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PROJETO TÉCNICO DE

RECONSTITUIÇÃO DA FLORA - PTRF

INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE


(IAPP) E SUPRESSÃO DE ÁRVORES ISOLADAS PARA A
IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO
(ETE) E INTERCEPTORES DO SERVIÇO AUTÔNOMO DE ÁGUA
E ESGOTO (SAAE) DO MUNICÍPIO DE OLIVEIRA - MG
Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) do Município de Oliveira - MG
CNPJ: 22.988.000/0001-84

1
EQUIPE TÉCNICA DO ESTUDO:

THAIS FERREIRA BARBOSA DE VASCONCELOS


ENGENHEIRA FLORESTAL – CREA-MG: 150.511/D

WALTENCIR MENON JUNIOR


GEÓGRAFO – CREA MG 207.393/D

AMANDA TEIXEIRA DE REZENDE


ENGENHEIRA SANITARISTA E AMBIENTAL - CREA-MG: 211.179/D

LEIDIANE SILVA PINHEIRO


TÉCNICA EM MEIO AMBIENTE – CREA MG 139.293/TD
E GRADUANDA EM ENGENHARIA AMBIENTAL

ASSINATURA DO RESPONSÁVEL TÉCNICO:

THAIS FERREIRA BARBOSA DE VASCONCELOS


ENGENHEIRA FLORESTAL – CREA-MG: 150.511/D
atendimento@biokratos.com.br
(32) 3215-9894

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SUMÁRIO

1. INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................. 6


2. OBJETIVO DO PROJETO ................................................................. 7
2.1. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO.......................................... 7
2.2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO E ROTEIRO
DE ACESSO: ............................................................................................. 9
3. CARACTERIZAÇÃO DO QUADRO NATURAL .............................. 12
3.1. MEIO BIÓTICO ............................................................................. 12
3.2. MEIO ABIÓTICO ........................................................................... 16
3.2.1. CLIMA ........................................................................................... 16
3.2.2. INTERAÇÕES PEDO-GEOMORFOLÓGICAS.............................. 17
3.2.3. ASPECTOS HIDROGRÁFICOS .................................................... 19
4. INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
(APP) ....................................................................................................... 21
5. SUPRESSÃO DE ARVORES ISOLADAS ....................................... 25
6. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS ........................ 28
7. PROJETO TÉCNICO DE RECONSTITUIÇÃO DA FLORA ............. 30
7.1. JUSTIFICATIVA DE LOCAÇÃO DO PTRF ................................... 30
7.2. RECONSTITUIÇÃO DA FLORA ................................................... 30
7.3. DEFINIÇÃO DA ÁREA A SER RECONSTITUÍDA ........................ 31
7.4. ESPÉCIES INDICADAS ................................................................ 32
8. IMPLANTAÇÃO DO PROJETO TECNICO DE RESTITUIÇÃO
FLORESTAL ........................................................................................... 35
8.1. ISOLAMENTO DA ÁREA E ACEIRO ............................................ 35
8.2. CONTROLE DE FORMIGAS ........................................................ 36
8.3. PREPARO DO SOLO ................................................................... 37
8.4. COVEAMENTO E ADUBAÇÃO .................................................... 38
8.5. COROAMENTO ............................................................................ 39
8.6. ESPAÇAMENTO E ALINHAMENTO ............................................. 39
8.7. PLANTIO ....................................................................................... 40
8.8. MANUTENÇÃO ............................................................................. 41
8.8.1. REPLANTIO .................................................................................. 42
8.8.2. TRATOS CULTURAIS................................................................... 42

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8.8.3. CONSERVAÇÃO DE CERCAS E LIMPEZA DO ACEIRO ............ 42
8.8.4. ADUBAÇÃO DE COBERTURA ..................................................... 43
8.8.5. MANEJO DE FORMIGAS CORTADEIRAS................................... 43
8.8.6. CAPINA/COROAMENTO .............................................................. 43
9. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO .................................................... 45
10. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ............. 46
11. PLANILHA ORÇAMENTÁRIA ......................................................... 47
12. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 49
13. ANEXOS........................................................................................... 54
ANEXO I – Planta TOPOGRÁFICA PLANIMÉTRICA .............................. 54
ANEXO II – ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA –
ARTS 55

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Localização da área de intervenção do interceptor (linha


pontilhada de azul e preto. ......................................................................... 8
Figura 2: Localização da área de intervenção em APP na ETE (em
vermelho) e da área de supressão de árvores isoladas. ........................... 9
Figura 3: Roteiro de Acesso ao Empreendimento .................................. 10
Figura 4: Mapa ilustrativo de Biomas do Brasil com a localização do
município de Oliveira (IBGE, 2006).......................................................... 12
Figura 5: Mapa ilustrativo da distribuição regional da vegetação natural do
Brasil com a localização do município de Oliveira (IBGE, 2006). ............ 13
Figura 6: Climograma do Município de Oliveira (Barras em Azul
representam a pluviometria média mensal e a linha em vermelho
representa a temperatura média mensal) ................................................ 17
Figura 7: Área de colinas amplas com declividade suaves, caracterizada
por Latossolos, e na porção central, o córrego Maracanã com deposições
alúvio-coluvionares, formando solos hidromórficos. Fonte: Helmar
Consultoria e Projetos LTDA.................................................................... 18
Figura 8: Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos do Rio
das Mortes (Bacia Hidrográfica Vertentes do Rio Grande (GD2)),
pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Fonte: IGAM, 2016. ... 20

4
Figura 9: Área de APP de 3,168 ha onde ocorreu/ocorrerá a intervenção
(em vermelho). ......................................................................................... 21
Figura 10: Área de APP de 0,361 ha onde ocorreu/ocorrerá a intervenção
(em amarelo)............................................................................................ 21
Figura 11 : Área na qual houveram as supressões de árvores isoladas. 25
Figura 12: Esquema da distribuição das mudas. .................................... 40

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Quadro de Intervenções, áreas de supressão/compensação e


respectivas áreas totais a serem reconstituídas no PTRF. ...................... 31
Quadro 2 – Espécies pioneiras nativas a serem utilizadas para a
recomposição florestal. ............................................................................ 33
Quadro 3 - Espécies secundárias nativas a serem utilizadas para a
recomposição florestal. ............................................................................ 33
Quadro 4 - Cronograma de execução para o plantio de mudas florestais
nas áreas de recomposição. .................................................................... 45
Quadro 5 - Quadro orçamentário do PTRF para IAPP............................ 47
Quadro 6 -Quadro orçamentário do PTRF para supressão árvores
isoladas. ................................................................................................... 48

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1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1- IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE


Nome: Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Oliveira - MG
CNPJ: 22.988.000/0001-84
Endereço: Praça Maria José Cambraia Ribeiro nº 180
Bairro: Aldeia São Vicente
Município: Oliveira – MG
CEP: 35.540-000
Representante: Francisco de Abreu Assis

1.2- IDENTIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE


Denominação: Estação de Tratamento de Esgoto (ETE/SAAE-
Oliveira-MG)
Município: Oliveira - MG
Localização: Rodovia BR-369, entre os Km 1 e 2
Coordenadas Geográficas:
Latitude: 20°41'40.1"S e Longitude: 44°52'07.6"W

1.3- RESPONSÁVEL PELO ESTUDO AMBIENTAL


Biokratos Soluções Ambientais
CNPJ: 01.414.690/0001-98
Endereço: Rua Dom Silvério, nº 170/201 – Alto dos Passos
Município: Juiz de Fora – MG
CEP: 36.026-450
Representante: José Mário de Oliveira

1.4- RESPONSÁVEL TÉCNICA


Nome: Thaís Ferreira Barbosa de Vasconcelos
Engenheira Florestal – CREA-MG: 150.511/D

6
2. OBJETIVO DO PROJETO

Este documento visa a elaboração de Projeto Técnico de


Reconstituição de Flora – PTRF compensatório a ser implantado em área
localizada no município de Oliveira-MG, referente ao atendimento das
Informações Adicionais nº 20 e 21 do Protocolo SIAM nº 0045163/2018
emitido pela SUPRAM-ASF para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto do
Município de Oliveira-MG. Tal Informação Adicional é referente ao
processo: 00317/2004/003/2012 para a atividade da Estação de
Tratamento de Esgoto (Código DN 74/04: E-03-06-9).
O PTRF tem como objetivo recompor a flora a partir da introdução
de espécies nativas nas áreas destinadas ao reflorestamento localizadas
na área da Fazenda Córrego Mandassaia, que visa a compensação por
intervenção em uma área de 3,529 hectares em APP na área da Estação
de Tratamento de Esgoto (ETE) e Interceptores do Serviço Autônomo de
Água e Esgoto do Município de Oliveira-MG e o plantio de 275 mudas em
uma área de 0,11 hectares referente à supressão de dez (10) árvores
isoladas.

