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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

Empresa: Coopeganh (Cooperativa dos Garimpeiros de Novo Horizonte).

CNPJ: 13.215.054/0001-16.

N° Processo ANM: 870.094/2014

Local: Novo Horizonte/BA.

Tipos de Minérios: Quartzo, Rutilo e Barita.

Resp. Técnico: Ricardo Conceição dos Santos

Eng.° de Minas- CREA-BA 49.557/D.

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INTRODUÇÃO
No desenvolver da atividade minerária, bem como em qualquer outra

atividade extrativista, a Gestão Ambiental e sua Legislação, é item fundamental

para a regulamentação e realização da atividade.

Pode-se considerar que o início da consciência sobre a proteção do meio

ambiente surgiu no começo dos anos setentas. Naquela época aflorou com

nitidez, nos países tecnologicamente mais avançados, a percepção de que o bem-

estar social, fruto do desenvolvimento econômico, estava relacionado, em geral,

a impactos não desejados sobre os vários ecossistemas. Desde então, os agentes

responsáveis por tais impactos começaram a ser discriminados, quando não

condenados por um segmento pensante e emergente dessas sociedades,

denominado ambientalista.

O agravamento de tais impactos, muitas vezes com resultados deletérios

diretos sobre o organismo humano, teve como conseqüência o envolvimento de

outros segmentos da sociedade. Preocupados com o problema, no final da

década de 80, cientistas, políticos e empresários do setor industrial, dentre outros,

adotam a causa. Todos eles convergiam para a mesma conclusão: a necessidade

de uma política global de gestão ambiental que promovesse a sustentabilidade

dos ecossistemas, como única solução.

Dados recentes sobre o desempenho ambiental de empresas líderes de dez

setores industriais, no Brasil, apontam as indústrias químicas, de papel, celulose

e automotivas como as de melhor performance, embora, como conclusão da

própria fonte, os resultados não sejam os melhores. Essa avaliação, efetuada com

base em questionário proposto por especialistas dos setores envolvidos, indica

que o desenvolvimento sustentável vem se tornando realidade no contexto de

cada segmento da indústria, e isso pode ser observado mediante somatório dos

escores obtidos para cada item avaliado. Dos vinte itens avaliados, em escala

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crescente de 1 a 5, com o respectivo total de pontos: 1. Papel e celulose (82), 2.

Automotivo (76), 3. Químico (74), 4. Siderúrgico (68), 5. Fumo (58), 6. Mineração

e Cerâmica (47), 7. Têxtil (45), 8. Alimentação (38) e 9. Metalurgia (33).

No contexto, a indústria da mineração atinge um grau preocupante, o que

demonstra a necessidade de séria avaliação de suas relações ambientais.

O PCIAM tecnicamente é um conjunto de critérios que garantem à área

degradada condições de restauração e equilíbrio do ecossistema. A recuperação

se dá através de um plano que considera os aspectos ambientais, estéticos e

sociais, de acordo com a destinação que se pretende dar à área, permitindo um

novo equilíbrio ecológico. Na maior parte das vezes se recomenda a utilização de

adubos químicos ou orgânicos para estimular o desenvolvimento da vegetação.

As etapas de recuperação são:

 Pré-planejamento com objetivos a curto e longo prazo;

 Remoção da cobertura vegetal e lavras;

 Manejo de solo orgânico;

 Preparação do local para plantio;

 Seleção de espécies a serem plantadas;

 Plantio e manejo regular da área após a recuperação.

Os recursos minerais são de finita importância, porém o meio ambiente que dá

condições de vida a todas as espécies precisa estar em equilíbrio, pois sua

importância é ainda maior.

O instrumento de suma importância atualmente é a Lei 6.938/81, que institui a

Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Ela define os principais autores que

tratam da temática e atribui a eles suas respectivas competências. Foi instituído,

a partir dela, o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) cuja estrutura

está descrita no site do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pode ser

observada a seguir:

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 Órgão superior: conselho de governo;

 Órgão consultivo e deliberativo: Conselho Nacional de Meio Ambiente

(CONAMA);

 Órgão central: Ministério do Meio Ambiente (MMA);

 Órgão executor: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e recursos

renováveis (IBAMA);

 Órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela

execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de

atividades capazes de provocar a degradação ambiental;

 Órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo

controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.

A PNMA ainda apresenta importantes definições, como as de meio ambiente,

degradação da qualidade ambiental, poluição ambiental e recursos ambientais.

O entendimento desses termos é importante, pois, a partir deles, fica claro que

a temática ambiental é muito mais complexa do que geralmente pensamos.

Refletindo sobre o termo meio ambiente, por exemplo, fica claro que muito

embora a maior parte das pessoas o entenda muitas vezes apenas como sendo

representado pelos recursos naturais, propriamente ditos, ele reflete também

uma série de interações de ordem socioeconômica que tornam o conceito muito

mais abrangente. Dessa forma, justifica-se o fato de pensar o alcance do

equilíbrio ambiental pelos princípios do desenvolvimento sustentável, que nada

mais são que o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico, social e ambiental

conjuntamente e de forma harmoniosa.

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SUMÁRIO

1.0 - DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO..........................................................6


1.1 - INFORMAÇÕES GERAIS......................................................................................6
1.2 - LEGISLAÇÃO PERTINENTE..................................................................................................6

1.3 - OBJETIVO DO EMPREENDIMENTO................................................................................7

1.4 - LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO......................................................................7

2.0- CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.............................................9


2.1- SUBSTANCIA MINERAL EXPLORADA...............................................................................9

2.2- MÉTODO UTILIZADO PARA EXTRAÇÃO.........................................................................9

2.3- INSTALAÇÕES DE EXTRAÇÃO X PRODUÇÃO ESTIMADA.........................................9

2.4- CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE DISPOSIÇÃO...........................................................13

2.5- RECUPERAÇÃO MINERAL ESPERADA.............................................................................20

2.6- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE LAVRA.....................................................................21

2.7- COMPOSIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS MINÉRIOS..............................................23

2.8- ATIVIDADES PRELIMINARES..............................................................................................23

3.0- DIAGNÓSTICO AMBIENTAL.......................................................................24


3.1- ÁREAS DE INFLUENCIA.......................................................................................................24

3.2- MEIO FISICO............................................................................................................................25

3.3- MEIO BIÓTICO........................................................................................................................35

3.4- MEIO ANTRÓPICO................................................................................................................38

3.5- FISIONOMIA ECOLÓGICA DA REGIÃO.........................................................................40

4.0 - IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS...........................42


4.1- SUPRESSÕES VEGETAIS....................................................................................................48

4.2- RUIDOS E VIBRAÇÕES.......................................................................................................49

4.3- RESIDUOS SÓLIDOS...........................................................................................................50

4.4- EFLUENTES LÍQUIDOS........................................................................................................52

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4.5- EMISSÕES ATMOSFÉRICAS..............................................................................................53

4.6- IMPACTO VISUAL.................................................................................................................54

4.7- GERAÇÃO DE EMPREGO...................................................................................................55

4.8- AUMENTO DA RENDA LOCAL........................................................................................56

4.9- ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS.......................................................................................56

5.0- POTENCIAIS DE USO FUTURO DA ÁREA..................................................56


6.0 - CONFORMAÇÕES TOPOGRÁFICA E PAISAGÍSTICA...............................57
6.1- TOPOGRAFIA DO TERRENO..............................................................................................57

6.2-REVEGETAÇÃO.........................................................................................................................58

6.3- SELEÇÃO DE ESPÉCIES VEGETAIS.....................................................................................59

6.4- SELEÇÃO DE ÁREA PARA PLANTIO.................................................................................60

6.5- PROPAGAÇÃO E PRODUÇÃO DE MUDAS....................................................................60

6.6- PREPARO DA ÁREA DE PLANTIO.....................................................................................60

6.7- MONITORAMENTO...............................................................................................................60

6.8- MANUTENÇÃO........................................................................................................................62

7.0- CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................63


8.0 - PLANEJAMENTO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO...............................63
9.0 – REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................65

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1.0- DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO

1.1- INFORMAÇÕES GERAIS

DADOS DO REQUERENTE
Pessoa Jurídica:
RAZÃO SOCIAL: COOPEGANH (Cooperativa dos Garimpeiros de Novo Horizonte
LTDA).

SEDE: Centro, n° 101, Novo Horizonte/BA.

CEP: 46-730.000

CNPJ: 13.215.054/0001-16

Local do empreendimento: Faz. Serra Pelada, s/n°. Zona Rural, município de Novo
Horizonte/BA.

LICENÇA AMBIENTAL N°: 005/2017-LA

RESPONSÁVEL TÉCNICO / ELABORADOR DO PRAD / ENDEREÇO PARA


CONTATO

Eng.° de Minas: Ricardo Conceição dos Santos

Endereço: Rua Padre Luís Filgueiras, 122, Engenho velho de Brotas, Salvador-BA.

