do empreendimento será necessária a


contratação de aproximadamente 15 funcionários para cada fase, além disso, serão gerados
empregos indiretos pela demanda de bens e serviços.

7. CUSTOS DE OBRA

A estimativa do custo da construção da área administrativa foi orçada para as


estruturas de alvenaria, drenagem, serviços iniciais, pintura e serviços finais totalizando R$
126.340,00 conforme o cronograma financeiro apresentado pela empresa (Anexo XV).

8. CRONOGRAMA DO EMPREENDIMENTO

Atividade/semanas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Instalação do canteiro de obras

Implantação da edificação

Instalações hidrossanitárias

Sistema de tratamento de esgoto

Instalação dos tanques e silos

Impermeabilização e sistema de
decantação
Instalação das bacias e baias

Instalações elétricas

Aquisição e instalação dos


maquinários
Treinamento da equipe
Fonte: Dados do empreendedor, 2022.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
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9. CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA


9.1. Delimitação de áreas de influência

As áreas de influência correspondem aos locais que sofrerão modificações da


qualidade ambiental, direta ou indiretamente, que de alguma forma irão receber ou exercer
por alguma influência sobre o empreendimento, durante suas fases de planejamento,
implantação e operação, seja nos aspectos físico, biótico ou socioeconômico (SÁNCHEZ,
2015). A área de influência é delimitada em três âmbitos: área diretamente afetada, área de
influência direta e área de influência indireta.
A área diretamente afetada (ADA), contempla a área proposta à implantação do
empreendimento (6.730,48 m²), a qual encontra-se delimitada pelo polígono vermelho na
Figura 12.
A área de influência direta (AID) compreende o sítio de implantação do
empreendimento somado ao seu entorno imediato, onde os impactos causados incidem
diretamente sobre os recursos naturais e antrópicos locais, seja de forma positiva ou
negativa. Fica definida, como AID, a região compreendida no raio de 700 metros, a partir dos
limites do empreendimento, sendo representada pela circunferência rosa na Figura 12.
A área de influência indireta (AII) abrange o território que é afetado pelo
empreendimento, no qual os impactos e efeitos decorrentes do empreendimento são
considerados menos significativos do que nos territórios das outras duas áreas de influência
(ADA e AID). Quanto a AII foi considerada o município de Camboriú, na Figura 12 em
amarelo.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Figura 12: Delimitação das áreas de influência do empreendimento.

Fonte: Autora, 2022.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

9.2. Uso e ocupação do solo

O levantamento do uso e ocupação do solo no entorno foi realizado por caminhadas


nas proximidades do empreendimento e conjuntamente com imagem do software livre
Google Earth, com projeção UTM Datum WGS-84.
Na Área de Diretamente Afetada, podem ser observadas a classe de uso do solo,
conforme Lei Complementar n° 89 de 2017, que dispõe sobre a revisão do Zoneamento de
Uso e Ocupação do Solo do Município de Camboriú:
● Zona Predominantemente Industrial (ZPI): se caracteriza pela existência de atividades
industriais em consolidação, com localização estratégica para escoamento da
produção e fácil acesso à BR-101, afastada do centro urbano e presença de paisagem
natural no seu entorno.
Na Área de Influência Direta, além da ZPI, podem ser observadas outras classes de
uso do solo:
● Zona de Expansão Especial 01 (ZEE-01): áreas com ocupação dispersa e de baixa
densidade populacional, pouca diversidade no uso do solo, infraestrutura deficiente,
carência de equipamentos públicos, grandes vazios urbanos não parcelados.
● Zona de Preservação Ambiental 01 (ZPA-01): Área de mata (vegetação nativa de
pequeno e médio porte), topografia de declividade média e atividades urbanas.
● Zona de Preservação Ambiental 02 (ZPA-02): Área de mata (vegetação nativa de
médio e grande porte), topografia de declividade média a alta e atividades urbanas
ou ocupações irregulares.
● Zona de Preservação Ambiental 03 (ZPA-03): Área de mata (vegetação nativa de
grande porte), topografia de declividade acentuada e atividades urbanas ou
ocupações irregulares.
● Zona de Preservação Permanente 01 (ZPP-01): Áreas com presença de nascentes,
cursos d'água e cachoeiras, recursos minerais, bem como potenciais de lazer e
turismo ecológico dentro do perímetro urbano do Município de Camboriú.

Sendo que se encontra na vizinhança:


● Empreendimentos de lazer como Green Valley (302 m) e Maria's Camboriú (349 m);

41
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

● Empreendimentos de prestação de serviços: Automecânica (185 m), Delta Padel


Brasil (459 m) e SC RECIBRAS (335 m);
● No sentido da BR 101 encontram-se os seguintes empreendimentos: Cerb Caseca,
Casetex Concreto, Geotesc (fundações), em até 700 metros do empreendimento;
● No sentido empreendimento e Rua Rio Prado são encontradas residências
unifamiliares a 300 m.
No Zoneamento do município estas zonas encontram-se no setor em consolidação
no desenvolvimento urbano e elas têm como finalidade conservar os recursos naturais,
valorizar a paisagem natural com isso evitando novas ocupações irregulares.

9.3. Recursos hídricos

A área em apreço, bem como o Município de Camboriú, está inserida na Bacia


Hidrográfica do Rio Camboriú, que possui uma área de drenagem de aproximadamente 220
km². É pertencente à região hidrográfica RH 7 (Vale do Itajaí) a nível estadual e na Região
Hidrográfica Atlântico Sul a nível nacional.
O rio principal que dá o nome a bacia, Rio Camboriú, possui cerca de 32 km de
extensão e corta os municípios de Camboriú e Balneário Camboriú. Seus principais afluentes
são: Ribeirão dos Macacos, Rio do Oeste, Rio Lajeado, Rio Pequeno, Rio do Braço, e Rio
Canoas, sendo que é na confluência destes (Rio Canoas com Rio do Braço), passa a ser
chamado Rio Camboriú (Portal do Turismo Camboriú, 2022). No Quadro 12 são
apresentadas algumas características da bacia em questão.

Quadro 12: Características físicas da Bacia do Rio Camboriú.


Parâmetro Atributo
Área (Km²) 220,74
Perímetro (Km) 144,69
Comprimento Axial Bacia (Km)¹ 25,78
Largura Média (Km) 8,56
Altitude máxima (m) 740
Altitude média (m) 148

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Altitude mínima (m) 0


Declividade Máxima (%) 149
Coeficiente de compacidade (Kc)² 2,75
Fator de forma (Kf)² 0,33
Índice de circularidade (Ic)² 0,13
Tempo de concentração (h)³ 10
Fonte: SDS, 2018. Continuação Quadro 12*

A RH7 é composta pela Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, Bacia Hidrográfica do Rio
Itajaí-Açu e por pequenas bacias contíguas com sistemas de drenagem independentes
(Figura 13). Possui uma área total de aproximadamente 15.310 km² e um perímetro de
1.267 km, englobando a área, total ou parcial, de 60 municípios catarinenses. Possui
também aproximadamente 40.932 km de cursos d’água, o que resulta em uma alta
densidade de drenagem na região, aproximadamente 2,67 km/km² (PERH, 2017).
Figura 13: Localização da RH7 e das bacias hidrográficas que a compõem.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Fonte: PERH/SC; SDS; Fundação CERTI.