2.1. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do SAAE Oliveira-MG,


está localizada na BR-369, entre os Kms 1 e 2, no Município de Oliveira,
estado de Minas Gerais (conforme apresentado na Figura 1), nas seguintes
coordenadas geográficas: Latitude 20°41'40.1"S e Longitude
44°52'07.6"W. A área total da ETE apresentada pelo somatório das duas
matrículas é de 67.710.41m² (6,771 ha) composta pelas seguintes
matrículas:
 Imóvel 1: Matrícula 6693, Livro 2, de 06/01/1982, CRI da
Cidade e Comarca de Oliveira-MG, área total de 40.221,59m²
mediante decreto n° 2414 de 16 de janeiro de 2016.
 Imóvel 2: Matrícula 6918, Livro 2, de 13/04/1982, CRI da
Cidade e Comarca de Oliveira-MG, área total de 27,488,82m²
mediante decreto nº 2414 de 16 de janeiro de 2016.

7
Destaca-se que existe ligeira divergência entre as áreas
desapropriadas e as áreas das plantas dos dois imóveis, somando-se um
total de 71.775,67m² (7,177 ha).
A Estação de Tratamento de Esgoto, está situada no extremo oeste
do município próximo da área central urbana, e tratará os esgotos da
cidade, reduzindo a carga orgânica com uma eficiência de no mínimo 85%.
O esgoto efluente da ETE será novamente lançado no Ribeirão Maracanã,
mas com uma carga orgânica que o curso d’água consiga realizar a
autodepuração.
A região abrangida pelos interceptores, pela ETE e pela supressão
de árvores isoladas está distribuída ao longo do município nas principais
vias urbanas, conforme é apresentado nas figuras a seguir.

Figura 1: Localização da área de intervenção do interceptor (linha pontilhada de azul e


preto.

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Figura 2: Localização da área de intervenção em APP na ETE (em vermelho) e da área
de supressão de árvores isoladas.

2.2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO E ROTEIRO


DE ACESSO:

A propriedade situa-se no município de Oliveira, Mesorregião Oeste


de Minas. O respectivo município tem uma população de aproximadamente
41.907 habitantes, com área de 944 Km², é limitada ao norte pelos
municípios de Carmo da Mata e Carmópolis de Minas; ao sul, pelos de
Santo Antônio do Amparo, Bom Sucesso e São Tiago; à leste, pelos de
Passa Tempo, Resende Costa e São Tiago; à oeste, pelos de São
Francisco de Paula e Santo Antônio do Amparo.
As principais atividades econômicas do município estão vinculadas
aos setores secundário (33%) e terciário (50%), a agricultura é um setor
que representa menos de 20% da economia oliveirense.
A indústria, atualmente, é o segundo setor mais relevante para a economia
da cidade, possui empresas de destaque como Baptista de Almeida
(Fábrica de balas e caramelos Santa Rita) e a Kromberg & Schubert, como
exemplo. Porém, o desenvolvimento de atividades ligadas ao setor de

9
serviços definidos por comércio e prestação de serviços e administração
são o ponto forte da cidade que movimentam mais de 50% da economia da
cidade. Na zona rural tem-se o desenvolvimento da pecuária leiteira e
cultivo cafeeiro.
A sede do empreendimento está situado na porção oeste da cidade,
próximo ao eixo principal da rodovia BR-369 a partir das coordenadas:
Latitude: 20°41'40.1"S e Longitude: 44°52'07.6"W. A seguir encontra-se a
Figura 3 - Roteiro de Acesso à área, juntamente com a descrição da rota
partindo do centro de Oliveira até o destino final, a unidade Estação de
Tratamento de Esgoto de Oliveira.

Figura 3: Roteiro de Acesso ao Empreendimento

Origem: Oliveira-MG, 35540-000


1. Siga na direção noroeste na Praça XV de Novembro/R. Duque de
Caxias em direção à R. Batista de Almeida 350 m

2. Continue em frente na R. Alexandrino Chagas 230 m

3. Pegue a R. Chagas Sobrinho 110 m

4. Curva suave à direita na Av. Cel. Benjamin Guimarães 450 m

5. Vire à esquerda na BR-369 3,9 km

6. Vire à direita 2,3 km

7. Use a faixa da direita para permanecer na BR-267 29 m

Destino: BR-369 – Oliveira-MG, 35540-000.

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Partindo de Belo Horizonte para o município de Oliveira, a via de
acesso constitui a BR 381, a 163 km de Belo Horizonte encontra-se o trevo
de Oliveira, onde percorre-se mais 6 Km até o trevo de entrada da cidade.
A partir deste trevo, considera-se o início da bacia do Córrego
Maracanã que é margeado pela Av. Nossa Senhora de Fátima, até a
rodoviária, onde toma-se a Av. Maracanã até a Rua Benjamim Guimarães
cuja continuidade é a rodovia Oliveira – Campo Belo cuja primeira cidade
após Oliveira é São Francisco de Paula. Na estrada que liga Oliveira a
Campo Belo, em aproximadamente 10 Km do centro da cidade de Oliveira,
existe uma estrada de terra a direita, que é o 1º acesso a área da futura
Estação de Tratamento de Esgoto sanitário.

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3. CARACTERIZAÇÃO DO QUADRO NATURAL

3.1. MEIO BIÓTICO

O município de Oliveira está localizado no interior do Estado de Minas


Gerais, na região da Oeste de Minas, e, de acordo com o mapa de Biomas
do IBGE 2006 e Mapa da Distribuição Regional da Vegetação Natural,
respectivamente (Figura 4 e Figura 5), encontra-se sob o domínio do Bioma
Mata Atlântica.

Figura 4: Mapa ilustrativo de Biomas do Brasil com a localização do município de Oliveira


(IBGE, 2006).

A Mata Atlântica é a segunda maior floresta tropical do continente


americano, concentrando elevada riqueza e grande número de espécies

12
endêmicas (GALINDRO-LEAL & CAMARA 2003), condições que
colocaram este bioma entre os 25 hotspots de biodiversidade do mundo
(MYE RS et al. 2000).
O Decreto Federal n° 6660 de 21 de novembro de 2008 dispõe sobre
a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. Neste
contexto, a Mata Atlântica em Minas Gerais inclui as principais fisionomias
florestais brasileiras, definidas pelo IBGE (VELOSO et al. 1991): Florestas
Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Ombrófila Aberta, Estacional Decidual e
Estacional Semidecidual, sendo esta última a fisionomia predominante no
estado (SCOLFORO & CARVALHO 2006).

Figura 5: Mapa ilustrativo da distribuição regional da vegetação natural do Brasil com a


localização do município de Oliveira (IBGE, 2006).

13
A variedade de relevos e os regimes pluviométricos propiciaram a
formação de vários ecossistemas e formações vegetais, que incluem as
faixas litorâneas do Atlântico, as florestas de baixada e de encosta da Serra
do Mar, as florestas interioranas e as matas de Araucária. Portanto, a Mata
Atlântica pode ser caracterizada como um mosaico de vegetação,
chegando ao posto de segundo maior bloco de floresta tropical do país,
ficando somente atrás da Floresta Amazônica. Possuindo mais 20.000
espécies de plantas vasculares e 2.300 espécies de vertebrados, a Floresta
Atlântica é um dos biomas que abriga maior biodiversidade do mundo.
Estima-se que 740 espécies de vertebrados e 8.000 espécies de plantas
sejam endêmicas deste bioma (FONSECA et al., 2004).
Entretanto, esta exuberante floresta encontra-se em estado de alerta,
devido a sua alta exploração que se iniciou desde os tempos históricos com
a exploração do pau-brasil e mais atualmente ligados essencialmente às
pressões agrícolas, ao desenvolvimento industrial acelerado e não
sustentável e à ocupação humana não planejada, abrigando mais de 60%
da população brasileira.
Originalmente, este bioma abrangia uma área de 1.350.000 km²,
contemplando 17 Estados (PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO,
RJ, MS, SP, PR, SC e RS), correspondendo a 15% da área do Brasil.
Apenas no Estado de Minas Gerais a Mata Atlântica ocupava uma área de
27.623.397 ha, que compreende 47% do Estado (FUNDAÇÃO SOS MATA
ATLÂNTICA & INPE, 2002).
Hoje este bioma foi reduzido a menos de 10,4% de sua cobertura
original no estado de Minas Gerais e restam apenas 15% desta vegetação
nativa em todo o Brasil, incluindo-se todas as formações florestais em seus
diversos estágios sucessionais (KRONKA et al., 2005).
Mesmo com toda esta devastação, a Mata Atlântica ainda conserva
parcelas significativas da diversidade biológica brasileira e mundial,
apresentando riqueza extraordinária de espécies de fauna e flora e elevado
grau de endemismo. Em virtude desta riqueza biológica e dos níveis de
ameaça a qual está submetida, a Mata Atlântica foi considerada um dos
biomas mais ameaçados do mundo.