Endereço eletrônico: Ricardo_santos07@hotmail.com

Tel.: (73) 9910 – 9168

CREA-BA: 49.557/D

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1.2- LEGISLAÇÃO PERTINENTE

ARTIGO INCISO Ementa


20 IX Define que são bens da União "os recursos minerais, inclusive os do subsolo"
22 XII Estabelece que compete privativamente à União legislar sobre "jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia”
Estabelece que é competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios "registrar, acompanhar e
fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios". O Parágrafo
23 XI
único deste artigo determina que "lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os estados, o Distrito
Federal e os municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”

Estabelece que "As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário
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a propriedade do produto da lavra". Os parágrafos 1o a 4o deste artigo definem como se dá a concessão para pesquisa e
aproveitamento destes recursos, e como é dada a participação do proprietário do solo nos resultados deste aproveitamento.

Capítulo do Meio Ambiente: Estabelece que "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
225 do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações".

MINISTÉRIO DO MEIO Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos Programa de Proteção e Melhoria da
AMBIENTE Qualidade Ambiental

IBAMA Manual de Normas e Procedimentos para Licenciamento Ambiental no Setor de Extração Mineral
3.365 Dispõe sobre desapropriação por utilidade pública, define mineração como sendo de “utilidade pública”.
Estabelece competências do CONAMA para apreciação de EIA/RIMA de atividades de significativa degradação
Lei 7804
ambiental nas áreas consideradas Patrimônio Nacional pela Constituição Federal e do IBAMA para o
18/07/89
licenciamento de obras ou atividades com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional.
Lei 227
Estabelece o Código de Mineração
28/02/67
Lei 5197
Dispõe sobre a proteção da fauna
03/01/67
Lei 6.938
Estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente
31/08/81
Dec.
97.632 Exige de todos os empreendimentos de mineração a apresentação de PRAD - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
10/04/89
Estabelece que são consideradas Reservas Ecológicas as formações florísticas e as áreas de florestas de preservação
permanente mencionadas no Artigo 18 da Lei 6.938/81, bem como as que estabelecidas pelo Poder Público de acordo com o
Resoluções CONAMA, que preceitua o Artigo lº do Decreto 89.336/8401/86 Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para os relatórios de
impacto ambiental 1A/86 Dispõe sobre transporte de produtos perigosos 06/86 Dispõe sobre a aprovação de modelos para
relacionadas ao
publicação de pedidos de licenciamento 05/87 Aprova o programa nacional de proteção ao patrimônio espeleológico 10/88
MEIO AMBIENTE no
Estabelece as normas para Áreas de Proteção Ambiental - APA 05/89 Institui Programa Nacional de Controle da Qualidade do
setor MINERAL. Ar - Pronar 02/88 Proíbe qualquer atividade que possa por em risco a integridade de áreas de relevante 20/86 Dispõe sobre a
classificação de águas doces, salobras e salinas do Território Nacional 01/90 Estabelece critérios e padrões para emissão de
ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais.

Quadro 1- Aspectos Constitucionais relacionados ao Meio Ambiente, com relação ao setor Mineral.

O quadro 2 abaixo ressalta as atribuições e responsabilidades referentes ao tema.

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Quadro 2: Resumo de atribuições e competências.

1.3- OBJETIVO DO EMPREENDIMENTO

Objetivo do Empreendimento
O referido empreendimento visa atender a legislação vigente e exigências dos

órgãos competentes a nossa atividade. Á extração e comercialização de Quartzo,

Barita e Quartzo rutilado, para fins de posterior utilização Industrial no caso da

Barita, e, para devido beneficiamento no caso do Quartzo e Rutilo.

Objetivo deste projeto


O Controle Ambiental constitui num instrumento de gestão e uma fase

natural da extração mineira (imagem 01). Se mostra voltado para a prevenção,

redução e mitigação dos impactos ambientais negativos causados pelas

atividades relacionadas e possíveis causadoras dos referidos impactos.

É um poder-dever do Estado, o qual deve exigir que as diferentes atividades

humanas sejam exercidas com observância aos preceitos estabelecidos pela

legislação de proteção ao meio ambiente.

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Imagem 01: Fases da mina, no aspecto convencional, no âmbito do Meio Ambiente.

Deste modo, intervenções capazes de alterar as condições ambientais

negativamente ficam submetidas ao controle ambiental (ANTUNES, 2012). A

Política Nacional de Meio Ambiente, Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981 (BRASIL,

1981) prevê no seu Artigo 2, Inciso V, o controle e o zoneamento das atividades

potencial ou efetivamente poluidoras, assim como traz diferentes mecanismos

para controle ambiental, incluindo o estabelecimento de padrões de qualidade,

o licenciamento, o cadastro técnico federal de atividades potencialmente

poluidoras e ou utilizadoras de recursos ambientais, dentro outros instrumentos.

LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A área em questão e objeto deste projeto, localiza-se a uma latitude 12º48'30”

sul e a uma longitude 42º10'04” oeste, estando a uma altitude de 835 metros, na

região da Chapada Diamantina no município de Novo Horizonte, estado da Bahia.

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2.0 – CARACTERIZAÇÕES DO EMPREENDIMENTO


2.1- SUBSTÂNCIAS MINERAIS EXPLORADAS

 Quartzo;

 Rutilo;

 Barita;
2.2- METODO UTILIZADO PARA EXTRAÇÃO
A lavra subterrânea
Para a lavra em subsolo são desenvolvidas as mesmas atividades de praxe, bem
como desenvolvimento (Geração de Galerias, Infraestruturas, Contenções),
perfuração, carregamento e carga e transporte.

Figura 02: Ilustração da extração garimpeira em Subsolo.

O Acesso principal denominado “Catra” apresenta 1 X 1mt de lados e tem em


média 25 mts de profundidade. A descida é vertical e no emboque da galeria os
acessos são horizontalizados. (Figura 03)

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Figura 03: Imagem da Catra, acesso principal as galerias de exploração.

A lavra a céu aberto


É realizada a céu aberto, em uma fenda geológica mineralizada. Onde são
desenvolvidas bancadas em média de 5 metros, na sua maioria irregulares.

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Figura 04: Afloramento de Barita

Em vistas das características físicas do material, o desmonte é realizado com


utilização de explosivos, o carregamento e transporte são executados com a
utilização de retroescavadeiras, pás-carregadeiras e caminhões.
Todo o material produzido é disposto em pilhas de homogeneização para posterior
análise e entrega ao cliente. (Figura 06)

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Figura 05: Desenvolvimento para abertura de frentes de serviço.

Figura 06: Desenvolvimento para abertura de frentes de serviço.

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Topografia
A topografia auxilia toda a parte de planejamento de Mina, com dados precisos de
volume a ser transportado e a massa mineralizada esperada. Além disso, realizamos
periódicos acompanhamentos de inclinação dos taludes, volume retirado por fogo,
etc..
No entanto a Cooperativa entende a necessidade de termos uma Topografia dia a dia
nas frentes de serviço.

Método de Extração

 Lavra Garimpeira em Subsolo- Método com acesso vertical e galerias


paralelas ao corpo, retirada em recuo, similar ao VCR.
 Lavra Garimpeira a Céu Aberto, geração de bancadas de em média 5m de
altura, e bancadas com topografia por vezes variável, em função de qualidade
de material, dureza, vias de acesso e etc.

DESCRIÇÃO DO MÉTODO

Em uma breve descrição do Método que é utilizado para extração, em subsolo,


complementando o informado acima o acesso as galerias é realizado por guinchos
verticais e o monitoramento das frentes é feito em função da característica da rocha
encaixante, que indica se existe algum rastro da ocorrência que se procura.

Todo o material desmontado é retirado com o auxílio de vagonetas ou carros de mão


em sentido de recuo e transportado para a superfície via Içamento por guincho.

Para a lavra a céu aberto

Equipes de decapeamento com retroescavadeiras e trator D6, onde convier darão o


apoio necessário a abertura de frentes e acessos.

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São desenvolvidas bancadas e acessos já no corpo de minério, perfurações,


carregamento e desmonte de rocha, para posterior remoção nas praças das frentes
de serviço.

O carregamento do Minério até o Pátio de homogeneização e será feito através e


carregadeira de médio porte e retroescavadeiras, o transporte será feito através de
Caçambas de 30t.

2.3- INSTALAÇÕES DE EXTRAÇÃO x PRODUÇÃO ESTIMADA

INSTALAÇÕES DE EXTRAÇÃO

As instalações de um garimpo são muito simplórias, porém apresentando um

% de utilização muito alto, pois são equipamentos que conseguem atingir índices

de produção que surpreendem no que tange disponibilidade operacional.

De uma forma geral a Infraestrutura das frentes de Serviço segue discriminada

abaixo para as duas formas de extração distintas:

1) Subsolo: A Infraestrutura disponível consta de Martelos Pneumáticos, um

compressor 150 PCM, um gerador de energia a diesel 75kva, Guincho, área

de vivência, almoxarifado para armazenamento de ferramentas banheiros

químicos.

2) Céu Aberto: Escavadeiras, Perfuratrizes manuais, caminhão e carregadeira,

compressores 150 PCM, geradores de energia a diesel 75kvA, Área de

vivencia, banheiros quimicos.

Capacidade da Instalação: Produção calculada baseada nas tabelas de

capacidade das máquinas.

Produção da Instalação: Quantidade efetiva média da de produção num

determinado período.

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Fatores que determinam a produção efetiva:

 Tamanho da Instalação
 Esquema da instalação
 Tipo de material
 Método de alimentação
 Equipamentos
 Jornada de trabalho
 Manutenção
 Pilha intermediária e etc.