A área em estudo está sob influência da sub-bacia do Rio Pequeno. Este Rio,
conforme o Prognóstico das demandas hídricas da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú
representa a Unidade 6 que apresenta recursos naturais comprometidos, especialmente
pela ocupação desordenada, falta de saneamento, cultivos de eucaliptos, madeireiras,
depósitos de resíduos de fontes domésticas e rurais (restos de construções, pneus, animais
mortos), estradas rurais muito próximas aos córregos, além de extração de areia e minérios.
As análises de qualidade da água indicam a alta poluição das águas (Classe 4) resultado da
falta de controle ambiental na unidade, com reflexos observados na destruição das matas
ciliares, erosão das margens dos rios, obstruções dos córregos, alterações nos fluxos
hídricos, diminuição da quantidade de água, odores e contaminação das águas, do solo e da
biota local (PBHC, 2018).
Como apresentado no Laudo Técnico elaborado pelo Engenheiro Geólogo Jannio
Zadick Pineda Aguilar (CREA SC 0055254-3) com o objetivo de realizar a identificação e
caracterização hidrológica de corpos hídricos, constatou-se no local no qual pretende-se
realizar o empreendimento, apenas há presença de canais de drenagem. Contudo, segue em
anexo o estudo supracitado (Anexo XI). Com vistas à caracterização hidrológica na área do
empreendimento, não há presença de curso d’água natural, nascentes nem mesmo olho
d’água no terreno.

9.4. Geologia

As informações levantadas neste item correspondem a dados secundários obtidos


através de estudos técnicos elaborados na primeira revisão do Plano Diretor Municipal
(PMC, 2012), e do Laudo Técnico de Identificação e caracterização hidrológica de corpos
hídricos realizado pelo Engenheiro Geólogo Jannio Zadick Pineda Aguilar (Anexo XI).
A área objeto deste estudo está inserida no chamado Complexo Canguçu formado no
Pré-Cambriano Superior. Ocorrem ainda, ao longo das áreas de planícies, sedimentos de
idade Cenozóica e aluviões de idade Quaternária.
As massas rochosas do Complexo Canguçu ocorrem, na presente área de trabalho,
com formas diferenciadas, preferencialmente alongadas na direção NESW ou NNE-SSW,

44
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

estendendo-se desde vizinhanças de Balneário Camboriú até o paralelo 27º30’ latitude Sul.
Fazem contato em geral por falha com as suítes intrusivas São Pedro de Alcântara,
Valsungana, Tabuleiro e Guabiruba, fazendo contato, também, com o Grupo Brusque e com
coberturas sedimentares quaternárias. São constituídas por metatexitos, diatexitos, gnaisses
porfiroblásticos, com enclaves dioríticos, quartzo-dioríticos, anfibolíticos e
metassedimentares (IBGE, 2002). Nas adjacências da área, predominam os sedimentos
quaternários típicos da região costeira, ricos em frações arenosas e lentes de cascalho e
seixos arredondados. A ação dos processos erosivos e a proximidade da rocha matriz à
superfície condicionaram a pouca profundidade na maioria dos solos e presença constante
de afloramento de rochas e pedregosidade abundante nas áreas de maiores declividades.
Segundo a Folha Brusque SG-22Z-D-II CPRM 2014 o terreno encontra-se inserido em
Depósitos Aluvionares (Q2a) constituídos por sedimentos silte-argilo-arenosos que formam
as partes mais planas do local (Anexo XI).
Atualmente a morfologia local corresponde a áreas aplainadas pelas atividades
anteriores. No entorno do terreno observam-se valores das cotas altimétricas variando de
15 a 180 metros, as maiores elevações correspondem à morraria e as de menor cota às
formadas por vales abertos e dos canais de drenagem. Na Figura 13 pode-se observar parte
do terreno do empreendimento, conforme uso anterior.

Figura 13: Visão Parcial do terreno aplainado por atividade anterior.

Fonte: Autora, 2022.

45
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

9.5. Geomorfologia

O relevo de Santa Catarina formou-se aos poucos e em diferentes épocas, as serras


cristalinas litorâneas, o planalto cristalino e a Serra do Mar possuem formação mais antiga, e
a planície litorânea e as planícies fluviais formadas mais recentes.
O estado de Santa Catarina apresenta três grandes unidades de relevo: a planície
litorânea ou costeira, os planaltos e serras do leste (incluindo as serras litorâneas) e o
planalto ocidental.
A área do empreendimento está inserida no Domínio Morfoestrutural Rochas
Granitoides da Unidade Geomorfológica Serras do Leste Catarinense. Os processos
esperados nestas regiões são os de dissecação, formando morros dissecados pela drenagem
com topos subarredondados de média altitude, conforme Laudo técnico realizado pelo
Engenheiro Geólogo Jannio Zadick Pineda Aguilar (Anexo XI)
No entorno da área do empreendimento os terrenos são suscetíveis a movimentos
de massas do tipo escorregamento e queda de blocos principalmente nos relevos mais
dissecados (Figura 14).

Figura 14: Suscetibilidade a processos condicionantes de Riscos Geológicos.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Fonte: CPRM, 2006.

O empreendimento, por sua vez, apresenta características de relevo plano a


levemente ondulado, com formação de planícies colúvio-aluvionar que constituem a
presença de areias argilosas, cascalhos e material sílico argiloso. Nota-se na Figura 15 e 16, o
relevo acidentado com morros apresentando cristas em área litorânea.

Figura 15: Vista geral da área de estudo.

Fonte: Autora, 2022.

Figura 16: Vista geral com uso de imagem aérea Google Earth.

Fonte: Modificado de google earth, 2022.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

9.6. Pedologia

A partir do Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento - Solos do Estado de Santa


Catarina, apresentado pela Embrapa Solos (2004) foi observado que no Município de
Camboriú o solo predominante é do tipo Podzólico Vermelho-Amarelo álico Tb abrupto A
moderado. Esses compreendem solos minerais, não hidromórficos, com seqüência de
horizontes A, BA ou A/B ou B/A sobre B textural não plíntico, com suborizontes Bt1, Bt2 e
Bt3, seguidos de um B/C e C, sem horizonte eluvial E e com nítida diferenciação entre
horizontes e derivados de rochas do período Pré-cambriano superior. Apresentam cores e
profundidade bastante variáveis. São álicos ou distróficos, com textura média/argilosa, às
vezes cascalhenta e argilosa ou muito argilosa, sempre com atividade de argila baixa (Tb). A
estrutura dos horizontes A é, normalmente, fraca a moderada granular e, a dos horizontes B,
é moderadamente desenvolvida, em blocos angulares e subangulares (CPRM,2022).
Os solos identificados na área de estudo são típicos de ocorrências costeiras,
contendo solos pouco desenvolvidos representados pelos Neossolos e solos húmicos com
presença de horizonte Glei, ou seja, de coloração acinzentada devido ao hidromorfismo
sendo identificado os seguintes grupos: Cambissolos Distróficos (Ca32) e Neossolos Aluviais
(Aa1).