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A região de Oliveira ocupa uma posição geográfica muito peculiar no
estado de Minas Gerais, estando enquadrada na região fitoecológica
denominada Floresta Estacional Semidecidual (VELOSO & GÓES FILHO,
1982), típica de climas com duas estações bem definidas. Essas
peculiaridades são responsáveis pela estacionalidade foliar dos principais
elementos arbóreos, adaptados às baixas temperaturas e à carência
hídrica em mais de 60 dias por ano. A floresta possui, no conjunto, um
percentual de espécies que não permanecem verdes e perdem folhas
durante o inverno (caducifólias), que oscilam entre 20% e 50%. A mata
original ocupava, principalmente, as áreas mais férteis e coexistia com
campos naturais que apresentavam plantas lenhosas arbóreas, de
pequeno a médio porte, intercaladas. Os terraços aluvionares dos
principais cursos d’água, como o do Ribeirão Maracanã, eram cobertos
predominantemente por estas formações campestres.
Na propriedade Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), constatou-
se uma intensa descaracterização da cobertura vegetal nativa da região,
substituída, em grande parte, pela cultura do café e pastagens. Os
remanescentes de floresta semidecidual encontram-se em diversos
estágios de desenvolvimento secundário, predominando as capoeirinhas e
capoeiras.
As capoeirinhas surgem logo após o abandono de uma área agrícola
ou de uma pastagem, e é caracterizada como estágio inicial de
regeneração da Mata Atlântica. São formadas por capins e samambaias de
chão, e por arbustos competidores heliófilos como o Raccharis spp,
Vernonia polyanthes, Solanum lycocarpum, Solanum ferax, Sida sp,
Achyrocline sp, Melinis minutiflora, Andropogon sp e outros.
As capoeiras, já consideradas em estágio médio de regeneração,
possuem um estrato dominado por trepadeiras e cipós de várias espécies,
ocupando as ravinas e rochas próximas, em terrenos mais úmidos,
favorecendo o aparecimento de samambaias, e ciperáceas. Nos terrenos
encharcados encontramos o Inga sp, Rapanea umbellata e Hedychium
coronarium, entre outras espécies que suportam solos saturados.
As pastagens são caracterizadas pela dominância do estrato
herbáceo predominantemente por gramíneas exóticas, no caso local o

15
Brachiária e outras espécies vegetais, de baixo suporte alimentar. Em
alguns casos, onde a ação do homem foi reduzida, aparecem espécies
invasoras herbáceas como o capim meloso (Melinis minutiflora) e Jaraguá
(Hyparrhenia rufa), e espécies arbustivas como o assa-peixe (Vermonia
polyanthes) e a lobeira (Solanum lycocarpum).
A vegetação natural sobre as depressões alagadiças é geralmente
herbácea, desenvolvendo-se sobre uma camada orgânica pouco espessa
(0,30 m). Nas áreas permanentemente úmidas, predomina o junco
(Eleocharis elegans), que ocorre associado a populações menos densas
de espeta nariz (Xyris sp.), cruz de malta (Ludwigia sp.), tiriricas (Cyperus
sp.) e relativamente poucas macrófitas aquáticas, como ninféias (Nynphaea
sp.) e aguapés (Pontederia sp.). Nas bordas das depressões ocorrem
gramíneas invasoras típicas de ambientes com solo permanente ou
temporariamente úmido, como o capim rabo-de-burro (Andropogon bicornis
e A. leucostachyus), associadas a espécies herbáceas como carrapicho
(Aeschynomene sp.) e a quaresminha do brejo (Tibouchina sp.) e, em
menor densidade, arbustos como a cruz de malta. Estes ambientes
encontram-se distribuídos de forma aleatória em paisagens com domínio
de pastagens o que tem descaracterizado de forma expressiva a sua
vegetação natural.
Em alguns pontos das margens do Córrego Maracanã aparece uma
estreita faixa de mata ciliar com composição florística própria e que se
destaca pela fisionomia verde que contrasta com a paisagem local durante
o período seco do ano. Possui espécies típicas como Copaífera langsdorfii,
Inga sp, Ficus gameleira e outros.

3.2. MEIO ABIÓTICO

3.2.1. CLIMA

O clima de Oliveira é caracterizado tropical de altitude (tipo Cwb


segundo Köppen), com chuvas concentradas no verão e temperatura
média compensada anual em torno dos 20 °C, sendo julho mês o mais frio.

16
Outono e primavera são estações de transição. O índice pluviométrico é de
aproximadamente 1400 milímetros/ano (mm), sendo agosto o mês mais
seco e dezembro o mais chuvoso, conforme é apresentado na Figura 6.

Figura 6: Climograma do Município de Oliveira (Barras em Azul representam a


pluviometria média mensal e a linha em vermelho representa a temperatura média mensal)

3.2.2. INTERAÇÕES PEDO-GEOMORFOLÓGICAS

Nesta região predomina as colinas de topos planos e vertentes


longas formando vales mais encaixados nos talvegues secundários e vales
semiabertos no talvegue principal, com a presença de planícies aluvionares
que variam ao longo do curso do rio de estreitas a moderadamente largas.
Nas áreas colinosas, o relevo é suave ondulado, com declividades
entre 3 a 8 %, onde predomina um manto de colúvio argilo-arenoso, de
coloração vermelho escuro, com a presença dos Latossolos Vermelho
Escuro distróficos. De modo geral, são solos pobres em nutrientes,
especialmente fósforo, nitrogênio, cálcio e magnésio. Estes solos também
costumam ser pobres em matéria orgânica. Os latossolos são normalmente
muito profundos, ou profundos com sequência de horizontes A,B e C e com
transições entre os suborizontes difusos e graduais, a bem drenados.

17
As rampas das colinas se caracterizam por vertentes amplas, com
comprimento de rampa acima dos 500 metros, com declividades variando
de 10 a 25%, sobreposta com o mesmo colúvio, podendo apresentar
profundidades variáveis, inclusive ocorrendo presença de material eluvial
onde ocorre a associação dos Latossolos Vermelho Escuro distróficos A
moderado textura argilosa, com os Cambissolos distróficos A moderado
textura argilosa (HELMAR, 2004).
Nas planícies aluvionares verifica-se a presença da associação dos
solos Aluviais distróficos A húmico associado aos solos hidromórficos.
Estes, são solos pouco desenvolvidos, originários de deposições fluviais e
que sofrem influência do lençol freático. Esses solos ocorrem com maior
frequência nas margens do Ribeirão Maracanã e em pequenas extensões
do terreno, próximo ao córrego e da área de vegetação de várzea. A seguir,
é apresentada configuração desses solos na paisagem (HELMAR, op. cit.).

Figura 7: Área de colinas amplas com declividade suaves, caracterizada por Latossolos,
e na porção central, o córrego Maracanã com deposições alúvio-coluvionares, formando
solos hidromórficos. Fonte: Helmar Consultoria e Projetos LTDA.

18
A área diretamente afetada pelo empreendimento no tocante as
lagoas de decantação e aeração, situam-se no terço médio e inferior destas
rampas de colinas, com presença de colúvio e na parte baixa já se pode
verificar o alúvio presente.

3.2.3. ASPECTOS HIDROGRÁFICOS

O curso d’água no qual se propõe as intervenções compõe a rede


de drenagem que forma o Ribeirão Maracanã – no qual se encontra as
áreas da ETE e dos interceptores do município de Oliveira. Tal Ribeirão
deságua na margem esquerda do Ribeirão Lambari e este, por sua vez,
deságua na margem esquerda do Rio Jacaré - principal curso d’água do
município de Oliveira-MG – este curso, por conseguinte, deságua na
margem direita do Rio Grande.
A Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG) está situada na Região
Sudeste do Brasil, é uma bacia hidrográfica de expressiva área territorial,
com mais de 143 mil km² de área de drenagem. A gestão dos recursos
hídricos é compartilhada de forma descentralizada: em 12,37% pela União,
51,40% em Minas Gerais e 36,23% em São Paulo (CBH GRANDE, 2017).

19
Figura 8: Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos do Rio das Mortes
(Bacia Hidrográfica Vertentes do Rio Grande (GD2)), pertencente à Bacia Hidrográfica do
Rio Grande. Fonte: IGAM, 2016.