PRODUÇÃO ESTIMADA

Toda a nossa produção vem sendo absorvida pelo nosso mercado consumidor,

no entanto, a produtividade pode variar pra mais ou menos em função da

situação do minério de sua encaixante, como a nossa lavra é garimpeira, temos

algumas limitações para uso de novas estratégias para aumento de produção,

podemos citar algumas como:

 Dimensões das galerias,

 Condição do acesso;

 Disponibilidade de Equipamentos de maior porte;

Contudo, a nossa produção vem apresentando um crescimento constante e

contínuo, fato este que nos deixa bastantes animados e mais comprometidos

com as nossas obrigações.

A produção estimada/ esperada para o ano de 2021 é de:

Minério Produção Ano

Rutilo 1000 t

Quartzo 2000 t

Barita 25000 t

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2.5- RECUPERAÇÃO MINERAL ESPERADA

Como a nossa extração é realizada de forma praticamente manual o % de

aproveitamento do produto é alto, em função também de comercializarmos o

material bruto, e, sem beneficiamento na nossa unidade. Calculamos uma

recuperação de 90 a 95%
2.6- DESCRIÇÕES DA ATIVIDADE DE LAVRA

As atividades necessárias para a extração em garimpo dos referidos minerais

Quartzo, Quartzo Rutilado e Barita, são basicamente os mesmos processos

tradicionais que constam de:

Decapeamento/Desenvolvimento;

Perfuração;

Carregamento e Desmonte;

Carga e Transporte.

Figura 07: Imagem da lavra de Quartzo- Coopeganh

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CAPACIDADE DOS EQUIPAMENTOS

Os Equipamentos que caracterizamos acima não são limitantes para a

produção, o que se torna limitante para a produção, é a condição do maciço

rochoso que se torna mais difícil em algumas zonas. Essa deficiência em alguns

momentos, também se deve ao método de extração que é lavra garimpeira de

pequeno/médio porte, o que limita a utilização de Técnicas e equipamentos que

poderiam causar um aumento da produção das minas da Cooperativa.

No entanto, existem equipamentos suficientes para aumento significativo de

produção.

2.7- COMPOSIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS MINERAIS

QUARTZO

O quartzo é um mineral de composição química SiO2 (sílica), na proporção

de 46,7% de Si e 53,3% de O. É um composto químico quase puro e tem

propriedades constantes. Contudo, análises espectrográficas têm revelado que

até os cristais quase perfeitos contêm impurezas de lítio, sódio, potássio,

alumínio, manganésio e titânio, podendo observar-se, com técnicas muito

específicas, que as propriedades físicas variam com a presença destas impurezas.

O quartzo é o sétimo termo da escala de Mohs (dureza 7), com fratura

concoidal e brilho vítreo. É frequentemente corado por diversas impurezas, o que

lhe confere uma grande variedade de cores. A cor é a responsável pelas diversas

variedades. Tem fortes propriedades piezoeléctricas e pizoelétricas.

QUARTZO RUTILADO

O nosso mineral tem uma característica anômala, pois se encontra encrustado em

um outro mineral encaixante o Quartzo.

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O rútilo é um mineral composto de dióxido de titânio, TiO2, sendo um dos três

polimorfos de TiO2. Apresentando como principais informações relevantes:

 Um mineral usualmente tetragonal de hábito prismático, geralmente com

cristais mesclados;

 Anatase ou octaedrita, um mineral tetragonal de hábito octaédrico;

 Brookita, um mineral ortorrômbico. A Anatase e a Brookita são minerais

relativamente raros.

O rutilo tem uma fratura subconcoidal, é frágil, com dureza 6 a 6,5, densidade

relativa 4,1 a 4,2, brilho metálico a adamantino, geralmente de cor marrom ou

vermelho, algumas vezes, amarelo, azul ou violeta. É transparente a opaco.

O rutilo natural é geralmente opaco ou vermelho muito escuro. O rutilo pode

conter até 10% de ferro. O rutilo é a forma mais estável de dióxido de titânio e é

produzido em temperaturas mais altas, com a brookita formando-se em

temperaturas mais baixas e, a octaedrita, em temperaturas ainda mais baixas.

BARITA

A Barita é um mineral de sulfato de bário com fórmula química BaSO4. O seu

nome tem origem no grego barus (pesado). Apesar de conter bário, um metal

pesado, não é considerada tóxica devido à sua elevada insolubilidade.

Comumente ocorre em veios de chumbo e zinco em calcários, em depósitos

hidrotermais e associada a minérios de hematita. Muitas vezes ocorre associada

à celestita e à anglesita.

No que se refere a aplicação e uso da Barita, podemos considerar que cerca de

90% da produção é utilizada para aumentar a densidade das lamas de perfuração

na indústria petrolífera. Também é utilizada no fabrico de tintas e de papel. Os

maiores produtores mundiais são os Estados Unidos, a Índia e a China.

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2.8- ATIVIDADES PRELIMINARES


As atividades que antecederão as fases de operação e produção da lavra

constam principalmente na supressão da vegetação, em fase do desenvolvimento

dos acessos e preparação para a praça de execução de serviços.

Toda a área onde exista a necessidade de suprimir vegetação será constituída

para a implantação de estradas e vias de acesso a frente de Lavra, visando o

menor impacto e a menor necessidade de recomposição e mitigação do impacto

ambiental.

. 3.0 – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL


3.1- AREA DE INFLUENCIA
A área física ocupada pelo empreendimento, se encontra em um local onde a

vegetação local com bioma característico Caatinga e mata de cipó, sem a notória

presença de vegetação, fato este que todas as frentes de serviço são locadas

sobre os afloramentos rochosos, o que nos explica a reduzida necessidade de

supressão vegetal pela atividade de Lavra. A vegetação se encontra em sua

maioria já antropizada pela implantação de pastagens

As área da jazida são locadas em locais relativamente ermos e sem a presença

de pessoas ou animais, mesmo assim, o nosso estudo resultou nos seguintes

cuidados, durante a realização das nossas atividades:

 Risco de Assoreamento;

 Alcance de emissões atmosféricas de resíduos sólidos oriundos da

atividade;

 Influências diretas e indiretas ao meio físico e biótico, compreendido em

área limitadas ao entorno do empreendimento.

Contudo, ao tomarmos o aspecto socioeconômico como parâmetro, se tornou

razoável entendermos a área de influência indireta sobre o território do

município, tendo em vista a arrecadação de impostos, utilização de insumos e

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implementação de mão de obra local permanente e contratada para prestações

de serviços temporários ao empreendimento.


3.2- MEIO FÍSICO
ASPECTOS DE CLIMA
O clima regional é Tropical semiárido, é um tipo de clima caracterizado pela

baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Na classificação mundial do clima,

o clima semiárido é aquele que apresenta precipitação de chuvas média entre

200 mm e 400 mm. Na classificação brasileira, o clima semiárido é aquele com

precipitação inferior a 1000 mm. O clima semiárido está presente no Brasil na

região Nordeste associado ao importante bioma da caatinga, rico em

biodiversidade, endemismos e bastante heterogênea. A área do semiárido

corresponde a aproximadamente 982.563,3 quilômetros quadrados (cerca de

11% do total do território).

É definido por quatro dos principais sistemas de circulação atmosférica. Ao

atuarem na região, os bloqueios atmosféricos podem provocar longos períodos

de estiagem (nos anos marcados pelo fenômeno de El ninõ). Já o período de

chuvas é se concentra em poucos meses do ano, principalmente no "inverno do

NE", associado à passagem de frentes frias e a atuação das bordas dos vórtices

ciclônicos em altos níveis (VCANs) troposféricos (no verão).

A precipitação pluviométrica é em média cerca de 750 mm por ano,

podendo apresentar grande variabilidade climática (ano a ano) e uma distribuição

irregular no espaço e no tempo. As altas temperaturas médias anuais (cerca de

26° C), com pequena variabilidade interanual, exercem forte efeito sobre a

evapotranspiração potencial que, por sua vez, determinam o déficit hídrico

durante a estiagem anual, daí a importância da irrigação ao longo do rio São

Francisco para o manejo e aumento da produtividade agrícola, principalmente de

frutas.

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A evapotranspiração é o fluxo de vapor de água da superfície e vegetação para

a atmosfera, sendo um componente importantíssimo do balanço hídrico e de

energia da superfície. Como o subsolo é rico em rochas cristalinas (de baixa

permeabilidade), a formação de aquíferos subterrâneos é inibida. O regime de

chuvas rápidas e fortes também impedem a penetração de água no subsolo, uma

outra característica do semiárido brasileiro é a presença de sais nos solos,

precipitados pela evaporação intensa, o que dificulta a produtividade agrícola.

LOCALIZAÇÃO

Figura 08: Imagem do Munícipio de Novo Horizonte.

Localiza-se a uma latitude 12º48'30" sul e a uma longitude 42º10'04" oeste,

estando a uma altitude de 835 metros. Sua população estimada 2020 de 12.522

habitantes. No entanto, Novo Horizonte possui uma população grande flutuante,

quase chegando a dobrar, devido à mineração de quartzo rutilado, onde uma

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

única pedra pode valer milhares de reais, o que atrai muita gente em busca de

fortuna.