9.7. Cobertura vegetal

O Bioma Mata Atlântica está presente no município, sendo representado pela


Floresta Ombrófila Densa associada a manguezais e restinga (floresta pioneira com
influência marinha). O município possui morros com grande massa de mata original e em
determinadas áreas de planícies existem manchas de vegetação, com diferentes estágios de
sucessão ecológica (CORREIA et al, 2011; DORTZBACH et al., 2015).
Na área de influência indireta há a presença de bioma de Mata Atlântica, sendo
representado pela região fitoecológica da Floresta Ombrófila Densa, Formação Floresta
Submontana, em diferentes estágios de sucessão ecológica. Assim como alguns morros do
município, a AID também é caracterizada por manchas de vegetação.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

A cobertura vegetal da área diretamente afetada está descaracterizada (Figura 17)


sendo encontrada a presença de vegetação de pequeno a médio porte no entorno do
empreendimento, próximo ao cercamento da área (Figura 18).

Figura 17: Cobertura vegetal descaracterizada no local do empreendimento.

Fonte: Autora, 2022.

Figura 18: Vegetação de pequeno e médio porte nas imediações do empreendimento.

Fonte: Autora, 2022.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

9.8. Áreas de Proteção Permanente (APP)

De acordo com o Laudo Técnico Hidrológico que tem o objetivo de realizar a


identificação e caracterização hidrológica de corpos hídricos, elaborado pelo Engenheiro
Geólogo Jannio Zadick Pineda Aguilar (CREA SC 0055254-3), Anexo XI, constatou-se no local,
apenas a presença de canais de drenagem (Figura 19), não há presença de corpo hídrico,
nascentes, nem mesmo olho d’água no terreno, desta forma não se enquadra a manutenção
de Área de Preservação Permanente (APP) na área útil do empreendimento como prevê o
Código Florestal. O Laudo Técnico Hidrológico foi elabora antes de uma alteração na área do
empreendimento, mas como essa alteração se deu para uma menor área, não ocorreram
mudanças na localização do terreno, o único canal de drenagem que está no local se
encontra tubulado.

Figura 19: Terreno em relação à rede hidrográfica.

Fonte: Engenheiro Geólogo Jannio Zadick Pineda Aguilar, 2022.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

9.9. Unidades de Conservação (UC)

As áreas preservadas legalmente sobre o território de Camboriú estão representadas


pela Área de Preservação Ambiental – APA Morro do Gavião e pelo Parque Natural
Municipal Sylvio Garcia.
A APA Morro do Gavião, criada pela Lei Municipal nº 1.343/1999, tem como objetivo
a proteção da nascente do Rio Camboriú. Sua área é compreendida pela Serra do Camboriú,
Serra do Brilhante, Serra da Limeira e Serra do Gavião entre as altitudes máximas destas,
pertencentes ao Município de Camboriú até a altitude de 100 (cem) metros em relação ao
nível do mar. Sendo essa APA localizada a cerca de 11 quilômetros do empreendimento.
O Parque Natural Municipal Sylvio Garcia, criado pela Lei Municipal nº 3.263/2020,
localiza-se no Rio do Meio - região rural de Camboriú, e é considerado uma Unidade de
Conservação de Proteção Integral. O Parque Natural Municipal tem como finalidade a
preservação dos ecossistemas naturais relevantes ao município; a realização de pesquisas
científicas; o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de
recreação em contato com a natureza e turismo ecológico; o oferecimento de espaços
verdes e livres para o lazer; a promoção da reciclagem dos resíduos orgânicos; a produção
mudas de árvores nativas do Bioma Mata Atlântica e o desenvolvimento do plano de gestão
que envolva a comunidade de entorno e que viabilize implantação de atividades que
promovam a auto sustentabilidade. Sendo este localizado cerca de 8 quilômetros do
empreendimento.
O empreendimento também está localizado a 5,5 quilômetros do Parque Inundável.

9.10. Fauna

A Mata Atlântica abriga uma parcela significativa da diversidade biológica do Brasil,


com altíssimos níveis de endemismo (PINTO et al, 2006). No que diz respeito à fauna
silvestre, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, a Mata Atlântica abriga cerca de
270 espécies de mamíferos (55 deles endêmicos), 370 de anfíbios (87 endêmicos), 200 de
répteis (60 endêmicos), 850 de aves (188 endêmicas), além de, aproximadamente, 350
espécies de peixes (133 endêmicas).

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Apesar do empreendimento estar inserido em uma local com ocupação dispersa,


rarefeita e com baixa densidade, durante o estudo, constatou-se a ocorrência de trilhas e a
presença de animais domésticos, que são fatores que contribuem para o afugentamento e
predação da fauna local. O fluxo de veículos, principalmente da Rua Antônio Lopes
Gonçalves Bastos, também é um fator que contribui para a baixa diversidade de animais.
Além disso, acredita-se que em decorrência da cobertura vegetal ser rasteira, bem
como a presença de canais de drenagem, o local do empreendimento é propício para a
ocorrência de pequenos animais como anfíbios, roedores e répteis, no entanto, em visita in
loco, pode-se ser observado apenas 13 espécies, sendo elas expressas no Quadro 13.

Quadro 13: Espécies registradas visualmente.


Nome popular Nome científico
Lagarto-teiú Salvator merianae
Saracura-do-mato* Aramides saracura*
Juriti-pupu Leptotila verreauxi
Urubu-de-cabeça-preta Coragyps atratus
Rolinha-roxa Columbina talpacoti
Quero-quero Vanellus chilensis
Garça-branca pequena Egretta thula
Garça-branca grande Ardea alba
Inhambuguaçu Crypturellus obsoletus
Rã-cachorro Physalaemus cuvieri
Perereca-do-brejo* Scinax tymbamirim *
Rato-do-mato Akodom montensis
Cutia Dasyprocta azarae
*Espécie endêmica do Bioma Mata Atlântica
Fonte: Autora, 2022.

O levantamento foi realizado no dia 25 de março de 2022 e as espécies foram


identificadas através de registro visual. Os animais listados no Quadro 13 não foram
encontrados na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção de Santa Catarina e
nem na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção do Ibama (2014).