A unidade de Gestão Hidrográfica (UGH) na qual se insere o


município de Oliveira-MG é a GD02 – Vertentes do Rio Grande, composta
por 563.092 habitantes em uma área de 10.540 km², o que resulta em uma
média de 53,42 hab./km², sendo, portanto imprescindível um
gerenciamento adequado dos recursos hídricos, dado a importância da
bacia (CBH GRANDE, 2017).

20
4. INTERVENÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
(APP)

Para a implantação da Estação de Tratamento de Esgoto e dos


interceptores ao longo do perímetro urbano do município de Oliveira foi
necessário a intervenção em APP em uma área de 3,529ha. A área a ser
ocupada pela passagem dos interceptores e pelas estruturas da ETE em
APP é de 3,168 ha (Figura 9) e 0,361 ha (Figura 10) respectivamente,
perfazendo o total supracitado.

Figura 9: Área de APP de 3,168 ha onde ocorreu/ocorrerá a intervenção (em vermelho).

Figura 10: Área de APP de 0,361 ha onde ocorreu/ocorrerá a intervenção (em amarelo).

21
A área total Estação de Tratamento de Esgoto do SAAE de Oliveira-
MG é de 67.710.41m² (6,771 ha), inserida em dois imóveis, conforme
apresentado no item 2.1. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO. A área
na qual foi/será realizada a intervenção em APP no presente imóvel, é de
3.610,00m² (0,361 ha). A outra área de intervenção em APP, de 31.680,00
m² (3,168 ha), está distribuída ao longo de vias públicas no Município de
Oliveira-MG, conforme apresentado no anexo I.
Portanto, de acordo com a política florestal e de proteção à
Biodiversidade do Estado de Minas Gerais (Lei Estadual nº 20.922 de 16
de outubro de 2013), as Áreas de Preservação Permanente são áreas
protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, que têm como função
preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar
o bem-estar das populações humanas.
Assim, considerando o Art 9º da lei supracitada, e o enquadramento
da área onde se localiza a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e os
Interceptores da ETE, as APP são:

(...) I - as faixas marginais de cursos d’água naturais


perenes e intermitentes, excluídos os efêmeros, medidas
a partir da borda da calha do leito regular, em largura
mínima de:
a) 30m (trinta metros), para os cursos d’água de menos de
10m (dez metros) de largura;
b) 50m (cinquenta metros), para os cursos d’água de 10m
(dez metros) a 50m (cinquenta metros) de largura;
c) 100m (cem metros), para os cursos d’água de 50m
(cinquenta metros) a 200m (duzentos metros) de largura;
d) 200m (duzentos metros), para os cursos d’água de
200m (duzentos metros) a 600m (seiscentos metros) de
largura;
e) 500m (quinhentos metros), para os cursos d’água de
mais de 600m (seiscentos metros); (...)

22
(...) III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água
artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de
cursos d’água naturais, na faixa de proteção definida na
licença ambiental do empreendimento;
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água
perenes, no raio mínimo de 50m (cinquenta metros);
V - as encostas ou partes destas com declividade superior
a 45º (quarenta e cinco graus), equivalente a 100% (cem
por cento), na linha de maior declive; (...)
(...) VII - no topo de morros, montes, montanhas e serras,
com altura mínima de 100m (cem metros) e inclinação
média maior que 25º (vinte e cinco graus), as áreas
delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3
(dois terços) da altura mínima da elevação em relação à
base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou,
nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais
próximo da elevação; (...)

Nesse sentido, ao ser solicitado a intervenção ambiental, foi


necessário recorrer à Resolução CONAMA nº369/2006, em seu artigo 5º e
§ 2º que diz:
“O órgão ambiental competente estabelecerá,
previamente a emissão da autorização para a intervenção
ou supressão de vegetação em APP, as medidas
ecológicas, de caráter mitigador e compensatório,
previstas no § 4º, do art. 4º, da Lei no 4.771, de 1965, que
deverão ser adotadas pelo requerente.
§ 2º As medidas de caráter compensatório de que trata
este artigo consistem na efetiva recuperação ou
recomposição de APP e deverão ocorrer na mesma sub-
bacia hidrográfica, e prioritariamente:
I - Na área de influência do empreendimento, ou
II - Nas cabeceiras dos rios.

23
Portanto, é apresentado no item 6 as MEDIDAS MITIGADORAS E
COMPENSATÓRIAS as a serem realizadas baseadas no artigo 5º e § 2º da
Resolução CONAMA nº369/2006.

24
5. SUPRESSÃO DE ARVORES ISOLADAS

Na área onde ocorreu a supressão de indivíduos isolados para a


implantação das lagoas, foram amostrados 10 indivíduos, sendo observada
a existência de apenas uma única espécie protegida, Tabebuia ochracea
(Ipê-amarelo), conforme a lei estadual nº. 20.308/2012. Na Figura 11 é
apresentado a área na qual houveram as supressões de árvores isoladas.

Figura 11 : Área na qual houveram as supressões de árvores isoladas

25
De modo geral, as espécies encontradas na área foram: Croton
urucurana (sangra d’água), Casearia sylvestris (guaçatonga), Copaifera
langsdorffi (copaíba), Stryphnodendron adstringens (barbatimão), Lithraea
molleoides (aroreira), Cedrela fissilis (cedro), Siparuna guianensis
(negramina), Myrcia splendens (guamirim), Tabebuia ochracea (ipê-
amarelo-do-cerrado), Solanum lycocarpum (lobeira), Campomanesia
guaviroba (gabiroba) dentre outras (HELMAR, 2004).
Segundo a DN COPAM 114/2008: “árvores isoladas são árvores que
quando maduras apresentam mais de 5m de altura cujas copas em cada
hectare não ultrapassem 10% de cobertura da área. Para efeito desta
definição não será passível de supressão agrupamentos de árvores com
copas superpostas ou contíguas que ultrapasse 0,2 hectares”.
A DN COPAM N°114/2008 diz o seguinte a respeito sobre o corte de
indivíduos arbóreos isolados protegidos:

“Art. 5º - Excepcionalmente poderá ser autorizada a


supressão de exemplares arbóreos nativos isolados
ameaçados de extinção ou objeto de proteção especial
desde que ocorra uma das seguintes condições:
(...)
d) Quando a supressão for comprovadamente essencial
para o desenvolvimento do empreendimento, desde que
aprovado o projeto de recuperação, incluindo plantio e
tratos silviculturais, pelo IEF.

Parágrafo único - Na hipótese prevista na alínea "d" deverá


haver compensação na proporção de 50:1 (cinquenta
indivíduos para cada indivíduo retirado). Com espécies
nativas típicas da região, preferencialmente do grupo de
espécies que foi suprimido.

Art. 6º - A reposição será efetuada com espécies nativas


típicas da região, preferencialmente do(s) grupo(s) de

26
espécies suprimidas, e será calculada de acordo com o
número de exemplares arbóreos, cujo corte for autorizado,
conforme projeto apresentado e aprovado pelo IEF/MG, na
seguinte proporção:
a) Plantio de 25 mudas para cada exemplar autorizado,
quando o total de árvores com corte autorizado na
propriedade for inferior ou igual a 500”;
(...)

Visto que será suprimido apenas 01 (um) indivíduo de ipê-amarelo


(Tabebuia ochracea) – ameaçado de extinção, o empreendedor deverá
realizar o plantio de 50 árvores (50:1), conforme preconizado na
deliberação normativa supracitada. Além disso, para todos os demais
indivíduos amostrados (9), deverá ser realizada a reposição na proporção
de 25:1 (plantio de 225 mudas). Portanto, o número total de mudas a serem
plantadas soma-se 275 indivíduos. As mudas deverão ser plantadas em
locais, conforme definido no parágrafo 1º da DN 114/2008:

“SS 1º - A reposição mediante o plantio de mudas deverá


ser realizada nas Áreas de Preservação Permanente ou
Reserva Legal ou em corredores de vegetação para
estabelecer conectividade a outro fragmento, priorizando-
se a recuperação de áreas ao redor de nascentes, as
faixas ciliares, próximo à reserva legal e a interligação de
fragmentos remanescentes, na propriedade em questão
ou em outras áreas da SubBacia Hidrográfica na qual está
inserida a propriedade, a serem indicadas pelo IEF/MG”.

Conforme consta no Parecer Único N° 1730550/2013 (SIAM)


emitido pela da SUPRAM-ASF, o rendimento lenhoso é de 40 m³
(supressão da APP + 10 indivíduos isolados). Segundo informado, o
material foi para infraestrutura do empreendimento.

27
6. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS

A Deliberação Normativa – DN do COPAM nº. 76/2004, define em


seu artigo 1º, que:

“Medidas Mitigadoras: medidas e ações correlacionadas


com aspectos de caráter essencialmente ambiental,
através das quais se adota medidas técnicas com o
objetivo de minimizar os impactos físicos e bióticos,
causados pela intervenção em Área de Preservação
Permanente.”
“Medidas compensatórias, são medidas e ações
correlacionadas com aspectos de caráter de melhoria
ambiental, através das quais se compensa direta e/ou
indiretamente os impactos físicos e bióticos, causados
pela intervenção em APP.”