Novo Horizonte também é um grande produtor de alho e de pedras preciosas. A

produção de alho está localizada na região do Vale do Alho (Figura 09).

Distância em linha reta da Capital do Estado: 570 km..

Figura 09: Mapa de localização município de Novo Horizonte.

ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS

A Serra do Espinhaço é uma feição orográfica que se estende por mais de

1.000 km em direção meridional no Brasil oriental, desde o Quadrilátero Ferrífero,

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

em Minas Gerais, até as fronteiras do estado da Bahia com os estados do Piauí e

Pernambuco.

A geologia da Serra do Espinhaço Setentrional, conhecida no estado da

Bahia por diversos nomes (Serra de Santo Onofre, Serra das Veredas), foi

abrangida por alguns projetos de ação governamental e privada a partir da

década de 70 do século passado (Mascarenhas et al. 1971, Schobbenhaus 1972,

Moutinho da Costa 1976, Inda & Barbosa 1978, Moutinho da Costa & Silva 1980).

Nas últimas décadas o interesse pelo Espinhaço Setentrional vem

crescendo progressivamente, com a publicação de vários trabalhos (p. ex. Jardim

de Sá 1981, Uhlein & Pedreira 1989, Schobbenhaus 1996, Uhlein & Chaves 2001,

Danderfer & Dardenne 2002).

ESTRATIGRAFIA

De acordo com Silva (1994), afloram no domínio da Chapada

Diamantina o Complexo Rio dos Remédios (marcado por dois domínios

litológicos, um de origem vulcânica e outro sedimentar) e os grupos Paraguaçú,

Chapada Diamantina e Una, dos quais os primeiros pertencem ao Supergrupo

Espinhaço e o último ao Supergrupo São Francisco. O Complexo Rios dos

Remédios é composto por riolitos, traquitos, dacitos, tufitos, aglomerados e

brechas vulcânicas provenientes de derrames vulcânicos através do rifteamento

da crosta, além de arenitos com granulometria bimodal, cuja interpretação é

condicionada a dunas e interdunas de ambiente desértico (Pedreira et al. 1989)

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Figura 10: Estratigrafia do domínio da Chapada Diamantina, na base o complexo Rio dos Remédios.

EMBASAMENTO

O embasamento pré-Espinhaço é representado por rochas arqueanas,

aflorantes no extremo nordeste da área mapeada. Essa unidade engloba as

rochas granito-gnáissicas do Complexo do Paramirim, datadas através do

método Rb/Sr em 2,6 Ga por Jardim de Sá et al. (1976), e as rochas

metavulcanossedimentares (predominantemente mica-xistos) do Complexo de

Boquira. O contato entre o embasamento e as rochas do Supergrupo Espinhaço

na área é de natureza tectônica, Como será discutido adiante.

Na distribuição do Supergrupo Espinhaço no Brasil oriental, com indicação da

localização aproximada da área de estudo. Modificado de Schobbenhaus (1993)

e Uhlein & Chaves (2001).

SUPERGRUPO ESPINHAÇO

O Supergrupo Espinhaço é representado na área de estudo pelo Grupo Pajeú,

Formação Bom Retiro e grupos São Marcos e Sítio Novo. A espessura estimada

desse pacote estratigráfico, devido aos efeitos da deformação impressa, pode

chegar a quase 9.000 m. Grupo Pajeú: composto pelas formações Ipuçaba e

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

Bomba, é a base do Supergrupo Espinhaço na área de estudo, aflorante em sua

porção leste.
ASPECTOS GEOLÓGICOS

Segundo Guimarães et al. (2005), os estados de Minas Gerais e Bahia, no

Estateriano, experimentaram o processo de tafrogênese, que resultou em

sistemas de riftes intracontinentais que deram origem à bacias preenchidas por

rochas magmáticas e sedimentares, representantes precoces do Supergrupo

Espinhaço. 2.1.1 Bacia Chapada Diamantina A cidade de Novo Horizonte está

inserida na parte oeste do domínio fisiográfico da Chapada Diamantina (CD) e,

para Guimarães et al. (2005), neste domínio convergem diversas feições

geológicas que constituem testemunhos de atividades tectônicas, vulcânicas e

sedimentares. Com relação à tectônica formadora, de acordo com Silva (1994), a

bacia está depositada sobre crosta continental em uma área com movimentos

divergentes de placas, com o grupo Rio dos Remédios sendo representado por

um modelo de bacia do tipo IF - fratura interior do continente, mencionado

anteriormente por Siqueira (1978) e Dominguez (1993).

Esse modelo transicionou para o tipo IS (sinéclese interior do continente) a

partir da deposição das formações Oricuri do Ouro e Mangabeira. Segundo a

concepção de Silva (1994) o domínio da Chapada Diamantina corresponde a uma

bacia do tipo rifte-sinéclese, no qual o estágio rifte da bacia seria representado

pelo vulcanismo do Grupo Rio dos Remédios e o estágio sinéclese pelos

depósitos continentais e marinhos dos grupos Paraguaçú e Chapada Diamantina,

este último pelas formações Tombador, Caboclo e Morro do Chapéu.

As metavulcânicas da Formação Novo Horizonte apresentam altos teores de

U, Th e K e estão bastante alteradas pela ação de fluidos magmáticos, primários

ou secundários, de origem meteórica ou decorrentes de reações metamórficas e

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hidrotermais em eventos tectônicos posteriores, como potassificação,

propilitização, sericitização, greisenização e, em menor proporção, silicificação.

Outro fator de transformação das rochas da formação supracitada é a

deformação, dando origem a sericita xistos, sericita-quartzo xistos, milonitos e

ultramilonitos gerados por zonas de cisalhamento e que são responsáveis pelas

mineralizações de cassiterita, ouro, barita e quartzo rutilado, cuja maioria se

concentra nas rochas dessa formação (Guimarães et al. 2005). Segundo Barbosa

(2012), as litologias desta unidade correspondem à metadacitos, metarriolitos,

metaquartzos pórfiros e metaandesitos, em geral, bastante modificadas pela

deformação e pela ação de fluidos de origem magmática e metamórfica.

ASPECTOS PEDOLÓGICOS
Esta é a ecorregião mais elevada da caatinga, quase toda com mais de 500 m

de altitude. O relevo é bastante acidentado, com grandes maciços residuais,

topos rochosos, encostas íngremes, vales estreitos e profundos, grandes

superfícies planas de altitude e serras altas, estreitas e compridas. As altitudes

variam de 200 a 1.800 m, com um pico (Pico do Barbado) de 2.033 m.

Nos maciços e serras altas os solos são em geral rasos, pedregosos e pobres,

predominando os solos litólicos (rasos, pedregosos e de fertilidade baixa) e

grandes afloramentos de rocha. Nos topos planos os solos são em geral

profundos e muito pobres, com predominância de latossolos (profundos, bem

drenados, ácidos e de fertilidade baixa).

Boa parte do leste da Chapada Diamantina é constituída por áreas que têm

sofrido retrabalhamento intenso, causando um relevo bastante dissecado com

vales profundos, com altitude variando de 200 a 800 m. Nestas áreas predominam

os solos podzólicos (medianamente profundos, bem drenados, textura argilosa e

fertilidade média) e os latossolos.

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A Chapada Diamantina contém as cabeceiras de vários rios que correm para a

Depressão Sertaneja Meridional.

ASPECTOS HIDROLÓGICOS
Na chapada Diamantina ocorre a formação do Rio Paraguaçu o maior rio

genuinamente baiano. Suas nascentes são diamantíferas, suas margens férteis,

muito piscoso em todo a sua extensão e navegável das cidades à sua foz. Já foi a

principal via de transporte e comunicação de toda a região.

O nome Paraguaçu" é de origem tupi e significa "mar grande", através da

junção dos termos pará ("mar") e gûasu ("grande"). No Brasil Colônia, foi escrito

de várias formas: Paraguaçu, Paraoçu, Paraossu, Peroguaçu, Perasu, Peoassu e

Peruassu. Segundo historiadores, em 1504 os franceses já traficavam pelo Rio

Paraguaçu com os nativos. Porém a sua descoberta é atribuída a Cristóvão

Jacques, comandante da primeira expedição guarda-costa que chegou ao Brasil

em 1526 para combater os franceses no contrabando do pau-brasil no litoral. Frei

Vicente do Salvador, primeiro historiógrafo brasileiro, relata que Cristóvão

Jacques, na ilha "dos Franceses" situada no baixo curso do Paraguaçu, encontrou

duas naus da França ali ancorada, comerciando com os indígenas, afundando-as

com equipagens e mercadorias.

Nasce no Morro do Ouro, Serra do Cocal, município de Barra da Estiva,

Chapada Diamantina, segue em direção norte passando pelos municípios de

Ibicoara, Mucugê e até cerca de 5km a jusante da cidade de Andaraí, quando

recebe o rio Santo Antônio. Muda de direção em seu curso para oeste e leste,

servindo como divisor entre os municípios de Itaeté, Boa Vista do Tupim,

Marcionílio Souza, Itaberaba, Iaçu, Argoim, Santa Teresinha, Antônio Cardoso,

Castro Alves, Santo Estevão, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Cabaceiras

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

do Paraguaçu, Conceição da Feira, Muritiba de São Félix, e as cidades de São Felix

de Cachoeira e Maragogipe desemboca na Baía de Todos os Santos entre os

municípios de Maragogipe e Saubara.