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

9.11. Clima

O clima do município de Camboriú classifica-se como temperado mesotérmico


úmido, sem estação seca e com verões quentes e agradáveis, apresentando uma
temperatura média anual de cerca de 20ºC. A precipitação média anual é de
aproximadamente 1.600 milímetros.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
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10. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS E MEDIDAS MITIGADORAS, DE CONTROLE OU DE


COMPENSAÇÃO

O presente tópico tem por objetivo apresentar um prognóstico ambiental a respeito


da implantação de uma Usina de Concretagem no município de Camboriú – SC. O
prognóstico ambiental trata-se de um conjunto de atividades técnicas e científicas, que
buscam ações que servirão para a análise dos impactos ambientais do projeto.
Dessa forma, a avaliação dos impactos ambientais tem como objetivo básico fornecer
elementos para a tomada de decisões em relação à execução do empreendimento,
buscando primeiramente agregar dados estatísticos, bibliográficos e documentos,
permitindo análises sobre a realidade socioambiental da região e áreas de influência do
empreendimento.
Segundo Sanchez (2008), considera-se impacto ambiental: “alteração da qualidade
ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocada por ação
humana". A identificação dos impactos está diretamente relacionada à natureza e ao porte
do empreendimento que está sendo desenvolvido.

10.1. Metodologia

Para o prognóstico, faz-se necessário compreender as etapas que compõem esta


atividade, sendo elas:
Implantação: período de alteração da paisagem através da realização das obras civis
- limpeza do terreno, instalação do canteiro de obras, fundação, vigas, colunas, paredes,
lajes, coberturas, acabamentos, instalações hidráulica, elétrica e sanitária.
Operação: após a instalação do empreendimento, consiste na fase em que ocorrerão
as atividades referentes às atividades industriais.
No decorrer deste capítulo, os aspectos e seus possíveis impactos serão listados e a
etapa do empreendimento na qual serão gerados é identificada. Foram definidos atributos
que permitem aferir e avaliar cada um dos impactos potenciais identificados e sua interação
com o sistema onde está localizado, conforme Quadro 14.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
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Quadro 14: Critérios para qualificação dos impactos ambientais.


Aspecto: Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com
o meio ambiente (NBR ISO 14.001:2004)
Impacto Modificação do meio ambiente, tanto adversa como benéfica, total ou
parcialmente resultante dos aspectos ambientais de uma organização.
Natureza Impacto positivo, quando sua manifestação resulta na melhoria da
qualidade ambiental;

Impacto negativo ou adverso, quando sua manifestação resulta em dano à


qualidade ambiental.
Abrangência Impacto local, aquele que atinge, no máximo, a área diretamente afetada
pelo empreendimento;

Impacto regional, quando sua manifestação afeta toda ou parte de uma


região.
Incidência Impacto direto, quando resultante de uma simples relação de causa e
efeito;

Impacto indireto, quando resultante de sua manifestação, ou quando é


parte de uma cadeia de manifestações.
Periodicidade Impacto temporário, quando um impacto cessa a manifestação de seus
efeitos em um horizonte temporal definido ou conhecido, incluindo-se
nesse atributo a reversibilidade;

Impacto permanente, quando um impacto apresenta seus efeitos


estendendo-se além de um horizonte temporal definido ou conhecido,
incluindo-se nesse atributo a irreversibilidade.
Reversibilidade Reversível, quando é possível reverter a tendência do impacto ou os efeitos
decorrentes das atividades do empreendimento, levando-se em conta a
aplicação de medidas para sua reparação (no caso de impacto negativo) ou
com a suspensão da atividade geradora do impacto;

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Irreversível, quando mesmo com a suspensão da atividade geradora do


impacto não é possível reverter a sua tendência.
Prazo Imediato: ocorre imediatamente no início das ações que lhe deram
origem;

Médio: ocorre após um período médio contado do início das ações que o
causaram;

Longo: ocorre após um longo período contado do início das ações que o
causaram.
Magnitude Expressa a variação de um fenômeno em relação à sua situação prévia, ou
seja, se o impacto vai transformar intensamente uma situação preexistente
(ALTA); se ele tem pouca significação em relação ao universo daquele
fenômeno ambiental (BAIXA); e se ocupa situação intermediária (MÉDIA).

A magnitude de um impacto é, portanto, tratada exclusivamente em


relação ao componente ambiental em questão, independentemente de sua
importância por afetar outros componentes ambientais.
Fase de ocorrência Implantação ou Operação.
Medida mitigadora Medidas destinadas a evitar, atenuar e até compensar impactos
ambientais.
Programas Os programas ambientais propostos consistem em um conjunto de
ambientais ações que têm como objetivo monitorar e minimizar os principais impactos
causados pela implantação da unidade.
Fonte: Modificado pela autora (Sanchez, 2008).

No Quadro 15 pode ser observado os impactos do empreendimento sobre a


vizinhança nas etapas de instalação e operação do empreendimento.

Quadro 15: Impactos Ambientais gerados pelo empreendimento.


Impacto Fase Meio Natureza
Alteração da qualidade do ar por Implantação e Físico e socioeconômico Negativa
emissão de particulados Operação
Alteração da qualidade do ar Implantação e Físico e socioeconômico Negativa

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

(emissões veiculares) Operação


Emissão de ruídos Implantação e Socioeconômico Negativa
(poluição sonora) Operação
Geração de resíduos sólidos Implantação e Físico e socioeconômico Negativa
Operação
Contaminação do solo Implantação Físico Negativa
Geração de resíduos de construção civil Implantação e Físico Negativa
(RCC) Operação
Geração de efluente sanitário Implantação e Físico e socioeconômico Negativa
Operação
Geração de efluente industrial Operação Físico Negativa
Aumento do tráfego local Implantação e Físico e socioeconômico Negativa
Operação
Aumento da demanda por Implantação e Socioeconômico Positiva
produtos e serviços Operação
Impermeabilização superficial do solo Operação Físico e socioeconômico Negativa
Geração de emprego e renda Implantação e Socioeconômico Positiva
Operação
Fonte: Autora, 2022. Continuação Quadro 15.

Após classificados os impactos ambientais, foram estudadas as medidas que


pudessem mitigar seus efeitos negativos. Com vistas a gerar um quadro que retrata com a
maior precisão possível os possíveis impactos do empreendimento sobre os ambientes,
procedeu-se a avaliação a cada uma das fases que envolvam a implantação e a operação da
usina de concreto.

10.2. Impactos gerados


10.2.1. Alteração da Qualidade do ar
Durante a implantação do empreendimento serão gerados materiais particulados
oriundos das seguintes atividades: movimentação de terra, transporte, armazenagem,
manuseio e retirada de materiais e resíduos; atividades de concretagem e alvenaria;
impermeabilizações; limpeza.
Durante na operação os impactos associados às emissões atmosféricas são
decorrentes de poeiras fugitivas geradas no manuseio da matéria prima (brita, areia e pó de

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

brita), na descarga do cimento para o silo, na dosagem do cimento para fabricação do


concreto e no tráfego interno de caminhões. Essas emissões são prejudiciais à saúde dos
trabalhadores envolvidos e da vizinhança mais próxima (área de influência direta).