Conforme determinado na informação adicional nº 20, definido no


Protocolo 0045163/2018, a proposta de compensação será apresentada
nos moldes previstos na Resolução Conama Nº369/2006 citada no item 4.
A Intervenção em Área de Preservação Permanente, será
recomposta na proporção em que houve a intervenção (proporção de 1:1),
ou seja, será feita uma recomposição de uma área de 3,529 Ha equivalente
à área na qual houve/haverá a intervenção.
Conforme determinado na informação adicional nº 21 definido no
Protocolo 0045163/2018 a proposta de compensação será apresentada
nos moldes previstos Deliberação Normativa Nº 114/2008, citado no item
5.
No caso da supressão de árvores isoladas, a recomposição por
indivíduo suprimido será realizada em duas proporções distintas. No caso
da supressão da única árvore em extinção, o Ipê-Amarelo, haverá uma
recomposição na proporção de 50: 1, ou seja, serão replantadas 50 mudas.
Já no caso da supressão das 9 demais árvores, será realizada uma
recomposição na proporção de 25:1, ou seja, haverá um replantio de 250
mudas. Portanto, o quantitativo total de mudas replantadas será de 275.

28
O imóvel no qual haverá a implantação do presente PTRF é a
Fazenda Córrego Mandassaia, localizado no município de Oliveira-MG.
Possui área de 117.450,00m² (117,45 ha), conforme consta em sua
matrícula nº 26336 de 02/10/2009 no Serviço Registral de Imóveis da
Comarca de Oliveira – Minas Gerais. A área a ser realizado o PTRF está
inserida em uma Área de Preservação Permanente (APP) de beira de
córrego/nascente e em uma área de Reserva Legal. Neste sentido, a
planta do Anexo I apresenta a disposição das áreas a serem intervindas e
compensadas, respectivamente. Ressalta-se que a Fazenda do
Mandassaia dista cerca de 600 m da área da ETE onde ocorreu a
intervenção, estando ainda às margens do Ribeirão Maracanã, e
apresentando o mesmo tipo de vegetação característica da área de
intervenção.
A medida compensatória para a Intervenção em Área de
Preservação Permanente (IAPP) e supressão de árvores isoladas, terá a
função de preservar e/ou desenvolver a flora local, propiciando também
ambientes para o desenvolvimento da fauna. Além disso, a recuperação de
APP e áreas de Reserva Legal promove a manutenção e recuperação da
qualidade dos corpos d’água.

29
7. PROJETO TÉCNICO DE RECONSTITUIÇÃO DA FLORA

7.1. JUSTIFICATIVA DE LOCAÇÃO DO PTRF

Este projeto visa promover a reabilitação da Área de Preservação


Permanente do Empreendimento, visando compensar prováveis impactos
relativos às atividades ocupação em APP. O PTRF prevê um
enriquecimento florístico utilizando-se de espécies arbóreas da floresta
nativa, comuns à região com o objetivo de melhorar o aspecto faunístico e
florístico da área, a fim de proporcionar uma melhor condição do ambiente
e do entorno.

7.2. RECONSTITUIÇÃO DA FLORA

O projeto requer emprego de técnicas adequadas que foram


definidas através de avaliações da condição local. Desta avaliação
depende a seleção de espécies, métodos de preparo do solo, adubação,
técnicas de plantio, manutenção e manejo da vegetação.
A forma de reconstituição será a de revegetação por plantio misto e
direto, com o coveamento e em seguida com o coroamento das mudas. O
sistema, baseado na sucessão florestal, favorece o rápido recobrimento do
solo e garante a auto-renovação florestal. O processo de enriquecimento
para a sucessão é o conceito central da ecologia florestal e rege o
estabelecimento da floresta. A sucessão pode ser definida como a
substituição ordenada de espécies através do tempo, em um dado local,
levando finalmente a uma comunidade de plantas geralmente estável
(ABEL, 1990).
Portanto, a distribuição das espécies baseia-se na combinação de
grupos de espécies de diferentes estágios da sucessão secundária, e é o
modelo que será utilizado favorecendo o rápido recobrimento da área.
As frutíferas nativas são fundamentais na alimentação humana e
também no fornecimento de recursos para os animais de nossa fauna,
principalmente aves e alguns mamíferos. Portanto, a interação entre as
plantas frutíferas nativas e a fauna, é fundamental para o funcionamento

30
das formações naturais e para a manutenção da biodiversidade nos
ecossistemas.
Em decorrência disso, espécies frutíferas nativas atrativas da fauna
devem impreterivelmente estar presentes em plantios florestais destinados
à restauração de matas ciliares e recuperação de áreas degradadas, tanto
em ambientes rurais quanto urbanos.

7.3. DEFINIÇÃO DA ÁREA A SER RECONSTITUÍDA

Propõe-se como medida compensatória à intervenção em Área de


Preservação Permanente (IAPP) e à supressão de árvores isoladas, o
Projeto Técnico Reconstituição da Flora – PTRF. Este visa oferecer a
compensação pelas alterações e reintroduzir espécies da flora arbórea
nativa regional de Mata Atlântica na área equivalente a 3,529 hectares
para a IAPP e 0,11 hectares referentes à supressão de dez (10) árvores
isoladas. Será feito o plantio de nativas pioneiras e secundárias, na área
destinada ao PTRF distribuídas em espaçamento para plantio de 2m x 2m,
isto é, 4m² por planta. No quadro abaixo é apresentado a distribuição das
áreas a serem reconstituídas, juntamente com os quantitativos necessários
de mudas para a compensação para o presente PTRF.

Quadro 1 – Quadro de Intervenções, áreas de supressão/compensação e respectivas


áreas totais a serem reconstituídas no PTRF.
Tipo de
Intervenção Compensação Área Total
Intervenção
Intervenção em 8.823 mudas
3,529 ha 3,529 hectares
Área de APP (espaçamento 2m x 2m)
Supressão de 275 mudas
10 unidades 0,11 hectares
Árvores Isoladas (espaçamento 2m x 2m)
Total 9.098 mudas 3,639 hectares

Para a compensação da intervenção em APP, se adotou o padrão


de 1:1, compensando os 3,529 hectares de intervenção em APP em uma
área de 3,529 hectares. Será realizado o plantio de 8.823 mudas, com um
acréscimo de 10% para reposição (883 mudas), totalizando uma aquisição
de 9.705 indivíduos arbóreos.

31
Em relação à supressão das dez árvores isoladas, se adotou o
padrão de compensação definido pela DN 114/2008: 25:1 para nove
árvores suprimidas, ou seja, 225 mudas; e 50:1 para o único ipê-amarelo
suprimido, ou seja, 50 mudas. Tal compensação irá permitir, portanto, um
replantio total de 275 mudas, além de um acréscimo de 10% para reposição
(28 mudas), totalizando uma aquisição de 303 indivíduos arbóreos.
A proposta da área compensação da APP e das árvores isoladas
dentro da propriedade alinha-se com a perspectiva de conservação dos
corpos hídricos, uma vez que os plantios propostos serão realizados,
sobretudo, no setor de recarga do nível freático, diretamente vinculado ao
sistema hidrográfico do curso d’água. No mesmo sentido, inscreve-se a
proposta de plantio na porção jusante que permitirá a recomposição
florestal de uma parcela da APP e de uma área na qual não se realizará
intervenções na mesma.
O mapa da Planta no Anexo I, apresenta as delimitações das áreas
de implantação do PTRF, sugerindo que seja feito o plantio de espécies
nativas na área de 3,529 hectares e 0,11 hectares. O plantio das mudas
referente ao PTRF será realizado no próximo período de chuva após
aprovação desse projeto e será feito no local delimitado.

7.4. ESPÉCIES INDICADAS

A área em questão atualmente se encontra vegetada por gramíneas


do tipo Brachiaria sp. Nessa área, será proposta o plantio de espécies
arbóreas, inclusive frutíferas, de mata nativa característica da região,
objetivando-se uma caracterização do ambiente.

32
Quadro 2 – Espécies pioneiras nativas a serem utilizadas para a recomposição florestal.
Nome Comum Nome Científico Porte Características
Alecrim do campo Lantana microphylla pequeno Crescimento rápido
Vernonia polyanthes,
Assa-peixe pequeno Crescimento rápido
glabrata
Embaúba Cecropia peltata pequeno Crescimento rápido
Guaximba Urena lobata pequeno Crescimento rápido
Juá Ziziphus juazeiro pequeno Crescimento rápido
Jurubeba Solanum paniculatum pequeno Crescimento rápido
Sapê Anetherum Bicorne pequeno Crescimento rápido
Pata de vaca Bauhinia forficata pequeno Crescimento rápido
Sangra-d’água Croton urucurana médio Crescimento rápido

Quadro 3 - Espécies secundárias nativas a serem utilizadas para a recomposição florestal.