Tem seiscentos quilômetros de curso, ao longo do qual banha cidades

importantes, inclusive sob o ponto de vista turístico, a exemplo das acima citadas

e povoados como Santiago do Iguape, São Francisco do Paraguaçu, Nagé,

Coqueiros, São Roque e Barra do Paraguaçu. É navegável em seu baixo curso, da

foz até as cidades de Cachoeira e São Félix, passa por Maragogipe num percurso

de 46 km. Dentre os afluentes principais destacam-se somente os da margem

esquerda: Santo Antônio, Tupim, Capivari (São Félix), do Peixe. Forma algumas

quedas d'água, destacando-se a de Bananeiras. Nele, se pesca ao longo de todo

o curso, principalmente tucunarés, traíras e piaus, sendo que no baixo curso

encontram-se camarões, robalos e tainhas.

Com a construção da barragem de Pedra do Cavalo, responsável pelo

controle de suas cheias, ganhou mais uma utilização, a de responder pelo

abastecimento de água todo o Recôncavo, Feira de Santana e a Grande Salvador.

3.3- MEIO BIÒTICO

 FAUNA

Na fauna historicamente destaca-se a presença de espécies de grandes

felinos (onça-pintada e suçuarana); de serpentes constritoras (jibóia, sucuri); de

roedores de médio e grande porte (capivara, preás e mocós); da grande riqueza

de aves (destaque para o gavião-pé-de-serra, o urubu-rei e o endêmico e

emblemático beija-flor-gravatinha.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

Existem pouquíssimos registros de animais de grande porte, porém relatam

ocorrências de suçuarana (Felis Concolor), Veado Catingueiro ( Mazama

Gouazoubira), Jaguatirica (Felis Pardalis) Isto se deve a necessidade desses

mamíferos necessitarem de grandes e extensas área florestadas para que

consigam sobreviver e principalmente se alimentarem.

Dentre essas espécies citadas, ressalta-se a Suçuarana a Jaguatirica e o Gato do

Mato, que são espécies ameaçadas de extinção conforme Portaria do n° 1522, de

19 de dezembro de 1989 e Portaria n° 45-N, de 27 de abril de 1992, do IBAMA.

As espécies listadas evidenciam uma Mastofauna constituída

predominantemente de pequenos mamíferos que possuem, na maioria das vezes,

um sinantropismo considerado, o que facilita sua adaptação em ambientes

alterados pela ação antrópica, o que não ocorre com a maioria dos médios e

grandes mamíferos, que necessitam de territórios mais amplos.

Com relação a representatividade das abelhas nesta região, podemos citar

algumas espécies como, oropa (Appis Mellifera), Jataí (Trigona Jaty), Itiúba

Arapuá (Trigona Ruficus).

 . FLORA

As caatingas da Chapada têm alguns gêneros endêmicos das famílias

Leguminosae, Cactaceae, Sterculiaceae, Scrophulariaceae, Martyniaceae e

Compositae. Os campos rupestres abrigam uma flora completamente diferente

da caatinga, mas contêm muitas espécies endêmicas da Chapada.

Gêneros endêmicos: Rayleya (Sterculiaceae) - gênero com uma espécie, só de

Andaraí; Mysanthus (Leguminosae) - gênero com uma espécie da parte sul da

Chapada; Heteranthia (Scrophulariaceae) - gênero com uma espécie de áreas

brejosas do leste da Chapada; Holoregmia (Martyniaceae) - gênero com uma

espécie de Rio de Contas até Anajé.

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Espécies endêmicas: Mimosa irrigua Barneby (Leguminosae), Chamaecrista

eitenorum var. regana I. & B. (Leguminosae), Portulaca werdermanii Poelln.

(Portulacaceae, do Morro do Chapéu e Mucugê), Melocactus glaucescens Buin. &

Bred. (Cactaceae, do Morro do Chapéu), Arrojadoa bahiensis (U. Brawn & Esteves)

M. P. Taylor & Eggli (Cactaceae), Pilocarpus trachylophus Holmes (Rutaceae -

ocorre em MG, BA e CE).


3.4- MEIO ANTRÓPICO

Figura 11: Imagem da cidade de Novo Horizonte.

Em 1937, José Firmiano de Souza, popularmente conhecido por ZÉ SALÃO,

cujo ganhou esse apelido por gostar muito de festas. Comprador de ouro

construiu um barracão onde ficava com a família durante o dia para comprar

ouro das Minas de Marcelino, Beta, etc.

Permanecendo nesse local, ele adquiriu as terras de propriedade de um

indivíduo chamado Marcelino, daí o nome do local ser chamado de Marcelino.

Quanto à origem da mudança de nome do povoado para Novo Horizonte, há

várias histórias a respeito, e como não ficou nada registrado, gera controvérsias,

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

alguns, relatam que foi Belarmino; que escolheu o nome, outros relatam que foi

após a limpeza do local onde seria realizada a feira que ficou um belo horizonte,

e assim escolheram o nome Novo Horizonte, o fato é que esse nome foi uma

dádiva de Deus, por isso não encontramos explicação.

Na área onde ficava o barracão, Zé Salão, combinou com o genro Deocleciano

Manoel dos Santos, popularmente conhecido por BÉU, de construir um comércio

(nome dado aos povoados, naquela ocasião), inclusive orientando as pessoas

para que construíssem as casas seguindo um alinhamento.

José Firmiano de Souza (Zé Salão) construiu sua casa, junto com a venda, (hoje

onde se situa a casa de Cazuza), Deocleciano Manoel dos Santos (Béu), construiu

a segunda casa do povoado (hoje onde se situa a pousada Joana, atualmente

tendo como proprietário Nildo Prado).

João de Caneca, amigo de Zé Salão, construiu a terceira casa (atualmente onde

se localiza a casa de Ana de Zezé). Outros amigos construíram várias outras casas,

na praça citando alguns: Bilinha, Abílio Novaes, Marcolino, Coisinha Mendes, José

Cornélio Lopes, Joaquim de Cota, Francisco Pereira, José Bernardes de Oliveira,

José Araújo (ex-vereador), mais conhecido por Zé Baio, os três irmãos Manoel,

Alcino, Aurélio e outros.

Em 13 de junho de 1989 através de um plebiscito, o município de Ibitiara foi

dividido, e um novo município surgiu conhecido como Novo Horizonte, conforme

Lei Estadual nº. 5020 de 13 de junho de 1989. O Município de Novo Horizonte

fica a 553 km de Salvador, integra a Chapada Diamantina e os moradores sempre

viveu da extração de riquezas minerais, sendo o ouro a primeira matéria prima

explorada pela população.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

3.5 - FISIONOMIA ECOLOGICA DA REGIÃO


O município de Novo horizonte está situado na região central do estado da

Bahia, com base a sua situação e posição ecológica cita-se que por ser situada na

chamada Zona Fisiográfica da Serra Geral, Chapada Diamantina Meridional.

Localiza-se a uma latitude 12º48’30” sul e a uma longitude 42º10’04” oeste,

estando a uma altitude de 835 metros, na região da Chapada Diamantina. A área

territorial do município é de 613 km, ficando a 553 km da capital do Estado da

Bahia e faz divisa com os municípios de: Ibitiara, Ibipitanga, Rio do Pires, Piatã,

Boninal e Seabra.

RIQUEZAS NATURAIS

Dentre as riquezas minerais tem maior importância a mina de mármore azul,

explorada na serra da Vereda, Vaca Morta. A mineralogia ainda consigna a

existência de cristal, Ametista, barita, ferro, talco, cobre, Granitos de várias

tonalidades e águas termais. A flora possui apenas algumas matas em volta das

nascentes dos riachos, afloramento de cerrado no alto das serras, mas

predominando as capoeiras e a vegetação rasteira, próprias das regiões secas.

Mesmo assim, são encontradas madeiras diversas como peroba, pau d'arco,

pequizeiro, e uma grande variedade de plantas medicinais: quina, unha d'anta,

contra-erva, umburana e outras. Com relação a fauna, apesar da ausência de

grandes matas e rios perenes, possui variadas espécimes: tatu, garças, gato do

mato, jacu, suçuarana, veado, teiú, cutia e outros.

4.0 – IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

Por ser a mineração uma das atividades extrativistas que quando não

organizada e bem orientada poderá em função da sua própria atividade gerar

impactos grandiosos.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

Viemos demonstrar e analisar os fatores que podem ser caracterizados

como aspectos ambientais e apresentar alternativa de mitigação para os casos

que sejam inevitáveis.

Neste sentido, tem-se observado nos atuais projetos mineiros, planos de

minimização de impactos ambientais, assim como a adoção de medidas

mitigadoras desses impactos. As medidas podem incluir desde simples alterações

operacionais para melhoria dos ambientes de trabalhos, como controle de poeira,

ruídos e até mesmo alterações de processos visando atividades e/ou operações

menos agressivas. A Figura 12 abaixo ilustra um quadro representativo de

comportamento devido para condição de uso futuro da área.

Com relação à recuperação de áreas degradadas pela mineração, muitos

estudos passaram da teoria à prática e, nos últimos vinte anos, muitos trabalhos

têm atingido alto grau de especificidade visando à redução destes.