Aspecto: Emissão de particulados

Poluição do ar; Geração de incômodos aos trabalhadores;


Impacto
Afugentamento e perturbação da fauna local

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Local

Incidência Indireto

Periodicidade Intensificado em períodos de baixa pluviosidade

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/Operação

Implantação:
 Umectação do canteiro de obras e das vias de acesso por
caminhão pipa em períodos de baixa pluviosidade ou de maior
fluxo viário;
 Uso de equipamentos de proteção individual (EPI);
Medida mitigadora
 Manter a manutenção geral dos motores dos veículos.
Operação:
 Umectação do pátio e das vias de acesso por caminhão pipa em
períodos de baixa pluviosidade ou de maior fluxo viário;
 Filtro manga, denominado Silotop para o Silo de Cimento.

Programas ambientais - Programa de controle de particulados.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

10.2.2. Alteração sonora (ruídos)


Durante a implantação do empreendimento, haverá um aumento significativo no
nível dos ruídos na área diretamente afetada e nas áreas próximas. Os impactos sonoros
serão produzidos pelo transporte de materiais e por equipamentos e máquinas utilizadas na
preparação do local e da estrutura do empreendimento. O ruído decorrente desse processo
é de caráter temporário e pode perturbar a fauna, principalmente aves e répteis, além da
vizinhança. Porém, visto o baixo número de moradores no entorno e a presença de
vegetação massiva, espera-se que o ruído gerado na fase de implantação do
empreendimento não afete significativamente a vizinhança. A vegetação de grande porte
presente na AID auxilia no abafamento dos ruídos gerados.
Os ruídos gerados na fase de operação do empreendimento são aqueles
provenientes das atividades de produção, como a movimentação dos caminhões em sua
área interna, da central dosadora de agregados, carregamento do caminhão betoneira e
mistura. Nesse sentido, deverá ser executada a manutenção e inspeção nos equipamentos e
veículos a fim de atenuar os ruídos provocados. Ainda, para prevenir danos à saúde e ao
bem-estar dos trabalhadores e colaboradores, estes receberão protetores auriculares,
conforme NR 06, sendo obrigatório seu uso. Para evitar a perturbação da vizinhança, as
atividades serão realizadas em horário comercial.

Aspecto: Emissões sonoras (ruídos)

Geração de incômodos à população e trabalhadores; Afugentamento e


Impacto
perturbação da fauna local.

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Local

Incidência Indireto

Periodicidade Durante a implantação e operação do empreendimento.

Reversibilidade Irreversível

Prazo Imediato

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/Operação

Implantação:
 Manter a manutenção geral dos motores dos veículos;
 Uso de equipamentos de proteção individual (EPI);
 As atividades serão executadas em horário comercial;
 Revisão e manutenção constantes dos equipamentos geradores
de ruídos.
Medida mitigadora

Operação:
 Uso de Abafadores (EPI) pelos funcionários;
 Equipamentos móveis (caminhões e pá carregadeira) deverão
ser mantidos sempre regulados e os motores corretamente
lubrificados, bem como as partes móveis destes equipamentos.

Programas ambientais -

10.2.3. Geração de Resíduos da Construção Civil


Na etapa de implantação do empreendimento deve ser realizado o gerenciamento
dos resíduos, sendo os mais expressivos os resíduos da construção civil. De forma geral, os
RCC são resíduos de baixa periculosidade, sendo o impacto causado pelo grande volume
gerado. Entretanto, sua disposição irregular pode gerar problemas de ordem estética,
ambiental e de saúde pública, pois nesses resíduos também há presença de material
orgânico, produtos químicos, tóxicos e de embalagens diversas que podem acumular água e
favorecer a proliferação de insetos e de outros vetores de doenças, podendo representar
um grave problema em muitos municípios, além de sobrecarregar os sistemas de limpeza
pública e drenagem pluvial.
Na fase de implantação, para o controle dos possíveis impactos gerados pelos RCC,
será elaborado e implantado um Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC), sob responsabilidade do empreendedor, com o objetivo de desenvolver
procedimentos necessários para seu correto manejo e destinação.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Na fase de operação, o resíduo de Classe I, como o lodo sólido proveniente tanque


de decantação, deverão ser recolhidos por empresa especializada regularizada
ambientalmente para reaproveitamento do resíduo e destinação final.

Aspecto: Geração de resíduos de construção civil

Alteração da qualidade dos solos e das águas; Obstrução de redes de


Impacto drenagem pluvial; Aumento da ocorrência de inundações; Atração de
animais vetores de doenças; incômodo à vizinhança.

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Regional

Incidência Direta

Periodicidade Permanente

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação

Medida mitigadora Implantação:


 Executar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil (PGRCC);
 Fiscalizar a limpeza e organização dos canteiros de obras;
 Fiscalizar que a coleta e destinação final de resíduos estejam
sendo realizadas por empresas devidamente licenciadas;
 Treinar os trabalhadores sobre os procedimentos relacionados
à gestão dos resíduos de construção civil.
Operação:
 Executar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil (PGRCC);
 Treinar os trabalhadores sobre os procedimentos relacionados
à gestão dos resíduos de construção civil;

61
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

 Fiscalizar que a coleta e destinação final de resíduos estejam


sendo realizadas por empresas devidamente licenciadas;
 Limpeza do tanque de decantação anual.

Programas ambientais - Programa de gerenciamento de resíduos sólidos da construção civil.

10.2.4. Geração de resíduos sólidos

Os resíduos sólidos serão gerados na fase de operação sob a forma de resíduos


sólidos domésticos e comerciais. Estes são compostos por resíduos classe I e II. Os resíduos
Classe II, como o papel, papelão, embalagens e resíduo orgânico provenientes da unidade de
apoio (cozinha, banheiros e escritório), são acondicionados em cestos de lixo sendo
coletados periodicamente pelo serviço de coleta dos resíduos da Prefeitura Municipal de
Camboriú. Os contentores de resíduos devem ser colocados na rua no dia e horário certos,
conforme roteiros de coleta convencional ou seletiva até sua disposição final para o Aterro
Sanitário Tijuquinhas em Biguaçu, localizado a 44 km do município de Camboriú.
Os óleos e graxas lubrificantes provenientes das trocas dos equipamentos, são de
pequeno volume e armazenados em bombonas, colocados sobre estrados de madeira
juntamente com os tambores de produtos novos, em local apropriado para depois serem
coletados por empresa especializada para a sua destinação.
Os equipamentos de proteção individual – EPI, são acondicionados em bombonas
plásticas e posteriormente destinados para o coprocessamento.

Aspecto: Geração de resíduos sólidos

Alteração da qualidade dos solos e das águas; Obstrução de redes de


Impacto drenagem pluvial; Aumento da ocorrência de inundações; Atração de
animais vetores de doenças; incômodo à vizinhança.