Nome Comum Nome Científico Porte Características
Médio a Crescimento médio a
Angico Vermelho Anadenanthera peregrina
grande rápido
Uvaia Eugenia piryformis médio Crescimento médio
Pitanga Eugenia uniflora médio Crescimento médio
Jabuticaba Myrciaria cauliflora médio Crescimento Médio
Goiaba Psidium guajava pequeno Crescimento rápido
Genipapo Genipa americana médio Crescimento médio
Ameixeira Prunus spp pequeno Crescimento rápido
Médio a
Fruta do Conde Rollinia mucosa Crescimento Médio
grande
Sapucaia Lecythis pisonis médio Crescimento médio
Pindaíba Xylopia brasiliensis médio Crescimento médio
Figueira Fícus insipida médio Crescimento médio
Cinamono Melia azedarach médio Crescimento médio
Jacarandá mimoso Jacarandá mimosifolia grande Crescimento médio
Peroba rosa Aspidosperma polyneuron grande Crescimento médio
Ingá Inga affinis médio Crescimento médio
Abacateiro Persea americana grande Crescimento rápido
Cajá Spondias venulosa médio Crescimento médio
Ipê Roxo Tabebuia penthaphyla médio Crescimento médio
Aroeira Schinus terebinthifolius médio Crescimento médio
Guamirim Gomidesia affinis pequeno Crescimento médio
Carrapateira Metrodorea stipularis médio Crescimento médio
Inga macaco Inga sessilis médio Crescimento médio
Mandiocão Schefflera morototoni grande Crescimento médio
Cupiúva Tapirira guianensis médio Crescimento médio
Marinheiro Guarea guidonea pequeno Crescimento médio
Pau-de-viola Cytharexillum myrianthum grande Crescimento médio
Guariroba Syagrus oleracea médio Crescimento médio
Amarelinho Terminalia brasiliensis pequeno Crescimento médio
Juçara Euterpe edulis grande Crescimento médio
Canelinha Aniba fimula médio Crescimento médio
Cedro - do - Brejo Cedrela odorata grande Crescimento médio
Ipê Roxo Tabebuia penthaphyla médio Crescimento médio
Guamirim Gomidesia affinis pequeno Crescimento médio
Carrapateira Metrodorea stipularis médio Crescimento médio
Inga macaco Inga secieis médio Crescimento médio
Louro pardo Cordia trichotoma médio Crescimento médio

33
 Primeiro Grupo: são as espécies Pioneiras (P) heliófilas, de rápido
desenvolvimento, de ciclo de vida curto, de porte pequeno à médio-
baixo, com dispersão por intermédio de pássaros e insetos. Em
nossa região, são representadas pelo pau-pólvora, embaúbas,
capixingui entre outras;
 Segundo Grupo: nestes grupos encontramos as espécies
Secundárias Primárias (SP), com dispersão anemófila. São de
porte maior, com ciclo de vida pouco mais longo que as pioneiras
iniciais, preferindo ambientes de meia sombra. Nesta região,
encontramos entre outras espécies o ipê-roxo, genipapo, cedro-do-
brejo, guariroba e canelinha.

34
8. IMPLANTAÇÃO DO PROJETO TECNICO DE RESTITUIÇÃO
FLORESTAL

8.1. ISOLAMENTO DA ÁREA E ACEIRO

O cercamento da área bem como a realização de aceiros nas divisas


são ações necessárias para que seja evitada a invasão de gado e
incidência de queimadas, atividades basilares para o êxito da
recomposição florestal.
O objetivo da cerca é de impedir a entrada de bovinos, portanto não
é recomendada a utilização de alambrados, pois estes funcionam como
barreira para animais silvestres, elemento importante no processo de
regeneração da área.
As cercas a serem construídas deverão seguir as seguintes regras:
a) Mourões de eucalipto tratado de 0,15 m de diâmetro por 2,20 m a
cada 8,00 m, com balancins de metal a cada 2,66 metros (2 por vão);
b) quatro fios de arame, sendo três farpados e o último deverá ser
liso (para facilitar a passagem de animais);
c) os palanques deverão ser enterrados a 80 cm de profundidade;
d) ter uma distância máxima de 50 m, sendo que nos pontos de curva
acentuados e extremidades deverão ser utilizados mourões de 0,15
cm de diâmetro de eucalipto tratado com esticadores e escoras.
Estima-se que a cerca para a área de IAPP, no caso 3,529 ha, tenha
um comprimento de 3.782 metros. Sabendo que o custo do metro do
cercamento é de aproximadamente R$ 21,62 (referência item 74142/002
SINAPI em setembro de 2018) tem-se um dispêndio de recursos de
aproximadamente R$ 81.766,84.
No caso da área de compensação para as árvores isoladas, ou seja,
0,11 ha, estima-se que a cerca tenha um comprimento de 214 metros.
Sabendo que o custo do metro do cercamento é de aproximadamente R$
21,62 (referência item 74142/002 SINAPI em setembro de 2018) tem-se um
dispêndio de recursos de aproximadamente R$ 4.626,68.

35
O aceiro deverá ser construído no perímetro da área no início da
estação seca objetivando a proteção desta área contra queimadas. No
limite que marca o PTRF o aceiro deverá ser disposto com pelo menos 3
metros de largura por toda a extensão da área reflorestada exceto nas
margens proximais do curso d’água, devendo ser retirado da área todo o
material oriundo desta atividade. A manutenção deste aceiro deverá ser
realizada sempre que verificado a necessidade no momento das vistorias.
As dimensões do aceiro serão de aproximadamente 11.346,00m²
para a área de compensação da IAPP tomando por base os 3 metros de
largura, sendo o custo do m² de aproximadamente R$ 1,40 o custo total
para o aceiro seria de R$ 15.884,00.
Para a área de compensação da supressão de árvores isoladas, as
dimensões do aceiro serão de aproximadamente 642,00m² tomando por
base os 3 metros de largura, sendo o custo do m² de aproximadamente R$
1,40 o custo total para o aceiro seria de R$ 898,80.

8.2. CONTROLE DE FORMIGAS

As formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex sp. e Atta sp.


(quenquéns e saúvas), se mostram como principal problema na
estabilização de um plantio florestal. O ataque ocorre principalmente em
mudas, após o plantio, na fase inicial do crescimento, pela facilidade de
corte e pela maior concentração das folhas novas, demanda cuidado
redobrado nesta fase. Nesse segmento, é imprescindível que seja feita em
toda a área de recomposição e adjacências uma avaliação da presença de
formigueiros. O controle deve ser feito antes e, se necessário após o plantio
(repasse). Portanto, durante a fase inicial de crescimento devem ser
realizadas vistorias periódicas.
Os métodos e produtos utilizados dependem do tipo de formiga,
época do ano e custo. Recomenda-se utilizar o método da isca-formicida,
por tratar-se de um produto eficiente e de baixa toxidez para mesmo e
macrofauna. Porém, deverão ser tomadas as devidas precauções quando

36
se trabalha com produtos, obedecendo-se os dispositivos legais que
impõem o uso do receituário agronômico.
Caso seja constada a presença de formigas na área de plantio, a
dosagem recomendada é de 10 g de isca granulada por m² de terra solta
do formigueiro. É sabido a baixa toxicidade da isca granulada, entretanto,
é imprescindível que a manipulação da isca seja feita por pessoas
utilizando equipamentos de proteção individual (EPI’s), devendo ser
evitado a aplicação da mesma nos horários mais quentes do dia, dias de
chuva ou nublados.
A forma de aplicação deve seguir o seguinte processo:
- Controle inicial no pré-plantio: deve ser realizado 30 dias antes do
plantio e de qualquer intervenção na área, realizando a aplicação de forma
sistemática (10 gramas a cada 3 m x 10 m) pela área e diretamente junto
aos olheiros quando encontrados (20 gramas por olheiro e 10 gramas por
m² de terra solta em volta dos formigueiros).
- Controle no plantio: será realizado 5 a 7 dias antes do plantio e com
um repasse logo após a implantação das mudas, sendo realizado da
mesma forma que o combate anterior.
- Repasses de manutenção (pós-plantio): devem ser realizados até
o segundo ano pós-plantio periodicamente para se evitar a reinfestação. A
cada 15 dias, nos primeiros 2 meses, e depois a cada 2 meses. Nessa fase,
o controle deve ser realizado de forma sistemática, na quantidade de 10
gramas/10m³, somente nas vizinhanças das mudas cortadas e próximo aos
olheiros (10 gramas/olheiro).