Figura 12: Quadro Ilustrativo de comportamento no aspecto de RAD.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

De modo geral, as áreas degradadas pela mineração devem ser objetos de

trabalhos de recuperação envolvendo os seguintes pontos:

1. Áreas lavradas: incluem cavas (secas e inundadas), frentes de lavras

(bancadas e taludes), trincheiras, galerias em lavra subterrânea etc;

2. Áreas de deposição de resíduos sólidos: incluem pilhas ou corpos de

bota-fora, solos superficiais, estéreis, bacias de decantação e

sedimentação de rejeitos de beneficiamento etc;

3. Áreas de infra-estrutura: incluem áreas de funcionamento de unidades

de beneficiamento, áreas de estocagem e expedição de minérios, vias de

circulação, escritórios, oficinas etc.

Dois aspectos são destacados, sob o ponto de vista tecnológico, como desafios

a serem incorporados ao planejamento das atividades de recuperação saberem a

recuperação executada simultaneamente à mineração, agregando a recuperação

ao cotidiano e não a restringindo ao final do empreendimento.

Em outros casos a recuperação orientada de acordo com um plano prévio:

execução com base em decisões expressas em documento previamente discutido

e definido entre minerador, poder público e comunidade envolvida, apontando

para o aproveitamento das áreas degradadas – PRAD.

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Os quadros 1,2 e 3 acima mencionados, descrevem todos os impactos causados

em suas distintas áreas.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

Contudo para todas estas atividades e seus respectivos impactos existem

medidas mitigadoras a serem utilizadas e aplicadas como segue:

Como resultado imediato do monitoramento, algumas medidas de melhoria dos

desmontes foram adotadas, como:

 Alteração no plano de fogo, de forma a reduzir a carga máxima por espera

nos fogos maiores, evitando maior propagação de ruído e ultra

lançamentos;

 Inspeção e isolamento de área raio de 500m, antes das detonações,

evitando desavisados se aproximarem da área de influência do fogo;

 Implementação de mudários em algumas frentes de serviço;

 Nos momentos que seja possível utilizaremos brinéis e temporizadores

que possam reduzir significativamente o ruído e vibração causados pelo

desmonte que são os principais impactos dessa atividade, em casos que

sejam mais necessários.

Além de tais medidas de melhoria, novas ações poderão ser adotadas pela

empresa, no sentido de melhorar o relacionamento com a comunidade e evitar

conflitos, mesmo toda a comunidade próxima a área de Lavra, seja partícipe do

garimpo.

Algumas medidas proativas que podem, facilmente, ser incorporadas às

atividades da empresa são:

 Monitoramento contínuo dos desmontes e programas ativos para

minimização de vibrações e sobre pressão, dado que estes são os impactos

que mais afetam a comunidade local.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

 Manutenção de todos os registros dos planos de fogo realizados, tanto

para constar que a empresa tem controle sobre o uso dos explosivos,

como para mostrar aos interessados os registros.

 Uso de insumos na operação de desmonte, de modo a minimizar os

impactos ambientais, especialmente os propagados pela atmosfera na

forma de ruído, sobre pressão e poeiras.

 Treinamento para os operadores vinculados às tarefas de desmonte,

visando a habilitá-los na minimização dos impactos ambientais.

 Treinamento de, no mínimo, um funcionário da empresa para realizar

monitoramentos frequentes, a empresa poderá solicitar ao fornecedor de

explosivo um sismógrafo de engenharia.

 Divulgação das atividades e dos resultados de monitoramentos ambientais

sempre que solicitada pela comunidade, a fim de confirmar a seriedade e

transparência das atividades da empresa e das ações voltadas para

prevenção, preservação do meio ambiente, refletindo na sua

responsabilidade social

 “E a mais significativa de todas as supracitadas, a empresa garante

proporcionar Educação Ambiental para as comunidades adjacentes com

eventos, aulas e palestras que cunhem o tema MEIO AMBIENTE e sua

PRESERVAÇÃO”.

De acordo com Worsey (2004), as boas relações públicas e a

comunicação são as melhores ferramentas existentes, quando ocorrem conflitos.

A empresa deve ser transparente, procurar ter um bom relacionamento com a

comunidade e apresentar a ela como vem exercendo suas atividades, como se

preocupa com o bem-estar e proteção da população, que existem limites

aceitáveis de vibração do terreno e de sobre pressão e que trabalha dentro desses

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

limites, que pratica o monitoramento dos impactos ambientais e está atenta ao

desconforto causado pela atividade, mas que existem inúmeros estudos sobre os

impactos gerados em pedreiras e que estes mostram que, uma vez respeitados

os limites legais, a chance de ocorrer danos em suas residências é muito pequena.

Através dessas atitudes, os conflitos são minimizados e a comunidade passa a

entender o problema e a conviver com a atividade da pedreira de forma menos

problemática.

Na área de estudo, apenas com algumas modificações nos desmontes, foi

possível observar melhoria nas condições de relacionamento com a comunidade.

Com o levantamento dos aspectos e impactos ambientais aqui apresentados, a

empresa adotará medidas proativas, no sentido de prevenir futuros conflitos com

a comunidade local e melhorar o desempenho ambiental do município, além de

proporcionar a comunidade extremamente carente local um momento ímpar nas

suas vidas no que se refere ao aumento de conhecimento e educação no sentido

do ambiente em que vivem.

4.1- SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO


A única supressão vegetal do empreendimento será nas áreas de circulação e

Infraestrutura, teremos o cuidado de sempre que permitido utilizar o mesmo

acesso para vias de circulação de veículos, visando uma menor necessidade de

criação de estradas e consequentemente desmatamento.

Contudo, utilizaremos o conceito de recuperação, agindo de forma superior a

necessidade compensatória do empreendimento. O planejamento das atividades

que objetivam a estabilidade das áreas degradadas deverá ter como primeira

tarefa a definição de uma das seguintes metas:

1. Recuperação provisória: quando o uso final ainda não estiver definido;

2. Recuperação definitiva: quando o uso final do solo já estiver definido.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

As técnicas utilizadas para assegurar o uso adequado do solo são numerosas, mas

no geral todas compreendem as seguintes etapas: desmatamento, remoção e

estocagem do capeamento do solo, matéria orgânica do solo. (top soil).

4.2- RUÍDOS E VIBRAÇÕES


As atividades realizadas no processo de frente de lavra, normalmente geram

ruídos e vibrações, em função do funcionamento dos motores dos equipamentos

envolvidos nesta operação.

Contudo, esse aspecto é intensificado e mais presentes nas atividades de lavra

que demandam muitos equipamentos funcionando ao mesmo tempo, e, quando

as atividades são realizadas em locais fechados e mais confinados.

No que se refere lavra garimpeira, a quantidade de equipamentos envolvidos é

pequena o que representa proporcionalmente o seu impacto, e, devido a sua

localização estar a uma área com muito pouco presença de pessoas, área erma

até mesmo na frente a céu aberto, esse parecer se mantém para a questão de

vibração.

No que tange Segurança do trabalho, todos os funcionários envolvidos

na operação utilizarão EPI’s (Equipamento de proteção individual inerente a

atividade que esteja praticando. Obviamente que temos a plena convicção da

necessidade do seu porte e uso, segue abaixo alguns exemplos relacionados a

nossa atividade.

Utilização de capacetes;
Protetores auriculares;
Óculos de proteção;
Botas com biqueira de aço;
Mascara Respiratória de proteção;
Cinto de Segurança com talabarte;

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

4.3- RESÍDUOS SÓLIDOS


O reaproveitamento dos resíduos sólidos gerados em pedreiras com o seu

aproveitamento quase na totalidade em canteiros de obras da construção civil,

esta tem sido uma prática adotada por várias construtoras que se preocupam

com o meio ambiente e com o futuro das próximas gerações.

No nosso caso além do insumo para pedreiras, temos parte do nosso

material decomposto quase completamente, esse material é reaproveitado como

enchimento nas galerias exauridas. Com essa pratica, além de mitigar custos com

transporte, temos o ganho ambiental extremamente significativo pela reutilização

desse resíduo.

Porém, existem outros resíduos sólidos gerados que foram diagnosticados em

PRGS, e conforme tabela abaixo foram mensurados e serão devidamente

controlados e mitigados com ações inerentes a mudança e adequação de novo

procedimento para minimizar a necessidade de utilização dos aspectos descritos

abaixo:

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

Tabela 1 –(Diagnóstico da geração de resíduos - média mensal por resíduo.)

TIPO DE RESIDUO QUANT. MENSAL MÉDIA


Lâmpadas Fluorescentes 12 unidades

Pneus 8 unidades

Baterias Automotivas 4 unidades

EPI Usado 0,7 m³

EPI Usado Contaminado 0,20 m³

Filtros de Óleo Automotivos 0,2 m³

Metal Ferroso 180 kg

Óleo de Cozinha Usado 5L

Óleo Diesel + CAP 250 L

Óleo Lubrificante Usado 50 L

Pó dos Filtros de Manga 60 m³

Resíduo Eletrônico 10 unidades

Resíduo Têxtil Contaminado 3,42 m³

Resíduos de Borracha 0,3 m³

Resíduos de Madeira 0,5 m³

Restos de Alimentos 60 kg

Após analisarmos a Tabela 1 com atenção, podemos destacar as grandes

quantidades de óleo veicular utilizado e de Resíduos Têxteis Contaminados, que

normalmente são encontrados neste tipo de empreendimento.