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Local

Incidência Direta

Periodicidade Permanente

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/ Operação

Implantação:
 Fiscalizar a coleta e destinação final de resíduos para que
estejam sendo realizadas por empresas devidamente
licenciadas;
 Treinar os trabalhadores sobre os procedimentos relacionados
Medida mitigadora
à gestão dos resíduos.
Operação:
 Controle da geração de resíduos e fornecedores de coleta e
destinação dos resíduos sólidos e líquidos;
 Limpeza anual do sistema de tratamento de Esgoto;

Programas ambientais - Programa de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

10.2.5. Geração de efluentes sanitários e industriais


Ocorrerá a geração de efluentes no canteiro de obras durante o período de
funcionamento da implantação do empreendimento, o qual impactará e influenciará na
infraestrutura urbana local, sendo empregado banheiros químicos para atender essa fase.
Tendo em vista que o município de Camboriú não possui sistema de coleta e
tratamento de esgoto, na fase de operação do empreendimento, o empreendedor deverá
implantar um sistema de tratamento de esgoto individual. Os projetos dos sistemas de
tratamento permanente (fase de operação) devem ser aprovados pela Secretaria de
Planejamento do município.
O sistema de tratamento de esgoto deverá receber limpezas periódicas conforme
projeto hidrossanitário.
O efluente industrial, o lodo sólido, do tanque de decantação deverá ser recolhido
por empresa especializada regularizada ambientalmente para reaproveitamento do resíduo.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Aspecto: Geração de efluentes sanitários e industriais

Alteração na qualidade do solo e da água; Atração de animais vetores


Impacto
de doenças; Geração de lodo proveniente do sistema de tratamento.

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Local

Incidência Direta

Periodicidade Permanente

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/Operação

Implantação:
 Uso de banheiros químicos.

Operação:
 Limpeza do tanque de decantação anualmente, ou quando
Medida mitigadora necessário;
 Limpeza anual do sistema de tratamento de Esgoto;
 Realizar análises bioquímicas comprovando a eficiência e
atendimento das normas e legislações pertinentes;
 Manter as canaletas de drenagem e bacias de decantação
limpas periodicamente.

Programas ambientais - Programa de monitoramento dos efluentes sanitários.

65
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

10.2.6. Contaminação dos Solos

A definição dos impactos sobre eventuais contaminações dos solos nas áreas do
empreendimento baseia-se na possibilidade destas contaminações partirem de líquidos
contaminantes (óleos, combustíveis etc.) provenientes de pequenos vazamentos durante o
funcionamento de veículos ou equipamentos.
Além dessas contaminações por óleos e graxas, poderá ocorrer contaminação pela
disposição irregular do aditivo que poderá vir a ser derramado durante a fase de operação.
Para isso, será construído uma bacia de contenção, uma vez que esse resíduo possui
propriedades nocivas.
Será realizada também, a impermeabilização do solo, com concreto, na área de
carregamento dos caminhões betoneiras. No local, será implantado canaletas para captação
do efluente proveniente da lavagem interna dos caminhões betoneira e resíduos
derramados decorrente do processo produtivo, este efluente será encaminhado para o
sistema de decantação.
Para reduzir a probabilidade de ocorrência e a magnitude desse impacto, sugere-se
que procedimentos e treinamentos de operação sejam realizados junto aos trabalhadores
da obra.

Aspecto: Lançamento de água com particulados ou vazamentos de óleos e graxas

Impacto Alteração na qualidade do solo e da água.

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Local

Incidência Direta

Periodicidade Permanente

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Fase de ocorrência Operação

Operação:
 Realizar manutenção contínua das áreas de drenagem
(canaletas) existentes com supervisão de locais que possam
apresentar problemas de destino da água;
Medida mitigadora  Implantação do projeto de drenagem do empreendimento;
 Implantação de tanque de decantação para a contenção de
sólidos em suspensão;
 Realizar manutenção da bacia de contenção para os resíduos
perigosos.

- Programa de monitoramento dos efluentes sanitário;


Programas ambientais - Programa de manutenção do sistema de drenagem e
reaproveitamento de água.

10.2.7. Intensificação do tráfego


Durante a fase de instalação, haverá aumento temporário do tráfego local gerado
pela necessidade de transporte de funcionários, equipamentos, materiais e insumos ao
canteiro de obras. As principais vias de acesso possuem pavimentação em boas condições e
capacidade para tal incremento no tráfego. No entanto, o aumento da circulação de veículos
de carga pode causar transtorno temporário à vizinhança, devido a manobras de carga e
descarga de veículos pesados aumentando o nível de ruídos e poeira particulada nas vias,
além de interferir no tráfego normal diário, podendo obstruir vias.
O meio biótico também sofrerá com esses aspectos, uma vez que o aumento do
tráfego na região pode provocar acidentes e/ou perda de indivíduos da fauna. A incidência
de ruídos também estimula o afugentamento e perturbação da fauna.
A sinalização viária através de cones e/ou placas de sinalização deverá ser feita, se
eventualmente ocorrer intervenções no trânsito que possam interromper o fluxo normal das
vias no local do empreendimento. Como medida preventiva à intensificação do trânsito,
deve-se optar por realizar a movimentação de caminhões em horários em que o tráfego seja
menor.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

A operação do empreendimento ocasionará um aumento permanente na quantidade


de veículos e caminhões betoneiras para o transporte do concreto até a obra e o retorno,
durante o horário de funcionamento da usina.

Aspecto: Intensificação do tráfego

Geração de incômodos na população, acidentes; Perda de indivíduos da


Impacto
fauna; Afugentamento e perturbação da fauna.

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Local

Incidência Indireto

Periodicidade Durante a implantação e operação do empreendimento.

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/Operação

Implantação/Operação:
 Sinalização das vias de acesso ao empreendimento;
Medida mitigadora
 Manter a manutenção geral dos motores dos veículos;
 As atividades serão executadas em horário comercial.

- Programa de sinalização do empreendimento e controle de tráfego


Programas ambientais
de veículos.

10.2.8. Aumento da demanda por produtos e serviços


Com o início da operação do empreendimento ocorrerá o aumento da demanda por
produtos e prestação de serviços. O empreendimento aumentará a demanda por produtos
alimentícios, combustíveis, matéria prima entre outros. Além disso, haverá aumento na
demanda por prestadores de serviços de consertos, instalações e manutenções de

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

equipamentos. Tem-se tal impacto como positivo, indireto, regional e como medida
potencializadora sugere-se o estímulo ao consumo de bens e serviços locais.

Aspecto: Aumento da demanda por produtos e serviços

Impacto Econômico; Geração de emprego e renda; Arrecadação fiscal.

Natureza do impacto Positivo

Abrangência Regional

Incidência Indireto

Periodicidade Durante a implantação e operação do empreendimento.

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/Operação

Implantação/Operação:
Medida potencializadora  Contratação de mão de obra e serviços locais;
 Contratação de mão de obra especializada.