8.3. PREPARO DO SOLO

O preparo do solo tem como objetivo a diminuição da resistência do


solo à expansão das raízes e maior aproveitamento da água melhorando a
condução e desenvolvimento do sistema radicular.
O cultivo mínimo do solo consiste em revolvê-lo o mínimo necessário,
mantendo os resíduos vegetais (da cultura e de plantas invasoras) sobre o
solo como cobertura morta.

37
Será feito o plantio direto, dispensando a aração e a gradagem,
abrindo apenas as covas de plantio, previamente marcadas no
espaçamento (2,0 m x 2,0 m) definido como referência.
Deverá inicialmente preceder uma roçada em toda a área a ser
recomposta para facilitar o controle de formigas e bem como a marcação
de covas. Não haverá rendimento lenhoso.
O preparo da área deverá ser feito, preferencialmente, antes do início
da estação chuvosa, para que o plantio aconteça juntamente às primeiras
chuvas, aumentando as chances de sobrevivência das mudas e
proporcionando um maior ritmo de crescimento inicial.
O preparo do solo compreenderá também as ações de coveamento,
coroamento e adubação.

8.4. COVEAMENTO E ADUBAÇÃO

Inicialmente, antes mesmo do coveamento, se for necessário,


recomenda-se que seja realizada roçada da vegetação como moto-
roçadeira ou enxada manual para garantir uma melhor visibilidade e
movimentação, de forma que facilite a atividade.
Em seguida, após a aquisição das mudas, haverá a marcação das
covas em nível, obedecendo as dimensões de 40 cm x 40 cm x 40 cm,
abertas com enxadão ou com outra ferramenta ou equipamento específico
para tal fim. A terra retirada durante o coveamento deverá ser reintroduzida
na cova juntamente à adubação.
Recomenda-se executar uma prévia análise de solo da área, visando
conhecer a constituição química do mesmo. A prática em outras áreas da
mesma região nos direciona para seguinte indicação de dosagem para
tornar o solo mais fértil: preencher as covas, aplicando na terra 250 gramas
de adubo químico NPK (08-28-16) /cova. Esta poderá ser adotada, na falta
da referida análise de solo.
Adubações de cobertura deverão ser feitas nos anos subsequentes
ao plantio, logo antes do período chuvoso, concentrando-se em adubos
fosfatados e micronutrientes.

38
Caso na área sejam verificados setores, nos quais o processo de
regeneração natural já tenha se iniciado, as mudas mais desenvolvidas
devem ser aproveitadas, sendo realizado o coroamento em um raio de 1 m
ao redor destas e aplicação de 250 gramas do adubo químico NPK (08-28-
16) /planta, em duas covetas laterais, devendo ser aplicado metade da
dose em cada coveta, a cerca de aproximadamente 15 cm da base da
muda e 10 cm de profundidade.

8.5. COROAMENTO

Junto com a operação de marcação é feita uma capina no local da


cova, ou seja, o coroamento, que é a remoção de vegetação em uma área
em circular, com raio de 80 cm (160 cm de diâmetro) e com centro no local
da futura muda de árvore. É interessante ao bom desenvolvimento da muda
de árvore a ser plantada, manter o material capinado, após este estar seco,
junto à base do caule da muda, para manter a umidade do solo neste local
e servir de aporte de matéria orgânica, gradualmente, lembrando sempre
que as plantas de um local guardam em si os nutrientes do solo onde se
desenvolveram.

8.6. ESPAÇAMENTO E ALINHAMENTO

A marcação e coveamento de plantio será com espaçamento


referencial de 2,0 m x 2,0 m. Isso porque serão mantidos arbustos e
eventuais mudas de flora nativa existentes no local, com rigor mínimo no
espaçamento, tendendo para uma disposição mais orgânica das mudas. O
grupo de preenchimento constitui-se de espécies pioneiras e secundarias
inicial. O grupo de diversidade contém todas as demais espécies de
ocorrência regional que podem ou não apresentar as características do
grupo de preenchimento. O fundamental é que o grupo de diversidade seja
formado por um grande número de espécies representativas da diversidade
florística da formação florestal. As principais classes sucessionais
encontradas neste grupo são secundárias tardias e clímax.

39
Figura 12: Esquema da distribuição das mudas.

8.7. PLANTIO

A melhor época para realizar o plantio é o período chuvoso, de


preferência de outubro a março, garantindo assim seu bom
desenvolvimento, no projeto em questão propõe-se que o plantio seja
realizado preferencialmente de novembro a janeiro, conforme cronograma.
O melhor horário para o plantio é pela manhã ou ao entardecer. Nunca em
horário de sol muito forte, para não prejudicar a muda.
Os cuidados no plantio serão essenciais para garantir a
sobrevivência e o crescimento de mudas. Um dos principais aspectos para
se obter sucesso no plantio será a escolha de mudas sadias e de boa
qualidade, ou seja, apresentar boas características físicas (diâmetro do
coleto, altura, relação raiz/parte-aérea), para suportar as condições de
estresse durante e após o plantio. Mudas defeituosas e com a estrutura
comprometida devem ser descartadas.
As mudas, portanto, deverão ser levadas para o campo com uma
altura entre 40 a 60 cm, diâmetro do coleto em torno de 1.0 cm e embalados
em sacos plásticos de dimensões mínimas de 15 cm de boca e 25 cm de
altura.

40
A muda deverá ser colocada no centro da cova, que será completada
com terra, evitando-se a exposição do solo ou o seu “afogamento”. A terra
ao redor da muda deverá ser compactada adequadamente.
No momento do plantio, retirar com cuidado a embalagem da muda
(saco plástico, lata ou outro material de difícil decomposição) e cortar as
raízes defeituosas. É importante mencionar que no momento do plantio
deve-se evitar o soterramento do coleto, evitando assim o “afogamento” da
muda. Em casos de mudas velhas, será realizado o corte de cerca de 2 cm
do fundo do saquinho, para retirar as raízes enoveladas.
O PTRF terá uma área de 36.490,00m² (3,649 ha), 3,529 ha
referente às intervenções em APP e 0,11 hectares referentes à
compensação da supressão de indivíduos arbóreos isoladas, com
espaçamento de 2,0 m x 2,0 m, sendo necessário o plantio em linha de
8823 e 275 indivíduos, para as respectivas compensações, totalizando
9098 mudas.
Após o plantio, a muda deve ser regada abundantemente até o
encharcamento total da cova. Colocar uma cobertura morta ao redor, para
conservar melhor a umidade e reduzir o crescimento de plantas daninhas,
na ausência de chuvas recomenda-se irrigar pelo menos duas vezes por
semana.

8.8. MANUTENÇÃO

É crucial que para o sucesso do reflorestamento, seja executado


após a implantação do projeto um conjunto de ações que visem de forma
adequada o êxito da sucessão ecológica na área. Nesse aspecto é medular
a integração em todas as etapas pós-plantio de atividades coerentes com
o propósito de sucessão natural, buscando o restabelecimento da flora e
também da fauna no local, uma vez que se tem como objetivo recriar
condições ambientais que proporcionem uma atratividade a microfauna,
mesofauna e avifauna.
Desse modo, como elementos basilares para se atingir os objetivos
aqui almejados tem-se como escopo para manutenção os seguintes itens:

41
8.8.1. REPLANTIO

O replantio deve ser realizado quando o índice de mortalidade das


mudas ultrapassar 5 %, no período de 15 a 30 dias após o plantio.
É vista a aquisição de 911 (883 + 28) mudas extras, em um total de
10% do plantio efetuado/hectare, para eventuais perdas por morte ou
predação das mudas. Constatadas perdas de mudas em número igual ou
maior que o previsto (10%), será necessária uma vistoria em caráter
extraordinário, para determinar as causas deste incidente.

8.8.2. TRATOS CULTURAIS

Uma programação consistindo de coroamentos a cada quatro meses


e controle da incidência de formigas e outras pragas será o conjunto de
tratos a serem dados ao plantio.
Uma adubação de cobertura no início do período chuvoso seguinte
ao plantio garantirá o bom desenvolvimento do plantio, com 100g de NPK
4-14-8 aplicado lançando em um filete ao redor da árvore, em círculo de
aproximadamente 80 cm de diâmetro.

8.8.3. CONSERVAÇÃO DE CERCAS E LIMPEZA DO ACEIRO

Será realizado no mínimo uma limpeza dos aceiros por ano, no


entanto é importante a partir dos relatórios de monitoramento verificar no
monitoramento se os mesmos estão cumprindo com sua função, ficando
assim subordinada a esta avaliação a limpeza do aceiro.
Quanto à conservação das cercas é importante verificar a
necessidade de substituição das estacas ou do cercado ficando esta ação
relativa aos relatórios de monitoramento que permitirão avaliar a
necessidade de manutenção das cercas.