Para os resíduos Recicláveis e Orgânicos destinados à coleta domiciliar ou

seletiva da Prefeitura do Município foi feita uma simulação para análise global da

quantidade gerada em um mês.


4.4- EFLUENTES LIQUIDOS
A extração de rocha se dará, neste caso, em uma área que não contempla a

intensa existência de lençóis freáticos conhecidos, as aparições de alguns veios

são perenes e não apresentam necessidade de bombeamento.

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A agua utilizada na perfuração é proveniente de poço artesiano e o transporte

é feito com veículos de uma frente para a outra, em tonéis de 2000 l.

A utilização de água para a lavagem dos equipamentos, ocorrerá em local

devido com seu direcionamento para local adequado, sem alguma interferência

aos afluentes e muito menos lençol freático, na figura 13, segue a Ilustração da

Rampa para a lavagem e inspeção de veículos.

.
Figura 13: Ilustração da Rampa que teremos utilizada para a lavagem e inspeção de veículos.

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CONTAMINAÇÕES
Os veículos e equipamentos não estarão em contato com a agua, não temos

corpos hídricos superficiais próximos, terão contato direto com os insumos, e,

com o produto final. Eles deverão estar em conformidade com as NORMAS e

LEGISLAÇÕES dos órgãos ambientais (CONAMA n°9), que rogam a necessidade

de descarte de óleos em locais devidos. Também no que diz respeito à prevenção

de vazamentos e derramamentos de óleo. Vale ressaltar que utilizaremos um

procedimento de manutenção preventiva, planos de lubrificação e troca de

combustíveis em locais devidos, conforme orientação do plano de manutenção.

4.5- EMISSÕES ATMOSFÉRICAS


A atividade referida tem em sua aplicação a geração de particulados, pelo

fato de que as operações de perfuração, escavação e circulação de caminhões,

geram por natureza a emissão de particulados sólidos (poeira).

Contudo, além de carros pipas que serão utilizados para molhar as vias de

produção, utilizaremos aspersões de água nos pontos de influência para

mitigação do impacto.

Quanto a emissões de gases tóxicos gerados pelo funcionamento dos

equipamentos, o impacto se torna desprezível em função dos seguintes fatores:

 Local Aberto;

 Equipamentos e pontos de maiores emissões com aspersão de água

enquanto em funcionamento.

 Distância considerável da comunidade (37 km)

Quanto à segurança do trabalho de todos os envolvidos, como já foi descrito

supra, todos estarão fazendo uso do EPI inerente a sua atividade.

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4.6- IMPACTO VISUAL

Estes Aspectos ocorrem no decorrer das atividades, e, se dão em função do

desenvolvimento da Lavra e Infraestrutura. No que tange a abertura de frentes

de Lavra e acessos. Contudo, são atividades irrelevantes e necessárias para o

acesso ao minério e posteriormente sua extração.

No ponto de vista de mitigação, todos os impactos visuais com o seu tempo

devido, serão amenizados com revegetações, retaludamentos onde for

necessário, tudo ocorrendo em paralelo com a atividade extrativa, conforme

planejamento de replantio. As atividades realizadas no processo de frente de

lavra, normalmente geram ruídos e vibrações, em função do funcionamento dos

motores dos equipamentos envolvidos nesta operação.

Contudo, esse aspecto é intensificado e mais presentes nas atividades de

lavra que demandam muitos equipamentos funcionando ao mesmo tempo, e,

quando as atividades são realizadas em locais fechados e mais confinados.

No que se refere a lavra a quantidade de equipamentos envolvidos é

relativamente pequena o que representa proporcionalmente o seu impacto. Isto

devido a se tratar de uma lavra garimpeira, e a utilização de água durante a

perfuração de rocha.
4.7- GERAÇÃO DE EMPREGO.

A referida atividade extrativa impõe alguns aspectos negativos que são

automaticamente mitigados em função de outros gerados, porém também

impõe outros considerados POSITIVOS.

Um deles refere-se à geração de empregos diretos e indiretos para a

comunidade local, o que aumenta com o passar do tempo e da produção,

automaticamente.

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Atualmente temos 350 cooperativados e 5 funcionários diretos, e, alguns

outros que serão proprietários de caminhões de transporte do nosso produto,

manutenção, consultores, prestadores de serviço e etc.

QUANTIDADE DE
FUNÇÃO
FUNCIONÁRIOS
Blaster 1

Aux. ADM 1

Secretária 1

Tesoureira 1

Motorista 1
Figura 14: Quadro de funcionários de Macaúbas atualmente.

Destes funcionários diretos 5 são locais, os trabalhos indiretos são cerca de

100% no que se refere a prestação de serviços, dentre outros benefícios ao

município relacionados a geração do emprego e arrecadação de impostos, CFEM

e etc.
4.8 - AUMENTO DA RENDA LOCAL
Com já é sabido, a geração de empregos proporciona um aumento global da

circulação de renda, em função das atividades primárias secundárias e terciárias

que surgem com a implantação do empreendimento, como componente

também dos impactos POSITIVOS causados, este é percebido mais nitidamente

quando a situação de oferta de empregos locais é evidente e real, como no caso

deste empreendimento.

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4.9 - ARRECADAÇÕES DOS IMPOSTOS


A arrecadação de Imposto também constitui os impactos POSITIVOS e se norteia

por eles, e pela produção mensal.

O material produzido se torna insumo de construção civil para a comunidade

local, que como todo tipo de insumos, na sua comercialização, geram impostos

que também são diretos e indiretos. O principal deles é o CFEM conforme citado

supra.

Vale ressaltar que os impactos POSITIVOS ressaltados, influenciam

diretamente no aumento de qualidade da Vida das pessoas da comunidade local.

5.0 – APTIDÕES PARA USO FUTURO


Após encerrados os trabalhos de lavra, deverão ser avaliadas as

condições da área. Nesse sentido, devem ser analisadas mudanças na cobertura

vegetal (recuo da flora), afastamento da fauna da região, alterações significativas

na topografia da região, formação de taludes acima de uma altura estável,

alteração e/ou assoreamento das drenagens naturais, possíveis pontos de

poluição pelos equipamentos utilizados na fase de extração e seu impacto no

meio ambiente, situação das construções que possam estar localizadas na área.

Com relação a estes últimos só devemos considerar no caso de negligencia por

parte dos executores da lavra, o que não é o caso por parte deste

empreendimento.

Sobretudo, as questões voltadas a segurança dos futuros utilizadores do

terreno devem ser prevalecidas, no que se refere a tratativa na planície, topografia

do terreno, consideração de linhas de drenagem e etc...

O devido direcionamento ao uso futuro da área está melhor caracterizado e

criterizadas no PFM (Plano de Fechamento de Mina). Mas, trata-se de replantio e

disponibilização da área para pastoreio.

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6.0 - CONFORMAÇÕES TOPOGRAFICAS E PAISAGÍSTICAS

Alguns aspectos são tratados no momento em que as atividades extrativas se

encerram ou mudam o seu rumo. Conforme seja a não conformidade, relacionada

a erosões ações de intemperismo, não haverá a necessidade da mudança de

cursos d’agua em função da nossa atividade.

6.1 - TOPOGRAFIA DO TERRENO


Com o auxílio dos tratores de esteiras, as áreas com grandes irregularidades das

áreas lavradas deverão ser suavizadas, a ponto de coincidir com a topografia

original do local.

Caso, ao final das atividades, seja observado taludes com grandes inclinações

e/ou alturas, haverá deslocamentos de material com utilização dos tratores para

a diminuição de inclinações e/ou alturas, desníveis e etc..

As drenagens da região podem sofrer algumas modificações de curso e/ou

assoreamento de determinados cursos. A princípio, a regularização dos terrenos

deve restaurar as drenagens locais. Havendo necessidade, pequenas valetas

poderão ser providenciadas.


6.2 – REVEGETAÇÃO
Para a revegetação da área lavrada, utilizaremos um viveiro de mudas (Figura

15) que deverá ter a mesma idade do início da operação da empresa nessa mina.
Assim sendo, o processo de revegetação deverá proporcionar a recuperação de

funções do ecossistema por meio do plantio de mudas.

O processo de plantio engloba aproximadamente quinze diferentes espécies com

preferência para os grupos ecológicos da pioneiras e secundárias de rápido

crescimento: leguminosas florestais, frutíferas e até exóticas, como o eucalipto

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Associado a esse sistema, realiza-se a semeadura direta (a lanço) da leguminosa

feijão de porco, como forma de adubação verde e elemento restaurador.

A escolha das espécies a serem utilizadas na revegetação está relacionada à

disponibilidade de obtenção de sementes e mudas; e a utilização de espécies

nativas será reduzida por uma questão de oferta de mercado. As mudas a serem

utilizadas deverão ser produzidas em viveiros próprios.