10.2.9. Geração de emprego e renda


Durante a implantação e operação do empreendimento, poderá ocorrer o
recrutamento de trabalhadores na região, propiciando um aumento da oferta de emprego
local e, consequentemente, o aumento da renda local. Este impacto é considerado positivo
uma vez que a geração de emprego cria a oportunidade de novas fontes de renda para a
população, podendo inclusive absorver parte desta que se encontra desempregada. O
aumento da oferta de postos de trabalho tem como consequência um incremento na
demanda por bens e serviços, aquecendo os comércios locais e fomentando a criação de
empregos indiretos.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Aspecto: Geração de emprego e renda

Impacto Socioeconômico; Geração de emprego e renda; Arrecadação fiscal.

Natureza do impacto Positivo

Abrangência Regional

Incidência Indireto

Periodicidade Durante a implantação e operação do empreendimento

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/Operação

Implantação/Operação:
Medida potencializadora  Contratação de mão de obra e serviços locais;
 Contratação de mão de obra especializada.

10.2.10. Pressão sobre a infraestrutura de drenagem natural


A impermeabilização do solo, devido a área edificada, área impermeabilizada bem
como a compactação do solo devido ao fluxo de veículos, causa impactos diretos no
aumento do pico de vazão e deterioração da qualidade da água em cursos d'água e canais
de drenagem durante os eventos pluviométricos, gerando problemas como cheias, erosão e
assoreamento (carreamento de sólidos). Quando sobrecarregados, os sistemas de drenagem
podem romper, causando danos estruturais e gerando riscos à população.
O sistema de drenagem tem por objetivo o direcionamento das águas provenientes
de precipitações pluviais na área de todo o empreendimento sendo interligado com a
drenagem natural presente na área útil. Sendo necessário a execução de limpezas periódicas
das canaletas de drenagem a fim de que se reduza o risco de entupimento e carreamento de
materiais particulados para os cursos d’água adjacentes evitando o assoreamento e a
deterioração dos corpos d’água.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

Além disso, será previsto sistema de reuso e remoção de particulados, na área


impermeabilizada que possui maior risco de dispersão de materiais. Sendo necessária a
correta manutenção dos decantadores para reuso das águas provenientes da limpeza dos
caminhões, reduzindo assim a pressão sobre a drenagem natural pelo lançamento desta
vazão. O reuso das águas da lavagem dos caminhões é importante para a gestão dos
recursos hídricos, pois reutiliza a água decantada, preservando as fontes de água adequadas
para abastecimento e para usos prioritários, contribuindo assim, para a conservação e
planejamento dos recursos hídricos. Dito isso, ressalta-se que o sistema de coleta e
reaproveitamento que será implantado permite o reuso da água no processo produtivo do
concreto, o qual, além de auxiliar na economia, também auxilia na redução por demanda de
água e reduz o lançamento de águas pluviais nas galerias.

Aspecto: Pressão sobre a infraestrutura de drenagem natural e corpos d’água

Aumento do pico de vazão em cursos d'água durante os eventos


pluviométricos; Erosão, carreamento de particulados; aumento do risco
Impacto
de inundações; aumento do risco de assoreamento dos canais de
drenagem e corpos d’água.

Natureza do impacto Negativo

Abrangência Local

Incidência Indireto

Periodicidade Durante a operação do empreendimento.

Reversibilidade Reversível

Prazo Imediato

Magnitude Média

Fase de ocorrência Implantação/Operação

Medida mitigadora Operação:


 Execução do projeto de drenagem pluvial;

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

 Limpezas periódicas no sistema de canaletas e drenagem;


 Reuso do efluente gerado pela limpeza dos caminhões;
 Execução do PGRCC e PGRS.

- Programa de manutenção do sistema de drenagem e


Programas ambientais
reaproveitamento de água.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

11. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente Relatório Ambiental Prévio (RAP) foi baseado em diversas análises na


área do empreendimento para elaborar um diagnóstico efetivo com vistas à implantação e
operação da usina de concretagem. A usina de concretagem foi projetada para atender uma
produção média mensal de 4.000 m³ de concreto, contudo a produção poderá ser alterada
em função da demanda de mercado, podendo ser produzido até 8.000 m³ de concreto.
Para minimizar e prevenir os impactos no meio físico, são previstos programas
ambientais voltados ao controle do gerenciamento dos resíduos sólidos, monitoramento dos
efluentes, manutenção de dispositivos de drenagem, controle dos particulados como o
emprego e manutenção dos filtros utilizados silos e umectação do solo, sendo
imprescindível o treinamento dos funcionários para efetivação dos programas. Tais
programas e medidas mitigadoras são indispensáveis para a viabilidade ambiental do
empreendimento.
Além disso, pode-se dizer que a região onde pretende-se instalar o empreendimento
apresenta condições ideais para tal atividade, visto que, encontra-se em zoneamento
predominantemente industrial (ZPI). Nas áreas vizinhas possuem empreendimentos de
mesmo porte, com atividades similares e de abastecimento de matérias primas (reduzindo o
impacto pelo transporte), e pelo fato de que as áreas de entorno são relevantes para
instalação da atividade, pois apresenta faixa vegetal que auxilia na proteção e propagação
de ruídos, além de possuir fácil acesso à BR 101, facilitando a mobilidade e escoamento da
produção.
Com relação ao componente meio biótico, se encontrada vegetação de pequeno a
médio porte ao redor dos limites da área útil, não sendo prevista a supressão da vegetação.
No que diz respeito à fauna, há ocorrência de pequenos animais como anfíbios, roedores e
répteis na área de influência direta devido a vegetação rasteira.
Quanto ao meio socioeconômico, um ponto característico do município de
Camboriú, é a sua localização estratégica estando próximo a cidades importantes como
Itajaí, Balneário Camboriú, Brusque, Blumenau e da capital Florianópolis, possuindo acessos
a principal rodovia do estado a BR-101, portos e aeroportos do estado. O município de
também demonstra potencial tanto para desenvolvimento econômico como para

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

crescimento populacional ordenado, uma vez que seu território possui áreas para expansão
urbana e industrial, sendo imprescindível para o crescimento da região a presença de uma
usina de concreto, uma vez que a maioria das obras civis utilizam essa matéria prima.
Diante do exposto e mais claramente detalhado nos capítulos que compõem o
presente Relatório Ambiental Prévio - RAP, conclui-se que não foram identificados aspectos
socioambientais que possam ser restritivos para a implantação do empreendimento, além
disso, todos os impactos poderão ser atenuados com a implementação das medidas
mitigadoras e execução dos programas ambientais.
Analisando o empreendimento em questão, seu porte, potencial poluidor e as
características do entorno, pode-se afirmar que os impactos ambientais que serão gerados
pela implantação da usina de produção de concreto poderão ser mitigados através dos
programas e ações sugeridos neste relatório, o que reduzirá os impactos das fases de
instalação e operação.
Assim, é favorável a implantação do referido empreendimento, desde que a
legislação ambiental vigente e as orientações e condicionantes impostas pelo órgão
ambiental sejam respeitadas.