42
8.8.4. ADUBAÇÃO DE COBERTURA

Uma adubação de cobertura no início do período chuvoso seguinte


ao plantio garantirá o bom desenvolvimento da vegetação.
Conforme o cronograma definido na implantação a adubação de
cobertura deverá ser realizada mediante as orientações obtidas a partir da
análise do solo, sendo essencial para o êxito do projeto que após um ano
a área seja novamente adubada segundo a seguinte rotina:
- Início do período chuvoso: 100 gramas.
- Meio do período chuvoso: 100 gramas.
- Final do período chuvoso: 50 gramas, do mesmo adubo de cobertura
do plantio, ou seja, NPK (08-28-16).
Ressalta-se que é importante que no monitoramento se faça um
acompanhamento das condições de fitossanidade dos indivíduos na
perspectiva de averiguar a pertinência de sanar problemas edáficos ou
fitológicos as mesmas com adubos.

8.8.5. MANEJO DE FORMIGAS CORTADEIRAS

O manejo de formigas deverá ser realizado conforme práticas


estabelecidas na metodologia de implantação, com periodicidade conforme
cronograma de implantação ou conforme necessidade estabelecida pelos
monitoramentos mensais/trimestrais realizados na área de reflorestamento
até o período de 10 anos após o plantio.
Cabe ressaltar que no decorrer do processo de recuperação outras
medidas poderão ser exigidas caso a recuperação não ocorra de forma
satisfatória.

8.8.6. CAPINA/COROAMENTO

A presença de vegetação competidora na implantação e durante o


crescimento inicial das árvores é um fator que pode retardar o
estabelecimento da floresta. As plantas invasoras normalmente competem

43
por luz, água, nutrientes e gás carbônico, e ainda podem liberar compostos
alelopáticos que interferem no crescimento das árvores.
Para eliminar essa vegetação indesejada deve-se realizar a capina
semestralmente, eliminando as espécies invasoras e daninhas que
surgirem em um raio de 50 centímetros em torno do núcleo formado pelas
mudas. O material gerado pela capina deve permanecer no solo como
cobertura morta, pois esta cobertura auxilia na redução da temperatura do
solo, mantém a umidade, reduz o escoamento superficial da água e
contribui para o aumento do teor de matéria orgânica do solo e da atividade
microbiana.

44
9. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma, apresentado a seguir, discrimina as atividades


relacionadas à implantação e manutenção do PTRF. Para execução do
mesmo foi estimado cerca de 10 anos, conforme o Quadro 3.

Quadro 4 - Cronograma de execução para o plantio de mudas florestais nas áreas de


recomposição.

ANO 01
ATIVIDADES J F M A M J J A S O N D
Plantio x x x
Monitoramento, controle e/ou combate
a formigas, pragas e doenças e x x x x x x
práticas conservacionistas
Isolamento e cercamento da área x
Aquisição de mudas florestais x x
Coveamento e Adubação x x
Vistoria e Replantio x x
Coroamento x x x x
Adubação de cobertura x x
Relatório de monitoramento x x

ANO 02
ATIVIDADES J F M A M J J A S O N D
Plantio x
Monitoramento, controle e/ou combate
a formigas, pragas e doenças e x x x x x x
práticas conservacionistas
Vistoria e replantio x
Coroamento x x x x
Adubação de cobertura x x
Relatório de monitoramento x x

ANO 03 ao ANO 10
ATIVIDADES J F M A M J J A S O N D
Coroamento x x x x
Adubação de cobertura x
Monitoramento, controle e/ou combate
x x
a formigas, pragas e doenças
Relatório de monitoramento x x

45
10. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

O período de monitoramento inicia-se a partir do sexto mês e


prolonga-se por mais 10 anos após o término das obras.
Para Bellotto et al. (2009) a confirmação do estabelecimento dos
processos ecológicos nas áreas restauradas só é obtida com a avaliação e
o monitoramento da área restaurada em diferentes períodos de tempo.
Visando a importância do acompanhamento como parte integrante
das ações de restauração o monitoramento e avaliação terá duração de 10
anos.
O monitoramento corresponde à apresentação de relatórios
semestrais e sucintos durante os 10 anos de execução do PTRF, sendo
apresentadas fotografias para comprovação das atividades realizadas.
Roçadas semi-mecanizadas serão realizadas nas entrelinhas e/ou
no entorno das plantas quando houver a necessidade, principalmente se a
ocupação por gramíneas invasoras for vigorosa. A necessidade e
intensidade de manutenção serão avaliadas visualmente, em geral se
mostrará necessária a cada 2-3 meses.
A ocorrência de formigas cortadeiras será avaliada verificando os
indivíduos plantados e/ou os regenerantes que apresentam sinais de
ataque por formigas, e o entorno do plantio será monitorado localizando os
ninhos e providenciando seu controle.
A identificação de sintomas de deficiência nutricional será feita de
forma visual, utilizando-se manuais de deficiência para espécies nativas e
ou por meio da análise foliar laboratorial. Serão tomadas as devidas
providências de correção através da adubação.
Na segunda e terceira fase de monitoramento que corresponde
respectivamente ao segundo e terceiro ano, as avaliações serão
semestrais, duas por ano e quatro no total.
Como exposto o período de monitoramento terá duração de três
anos e o empreendedor deverá apresentar relatórios semestrais de
monitoramento dos trabalhos realizados no período anterior, contendo
informações quantitativas, informações técnicas e relatório fotográfico, e
ainda informações sobre as atividades previstas para o próximo período.

46
11. PLANILHA ORÇAMENTÁRIA

A seguir é apresentada a planilha de estimativa quantitativa e valores


para implantação e manutenção do PTRF na área de 3,529 ha em APP.

Quadro 5: Quadro orçamentário do PTRF para IAPP.


UNIDADE TOTAL
ATIVIDADE UNIDADE QUANTIDADE
(R$) (R$)

Combate à
m² 35.290,00 0,50 17.625,00
formiga

Construção de
aceiros m² 11346,00 1,40 15.884,00

Isolamento da
m 3782,00 21,62 81.766,84
área

Plantio (marcação,
coveamento,
plantio,
un 8.823 25,00 220.575,00
coroamento,
adubação,
irrigação parcial)

Replantio (10%) un 882 20,00 17.640,00

Monitoramento
ha 3,529 10.910,00 39.166,90
(10 meses)

TOTAL R$392.657,74

Desse modo, estima-se que se terá um gasto de aproximadamente


R$ 392.657,74.
A seguir é apresentada a planilha de estimativa quantitativa e valores
para implantação e manutenção do PTRF na área de 0,11 ha relativa à
supressão de árvores isoladas.

47
Quadro 6: Quadro orçamentário do PTRF para supressão árvores isoladas.
UNIDADE TOTAL
ATIVIDADE UNIDADE QUANTIDADE
(R$) (R$)

Combate à formiga m² 1100,00 0,50 550,00

Construção de
m² 642,00 1,40 898,80
aceiros

Isolamento da área m 214,00 21,62 4.626,68

Plantio (marcação,
coveamento,
plantio,
un 275 25,00 6.875,00
coroamento,
adubação, irrigação
parcial)

Replantio (10%) un 28 20,00 560,00

Monitoramento
ha 0,11 10.910,00 1.200,10
(10 meses)

TOTAL R$14.710,58

Desse modo, estima-se que se terá um gasto de aproximadamente


R$14.710,58
Somando-se ambas as áreas de PTRF, referente aos quadros 5 e 6,
o custo estimado para a implantação do PTRF é de R$ 407.368,32.

48
12. BIBLIOGRAFIA

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corte, no Estado de Minas Gerais, o pequizeiro (Caryocar brasiliense), e
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Estabelece critérios para classificação, segundo o porte e potencial
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licenciamento ambiental no nível estadual, determina normas para
indenização dos custos de análise de pedidos de autorização ambiental e
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2004.

CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL (COPAM).


Deliberação Normativa nº 76, de 25 de outubro de 2004 (DN 76/2004).
Dispõe sobre a interferência em áreas consideradas de preservação
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CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL (COPAM).


Deliberação Normativa nº 114, de 10 de abril de 2008 (DN 114/2008).
Disciplina o procedimento para autorização de supressão de exemplares
arbóreos nativos isolados, inclusive dentro dos limites do Bioma Mata
Atlântica, conforme mapa do IBGE e revoga a DELIBERAÇÃO
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53
13. ANEXOS

ANEXO I – PLANTA TOPOGRÁFICA PLANIMÉTRICA

54
ANEXO II – ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – ARTS

55

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