Figura 15: Imagem do viveiro de Mudas da empresa

6.3- SELEÇÃO DE ESPECIES VEGETAIS


As espécies a serem utilizadas, em maior ou menor número, em função da

disponibilidade da época de plantio, serão:

o Algarobeira (Prosópis sp),

o Angico (Anadenanthera spp)

o Vaqueta (Thiloa glaucocarpa),

o Pereiro (Aspidosperma pyrifolium),

o Maria pobre (Dilodredon bipinnatum),

o Caroba (Jacarandá sp),

o Embiruçu (Pseudobombax grandiflorum),

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o Surucucu (Piptadenia viridiflora),

o Jacarandá de Espinho(machaerium scleroxylum),

o Faveiro (Pterondon abruptus),

o Jurema (Mimosa sp),

o Pitomba (Talisia Isculenta),

o Pata de Vaca (Bauhinia pauchella

O preparo do solo deverá levar em consideração o tempo necessário para a

efetivação do processo de fertilização do solo e o período adequado para o

plantio das espécies escolhidas.

Experiências anteriores mostram a necessidade de monitoramento contínuo para

controle de problemas como formigas, roubo de mudas, pastoreio e a própria

qualidade do plantio.
6.4- SELEÇÃO DA ÁREA PARA PLANTIO
A área destinada a plantio corresponde aos locais de desenvolvimento (Acessos

e Infraestrutura, pátios e edificações), além do local de disposição de rejeito de

lavra, que será nos locais cabíveis (Onde não mas iremos mexer) transformados

em área de replantio.
6.5 - PRODUÇÕES DE MUDAS
Esperamos poder conduzir o plantio de forma a expor certa heterogeneidade

entre as espécies selecionadas ou disponíveis para a época do plantio. Como

espaçamento básico será utilizado o mesmo que foi empregado em outras áreas

já revegetadas e que apresentou bons resultados.

Deverá ser utilizado um espaçamento regular, variando entre:

 4m x 3m (12m2);

 3,5m x 2,5m (8,8m2).


Espera-se, ao final dessa operação, atingir cerca de 1 000 mudas/ha.

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Cuidados especiais devem ser dispensados à qualidade do solo, já que estudos

anteriores demonstraram a necessidade de calagem e adubação orgânica e

mineral.
6.6 – PREPARO DE AREA DE PLANTIO
O local onde iremos realizar o plantio das nossas mudas, não apresenta

necessidade de preparação inicialmente. Baseados nos primeiros

acompanhamentos realizados.
6.7 – MONITORAMENTO
A etapa de monitoramento á assumida como crítica para a finalização dos

trabalhos de recuperação de áreas degradadas. A adequada condução desta

etapa deve significar o controle e manutenção de todos os objetivos traçados até

o momento. De forma geral, deverão ser monitorados inícios de processos

erosivos, estabilidade de inclinações de taludes, assoreamento da drenagem.

Especial cuidado deve ser dado ao monitoramento das áreas revegetadas, pois

após a fase de plantio serão necessárias observações periódicas da área

recuperada a fim de evitar, se for o caso, que haja retrocesso no processo.

Os fatores mais importantes a serem monitorados são os seguintes:

a. Condições dos terrenos:

Monitorar processos erosivos nas áreas recuperadas e/ou revegetadas

buscando corrigir essas situações no início do processo observado, até que

esteja estabilizado o processo erosivo.

b. Germinação das sementes:

Se ocorrerem falhas na germinação, providenciar a ressemeadura da área

dentro do menor período possível e atentar para a época mais adequada

para o plantio.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

c. Cobertura:

Nos pontos onde houver falhas de cobertura, identificar a causa e refazer

a semeadura ou o plantio de mudas.

d. Estado nutricional da vegetação:

Esse controle visa detectar qualquer carência nutricional junto às espécies

selecionadas e corrigir o problema com adubação adequada, se

necessário.

e. Controle de pragas e doenças:


Importante etapa do monitoramento. O controle pode evitar prejuízo para

toda a área.

A etapa de monitoramento deve perdurar até que se perceba o equilíbrio na área

recuperada.

6.8 – MANUTENÇÃO
Até que se tenha uma estabilidade das muda e total adaptação as condições do

terreno, com medições do estado fitossanitário das mudas, algumas ações devem

continuar sendo tomadas, com o intuito de garantir o sucesso do replantio.

Alguns principais seguem listados abaixo:

 Recomposição do terreno evitando situações processos erosivos nas áreas

recuperadas e/ou revegetadas buscando corrigir essas situações no início

do processo observado, até que esteja estabilizado o processo erosivo.

 Conferencia na germinação das sementes: Se ocorrerem falhas na

germinação, providenciar a ressemeadura da área dentro do menor

período possível e atentar para a época mais adequada para o plantio.

 Corrigir falhas de cobertura, identificar a causa e refazer a semeadura ou

o plantio de mudas.

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

 Verificar o estado nutricional da vegetação: esse controle visa detectar

qualquer carência nutricional junto às espécies selecionadas e corrigir o

problema com adubação adequada, se necessário.

 Realizar o controle de pragas e doenças: importante etapa do

monitoramento. O controle pode evitar prejuízo para toda a área.


7.0 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista que a atividade de lavra é um processo de grande degradação

ambiental fazem-se interessante realizar um diagnóstico das alterações para

dessa forma avaliar com maior exatidão as mudanças decorrentes do processo

de exploração. Desmatar uma área ou deteriorar as propriedades de um solo

podem ser degradações ou perturbações, a depender da intensidade do dano.

Caso o ambiente não se recupere sozinho em um tempo razoável, diz-se que

ele está degradado, e a intervenção humana é necessária. Se o ambiente mantém

sua capacidade de regeneração ou depuração (resiliência), diz-se que ele está

perturbado, e a intervenção humana apenas acelera o processo de recuperação.

A degradação intensa, com perda de resiliência, resulta notadamente em áreas

degradadas.

A recuperação é uma atividade que exige uma abordagem sistemática de

planejamento e visão em longo prazo e não apenas uma tentativa limitada de

remediar um dano. E, portanto, nesse empreendimento estamos levando a

questão ambiental a sério com planejamento e execução de Ações voltadas a

mitigação e preservação ambiental.

8.0 – PLANEJAMENTO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

As atividades descritas abaixo (Quadro 05), bem como a provisão dos

acontecimentos determinam a ordem cronológica de realizações das ações

necessárias para a mitigação dos danos ambientais causados pelo

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PCIAM- PLANO DE CONTROLE DE IMPACTO AMBIENTAL

empreendimento, inclusive com a data prevista para acontecimento, se faz

necessária a evidencia das ações, para formalização do cumprimento do

planejado em função da evolução das atividades de Produção.

Quadro 05: Cronograma de Ações do PCIAM


ANOS (Atividade Representada em % de conclusão)

ATIVIDADES
2020 2021 2022 2023 2024

Início das 10% da área 20% da área 50% da área 100% da área
CONFORMAÇÃO atividades lavrada lavrada lavrada lavrada
TOPOGRÁFICA recomposta recomposta recomposta recomposta

Atividade iniciada 100% 100% 100% 100%


ESTRADAS E com o
ACESSOS desenvolvimento da
Lavra
CIRCULAÇÃO E 10% 20% 30% 70% 100%
APOIO

10% 20% 30% 70% 100%


PILHA DE ESTÉRIL

Atividade Rotineira Atividade Atividade Atividade 100%


em Conjunto com a Rotineira em Rotineira em Rotineira em
REVEGETAÇÃO
Lavra Conjunto com a Conjunto com a Conjunto com a
Lavra Lavra Lavra
ESTRADA DE 25% 50% 75% 100%
ACESSOS

CIRCULAÇÃO E 25% 50% 75% 100%


APOIO
15% 45% 75% 100%
AREA EXPLORADA

Atividade Rotineira Atividade Atividade Atividade 100%


em Conjunto com a Rotineira em Rotineira em Rotineira em
MONITORAMENTO Lavra Conjunto com a Conjunto com a Conjunto com a
Lavra Lavra Lavra

MANUTENÇÃO Atividade Rotineira Atividade Atividade Atividade 100%


em Conjunto com a Rotineira em Rotineira em Rotineira em
Lavra Conjunto com a Conjunto com a Conjunto com a
Lavra Lavra Lavra

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9.0- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA, S. (2006) Lavra, artesanato e mercado do esteatito de Santa Rita de

Ouro Preto, Minas Gerais. Dissertação de Mestrado (Programa de Pós Graduação

em Engenharia Mineral). Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto,

Ouro Preto. 121p.

CABELLO, M. L. R. (2011) Reciclagem de resíduo gerado na extração de

quartzito. Tese de doutorado (Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Metalúrgica, Materiais e de Minas). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizonte. 172p.

CHIODI FILHO, C. (1995) Aspectos técnicos e econômicos do setor de rochas

ornamentais. (série estudos e documentos – 28) CNPq/CETEM – Rio de Janeiro.

75p.

DA MATA, P. M. (2003) Indústria de Rochas Ornamentais: Rejeitos x Produção

Limpa. Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM/BA. Salvador/BA.


VALADÃO, G. E. S., Dutra, J. I. G., Galéry, RGaléry, R., Morais, B. F., Braga, G.
P, Oliveira, M. M. (2010) Quartzito no parque nacional da serra da Canastra e

seu entorno – Relatório Final. DEMIN (Departamento de Engenharia de Minas),

UFMG (Universidade Federal de Minas).

__________________________________________
Ricardo Conceição dos Santos
Eng° de Minas
CREA-BA: 49.557/D

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