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
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12. ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO I - Consulta de viabilidade nº 3472/2021


ANEXO II - Matrícula imóvel nº 19.213
ANEXO III - Declaração de cota de enchente nº 20/2022
ANEXO IV - Planta Escritório
ANEXO V - Viabilidade de abastecimento de água
ANEXO VI - Certidão de viabilidade de esgoto, ponto de captação e Rede de drenagem
ANEXO VII - Certidão de viabilidade de coleta resíduos sólidos
ANEXO VIII - Planta Arquitetônica
ANEXO IX - ARTs dos responsáveis técnicos pelo estudo
ANEXO X - Contrato de locação do terreno
ANEXO XI - Laudo Técnico Hidrológico
ANEXO XII - Contrato banheiro químico
ANEXO XIII - Projeto de drenagem e hidrossanitário
ANEXO XIV - LAO 1.671/2022 - Banheiro químico
ANEXO XV - Cronograma Financeiro

75
Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT NBR 13969;1997 - Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e


disposição final dos efluentes líquidos - Projeto, construção e operação.

CAMBORIÚ. Lei Complementar nº 89/2017. Dispõe sobre a revisão do Zoneamento de Uso e


Ocupação do Solo do Município de Camboriú e dá outras providências. 2017.

CAMBORIÚ. LEI Nº 2.476/2012, Institui o Sistema para a Gestão Sustentável de Resíduos da


Construção Civil no Município de Camboriú e dá outras providências. 2012.

CAMBORIÚ. Prefeitura Municipal de Camboriú. Caderno Técnico - 1° Revisão do Plano


Diretor de Desenvolvimento Territorial do Município de Camboriú - Lei 10/2007. 2012.

CETESB, 2014. Emissões Veiculares. Disponível em http://cetesb.sp.gov.br/veicular/. Acesso


em: 08 de abril de 2022.

CONAMA, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 307/2002, de 5 de julho de


2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
construção civil.

________________________________________. Resolução nº 357/2005, de 17 de março


de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes,
e dá outras providências.

________________________________________. Resolução nº 430/2011, de 13 de maio de


2011. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e
altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio
Ambiente.

CONSEMA, Conselho Estadual do Meio Ambiente. Resolução nº 99/2017, de 5 de maio de


2017. Aprova, nos termos da alínea a, do inciso XIV, do art. 9º da Lei Complementar federal
nº 140, de 8 de dezembro de 2011, listagem das atividades ou empreendimentos que
causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, sujeitas ao licenciamento
ambiental municipal e estabelece outras providências.

CONSEMA, Conselho Estadual do Meio Ambiente. Resolução nº 181/2021 de 02 agosto de


2021. Estabelece as diretrizes para os padrões de lançamento de efluentes.

CORREIA, C.E.G.; ESPINDOLA, S.G.H.; ZIEMBOWICZ. Usos e conflitos da água na orizicultura e


na área urbana: estudo de caso na bacia do rio Camboriú. Disciplina de Estudo de Caso.
Universidade do Vale do Itajaí, 2011, 29 p.

DORTZBACH, D.; BLAINSKI, E.; DE FARIAS, M. G.; PEREIRA, A. P. E.; PEREIRA, M. G.;
GONZÁLEZ, A. P. Análise da dinâmica da paisagem no uso e cobertura das terras nos

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Relatório Ambiental Prévio (RAP)
Premix Concreto LTDA

municípios de Camboriú e Balneário Camboriú, SC. Caderno Prudentino de Geografia, v. 2, n.


37, p. 5-26, 2015. Disponível em: <
http://revista.fct.unesp.br/index.php/cpg/article/download/2548/3610>. Acesso em 6 de
maio de 2022.

FELTES, Jeison. Água residual da lavagem de caminhões betoneira para produção de novos
concretos: desenvolvimento de tanques para coleta e decantação. Monografia de
Graduação – Curdo de Engenharia Civil, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA: Geologia, 2002.Disponível em:


https://morrodobau.ufsc.br/files/2011/03/Geologia_final.pdf (geologia) - Acesso em 4 de
abril de 2022.

SANTA CATARINA, Lista das espécies da fauna ameaçada de extinção em Santa Catarina -
Relatório Técnico Final. Disponível em:
https://www.ima.sc.gov.br/index.php/biodiversidade/biodiversidade/fauna. Acesso em: 05
de abril de 2022.

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável – SDS. Plano de Recursos


Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú e Bacias Contíguas. Janeiro, 2018.

____________. Proposta de Enquadramento - Disponível em:


http://www.aguas.sc.gov.br/jsmallfib_top/DHRI/Planos%20de%20Bacias/Plano%20da
%20Bacia%20Hidrografica%20do%20Rio%20Camboriu/produto_d/PBHC-ETAPA_D-
Proposta-Enquadramento-CERTI-CEV-2017_final.pdf. Acesso em: março, 2022.

____________. Caracterização geral das Regiões Hidrográficas de Santa Catarina. RH7 – Vale
do Itajaí. Janeiro, 2017.

Ministério do Meio Ambiente, Brasília. Disponível em:


https://antigo.mma.gov.br/biomas/mata-atl%C3%A2ntica_emdesenvolvimento.html.
Acesso em: 04 de abril de 2022.

Ministério do Meio Ambiente. Portaria 444, de 17 de dezembro de 2014 - Reconhecer como


espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção aquelas constantes da "Lista Nacional
Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção". Brasília, 2014.

PINTO, Luiz Paulo, et al. "Mata Atlântica Brasileira: os desafios para conservação da
biodiversidade de um hotspot mundial." Biologia da Conservação: essências. Rima, São
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PINTO, Tarcísio de Paula. Metodologia para a gestão diferenciada de resíduos sólidos da


construção urbana. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo. São Paulo, 1999.189f.
Serviço Geológico do Brasil -CPRM. Mapa Geodiversidade do Estado de Santa Catarina.
Disponível em: http://casoi.com.br/hjr/pdfs/GestResiduosSolidos.pdf. Acesso em 06 de maio
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Rio Camboriú, Prefeitura Municipal de Camboriú. Disponível em:


<https://turismo.camboriu.sc.gov.br/o-que-fazer/item/rio-camboriu#:~:text=O%20rio
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REGANATI, Bruno. Traço de concreto usinado. Concreto Usinado. 2019. Disponível em:
https://www.concretousinado.com.br/noticias/traco-concreto/. Acesso em 06 de maio de
2022.

Serviço Geológico do Brasil - CPRM. Levantamento de Reconhecimento de Solo. Disponível


em:http://www.cprm.gov.br/publique/media/geodiversidade/ps/solos/solos_levantamento
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Serviço Geológico do Brasil - CPRM. Cartas de Susceptibilidade a Movimentos Gravitacionais


de Massa e Inundações. 2006 Disponível em
https://www.terrabrasilis.org.br/ecotecadigital/pdf/mapa-de-geodiversidade-do-estado-de-
santa-catarina.pdf. Acesso em 06 de maio de 2022.

SANCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos – São Paulo: Oficina de


Textos, 2008.

SANCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impacto ambiental. Oficina de textos, 2015.

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